Iraque revisirá licença sobre empresas de segurança

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Iraque revisirá licença sobre empresas de segurança
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QUARTA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 2007
O ESTADO DE S.PAULO
AMÉRICA LATINA
Bolívia cresce sob o governo de Evo Morales
Apesar de disputas políticas, há estabilidade, reservas dobram e receita com petróleo dispara
Simon Romero
THE NEW YORK TIMES
COCHABAMBA
O noticiário noturno fala de um
país à beira da balcanização. La
Paz e Sucre travam uma disputa
para abrigar a sede do governo.
Santa Cruz, no leste, clama por
autonomia.Ogovernadordaprovíncia que abrange Cochabamba pede a renúncia do presidenteEvoMorales.MasEvo,primeiro índio a governar a Bolívia desde a conquista espanhola, há
mais de quatro séculos, sabe sobre distúrbios, já que organizou
protestos durante anos como líder cocaleiro. Apesar dos temores de que seu radicalismo criaria turbulências econômicas e
políticas, há uma surpreendente
estabilidade. “Um dos debates
mais acirrados do meu gabinete
é se deveríamos gastar parte de
nossas reservas cambiais”, disse Evo ao New York Times, explicando como as reservas mais do
que dobraram desde sua posse,
em janeiro de 2006, atingindo
US$4bilhões.Cedendoàortodoxia econômica, acrescentou:
“Por enquanto, não quero.”
A Bolívia continua sendo o
país mais pobre da América do
Sul, com 60% da população de
9,1milhõesdehabitantesmergulhados na miséria, o que torna
tais de debates cruciais. Mas
Evo tem surpreendido até os
mais céticos com os resultados
de suas políticas, principalmente no setor energético, após a nacionalização, em 2006, da indústria petrolífera. Temida como
Chávez receberá porta-voz das Farc
●● ● O presidente venezuelano, Hugo
Chávez, disse ontem que receberá
“nas próximas semanas” o portavoz das Farc, Raúl Reyes. Por meio
da senadora Piedad Córdoba (que
esteve recentemente com Reyes),
Chávez recebeu cartas e um vídeo
do grupo rebelde colombiano. Numa carta, o grupo reitera a exigência de uma zona desmilitarizada na
Colômbia – o que Bogotá rejeita –
para negociar uma troca de prisioneiros. No vídeo, Reyes sugere 8
de outubro para uma reunião na
Colômbia entre Chávez e o líder
das Farc, Manuel Marulanda, e
agradece pelo apoio dos presidentes Lula, Daniel Ortega (Nicarágua)
e Nicolás Sarkozy (França) à mediação de Chávez. ● AFP
uma medida radical, a nacionalização foi em grande parte uma
renegociação de condições com
as empresas estrangeiras de
energia que ficaram na Bolívia.
A receita com petróleo e gás natural subiu de 5% do PIB em
2004 para 13,3% em 2006. Isso
pôs a Bolívia em seu patamar
econômico mais invejável em
anos. Espera-se um crescimento de 4% este ano. No aspecto político,críticosdizemqueEvotende para o autoritarismo, em parte por causa da proposta de seus
partidáriosdequeelesejareeleito indefinidamente. Mas ele parece à vontade, após atingir os
maiores índices de aprovação de
qualquer presidente na memória recente. “Estamos criando
outro modo de governar, mas
não tem sido fácil.” ●
GUERRA SEM FIM
QUESTÃO NUCLEAR
Iraque revisará licença de
empresas de segurança
Rússia e China
rejeitam ameaça de
guerra contra Irã
Decisão é tomada depois da morte de 11 civis iraquianos em tiroteio em
Bagdá, no qual se envolveram guardas de uma companhia americana
Ambas defendem diplomacia; ministro
francês acusa mídia de manipulação
PATRICK BAZ/AFP
SERGEI ILNITSKY/EFE
Mariana Della Barba
MOSCOU
O governo iraquiano anunciou
ontem que revisará a licença de
todas as empresas privadas de
segurança que operam no país.
Adecisão foitomada depoisque
guardasdacompanhiaamericana Blackwater se envolveram
num tiroteio que deixou 11 mortos em Bagdá, no domingo.
O porta-voz do governo, Ali
al-Dabbagh, informou que Bagdá e Washington criaram uma
comissão para investigar as
mortes. Na segunda-feira, o Ministério do Interior iraquiano já
havia suspendido a licença da
Blackwater para atuar no país.
“Não pretendemos suspender
(as empresas de segurança) indefinidamente, mas elas precisam respeitar as leis”, disse Dabbagh. De acordo com a polícia,
ossegurançasdaBlackwaterteriam atirado aleatoriamente
contra os iraquianos, após granadas de morteiro terem caído
perto do comboio em que estavam. A empresa alegou que
seus funcionários reagiram
“apropriadamente” a um ataque hostil.
Assim como outras empresas particulares que atuam no
Iraque, aBlackwaterfaz a segurança,principalmente,dediplomatas americanos. Estima-se
que haja 127 mil seguranças civisnoIraque.Segundo umestudo apresentado ao Congresso
americano, 1.001 seguranças
morreram no Iraque até julho.
O uso de seguranças particulares – que também ocorre em
conflitoscomo odo Afeganistão
–éduramentecriticadoporopositores do presidente americano, George W. Bush. Isso porque eles são acusados de ignorar leis nacionais e internacionais, já que não precisam prestar contas nem ao governo iraquiano nem ao Exército dos
EUA. Outra crítica é que há um
gasto maior com esses seguranças, porque eles ganham mais
que os soldados. “O problema é
queonúmerodesoldadosamericanos é insuficiente. Por isso, o
governo transfere funções como proteger diplomatas e funcionários de grupos humanitários para essas empresas privadas”,disseaoEstadoMarkSchneider, especialista em política
externa americana do International Crisis Group. “Mas, como
A Rússia e a China manifestaram ontem sua inquietude com
relação aos comentários do
chanceler francês, Bernard
Kouchner, sobre a possibilidade de uma guerra com o Irã.
O chanceler russo, Serguei
Lavrov, disse ontem que é contra o uso da força contra o Irã
ou a imposição de sanções unilaterais para penalizar Teerã
por seu programa nuclear.
“Estamos convencidos de
que nenhum problema moderno tem uma solução militar e
isso é aplicável também ao programa nuclear iraniano”, disse
Lavrov depois de receber Kouchner em Moscou. “Preocupam-nos seriamente as informações cada vez mais freqüentes de que se está considerando uma ação militar contra o
Irã”, acrescentou. “O resultado disso, para uma região que
já enfrenta graves problemas
no Iraque e no Afeganistão, está além de qualquer conjectura.”
A China também se disse
contra ameaçar o Irã com o uso
da força. “Acreditamos que a
melhor opção é resolver pacificamente a questão nuclear,
por meio de negociações diplomáticas”, afirmou o porta-voz
da chancelaria chinesa, Jiang
Yu.
O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, disse ontem que não dá importância às
advertências francesas: “As declarações divulgadas pela imprensa são diferentes das de
Kouchner e não as levamos a
sério.”
Kouchner, que provocou
uma onda de críticas internacionais ao dizer no domingo
que a França precisa estar preparada para uma possível guerra com o Irã, acusou ontem a
imprensa de “manipular” suas
declarações. Ele buscou reduzir o impacto de seu comentário, dizendo que teve a intenção de transmitir uma “mensagem de paz”.
“Não quero queusem isso para dizer que sou um militarista”, disse o chanceler francês
ao jornal Le Monde, dias antes
de os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – França, China,
Rússia, Grã-Bretanha e Esta-
EQUADOR
IMPUNIDADE – Seguranças particulares estrangeiros e iraquianos em Bagdá: acusados de ignorar leis
ENCONTRO – Kouchner (E) e Lavrov
UE não pretende
impor sanções
próprias a Teerã
●● ● O alto representante da União
Européia para Política Externa,
Javier Solana, afirmou ontem que
o bloco não pretende aplicar sanções ao Irã por causa de seu programa nuclear, paralelamente às
já impostas pela ONU. “A UE segue uma política de duas vias
com o Irã: as resoluções da ONU
e o diálogo”, disse. A França vem
pressionando a UE a adotar sanções contra o Irã, que teriam como alvo os setores de crédito,
seguro e finanças. Duas resoluções da ONU não conseguiram
persuadir Teerã a paralisar seu
programa de enriquecimento de
urânio. Teerã afirma que seu programa tem fins civis. ● EFE E AP
● Fevereiro de 2005 – Ex-funcionários da Custer Battles acusam
colegas de atirar em civis e de atacar carro com crianças. Empresa
nega acusações
● Dezembro – Funcionário alcooli-
● Maio – Após atirarem em
● Maio de 2007– Segurança da
tropas americanas e em civis,
16 guardas da Zapata Engineering
são presos
Blackwater mata civil que se aproximava da sede da empresa. Companhia defende ação
● Julho de 2006 – Dois empregados da Triple Canopy acusam o
supervisor de atirar em civis por
divertimento. Os três são demitidos por não relatar incidente
● Setembro – Seguranças da Bla-
podemos ver com o caso da Blackwater, é uma péssima idéia.”
“Com o caos no Iraque, a necessidade de proteção dos comboiosexcedeuqualquerplaneja-
mento que os especialistas poderiam ter feito”, disse o militar
da reserva Gerald Schumacher, autor do livro A Bloody Business – War Zone Contractors
andtheOccupationofIraq(Negócio Sangrento – Seguranças Privados na Guerra e a
Ocupação do Iraque).
O problema com as companhias particulares é uma
das principais preocupações
de Washington. “Controlar o
crescimento dessas empresas é dificílimo. Os EUA já estão dependentes demais delas”, disse Schumacher. Para Schneider, “o ideal seria
os EUA não se envolverem
em tantos conflitos ou, antes
de entrar em um, garantir
que outros países os apóiem
militarmente”.
Por causa da polêmica
com as empresas privadas,
os funcionários americanos
foram proibidos ontem de
sair da Zona Verde, área fortemente protegida no centro
de Bagdá. ● COM AP REUTERS
PAQUISTÃO
EUA
IRÃ
Musharraf só deixará
farda após reeleição
Simpson é acusado
de assalto e seqüestro
Jornalista detida em
Correa se encontrará
Teerã volta para os EUA com Lula em Manaus
Toledo sugere frente
contra o populismo
O presidente paquistanês, Pervez Musharraf (foto), deixará a
chefia do Exército, mas apenas
depois de ser reeleito para um
segundo mandato no próximo
mês, disse ontem seu advogado
à Suprema Corte. A Casa Branca
disse que quer eleições livres e
justas no Paquistão, mas não se
pronunciou sobre se Musharraf
deve deixar a farda antes.
O ex-astro do futebol americano O.
J. Simpson foi acusado ontem pela
promotoria de Las Vegas de envolvimento em assalto a mão armada
e seqüestro. Se condenado, Simpson, acusado com mais três homens, pode pegar prisão perpétua.
Ele foi detido domingo, após invadir o quarto de hotel de um colecionador e levar embora troféus e fotos – que alega pertencerem a ele.
A jornalista americana de origem
iraniana Parnaz Azima deixou o
Irã ontem e viajou para os EUA.
Parnaz, que trabalha em uma rádio americana, estava detida no
Irã desde janeiro, quando foi visitar sua família. Ela é um dos quatro americanos de origem iraniana que foram detidos e acusados
de espionagem e ameaça à segurança do regime iraniano.
Os ex-presidentes Vicente Fox
(México), Ricardo Lagos (Chile)
e Fernando Henrique Cardoso
são parte de um movimento antipopulista que ajudaria a conter a
influência de Hugo Chávez, disse
o ex-líder peruano Alejandro Toledo ao jornal mexicano ‘Reforma’, incluindo-se no grupo. Consultado, FHC disse desconhecer
tal frente anti-Chávez.
INCIDENTES COM FIRMAS DE SEGURANÇA NO IRAQUE
zado da Blackwater mata segurança do vice-presidente xiita Adel
Abdul-Mahdi. Incidente está sob
investigação
ckwater matam 11 civis em tiroteio. Governo iraquiano acusa seguranças de atirar aleatoriamente.
Funcionários alegam autodefesa
dos Unidos – se reunirem para
discutir possíveis novas sanções contra o Irã por causa de
seu programa nuclear. O Ocidente teme que o objetivo do
programa seja fabricar a bomba atômica.
O governo americano assinalou ontem que está buscando
medidas diplomáticas para resolver o impasse com o Irã. “Estamos trabalhando com a França e os outros países da União
Européia para pressionar o Irã
a cumprir suas obrigações sob
as regras do Conselho de Segurança”, afirmou a porta-voz da
Casa Branca, Dana Perino. ● ASSOCIATED PRESS, REUTERS,
FRANCE PRESSE E EFE
AAMIR QURESHI/AFP – 14/11/2006
NoMundo
O presidente equatoriano, Rafael
Correa, começa hoje uma viagem
por Argentina, Brasil e EUA. Amanhã, Correa chega a Manaus onde
terá uma reunião com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da
Silva. No mesmo dia, Lula se reunirá com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, com quem discutirá questões ligadas ao Gasoduto do Sul.
PERU