Set/Out 2011

Transcrição

Set/Out 2011
Set/Out 2011
Índice
05 Meio Ambiente
Plano Nacional de Resíduos Sólidos em
consulta pública
06 Meio Ambiente
GMP se reúne sem a presença do CONAMA
08Legislação
Sindicatos apresentam propostas para a
Resolução SMA 38
09Qualidade
Cláudia M. Generoso, assessora jurídica do Sindilub
Programa do Monitoramento da Qualidade muda de nome
13 Sindilub em Ação
10Capa
14 Seu Negócio
Lubrificantes em destaque no Salão Duas Rodas
Convenção Coletiva de Trabalho 2011/2012
Como garantir renda em caso de acidente
ou doença
16 Fique por Dentro
ARLA 32
18Varejo
Parcerias de sucesso
20Entrevista
Petrobras produzirá óleo básico grupo II no Comperj
22Entrevista
Contra o apagão da mão de obra
24Evento
Simpósio da AEA discute a evolução
tecnológica dos óleos lubrificantes
26Evento
A competitividade e o futuro da indústria automotiva
Editorial
Caros leitores,
Lendo a pauta desta edição para escrever estas mal traçadas linhas, tive a impressão que os colaboradores já foram tomados
pela inevitável ansiedade característica do final de ano. Sim, porque matérias não faltam nesta edição, dada a variedade de
temas abordados.
Desde os comentários sobre as propriedades do Arla 32, passando por meio ambiente, negociações coletivas de trabalho,
entrevistas, boas informações sobre negócios, até os eventos realizados nesse período, de interesse para o Revendedor
de lubrificantes.
Calma, pessoal, esta ainda não é a última edição da Sindilub Press este ano. Guardem o fôlego para a próxima, e aí sim estourem
a champanhe, descansem, pero no mucho.
Num desses dias, ao ler o jornal chamou-me a atenção a opinião de um analista econômico sobre a crise nos Estados Unidos, e
principalmente na Europa, e a estabilidade econômica experimentada no Brasil. Dizia ele, em outras palavras, mais ou menos o
seguinte, que há pouco tempo atrás também lá havia a estabilidade econômica, que se dissipou em
curto espaço de tempo, devido a vários fatores, mas dentre eles, principalmente o controle dos gastos.
Ora, em tempos de estabilidade econômica, elevar gastos é uma tentação. O duro é manter a posição,
com os gastos elevados, numa eventual crise.
Pensando bem, é uma receita bastante simples, e perfeitamente aplicável também a um micro universo,
pois é preciso sempre considerar que é mais difícil cortar gastos lá na frente, em eventual turbulência,
que ser comedido para elevá-los na bonança, afastando a tentação.
Isso não quer dizer, por favor, que não se deve pensar em investimentos. Tudo depende, porém, de
como fazê-lo, da previsão orçamentária. Miremos o exemplo da responsabilidade fiscal em nível de
finanças públicas, e apliquemos ao nosso universo.
Tenho um amigo apaixonado pela língua latina, que às vezes envia-me algumas mensagens pela
Internet, mas ainda bem que sempre acompanhadas da respectiva tradução para o português.
Apropriadamente, a última que me enviou, ouso transcrevê-la em latim, porém com a tradução
(confio nele, heim?): Carpe diem quam minime credule postero (Consumir-se o todo hoje, pois não
há o mesmo amanhã).
No mês de outubro visitamos dois eventos importantes realizados na cidade de São Paulo, o Simpósio
Internacional de Engenharia Automotiva e o Salão Duas Rodas. Neste último, a matéria de capa deu
especial enfoque aos lubrificantes desenvolvidos pelos fabricantes especialmente para motocicletas.
Aqueles que tiveram o privilégio de comparecer a esses dois eventos por certo saíram dos salões
recompensados. A indústria de lubrificantes não para de evoluir. Isso é muito bom para a revenda,
que sempre tem novidades para oferecer ao mercado consumidor.
Boa Leitura.
Expediente
Presidente: Laercio dos Santos Kalauskas
Vice-Presidente: Lucio Seccato Filho
Diretor Secretário: Jaime Teixeira Cordeiro
Diretor Tesoureiro: Paulo Roberto N. Carvalho
Diretor Social: Antonio da Silva Dourado
Diretor Executivo: Ruy Ricci
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Jornalista Responsável: Ana Azevedo - MTB 22.242
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representam necessariamente opinião da revista. Não nos
responsabilizamos conteúdos dos anúncios publicados. É
proibida reprodução de qualquer matéria e imagem sem
nossa prévia autorização.
Órgão de divulgação do Sindicato Interestadual do Comércio de Lubrificantes – SINDILUB
Foto: Wellington Cerqueira
Que maravilha! Que bom seria se assim fosse, poder saber, ter a certeza, que no amanhã nada te faltará.
Laercio Kalauskas
Presidente do Sindilub
M eio Ambiente
Plano Nacional de Resíduos
Sólidos em consulta pública
Texto: Renato Vaisbih
A
versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos foi colocada em consulta pública durante os meses de setembro e outubro,
com a realização de audiências em todo o país. Como membro do
Grupo de Trabalho Temático (GTT) da Logística Reversa de Embalagens
Plásticas Usadas de Óleos Lubrificantes, o Sindilub foi comunicado oficialmente da decisão.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, “o plano é um instrumento
importante para efetiva implementação da Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS), porque traz cenários macroeconômicos e institucionais,
diretrizes e estratégias e as metas para o manejo adequado de resíduos
sólidos no Brasil”.
As contribuições oriundas das audiências públicas regionais e das
sugestões encaminhadas via internet até o dia 7 de novembro serão
apresentadas na Audiência Pública Nacional, marcada para os dias 30
de novembro e 1º de dezembro, em Brasília.
Produção de lubrificantes
Alguns pontos em debate dizem respeito diretamente à logística reversa
de embalagens de óleos lubrificantes e ao oluc (óleo usado e contaminado), sendo que representantes do Sindilub participaram ativamente das
discussões sobre o tema.
A versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos indica que se
tratam de resíduos perigosos, segundo a norma brasileira NBR 10.004,
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), definida em 2004.
Documento preliminar
indica que 35% do
total de lubrificantes
comercializados no Brasil
é coletado após o uso
O documento colocado em consulta pública também analisa dados sobre o mercado no Brasil,
com informações fornecidas pelo Ministério do
Meio Ambiente em junho de 2011, que apontam
a comercialização, no ano passado inteiro, de
1.260.533,41 m³ de óleos lubrificantes, sendo
coletados após o uso 381.023,80 m³, o que
representa 35% do total vendido.
O relatório preliminar ainda considera levantamento feito pelo Sindicom (Sindicato Nacional
das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e
de Lubrificantes) que calcula no Estado de São
Paulo uma produção de 1 milhão de m³/ano, o
equivalente a cerca de 150 milhões de embalagens, a maioria delas de 1 litro.
S
sindilub
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M eio Ambiente
GMP se reúne sem a
presença do CONAMA
Texto: Ana Azevedo
O
GMP – Grupo de Monitoramento Permanente
da Resolução Conama 362/05 realizou nos
dias 12 e 13 de setembro, em Campo Grande,
Mato Grosso do Sul, a 24ª reunião. O evento contou
com a 2ª Reunião Setorial sobre o gerenciamento dos
óleos lubrificantes usados e ou contaminados – oluc,
que tem por objetivo a divulgação da Resolução, dos resultados obtidos até este momento e do debate quanto
às diversas formas de contribuição de cada setor para
a melhoria do sistema de logística reversa do oluc, no
sentido de atender também ao que estabelece a Lei
12.305/2010, que regulamenta a Política Nacional de
Resíduos Sólidos – PNRS.
Participaram do encontro, que aconteceu na FIEMS –
Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do
Sul, representantes de diversos setores da economia, que
tiveram oportunidade de conhecer um pouco do trabalho
que vem sendo realizado pelo GMP, bem como as principais características dos óleos lubrificantes usados ou
contaminados, o sistema legal de gestão desse resíduo,
e as expectativas em relação aos entes representados
pelos presentes.
Após essa apresentação, cada um dos participantes
teve oportunidade para apresentar suas ações e
preocupações sobre o tema, mostrando os diversos
aspectos que envolvem a coleta, seja sob o ângulo do
poder público, ou das empresas.
Além da reunião setorial, que é um importante marco
para o trabalho do Grupo, o diretor executivo do Sindilub, Ruy Ricci, destacou o fato de ser a primeira vez
que uma reunião do GMP não contou com a presença de
representantes do Conama.
A ausência vem sendo justificada por problemas de
dotação de verba para os Ministérios, porém, diz Ric-
6
sindilub
“
O grupo teve no sucesso
desse evento a confirmação
de sua sensibilidade ao reunir
previamente representantes
locais da indústria e comércio
para debater com o GMP
”
ci, “além desta justificativa tenho impressão que existe um
injustificado desestímulo às reuniões itinerantes do GMP, que
paradoxalmente atribuo mais ao sucesso desses eventos do
que a sua ineficiência”.
O diretor ressalta que o importante é continuar contando com
a participação da ANP, das Associações Abema e Anamma,
além dos representantes da sociedade civil como Apromac e de
entidades de classe ligadas aos problemas ambientais gerados
com a coleta de oluc, como Sindirrefino, Sindicom, Simepetro,
Sindirepa e o Sindilub.
“O grupo teve no sucesso desse evento a confirmação de sua
sensibilidade ao reunir previamente representantes locais da
indústria e comércio para debater com o GMP pontos específicos de suas realidades relativas à aplicação da Resolução
362, nos surpreendendo o interesse pelo assunto, o desconhecimento da Resolução, os volumes de oluc envolvidos e a
sua destinação”, comenta.
Para Ricci o aprendizado acumulado pelo Grupo se repete cada vez
mais na eficiência, na organização das oficinas, na receptividade e
facilidades operacionais oferecidas pelas Federações das Indústrias e
Comércio dos estados visitados, e na receptividade demonstrada pelos
estudantes, principalmente da área de engenharia de meio ambiente,
convidados a participar das oficinas, que em conjunto com os agentes
ambientais dos estados e municípios, revelam uma sinergia que sem
dúvida contribuirá para acelerar a conscientização de uma cultura
voltada para a preservação do meio ambiente.
S
@cosan_mobil
/cosan.mobil
Se você acha sua família superprotetora,
é porque ainda não conhece a nossa.
Superproteção é com a gente mesmo. Por isso desenvolvemos lubrificantes com
tecnologia avançada para cada tipo de motor: Mobil Super Flex, ideal para proteger
motores flex contra o desgaste; Mobil Super EcoPower, que ajuda na redução do
consumo de combustível; e Mobil Super Sintético, que oferece proteção totalmente
sintética. Mobil Super. Superproteção para todos os tipos de carros.
®
Todos os nomes dos produtos Mobil constantes nesta peça são marcas registradas da Exxon Mobil Corporation ou de uma de suas subsidiárias. A Cosan Lubrificantes e Especialidades S.A. é a distribuidora
autorizada pela Exxon Mobil Corporation para o desenvolvimento da atividade de distribuição de produtos Mobil no Brasil, sendo sua a responsabilidade pelo exercício local dessa atividade.
L
egislação
Sindicatos apresentam
propostas para a
Resolução SMA 38
Texto: Ana Azevedo
E
O Diretor Executivo do Sindirrefino, Walter Françolin explica que foi
xpirou no último dia dois de outubro o prazo
para que fabricantes e importadores apresentassem ao Governo do Estado de São Paulo
proposta de implantação de programas de responsabilidade pós-consumo, indicando um conjunto de
ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar
a coleta e a restituição dos resíduos sólidos dos produtos que a Resolução relaciona como de significativo
impacto ambiental, que devem voltar para o setor
produtivo. É a chamada logística reversa.
solicitado à Secretaria elaborar um Termo de Compromisso com os
A determinação consta da Resolução SMA-038, da
Secretaria de Estado do Meio Ambiente, em complemento ao Decreto nº 54.645, de 2009, que regulamenta a Lei nº 12.300, de 2006, explica o assessor
técnico da Secretaria, Flávio Ribeiro. “A lei já existe
desde 2006, todas as empresas estão obrigadas.
Estamos esclarecendo que a Resolução só pediu que
fosse apresentada uma proposta, é uma maneira
menos traumática de aplicar a lei. A proposta vai
orientar um cronograma de aplicação”.
discutirmos o assunto. Estamos aguardando”.
Ribeiro diz que foram feitas 54 reuniões e duas
audiências públicas para tratar do tema. Especificamente na questão dos óleos lubrificantes usados
(oluc) e embalagens usadas de óleos lubrificantes,
a discussão reuniu as principais entidades ligadas
ao setor, como o Sindilub, Sindirrefino, Sindicom,
Simepetro e Sindirepa.
Durante as reuniões os representantes dos Sindicatos apresentaram e discutiram várias considerações
sobre o tema. No caso do óleo lubrificante foi protocolado um documento conjunto, explicando que o
produto já possui uma política de logística reversa,
8
desde a publicação da Resolução Conama 362/05.
sindilub
Sindicatos, estabelecendo princípios de ambos os lados. “Queremos
que o Estado também invista na fiscalização da destinação irregular
do oluc; bem como na desoneração e agilidade da análise dos projetos
de modificação das plantas das empresas coletoras e rerrefinadoras”.
Segundo Françolin, é preciso que as empresas tenham uma contrapartida do Estado, “o documento tem que fixar responsabilidades de
parte a parte”, destaca. A proposta é homologar o programa de coleta
do oluc, que já existe, e então fixar os pontos para elaborar o Termo de
Compromisso. “O Secretário ficou de marcar uma nova reunião para
Com relação à coleta das embalagens de óleos lubrificantes, o Sindicom e o Simepetro protocolaram um documento apresentando o
“Programa Jogue Limpo”, que já está em funcionamento, inclusive
na cidade de São Paulo. Para Ribeiro, o fato do Programa estar bem
adiantado pode facilitar a adesão dos demais integrantes da cadeia.
“Não vamos proibir que ninguém apresente uma proposta individual,
mas sugerimos que isso seja feito de forma coletiva. Com as entidades
fazendo essa articulação, fica mais fácil para quem propõe, até porque
um acordo envolvendo todos facilita e reduz custos”.
Ribeiro afirma que a Secretaria sempre reconheceu que o assunto não
é fácil para ninguém. “Começamos o mais suave possível e vamos
avançando, pois sabemos que isso inclui custos, envolve market share,
além de outros fatores”.
Segundo o assessor, as empresas estão representadas, e o controle
será feito pelo CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica). No momento da apresentação da proposta, cada entidade deverá indicar os
CNPJs cobertos, para que as empresas sejam identificadas.
O próximo passo, a exemplo do oluc, será a assinatura de um Termo de
Compromisso. “É um documento hierarquicamente abaixo do acordo
setorial, com algumas particularidades. Se preciso for, vamos rever
Segundo Ribeiro, o Governo paulista não quer esperar pelo Federal
para começar a implantação. “Nos sentimos na obrigação moral de
começar por aqui, que é um Estado com mais estrutura. O governo
Federal tem um problema grande, são muitos municípios e alguns
muito pequenos”.
promisso ainda em novembro, para então efetivar a
coleta a partir de janeiro. Ribeiro acredita que pelo
fato do Jogue Limpo já existir, haverá uma agilidade no
processo. No entanto, comenta que a questão é muito
complexa em outros setores, como o de lâmpadas
fluorescentes, no qual o custo para descontaminação
é muito maior que o da produção da lâmpada.
A Secretaria acredita que cobriu praticamente 100% da questão dos
óleos e embalagens após essa rodada de negociações. Para eles o
importante nesse momento não é percentual de coleta, mas a ideia
de responsabilidade. “Acreditamos que existirão ganhos econômicos de agentes da cadeia, como já existe com o óleo usado, que é
matéria-prima para a produção de óleo básico. Vamos ter empresas
interessadas, e assim o processo prospera. Não será preciso que o
governo intervenha. Se necessário, pensaremos em metas”.
Embora no primeiro momento a Resolução fale do
produtor e importador, o assessor lembra que a revenda também será envolvida. “O revendedor pode
aderir ao programa do produtor como solidário, mas
a questão não está definida, temos divergências de
opiniões. Se a revenda não entrar agora, terá que
entrar depois”.
o que está sendo feito em função do que for decidido pela Política
Nacional de Resíduos Sólidos”, alerta.
Para o momento o importante é a cobertura geográfica. Quanto mais
consumidores participarem da devolução das embalagens, melhor.
O percentual deverá ficar para uma segunda etapa, depois que o
programa “ganhar musculatura”.
A Secretaria espera iniciar a assinatura dos primeiros Termos de Com-
A Revenda
Ribeiro explica que as soluções serão negociadas,
mas que todos os setores terão que assumir uma
parcela de responsabilidade. “Se a revenda não se
aliar ao fabricante, se não assinarem juntos, teremos
que analisar como irão atender a Resolução”.
S
Q ualidade
Programa do Monitoramento
da Qualidade muda de nome
Texto: Ana Azevedo
C
riado há cinco anos, o Programa de Monitoramento da
Qualidade dos Lubrificantes - PMQL, está ganhando
um novo perfil. Desde a edição de agosto de 2011, o
Programa passou a ser chamado de “Programa de Monitoramento dos Lubrificantes – PML. De acordo com a Superintendência da Qualidade da Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis, o novo nome retrata melhor sua
abrangência, já que além da qualidade são tratados dados
de registro e rótulo.
Outra mudança anunciada está na periodicidade da divulgação
dos dados, que passa de mensal para bimestral. O objetivo é
conferir maior representatividade aos resultados reportados,
já que as conclusões deverão se basear em um universo maior.
Desde sua criação, o Programa vem se posicionando como
importante ferramenta para mapear a qualidade dos lubrificantes e avaliar o mercado. Ao longo do ano de 2011, os
índices giraram em torno dos 20% de não-conformidade, níveis
considerados elevados pela ANP. Em função disso, a Agência
pretende intensificar as ações de fiscalização junto ao segmento, de forma a garantir um produto com maior qualidade. S
sindilub
9
C apa
Divulgação
Lubrificantes em destaq
Texto: Renato Vaisbih
O
10
ção de 336% nos últimos onze anos, segundo dados
divulgados pela Abraciclo (Associação Brasileira dos
s principais fabricantes de óleos lubrificantes tiveram presença marcante no 11º Salão Duas Rodas, realizado de 4 a
Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas,
Bicicletas e Similares), chegando a uma frota superior
9 de outubro, no Pavilhão de Exposição do Anhembi, em São
a 17,5 milhões de veículos. Para o encerramento do
Paulo. Castrol, Ipiranga, Motul, Petrobras, Total e Shell apresentaram
balanço de 2011, a Abraciclo projeta crescimento de
novidades durante o evento. De acordo com os organizadores, a feira
10% nas vendas e de 12,5% na produção, na compa-
recebeu neste ano mais de 255 mil visitantes, superando o público
ração com o ano passado.
nas edições anteriores.
“Com essa perspectiva de crescimento, o motociclista
Os investimentos no setor de lubrificantes são um reflexo do cresci-
se tornou extremamente importante para a gente. Por
mento do mercado brasileiro de motocicletas, que registrou eleva-
isso desenvolvemos um produto para atender a esse
sindilub
ue no Salão Duas Rodas
consumidor, que é mais seletivo, tem suas necessidades e, muitas vezes, se
sente marginalizado em detrimento do setor automobilístico”, afirma Miguel
Fabricantes apresentaram
Lacerda de Almeida, diretor de lubrificantes da Ipiranga, que comanda uma
divisão criada recentemente pela empresa.
Para ele, o fato de formar uma diretoria exclusiva para tratar de lubrificantes, ao lado das diretorias de combustíveis e varejo, mostra que a Ipiranga
está atenta ao mercado. “A ideia é ter foco no negócio de lubrificantes, uma
produtos desenvolvidos
exclusivamente para
vez que o segmento como um todo, incluindo os carros, está crescendo”.
No Salão Duas Rodas, a Ipiranga lançou uma linha exclusiva de óleos para
motos durante evento
motos, com cinco produtos de especificações diferentes que atendem
desde motos para passeio até os veículos utilizados para competições.
Visual simplificado
O uso de novas tecnologias e embalagens mais atrativas e com in-
recorde em São Paulo
Roberto Koba
Roberto Koba
Fábio Chieppe
formações simplificadas também foram destaque durante a feira. A
que recebeu público
sindilub
11
Petrobras, por exemplo, apresentou o óleo Lubrax Tecno Moto e novas embalagens da linha Lubrax já existente, com outros três tipos de lubrificantes
exclusivos para motocicletas.
A Shell foi outra empresa que alterou as embalagens dos óleos específicos
para motos, com um desenho desenvolvido globalmente ao longo de três anos.
“Isso reforça a preocupação da Shell em simplificar e melhorar sua oferta de
produtos aos clientes, tendo em vista que teremos um portfólio relevante, com
fácil compreensão dos benefícios e diferenças dos produtos”, afirma Raphaelly
Figueira, analista em marketing de lubrificantes da Shell.
A Castrol mostrou aos visitantes a nova linha Actevo, para motos 4 tempos,
que já contava com a tecnologia Trizone, agora incrementada com moléculas
de proteção ativa, que, de acordo com o fabricante, assegura a proteção do
motor até quando a moto está desligada. Além disso, a empresa anunciou
para o final do ano o lançamento de mais um óleo, tornando possível atender
todas as especificações das principais montadoras de
motocicletas no Brasil.
Parcerias
O gerente comercial da Motul Brasil, José Venâncio, ressalta
que a empresa já é especialista em lubrificantes para motos
e a sua participação no mercado do país está crescendo.
“Para a feira, a gente trouxe como novidade uma linha com
24 itens que complementa o nosso trabalho com lubrificantes. São itens que fazem a diferença para quem é dono
de uma moto, que asseguram a manutenção e embelezamento, por exemplo, com lubrificantes de corrente, fluído
de freios, cera e produtos para higienização de capacetes”.
Venâncio ainda destaca a parceria com a montadora
Kawasaki, que utiliza os óleos Motul nos veículos que saem da fábrica, e o
processo de desenvolvimento dos produtos da empresa. “Tudo é testado e
aprovado nas pistas, em grandes competições internacionais com a presença
dos melhores pilotos do mundo. A Motul traz a tecnologia das pistas para o
dia a dia do motociclista”.
Mais uma parceria entre fabricante de lubrificantes e montadora de motocicletas foi anunciada durante o Salão Duas Rodas. A ELF, marca da Total, iniciou
em outubro a distribuição às concessionárias da Kasinski do óleo para motor
4 tempos, fluído de freios e fluído de radiador, o que ocorria anteriormente
somente no primeiro enchimento do óleo de motor na fábrica da montadora,
em Manaus (AM).
Roberto Koba
Para Diego Tricci, diretor comercial do grupo, a parceria “mostra mais uma vez
12
nossa presença no mercado brasileiro, agora não somente em carros, mas
também no segmento de motos em todo o país”.
sindilub
S
S indilub em Ação
Convenção Coletiva de
Trabalho 2011/2012
Texto: Renato Vaisbih
E
m 26 de setembro foi realizada reunião entre os representantes da Fepetrol (Entidade Profissional) e a
Comissão de Negociação do Sindilub, composta pelo
presidente, Laercio Kalauskas; pelo diretor-executivo, Ruy
Ricci; pelo gerente da associada Fusus – Comércio e Participações (Shell), Edélcio Fornari, assistida pela assessora
jurídica da entidade, Cláudia Marques Generoso.
Na ocasião foram traçadas as novas diretrizes da Convenção Coletiva de Trabalho que vigorará no período de 1º de
setembro de 2011 a 31 de agosto de 2012. Foram definidas
a revisão das cláusulas econômicas do referido instrumento,
estipulando-se novos pisos salariais e que devem ser pagos
pelos revendedores atacadistas de óleos lubrificantes a
partir de 1º de setembro – data base da categoria.
Também foi negociado o índice de correção salarial de 9% sobre os salários praticados acima dos pisos, sendo que o vale
refeição passou a um valor facial de R$ 8,50.
Cabe esclarecer que os valores reajustados são retroativos a 1º
de setembro de 2011, e fazem parte da Convenção Coletiva do
Trabalho que vigorará para o período de 2011/2012.
A assessora jurídica do Sindilub, Cláudia Marques Generoso,
faz um alerta quanto à cláusula que trata da Participação nos
Lucros ou Resultados (PLR), através da qual as empresas deverão observar os novos percentuais que foram negociados,
mantendo-se a periodicidade anteriormente pactuada, ou seja,
a primeira parcela deverá ser paga em fevereiro e a segunda,
e última, em agosto de 2012.
Os associados que tiverem dúvidas sobre os novos valores a
serem aplicados devem entrar em contato com o Sindilub para
solicitar a íntegra do instrumento coletivo negociado.
S
S eu Negócio
Como garantir renda em
caso de acidente ou doença
Texto: Ana Azevedo
Foto: Divulgação
O
utro dia o presidente Laercio Kalauskas comentou em uma
reunião, sobre um problema enfrentado por um amigo. O rapaz, representante comercial, sofreu um acidente de moto e
terá que ficar três meses imobilizado. O assunto levantou a seguinte
questão: existe alguma maneira de garantir uma renda para esse tipo
de profissional, sem vínculo empregatício?
A resposta é: existe. Pensando nisso, o mercado de seguros criou
entre as diversas opções de coberturas adicionais do Seguro de Vida
e de Acidentes Pessoais, a Diária de Incapacidade Temporária (DIT).
As diárias são pagas de acordo com o valor contratado, a partir do
16° dia de afastamento das atividades, explica o Assessor Técnico
da Presidência do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguros,
de Empresas Corretoras de Seguros, Resseguros, de Saúde, de Vida,
de Capitalização, de Previdência Privada no Estado de São Paulo),
Marcos Pummer.
Ele explica ainda que é possível contratar mais uma cláusula adicional
na qual a diária pode ser antecipada a partir do 8° dia de afastamento
em caso de acidentes pessoais.
Consultor sênior da Barros de Moura & Associados e diretor da APTS
(Associação Paulista dos Técnicos de Seguro), Carlos Antônio Barros
de Moura, lembra que essa modalidade de seguro é muito indicada
para profissionais liberais que têm seu próprio negócio. “O seguro dá
direito a um valor proporcional aos dias em que a pessoa fica afastada
de suas atividades, dentro dos parâmetros ditados pelos limites de
valores contratados”, comenta.
A simulação que pode ser feita é a seguinte: um profissional contrata
uma diária de R$ 75,00 e paga quase R$ 30,00 mensais. Nesse caso,
se ele deixa de trabalhar por 45 dias (devido a um tratamento médico,
por exemplo), receberá R$ 3.375,00 de indenização.
14
Carlos Antônio Barros de Moura
Representantes comerciais,
profissionais liberais e autônomos
podem contar com Diária de
Incapacidade Temporária
Antes de adquirir qualquer tipo de seguro, no entanto, é preciso
estar bem orientado. Marcos Pummer, do Sincor-SP, lembra que é
importante procurar um profissional corretor de seguros devidamente
habilitado e registrado, “para isso consultem o portal do Sincor-SP
– www.sincorsp.org.br – e procurem um corretor de seguros mais
próximo de sua residência/trabalho, para a melhor orientação possível da relação custo/benefício”.
Barros de Moura ressalta que o DIT tem muito espaço
para crescer, mas não é tão procurado, sobretudo porque ainda é desconhecido. De acordo com o Sincor-SP
os profissionais que mais utilizam esse tipo de seguro
são os profissionais liberais, médicos e dentistas.
Vale ressaltar que existe limite de idade para a contratação de seguros. Para Seguro de Vida (morte) e Acidentes Pessoais até 64 anos e
somente para Acidentes Pessoais até 70 anos. Em ambos os casos é
preciso estar em plena atividade profissional.
Outra orientação importante é só fechar negócio se
estiver tudo esclarecido. “É importante que o valor caiba
no seu bolso e que a seguradora a garantir os riscos
seja de primeira linha”, ressalta Pummer.
S
sindilub
F
ique por
Dentro
ARLA 32 – Revendedor deve
se preparar para vender e
esclarecer clientes
Texto: Ana Azevedo
Imagem: Divulgação
A
poluição gerada pela emissão de gases dos motores dos veículos, em especial os movidos a diesel,
tem sido objeto de preocupação no mundo todo. A indústria automobilística engajada aos programas
de sustentabilidade vem investindo pesadamente no desenvolvimento de tecnologias para a fabricação de motores mais leves, menos poluentes e de baixo consumo de combustível.
O governo, por sua vez, através de legislações ambientais cada vez mais severas
vem acelerando o processo com objetivo de reduzir o impacto das emissões de
gases poluentes. Podemos citar a legislação Conama Proconve 7 (Programa de
Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), equivalente ao EURO 5,
que estabelece que todos os veículos movidos a diesel produzidos no Brasil a
partir de 1° de janeiro de 2012, devem atender às citadas legislações.
O que é o ARLA 32?
ARLA 32 no Catalizador
A válvula dosadora recebe
informações do motor e efetua
a dosagem do ARLA 32.
A solução é bombeada para
uma válvula dosadora.
Uma solução de 32% de
Uréia - chamada ARLA 32 - é
colocada em um tanque.
O ARLA 32 é injetado
diretamente no duto de escape.
Uma CPU processa informações e
informa a correta dosagem ARLA 32
para ser dosado.
16
sindilub
O catalizador que está montado no sistema de
escape utiliza o ARLA 32 para reduzir o NOx em
Nitrogênio comum e Vapor d’água.
Os novos motores diesel deverão dispor de um sistema chamado
SCR, que neutraliza o Óxido de Nitrogênio (NOx) no sistema de
escapamento, processo realizado dentro do catalisador através
da injeção no sistema de escapamento de uma solução à base
de uréia, que atua na saída dos gases, transformando o NOx
gerado na combustão em uma substância inofensiva.
É importante observar que os novos caminhões e ônibus
equipados com motores com o sistema integrado SCR devem
vir equipados com o tanque adicional específico para receber essa solução. Em hipótese alguma o produto deverá ser
misturado ao diesel e muito menos ao lubrificante do motor.
Comercialmente a solução de uréia é disponibilizada sob a sigla “Arla 32”. O produto já
está sendo disponibilizado no mercado através
de importação, e até a presente data, pelo
que temos notícia, produzido pela Tirreno,
Petrobras e Vale, podendo ser encontrado na
rede de concessionárias de veículos a diesel,
e postos revendedores.
Embora o volume inicial de demanda do produto seja pequeno, é importante que o revendedor atacadista não só domine
essa nova tecnologia para o esclarecimento aos seus clientes, como inclua o produto na sua grade de comercialização.
Atenção
»» o uso de qualquer outra solução pode causar sérios problemas ao veículo, que entrará
automaticamente em modo de proteção limitando a potência do motor gradativamente;
»» utilizar somente diesel com baixo teor de
enxofre – S50 (máximo 50ppm de enxofre) e
que não possua concentração de biodiesel
acima de 5% (B5);
»» as embalagens de Arla 32 não devem ser
reaproveitadas para outros usos e caso
ocorra vazamento ou escorrimento na sua
aplicação, limpe imediatamente a região,
pois o produto, em contato com metais e
conexões elétricas, causa corrosão.
V arejo
Parcerias de sucesso
Texto: Renato Vaisbih
Fabricantes de
óleos lubrificantes
e filtros investem
em projetos que vão
desde a capacitação
de funcionários
até atendimento
diferenciado nas
revendas
P
or motivos óbvios, seria impossível
manter uma revenda ou qualquer
outro tipo de negócio envolvendo
lubrificantes sem um relacionamento direto
com os fabricantes dos produtos oferecidos
nestes estabelecimentos. Na outra ponta,
também é evidente que os produtores de
óleos têm inúmeros interesses em jogo e
traçam diferentes estratégias para aumentar o volume de vendas. É dessa equação
que surgem projetos e parcerias frutíferos
para todos, inclusive aos consumidores
finais, proprietários de automóveis, motos
ou outros tipos de veículos.
A fabricante de filtro Tecfil criou o Centro
de Treinamento TecStop, com uma extensa programação de cursos gratuitos para
empresários do setor e seus funcionários.
O objetivo principal é capacitar os aplicadores, apresentando os produtos e a maneira
correta de utilizá-los.
De acordo com Roberto Rualonga, gerente
da assistência técnica da empresa, “é uma
forma de estreitarmos o relacionamento
com os nossos clientes e distribuidores,
além de contribuir tecnicamente e aumentar a confiança. Outro ponto levado em
18
sindilub
Foto: Divulgação Tecfil
Foto: Carol Castro
consideração ao criar o TecStop foi a carência no mercado de treinamento deste
tipo para quem vende os produtos. Assim, também mostramos a importância
do estreitamento comercial”.
Adotado em 2006 pela Total Lubrificantes, que comercializa as marcas Elf e Total,
o projeto ROC (da sigla em inglês para Rapid Oil Change) transfere o know-how
do fabricante para os empresários. Trata-se de uma espécie de franquia, com
algumas diferenças nas regras, como a inexistência da cobrança de royalties
(taxas pelo uso da marca).
“A ideia é oferecer estabelecimentos diferenciados, com atendimento especializado,
ágil, em um ambiente confortável e com
serviço prestado por técnicos treinados
pela Total, que efetuarão, ainda, a checagem gratuita de até 15 itens de segurança
do veículo para seus clientes”, afirma Diego
Tricci, diretor comercial do grupo.
Outra parceria com empresários foi viabilizada pela Cosan Lubrificantes e Especialidades, detentora do direito de uso da
marca Mobil no Brasil, com o objetivo de
atender às necessidades do mercado com
um conceito diferenciado de atendimento
aos clientes. O programa, batizado de Mobil
1 Center, teve início em setembro, com a
inauguração de duas lojas-piloto em Campinas, no interior paulista.
“Há troca de óleo, alinhamento, balanceamento, injeção eletrônica, serviços de freios,
pneus e suspensão. Uma sala de espera
Foto: Divulgação Mobil
equipada com televisão, WiFi e café é um conforto a mais para a espera da troca.
Sem contar a imersão no clima de Fórmula 1 que conquista qualquer apaixonado
por carros”, afirma Newton Perez, gerente nacional de Vendas - Automotivo da
Cosan Lubrificantes e Especialidades.
S
E
NTREVISTA
Bernardo Lemos
Gerente de Com. Int. de Lub.
e Parafinas da Petrobras
Petrobras produzirá óleo básico grupo II
no COMPERJ
Texto e Foto: Ana Azevedo
A
Petrobras decidiu incluir no projeto do Complexo Petroquímico
do Rio de Janeiro (Comperj) a
produção de óleo básico para fabricação
de lubrificantes do chamado grupo II. O
produto de melhor qualidade do que o
atualmente produzido pela estatal no
Brasil, favorece a formulação de lubrificantes automotivos que contribuem
para a economia de combustível e para
a redução de emissões.
Cerca de 60% dos lubrificantes têm
como destino o mercado automotivo
que vem exigindo produtos com maior
desempenho, influenciados pela legislação ambiental. O país é o quinto maior
mercado no mundo de lubrificantes e
o maior em crescimento, no entanto,
importa atualmente 60% do óleo básico que consome.
A América do Sul totaliza 3.500 mil m³/ano (9% do mercado mundial) com déficit crescente
na produção de óleos básicos. Para o gerente de Comércio Interno de Lubrificantes e Parafinas da Petrobras, Bernardo Lemos, a produção no Comperj tem por objetivo atender às
necessidades do mercado não só em termos de volume, quanto em melhoria da qualidade
dos novos lubrificantes.
Como está hoje a oferta de básico tipo II por parte da Petrobras?
Atualmente a Petrobras importa óleos básicos grupo II para atender às necessidades de
alguns de seus clientes no Brasil.
E a demanda no país?
A demanda por este tipo de óleo básico está aumentando à medida que o mercado necessita
de lubrificantes de melhor qualidade, principalmente para atendimento aos novos requisitos
de lubrificantes automotivos.
20
sindilub
“
Os preços de
óleos básicos
no Brasil
acompanham
a variação
deste produto
no mercado
internacional e
a variação do
câmbio.
”
O que isso significa para os negócios da Petrobras e para o mercado nacional,
o início da produção de básico tipo no Comperj?
A produção de óleo básico grupo II no Comperj significa redução da dependência de importação de óleos básicos para atendimento ao mercado brasileiro
e aumento da participação da Petrobras neste mercado, com um produto de
boa qualidade e atendendo às necessidades do mercado.
Já existe previsão do tamanho dessa produção?
A produção será de 400.000 m³/ano de óleo básico grupo II.
Com o aumento do dólar mudou alguma coisa na previsão do consumo de óleo
básico no país até o final do ano?
Não, o que pode alterar a previsão de consumo de óleo básico no Brasil é a atividade econômica do país.
Existe previsão de aumento de preço do básico ou do produto acabado em função
dessa virada no preço do dólar?
Os preços de óleos básicos no Brasil acompanham a variação deste produto no
mercado internacional e a variação do câmbio. A desvalorização do real está,
de certa forma, sendo compensada pela redução da commodity no mercado
internacional. Mas devido às incertezas na economia mundial, é difícil precisar
como será o comportamento destas duas variáveis nos próximos meses e, consequentemente, como se comportará o preço para o mercado brasileiro.
S
Dê ao óleo usado o destino
previsto em lei e ajude a
preservar a natureza.
Cumpra a Resolução
CONAMA 362/2005
SINDIRREFINO
Sindicato Nacional da Indústria do Rerrefino de Óleos Minerais
Avenida Paulista, 1313 • 8º andar • conjunto 811 • FIESP
CEP 01311-923 • São Paulo/SP • Fone/Fax (11) 3285-5498
www.sindirrefino.org.br
E
NTREVISTA
Edécio Fornari
Gerente de RH da Fusus
Contra o apagão
Texto: Renato Vaisbih
Foto: Divulgação
D
urante um fórum organizado em agosto pela Associação Brasileira
de Recursos Humanos (ABRH), 80 presidentes de grandes empresas
do país apontaram que, entre os maiores desafios para os próximos
anos, a escassez de mão de obra ocupa o primeiro lugar, citada por 55% dos
dirigentes. A entrada de novos concorrentes estrangeiros no mercado nacional
(22%), a variação cambial (18%) e a taxa de juros (4%) também apareceram
na lista de preocupações.
Edélcio Fornari, gerente de Recursos Humanos da Fusus Comércio e Participações (Shell Lubrificantes) e membro da comissão de negociação sindical
do Sindilub, afirma que o resultado do levantamento leva a área de RH para
o centro das discussões de qualquer tipo de negócio.
Nesta entrevista à Sindilub Press, Fornari ainda analisa o cenário atual com
relação às dificuldades enfrentadas pelos empresários para encontrar mão
de obra qualificada e enumera algumas sugestões de como agir para manter
os bons funcionários nos seus postos de trabalho atuais.
Muito se fala sobre o apagão da mão de obra por causa da falta de qualificação. Como o sr. analisa este cenário?
A falta de mão de obra qualificada é um assunto que nos acompanha há algum
tempo, mas vem ganhando mais importância em função, logicamente, dos
pontos positivos da economia do país e das expectativas para o futuro, com
a realização de grandes eventos, como a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos
de 2016.
Desde quando, então, o Brasil já enfrenta
dificuldades por causa da escassez de mão
de obra qualificada?
Em meados dos anos 1990, no auge da
implementação dos programas de qualidade
total e a busca por melhorias para se alcançar as certificações ISO, muitas empresas já
sentiram a falta de mão de obra qualificada e
começaram a investir nos seus funcionários,
inclusive com programas para reter esses
trabalhadores. Isso, aliás, é uma ação lógica.
Não adianta a empresa investir e não reter
o funcionário. É jogar dinheiro fora, ou no
mínimo treinar para o mercado. Até o início
dos anos 2000 vivíamos um momento em
que havia muitos profissionais disponíveis
no mercado. O problema é que, quando as
empresas iam buscar as pessoas nesse mercado, em um processo de seleção com 50
candidatos, acabavam sobrando dois ou três
qualificados para aquela vaga que precisava
ser preenchida.
E como está o mercado atualmente?
A falta de mão de obra continua sendo um
problema, apesar da expansão da economia
e da onda de consumo verificada no Brasil
nos últimos anos. A formação e qualificação
de mão de obra não acompanharam este
crescimento, pelo contrário aumentou o
déficit. Percebemos dificuldades mesmo em
áreas de grandes empregadores e que a
mão de obra não tem de ser extremamente
qualificada, como em algumas posições na
área da construção civil, por exemplo.
A área de lubrificantes também enfrenta
este apagão?
Conforme você vai afunilando para ser mais
técnico, vai piorando. Então, na hora que você
precisa de um funcionário mais técnico, que
entenda como funciona o motor, fica mais
difícil. Seria muito bom o trabalhador de uma
revenda de lubrificantes, de uma loja de autopeças ou de uma oficina mecânica vender o
o da mão de obra
Gerente de RH defende
treinamento e benefícios para
reter talentos nas empresas
lubrificante e explicar para o cliente como o produto atua
no motor e quais os seus benefícios. O funcionário da
revenda de óleo também precisa estar melhor preparado,
conhecer as especificações dos lubrificantes, comparar
um produto com o outro, indicar qual o melhor óleo para
determinado tipo de motor. Para o trabalhador conhecer
isso tudo, é preciso formação e, mais do que isso, que
esteja comprometido e engajado com a empresa.
Existe alguma receita para formar e engajar o funcionário?
Esse é o problema que está tirando o sono dos CEOs das
grandes companhias, como mostrou o levantamento da
ABRH. O que vamos fazer para conseguir essa mão de
obra e, depois, para retê-la? Os presidentes das grandes
empresas colocam claramente que querem ter o setor de
RH mais próximo deles. Isso se tornou algo estratégico
nas companhias, com a área de RH no centro das mesas
de discussões. E essa experiência também é válida para
pequenas e médias empresas, como as que fazem parte
do segmento de lubrificantes no Sindilub.
O sr. afirma que as pequenas e médias empresas também podem seguir exemplos das grandes companhias.
No segmento de lubrificantes, o que os empresários
podem fazer para qualificar a mão de obra e manter
os trabalhadores?
Eu coloco para todos – companhias, distribuidores e
revendedores – a educação como ponto fundamental. É
muito importante investir em treinamento. Depois disso,
como fazer para manter meus talentos? É preciso ter boas
práticas, ser uma empresa que tem um diálogo aberto,
uma comunicação transparente, um bom ambiente de
trabalho e que proporcione segurança e qualidade de vida.
Só a remuneração não é mais suficiente para segurar os
trabalhadores. É claro que ainda é algo importante, mas
não é tudo. Um processo de feedback na companhia,
por exemplo, pode ser positivo, com os funcionários em
contato constante com seus superiores.
Os benefícios tradicionais ajudam a reter os funcionários?
Os benefícios variam de empresa para empresa, inclusive com alguns itens definidos por convenções coletivas e acordos sindicais.
Mas o empresário precisa pensar em algo diferente, como algumas ações que podem ser, em alguns casos, até mais eficientes
do que o aumento de salários. Dar prêmios por metas atingidas
por um funcionário que teve bons resultados, como uma viagem
com a família dele, pode ser muito bom. Desenvolver um bom
programa de Participação nos Resultados. Premiá-lo por uma ideia
implementada e que trouxe ganhos financeiros para a empresa.
Mais do que benefícios, acho que é importante a oportunidade de
desenvolvimento profissional. Nas pequenas e médias empresas,
é possível auxiliar um jovem trabalhador pagando parte de um
curso técnico ou da universidade. Certamente ele vai perceber
que está sendo valorizado e terá chances de ter uma promoção
no médio prazo. Os trabalhadores da nova geração não têm muita
paciência para esperar por resultados. Eles querem saber logo
como será a sua carreira.
Qual o recado que o sr. deixaria para os empresários do segmento
de lubrificantes sobre o relacionamento com seus funcionários?
Nas pequenas e médias empresas, os funcionários precisam se
sentir donos do negócio. E isso é bom para os dois lados. O empregado se sente valorizado e, para a empresa, o retorno que esse
funcionário vai dar é muito melhor. Ele vai fazer o trabalho com
muito mais carinho e eficácia. Mas o grande recado é investir em
educação em todos os níveis. É disso que as empresas precisam
hoje para sobreviver. Se você perde hoje um funcionário, seja ele
um ajudante, um analista, um gerente ou um diretor, você terá
dificuldades para repor esse profissional.
S
sindilub
23
E
vento
Simpósio da AEA discute
a evolução tecnológica
dos óleos lubrificantes
Texto: Ana Azevedo
Fotos: João Luiz Oliveira - Tecnifoto
A
Visão Tecnológica dos Lubrificantes Automotivos foi o tema central
do IV Simpósio Internacional de
Lubrificantes, Aditivos e Fluidos, promovido pela AEA – Associação Brasileira de
Engenharia Automotiva, no dia 27 de outubro, no Hotel Renaissance, em São Paulo.
Ao longo de todo o dia, diversos palestrantes, sendo cinco internacionais, discorreram sobre as tendências e desafios
do setor. Durante a abertura o presidente
da AEA, Antonio Megale, destacou a
importância do pais ter não apenas um
grande mercado, mas também tecnologia
de ponta.
Comissão organizadora do evento. Da esquerda para a direita Pedro Nelson Belmiro (Consultor
Técnico de Lubrificantes), Simone Hashizume (Gerente Senior da JX Nippon Oil) e Sergio Luiz
Viscardi (Gerente Técnico da Ipiranga).
Abrindo os trabalhos o vice-presidente
da Cummins para a América Latina, Luis
Afonso Pasquotto, falou sobre a expectativa dos consumidores em relação aos lubrificantes. Para ele, os usuários comuns buscam
preço, enquanto os profissionais querem qualidade e desempenho.
No painel internacional sobre óleos básicos, que contou com a participação do diretor
técnico da SL Lubricantes Américas, Mike Brown, o diretor de vendas da neste Oil, Ed
Potter e o diretor de vendas da ExxonMobil Chemical, Martin Krevalis, foi dado destaque
para as tendências e desafios tecnológicos dos óleos básicos, que buscam a economia de
consumo, melhor desempenho dos motores e controle da emissão de poluentes.
A qualidade dos óleos lubrificantes foi o tema da palestra da Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis, apresentada pela especialista em regulação, Maria da
Conceição França. O representante do Inmetro, Fabio Ferreira Real, abordou os requisitos
de avaliação de conformidade para fluidos de freio.
Os aspectos tecnológicos que envolvem a relação entre óleos lubrificantes e os componen-
24
sindilub
tes dos motores modernos, bem como a influência da tribologia
na performance da transmissão, foram os temas da segunda
metade do Simpósio, apresentados por Rafael Antonio Bruno,
da Mahle Metal leve e Carlos Mussato, da ZF do Brasil.
Para finalizar o evento, o Painel Tecnologia reuniu Eduardo Baralt, cientista da Novvi SA, de Marcos Davi Rufino dos Santos,
gerente de Vendas da ChevronOronite, Ian Field, gerente de
óleos lubrificantes de cárter automotivo da Infineum e de Cláudio
Williams Azevedo Lopes, gerente de Vendas da Afton Chemical.
Ao final de cada painel e palestra, os presentes tiveram oportunidade de realizar perguntas. Os painéis foram mediados pelo
representante do IBP - Instituto Brasileiro do Petróleo, Pedro
Nelson Belmiro.
De forma geral, todos os palestrantes destacaram como principal desafio, a redução de emissão de CO², concomitantemente
à economia de consumo e eficiência energética. Para os organizadores do evento, a presença dos convidados e participantes
estrangeiros prova que o Brasil, 6° maior produtor de automóveis e 5° de motocicletas, está entre os mais importantes
mercados internacionais também em óleos lubrificantes. S
E
vento
A competitividade e o futuro
da indústria automotiva
Texto: Ana Azevedo
Foto: Divulgação AEA
A
convite da AEA o Sindilub participou da
19ª edição do Simpósio Internacional de
Engenharia Automotiva - SIMEA 2011. O
evento, realizado nos dias 21 e 22 de setembro,
no WTC Sheraton Hotel, em São Paulo, teve
como tema central a “Competitividade da Indústria Automotiva Brasileira: o futuro é agora”.
Para o diretor executivo do Sindilub, Ruy Ricci,
que representou o Sindicato, o evento demonstrou uma magnitude surpreendente tanto pela
área de exposição, que contou com a presença
de estandes da indústria automobilística, bem
como de universidades que tem no seu currículo foco voltado para a formação de profissionais de engenharia automotiva, quanto pelas
palestras nas plenárias.
Durante a abertura do evento, o diretor da IHS
Automotive, Philip G. Gott fez uma leitura do
segmento automotivo internacional, até o detalhamento do pólo produtivo brasileiro, hoje na
6ª posição do ranking mundial, contextualizado
no 5° mercado consumidor mais importante do
mundo. “A visão estratégica do setor automotivo
brasileiro deve contemplar a pergunta: o que o
Brasil quer ser no futuro?”, indagou Gott.
Outro painel que mereceu destaque abordou
o desenvolvimento do profissional da indústria
automobilística com uma grande preocupação
com a falta de mão de obra especializada em
nível de engenharia, já verificada no presente,
e principalmente, quando se visualiza o futuro.
Esse painel contou com a participação de cinco
palestrantes, como Miguel Jorge, ex Ministro do
26
sindilub
Desenvolvimento da Indústria e Comércio, professor José Roberto Cardoso,
diretor da Poli-USP, João Irineu Medeiros, diretor da Fiat Powertrain, Ronaldo Salvagni, professor doutor e diretor acadêmico da AEA. Como mediador
Fred Carvalho, diretor e editor da Autodata, responsável pela organização do
evento, e a participação do estudante de engenharia mecânica da Poli, Diego
Haim, que transmitiu aos presentes sob seu ponto de vista, a dificuldade da
atração do recém-formado pelo setor automobilístico que passa entre outros
pontos, pela baixa remuneração oferecida.
A programação contou ainda com painéis que cuidaram do cenário atual de
emissões, mesa redonda das montadoras sobre a importância do desenvolvimento de uma engenharia automotiva nacional, segurança no transporte
e no trânsito e inovação para a competitividade.
Durante os dois dias de evento, simultaneamente ocorreram cerca de 50 sessões
técnicas dispostas em auditórios que abordaram os mais diversos temas. De
acordo com Ricci, difícil foi escolher as palestras das sessões técnicas, que se
sobrepunham, tanto pelos temas de relevante interesse quanto por horários,
porém com total flexibilidade para circulação entre os auditórios.
De forma geral, os debates concentraram-se na proposta de se encurtar o
distanciamento entre a indústria, universidades e o governo, clareza na visão
estratégica setorial, para consolidar o setor automobilístico brasileiro como
um dos pólos produtivos mais importantes do mundo.
S

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