Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio Janeiro Escola
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Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio Janeiro Escola
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. i Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio Janeiro Escola Nacional de Botânica Tropical Florística e Ecologia das Comunidades de Briófitas em Florestas de Terra Firme no Estado do Pará, Amazônia, Brasil Ana Cláudia Caldeira Tavares Martins 2009 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. ii Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio Janeiro Escola Nacional de Botânica Tropical Florística e Ecologia das Comunidades de Briófitas em Florestas de Terra Firme no Estado do Pará, Amazônia, Brasil Ana Cláudia Caldeira Tavares Martins Tese apresentada ao Programa de PósGraduação em Botânica, Escola Nacional de Botânica Tropical, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Doutor em Botânica. Orientadora: Dra. Denise Pinheiro da Costa Co-orientadora: Dra. Regina Célia Lobato Lisboa Rio de Janeiro 2009 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. iii Florística e Ecologia das Comunidades de Briófitas em Florestas de Terra Firme no Estado do Pará, Amazônia, Brasil Ana Cláudia Caldeira Tavares Martins Tese submetida ao corpo docente da Escola Nacional de Botânica Tropical, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro - JBRJ, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Doutor. Aprovada por: Prof. Dra. Denise Pinheiro da Costa (orientadora) ___________________ Prof. Dra. Kátia Cavalcanti Pôrto ____________________ Prof. Dr. Paulo Eduardo Aguiar Saraiva Câmara ____________________ Prof. Dr. Pablo José Francisco Pena Rodrigues ____________________ Prof. Dra. Renata Perpetuo Reis ____________________ Prof. Dra. Dorothy Sue Dunn de Araújo (suplente) ____________________ Em 07/08/ 2009 Rio de Janeiro 2009 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. iv Martins, Ana Cláudia Caldeira Tavares. Florística e Ecologia das Comunidades de Briófitas em Florestas de Terra Firme no Estado do Pará, Amazônia, Brasil /Ana Cláudia Caldeira Tavares Martins. – Rio de Janeiro, 2009. xvi, 117 + 37 f. anexos: il. Tese (Doutorado) – Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro/Escola Nacional de Botânica Tropical, 2009. Orientadora: Denise Pinheiro da Costa Co – orientadora: Regina Lobato Lisboa Bibliografia. 1. Brioflora. 2. Florestas primárias e secundárias. 3. Sucessão ecológica. Distribuição vertical. 4. Amazônia Oriental. I. Título. II Escola Nacional de Botânica Tropical. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. v “O saber ensoberbece, mas o amor edifica. Se alguém julga saber alguma coisa, com efeito, não aprendeu ainda como convém saber.” 1 Coríntios 8: 1-2. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. vi Ao meu amigo, irmão, pai, filho e esposo mui amado Alcindo Jr., motivo de grandes mudanças e alegrias em minha vida. DEDICO. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. vii AGRADECIMENTOS Ao Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro e à Escola Nacional de Botânica Tropical (ENBT) pela oportunidade de crescer profissionalmente e pelo auxílio financeiro concedido. À Dra. Denise Costa pela orientação, confiança, apoio, palavras de estímulo e paciência dedicados ao longo destes anos. Ao corpo docente da ENBT pelos ensinamentos. À coordenadora da Pós-graduação Dra. Dorothy Araújo e ao coordenador anterior Dr. Leandro Freitas pelo apoio. Ao CNPq pela concessão da bolsa de estudos durante dois anos. Aos funcionários da ENBT, Janúzia Fernandes, Nilson Freitas, Catarina Capurro e Diego Braga que sempre foram bastante solícitos. Ao Dr. Pablo Rodrigues, pela criteriosa leitura da versão preliminar deste manuscrito na disciplina Seminários II. À Dra. Helena Bergallo pelo auxílio no desenho amostral e análise estatística do capítulo III deste manuscrito. Aos amigos e companheiros da briologia Nívea Dias e ao casal Caio e Thaís Imbassahy, três pessoas lindas e iluminadas. Obrigada pelo acolhimento, sorriso, abraço, preocupação, alegria e pela força concedida ao longo destes anos. Aos colegas de curso Adriana Lobão, Alba Regina, Gracialda Ferreira, Jakeline Pires, Alexandre Gomes, Luciano Araújo, Jacira Rabelo, Maurício Yepes e Gustavo Heiden, pela convivência amistosa e pela força nos momentos difíceis. Ao Museu Paraense Emílio Goeldi, nas pessoas da Dra. Ima Guimarães, diretora da instituição, e Dr. Mário Jardim, coordenador da Botância, pela logística desde os tempos da iniciação científica. À Dra. Regina Lobato, pela co-orientação, pela confiança, disponibilização de todos os recursos do laboratório e por todo apoio científico, maternal e fraternal. À minha equipe de coleta Mário Rosa Jr., Daniel Nascimento e Benedito Seabra pelo auxílio fundamental na realização deste trabalho. À M.Sc. Eliane Constantinov pelo auxílio no reconhecimento das áreas de estudo em Capitão Poço. À M.Sc. Arlete Almeida pela confecão dos mapas. Ao M.Sc. Alcindo Martins Jr. pelo auxílio nas coletas e pelas ilustrações do capítulo I. Ao M.Sc. Áderson Avelar pelo auxílio na análise estatísica do capítulo II deste manuscrito e pela amizade. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. viii À Dra. Anna Luiza Ilkiu-Borges, por há nove anos ter aberto as portas do mundo das briófitas para mim, pelas constantes ajudas, leituras críticas, confirmação de espécies de Lejeuneaceae, literaturas e principalmente pela amizade, compreensão e força. À Universidade do Estado do Pará, nas pessoas do prof. Dr. Rui Almeida e Prof. Alice Souza, pelo auxílio nas distribuições das disciplinas, o que me possibilitou, nos últimos seis meses, maior tempo para finalização deste manuscrito. Às amigas e colegas de trabalho Ângela Lobato, Elisabeth Vieira, Vânia Lobo e Josyane Brasil pelo incentivo. Às alunas Danielle Nunes e Eline Garcia pelo auxílio na montagem das duplicatas e pelas constantes orações pelo bom sucedimento deste trabalho. Às inseparáveis, Eryka Guimarães e Rita de Cássia Santos. Inicialmente, companheiras da briologia e no decorrer de nove anos, irmãs de lutas. Presenças constantes nos momentos de tristezas e alegrias. Espíritos iluminados que tantas vezes trouxeram luz para o meu caminho. Chuva de bênçãos para vocês hoje e sempre. À família Ferreira da Silva, por aceitar ser minha segunda família. À tia Rosa, mãe do coração, que me recebeu no Rio de Janeiro de braços abertos, dando tudo o que se pode dar a uma filha como amor, abrigo, alimento, dinheiro do ônibus e irmãos carinhosos: Daniel, Danielle e Gabriella. Aos tantos amigos, pessoas com quem pude contar antes e durante a realização deste trabalho: Alessandro Rosário, Aline Bentes, Anderson e Viviane Tanaka, Breno e Fabrízia Rayol, Cíntia Soares, Cyntia Meireles, Eleonora Brasil, Fabrício e Priscila Sarmento, Fernando Peçanha Jr., Juliana Oliveira, Lisi Dámaris, Mércia Silva, Luiz e Eryka Guimarães, Maria Conceição e Rafaela Guimarães. À minha amada família que, mesmo com uma perda insubstituível, conseguiu se manter aos trancos e barrancos quando morei no Rio de Janeiro, me dando forças e incentivos. Em especial agradeço à minha mãe que sempre cuidou de mim e das minhas irmãs Cleres e Carol, e hoje cuida das minhas duas filhas amadas Emanuelle e Ana Júlia. Ao meu querido cunhado Roberto Martins pela confecção do abstract e pelos incentivos e orações. Ao meu amado esposo Alcindo Jr., presente do Pai do céu, que mudou minha forma de ver o mundo e que completou minha existência neste planeta, dando-me também a oportunidade de gerar uma vida. Obrigada por me ajudar em todos os momentos da realização deste trabalho e por me ajudar a conhecer um Deus diferente. E por fim ao mais importante de todos e de tudo: a Deus Pai e ao Mestre Jesus, aquele que é a luz do mundo, que vive e reina para sempre. Obrigada por conceder a graça de realizar este trabalho, de ser filha, mulher e mãe. Que a realização deste sonho sirva para que teu nome seja engrandecido hoje e sempre, Amém. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. ix RESUMO A vegetação do nordeste paraense sofreu um intenso processo de ocupação agrícola, resultando em um mosaico de florestas secundárias de diferentes idades de regeneração e pequenos fragmentos de florestas intactas. Tais áreas despertam interesse para realização de estudos de sucessão ecológica e distribuição vertical das briófitas, pois são plantas sensíveis à distúrbios em ecossistemas e mudanças ambientais. Este estudo teve por objetivo realizar o levantamento das espécies de briófitas em cinco áreas de floresta de terra firme, sendo uma de floresta primária e quatro de florestas secundárias em cronossequência de 6, 10, 20 e 40 anos de regeneração; comparação da riqueza de espécies nestas áreas; observar as variações nas comunidades ao longo do gradiente vertical em floresta primária; identificar possíveis espécies indicadoras de áreas perturbadas e ampliar a distribuição geográfica das espécies na região. Para o estudo da sucessão, no sub-bosque das florestas a coleta foi aleatória e realizada até 1,80m do nível do solo em duas parcelas de 1000 m2. Para o estudo de distribuição vertical, na floresta primária, foram selecionados 15 forófitos cuja copa poderia ser observada no sub-bosque. Foram identificadas 99 espécies de briófitas nas áreas de estudo, sendo 33 musgos e 66 hepáticas, distribuídas em 49 gêneros e 14 famílias. Estes dados representam 30% da brioflora do estado do Pará. Observou-se diminuição no número de espécies das florestas secundárias em relação à floresta primária e mudanças na composição florística ao longo da sucessão. Em decorrência das perturbações ambientais, nas florestas secundárias, as espécies buscaram colonizar substratos diferentes e desenvolver formas de vida para melhor captação de umidade. Na Amazônia Oriental são necessários mais de 40 anos de sucessão para que a brioflora de florestas secundárias possa ser mais semelhante com a de floresta primária. Fazendo uma estimativa, seriam necessários 100 anos de regeneração. Não foi observada maior riqueza de espécies no dossel que no subbosque, como registrado em outras florestas tropicais da América do Sul. Entretanto, a partir de 2m de altura foram registrados 45,5% das espécies encontradas no levantamento, demonstrando que uma amostragem representativa não é possível sem análise ao longo do tronco até a copa das árvores. Não foi observada preferência das espécies de briófitas por determinado forófito. Sugere-se a ampliação do número de áreas protegidas na Amazônia, principalmente naquelas onde a pressão do desmatamento for mais intensa. Palavras-chave: Brioflora, florestas primárias e secundárias, sucessão ecológica, distribuição vertical, Amazônia Oriental. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. x ABSTRACT Vegetation at the northeast of the Pará state has suffered an intense process of agricultural occupation, resulting in a mosaic of secondary forests with different regeneration ages and small fragments of undamaged forests. Such areas are interesting to achieve studies of ecological succession and vertical distribution in ecosystems and environmental changes. This study aimed to achieve a survey of the bryophytes species in five areas of the forest of terra firme, being one of primary forest, end four of secondary forests, in a chronosequency of, 6, 10, 20 and 40 years of regeneration; also, it aims to stablish a comparison among the wealthy of species in these areas; observe variations in the communities along the vertical gradient in primary forest; identify possible species which are responsible to indicate disturbed areas and amplify the geographical distribution of the species in that area. For the study of the succession at the sub-wood of the forests, the collection was random and done up to 1,80 m from the ground level in two parcels of 1000 m2. For the vertical distribution studies, in the primary forest, 15 phorophytes, whose top could be observed from the understory, were selected. Ninety nine species of bryophytes were identified in the study areas, being 33 mosses and 66 liverworts, distributed in 49 genders and 14 families. These data represent 30% of the bryoflora of Pará state. It was observed a decrease in the number of species in the secondary forests compared to the primary ones and also changes in the floristic composition along the succession. Due to the environmental disturbances, in the secondary forests, the species went they looked for to colonize different substrata and to develop life forms for better humidity reception. At the West Amazon, over 40 years of succession are needed for the bryoflora of secondary forests to be similar to the primary forest one. Larger wealth of species was not observed in the canopy that in the understorey, as registered at other tropical forests of South America. Although, from 2 m of highness there were seen 45,5% of the species found in the survey, showing that a representative sampling is not possible without analysis along from the bark to the top of the trees. It was not seen preferences of the bryophyte species for specific phorophytes. It is suggested the enlargement of the number of protected areas in Amazon, specially those ones where the pressure for harvesting is more intense. Keywords: Bryoflora, Primary and Secondary Forest, Ecological Succession, Vertical distribution, West Amazon. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. xi SUMÁRIO AGRADECIMENTOS........................................................................................................ vii RESUMO.............................................................................................................................. ix ABSTRACT........................................................................................................................... x Lista de siglas e abreviaturas ............................................................................................... xiii Lista de tabelas .................................................................................................................... xiv Lista de figuras ..................................................................................................................... xv INTRODUÇÃO GERAL ..................................................................................................... 1 As briófitas: características e importância ................................................................... 1 Estudos sobre sucessão ecológica e fragmentação de florestas ................................... 2 O estado do Pará e a fragmentação das florestas ........................................................ 3 Efeitos da distribuição vertical na brioflora ................................................................. 4 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .............................................................. 7 CAPITULO I – Brioflora de florestas de Terra Firme em diferentes estádios de sucessão no município de Capitão Poço, Pará, Brasil ................................................................................ 9 Introdução ............................................................................................................................. 11 Material e Métodos ............................................................................................................... 13 Área de estudo ............................................................................................................. 13 Amostragem e estudo do material ............................................................................... 14 Análise dos dados ........................................................................................................ 14 Resultados e Discussão ........................................................................................................ 15 Riqueza ........................................................................................................................ 15 Composição florística .................................................................................................. 15 Distribuição geográfica ............................................................................................... 15 Floresta primária x florestas secundárias .................................................................. 16 Gradiente vertical ........................................................................................................ 17 Agradecimentos .................................................................................................................... 18 Referências ........................................................................................................................... 18 Anexos .................................................................................................................................. 28 CAPÍTULO II – Comunidades de briófitas em uma cronossequência em florestas de Terra Firme no estado do Pará, Amazônia, Brasil ......................................................................... 44 Introdução ............................................................................................................................. 46 Material e métodos ............................................................................................................... 49 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. xii Área de estudo ......................................................................................................... 49 Seleção e delimitação das áreas de estudo do material ........................................... 49 Análise dos dados ..................................................................................................... 50 Resultados e discussão ......................................................................................................... 50 Riqueza ..................................................................................................................... 50 Mudanças na composição florística ......................................................................... 53 Substratos e formas de vida ...................................................................................... 55 Impacto da destruição na brioflora .......................................................................... 57 Medidas de conservação ........................................................................................... 58 Agradecimentos .................................................................................................................... 60 Literatura citada .................................................................................................................... 60 Anexos .................................................................................................................................. 67 CAPÍTULO III – Distribuição vertical de briófitas epífitas em fanerógamas arbóreas em florestas de Terra Firme no estado do Pará Amazônia Brasil .............................................. 80 Introdução ............................................................................................................................. 83 Material e Métodos ............................................................................................................... 87 Área de estudo .......................................................................................................... 87 Seleção dos forófitos ................................................................................................. 88 Coleta do material .................................................................................................... 88 Análise dos dados ..................................................................................................... 88 Resultados e Discussão ......................................................................................................... 89 Riqueza e composição florística ............................................................................... 89 Relação espécie de briófita x forófito ....................................................................... 93 Agradecimentos .................................................................................................................... 95 Referências ........................................................................................................................... 95 Anexos ................................................................................................................................ 100 CONCLUSÕES GERAIS ................................................................................................ 111 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 113 ANEXOS ........................................................................................................................... 118 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. xiii Listas de siglas e abreviaturas ENBT – Escola Nacional de Botânica Tropical ha – hectare IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais IDESP - Instituto de Desenvolvimento Econômico-Social do estado do Pará IUCN – União Internacional para Conservação da Natureza MG – herbário do Museu Paraense Emílio Goeldi NEB - Núcleo de Especialistas em Briófitas RB – herbário do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro SEPOF - Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. xiv Lista de tabelas CAPÍTULO I Tabela 1. Briófitas do município de Capitão Poço, Pará. Tipo de Floresta: FP = Floresta Primária, FS = Floresta Secundária, Zona no tronco na floresta primária: 1 = base, 2 = 2-10 m, 3 = 12-20 m.* = nova ocorrência para o estado .............................................................. 29 CAPÍTULO II Tabela 1. Idade, tamanho e histórico de uso das áreas estudadas no município de Capitão Poço, Pará, Brasil ................................................................................................................. 69 Tabela 2. Riqueza e distribuição das espécies registradas por local estudado. C6a=Capoeira de seis anos, C10a=Capoeira de 10 anos, C20a=Capoeira de 20 anos, C40a=Capoeira de 40 anos, FP=Floresta Primária. Grupos ecológicos: Esol = epífita de sol, Esom = epífita de sombra, Gen = generalista .................................................................................................... 70 Tabela 3. Número de espécies e ocorrências registradas nas áreas de estudo no município de Capitão Poço, Pará. C6a=Capoeira de seis anos, C10a=Capoeira de 10 anos, C20a=Capoeira de 20 anos, C40a=Capoeira de 40 anos, FP=Floresta Primária ........................................... 74 Tabela 4. Substratos registrados nas capoeiras e floresta primária no Município de Capitão Poço, Pará, Brasil. C6a=Capoeira de seis anos, C10a=Capoeira de 10 anos, C20a=Capoeira de 20 anos, C40a=Capoeira de 40 anos, FP=Floresta Primária ........................................... 78 Tabela 5. Formas de vida registradas nas capoeiras e floresta primária no Município de Capitão Poço, Pará, Brasil. C6a=Capoeira de seis anos, C10a=Capoeira de 10 anos, C20a=Capoeira de 20 anos, C40a=Capoeira de 40 anos, FP=Floresta Primária ................. 79 CAPÍTULO III Tabela 1. Riqueza de espécies registradas ao longo do tronco de três fanerógamas arbóreas, no município de Capitão Poço, Pará, Brasil. Altura no tronco: A0 = base, A2 = 2m, A4 = 4m, A6 = 6m, A8 = 8m, A10 =10m, A12 = 12m, A14 = 14m, A16 = 16, A18 = 18m, A20 = 20m. Forófito: 1 = Eschweilera coriacea (A.DC.) S.A.Mori., 2 = Lecythis idatimon Aubl., 3 = Micropholis guyanensis (A. DC.) Pierre. Grupo ecológico: Esol = Epífita de sol, Esom = Epífita de sombra, Gen = Generalista ................................................................................. 101 Tabela 2. Riqueza de espécies de briófitas corticícolas em florestas tropicais no neotrópico. (1) Cornelissen e ter Steege (1989), (2) Montfoort & Ek (1990), (3) Wolf (1993), (4) Acebey et al. (2003), (5) Germano (2003), (6) Campelo & Pôrto (2007), (7) Alvarenga & Pôrto (2009), (8) Silva (2009), (9) Este estudo ............................................................................ 105 Tabela 3. Riqueza de musgos e hepáticas por altura em troncos de fanerógamas arbóreas em floresta primária de Terra Firme no estado do Pará, Brasil. Altura no tronco: A0 = base, A2 = 2m, A4 = 4m, A6 = 6m, A8 = 8m, A10 =10m, A12 = 12m, A14 = 14m, A16 = 16, A18 = 18m, A20 = 20m ................................................................................................................. 106 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. xv Lista de figuras INTRODUÇÃO GERAL Figura 1. Localização da área de estudo no município de Capitão Poço, Pará, Brasil .......... 8 CAPÍTULO I Figura 1. Mapa de localização do Município de Capitão Poço, Pará .................................. 36 Figura 2. Riqueza por família das briófitas registradas no município de Capitão Poço, Pará, Brasil ..................................................................................................................................... 37 Figura 3. Padrão de distribuição das briófitas registradas no município de Capitão Poço, Pará, Brasil ........................................................................................................................... 38 Figura 4. A – C. Cololejeunea minutissima subsp. myriocarpa (Nees & Mont.) R.M. Schust. A. Hábito. B. Filídio. C. Perianto. D – H. Lejeunea caulicalix (Steph.) E.Reiner & Goda. D. Hábito. E. Filídio. F. Margem do filídio. G. Perianto. H. Quilha do perianto. (A – D de ACCTavares- 782; D-H de ACCTavares 795) ............................................................ 39 Figura 5. A-C. Pycnolejeunea papillosa X.-L. He. A. Hábito. B. Anfigastro. C. Perianto. D. Margem do filídio e lóbulo.(A – D de ACCTavares- 791) ................................................... 40 Figura 6. A – D. Verdoornianthus marsupiifolius (Spruce) Gradst. A. e B. Anfigastro. C. Hábito. D. Filídio. E. Radula mammosa Spruce. E. Hábito. (A-D de ACCTavares 787; E de ACCTavares 829) ................................................................................................................. 41 Figura 7. Riqueza de espécies registradas nas áreas de estudo no município de Capitão Poço, Pará, Brasil. Tipo de floresta: FS6a = Floresta secundária de seis anos de regeneração, FS10a = Floresta secundária de 10 anos de regeneração, FS20a = Floresta secundária de 20 anos de regeneração, FS40a = Floresta secundária de 40 anos de regeneração, FP = Floresta primária, FP = Floresta secundária ....................................................................................... 42 Figura 8. Riqueza das espécies de briófitas em diferentes zonas no tronco de forófitos em floresta primária no município de Capitão Poço, Pará, Brasil. Zona no tronco: 1 = base, 2 = 2-10 m, 3 = 12-20 m ............................................................................................................. 43 CAPÍTULO II Figura 1. Localização das áreas estudadas no município de Capitão Poço, Pará. 6a = Capoeira de seis anos, 10a = Capoeira de 10 anos, 20a = Capoeira de 20 anos, 40a = Capoeira de 40 anos e FP = Floresta Primária ..................................................................... 68 Figura 2. Silimaridade florística entre as capoeiras analisadas no Município de Capitão Poço, Pará Brasil. 6a = Capoeira de seis anos, 10a = Capoeira de 10 anos, 20a = Capoeira de 20 anos, 40a = Capoeira de 40 anos, FP = Floresta Primária ............................................... 75 Figura 3. Proporção das famílias de briófitas por tipo de floresta estudada no Município de Capitão Poço, Pará Brasil.. Tipo de floresta: C6a = Capoeira de seis anos, C10a = Capoeira de 10 anos, C20a = Capoeira de 20 anos, C40a = Capoeira de 40 anos, FP = Floresta Primária ................................................................................................................................ 76 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. xvi Figura 4. Proporção dos grupos ecológicos de briófitas por tipo de floresta estudada no Município de Capitão Poço, Pará Brasil. Tipo de floresta: C6a = Capoeira de seis anos, C10a = Capoeira de 10 anos, C20a = Capoeira de 20 anos, C40a = Capoeira de 40 anos, FP = Floresta Primária ............................................................................................................... 77 CAPÍTULO III Figura 1. Ordenação nos diferentes níveis de altura em cinco forófitos de Eschweilera coriacea (A.DC.) S.A.Mori. Altura no tronco: A0 = base, A2 = 2m, A4 = 4m, A6 = 6m, A8 = 8m, A10 =10m, A12 = 12m, A14 = 14m, A16 = 16, A18 = 18m, A20 = 20m. Réplicas: 1, 2, 3, 4, 5. Medida de stress: S = 0.091 e RQS: 0.956 ......................................................... 107 Figura 2. Ordenação nos diferentes níveis de altura em cinco forófitos de Lecythis idatimon Aubl. Altura no tronco: A0 = base, A2 = 2m, A4 = 4m, A6 = 6m, A8 = 8m, A10 =10m, A12 = 12m, A14 = 14m, A16 = 16, A18 = 18m, A20 = 20m. Réplicas: 1, 2, 3, 4, 5. Medida de ajuste: S = 0.107 e RQS: 0.950 ........................................................................................... 108 Figura 3. Ordenação nos diferentes níveis de altura em cinco forófitos de Micropholis guyanensis (A. DC.) Pierre. Altura no tronco: A0 = base, A2 = 2m, A4 = 4m, A6 = 6m, A8 = 8m, A10 =10m, A12 = 12m, A14 = 14m, A16 = 16, A18 = 18m, A20 = 20m. Réplicas: 1, 2, 3, 4, 5. Medida de ajuste: S = 0.084 e RQS: 0.961 ......................................................... 109 Figura 4. Ordenação dos diferentes forófitos estudados. ECOR = Eschweilera coriacea (A.DC.) S.A.Mori, LIDAT = Lecythis idatimon Aubl., MGUI = Micropholis guyanensis (A. DC.) Pierre. Altura no. Réplicas: 1, 2, 3, 4, 5. Medida de ajuste: S = 0.157 e RQS: 0.835.................................................................................................................................... 110 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 1 INTRODUÇÃO GERAL As briófitas: característica e importância As briófitas são plantas criptogâmicas, desprovidas de cutícula epídérmica e sistema vascular lignificado. Sua origem data de antes do período Devoniano e tem habitado este planeta por pelo menos 300 milhões de anos (Gradstein et al. 2001). São classificadas em três divisões: Bryophyta (musgos), Marchantiophyta (Hepáticas) e Anthocerotophyta (Antóceros) (Shaw & Goffinet 2000). Entre as plantas terrestres, as briófitas constituem o segundo maior grupo com 15.000 a 25.000 espécies, estando somente atrás das angiospermas que apresentam ca. 350.000 espécies (Glime 2006, Buck & Goffinet 2000). As briófitas são plantas de ampla distribuição geográfica, com registros de espécies em florestas boreais, temperadas, desertos e pico de montanhas, porém atingem maior riqueza de espécies nas regiões tropicais e subtropicais. Nestas florestas são frequentes em ambientes úmidos e sombrios, mas também em locais secos e iluminados (Gradstein et al. 2001). As briófitas crescem em diferentes tipos de substratos como: solo, rochas, troncos, ramos e folhas de árvores vivas, madeira em decomposição, húmus e carcaças de animais, sendo algumas vezes típicas de determinados substratos e suas condições (Bates 2000). Há registros de espécies encontradas sobre cupinzeiros, ninhos de pássaros e de alguns insetos, espinhos de palmeiras e fungos basidiomicetos (chamados vulgarmente de “orelha-depau”). Segundo Magdefräu (1982), as briófitas podem apresentar diversas formas de vida como tufo, coxim, tapete etc., sendo que estas diferentes formas podem estar relacionadas com a necessidade e disponibilidades de luz e água. Com relação à importância das briófitas para as florestas tropicais, elas atuam no balanço hídrico destas florestas, através da captação e manutenção da umidade atmosférica, auxiliam na estabilização do solo, colonizando rochas e solos desprotegidos, colaborando para reciclagem de nutrientes, produção de biomassa e fixação de carbono (Hallingbäck & Hodgetts 2000). As briófitas, por serem plantas poiquilohídricas (Gradstein et al. 2001), reagem sensivelmente às variações de umidade, temperatura e luminosidade (Hallingbäck & Hodgetts 2000). Assim, estas plantas podem ser indicadoras de poluição (Lisboa & IlkiuBorges 1995, Nimis et al. 2002), da integridade da floresta (Vanderpoorten & Engels 2002, Drehwald 2005, Frego 2007) e de mudanças climáticas (Gignac & Vitt 1994). Em relação às mudanças ambientais, numerosas atividades humanas, como urbanização, construção de rodovias e reservatórios, mineração, práticas florestais, Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 2 drenagem e pastejo têm causado a degradação e destruição dos habitats das plantas, inclusive das briófitas (Hallingbäck & Hodgetts 2000). Em escala global, Steffan-Dewenter et al. (2007) afirmam que a transformação das florestas tropicais úmidas em áreas para agricultura é a principal causa da perda da biodiversidade e ameaça do funcionamento dos ecossistemas tropicais. No Brasil, no início da década de 70, o processo de ocupação da Amazônia foi intensificado através da implementação de grandes empreendimentos agropecuários ou agroindustriais (Pereira 1997) que culminaram na derrubada de vastas áreas de vegetação intacta. Como consequência dessas práticas observa-se grandes extensões de florestas devastadas, fragmentadas e secundárias em diferentes estágios de sucessão. Tendo em vista que na Amazônia Legal, entre os anos de 2006 e 2007, foi registrada uma taxa de desmatamento próxima de 11.532 km2/ano (INPE 2008), é possível que o número de áreas devastadas e fragmentadas aumente em grandes proporções. Assim sendo, estudos que visem compreender a dinâmica de sucessão florestal em áreas de floresta secundária, bem como a fragmentação florestal são importantes para a proposição de medidas cujo objetivo seja a conservação dessas áreas evitando maiores perdas na diversidade biológica. Estudos sobre sucessão ecológica e fragmentação das florestas Dentre os estudos brioflorísticos mais antigos, porém de grande relevância, que enfocam a sucessão ecológica, destaca-se o estudo de Lisboa et al. (1987), no Estado de Rondônia, onde os autores avaliaram a regeneração das briófitas em florestas secundárias de 1, 5, 10 e 15 anos de idade comparando com aquelas de vegetação primária. Tal estudo demonstrou que a regeneração é muito baixa nas áreas de vegetação secundária analisadas chegando a apenas 32% na floresta sucessional mais avançada. A fragmentação e perda de habitat foi abordada por Costa (1999) em um trabalho realizado em remanescentes de Floresta Atlântica de Terra Baixa no sudeste brasileiro analisou áreas com diferentes estágios sucessionais. Neste estudo constatou-se que, para a brioflora de áreas devastadas seja similar àquela da floresta primária, são necessários 80 anos de sucessão. Com relação à fragmentação, Zartman (2003) e Zartman & Nascimento (2006), na Amazônia Central, observaram que as mudanças na riqueza e abundância de espécies epífilas ocorrem em função do tamanho do fragmento, ou seja, fragmentos florestais pequenos e isolados apresentam menor riqueza de espécies do que em fragmentos maiores e em floresta contínua. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 3 No nordeste brasileiro, Pôrto et al. (2006) analisaram fragmentos de Floresta Atlântica nos estados de Alagoas e Pernambuco observando que a forma e o tamanho dos fragmentos afetam a riqueza, diversidade e abundância de briófitas. Alvarenga & Pôrto (2007) constataram que a fragmentação do habitat afeta negativamente as comunidades de briófitas e que remanescentes grandes e pouco isolados em paisagens fragmentadas conseguem abrigar maior riqueza quando comparados a remanescentes pequenos. O estado do Pará e a fragmentação das florestas O estado do Pará está dividido em seis mesorregiões e 22 microrregiões (SEPOF 2008). A microrregião do Guamá está inserida na mesorregião do Nordeste Paraense, que constitui uma das fronteiras de colonização agrícola mais antiga na Amazônia, onde as principais ondas migratórias ocorreram na década de 1950, oriundas de nordestinos que fugiam das secas intensas (IBGE 1991, Wiesenmüller 2004). Nestes locais existiam vastas áreas de floresta primária que por conta das atividades agropecuárias foram intensamente modificadas, resultando em uma paisagem inteiramente antropizada com ca. 90% da sua cobertura florestal original convertida em vegetação secundária (Wagner 1995, Vieira et al. 2003). Este processo de antropização consiste principalmente na formação de pastagens e no estabelecimento de práticas agrícolas, onde os colonos eliminam as florestas e após quatro anos de uso, estas áreas são abandonadas devido à queda de fertilidade do solo. Nestes locais a vegetação começa a se regenerar, sendo conhecida comumente como capoeira (Lisboa 1989, Rayol et al. 2006). Em face destas práticas, nos dias atuais encontra-se um grande número de florestas secundárias que estão em regeneração. Essas áreas são ideais para se realizar estudos de sucessão de diversos grupos vegetais inclusive das briófitas, as quais são sensíveis às mudanças da umidade ambiental e qualidade do ar, constituindo assim, indicadoras de pequenas variações climáticas e das condições ambientais e, indiretamente, de distúrbios no ecossistema (Gradstein et al. 2001). Embora a mesorregião do Nordeste Paraense apresente uma grande extensão territorial (53.255,30 km2), poucos trabalhos reportam a sua diversidade briológica. O primeiro estudo sobre briófitas para esta área foi o de Santos & Lisboa (2003), no qual as autoras realizaram um levantamento de musgos em oito municípios das microrregiões do Salgado, Bragantina e Guamá. Nestas áreas constataram que a maior diversidade específica estava nas matas primárias, indicando que a substituição delas por vegetação secundária resulta na diminuição de espécies. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 4 No trabalho de Santos & Lisboa (2008), em oito municípios da microrregião do Salgado, foi registrada uma baixa riqueza de espécies de musgos, sendo listados 38 táxons como possíveis indicadores de ambientes perturbados. Neste trabalho, as autoras chamam atenção para a importância da conservação dos ecossistemas desta mesorregião e alertam para o perigo do desaparecimento de espécies em decorrência da destruição das matas nativas. Após inventário na Reserva Extrativista Chocoaré-Mato Grosso, localizada no município de Santarém Novo, microrregião Bragantina, Lisboa & Tavares (2008), verificaram que dentre as duas famílias de briófitas mais representativas (Lejeuneaceae e Sematophyllaceae), todas as espécies eram típicas de ambientes perturbados, áreas cultivadas e de dossel. Assim, nesta mesorregião verifica-se a ausência de informações sobre o efeito da destruição das florestas na brioflora. Uma avaliação da brioflora em florestas secundárias em diferentes estágios de sucessão pode demonstrar como ocorrem as modificações das comunidades de briófitas ao longo da sucessão, bem como a capacidade e tempo de regeneração das briófitas em florestas secundárias. Efeitos da distribuição vertical na brioflora Gradientes microclimáticos envolvendo luz, temperatura e umidade podem ser formados no sentido horizontal e vertical e assim as espécies se estabelecem em cada local segundo sua adaptação (Pócs 1982, Montfoort & Ek 1990, Acebey et al. 2003). Dentro deste contexto, também se torna interessante um estudo de distribuição vertical das briófitas epífitas em forófitos arbóreos para se avaliar as modificações das comunidades epífitas ao longo do gradiente vertical no tronco, assim como observar possíveis diferenças na riqueza entre dossel e sub-bosque. Pócs (1982) reconheceu quatro zonas de distribuição das briófitas ao longo do gradiente vertical para florestas tropicais e relacionou as modificações das comunidades com possíveis variações na umidade em cada nível. Richards (1984) caracterizou duas comunidades distintas no gradiente vertical: epífitas de sombra, para as comunidades estabelecidas apenas no sub-bosque das florestas e epífitas de sol para aquelas presentes somente no dossel. Cornelissem & ter Steege (1989), na Guiana, estudaram briófitas e líquens em seis zonas ao longo de duas espécies de forófito. Os autores verificaram e existência de um padrão de distribuição vertical, maior riqueza de espécies no dossel que no sub-bosque, além da preferência de espécies de criptógamas por Eperua grandiflora (Aubl.) Benth. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 5 Montfoort & Ek (1990) na Guiana Francesa, também observaram um padrão de distribuição de espécies, a ocorrência da maioria das espécies nas zonas mais altas das árvores, mas não observaram uma relação marcante entre espécie de criptógama x forófito. Acebey et al. (2003) na Bolívia, observaram maior riqueza de espécies no dossel que em sub-bosque e similaridade entre as espécies que ocorrem no dossel com aquelas do sub-bosque de locais alterados. Os autores verificaram as mesmas condições climáticas em ambos os locais e sugeriram que existe o deslocamento das espécies características de dossel de áreas alteradas para sub-bosque daquelas alteradas. No Brasil, estudo de gradiente foi realizado por Costa (1999), em uma floresta de Terras Baixas na Reserva Biológica Poço das Antas no estado do Rio de Janeiro, onde a autora verificou a existência de uma elevada riqueza de espécies no dossel, além da perda de espécies do dossel em áreas pouco conservadas em relação às áreas de florestas intactas. Germano (2003), em Floresta de Terras Baixas no estado de Pernambuco, não observou um padrão de distribuição vertical significativo ao longo dos forófitos analizados, mas observou que 85% das espécies encontratadas naquela área estavam restritas ao dossel. A autora analizou também a relação briófita x forófito, entretanto não observou nenhuma preferência marcante. Campelo & Pôrto (2007) estudaram uma floresta de montana na Reserva Particular do Patrimônio Nacional Frei Caneca no estado de Pernambuco, constatando que a riqueza de espécies em níveis de altura mais elevados é maior em função da luminosidade e que não existe especificidade de forófito. Alvarenga et al. (2009) observou numa floresta submontana na Estação Ecológica de Murici no estado de Alagoas, grande similaridade entre as espécies do dossel de fragmentos conservados com aquelas do sub-bosque daqueles não conservados, sugerindo que existe um deslocamento dos grupos ecológicos típicos de sol do dossel para o subbosque nos fragmentos não conservados. A análise do gradiente vertical pode demonstrar como ocorrem as modificações de riqueza e composição de espécies indicando possíveis modificações nos grupos ecológicos frente às modificações de luz, umidade e temperatura. Em relação aos grupos ecológicos, Richards (1984) classificou as espécies segundo seu habitat de preferência e denomina como especialistas de sombra as espécies que somente são capazes de viver sob baixa luminosidade e elevada umidade, restritas assim ao interior das matas, enquanto que as especialistas de sol são aquelas mais resistentes à dessecação e encontradas sobre troncos e ramos no dossel. As espécies generalistas são aquelas que conseguem se estabelecer em ambas as condições ambientais. Esta classificação foi aperfeiçoada por Gradstein (1992) e Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 6 Gradstein et al. (2001), que também indicaram espécies características para cada grupo ecológico. Outro ponto importante é que o dossel pode abrigar uma grande riqueza de espécies conforme foi registrado por Cornelissen & ter Steege (1989), Cornelissen & Gradstein (1990), Montfoort & Ek (1990) e Costa (1999) em florestas de terras baixas. Sendo que no estudo de Cornelissen & Gradstein (1990) foi possível encontrar metade das espécies restrita ao dossel. Segundo Rhoades (1995), por ser menos estudada a brioflora do dossel pode apresentar espécies que não são comumente encontradas no sub-bosque. É evidente a necessidade de se conhecer a brioflora, ou o que resta dela nestes locais alterados e naqueles pouco estudados no estado do Pará, pois parte da brioflora amazônica pode ter sido perdida com a devastação, conforme foi observado por Santos & Lisboa (2003). Ademais, Gradstein & Raeymaekeres (2000) no plano de ação para conservação das briófitas relatam, entre outras coisas, a necessidade de se realizarem estudos que enfoquem dinâmica de sucessão e de dossel com o intuito de subsidiar e promover medidas de conservação na América tropical. As questões norteadoras que conduziram este trabalho foram: quais são os efeitos da devastação das florestas na riqueza de briófitas? Quais as formas de vida que ocorrem e predominam ao longo da cronossequência? Quais os substratos preferidos nas áreas estudadas? Quanto tempo será necessário para que a brioflora se regenere? Em termos de riqueza e composição florística existe diferença entre a brioflora do dossel e do subbosque? Quais espécies podem servir como indicadoras de ambientes perturbados? Neste sentido este trabalho teve como objetivo realizar o levantamento das espécies de briófitas em cinco áreas de floresta, sendo uma de floresta primária e quatro de florestas secundárias em cronossequência de 6, 10, 20 e 40 anos no nordeste paraense, comparando a riqueza nestas áreas, registrando as variações nas comunidades ao longo do gradiente vertical em floresta primária e apresentando possíveis espécies indicadoras de áreas perturbadas. Os resultados desta tese são apresentados em três capítulos que enfocam: a brioflora de florestas de Terra Firme em diferentes estágios de sucesão (Capítulo I); comunidades de briófitas em uma cronossequência em florestas de Terra Firme (Capítulo II); a distribuição vertical de briófitas epífitas em fanerógamas arbóreas em florestas de Terra Firme (Capítulo III). Os capítulos estão formatados de acordo com as normas das revistas para as quais serão submetidos para publicação. Entretanto, numerações e margens das páginas, estão padronizados segundo a Resolução Interna nº 004/2003, que dispõe sobre a formatação e Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 7 demais procedimentos para preparação de dissertações de mestrado e teses de doutorado da ENBT. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO A área de estudo está localizada no município de Capitão Poço, à leste do estado do Pará, à 47º04`S e 01º46`W (Figura 1), apresenta 40 m de altitude (SEPOF 2008) e clima equatorial super-úmido tipo Am pela classificação de Koppen clima equatorial superúmido do tipo Am pela classificação de Koppen (Bastos et al. 1984). As temperaturas médias máximas por ano variaram entre 28,7˚C e 30,2˚C, e as médias mínimas por ano oscilaram entre 24,9˚C e 29,8˚C (Dados da estação pluviométrica da CITROPAR-Citros do Pará S/A). De acordo com Teixeira et al. (2001), a época mais chuvosa ocorre nos meses de janeiro a julho e a menos chuvosa de agosto a dezembro. As maiores precipitações são observadas em março e abril (387 mm e 369 mm), as menores, em outubro e novembro (48 mm e 45 mm). Limita-se ao norte com o município de Ourém, a leste com os municípios de Santa Luzia do Pará e Garrafão do Norte, ao sul com os municípios de Ipixuna do Pará e Nova Esperança do Piriá, e a oeste com os municípios de Aurora do Pará, Mãe do Rio e Irituia. A sede do município dista 169 km em linha reta de Belém, capital do estado do Pará (Almeida et al. 2005). Este município está inserido na microrregião do Guamá, mesorregião Nordeste Paraense. A vegetação é caracterizada pela cobertura de Floresta Ombrófila Densa apresentando áreas de igapó, terra firme, pastos e agricultura (Almeida et al. 2005). Possui um histórico de uso com menos de 50 anos e na sua abrangência territorial inclui, além de florestas secundárias em vários estágios de sucessão, pastos, áreas agricultadas e pequenos fragmentos de florestas intactas, o que caracteriza perda de vegetação, que pode estar diretamente relacionada com o tipo de uso da terra que ocorre no município (Wiesenmüller 2004, Almeida et al. 2005). A maior porcentagem, quase 50%, corresponde a áreas de pastagem (incluindo pasto sujo e limpo) como foi registrado por Almeida et al. (2005). Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 8 Figura 1: Localização da área de estudo no município de Capitão Poço, Pará, Brasil Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 9 Capítulo I BRIOFLORA DE FLORESTAS DE TERRA FIRME EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE SUCESSÃO NO MUNICÍPIO DE CAPITÃO POÇO, PARÁ, BRASIL ARTIGO A SER SUBMETIDO PARA PUBLICAÇÃO NA Acta Botanica Brasilica Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 10 Brioflora de Florestas de terra Firme em diferentes estágios de sucessão no município de Capitão Poço, Pará, Brasil1 Ana Cláudia Caldeira Tavares2,4, Denise Pinheiro da Costa2 e Regina Célia Lobato Lisboa3 RESUMO - (Brioflora de Florestas de Terra Firme em diferentes estágios de sucessão no município de Capitão Poço, Pará, Brasil). O nordeste paraense apresenta cerca de 90% de sua cobertura vegetal clímax, convertida em florestas secundárias. Tais áreas são interessantes para realização de levantamentos brioflorísticos que avaliem os efeitos da devastação da floresta sobre as comunidades de briófitas. O objetivo deste trabalho foi o de fornecer informações sobre a brioflora do município de Capitão Poço, em áreas de floresta primária e secundária, para subsidiar estudos sobre os efeitos da devastação das florestas na riqueza e diversidade de briófitas. O material foi coletado entre agosto de 2005 e setembro de 2006 em áreas de floresta primária e secundária de diferentes idades. Também coletou-se em diferentes zonas de altura no tronco de árvores presentes na floresta primária. Registrou-se 99 espécies de briófitas, sendo 33 musgos e 66 hepáticas. Lejeuneaceae destacou-se com 56 espécies (56%). O padrão de distribuição predominante foi o neotropical (61%), duas espécies são restritas ao Brasil. Cololejeunea minutissima var. myriocarpa (Nees & Mont.) R.M.Schust., Lejeunea caulicalyx (Steph.) E.Reiner & Goda, Pycnolejeunea papillosa X.-L. He, Radula mammosa Spruce e Verdoornianthus marsupiifolium (Spruce) Gradst. são novas referências para o Pará. Nas parcelas delimitadas na floresta primária e nas quatro florestas secundárias estudadas foram registradas 78 espécies, havendo predomínio de espécies em floresta primária (38 espécies). Na análise do tronco e copa de 15 forófitos foi observado um total de 31 espécies (45,5%) entre 2 e 20 m de altura. Apesar do município de Capitão Poço apresentar uma grande proporção de florestas secundárias, os resultados encontrados evidenciam que a sua brioflora é relativamente rica, apresentando 30% das espécies referidas para o estado. O registro de 40% das espécies restritas às florestas secundárias e de 45,5% de espécies ocorrendo somente entre 2 e 20 m de altura demosntra a importância de estudos enfocando briófitas de florestas secundárias e de troncos superiores e dossel. Palavras-chave: Briófitas, Nordeste Paraense, florestas primárias e florestas secundárias, distribuição vertical. ________________________________________________________________________ 1 Parte da tese da primeira autora Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rua Pacheco 915, 22460-430, Rio de Janeiro, RJ, Brasil 3 Museu Paraense Emílio Goeldi, C. Postal 399, 66040-170 Belém, PA, Brasil 4 Autor para correspondência: [email protected] 2 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 11 ABSTRACT – (Bryoflora of Terra Firme forests in different succession stages at the town of Capitão Poço, Pará, Brazil). Northeast of the Para state shows about 90% of its climax vegetal coverage converted into secondary forests. Such areas are interesting for the achievement of floweristic surveys to evaluate the effects of forest devastation upon the bryophyte community. The goal of this work was to provide information about the bryophlora of the town of Capitão Poço in primary and secondary forest areas, to lead to studies about the effects of the devastation on the forests related to the richness and diversity of bryophytes. Plant material was collected in August, 2005 and September, 2006 in primary and secondary forest areas of different ages. It was also collected in different highness zones at the bark of the trees in the primary forest. It was registered 99 species of bryophytes, being 33 mosses and 66 liverworts ones. Predominant distribution pattern observed was neotropical (61%), two species are restricted to Brazil. Cololejeunea minutissima var. myriocarpa (Nees & Mont.) R.M.Schust., Lejeunea caulicalyx (Steph.) E.Reiner & Goda, Pycnolejeunea papillosa X.L. He, Radula mammosa Spruce e Verdoornianthus marsupiifolium (Spruce) Gradst. are new records for Pará. At the delimited parcels of the primary forest and at the four secondary forests, were registered 78 species, on which the predominance of species are in primary forests (38 species). Analysis of the bark of 15 phorophytes showed 31 species (45,5%) between 2 and 20 m high. Although the town of Capitão Poço shows a large proportion of secondary forests, results found showed that its bryoflora is relatively rich, showing 30% of the species refered for the State. The register of 40% the species restricted to the secondary forest of species and 45,5% of the species occurring between 2 and 20 m high shows the importance of studies aiming bryophytes of secondary forests and of superior barks and canopy. Keywords: Bryophytes, Northeast Pará, primary and secondary forests, vertical distribution. Introdução O Brasil conta com uma brioflora rica, porém o conhecimento encontra-se disperso, em publicações como catálogos, listas de espécies, algumas flórulas e poucas revisões taxonômicas. No neotrópico são registradas ca. 4.700 espécies de briófitas, das quais aproximadamente 1.650 ocorrem no Brasil, o que corresponde a 35% das espécies da América tropical (Gradstein et al. 2001, Gradstein & Costa 2003, NEB dados inéditos). Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 12 No estado do Pará são estimadas ca. 330 espécies de briófitas (Moraes & Lisboa 2006; Yano 1981, 1984a, 1989, 1995, 2006; Lisboa & Ilkiu-Borges 1995, 2007; Lisboa & Santos 2005a, b; Souza & Lisboa 2005, 2006), o que corresponde a 20% da flora conhecida para o país. Estes números demonstram o nível de conhecimento e a importância da brioflora do estado. O estado do Pará está dividido geograficamente em seis mesorregiões e 22 microrregiões (SEPOF 2008). A mesorregião do Nordeste Paraense é uma das fronteiras de colonização agrícola mais antigas na Amazônia, ocasionada pela migração de nordestinos que fugiam das secas intensas (IBGE 1991). Esta mesorregião inclui as microrregiões do Salgado, Bragantina, Cametá, Tomé–Açu e Guamá (IDESP 1992). Atualmente, nestas localidades a paisagem é bastante antropizada (Wagner 1995) devido às culturas de subsistência como mandioca, milho e arroz (Wiesenmüller 2004). Esta dinâmica deu origem ao aparecimento de ecossistemas em diversos estádios sucessionais, altamente empobrecidos no que se refere aos recursos genéticos (Vieira 1996). No que diz respeito à brioflora do Nordeste Paraense, podem ser citados os trabalhos de Santos & Lisboa (2003, 2008), onde no primeiro as autoras realizaram um levantamento de musgos em oito municípios das microrregiões do Salgado, Bragantina e Guamá, e no segundo tratam das espécies de briófitas e sua utilização como possíveis indicadores de ambientes perturbados. Lisboa & Santos (2005b) publicaram o primeiro registro do gênero Papillaria (Müll. Hal.) Müll. Hal. para a Amazônia. Lisboa & Tavares (2008), na Reserva Extrativista Chocoaré-Mato Grosso, localizada no município de Santarém Novo, microrregião Bragantina, observaram a predominância de espécies de briófitas típicas de ambientes alterados, áreas cultivadas e de dossel, o que evidenciou o elevado grau de perturbação da área. As microrregiões de Cametá, Tomé-Açu e Guamá são aquelas com a brioflora menos conhecida e com grande parte de suas áreas alteradas, sendo prioritárias para a realização de futuros inventários florísticos. O município de Capitão Poço, englobado na microrregião do Guamá, está entre os municípios do Nordeste Paraense com elevados índices de desmatamento chegando a 64% de seu território desmatado em 2007 (INPE 2009). Este município apresenta áreas de terra firme, várzea e igapó que foram alteradas gradualmente, restando apenas 2,5% de matas primárias, sendo predominantes as florestas secundárias, que cobrem 43,1% do território municipal (Wiesenmüller 2004). Atualmente, assim como nas demais regiões do Nordeste Paraense, observa-se um mosaico de florestas secundárias de diferentes idades, pastagens e plantios temporários e permanentes. Essas florestas secundárias são consideradas prioritárias para o estudo da sua flora, visto que epífitas em florestas perturbadas têm recebido pouca atenção (Wolf 2005), e que há uma necessidade Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 13 urgente de estudos envolvendo sucessão ecológica de briófitas no neotrópico (Gradstein & Raeymaekers 2000). Além da carência de estudos realizados com briófitas de florestas secundárias, outro tipo de trabalho ainda não abordado na Amazônia brasileira é aquele que enfoca as briófitas presentes nos troncos superiores e copa de espécies arbóreas. Pelo fato de ser menos estudada, devido ao difícil acesso, a brioflora do dossel pode apresentar espécies que não são comumente encontradas no sub-bosque (Rhoades 1995), e pode reportar de forma mais completa a brioflora presente em um determinado local. No Brasil, trabalhos que abordavam a brioflora epífita em forófitos arbóreos, estavam restritos ao bioma Mata Atlântica, sendo que tais estudos foram realizados em áreas com diferentes estágios de sucessão (Costa 1999) e em fragmentos florestais com diferentes estados de conservação (Germano 2003, Alvarenga et al. 2009, Silva 2009). Na Amazônia brasileira, ainda não foram publicados estudos dessa natureza. Diante do exposto, observa-se não só a necessidade de se investigar a brioflora de florestas secundárias, quanto a de se incluir a análise dos troncos superiores e copa de árvores para se obter uma visão mais completa da brioflora de uma deterninada área. O objetivo deste trabalho foi realizar o levantamento e a comparação das briófitas que ocorrem em florestas de terra firme em diferentes estágios de sucessão e em diferentes níveis de altura no tronco de espécies arbóreas no município de Capitão Poço, Pará, Brasil. Material e Métodos Área de estudo – O município de Capitão Poço localiza-se no Nordeste Paraense, na microrregião do Alto Guamá, com área de aproximadamente 2.900 km2, 47º04’S-01º 46’W, sendo o sétimo maior município em extensão territorial do Estado do Pará (Figura 1). Apresenta 40 m de altitude (SEPOF 2008), clima equatorial super-úmido do tipo Am pela classificação de Koppen (Bastos et al. 1984). As temperaturas médias máximas por ano variaram entre 28,7˚C e 30,2˚C, e as médias mínimas por ano oscilaram entre 24,9˚C e 29,8˚C (Dados da estação pluviométrica da CITROPAR-Citros do Pará S/A). De acordo com Teixeira et al. (2001), a época mais chuvosa ocorre nos meses de janeiro a julho e a menos chuvosa de agosto a dezembro. As maiores precipitações são observadas em março e abril (387 mm e 369 mm), as menores, em outubro e novembro (48 mm e 45 mm). A cobertura vegetal é caracterizada por Floresta Ombrófila Densa apresentando tipicamente áreas de terra firme, várzea e igapó (Wiesenmüller 2004, Almeida et al. 2005). Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 14 Amostragem e estudo do material - O material foi coletado em florestas de terra firme, entre agosto de 2005 e setembro de 2006, sendo quatro áreas de floresta secundária com diferentes idades de sucessão (6, 10, 20 e 40 anos respectivamente) e uma de floresta primária. Para a comparação floresta primária x floresta secundária – foram coletadas aleatoriamente amostras de briófitas em parcela de 2000 m2 em sub-bosque das florestas secundárias e da primária. A metodologia de coleta, herborização e preservação do material seguiu Yano (1984b). Para estudo da distribuição vertical – somente na floresta primária, foram selecionados 15 forófitos cuja copa pode ser observada no sub-bosque, conforme a sugestão de Gradstein et al. (1996). Da base até a copa das árvores, a cada 2 m de altura foi delimitado um plot de 20 x 20 cm, segundo a orientação de Frahm (2003), onde as briófitas foram coletadas. Foram estudadas três zonas: 1= base; 2= 2 a 10m; 3= 12 a 20m. O material foi identificado com base nos trabalhos de: Dauphin (2003), Engel & Smith Merrill (2004), Florschütz (1964), Florschütz-De Waard (1986, 1996), Florschütz-De Waard & Veling (1996), Fulford (1968), Gradstein (1994), Gradstein & Costa (2003), He (1999), Heinrichs et al. (1999), Ilkiu-Borges & Lisboa (2002a, 2002b, 2002c, 2002d, 2004), Inoue & Gradstein (1980), Lisboa (1993), Lisboa & Ilkiu-Borges (1997), Reese (1961, 1993), Reiner-Drehwald (1994, 1998, 2000, 2007), Reiner-Drehwald & Goda (2000), Reiner-Drehwald & Ilkiu-Borges (2007), Schuster (1980), Tixier (1980), Yamada (1993), Yano (1985, 1996). A classificação adotada para os musgos foi a de Buck & Goffinet (2000), e para as hepáticas a de Crandall-Stotler & Stotler (2000). O material estudado encontra-se depositado nos herbários do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB) e do Museu Paraense Emílio Goeldi (MG). Análise dos dados – foram analisadas a riqueza, composição florística, distribuição geográfica, a relação floresta primária x florestas secundárias e a distribuição vertical ao longo do tronco dos forófitos. Para a análise da distribuição geográfica foram utilizados os dados dos trabalhos de: Alvarenga et al. 2007a,b), Bastos & Yano (2006), Bôas-Bastos et al. (2006), Campelo & Pôrto (2007), Costa et al. (2005), Gradstein & Costa (2003), Lisboa et al. (2006), Oliveira et al. (2006), Peralta & Yano (2006), Tavares et al. (2006), Vaz & Costa (2006), Yano (1984a, 1989, 1995, 2005, 2006, 2008), Yano & Bordin (2006), Yano & Peralta (2005, 2006a,b, 2008), Yano & Pôrto (2006). Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 15 A relação floresta primária x florestas secundárias, foi analisada através da comparação da quantidade e qualidade das espécies observada em cada área. Para análise da distribuição vertical foi observada a riqueza de espécies em cada zona estabelecida. Os táxons encontrados são apresentados e listados em ordem alfabética de família, gênero e espécie, relacionados ao tipo de floresta, ocorrência na zona do tronco, distribuição geográfica e voucher. Para aquelas espécies com muitas coleções, optou-se por citar no máximo duas. As espécies que são referidas pela primeira vez para o Pará estão assinaladas com um asterisco e foram ilustradas. Resultados e discussão Riqueza – nas diferentes áreas estudadas e ao longo do tronco dos forófitos analisados foi registrado um total de 99 espécies, sendo 33 de musgos e 66 de hepáticas, distribuídas em 49 gêneros e 14 famílias (Tab. 1), o que representa ca. 30% da brioflora do estado. A riqueza encontrada em Capitão Poço assemelha-se a de outras áreas de florestas de terra firme no estado do Pará como, por exemplo, a Floresta Nacional de Caxiuanã, onde os estudos realizados registram 126 espécies de briófitas (Lisboa & Nazaré 1997, 2002; Ilkiu-Borges & Lisboa 2002d; Alvarenga et al. 2007). Deste total, sessenta e dua espécies ocorrem em Capitão Poço, o que corresponde a aproximadamente 50% das espécies. Lisboa & Ilkiu-Borges (1995) registraram também 126 espécies no perímetro urbano de Belém, das quais 37 (37%) estão presentes em Capitão Poço. Enquanto que na Área de Pesquisa Ecológica do Guamá, conhecida como Reserva do Mocambo, em Belém, foram encontradas 113 espécies de briófitas (Lisboa & Ikiu-Borges 2007), das quais 45 (40%) ocorreram na área de estudo. Apesar do município de Capitão Poço apresentar uma grande proporção de florestas secundárias, os resultados encontrados demonstram que a sua brioflora é relativamente rica, com 30% das espécies referidas para o estado, bem como, riqueza relativamente semelhante à de outras áreas do estado (entre 31% a 50%). Composição Florística - A família Lejeuneaceae destacou-se quanto à riqueza de espécies, com 56 táxons, o que corresponde a 56% do total de espécies encontradas neste estudo. A grande representatividade desta família também foi observada em outros trabalhos realizados no Brasil como os de Lisboa et al. (2006), Lisboa & Ilkiu-Borges (2001, 2007), Yano & Câmara (2004), Yano (1998), Visnadi (2004), Câmara & Vital (2004), Costa et al. (2005), Gradstein (2006), Campelo & Pôrto (2007), Lisboa & Tavares (2008), entre outros. Este resultado corrobora com a afirmativa de Gradstein et al. (2001) que mais de 70% das Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 16 espécies de hepáticas encontradas em florestas neotropicais pertencem à família Lejeuneaceae. Dentre os musgos, a família Calymperaceae foi a mais representativa, com 12 espécies (12%), seguida de Sematophyllaceae com cinco espécies (5%) (Fig. 2). Resultados semelhantes a estes podem ser observados em Lisboa et al. (1998), Lisboa et al. (1999), Santos & Lisboa (2003), Souza & Lisboa (2005, 2006) entre outros, visto que estes táxons estão entre as quatro famílias mais representativas em florestas úmidas de terra baixa (Gradstein et al. 2001). Distribuição geográfica – Foram caracterizados sete padrões de distribuição geográfica (Fig. 3), predominando o neotropical com 61 espécies (61%), seguido do pantropical com 15 espécies (15%), América do Sul com 8 espécies (8%) e afro-americano com 10 espécies (10%). Duas espécies (2%) são restritas ao Brasil, duas apresentam distribuição ampla no mundo (2%) e uma restrita ao Brasil e Guiana (1%). Resultados similares a este foram encontrados por Ilkiu-Borges & Lisboa (2002d), Ilkiu-Borges et al. (2004), Rico & Pócs (2004), Parolly et al. (2004), Valente & Pôrto (2006), Costa & Lima (2005), para diferentes florestas na Amazônia, mata Atlântica e outras áreas na América do Sul. As espécies restritas ao Brasil são Micropterigium leiophyllum Spruce e Verdoornianthus marsupiifolius (Spruce) Gradst., sendo esta última conhecida apenas para o estado do Amazonas (Gradstein & Costa 2003), e aqui referida pela primeira vez para o estado do Pará. Além dessa, mais quatro espécies são referidas pela primeira vez para este estado: Cololejeunea minutissima subsp. myriocarpa, (Nees & Mont.) R.M.Schust. Lejeunea caulicalyx (Steph.) E. Reiner & Goda, Pycnolejeunea papillosa X.-L. He e Radula mammosa Spruce, correspondendo a 5% das espécies estudadas (Figs. 4, 5 e 6). No Brasil, as espécies Microlejeunea acutifolia Steph. e Prionolejeunea muricatoserrulata (Spruce) Steph. ocorrem somente no Pará. Floresta primária x florestas secundárias – Nas parcelas delimitadas na floresta primária e nas quatro florestas secundárias estudadas foram registradas 78 espécies. A floresta primária apresentou maior riqueza (38 espécies) quando comparada às secundárias (Fig. 7). Um total de 23 (29%) espécies ocorreu somente na mata primária, enquanto que 40 (51%) foram exclusivas das quatro florestas secundárias (Tab. 1). A diferença na riqueza da floresta primária em relação à cada uma das secundárias já havia sido observada em campo, onde foi possível observar pequenas quantidades de briófitas nas florestas secundárias em contraste com os densos tapetes da mata primária. A menor riqueza de espécies nas matas secundárias também foi observado por Lisboa et al. (1987), Costa (1999) e Acebey et al. (2003) para diferentes tipos de florestas. A ocorrência de 40% de Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 17 espécies exclusivas nas florestas secundárias ressalta a importância de mais estudos com este tipo de floresta, para conhecer os táxons que ocorrem somente nestes ambientes, e avaliar as mudanças a longo prazo na composição de espécies. Gradiente vertical – nos 15 forófitos analisados foram registradas 68 espécies de briófitas. Um total de 37 táxons foi encontrado na base das árvores, sendo 11 (16%) restritas a esta zona. Na segunda zona (2-10 m de altura), ocorreram 45 espécies, com oito (9%) táxons exclusivos. Na terceira zona (12-20 m de altura), encontrou-se 44 espécies, sendo 11 (16%) exclusivas. Nas três zonas estudadas ocorreram 20 espécies (Fig. 8). Dentre as 11 espécies que ocorreram somente na terceira zona destaca-se Harpalejeunea oxyphylla (Nees & Mont.) Steph., Radula javanica Gottsche, Symbiezidium transversale (Sw.) Trevis., Stictolejeunea squamata (Willd. ex. Weber) Schiffn. e Thysananthus amazonicus (Spruce) Schiffn. Na tabela 1, ao se observar as espécies que ocorreram somente na segunda e terceira zona, mais as exclusivas destas duas zonas, somam-se 31 espécies, o que corresponde a 45,5% das espécies encontradas nas árvores analisadas. Assim, evidencia-se que, para esta localidade, coletas que ocorrem somente na base das árvores podem subestimar a brioflora. A presença de espécies que ocorrem à partir de 2 m de altura reforça a afirmativa de Gradstein (1995) que a riqueza da floresta pode estar sendo subestimada em estudos que não exploram troncos superiores e dossel. Mesmo se tratando de uma região que sofre desmatamento por intensa ação antrópica, ainda foi possível encontrar 30% da brioflora do estado do Pará na área estudada, assim como novos registros para o estado e espécie endêmica da Amazônia. Entretanto, constatou-se também a menor riqueza de espécies de briófitas em florestas secundárias em comparação com a primária. O estudo da brioflora das florestas secundárias pode incrementar o conhecimento da diversidade biológica, identificar espécies indicadoras de determinados ambientes, incluir novos registros de espécies consideradas endêmicas e assim auxiliar na implementação de políticas para conservação. A presença de 45,5% das espécies ocorrendo entre 2–20 m de altura aponta para a importância de se incluir em estudos brioflorísticos a análise dos troncos superiores e dossel. Os resultados encontrados indicam a necessidade de se dar prosseguimento aos levantamentos brioflorísticos em outros municípios do estado não somente no nordeste paraense, mas em outras áreas pouco estudadas na Amazônia como as mesorregiões Sudeste e Sudoeste Paraense. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 18 Agradecimentos As autoras agradecem à Dra. Ima Vieira, M.Sc. Eliane Leal e M.Sc.Arlete Almeida do Projeto LBA (Large Scale Biosphere-Atmosphere Experiment in Amazônia) pela autorização e apoio logístico para a realização das coletas em Capitão Poço. Aos técnicos Mário Rosa Júnior, Daniel Nascimento e Benedito Seabra pelo auxílio nas atividades de campo. Ao M.Sc.Alcindo Martins Júnior pelo auxílio no campo e pelas ilustrações. À Dra Anna Luiza Ilkiu-Borges pelo auxílio com as ilustrações e confirmações de algumas espécies de Lejeuneaeceae. À Escola Nacional de Botânica Tropical pelo auxílio concedido e ao CNPq pela concessão da bolsa de estudos da primeira autora. Referências Acebey, A.; Gradstein, S.R. & Krömer, T. 2003. Species richness and habitat diversification of bryophytes in submontane rain forest and fallows of Bolivia. Journal of Tropical Ecology 19:9–18. Almeida, A.S.; I.C.G. Vieira & N.S.H. Tancredi. 2005. Análise Ecológica da Paisagem do Leste do Pará. Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, p.1415-1422. Alvarenga, L.D.P. Silva; M.P.P.; Oliveira, J.R. do P.M.de & Pôrto, K.C. 2007a. Novas ocorrências de Briófitas para Pernambuco, Brasil. Acta Botanica Brasilica 21(2): 349360. Alvarenga, L.D.P.; Lisboa, R.C.L. & Tavares, A.C.C. 2007b. Novas referências de hepáticas (Marchantiophyta) da Floresta Nacional de Caxiuanã para o Estado do Pará, Brasil. 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Tipo de Floresta: FP = Floresta Primária, FS = Floresta Secundária, Zona no tronco na floresta primária: 1 = base, 2 = 2-10 m, 3 = 12-20 m.* = nova ocorrência para o estado. Família/Espécie Tipo de Zona no tronco na Floresta floresta primária FS 2, 3 Distribuição no mundo e no Brasil Voucher Pantropical; AC, AL, AM, AP, BA, ES, MS, MT, PA, AC768 CALYMPERACEAE Calymperes afzelii Sw. PB, PE, RJ, RO, RR, SC, SP e TO C. erosum Müll. Hal. C. lonchophyllum Schwägr. FS FP 1, 2, 3 1, 2, 3 Pantropical; AC, AM, AP, BA, CE, MG, MT, PA, PB, AC766, PE, RJ, RO, RR e SP AC1019 Pantropical; AC, AL, AM, AP, BA, ES, MA, MT, PA, AC832 PE, PR, RJ, RO, RR e SP C. pallidum Mitt. FS -- Neotropical; AC, AM, BA, GO, MT, PA e RO AC849 C. platyloma Mitt. FP, FS 2, 3 América do Sul; AM, AP, BA e PA AC758, AC1086 Octoblepharum albidum Hedw. var. albidum FS 1, 2, 3 Pantropical (atingindo SE dos EUA)AC, AL, AM, AP, AC759, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PB, PE, AC1080 PI, PR, RJ, RN, RR, RO, RS, SC, SE, SP e TO O. albidum var violascens Müll. Hal. FS -- Neotropical; AC, AM, BA, MT, MS, PA, RJ, RO, RR e AC879 SE O. cylindricum Schimp. ex Mont. FS -- Neotropical; AC, AM, AP, BA, CE, GO, MG, MS, MT, AC871 PA, PB, PI, RJ, RO, RR, SP, DF, SE e TO O. pulvinatum (Dozy & Molk.) Mitt. Syrrhopodon incompletus Schwägr. S. ligulatus Mont. FP, FS -- -- 1, 2, 3 1, 2, 3 2, 3 Neotropical; AC, AM, AP, BA, CE, ES, GO, MA, MG, AC764, MS, MT, PA, PE, RJ, RO, RR, SC, SP e TO AC1092 Afro-americana; AC, AL, AM, AP, BA, GO, MG, MS, AC920, MT, PA, PE, PR, RJ, RO, RR, SC e SP AC1087 Neotropical; AM, AP, BA, DF, MT, MS, MG, PA, PE, AC1014 RJ, RO, RR e SP Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. Tabela 1. (cont.) 30 Família/Espécie S. prolifer Schwägr. Tipo de Zona no tronco na floresta floresta primária -- 1, 2, 3 Distribuição no mundo e no Brasil Voucher Neotropical; AL, AM, AP, BA, DF, ES, GO, MG, MT, AC1000 PA, PE, PI, PR, RJ, RO, RS, SC, SE e SP FISSIDENTACEAE Fissidens elegans Brid. -- 1, 2, 3 Neotropical, AC, AM, ES, GO, MT, MS, MG, PA, PE, AC1061 RJ, RS, RO, RR, SC, SP F. guianensis Mont. FP 2 Neotropical; AC, AL, AM, AP, BA, DF, ES, GO, MT, AC816 PA, PE, PI, RJ, RO, RR, SP e TO F. flaccidus Mitt. FS -- Afro-americana; AC, BA, CE, DF, GO, MG, MS, MT, AC845 PA, PB, PE, PR, RJ, RO, RS e SP F. pellucidus Hornsch. -- 1 Neotropical; AM, CE, MG, MT, PA, PR, RJ, RO, RR, AC1046 RS, SC e SP F. zollingeri Mont. FS -- Pantropical (atingindo Se dos EUA) AC, AM, AP, BA, AC790 DF, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PB, PR, PE, PI, RJ, RO, RR, SP e TO HYPNACEAE Chryso-hypnum diminutivum (Hampe) W.R.Buck FS 2, 3 Ampla; AC, AM, AP, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PA, AC771, PE, RJ, RS, RR, SC e SP AC1056 Pantropical; AM, BA, ES, MG, MS, MT, PA, PR, RJ, AC837 Ectropotecium leptochaetum (Schwägr.) W.R.Buck FS Isopterygium subbrevisetum (Hampe) Broth. FS -- Neotropical; AM, AP, BA, MG, PA, RJ, SC e SP AC803 I. tenerum (Sw.) Mitt. -- 2, 3 Neotropical; AC, AM, BA, CE, ES, DF, GO, MG, MS, AC1087 -- SC e SP MT, PA, PB, PE, PI, PR, RJ, RR, RO, RS, SC, SP e TO Vesicularia vesicularis (Schwägr.) Broth. FS -- Neotropical; AC, AL, AM, BA ES, GO, MG, MS, MT, AC780 PA, PE, PI, PR, RJ, RS, SC, SP, RO e RR LEUCOBRYACEAE Leucobryum martianum (Hornsch.) Hampe FP -- América do Sul; AC, AL, AM, AP, BA CE ES, DF MA MG, MS, MT, PA, PE,PR, RJ, RO, RR, RS,SC, SE e SP AC812 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 31 Tabela 1. (cont.) Família/Espécie Tipo de Zona no tronco na Distribuição no mundo e no Brasil Voucher floresta floresta primária FP -- Pantropical; AC, AL, AM, AP, ES, MG, PA, PE, RJ, RO, RR, SC e SP AC828 -- 1 Neotropical, AC, AP, AM, BA, ES, GO, MT, MS, MG, AC883 LEUCOMIACEAE Leucomium strumosum (Hornsch.) Mitt. PILOTRICHACEAE Callicostella pallida (Hornsch.) Ångstr. PA, PR, PE, RJ, RS, RO, RR, SP e SE SEMATOPHYLLACEAE Potamium lonchophyllum (Mont.) Mitt. Sematophyllum subsimplex (Hedw.) Mitt. Taxithelium planum (Brid.) Mitt. Trichosteleum subdemissum (Schimp. ex Besch.) A. Jaeger T. papillosum (Hornsch.) A.Jaeger FP -- América do Sul; AM, BA, MT, PA e RJ AC816 FP, FS 1, 2, 3 Afro-americana; AC, AM, AP, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MG, MT, MS, PA, PB, PE, PI, PR RJ, RO, RR RS, SC, SE, SP e TO Ampla; AC, AL, AM, AP, BA, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PR, RJ, RO, RR, SC, SP e TO AC762, FP, FS 1 AC1080 AC803, AC880 -- 1 Afro-americana; AM, BA, MT, PA, PI, RJ, RR e SP AC956 FP, FS 2, 3 América do Sul; AC, AP, AM, BA, ES, MG, MT, PA, PE, RJ, RO, RR, SC, SE, SP e TO AC777, AC1042 STEREOPHYLLACEAE FP, FS 1 Pilosium chlorophyllum (Hornsch.) Müll. Hal. Neotropical; AC, AL AM, AP, BA, CE, DF, ES, GO, MG, MT, MS, PA, PE, RJ, RO, RR, SP e TO AC766, AC1018 THUIDIACEAE Pelekium scabrosulum (Mitt.) W.R.Buck & H.A. Crum P. schistocalix (Müll. Hal) W.R.Buck & H.A.Crum GEOCALYCACEAE FS -- FS -- Lophocolea martiana Nees FP -- Neotropical; AC, AM, AP, DF, GO, MT, PA, PE, RO e RR Neotropical (atingindo SE dos EUA)AC, AM, AP, GO, MA, MT, PA, RO e RJ Afro-Americana; AM, AP, BA, CE, ES, GO, MG, MT, PA, PE, PR, RJ, RS, SC, SE e SP AC876 AC771 AC835 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. Tabela 1. (cont.) Família/Espécie 32 Tipo de Zona no tronco na Floresta floresta primária FS 3 FP, FS 1 FS 2 Distribuição no mundo e no Brasil Voucher Neotropical; AC, AL, AM, BA, CE, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA,PR, PE, RJ, RO, RR e SP Pantropical; AM, BA, ES, GO, MG, MS, MT, PA, PE, RJ, RS, SC e SP Neotropical; AC, AP, AM, BA, ES, PA, PE, PR, RJ, AC786 LEJEUNEACEAE Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn. Aphanolejeunea truncatifolia Horik. Archilejeunea auberiana (Mont.) A.Evans AC773 AC878 RO, RS, RR e SP A. fuscescens (Hamp. ex. Lehm.) Fulford FP, FS 1, 2, 3 Neotropical; AC, AL, AM, BA, PA, PE, RJ e RR AC838, AC1077 A. parviflora (Nees) Schiffn. FP 1, 2 Caudalejeunea lehmanniana (Gottsche) A.Evans FS -- FP -- FP, FS 1, 2, 3 Ceratolejeunea coarina (Gottsche) Steph. C. cornuta (Lindenb.) Steph Neotropical; AC, AP, AM, BA, MG, MS, MT, PE, RJ, RO, RR, RS e SP Pantropical; AL, AP, AM, BA, CE, ES, MT, PA, PE, PR, RJ, RS, RO, RR, SC, SE e SP Neotropical; AC, AM, AP, BA, MA, PA, PE, PR, SE e SP Neotropical; AC, AL, AM, AP, BA, CE, GO, MG, PA, AC832 AC791 AC827 AC1060 PE, PR, RJ, RO,RR, SC, SE e SP C cubensis (Mont.) Schiffn. -- 2, 3 C. guianensis (Ness & Mont.) Steph. -- C. laetefusca (Austin) R.M. Schust. -- AC1041 1, 2, 3 Neotropical; AC, AM, AP, BA, CE, ES, PA, PB, PE, RJ, RO e SP Neotropical, AM, BA, PA, PE. 3 Neotropical, AC, AM, BA, ES, MG, PA, PE, RJ, RR, AC907 AC954 SP C. minuta G.Dauph. FP 1, 2, 3 Brasil e Guianas; BA, PA e PE AC811, AC1097 C. rubiginosa Steph. -- 2 Neotropical, PA e RJ AC905 Cheilolejeunea adnata (Kunze) Grolle -- 2, 3 Neotropical; AC, AL, AM, AP, BA, ES, MG, MT, PA, AC925, PE, PR, RR, SC e SP AC1098 Neotropical; AC, AM, AP, BA, CE, ES, GO, MG, MS, AC845 C. clausa (Nees & Mont.) R.M.Schust. FS 3 MT, PA, PE, PR, RJ e SP C. discoidea (Lehm. & Lindenb.) Kach. & R.M.Schust. -- 2,3 Neotropical, BA, ES, MG, MT, PA e SP AC903 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. Tabela 1. (cont.) Família/Espécie C. holostypa (Spruce) Grolle & R.L.Zhu 33 Tipo de Zona no tronco na Floresta floresta primária -- 2, 3 Distribuição no mundo e no Brasil Voucher Neotropical; BA, ES, MG, PA, PE, PR, RJ e SP AC978, AC 1029 C. oncophylla (Ångstr.) Grolle & Reiner FS 1, 2, 3 Neotropical; AP, BA, GO, MG, PA, PR, RJ, RR e SP AC757, AC847 C. rigidula (Nees & Mont.) R.M.Schust. FP, FS 1, 2, 3 C. trifaria (Reinw., Blume & Nees) Mizut. FS 3 Cololejeunea minutissima subsp. myriocarpa (Nees & Mont.) R.M.Schust.* C. subcardiocarpa Tixier FS Afro-americana; AC, AL, AM, AP, BA, CE, ES, GO, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PR, RJ, RR, SC, SE, e SP AC757, AC1045 AC790 -- Pantropical; AC, AM, AP, BA, CE, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PR, RJ, RR e SP Pantropical; AM, BA, MG, RJ, SP e PA FS -- Neotropical: AC, PA, RJ, SC e, SP AC868 C. surinamensis Tixier FP -- América do Sul; AM, MT e PA. AC830 Drepanolejeunea fragillis Bischl. FS 3 AC777 Haplolejeunea cucullata (Steph.) Grolle FP 1 Neotropical; AM, AP,BA, CE, ES, PA, PE RJ, RR, SE e SP Afro-americana; CE, PA e SP AC782 AC813, AC1093 Harpalejeunea oxyphylla (Nees & Mont.) Steph -- 3 Neotropical; AM, BA, PA, PB, PE, RJ e SP AC982 H. stricta (Lindenb & Gott.) Steph. FS 1, 2, 3 Neotropical; AC, BA, PA, PE, RJ e SP AC1026 Lejeunea boryana Mont. -- 2 Neotropical, AC, AM e PA AC886 FP, FS 2 Neotropical; AC, BA, CE, DF, ES, MS, MT, PA, PE, PR, RJ, RR e SP AC762, L. caulicalyx (Steph.) E.Reiner & Goda* AC861 L. cerina (Lehm. & Lindenb.) Gottsche -- 1, 2, 3 Neotropical; AC, PE, ES, RJ, SP AC890 L. controversa Gottsche FP -- Neotropical; AC, MS, PA, PE e SP AC836 L. flava (Sw.) Nees FS 1, 2, 3 AC 1038 L. huctumalcensis Lindenb. & Gottsche FP 1, 2 Pantropical; AC, AM, BA, CE, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PA, PB, PR, PE, RJ, RS, RR, SE e SP Neotropical; AM, BA, PA, PE, SP AC827, AC1077 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. Tabela 1. (cont.) 34 Família/Espécie Tipo de Zona no tronco na Distribuição no mundo e no Brasil Voucher Floresta floresta primária L. laetevirens Nees & Mont. FS 1 Neotropical; AC, AL, AM, AP, BA, CE, DF, ES, MS, MT, PA, PB, PE, RJ, RR, SE e SP AC870 L. magnoliae Lindenb. & Gottsche FS -- Afro-americana; AC, AL, BA,CE, ES, MS, MT, PA, PE, RJ, RR, SE e SP AC773, AC875 L. tapajosensis Spruce FS 3 América do Sul; AC, BA, ES, PA e PE AC777 Leptolejeunea elliptica (Lehm. & Lindenb.) Schiffn. Lopholejeunea subfusca (Nees) Schiffn. FS -- AC878 FS 1, 2 FP, FS 2 Neotropical; AL, BA, CE, ES, GO, MG, PA, PE, RJ, RS, SC, SE e SP Pantropical; AC, AM, AP, BA, CE, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PA, PB, PE, RJ, RO, RR, SC e SP Neotropical; PA Microlejeunea acutifolia Steph. AC859 AC761, AC970 M. epiphylla Bischl. FS 2, 3 Odontolejeunea lunulata (Weber) Schiffn. FS -- Pictolejeunea picta (Gottsche ex. Steph.) Grolle FP 1, 2 Neotropical; AP, BA, ES, GO, MG, MS, PA, PB, PE, SE e SP AC844, Afro-americana; AC, AM, AP CE, ES, MG, MT, PA, PE, PR, RJ, RS, RR e SP Neotropical; AM, PA e RJ AC850 AC986 AC816, AC1070 Prionolejeunea denticulata (Weber) Schiffn. FP, FS 1 Neotropical; AM, CE, PA, PE e RJ AC772, AC1017 P. muricatoserrulata (Spruce) Steph. FP 1, 2 Neotropical; PA AC816 Pycnolejeunea contigua (Nees) Grolle FS 1, 2, 3 Pantropical; AM, BA, CE, ES, MG, PA, PE, RR, RS, SC e SP AC783, P. macroloba (Nees & Mont.) Schiffn. -- 2, 3 Neotropical; AL, AM, BA, CE, ES, PA, PE e SP AC1029 AC983, AC1015 P. papillosa X.-L. He* FS 2 Neotropical; AM, CE e PA AC791 Rectolejeunea berteroana (Gottsche) A.Evans FS 1, 2, 3 Neotropical; AC, AM, AP, BA, ES, PA, PE, PR, RJ, SC e SP AC781, AC1083 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. Tabela 1. (cont.) Família/Espécie Stictolejeunea squamata (Willd. ex Weber) Schiffn. Symbiezidium transversale (Sw.) Trevis. S. transversale var hookerianum (Gottsche) Gradst. & Van Beek Taxilejeunea lusoria (Lindenb. & Gottsche) Steph. Thysananthus amazonicus (Spruce) Schiffn. 35 Tipo de Zona no tronco na Distribuição no mundo e no Brasil Voucher Floresta floresta primária -- 3 Neotropical; AC, AM, BA, PA, PE, MG, RJ E SP AC1071 FS 3 Neotropical; AC, AM, AP, CE, ES, MG, PA e RJ AC1090 FS -- Neotropical; AM, AP, BA e PA AC866 FP -- Neotropical; AM, AP, PA,PR, RJ e SP AC813 -- 3 Neotropical; AC, AP, AM,BA, GO, MT e PA AC 982, AC1012 Trachylejeunea aneogyna (Spruce) Grolle FP, FS 1, 2, 3 América do Sul; AM, BA, MA, PA, PE MG, RO e SP AC764, AC1085 Verdoornianthus marsupiifolius (Spruce) Gradst.* Xylolejeunea crenata X.-L.He & Grolle FS -- Brasil; AM e PA AC782 FP, FS 1 Neotropical; AM, AP, BA, MA, MG, PA, PE, RJ, RO, RR e SP AC779, AC871 LEPIDOZIACEAE Micropterigium leiophyllum Spruce FP -- Brasil; AM, GO, MG, MT, PA, RJ e RR AC812 Monodactylopsis monodactyla (Spruce) R.M. Schust. Zoopsidela integrifolia (Spruce) R.M. Schust. FS -- Neotropical; AM, ES, PA e RO AC779 FP -- Neotropical; AM, BA, DF, MG, MT, PA, SE e SP AC820 Plagiochila rutilans Lindenb. FP 1 AC828 P. subplana Lindenb. FP 1, 3 Neotropical; AC, AM, AP, BA, CE, ES, GO, MG, MT, PA, PE, RJ, RR, RS, SC e SP Neotropical; AM, BA, PA, MG, RJ, RR, SC e SP PLAGIOCHILACEAE AC814, AC1049 RADULACEAE Radula flaccida Lindenb. & Gottsche FP -- Afro-americana; AC, AM, BA, MG, PA, PR, RR e SP AC804 R. javanica Gottsche FS 3 AC870 R. surinamensis Steph. FP -- Pantropical; AC, AP, AM, BA, ES, MG, MS, MT, PA, PE, PR, RJ, RS e SP América do Sul; SP e PA R. mammosa Spruce* FP 2 Neotropical; AM, BA, PA e SP AC829 AC836 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 36 Figura 1: Mapa de localização do Município de Capitão Poço, Pará Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 37 56 60 n˚ de espécies 50 40 30 20 10 12 5 5 1 1 1 5 1 2 1 3 2 4 Ca ly mp era ce Fi ae ssi de nta ce ae Hy pn ac Le ea e uc ob ry ac ea Le e uc om i ac Pi ea lot e r i c Se ha ma c top ea e hy ll a St ce ere ae op hy lla ce ae Th ui dia ce Ge ae oc aly ca ce Le ae jeu ne ac Le pid eae oz iac Pl ea ag e io ch ila ce ae Ra du lac ea e 0 Famílias Figura 2: Riqueza por família das briófitas registradas no município de Capitão Poço, Pará, Brasil. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 38 70 61 60 Nº de espécies 50 40 30 15 20 10 10 8 2 1 2 0 Ampla Pantropical Afroamericano Neotropical América do Brasil-Guiana Sul Brasil Padrão de distribuição Figura 3: Padrão de distribuição das briófitas registradas no município de Capitão Poço, Pará, Brasil. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 39 Figura 4: A – C. Cololejeunea minutissima subsp. myriocarpa (Nees & Mont.) R.M. Schust. A. Hábito. B. Filídio. C. Perianto. D – H. Lejeunea caulicalix (Steph.) E.Reiner & Goda. D. Hábito. E. Filídio. F. Margem do filídio. G. Perianto. H. Quilha do perianto. (A – D de ACCTavares- 782; D-H de ACCTavares 795). Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 40 Figura 5: A-C. Pycnolejeunea papillosa X.-L. He. A. Hábito. B. Anfigastro. C. Perianto. D. Margem do filídio e lóbulo.(A – D de ACCTavares- 791). Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 41 Figura 6: A – D. Verdoornianthus marsupiifolius (Spruce) Gradst. A. e B. Anfigastro. C. Hábito. D. Filídio. E. Radula mammosa Spruce. E. Hábito. (A-D de ACCTavares 787; E de ACCTavares 829). Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 42 40 38 35 Nº de espécies 30 29 29 25 25 25 20 15 15 10 5 0 FS6a FS10a FS20a FS40a FP FP e FS Tipo de floresta Figura 7: Riqueza de espécies registradas nas áreas de estudo no município de Capitão Poço, Pará, Brasil. Tipo de floresta: FS6a = Floresta secundária de seis anos de regeneração, FS10a = Floresta secundária de 10 anos de regeneração, FS20a = Floresta secundária de 20 anos de regeneração, FS40a = Floresta secundária de 40 anos de regeneração, FP = Floresta primária, FP = Floresta secundária. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 43 50 45 Nº de espécies 45 40 44 37 35 30 25 20 20 15 10 5 0 1 2 3 1,2,3 Zona no tronco Figura 8: Riqueza das espécies de briófitas em diferentes zonas no tronco de forófitos em floresta primária no município de Capitão Poço, Pará, Brasil. Zona no tronco: 1 = base, 2 = 2-10 m, 3 = 12-20 m. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 44 Capítulo II COMUNIDADES DE BRIÓFITAS EM UMA CRONOSSEQUÊNCIA EM FLORESTAS DE TERRA FIRME NO ESTADO DO PARÁ, AMAZÔNIA, BRASIL ARTIGO A SER SUBMETIDO PARA PUBLICAÇÃO NA REVISTA The Bryologist Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 45 COMUNIDADES DE BRIÓFITAS EM UMA CRONOSSEQUÊNCIA EM FLORESTAS DE TERRA FIRME NO ESTADO DO PARÁ, AMAZÔNIA, BRASIL A. C. C. TAVARES Programa de Pós-graduação em Botânica: Conhecer e Conservar. Escola Nacional de Botânica Tropical /Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Rua Pacheco Leão 2040 – Solar Imperatriz, 22460-030 – Horto – Rio de Janeiro, RJ, Brasil. e-mail: [email protected] D. P. COSTA Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Rua Pacheco Leão 915, 22460-000. Rio de Janeiro, RJ, Brasil e-mail: [email protected] R. C. L. LISBOA Coordenação de Botânica, Museu Paraense Emílio Goeldi, Caixa postal 399, Belém, PA, Brasil. e-mail: [email protected] Resumo. Apesar da Floresta Amazônica abrigar a maior diversidade biológica do planeta, desde o século passado ela vem sofrendo intenso processo de ocupação através de construção de reservatórios e estradas, agropecuária, expansão de cidades, etc. Como resultado destas atividades verifica-se vastas áreas de floresta intactas convertidas em florestas secundárias em diferentes idades de regeneração. Este trabalho teve por objetivo estudar a brioflora de quatro capoeiras em diferentes estádios sucessionais e de uma floresta primária no município de Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 46 Capitão Poço, Pará, Brasil. Os estudos de campo foram conduzidos em cinco áreas do município de Capitão Poço, Nordeste Paraense, região que possui histórico de uso com ca. 50 anos, apresentando apenas 2,5% de áreas remanescentes d mata primária. As briófitas foram coletadas em 2000m2 em cada floresta. Foram analisadas a riqueza, composição florística, tipos de substrato, formas de vida e o impacto da destruição na brioflora. Foi aplicada análise multivariada para comparar as comunidades de briófitas ocorrentes entre as cinco áreas. Ao longo da cronossequência foram registradas 78 espécies, sendo 25 de musgos e 53 de hepáticas. Observou-se redução no número de espécies das florestas secundárias em relação à floresta primária, além de mudanças na composição florística ao longo da sucessão. Na Amazônia Oriental são necessários mais de 40 anos de sucessão para que a brioflora de florestas secundárias venha a ser mais semelhante com a de floresta primária. Sugere-se a ampliação do número de áreas protegidas na Amazônia, principalmente naquelas onde a pressão do desmatamento for mais intenso. Palavras-chave: brioflora, desmatamento, sucessão ecológica, florestas primárias, florestas secundárias, conservação. A Floresta Amazônica consiste no maior reservatório natural da diversidade vegetal do planeta, onde cada um de seus diferentes ambientes florestais possui um contigente florístico rico e variado, na maioria das vezes exclusivo de certos ambientes (Oliveira & Amaral 2004). Entretanto, as perturbações antrópicas que ocorrem sobre as florestas primárias para a abertura de novas fronteiras agrícolas vêm fazendo com que grandes áreas de terras cobertas por vegetação nativa transformem-se em florestas secundárias em taxas aceleradas (Ferreira & Oliveira 2001). Segundo o INPE (2008), entre 2006 e 2007 a taxa de desmatamento na Amazônia legal chegou a 11.532 km2/ano. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 47 Na Amazônia brasileira, ca. 30% das áreas que tiveram a vegetação primária removida estão atualmente recobertas por vegetação secundária (Rios et al. 2001). O leste da Amazônia foi a área que sofreu maior pressão antrópica de toda a região devido a colonização por parte de migrantes vindos de outros estados do Brasil (Smith et al. 2003). Como consequência desse processo de ocupação, muitas áreas de florestas primárias foram substituídas por áreas de cultivo, principalmente de agricultura familiar. Os colonos eliminam as florestas e após ca. quatro anos de uso estas áreas são abandonadas por conta da queda de fertilidade do solo, e nestes locais surge uma regeneração da vegetação conhecida comumente como capoeira (Lisboa 1989). Dentro deste contexto, o nordeste paraense constitui uma das fronteiras de colonização agrícola mais antigas na Amazônia, caracterizada por uma paisagem inteiramente antropizada com mais de 90% da sua cobertura florestal natural convertida em vegetação secundária (Wagner 1995). Essa região, no inicio do século XXI, apresentava aproximadamente 50% de sua área coberta de florestas secundárias em diferentes idades de sucessão, sendo que 22% com menos de seis anos (Vieira et al. 2003). Entretanto, apesar das áreas de vegetação secundária não suprirem, integralmente, o papel da floresta primária, desempenha importante função como provedor de serviços ambientais (Rayol et al. 2006), devido apresentar um importante papel ecológico, em termos de crescimento florestal, acúmulo de biomassa, controle de erosão, conservação de nutrientes, benefícios hidrológicos e manutenção de parte da diversidade biológica (Nepstad et al. 1996; Pereira & Vieira 2001). Em se tratando de diversidade biológica em florestas tropicais, as briófitas têm importante papel na retenção de água nestes ecossistemas, além de auxiliar na estabilização das camadas mais superficiais do solo, produção de biomassa, fixação de nitrogênio e carbono (Hallingbäck & Hodgetts 2000). Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 48 Assim como para outros grupos de plantas, as causas da perda e degradação dos habitats das briófitas são diversas, podendo ser de forma natural ou por ação antrópica. Dentre as atividades humanas destacam-se a urbanização, construção de rodovias e reservatórios, mineração, práticas florestais e agrícolas, drenagem e excesso de pastejo (Hallingbäck & Hodgetts 2000). Gradstein (1992a, 1995) relata que em regiões tropicais a riqueza de espécies de briófitas em florestas secundárias é geralmente inferior quando comparadas com as florestas primárias. No Brasil, vários são os estudos briológicos que confirmam essa premissa como os de Lisboa et al. (1987), Costa (1999), Santos & Lisboa (2003), Souza & Lisboa (2005), Oliveira et al. (2006), dentre outros. Entretanto, na Amazônia Brasileira somente Lisboa et al. (1987) realizaram estudo de floresta secundária em cronossequência (1, 5, 10 e 15 anos de regeneração) comparando-as com floresta primária. Neste trabalho, os autores sugerem que após a devastação a regeneração da vegetação é quase nula nas florestas secundárias recentes e que a total regeneração das espécies pode não acontecer. Após este, na Amazônia Brasileira até o presente não se observou na literatura estudos briológicos em cronossequências com mais tempo de regeneração. Acredita-se que a brioflora de uma floresta secundária pode ser importante, no sentido de dar condições para que essa comunidade tenha maior chance de se autoregenerar. Assim sendo, um estudo de capoeiras de diferentes idades de regeneração em cronossequência de 6, 10, 20, 40 anos e floresta primária, pode revelar aspectos importantes sobre a sucessão da brioflora, tal como a capacidade de resiliência destas áreas, a distribuição das espécies ao longo de uma sucessão, além de estimar o tempo necessário para que a brioflora se regenere, fornecendo subsídios para a implementação de políticas conservacionistas. Este trabalho tem por objetivo estudar a brioflora de quatro capoeiras em diferentes estádios sucessionais e de uma floresta primária no município de Capitão Poço, Pará, Brasil. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 49 MATERIAL E MÉTODOS Área de estudo. Os estudos de campo foram conduzidos em Floresta de Terra Firme na parte sul do município de Capitão Poço, localizados no Nordeste Paraense, microrregião do Alto Guamá, entre 47º04’S-01º 46’W. Apresenta 40 m de alttude (SEPOF 2008) e clima equatorial super-úmido tipo Am pela classificação de Koppen (Bastos et al. 1984). As temperaturas médias máximas por ano variaram entre 28,7˚C e 30,2˚C, e as médias mínimas por ano oscilaram entre 24,9˚C e 29,8˚C (Dados da estação pluviométrica da CITROPARCitros do Pará S/A). De acordo com Teixeira et al. (2001), a época mais chuvosa ocorre nos meses de janeiro a julho e a menos chuvosa de agosto a dezembro. As maiores precipitações são observadas em março e abril (387 mm e 369 mm), as menores, em outubro e novembro (48 mm e 45 mm). Este município possui um histórico de uso com menos de 50 anos e a cobertura vegetal está dividida entre as florestas secundárias e florestas ombrófilas densas de terra firme e igapó que possui valores menores em porcentagem, caracterizando perda de vegetação, que pode estar diretamente relacionada com o tipo de uso da terra que ocorre neste local (Almeida et al. 2005). Segundo Wiesenmüller (2004), baseado em imagens de satélite Landsat 5 no ano de 2000, ca. de 43,2% da cobertura vegetal de Capitão Poço era de mata secundária de diferentes estádios de regeneração, plantios, pastos e área urbanizada somavam 54,3% e as áreas primárias restavam apenas 2,5%. Seleção, delimitação das áreas e estudo do material. O material foi coletado entre agosto de 2005 e setembro de 2006, em uma cronossequência, sendo um fragmento de floresta primária e quatro áreas de floresta secundária com seis, 10, 20 e 40 anos de sucessão (Fig. 1), sendo seus tamanhos apresentados na Tab. 1. Para se saber o tempo de regeneração das áreas estudadas, foi elaborado e aplicado um questionário aos proprietários das áreas. No questionário foram abordadas perguntas sobre as datas em que a mata foi cortada, cultivada e Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 50 abandonada. No centro de cada área selecionada foram delimitadas duas parcelas de 20 m x 50 m por classe de floresta (Frahm 2003), onde as briófitas foram coletadas aleatoriamente. O método de coleta seguido foi o de Yano (1984). Como as briófitas ocorrem geralmente em pequenas moitas ou tapetes de vários indivíduos, considerou-se como uma ocorrência a população de indivíduos que compõe uma amostra. As amostras coletadas estão incorporadas nos herbários do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB) e do Museu Paraense Emílio Goeldi (MG). Análise dos dados. Foram analisados a riqueza, composição florística, tipos de substrato, formas de vida e o impacto da destruição na brioflora. Para análise da composição florística as briófitas foram classificadas de acordo com sua tolerância à luz solar como: epífitas de sol, epífitas de sombra e generalistas. Para tal classificação utilizou-se os trabalhos de Richards (1984), Cornelissen & ter Steege (1989), Gradstein (1992b) e Gradstein et al. (2001). A classificação quanto ao tipo de substrato seguiu Robbins (1952) e para as formas de vida adotou-se Mägdefrau (1982) e com adaptações de Richards (1984). Aplicou-se análise multivariada (Hair Jr. et al. 2006) através do software MVSP (Multivariate Statistical Package) para comparar as comunidades de briófitas ocorrentes entre as quatro capoeiras e a floresta primária. Para tanto, a similaridade foi calculada através do índice de Sørensen, tendo sido utilizada a análise de agrupamento a partir do método de ligação pela média de grupo (UPGMA). RESULTADOS E DISCUSSÃO Riqueza – Ao longo da cronossequência foram registradas 78 espécies, sendo 25 de musgos e 53 de hepáticas (Tab. 2). A riqueza nestas áreas é relativamente expressiva em comparação com outros estudos realizados na Amazônia (Yano & Câmara 2004, Souza & Lisboa 2005, Moraes & Lisboa 2006), ocorrendo a predominância das hepáticas (68%) em Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 51 relação aos musgos (32%). Este resultado confirma o que foi reportado por Gradstein et al. (2001) que nas florestas tropicais de planície a riqueza de hepáticas é geralmente maior que a de musgos. Este destaque das hepáticas ao longo da sucessão foi mencionado por Cornelissen & Gradstein (1990), Montfoort & Ek (1990), Costa (1999) e Acebey et al. (2003). A Tab. 3 mostra as diferenças entre as capoeiras e a floresta primária, além da diminuição do número de espécies com o grau de perturbação da floresta. A menor riqueza de espécies em florestas secundárias em relação à primárias também foi registrado por Lisboa et al. (1987) em Rondônia, Costa (1999) no Rio de Janeiro, Acebey et al. (2003) na Bolívia, Santos & Lisboa (2003), no nordeste paraense e Drehwald (2005) em cinco áreas da América do Sul. Em relação ao número de espécies ao longo da cronossequência, não houve um aumento discrepante de espécies e as diferenças não ocorreram de forma gradativa da capoeira mais jovem para a mais antiga (Tab.3). Este mesmo resultado foi observado por Acebey et al. (2003) ao estudar na Bolívia a brioflora de capoeiras de quatro, 10, 12 e 15 anos de regeneração. Outro ponto importante na diferença entre estas áreas é a maior oferta de substratos e microclimas encontrados na mata primária em contraste com as capoeiras que ofereciam poucas condições para o estabelecimento de uma maior riqueza de briófitas, visto que a umidade e o sombreamento são fatores limitantes para o estabelecimento das briófitas (Gradstein & Pócs 1989). Nas florestas secundárias estudadas por Costa (1999), a mesma diminuição de espécies também foi atribuída à abertura na estrutura de florestas, a pouca quantidade de árvores e microhabitats, além da diminuição na umidade atmosférica. Em relação à similaridade entre as áreas, a Fig. 2 demonstrou que todas as capoeiras estão no mesmo grupo, sendo bem diferentes da floresta primária. As capoeiras de seis, 10 e 20 anos estão mais próximas entre si, e as de 10 e 20 anos são mais similares ainda. A capoeira de 40 anos é aquela mais diferente, mas a separação dos ramos no agrupamento indica que há necessidade de mais alguns anos de regeneração para que esta possa ser mais similar à mata Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 52 primária. Assim, para esta área da Amazônia sugere-se que mais de 40 anos de sucessão são necessários para que a brioflora se regenere. Sillet et al. (1995), para a Floresta Nebulosa na Costa Rica demonstraram que em 30 anos apenas a metade da brioflora se regenera. Costa (1999) para a Floresta Atlântica sugere que 80 anos de sucessão são necessários para que a brioflora seja similar àquela de floresta clímax. Em Floresta Úmida de submontana na Bolívia, Acebey et al. (2003) observaram que ao longo de 10 a 15 anos de abandono, apenas a metade da brioflora é capaz de se regenerar. E na Amazônia Ocidental, para Lisboa et al. (1987) no decorrer de 15 anos de sucessão, apenas 32% da brioflora se regenera. Gradstein et al. (2001) relatam que as florestas tropicais secundárias podem reter apenas de 50 a 70% das espécies de florestas não perturbadas. Neste trabalho, desconsiderando as espécies exclusivas, a brioflora das capoeiras apresentou ca. 40% das espécies da mata primária, ou seja, as capoeiras analisadas apresentaram uma taxa de regeneração inferior ao que é estimado para florestas secundárias no neotrópico. Nas áreas de estudo, o que pode ter acontecido é que com a perturbação as áreas passaram a ter sua estabilidade comprometida, as flutuações ambientais alteraram seu equilíbrio e a sua resiliência diminuiu, conforme caracteriza Engel & Parrotta (2003). Para Uhl et al. (1990), nas florestas tropicais, os distúrbios antrópicos geralmente são de maior escala e frequência do que os distúrbios naturais sob os quais essas evoluíram, e a recuperação do ecossistema torna-se muito lenta ou até mesmo incerta. Apesar dos sucessivos ciclos de corte sofridos pela capoeira de seis anos (Tab. 1) foi possível encontrar mais espécies nesta área do que nas capoeiras de 10 e 20 anos (Tab. 3), além de abrigar o maior número de espécies exclusivas das capoeiras. Isso foi confirmado pela análise de agrupamento (Fig. 2) ao separar esta área das de 10 e 20 anos. Acredita-se que pelo fato da capoeira de 6 anos ser aquela mais exposta à luminosidade, as condições climáticas daquele local permitiram o estabelecimento de um maior número de epífitas de sol. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 53 Tendo em vista a riqueza encontrada na capoeira de seis anos, aparentemente a quantidade de ciclos de corte não interfere na riqueza das briófitas, já que estas utilizam como substratos os troncos em decomposição e as espécies fanerógamas que se estabelecem neste ambiente. Mudanças na composição florística. A família Lejeuneaceae foi a que mais se destacou totalizando 43 espécies, o que corresponde a mais da metade (55%) das briófitas identificadas (Tab. 2). Esta família também foi destaque nos trabalhos de Lisboa & IlkiuBorges (2007), Molinaro & Costa (2001), Drehwald (2005) e Germano & Pôrto (2006). Este resultado confirma que, na predominância das hepáticas sobre os musgos, a maioria das espécies pertence à Lejeuneaceae, sendo esta família aquela que representa mais de 70% das espécies de hepáticas de florestas úmidas de terras baixas (Gradstein et al. 2001). Também merecem destaque as famílias Calymperaceae e Sematophyllaceae com cinco espécies cada. Todas estas famílias mencionadas estão entre aquelas que representam ca. 90% das briófitas das florestas tropicais (Gradstein & Pócs 1989). A representatividade destas famílias mantevese semelhante em todas as áreas estudadas (Fig. 3). Além da riqueza, a composição de espécies também foi modificada ao longo da cronossequência (Tab. 2). Nas áreas de estudo observa-se, inicialmente, uma grande quantidade de epífitas de sol e no decorrer dos anos umas vão substituindo as outras, conforme as suas adaptações frente às variações que o meio fornece, até que o cenário se estabiliza. Neste ponto é possível observar, além das espécies de sol, epífitas de sombra e as generalistas. E nesta dinâmica ocorre, ao longo da sucessão, a formação de grupos que estão restritos a uma ou duas áreas, enquanto que outros conseguem ocupar todos os tipos de florestas. Neste estudo, a Fig.4 demonstra que os grupos predominantes nas capoeiras foram as generalistas e epífitas de sol. As epífitas de sombra estiveram ausentes nas capoeiras de 6 e 20 anos e foram mais representativas em floresta primária. Uma espécie não foi classificada por Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 54 não haver informação suficiente. Drehwald (2005), estudando sucessão em cinco áreas da América do Sul, constatou que a brioflora de florestas tropicais pode estar constituída de diferentes grupos ecológicos que se restringem a um ou vários tipos de florestas onde as espécies que necessitam constantemente de alta umidade estão restritas às florestas sem ou com um baixo grau de perturbação. Na Tab.2, dentre as epífitas de sombra que foram registradas neste estudo, Archilejeunea parviflora (Nees) Schifn., Haplolejeunea cucullata (Steph.) Grolle, Leucobryum martianum (Hornsch.) Hampe e Leucomium strumosum (Hornsch.) Mitt. são bons exemplos de táxons pertencentes a este grupo ecológico e que já foram assim mencionados nos estudos de Gradstein et al. (2001) e Drehwald (2005). As espécies Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn., Archilejeunea auberiana (Mont.) A.Evans, Lopholejeunea subfusca (Nees) Schiffn. e Verdoornianthus marsupiifolius (Spruce) Gradst. são consideradas epífitas de sol e já foram assim classificadas por Gradstein et al. (2001). Das espécies que surgiram no início da sucessão, apenas 11 (ca. 14%) são encontradas também na mata primária. Cheilolejeunea rigidula (Nees & Mont.) R.M. Schust., Lejeunea caulicalix (Steph.) E.Reiner & Goda, Sematophyllum subsimplex (Hedw.) Mitt. e Trichosteleum papillosum (Hornsch.) A.Jaeger ocuparam todas as áreas estudadas e foram representadas por uma grande quantidade de espécimes, podendo ser consideradas espécies generalistas (Tab. 2). As mudanças na composição florística refletem os efeitos da destruição dos habitats das briófitas. Nas florestas estudadas por Costa (1999), em áreas com menor grau de regeneração, predominaram as epífitas de sol, enquanto que as epífitas de sombra se restringiram, principalmente, à área em estágio de sucessão avançado. Gradstein et al. (2001) relatam que as epífitas de sol, por serem relativamente mais adaptadas à microhabitats secos, tem maiores chances de sobreviver à ambientes alterados. Estes autores ainda reportam que Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 55 estas espécies estão presentes no dossel das florestas e pode descer para florestas alteradas e se estabelecer próximo ao solo de florestas secundárias ou em plantações. Substratos e formas de vida. Foram observados quatro tipos de substratos: troncos vivos, troncos em decomposição, folhas e cupinzeiros. As espécies corticícolas foram as que mais ocorreram ao longo da cronossequência, seguido das epíxilas, epifilas e sobre cupinzeiro (Tab. 4). A predominância de corticícolas sobre epíxilas neste estudo corrobora com o que foi reportado por Richards (1984) para florestas tropicais e por Germano & Pôrto (2006) para floresta Atlântica. A presença de briófitas sobre cupinzeiros tem sido frequentemente mencionada em levantamentos realizados na Amazônia (Lisboa 1993, Ilkiu-Borges & Lisboa 2002a, Santos & Lisboa 2003, Souza & Lisboa 2005). A ocorrência de epífilas é típica de florestas tropicais (Gradstein & Pócs 1989). Segundo Gradstein (1997) e Gradstein et al. (2001), as epífilas são espécies consideradas epífitas de sombra e, quando por algum motivo ocorre a abertura do dossel, elas são as primeiras a desaparecer por serem as mais vulneráveis à perturbação e destruição das florestas. A partir da capoeira de 10 anos já foi possível observar o aparecimento de epífilas, demonstrando assim que estas podem ocorrer tanto em florestas primárias quanto secundárias conforme ressalta Richards (1984). Portanto, estes resultados indicam que a partir de 10 anos de sucessão a floresta já abriga umidade e sombreamento suficientes para o estabelecimento destas espécies. Segundo Richards (1984) e Cornelissen & ter Steege (1989), algumas espécies epífilas podem colonizar outros tipos de substrato como cascas de árvores, sendo chamadas de epífilas facultativas, além de serem consideradas espécies pioeiras tais como Leptolejeunea elliptica (Lehm. & Lindenb.) Schiffn. e Taxitelium planum (Brid.) Mitt. Além destas espécies, Archilejeunea auberiana (Mont.) A.Evans, Ceratolejenea cornuta (Lindenb.) Steph., Cheilolejeunea rigidula (Nees & Mont.) R.M. Schust., Lejeunea magnoliae Lindenb. & Gottsche, Microlejeunea Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 56 epiphylla Bischl. e Xylolejeunea crenata X.-L. He, ocorreram neste estudo e aqui são consideradas epífilas facultativas e pioneiras. Foram registrados seis tipos de formas de vida (Tab. 5), com predominância de tapete. A predominância do tapete foi observada também em Costa (1999) e Germano & Pôrto (2006), sendo que, ao longo das capoeiras de 6, 10 e 20 anos, tapete liso predominou sobre o tapete rugoso, acontecendo o inverso na capoeira de 40 anos e mata primária. Acebey et al. (2003) na Bolívia, ao compararem formas de vida entre capoeiras e mata primária, também observaram esta tendência e sugeriram que o microclima quente e seco possa ser o fator responsável por esse fenômeno como uma defesa para de evitar dessecação. Thiers (1988) afirma que a principal vantagem do hábito de crescimento prostrado seria a interceptação de água que escorre pelos interstícios das cascas das árvores. Acredita-se então que, considerando um microclima quente e com pouca umidade das capoeiras, a dessecação pode ser evitada por causa da superfície de contato do tapete liso ser maior que do tapete rugoso, ocorrendo assim maior captação da água que fica acumulada nas gretas das cascas das árvores. E sob essa óptica, pode-se explicar também a ocorrência das espécies filamentosas justamente nestas pequenas fendas das cascas das árvores. Neste micro-ambiente estas espécies, além de obterem maior quantidade de água, podem também evitar a sua exposição a pleno sol e consequentemente evitar dessecação. As formas do tipo coxim e tufo ocorreram mais na mata primária que nas capoeiras, entretanto o que se observa na literatura é que estas são mais comuns em áreas abertas (Mägdefrau 1982, Costa 1999, Uniyal 1999). No caso da forma flabeliforme, esta foi mais comum na mata primária que nas capoeiras. Segundo Thiers (1988), as formas de crescimento projetadas ajudam a maximizar a absorção de luz. Nas capoeiras, as poucas espécies flabeliformes que correram apresentavam os ramos laterais mais próximos do substrato, possivelmente para reter maior umidade. Portanto, observa-se que a variação das formas de vida, a ocorrências destas em locais Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 57 diferentes e as explicações destas mudanças estão possivelmente relacionadas à flutuação de luz e água, conforme menciona Mägdefrau (1982). Impacto da destruição da brioflora. Segundo Hallingbäck & Hodgetts (2000), as briófitas são plantas que auxiliam na estabilização da superfície do solo, que são fundamentais para reciclagem de nutrientes, produção de biomassa e fixação de carbono, além de serem eficientes no fluxo hídrico das florestas por possuírem mecanismos capazes de reter água. Dada a importância deste grupo de plantas pode-se prever o prejuízo sofrido pelas florestas quando se reduz, fragmenta e degrada-se o habitat. Neste trabalho observa-se que com a devastação, ca. 60% da brioflora foi reduzida e que ao longo de 40 anos de sucessão nem a metade (40%) conseguiu se regenerar. Fazendo uma estimativa, para florestas de terra firme no nordeste paraense, seriam necessários aproximadamente 100 anos de sucessão para que a brioflora seja similar à da floresta primária. Além da quantidade de espécies, verifica-se que a qualidade da brioflora também é alterada (Tab. 3). Fazendo uma comparação com outras áreas estudadas no neotrópico, verifica-se que a capacidade de regeneração das áreas de terras baixas estudadas no nordeste paraense foi diferente dos resultados de Sillet et al. (1995) para floresta úmida de submontana na Costa Rica, de Costa (1999) para a florestas de terras baixas na Mata Atlântica do sudeste brasileiro e Acebey et al (2003) para floresta submontana na Bolívia. Observa-se que o tempo de regeneração da brioflora em florestas secundárias varia de acordo com o tipo de floresta. Entretanto, é necessário levar em consideração diversos fatores como: a natureza e o grau da perturbação, a proximidade ou não como outras áreas em estágio sucessional mais avançado, meios de dispersão de propágulos (Reis & Kageyama 2003), etc. Para a floresta amazônica, Zartman & Shaw (2006) afirmam que no caso de espécies epífilas, a diminuição da riqueza em áreas fragmentadas acontece em decorrência da Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 58 diminuição da taxa de imigração, sugerindo que a manutenção de populações epífilas depende da presença de uma densidade mínima de populações vizinhas. Em face das mudanças na riqueza, verificaram-se também as diferenças na composição florística pela substituição de espécies ao longo da sucessão, formando assim grupos ecológicos distintos. Em decorrência das alterações ambientais as espécies buscaram colonizar substratos diferentes, desenvolveram formas de vida adaptadas para certos tipos de ambientes, seja para captar água ou para se proteger da luminosidade e temperatura elevadas. Medidas de conservação. Uma vez observadas as formas de devastação, os impactos e as consequências sofridas pela floresta, surge a necessidade de se pensar em medidas que visem a minimização ou reversão destes problemas. No Plano de Ação para Briófitas da IUCN, no que tange à necessidade de se reconhecer áreas críticas para conservação, Gradstein & Raeymaerkers (2000) indicam cinco áreas: sudeste da América Central, Norte da Cordilheira dos Andes e Chocó, norte e parte central da Amazônia (incluindo Guianas e Andes), norte do Caribe e a Mata Atlântica. Esses autores justificam a importância destas áreas por serem centros de diversidade, pela existência de espécies endêmicas e pelos problemas do desmatamento. Entretanto, observa-se a ocorrência de praticamente todos esses fatores em todo o bioma amazônico. No estado do Pará são registrados ca. 330 espécies de briófitas, das quais aproximadamente 10 são restritas a este estado. Neste trabalho foi registrada Verdoornianthus marsupiifolius (Spruce) Gradst., uma espécie que era anteriormente conhecida apenas por duas coleções: uma para a porção norte do estado do Amazonas (Rio Uatumã) e outra considerada duvidosa para São Carlos (Venezuela). No tratablho de Ilkiu-Borges & Lisboa (2002b) foi registrado para a Amazônia brasileira a espécie Leptolejeunea tridentata Bischl, conhecida apenas pelo tipo coletado em 1957 para o Chocó (Colômbia), e constante na lista vermelha da IUCN de espécies de briófitas ameaçadas de extinção (Tan et al. 2000). A diversidade de espécies, o registro de espécies endêmicas e raras, além da ocorrência de espécie ameaçada de extinção Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 59 despertam atenção para necessidade de ampliação de áreas apontadas como criticamente ameaçadas, além da Amazônia Central, dentro da região amazônica. Considerando que o nordeste paraense é uma das partes mais desmatadas da Amazônia e que nestas áreas pode ser encontrada espécie antes considerada endêmicas de apenas uma região deste bioma, sugere-se que também a parte oriental da Amazônia seja indicada como uma área crítica para a conservação de briófitas seja por causa das espécies raras que aqui são registradas, seja pelos níveis alarmantes de desmatamento registrados no estado do Pará, ou ainda por se encontrar nesta microrregião diversas áreas em pleno processo de sucessão. Outra justificativa para que esta região deva ser indicada se pauta em um dos objetivos da Estratégia Global para a Conservação de Plantas (2006) que é o de “melhorar a conservação, o manejo e a restauração de longo prazo da diversidade de plantas, das comunidades de plantas e dos habitats e ecossistemas associados in situ (tanto em ambientes mais naturais quanto nos mais manejados) e, onde for necessário complementar as medidas in situ e ex situ de preferência no país de origem”. Para Gradstein & Raeymaerkers (2000), outras ações são necessárias como a capacitação de estudantes e apoio de taxonomistas, elaboração de floras, implementação de herbários briológicos, promoção de conhecimento do público geral, realização de inventários e elaboração de listas vermelhas, realização de estudos ecológicos que relacionem sucessão ecológica com distúrbios nos ecossistemas, monitoramento e etc. Em síntese, observou-se que a devastação das florestas no nordese paraense pode reduzir a brioflora em 60% e que 40 anos de sucessão não são suficientes para que a brioflora possa se regenerar. Tendo em vista que em 40 de regeneração apenas 40% da brioflora consegue se regenerar, estima-se então que para o nordeste paraense seriam necessários 100 anos de sucessão para que a brioflora de uma floresta secundária se assemelhe a de uma mata primária. Verificou-se também que, com as alterações sofridas, a composição de espécies foi Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 60 mais prejudicada que a riqueza e que epifitas de sol podem ser indicadoras de distúrbios florestais por serem espécies mais adaptadas à ambientes secos. Espécies consideradas epífilas facultativas podem se estabelecer em florestas secundárias de 10 anos de regeneração e a forma de vida tapete liso predominou em capoeiras como uma forma de evitar a dessecação. Sugere-se que a Amazônia Oriental também seja indicada como uma área crítica para conservação de briófitas. Agradecimentos As autoras agradecem à Dra. Ima Vieira, M.Sc. Eliane Leal e M.Sc.Arlete Almeida do Projeto LBA (Large Scale Biosphere-Atmosphere Experiment in Amazônia) pela autorização e apoio logístico para a realização das coletas. Aos técnicos Mário Rosa Júnior, Daniel Nascimento e Benedito Seabra pelo auxílio nas atividades de campo. Ao M.Sc. Alcindo Martins Júnior pelo auxílio no campo. À Dra Anna Luiza Ilkiu-Borges pela confirmação de algumas espécies de Lejeuneaceae. À Escola Nacional de Botânica Tropical pelo auxílio concedido e ao CNPq, pela concessão da bolsa de estudos. Literatura Citada Acebey, A.; Gradstein, S.R. & Krömer, T. 2003. Species richness and habitat diversification of bryophytes in submontane rain forest and fallows of Bolivia. Journal of Tropical Ecology 19:9–18. Almeida, A.S.; I.C.G. Vieira & N.S.H. Tancredi. 2005. Análise Ecológica da Paisagem do Leste do Pará. Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, p.1415-1422. Bastos, T.X., ,T.D.A.S. Diniz, L.T. Kobayashi & A.R. Santos. 1984. Estudos Mesoclimáticos – Variação termopluviométrica em campos experimentais da EMBRAPA–CPATU no Estado do Pará. - EMBRAPA–CPATU, Pesquisa em Andamento, 134: 1-3. 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Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 69 Tabela 1: Idade, tamanho e histórico de uso das áreas estudadas no município de Capitão Poço, Pará, Brasil. Idade (ano) Tamanho da área (ha) Ciclos de cortes Plantio antes do abandono 6 12,5 6 Milho, mandioca, e feijão 10 6,6 1 Pasto 20 6 1 Milho, mandioca, malva e feijão 40 1,65 1 Mandioca FP 3.800 --- --- Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 70 Tabela 2: Riqueza e distribuição das espécies registradas por local estudado. C6a=Capoeira de seis anos, C10a=Capoeira de 10 anos, C20a=Capoeira de 20 anos, C40a=Capoeira de 40 anos, FP=Floresta Primária. Grupos ecológicos: Esol = epífita de sol, Esom = epífita de sombra, Gen = generalista. Grupos ESPÉCIE Locais de coleta C6a C10a C20a ecológicos C40a FP Fissidens zollingeri Mont. 1 Gen Isopterygium subbrevisetum (Hampe) Broth. 1 Esol Vesicularia vesicularis (Schwägr.) Broth. 1 Gen Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn. 2 Esol Caudalejeunea lehmanniana (Gottsche) A.Evans 1 Esol Cheilolejeunea trifaria (Reinw., Blume & Nees) Mizut. 1 Esol Cololejeunea minutissima subsp. myriocarpa (Nees & Mont.) R.M.Schust. 1 Esol Pycnolejeunea contigua (Nees) Grolle 2 Esol Pycnolejeunea papillosa X.-L. He 2 Esol Verdoornianthus marsupiifolium (Spruce) Gradst. 1 Esol Archilejeunea auberiana (Mont.) A.Evans 2 1 Esol Lopholejeunea subfusca (Nees) Schiffn. 2 1 Esol Rectolejeunea berteroana (Gottsche ex Steph.) A.Evans 1 1 Gen Octoblepharum albidum Hedw. var violascens Müll. Hal. 1 1 2 Gen Pelekium schistocalix (Müll. Hal) W.R.Buck & H.A.Crum 1 1 1 Esol Radula javanica Gottsche 1 Esol Lejeunea laetevirens Nees & Mont. 3 Gen Pelekium scabrosulum (Mitt.) W.R.Buck & H.A. Crum 6 4 Esol Ectropotecium leptochaetum (Schwägr.) W.R. Buck 1 2 Gen Simbiezidium transversale var hookerianum (Gottsche) Gradst. & Van Beek 1 1 Esol Octoblepharum cylindricum Schimp. ex Mont. 1 1 Esol 14 5 Taxithelium planum (Brid.) Mitt. 2 1 Gen Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 71 Grupos ESPÉCIE Locais de coleta C6a C10a C20a C40a ecológicos FP Odontolejeunea lunulata (Weber) Schiffn. 1 Esol Calymperes pallidum Mitt. 1 Esol Cheilolejeunea clausa (Nees & Mont.) R.M.Schust. 2 Esol Fissidens flaccidus Mitt. 1 -- Harpalejeunea stricta (Lindenb & Gott.) Steph. 1 Gen Octoblepharum albidum Hedw. var. albidum 2 1 1 Gen Calymperes erosum Müll. Hal. 7 5 3 Gen Cololejeunea subcardiocarpa Tixier 4 1 4 Esol 1 1 Esol Lejeunea tapajosensis Spruce 1 Esol Calymperes afzelii Sw. 2 Gen Drepanolejeunea fragillis Bischl. 1 Gen Symbiezidium transversale (Sw.) Trevs. 1 Esol Monodactylopsis monodactyla (Spruce) R.M. Schust. 1 Esom Lejeunea flava (Swart.) Nees 1 Gen Cheilolejeunea oncophylla (Ångstr.) Grolle & Reiner Ceratolejeunea cornuta (Lindenb.) Schiff. 3 2 1 5 Gen Calymperes lonchophyllum Schwägr. 4 Gen Fissidens guianensis Mont. 4 Esom Leucobryum martianum (Hornsch.) Hampe ex Müll. Hal. 8 Esom Leucomium strumosum (Hornsch.) Mitt. 1 Esom Potamium lonchophyllum (Mont.) Mitt. 1 Esom Lophocolea martiana Nees 2 Esom Archilejeunea parviflora (Nees) Schiffn. 1 Esom Ceratolejeunea minuta G.Dauph. 1 Gen Ceratolejeunea coarina (Gottsche) Steph. 4 Gen Cololejeunea surinamensis Tixier 3 Esom Lejeunea controversa Gottsche 1 Esom Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 72 Continuação ESPÉCIE Grupos ecológicos C6a Locais de coleta C10a C20a C40a FP Prionolejeunea muricato-serrulata (Gottsche) Steph. 2 Esom Haplolejeunea cucullata (Steph.) Grolle 2 Esom Lejeunea huctumalcensis Lindenb. & Gottsche 2 Esom Zoopsidela integrifolia (Spruce) R.M. Schust. 1 Gen Taxilejeunea lusoria (Lindenb. & Gottsche) Steph. 1 Esom Plagiochila rutilans Lindenb. 1 Esom Radula surinamensis Steph. 1 Gen Radula flaccida Lindenb. & Gottsche 5 Gen Plagiochila subplana Lindenb. 5 Esom Pictolejeunea picta (Gott. ex. Steph.) Schiffn. 4 Esom Radula mammosa Spruce 1 Esom Micropterigium leiophyllum Spruce 1 Esom Calymperes platyloma Mitt. 2 3 Esom Octoblepharum pulvinatum (Dozy & Molk.) Mitt. 1 4 Gen Microlejeunea acutifolia Steph. 1 3 Gen Prionolejeunea denticulata (Weber) Schiffn. 1 7 Esom 2 2 Gen Trachylejeunea aneogyna (Spruce) Grolle 3 Aphanolejeunea truncatifolia Horik. 1 3 1 Esom Xylolejeunea crenata X.-L.He & Grolle 2 4 7 Esom 1 2 2 Gen 2 2 2 2 Gen Archilejeunea fuscescens (Hamp. ex. Lehm.) Fulford 1 Pilosium chlorophyllum (Hornsch.) Müll. Hal. Chryso-hypnum diminutivum (Hampe) W. R. Buck 2 1 5 1 Esol Lejeunea magnoliae (Lindenb. & Gottsche) 5 5 2 2 Esol Leptolejeunea elliptica (Lehm. & Lindenb.) Schiff. 1 4 1 1 Esol Microlejeunea epiphylla Bischl. 6 2 2 1 Gen Sematophyllum subsimplex (Hedw.) Mitt. 2 3 2 5 11 Gen Trichosteleum papillosum (Hornsch.) A. Jaeger 6 4 5 3 1 Gen Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 73 Cheilolejeunea rigidula (Nees & Mont.) R.M.Schust. 6 6 7 12 1 Gen Lejeunea caulicalyx (Steph.) E.Reiner & Goda 6 2 7 2 1 Gen Total 78 espécies 66 75 62 65 108 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 74 Tabela 3: Número de espécies e ocorrências registradas nas áreas de estudo no município de Capitão Poço, Pará. C6a=Capoeira de seis anos, C10a=Capoeira de 10 anos, C20a=Capoeira de 20 anos, C40a=Capoeira de 40 anos, FP=Floresta Primária. Área Nº de espécies Nº de ocorrências C6a 29 66 C10a 25 75 C20a 25 62 C40a 29 65 FP 38 108 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 75 UPGMA FP 40a 20a 10a 6a 0.28 0.4 0.52 0.64 0.76 0.88 Sorensen's Coefficient Figura 2: Silimaridade florística entre capoeiras analisadas no Município de Capitão Poço, Pará Brasil. 6a = Capoeira de seis anos, 10a = Capoeira de 10 anos, 20a = Capoeira de 20 anos, 40a = Capoeira de 40 anos, FP = Floresta Primária. 1 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 76 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 C6a C10a C20a C40a Ca ly m pe r Fi ss a ce a ide nt e ac ea Hy e Le pna uc ce ob ae r L e ya c ea u e Se com m i a at c op ea e hy St lla er eo c ph ea e yll ac ea Th e ui Ge dia o c ce a aly e ca Le c jeu eae ne ac Le e pi do ae z Pl ag ia ce io ch a e ila Ra cea e du la ce ae FP Famílias Figura 3: Proporção das famílias de briófitas por tipo de floresta estudada no Município de Capitão Poço, Pará Brasil.. Tipo de floresta: C6a = Capoeira de seis anos, C10a = Capoeira de 10 anos, C20a = Capoeira de 20 anos, C40a = Capoeira de 40 anos, FP = Floresta Primária. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 77 25 21 20 17 15 15 13 11 12 11 Epífita de sol 12 11 Epífita de sombra 9 10 Generalista 5 5 2 0 0 C 6a 0 C 10a C 20a 0 C 40a FP Tipo de Floresta Figura 4: Proporção dos grupos ecológicos de briófitas por tipo de floresta estudada no Município de Capitão Poço, Pará Brasil. Tipo de floresta: C6a = Capoeira de seis anos, C10a = Capoeira de 10 anos, C20a = Capoeira de 20 anos, C40a = Capoeira de 40 anos, FP = Floresta Primária. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 78 Tabela 4: Substratos registrados nas capoeiras e floresta primária no Município de Capitão Poço, Pará, Brasil. C6a=Capoeira de seis anos, C10a=Capoeira de 10 anos, C20a=Capoeira de 20 anos, C40a=Capoeira de 40 anos, FP=Floresta Primária. Substrato/Áreas C6a C10a C20a C40a FP Corticícola 57 44 35 40 69 Cupinzeiro 5 --- --- --- --- Epífila --- 13 3 10 14 Epíxila 5 24 25 4 30 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 79 Tabela 5: Formas de vida registradas nas capoeiras e floresta primária no Município de Capitão Poço, Pará, Brasil. C6a=Capoeira de seis anos, C10a=Capoeira de 10 anos, C20a=Capoeira de 20 anos, C40a=Capoeira de 40 anos, FP=Floresta Primária. Forma de vida/Áreas C6a C10a C20a C40a FP Coxin 2 9 9 11 17 Flabeliforme 2 7 4 1 9 Filamento 6 4 2 3 5 Tapete liso 35 35 31 22 36 Tapete rugoso 26 18 17 28 40 Tufo 1 --- 1 --- 4 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 80 Capítulo III DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DE BRIÓFITAS EPÍFITAS EM FANERÓGAMAS ARBÓREAS EM FLORESTA DE TERRA FIRME NO ESTADO DO PARÁ, AMAZÔNIA, BRASIL. ARTIGO A SER SUBMETIDO PARA PUBLICAÇÃO NA REVISTA Nova Hedwigia Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 81 Distribuição Vertical de Briófitas Epífitas em Fanerógamas Arbóreas em Floresta de Terra Firme no Estado do Pará, Amazônia, Brasil por Ana Cláudia Caldeira Tavares1*, Denise Pinheiro da Costa2 e Regina C. Lobato Lisboa3 1 Escola Nacional de Botânica Tropical/Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Rua Pacheco Leão 2040 – Solar Imperatriz, 22460-030 – Horto – Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 2 Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Rua Pacheco Leão 915, 22460-000. Rio de Janeiro, RJ, Brasil 3 Coordenação de Botânica, Museu Paraense Emílio Goeldi, Caixa postal 399, Belém, PA, Brasil. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 82 Resumo: A riqueza, composição florística e distribuição de briófitas epífitas em diferentes níveis de altura foram analisadas em 15 forófitos arbóreos em um fragmento de Floresta Amazônica no estado do Pará, com 3.800 ha de Floresta Ombrófila Densa de Terra Firme. Os forófitos selecionados foram: Eschweilera coriacea (A.DC.) S.A.Mori, Lecythis idatimon Aubl. e Micropholis guyanensis (A. DC.) Pierre, cada espécie com cinco réplicas, totalizando 15 forófitos. Ao longo dos troncos foram coletadas amostras de 20 x 20 cm, sendo as coletas realizadas a cada 2 m acima do nível do solo. Técnicas de ordenação usando o escalonamento multidimensional (MDS). foram aplicadas para analisar a distribuição das espécies nos diferentes níveis de altura e nas espécies arbóreas estudadas. Foi registrado um total de 68 espécies de briófitas, sendo 20 de musgos e 48 de hepáticas. Não foi observada maior riqueza de espécies no dossel que no sub-bosque, como acontece em outras florestas tropicais da Guiana e Guiana Francesa. Entretanto, a partir de 2m de altura foram registrados 45,5% das espécies encontradas no levantamento, demonstrando que uma amostragem representativa não é possível sem análise ao longo do tronco até a copa das árvores. Estes resultados corroboraram com alguns dos estudos realizados na Mata Atlântica nordestina que não registraram diferenças significativas ao longo do gradiente. Com relação aos grupos ecológicos, as epífitas de sombra foram mais representativas (58%) no sub-bosque (base até 6 m) da floresta, enquanto que as epífitas de sol predominaram (68%) nos níveis mais elevados (14 m até copa). A predominância de espécies generalistas (44%) confirma o que anteriormente foi registrado para a Mata Atlântica quanto à fragmentação provocar o aumento de espécies generalistas em detrimento daquelas especialistas como epífitas de sol e de sombra. A distribuição dos grupos ecológicos ao longo do gradiente vertical foi semelhante àquela registrada na sucessão secundária. Não foi observada preferência das espécies de briófitas por determinado forófito. Palavras-chave: brioflora, gradiente vertical, grupos ecológicos, floresta amazônica. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 83 Introdução As briófitas, por serem plantas poiquilohídricas, desprovidas de cutícula epidérmica e de sistema vascular lignificado (Gradstein et al. 2001), reagem sensivelmente às variações de umidade, temperatura e luminosidade (Hallingbäck & Hodgetts 2000). A região neotropical, onde essas variações produzem uma grande diversidade de microclimas e microhabitats, apresenta uma elevada riqueza de espécies, estimada em 4.700 (Pócs 1982, Gradstein & Pócs 1989, Gradstein 1992, Gradstein et al. 2001, Gradstein & Costa 2003). Por causa dos altos índices de umidade e devido à busca pela luminosidade, a maioria das briófitas de florestas tropicais é epífita (Richards 1954, 1984, Uniyal 1999, Frahm 2003). A própria estrutura dessas florestas, formadas principalmente por espécies arbóreas, resulta na predominância de epífitas corticícolas. Essa comunidade é apontada como a mais freqüente em florestas tropicais em diversos estudos realizados em diferentes regiões (Richards 1984, Germano & Pôrto 1998, Ilkiu-Borges & Lisboa 2002, Valente & Pôrto 2006, Santos & Costa 2008). Briófitas corticícolas conseguem se estabelecer por toda extensão das árvores (Gradstein et al. 1996) e, devido a variações microclimáticas que ocorrem ao longo do gradiente vertical, a riqueza e composição florística podem variar (Pócs 1982, Montfoort & Ek 1990, Acebey et al. 2003). Os primeiros trabalhos que buscaram relacionar a composição das comunidades epífitas ao gradiente vertical eram de natureza observacional, sem que um determinado modelo estatístico tivesse sido aplicado para testar essa hipótese. Nestes casos, a distribuição das zonas e a justificativa para a separação de comunidades podiam variar de acordo com autor. Pócs (1982), por exemplo, reconheceu quatro zonas de distribuição vertical em florestas tropicais e as relacionou com diferentes grupos de briófitas epífitas: base de árvores, tronco superior, ramos e galhos do dossel. Essas zonas foram estabelecidas de acordo com o microhabitat que apresentavam, levando-se em consideração principalmente o fator umidade. Richards (1984), não estabeleceu um zoneamento, mas relacionou sinúsias de epífitas em florestas tropicais a variações microclimáticas em gradiente vertical, considerando as comunidades de sub-bosque (epífitas de sombra) e de dossel (epífitas de sol). Neste caso, o critério para a distinção das sinúsias foi principalmente a tolerância à luminosidade. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 84 O primeiro estudo quantitativo que avaliou os padrões de distribuição de criptógamas epífitas ao longo do gradiente vertical foi realizado por Cornelissen & ter Steege (1989) na Guiana. Esses autores estudaram as briófitas e líquens em seis zonas, seguindo Johansson (1974), em duas espécies de forófito. Através desse zoneamento, seus resultados indicaram um padrão de distribuição vertical, a existência de uma relação epífita-forófito e de comunidades distintas. Ao todo, foram registradas 13 comunidades de criptógamas desde a base até o dossel superior das árvores, com maior diversidade nesta última zona. Como forma de classificar as espécies encontradas, Cornelissen & ter Steege (1989) utilizaram o termo ‘especialistas’ para as espécies, cuja grande maioria (90%) de indivíduos ocorreu em até duas zonas de alturas e de ‘generalistas’ para as que não se limitaram a uma ou duas zonas, mas apresentaram uma ampla distribuição ao longo dos forófitos. De 81 espécies de briófitas registradas, 17 se enquadraram como especialistas e 25 como generalistas. Entre as especialistas, eles observaram que a maioria ocorria no dossel superior, enquanto que as generalistas, apesar de estarem amplamente distribuídas, mostravam certa preferência por determinada altura. As outras 39 espécies, não foram enquadradas em nenhuma das duas categorias. Montfoort & Ek (1990), estudando a distribuição vertical e ecologia de líquens e briófitas epífitas em Saül, na Guiana Francesa, também observaram um distinto padrão de distribuição e a formação de comunidades ao longo do gradiente vertical, assim como Cornelissen & ter Steege (1989). Entretanto, em Saül, devido às condições mais úmidas da floresta estudada, houve um deslocamento para cima em uma zona de altura em relação à área estudada pelos últimos autores na Guiana. A relação espécie-forófito não pode ser estatisticamente comprovada por Montfoort & Ek (1990), mas esses autores sugerem que a riqueza de espécies epífitas pode variar de acordo com a espécie, altura, fatores específicos de cada forófito e o habitat. Os resultados de Montfoort & Ek (1990) indicaram seis comunidades no gradiente vertical. Além disso, assim como na Guiana (Cornelissen & ter Steege 1989), em Saül, a maioria das espécies ocupou preferencialmente as zonas mais altas das árvores e a amplitude vertical variou de espécie para espécie (especialistas vs. generalistas). A comparação dos estudos de Cornelissen & ter Steege (1989) e Montfoort & Ek (1990), permitem visualizar que peculiaridades da área estudada (vegetação, clima, relevo, etc.) e características específicas do forófito (rugosidade da casca, arquitetura da copa, etc.) podem resultar em diferenças na distribuição das espécies e composição das zonas estabelecidas. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 85 O número de publicações sobre a distribuição vertical de briófitas tem aumentado, principalmente na América do Sul, incluindo trabalhos realizados na Guiana, Guiana Francesa, norte dos Andes, Bolívia e Brasil (Cornelissen & Gradstein 1990, Wolf 1993 e 1995, Costa 1999, Acebey et al. 2003, Germano 2003, Campelo & Pôrto 2007, Alvarenga et al. 2009, Silva 2009). No Brasil, os estudos de distribuição vertical estão restritos, até o presente, ao bioma Mata Atlântica. Estes trabalhos forneceram valiosas informações sobre a distribuição de briófitas ao longo do gradiente vertical, bem como sobre as diferenças de riqueza e composição observadas entre sub-bosque e dossel. Nestes estudos, a distribuição vertical foi analisada ou em áreas em diferentes estádios de sucessão (Costa 1999) ou em fragmentos florestais com diferentes graus de conservação (Germano 2003, Campelo & Pôrto 2007, Alvarenga et al. 2009, Silva 2009). O trabalho de Costa (1999) na Reserva Biológica Poço das Antas, Rio de Janeiro, não incluiu zoneamento vertical, mas foi o primeiro trabalho realizado no Brasil que enfocou o dossel, demonstrando que esse estrato pode abrigar uma riqueza de espécies superior àquela encontrada no sub-bosque. A preferência por dossel em relação ao sub-bosque também foi registrada no estudo em gradiente vertical realizado por Germano (2003) na Reserva Ecológica de Gurjaú, Pernambuco. Germano (2003) verificou que 86% das espécies coletadas estavam restritas ao dossel. No seu trabalho, foram consideradas as quatro zonas reconhecidas por Pócs (1982), mas não foi observado um padrão de distribuição significativo ao longo das mesmas para os três forófitos estudados. Entretanto, foram distinguidas duas zonas de altura, dossel e sub-bosque, para Tapirira guianensis Aubl. e Bowdichia virgilioides H.B.K. Segundo a autora, a arquitetura da copa de ambos os forófitos pode ter influenciado o suprimento de luz e água do estrato superior, o que possivelmente alterou a riqueza de espécies. A preferência de briófitas por forófitos, além da distribuição vertical, foi estudada por Campelo & Pôrto (2007) em uma reserva particular no estado de Pernambuco, utilizando três zonas das quatro reconhecidas por Pócs (1982). As autoras constataram que não existiu especificidade entre as briófitas e as espécies de forófitos estudadas e que a riqueza específica foi mais expressiva na terceira zona (8-8,5 m), do que nas duas primeiras, em função do aumento da luminosidade. Apesar de Campelo & Pôrto (2007) terem estudado uma zona a menos que Germano (2003), ambos os trabalhos atribuíram à luminosidade, o aumento da riqueza de espécie nas zonas mais elevadas. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 86 O efeito do grau de conservação na distribuição vertical de briófitas em fragmentos florestais foi testado por Alvarenga et al. (2009) na Estação Ecológica de Murici, Alagoas. Essas autoras estudaram fragmentos florestais conservados e não conservados e constataram que nas áreas conservadas, as briófitas ocorrem em toda a extensão do forófito, enquanto que, nas áreas não conservadas, elas se restringem à base das árvores. Adicionalmente, foi observado que o dossel de fragmentos conservados é similar ao subbosque daqueles não conservados, sugerindo o deslocamento dos grupos típicos de dossel (espécies de sol) em fragmentos conservados para estratos inferiores em fragmentos não conservados. Isso pode ser explicado pelas mudanças microclimáticas que ocorrem ao longo do gradiente vertical, as quais dependem da estrutura da floresta, como altura e espaçamento entre as árvores, conforme observou Costa (1999). Tanto Alvarenga et al. (2009), quando Costa (1999), observaram que as espécies de sombra responderam negativamente à degradação do habitat. Alvarenga et al. (2009) reportaram que as espécies típicas de florestas maduras (epífitas de sombra) estiveram praticamente ausentes nos fragmentos não conservados, sendo as primeiras a desaparecer com a perda de habitat. Costa (1999) também observou que nas áreas com menor grau de regeneração, predominaram as epífitas de sol e generalistas, enquanto que as epífitas de sombra se restringiram, principalmente, à área em estádio de sucessão avançado. Os resultados alcançados por Costa (1999) e Alvarenga et al. (2009) confirmam a observação de Gradstein (1992) de que as epífitas de sombra são as mais afetadas pela destruição da floresta. Na mesma área estudada por Alvarenga et al. (2009), Silva (2009) verificou se a composição, riqueza, diversidade e as guildas de tolerância à luminosidade (epífitas de sol, epífitas de sombra e generalistas) respondem ao gradiente vertical e a distância da borda. Os resultados encontrados pela autora não evidenciaram a estratificação de espécies e sugerem que a distância da borda não é suficiente para explicar a distribuição da brioflora local. Silva (2009) não observou a contribuição do dossel na riqueza, diversidade e na distribuição espacial em gradiente vertical. A autora atribui à própria heterogeneidade ambiental do remanescente, a falta de diferenciação do gradiente vertical e entre a borda e o interior. Na Amazônia brasileira ainda não foram publicados trabalhos que enfoquem a distribuição vertical de briófitas em fanerógamas arbóreas. Estudos desta natureza são de fundamental importância para se conhecer não somente como ocorre a distribuição Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 87 vertical, mas os grupos ecológicos que compõem este gradiente no bioma amazônico. Este trabalho, portanto, visa preencher esta lacuna e responder às seguintes questões: • Em termos de riqueza e composição florística, existe diferença entre a brioflora de dossel e de sub-bosque em floresta de terra firme na Amazônia brasileira? • É possível distinguir um padrão de distribuição de briófitas ao longo do gradiente vertical, considerando os níveis de altura estabelecidos? • Quais os grupos ecológicos que predominam no local estudado e ao longo do gradiente vertical? • Existe preferência das espécies de briófitas por alguma espécie de forófito estudado? Material e métodos Área de estudo As atividades de campo foram realizadas em um fragmento de floresta de Terra Firme na parte sul do município de Capitão Poço, à 47º 04´de latitude sul e 01º 46´ de longitude oeste, localizado no nordeste paraense (SEPOF 2008). Esta área é uma das fronteiras de colonização agrícola mais antigas na Amazônia, ocasionada pela migração de nordestinos que fugiam das secas intensas (IBGE 1991). Atualmente, nestas localidades a paisagem é bastante antropizada (Wagner 1995) devido às culturas de subsistência como mandioca, milho e arroz (Wiesenmüller 2004). O fragmento abrange 3.800 ha e está cercado por áreas de pastagens e solo exposto (Almeida et al. 2005). O tipo de vegetação deste fragmento é Floresta Ombrófila Densa de Terra Firme, caracterizado por ser uma floresta pluvial não sujeita à inundação, plana a ondulada, com existência de grande biomassa e sub-bosque espaçado (Pires & Prance 1985, Almeida et al. 2005). No município onde a área de estudo está inserida, a altitude atinge 40 m (SEPOF 2008) e o clima é equatorial super-úmido do tipo Am pela classificação de Koppen (Bastos et al. 1984), As maiores precipitações (387 mm e 369 mm) são observadas em março e abril e as menores (48 mm e 45 mm) em outubro e novembro (Teixeira et al. 2001). As temperaturas médias máximas por ano variaram entre 28,7˚C e 30,2˚C, e as médias Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 88 mínimas oscilaram entre 24,9˚C e 29,8˚C (Dados da estação pluviométrica da CITROPARCitros do Pará S/A). Seleção dos forófitos Foram selecionadas três espécies arbóreas distintas e abundantes no fragmento, com cinco indivíduos cada, totalizando 15 forófitos. Estas espécies são típicas de florestas primárias de terra firme na Amazônia (Rankin-de-Merona & Ackerly 1987, Salomão et al. 2002). As espécies arbóreas selecionadas foram: Eschweilera coriacea (A.DC.) S.A.Mori, Lecythis idatimon Aubl. e Micropholis guyanensis (A. DC.) Pierre. Todas são espécies de dossel, cujos indivíduos possuem condições para escalada por apresentar ramos fortes suficientes para suportar o peso de um adulto e ramos superiores visíveis ao nível do solo (Gradstein et al. 1996). Coleta do material A escalada do forófito foi realizada por um técnico especialista em escalada de árvores, sendo utilizado equipamento apropriado à sustentação e segurança. Ao longo do tronco foram coletadas amostras de 20 x 20 cm (Frahm 2003), desde a base até a copa, sendo as coletas realizadas a cada 2 m acima do nível do solo. Como as briófitas ocorrem geralmente em pequenas moitas ou tapetes de vários indivíduos, considerou-se como uma ocorrência a população de indivíduos que compõe uma amostra. As amostras coletadas foram incorporadas aos herbários do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB) e do Museu Paraense Emílio Goeldi (MG). Análise dos dados Foram analisadas a riqueza específica, a composição florística nos diferentes níveis de altura, a distribuição das espécies de briófitas nos diferentes níveis de altura do tronco e nos diferentes forófitos estudados. Considerou-se sub-bosque os níveis entre a base e altura de 6m e dossel a altura de 20 m que coincidiu com a copa das árvores. Para análise da composição florística as briófitas foram classificadas de acordo com sua tolerância à luz solar como: epífitas de sol, epífitas de sombra e generalistas. Para tal classificação utilizou-se os trabalhos de Richards (1984), Cornelissen & ter Steege (1989), Gradstein (1992) e Gradstein et al. (2001). Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 89 Técnicas de análise multivariada foram aplicadas para analisar a distribuição das espécies de briófitas nos diferentes níveis de altura do tronco das três espécies arbóreas estudadas. Para tanto foram construídas as seguintes matrizes de dados binários: 1) brioflora x nível de altura e 2) brioflora x forófito. A partir de cada matriz básica calculou-se uma matriz de associação através do coeficiente de Jaccard. Cada matriz de associação foi gerada para se observar as similaridades entre as alturas estudadas e entre os diferentes forófitos. Para se observar as distâncias entre os níveis de altura e entre os forófitos estudados em um espaço bidimensional (Hair Jr. et al. 2006), as matrizes de associação foram ordenadas pela técnica de escalonamento multidimensional (MDS), tendo como medida de stress o método de Kruskal (1964) e RQS (R2) que representa a proporção de variações que o modelo derivado cobre em relação aos dados originais (Pereira, 1999). Na medida de Kruskal, quanto mais próximo de zero for o valor de S (stress), menor a distorção e, portanto, melhor a representação das distâncias. E no RQS, quanto mais próximo de um (1) significa o máximo das medidas originais que a ordenação capturou. Todas as análises foram realizadas através do software SYSTAT 12. Resultados e Discussão Riqueza e composição florística. Foram registradas 68 espécies de briófitas (20 musgos e 48 hepáticas), distribuídas em 10 famílias e 31 gêneros (Tabela 1). A riqueza encontrada em cada forófito estudado é apresentada a seguir: em Eschweilera coriacea registrou-se 45 espécies (12 de musgos e 33 de hepáticas); em Lecythis idatimon 43 espécies (12 de musgos e 28 de hepáticas); e em Micropholis guyanensis 38 espécies (10 de musgos e 28 de hepáticas). Houve um predomínio de espécies de hepáticas (71%) sobre as de musgos (29%) em todos os níveis de altura estudados (Tabela 1). Conforme já observado por Gradstein et al. (2001),em florestas tropicais de terra baixa, as hepáticas são mais numerosas que os musgos. Lejeuneaceae e Calymperaceae foram as famílias mais representativas em termos de riqueza com 53 espécies (44 e 9 espécies, respectivamente). Juntas, estas famílias perfazem 78% da brioflora da área estudada. Segundo Gradstein et al. (2001), nas florestas tropicais de terra baixa, a família Lejeuneaceae abrange mais de 70% das espécies de hepáticas e Calymperaceae está entre as quatro famílias de musgos mais bem Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 90 representadas. Tanto a predominância de hepáticas sobre musgos, quanto a representatividade das famílias supracitadas foram observadas em outros estudos de distribuição ao longo de um gradiente vertical como os de Cornelissen & ter Steege (1989) para a Guiana, de Montfoort & Ek (1990) para a Guiana Francesa, Acebey et al. (2003) para Bolívia, Germano (2003) e Campelo & Pôrto (2007) para Pernambuco e Alvarenga et al. (2009) e Silva (2009) para Alagoas (Tabela 2). Quanto à ordenação das briófitas nos diferentes níveis de altura, não houve agrupamentos nas mesmas alturas, assim como também não foram observadas mudanças gradativas entre os diferentes níveis. No caso de Escheweleira coriacea (figura 1), não foi encontrado um padrão de distribuição ao longo do gradiente vertical. A base dos três forófitos analisados (A0_3, A0_4 e A0_5) foram mais similares às alturas de 8 m, 12 m e 20 m (A8_3, A12_1 e A12_5). As copas não se agruparam, com exceção de A20_4 e A20_5 que foram similares à altura de 14 m (A14_1). Em Lecythis idatimon (figura 2) também não foi observado nenhum padrão de distribuição, tanto as bases como as copas não se agruparam. Enquanto que em Micropholis guyanensis (figura 3) base, 2 m e 4 m (A0_2, A2_2 e A4_2) se agruparam, assim como as alturas de 14 m, 16 m, 18 m e 20 m (A14_2, A16_1, A18_4 e A20_2). Além destes, não foram encontrados outros agrupamento distintos que indicassem algum padrão. De acorco com a tabela 3, não foi observada diferença na riqueza entre sub-bosque e dossel conforme foi observado em outros estudos em florestas tropicais como nos de Cornelissen & ter Steege (1989), Costa (1999), Acebey et al. (2003), Germano (2003), que observaram maior riqueza no dossel que no sub-bosque. Entretanto, foram similares aos resultados encontrados por Alvarenga et al. (2009) e Silva (2009) que não observaram diferenças ao longo do gradiente. No primeiro trabalho, as autoras atribuem à perda de habitat derivada da fragmentação, isolamento e exploração florestal, os fatores que podem ter influenciado seus resultados. Enquanto que no segundo estudo, a autora justifica a abertura na estrutura da vegetação, própria de Floresta Ombrófila Aberta, que propiciou a criação de microhabitats mais secos no sub-bosque permitindo que xerófitas ocupassem esse estrato. Isso parece explicar os resultados obtidos no presente estudo, pois a área em questão é um fragmento florestal, cercado por áreas de solo exposto e pastagens (Almeida et al. 2005) apresentando muitas clareiras. Apesar disso, quando observadas as espécies que ocorrem somente a partir de 2 m do solo até a copa, contabiliza-se 31 espécies, o que corresponde a 45,5% das espécies Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 91 encontradas nos 15 forófitos estudados. Este resultado indica que uma amostragem representativa de uma floresta não é possível sem uma análise ao longo do tronco até a copa das árvores (Gradstein 1992, 2006), pois a exemplo deste estudo, quase a metade das espécies poderiam ter sido ignoradas se a amostragem tivesse se restringido à base das árvores. Quando analisados os grupos ecológicos, foi observado que no trajeto da base até a copa foram encontradas 30 (44%) espécies generalistas; da base dos forófitos até 18m de altura registrou-se 19 (28%) espécies epífitas de sombra, e entre a base e a copa foram observadas 19 (28%) espécies epífitas de sol. Os táxons Lejeunea laetevirens Nees & Mont., Lopholejeunea subfusca (Nees) Schiffn. e Pycnolejeunea contigua (Nees) Grolle são considerados na literatura como epífitas de sol, entretanto por terem sido registrados, neste estudo, também na base das árvores, estes foram considerados como generalistas (Tabela 1). A predominância de generalistas não era esperada, tendo em vista que se trata de uma mata primária e que em outros estudos em florestas tropicais as especialistas (epífitas de sol e de sombra) predominam. A exemplo do trabalho de Acebey et al. (2003) na Bolívia, as epífitas de sol representaram 45%, epífitas de sombra 31% e generalistas 24%. Entretanto, no estudo de Alvarenga & Pôrto (2007) realizado na Mata Atlântica foi observado que a fragmentação do habitat provoca a diminuição da representatividade de espécies especialistas (epífitas de sol e sombra) e o aumento de generalistas. Tendo em vista que a área de estudo deste trabalho é um fragmento de floresta primária cercada por pastagens, acredita-se que a fragmentação esteja favorecendo a predominância de generalistas. No estudo realizado por Acebey et al. (2003) a predominância foi de epífitas de sol, entretanto foi observado por Alvarenga et al. (2009) em fragmentos florestais de diferentes tamanhos e estados de conservação na Mata Atlântica, a predominância de generalistas. Enquanto que no estudo realizado por Silva (2009), na mesma área não houve variação significativa entre estes três grupos devido à heterogeneidade do fragmento estudado. No presente estudo as epífitas de sombra foram mais representativas (58%) no subbosque (base-6 m) da floresta, sendo que as espécies Haplolejeunea cucullata (Steph.) Grolle, Taxithelium planum (Brid.) Mitt. e Xylolejeunea crenata X.-L. He & Grolle foram encontradas somente na base das árvores. A ocorrência destas espécies em níveis semelhantes também foi registrada por Cornellisen & ter Steege (1989) na Guiana, Montfoort & Ek (1990), na Guiana Francesa. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 92 As epífitas de sol predominaram (68%) nos níveis mais elevados (14 m-copa), sendo que as espécies Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn., Cheilolejeunea clausa (Nees & Mont.) R.M. Schust., C. trifaria (Reinw., Blume & Nees) Mizut., Symbiezidium transversale (Sw.) Trevis. e Thysananthus amazonicus (Spruce) Schiffn. foram encontradas entre 16 m e dossel. Estas espécies também foram encontradas em faixas similares nas florestas estudadas por Cornelissen & ter Steege (1989), Acebey et al. (2003). Em níveis mais inferiores (8-14 m), observou-se espécies citadas na literatura como epífitas de sol: Archilejeunea auberiana (Mont.) A.Evans (10 m) e Pycnolejeunea macroloba (Nees & Mont.) Schiffn. (à partir de 8 m). No estudo de Cornelissen & ter Steege (1989), na Guiana, baseados na distribuição de espécies que ocorreram no dossel, dividiram as espécies em: epífitas de sol verdadeiras e pioneiras. A primeira consiste em espécies que ocorrem somente entre o tronco superior e dossel como Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn. e Thysananthus amazonicus (Spruce) Schiffn., as quais necessitam de uma demanda mínima de iluminação para se estabelecer. Ainda segundo estes autores, espécies deste grupo também podem se estabelecer em florestas de savana baixa e em vegetação xeromórfica, ou seja, em áreas abertas. As espécies pioneiras podem se estabelecer não só no dossel superior, como também no inferior e até no sub-bosque da floresta, e são espécies caracterizadas por apresentar tamanho pequeno, mecanismo de aderência especial e por se distribuir em manchas radiais em substratos desnudos e instáveis (folhas e troncos em descamação). Portanto, muitas das espécies que são classificadas como epífitas de sol, que também ocorrem no sub-bosque da floresta (como as que ocorreram neste estudo) podem ser consideradas pioneiras como Lejeunea tapajosensis Spruce e Radula javanica Gottsche. Dentre as espécies generalistas, Archilejeunea fuscescens (Hampe ex. Lehm.) Fulford, Ceratolejeunea cornuta (Lindenb.) Steph. e Cheilolejeunea rigidula (Nees & Mont.) R.M. Schust. ocorreram em todos os níveis estudados, tal como observado por Cornelissen & ter Steege (1989). Entretanto, Lejeunea flava (Sw.) Nees, Pycnolejeunea contigua (Nees) Grolle e Sematophyllum subsimplex (Hedw.) Mitt. ocorreram em níveis variados tanto neste estudo quanto no de Montfoort & Ek (1990). Em alguns casos, a distribuição dos grupos ecológicos nas diferentes alturas aqui estudadas assemelhou-se ao observados por Cornelissen & ter Steege (1989), Montfoort & Ek (1990), Acebey et al. (2003) e Alvarenga et al. (2009). Entretanto, não foi observada uma expressiva estratificação como no caso de Cornelissen & ter Steege (1989), Montfoort Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 93 & Ek (1990), que conseguiram observar comunidades distintas ao longo do gradiente vertical. Outra observação interessante sobre esses grupos é que a distribuição dos mesmos ao longo dos diferentes níveis de altura assemelha-se àquela observada na sucessão secundária. No estudo de Tavares et al. (in prep.), na mesma localidade do presente trabalho, as epífitas de sol foram mais representativas nas florestas secundárias em diferentes estágios de sucessão (6, 10, 20 e 40 anos de regeneração), epífitas de sombra foram predominantes em floresta primária, enquanto que as generalistas se estabeleceram ao longo de toda sucessão secundária e mata primária. As epífitas de sol registradas neste trabalho corresponderam a 44 % daquelas espécies que ocorreram nas florestas de 6, 10, 20 e 40 anos de regeneração (25 espécies), dentre as epífitas de sombra 48 % também ocorreram em floresta secundária de 40 anos de regeneração e primária (23), e 75 % das generalistas deste estudo também ocorreram nas florestas primárias e secundárias (29) estudadas por Tavares et al. (in prep.). Acebey et al. (2003), estudaram a distribuição das espécies de briófitas ao longo do gradiente vertical em florestas primárias e secundárias, onde observaram uma alta similaridade entre as zonas mais elevadas das florestas primárias com as mais baixas das secundárias. Os autores concluíram que existe um deslocamento dos grupos do dossel de matas primárias para sub-bosque de secundárias devido as condições climáticas de ambos os ambientes serem as mesmas. Alvarenga et al. (2009) que analisaram a distribuição vertical em fragmentos conservados e não conservados, também observaram o deslocamento dos grupos típicos de sol do dossel de fragmentos conservados para sub-bosque daqueles não conservados. Observa-se assim, que a formação destes grupos está relacionada à existência de gradientes microclimáticos, que envolvem luz, temperatura e umidade, tanto no sentido horizontal quando no vertical (Pócs 1982, Montfoort & Ek 1990, Acebey et al. 2003). Relação espécie de briófita x forófito Conforme demonstra a figura 4, não foi observada preferência das briófitas por determinado forófito. Na ordenação, apesar de ter sido observada certa proximidade entre MGUI_2, MGUI_4 e MGUI_5, outras réplicas de forófitos distintos estavam mais próximos entre si, o que não permite afirmar que houve preferência por Micropholis guyanensis, pois nenhum agrupamento distinto foi formado. Resultado similar a este foi Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 94 observado por Germano (2003) que apesar de ter registrado uma pequena relação entre forófito e brioflora, não considerou que a especificidade fosse relevante. No caso de Campelo & Pôrto (2007) foi observada uma brioflora semelhante quantitativa e qualitativamente entre as espécies de forófitos, o que confirmou a inexistência de especificidade neste estudo. Tais resultados contrastam com o encontrado por Cornelissen & ter Steege (1989) que verificaram um alto grau de especificidade de criptógamas epífitas por Eperua grandiflora (Aubl.) Benth. Estes autores constataram que musgos foram mais específicos que hepáticas e consideraram que as propriedades físicas e químicas da casca foram os fatores que determinaram a especificidade. Montfoort & Ek (1990), apesar de não comprovarem estatisticamente a existência de especificidade de forófito na sua área de estudo, registraram certa preferência de criptógamas epífitas por Hura creptans L., Couratari gloriosa Sandwith, Goupia glabra Aubl. e Protium sp. Como estas espécies ocorreram em áreas próximas a riachos e encostas, os autores concluíram que a umidade foi o fator responsável pela preferência das criptógamas. Em síntese, neste trabalho observou-se que o dossel não abrigou maior riqueza de espécies que o sub-bosque, como acontece em florestas tropicais da Guiana, Guiana Francesa, sudeste e nordeste brasileiro. Contudo, a ausência de variação na riqueza de espécies ao longo do gradiente vertical também foi constatada em florestas fragmentadas do nordeste alagoano com diferentes graus de conservação. Nos forófitos estudados foram observadas nos níveis inferiores espécies típicas de sub-bosque (epífitas de sombra), assim como nos níveis mais elevados foram encontrados táxons exclusivos de dossel e áreas abertas (epífitas de sol). E no trajeto base - copa foram registradas espécies dotadas de grande amplitude ecológica, as quais ocorreram praticamente em todos os níveis estudados (generalistas). Tais espécies generalistas foram mais representativas que as demais espécies (sol e sombra) confirmando o que já era conhecido na Mata Atlântica nordestina quanto ao efeito da fragmentação sobre as guildas de tolerância. E finalmente, não foi notada nenhuma preferência marcante de espécies de briófitas por alguma espécie de forófito. Os resultados aqui encontrados entram em consenso com o que se conhece na Mata Atlântica, mas contrastam com o que foi observado em florestas da Guiana. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 95 Agradecimentos As autoras agradecem à Dra. Ima Vieira, M.Sc. Eliane Leal e M.Sc.Arlete Almeida do Projeto LBA (Large Scale Biosphere-Atmosphere Experiment in Amazônia) pela autorização e apoio logístico para a realização das coletas. Aos técnicos Mário Rosa Júnior, Daniel Nascimento e Benedito Seabra pelo auxílio nas atividades de campo. Ao M.Sc. Alcindo Martins Júnior pelo auxílio no campo. À Dra Anna Luiza Ilkiu-Borges pela confirmação de algumas espécies de Lejeuneaeceae. À Escola Nacional de Botânica Tropical pelo auxílio concedido e ao CNPq, pela concessão da bolsa de estudos. Referências ACEBEY, A.; S.R. GRADSTEIN & T. KRÖMER (2003): Species richness and habitat diversification of bryophytes in submontane rain forest and fallows of Bolivia. - J. Trop. Ecol. 19:9–18. ALMEIDA, A.S., I.C.G. VIEIRA & N.S.H. TANCREDI. (2005): Análise Ecológica da Paisagem do Leste do Pará. Ann. XII Simp. Brás. Sens. Rem. - p.1415-1422. ALVARENGA, L.D.P. & K.PÔRTO. (2007): Patch size and isolation effects on epiphytic and epiphyllous bryophytes in the fragmented Brazilian Atlantic forest. Biological Conservation 134: 415 – 427. ALVARENGA, L.D.P., K.PÔRTO, J.R. OLIVEIRA. (2009): Habitat loss effects on spatial distribution of non-vascular epiphytes in a Brazilian Atlantic forest. Biodiversity and Conservation (no prelo.) BASTOS, T.X., T.D.A.S.DINIZ, L.T. KOBAYASHI & A.R. 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Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 100 ANEXOS Capítulo III Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 101 Tabela 1. Riqueza de espécies registradas ao longo do tronco de três fanerógamas arbóreas, no município de Capitão Poço, Pará, Brasil. Altura no tronco: A0 = base, A2 = 2m, A4 = 4m, A6 = 6m, A8 = 8m, A10 =10m, A12 = 12m, A14 = 14m, A16 = 16, A18 = 18m, A20 = 20m. Forófito: 1 = Eschweilera coriacea (A.DC.) S.A.Mori, 2 = Lecythis idatimon Aubl., 3 = Micropholis guyanensis (A. DC.) Pierre. Grupo ecológico: Esol = Epífita de sol, Esom = Epífita de sombra, Gen = Generalista. Forófito Espécies Grupo ecológico Altura A0 A2 A4 A6 A8 A10 A12 A14 A16 A18 A20 Fissidens pellucidus Hornsch. X 2 Esom Callicostela pallida (Hornsch.) Ångstr. X 1, 2, 3 E som Trichosteleum subdemissum (Schimp. ex Besch.) A. Jaeger X 3 Esom Pilosium chlorophyllum (Hornsch.) Müll. Hal. X 1 Gen Aphanolejeunea truncatifolia Horik. X 2 Esom Haplolejeunea cucullata (Nees & Mont.) Steph. X 2, 3 Esom Prionolejeunea denticulata (Web.) Schiffn. X 1 Esom Xylolejeunea crenata X.-L.He & Grolle X 3 Esom Plagiochila rutilans Lindenb. X 1 Esom Archilejeunea parviflora (Nees) Steph. X X 1 Esom Pictolejeunea picta (Gott. ex. Steph.) Schiffn. X X 2, 3 Esom Plagiochila subplana Lindenb. X 1, 2, 3 Esom Lejeunea huctumalcensis Lindenb. & Gottche X X X X 1, 2, 3 Esom Prionolejeunea muricatoserrulata (Spruce) Steph. X X X X 1, 2, 3 Esom Fissidens guianensis Mont. X X X 1 Esom Calymperes platyloma Mitt. X X 2 Esom X X X X X X Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 102 Forófito Espécies Altura Grupo ecológico A0 A2 A4 A6 A8 A10 A12 A14 A16 A18 A20 Lejeunea boryana Mont. X X Radula mammosa Spruce X Syrrhopodon ligulatus Mont. X Ceratolejeunea cubensis (Mont.) Schiffn. X Isopterigium tenerum (Sw.) Mitt. X Lejeunea caulicalyx (Steph.) E. Reiner & Goda X X X X X 1 Esom 1 Esom 3 Esom 1, 2 Esol 2 Gen 2 Gen Pycnolejeunea papillosa X.-L. He X 3 Esol Ceratolejeunea rubiginosa Steph. X 1 Esol Archilejeuea auberiana (Mont.) A.Evans X 1 Esol 2 Esol 1 Esol 2 Esol 3 Esol Stictolejeunea squamata (Willd. ex F. Weber) Schiffn. X Ceratolejeunea laetefusca (Austin) R.M. Schust. X Cheilolejeunea clausa (Nees & Mont.) R.M. Schust. X Harpalejeunea oxyphylla (Lindenb & Gott.) Steph. X X Radula javanica Gottche X 1 Esol Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn. X 3 Esol Symbiezidium transversale (Sw.) Trevs. X 2 Esol Cheilolejeunea trifaria (Reinw., Blume & Nees) Mizut. X X X 1 Esol Lejeunea tapajosensis Spruce X X X 1 Esol X X X X 3 Esol X X X X 1, 3 Esol X X X X 1, 3 Gen X X X 1, 3 Esol Thysananthus amazonicus (Spruce) Schiffn. Pycnolejeunea macroloba (Nees & Mont.) Schiffn. X Microlejeunea epiphylla Bischl. X Cheilolejeunea holostipa (Spruce) Grolle & R.L. Zhu X X X X X X Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 103 Forófito Espécies Altura Grupo ecológico A0 A2 A4 A6 A8 A10 A12 A14 A16 A18 A20 Calymperes afzelii Sw. X X Drepanolejeunea fragillis Bischl. X X 1,3 Gen 1 Gen Taxithelium planum (Brid.) Mitt. X 1 Gen Lejeunea laetevirens Nees & Mont. X 1 Gen 1, 3 Gen 1 Gen X 1, 2, 3 Gen X X 1, 2, 3 Gen X X 1, 2 Gen 1 Gen 1, 2, 3 Gen Microlejeunea acutifolia Steph. X X X Lejeunea cerina (Lehm. & Lindenb.) Gott., Lindenb. & Nees X X X Trachylejeunea aneogyna (Spruce) Grolle X X X Calymperes erosum MüIl. Hal. X Fissidens elegans Mont. X X Lopholejeunea subfusca (Nees) Schiffn. X X Sematophyllum subsimplex (Hedw.) Mitt. X X Octoblepharum albidum Hedw. X X Pycnolejeunea contigua (Nees) Grolle X X Syrrhopodon prolifer Schwägr. X Harpalejeunea stricta (Lindenb & Gott.) Steph. X Lejeunea flava (Swart.) Nees X Cheilolejeunea oncophylla (Aongstr.) Grolle & Reiner X Cheilolejeunea adnata (Kunze) Grolle X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 2, 3 Gen X X 3 Gen X X 2, 3 Gen 3 Gen X X X X X 1, 2 Gen X X X X X X X 1, 2 Gen X X X X X X X 1, 2, 3 Gen 1, 3 Gen 1, 2, 3 Gen 2 Gen Cheilolejeunea discoidea (Lehm. & Lindenb.) Kachroo & R.M. Schust. Ceratolejeunea minuta G.Dauph. Chryso-hypnum diminutivum (Hampe) W. R. Buck X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 104 Forófito Espécies Altura Grupo ecológico A0 A2 A4 A6 A8 A10 A12 A14 A16 A18 A20 Trichosteleum papillosum (Hornsch.) A. Jaeger X X X X X X X X X X X X X 1, 2 Gen X X 2, 3 Gen X X 1, 2, 3 Gen Rectolejeunea berteroana (Gottsche ex Steph.) A.Evans X X Ceratolejeunea guianensis (Nees & Mont.) Steph. X X X X X X X X Calymperes lonchophyllum Schwägr. X X X X X X X X X X X 1, 2, 3 Gen Syrrhopodon incompletus Schwägr. X X X X X X X X X X X 1, 2, 3 Gen Octoblepharum pulvinatum (Dozy & Molk.) Mitt. X X X X X X X X X X X 1, 2, 3 Gen Archilejeunea fuscescens (Hamp. ex. Lehm.) Fulf. X X X X X X X X X X X 1, 2, 3 Gen Ceratolejeunea cornuta (Lindenb.) Schiff. X X X X X X X X X X X 1, 2, 3 Gen Cheilolejeunea rigidula (Nees & Mont.) R.M.Schust. X X X X X X X X X X X 1, 2, 3 Gen 37 28 20 27 20 30 21 27 24 28 25 X Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 105 Tabela 2. Riqueza de espécies de briófitas corticícolas em florestas tropicais no neotrópico. (1) Cornelissen e ter Steege (1989), (2) Montfoort & Ek (1990), (3) Wolf (1993), (4) Acebey et al. (2003), (5) Germano (2003), (6) Campelo & Pôrto (2007), (7) Alvarenga & Pôrto (2009), (8) Silva (2009), (9) Este estudo. Locais Nº de árvores Musgos Hepáticas estudadas Total de espécies Guiana, floresta tropical seca de terra baixa (1) 11 28 53 81 Guiana Francesa, floresta tropical de terra baixa (2) 28 66 88 154 Colômbia, floresta tropical de montanha, 1.500m (3) 4 22 36 58 Bolívia, floresta tropical submontana, 600-650m (4) 6 32 48 80 Brasil, floresta tropical de terra baixa (5) 15 11 25 36 Brasil, floresta tropical submontana, 750 m (6) 30 23 34 57 Brasil, floresta tropical submontana 100 – 650 m (7) 40 37 64 101 Brasil, floresta tropical submontana (8) 15 25 53 78 Brasil, floresta tropical de terra firme (9) 15 20 48 68 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 106 Tabela 3: Riqueza de musgos e hepáticas por altura em troncos de fanerógamas arbóreas em floresta primária de Terra Firme no estado do Pará, Brasil. Altura no tronco: A0 = base, A2 = 2m, A4 = 4m, A6 = 6m, A8 = 8m, A10 =10m, A12 = 12m, A14 = 14m, A16 = 16, A18 = 18m, A20 = 20m. Alturas Musgos Hepáticas Total A0 13 24 37 A2 9 19 28 A4 8 12 20 A6 10 17 27 A8 7 13 20 A10 9 21 30 A12 6 15 21 A14 12 15 27 A16 8 16 24 A18 9 19 28 A20 7 18 25 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 107 Figura 1: Ordenação nos diferentes níveis de altura em cinco forófitos de Eschweilera coriacea (A.DC.) S.A.Mori. Altura no tronco: A0 = base, A2 = 2m, A4 = 4m, A6 = 6m, A8 = 8m, A10 =10m, A12 = 12m, A14 = 14m, A16 = 16, A18 = 18m, A20 = 20m. Réplicas: 1, 2, 3, 4, 5. Medida de stress: S = 0.091 e RQS: 0.956. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 108 Figura 2: Ordenação nos diferentes níveis de altura em cinco forófitos de Lecythis idatimon Aubl. Altura no tronco: A0 = base, A2 = 2m, A4 = 4m, A6 = 6m, A8 = 8m, A10 =10m, A12 = 12m, A14 = 14m, A16 = 16, A18 = 18m, A20 = 20m. Réplicas: 1, 2, 3, 4, 5. Medida de ajuste: S = 0.107 e RQS: 0.950. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 109 Figura 3: Ordenação nos diferentes níveis de altura em cinco forófitos de Micropholis guyanensis (A. DC.) Pierre. Altura no tronco: A0 = base, A2 = 2m, A4 = 4m, A6 = 6m, A8 = 8m, A10 =10m, A12 = 12m, A14 = 14m, A16 = 16, A18 = 18m, A20 = 20m. Réplicas: 1, 2, 3, 4, 5. Medida de ajuste: S = 0.084 e RQS: 0.961. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 110 Configuration 2 DIMENSION_3 1 L_IDA2 E_COR2 L_IDA3 M_GUI3 L_IDA4 M_GUI4 M_GUI2 0 L_IDA5 E_COR5 M_GUI5 E_COR1 E_COR4 M_GUI1 -1 L_IDA1 E_COR3 -2 -2 -1 0 1 2 DIMENSION_2 Figura 4: Ordenação dos diferentes forófitos estudados. ECOR = Eschweilera coriacea (A.DC.) S.A.Mori, LIDAT = Lecythis idatimon Aubl., MGUI = Micropholis guyanensis (A. DC.) Pierre. Altura no. Réplicas: 1, 2, 3, 4, 5. Medida de ajuste: S = 0.157 e RQS: 0.835. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 111 CONCLUSÕES GERAIS Apesar de Capitão Poço apresentar uma grande proporção de florestas perturbadas, as áreas estudadas apresentaram uma brioflora relativamente rica, com 99 espécies de briófitas, o que corresponde a 30% das espécies conhecidas para o estado do Pará. Os resultados encontrados permitiram um acréscimo de 0,15% (cinco espécies) de espécies de hepáticas para o estado, sendo uma considerada endêmica da Amazônia: Verdoornianthus marsupiifolius (Spruce) Gradst. Isso demonstra a importância da brioflora de áreas secundárias para a conservação da diversidade de espécies e corrobora os estudos brioflorísticos realizados que demonstram a elevada riqueza de espécies, em áreas remanescentes de floresta Atlântica e Amazônica. Na comparação entre floresta primária e secundárias foram observadas 78, sendo que a riqueza de espécies na floresta primária (38 táxons) é superior àquela das florestas secundárias (entre 25 e 29 táxons), entretanto 51% (40 táxons) das briófitas registradas nesta avaliação são exclusivas das florestas secundárias. Este fato desperta atenção tanto para a importância destes habitats, enquanto reservatório da diversidade biológica, quanto para a necessidade de mais estudos envolvendo sucessão ecológica de briófitas no neotrópico. Tendo em vista os elevados índices de desmatamento na Amazônia registrados entre 2006 e 2007 (11.532 km2/ano), possivelmente, no futuro, restarão somente florestas secundárias para estudo. Ao se observar de forma mais detalhada as florestas secundárias em cronossequência (6, 10, 20 e 40 anos de regeneração) e compará-las umas com as outras e com a mata primária, verificou-se que não houve diferenças marcantes na riqueza de espécies. Entretanto, o que se modificou ao longo da sucessão foi a composição florística através da formação de grupos ecológicos. Como consequência dos impactos causados pela devastação, observa-se uma redução de 60% nas florestas secundárias em relação à floresta primária, e modificações na composição florística, visto que distintos grupos ecológicos (epífitas de sombra, de sol e generalistas) são formados ao longo da sucessão. As epífitas de sol possuem maiores chances de sobreviver à ambientes alterados por serem mais adaptadas à microhabitats secos que as epífitas de sombra, assim podem ser indicadoras de ambientes perturbados. Estas espécies que colonizaram as áreas alteradas apresentaram diferentes estratégias para a ocupação do ambiente, como utilização de diferentes tipos de substratos e o desenvolvimento de formas de vida adaptadas para melhor captação de água e proteção contra temperatura e luminosidade altas. A análise de agrupamento revelou que as diferenças florísticas entre as áreas analisadas coincidem com a sequência cronológica, ou seja, da floresta com menor tempo de Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 112 regeneração (6 anos), com predominância de epífitas de sol e generalistas, para aquela em estágio mais avançado (40 anos) e mata primária, com predominância de epífitas de sombra nesta última área. Todas as quatro áreas de vegetação secundária mostraram-se bem diferentes da mata primária. Este resultado evidenciou que, para a microrregião do Guamá, 40 anos de regeneração não são suficientes para que a brioflora de uma floresta secundária de Terra Firme seja similar a de uma floresta primária. No período analisado, apenas 40% das espécies conseguiram se regenerar. Extrapolando os dados para estabelecer uma estimativa, seriam necessários 100 anos de sucessão para que a brioflora de floresta de Terra Firme tivesse condições de se regenerar. A análise da brioflora ao longo do gradiente vertical pode demonstrar como ocorrem as modificações de riqueza e composição de espécies e indicar possíveis grupos ecológicos (especialistas de sombra, de sol e generalistas) frente às modificações microclimáticas. Não foi constatada maior riqueza de espécies no dossel que no sub-bosque, mas foi observada a formação de grupos de espécies que preferem ambientes mais sombreados e outros que se adaptam àqueles com maior luminosidade. Entretanto, a elevada proporção de espécies generalistas na floresta primária pode estar demonstrando que a fragmentação está alterando a representatividade das espécies especialistas (epífitas de sol e epífitas de sombra). Os grupos ecológicos observados ao longo do gradiente vertical foram similares àqueles registrados na sucessão secundária. Esses resultados corroboram as observações de diversos autores de que no processo da sucessão os grupos ecológicos, possivelmente, modificam-se em função de variações microclimáticas. A presença de espécies pioneiras típicas de áreas tropicais secas, no sub-bosque da área estudada pode ser um indicativo de que a mesma já tenha suas condições climáticas alteradas em função dos elevados índices de desmatamento naquele município. A análise da brioflora em relação à distribuição vertical revelou que a riqueza de espécies não variou de forma marcante nos forófitos analisados, assim como também não foi observada preferência de espécies por determinado forófito. O norte e a parte central da Amazônia são locais já são consideradas áreas críticas para conservação de briófitas. Neste trabalho, sugere-se que a parte oriental da Amazônia também seja indicada, visto que o estado do Pará apresenta 20% da flora conhecida para o país, engloba umas das áreas mais desmatadas da Amazônia (Nordeste Paraense), abriga espécies ameaçadas de extinção e endêmica deste bioma. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 113 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Acebey, A.; Gradstein, S.R. & Krömer, T. 2003. Species richness and habitat diversification of bryophytes in submontane rain forest and fallows of Bolivia. Journal of Tropical Ecology 19:9–18. Almeida, A.S.; Vieira, I.C.G. &. Tancredi, N.S.H. 2005. Análise Ecológica da Paisagem do Leste do Pará. Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, p.1415-1422. Alvarenga, L.D.P. and Pôrto, K.C. 2007. Patch size and isolation effects on epiphytic and epiphyllous bryophytes in the fragmented Brazilian Atlantic forest. 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Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 118 ANEXOS I) Normas editoriais dos periódicos Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 119 I) Normas editoriais dos periódicos ISSN 0102-3306 versão impressa ISSN 1677-941X versão online Normas gerais para publicação de artigos na Acta Botanica 1. A Acta Botanica Brasilica publica artigos originais em todas as áreas da Botânica, básica ou aplicada, em Português, Espanhol ou Inglês. Os trabalhos deverão ser motivados por uma pergunta central que denote a originalidade e o potencial interesse da pesquisa, de acordo com o amplo espectro de leitores nacionais e internacionais da Revista, inserindo-se no debate teórico de sua área. 2. Os artigos devem ser concisos, em quatro vias, com até 25 laudas, seqüencialmente numeradas, incluindo ilustrações e tabelas (usar fonte Times New Roman, tamanho 12, espaço entre linhas 1,5; imprimir em papel tamanho A4, margens ajustadas em 1,5 cm). A critério da Corpo Editorial, mediante entendimentos prévios, artigos mais extensos poderão ser aceitos, sendo o excedente custeado pelo(s) autor(es). 3. Palavras em latim no título ou no texto, como por exemplo: in vivo, in vitro, in loco, et al. devem estar em itálico. 4. O título deve ser escrito em caixa alta e baixa, centralizado, e deve ser citado da mesma maneira no Resumo e Abstract da mesma maneira que o título do trabalho. Se no título houver nome específico, este deve vir acompanhado dos nomes dos autores do táxon, assim como do grupo taxonômico do material tratado (ex.: Gesneriaceae, Hepaticae, etc.). 5. O(s) nome(s) do(s) autor(es) deve(m) ser escrito(s) em caixa alta e baixa, todos em seguida, com números sobrescritos que indicarão, em rodapé, a filiação Institucional e/ou fonte financiadora do trabalho (bolsas, auxílios etc.). Créditos de financiamentos devem vir em Agradecimentos, assim como vinculações do artigo a programas de pesquisa mais amplos, e não no rodapé. Autores devem fornecer os endereços completos, evitando abreviações, elegendo apenas um deles como Autor para correspondência. Se desejarem, todos os autores poderão fornecer e-mail. 6. A estrutura do trabalho deve, sempre que possível, obedecer à seguinte sequência: - RESUMO e ABSTRACT (em caixa alta e negrito) - texto Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 120 corrido, sem referências bibliográficas, em um único parágrafo e com cerca de 200 palavras. Deve ser precedido pelo título do artigo em Português, entre parênteses. Ao final do resumo, citar até cinco palavras-chave à escolha do autor, em ordem de importância. A mesma regra se aplica ao Abstract em Inglês ou Resumen em Espanhol. - Introdução (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda): deve conter uma visão clara e concisa de: a) conhecimentos atuais no campo específico do assunto tratado; b) problemas científicos que levou(aram) o(s) autor(es) a desenvolver o trabalho; c) objetivos. - Material e métodos (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda): deve conter descrições breves, suficientes à repetição do trabalho; técnicas já publicadas devem ser apenas citadas e não descritas. Indicar o nome da(s) espécie(s) completo, inclusive com o autor. Mapas - podem ser incluídos se forem de extrema relevância e devem apresentar qualidade adequada para impressão. Todo e qualquer comentário de um procedimento utilizado para a análise de dados em Resultados deve, obrigatoriamente, estar descrito no item Material e métodos. - Resultados e discussão (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda): podem conter tabelas e figuras (gráficos, fotografias, desenhos, mapas e pranchas) estritamente necessárias à compreensão do texto. Dependendo da estrutura do trabalho, resultados e discussão poderão ser apresentados em um mesmo item ou em itens separados. As figuras devem ser todas numeradas seqüencialmente, com algarismos arábicos, colocados no lado inferior direito; as escalas, sempre que possível, devem se situar à esquerda da figura. As tabelas devem ser seqüencialmente numeradas, em arábico com numeração independente das figuras. Tanto as figuras como as tabelas devem ser apresentadas em folhas separadas (uma para cada figura e/ou tabela) ao final do texto (originais e 3 cópias). Para garantir a boa qualidade de impressão, as figuras não devem ultrapassar duas vezes a área útil da revista que é de 17,5?23,5 cm. Tabelas - Nomes das espécies dos táxons devem ser mencionados acompanhados dos respectivos autores. Devem constar na legenda informações da área de estudo ou do grupo taxonômico. Itens da tabela, que estejam abreviados, devem ter suas explicações na legenda. As ilustrações devem respeitar a área útil da revista, devendo ser inseridas em coluna simples ou dupla, sem prejuízo da qualidade gráfica. Devem ser apresentadas em tinta nanquim, sobre papel vegetal ou cartolina ou em versão eletrônica, gravadas em .TIF, com resolução de pelo menos 300 dpi (ideal em 600 dpi). Para pranchas ou fotografias - usar números arábicos, do lado direito das figuras ou fotos. Para gráficos - usar letras maiúsculas do Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 121 lado direito. As fotografias devem estar em papel brilhante e em branco e preto. Fotografias coloridas poderão ser aceitas a critério da Corpo Editorial, que deverá ser previamente consultada, e se o(s) autor(es) arcar(em) com os custos de impressão. As figuras e as tabelas devem ser referidas no texto em caixa alta e baixa, de forma abreviada e sem plural (Fig. e Tab.). Todas as figuras e tabelas apresentadas devem, obrigatoriamente, ter chamada no texto. Legendas de pranchas necessitam conter nomes dos táxons com respectivos autores. Todos os nomes dos gêneros precisam estar por extenso nas figuras e tabelas. Gráficos - enviar os arquivos em Excel. Se não estiverem em Excel, enviar cópia em papel, com boa qualidade, para reprodução. As siglas e abreviaturas, quando utilizadas pela primeira vez, devem ser precedidas do seu significado por extenso. Ex.: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Usar unidades de medida de modo abreviado (Ex.: 11 cm; 2,4 µm), o número separado da unidade, com exceção de percentagem (Ex.: 90%). Escrever por extenso os números de um a dez (não os maiores), a menos que seja medida. Ex.: quatro árvores; 6,0 mm; 1,0 4,0 mm;125 exsicatas. Em trabalhos taxonômicos o material botânico examinado deve ser selecionado de maneira a citarem-se apenas aqueles representativos do táxon em questão e na seguinte ordem: PAÍS. Estado: Município, data, fenologia, coletor(es) número do(s) coletor(es) (sigla do Herbário). Ex.: BRASIL. São Paulo: Santo André, 3/XI/1997, fl. fr., Milanez 435 (SP). No caso de mais de três coletores, citar o primeiro seguido de et al. Ex.: Silva et al. (atentar para o que deve ser grafado em CAIXA ALTA, Caixa Alta e Baixa, caixa baixa, negrito, itálico). Chaves de identificação devem ser, preferencialmente, indentadas. Nomes de autores de táxons não devem aparecer. Os táxons da chave, se tratados no texto, devem ser numerados seguindo a ordem alfabética. Ex.: 1. Plantas terrestres 2. Folhas orbiculares, mais de 10 cm diâm. ................................................ 2. S. orbicularis Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 122 2. Folhas sagitadas, menos de 8 cm compr. .................................................. 4. S. sagittalis 1. Plantas aquáticas 3. Flores brancas .............................. 1. S. albicans 3. Flores vermelhas ......................... 3. S. purpurea O tratamento taxonômico no texto deve reservar o itálico e o negrito simultâneos apenas para os nomes de táxons válidos. Basiônimo e sinonímia aparecem apenas em itálico. Autores de nomes científicos devem ser citados de forma abreviada, de acordo com índice taxonômico do grupo em pauta (Brummit & Powell 1992 para Fanerógamas). Ex.: 1. Sepulveda albicans L., Sp. pl. 2: 25. 1753. Pertencia albicans Sw., Fl. bras. 4: 37, t. 23, f. 5. 1870. Fig. 1-12 Subdivisões dentro de Material e métodos ou de Resultados e/ou discussão devem ser escritas em caixa alta e baixa, seguida de um traço e o texto segue a mesma linha. Ex.: Área de estudo localiza se ... Resultados e discussão devem estar incluídos em conclusões. - Agradecimentos (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda): devem ser sucintos; nomes de pessoas e Instituições devem ser por extenso, explicitando o porquê dos agradecimentos. - Referências bibliográficas - Ao longo do texto: seguir esquema autor, data. Ex.: Silva (1997), Silva & Santos (1997), Silva et al. (1997) ou Silva (1993; 1995), Santos (1995; 1997) ou (Silva 1975; Santos 1996; Oliveira 1997). - Ao final do artigo: em caixa alta e baixa, deslocado para a esquerda; seguir ordem alfabética e cronológica de autor(es); nomes dos periódicos e títulos de livros devem ser grafados por extenso e em negrito. Exemplos: Santos, J. 1995. Estudos anatômicos em Juncaceae. Pp. 5-22. In: Anais do XXVIII Congresso Nacional de Botânica. Aracaju 1992. São Paulo, HUCITEC Ed. v.I. Santos, J.; Silva, A. & Oliveira, B. 1995. Notas palinológicas. Amaranthaceae. Hoehnea 33(2): 38-45. Silva, A. & Santos, J. 1997. Rubiaceae. Pp. 27-55. In: F.C. Hoehne (ed.). Flora Brasilica. São Paulo, Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. Para maiores detalhes consulte os últimos fascículos recentes Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 123 da Revista, ou os links da mesma na internet: www.botanica.org.br. ou ainda artigos on line por intermédio de www.scielo.br/abb. Não serão aceitas Referências bibliográficas de monografias de conclusão de curso de graduação, de citações resumos simples de Congressos, Simpósios, Workshops e assemelhados. Citações de Dissertações e Teses devem ser evitadas ao máximo; se necessário, citar no corpo do texto. Ex.: J. Santos, dados não publicados ou J. Santos, comunicação pessoal. [Home] [Sobre esta revista] [Corpo editorial] [Assinaturas] © 2009 Sociedade Botânica do Brasil Acta Botanica Brasilica Caixa Postal 3005 01061-970 São Paulo SP Brasil Tel.: +55 11 5058-5644 [email protected] The Bryologist Recent Issues and Electronic Access Recent issues of The Bryologist (including abstracts) can be found online at www.bioone.org. Click on "Browse," select "Current Issues," and then scroll down to The Bryologist. Members since 2007 may select to have full-text on-line access as well as a mailbox copy. Complete information on electronic access to the journal is described in detail here. Subscription Information The Bryologist is published quarterly by the American Bryological and Lichenological Society. Annual dues for membership in the Society are US $20 ($10 for students; $25 for families). The cost for individuals to receive The Bryologist is an additional $45. Members with non-USA addresses must pay an additional fee for mailing costs. Please visit the subscriptions page for a complete listing of subscription rates. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 124 Go to the membership services page for membership information and a printable form; please send payment with this application from to avoid the need for invoicing. PLEASE NOTE: If you wish to publish the results of your research in The Bryologist, you must be a member of ABLS and subscribe to The Bryologist. Information for Contributors AUTHORS: before submitting manuscripts, please read the following material carefully. Adherence to requested formats will expedite editorial processing of manuscripts. Below is a general guide to The Bryologist style. For details not specifically mentioned, please see a recent issue (i.e., Vol. 112 or more recent) of The Bryologist. Correspondence should be sent to the Editor at the following address: Bernard Goffinet, Ecology and Evolutionary Biology, 75 N Eagleville Rd, University of Connecticut, Storrs CT 06269-3043, USA E-mail: bryologist[at]uconn.edu Manuscripts on all aspects of bryology and lichenology will be considered. At least one of the abstracts must be in English. Recent issues are the best guide for style. Authors are invited to consult with the Editor in advance about unique or difficult problems of presentation. Referees will evaluate all submitted manuscripts. We encourage authors to submit manuscripts via e-mail attachments. These should be sent to the the Editor. The text of the manuscript should be a MS Word document. They should be in a common font such as Garamond and should be in 12 point type. The manuscript should be double-spaced throughout, including footnotes, figure legends, literature lists and tables. Literature cited and figure legends should be at the end of the manuscript. Tables should be placed in a separate file. Figures should each be in a separate file. Figures may be submitted as jpg, tif or pdf format. However, the server at The New York Botanical Garden will not accept files larger than 4MB. For larger files contact the Editor. They may be submitted on a CD or posted on a website from which they can be uploaded. If the author has problems with submitting a manuscript electronically, please contact the Editor. Title, Abstract, and Keywords The Title should be in Roman font and centered at the top of the first page. It should be concise but informative. Except for homonyms, authors names should not be in the title. If the title contains a generic name, then the family of that genus should be given in parentheses, immediately following the name. However, do not include higher taxonomic categories, such as Bryophyta, Marchantiophyta, Ascomycetes, etc. This is a bryological and lichenological journal and one assumes that readers will know this information. Under the title, the author(s) names and addresses should be written in full and formatted in The Bryologist style i.e., author(s) names should be in small bold capitals, left justified, and when possible all authors at the same address should be together. Authors at different addresses should be separate. The mailing address should be indented on the line after the names. E-mail addresses should be included after the mailing address on a separate line. The abstract should be a brief summary of the main findings and conclusions, and not simply a description of the work. Except for Latin names, the entire abstract is in Roman type. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 125 Keywords should immediately follow the abstract. Included should be taxonomic categories, geographical names where the research is based, as well as any other appropriate words. Figures and Tables Figures should be sent as individual files in .TIF, .PDF, or .JPG formats. The original submission may be made at a lower dpi, but the accepted version of line drawings should be at 1200 dpi for line art (including cladograms) and grayscale figures at least 350 dpi. Color graphics should be at 300 dpi and in CMYK mode. These files should be compressed in order to avoid overloading the internet systems. Do NOT send Powerpoint figures. If the figures are of insufficient resolution, it will delay publication. If you need to send a hard copy only of the figures, then you should make sure all line drawings and/or sharp, glossy photographs are mounted on stiff white mounting board with ample margins on all sides. Figures are numbered sequentially as they are mentioned throughout the article. Letters, numbers, or arrows may be used to indicate features of special interest within figures. Scale bars should be applied directly onto the illustrations to indicate magnification. If there are several figures, they should be fitted together into composite blocks. Do not combine photographs and line drawings in the same block. Photographs within a block must be mounted with all interior edges flush with one another. The engraver at Allen Press will add fine white lines to separate the components of such blocks. Instead of sending large original illustrations that may be difficult to handle and mail, photographic (or other processed) copies suitable for engraving should be submitted. Illustrations for manuscripts accepted for publication will not be returned unless prior arrangements are made. For the review process, the Editorial Office will scan the illustrations. However, for publication, the original art will be sent to the printer. Tables should be in a tabbed format (this includes word processing tables). In other words, to get from cell to cell, the tab should be used, not repeated use of the space bar. They should be submitted in a separate file. The tables should be numbered sequentially as they occur in the manuscript. They should follow the figure legends at the end of the manuscript. Table legends should explain the content of the table fully, and should be placed above the table. All explanatory material must be in the legend, and not placed in footnotes. Free color for the online version! As an experiment, ABLS is now offering free color for authors on the online version of The Bryologist. The printed version will have black and white images (unless the author has paid for color), but if an author sends a separate set of color images to the editor, they will be part of the online version of The Bryologist. Authors should only do this if color enhances the value of the images. It does cost the Society $75/plate but ABLS is willing to cover this for the time being. Therefore, please do not ask for this if color does little or nothing to enhance the image. Abbreviations and Footnotes Periods are used after abbreviations in the text except for metric measurements and compass directions. (See below for special forms of abbreviation in lists of literature and specimens.) Footnotes should be avoided except in Tables. Such information should be incorporated into the text. Current addresses should follow the first address after a semicolon (;) and not given in a footnote. Scientific Names Scientific names The first time a scientific name is mentioned in a taxonomic article (not including the abstract), it should include an author citation. Subsequent use of the name Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 126 (except possibly in tables) should not re-cite the author. In ecological, physiological, etc. articles, do not include an author citation. However, it may be appropriate to cite a reference indicating what nomenclature is being followed. Authors should be abbreviated following Brummitt and Powell’s Authors of Plant Names.(Brummit, R. K. & C. E. Powell (eds). 1992. Authors of Plant Names. Royal Botanic Gardens, Kew. This information is now also available online.) In taxonomic citations in the text, literature should be abbreviated following BPH and TL-II (the exception being that all words are capitalized) (Botanico-Periodicum-Huntianum. G. H. M. Lawrence and others, eds. Pittsburgh, The Library, 1968. Periodicals with botanical content : comprising a second edition of Botanico-Periodicum-Huntianum. G. D. R. Bridson, S. T. Townsend, E. A. Polen, & E. R. Smith. Pittsburgh: Hunt Institute for Botanical Documentation, Carnegie Mellon University, 2004. Stafleu, Frans Antonie. Taxonomic literature : a selective guide to botanical publications and collections with dates, commentaries and types. 2nd ed. Utrecht : Bohn, Scheltema & Holkema, 1976-1988). Only in the Literature Cited are citations written out in full. Most of these reference works are available online. Specimen Citations and Gene Sequences Citation of specimens must be very concise. Instead of long detailed lists of specimens, briefly state representative specimens or distribution maps, or both. Geographic names are arranged in strict order of decreasing political magnitude; collectors are cited by family name only. Cite only a single specimen per smallest political or geographical unit. Habitat data are summarized in the text and are not included in lists of specimens. The date of collection is given only if a collection number is lacking. Herbarium designations are those of Index Herbariorum. The country should be in all capitals, the state in all small capitals (even the first letter), the date in roman print (if given), the collector and collection number italicized, and the herbarium abbreviations in small capitals, in alphabetical order. Examples of specimen citations: MEXICO. COAHUILA: 1901, Pringle s.n. (US). U.S.A. TEXAS: Brewster Co., Smith 22793 (MO, NY). Upon acceptance of the manuscript, the authors must provide either a Mac or PC disk with the revised (and "ready to publish") version, and one hard copy of the manuscript. If this poses difficulties with authors, please consult with the Editor. Gene sequences must have a GenBank accession number and specimen voucher, including indication of herbarium deposition. Authors of manscripts based upon author-collected specimens must have legally collected the specimens. Evidence of collections made without proper authorization or where the collector has violated conditions upon which the permission was given will result in manuscripts being rejected prior to review. Literature Cited Literature cited in the text in a sequence must be strictly alphabetic, each reference separated by semi-colons, and each different reference by the same author separated by a comma, e.g., (Allen 1980; Rowe 1970, 1979; Wyatt 1910). In the Literature Cited section of manuscripts, names of authors and titles of articles must be given exactly as in the original publication, except that initials are always used for the given names of authors. Journal titles are given in full, without abbreviation, except that an initial Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 127 "The" may be omitted (except "The Bryologist" that is written in full). Authors are listed alphabetically by family name, then chronologically. The author(s) last names should be in small capitals with any further references by the same author(s) denoted by a long dash. Leave a space between the author(s) initials. For example: Adams, C. D. 1990. Title of article. Name of Journal 103: 1–10. Adams, W. L. 1920. Title of article. Name of Journal 13: 33–77. Adams, C. D. & F. R. Baker. 1982. Title of chapter. Pages 000–000. In J. D. Baker (ed.), Title of Book. Publisher, Place of Publication. _____, _____ & G. A. Abner. 1980. Title of Book. Publisher, Place of Publication. Please note that if possible, the separation of two number, indicating a continuum, should be with an en dash (–) and not a hyphen (-). Similarly, in the text, where a phrase is set off (e.g., The man—dressed in white—ran down the street.) should be with em dashes. In descriptions, the multiplication sign (×) should be used rather than the letter x. Editing and Printing Proofs will be sent directly to the corresponding author as an e-mail attachment from the printer. The proofs must be printed out and corrected immediately and returned to the Editor by fax or priority mail or can be marked electronically and returned that way. If the proofs are not returned promptly, the Editor will make corrections. Resetting due to corrections other than printer's error is chargeable to the author. Page charges will be assessed according to the following policy: Each author (and co-author) who is a member of the American Bryological and Lichenological Society (ABLS) and subscribes to The Bryologist receives, as a benefit of membership, 15 free pages in the journal annually with additional pages charged at the rate of $50.00/page. To estimate journal pages, divide total manuscript pages including figures and tables by three. Membership should be for the year in which the article is published. The Editorial Office will confirm authors’ ABLS Society membership status with the Secretary/Treasurer when the manuscript is submitted. If an author is not a subscribing member of ABLS the manuscript will not be reviewed or otherwise processed until we receive assurance that the author intends to join ABLS. The manuscript will then be reviewed. However, if membership has not been realized by the time the reviews are back, the manuscript will wait until such time. Editors Editor in Chief Bernard Goffinet, Ecology and Evolutionary Biology, 75 N Eagleville Rd, University of Connecticut, Storrs CT 06269-3043, USA email: bryologist[at]uconn.edu Associate Editors Robin Kimmerer College of Environmental Science and Forestry State University of New York Syracuse, NY 13210 [Ecology/Floristics] Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 128 Bruce McCune Department of Botany and Plant Pathology Cordley 2082 Oregon State University Corvallis, OR 97331-2902 [Statistics/Experimental Design] Alain Vanderpoorten Institute of Botany University of Liege B-4000 Liege, Belgium [Phylogenetics/Phylogeography] B22 Sart Tilman Andrew J. Wood Department of Plant Biology Southern Illinois University Carbondale, IL 62901 [Molecular Biology/Physiology] Book Review Editors Scott LaGreca Curator of Lichens, Department of Botany The Natural History Museum, Cromwell Road, London SW7 5 BD England, U.K. [Lichenology] Steven K. Rice Department of Biological Sciences Union College Schenectady, NY 12308 [Bryology] Note to Editors: Please make sure you are familiar with the Conflict of Interest Guidelines adopted by the Society in 2001. Please contact jpbennet[at]wisc.edu Last modified May 7-20, 2009 with questions or comments ____________________________________________________ NOVA HEDWIGIA (ISSN 0029-5035) ZEITSCHRIFT F‹R KRYPTOGAMENKUNDE May 2009 Authors instructions Nova Hedwigia is an international journal publishing original articles in taxonomy, morphology, ultrastructure and ecology of all groups of cryptogamic plants (including cyanophytes/cyanobacteria and fungi). The submission of a manuscript will be taken to imply that the material is original, and that no similar paper has been published or submitted for publication elsewhere. Manuscripts may be submitted in the form of original research reports (not research notes). Authors wishing to contribute review articles or preparing large papers should contact the editors before submitting the manuscript. All manuscripts will be reviewed before publication. The editor will inform authors of the acceptance or rejection of manuscripts or the need for revision or reduction. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 129 With acceptance and publication of manuscripts the exclusive copyright for every language and country is transferred to the publishers. The copyright covers the exclusive right to reproduce and distribute the article including reprints, microfilm or any other reproductions and translations. Editorial addresses for submission of manuscripts Algae (including Cyanophytes/Cyanobacteria): All algal groups not specified below; e.g. Chlorophytes, Chrysophytes, Dinoflagellates, Euglenoids: Prof. Dr. Hans R. PREISIG (coordinator for manuscripts on algae), Institut f¸r Systematische Botanik, Universitat Z¸rich, Zollikerstr. 107, 8008 Z¸rich, Switzerland, Tel. (+41) 44-634 84 40, Fax (+41) 44-634 84 03, E-mail: [email protected] Cyanophytes/Cyanobacteria: Dr. Glenn MCGREGOR, Natural Resource Sciences, Queensland Department of Environment and Resource Mangement, Long Pocket Laboratories, 120 Meiers Road, Indooroopilly, Queensland 4068, Australia, Tel. (+61) 7 3896 9162, Fax (+61) 7 3896 9172, E-mail: [email protected] Diatoms: Dr. Bart VAN DE VIJVER, National Botanic Garden of Belgium, Department of Cryptogamy, Domein van Bouchout, 1860 Meise, Belgium, Tel. (+32) 2 260 09 41, Fax (+32) 2 260 09 45, E-mail: [email protected] Phaeophytes, Rhodophytes; esp. Marine Macroalgae: Dr. Inka BARTSCH, Foundation Alfred-Wegener Institute for Polar- and Marine Research, Department Biology of Macroalgae, Am Handelshafen 12, 27570 Bremerhaven, Germany, Tel. (+49) 471 4831 1404, Fax (+49) 471 4831 1425, E-mail: [email protected] Lichens: Prof. Dr. Thorsten LUMBSCH, Department of Botany, The Field Museum, 1400 Lake Shore Drive, Chicago, IL 60605-2496, USA, Tel. (+1) 312-665-7868, Fax (+1) 312-6657158, E-mail: [email protected] Fungi (except Basidiomycetes): Dr. ROLAND KIRSCHNER, Department of Mycology, Institute of Ecology, Evolution & Diversity, J.W. Goethe-University, Siesmayerstr. 70, Building B, 60323 Frankfurt am Main, Tel. (+49) 69 798 24755, Fax (+49) 69 798 24822, E-mail: [email protected] Fungi (Basidiomycetes): Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 130 Prof. Dr. Reinhard AGERER, Institut f¸r Systematische Botanik der Universit3‰t Mnchen, Menzinger Str. 67, 80638 M¸nchen, Germany, Tel. (+49) 89-17861234, Fax (+49) 89-172638, E-mail: [email protected] Bryophyta and Pteridophyta: Prof. Dr. Wolfgang FREY, Freie Universitat Berlin, Institut for Biologie, Systematische Botanik und Pflanzengeographie, Altensteinstr. 6, 14195 Berlin, Germany, Tel. (+49) 30 838 53149/50, Fax (+49) 30 838 55434, E-mail: [email protected] Dr. John J. ENGEL, Department of Botany, The Field Museum, 1400 South Lake Shore Drive, Chicago, IL 60605-2496, USA, Tel. (+1) 312-665-7868, Fax (+1) 312-665-7158, E-mail: [email protected] Correspondence concerning reprints, the date of publication, proofs and/or merely technical information should be addressed to the publisher J. Cramer, in der Gebr¸der Borntraeger Verlagsbuchhandlung, Johannesstr. 3 A, 70176 Stuttgart, Germany, E-mail: [email protected] Manuscripts must be written in English, French or German. Linguistic usage must be correct. The original, three copies or files of the text and figures must be sent to the appropriate editor (sent as attached documents by email or on any common data storage). Word processor-generated manuscripts are welcome and must be of good quality and neither right-justified nor hyphenated. The laser writer fonts Times, Courier or Helvetica (12 point) are preferred. For questions regarding style, you may consult for example "Scientific Style and Format" (The CSE Manual for Authors, Editors and Publishers, 7th edition, 2006, ISBN 0-9779665-0-X, http://www.councilscienceeditors.org/publications/style.cfm). All pages should be numbered serially. Please also look into the papers published recently in ÑNova Hedwigiaì. The first page should only contain the title, the name(s) and address(es) of the author(s) and any necessary footnotes. The author to be contacted for correspondence/reprints is to be marked with an asterisk. The title should be informative and brief. If a name of an organism is used in the title, an indication of the taxonomic position must be given. The second page should only have the abstract. It must be written in English. The abstracts should not exceed one half manuscript page (1500 characters) and must be factual. The text should normally be subdivided into six sections: Introduction, Materials and Methods, Results, Discussion, Acknowledgements and References. Italics should be used only for scientific names of species and genera, algebraic expressions and symbols. Abbreviations must be generally understandable and should be followed by a stop (does not apply to standardized measurements). Footnotes are accepted only exceptionally. Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 131 CAPITALS should only be used where they are to appear as such. Symbols, units, and nomenclature should conform to international usage. Scientific names must be used in accordance with International Rules of Nomenclature. The first time a binomen is used in the text (not in the title and abstract) the name of its author should be included, unless a large number of names with authorities are grouped in a table. Authors should be written consistently in full or abbreviated in accordance with the International Plant Names Index (IPNI - http://www.ipni.org). Approximate position of illustrations and tables in the text should be indicated on the margin; legends and tables should follow the text on separate pages. Tables should be numbered consecutively in Arabic numerals and have a brief title. They must be neatly typed so that they can be reproduced directly. Figures must be numbered consecutively in Arabic numbers. The original drawings or clear laser printouts on white paper are required. Photographs must be of final size (maximum plate size: 12.7 x 19.0 cm). They should be made on glossy paper with good contrast for direct reproduction. Groups of photographs forming a single page should be squared accurately and mounted with a 1 mm narrow white gap between each print. Copies of photographic plates intended for referees must be of photographic or lasercopied quality (no photocopies). For identification the authorís name, address, and title of the article must be written on the back of each illustration. Data for figures and graphs: tifor eps-files (in exceptional cases jpg-files may be used), minimum 600 dpi. Please ensure to embed all fonts when submitting eps-files. Colour figures will be printed against costs; please contact the publisher for details. Acknowledgements should be simply phrased and given under a single heading at the end of the article. Literature references should be cited in the reference list as follows: Journal/article: PAPENFUSS, G.F., K.E. MSHIGENI & Y.-M. CHIANG (1982): Revision of the red algal genus Galaxaura with special reference to the species occurring in the Western Indian Ocean. ñ Bot. Mar. 25: 401ñ444. Book: MULLER, P. (1981): Arealsysteme und Biogeographie. ñ Ulmer, Stuttgart. Book chapter: MAGDEFRAU, K. (1982): Life-forms of bryophytes. ñ In: SMITH, A.I.E. (ed.): Bryophyte ecology: 45: 58. Chapman & Hall, London. Names of journals should be abbreviated in accordance with Botanico-PeriodicumHuntianumì, BPH-2, Pubs/Pub-BPH-2.shtml). 2004 (http://huntbot.andrew.cmu.edu/HIBD/Publications/HI- Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only. 132 In the text references are given: Bates (1982), Roy & Pal (1982) or, at the end of a sentence: (Bates 1982), (Roy & Pal 1982). For three or more authors, give the first author followed by et al. and the year. Page proofs must be checked and returned within 10 days of receipt. Changes in proofs, other than typographical errors, will be at the authorís cost. Reprints: One PDF-file (for personal use only) free of charge, alternatively 50 reprints per published article are provided free. Additional copies at cost. Reprint order forms are sent to the author together with the proofs. Publishers address: Gebr¸der Borntraeger Verlagsbuchhandlung, Johannesstr. 3A, 70176 Stuttgart, Germany, E-mail: [email protected] October 2008