livro a ser publicado
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CONTEÚDO Para pessoas e coletivos PARTE 1. O QUE É O SER HUMANO? 1.1 Visão sobre o ser humano 1.1.1 Liberdade de sentir e pensar – liberdade limitada para agir 1.1.2 O outro é seu espelho interno 1.1.3 O que faço ao outro, faço comigo no meu interior. 1.1.4 Estou consciente, logo existo 1.1.5 O mal só pode ser reparado com o bem 1.1.6 Igualdade requer responsabilidade coletiva 1.2 As Riquezas humanas 1.3 Empecilhos humanos 1.4 Espiritualidade e energia vital 1.5 Desenvolvimento da personalidade PARTE 2. MÉTODOS PARA O AUTO-CONHECIMENTO 2.1 Conceito sobre o ser humano 2.2 Dialogo de reforço 2.3 Acompanhamento 2.4 Terapia 2.5 Terapia de grupo e processo de grupo 2.6 A comunidade Terapêutica PARTE 3. PARA SUA VIDA 3.1 Como você pode a conhecer a si mesmo 3.1.1 Autoconhecimento e autoconfiança 3.1.2 Seja consciente de suas emoções 3.1.3 Conheça a si mesmo através de outra pessoa 3.1.4 Com refletir sobre trauma? 3.1.5 Ser ou não ser? Dificuldade de se expressar 3.1.6 Como você foi educado? 3.1.7 Por que o amor é tão difícil? 3.2 Como lidar com às emoções 3.2.1 Você se considera como uma vítima de suas emoções? 3.2.2 Como lidar com as emoções negativas 3.2.3 “Bonzinho” demais 3.2.4 Como evitar ficar ofendido 3.3 Como lidar com o estresse 3.3.1 O ser humano é um todo 3.3.2 Estresse saudável e neurótico 3.3.3 Querer é se estressar 3.3.4 Os sintomas são sinais de alarme úteis 3.3.5 Processo de como lidar com o estresse 3.4 Como lidar com a dependência 3.4.1 Ninguém quer ser dependente 3.4.2 Compare as vantagens de dependência e não dependência 3.4.3 Processo individual 3.4.4 Autoconhecimento por meio de grupos de apoio mútuo PARTE 4. PARA COLETIVOS 4.1 Paz no trabalho e motivação na escola 4.1.1 Qual é a finalidade da educação? 4.1.2 Educador - conheça a si mesmo 4.1.3 O que motiva o ser humano? 4.1.4 Como lidar com um aluno com dificuldades 4.1.5. Como lidar com uma classe agitada 4.1.6 Como trazer paz no trabalho 4.1.7 A caixa de ferramentas do professor 4.2 Como lidar com o bullying 4.2.1 Como prevenir e impedir o bullying 4.2.2 Lidando com o agressor e o intimidado 4.2.3 Como lidar com intrigas 4.2.4 Como impedir ações agressivas 4.3 Cooperação e alegria no trabalho 4.3.1 Como criar coesão no coletivo do trabalho 4.3.2 Liderança consciente 4.3.3 Resistência às mudanças 4.3.4 Lidando com os conflitos Parte 5. SOCIEDADE SÃ - SERES HUMANOS SÃNS Apêndice 1 Apêndice 2 Apêndice 3 Apêndice 4 Apêndice 5 Apêndice 6 Bibliografia Pensamentos básicos do Método Conscientia Riquezas humanas e empecilhos Métodos de trabalho Perguntas sobre o autoconhecimento Perguntas sobre o ambiente psicossocial do trabalho Responsabilidade coletiva e igualdade no organograma PARA PESSOAS E COLETIVOS Todo ser humano quer sentir amor e cooperação. Queremos curtir a vida. Quando olhamos para o céu estrelado ou para o mar, reconhecemos o infinito e a nossa própria insignificância. Perante a beleza da natureza sentimos a nossa própria beleza interior. Nos sentimos importantes e únicos. Todos nós apostamos no amor, porque sabemos que é nele que existe a felicidade. Amar é o sentimento mais básico na vida. Amar é querer o bem e agir conforme ele. Nossa meta é, sempre que possível, usar nossas habilidades, nosso conhecimento e nossa experiência para o melhor do coletivo. Para que a vida tenha um sentido precisamos de outras pessoas e do coletivo. A partir de outros que aprendemos a nos conhecer. Somos, de modo saudável, interdependentes. O indivíduo está bem quando o coletivo está bem. Um coletivo saudável é caracterizado por solidariedade, igualdade e responsabilidade mútua. Esses são pré-requisitos para a educação, o emprego e as atividades sociais serem caracterizadas pela justiça. Um coletivo saudável tem um efeito positivo nos indivíduos que o compõe. Por que é então, tão difícil o amor e a felicidade? O bom que as pessoas às vezes querem alcançar é destrutivo. Nem sempre agimos assim sabiamente, mas ao invés criamos sofrimento e doenças. Até um certo ponto agimos de modo egocêntrico, maldoso ou presunçosamente – ou seja, de modo destrutivo contra nós mesmos, nossos companheiros e o ambiente ao nosso redor. Nenhum de nós é completo. Vivemos em uma comunidade global, onde a concorrência, a ganância, a superficialidade, o egoísmo e a insensibilidade são valores fundamentais na vida econômica. Isso tudo tem um forte impacto no ser humano, na família, escola, trabalho, cultura e o ambiente. O mundo econômico nutre o mais doentio dentro de todo indivíduo. A humanidade é, provavelmente, a única ameaça real para o equilíbrio da natureza. Não é de se estranhar que ambos, humanidade e natureza está protestando fortemente. Um pré-requisito para o desenvolvimento pessoal e para criar habilidades interpessoais é o desenvolvimento das capacidades psíquicas, físicas e sociais. Um encontro com o outro aberto e respeitoso e portanto, consigo mesmo, é importante, especialmente em atividades onde estamos sempre em contato com outras pessoas (entre elas os professores, enfermeiros, assistentes sociais, médicos, terapeutas, assessores de clientes ou supervisores). Uma visão clara sobre o ser humano nos ajuda no encontro com as pessoas, independentemente se estão felizes, prestativos, com medo ou agressivos. Sócrates afirmou que a única coisa que ele sabe é que nada sabe. Ele acreditava que todo ser humano está conectado com a verdade. A função do filosofo é como a de parteira, ajudar que a verdade aparece dentro do ser humano. O lema de Sócrates era: conheça-se a si mesmo! O objetivo desse livro é refletir sobre o homem, o coletivo e a sociedade sob duas perspectivas. A intenção é por um lado reforçar a consciência sobre as riquezas humanas, e criar uma utopia sobre um coletivo baseado no amor e um sistema social baseado no amor, em parte fazer com que o leitor se torne consciente de suas inibições e do que está doente na sociedade. O ambiente social afeta o indivíduo de maneira muito profundo, no modo dele de sentir e pensar. Em um ambiente de desigualdade social, ninguém pode se sentir bem, nem os mais desprezados e nem os mais privilegiados. Na primeira parte do livro é fundamentada uma visão clara da humanidade que serve como referência para todo raciocínio restante. Na segunda parte são apresentadas as principais teorias de trabalho que são usadas para fins práticos. Na terceira parte é tratado sob ângulo do indivíduo o seguinte tema: autoconhecimento, o encontro com os sentimentos, educação infantil, sexualidade, saúde e estresse. Na quarta parte o ângulo é o coletivo: ambiente de trabalho, motivação, colaboração, bullying, bem estar no trabalho e liderança. Na quinta parte é delineado uma utopia de uma sociedade saudável e seres humanos saudáveis. O livro está organizado como um guia para que o leitor possa escolher o tema de leitura que mais o interessa. Conscientia é consciência O livro aborda o chamado método conscientia. A palavra conscientia vem do latim e quer dizer consciência. A visão do homem nesse método é construído na maior parte por pensamentos de Sócrates. Efeito parecido também é encontrado em Lao Zi ou Konfucius e também na cristandade. O escritor russo Fjodor Dostojevskij, o psicanalista alemão Erich Fromm e o psicanalista austríaco Viktor Frankl também tiveram grande influência. Uma parte importante dos pontos de partida vieram da Psicanalise Integral, onde a palavra “integral” vem da ambição de unir as dimensões psíquica, física e social. Essa escola é fundada por um brasileiroaustríaco psicanalista chamado Norberto R. Keppe. Nesse contexto é aplicado o método cognitivo. O modelo de desenvolvimento da estrutura de cooperativismo foi de um movimento brasileiro chamado Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). O movimento tem em torno de um milhão e meio de integrantes, e está, há em torno de trinta anos, usando a experiência participativa, ou seja a democracia direta. Este é inspirado, dentre outros no pedagogo russo Anton Makarenko, no pedagogo brasileiro Paulo Freire e na teologia da liberdade praticada pela uma parte dos sacerdotes da Igreja Católica. A abordagem apresentada no livro, tomei para mim no decorrer dos meus trinta anos como terapeuta, supervisor, educador e ativista cívico. Neste livro tento popularizar a terapia individual psicodinâmica, e provindo dela encontrar uma forma de terapia coletiva e incluí-la em uma estrutura social saudável. A proposta e as ideias do livro visam o melhor possível alvo. O desenvolvimento metodológico não foi limitado por preocupações do que é possível praticamente ou não. Eu sou muito agradecido, especialmente pelos meus clientes, pela inspiração e experiência que me deram. Agradeço meus amigos e colegas de trabalho: Adalberto Floriano Greco Martins, Ademir Barqueiro, Airton Rubenich, Birgit Lindström, Bo Johansson, Carita Glasgow, Claudia Pacheco, Dan Koivulaakso, Elaine Rose, Elisabet Wichel, Emerson Giacomelli, Franscisco Mayer, Helmi Stigell, Ingela Johansson, Janaína Stronzake, Johan Aura, João Pedro Stedile, Kerstin Ranthe, Kristiina Alaja, Leif Bodin, Markku Simula, Magnus Westerlund, Marja Kokkinen, Marli Zimermann de Moraes, Moacir Vilela, Pekka Lallukka, Pedro Cristoffoli, Raimo Vainio, Riitta Wahlström, Salete Souza, Sandra Nunes Rodrigues, Seppo Simula och Tom Johansson. E sou profundamente agradecido ao meu antigo terapeuta e tutor Norberto Keppe, que despertou meu interesse pela psicanálise, e meu pai Heimo Simula que sempre apoiou alegremente meu trabalho. Com apoio e opiniões minhas filhas, Natasha e Adriana também me ajudaram no processo de escrita. Um amoroso agradecimentos por isso. Os exemplos do livro são extraídos de situações reais e de grupos de aconselhamento e terapia. Elas são redigidas de modo que ninguém pode ser identificado. E por outro lado, quanto mais você ache que o texto esteja falando de você, melhor é. Espero que o livro seja benéfico também para você que se sente inseguro, cansado e machucado. Ficamos fracos por tentar estarmos fortes e seguros, mas é libertador aceitar a consciência de sua própria fraqueza: abre uma conexão com a riqueza humana dentro de você. O QUE É O SER HUMANO? 1.1 VISÃO SOBRE O HUMANO O que é um ser humano? Como uma pessoa se torna aquilo que ela é? Por que oprimimos o outro e por que os países entram em guerra? Como a saúde é influenciada pela vontade? Porque a pessoa sofre mesmo que, aparentemente, está tudo bem? Sobre essas questões os filósofos, teólogos, cientistas e pessoas comuns tentam responder, cada um de sua própria perspectiva. O ser humano quer o bem e age como acredita ser melhor. Mas quando está desequilibrada e sente inveja, o mal vira bom e o bom vira mal. Quando um pai fica rigoroso e bate em seu filho ele se sente inquieto e se arrepende depois. Quando uma mãe importuna seus filhos, isso a entristece depois. Quando um educador, bravo, reprime um educando, ele pode estar com boas intenções mas arrepende-se de sua raiva. Quando falamos mal de outra pessoa pode-se sentir que curtimos que ela tenha fraquezas mas não sentimos alegria. Quando se consegue vingar uma injustiça, pode ser que sinta um prazer fugaz mas, ao mesmo tempo, se sente mal. Jean-Jacques Rousseau (filósofo francês, 1712-78) acreditava que a pessoa nascia bem mas era corrompida pela sociedade. Há razão nisso, mas acredito que todos nós nascemos, fisicamente e psicologicamente, incompletos. A sociedade doente é talvez o fator mais importante para alguém ficar doente também. Existem três níveis no ser humano: o psíquico, o físico e o social. Nível psíquico: o ser humano age em sua figura psíquica, pensa (o intelectual), sente (mente, percepção) e tem uma dimensão espiritual. Ela é consciente de si e do que está ao seu redor e usa sua consciência ao agir. A dimensão espiritual é a mais profunda, fora de sua profundidade são controladas as emoções e em nível mais raso estão os pensamentos. O espiritual é chamado também de plano metafísico (meta quer dizer o que está além). Nível físico: o ser humano cresce, se mexe, trabalha, adoece, se recupera, desenvolve a sexualidade e envelhece. O corpo vive e funciona. A psique e o corpo tem uma ligação próxima: as atividades emocionais agem diretamente no neurológico e no sistema endócrino, e portanto na saúde do corpo ou em sua doença. A pessoa age sobre sua saúde promovendo-a ou machucando-a. Nível social: até quando ainda somos um feto estamos em contato com o ambiente ao nosso redor. No útero sentimos e vivemos os acontecimentos ao redor e o humor da mãe. Nascemos e somos influenciados pelos nossos pais, pelos próximos e com o tempo, cada vez mais, do ambiente. Todo esse tipo de contato nos faz amadurecer ou reprimir como pessoas. Temos a inclinação para imitar, de adquirir o tipo de comportamento que consideramos habitual. Quando alguém está mal, isso é perceptível de diferentes modos, como por sintomas psíquicos, dor física ou doenças, problemas de relacionamento interpessoais ou avarias. São de vários tipos as razões para tais dificuldades e têm link prováveis com as seguintes áreas: o contexto histórico, a herança genética, o ambiente natural, a sociedade e a própria vontade. A vontade é um fator importante como nela inclui a liberdade e portanto a possibilidade de mudança, libertação. Pela própria vontade, as pessoas controlam a atividade intelectual, a mental e emocional, e portanto seus comportamentos e ações. Na vontade inclui a esperança de uma vida melhor, mesmo quando as circunstâncias dela continuam inalteradas. A própria atitude pode ser mudada. A atitude e a abordagem à vida são questões de atitude. Epiketetos (filósofo grego, 55-136 a.C.) diz que mais importante que a própria vontade é como você se relaciona com ela. O ser humano é consciente de sua existência e do ambiente, caso contrário faltaria sentido em sua vida. A dimensão espiritual está no nível subconsciente, assim como no emocional e no nível intelectual. A figura abaixo descreve uma pessoa e como diferentes conceitos e funções se posicionam no quadro geral: A figura pode nos ajudar a desenvolver as ideias básicas do homem, como será apresentado a seguir. Um resumo das ideias básicas são encontradas no Apêndice 1, onde os exemplos práticos podem ser aplicáveis sobre a comunidade de trabalho ou no quadro familiar. 1.1.1 Liberdade de sentir e pensar – liberdade limitada para agir A vontade é liberdade da pessoa de escolher suas abordagens à diversas situações da vida. O ser humano é livre em suas escolhas espirituais e nas atividades emocionais e intelectuais. Nesse sentido, ninguém pode controlá-lo. Mas nós temos que limitar nossas ações: não podemos fazer qualquer coisa. Este é o desafio constante da vida psíquica. A pessoa é responsável pelas suas atitudes até o ponto que sua liberdade se estende. Uma criança crescendo recebe constantemente mais liberdade, e assim suas responsabilidades aumentam. Um chefe tem mais responsabilidades que um subordinado, como ele ou ela tem maior liberdade de decisão. Os pais tem responsabilidades sobre seus filhos na medida em que são capazes – possuem liberdade – para controlar as atividades desses. Responsabilidade é a liberdade de usar suas habilidades e conhecimentos para qualquer coisa. Uma pessoa responsável usa suas possibilidade para o bem comum. Responsabilidade pressupõe liberdade e liberdade trás responsabilidade. Ambos têm o mesmo significado, as palavras só demonstram lados diferentes da mesma coisa. Se perguntarmos para os colegas de trabalho quem quer ter mais responsabilidades, todos olham para baixo. Mas se perguntarmos quem quer ter mais liberdade, levantam todos a mão. A pessoas associam a palavra responsabilidade com ser forçado: dever e não dever. Tem uma conotação negativa, enquanto a liberdade é entendida como o oposto de responsabilidade. Para que os jovens aprendam a associar liberdade com responsabilidade e viceversa, seria necessário que desde a época escolar se usasse a palavra liberdade quando se fala sobre responsabilidade. Nosso comportamento e conduta é altamente baseado no exterior. O sistema social, as leis e as estruturas de poder, colocam limites nas ações dos indivíduos. O que você precisa fazer não se encaixa na sua esfera de liberdade e portanto você também não é responsável por isso. No entanto você pode, até certo ponto, escolher o caminho em que você faz o que deve fazer. Ser forçado à algo elimina a liberdade e portanto a responsabilidade. Durante o seu tempo no campo de concentração, Viktor Frankl viveu em um sistema onde os guardas podiam decidir sobre tudo que alguém podia ou não fazer. Porém ele ainda se sentia totalmente livre em relação aos seus pensamentos e emoções. Exteriormente ele era um prisioneiro desprovido de liberdade, mas internamente se sentia completamente livre. Ele tinha liberdade para agir no plano espiritual, sentir, pensar e se relacionar com a situação à sua maneira. A consciência da liberdade interna ajudou-o durante o longo tempo de sofrimento difícil que passou. É importante direcionar as atitudes da pessoa a partir de regras e leis que o grupo define: não pode mentir, não pode bater no outro, não pode matar, precisa manter suas promessas, tem que pagar impostos para fazer a manutenção dos serviços sociais. Mas se tentarmos mandar em alguém, referente às suas funções psíquicas, o resultado é, normalmente, o inverso do desejado. Se alguém, por exemplo, lhe diz para não ficar bravo, então você realmente enraivece. Se você precisa ficar feliz, a alegria some. O mesmo vale para o sono. Você não consegue dormir quando pensa que realmente precisa adormecer. Você consegue se apaixonar por comando? Quando falamos para uma criança não chorar, o seu desejo se torna chorar ainda mais. Se uma criança está com medo e escuta “não fique com medo desnecessariamente”, isso é sentido de modo doloroso. Se dizemos “você não vê o bom e rico na sua vida” para alguém que está depressivo, ele sente quem ninguém o entende. Se você se cobra espontaneidade e auto confiança, você só se torna mais oprimido. Ordens, exigências e proibições afetam negativamente no sentir e pensar, criando uma reação de oposição e revolta. Cada um de nós pode facilmente observar como a psique age sobre o corpo. Quando estamos com medo ou raiva, as expressões faciais ficam tensas, a respiração paralisa ou fica mais rápida, o coração começa a bater mais forte, os músculos tencionam e as mãos começam a tremer. A felicidade é diretamente aparente no rosto. Diz-se que as sobrancelhas falam. Quando você sente ansiedade, o sistema nervoso simpático acelera e o parassimpático freia simultaneamente. Cria um curto-circuito muito estressante. Sentimentos que promovem a vida, como alegria e amor, equilibram as atividades neurológicas, hormonais e imunológicas e contribuem assim para saúde física. Um sono relaxante é um remédio eficiente para balancear as funções fisiológicas do corpo. Isto também se aplica no sentido inverso: o corpo afeta a atividade emocional. Cansaço deixa uma pessoa facilmente irritada. Dor de dente não inspira alegria, ao contrário, sentimentos negativos. Mas aqui também vale o dito: não é a própria dor que conta, mas sim como encaramos, nos apegamos a ela. Parece óbvio que alegria, gratidão, curiosidade, modéstia e amor prolongam a vida. Um agricultor de 100 anos foi entrevistado em um jornal. Na foto que acompanhava o texto, estava ele, sentado em uma mula com no mínimo 100 descendentes no fundo. O repórter perguntou para o homem qual era o segredo para vida longa, sua resposta foi: “Curiosidade”. O repórter continuou perguntando o que um homem com essa idade, que já viveu tudo, ainda queria da vida. O velho respondeu: “Recomeçar tudo de novo”. Nós reagimos com base em nossa vontade. Se a vontade é boa, as reações são de afirmação da vida. Se os sentimentos são negativos, as reações são debilitantes ou agressivas. Quando eu receber reconhecimento por um trabalho bem feito, eu posso sentir gratidão, mas também posso reagir com aversão se eu considero agradecimentos como exigências. Minha reação é testemunha do que acontece dentro de mim naquele momento. Se alguém fica encantado por mim e demonstra isso, minha reação pode ser medo ou alegria. Se alguém tenta me machucar, posso ser atingido ou ficar indignado, interessado e questionando porque a pessoa está agindo de modo tão estranho. A seguir esse pensamento é descrito de modo sucinto. Ao lado tem uma metáfora e um símbolo representando a mente e a comunicação. Pensamentos básicos sobre o ser humano Temos liberdade de sentir e pensar, e liberdade limitada de agir. Liberdade implica em responsabilidade e responsabilidade requer liberdade. Liberdade e responsabilidade são sinônimos. Somos responsáveis pelo nosso modo de sentir. O modo de sentir (alegria, amor, medo, raiva...) influencia nossas atividades fisiológicas. Metáfora Símbolo Eu sou capitão de meu próprio barco. As pessoas agem, portando, ativamente. Pela sua vontade ela lida com o bom e com o mal que encontra. É libertador se tornar consciente de suas responsabilidades. E libertador é sentir-se livre. Uma pessoa que toma a posição de vítima ou mártir nega a sua liberdade, ou seja, algo muito básico em si. Ela se fecha no mal que sente. A atitude de se tornar vítima é algo pior que o próprio problema. Quando lembramos e nos tornamos conscientes sobre isso, não reagimos mais tão facilmente culpando e condenando os outros e a própria vida. Mesmo se meu pai é exageradamente rigoroso, não reajo com atitude de vítima mas tento o mais sabiamente possível me adaptar à situação. Eu não condeno meu pai e não exijo que ele seja diferente. Tento, da melhor forma possível, evitar sofrimento desnecessário. Não fico amargurado nem me concentrando no descontentamento e o ódio. Sempre que possível tento ajudá-lo a se tornar consciente sobre seu problema. Essa teoria pode ser aplicada no ambiente de trabalho, em casa, na escola ou em qualquer coletivo, e levantar as seguintes perguntas, por exemplo, para uma discussão coletiva: - Quando você está feliz, é porque você decidiu ficar feliz? Você fica magoado quando alguém tenta ofendê-lo? O que você normalmente sente nesse caso? Você se apaixona por alguém que está pedindo para você se apaixonar por ele/ela? Como você reage? O seu supervisor tem mais responsabilidade que você? Argumente. Por que você acha que as pessoas gostam, normalmente, mais de liberdade do que responsabilidade? O que acontece no seu corpo quando você sente alegria, amor, medo ou raiva? Descreva os efeitos de cada sentimento. Como reage o seu corpo frente a fantasias sexuais? 1.1.2 Nós somos espelhos internos entre nos Todos os fatores humanos existem dentro de nós. Carregamos amor, coragem, honestidade, alegria, criatividade, senso de responsabilidade – todos grandes recursos humanos. Uma vez que nenhum de nós é perfeito possuímos, alguns mais outro menos, todas as falhas e inibições também. As inibições são barreiras que restringem, negam e distorcem a riqueza do homem e também a realidade. Inibições são as neuroses, doenças psíquicas, psicopatologias. Isso quer dizer que as características humanas que vejo no outro têm dentro de mim também: não do mesmo modo e de mesma medida, mas em alguma forma e até certo ponto. Nenhum de nós é exatamente igual o outro em relação à essas características. Mas ainda assim, o outro é um espelho para o nosso interior. Quando olho para o outro, percebo, conscientizo-me, sobre algo que de algum modo tenho dentro de mim também. Se sou fortemente atingido emocionalmente por você, quer dizer que você é importante e desperta uma importante introspecção em mim. Alguém que particularmente me anima, irrita ou me deixa deprimido é porque de alguma forma é meu espelho interior, porque nele vejo algo que me faz reagir tão fortemente. Quando a sua felicidades aumenta a consciência sobre a minha alegria, conseguindo responder positivamente, essa alegria é transmitida. Se seu orgulho e seu ciúme despertam medo em mim, é porque eu sinto que eles me fazem tomar consciência de orgulho e inveja em mim mesmo. Posso também reagir negativamente frente a sua felicidade. Posso não querer ver a sua felicidade porque não quero sentir alegria. Tento te evitar e falo mal de ti. A sua felicidade demonstra para mim a minha atitude negativa em relação à alegria. O espelho interno age assim por meio de opostos também. A sua iniciativa e esforço despertam em mim sobre a minha própria inação, a minha atitude negativa em ralação à oportunidades. Pensamentos básicos sobre o ser humano Tudo que vejo no outro, existe também em mim de alguma maneira. Todo ser humano tem todos os aspectos humanos. Sua alegria desperta a consciência da alegria em mim. Ou também, ao contrário, sua alegria desperta a consciência da minha tristeza. Metáfora Símbolo Nós somos espelhos internos entre nós. Essa ideia básica alivia consideravelmente a tensão de muitos. Conflitos e problemas de relacionamento familiares e no ambiente de trabalho carregam uma importante possibilidade de autoconhecimento. A razão para a angustia e raiva se desfaz com essa percepção. O sábio não condena o outro ser humano, porque ao fazê-lo estaria si condenando simultaneamente. Mesmo uma pessoa intimidada pode, através dos valentões, se tornar consciente de suas próprias atitudes. O intimidado geralmente dá poder psicológico às palavras do agressor que visam ofender. Isso é feito de modo que ele paralisa sua própria personalidade e procura a causa da violação em si, embora o agressor possuir toda responsabilidade do ato. A aceitação da consciência levantada através da identificação fortalece a auto-estima, o que promove o desenvolvimento pessoal. Assegurar-se, em vez de culpar os outros é uma prova de humildade. A sabedoria oriental afirma que "seu pior inimigo é o seu melhor professor." Em um coletivo pode-se refletir sobre o espelho interior com as seguintes perguntas: - As pessoas são, em sua base, equivalentes? Se não, como elas são desiguais? As pessoas reagem de modo equivalente? Se não, de exemplos. É possível que lhe falte alguma característica humana como amor, honestidade, senso de julgamento, alegria, criatividade...? Se sim, quais? Você se considera ser perfeito, impecável, com relação à algum traço humano? Se sim, com qual? Você considera os seus pais seu espelho interno? Em relação à quais fatores especialmente? Você já encontrou alguém que lhe deixou tão agonizado, com medo ou bravo que lhe deixou fora de si? Descreva essa pessoa. 1.1.3 O que faço ao outro, faço comigo no meu interior. As reações e atos de um são consequências do que ocorre em seu interior. Quem sente alegria demonstra isso externamente. Quem sente medo, encolhe também o seu corpo externo. Alguém bravo age de modo agressivo. O que faz bem ao outro sente-se quente e amado. O comportamento e ações da pessoa expressam seus sentimentos e sua ação espiritual. Sentir é uma atividade do nível emocional, assim como o pensar. Quando ajo bem com relação ao outro é porque quero o bem, portanto ajo assim internamente. Se violo o outro é porque quero o mal. Eu ajo negativamente no nível espiritual, sinto ódio e inveja e tenho pensamentos negativos. Essa atitude negativa atua principalmente em mim mesmo, e naturalmente me machuca. Se alguém lhe olha para baixo, você pode responder "Eu acho que você subestimar o valor de sua capacidade." Quando alguém faz isso é uma sintoma de degradação de seus processos emocionais e pensamentos internos. Esta maneira de se comportar é direcionada principalmente para si mesmo, como está no seu interior. Quem olha para baixo no outro está demonstrando o sintoma de que ele subestima o valor de sua capacidade. O que se faz com o outro, se faz consigo mesmo no seu interior. Crianças respondem espontaneamente quando alguém as diz, por exemplo, que é bobo: “Você que é bobo”. Bobo é quem chama os outros de bobo. Dizem que do que os corações estão cheios, as bocas falam. As palavras da bíblia são: ”Da fruta conhecemos a árvore”. Ações negativas e palavras amarguradas indicam uma atitude emocional, intelectual e espiritual negativa e amargurada. De acordo com Sócrates, a real tragédia humana ocorre quando se estraga a alma. Quem tenta agir negativamente com o outro acaba se fazendo mais dano do que à pessoa direcionada a machucar. Portanto, devemos ter mais compaixão com aqueles que fazem mal do que com a vítima. Pensamentos básicos sobre o ser humano Aquilo que faço para o outro, faço dentro de mim, comigo mesmo. O meu modo de agir revela o meu modo de sentir. Quando faço bem/mal para o outro, estou fazendo bem/mal para mim mesmo. Metáfora Símbolo Como me trato, trato os outros. Lao Zi descreve isso deste modo: “A alma não tem nenhum segredo que o comportamento não revele”. O comportamento revela os movimentos da alma, ou seja, as atividades psíquicas. No livro Fenomenologia do Espírito, Friedrich Hegel (filósofo alemão 1770-1831) escreve: O ser humano é totalmente dependente dos outros para poder sentir a sua existencia. Por tanto se ele nega a outra pessoa, ele está negando a si proprio. A tentiva de se tornar superior ao outro fazendo o outro para seu escravo, é uma tentaiva em vao. Quando ele est´s tentando escravizar o outro, essa acao vira contra ele mesmo. Adri: compare a inha traducao com o sueco: Eftersom människan är helt beroende av andra för att kunna uppleva sig själv, innebär ett förnekande av en annan människa samtidigt ett förnekande av sig själv. Ambitionen att göra sig själv till herre genom att göra en annan till slav under sig är dömd att misslyckas. För det som en herre gör för att förslava, det vänds mot honom själv. A última frase poderia ser esclarecida assim: o que faço para subjulgar o outro, faço dentro de mim comigo mesmo. Podemos juntamente à esse pensamento refletir sobre: - Quando você está feliz, você já quis machucar outra pessoa? Quando você está bem bravo você se sente feliz ao mesmo tempo? Você acha que raiva é associado com medo? Se sim, de que modo? Você fica feliz ao machucar o outro? É sinal de coragem ou covardia quando o mais forte tenta ferir ou bater no mais fraco? O que motiva a sua resposta? O que você sente quando alguém ajuda um pequeno idoso? 1.1.4 Estou ciente, logo existo É natural do ser humano pensar na ética de suas ações e propósitos, no sentido da vida e o que acontece após a morte. Ele sente e age espiritualmente no plano metafísico (meta é grego e quer dizer “depois”, “atrás” e neste contexto algo fora do físico, ou seja, não físico, mas espiritual). Ele trata suas observações e experiências na consciência de nível metafísico, nível do sentimento e pensamento. Consciência é o contato entre a realidade interna e externa. Nela inclui observações do ponto de vista físico e metafísico. Basicamente, temos todos, desde o nascimento, alguma forma de consciência de base, uma estrutura de base, onde juntamos nosso conhecimento e experiências. Essa, forma uma ligação com a verdade universal e a realidade. A palavra “consciência” é usada para descrever o sentimento da pessoa em relação às ações boas ou ruins na vida. O termo "moral" descreve os costumes e os valores que estão vinculados ao lugar e tempo, ou seja, o ambiente cultural. O termo “ética” pode ser considerado livre de tempo e lugar. Consciência ética se refere à uma conexão universal com a verdade e, assim, constitui elementos básicos da consciência. Consciência ou sentido de ética envolve a ideia de que o ser humano veem a diferença entre o bem e o mal. Então o que é bom e o que é mal? Na expressão coloquial, o ponto de partida para boas ações é o amor, e o oposto de amor a condição para ações negativas. Cada um entende afeto do seu modo. O conceito está além do alcance das palavras e da razão, mas é algo natural no nível espiritual e emocional. Consciência envolve as seguintes características: - - Uma conexão com a vida e o universo, que inclui consciência ética e estética universal – com outras palavras, um sentimento em prol da verdade, do bem e do belo, independentemente de lugar e tempo. Consciência de si como indivíduo. Auto-consciência significa estar consciente de si mesmo no universo, dos próprios recursos humanos e inibições, seus hábitos e propósitos espirituais e emocionais e sobre a sua própria história de vida. Consciência humana inclui a capacidade de sentir as outras pessoas, do mesmo modo como nos sentimos. Consciência do ambiente físico e social, a natureza circundante e como a sociedade funciona economicamente, politicamente e socialmente. A mente inconsciente ou subconsciente pode ser entendida como uma repressão da consciência. Naturalmente ela não desaparece, mesmo que tentemos evitá-la. Tentando afasta-la, ativamos ela de fato. Quando tentamos esquecer alguma coisa acabamos ativando-a, e a consciência disso é trabalhada no nível do pensamento. A repressão é muitas vezes uma luta constante (de fuga ou ataque), e a pessoa em questão age também de modo destrutivo sociavelmente (veja capítulo 1.5 Desenvolvimento da Personalidade). A consciência é a percepção do sentido da realidade e envolve a atividade psíquica em todos os níveis, espiritual (metafísico), emocional (intuição) e percepção intelectual. Consciência emocional e consciência espiritual é, provavelmente, mais importante que a consciência no nível intelectual. A maioria das sensações nem chega a ser tratada no nível intelectual, na dimensão dos pensamentos. A ação de sentir transfere uma percepção ao nível intelectual, somente quando o sentimento considera isso necessário. Animais e plantas, ou seja, todos seres vivos, tem alguma forma de consciência. Como ela é constituída não sabemos. Não conseguimos nem definir a nossa própria consciência. Não é possível forçar a consciência. Se é exigido de você que esteja ciente de algo cria-se uma resistência. Você experimenta exigências como uma violação e ameaça. Lev Tolstoj (escritor russo 1828 – 1910) escreveu que consciência só existe na liberdade. Aprovação da consciência pressupõe liberdade. A verdade, e com ela a consciência, não vêm a tona através de reclamações e forçadamente. A liberdade é responsabilidade e responsabilidade é amor. A consciência é libertada somente no amor, e o amor pressupõe aceitação da consciência. As palavras verdade, consciência, liberdade, responsabilidade e amor tem uma conexão tão forte uma com a outra que é possível imaginar significarem a mesma coisa sob perspectivas diferentes. A consciência é o fator mais importante em nossa existência, sem ela a vida não possui sentido. A pessoa que é consciente de si, sente que faz parte do universo. Por isso podemos resumir: você é a sua consciência. Se você aceita a sua consciência você se aceita. Mas, caso contrário, você tente negar sua consciência você está se autorreprimindo. Pensamentos básicos sobre o ser humano Sou consciente, então existo. A consciência é o fator mais essencial da existência. O ser humano é a sua consciência. Sentir é uma parte essencial de conscientização. Reprimir consciência implica em reprimir o próprio ser. Metáfora Símbolo A consciência é a nossa bussola. O elemento espiritual da consciência (metafísica) leva à suposição que todo material é derivado do imaterial, da energia metafísica. Isto significa que a nossa prosperidade material é de fato necessária para que possamos funcionar, mas em si não é o sentido da vida e, portanto, não é uma fonte de felicidade. Ela tem apenas valor instrumental. Sócrates disse que ninguém, conscientemente, realiza atos de maldade. Com isso ele quis dizer que se a pessoa reconhece que vá realizar atos de má intenção, ela não o faz. Se eu, por exemplo, no meio da fúria te bater, é sinal que eu neguei a consciência. Quando estou planejando como me vingar do meu vizinho, tenho de explicar a mim mesmo como ele merece uma boa lição e que tenho o direito de vingar-me, pagando com a mesma moeda. Quando preparo um assalto ao banco, o que me motiva é o fato de pensar que os ricos conseguiram o seu dinheiro através de usura e da especulação e privando os outros de seu trabalho, portanto tenho o direito de cuidar de uma parte do dinheiro. Para conseguir fazer aquilo que é ruim preciso tentar reprimir minha consciência, ou seja, a mim mesmo. De verdade, as pessoas sempre procuram o bem. Ela o faz também quando machuca o outro, usa o outro, comete crimes, faz guerra e destrói a natureza. Uma pessoa que fuma procura o prazer, não está jamais querendo prejudicar a sua saúde. Mesmo quando ela é má, acredita ser em prol do bem. Ela está consciente do bem universal, portanto tem que tentar se explicar o propósito de seus atos. Isso pode não ser feito no nível intelectual mas sim nas profundezas dos sentimentos e do nível espiritual. Os humanos fazem mal, mas querem o bem. Por enquanto, a consciência é um conceito abstrato que é impossível de definir ou medir. Cada um associa o conceito de um modo e lhe aplica seu próprio conteúdo emocional e intuitivo. Pode-se discutir sobre a consciência com a ajuda dessas perguntas: - Qual é a primeira coisa que você pensa quando escuta a palavra consciência? Como você se sentiria se alguém tentasse impedi-lo de tornar consciente algo que de fato você já está ciente? O que você sente quando vai à uma reunião importante? Você executou uma tarefa de forma incorreta. Como você se sente se seu erro for levantado perante todos seus colegas de trabalho? Qual seria o sentido da sua vida se você perdesse a consciência completamente? O que você acha da ideia de que a consciência é livre do tempo e espaço, e portanto imortal? 1.1.5 O mal só pode ser reparado com o bem Não há necessidade de definirmos o que é estar de “bom humor” ou de “mal humor”. O bom facilita a vida, e o mal previne e estraga o bem. Como você reage se alguém quer lhe machucar? Você devolve com a mesma moeda? Vingança gera um círculo vicioso ruim. Quando você fica com dor de cabeça e irritado consigo mesmo, essa raiva afugenta a dor de cabeça? Ela somente a piora. Quando uma pequena criança machuca suas mãos e começa a chorar, vem o pai correndo assoprar boas energias no local machucado, alisa e acaricia a mão, fala bonito com a criança, transmite amor. Para todos nós essa é uma reação natural. Mas assim não agimos com adultos ou conosco. Quando um colega de trabalho me diz que está com dor de cabeça, eu deveria agir igual o pai com seu filho machucado, falar compassivamente e perguntar se posso fazer uma pequena massagem em sua cabeça. A criança acredita no espírito bom, na energia positiva. Com nós adultos, a fé infantil desaparece no meio ao racional, material e superficial. Somente com a idade avançada que nos tornamos livres e voltamos a ter contato com nossa fé infantil. Com medo e punições não se educa gente livre, independente e solidária. Para isso precisamos de amor. É somente com amor que conseguimos ajudar o agressor e a vítima, e isso inclui prevenir atos maldosos e mostrar ao agressor como ele está se maltratando psicologicamente. Antes dele começar a agredir, teve que se reprimir (reprimir sua consciência). Do melhor modo possível deve-se prevenir atividades destrutivas, isso é ser amoroso. Mas se respondermos à agressividade com mais agressividade, a devastação só aumenta. O mal não pode ser reparado com mais mal. Excluir ou prender não nos ajuda a tornarmos pessoas mais equilibradas. Com tal pode-se certamente assustar crianças para que não façam o que for proibido. Mas ainda assim é um ato de negar, censurar a consciência. Pensamentos básicos sobre o ser humano O mal pode ser curado somente com o bem. O mal não pode ser curado por outro mal. O amor é o sentimento básico da vida. Metáfora Símbolo O mal pode ser curado somente pelo bem. Se o amor é o sentimento básico da vida, a aprovação do amor é o mesmo que a aprovação da vida, de si mesmo. Uma atividade emocional que tende contra o amor é portanto negativa, obstrutiva e destrutiva. Isso significa que o mal é causado por negar o bem. O mal não tem essência. Segundo essa dialética o bem existe por si só, enquanto o mal é uma consequência da negação do bem e, portanto só continua existindo enquanto a negação continuar. A verdade existe por si só, já a mentira é a negação da verdade. Assim que pararmos de negar a verdade, desaparece a mentira e a verdade emerge. É manifestação de vontade, quando alguém não nega sua consciência, ou seja, a si mesmo? A liberdade de escolha envolve somente a liberdade de negar a verdade, a consciência, a si mesmo e o contato com a realidade? Uma pessoa que se aceita vive na realidade. Isso também pode ser visto como uma escolha? Ou será que a escolha só entra em cena quando optamos por negar o bem? Portanto aprovar o bem não é sinal de usar a vontade. Deste modo, o querer significa negar a verdade. O “não querer” é um meio de viver na realidade. Se pensarmos assim, a escolha sempre é uma escolha negativa, onde nos reduzimos e nos aprisionamos. Querer o bem e agir amorosamente é o meio de se libertar da vontade. Profundamente, o amor é uma aprovação incondicional, o que significa não querermos nada, mas agirmos de acordo com a natureza e o amor. O masoquista desfruta e sofre quando ele é humilhado e agredido, enquanto o sadista desfruta e sofre quando outros são abusados. Intimidar uma outra pessoa pode dar a sensação de prazer, porém não vem do afeto então não é felicidade no sentido humano. A cristandade diz “Faça aos outros como você gostaria que fizessem contigo”. Konfucius expressa de um ponto de vista ligeiramente diferente: “Não faça aos outros o que você não quer que fizessem contigo”. Abaixo seguem alguma perguntas relacionadas ao tema: - Como você se sente quando está bravo e os seus amigos reagem com raiva disso? Você tem um sentimento de ter recebido amor demais? Isso é possível? Descreva como. Se você comete um erro e fica irritado consigo, a raiva lhe ajuda a evoluir? Se alguém é pego por alguma doença e reage com forte medo, ele ajuda a curar? - Você quer que uma pessoa que age pelas regras comuns, enfrente penalidades? Poderiam essas penalidades serem meios para o desenvolvimento humano? Você tem sugestões? 1.1.6 Igualdade implica em responsabilidade mútua União, igualdade e justiça exige que todos tenham igual poder para participar na tomada de decisões. Isso pode ser alcançado aplicando a democracia direta para que todos tenham voz quando se trata de decisões importantes. Dessa forma, temos todos o mesmo direito de influenciar diretamente as atividades comuns, a definição dos princípios de funcionamento e o planejamento das atividades. Em uma família, os pais tem mais responsabilidades, ou seja, poder para tomar decisões e portanto, mais liberdade que as crianças. Quanto mais velhas ficam as crianças, mais participam na tomada de decisão conjunta da família, o que faz parte de seu desenvolvimento para se tornarem cidadãos responsáveis. Democracia direta significa que todos são envolvidos no processo de tomada de decisões sobre questões importantes e na escolha do agente que vá lidar com a execução das decisões. As ações conjuntas devem ser organizadas e, portanto, precisamos de uma divisão hierárquica de trabalho. A democracia direta não elimina o sistema de democracia representativa, mas altera as práticas democráticas. Como o maior poder no sistema capitalista é a atividade econômica, é de grande importância a aplicação da democracia direta na definição dos princípios e regras do sistema econômico. Querem, os trabalhadores, que os acionistas, que nem trabalham na empresa em questão, tenham direito ao resultado do trabalho, ou lucro? Será que as pessoas querem que os trabalhadores sejam responsáveis pelo local de trabalho, ou seja, serem donos dele? É saudável que alguém possua muito mais do que é capaz de usufruir? Como são justificadas as diferenças de renda tão grandes? Quando alguém tem dinheiro além de suas necessidades, em vez dele ganhar juros em cima desse, ele não deveria pagar imposto sobre o dinheiro “parado”? Quando os cidadãos conseguirem responder essas perguntas, torna-se possível construir um sistema econômico diferente. Pensamentos básicos sobre o ser humano Igualdade implica na responsabilidade coletiva. O que requer democracia direta. Democracia direta na economia e na política significa o poder do povo. Metáfora Igualdade é poder do povo. Símbolo Quando mais responsabilidade e liberdade, menos alienação, ou seja, povo mais mentalmente independente. Solidariedade fortalece e o respeito à vida aumenta. Igualdade e solidariedade mútua são construídos pela responsabilidade partilhada, que é a base para um coletivo. Em casa, na escola e no local de trabalho fomos educados segundo um modelo contrário, que visa o sofrimento. Isso significa que nós trabalhamos de uma maneira quase diametralmente oposta em relação ao modelo de igualdade e responsabilidade compartilhada. Para pensar: - Você quer participar na decisão de assuntos importantes que lhe dizem respeito? Qual sistema você acha que realmente tem maior poder, o político ou o econômico? Explique. No sistema econômico atual dinheiro gera mais dinheiro, incluindo por taxas de juros e investimentos. O que você acha sobre isso? Os funcionários muitas vezes desconhecem a forma como a empresa é administrada. Você gostaria que houvesse uma mudança aí? Explique. Um assalariado recebe um salário, mas não está envolvido na distribuição dos lucros. Ele nem sequer tem o direito de decidir se ele vai ser demitido ou não. O que você acha disso? Você gostaria que a maioria das pessoas pudessem decidir sobre o princípio de funcionamento do sistema econômico? Justifique o seu raciocínio. 1.2. AS RIQUEZAS HUMANAS Como já colocamos, todo ser humano possui todo tipo de riquezas humanas e empecilhos, inibições. Se os descrevermos de modo mais objetivo possível é mais fácil de nos tornarmos conscientes deles em nós e nos outros. O elemento central do autoconhecimento é a consciência das riquezas humanas, dons, talentos e boas ações. Dentre as riquezas humanas está a percepção (visão, audição, tato, olfato e paladar), a memória, intuição, conhecimento, amor, responsabilidade, coragem, iniciativa, criatividade, entusiasmo, bom senso, senso estético, honestidade, senso de justica, autodisciplina, talentos especiais de vários tipos, capacidade de aprendizagem e habilidades físicas. As riquezas humanas não dependem da idade da pessoa, origem étnica, educação ou cultura. Elas existem dentro de todos nós de diferentes modos e graus. Estar cientes delas é um dos pilares para saúde psíquica. Quando uma pessoa está consciente de suas riquezas humanas ela as usa e desenvolve-as. Quando ela decide usar seus talentos, ela se torna mais consciente deles. Se não os usarmos, passamos a ter a sensação de que não existem, o que faz com que a vida pareça sem sentido e triste. A seguir as riquezas humanas são descritas com maiores detalhes. PERCEPÇÃO A fim de perceber a realidade circundante, temos os sentidos de ver, ouvir, cheirar, saborear e sentir. Sentir também é uma sensação. Eu sinto que a mesa é dura, o travesseiro macio, que o toque de pele de outra pessoa é quente e que a brisa é fria. Também posso sentir tristeza, alegria, raiva ou gratidão. O sentimento de alegria é contagiante. Os seres humanos reagem a seus sentidos com alguma forma de atividade emocional, como tristeza, alegria ou irritação. Pode-se dizer que além dos sentidos e emoções, a percepção consiste também em perceber os interesses, curiosidades e o desejo de compreender a realidade. Nós podemos treinar e desenvolver nossas mentes de acordo com os mesmos princípios que nós treinamos nossas outras habilidades, por exemplo, parando deliberadamente para perceber o nosso modo de sentir e concentrandose em aprofundar a nossa percepção. MEMÓRIA Nós lembramos de coisas e situações passadas. A memória nos permite olhar para trás no tempo. Ela inclui a oportunidade de ganhar experiências e aprender delas. A memória pode ser intelectual, como por exemplo, conseguir lembrar do número de telefone de um amigo. Também temos memória no nível emocional e da ação. Isso quer dizer, por exemplo, quando aprendemos a andar de bicicleta se torna automatico. O grau de facilidade para lembrarmos de algo depende parcialmente do grau de importância que damos para o fato. Se você não se interessa pelo texto que está lendo, mal lembra dele depois. Mas caso contrário, você o considere interessante e importante, mais facilmente lembra dele. Se na escola você tem que estudar um tópico que não gosta, o faz lentamente. Mas se você ama, por exemplo, português ou matemática, o aprendizado acontece com entusiasmo e facilidade. Nós temos uma tendência de esquecer das coisas com maior facilidade quando envelhecemos. Principalmente perdemos a memória de curto prazo. O presente perde o sentido, o passado e o futuro tomam lugares mais dominantes. A memória se estende mais longe do passado e estende mais para o futuro. Talvez seja algo natural, o futuro abre-se numa visão mais ampla, infinita, metafísica (espiritual) e o agora começa a perder sua importancia. INTUIÇÃO A intuição é uma percepção que não é feita pelos sentidos. A palavra “intuição” vem do latim intueor, onde in significa “interior” e tueor controle. A intuição (consciência interna) tem grande influência quando se observa o mundo externo. “Eu senti que as coisas tomariam esse caminho”. A intuição também é chamada de sexto sentido. Sobre a intuição dizemos que não sabemos que sabemos. A intuição fica perto da consciência metafísica, nem sempre se mostra no nível do pensamento (dimensão intelectual). A intuição é às vezes interpretada como inconsciente consciente, mas aqui entendemos que ela é um aspecto da consciência. A intuição poderia fazer parte da atividade de sentir ou da metafísica, como está próxima à fronteira de ambas. Na cultura atual salientamos a importância do conhecimento racional (ciência positivista), empobrecendo as capacidades intuitivas humanas. A intuição é uma riqueza importante e que precisamos respeitar e praticar. AMOR Aristóteles (cientista e filosofo grego, por volta de 384-322 a.C.) acreditava que a alegria é o objetivo da vida, e alcançamos ela através do amor e de boas ações. Um recém-nascido precisa de amor mais que tudo. Toda criança tem direito ao amor. Uma criança que não é amada sente grande injustiça. Ela sente isto como uma grave injustiça e reage com a revolta. Essa revolta pode se aparecer como um fechamento quase completo para os contatos, ou que ela faz de tudo para ser aceito pelos outros ou ela age de forma destrutiva e agressiva. Mas não são apenas recém-nascidos que tem necessidade e direito ao amor, todos nós, da infância até o idoso. Amor é condição para vida. Amor é o sentimento básico da vida. Ele pode ser descrito pelas palavras afeto, aceitação, confiança, abertura (curiosidade), alegria, contato físico e gratidão. Amor significa querer o bem e agir conforme ele. Para uma criança, o amor dos pais é a maior fonte de alegria e conforto. Quando uma criança se sente amada, ela sente que pode existir. As pessoas querem viver, conviver, descobrir a realidade, usar suas habilidades e serem conscientes de sua existência. Elas querem contato com o outro, com o ambiente ao redor e com a natureza. O ser humano é um ser social que precisa dos outros para não se tornar doente psicologicamente. Amor significa responsabilidade e iniciativa. Amor é uma atividade boa interna que se expressa como boas ações. Uma pessoa amorosa age em benefício aos seus companheiros e ao ambiente. O amor é sempre construído com boas intenções e, portanto, sempre ético. Somente no amor podemos viver a liberdade. Amor envolve modéstia e humildade, no amor aceitamos as coisas como são, fazemos o possível para melhorar mas não exigimos o impossível. O amor não é passivo: quando uma pessoa fica sabendo de uma injustiça, ela aceita a consciência desta e começa a planejar o que precisa fazer para corrigir a situação. A humildade é o amor. Sabedoria é quando o ser humano une conhecimento e amor em suas ações. Qualquer desenvolvimento cientifico e tecnológico deve ser usado exclusivamente para a promoção da vida. Albert Einstein esteve, com razão, muito preocupado em como iriam usar o resultado de suas descobertas sobre física atômica; para construção de armas, bomba atômica ou para o desenvolvimento de atividades pacíficas. Assim como no caso de todas as outras riquezas humanas, é importante treinar o amor. Podemos, por exemplo, nos forçar, mesmo que contra a vontade, a fazer boas ações e ajudar pessoas desconhecidas, sem esperar qualquer tipo de agradecimento. O amor é doar-se, ser generoso. As pessoas são felizes e agradecidas ao poder dar. Elas sentem que estão recebendo quando dão. Raiva, no nível saudável, é sinal de que você se importa, e se importar é uma forma de querer o bem, portanto de amor. Raiva destrutiva é uma negação do amor. Indiferença é não contar com as próprias habilidades mesmo que deveria e é capaz de agir, ela vem da inveja e da censura da consciência. Mas nem isso destrói o amor. Ódio e indiferença precisam do amor para existirem e no fundo são sintomas do amor. Todos sentimentos são sintomas do amor, diretamente ou por negação do amor. Sigmund Freud disse que na hora da verdade, precisamos amar para não ficarmos doentes. A DIMENSÃO METAFÍSICA (ESPIRITUAL) A palavra metafísica vem do grego e quer dizer “depois do físico”. A metafísica é a dimensão não-material e é descrita também pelo termo transcendental. Como um ramo da ciência, a metafísica estuda a existência, qual é sua base e da onde as coisas vem. Ela reflete sobre o espírito, as características da mente humana, o sentido da vida e a existência de Deus. Aristóteles a chamou de primeira filosofia. A metafísica visa o além dos sentidos para descobrir sobre a verdade suprema. Espiritualidade é um termo próximo à metafísica. Ela é relativo à contemplação dos fenômenos para além do nível de material. As várias religiões têm desenvolvido seus próprios pensamentos ou crenças estruturais e sua cultura, seus costumes, rituais e linguagem que se relaciona com a metafísica. A dimensão espiritual é a atividade mais profunda da vida psiquica. Segundo Aristóteles, toda física vem de energia metafísica. Isso pode ser interpretado de modo que tudo que podemos observar com nossos sentidos externos existe em contrapartida, de alguma forma semelhante, no nível metafísico. Será que o mundo físico tem uma base imaterial, o mundo físico como um reflexo do mundo metafísico? A humanidade sempre quis saber sobre a criação, a vida e o criador. Isso demonstra uma forte necessidade de investigar questões metafísicas. Parece como uma necessidade comum, universal, o que significa que a hipótese da existência da dimensão espiritual é real. Mas é sempre uma questão de fé. Se a dimensão metafísica existe, temos uma conexão com ela. A conexão significa que funcionamos no plano metafísico, escolhemos e nos abrimos para diferentes influências no plano espiritual. Precisamos ter de alguma forma sentido metafísico. Lá estão eventuais habilidades telepáticas e outros talentos que pertencem ao chamado mundo espiritual. Tais investigações são feitas pela parapsicologia, sendo que na psicologia acadêmica, materialista, não são consideradas reais. Na minha juventude estive muito crítico em relação ao mundo espiritual. Mas a experiência têm mudado minha crença. Moramos na Suécia, Estocolmo, e um grande amigo nosso estava em perigo, do outro lado do Oceano Atlântico. E uma manhã acordei e contei para minha esposa que sonhei, esse amigo ter embarcado em um avião e pousado no continente europeu. De noite recebemos um telefonema que confirmou o sonho ser realidade. “Foi assim, exatamente como você descreveu os eventos em seu sonho” disse a minha esposa. CORAGEM Coragem é agir sem levar em conta o medo, a dor, o perigo ou a incerteza. Coragem é defender seus pontos de vista e valores. Tudo novo é desconhecido, e portanto, incerto, quem é corajoso toma iniciativas e experimenta suas possibilidades. Ele não desiste mesmo falhando, ao contrário, tenta de novo. Contratempos não o abalam. Coragem é não deixar-se intimidar. O corajoso é sabiamente consciente de seu possível medo e o aceita, faz uma avaliação da situação e age. Imprudência é negar a visão sobre os seus medos, arriscando sua vida. É covardia subordinar-se às estruturas de poder e tornar-se vítima delas ou deixar-se consciente das injustiças existentes, facilmente visíveis pela quantidade de pobres e marginalizados. A coragem é buscar força coletiva para trazer mudanças. Pode-se treinar a coragem ao deixar-se sentir conscientemente seu medo, compreendendo a sua liberdade e responsabilidade no seu modo de sentir. Por não exigir de si mesmo destemor. Por sistematicamente expor-se a coisas que você sabe que você tem medo, e sobre o qual sabemos que os riscos são de fato pequenos. CRIATIVIDADE Fantasia, coragem e entusiasmo são fatores associados à criatividade. Criatividade é criar algo novo, algo que ainda não existe. É libertar-se das práticas e crenças existentes, desafiando o habitual. Uma pessoa pode também usar a criatividade para neuroticamente fugir da consciência sobre a realidade. Ela pode, dentro de si, criar doenças, traição, catástrofes ou acreditar ser vítima de violência. Ela pode imaginar perdas, façanhas, conquistas sexuais e prazer. Podemos ajudar as crianças a desenvolver a criatividade incentivando-as a experimentar, errar, estarem interessadas e animadas. Se nos prendermos aos erros, matamos a criatividade. Ela é abertura e tolerância – ou seja, amor. SENSO COMUM Temos, todos nós, o senso de sentir e pensar o que é melhor, considerando a totalidade. É o mesmo que senso comum, que sugere uma atitude pé no chão, que respeite a natureza e se adapta às leis da natureza. Senso comum é também demonstração de saúde psíquica e equilíbrio. Com a mentalidade competitiva, consequência do sistema que vivemos, faz com que o senso comum das pessoas, ou seja, a vontade de se importar com os outros e com a natureza, se desmanche. Por vezes, o conhecimento racional pode suprimir o senso comum. E muitas vezes parece que a política e a vida econômica faltam totalmente no senso comum. Foi a perseguição às bruxas na Idade Média ou a perseguição aos judeus uma erupção com o senso comum? Foi bom senso escravizar os habitantes das colônias? Será que a fé que se vive atualmente na ciência e na atividade econômica respeita a natureza? HONESTIDADE Honestidade é estar consciente da verdade e defendê-la. Honestidade é justiça e está ligada à esfera ética. Ética é uma filosofia moral que analisa os fundamentos e a essência moral. Moral é uma percepção do mundo associado ao tempo e espaço. Até 1950 usar mini saia era imoral nos países ocidentais e é ainda nos dias de hoje nos países árabes. Na moralidade global a especulação e taxas de juros são plenamente aceitos, enquanto é, por exemplo, proibido para um muçulmano se enriquecer com juros. Sócrates considerou que o ser humano é ligado à verdade e tem uma ligação com ela em seu interior. Isto significa que eles têm um senso ético embutido, um sentido ético. Têm uma ligação com a verdade universal sobre o bem e o mal. Cada um de nós interpretamos a verdade com a distorção causada pelos nossos empecilhos (neurose). É importante que desde a infância fortalecemos e treinamos a honestidade. E como as crianças seguem em grande medida o exemplo que os pais dão, o senso de honestidade desses é um importante modelo para as crianças. Essa mentalidade e modo de agir, por sua vez, é baseado por grande parte no sistema social existente de valores e costumes, onde você segue facilmente o exemplo de quem está no poder. A desonestidade dos governantes é transmitida aos seus subordinados. Honestidade é trabalhar para alterar as leis injustas especialmente na esfera econômica. Maria von Ebner-Eschenbach (escritora austríaca, 1830-1916) deu esta advertência: "Seja dono da sua vontade e servo na sua consciência." Viktor Frankl interpretou a consciência em perspectiva transcendental, um canal para a voz espiritual, uma ligação para o divino. Ludwig Wittgenstein (filósofo austrobritânico, 1889-1951) escreveu que a crença em Deus é a percepção de que a vida possui um sentido. SENSO DE BELEZA O que é beleza? Refletir sobre a beleza é como contemplar a honestidade. Pode-se falar de uma beleza moral - a experiência da beleza é, portanto, vinculada a tempo e espaço. O que é beleza? O que é considerado bonito por determinada cultura, depende do tempo e espaço. Algumas tribos indígenas acham que é bonito ter lábios grandes como um pires. Beleza é associado principalmente à arte. Uma pintura bonita, música celestial, fotografias com alma e peças de teatro que despertam a consciência em nível profundo, dão ao ser humano a experiência de beleza. Entretenimento e arte estão relacionados. O que satisfaz as necessidades atuais do homem em relação à beleza? Será que o padrão de beleza mudou? De certo modo, beleza é uma questão de gosto. Alguns vêem a beleza da natureza com admiração e outros pensam em como podem tirar lucro dela. Nossas inibições podem fazer com que o que seja feio se torne bonito e o bonito repulsivo, aterrorizante. Se a beleza é uma questão de gosto, a verdade também é. É a harmonia o elemento básico para beleza? As casas, escolas, ruas e subúrbios são bonitos, estéticos? O senso de beleza, estética é um potenciador tão importante na qualidade de vida que deveria ser parte fundamental do desenvolvimento infantil e adulto. É uma experiência de beleza cantar no coro, tocar numa orquestra, atuar numa peça de teatro ou ver uma, ler um livro bonito, contemplar a harmonia da natureza ou fazer um trabalho significativo. Quando fazemos isso sentimos que estamos a caminho de nos livrar de nossos empecilhos (nosso ego) e unir-se com o universo. AUTODISCIPLINA Autodisciplina é dito quando uma pessoa é consciente de seus impulsos emocionais, como raiva, paixão ou intenções destrutivas, por exemplo, ciúmes, mas ainda assim age contra eles. Uma enfermeira, um médico ou comerciante desenvolvem a autodisciplina quando ficam conscientes ao estarem irritados com um paciente ou um cliente mas agem com respeito e posteriormente refletem sobre seus sentimentos com uma sensação de liberdade e responsabilidade pelo próprio modo de sentir no momento. Um pai fica bravo com sua filha, tem o impulso de esbofeteá-la e repreendêla. Ele aceita consciência de seu impulso e para, mesmo que contra a vontade, vai embora e volta depois de algumas horas para falar com sua filha em um estado de espírito equilibrado, espírito de amor. Ao contar sobre suas próprias dificuldades ele educa a criança para aceitar a consciência de eventuais erros. Isso também é chamado de autocontrole. Autodisciplina é necessário quando você tem um trabalho longo e desagradável à sua frente mas por força maior você lida com ele. Você inventa qualquer desculpa para adiar o assunto. Até que você decide se recompor e relutantemente iniciar o trabalho. Normalmente começa até a achar interessante depois de um tempo. Concentração implica em autodisciplina. É o senso de concentração e atenção em uma coisa por vez, mesmo que o pensamento queira vagar aqui e acolá. Como isso funciona em uma sala de aula, por exemplo, onde alguns alunos fazem desordem e barulho? Concentra, o professor, a sua atenção neles ou nos alunos que querem aprender algo? Como você se sente quando alguém em uma reunião reage contra com comentários negativos? Isso rouba a sua atenção ou você continua concentrado no que é importante? Quando você sente que precisa emagrecer é a autodisciplina que lhe faz comer durante um tempo dois terços do que você normalmente comeria. Depois você se acostuma a parar de comer quando está meio satisfeito e não ceder à gula. A palavra disciplina desperta normalmente associações negativas, e muitas vezes disciplina é um pretexto para reprimir a alegria, criatividade e o amor. Autodisciplina saudável pode ser descrito como respeito por si mesmo e outros, como o amor. TALENTO ESPECIAL Uma capacidade inata forte é chamada de talento. Um talento é como um presente da natureza. Talento em matemática, musicalidade, talento social, lógico, talento para aprender novas línguas, espontaneidade, agilidade e espiritualidade são exemplos de diferentes talentos. Genialidade dentro de algum tema é um talento. Até que ponto é aprendida ou inata? Dizem que todos podem aprender a cantar. É o talento e a genialidade um resultado de grande interesse e treinamento? Quanto mais você ajuda uma outra pessoa a se tornar consciente de suas riquezas humanas, melhor você se sente, já que assim você aceita as suas próprias riquezas, seus talentos. CAPACIDADE FÍSICA Aprender a usar as mãos, caminhar, andar de bicicleta e nadar são grandes experiências de alegrias para uma criança. Que o meu corpo funciona de forma confiável é uma condição para eu usar minhas outras habilidades. Meu corpo é minha ferramenta durante talvez 100 anos. É como o cavalo para o cavaleiro: é importante cuidar dele, respeitá-lo e amá-lo. Pode-se considerar a beleza física como uma capacidade ou um presente – ou ambos? Beleza física é como uma herança, pode ser usado para alegria comum e para o bem coletivo ou em busca de vantagens pessoais. É importante treinar e desenvolver continuamente o físico, bem como todos os talentos psicológico. TODAS AS RIQUEZAS EXISTEM DENTRO DE TODOS NÓS Algumas das riquezas humanas citadas acima podem ser classificadas como virtudes também. Dentre outras, o amor, coragem, honestidade, senso comum e alegria são ao mesmo tempo típicas virtudes. Na Grécia antiga havia o costume de chamar a sabedoria prática, coragem, justiça e moderação de virtudes. Acreditar que todos nós temos as riquezas humanas é acreditar em si mesmo como humano. É encontrar e aceitar-se, o que é também o que várias formas de terapia buscam, cada uma com seus métodos. Curar de uma doença sempre acontece com ajuda da saúde. Quando o corpo adoece, ele mesmo, a natureza tentam curar a doença. William Arthur Ward (escritor americano, 1921 – 94) disse: “Quando tentamos descobrir as melhores qualidade em outra pessoa, estamos justamente descobrindo o que nós mesmos temos de melhor”. Podemos conscientemente desenvolver o hábito de observar alguma riqueza humana no outro em nossas relações cotidianas, em casa, com nossos amigos e colegas, no caixa da loja ou com pessoas que encontramos na fila. Desse modo fortalecemos a consciência de nossas riquezas humanas. Isso nunca machuca, só traz coisas boas. Para pensar: - Quando foi a ultima vez que falaram sobre suas qualidades e riquezas humanas? O que essa pessoa falou? - Pense sobre como uma certa pessoa que você admira, usa as suas riquezas humanas Quais as três riquezas humanas que você encontra mais facilmente em si? Quais as três riquezas humanas que você encontra com mais dificuldade em si? 1.3 EMPECILHOS HUMANOS Dostojevskij escreveu que os motivos pelos quais as pessoas agem são muito mais do que podemos imaginar: “As pessoas tem a capacidade de abrigar os mais altos ideais e as menores intenções.” Os empecilhos são as intenções negativas do ser humano. Estas incluem a forma de manter a atividade emocional negativa, como a ansiedade ou a amargura, a atitude de censura, ou seja, a negação da consciência, pretensões graves e sem limites (idealização, perfeccionismo e megalomania), inveja e egoísmo. Os empecilhos são neuróticos, psicopatológicos. Eles expressam atitudes negativas, o que significa que eles estão associados com a escolha e, portanto, também com liberdade e responsabilidade. A escolha não é o resultado de uma discussão intelectual, mas ocorre mais profundamente, no nível espiritual e emocional. A seguir descrevo esses conceitos com mais detalhes. ATIVIDADE EMOCIONAL NEGATIVA Uma pessoa pode desenvolver um hábito crônico de cultivar a ansiedade, o sentimento de culpa, o medo e o ódio. Com base nesse sentimento ela cria percepções negativas e as usa para, por assim dizer, justificar seu comportamento emocional. Ela pode ser tão dependente de seu hábito que não pode desfrutar do descanso e da paz, mas continua a se preocupar e em sua mente conjurar ameaças e catástrofes, mesmo quando ela vai dormir. Ela se coloca em uma condição de estresse desnecessários e viver com uma constante sensação de ansiedade, descontentamento, medo, ódio, ou vergonha. Pode tornar-se um hábito tão arraigado que se torna uma parte de sua personalidade. Alguém pode ter o hábito de fazer os problemas maiores do que são. Talvez ele justifica para si mesmo, dizendo que está se preparando para o pior para não ter de sofrer tanto se a coisa for mal. Desta forma ele vive em sofrimento por um desastre que pode não existir na realidade. Ele escolheu o sofrimento. Se uma criança vive em um clima de fortes emoções negativas, é compreensível que é mais fácil ela desenvolver sentimentos negativos que dão origem ao pensamento negativo. ATITUDE DE CENSURA Censurar significa trabalhar contra a consciência. Supomos que eu cometa um erro e não quer que ninguém note. Eu tento escondê-lo, para que ele deixe de existir. Mas o erro não é possível eliminar, ele foi feito. Quando eu tento esconder o meu erro, o que realmente estou tentando é esconder a consciência dele. O objeto da censura não é o erro, sim a consciência. Um trabalhador que assumi uma tarefa da qual ele é incapaz de executar sente-se oprimido e têm medo de contar ao seu supervisor. Talvez ele esteja com medo de que o supervisor vai se decepcionar e tenta garantir que o problema não seja descoberto. Mas basicamente, ele quer evitar a consciência de sua incapacidade. Se ele aceitar a consciência de sua falta de habilidade, ele iria falar abertamente com seu supervisor sobre a sua falta de recursos ou conhecimento. Quando uma pessoa sofre de dependência química, ela está ciente de seu problema. Mas ela pode criar explicações tão credíveis para si e para os mais próximos à ela que faz com que todos (e ela mesma) acreditem estar realmente tudo bem. Ela está consciente, mas faz de tudo para negar a consciência. O objeto da censura é a consciência. Quando se diz que uma pessoa nega seu ódio significa que ela está tentando reprimir a consciência dele. Mas não consegue que o ódio desapareça, em vez disso, ele cresce e se torna crônico. Quando não queremos sentir a dor e não estar ciente dela, ela acaba se tornando dor crônica. Quando um ditador quer sufocar a oposição, ele tenta impedir a consciência da existência de opiniões divergentes, mas a censura da consciência leva, mais cedo ou mais tarde, inevitavelmente a perda do poder. A atitudes de censura é conectada a uma noção irracional: o que você não está ciente, não existe. E vice-versa, quando eu começar a tomar consciência de qualquer coisa, ela começa a existir. Na terapia, pode acontecer que, quando o paciente em um nível mais profundo se torna consciente de suas dificuldades, ele acredita elas serem causados pela própria terapia. Faça o seguinte teste. Olhe pela janela. Escolha um objeto bastante central na paisagem, como uma janela na casa em frente. Então, você decide que você não pode ver aquela janela, mas continua a ver a paisagem em cerca de dez minutos. Em breve, você vai notar que a mesma coisa que você não podia ver está no centro das atenções o tempo todo, e que você se sente desconfortável. O que você não quer estar consciente é ativado em você. Trata-se de um conflito interno: você está ciente de alguma coisa, trabalha contra essa consciência e a ativa ao mesmo tempo. Você faz exatamente o que você não quer fazer. Ela estimula a sua necessidade de censurar, iniciando um ciclo vicioso. Como no ser humano sua essência básica é a sua consciência, ele se reprime quando tenta reprimir ela. Se isso for feito com muita força, a reação é ficar paralisado ou tornar-se furioso. Quando alguém te machuca, você pode tornar-se tão ansioso que você paralisa, não diz nada e não faz nada. Ou talvez você fique tão furioso que tenta devolver em dobrar, e se isso não for possível ataca qualquer pessoa de fora. Em ambos os casos, você não quer se tornar consciente da maldade de seu companheiro. Mas se você aceitar a consciência de sua maldade, você olha para ele e pense em algum jeito de como você poderia ajudá-lo. Você está em equilíbrio e não há nada do que você tenha que se defender, você não fez qualquer dano significativo. Quando uma pessoa fica paralisada , isso significa que ela censurou sua consciência e paralisou, assim, a sua capacidade de observar e avaliar, sua coragem e criatividade, ou seja, ela mesma. Costuma-se dizer que você fica fora de si. Um educador pode sentir-se muito ansioso quando tem de entrar em uma classe onde há educandos arrogantes e zombeteiros. Ele espera ardentemente que eles não sejam assim, e, portanto, não aceita a consciência da arrogância deles. Ele tem um conflito interno: o mundo que ele quer é diferente da realidade que ele está ciente. Há um conflito entre o desejo do educador e suas observações da realidade. O educador está consciente , mas lutando contra. Isso é facilmente julgado, erroneamente, como o comportamento dos educandos ser resultado de sua incapacidade. Essa interpretação parece injusta, o que realmente é. A frustração dele cresce, ele torna-se cansado e sente-se fraco, fazendo com que a sua necessidade de se defender se torne maior. O resultado é um círculo vicioso. Se o educador não tivesse censurado a consciência da arrogância dos educandos, ele estaria interessado no fenômeno, e ficaria feliz em pensar nele, examiná-lo em seus alunos, e, possivelmente, também em si mesmo. Ele iria tentar desenvolver a sua abordagem e seus métodos de trabalho, a fim de ajudá-los a tomar consciência da sua atitude zombeteira. O propósito da censura é ignorar a consciência. Ela é percebida como um perigo e uma ameaça, levando a uma chamada reação de defesa, uma fuga ou um ataque à consciência. O termo reação de defesa é estranho neste contexto, em que se trata de negar a si mesmo. Ela está associada a estados emocionais como dureza, rigidez e indiferença. Sentimentos associados com a atitude - ou reação - de censura é a ansiedade, medo, decepção, depressão, paralisia e/ou nervosismo, raiva, ódio, agressão. Frequentes métodos de censura são, por exemplo: - Defender ações erradas e dar explicações desnecessárias Acusar e culpar, julgar e classificar o outro ou a si mesmo Moralizar e nutrir sentimentos de vergonha Ver-se como uma vítima (atitude de mártir) Afugentar-se nas emoções (ansiedade, depressão, sedentarismo, ódio, rancor...) Preocupar-se, remoer o passado infinitamente Abusar de alimentos, medicamentos, drogas, etc Fugir da realidade, se apegando à objetos, fantasias, trabalho, poder... Adoecer: dor de cabeça, indigestão, gripes, erupções cutâneas e outras doenças psicossomáticas Implicações gerais ao negar a consciência é a incapacidade de lidar de forma construtiva com o problema, um comportamento cauteloso, inibido ou agressivo, estresse excessivo e prolongado, dificuldades nas relações interpessoais, senso de agir prejudicado e doenças. Projeção é uma forma de censura em que uma pessoa transfere suas próprias intenções, sentimentos e crenças negativas para outras pessoas ou na vida em geral. Ela age de modo crítico e destrutivo, mas sente que os outros têm intenções hostis. Ela interpreta situações e outras pessoas através de sua própria atitude negativa. Por isso ela vive com sensação de perigo e ameaça. Se a projeção é contínua é chamada de paranoia ou delírio de perseguição. Temos o costume de projetar nossos valores e atitudes nos seres divinos das religiões, frequentemente expressando culpa e rejeição. Se temos uma atitude fanática projetamos de uma forma fanática. Será que a metáfora bíblica em que Deus proibiu Adão e Eva a comer as maçãs da árvore do conhecimento o seguinte significado? Que pegaram a maça para comer, isso simboliza a escolha de negar a consciência. Desta forma o pecado original, que é a primeira escolha incorreta, é uma negação da consciência, portanto, censura. Isso significaria que todos os outros pecados também pressupõe, antes de tudo a negação da consciência. É coerente com a ideia de Sócrates de que os seres humanos não fazem o que é mau se aceitam a consciência de suas más intenções. IDEALIZAÇÃO, MEGALOMANIA PERFECCIONISMO A idealização é embelezar, superestimar e se recusar reconhecer falhas e problemas. Uma pessoa imagina que ela ou outra pessoa tenham talentos que eles não têm. Ela tem expectativas altamente irrealistas. Ela coloca exigências exageradas sobre si mesmos e nos outros. Isso faz com que viva em constante frustração e estrese. A idealização assume que ela censurar a realidade. Para manter as fantasias sobre si mesma e os outros, ela deve negar sua consciência. Quando estou profundamente apaixonado, eu vejo o objeto do meu amor tão perfeito e não encontro qualquer falha nele. Um parceiro perfeito significa felicidade completa. Eu sinto que só ele pode me fazer completamente feliz. A felicidade de minha vida depende se eu posso tê-lo. Nessa disposição estou longe da realidade. Sigmund Freud descreveu este estado como uma mini psicose e concluiu que uma pessoa apaixonada deve estar em licença médica. Ele não é capaz de fazer avaliações equilibradas do seu trabalho, também. As crianças muitas vezes idealizam seus pais e mais tarde, possivelmente, seu professor ou supervisor. Quando ele ou ela é forçado a aceitar que a realidade não atende às expectativas, pode resultar em decepção e um comportamento muito agressivo ou auto- destrutivo. Idealização também faz tornar-se decepcionado com a mesma coisa várias vezes. Você sente que o seu colega de trabalho tem um certo problema. Ele, por exemplo, nunca chega ao trabalho em tempo e deixar algumas de suas tarefas para você realizar. Você fica com raiva e desapontado todos os dias que isso se repete. Você se decepciona, como se fosse um fenômeno novo. Parece que se você se recusa a lembrar os problemas de seu colega e você age como se você não tem experiência prévia no assunto. Mude a maneira como você age! Verifique que sua memória funciona na próxima vez que você vai trabalhar. Você espera que ele venha, e como o usual, atrasado. Você fica feliz porque a sua memória funciona. Quando você está feliz , você está equilibrado e transparente. Você diz reto e respeitoso para seu colega de trabalho que ele está atrasado e deixou trabalho incompleto. Você levar o assunto de forma construtiva, sem se sentir desconfortável, enfrenta o possível problema e indignação dele e aceita-os. Nas famílias há muitas vezes uma condição crônica de decepção, onde se luta arduamente para manter expectativas. Acontece que uma mãe a cada dia se decepciona quando seu marido (ou filhos) joga suas coisas desordenadas no chão do corredor quando chegam em casa. Ela se opõe realmente à sua memória com expectativas, e começa sua reclamação ranzinza persistente da qual todo mundo odeia, e que resulta em resistência. Agora, ela decide testar sua memória. Ela espera até que o marido chega em casa e o segui vendo como ele mais uma vez descuidada joga tudo ao seu redor. Ela fica feliz em ver que sua memória funciona. Alegremente, com amor e calorosamente ela recebe o homem . Ele fica surpreso com a mudança de comportamento de sua esposa e que ela não esta resmungando como sempre. Ele sente alívio e alegria e pensa consigo mesmo que, desde que a esposa mudou ele vai a partir de agora começar a colocar as coisas em seus devidos lugares. Você mesmo mudar de atitude é a melhor maneira de provocar os outros a mudarem. Uma pessoa pode se idealizar ou idealizar outros, como seus pais, um professor, políticos e figuras públicas. Ela pode idealizar autoridades, um sistema social e as estruturas de poder. Se tivermos em mente que o que você faz para o outro, você faz interiormente a si mesmo, pode-se concluir que a idealização dos outros é um sinal de que ela idealiza-se, apesar do sintoma ser de inferioridade. Uma pessoa perfeccionista quer que tudo seja perfeito de acordo com seu gosto e desejo. Ela se vê como (quase) perfeita, mas ao mesmo tempo está consciente de suas defeitos e, portanto, entra numa luta interna contra a sua consciência. Ela quer que seus companheiros ao redor e o meio ambiente sejam perfeitos também, e exigir perfeição de todos. A casa é perfeita, sem poeira e sem bagunça, seu traje é impecável. Ela carrega uma máscara sólida. Ela se esforça para ser alguém que ela não é, e, assim, restringe-se, faz de si menos do que ela realmente é. Ela se estresa muito, e para ela muitas vezes dizem "não exija tanto de si mesma." Não poder ter exigências sobre si é levado como mais uma exigência e isso a deixa ainda mais irritada. Ela está consciente de sua falha, mas não aceita a consciência dela. Quando tal atitude é muito forte em alguém é preciso usar uma terapia paradoxal e exortá-la a exigir ainda mais de si. Quando ela está deliberadamente tentando aumentar os seus níveis de exigência, ela se torna mais claramente consciente disso. Delírios de grandeza, megalomania faz uma pessoa pensar que ela sabe tudo e sabe tudo melhor do que todos. Cria demandas e expectativas ilimitadas. Ela quer o poder, porque ela acredita que só ela pode fazer a vida e o mundo funcionarem corretamente . Ela trabalha sem saber de suas limitações naturais, não descansa, e não reserva tempo para o lazer e relaxamento. Ela se recusa a sentir fadiga e também exclui outros sintomas do corpo e psique. Ela sente cansaço, mas foge da consciência dele indo para a academia. Ambas essas configurações, perfeccionismo e megalomania, incluem a falta de limites. É por isso que é tão difícil dizer não. Dizer não significa aceitar as suas próprias limitações. Uma pessoa com uma atitude sem limites sente-se culpada por coisas que ela não tem qualquer responsabilidade, que, de fato, não tem como influenciar. Isto pode ser já observado em uma criança pequena que sente que é responsável pelo alcoolismo de seu pai e faz de tudo para ele não beber. A criança tenta agradar o máximo possível para que seu pai não tenha razão para beber. É possível que as mulheres mais frequentemente sofrem de perfeccionismo e os homens mais de megalomania. Ambas as atitudes demonstram uma atitude narcisista egocêntrica. Tal pessoa sente que ela está no centro das atenções e é extremamente importante e insubstituível. A figura abaixo resume isso. Perfeccionistas Megalomania, mania de grandeza Acreditam serem perfeitos Não podem errar Não possuem falhas Exigências/expectativas rigorosas e ilimitadas Necessidade excessiva de controle Centro das atenções Acreditam que podem e sabem tudo Acreditam serem melhores que os outros Só ele sabe fazer as coisas e ninguém mais Tenta assumir o controle e o poder Atitudes sem limite Centro de tudo Egocentrismo, narcisismo Egocentrismo, narcisismo Quer fazer tudo; ”gás” Tem medo de errar; ”breque” Impaciência, tensão, conflito, sensacao de impotencia, estresse, fadiga Essas atitudes são gatilhos de estresse significativos. Uma pessoa que requer o impossível tem uma constante sensação de inadequação. Ela luta contra a sua consciência e torna-se cansada. Ela também pode gerar estrese nas pessoas em seu círculo íntimo e ser um conjugue ou colega de trabalho pesado e estressante. Da história recente da Europa, podemos selecionar Stalin, Hitler, Mussolini, Franco e Salazar, que com sua megalomania e desejo de poder causaram nas pessoas extermínio e sofrimento em grande escala . Como é possível conseguir que um povo se junte em uma guerra de agressão ou forme um reinado de terror em nível nacional? As pessoas se acostumaram a seguir um líder em casa, na escola e no local de trabalho, e de viver alienadas, que é se auto reprimir. Sem perceber as pessoas desenvolvem uma atitude de dependente. Especialmente em uma situação incerta, ela precisa de um líder forte ou guru para contar com e focar sua dependência . Em tal situação alguém que é ganancioso e megalomaníaco sobe no poder. Essa pessoa pode de forma relativamente fácil transmitir sua doença para seus subordinados mais próximos. Estes permitem contaminar os próximos abaixo na hierarquia de poder, até que suficientemente grande parte das pessoas hipnotizadas participam. Há também aqueles que se juntam apenas por medo de ir contra a corrente. No perfeccionismo e megalomania está sempre incluído também os seus opostos. Quando alguém, totalmente justificado, sente que, afinal, não é perfeito ou que não sabe tudo, ele torna-se deprimido e sente inferioridade em relação ao que imagina, espera e exige de si mesmo. Criando incertezas, timidez e medos. Desacreditar a si mesmo é muitas vezes modéstia artificial. Ao desvalorizar a si mesmo a pessoa está tentando impedir a consciência de suas fantasias grandeza. Norberto Keppe usar o termo teomania, o que significa tentar ser maior do que Deus. Teo é grego e significa Deus. Perguntei a um pastor luterano o que é um pecado original. Ele descreveu como o desejo do ser humano de ignorar Deus. Quando na psicose, pode-se dizer, o sujeito cruzou a linha em sua busca para elevar-se acima da divindade. Martti Siirala (psiquiatra finlandês, psicanalista, 1922-2008) concluiu que quanto mais você sobe na pirâmide do poder, mais doentes são as pessoas que você encontra. A revista Superintressante (Fevereiro de 2013) citou um estudo realizado pela Universidade de Oxford, que mostrou que dentre as diferentes profissões era a de CEOs com proporcionalmente maior percentagem de psicopatas (um psicopata é uma pessoa calculista e fria que parece não ter consciência, mas são muito hábeis em manipular pessoas). Na mesma revista tinha um estudo holandês que descobriu que quanto mais rico um pai é, menos tempo ele passa com seus filhos. Desejo de poder é um sintoma de uma doença mental. Aqueles que se importam tanto com ganhar o poder, geralmente atingem uma posição de poder. Quanto mais a pessoa busca o poder, mais ela acredita ser melhor que os outros . O desejo de poder assume e nutre megalomania. INVEJA E DESTRUTIVIDADE Geralmente, percebemos a palavra inveja como uma condição negativa experimentada em relação à soberania ou o sucesso de outra pessoa. O sentimentos gerado é a incerteza, a ansiedade, inferioridade, malícia ou ódio e raiva. A inveja é frequentemente associada ao desejo de obter o bem que os outros têm. Mas se considerarmos a ideia básica "o que eu faço para os outros, eu faço para mim mesmo", você não quer -se bem, se você não quiser bem para os outros. Se o caso for uma situação em que eu ao ver algo de bom em uma pessoa fique inspirado para agir e conseguir a mesma coisa para mim, então não é inveja. Eu não tinha nada contra a outra pessoa ter o bom. A inveja é atitude destrutiva, com base na malícia. O termo em sueco descreve inveja como natureza, de modo apropriado. Isso significa que um homem não se permitir o que é bom , mas seleciona problemas e sofrimento. Em português o termo inveja tem o “in” que significa não e “veja”, ver. Portanto, a pessoa vê as coisas que ela não quer ver. Ela está consciente de algo bom, alegre ou bonito, mas não têm consciência sobre o assunto e, portanto, tenta destruí-lo. Ela vê o bem como uma injustiça e tenta impedi-lo. Também em latim a palavra é invidia, não ver. A palavra em inglês, envy tem o mesmo significado, en-vy portanto, não ver. Inveja é dito ser mais forte em relação a pessoas próximas a seu próprio nível de sucesso. As classes oprimidas da sociedade sentem ódio e inveja à classe imediatamente acima e não ao grupo que tem maior poder. Alternativamente a inveja é dirigida contra o grupo mais próximo abaixo de si, uma vez que aumenta a consciência de sua própria posição subjugada. Na hierarquia do trabalho, o foco é muitas vezes sobre os grupos ocupacionais mais próximos de si. O velho ditado "ninguém é profeta em sua própria terra", descreve isso. Inveja significa negar o bem e, portanto, também uma atitude de cabeça para baixo (invertida), onde o bom sente como mal e mal sente como bem. O apóstolo Paulo acreditava que o problema do ser humano é que ele não faz o bem que ele quer, mas o mal que não quer. É como se fosse um pecado aproveitar a vida. O sofrimento e a dor são bonito. Honestidade é ser ingênuo, ou seja, idiota, e astúcia é admirável. Trabalhar é degradante, quem é esperto não precisa disso. Todas as formas de competição são eficazes, a solidariedade é difusa. A ganância é boa, a generosidade significa fraqueza. Aqui a inveja não é ver algo de bom nos outros e querer a mesma coisa para si mesmo. Tentar alcançar algo bom não é errado, mesmo se você tiver inspiração em outro ser humano . A inveja é estar ciente da capacidade e sorte de outra pessoa, mas reagir tentando dificultar e destruí-la, e sentir uma espécie de prazer doentio se for bem sucedido. Prazer em machucar, destruir é um sintoma de inveja: é prazer pela incapacidade do outro. Você é tão atraente, mas hoje, para minha felicidade, você está cheio de espinhas. Se sentir de alguma forma bem quando o vizinho perde o trabalho - agora eu vou ter que ir confortá-la. Um aluno que interrompe as aulas sofre de inveja, porque o aprendizado traz desenvolvimento e sucesso. Ele não quer reconhecer, portanto, estar consciente de sua própria riqueza humana e oportunidades, e ao mesmo tempo ele tenta transferir sua atitude negativa sobre os outros. Os pais ou os professores tentam, às vezes, controlar as crianças, não tanto por amor comi pelo desejo de limitar a abertura delas, a beleza, alegria e a atitude sem preocupações e de confiança na vida. Com base na inveja é associada a despreocupação das crianças à irresponsabilidade e fantasia, enquanto melancolia e preocupação é visto como atitudes a favor da vida. Não é de estranhar que os adolescentes que se aproximam de idade adulta gostariam de pressionar o freio. A inveja é uma atitude perante a vida que afeta tanto o mundo exterior quanto o interior, suas próprias capacidades e oportunidades. Quando eu, em algum momento estava palestrando sobre inveja, alguém reagiu respondendo que ele não sofre certamente de inveja. Eu costumo antecipar essa reação, perguntando se há alguém na congregação que nunca sentiu inveja . Ninguém levanta a mão. Quando a inveja é muito forte, psicótica, pode, um ser humano, agir incompreensivelmente destrutivo. Por exemplo, um homem que percebe a beleza e a vida de uma mulher, acaba atacando-a, estuprando e matando-a brutalmente. Ele destrói exatamente o que ele quer e deseja. A beleza da mulher sente nele com um toque profundo, uma consciência do amor. É como se a mulher penetrasse na camada patológico do homem e provocasse forte sua atitude de inveja. Para suprimir sua consciência ele reage com fúria imprudente. Ele destrói a mulher porque ela evoca uma forte consciência contraditória nele: por um lado, a consciência da beleza e do amor, do outro lado da inveja e censura. Inveja presente em relacionamentos íntimos é chamada de ciúmes. Em seu livro, Sócrates e a arte de Viver , descreve, JC Ismael, esse fenômeno da seguinte forma: A coisa mais importante é lutar contra a sua inveja (e estar ciente disso), especialmente quando o status intelectual, social ou econômica da outra parte é melhor do que o seu, porque a inveja é como um veneno que destrói também as relações mais fortes. É algo misterioso que sempre quer destruir relacionamentos amorosos - e que amantes sempre incansavelmente devem frustrar. Inveja faz um amante ficar com sentimento de alegria sobre a infelicidade e insatisfação do seu parceiro sobre o sucesso: um veneno inexplicável que ocorre nas profundezas da alma, por trás das costas de Deus. O ciúmes é inveja, e se ele é levado a suas consequências extremas pode ser dramático e destrutivo. Demócrito (filósofo grego, por volta de 460-370 aC.) descreveu a felicidade como um estado em que não se lamenta sobre o que está faltando, mas se felicita com o presente. A alegria do ciumento é um gozo da felicidade em ruínas do outro. A inveja é o motor para o seguinte curso comum de ação: - Fofoca, falar pelas costas do outro Alegria pela dor do outro, ironia e difamação Atitude negativa, constante insatisfação ou reclamação Passividade, preguiça, indiferença Ciúmes, possessividade Constante desconsideração de novas ideias e oportunidades Aumentar o problema e as dificuldades Dificuldade para escolher e tomar decisões Obstrução e sabotagem de coletivos Panelinhas insalubres, alianças Postura permanentemente crítica e prejudicial Inferioridade, depressão Desejo de poder, de controle Destrutividade, agressividade A pessoa ciumenta reage negativamente a novos desenvolvimentos e oportunidades. Ela aumenta os problemas e preocupações , mas não age de maneira prática para remediar a situação . Ela se concentra nas dificuldades e rejeita assim o bem. Ele sente uma satisfação doente com a sua própria e as falhas dos outros. Quanto mais forte as atitudes de perfeccionismo e inveja que são simultaneamente na pessoa, maior o estresse interno. Ela faz questão do perfeito, ideal, mas na sua inveja não permiti o bem. Criando um forte conflito interno. Impedindo que faça escolhas e decisões e deixando-a com ansiedade e medo constante. Ela está consciente de que impedirá tudo que é bom, mesmo que ela, simultaneamente, exige perfeição. Ela sente estresse muito forte. Imperceptivelmente o pequeno mal cresce. Podemos nos acostumar com o mal para não sentir mais dor. Assim, a moralidade se adapta e o mal se torna aceitável, mesmo que ele ainda é eticamente errado. Assim escreveu uma mulher de 60 anos de idade, depois de ler um texto sobre esse círculo vicioso: "Eu reconheço meu próprio comportamento aí. No meu caso, ele evoluiu assim ( na infância ): "Eu tinha sido impertinente, eu não vim em casa a tempo, eu tinha roubado biscoitos, o que está errado. Minha mãe me culpa, pune mas nunca me bateu. A pena é uma punição mental, eu perco algo de bom, que me foi prometido, ou eu tenho que sentar-me sozinha e pensar sobre a minha maldade. Eu sinto culpa, que me preenche completamente. Não há nada além do mal dentro de mim. Mamãe me chama para pedir perdão e que eu prometa nunca mais fazer igual, para que eu de agora em diante seja sempre gentil. Peço perdão, sabendo que eu, no futuro, vou cometer o mesmo erro novamente. Eu sou um verdadeiro monstro que no momento de pedir perdão, que considero quase um rito sagrado, minto. Parece que eu fui dividida em dois. Metade de mim quer ser agradável e ajudar minha mãe, e a outra metade no pode e nem quer, porque o que é impertinente e proibido geralmente é muito mais divertido do que o gentil. Em algumas situações, eu também sinto que a mamãe está sendo injusta. Ela me acusa de algo que eu não fiz, e não posso provar a minha inocência. Ou então ela me nega algo que "todas as outras crianças" podem fazer. Ela não me entende e, portanto, não me deseja nada de bom. O resultado de tudo isso é um sentimento de que eu não deveria existir. Eu sou um fracasso, acho eu tanto quanto minha mãe. Estou absolutamente convencido de que minha mãe queria o melhor para seus filho. Ela era uma boa pessoa. " Esta mulher descreve sua luta ético rigorosa. Ela não aceita a conscientização da conduta injusta de sua mãe e subjuga a si mesmo. Ela culpa a mãe por isto e o círculo vicioso se fecha cada vez mais. Ela submete -se tão severamente que ele sente como se não existisse. Quando visitei a área de residência dos trabalhadores sem-terra no Brasil, me recordei de minha própria inveja. No pátio da casa de Pedro havia um grande e novo SUV que já havia ouvido falar. Senti um espinho de inveja no meu peito. Eu não quero e nem preciso de qualquer carro, pensei, e me perguntei por que, então, senti como um espinho. Mais tarde, voltei a pensar nisso e percebi que não era o carro que era o objeto da minha inveja, mas a maneira de Pedro de se atrever a desviar dos padrões da comunidade e dar a si mesmo o direito de algo que ele gostava muito. EGOCENTRISMO O egocentrismo é o foco da pessoa sobre si mesmo. Ela observa -se muito, ou admirando ou criticando negativamente. Ela tem dificuldade de se libertar da auto-observação, para ver a realidade e se preocupar com os outros. Isso se manifesta na forma de egoísmo, egocentrismo, seu ego é o centro do mundo. Ela acredita que todo mundo está interessado nela e olhando para ela com admiração ou condenação. Todos os empecilhos implicam em auto-absorção. Na atividade emocional negativa dirigimos a atenção para si e para suas próprias crenças sobre o que os outros pensam sobre nós. Negando a consciência, censurando, assumimos que, em nossa auto-absorção perdemos o contato com a realidade. Idealizamos a nós mesmos é se concentrar em si mesmo. Inveja também, ou seja, evitar o prazer e desenvolvimento de outra pessoa, é egocentrismo. Em sua auto-absorção a pessoa limita a realidade para si mesma. Ela cativa a si. Isso ela experimenta com ansiedade e dá origem a medos, fobias, neurose obsessiva e estresse e doenças em geral. Quando uma pessoa se relaciona amorosamente ela se dirige para fora, buscando oportunidades para agir para o bem comum. Ela aceita a si mesmo e, portanto, outros. ESTEJA CIENTE DE SEUS EMPECILHOS A maneira de descrever a psicopatologia através dos empecilhos pertence à Psicanálise Integral, desenvolvida por Norberto Keppe. De certo modo, esta abordagem não é tão diferente da maneira de Evagrius Ponticus (monge cristão egípcio, por volta de 346-399) interpretar a essência do pecado por oito termos: insaciabilidade, imoralidade, ganância, melancolia, apatia, raiva, vaidade e orgulho. Imoralidade podemos desconsiderar como estava ligada ao moralismo no tempo de Evagrius. Para efeitos de comparação podemos mencionar que a psiquiatria, em termos de doenças psíquicas, usa distúrbio de ansiedade, distúrbio de pânico, agorafobia, neurose obsessiva, distúrbio de stress pós-traumático, depressão, distúrbio bipolar, esquizofrenia, síndrome despersonalização, demência, ADHD e assim por diante. A psiquiatria tenta descrever os sintomas e determinar o diagnóstico, enquanto que com os empecilhos queremos descrever as intenções do sujeito, preferências e atitudes como causas para os sintomas. Além disso, é claro que, por exemplo, a injustiça das estruturas sociais e as injustiças na infância são de grande importância quando ocorrem doenças. Os seres humanos podem ser descritos por dois círculos concêntricos????. A borda do círculo exterior é a casca, a máscara social onde queremos mostrar como é bom, bonito e forte. Abaixo da máscara é a camadas dos empecilhos, das intenções destrutivas e os hábitos neuroticos da atividade emocional. E abaixo deste circulo externo há o cerne, a essência do ser humano, onde se situa a equilíbrio, a consciencia e o amor. Na sua essência o ser humano tem o canal ou o contato com a beleza e bondade e verdade universal, a energia da vida, e conforme a religião de cada, um o contao com Criador, Deus, Jahve, Alá..., o contato com a consciência universal. Quando dizemos que uma pessoa está se procurando, então ela está busca o contato com seu interior. Como ela vai fazer isso? Há pelo menos duas possibilidades: ou por contato direto e imediato com a sua essência real ou por tornar-se consciente de sua casca, seus empecilhos e, portanto, em certa medida, se livrar deles. Um contato imediato pode ser, até certo ponto, feito quando se fortalece a consciência das riquezas humanas. Os empecilhos se tornam consciente através da humildade, aceitar que você tem todos os tipos de falhas. Uma pessoa se sente bem quando ela age carinhosamente. Ela se sente mal quando ela age de uma forma negativa. Apenas o comportamento ético faz sentir bem. Com base nisso, o caroço para o conhecimento humano e o autoconhecimento está na consciência das riquezas humanas. Avaliações e classificações de vários tipos são prejudiciais. Não se deve comparar ou avaliar a capacidade das pessoas e habilidade, porque tem um efeito desanimador, justamente, em quem mais está precisando de ajuda, e deixa o bem sucedido mais orgulhoso Para considerar: - O que você sente quando você sabe que vai ser exposto à crítica? - Como trabalham contra as riquezas humanas, sua mãe e / ou pai, de si mesmos? - Selecione os dois empecilhos mais fáceis de ver em si mesmo. - Selecione os dois empecilhos que você tem a maior dificuldade de ver em si mesmo. 1.4 ESPIRITUALIDADE E ENERGIA DE VIDA DE VOLTA À ESPIRITUALIDADE O amor, a espiritualidade, o bem e o mal se manifesta em nossa linguagem cotidiana. Mas eles não podem ser definidos ou medidos. Eles aumentar a consciência da fé. No final das contas, eles também são baseados na ciência sempre em suposições, como aquilo que em matemática chamamos de axiomas. A crença fanática, por exemplo, no materialismo científico, se assemelha a uma religiosidade fanática, o fundamentalismo. Não sabemos nada, nós só achamos, como Federico Fellini (cineasta italiano 1920-1993) colocou. Quando Sócrates foi condenado à morte, ele esperou em sua cela para sentença ser comprida. Seus amigos tinham arranjado uma oportunidade de fuga para ele, mas quando sugeriram a ele essa chance, ele respondeu que não havia nenhuma razão para fugir. Ele descreveu duas opções. Ou ele iria morrer e afundar em um sono profundo e tranquilo a partir do qual ele nunca iria acordar, ou sua mente se libertaria e entraria em um novo estado, com certeza muito mais justo e feliz do que o que ele viveu. Ele não tinha medo de nada. Sócrates ensinou as pessoas a serem amigas da morte e estarem prontas para morrer a qualquer momento. A atividade espiritual consciente é tão insignificante em nossas rotinas diárias que quase se tornou inválida. Crianças experimentam fenômenos espirituais como elfos, Papai Noel, anjos e duendes como algo natural. Quando elas se tornam maiores, ensinamos, nós adultos, que dominem tais ilusões. Quando uma pessoa fica mais velha e mais conscientes de como limitado e injusto o mundo material é, ela, muitas vezes, retorna a ter crença no espiritual. A humanidade ao longo de sua história, mal teria refletido sobre a espiritualidade se fosse apenas uma quimera. Aristóteles ponderou sobe a origem de tudo. Sua tese era de que tudo realmente é energia e, de fato, energia metafísica. Todo material vem da energia imaterial. Da onde, então, vem toda energia metafísica? Aristóteles descreveu ela como "o primeiro motor". Como, então, é este primeiro motor constituído? Ele descreveu sua essência como atividade pura. Por isso ele quis dizer uma atividade incrivelmente intensa na beleza, bondade e verdade, ou seja, no amor. Se esta ideia é associada com o judaísmo, o cristianismo ou islamismo, nos quais o homem é visto na imagem do Senhor, Deus ou Alá, consiste a essência humana de atividade pura. Conclui-se, então, que o ser humano é ele mesmo, desde que aja carinhosamente . Quando ele nutre ódio, medo e amargura ele nega a si mesmo. Viktor Frankl descreveu as religiões como línguas diferentes das quais as pessoas usam para falar e se comunicar com o Superior. Não há nenhuma razão em tentar provar que uma religião é mais perto da verdade do que qualquer outra. É como afirmar que o russo é uma língua melhor do que o chinês. A espiritualidade inclui conceitos como Deus, anjos e diabo, que não podem ser compreendidos pela mente - é uma questão de fé. Os físicos quânticos K.V. Laurikainen (1916-1997) e Wolfgang Pauli (austríaco, 1900-1958) tentaram, como muitos outros cientistas, descrevem a realidade como uma ininterrupção da física e metafisica. Quando John Wheeler (pesquisador norte-americano em física teórica, 1911-2008) e Eugene Wigner (físico e matemático húngaro, 1902-1995), que ganhou o Prêmio Nobel em 1963, envolvidos na investigação de física quântica, descobriram que o observadore, na verdade, forma e até mesmo criar o objeto observado. Existência quântica assume contato com a consciência humana. O observador e o objeto formam um todo, fora da dimensão do tempo. A consciência molda a realidade em que vivemos. Isto significa que a consciência é a fonte de tudo. Sem a consciência nada existiria. A mesma coisa pondera Lev Tolstoy em seu romance Anna Karenina. Onde Sergey Ivanovich e um professor de Kharkov discutem a existência do pontos de partida. O primeiro coloca o seguinte: "Deve significar que, se os meus sentidos [minha consciência] são aniquilados quando eu morrer, nada mais existe." Ele, certamente, não disse que com sua morte tudo deixaria de existir, mas sim a consciência geral (consciência universal). Wheeler , Wigner e Tolstoi fizeram todos, a partir de seus diferentes pontos de partida, interpretações de que se toda a consciência desaparece também deixaria o universo de existir. A condição de toda a existência é, então, a conscientização. Anteriormente, nós viemos com a idéia básica de que o homem é a sua consciência. Wigner e Tolstoy confirmar essa hipótese, porque, basicamente, tudo é consciência. Muitos anos atrás, eu perguntei ao meu pai o que ele acha que acontece quando morremos. Sua visão era de que as nossas almas se unem com uma espécie de almas em massa comum. Eu me lembro que eu me senti deprimido com essa idéia, porque naquela época eu esperava que pudéssemos continuar a existir como indivíduos. Em sua forma simples a idéia do meu pai confirma o raciocínio de Wigner e Tolstoy. Cada cultura tem seus símbolos, seja o totem indiano ou no cristianismo, Jesus na cruz. Os símbolos são tentativas aproximadas para descrever uma essência metafísica que não pode ser descrita. Organizações, sinagogas e igrejas cristãs e judaicas são estruturas de poder mais antigas existentes nos países ocidentais. Não é à toa que, muitas vezes, percebemos elas como símbolos conservadores de estagnação, e um fenômeno alienígena no mundo de hoje. A organização é uma estrutura exterior onde a crença é tema. As organizações têm uma tendência a alterar os propósitos originais de modo que a sua própria sobrevivência seja mais importante que a sua missão. Se considerarmos a espiritualidade como essa cultura e as estruturas formadas em torno da organização, há risco do bebê benzido ser jogado para fora junto com a água do banho. Dostoiévski escreveu que a maior vitória do diabo sobre a humanidade foi quando a humanidade negou sua existência. Dostoiévski não quis dizer, é claro, sobre o chifrudo com cauda ser a encarnação do mal, mas sim energia espiritual negativa. A VIDA É ENERGIA Será que a energia vital vem do alimento que comemos, do pão, da batata e manteiga? Através da fotossíntese as plantas recebem energia do sol. Eles são antenas solares. O ser humano funciona de uma maneira semelhante, embora não com a fotossíntese. Os seres humanos podem ser descritos como antenas móveis de energia vital. A vida é energia, fundamentalmente energia metafísica, que os seres humanos recebem. As plantas estão enraizadas na terra e eles não podem se deslocar de um lugar para outro. A planta tiram minerais e água do solo, mas para a antena física do ser humano funcionar ele precisa comer a comida que ele prepara. A planta percebe a luz e se estende em direção a ela. Quando o ser humano se abre à consciência, ele torna uma antena de alimentação ligada. O que importa é a forma como ele se relaciona com a consciência. Quando uma pessoa carrega uma consciência importante, que ela nega, ela trabalha contra si mesma e se cansa. Ao mesmo tempo ela fecha sua antena de energia. Quando ela abre à consciência também liga a antena de energia. Esta hipótese está de acordo com o nosso pensamento básico: o homem é a sua consciência. Para uma criança que nasce, a vida deve ser uma abertura contínua. Mas assim não fica. Em vez disso, começamos a adapta-la para as estruturas de poder, primeiro em casa, então no jardim de infância, na escola, nos estudos profissionais e no local de trabalho. Fazemos dela um dos cidadãos obediente que não questiona as estruturas de poder da sociedade. Uma planta procurar sair da sombra para a luz. E o ser humano, procura ficar longe das exigências injustas e restrições, à caminho da liberdade? Em caso de acidentes ou doenças, as pessoas têm, por vezes fortes experiências de vida após a morte. Quando criança, eu estava envolvido no seguinte incidente: Eu tinha em torno de 12 anos de idade e estava lavando a roupa suja da família. Com uma mão eu toquei a máquina de lavar roupa e com a segunda abri a torneira. Mas a máquina me usou como um fio terra e eu podia sentir a eletricidade passando de um lado para o outro, através de todo corpo. As mãos estavam como coladas nos lugares e eu não podia separar -me. Eu sabia que estava perto da morte. Uma série de belas memórias do passado correram pela minha memória, era como se tivesse vendo um filme que respirava beleza. Senti-me bem. Em seguida, o filme acabou e eu me vi em um túnel escuro. Fui em frente, sentido a abertura brilhante que dava sentimento de segurança e era atraente. Aproximei-me da clareza. Então tudo de repente ficou escuro. Depois de um tempo eu me encontrei deitado todo molhado no chão do banheiro. Da torneira estava correndo água. Aparentemente, tinha meus músculos relaxado no momento da morte, para que eu caísse pelo meu próprio peso. Isso fez minhas mãos soltarem da máquina de lavar e da torneira. Minha irmã, que estava no quarto ao lado, disse que tinha ouvido algum tipo de uivo. Eu senti que eu tinha ressuscitado dos mortos. Foi uma bela experiência e ele fez que eu me interessasse pela espiritualidade. Espiritualidade significa segurança e uma perspectiva ampla. Não estamos sozinhos, mas fazemos parte de um todo maior, embora incompreensível. A beleza da natureza é um testemunho de que um poder maior ou energia, Deus ou Alá, seja como for que chamamos , que faz com que tudo isso existisse, é amor justo e puro. Nós não precisamos saber. Sentimento e fé são profundamente interligados com o universo, o significado e origem. Emmanuel Swedenborg (filósofo sueco religioso e místico, 1688-1772) escreveu que o amor e a sabedoria não valem nada se não forem colocados em uso. Eles são apenas fantasias e não se tornam reais se não forem usados. 1.5 DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE Pela personalidade percebemos como o indivíduo relaciona-se, sua maneira de viver e agir em diferentes situações. Ela descreve sua maneira de se relacionar com a vida, como responde de forma rotineira e como age em diferentes circunstâncias. Isso inclui suas intenções, sua motivação, sua maneira de agir espiritualmente e emocionalmente, e os seus valores. Assim se descreve a personalidade de uma forma geral, como uma pessoa habitualmente usa a sua vontade. O nosso ambiente de vida, ou seja, o clima e a natureza ao redor, exuberante ou estéril, nos afeta. O calor facilita a comunicação aberta, o frio faz com que as pessoas se tencionem e se fechem. A sociedade em que vivemos, sua história e cultura, suas estruturas e valores, moldam nossos pais. É muito importante como os nossos mais próximos funcionam emocionalmente e como eles se relacionam com a vida. Crianças imitam. Independente, se nós, como filhos, sofremos uma grande quantidade de calor e de aceitação ou de privação emocional e agressividade, temos sempre uma tendência de imitá-los em nós mesmos. SOCIEDADE Karl Marx (filósofo social e teórico social nascido na Prússia, 1818-1883) acreditava que a estrutura psíquica humana é formada, principalmente, através das estruturas de produção. O trabalho é uma parte central da vida, muitas vezes até mesmo a mais significativa. O sistema social é organizado de modo que forma a base para a atividade econômica e, portanto, para o trabalho. Esta estrutura e seus valores contribuir muito para moldar a ação psíquica humana. Fatores-chave para o sistema econômico atual é a exploração, concorrência, ganância, o consumo, a alienação da realidade e superficialidade. Estes valores determinam a atmosfera no local de trabalho e a atividade da comunidade. Eles têm quase imperceptivelmente infiltrado-se na escola, saúde e trabalho social. Nascemos diretamente neste sistema de lavagem cerebral em massa que nunca na história da humanidade foi tão eficaz e de forma tão unilateral até hoje . Provavelmente, o feudalismo, a monarquia e o colonialismo não foram uma alternativa melhor do que o capitalismo. Nem era a ditadura do governo comunista, que foi aplicado na União Soviética, onde o poder econômico e político eram unidos em uma única potência. HERANÇA GENÉTICA É impossível dizer em que medida o genoma afeta a personalidade. A depressão pode ser herdada, mas o problema pode estar no genoma, ou ser devido a uma criança aprender o modelo mental dos pais. O genoma, o ponto de partida genético, é dinâmico, como tudo na natureza. Ele está em constante mudança, o que significa que você pode influenciá-lo. Um artigo há alguns anos, fazia parte do Helsingin Sanomat (jornal finlandês) foi intitulado "O bom cuidado altera o material genético." No texto é colocado que o cuidado feito com amor pode melhorar a herança genética. Tudo é, basicamente, energia metafísica, ou seja, a atividade contínua. " MOCHILA " Quanto mais jovem a criança é, mais aberta é para impressões. O que você vê mais a sua volta, é mais naturalmente absorvido. Se houver uma grande quantidade de afeto, alegria e gratidão no ambiente da criança, é mais fácil ela desenvolver esses sentimentos em si mesma. Se você acaricia e alogia a criança, ela aprende a acreditar que é aceita e gostada fisicamente também. A criança vê isso com clareza e quando ele fica mais velha e começa a se interessar sexualmente por outros, não tem inibições e dificuldades em se comunicar emocionalmente e fisicamente. Se a criança é tratada de forma depreciativa e agressiva, ele pode se acostumar com isso, considerá-lo normal e imitá-lo em suas próprias ações. Se uma criança não foi tratada com ternura, é possível que ele vai experimentar o contacto sexual como assustador. A sexualidade de tal pessoa se fecha em vez de abrir. Se fala metaforicamente sobre a mochila, a história de vida. Se desde o início ganharmos muito amor em nossa mochila sentimos a vida certamente mais fácil tanto na prosperidade como na adversidade. Se existe, desde o início, medo e ódio, a pessoa se sente mal e age em conformidade. Mas em relação ao uso da vontade, ainda somos diferentes. Alguns se encontram com condições difíceis e trágicos acontecimentos de uma forma mais transparente, ao aceitar a consciência, enquanto outros permanecem lá para o resto de sua vida, porque censuram a consciência da injustiça que sofreu. Em resumo, pode-se ilustrar a evolução humana com o seguinte esquema simplificado: Em resumo, o ser humano tem um pano de fundo histórico social, genético e a vontade. A partir daí que ele escolhe uma abordagem que distorce a realidade mais ou menos. Se ele aceita o seu verdadeiro eu (consciência) age e vive saudável e feliz. Se ele nega a realidade e age negativamente no nível psíquico, traz doenças psíquicas e físicas para si. Ele se sente mal e reage de diferente formas problemáticas. Ele está consciente de suas possibilidades (sua riqueza humana ), problemas e empecilhos, mas nega essa consciência. Um sintoma da abnegação é o sentimento de não existir. O ser humano não quer estar consciente desse sintoma, então encontra uma maneira de escapar também dessa consciência. Essas maneiras de frustrar a consciência pode ser descrita brevemente de três maneiras. Em primeiro lugar, uma pessoa pode fazer o seu melhor para que outros veem graças e louvor ao saber que ela existe. Em segundo lugar, ela pode fazer um esforço para ser gentil e para ser aceito ou para alcançar o sucesso e ser admirado. A terceira opção é agir de forma agressiva ou depressiva nas profundezas de sua rebelião interior. (Veja capítulo 3.1.4 Com refletir sobre trauma?) . Quando pensamos no ser humano como consciente e responsável, em sua liberdade interior, como ator na vida, podemos discernir uma oportunidade de nos libertar do passado. 2. MÉTODOS PARA CONHECER O SER HUMANO O AUTOCONHECIMENTO 2.1 CONCEITO SOBRE O SER HUMANO O método Conscientia tem sua eficácia em grande parte baseada em sua visão da humanidade, que serve como referência. Se você tiver sucesso em levar as pessoas a abraçar as idéias básicas sobre os seres humanos não é necessário muito mais. A estrutura tem duas partes: as idéias básicas sobre os seres humanos (Anexo 1) e riqueza e empecilhos humanos (Anexo 2). Quando o método é colocado em uso, pode-se primeiro concentrar-se na visão sobre o ser humano, discutindo o conteúdo dos anexos 1 e 2. Pode-se pensar nele em coletivos ou por conta própria. O consenso não é necessário, você pode ter diferentes opiniões e pensamentos são modificados de acordo com o gosto e preferência. Você também pode criar versões artísticas de vários tipos, tais como imagens, poemas, teatro ou música. As idéias básicas podem ser utilizadas como tema para desenhar cartazes ou historias de quadrinhos ou outras apresentacoes artisticas. Quando você abrir o quadro de referência para a discussão em coletivos, você não precisa ser capaz de responder às perguntas dos outros. Não crie, portanto, nenhuma expectativa ou exigência de que você deva ter respostas. Copie e use o texto que você selecionar ou faça um novo material produzido por você que você queira discutir. Para as perguntas, você pode responder com perguntas ou enviá-los de volta para o autor delas ou ao coletivo, para considerarem-nas. Apresentei o método de referência para dezenas de comunidades de trabalho e escolas, entre algumas horas e alguns dias, muitas vezes justamente quando o coletivo estava com falta de motivação ou em crise de cooperação. Quando consciência é trazida através das idéias básicas dissolve-se a tensão, e você é inspirado a abertura e iniciativas que são fortalecidas pelas experiências. No youtube há um curta-metragem sobre a forma como o quadro poderia ser aplicada. É chamado Mudança na escola – educando, educador e Sócrates . Supõese que serva como base para a discussão e reflexão. 2.2 DIALOGO DE REFORÇO O propósito do diálogo de reforço é, principalmente, aumentar a conscientização das riquezas humanas, das habilidades, talentos e dons. Quando uma pessoa está consciente de sua verdadeira natureza , seu interior, é natural para ela promovê-lo e usá-lo. Se, ao contrário, ela não usa suas riquezas ela perde eventualmente a ligação com elas, afastando-se delas e de seu verdadeiro eu. Sabemos por experiência quão difícil é dar e receber críticas, especialmente quando se trata de um problema sério. Isso faz com que nós geralmente esperamos tempo demais antes de expressarmos ela. Quanto mais o tempo passa, mais nos irrita o problema e nosso descontentamento cresce, o que significa que a nossa atividade emocional fica negativa. Isto faz o reforço, facilmente, tornar-se excessivo e conter energia negativa. O receptor se sente, com razão, injustiçado. O propósito do reforço é principalmente aumentar a consciência das riquezas humanas (percepção, alegria, amor, criatividade, julgamento, coragem, auto-disciplina ), mas se inevitável, a consciência de empecilhos, formas negativas de agir e de se comportar. Um erro pode ser corrigido se formos, simultaneamente, conscientes do que é bom. Se focamos fortemente no erro ele torna dominante em nossas mentes. A seguir mostramos o diálogo de reforço em cinco etapas. Destas, as três primeiras são mais importantes: 1. CUIDE DE SEU PRÓPRIO ESTADO EMOCIONAL Você se sente ansioso, com medo, frustrado ou com ódio frente a pessoa que lhe da o diálogo do reforço que você tem dificuldade de aceitá-lo? Pare para sentir o seu interior e tornar-se consciente de sua atividade emocional. Você, e somente você, é responsável por sua atividade emocional. Pense sobre as razões das suas emoções negativas (ver 3.2.1): por exemplo, as suas expectativas irrealistas, sua impaciência, sua propensão para condenar, suas possíveis formas de ampliar os problemas ou a sua vontade de ser capaz de mudar essa pessoa. Talvez as ações dela despertam via espelhamento uma consciência em você que você não suporta. Tente aceitar seus sentimentos, não se culpe por eles. Adote uma atitude onde você sinceramente sinta que esteja desejando o melhor do diálogo de reforço. Encontre ele com atitude de aceitação e presença respeitosa. 2. OBSERVE O ESTADO EMOCIONAL DA PESSOA E OUTROS EVENTUAIS SINTOMAS. Se a pessoa que for receber o diálogo de reforço se sentir mal, ansiosa, com raiva, mágoa ou cansada, você vai falar de modo respeitoso sobre seus sentimentos ou sintomas, de modo que ele possa sentir que você a aceita como ela é. Ouça ela com atenção. Faça perguntas para levá-lo a descrever seus sintomas emocionais e físicos. Evite perguntar “por que?”, como leva a atenção para fatores externos. Concentre-se totalmente em perceber a atividade emocional dela, de modo que ela se torna consciente e aceite-a, para assim ser capaz de respeitar a si mesmo e você. Uma emoção ou um sintoma físico é um sinal de alarme. Que o sistema de alarme funciona é uma coisa boa. Quando uma pessoa se sente aceita, ou seja, visto sem críticas e demandas, ela geralmente se conecta com o seu equilíbrio interior. 3 AUMENTE A CONSCIENTIZAÇÃO DAS RIQUEZAS HUMANAS NO OUTRO. Fale sobre as riquezas humanas no outro: percepção, interesse, senso de memória, intuição, amor, responsabilidade, humildade, felicidade, gratidão, espiritualidade, coragem, iniciativa, perseverança, criatividade, entusiasmo, bom senso, honestidade, senso de beleza, autodisciplina, talentos especiais, senso de adquirir conhecimento, talento, senso físico e assim por diante . Levante o bem que ele realizou e o que ele aprendeu. Repita isso várias vezes em diferentes contextos, de modo que ele possa ter certeza que você lhe deseja boa sorte e que você, principalmente, vê certas riquezas humanas nele. Evite falar para que ele use suas habilidades. Não diga: “Com certeza você consegue fazer isso”. Não dê conselhos. Todos tais são percebido como cobranças, e a reação a elas é geralmente a resistência. Normalmente, você não precisa de outra ação, porque isso em si é suficiente para confirmar a consciência da riqueza humana. Alguns exemplos de como fornecer diálogo de reforço: Tenho notado que você está com iniciativa, coragem e criatividade. Você tem experiência e conhecimento importante. Eu sinto que você tem espontaneidade e uma dotação social. Você segue com cuidado como as situações se desenrolam e as reações das pessoas, e registra com interesse o que os outros estão fazendo. Eu vi coragem, curiosidade e solidariedade em você. Eu vi a sua capacidade de aprender rapidamente coisas novas, seu senso criativo para desenvolver novas perspectivas e idéias. 4. FALAR COMO O OUTRO SE OPÕE AO BOM. Fale sobre seu hábito de evitar as riquezas humanas. Lembre-se que o que uma pessoa faz para o outro, ela faz interiormente contra si mesmo. Descrição: - Seu hábito de desenvolver e manter estados emocionais negativos Sua atitude de se opor a consciência, a censura que ele recorre para evitar contacto com seus talentos. Seu eventual autoritarismo: demandas ilimitadas e rigorosas sobre si mesmos e outros, autocrítica excessiva, pensamentos que depreciem ou enfatizem a si mesmo e outros. Crenças irrealistas Atitudes e condutas negativas em relação as próprias riquezas (inveja) Não assuma e não espere que ele vá aceitar o que você diz. Diga o que você vai dizer abertamente e respeitosamente. Não está em seu poder controlar a reação dele e você não é responsável por ele. Respeite sua reação emocional. Dessa forma, você não dá o poder a sua possível raiva ou sentimento de ter sido ferido. Exemplos da etapa 4: Às vezes eu sinto que você defina padrões tão altos que bloqueiam a sua capacidade e seu conhecimento, é como se você não se permitisse cometer qualquer erro. Eu acho que às vezes você se concentra tão fortemente em seus possíveis pontos fracos que você perde contato com seus verdadeiros talentos. Agora parece que você não se dá o direito de estar ciente de suas habilidades. Como se elas estivessem, de alguma forma, proibidas para você. 5. SE HOUVER NECESSIDADE, DESCREVA OS EFEITOS PREJUDICIAIS DA ATIVIDADE NEGATIVA, DO PONTO DE VISTA DO OUTRO, A MANEIRA COMO ELE PROIBI SEUS TALENTOS E SUA ALEGRIA DE VIVER. Não fale sobre o dano que ele causa nos outros. Isso facilmente leva a uma rejeição da consciência, a censura. Se a pessoa que recebe o dialogo de reforço sentir como exigência, ainda que imaginário, aceitar o que você diz, ela reage muitas vezes exatamente no oposto. Quanto menos você esperar, maior a chance de que ele realmente te escuta . É preciso muita humildade para aceitar a consciência de suas próprias fraquezas e atitudes negativas. Tal é incomum, especialmente frente a frente com outro ser humano. Ninguém quer perder a face em público, principalmente na presença de uma outra pessoa. Na maioria das vezes, as pessoas pensam muito mais no assunto depois, por si mesmos, mais do que imaginamos. À noite na cama, a pessoa pensa no que ela não queria pensar durante o dia. Durante o sono, ela lida com essa consciência da qual ela se recusou a lidar acordada. De acordo com Freud, os sonhos são a estrada real para a consciência. Como todas as pessoas possuem todas as riquezas humanas podemos, paradoxalmente, reforçar a consciência da coisa que você sente que o outro tem mais dificuldade. Se o seu colega de trabalho, por exemplo, costuma muitas vezes mentir, você pode dizer que você percebe a honestidade dele. Se seu aluno é muito preguiçoso você diz que percebe a iniciativa e interesse nela. Se você acha que seu irmão é mau, você pode dizer que você sabe que ele tem boas intenções. Onde a escassez é maior há mais necessidade de reforçar a consciência. É importante que você encaminhe suas observações de forma respeitosa e aceite que o sujeito do seu comentário, possivelmente, vá olhar para baixo em você e pode até percebê-lo como irônico. Um professor me disse que tinha aplicado o método de diálogo de reforço com o pior aluno da escola, um menino de aproximadamente 16 anos de idade que se comportava de forma agressiva. Os outros estudantes e um grande número de membros da equipe tinham medo dele e o evitavam. O professor encontrou o menino três vezes durante breves momentos a dois, e mencionava apenas suas habilidades, conhecimentos e o bem que ele fez. Ele não mencionou nada sobre os problemas. A segunda vez o menino respondeu chorando, falando sobre sua tristeza, sua incerteza, mas também de seu amor e gratidão. Ele disse que sentiu, finalmente, que alguém viu um ser humano em si e não apenas os problemas e reprovações. O professor trouxe o verdadeiramente humano nele. A agressão do rapaz e comportamento disruptivo era uma forma de tentar descartar a consciência do seu medo e decepção sobre a vida. As dificuldades ainda não eliminaram a sua responsabilidade por seu comportamento. Todos são responsáveis por suas ações, mas ninguém é ajudado ao ser condenado e ninguém tem o direito de condenar o outro. O diálogo de reforço tem, portanto, um efeito paradoxal, quando se fortalece a consciência de uma pessoa exatamente onde ela precisa, normalmente na área onde ela tem mais dificuldade. Você pode trazer a tona a riqueza de uma pessoa falando diretamente sobre ela, ou você deve começar por falar sobre seus problemas? Todas as situações são diferentes e únicos. O ideal seria se o sujeito do diálogo pudesse também lhe dar um feedback. Às vezes, o sujeito do diálogo de reforço toma uma atitude de censura tão forte que é quase impossível falar sobre ele. Nesse caso pode ser o melhor que você diga sobre si mesmo e sobre suas dificuldades, sem em momento algum referir-se a ele. Você descreve o seu talento para ele e como você, por se preocupar, por ser muito exigente ou por podar as suas oportunidades e riquezas, previne-se de usá-los. Deixe ele tirar conclusões sobre si mesmo. Você oferece -lhe um espelho interno. DIÁLOGO DE DESENVOLVIMENTO O princípio do diálogo de reforço também pode ser utilizados no local de trabalho, durante as discussões entre um supervisor e um empregado. A seguinte série de perguntas pode ser usada como uma base para as discussões. A primeira parte trata sobre os resultados do trabalho, a segunda parte fala sobre a situação de trabalho e de cooperação e a terceira contém uma reflexão para reforçar a consciência das riquezas humanas. 1 . Sobre planejamento e resultados do seu trabalho 1.1 Que metas foram acordadas no período anterior ? 1.2 Como você acha que você conseguiu atingir o seu objetivo ? 1.3 O que ajudou e o que dificultou a alcançar os objetivos? 1.4 Quais são os objetivos e o plano de trabalho para o próximo período? 2. A condição e situação de trabalho 2.1 Você consegue organizar o seu trabalho de um jeito bom? Se não, o que impede? 2.2 Sua carga de trabalho é razoável? 2.3 Como você usa o seu tempo? O que leva a maior parte do seu tempo? 2.4 A que você precisa de mais apoio? 2.5 Como funciona o relacionamento e a cooperação com os outros? 2.6 Você está recebendo estímulo suficiente? Se não, o que você sugere? 2.7 Você tem suficiente paz de trabalho? Se não descreva o que você deseja. 2.8 Descreva o quão bem você acha que no seu local de trabalho é aplicada a justiça e a igualdade. 3. O seu desenvolvimento pessoal 3.1 Como está a sua motivação e satisfação no trabalho? 3.2 Você sente ansiedade, medo, insatisfação, frustração, amargura, raiva? (Tome seu tempo para captar conscientemente o que está sentindo.) 3.3 Você se sente pressionado, estressado, com impotência? 3.4 Você sente que está cansado e não consegue dormir? 3.5 Você tem dificuldade de concentração? 3.6 Quais os sintomas que você está percebendo no seu corpo? (Procure parar para sentir possíveis sintomas com interesse e aceitação.) 3.4 Quais das suas qualidades pessoais que os outros comentam mais? 3.5 Quais são as suas riquezas humanas mais fortes de acordo com si mesmo? (Veja a lista das riquezas humanas do anexo 1.) 3.6 Quais são os seus dois maiores empecilhos? (Veja a lista dos empecilhos do anexo 2.) 3.7 Você recebe reforço suficiente sobre suas riquezas humanas? Se não, o que você sugere? 4. Quais eventuais comentários e sugestões você quer expressar? ... O diálogo de desenvolvimento é aplicado conforme necessário. Além disso, lá, a democracia é um bom princípio. Ambas as partes podem expressar suas opiniões sobre o outro. Tomamos um exemplo hipotético de necessidade de poder e controle que muitas vezes envolve também o ciúme e a territorialidade. O fenômeno pode ser visto como evocado pela inveja. O seu capataz sedento de poder quer controlar tudo. Isso significa que ele não gosta que alguém é feliz, toma iniciativas e tenta coisas novas. Ele quer controlar as riquezas humanas que existem em seus subordinados. Ele sofre de inveja e, portanto, quer controlar a oportunidades para crescer de outras pessoas. Pode estar associada com a dificuldades para delegar e informar. Dessa forma, ele pode dificultar o desenvolvimento. Responda seu capataz com diálogo de reforço: Esteja ciente de sua atividade emocional, exiba sua possível frustração e seu descontentamento, de modo que você possa sentir que você quer o outro bem. Partimos do princípio que o seu supervisor está no estado emocional normal, o que significa que você não tem que parar para encontrar uma emoção ou quaisquer outros sintomas. Levante os talentos dele, conhecimentos e o bem que ele faz, de uma forma clara e credível, para que ele confie em você. Faça isso várias vezes em diferentes situações, para que ele realmente começe a acreditar que você vê realmente alguma coisa boa nele e que lhe deseja bem. Se necessário, você pode continuar a responder até a Etapa 4. Diga, por exemplo, que ele controla e limita as suas riquezas humanas. Você pode também comentar " eu acho que você já poderia ter sido supervisor do seu supervisor, se você não tivesse controlado as suas ações e utilização de seus talentos tão de perto". Se ele não entender o que você quer dizer, você tem que decidir se vale a pena esclarecer, ou se você deve apenas dizer que nem você entendeu muito bem o que disse. Deixe-o para pensar sobre isso por si mesmo. QUAL A DIFERENÇA ENTRE O ELOGIO E O DIÁLOGO DE REFORÇO? Com elogios desejamos geralmente incentivar o outro e aumentar a sua autoestima. Elogiamos uma pessoa e que ela fez. O propósito do diálogo de reforço é principalmente melhorar a consciência das riquezas humanas. O elogio é associado a certos riscos: - - Se uma criança é frequentemente elogiado por sua habilidade, experiência que talvez ela deva ser ainda melhor e fazer mais esforço para isso. Podendo causar ansiedade de desempenho. Executar e competir vira o foco principal. Falar sempre do sucesso pode levar a pressão contínua. Isso pode fazer com que uma pessoa exija constantemente mais e mais de si mesmo. O resultado pode ser uma doença grave. Uma forte necessidade de ser elogiado pode surgir a partir de uma necessidade de ser aceito e, assim, obter confirmação de sua existência. O elogio fortalece a sensação momentânea de existir. Ele funciona um pouco - - - da mesma maneira que a agradável pequena intoxicação de álcool. Algumas pessoas podem desenvolver um vício. Uma pessoa colocou o assunto desta forma: "Quando eu vou bem em qualquer disciplina escolar, recebo elogios, sem eles eu não teria sido nada. Quando não me falavam que eu era bom, eu sentia que era ruim. E ser ruim significa ser um ser humano sem valores.” Elogios facilmente levam a comparações. Quem recebe mais elogios é o melhor. Aqueles que não recebem elogios se sentem mal. Desta forma, nutrimos a mentalidade competitiva e não a cooperação e solidariedade. Quem elogia se dá o direito de avaliar um outro ser humano, o que pode ser humilhante para a pessoa que recebe o louvor. Quem elogia sentir uma espécie de superioridade: ele mesmo tem de ser o centro das atenções e mostrar sua excelência. De certa forma ele elogia a si mesmo. O elogio é muitas vezes superficial, rápido e sem sentimento. Pode ser um jeito aprendido, artificial, que o elogiador tem. Portanto, o louvor muitas vezes é generalizado e exagerado. Se assim for, o elogio é superficial e não credível, sendo facilmente experimentado como desonesto e degradante. Louvor nutre megalomania, perfeccionismo e egocentrismo. Um velho provérbio diz que o próprio louvor cheira mal. Pode-se imaginar que isto também se aplica para o louvor aos outros? Imaginamos que a sua filha lhe surpreenda fazendo a limpeza dos armários da cozinha. Você talvez a elogia: "Como você é diligente e amável". A alternativa é você fortalecer a consciência do bem: "Vejo iniciativa e amor em você". Talvez seja bom evitar dizer qualquer coisa em forma de "você é", como isso é estigmatizante. Em vez disso, pode-se dizer que você tem bom senso de observação, usa sua iniciativa, sua coragem, mostrando isso em suas ações, e assim por diante. O louvor é muitas vezes banal, rege o comportamento e cria uma máscara social. O diálogo de reforço leva a consciência das riquezas humanas e propósito dele é uma aceitação profunda do ser humano. Aqui está uma lista de algumas coisas que são boas para lembrar quando se aplica o método: UMA PEQUENA LISTA: Esforce-se não para ter controle, mas sim contato. Não questione o porquê. Isso reduz o senso de responsabilidade e leva a explicações. Não elogie, não carimbe. Não diga : "Você é ... " . Fale sobre as riquezas humanas e a atividade que é boa. Permita que o outro não aceite a sua resposta. Faça o diálogo de reforço abertamente e respeite quaisquer reações emocionais, pode ser raiva ou mágoa. Evite orientar as pessoas a pedirem perdão uns aos outros. Um "desculpas" sem intenção nutri falsidade. Respeite a liberdade e a iniciativa do outro. Não venha com desculpas quando você cometeu erros, mas diga francamente: "Aqui eu cometi um erro. Eu cometi um erro de cálculo ou minha intenção não era simplesmente boa. " Trate as partes de um conflito separadamente. Tente não ficar tentando a reconciliação sem antes fazer ambas as partes mostrarem como elas lidam com si mesmas. Cuidado ao exigir justiça, mesmo que você esteja trabalhando pela justiça. A nossa sociedade é estruturalmente injusta e nós com ela. Adote uma atitude humilde, assim você não exige soluções rápidas para problemas difíceis. Crie uma visão utópica ideal, mas de pequenos passos. 2.3 ACOMPANHAMENTO O método de acompanhamento pode ser usado quando o grupo de trabalho ou outro coletivo quer desenvolver ou discutir um tema importante. Esse método é apropriado para um coletivo com, por exemplo, a necessidade de desenvolver a forma como ele funciona e a capacidade de colaborar, planejar como implementar mudanças, tratar um problema grave ou um conflito, lidar com o estresse ou coletivamente ajudar um membro do coletivo. No coletivo tem muitas vezes aquelas pessoas chamadas difíceis ou impossíveis e que são difíceis e desagradáveis de se relacionar. Elas ficam, por exemplo, facilmente irritadas, culpando os outros ou fica ferida por pequenas críticas. Podem impedir sistematicamente a cooperação e só colocar dificuldades. Elas podem ter postura ameaçadora e agressiva, o que assusta os outros. Ninguém encontra-as sem se sentir ansioso e nervoso. O processo de acompanhamento ajuda o coletivo a planejar acordos conjuntos para atender e prevenir atividades negativas e ajudar os membros que funcionam destrutivamente. 1. SELEÇÃO DE META OU VISÃO Se escolhe uma meta atual, problema ou tema que assumi a forma de um desafio ou uma visão. A meta é descrita brevemente. 2. REFLEXÕES SOBRE A VISÃO DO SER HUMANO Pegamos o quadro de referência do ser humano do método conscientia, que contém as idéias básicas e riqueza humana e empecilhos (Parte 1, Anexo 1 e 2). O grupo discute e aumenta a consciência sobre eles. Os participantes não precisam estar unânime ou entender tudo. É suficiente discutir em conjunto. Normalmente, se escolhe alguém que garante que o raciocínio siga. A reflexão sobre o ser humano fornece uma base suficiente para a implementação das próximas fases. 3. ACEITAR E FICAR CONSCIENTE DOS SENTIMENTOS O estado emocional da pessoa, seja de alegria, interesse, gratidão, tristeza, medo ou ódio, controla suas reações e ações. Aceitar os sentimentos sem críticas e expectativas é um pré-requisito para o tema (a visão) poder ser tratada de forma construtiva. Isso também se aplica quando alguém tem um sentido neurótico (como o medo, o ódio, a culpa), que a situação não lhe dá o motivo real. Alguém ansioso, irritado ou deprimido geralmente não tem contato aberto com seus conhecimentos e habilidades, como o senso de percepção, julgamento, criatividade, iniciativa e coragem. Ele está louca e funciona, portanto, desequilibrado, destrutivamente. O que leva a discussão pergunta o que emoções geralmente esse tema evoca nos presentes. Esses dizem, o mais aberto possível, sobre seus sentimentos. Evitamos, sistematicamente, tratar as possíveis causas das emoções. Se alguém se sentir infeliz, ansioso e machucado por seus colegas, paramos apenas para afirmar a emoção e tomamos tempo para ficarmos conscientes do sentimento. A emoção não precisa ser explicada ou justificada, isso só tira a atenção para longe da tarefa de sensibilizar a atividade emocional. Todo mundo é livre para sentir. É suficiente que a pessoa aceite a consciência do seu funcionamento interno. Isso lhe dá um melhor contato com seu equilíbrio interior. O mais difícil é conseguir que a pessoa pare e fale sobre seus sentimentos e assuma a responsabilidade por eles. A responsabilidade inclui a liberdade e, portanto, também é capaz de alterar conscientemente sua atividade emocional. 4. DESCREVER A SITUAÇÃO ATUAL ATRAVÉS DO COMPORTAMENTO HUMANO A situação atual é descrita primeiramente em um nível geral, e , em seguida, fezse uma lista de condutas frequentemente problemáticas dos integrantes. A lista não precisa ser exaustiva, é o suficiente se tiver as mais importantes praticas problemáticas. Nós descobrimos o pico do iceberg. Desta forma, tiramos a atenção das pessoas e nos concentramos em descrever os métodos de ação, sem apontar ninguém. Ninguém precisa ficar nervoso e pensar que agora eles começam a falar sobre mim. Isto faz com que seja mais fácil de participar, especialmente para os membros do grupo mais problemáticos. Não nos concentramos nos chamados bodes expiatórios, e sim discutimos em um plano impessoal as infracções dos membros do grupo que estão causando um problema e que não promovem um tratamento construtivo. Por exemplo, se em um grupo de trabalho tem uma pessoa sempre tensa e os outros não o ajudam, pode ser que a práticas problemática seja de um habito de se concentrar a atencao nos problemas, de aumentar as dificuldades, de brecar a criatividade e de alimentar insegurança e medo, esperar que alguém outro lide com o problema, manter a frustração e falar mal atraz das costa do outro. 5. DESCRIÇÃO DA META E DOS COMPORTAMENTOS QUE LEVAM A ELA A meta, a visão, é descrita em termos gerais. Em seguida, descreve-se o curso ideal de ação pelo qual a visão é realizada . A visão é descrita pelos participantes da ação. Isso a torna concreta. Se usar novamente o exemplo anterior, a ação associada com a visão é em grande parte o oposto em comparação com a presente situação: nos concentramos nas oportunidades, em aprender a viver com dificuldades, inspiramos a criatividade e coragem, ser o primeiro a tomar a iniciativa, falar sobre as riquezas humanas, e assim por diante. 6 . COMPARAÇÃO ENTRE OS BENEFÍCIOS DA AÇÃO ATUAL E DA DESEJADA Os seres humanos estão sempre procurando o bem, que pode se mostrar ser mal. O mal será " bom" através dos empecilhos (comportamento neurótico ). Quando Pedro negligencia suas oportunidades, ele não se machucou, só achou que seria mais fácil assim. Quando Luisa usa álcool ou drogas, não o faz para se machucar, mas para se sentir alegre e confiante. Quando Maria resisti, convence-se que está fazendo algo importante. O curso atual de ação é usado pelas pessoas porque acham que dá-lhes benefícios, prazer. O ponto de partida para motivar a mudança é tomar consciência da utilidade das práticas operacionais atuais e compará-las com o benefício das praticas que a meta, visão proporcionariam. Isso é motivação utilizando os fatores positivos. O que pode ter de benefício quando Maria resiste e os demais agem negativamente? Quais foram os benefícios da implementação da meta de ação no grupo? Estes efeitos benéficos são comparados no grupo e cada membro decide por si mesmo como ele quer mudar o seu próprio curso de ação. Karen quer perder peso e é de sua intenção comparar o prazer e a alegria que ela tem ao comer como atualmente com o bom que os novos hábitos alimentares de sua meta podem lhe dar. Se o bom de sua dieta atual é maior do que o da meta, não há razão para mudar. Motivar com consequências negativas não tem bom resultado. Um fumante sabe muito bem que a nicotina faz mal à saúde. No entanto, ainda é difícil para ele motivar-se para mudar o seu hábito. Por isso ele deve pensar sobre sua alegria, prazer, e em todas as coisas boas que fumar dão e comparar este bom com o bom que se seguiria se ele parasse de fumar. Ele não precisa ser fácil de desenvolver uma nova maneira de fazer compras . É uma posição onde você tem a oportunidade de desenvolver e aumentar a auto -disciplina e autorrespeito. 7 . PLANO PARA O TREINO DE AÇÃO QUE SEGUE A VISÃO, META Se a visão for realmente selecionada como sendo uma opção melhor, emite-se um plano para treinar a ação que é consistente com a visão. A ideia é que, eventualmente, se torne rotina. O plano de ação pode incluir exercícios individuais e conjuntos. Periodicamente acompanha-se os progressos realizados. O objetivo é constantemente desenvolvê-lo. Na prática , o processo de forma espontânea , de modo que o chamado bode expiatório estavam agindo fica em segundo plano e que o maior e mais construtiva a atenção é dirigida a forma como o outro atende bode expiatório estavam agindo . A solução é alcançada , portanto, não alterando os bodes expiatórios , mas alterando a ação do grupo em termos de os bodes expiatórios . Aplicou-se o método de orientação em uma família com dois filhos com um pouco mais de vinte anos, Pedro e Caio. Primeiro, definimos o desafio, que era como o filho mais velho, Caio, devia ser tratado. Em seguida, considerou-se em conjunto a visão sobre o ser humano e de como a atividade psíquica, isto é, as espirituais e emocionais, sempre constituem a base da conduta. Para ter uma perspectiva e uma base de ação da situação discutimos as ideias básicas e sobre as riquezas humanas e empecilhos (neuroses). O terceiro passo foi a tomar consciência dos sentimentos que Caio desperta em seus pais e em Pedro. A discussão não fluiu imediatamente porque os pais se focaram exclusivamente em Caio. Por fim, eles começaram a falar sobre seus sentimentos e usaram as palavras "frustração", "ansiedade ", "preocupação constante" e "medo" e, claro, "um forte desejo de ajudar o menino" e "amor". Depois de um tempo, mencionaram também os sentimentos de vergonha e culpa. Nos mantemos na conscientização sobre os sentimentos. Tento deixar os sentimentos existirem, não precisando ser explicados. Quando os pais me disseram que tinham medo de que Caio não iria sobreviver na competição feroz que prevalece na indústria que ele escolheu (ele está estudando administração de empresas), eu tento levar a atenção para o próprio medo, a experiência do medo, e levá-los a aceitá-lo . Depois descrevemos as condutas problemáticas comuns das pessoas envolvidas na situação. Começamos com Caio. Os pais descreveram sua maneira de ser: o filho vive à noite e dorme durante o dia, desperdiçando seu tempo desnecessariamente, sabotando suas chances, adia as coisas que devem ser feitas para que elas então se tornem estressantes, come de forma irregular, deixe o caos reinar em seu quarto, bebe demais, não tolera qualquer crítica, nem mesmo sob a forma de conselho. Ele rapidamente se torna irritado e acusa sempre os outros por seus problemas. Pergunto-lhes como eles veem a sua própria abordagem problemática nesta situação. Surgiu então que eles acabam cuidando dos assuntos do filho e fazem de tudo para evitar o conflito e o sentimento de culpa. Dão-lhe também muito fácil dinheiro, brigam e se preocupam muito. Antes de irmos para a próxima etapa, paramos para que ainda, com uma certa distância, refletirmos sobre a situação. A mãe tem uma posição de liderança em uma empresa internacional. O pai é um empresário. Ambos trabalham no mundo dos negócios, o que significa que eles abraçaram forte os valores do mundo financeiro. Nós ponderamos isso e passamos a refletir sobre os valores fundamentais da vida. É o sucesso e a segurança primordial, é preciso sucesso social para ser feliz? Pode alguém que é mais pobre ser mais feliz do que aquele que vive no mundo da competitividade e prestação? Com isso quero demonstrar que a pressão sobre Caio, para ser bem sucedido vai contra a sua vontade e das pessoas comuns, ou que ela é questionável. Nós nos perguntamos se as expectativas ansiosas dos pais contribuíram para Caio, muitas vezes, responder sabotando suas oportunidades. Caio foi cedo carimbado como uma criança difícil. Como isso afetou as suas escolhas? Se alguém é visto como a ovelha negra geralmente leva a um círculo vicioso. As esperanças de sucesso dos pais provoca uma reação: o filho não quer ser bem sucedido. O que os pais veem como sucesso pode ser sentido como sofrimento. Caio pode ser feliz em uma situação de vida mais humana e mais perto da natureza. Os pais têm tomado o caminho errado com ele? Como quinto passo consideramos quais seriam as práticas de operação ideais. Os pais descreveram a forma como eles queriam educar Caio: deixar de fazer suas tarefas. Aceitar que pode haver conflitos, insatisfação e culpa. Dar dinheiro como o cartão de crédito faz com que seja muito mais difícil de seguir o saldo (receitas e despesas). A maneira ideal para os pais agirem quando eles ficam com raiva seria retirar-se da situação, aceitar a responsabilidade por sua própria reação emocional e evitar disputas. Eles podem dar-lhe duas horas por dia para se preocupar, por exemplo, entre as 18:00 e 20:00. Em seguida, consideramos a dificuldade dos pais em aplicar este plano. Primeiro, discutimos basicamente sobre as riquezas humanas de ambos e, em seguida, a maneira deles de excluir sues potenciais, complicar as situações e criar crenças negativas. Ao mesmo tempo consideramos a ideia básica: tudo o que vejo no outro também está em mim. Caio funciona como um espelho interno para seus pais. O sexto passo, motivar para mudar a sua própria conduta, foi relativamente fácil. As vantagens da situação atual foi avaliada como pequena. Permitindo que os hábitos reconhecidamente neuróticos continuassem, e que sentissem o estado habitual como seguro. Toda mudança exigiu esforço, e não tinham muito tempo para isso. Os pais sentiram que, em vista do desenvolvimento e da felicidade de Caio, seria de grande vantagem se eles mudassem a forma como agiam. Isso poderia levar à Caio escolher estudos e um emprego que ele realmente gostasse e onde ele seria mais capaz de usar seus dons inatos. Ele ficaria interessado e inspirado para usar seus talentos. Ele iria começar a cuidar do seu corpo, comer e dormir de maneira mais saudável. O sétimo passo foi desenvolver um plano de ação prático. Nós concordamos que os pais voltariam em poucas semanas. Era claro que eles sentiram aliviados e liberados ao mesmo tempo. Nós chegamos à importante conclusão de que o problema original não era o maior problema, mas que o dano feito foi porque eles se comportaram de forma inadequada frente a situação, ou seja, com insatisfação, frustração e forte desaprovação. Finalmente, concordamos que os pais, em detalhes, diriam a Caio sobre a discussão que tinha trazido e sobre as novas práticas que agora eles treinariam. Implementamos estas etapas durante uma única conversa, que teve pouco mais de três horas. Ambos os pais tinham conhecimento e experiência anterior do método, o que nos permitiu avançar rapidamente. 2.4 TERAPIA O objetivo da terapia é que o cliente tenha maior autoconsciência e, portanto, uma atitude maior de aceitar a si mesmo, os outros e a vida em geral . A intenção é que ele fique mais consciente das riquezas humanas de si mesmo, confie nelas e conscientemente pratique em usá-las . Ao mesmo tempo, ele é orientado a tomar consciência do seu passado e sobre os valores da sociedade, esses são aspectos importantes que fizeram parte para moldar a sua personalidade. Um lugar particularmente importante, desde a fase fetal e a primeira infância, está naturalmente em contato com os pais e as pessoas ao redor. É essa a base sobre a qual todos nós construímos nosso meio de abordar e agir, cada um com sua própria maneira original. Em nosso desenvolvimento está sempre incluído o mistério que a vontade é. No auto- conhecimento inclui, principalmente no nível emocional e espiritual, uma consciência de como as atividades emocionais funcionam, o que valorizamos e quais as intenções que você tem. A terapia leva para que o cliente tenha um maior contato e uma crença mais forte em suas habilidades humanas, e seja mais conscientes de seus empecilhos. O método Conscientia pode ser aplicado da mesma maneira como a psicanálise Freudiana. Durante a sessão, o cliente levanta algo que ele vê como um grande problema ou um fato interessante relacionado com a necessidade de compreender a si mesmo, suas dificuldades e reações emocionais problemáticas melhor. O cliente descreve situações de sua vida de forma tão aberta e honestamente possível. O espírito na sessão é tolerante e de aceitação. Quando um cliente descreve algo que está associado a sentimentos fortes paramos para tomar consciência da atividade emocional, do sentimento. Pedimos a ele para descrever o que sente dessa alegria, tristeza, calor, angústia, amor, ódio ou qualquer outra emoção. Como você pode descrever o sentimento? Quão forte é? Você o sente no seu corpo, em que parte do corpo? É importante estar consciente de seus sentimentos e a forma de funcionamento no nível emocional. A partir dai você pode pedir ao cliente para descrever a maneira pela qual ele se viu reagindo ao seu próprio sentimento. Relacionar-se, por exemplo, negativamente a ansiedade ou medo, ela tem medo de seu medo? Ele reage com vergonha frente ao amor? Ele sente culpa e vergonha frente ao ódio ? Nós pensamos sobre se o cliente ve que não consegue deixar sentir o sentimento, sem autocrítica, censura e culpa. A intenção é ajudar o cliente a tomar conhecimento de qualquer atitude negativa frente seus sentimentos e, finalmente, levá-lo a aceitar e respeitar os seus sentimentos e sensações, sem críticas e demandas para mudá-los. Ao refletir e aceitar conscientemente sua atividade emocional é proporcionada uma sensação de liberdade e responsabilidade. Deixamos de nos sentir como vítimas de nossos sentimentos, e aprendemos a sentir responsabilidade por nossas reações emocionais. A causa do medo não é, por exemplo, o escuro ou o som estranho por trás da porta. Ao invés, procuramos as causas do medo no ambiente ou na nossa imaginação. Na verdade, as chamadas razões são pretextos para justificar o medo. As pessoas tem geralmente muita dificuldade de descrever, por exemplo, os seus medos, e, muitas vezes, começam por descrever a situação e os fatores externos. É uma sensação tão estranha descrever suas emoções que parece que a maioria sofre de alexitymia , o que significa, grande dificuldade de identificar, descrever e tornar-se consciente dos sentimentos. Tanto quanto eu sei, não é a norma e não está incluído na cultura em qualquer lugar do mundo aceitar e respeitar os sentimentos. É paradoxal, pois é precisamente com as suas emoções que os seres humanos querem ser vistos e aceitos. Considera-se a causa irracional do medo, como ajuda da técnica de associação. Quando um cliente fala sobre seu medo de voar, pedimos que espontaneamente descreva o que inclui no voar. Ele responde, talvez, que significa desenvolvimento e liberdade de movimento. Então podemos continuar perguntando o que um avião faz ele pensar. Ele diz que não pode controlar o avião, que depende dos outros. A interpretação pode ser que em um avião ele teme a consciência do quanto ele com o seu comportamento de controle restringe a sua liberdade e seu desenvolvimento na vida. A interpretação é baseada no geral sobre os fatores externos, como as pessoas, objetos, paisagens e eventos têm um conteúdo mental. Fatores externos elevam a consciência do mundo interior. Fala-se sobre interiorização: via um fator externo a pessoa torna-se mais consciente do seu interior. Sua alegria levanta a minha consciência da alegria ou o irritação, ou seja, atitude de negação do prazer, dentro de mim. O ruído do trovão revela-me o meu próprio trovão interior, que é a minha severidade e agressividade, que eu tenho medo de ter consciência. Palavras pejorativas de outros aumentam a consciência da minha maneira de me menosprezar. Desse modo reajo com forte medo e raiva, paralisando a minha consciência e capacitação. Na análise freudiana é usado o termo transferência. Sem saber, a pessoa dirige uma emoção que tem contra o seu pai para uma outra pessoa importante, como um professor, supervisor ou terapeuta. O pai representa autoridade e se ela teve medo dele, pode levar a um medo neurótico à figuras de autoridade, tais como o caixa do banco, assistentes sociais, polícia, padres, professores, supervisores ou políticos. O cliente pode, por assim dizer, ver a pessoa de seu pai no supervisor e responder adequadamente, mesmo que o gerente é alguém completamente diferente. Isso explica também, em parte, por que as pessoas procuram cópias de seus pais para cônjuges. Com essa pessoa, você pode continuar a seguir o esquema da relação parental. A transferência é uma forma de projeção. Quando o bebê Victor imita o tom autoritário de seu pai, sente um endurecimento interno. Via uma pessoa que é importante para ele, por exemplo, sua esposa Luisa, ele é agora, como um adulto, consciente de sua rigidez. Luisa sensibiliza a consciência da rigidez nele. Isso ele não quer então projeta essa conscientização sobre Luisa. Victor culpa Lisa por ser rigoroso, precisamente porque ela, como uma pessoa importante, levanta essa consciência nele. Freud escreveu que os sonhos são o caminho mais próximo para a consciência. Quando você dorme descansa os sentidos que são direcionados para o mundo externo, a pessoa vira-se para dentro. A atividade mental é alta, os olhos movimentam-se debaixo das pálpebras. Agora não é impedida a atividade da consciência pelo mundo físico e racional, o contato com o nível espiritual (metafísica) é mais livre. Uma pessoa não descansa apenas quando dorme, também recupera energia. Ela está aberta para receber a energia vital como a censura é menos ativa durante o sono. Neste estado consciência se mostra também sob a forma de sonhos. Uma mulher de meia idade contou sobre um sonho: “Eu encontrei um amigo que é importante para mim. Nos abraçamos longamente e calorosamente. Tinha algo de especialmente quente no nosso encontro. Era uma sensação maravilhosa. Era amor na sua forma mais crua, amor incondicional. A sensação era celestial até que o sonho acabou.” Eu interpreto o sonho dizendo que ela, nele, ficou consciente sobre um grande amor interno que tem nela mesma, um amor, alegria superior. O sonho foi um contato com a sua essência real. Por isso, são os sonhos, importantes ferramentas na terapia. O elemento central no sonho, pessoas, animais, assuntos, ambientes ou acontecimentos, descrevem o mundo interno do sonhador. Uma casa grande e bonita significa contato com a casa interna, com a beleza e o espaço dentro de si. O demônio do sonho pode significar a consciência do medo, amargura e ligação com energias negativas. Durante uma palestra, um dos participantes contou um sonho curto: “Alguém me disse que ia me contar sobre algo que o assustava mais de tudo. Depois ele pegou um espelho e o segurou na minha frente.” A eventual fé religiosa do cliente é respeitada. Se ele fala sobre demônios ou anjos, a interpretação deve seguir sua linguagem. É importante valorizar observações metafísicas e a consciência e não podemos subestimar o significado deles e nem sufocá-los. Normalmente se vai uma vez por semana ou de quinze em quinze dias na terapia. Ás vezes, se necessário, pode-se ir duas ou até três vezes por semana. A terapia acaba quando o paciente acha que o objetivo foi suficientemente alcançado ou quando ele acha que a energia e o valor dos recursos que coloca na terapia não correspondem mais. Sobre o processo de terapia podemos falar o mesmo que quando queremos criar um condicionamento físico maior. É sempre difícil se desenvolver psiquicamente e fisicamente, cada um de seu jeito. Prontos, nunca ficamos. Se o cliente quer tratar de algum assunto específico, como medo de voar, teimosia, medo de palco, alguma fobia ou dificuldade sexual, podemos junto a ele criar um plano de programa da terapia em ciam de, por exemplo, seis sessões. A consciência é o elemento mais importante na existência do ser humano. Quanto mais trabalhamos para abrir ou aumentar a consciência, mais fazemos parte do todo. 2.5 TERAPIA DE GRUPO E PROCESSO DE GRUPO O objetivo da terapia em grupo é o mesmo da terapia individual, o autoconhecimento. Que um grupo de companheiros também esteja junto deixa a situação eficaz. A consciência coletiva desperta, transmite e afeta. Terapia em grupo é feita paralelamente à individual. O grupo se encontra regularmente por um a uma hora e meia, uma ou duas vezes por semana, em um ambiente tranquilo, liderado por um terapeuta. O grupo funciona na mesma lógica que do diálogo de reforço, e no começo da sessão recordamos sobre as riquezas humanas. Um encontro pode começar com a tentativa de todos ficarem conscientes de seu estado emocional. Se necessário, discutimos como se sentem justamente agora. Depois alguém pede que seja o assunto da discussão ou sugere alguém para tomar esse lugar. O que está como o objeto pode contar o que está lhe pesando, descrever seus problemas e suas possibilidades. Normalmente essa pessoa levanta o que sente ser o mais difícil. Os outros escutam e fazem perguntas que abram a percepção. O terapeuta ou o líder fica atento para que não haja críticas ou que disponham o objeto. O grupo se concentra para escutar e para cada um deles se conscientizarem o máximo possível deles, sobre o que a pessoa está contanto sobre si. O grupo pensa em quais os sentimentos que essa pessoa vive na situação que ela está descrevendo e o que ela pensa no momento. Ela recebe ajuda para aceitar suas emoções sem críticas ou exigências. O grupo coloca a riqueza humana que se tornou consciente sobre essa pessoa, e discutimos ela. Através do foco na conscientização sobre as riquezas humanas evitamos louvor, comparações e condenações. Por ultimo, descreve o grupo, eventuais empecilhos, de modos diferentes, que essa pessoa objeto tem. Se discute, por exemplo, como ela luta contra a sua consciência e portanto contra si mesma, subestima o valor de suas habilidades e possibilidades, espera e exige irrealisticamente muito, mantém uma energia negativa – e atividade emocional e se concentra nela mesma. O grupo pode discutir qual sofrimento isso causa nela. O grupo pode propor meios práticos para minimizar ou solucionar o problema. Discutimos esses. Enfim reafirmamos a consciência do bem. Se o terapeuta ou o líder considerar importante, pensando ainda em como os participantes vivenciaram a situação. Durante uma sessão conseguimos falar sobre uma ou duas pessoas. Essa abordagem pode ser usada também quando não se trata de uma situação terapêutica. Nesse caso falamos de processo grupal ao invés de terapia em grupo. Uma família ou um coletivo de trabalhadores pode se reunir para ajudarem uns aos outros a se enxergarem com outro olhar. O grupo escolhe um líder cuja tarefa é garantir que o quadro sirva como base para discussão e que se evite qualquer acusações, críticas ou expectativas. Durante um processo de grupo as coisas não são tão concluídas como na terapia de grupo, e ele não pressupõe terapia individual. Nele são usados diferentes partes do método conscientia, como referência, para encarar os sentimentos e o diálogo de reforço. Se o grupo for grande e a meta é que todos sejam o objeto, pode-se controlar a estrutura da sessão, para ficar mais sistemática. Se assim for desejado, pode cada um ser o objeto por sua vez. Primeiro qualquer um pode ser o objeto, e o que está à sua esquerda será o próximo objeto e assim por diante até o grupo inteiro ter sido. Os três primeiros que se dá a palavra são os três primeiros à direita da pessoa que é o objeto. Assim fazemos para que todos tenham a possibilidade de falar algo. Depois deles, pode-se dar a palavra para quem desejar. Se o grupo for grande, o processo pode exigir muitas sessões. Eu já fui o líder de um processo que durou dois dias porque o grupo era tão grande – por volta de 60 pessoas. Uma maneira que pode ser usada se o grupo for grande, é, toda vez que for colocado um novo objeto, dividir o restante do grupo em trios que devem discutir uma resposta comum dentro de 10 minutos. Na presença de um grupo é normal retrucarmos um ao outro ou fazemos uma crítica nervosa. Ou ainda não falamos ela mesmo que estamos pensando nela constantemente. Durante o processo, paramos para respeitosamente levantarmos o clima emocional do grupo e principalmente nos focarmos nas riquezas humanas, na crença de que a partir delas é o melhor jeito de nos ajudarmos. 2.6 A COMUNIDADE TERAPÊUTICA (OU COLETIVO TERAPEUTICO???) O ser humano vive constantemente em uma comunidade social, se é o caso de uma família, amigos, um local de trabalho, escola, movimento social, igreja, aldeia, país, ou a nossa comunidade global. Eventuais injustiças e o uso de valores desumanos na comunidade deixa os membros doentes. A finalidade de uma comunidade terapêutica é oferecer um outro ponto de vista, uma estrutura social que é tão justa, igual e amorosa quanto possível. A estrutura comunitária deve, em todos as atividades aumentar a riqueza humana e incentivar o seu uso. Isto significa que o uso de poder deve ser horizontal, ou seja, tão igualmente possível, o que consiste essencialmente em princípios de democracia direta. Isso também significa o amor e o comportamento ético são os princípios orientadores de toda a atividade econômica e social, e que, com base neles são criados os princípios necessários e os acordos mútuos. A comunidade terapêutica é uma sociedade em miniatura. A sua atividade pode ser descrita dentre seguintes áreas: Psíquico. Em todas as atividades diárias se incluí o conhecimento da natureza humana e os elementos que ajudam na autoconsciência. Na comunidade é aplicado o diálogo de reforço, acompanhamento e processo de grupo. Social. As atividades na comunidade são construídas diretamente no espírito democrático. Todos participam diretamente na tomada de decisões importantes, no planejamento e organização das funções internas, tais como saúde, segurança, higiene, informações e tarefas administrativas. Política. Encoraja-se a discutir as estruturas e instituições sociais prevalecentes, aberto a críticas e a novas soluções para o desenvolvimento. Trabalho. O trabalho é visto como um importante meio de desenvolver e implementar as riquezas humanas. Todos são envolvidos no trabalho produtivo e os frutos dele são divididos democraticamente. Informação. Se refleti, julga e questiona as bases que as várias disciplinas são baseadas. Se tenta desenvolver uma abordagem multidisciplinar para entender e compreender a realidade. Artes. Literatura, música, teatro e todas as artes são considerados elementos importantes nas atividades diárias. Diversidade. Promove-se a tolerância e o respeito pela diversidade das formas de vida, seja em gênero, cultura, fé, raça, sexualidade ... Corpo. Ginástica, atletismo , alimentação saudável, descanso e terapias corporais naturais consistentes são várias maneiras de promover o bemestar do corpo. Natureza. Promove-se o respeito pelo equilíbrio da natureza, buscando soluções ecológicas para a produção agrícola e industrial e participa-se de movimentos sociais que respeitam a natureza. Na década de 1920, Anton Makarenko conseguiu em condições muito precárias e difíceis na União Soviética desenvolver comunidades terapêuticas para jovens sem-teto, alguns deles com antecedentes criminais. A mais famosa das comunidades foi a Colônia Gorki. Quem inspirou Makarenko foi Maxim Gorki (escritor russo, 1868-1936). Como com Gorki, Makarenko caiu na mão de Stalin, que suspeitou deles ideias anti- soviéticas. Makarenko aplicou a democracia, responsabilidade compartilhada e acreditou no potencial humano e em possibilidades. Ele empacava frente a problemas, não se prendeu no passado criminal de muitos dos jovens e também não estava interessado em diagnósticos e registros do passado. Ele queria começar com um pano limpo e acreditava na sanidade interior do homem. As pessoas precisam e atividade metódicas, saudáveis para preservarem o equilíbrio mental. O internato do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) segue em grande parte os princípios de Makarenko. Lá há mais de dez anos seguem o método conscientia sobre a visão da humanidade e usam as ferramentas para promover o desenvolvimento humano e habilidades interpessoais. Tudo começou em 1999, na COPAVI, cooperativa agrícola no estado do Paraná, e se espalhou para as comunidades de trabalho sem terra, áreas de assentamento, escolas e internatos em diferentes partes do Brasil. Apesar do verdadeiro propósito dessas comunidades não é terapêutico, a integração do método conscientia nas operações diárias deu a eles um elemento terapêutico. Atualmente, planejamos estabelecer um Instituto Makarenko no estado do Rio Grande do Sul. É uma ideia de uma escola que opera sobre os princípios apresentados neste capítulo. O grupo-alvo são ativistas dentro do movimento dos Sem-Terra que passam por algum tipo de crise ou têm interesse ou necessidade de auto- conhecimento. Eles podem, por exemplo, ter problemas com álcool ou drogas. Alguém pode sofrer de estresse, depressão ou é agressivo. Alguém talvez seja jovem se rebelando contra sua família ou contra tudo em suas vidas. Um outro pode ser um estrangeiro que simplesmente quer participar de uma comunidade terapêutica e simpatiza com os sem-terra, a sua situação e objetivo, pode ser democratizar o uso da terra, promover a produção agrícola orgânica e aumentar a solidariedade na sociedade. Pretende-se também que o instituto vá servir como uma unidade de desenvolvimento e treinamento do método conscientia, e transmita experiências e conhecimentos entre os sem-terra e outros movimentos cívicos semelhantes no Brasil. Tais movimentos incluem o movimento dos pequenos agricultores, o movimento de desempregados, dos operários e sindicatos, movimentos para as vítimas das usinas hidrelétricas, de mineração, dos sem-teto, dos povos indígenas e os movimentos e as organizações de apoio ao Movimento dos Sem Terra no exterior. 3. PARA SUA VIDA 3.1 COMO VOCÊ PODE A CONHECER A SI MESMO 3.1.1 Autoconhecimento e autoconfiança A autoconhecimento significa que uma pessoa conhece a si mesma em termos psíquicos e em termos de suas habilidades físicas. Ela é, em certo sentido, consciente de suas intenções, sua maneira de sentir e os seus valores. Ela está consciente de suas riquezas humanas e está aberta para descobrir os seus empecilhos. A autoconfiança é aceitar a si mesmo, ser capaz de confiar em sua própria maneira de agir. Se a pessoa sentir que não pode confiar em si mesma, ela se sente insegura, com angustia, medo ou raiva. Quando você confia em si mesmo, você pode agir espontaneamente, como uma criança pequena, você não precisa se preocupar com suas reações. Você não precisa observar suas próprias ações. Espontaneidade é agir para fora de seu interior, e não ter que se controlar, ou pensar sobre o que os outros pensam ou esperam. Tal pessoa se sente livre, ela é ela mesma e não tenta ser outra coisa. Se você confia em si mesmo como ser humano, não precisa de meios artificiais para aumentar a auto-estima. Um dos meios mais comuns de esconder a própria insegurança, é menosprezar os outros, concentrando-se em falar sobre as deficiências desses. Outro método comum é tentar ganhar o poder e símbolos de poder, comprar roupas de grife, carros grandes, lançar-se á conquistas sexuais e assim por diante. Álcool e drogas também podem dar uma sensação de autoconfiança. Com a bebida você se sente como um dos mais admirados, poderoso do mundo. Uma criança que sabe que é amada por seus pais se desenvolve com mais facilidade como uma pessoa que se aceita e aceita os outros. Se a criança se sente subjugado, órfão ou ferido ou se sente que os pais fazem exigências descabidas sobre ela desde pequena, começa logo se sentir inseguro. Pode desenvolver um hábito de sentir revolta, medo ou ódio. Se a criança reage à situação tentando evitar a consciência que ela tem sobre as injustiças, ela nega-se ao mesmo tempo. Isso leva a um círculo vicioso. A criança luta contra si mesma, causando uma sensação que a sua existência é ainda mais incerta do que antes. É como se a criança tivesse se perdido e, por tanto, ela sente uma grande necessidade de encontrar a si mesmo. Insegurança e timidez é causada muitas vezes porque a pessoa quer acreditar que é algo que não é. Ela acredita ser mais bonita, mais capaz, mais forte e mais bem-intencionada do que realmente é. A tímida se acha como se fosse o centro das atenções e críticas de todos. Ela projeta sua própria atitude crítica e exigente nos outros. Assim sendo, é impossível confiar em si mesmo. Baixa auto-estima é um sintoma útil. Podemos dizer que o sistema de alarme funciona, o que é bom. Quando se aceita a consciência de sua ansiedade pode-se pensar sobre sua maneira de se relacionar com a vida e consigo mesmo, em vez de colocar a culpa em algum fator externo, como a pobreza, a cor da pele, um nariz grande, excesso de peso ou magreza. Estamos cegos em relação a nós mesmos, nós nos vemos através de nossas próprias lentes. Precisamos da interação com outras pessoas e ajuda de outras pessoas para conhecer a nós mesmos, não apenas como imaginamos que somos, mas como os outros nos vêem. Isso dá oportunidade de tornar-se consciente das riquezas humanas e também dos empecilhos, é uma libertação Se me conheço, posso confiar em mim mesma. Se sou desconhecido para mim, não consigo lidar comigo mesmo. Autoconhecimento é a premissa da autoconfiança, eles têm quase o mesmo significado. A confiança é humildade e amor. 3.1.2 Seja consciente de suas emoções O que você sente? Você sente alegria, gratidão, ansiedade, tristeza ou irritação? Principalmente se o seu sentimento é forte, o seu sentir é uma gestão central da sua vida. Seu modo de sentir afeta a sua percepção da realidade que o rodeia. Quando você sente alegria, você vê alegria em tudo e você quer que todos saibam e participem de sua alegria. Quando você está apaixonado é o sentimento mais importante para você. Se a sua dor é grande, você vê muita tristeza no mundo. Se sua raiva é forte, você não vê nenhuma possibilidade de alegria. Somos livres para sentirmos exatamente o que sentimos. Ninguém pode controlar a atividade emocional de outra pessoa, nem mesmo uma mãe, uma esposa, ou um capataz. Nem eu mesmo posso me obrigar sentir, por exemplo, alegria, amor ou ódio. Cada um de nós quer ser aceito justo no nosso modo de sentir. Para as pessoas, seus sentimentos são tão importantes que, se não forem aceitas com justamente estes sentimentos que elas tem, elas não vão se sentir aceitas, mas sim rejeitadas. Se uma criança, por exemplo, sente que sua raiva não é aceita, ela sente então que a raiva é proibida. O que for proibido não poderia existir. Por tanto a “solução” é esconder, reprimir a consciência da raiva. Ao mesmo tempo a criança esconde uma parte de si mesma. Quando você sente que outros não respeitam o seu sentimento, você sente que você não é respeitado como pessoa. A infância e adolescência incluem uma alegria e liberdade encantadora e leveza. A leveza do coração é não criar preocupações desnecessárias, preferindo confiar na vida. Há algo muito libertador e bonito nisto. Você sente esta alegria? Ou você tomou, sem perceber, o hábito de preocupar-se, como normalmente acontece com nós, adultos? A importância das emoções é evidente em nossa conversa diária. Você conhece uma pessoa que você nunca viu e inicia uma conversa com ela e vê que vocês tem muitos interesses em comum. Primeiramente vocês discutem euforicamente. Vocês se fazem perguntas um ao outro e compartilham informações. Você começa a sentir uma amizade com ele. Uma ou duas horas se vão em boa companhia. Em seguida, a conversa começa a acabar. Você talvez o encontre novamente no dia seguinte, mas você não sente interesse mais. Há limites na área de interesses pelas coisas. Se você não começar a falar mais pessoal e em profundidade, no plano emocional, o contato vai morrer. O interesse e o sentimento de início de amizade começam a desaparecer. Think positive (pensar positivo) foi a mensagem ao povo do pastor americano Norman Vincent Peale (1898-1993). Tornou-se quase uma regra generalizada de vida. Baseia-se na crença de que os pensamentos controlam as emoções, o que talvez seja parcialmente verdadeiro. Uma boa atividade intelectual atrai uma atividade emocional correspondente. Mas a chamada para pensar positivo risca tornar-se uma máscara com um sorriso artificial. A relação entre emoções e pensamentos é primeiramente que os sentimentos geram o modo de pensar. Os seres humanos sentem e na base das emoções que eles pensam. Se ela paira em um medo vivo, embora nenhum perigo real existe, ela procura explicações para seu medo e cria ameaças. Se ela é infeliz, ela procura qualquer coisa negativa para se prender. Se ela é alegre, encontra alegrias também em situações embaraçosas. Pode-se alterar uma atividade emocional negativa quando se está consciente disso e decide agir contrário a ela, por exemplo, pensar em algo belo e fazer o bem mesmo contra seu sentimento. O poder do pensamento é abstrato se não for associado a um sentimento. A forca vem de sentir e de ate um plano mais profundo, o metafísico. Por isso a sociedade do poder, tenta controlar o povo e aliená-lo e fazê-lo superficial, tornando-o mais fácil de manipular. Assim tem sido ao longo da história - "pão e circo" é um antigo princípio do Império Romano, que ainda se aplica. Só quando o povo ama a verdade e a justiça, é que ele reage para levantar com força. O amor faz com que os canais para a energia da vida se abram. Esperemos que as recentes revoltas populares e manifestações (Indignados, Occupy Wall Street) sejam exemplo disso. A ciência não lida com emoções. Elas não podem ser medidas, elas não são compatíveis com os parâmetros científicos. Isto significa que a filosofia da ciência, com sua racionalidade e superficialidade inadvertidamente apóia os sistemas de poder existentes, e impede o desenvolvimento da sociedade no sentido humano profundo. SE TORNAR CONSCIENTE DOS SENTIMENTOS O modo de sentir da pessoa é geralmente uma rotina, e raramente paramos para realmente tornarmos conscientes desta rotina. Como cada um vê a si mesmo através de seus próprios sentimentos (olho interno), é impossível obter, uma opinião objetiva sobre si mesmo. Por isso, precisamos da ajuda de outras pessoas. Como os pais e familiares são tão importantes e queridos para as crianças, elas tendem naturalmente a imitá-los nas suas maneiras de sentir e agir. Se a sua mãe, por exemplo, está feliz e aberta para, você desenvolve talvez uma atitude parecida perante a vida. Se o seu pai é enérgico e corajoso isso torna-se modelo para você. Mas se ele é autoritário e crítico, você desenvolve, possivelmente, uma atitude exigente. As expressões das atividades emocionais de seus entes queridos vão passar para você, dependendo de como você confrontá-los. Elas moldam o desenvolvimento da sua personalidade. Se você escolher a bebida alcoólica ou as pílulas para não sentir o que você sente, então você também começou a negar quimicamente seus sentimentos (você mesmo). No curto prazo, você pode sentir alívio, até mesmo alegria e prazer. A longo prazo a sua situação deteriora. Pergunte a sua família e amigos qual sentimento que geralmente percebem em você. Você não precisa se defender ou explicar seus sentimentos. Olhe também às vezes no espelho para estudar suas expressões faciais. Desta forma, você pode se tornar mais consciente de sua gratidão, alegria, ansiedade, tensão, tristeza, culpa ou raiva. Não se critique. Seja curioso sobre o que você vê. Determine um tempo apropriado para fazer uma pausa nas suas rotinas, e volte sua atenção para dentro de si. Respire profundamente e conscientemente, relaxe o corpo como puder. Concentre-se em sentir o seu estado emocional. Mesmo que sinta medo, tristeza ou dor, fique um tempo possível apenas com este sentimento. Talvez até você sentir uma espécie de libertação. Você pode fazer disso um hábito e repetir, por exemplo, uma vez por dia, mesmo por semana. Respeitar as própria emoções e as dos outros significa aceitar e estar abertamente consciente delas. 3.1.3 Conheça a si mesmo através de outra pessoa Uma ferramenta importante para o autoconhecimento é a identificação. Costuma-se dizer que o que o pressiona ou o irrita fortemente nos outros diz algo sobre você mesmo. Uma pessoa vê as coisas nos outros que ela não quer ver. Ela vê isso como um perigo ou uma ameaça e não quer estar consciente disso. O comportamento de outra pessoa pode trazer percepções sobre seus próprios problemas e deficiências, ou, também por outro lado, sobre a alegria e criatividade em si mesmo. Isto é chamado de identificação. Em termos mais simples, é uma tomada de consciência de aspecto psicológico que o outro desperta. A identificação pode se tratar da similaridade ou também de uma conduta oposta. Sua alegria desperta a consciência da alegria em mim. Mas sua alegria pode também provocar a percepção da minha tristeza. Sua modéstia pode despertar a consciência da minha humildade ou, ao contrario, da minha arrogância. A sua coragem pode despertar a consciência da coragem em mim, mas também pode ter uma importância em eu perceber como eu alimento o medo no meu modo de sentir. A similaridade não significa que seja de mesmo modo ou de mesmo grau, mas simplesmente que haja uma certa semelhança. Quem é zangado não quer estar ciente da ira de outras pessoas, porque iria torná-lo consciente de sua própria raiva. Uma pessoa vaidosa ou com fome de poder entra facilmente em conflito com um semelhante. Uma pessoa descontente se sente ainda mais irritado quando acompanhada por um outro resmungão. Aquele que é tímido torna-se consciente de sua incerteza através de uma outra pessoa tímida. A tímida não quer ter consciência da sua insegurança e reage com mais insegurança ao tentar a negar a consciência da sua timidez. Uma pessoa preguiçosa se torna consciente de sua passividade através de uma pessoa ativa e empreendedora. Um que se debruça sobre problemas descobre seu ciúme inato sobre a alegria de outro. Uma pessoa rígida se torna consciente de sua atitude de censura através de um outro que se comporta de forma espontânea. Uma pessoa orgulhosa experimenta uma pessoa humilde como irritante. Uma pessoa gananciosa pode estar percebendo a sua maneira de desperdiçar suas riquezas através de maneira acanhada da outra de usar as próprias riquezas. Uma pessoa neuroticamente boazinha vê sua intolerância através de braveza de uma outra pessoa. Emoções comuns de estresse, como ansiedade, medo, nervosismo e raiva é muitas vezes precisamente a rejeição de uma consciência provocada pela identificação. Os seres humanos aprendem a conhecer a si mesmos na interação com os outros. Um contato com o outro é um contato com o próprio interior. Quanto mais importante e mais intimamente relacionado com outra pessoa você é, mais forte ela despertada a consciência de si mesmo. Uma criança cujo pai é um alcoólatra decide nunca se tornar como seu pai, e, portanto, não bebe nem uma gota. Duras exigências e rigidez é muitas vezes o problema central de uma pessoa que busca alivio na bebida alcoólica. A decisão dura da criança sugere o mesmo problema. Não dizem que a maçã não cai longe da árvore? Quando uma criança vê seus pais, ela vê a si mesma. Provavelmente a criança ao nascer espera que a vida e o mundo sejam bons, de amor. Por isso, ela tem dificuldade de aceitar a consciência da rejeição e injustiça de seus pais. A vida é feita para ser boa, mas a nossa sociedade não é boa, ela é cheia de competição, lutas de poder, injustiças e alienação. A criança tende a idealizar tudo, só apos amargas experiências que ela começa perceber como os pais e a sociedade funcionam. Ela fica decepcionada e se rebela contra seus pais, talvez ele os odeia e toda a sociedade. Ela pode acabando a lutar contra a consciência das injustiças, e por tanto, contra si mesmo. Ele é injusto consigo mesmo. Fazendo com que o sentido da injustiça e da necessidade de rebelião cresça. Quando você encontrar esse jovem, é importante lembrar o seu sentimento de decepção e raiva, respeitá-los, conversar e fazer perguntas sobre o seus sentimentos, seu modo de sentir, não para encontrar as causas, mas para ele tornar-se consciente da própria atividade emocional. Quando ele sente que seu senso de rebelião é aceito, ele se sente ouvido e visto. No apêndice 4 Perguntas sobre autoconhecimento tem perguntas que você pode usar para tornar-se mais consciente de si mesmo, do seu modo de agir e suas atitudes. (ADRIANA: AKI TENHO QUE VER SE MANTER O ANEXO 4 OU TRAZER AS PEGUNTAS DELE AQUI MESMO, ISSO IMPLICA NAS REFERENCIAS AO ANEXO 4 NO TEXTO EM SEGUIR.) Um homem de 40 anos de idade conta em análise sobre o seu superior, que é uma mulher de 50 anos. O homem trabalha em uma unidade psiquiátrica de um hospital, onde a mulher é a enfermeira-chefe. O homem é muito nervoso e ansioso. Ele descreve a mulher como uma bruxa má e agressiva. Ele diz que se a mulher está no mesmo turno de trabalho, a chegar lá é como entrar no inferno, mas quando ela não está lá o local de trabalho é como um paraíso. Ele diz que não consegue dormir na noite anterior, se ele sabe que eles estarão no mesmo turno. Ele se vira na cama, sua e tem medo e ódio por novamente ser forçado a encontrar com ela. Ele diz que não tem sido capaz de dormir adequadamente por um longo tempo, e que ele está à beira do esgotamento. Sua única saída é mudar de emprego. No início da sessão de terapia o homem falou sobre os seus sentimentos, sua raiva e seus medos. Nesse momento ele sente que ele foi aceito e que seus sentimentos são respeitados. Ele sente que foi visto sem críticas e demandas. Ele se desabafou, tornando-se mais equilibrado e se acalma. Pergunto-lhe agora o que ele vê nessa mulher. Ele responde: "A censura e inferioridade. Ela não acredita em si mesma e se esconde atrás de sua agressividade. Basicamente, ela sofre de baixa auto-estima." O que ele contou sobre ela, pode ser dito sobre qualquer um de nós, é verdade em algum grau em todos nós. Agora, ficando mais equilibrada, ele não está falando de uma bruxa malvada. Pergunto-lhe o que ele pensa que a mulher vê nele. Ele responde: "O que ela vê em mim? Eu acho que me acha distante. Ela pode pensar que eu sofro de delírios de grandeza, que eu não fique firme em seus próprios pés, mas que eu sou vulnerável às agressões dos outros. Ela não gosta que eu não sou direto e aberto, mas obsequioso e fraco". A mulher, obviamente, não tem dito nada parecido para ele, então podemos interpretar o homem da seguinte forma: "O que você acha que ela vê em você são os seus próprios pensamentos sobre si mesmo, que você se torna consciente na presença dela. Você teme e odeia essa percepção. Por isso é tão difícil para você ter contato com ela." Um chefe é uma pessoa importante e, portanto, desperta muita consciência importante entre seus subordinados. Depois de um tempo, eu continuo com a interpretação: "De fato, o que você está contando sobre ela é basicamente o mesmo que você disse sobre si mesmo. Através dela você se torna consciente de sua insegurança, seu senso de inferioridade e de suas tentativas de encobrir a consciência disso. Você diz que odeia essa consciência, então você odeia essa mulher." Neste exemplo, o homem através da identificação fica consciente de si. Na primeira instancia ele desaprova tal interpretação, mas ainda vê suficiente a sua importância para continuar com a terapia. Ele fez terapia uma vez por semana e depois de cerca de dois meses passou sua necessidade de lidar com a enfermeira-chefe. Seu estresse e necessidade de mudar de emprego desapareceram. Quando alguém desperta uma consciência importante que você não quer ter, você sente esta pessoa como uma grande ameaça. Você não quer ter nada a ver com ele, a química pessoal não funciona, você está completamente bloqueado. Você trancou sua consciência, você mesmo. Uma mulher de cerca de 50 anos trabalhando em serviços sociais me disse que ela está participando de um projeto liderado por uma mulher muito jovem que faz ela sentir raiva e desperta seu espírito competitivo. Peço-lhe para descrever seus sentimentos, e ela descreve seu medo, frustração, raiva e stress. Procuro levá-la a aceitar seus sentimentos. Depois, peço-lhe para descrever o que a irrita tanto na jovem. Ela responde imediatamente: "Ela não escuta ou nem aceita as opiniões dos outros. Ela sempre quer controlar tudo." São estes os problemas que ela mesma tem, e ela teme e odeia estar consciente deles. O exemplo a seguir demonstra a identificação em uma situação escolar: Uma amiga minha que está estudando em uma faculdade de formação de professores me contou num dia que começou a praticar. Ela me descreveu sobre cinco garotos muito arrogantes no fundo da classe. Eles olham para baixo dela e não prestam atenção do que ela diz. Ela estava tão desapontada e deprimida que duvidava haver alguma razão para completar os estudos já que o trabalho era muito difícil. Eu perguntei a ela o que ela sente. Ela descreveu como ela detesta tal comportamento arrogante. Ela não queria ver esses meninos. Eu disse: "Então, o seu modo e o dos meninos que você descreve, são de certo modo parecidos, você olha para baixo sobre eles, os condena e despreza." Ela ficou em silêncio e eu deixei-a a pensar sobre isso. Ela tornou-se uma professora e mais tarde começou a usar a compreensão sobre a identificação para ajudar os alunos a desenvolver as suas relações interpessoais. Provavelmente esses meninos se identificaram com sua professora, viram-se através dela, mas rejeitaram fortemente a consciência e se comportaram assim, hostil em relação a ela. A identificação é frequentemente mútua. Então, pode acontecer que a química pessoal não funcione - as posições são totalmente bloqueadas, como dizem. Uma pessoa que age destrutivamente é, por razões práticas, incômoda para os outros e, especialmente, para si mesmo. As pessoas normalmente reagem evitando contato desnecessário com tal pessoa. Uma pessoa agressiva transmite um campo de energia negativa. Na verdade, a identificação, foi um fator que desempenhou um papel importante quando me procurei à psicanálise. Foi assim: Na década de 1970, eu trabalhava como responsável pela organização e métodos na Valmet Industria e Comercio de Tratores, em São Paulo. Pediram-me para assumir o cargo de Gerente Geral de Compras, um campo que era totalmente desconhecido para mim. Eu experimentei imediatamente grande dificuldade de agir em uma situação onde todos os meus subordinados sabiam muito mais do que eu. Na verdade, eu não sabia nada sobre a área. Além disso, notei logo que o gerente de vendas do nosso principal fornecedor era um grande problema para mim. Ele vendia motores para os tratores que nós montávamos. Eu era muito reprimido, com medo e raiva em sua presença. Eu senti que ele era arrogante e queria se aproveitar da minha ignorância. Eu era incapaz de decidir sobre os preços e as entregas dos motores. Isso fez com que as entregas de motores tornassem mais escassas e chegou perto da produção de tratores cessar. Eu estava muito ansioso e isso me motivou a procurar ajuda. Eu pensei que a psicanálise seria a abordagem mais profunda, mas a visão freudiana do ser humano nunca me atraiu. Um dia eu visitei uma livraria no meu caminho para casa. Aconteceu de eu tomar o livro Psicanálise Integral na minha mão e o comprei. Eu li isso imediatamente e senti forte simpatia, porque lá o ser humano era interpretado não como uma vítima de suas circunstâncias e seu passado, mas equipado com liberdade e responsabilidade. No livro havia um endereço, eu fui para a recepção e concordei em iniciar terapia. Assim que eu me coloquei no divã, comecei a descrever o gerente de vendas. Meu analista me perguntou para o que eu o associava com. Eu respondi que ele é uma pessoa muito arrogante que tenta se aproveitar de mim. Meu analista me disse para olhar para mim mesmo e ver o que eu disse do gerente de vendas em mim. Fiquei muito irritado que ele teve a coragem de me comparar com uma pessoa tão rude. Cheguei perto de interromper a terapia desde o início. Mas a minha necessidade era tão grande que eu me humilhei e continuei. Aos poucos, comecei a pensar sobre isso e percebi que ele e eu realmente tinha algumas características comuns - muito mais do que eu poderia ter imaginado. Em seguida, abriu a porta para a minha consciência, e como resultado, também os portões da fábrica. Os motores vieram no último momento. Rapidamente nos tornamos bons amigos. 15 anos depois, quando eu já tinha me resignado da Valmet, encontrei por acaso com ele. Ele me convidou para jantar em casa e nós concordamos em uma data. Ele enviou o seu motorista para me buscar. Comemos junto com sua família e nos lembramos dos velhos tempos. Eu lhe disse que trabalho em cooperativas de trabalho, escolas e outros coletivos em assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). O MST é um movimento social do Brasil bem conhecido e normalmente caluniado pela mídia. O movimento luta pela reforma agrária e pelos direitos dos excluídos. Contei sobre o que fazia no movimento. Ele olhou para mim e disse: "Pertti, estou com inveja de você." Surpreso, perguntei o que ele queria dizer com isso. "Você teve a coragem de sair de tudo isto. Eu não tenho isso." Enquanto isso, ele apontava para a sua casa, sua piscina e o seu jardim. As pessoas que trabalham na área da saúde às vezes experimentam agressões por parte de pacientes e seus parentes. O filho de uma velha mãe pode exigir quase o impossível, acusar e culpar a enfermeira sempre que eles se encontram. A enfermeira cuida da mãe, o que desperta a consciência do amor. O filho tornase, assim, consciente de sua atitude contrária, sua indiferença. Ele não suporta esta percepção e vê a enfermeira como um inimigo. Pode até ser o caso de que, quando um parente próximo do doente é particularmente agressivo, é sinal de que a enfermeira fez um excelente trabalho. É claro que a identificação também torna as pessoas conscientes das tendências e atitudes positivas. Por exemplo, a felicidade de outra pessoa nos torna conscientes de nossa própria capacidade de sentir felicidade, despertados disto, reagimos com mais alegria. A paixão se baseia na identificação de felicidade e amor pelo outro. O outro pode despertar tanta sensação de felicidade com sua “perfeição”, que não existe outra pessoa igual. Se depois conhecendo o outro, perde a paixão, é que a paixão era baseada mais na projeção de que na identificação. Nós projetamos no outro aspectos e qualidades que o outro não tem tanto assim, como, por exemplo, pureza da alma, justiça, forca, carinho e beleza. Por isso o relacionamento pratico se torna muitas vezes complicado com muitas decepções e brigas. 3.1.4 Com refletir sobre trauma? Vamos considerar três situações bastante comuns. O primeiro caso é sobre Charlie, que é uma criança cujo pai bebe e agride a mãe. Como se diz, o pai trocou a família pela garrafa. No segundo caso, os pais de Lena são tão interessados em seu trabalho e no seu sucesso, que eles nunca têm tempo para estar em casa com Lena. O terceiro caso é sobre Anna, que foi brutalmente estuprada. Ninguém quer passar por algo assim. Quando alguém é atingido por algo muito mal ela normalmente reage, tentando ignorar a consciência disso. Ela imaginava que o problema não existe, se ela negar a consciência dele. A rejeição da consciência torna-se um estilo de vida destrutivo que, às vezes, por incrível que pareça, é chamado de estratégia de sobrevivência, mesmo que explicitamente só torna o problema maior. Anna se esforça para esquecer o estupro. Na verdade, ela tenta evitar ativamente a lembrança do evento, mas a memória é uma parte de sua consciência. Como os seres humanos são, em grande parte sua consciência significa que Anna suprime a si mesma. Além disso funciona, o esforço para esquecer (evitar lembrar), na direção oposta, ele ativa a memória e, assim, a experiência. Anna ativa a sensação do estupro e o revive novamente dentro de si. O tal mecanismo de defesa como é conhecido, de fato, é um mecanismo de repressão da consciência. A rejeição da consciência é uma armadilha, a armadilha mais perigosa de todas, porque ameaça o ser fundamentalmente humano. O trauma não é causada pelo evento traumático, mas da maneira como se relaciona com o incidente. Charlie faz de tudo para evitar ver o seu pai beber. Ele tenta agir para que o pai não beba. Ele pode ir tão longe que se vê como culpado da bebedeira de seu pai. Desesperado, ele tenta ser tão gentil que o pai não tenha qualquer razão para beber. Ele culpa a si mesmo. Ele tenta esconder o alcoolismo de seu pai para os vizinhos, parentes e colegas de escola. Na verdade, ele luta principalmente para rejeitar a sua consciência sobre o assunto, como para sentir que o problema não existe. O pai morre, mas Charlie desenvolveu o hábito de rejeitar a consciência. Ele rejeita e nega a si mesmo. Fazendo com que ele sinta crônica e severa ansiedade, medo e amargura. Estes sentimentos são manifestados em seus relacionamentos e comportamentos. Lena não quer acreditar que seus pais dão a seu trabalho e suas atividades mais importância do que o seu lazer. Eles estão raramente em casa com ela. Os pais cuidam das necessidades físicas e materiais de Lena da melhor maneira, ela tem babá e tudo o que ela pode precisar e desejar, a não ser o tempo da mãe e do pai e a companhia deles. Quando os pais estão em casa, o interesse deles em Lena é técnico. Eles perguntam como ela esta na escola, você leu sua lição de casa, tem algo que você precisa. As perguntas são relativas ao desempenho - focalizam a atenção no sucesso, e não sobre a pessoa, Lena. Lena sofre de falta de amor e sente-se abandonada, ela não é digna da atenção dos seus pais. Ela não tem dignidade em si, mas são atribuídos algum tipo de substituto valor quando ela executa. Aos poucos Lena começa a ter sintomas mais fortes e ela chama por ajuda de uma forma desesperada e geralmente destrutiva. Ela bate as portas, cortar-se, procura má companhia. Os pais reagem com espanto e decepção e tentam encontrar meios para acalmar Lena. Eles não param para ouvir e sentir, e eles estão, talvez, com raiva. Muitas vezes, recorrem a antidepressivos, quando na verdade são os pais que precisam de cuidados, autoconhecimento. Nesta situação Lena também atua com sua própria vontade, e seu problema é que ela não aceita a consciência do medo dos pais de conhecê-la como ela é. A maneira de Kalle, Lena e Anna tentar resolver os seus problemas é uma armadilha. Não se pode culpá-los por isso ou até mesmo esperar outra coisa. Eles têm de sua própria maneira tentado fazer o seu melhor para evitar o sofrimento. Se eles se tornarem conscientes disso, eles podem sair da armadilha e, pelo menos, aliviar-se parcialmente. Depois de uma guerra, os soldados sofrem de stress pós-traumático, cada um à sua maneira: eles experimentam ansiedade, medo, autocensura, depressão, angústia e agressão. Perguntas sobre a guerra ampliam os sintomas relacionados com a culpa. Cada um busca ajuda de sua própria maneira. Alguns contemplam as suas experiências com a leitura de guerra, alguns lembrando delas junto com outros, alguns fechando-se e outros com medicamentos. É certamente difícil aceitar a consciência da insanidade do sistema de poder de que a guerra levanta, e como ela também faz as pessoas agir com crueldade e matar uns aos outros. Essa armadilha, a rejeição da consciência, ou seja, o trauma pode ser estudado passo a passo: 1. Quando Maja experimenta algo muito difícil, como a agressão do pai, a atitude de desprezo da mãe, a violência sexual ou o assédio moral, ela pode reagir severamente condenando aqueles que agiram errado e negando fortemente a consciência da questão. Ela não quer acreditar que é verdade. Quando ela tenta negar a consciência e luta para esquecer a injustiça, o resultado é exatamente o oposto. A rejeição ativa a consciência e, assim, também a experiência angustiante. Maja sofrer constantemente. 2. Porque a consciência é o elemento mais central na existência humana Maja nega parte de si mesma quando ela nega sua consciência. Isso leva a um sentimento de quebrada, abandonada, isolada ou humilhada. É a negação da consciência que traumatiza-a e torna-a neurótica. 3. Isso faz com que o sentimento de injustiça cresça e ela reage com censura crônica. Ela mantém o medo, a amargura e ódio no poder. Com o tempo, isso leva a doença física e mental, ao esgotamento. 4. Como Maja nega uma parte de si mesma ela sente que os outros querem machucá-la. Ela muitas vezes experimenta o que as pessoas dizem profundamente doloroso, como punhaladas no peito. Mesmo a crítica construtiva sente humilhante. Quando ela nega a si mesma interpreta tudo negativamente e sente que os outros querem machucá-la (paranoia). 5. Ela se sente arrasada e sente que não tem o direito de existir. É o motivo de sua grande necessidade de via outros conseguir confirmação de sua existência. Os seres humanos têm vários meios para alcançar reações emocionais de confirmação do sentimento de existência, pelo outro. Frequentemente tais meios são: Aceitar e admirar outros. Maria luta para ser gentil, sempre aceita, admirada e bem sucedida. Ela fará de tudo para não ser abandonada ou submeter infelicidade aos outros. Ela nunca diz não para não ser abandonada. Pedro no entanto, faz todos os esforços para obter poder, dinheiro e um bom carro, uma hipoteca grande e, portanto, a admiração dos outros. A sensação de poder é um substituto desesperado do amor. Constante atenção dos outros. Pedro fará qualquer coisa para ser o centro das atenções, tanto em termos de bem e mal. Na escola, ele interfere sistematicamente o ensino de modo que a atenção de todos está atraída por ele. Quando ele, como um adulto, participando de reuniões no trabalho, se coloca sempre negativamente frente os objetivos da maioria. Ele resiste e chama a atenção. Outros tornam-se desanimados, frustrados e irritados com seu comportamento e, portanto, incapazes de realmente ajudá-lo. Ele recebe poder e atenção. Agora ele sente que existe. Pena e culpa de outras pessoas. Lena tenta evocar sentimentos de piedade de seus companheiros por infinitamente descrever suas dificuldades e doenças. Ela quer fazer os outros sentirem compaixão, e no melhor dos casos, sentirem culpa, por causa de sua situação de vida difícil. Ela se apega especialmente naqueles que têm dificuldade em ver a sua atitude de vítima e, portanto, tornam-se presos. Frustrados fingem que ouvem infinitamente, mas eles estão com raiva de si mesmos, porque eles foram sábios. Na verdade, eles não querem escutar e não ouvem, apenas esperam Lena parar de falar. Lena sente a irritação e piedade deles. Ela é vista, ela existe. O que ela realmente precisa é de amor, honestidade e consciência. O medo, ódio ou desprezo dos outros. Pedro se comportam de forma muito agressiva, de modo que todo mundo fica com medo quando ele vem. Ele experimenta o medo dos outros como uma confirmação de sua existência. Ou ele faz algo tão desagradável para os outros ficarem com raiva. A raiva dos outros fortalece seu senso de existência, ele é visto. Ou ainda, ele age de uma forma desagradável, usando linguagem chula e cheira mau, assim os outros reagem com desgosto. O desgosto de outras pessoas é uma confirmação de que Pedro existe. Os seres humanos querem existir e serem aceitos, e isso é, naturalmente, seu direito fundamental. Ele anseia por contato com si mesmo, com o amor e sua essência metafísica, a fonte e o sentido da vida. A rejeição da consciência leva a escolha do agente neurótico. Hjalmar Söderberg (escritor sueco, 1869-1941) escreveu em seu livro Doutor Glas: Nada diminui e puxa para baixo uma pessoa como a consciência de não ser amado. Queremos ser amados, na sua falta, então admirados, se assim não, então temidos, na sua falta, portanto, odiados e desprezados. Queremos inspirar algum tipo de sentimento no outro. A alma estremece no vazio e quer o contato, a qualquer custo. Nós, pessoas comuns, muitas vezes reagimos com o mal no mal. É raro reagir com sabedoria sobre as coisas que são do mal, com o bem. Só o amor pode curar. Talvez seja justamente a rejeição da consciência que traz o maior sofrimento humano. VOCÊ TEME OU ODEIA OS SEUS PAIS? Se você sente que tem um relacionamento problemático com seus pais, você pode pensar sobre isso, seguindo os passos abaixo: - - - - - Esteja consciente do medo, vergonha, amargura ou raiva que você sente. Concentre-se conscientemente a experimentar estes sentimentos. Tente aceitá-los. Você provavelmente os viveu como proibidos, o que significa que você se esforçou para rejeitar a consciência deles. Prove a força e caráter deles, sinta onde no corpo estão. Fique curioso sobre eles. Evite culpa, críticas e demandas. Reveja o seu modo crítico, a maneira que você julgar sua mãe ou pai e a si mesmo. Pense se a pessoa tem o direito de julgar alguém, ou a si mesmo? Você tem tentado mudar a sua mãe ou pai? Você provavelmente já se sentiu desanimado e deprimido, porque não ter o poder e a capacidade de alterá-los. Dizem que nem mesmo Deus pode mudar as pessoas. Mas dentro de você, por anos, você lutou para fazê-lo. Não é de estranhar que se sinta completamente esgotado e impotente. Você está ciente de que não aceitou a consciência do seu pai ou da mãe de tal forma que ele/ela é? Você se sente como uma vítima? Esse sentimento está sempre associada a situações como esta, você é uma vítima da injustiça. Você experiência que você não tinha outra opção senão a de agir como agiu? Você tentou mudar a sua mãe ou pai. Você experimentou isto como a única alternativa. Esta é uma armadilha, um círculo vicioso que você caiu. Não se culpe. Quando você tentou mudar ela negou a consciência dela e, portanto, a si mesmo. É claro que você sentiu desespero, amargura e impotência. Pare e sinta essas emoções em si, faça isso com interesse, com a curiosidade de um cientista. As crianças tendem a imitar os pais. Você está ciente de que você está, no sentido psíquico, imitando a atitude negativa para com as emoções de sua mãe ou a intolerância do seu pai? Claro que, em diferentes formas e graus do que ela/ele, vocês são pessoas diferentes. Isso você provavelmente nunca pensou como uma criança, e ninguém poderia ter o ajudado. Você pode considerar que uma parte de sua luta era dirigida contra a consciência que o seu pai ou mãe despertou em você (veja o capítulo anterior sobre a projeção). Será que você renunciaria conscientemente a sua atitude de julgamento? Ninguém tem o direito de julgar o outro. Você não precisa perdoar. Não tente perdoar, não é mesmo seu assunto. É suficiente que você pare com seu hábito de julgar. Isto irá libertar a sua consciência o que faz você também ser livre como ser humano. A personalidade está mudando constantemente. A melhor mudança em alguém é quando ela se abre. Quando a consciência abre, abre o próprio ser humano. Isto também se aplica à sociedade: quando as pessoas abram os olhos e tomam consciência da doença no coletivo, daí, a patologia do poder perde sua força. Enquanto isso cresce o interesse, a fé, a coragem e a capacidade de agir no sentido de construir uma sociedade igualitária e inclusiva. Uma cliente, uma mulher de aproximadamente 70 anos de idade chamada Margret, tem ido há tempo em terapia para lidar com a sua infância muito difícil. Sua família era extremamente pobre. Conseguir comida para dez crianças era uma luta diária. Sua mãe estava sempre estressada e apressada, as crianças estavam sempre no caminho. Margret estava entre os mais jovens, a mãe queria que ela nunca tivesse nascido. Ela sentia que a mãe não gostava especialmente dela. A mãe era sempre exigente, crítica e briguenta. Ela sentia que a mãe não colocava valor nela, ela não tinha o direito de ter opiniões, vontade própria, ou de sentir alegria. Ela tem sido amarga sobre isto toda a vida. Durante uma sessão, ela descreve a situação assim: "Agora eu me sinto um pouco mais leve. Eu pensei que minha infância foi como foi, a mãe pode ter feito o seu melhor e que não podia fazer nada sobre a situação." Eu digo: "Então você passou da maneira que você julgava a sua mãe", ela responde: "Isso mesmo, eu posso sentir tristeza sobre o que foi, mas julgar não ajuda ...". Eu confirmei isso dizendo que por julgar nos ligamos a injustiça. Ela observa: "Nos fazemos um prisioneiro. Anteriormente, eu sempre pensei que, se eu aceitar a mãe, isso significa que aceitaria suas ações. Eu realmente misturei essas coisas. Fiquei muito triste e deprimida, porque eu sempre me senti vulnerável a acusações." Eu peço-lhe: "Descreva o que você sentiu então." "Que eu não era amada, não era gostada, que estava abandonada." Ela descreve o que ela experimentou que os outros sentiam, por isso peço-a novamente para descrever explicitamente o seu próprio sentimento. Então, ela continua: "Tudo o que eu fazia era errado ..." Ela tem dificuldade de parar e falar sobre seus próprios sentimentos. Ela só fala de como os outros a tratavam. Pergunto novamente o que sentia. "Eu fiquei muito, muito triste que ninguém me entendia. Eu estava abandonada. "Eu peço de novo para descrever seus sentimentos. "Sozinha, eu não era amada." Ela tem, como é habitual, a dificuldade ou, talvez, uma relutância para identificar a sua atividade emocional. Ela se vê tão forte como uma vítima. Eu pergunto: "Você disse que sentia tristeza? Será que você possivelmente tenha sentido medo, rancor, ódio e culpa?" "Exatamente assim eu sentia, e, além disso, sempre descontentamento." Minha interpretação: “Você tinha um forte atividade emocional que fez você se sentir culpa mas sua mãe nem estava nem perto". Ela responde: "Era assim mesmo...Eu tinha tanto medo de sentir alegria, pensando que seria imediatamente levada para longe de mim. Eu não ousava sentir alegria." Eu esclareço isso para ela: "Você não se permitiu ser feliz. Você proibiu alegria por prevenção. E ao mesmo tempo culpou a sua mãe.... "Mamãe quase nunca era feliz, e eu levei isto como modelo para a minha vida... Eu queria vingar-me dela, dar o troco, eu queria ter algum tipo de poder. Eu não queria me sentir derrotada," Aqui eu continuo:". Você diz que acabou se tornando uma luta de poder onde você tirou a mesma arma que você sentiu que sua mãe usou. Você infectou-se com a doença de sua mãe." "Assim mesmo, foi uma luta constante pelo poder." O filósofo dinamarquês Sören Kierkegaard (1813-1855) disse uma vez: "Se eu quero ajudar outro ser humano, eu preciso primeiro tornar-me consciente do que ela entende. Se eu não fazê-lo, mas ainda tentar ajudá-la, significa que estou tentando mostrar-me melhor do que ela. " 3.1.5 Ser ou não ser? Dificuldade de se expressar É bastante comum que tenhamos dificuldade de nos expressar, especialmente em grupo. Nos sentimos facilmente vulneráveis a críticas e com medo de ser ridicularizado. Nos sentimos inibido e não expressamos nosso conhecimento, nossas esperanças e talentos. Qual é o fator interno que nos faz isso? Abaixo estão alguns pressupostos comuns sobre a dificuldade de se expressar. Estou consciente das minhas dificuldades de me expressar e me criticar por isso. Talvez eu senta uma forte necessidade de ser capaz de dizer o que eu sei e acredito. Eu sinto que as demandas vêm de outros, não de mim mesmo. Sinto-me maltratado e reajo com resistência. Eu não percebo que o meu problema é o meu próprio rigor e minha obrigação de ser capaz de resolver o problema. Minha insegurança e meu medo são muito desagradáveis. Eu não quero sentir assim e, portanto, eu tento rejeitar a consciência destes sentimentos, como se isso pudesse me salvar da situação. Desta forma trabalho contra mim mesmo (a minha consciência) e fecho-me na minha concha. Eu sinto que os outros me subestimam, embora seja, na verdade, a minha própria atitude e minha maneira de olhar para mim mesmo. Eu culpo os outros em vez de ver o meu medo como um sintoma útil, um sinal de alerta e olhar para dentro de mim. Talvez eu tenho desde a infância desenvolvido uma postura de censura crônica. Tento constantemente rejeitar qualquer consciência importante (como o uso de álcool do meu pai, a submissão de minha mãe, alguma experiência muito desagradável). Quando eu tomo posição censura rejeito a consciência de tudo, então de mim mesmo. Faz-me sentir que minhas percepções, minhas opiniões e minha vontade é de alguma forma proibido e, portanto, perigoso de se expressar. Pode ser que eu tenha uma forte tendência a me idealizar. Eu não devo cometer erros, seria um desastre. Meu perfeccionismo é uma atitude egoísta. Eu me vejo como uma pessoa muito importante, é como se o mundo estivesse girando em torno de mim, eu sou o centro das atenções. Eu tenho medo de me abrir. Minha dificuldade consiste em certa medida, da inveja, que está em todos nós. Inveja é explicado sob o termo invidere: eu não quero estar consciente de tudo que é bom e belo, todas as oportunidades que existem em mim e na vida. Se eu fosse expressar minhas opiniões e conhecimento isso tudo apareceria, seu valor seria visível e eu poderia desenvolvê-las em conjunto com outras pessoas. A inveja faz com que seja proibido e perigoso usar minhas habilidades. Concentrome em não me diferenciar dos outros. Eu penso muito sobre o que os outros pensam sobre mim. Eu uso os outros como pretexto para limitar a minha capacidade de agir. Se você tem dificuldade de se expressar, tente aceitar isso conscientemente. É uma forma de timidez, que tem um certo charme. Pode ser visto como modéstia, o que é bonito. Pense em todas as opções acima para você mesmo. Quanto mais você se tornar consciente delas, mais forte você se sente a possibilidade de se tornar livre e é mais fácil para você fazer aparecer as suas riquezas humanas. O diretor de uma escola secundária popular sueca me disse que todos os professores são controlados pelo medo. Eu perguntei o que ele queria dizer. Ele respondeu que todo mundo tem medo de fazer papel de bobo. Em tal estado emocional, é certamente difícil ter contato com os alunos e ensinar. O trabalho deve realmente ser pesado. Este foi um dica útil, considerando que a palestra estava prestes a começar. No começo era importante falar sobre o medo e trabalhar uma posição em que se aceita o medo. Quando você pode ter medo, ela perde seu poder. Você realmente não precisa tratar a causa do medo, o medo é de fato neurótico, também neste caso. 3.1.6 Como você foi educado? Normalmente, somos educados para ser obedientes e bondosos, como as chamadas boas pessoas e os bons cidadãos. Nos ensinam a se comportar e agir de acordo com as expectativas externas e exigências. O propósito da educação não é, então, para fortalecer as riquezas humanas, o que significaria que poderíamos agir espontaneamente de dentro para fora. Somos ensinados a pensar sobre o que os outros pensam sobre nós, em vez de deixar a nossa atividade emocional controlar praticamente livremente nossas ações. Reformulamos a criança em certa forma, em vez de ajudá-la a se abrir. Na educação dos filhos se aplica os mesmos princípios que em todas as outras relações humanas. Os princípios fundamentais são: - Respeitar, ouvir e estar interessado - Fortalecer a consciência das riquezas humanas - Com responsabilidade coletiva, evitar o comportamento destrutivo, e guiar para atividades positivas - Com um espírito de respeito aceitar a criança e estar ciente de quaisquer intenções negativas Um líder humano se relaciona exatamente assim com seus subordinados. O melhor exemplo é o professor. Se a mãe xinga, a criança aprende também a xingar. É o pai irritável seu filho aprende a ser também. Se uma mãe lida com suas próprias dificuldade e as da criança com tolerância e abertura, seu filho aprende que não precisa ter vergonha de fraquezas e erros. Se um pai é inspirado por seu trabalho, a sua filha também pode experimentar o trabalho como uma fonte de alegria. Criar os filhos pode ser comparado com o treinamento de cavalos. Um bom treinador dá atenção a que tipo de indivíduo esta em questão e adapta seus programas de treinamento, tanto quanto possível, ao temperamento do cavalo, selvagem, tímido, feliz ou humilde, e de acordo com o que já sabe. Um bom treinador entende que a formação tem lugar nas instalações do cavalo. Isto também vale na educação infantil e de adultos. Junto com seus pais, a criança tem seu primeiro conhecimento das relações humanas. As personalidades do pai e da mãe e é a sua primeira experiência. Eles estão associados a grande amor e segurança ou com rejeição e incerteza. Essa lição é geralmente reproduzida nas suas relações humanas posteriores, o que é chamado de transferência. Há um ditado que diz que a maçã não cai longe da árvore. Sem perceber a criança imita a atitude dos pais para a vida e os hábitos, especialmente se ele ou ela os condena, como a sua gravidade e indiferença. A condenação é um sintoma de suprimir sua consciência, isto é, a si mesmo. Assim a criança faz consigo mesmo o que mais odeia em seus pais. MÃE E PAI TEM TEMPO? Os pais podem estar tão interessados em seu trabalho que nunca estão em casa. Brinquedos, entretenimento e babás estão disponíveis, mas não a mãe ou a presença do pai. A criança interpreta tal situação com bastante precisão: os pais sentem que seu trabalho é muito mais importante do que eu. A criança está em quarto na ordem de prioridade, depois do trabalho, festas e amigos. É um sinal de que a criança não é amada. Não importa quantas vezes os pais repitam: "Eu te amo." A criança responde com rebeldia e protesto. No pior dos casos, a relação com os pais se torna hostil, e, assim que a criança pode se muda de casa e procurando o amor em outro lugar. Se você, como mãe ou pai ficar ciente disso você deve mudar o seu curso de ação e planos para que você tenha mais tempo para estar com seus filhos. Comece do zero e ofereça o seu tempo para criança, e faça sem reservas. Não espere que ele imediatamente queira se envolver com você. Ele pode querer se vingar um pouco de você, rejeitando-o e testando se você está sério. Pode-se confiar em você, ou ele vai ser decepcionado novamente. Fique à sua disposição, não faça nada além de esperar. Não leia nem o jornal. Basta estar presente, três horas por dia. Em poucos dias, ele se atreve provavelmente a acredita em sua oferta. O melhor é se vocês possam fazer algo útil em conjunto. Isso faz a criança se sentir valorizada. CUIDADOS NEUROTICOS Às vezes, os pais tentam proteger suas crianças de todo o mal. Em tal comportamento esta incluído uma necessidade de controle neurótica que em grande parte é baseada na inveja: não deixar a criança experimentar e desenvolver suas habilidades, ao contrário, veem em tudo um motivo para proibir e controlar. Tal mãe ou pai funcionam da mesma forma em posições de liderança no trabalho. Impedem o desenvolvimento de seus subordinados, tentando controlar tudo. Os trabalhadores ficam frustrados e nervosos, o que os torna tão fora de si que não podem fazer nada para ajudar o chefe, e pensam mais sobre si mesmos. O líder e os pais precisam de ajuda para se tomarem consciência de como restringem e controlam o uso de suas habilidades e oportunidades, e seu desenvolvimento. Um comportamento superprotetor está associada a censura. Os pais fazem de tudo para que nada de mal alcance a consciência, proporcionando, assim, a nutrição do mal em si mesmos e nos outros. Na escola, acontece que os pais defendem o comportamento destrutivo de seus filhos até o fim e culpam o professor, embora todos saibam como os filhos são problemáticos. Os pais têm uma necessidade histérica de defender o filho, mas seu verdadeiro objetivo é evitar a consciência das questões familiares. Frente ao professor tentam explicar os problemas da criança, mas em casa ela é criticada e repreendida. A rejeição da consciência é uma atitude da família com a vida. O que pode aumentar a conscientização sobre os problemas da família são vistos como uma ameaça que eles veementemente veem como ataque. Alvos comuns são justamente professores, assistentes sociais, enfermeiros e agentes de polícia. A educação é sempre algo muito profundo, basicamente uma educação espiritual. Isto pode ser visto no exemplo a seguir, onde uma mulher adulta, assistente social, fala sobre suas dificuldades em sentir os seus próprios sentimentos em relação aos membros da sua família. A mulher começa a sessão: "Estou tão longe de meus sentimentos. Mas eu sei que o melhor é falar sobre exatamente o que você menos quer falar. Minha irmã, Liisa, é muito desdém com a minha filha Pirjo. Eu estou com raiva dela por isso. Tudo começou quando Pirjo esqueceu o aniversário de Liisa e Liisa reagiu castigando-a. Isso me deixa muito triste, pensa que minha própria irmã sempre faz isso. E Pirjo também reagiu com emoções muito fortes. Eu pergunto: "O que você sente em relação a sua irmã Liisa?" Ela responde: "Ódio, quero evitá-la. Sinto-me magoado, eu sinto muito." Eu reafirmo isto repetindo: "Você diz que sente ódio e tristeza. Você sente que respeita esses sentimentos em si mesma?" "Hm, sim, eu realmente faço isso." “Esses sentimentos ajudam você a controlar a situação?" Nisto ela responde: "Eu não sei realmente, sinto-me insegura. Mas eu não me fechar é ainda melhor do que como eu era antes, quando eu reagia querendo agradar." Eu disse: "No passado, você reagiu negando qualquer consciência da ira de sua irmã. Você tentou fingir que não via a raiva dela, e você fez de tudo para que ela não ficasse com raiva." "Foi assim mesmo..." Eu continuei:" Você, então, fez tudo o que podia para ela ser agradável." "Sim!" "Você se sentiu assim, responsável pela atividade emocional dela" Ela responde: "Está certo, eu tenho de alguma forma, este pensamento, inconsciente." "Isso é algo que você pode se lembrar da infância?" "Sim, todo mundo tinha medo de que alguém iria ficar com raiva, principalmente em relação ao pai. A raiva e o descontentamento era um grande tabu. Todos reagiam sendo gentis. Mamãe tinha muito medo que Liisa iria ficar com raiva. E eu me comporto da mesma forma, no caso do meu marido e de Pirjo." "Você sente que é responsável pela atividade emocional deles, o que significa que você exige deles que eles não devem ficar irritados. Você sente que você deve ser capaz de impedir isto. Dessa forma, você está negando a consciência da raiva e subjuga a si mesmo. Você disse que se sente bloqueada. E ao mesmo tempo dá poder a raiva e nutri a raiva neles. Você sabe que as pessoas com raiva estressam mais, são mais doentes e morrem mais cedo." “É isso aí, eu sei disso." “Agora é importante que não se culpe por isto. Você aprende um modelo de família de seus pais e sem você perceber, transferi-o para seus próprios filhos." " Exatamente! Isso é exatamente o que está acontecendo, só que..." Eu sugiro que ela deveria falar abertamente sobre este modelo com Pirjo e então, se ela acha que é possível, também com sua irmã Liisa. A idéia é que, quando você revela e aceita a abordagem educativa da família, liberta a consciência dela, e então você pode começar a libertar-se deste estilo neurótico e irritante de controlar os sentimentos dos outros. OPRIMIMOS AS CRIANÇAS Ao estudar o planejamento urbano e da comunidade em diferentes partes do mundo temos a sensação de que há realmente falta de espaço para atividades infantis e atividades de lazer. As escolas existem, mas elas servem a propósitos de negócios. Os jovens se reúnem em torno de centros comerciais e se congregam onde se encontram. Eu não vi nenhum centro de atividade, com atividades que realmente interessam crianças e adolescentes. A ociosidade não é bom para a saúde psíquica de qualquer pessoa. No Brasil, dizemos que uma cabeça vazia é a oficina do diabo. Em seu livro Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire descreve como o povo oprimido se tornar opressor. Quando uma pessoa é explorada e escravizada no trabalho, ela descobre o modelo e aplica-o também em seu marido e seus filhos. Ela se torna tão acostumada a submeter-se e reprimir que ela não pode viver de outra maneira. Ela tem de sempre encontrar alguém para olhar para baixo, e alguém para admirar. Ela olha com admiração para seus opressores, e com desdém para aqueles que são mais fracos do que ela. Seus filhos talvez aprendam o mesmo modelo, de submeter-se e oprimem. É fácil tirar vantagem de pessoas como soldados, burocratas, trabalhadores e consumidores. O autor colombiano, com prêmio Nobel, Gabriel García Márquez sugeriu que estabeleceria uma organização internacional de bem-estar infantil dedicada a defender e proteger as crianças de serem abusadas por seus pais. A idéia é muito interessante, ele quer proteger as crianças do mundo contra todas as formas de repressão. Ele está certamente ciente dessa necessidade em si mesmo, ou seja, a necessidade de proteger o seu filho dentro dos valores e estruturas opressivas mundo adulto. CRIANÇAS QUE SÃO DO CONTRA A atividade emocional negativa muitas vezes se desenvolve em uma idade precoce, quando a criança percebe que ela chama a atenção de seus pais quando chora, é ofendida ou irritada. Os pais se voltam à criança geralmente com irritação e proibições, mas acima disso é a atenção. A criança também experimenta a atenção negativa como uma espécie de substituto para o amor, e o amor é de fato necessário. A criança aprende também que pode irritar os pais por não cooperar. Isso nutre o sentimento de grandeza da criança e lhe dá uma sensação de poder. Os pais não sentem o choro do bebê como um sinal de alarme útil, Mas agem para acabar com ele. Quando a criança sente que é proibido fazer birra, torna-se uma força ainda mais atraente. Quando a criança começa a escola continua a mesma rotina. Ele cria perturbação, causando brigas. Aqui, o filho ganha atenção do professor e dos outros. Ela experimenta, absolutamente certo, que recebe poder, substituto do amor, o que reforça o seu sentimento de ser. Então esta criança torna-se um adulto. Ele trabalha e funciona de acordo com o mesmo padrão, mas um pouco mais escondido. Durante as reuniões complica na tomada de decisão, buscando os lados negativos de tudo, está insatisfeito ou com raiva, e facilmente ferido. Dessa forma, ele está no centro das atenções, enquanto todos os outros estão desanimados e frustrados. Ele gosta da sensação de poder, mesmo que ele no fundo esteja sofrendo. A mãe, pai, professor ou supervisor sábio se mantém cuidadoso e respeitoso às lágrimas, brigas ou aos sentimentos feridos. Ela ou ele não diminuem os sentimentos dos outros. Ele tenta ajudar a criança ou o colega de trabalho para parar e sentir a sua emoção. Ele concentra-se em falar sobre isso e salva a consideração prática do eventual problema para a fase seguinte. Mas se o problema é óbvio e é possível corrigi-lo, ele tenta naturalmente fazê-lo imediatamente. EXIGÊNCIAS LEVAM À RESISTÊNCIA Exigências razoáveis para a realização de algo significativo motivam para a ação, quando você vê elas como desafios e metas. Para os seres humanos, significa uma oportunidade de desenvolver e utilizar as suas habilidades e experiências. Se a exigência é associada a coerção ou se ela é percebida como uma restrição, as pessoas reage com resistência. A exigência dá origem a uma reação emocional negativa que acaba com a alegria. Se eu experimentar como um exigência ser gentil, alegre, competente ou espontâneo, o efeito é o oposto. Exteriormente, eu tento aparentar esse papel, e eu posso realmente acertar, tanto que esse papel se torna rotina. Mas interiormente, eu ainda estou infeliz, insegura e rebelde. Pode ser que os outros não percebam isso, e eu não gostaria de estar ciente disso. As demandas aumentam minha introspecção neurótica e auto-absorção e evitam o meu desenvolvimento como pessoa. Quando os outros fazem exigências de mim, depende de como eu reajo. Se eu tenho o hábito de estabelecer requisitos rigorosos para mim (e, portanto, também nos outros), eu interpreto tudo que se possa imaginar, como demandas, pode muito bem ser a pergunta da esposa "você me ama", o pedido do capataz de um relatório ou um comentário de um amigo: "Você deveria relaxar." A rigidez é frequentemente associada com perfeccionismo, um egocentrismo quase ilimitado. Eu experimento tudo como uma obrigação, e, justamente, reclamações diretamente para mim. Eu sinto que tenho a responsabilidade por tudo e que eu sou culpado de tudo. Até mesmo uma criança pode se sentir responsável pelo alcoolismo de seu pai. Na sociedade competitiva percebida situações sociais como uma competição. A vida parece uma batalha constante para um lugar, você tem que ser melhor do que os outros, como se isso não fosse o suficiente para ser humano. Ele leva facilmente a bastante comum, tarefas mundanas parecem pesadas exigências. Tarefas cotidianas, como para atender a sua lição de casa, lavar-se, sair da cama, escovar os dentes e ir ao trabalho se sente forçado. Tudo se torna conquista. A vida parece sem graça e você acontecer em um círculo vicioso. Você fica cansado, frustrado e doente. A alegria está desaparecido desde o dia a dia. Costuma-se dizer que se deve fazer exigências sobre a criança e estabelecer limites. Se pelo que se destina a inspirar por isso é bom. Mas os limites são experientes, apesar de tudo o que a privação da liberdade e limitação de responsabilidade. Parece injusto. Por outro lado, é necessário evitar que a conduta destrutiva. A distinção deve ser aplicado a atividade maliciosa, não o homem. Quando eles dizem "não bater" a uma criança, a criança está experimentando a luz como uma proibição dirigida contra a sua pessoa. Se, no entanto, diz que é proibido de bater, é a atenção para a batida e não sobre a criança como uma pessoa. Muitas vezes, estabelecem limites, num espírito de inveja, você quer evitar exuberância, criatividade e espontaneidade. Eu não usaria o termo para definir limites. Eu iria substituí-lo por obstrução de atividades destrutivas. Em rigor, respondemos sempre com a resistência, rebelião. Podemos tentar esconder a rebelião, comportando-se modestamente, porque temos medo de autoridade, de reação, possivelmente com raiva. É um atentado contra o nosso comportamento dócil eliminar completamente ou ocultar o problema. Isso leva a submissão amargo, refletido, por exemplo, na depressão ou outra ação agressiva, como cortar-se, arrancando os cabelos, vestir-se acentuado em preto, transtornos alimentares e glorificar a violência. 3.1.7 Por que o amor é tão difícil? Como é difícil conciliar o amor espiritual profundo com o prazer sexual. É como se eles seguissem caminhos diferentes e para muitos de nós, eles nunca chegam perto um do outro. No Capítulo 1.4 Espiritualidade e energia vital nos perguntamos como o amor, a consciência, espiritualidade, sexualidade e morte caminham juntas. Por que é tão difícil amar? No Ocidente, enfatizamos o romântico na escolha de acasalamento. Se eu me apaixonar por você, então eu te amo. Eu quero você para mim, e só para mim. Só você pode me fazer feliz. Claro que eu também tento lhe fazer feliz. Mas é egoísta tentar a posse de uma outra pessoa. Se eu realmente quero muito você, então eu quero que você seja aquele que satisfaz as minhas necessidades com precisão. Disso cresce uma necessidade e uma demanda para transformá-lo e levá-lo a responder a minha vontade e meu gosto. No pior dos casos esta necessidades e exigência cresce de modo que eu quero subjugar-lo, se assim, pela força. Se você não agir como eu espero e exijo, eu fico tão desapontado e furioso que levo à violência. O amor é um contato profundo com o nosso própria interior, com a natureza básica do ser humano. Um contato com a realidade, e, portanto, também com o saudável. No amor a riqueza humana é liberada. Esse contato com o interior exige ir através da máscara social e passar de todas as inibições. Quando você atravessa e penetra as inibições, a consciência delas é despertada. Se a máscara é forte e as inibições poderosas esta penetração é um fenômeno ou processo violento. Em particular, atinge quem não está acostumado a amar. Dois amigos, Allan e Marco, discutem suas relações com as mulheres. Allan conta uma história que é comum: "Se a mulher é bonita eu fico com medo. Não me atrevo pensar em mulheres bonitas, e também não o faço. Gosto de quem é feio e estranho" Marco pergunta o que é que Allan tem medo delas, e Allan responde: "de ser deixado. Prefiro a indiferença que a incerteza. A auto-estima cai. Faz com que o coração bata" Marco é homossexual e responde: "Quando conheço uma mulher atraente, despretensiosa e alegre, eu penso que eu não me atrevo a me apaixonar por uma mulher, seria bom demais". Allan tem medo de ser abandonado. Ele teme, portanto, a consciência de ser abandonado. Se uma criança não é tratada com ternura ela se sente abandonada. Possivelmente Allan já muito pequeno se sentiu abandonado. Agora, ele desenvolveu em si mesmo o hábito de abandonar, e isso por duas razões. Primeiro, ele simplesmente imita seus pais. Em segundo lugar, ele pode não aprovar a pobreza emocional dos pais, mas tenta evitar essa percepção. Ele rejeita a sua consciência e, portanto, a si mesmo: ele renuncia a si mesmo e se abandona. Uma mulher atraente é algo importante para ele, e ele se torna consciente de sua tendência a abandonar a si mesmo. Ele tem medo dessa consciência - e da mulher. Um jovem fala sobre sua incapacidade de enfrentar situações em que ele se torna o objeto de atenção e de avanços positivos dos outros: "Agora eu me sinto bem, e ouso começar a desfrutar da vida, da vida noturna ... Eu saio e me diverto com outras pessoas. Quando estou feliz as pessoas flertam comigo. É divertido, eu gosto. Eu costumava ser tímido, mas agora eu posso sorrir para eles. Mas torna-se problemático se alguém se apaixona por mim. Eu não quero desagradar ninguém. Quando eu consigo o amor de alguém, eu me fecho e me retraio. Eu sou naturalmente educado e tento lidar com o assunto bem. Mas mesmo quando eu sei que não vai dar em nada, eu não consigo, ou tenho medo, de dizer o que sinto, quando alguém está apaixonado por mim. Seria bom para ser capaz de ser feliz com outras pessoas sem ter medo de que alguém ficará sexualmente interessado. Agora que eu comecei a gostar de me divertir. É novidade para mim que não se deve ser muito aberto." Eu pergunto: "Qual é o seu sentimento quando alguém gosta de você, se apaixona por você?" Ele responde: "Medo de que seja algo proibido. Eu não entendo direito, fico um pouco confuso. E então eu fico com peso na consciência por isso. Há o que é bom com isso também, mas aquele medo..." Eu noto: "Você diz que sente medo quando alguém se aproxima e mostra interesse em você. Tal aproximação é, portanto, um perigo", ele responde: "Isso mesmo, é um perigo." Eu continuo: "É importante que você se permita ter medo, que você não tente se livrar dele." ele responde: "Sim, mas ainda assim... Eu também notei isso antes. Estou sempre ansioso e tenho que esfriar os meus sentimentos. Eu tenho sempre fugido, uma vez que tenha aproximação sexual." "É bom que você está falando sobre isso. Isso significa que você está prestes a aceitar a consciência deste problema. Tente aceitar essa dificuldade que você tem. Agora é uma parte de você, e pode ser." Ele continua: "Quando eu encontro com pessoas irritadas, é de alguma forma mais fácil. Mas este é um outro tipo de dilema. Está em terra sensível. É mais pessoal. Eu não quero dar a alguém um sentimento ruim." "O sexo é um tabu forte, uma área proibida, embora geralmente falarmos muito sobre isso. Está freqüentemente associada com grande vergonha" Ele responde: "Sim, com vergonha. Seria tão bom se desse apenas para se divertir, sem qualquer interesse sexual. De certa forma, sou pega por ele, mas meu senso de responsabilidade sinaliza para eu responder. Eu perco o controle e começo a ficar ansioso. "Conte-me sobre esse sentimento de ansiedade." "Eu não quero desapontar ninguém, mas eu sinto que tenho a responsabilidade de agir." Eu respondo: "A responsabilidade é liberdade, e você não sente liberdade. Isso significa que você sente requisitos, faz exigências sobre si mesmo." "Exatamente, é assim que sinto." Minha interpretação: "A possibilidade do encontro levar a uma relação sexual aumentam os altos padrões que você tem de si mesmo, resultando em medo" "Sim, existe esse medo. Ele não é natural ... faz-me de certo modo confuso." Eu continuei: "É exatamente as suas expectativas e necessidades que alimentam ele, é fazer você se sentir não natural e experimentar a situação difícil." "Sim, certo." "Mas por estar ciente disso que você tem a capacidade de sair desta armadilha de medo e vergonha. Daí, você pode se abrir e desfrutar também da beleza e alegria da sexualidade." Um pai conta sobre sua filha adotiva, Telma, e descreve a forte reação e dificuldade que ela tem de aceitar a sexualidade: O pai conta para Telma que seu professor disse ter uma relação de amor e ódio com ela. Telma reage com raiva gritando: "Que porra ele diz isso!" O professor se preocupa com seu aluno e quer que ele se sinta bem. Mas Telma é muitas vezes infeliz e agressiva. Apesar do fato de que o professor está consciente disso ele ainda se decepciona quando percebe isso. O professor que tanto que Telma seja feliz. Mas uma decepção após a outra leva à raiva e às vezes ao ódio. É fácil para o professor amar Telma porque ela no fundo é uma criança absolutamente natural, aberta e direta, despretensiosa e exuberante feliz. A ira do professor é uma expressão do seu amor, que ele se preocupa muito com ela. Quando Telma ouve ela reage com raiva, portanto, ela também se preocupa. Mas ela tem medo de estar consciente do amor em si e vivê-o como um perigo. Por isso ela reage com raiva quando descobre que o professor a ama. Na Índia, onde a grande maioria dos casamentos são aqueles que os pais arranjam para os seus filhos, fizeram um comparação depois de cinco anos, entre aqueles que estavam com o amor em casamentos arranjados e aqueles com o chamado casamento por amor. O inquérito revelou que, neste ponto o amor é maior em casamentos arranjados do que em casamentos de amor. Um casamento arranjado acontece por premissas práticas, enquanto um casamento de amor é baseada no amor romântico. Se esse é o ponto de partida para a vida conjunta, é mais provável que as partes irão se decepcionar. SEXUALIDADE - SORTE OU AZAR? Sexualidade geralmente envolve contato físico entre duas pessoas, e está associada ao amor romântico. Eu percebo-o como atraente, eu sonho com você. Sinto-me com vontade de estar perto de você, te acariciar e ser acariciado por você. Meu desejo por você cresce e eu quero ter contato físico, sexual com você. Quando pessoas que se amam estão juntos sexualmente, eles experimentam talvez os maiores prazeres e felicidade de sua vida. Eles querem se unir fisicamente e mentalmente, ou seja, completamente. A ligação psíquica ocorre no nível espiritual e emocional, e ganha, claramente, ajuda da força física fundido com o parceiro na relação sexual. O orgasmo dá um gozo forte que junto ao amor significa felicidade. O casal amoroso se sente como no paraíso, em perfeita felicidade. É como se fundir com seu parceiro, de modo que nos tornamos um só com ele(a). Em um ato puro, é como se a pessoa perdesse seu self (ego), se torna “um” com seu parceiro. Ao mesmo tempo que perde o eu na fusão, é elevado ao todo. Todos os limites usuais que experimentamos desaparecem. O todo é basicamente energia metafísica, espiritualidade. Um ato sexual puro é essencialmente espiritual. Uma pessoa nunca chega a um tal estado de puro amor, mas ela chega perto o suficiente para estar ciente dele. Um dos objetivos centrais do ato sexual é a manutenção da vida. Ele cria a base para uma nova vida e ao mesmo tempo, na forma mais pura, a morte instantânea do eu. Na verdade, a morte e o ato puro de sexo se assemelham. Quando morremos, nosso corpo para de funcionar e nossa alma, que podemos chamar de consciência, se livra das limitações do corpo. É esta consciência liberada também livre de nosso ego? Aqui entendemos o ego como a parte patológica do psiquismo. A morte significaria uma libertação tanto do material quando das inibições. Lá é combinada a consciência de um modo semelhante como em um ato sexual puro. A morte é como uma relação perfeita com o universo. Um ato sexual puro, que nenhum ser humano pode experimentar totalmente, também é, em essência, principalmente espiritual, e até lá o indivíduo se funde com o universo. As formas mais comuns de sexualidade é hetero-, bi-, homo e transexualidade. A sexualidade também pode ser descrita a partir de outros ângulos, tais como o sadomasoquismo, onde a adição e a experiência de dor e humilhação é associada ao prazer sexual, independente se é questão de uma relação heterossexual ou homossexual. Coçar-se, cortar-se, tomar um banho quente ou estrangular a si mesmo pode dar prazer sexual, mesmo que não estão associados com a relação sexual. A atividade sexual é uma atividade humana como as outras atividades necessárias, como comer, dormir, socializar, ser feliz ou trabalhar. Se você não quer oprimir ou abusar da outra parte, mas ambos são companheiros por livre vontade, então ninguém deveria se intrometer no assunto. Nenhum de nós decide se tornar heterossexual, homossexual, necrófilo ou pedófilo. Existem várias hipóteses sobre por que os seres humanos desenvolvem vários tipos de preferência sexual ou gosto. Às vezes falam sobre o genoma, às vezes sobre a influência dos pais. Não foi encontrara nenhuma conclusão clara. Os pesquisadores geralmente tentam explicar o assunto como um fenômeno ligado à sua própria área de especialização (como sociologia, psicologia, biologia, medicina). Especialmente entre os adolescentes é aparente os pré-juízos humanos e necessidade neurótica de demonstrar que se está adaptado às normas. Se quiser machucar um menino é o chamando de e uma menina de prostituta. Eu estava ensinando 40 jovens em um colégio internato. Um menino soltou uma par de vezes comentários críticos sobre os homossexuais. Quando ele, pela terceira vez, levantou o assunto, eu interrompi a aula, olhei respeitosamente para o menino e disse: "Você fala muito sobre esses homossexuais ... Eu tenho para mim, que, onde o coração está cheio, a boca fala." Ficou em total silêncio a sala de aula e vi muitos rostos aliviados. O garoto ficou sentado em sua cadeira e não disse nada. A lição continuou. Durante a próxima pausa o menino veio até mim e perguntou sobre tudo o que surgiu durante a aula. Ele perguntou se podia ajudar de alguma forma com as modalidades práticas. Ele se tornou meu amigo naquele dia. Foi surpreendente a facilidade com que ele parecia aceitar a consciência. Aquela pessoa que chama a outra de prostituta associa o ato sexual com compra e venda. É esse um sinal da dificuldade da pessoa de sentir a comunhão amorosa com outro ser humano? Ele tem medo de ser impotente em um ato sexual com base no amor? No caso de interferência na atividade sexual valem quase os mesmos princípios que em outras áreas da atividade humana. Se você a qualquer preço quer adormecer, então foge seu sono, buscando o sucesso sexual a pessoa também estão fugindo dele. Se aceitamos a insônia ou incapacidade sexual, então pode não ser um problema. Quando a sexualidade é associado com um tabu começa-se facilmente a idealizá-la em sua imaginação. Isso faz com que o lado prático fique problemático. Auto-observação leva ao fracasso. Um foco sobre o desempenho não só mata a alegria do trabalho ou estudo, mas também as alegrias do prazer sexual. Uma amiga minha de 20 anos, uma jovem mulher chamada Débora, me contou que tem muita dificuldade para construir, uma relação próxima de longa duração. Quando ela conhece uma pessoa que lhe interessa, ela geralmente responde fazendo charme. Se o objeto realmente acaba se interessando por ela, ela para e esfriar seus sentimentos. Especialmente se ele faz de tudo para mostrar o quanto gosta dela, depois Débora perde todo o interesse. O objeto do seu prazer se torna quase repulsivo para ela. Ela vive para encantar e sente, talvez, deste modo que ela existe. Ela tem medo de proximidade de si mesmo e aos outros. Um problema comum em uma relação sexual é que se espera a ereção e o orgasmo. Uma expectativa forte se transforma em uma obrigação e, portanto, uma barreira. Uma mulher de 30 anos de idade, diz que está muito frustrada e com raiva de si mesma, porque não consegue viver em um relacionamento. Ela tem uma forte necessidade de proximidade física, de um amante. A ansiedade cresce de modo que ela não consegue dormir. Ela se lembra de seus relacionamentos passados e como eram estressantes e destrutivos. Frustrada, ela pensa sobre a sua necessidade de proximidade física. Eu peço-lhe para mencionar alguma palavra espontaneamente que ela associa a proximidade física. Ela responde: "Ternura, se preocupar, o calor, a segurança." Minha interpretação: "Suas expectativas, ou seja, a sua exigência de se sentir ternura, carinho e conforto faz com que você, em seu interior, se aliene ainda mais desses sentimentos." Ela observa que é como um ciclo vicioso, uma tragédia de auto-alimentação que ela auto-dirige. Eu noto: "Sua ansiedade e frustração são um sinal benéfico de que você com sua atitude exigente abandona a si mesmo e aos outros. Você está ciente de que esta é a tragédia de sua vida. Ao mesmo tempo, você está ciente do carinho e ternura que existe em você mesmo. Em nossa cultura, a sexualidade de uma certa maneira é um tabu, quase uma coisa proibida. O sexo é associado com vergonha. Você geralmente não fala sobre suas preferências sexuais e hábitos, como, por exemplo, faz sobre decoração, culinária e atividades de lazer. Tudo que é proibido é particularmente interessante, precisamente aí a atenção é dirigida. Nos países católicos, os padres não podem se casar. Eles são forçados a viver em celibato. O espírito de censura torna a sexualidade um problema, quer sob a forma de sexualidade reprimida, covardia, ou qualquer outra atividade que causa sofrimento. É, provavelmente, mais fácil para alguém que foi cuidado com afeto físico como criança ter um contato próximo e de confiança com outra pessoa. Mesmo se uma pessoa tem dificuldade de sentir carinho e amor ela pode aprender a técnica de uma vida sexual ativa. Ele tem facilidade de conseguir uma mulher, como dizem. Ele constantemente muda de parceiras. Possivelmente ele se casa, mas continua a explorar novos relacionamentos, afinal, ele não está satisfeito com ninguém, nem com ele mesmo. O que ele ganha perde quase imediatamente o seu valor. Ele sofre de inveja no sentido que tem o termo inVedi: ele não vê valor na riqueza da sua realidade, não na sua esposa, nem mesmo em sua nova conquista, mais do que fugaz. Ele sente a necessidade de buscar algo novo. As mulheres aprendem a ver os problemas do homem e ameaçam-o de vez em quando com um divórcio para que ele não se sinta confiante na sua conquista. Pode-se obter prazer do sexo, drogas, poder, ao ser admirado, até mesmo por torturar outro ser humano, mas certamente não é uma fonte de felicidade. O prazer é fugaz e, portanto, nada como a felicidade e o amor. SOLIDÃO Com a prosperidade econômica das pessoas aumentou, a solidão se tornou cada vez mais comum. O sistema econômico nutre um ideal onde a casa própria e carro e qualquer tipo de vida privada é o pré-requisito para a felicidade. Fornece simultaneamente alimento ao egocentrismo que faz as relações humanas cada vez mais difíceis. Um arquiteto, um homem com cerca de 50 anos, chega a terapia e começa a queixar-se de sua solidão. Ele descreve o quanto ele sofre com isso. Ele diz que é o seu maior problema e se sente como uma vítima dele. Ele fala por muito tempo. Eu pergunto se ele tem família. Depois de uma ligeira hesitação, ele começa a contar. "Eu tenho uma esposa, três filhos e uma amante. Sou sócio de uma firma de arquitetura com cinco pessoas..." Ele realmente não tem falta de contatos sociais e formais próximos, mas no meio de tudo isso, ele se sente sozinho, isolado dos outros. Ele é separado de si mesmo e do seu interior, ele executa sua vida. Ele sofre de vida emocional limitada, que ele restringe. Na verdade, ele tem medo de entrar em contato com seus sentimentos, consigo mesmo e, portanto, com a realidade. Até que ponto sua infância ou herança genética contribuiu para isso é impossível dizer. Qual proporção tem sua própria abordagem à vida? Quanto mais ele se conscientiza de seu problema, de sua própria atitude, com mais liberdade ele começa a experimentar contato com seu interior e, portanto, com seus próximos e o todo. A solidão pode levar a uma dependência de relações humanas, onde se sente uma necessidade imperiosa de estar constantemente com alguém para evitar ter que estar ciente de sua solidão. Os seres humanos temem a consciência de que abandonou a si mesmo. Se você sente solidão, aceite-a e esteja ciente dela. Sinta os sentimentos associados a ela, embora possa ser relacionada com tristeza, medo, desespero, vergonha ou inferioridade. Considere o seu sentimento como sua atividade emocional. Não se culpe e não tente encontrar uma solução. Pense em seus pais e seu relacionamento. Você encontra algo neles que você pode reconhecer em si mesmo? Fortaleça a consciência das riquezas humanas de modo que você lide com curiosidade e com auto-respeito à consciência de suas inibições. A solidão é uma questão de vontade ou atitude de vida? Como é possível que Nelson Mandela, que passou muitos anos na solitária pode preservar o equilíbrio mental? Em um relacionamento a dois, é importante que você fale abertamente sobre a vontade sexual, os desejos sexuais e quaisquer limitações, assim como fazemos com outras coisas quando se trata de gosto. É bom que as crianças comecem a ouvir essa comunicação entre os pais, como uma coisa natural. Desta forma, evitamos superestimar a sexualidade como pré-requisito para a felicidade, e então torna-se muito mais agradável. O amor é fazer o bem. 3.2 COMO LIDAR COM ÀS EMOÇÕES 3.2.1 Você se considera como uma vítima de suas emoções? Irritação, medo ou raiva não caracterizam uma pessoa como boa. Ela não é autorizado a ter emoções negativas, elas devem ser escondidas, o que significa que ela rejeita a consciência. Quando se diz que uma pessoa nega a sua ira, dizemos que ela está realmente tentando negar a consciência da sua ira. Mas a raiva não vai desaparecer por negar a consciência dela, mas faz ela crescer. Nossa cultura é do desempenho e centrada na competição além de muito superficial. Emoções são praticamente tabu. As emoções não tem importância, nem em casa, na escola e no trabalho, e você não pode encontrá-las. Raiva, tristeza e desespero são curados com álcool ou medicamentos que entorpecem os sentimentos. As emoções são cuidadas sufocando-as, de facto, ao eliminar a consciência delas. Isso é suprimir o ser humano. Também bons sentimentos são surpreendentemente proibidos. Se eu estou apaixonado por você, pode ser que eu tenha vergonha e medo de que meus sentimentos serão revelados. Como se fosse algo vergonhoso eu gostar de você. Ainda que eu tome coragem e diga que gosto de você, você, talvez, responda que não está interessado em mim. Por isso eu reajo como se humilhado, como se você tivesse me machucado. Parece vergonhoso para mim que você não gosta de mim do jeito que eu queria. Minha vergonha é neurótica. Eu não tentei te machucar, mas ao invés disso eu disse algo muito positivo para você. No trabalho, devemos agora alcançar resultados de modo mais visível e mensurável do que antes. Os problemas devem ser resolvidos imediatamente. As constantes exigências de resultados impedem a possibilidade para o trabalhador de sentir o que está fazendo. Presterandet ger inte möjlighet att känna efter. A alegria da aprendizagem e trabalho desaparece e é substituído por demandas e pressões. É alienante e nos faz separar dos valores humanos e do amor. É como uma roda gigante. Um círculo vicioso, que com o tempo pode resultar em estresse grave e doença. ATITUDE DE VÍTIMA Uma pessoa saudável tem medo em uma situação perigosa. A perda provoca dor e por um acaso você se sente feliz. Mas como uma pessoa reage a uma perda ou um momento de sorte depende de sua maneira de se relacionar. Pode-se também, em um momento de sorte, reagir com resistência e em momento de falha com uma satisfação que é escondida até para si mesmo. É comum sentir-se como se os sentimentos surgiram a partir de uma caixa preta dentro de nós e de fatores externos, como se as emoções governassem as pessoas independentemente de sua vontade. Alguns se sentem como uma vítima de sua depressão, do medo ou da paixão. Mas, basicamente, sua atitude controla seu jeito e os fins de desenvolvimento dos hábitos espirituais e emocionais e, consequentemente, suas reações, comportamentos e ações. Estamos tão acostumados a nos sentir como uma vítima de nossas emoções que a palavra "responsabilidade emocional" parece quase incompreensível. As pessoas tem sempre a ver com a injustiça e outras circunstâncias estressantes. A questão é como o indivíduo encara as dificuldades e manuseia as experiências dolorosas. Aceitando a consciência do seu problema, ele ajusta-se a que não pode imediatamente influenciar e tentar a longo prazo arrumar a injustiça, mas sem exigir resultado? Ou será que ele reage com atitude de stress, fugindo ou lutando contra? Atitude de vitima ou papel de mártir é como uma prisão interna. Quando o homem bloqueia sua liberdade liga-se aos seus problemas. Geralmente causa mais sofrimento do que o problema em si. Alguém que tenha tomado uma atitude de sacrifício torna-se impotente, sem perceber. Ela culpa outras pessoas ou circunstâncias. Ela nega a consciência de sua liberdade e reprime seus poderes de observação e julgamento. Ela perde o contato com a sua criatividade e iniciativa. Isso faz com que ela simplesmente não veja outra alternativa senão sentir profundo desespero. Se o seu cônjuge é violento você sofre com isso. Você pode ter medo de reagir, porque sente que poderia tornar a situação ainda mais perigosa. Você faz o seu melhor para agir de forma que ele não se comporte violentamente. Você, portanto, faz o seu melhor para agressividade dele não surgir. Você experimenta isso como a única opção e mantém-se cada vez mais na defensiva, se faz invisível para, por todos casos, não causar agressão. Você se sente impotente e sem esperança. O círculo está fechado, você tomou uma atitude sacrificial. Não julgue a si mesmo se você está ciente disso. Sua atitude sacrificial desenvolveu principalmente porque você não aceitou a consciência da violência do seu marido. Assim você instalou, sem perceber, um pacto com a propensão para a violência dele. Um cliente descreveu sua difícil relação com sua irmã e disse em análise: "Agora estou ciente de que meu relacionamento com a minha irmã é ao mesmo tempo agressivo e depressivo. Eu tomo a grosseria dela para mim mesma, sou ferida por suas palavras, sinto como punhadas no peito e eu me fecho em mim mesma. Assim, eu sempre fiz! " A consciência da atitude de vítima fornece a possibilidade de acabar com ela e libertar-se da sensação de desesperança. Este sentimento de desesperança é na verdade um sinal de que você espera e exigir mais do que o que você pode alcançar - e você não tem poder de mudar ou controlar o seu cônjuge. Quando você resolve a sua atitude vítima você entra em contato com a sua capacidade de avaliar melhor a situação, você pode pedir ideias a outros e encontrar nova maneira de lidar com a situação. QUANDO UM SENTIMENTO SE TORNA UM HÁBITO Atividade emocional pode ser comparada com o ciclismo - é uma atividade tão comum que você normalmente não refleti sobre ela. Os seres humanos vivenciam suas reações emocionais como involuntárias, independentes de sua vontade. O medo pode se tornar um hábito quando se vive em uma situação de perigo prolongado. Uma família autoritária ou um sistema autocrático social mantém os membros com medo. As pessoas aprendem a estar constantemente com medo e tornam-se paranoicos. Embora o perigo tenha passado, todos estão na ponta dos dedos esperando a próxima acusação ou punição. Quando o sistema colapsa, pode demorar várias gerações antes de conseguir libertar-se da mentalidade de medo. O medo não precisa de perigo. É suficiente criar uma imagem na fantasia de uma situação perigosa. Você vive o que imagina. O medo pode ser um hábito emocional tão forte que as pessoas reagem a tudo com medo. Elas podem sentir a tentação de procurar situações e relações pessoais perigosas, onde ela pode sentir seu medo arraigado. A raiva, o descontentamento e ansiedade se tornam um hábito, um vício e uma parte de sua personalidade. Uma cliente diz que ela tem medo de que alguém vá entrar em sua casa pela escadaria. Como ela está sempre com medo ela tem dificuldade de se acalmar e dormir à noite. Eu pergunto como esse medo, o medo da expressão, sente. Ela dificuldade de descrever, mas para por um momento para sentir o medo. Eu digo: "É comum sentir medo quando é justifica pelo medo ao fim da vida." Ela responde imediatamente: "Agora sinto como se não poderia ter medo." Quando ela reconhece seus medos aumenta a consciência de sua reivindicação para não ter medo. Eu continuei: "Se você mudar de casa, você vai encontrar outro pretexto para dentro de você manter o seu sentimento de medo quando você for para a cama. Você é viciado em ter medo precisamente porque o medo é algo proibido para você. " Ela continua perguntando se é ruim ter medo do medo. Mais cedo, ela disse-me que, quando criança, estava com muito medo da agressividade de seu pai quando este estava bêbado. Ela temia e odiava-o quando estava bêbado. Mas ela o amava como pessoa. Sentia-se como "a garota do papai". É uma situação difícil em que o amor, o medo e o ódio se misturam. Eles formam um todo compacto. O ódio e o medo são experimentados como emoções proibidas, fazendo o amor se tornar proibido. Ao fazer tudo o possível para rejeitar a consciência do seu medo e ódio tentando sair da angústia. O fato de ela temer o medo se torna uma armadilha. Ela se torna viciada ao medo, e ela mantém seu medo vivo por buscar causas no ambiente, em sua imaginação, que sejam pretextos de sentir medo. Como crianças somos felizes e despreocupados. Mas logo descobrimos que tudo requer cuidado. Se cuidado é amor ninguém sofre disso. Mas se o cuidado prático se transforma em ansiedade, é uma forma de limitar a alegria da vida. Tal preocupação com base na inveja pode se tornar um hábito, e, assim, a pessoa fica à procura de uma causa de preocupação em tudo. Ela interpreta o mundo externo à procura de razões para a sua preocupação, da qual se tornou dependente. Tudo leva a problemas e requisitos de desempenho: eu preciso levar as crianças para a escola na hora certa, como vou conseguir que o dinheiro dure, vou perder meu emprego, e a roupa que deve ser lavada, está na hora de fazer sexo de novo, eu vou ser capaz dormir... Quando uma pessoa é preocupada encontra razões suficientes para se sentir assim. Preocupação e ansiedade são bons quando há problemas reais e nos faz reagir planejando com medidas práticas e agir de acordo com as necessidades e oportunidades. Um pai contou sobre os problemas de seu filho. O garoto se recusa a ir para a escola. O pai descreveu como ele está preocupado. Pedi-lhe para descrever seu sentimento ansioso e me dizer como ele se sente. Ele respondeu, continuando a descrever os problemas do menino. Pedi-lhe novamente para parar e descrever o seu sentimento de inquietação. Estas palavras foram repetidas algumas vezes. Ele tinha grande dificuldade de parar para sentir e descrever o seu sentimento. Depois de um tempo parecia que ele, de alguma forma, parou e pensou sobre suas preocupações, e então eu continuei a perguntar qual o impacto que a preocupação tem. Ele imediatamente respondeu: "Eu me sinto mal com isso." Eu perguntei se isso ajuda o menino, ele respondeu espontaneamente que com segurança não. Eu disse: "Sua preocupação é uma atividade emocional destrutiva, impede seu sendo de observação, seu julgamento e criatividade. Ela dá origem a um estado de energia negativa e, assim, também afeta negativamente a seu filho ". Nisso, ele reagiu com alívio. De acordo com uma pesquisa nos EUA (Aftonbladet 20/02/1991) um quinto dos americanos nunca estão com raiva. Os pesquisadores concluíram então que estão cronicamente com raiva. Neles, a agressão é uma atividade interna constante. O artigo dizia que há cinco vezes mais probabilidade de uma pessoa que muitas vezes está insatisfeita ou com raiva morrer antes dos 50 anos do que aquele que tem uma visão positiva da vida. SENTIMENTO E EMOÇÃO Muitas vezes falamos de sentimento e emoção, como se fossem sinônimos. No entanto, dizem sobre alguém que é muito emocional, que se foca principalmente a emoções negativas, como ansiedade, choro, mal humor, raiva ou euforia. Neste livro, eu defino as palavras sentimento e emoção como opostos. Sentimento (quer ser consciente de) Emoção (não quer ser consciente de) Amor Felicidade Gratidãp Entusiasmo Curiosidade Confiança ansiedade, medo indiferença, depressão euforia paixão cega irritação, ódio arrogância, agressividade Estes sentimentos são sinais de aceitação da consciencia sobre a realidade. A pessoa funciona equilibradamente, com um nível adaptado de estress ideal. Em uma situação de risco é necessário o medo e a raiva. Mas se não corresponder ao que a situação exige, significa que é uma rejeição da consciência (percepção). Sentir é estar ciente, enquanto um a emoção é um sinal de que os seres humanos reagem contra seus sentidos e sua consciência. Sentir é estar consciente, uma emoção é um sintoma de rejeição da consciência. Ficar com raiva não é sempre uma atividade emocional neurótica, uma emoção, mas pode ser um sinal de paixão. Alguém pode reagir tornando-se irritado quando experimenta a injustiça ou perigo. Em casos de emergência, o medo e o ódio são emoções saudáveis. Mas se a raiva continua mesmo que o estresse que a causou tenha passado, ela se torne um obstáculo e uma fonte de sofrimento. Então é uma questão de emoção, a raiva vem de censura e inveja. IMPOTÊNCIA E DESÂNIMO Impotência e desânimo é um sinal de querer mudar essas coisas em suas vidas que não podem ser mudadas. Se tem um forte desejo e exige de si mesmo a capacidade de impor sua vontade, mas simplesmente não tem essa capacidade. Nós imaginamos que nosso colega não faz seu trabalho corretamente e somos forçados a fazer parte de seu trabalho. Você se sente frustrado quando percebe que ele mais uma vez deixou o trabalho inacabado. Ainda assim você espera todos os dias que ele vá fazer o trabalho corretamente. Em sua imaginação, você tenta mudar a realidade, ele. Isso faz você sofrer todos os dias de frustração. Em vez de seguir esse padrão, você poderia tentar ajudar o seu colega de trabalho para ele tornar-se consciente de sua riqueza e conhecimento humano, e depois, eventualmente, ser capaz de mostrar-lhe como age contra si mesmo (Capítulo 2.2 resposta de confirmação). Se você se sente impotente, você deve parar e tornar-se consciente de que você quer ter mais poder do que você tem. Reflita sobre se deseja controlar os outros ou a si mesmo. Se é assim, você deve preparar-se porque os outros tem exatamente a mesma vontade, querem tentar controlar você. Controlar quer dizer, basicamente, evitar sentimentos ou comportamentos indesejáveis e tentar controlar os sentimentos e ações dos outros. Quando o controle é mútuos, evoca em ambos os partidos a consciência disso no outro. Ambos olham-se no espelho que o outro oferece e se identificam com aquilo que vêem. Mas, geralmente nenhuma das partes ficam ciente disso, mas reagem em vez com medo e raiva e tentam destruir o espelho suprimindo a contraparte. Isso acontece muitas vezes em relacionamentos íntimos, em relação aos seus próprios filhos ou esposa/marido. Os seres humanos têm um desejo tão forte de ajudar quem amam a agir bem, que se torna uma grande dívida. Eu não quero que minha filha seja assim passiva e preguiçosa, tenho vergonha disso e me sinto muito irritado. Desejo-lhe bem e faço de tudo para levá-la a aproveitar as oportunidades. Comigo, ela vê o descontentamento e as exigências, a energia negativa, o que automaticamente faz com que ela queira trabalhar contra mim. Falta de poder é também um sinal de que a minha filha e eu estamos em pé de guerra, uns com os outros. Estou ciente que não tenho o poder ou a capacidade de muda-la o suficiente, mas eu não aceito a consciência e, portanto, também luto contra mim mesmo. Sua passividade ganha vantagem sobre mim, porque eu não queria tornar-me consciente deste traço nela. Eu não consigo lidar com ela de maneira sensata e ajo, em vez, destrutivamente. A fraqueza é um sintoma útil. Na sua forma mais simples, diz que estou muito cansado e preciso descansar adequadamente. Ele também pode ser um sintoma de que estou lutando contra moinhos de vento (consciência), como Don Quixote. O sentimento de desespero é sempre um sintoma de que eu quero, ou na verdade exijo, o impossível. Com uma atitude humilde, eu entro em contato com a realidade e, portanto, também com a minha capacidade. NÓS NÃO RESPEITAMOS OS SENTIMENTOS UNS DOS OUTROS Às vezes ouço as pessoas dizerem que os suecos têm medo do conflito e queremos que todos sejam da mesma opinião. Desacordo significa conflito: leva muitas vezes a emoções negativas, que não são autorizadas a ter. Qualquer um pode experimentar uma opinião diferente como um insulto, e isso não pode acontecer. Não se atrevem a falar sua opinião porque alguém pode ficar ofendido. As emoções negativas são feias ou apenas outra forma proibida e elas quebram a imagem de harmonia e bem-estar. Em sua atividade emocional um é visto como vítima para os outros. Desta forma, alimentamos a idéia de que uma pessoa é culpada de ferir o outro e, portanto, responsável pela atividade emocional que a outra pessoa tem. É um pensamento estranho, mas as pessoas desde a infância são ensinadas a pensar assim. Incentiva a paranóia mútua e projeção (ver os outros como inimigos, apesar de que é você que se machucou). Desde há quase 20 anos, eu tenho uma família amiga em Uppsala. Eles tem uma filha chamada Anna e um filho chamado Per. A filha tem agora cerca de 20 anos de idade. Na adolescencia ela sofria de anorexia, automutilação, depressão e isolamento. Mas ainda assim terminou a escola e agora tem um local de trabalho. Quando os visitei, tenho observado a situação do lado e longamente me perguntado sobre o que isso é realmente. Os pais de Anna são pessoas felizes e ativos, eles amam seus filhos muito e não parece ter quaisquer problemas particulares. O pai tem um emprego que fez com que ele estava em casa muito e conseguiu cuidar das crianças com grande calor. Onde está o problema ou o é apenas as próprias dificuldades psicológicas de Anna e suas inibições, incluindo sua censura, perfeccionismo, inveja e egocentrismo? Quando eu, mais uma vez, estava jantando com eles, eu pensei que vim a uma hipótese interessante. O pai ama seus filhos muito, como os pais costumam fazer. Mas ele passa por algum limite. Quando a filha, por exemplo, está triste ou infeliz, ele faz de tudo para fazê-la feliz. O pai não permite que ela realmente também tenha dias piores. Ele ama sua filha e deseja-lhe bem. Ele quer que ela se sinta bem. Mas é como se ele não respeitasse o direito de Anna de sentir ansiedade e raiva. Ele se torna ansioso e age imediatamente quando percebe isso. A filha vê em seu pai amor. Ao mesmo tempo ela sente que o pai não a deixa sentir o que sente. Ela tem uma atitude severa e exigente, mas sente que é dele (projeção), e ela começa a pensar que é o pai que exige dela sempre se sentir bem. Ela projeta ele negando-lhe o direito de se sentir deprimida, nervosa, irritada ou inquieta. A filha sente isso mau, injusto, intrusivo e até mesmo ofensivo. Anna começa a se irritar e sentir nojo desta característica no seu pai. O ambiente é cada vez mais tensa na família. A família não entende, na melhor boa vontade, o que está acontecendo. Anna briga muitas vezes e, de repente, fica agressiva, reclusa e deprimida. Às vezes, ela é a própria de costume. Ela sente amor e ódio quando ela encontra seu pai. Os sentimentos tem grande importância para os seres humanos. Neles são elementos centrais da existência. Uma pessoa que está com raiva ou deprimida têm uma forte necessidade de ser vista, ou seja, ser aceita exatamente nos termos que ela sente. Anna faz a interpretação de que ela não pode sentir que ela sente. Ela sente que não é aceita e que ela não pode existir. Isto leva a um círculo vicioso, e os sintomas de Anna pioram. Finalmente, ela se muda de casa para outra cidade e começa ao menos aparentemente a calmar-se quando consegue distância. Eu ponderei comigo mesmo sobre a hipótese. Por acaso, eu tinha um compromisso com Anna no dia seguinte. Quando nos encontramos e tinhamos discutido os assuntos, eu perguntei a ela se poderia apresentarlhe minha hipótese. Ela ficou imediatamente interessada e eu comecei a falar sobre meus pensamentos. Anna ouviu atentamente, com lágrimas fluindo e tremendo o corpo. Ela chorou e eu disse que é bom que ela dá a si mesmo permissão para chorar e sentir a sua dor. Depois de um tempo ela estava claramente aliviada e libertada. Nós conversamos mais um pouco. Antes de nos separarmos, pensamos como poderíamos ajudar o pai a tomar consciência da questão, sem se culpar. Nós não respeitamos a liberdade do outro se sentir, mas queremos controlar os sentimentos dos outros, especialmente quando é alguém importante para nós. Isso da espaço para sofrimento desnecessário. Aqui também, a consciência é libertadora. Um dos meus clientes tem pensado sobre isso por algumas sessões. Quando ele veio novamente na análise um dia ele me disse o seguinte: "Minha filha está atualmente no exterior e quando ela chegar em casa, eu vou dizer a ela que agora pode ser livremente irritada ou mostrar sua insatisfação. Eu finalmente percebi que é liberdade sua e não algo que eu sou responsável. A partir de agora vou tentar respeitar seus sentimentos e aceitá-los. Na vez seguinte ele me disse que tinha feito exatamente como ele planejou. Ele disse que sua filha primeiramente ficou um pouco surpresa, mas parecia entender o que estava acontecendo. Ela tinha o hábito de ameaçar virar as costas para ele e ser agressiva se não conseguisse o que queria. Ele me disse que se sentia estranho que foi tão fácil. A filha acabou quase que imediatamente com suas tentativas de manipular através de seus sentimentos. O cliente continuou: "No caso de grandes conflitos, discutimos o assunto e notamos que não chegamos a um consenso, mas que não precisamos fazer isso. O principal é que sabemos como se sente a situação e o que pensamos sobre isso. Temos, finalmente, aprendido a respeitar a atividade emocional do outro, e tem simplificado bastante nossas vidas juntos." Ir além dos limites em sua preocupação com os sentimentos dos outros resulta em uma situação onde você, como se assumisse a responsabilidade pela a vida emocional de outra pessoa. Mas não é questão de responsabilidade, pois responsabilidade é liberdade e, em tal situação, não se tem liberdade. Assumir a responsabilidade, aqui, envolve de fato, exigir. Responsabilidades e exigências são opostos. Se eu tentar controlar suas emoções, você tem o poder sobre mim. Você ameaça com insatisfação, raiva ou mal humor, é claro, não em palavras, mas em sua atividade emocional. Eu faço todos meios para você não ficar ofendido ou magoado. Você ganha o poder de me controlar. Isso é manipular as emoções. Uma mãe ameaça seu filho: "Se você não obedecer mamãe fica triste." Então, nós já aprendemos desde pequenos a usar emoções como controle. Aquele que manipula com as emoções, quem está ameaçando os outros com ser ferido, irritado, deprimido ou com ódio, estão entre aqueles podem ser manipulados. Ele sofre, de fato, com o seu hábito. Ele ensina os outros a serem desonestos. Fica uma atmosfera onde as pessoas se controlam para não ofender ou irritar outros acidentalmente. A alegria e a espontaneidade da interação desaparece. Em sua atividade mental e emocional é o homem livre. Se tentarem limitar essa liberdade, indiretamente ou com qual finalidade que for, é visto como injusto. Portanto, é importante respeitar o aborrecimento, ansiedade, raiva ou o amor sem cabeça e euforia do outro. O mesmo se aplica a si mesmo. Quando você aceita os meus sentimentos, eu sinto que você me respeita e, em seguida, também é mais fácil para mim respeitá-lo. 3.2.2 Como lidar com as emoções negativas A importância das emoções das reações e comportamentos humanos é muito maior do que dos pensamentos. Os pensamentos são reflexos de sentimentos dentro da área do intelecto. Mas, é claro, também podemos trabalhar na direção oposta. Podemos estar conscientes da nossa raiva, sentir-nos responsáveis por isso e agir com sabedoria, apesar de estarmos com raiva. Eu me sinto bem quando eu sinto o calor, humildade e gratidão. Eu me sinto mal quando sinto angústia neurótica ou amargura. O que eu "faço" em meus sentimentos, é o que sinto. Entre outras coisas, nas escolas poderiam treinar sistematicamente para nos tornarmos conscientes de nossas emoções, como, por exemplo, quando os alunos chegam na sala de aula de manhã, eles sublinhassem na tabela abaixo a área que melhor descreve seu estado emocional: Forte Moderado Um pouco Insignificante Alegria Curiosidade Preocupação Raiva Por um tempo, a tabela pode ser usada com semanas de intervalo. Você vê, onde a maioria assinalou, tornando mais fácil discutir qual sentimento geral de grupo no momento. Quando o professor usa o tempo com isso, ele mostra que valoriza a atividade emocional e não o culpar ou criticar. As crianças aprendem a se tornar consciente de suas emoções e aceitar a responsabilidade por elas. É bom para variar, por vezes trocar a lista das emoções da tabela. Também em coletivos de trabalho, os adultos precisam de ferramentas para tornarem-se conscientes das emoções. Ao destacar a alegria, entusiasmo e gratidão para que todos possam vê-los, fortalece a consciência dos mesmos. E quando a insatisfação, alienação e raiva podem surgir remove seus efeitos negativos, e você pode estar ciente dos problemas práticos associados a eles e tratá-los abertamente. Quando você está preocupado, você deve parar e conscientemente ouvir as suas preocupações. Quando você tem medo, você deve tomar tempo e sentir o seu medo. Sinta quão grande é o seu medo, onde está e como ele sente. Não se pergunte por que está com medo. Fique consciente e enfrente o medo em você. Quando você experimenta tristeza, você deve se abrir para a dor, senti-la. Isso não significa que você deve fomentar a tristeza, mas que você identifica precisamente a tristeza que você sente em sua mente. Quando você sentir insegurança e timidez, permita-se experimentar esses sentimentos. Não tente se livrar deles, mas sinta-os. São sintomas úteis, sinais de alarme. Não tente ser forte e confiante. Aceite a conscientização de suas inseguranças. Se o problema não for tratado na fase inicial, uma pequena insatisfação cresce e vira irritação e mais tarde se transforma em amargura e talvez finalmente em ira. Por trás do silêncio, bondade interpretada ou amargura, uma pessoa pode desenvolver uma atitude negativa crônica e uma mentalidade de vítima que terá dificuldade de se conscientizar como sua própria, e, assim, se livrar de. Não é proibido odiar mas você não deve dar vazão ao sentimento de ódio batendo, destruindo ou agindo destrutivamente de qualquer modo. Entre o sentimento e a ação está a consciência e o senso de auto-disciplina. Ao aceitar a consciência de sua raiva, você pode reduzir o seu desejo impulsivo de bater. Quando você se torna consciente de sua irritação, você deve decidir agir com bondade e respeito. Quebrando sua atividade emocional negativa. Quando você se torna consciente de que está desanimado e aceitar isso você pode começar a fazer algo para os outros, e sua depressão desaparecerá. Uma vez que você, contra sua vontade, começar a agir de uma forma de afirmação da vida, você é guiado em uma atividade emocional positiva e, finalmente, abre sua atividade espiritual para a energia da vida. Em uma situação de terapia uma mãe conta o quão difícil é tornar-se consciente e respeitar os sentimentos. Ela tem duas filhas de 20 e 12 anos, Helena e Rosita. A mais nova delas é autista. Helena liga para sua mãe e pede para buscá-la de carro na cidade vizinha. A mãe fica irritada, porque ela acha que Helena poderia muito bem pegar o ônibus. Mas ela decide ir, pois tem sido difícil de se conectar com Helena e ela acha que pode conseguir isso durante a viagem de carro. Eles conversam durante a viagem e Helena diz: "Você está sempre com aquela retardada." A mãe conta que não consegue dizer uma palavra e que a mesma coisa se repete com bastante frequência. Eu pergunto a ela o que ela sente em tal situação. Ela experimenta, sem dúvida, a pergunta como constrangedora e não a responde, mas continua contando mais detalhes sobre o evento. Depois de um tempo eu ofereço-lhe algumas opções: "Você sente indignação, decepção, ansiedade ou raiva?" Primeiro, ela quer recusar, mas hesita e depois de pensar por um momento que ela começa a se lembrar. Ela reconhece precisamente esses sentimentos em si mesma. Pergunto-lhe se aceita a ansiedade e raiva em si. Ela fica mais uma vez envergonhada e diz que ela não pode fazer nada sobre seus sentimentos. Se ela não aceita a raiva em si mesma, isso não leva que não aceite a ira dos outros também, pergunto-lhe. Ela responde afirmativamente. Eu digo: "Você reage com medo e raiva da insatisfação de Helena, por que você sabe que ela não deve ser autorizada a existir. Isso faz com que você rejeite a consciência de sua raiva, e, assim, submeta-se. E quando você está submetida, você não consegue falar com Helena. Ela está consciente deste movimento em você e aprendeu a ganhar poder sobre você pela sua raiva e ameaçando abandoná-la. " Ela pensa sobre isso e então eu sugiro: "Você poderia dizer a Helena que ela fere a si mesma com essa raiva." A mãe responde: "Então ela iria realmente ficar com raiva." "É importante deixá-la ficar com raiva para que ela aprenda que não tem poder por não cooperar. É provável que ela usa este método com outras pessoas, o que será problemático para ela, por exemplo, na vida profissional e em um relacionamento." Eu sugiro:" Tente conscientemente praticar a aceitar a raiva. Diga tudo isso a ela, para que ela também saiba que você pretende começar a treinar para aceitar e respeitar a raiva e sentimentos de abandono." É impossível forçar um outro (ou a si mesmo) sentir ou não sentir de alguma forma particular. Quando proíbe-se alguém que está bravo a ter raiva, ele se torna ainda mais furioso. Tentar ajudar uma pessoa que está deprimida por descrever tudo de bom em sua vida, é experimentado por ela, como doloroso. Requisitos, críticas, proibições e explicações lógicas não ajudam quando o caso é emoções. Faz geralmente o efeito oposto. Para emoções serem processadas, devem ser autorizadas a existir. Mesmo em situação de terapia, é difícil conseguir que um cliente realmente descreva seus sentimentos. Quando se pergunta como o medo sente ou como a pessoa reconhece o seu nervosismo, as respostas são muitas vezes descrições de como e por que, ou seja, todos os possíveis fatores externos. Um cliente pode ficar irritado. É tão comum que as pessoas não queiram ser conscientes de sua liberdade e responsabilidade. Assim é, tanto na terapia como na vida cotidiana. Uma cliente de cerca de 50 anos de idade, Carla, descreve uma epifania. Ela encontrou sua neta Ana, que chorava e estava com raiva por que não conseguiu sua vontade sobre algo. Carla disse-me que desta vez ela se lembrou que você pode sentir raiva, e essa raiva não é proibida. Ela experimentou a percepção com alívio e descreveu a sensação: "Quando estou com raiva ela é minha, é coisa minha. Eu não posso culpar os outros por isso. Eu não tentei acalmar Anna e isso fez sua raiva passar logo. Minha reação normal é que não podemos ficar com raiva. A raiva é feia, devemos estar felizes e amáveis." Ela continua: "Quando meu marido me diz que eu não posso ficar com raiva, eu fico ainda mais furiosa. É lamentável que não podemos ficar bravos." Eu interpreto: "Sentir que é proibido ter com raiva, da a sensação de injustiça, de insulto. É certamente errado, pois somos livres para sentir. É injusto, também quando você é quem se nega a liberdade de sentir raiva. Você sente como uma injustiça, o que é de fato. E até nisso você reage com raiva." Ela pensa sobre o que eu disse e suspira com alívio. Em um momento, eu continuo: "E, por outro lado, se você tenta controlar os sentimentos do seu marido, significa que você está tentando restringir a liberdade e responsabilidade dele. Seria certamente ofensivo para ele, e provavelmente reagiria com rebeldia." IRA SAUDÁVEL E DOENTIA Você fica, naturalmente, com medo e com raiva se alguém ataca você na rua. Medo e raiva são emoções saudáveis. Em uma situação de perigo, é importante que você esteja ciente da ameaça - é precisamente através da reação com sentimentos de medo ou raiva que informa seu corpo quando você precisa usar rapidamente sua força, energia. Sentimentos de stress, medo e raiva, dão origem a reações de stress. Seu sistema neurológico direciona seu sistema hormonal para produzir os hormônios do stress, o que rapidamente lhe dá força. Tal defesa é saudável, quando seu medo e raiva são proporcionais à ameaça real. Se o medo ou a raiva está em dimensão maior ou menor, é um sinal de atitude neurótica, que é sempre caracterizada pela negação da consciência, pela censura e muitas vezes pela inveja. No nível espiritual, pode ser descrita como uma abertura para as energias metafísicas negativas. O campo de energia de uma pessoa com raiva é negativo. Ele irradia e estar perto desse alguém não nos faz sentir bem. Se um professor entra em sala de aula e percebe que há um caos geral e estudantes lutam podendo ferir um ao outro, ele bate o punho na mesa e grita: "Agora vocês param de brigar". Raiva envolve força, e isso que precisamos em uma emergência. A raiva é um sinal de que o professor reage fortemente e se preocupa se as crianças estão bem. Se importar é amor. EMOÇÕES NEGATIVAS CONTAGIAM É difícil enfrentar o medo e raiva, sem nos tornar aflitos. Quando a secretária do centro de saúde recebe pela décima vez telefonema de um paciente frustrado e irritado, ela começa ficar sem paciência. Ela não aguenta mais tomar todas essas acusações, exigências e ameaças. Mas, no seu trabalho, é um fato que pacientes e familiares estão muitas vezes ansiosos e, portanto, se comportam, alguns deles, de forma mais agressiva que o habitual. Quem, em um trabalho como esse, espera evitar atender pessoas com raiva, certamente se decepcionará. É importante aceitar e estar cientes da ira do paciente ou cliente. Vivenciar que aceitam o seu desespero, medo e angústia e sua forma de expressão agressiva, contagia essa aceitação. Ela reage a respeitar-se e, assim, também a secretária na frente dela. O paciente está sendo visto e ela sente que tem valor humano. Respeito não significa, por exemplo, dar privilégios a pacientes, como ir à frente dos outros na fila, ou algo semelhante. Ele é tratado como qualquer outro. Mas ele pode sentir ira, e não é criticado por sentir-se assim ou pressionado por isso. A raiva também pode ser uma das causas de sua doença física. No entanto, se nós tentamos agir para que outro não fique com raiva, tentando evitar todas as coisas que poderiam fazê-lo com raiva ou mágoa damos poder a sua ira. Ele saberá disso e usará ela para conseguir o que quer. Nutre sua agressividade. Se evitarmos a consciência de sua agressividade, atiçamos a na realidade e o machucamos. Às vezes perguntamos se é bom mostrar a raiva. Simplesmente incentivamos as pessoas a falar sobre sua raiva e seu sentimento de ser ferido. Entre amigos, às vezes é viável, mas é sábio para um médico que está irritado com seu paciente começar a descrever os seus sentimentos? É certo o professor gritar com um aluno que teve raiva de? A sua mulher acha que você grita com ela? Será você se sente bem quando seu supervisor xinga você com raiva? Não há necessidade de mostrar seus sentimentos negativos para outra pessoa, é suficiente que você esteja ciente deles e que sinta que é responsável por eles e ainda os trate como seu próprio problema. A pior alternativa é que você trai a si mesmo, tentando parecer calmo, para provar a si mesmo que você não sente raiva. Você sente raiva, mas você reprimir severamente sua consciência disso. O grau de severidade dobrou em você, e com isso também a sua pressão interna aumenta. É muito estressante. É melhor ser um pouco irritado do que trair a si mesmo. Portanto, é necessário ser generoso em termos de tolerar o outro e olhar entre os dedos o mau humor passageiro deles. CONSELHOS DE COMO ENCARAR EMOÇÕES NEGATIVAS Tente observar abertamente e interessado e estar consciente de ansiedade, medo, insatisfação, amargura, depressão ou raiva. Se relacione aceitando e de modo respeitoso com esses sentimentos. Emoções são transmitidas facilmente, o descontentamento se espalho, ao riso você reage com alegria e o medo torna-se com o tempo um medo coletivo. Tente evitar conscientemente a armadilha de reagir ao medo com medo ou raiva com raiva. Se possível, dê a si algum tempo, por exemplo, conte até dez ou conscientemente respire profundamente algumas vezes para não entrar na armadilha da energia negativa. Pense se nesta situação há algo pratico que possa se corrigido para aliviar a pressão. Pergunte o que o outro espera que você faça. Não entre na disputa. É uma armadilha. Gerencie a questão prática de uma forma clara e transparente. Evite a pergunta: "Por que você está com raiva?" Ela contém dois fatores de risco. Em primeiro lugar, ela é interpretada de modo que não podemos ter raiva. Ela fornece a pressão para censurar a consciência da raiva. Em segundo lugar, direciona a atenção para as questões externas: qual é a razão para que você esteja tão irritado? A pergunta "por que" reforça a noção de que uma emoção neurótico tem uma base racional. Isso reforça a atitude de vítima da pessoa e não considera sua própria responsabilidade por sua atividade emocional. Não solicite de si mesmo a capacidade de acalmar a raiva de outra pessoa, se o apaziguamento de pessoas com raiva não faça parte de seu trabalho. Aceite a raiva, é o funcionamento dessa pessoa perante a vida. Concentre-se em cuidar da parte prática. Uma grande parte das pessoas está constantemente irritada. Se alguém tentar prejudicá-lo, lembre-se que você tem liberdade de reagir e você é responsável por sua reação. Se alguém tentar culpá-lo, esteja ciente disso. Evite tomar atitude defensiva e concentrar a atenção sobre o comportamento da pessoa. Talvez você possa dizer: "Eu estou sentindo que você está se culpando." Se você nessa situação se sente como uma vítima sem esperança, significa que você tem uma atitude vítima. Você deu poder a grosseria de outra pessoa. Ao tornar-se consciente disso, você pode neutralizar o poder que deu. Se possível, tente encontrar as emoções abertamente e respeitosamente, ao falar sobre elas. Para quem está com raiva, você pode talvez dizer: "Eu acho que você parece infeliz e frustrado. É verdade?" Ele talvez responda: "É você quem está com raiva." Nisso, você pode responder: "Eu só tive esse sentimento." Não há necessidade de entrar em alguma explicação. Deixe ele deliberadamente sozinho. Uma pessoa não quer perder a cara frente ao outro. Mas quando você vai para a cama muitas vezes pensa sobre o que ouviu durante o dia. Também nos sonhos as pessoas tratam a consciência que elas acordadas se recusaram a lidar. Ao falar com respeito sobre as emoções de outra pessoa, você indica que não tem expectativa sobre elas e que você não censura-as. Essa atitude talvez contagia o outro. Evite dizer: "Você é ..." É estigmatizante. Fale sobre coisas que o outro tem ou como ele age. Como a raiva é vivida como proibida, você pode evitar o uso dessa palavra e, em vez falar de insatisfação, frustração e stress. Elas têm mais ou menos o mesmo significado, mas são mais fáceis de ouvi-las pronunciadas. Não presuma que a outra parte aceite a sua pergunta ou o que você diz. Se você esperar ou tomar como certo que vão aceitar o que você diz, você é exigente e cria uma barreira para entrar em contato. Sempre seja respeitoso. Avaliar a situação a partir de uma perspectiva mais ampla. Qual importância tem esta coisa para a vida? Você vai se lembrar da coisa toda em um ano? Se não, não adianta pensar nisso. Abstendo-se de uma atitude de julgamento, você libertar-se de uma pressão desnecessária. O amor é uma energia mais forte do que todas as emoções negativas. VOCÊ SENTE CULPA E VERGONHA? Um senso de culpa saudável mostra que alguém está consciente de ter agido errado. O comportamento pode, por exemplo, ter sido com falsidade, busca a perfeição ou a inveja. Culpa e vergonha são, portanto, sintomas saudáveis. Eles são sinais de que o sistema de alarme está funcionando. Ao permitir a culpa e refletir sobre a situação, pode-se tornar consciente de onde foi feito o erro, nos seus fins e nos sentimentos. É importante sentir e perceber a sua culpa e não fugir dela. É uma prova de senso ético. Culpa neurótica é o resultado de alguém que se condena e se culpa. É uma atividade emocional negativa que causa ansiedade desnecessária e pressão, até mesmo a pressão no peito e no coração. Culpa excessiva sempre se sente injusto. Uma pessoa não pode aceitá-lo, e você reage a se rebelar ou tornar-se deprimido. O sentimento de culpa é um sinal de que o homem percebe seu erro, mas não aceita a consciência dele, mas luta contra a consciência dele ao culpar a si mesmo. Culpa, condenação e moralização são práticas de censura. Um cliente conta que vivenciou muita culpa em sua vida, desde pequeno. Peço-lhe para descrever como sente essa culpa. “Eu não posso sentir culpa porque se não fico preso nela.” Ele está preso no sentimento de culpa justamente porque nunca se permitiu sentir a culpa que sente. Se ele se permitisse sentir e ficar consciente de sua culpa e sua atitude de se culpar ele poderia se libertar de ambos. Acredito que a maior parte da população humano é constituída de culpa neurótica de si mesmo e que apenas uma pequena parte é de culpa saudável. Alguém que se culpa também acusa outras pessoas e a vida, e vice-versa, é claro. O que você faz no interior contra si mesma faz na relação com os outros. Diz-se que um psicopata não sente culpa. Muitas vezes ele usa suas habilidades sociais, sua inteligência, criatividade e capacidade de manipular as emoções, extraordinariamente hábil, e consegue quase indefinidamente enganar seus semelhantes, e talvez a si mesmo. Ele tem consciência que também contém um sentido ético, mas está tão acostumado a negar a consciência da sua culpa que parece que ela não a possui. Na área da saúde, muitas vezes acontece que um cuidador ao perceber que um paciente tem sentimentos de culpa, reage, tentando eliminar a culpa com explicações racionais. Ele tenta fazer com que o paciente acredite que ele não causou sua doença. Seria melhor ajudar o paciente a se tornar consciente de sua culpa, a aceitar seus sentimentos e, assim, perceber que ele condena a si mesmo. Então ele abertamente contempla sua própria atividade mental e seu modo de vida que ajudou ele a ficar doente. Não custa nada refletir sobre si mesmo se você fizer isso com boas intenções. Liberdade e auto respeito só existem na verdade. Uma médica fala sobre sua bondade excessiva e seu constante senso torturante de culpa: "Toda a minha vida a generosidade tem sido uma camisa de força para mim. Eu sou boazinha com minha mãe, meu irmão e meus filhos. Também no trabalho eu sempre ouço o que os outros precisam e dou tudo de mim. Para mim, não é suficiente um louvor comum por minha capacidade e habilidade. Eu preciso ouvir o que fiz e por que foi tão bom. Caso contrário, eu não acredito que seja verdade. Eu quero que todos sejam felizes comigo e que eu faça apenas boas decisões. Até o meu chefe disse que não daria conta sem mim. " Eu pergunto-lhe como esta bondade sente, e depois de um momento de hesitação, ela responde: "Há algo doloroso sobre isso, uma sensação permanente de culpa." Confirmo a observação ao notar que ela está constantemente se sentindo culpado. Ela admite-o imediatamente. Noto: "Você não escapou da sua culpa, mesmo que tentou." Ela admite e fica em silêncio por um momento. Então, peço-lhe para descrever o sentimento de culpa. "É difícil, eu sinto tristeza e amargura. Quando meu irmão se suicidou meus pais disseram que a culpa foi minha, por eu não cuidar dele. Ao mesmo tempo, eu tive meu primeiro filho e fiquei extremamente feliz quando isso ocorreu." Estou continuo com a sensação: "Como você sente a consciência pesada?" "É doloroso, é como uma prisão, dor, angústia..." "Você está tentando se livrar dele, por que é uma prisão para você? Faça uma pausa, sinta e tome consciência da sua culpa." “ Ela existe constantemente, junto com minha mãe, meu irmão e quando estou sozinha." Eu interpreto: "Você é uma prisioneira aí e tenta constantemente rejeitar a consciência de sua culpa. Este esforço contínuo controla o tempo todo a sua atividade mental." Ela suspira e continua: "Sim, eu estava tão feliz quando recebi o meu filho. Enquanto isso, eu tenho uma consciência de culpa. Eu não posso sentir felicidade." "Alegria significaria que você traiu seu sentimento de culpa." "Toda a minha vida ... Que alguém ficaria triste por causa de mim, sinto como uma catástrofe." Na verdade, ela quer dizer que sente um medo catastrófico de estar ciente da dor que a culpa provoca. Eu continuo: "Você sente uma imensa alegria, que é amor, e ao mesmo tempo uma enorme dívida. O amor, a felicidade e a culpa derreteram juntos em uma única experiência em você. Você fez de tudo para ser agradável e aceita por todos para evitar ter que estar ciente de sua culpa. Seus pais culparam você de forma completamente injusta. Você não viu e não se tornou consciente da atitude de culpa dos seus pais, e, portanto, começou uma espiral de culpa em si mesma. . Para você se tornou algo proibido a felicidade", ela responde: "Sim, foi assim mesmo..." Ela sofre de um pesado sentimento de culpa porque seus pais culparama pelo suicídio de seu irmão. A saída desesperada e destrutiva dos pais foi de censurar a culpa deles, culpando sua própria filha. Eles devem ter tido uma forte atitude de culpa, mesmo antes de seu filho se suicidar. PERDOAR OU PARAR DE JULGAR? Nós temos nem o direito nem o poder de julgar outro ser humano, nem a nós mesmos. A nossa liberdade e nossa responsabilidade (nosso dever) nos permite tentar respeitar e fazer o bem uns aos outros, e, portanto, também a nós mesmos. Além disso, a Bíblia dá o conselho: "Não julgueis para que não sejais julgados." Se não temos o direito de julgar, também, no significado mais profundo, não temos o direito de perdoar. Ao perdoar, eu não quero dizer agora o hábito de pedir desculpas educadamente quando, por exemplo, acidentalmente empurro alguém. Seu vizinho fez algo muito ruim para você. Já faz algum tempo, mas você ainda está amargurado, assustado e com raiva. Você julga-o, ou seja, censura a consciência do que aconteceu. Quando você assume o papel de juiz você se suprime. Você não precisa perdoar, é o suficiente que você pare de julgar. Quando você aceita a consciência de que seu vizinho agiu assim errado como fez, você libertase da sua raiva e consegue, de uma forma equilibrada, começar a pensar sobre o que poderia ser feito para corrigi-lo. Muitas vezes eu vejo como as crianças são instruídas a pedir uns aos outros pelo perdão e talvez até mesmo se abraçam no final da discussão. Com boas intenções se educa então os filhos a falsidade e a vestir uma máscara social. É suficiente para ajudar as duas partes na controvérsia que cada um fique consciente de como lidou com si mesmos nesta situação. Ferir o outro é um sinal da própria ferida nos sentimentos. 3.2.3 “Bonzinho” demais Ser bonzinho demais é neurótico. Não é amor, mas algum tipo de máscara. A pessoa tenta agradar e negar as suas próprias opiniões, as suas esperanças e sua capacidade de agir. Ela não respeita a si mesmo e, portanto, também não o outro. Ela não age de forma aberta e honesta. Uma cliente conta: "É estranho que eu sempre reajo tão humildemente. Me irrita e me espanta." Eu me pergunto como essa bondade excessiva sente, e ela responde: "Eu me sinto falsa, ossificada. Quando meu exmarido liga eu reajo, contra a minha vontade, insinuante. Quando ele sugere algo que eu não gosto, eu respondo elogiando sua ideia. Acho que eu sou muito estranha." Peço-lhe para descrever ainda mais a sensação. Ela responde: "É muito desconfortável, nojento. Eu imediatamente penso em como resolver isso. Eu quero ser um ser humano decente para ele." Peço-lhe para descrever o homem com poucas palavras. "Ele está magoado, ferido, incapaz, fraco, uma vítima... Mas, ao mesmo tempo, ele é extremamente gentil, ele quer bem, ele tem medo da vida, ele não pode viver." Minha interpretação: "E tudo isso, você tem muita dificuldade de ver nele. Você experimenta a consciência da vulnerabilidade, fraqueza e da vida como um grande perigo. E você faz qualquer coisa para não ver isso em seu ex-marido, e portanto, em si mesma." Ela reflete e responde: “É assim mesmo..." No final da sessão, eu confirmo a consciência das riquezas humanas: "pelo seu ex-marido, você fica consciente, especialmente, da honestidade, coragem e vida nele e em si mesma." Se eu sofro de bondade excessiva, isso inclui muitas vezes a exigência de que ninguém pode ser infeliz comigo. Eu sinto uma forte pressão para que todos o tempo todo me aceitem. Esta exigência é dirigida a mim, mas também para outras pessoas, e causa uma reação nelas: elas se afastam a fim de proteger-se contra as minhas energias negativas. Atrás da bondade neurótica tem muitas vezes um medo de ser criticado e abandonado. Tenho medo de que os outros não vão me aceitar, que ficarei separado dos outros e deixado de fora. Este medo existe porque tenho medo de tornar-me consciente de que eu me critico, abandonando-me e, assim, me isolando e abandonando os outros. Bondade excessiva é também não ser capaz de dizer não quando você quer ou deveria. Dizer não é permitir uma proibição, que é obviamente necessário na vida. Quando se diz não, se reconhece os próprios limites: eu não aguento, não posso. Exigências de perfeição e uma atitude de falta de limites (megalomania) impede a pessoa de ver melhor sua capacidade e recursos com suas limitações. Se você tem expectativas graves e intermináveis sobre si mesmo, tem também exigências infinitas do outro. A dificuldade em dizer não pode também ser resultado de que dizendo não toma-se consciência de uma tendência dentro de si de dizer não a tudo que significa felicidade, sucesso, relaxamento ou prazer. Quando você diz não, revela a atitude negativa para com o bem (inveja). Seres humanos como nós percebemos isso. Eles sentem que é um comportamento desagradável e desonesto e tentam manter distância. Eles não querem que a auto-negação vá passar para eles. E já que todos, de alguma forma, sofrem de auto-negação, aumenta a consciência sobre este problema em si. Ninguém quer despertar tal consciência. Devido a identificação, ao espelho interior, irrita, portanto, este tipo de comportamento, os outros. Uma mulher de 73 anos de idade, vem para a análise conta primeiro sobre suas muitas doenças físicas. Ela esteve em licença médica a maior parte de sua vida. Ela diz que seus músculos das costas tornaram-se tão ruins que são como discos de aço que não podem dobrar. Então ela continua espontaneamente: "Toda a minha vida fui tão gentil. Todos me elogiam por ser tão gentil. Mas não há algo aí que me irrita muito." Eu pergunto a ela o que ela associa com bondade saudável. Ela responde imediatamente: “Fazer algo bom e ser feliz com isso." Eu continuo a perguntar o que ela associa com bondade neurótica. Ela diz: "Ter de fazer algo bom e ser amargo para isso." Eu deixo-lhe tempo para ouvir em silêncio suas próprias palavras, que revelam diretamente seu interior. Ela tem raiva, tristeza quando faz bem. Depois de um tempo ela bufa, "Toda a minha vida eu tenho vivido no medo." Eu peço a ela para me dizer sobre esse medo. Ela responde imediatamente: "É uma coisa má. Quando você está com medo você não consegue fazer nada de bom." Pode ser interpretado que em toda sua vida ela tem feito um esforço para evitar a consciência de sua grosseria. Ela faz tudo para que ninguém reaga negativamente com ela, porque iria expor sua auto-consciência de sua própria negatividade, o mal nela. Ela tem feito muito esforço e tensionado-se mentalmente e, portanto, fisicamente também. Não é à toa que ela ficou doente a maior parte de sua vida (mas isso provavelmente não é a única razão para a sua doença). Quais são, então, as formas que o mal se pega nela? É o costume, ela se debruça sobre os problemas e preocupações, exagerando as possíveis ameaças e conjurando desastres. Ela recorda como um e outro feriram ela. Ela perpetua ansiedade, tensão e raiva. Assim, negligenciando a ela o direito e a responsabilidade de sentir alegria, descontração e gratidão. A palavra bonzinho é problemática. Hoje em dia, quase ninguém quer ser chamado de bonzinho. Bondade é associado fortemente com suprimir-se. Se com bondade, quer dizer comportamentos amorosos, é, naturalmente, muito bom, mas se é ligado à vontade de ser aceito, é problemático. Eu nunca chamaria outra pessoa de boazinha, ao invés eu diria, por exemplo, que ela é amigável, humilhe e amorosa. Uma enfermeira de 30 anos de idade conta que seu namorado é tão bravo muitas vezes, que ela não consegue se defender. Depois ela diz: “Como eu poderia me defender?” Eu interpreto isso: “Ou você quer dizer: como eu poderia querer me defender?” Ela pena durante um tempo e continua: “Meu namorado me disse que eu estava literalmente implorando para que ele pisasse em mim. Eu fiquei furiosa." "Você ficou furiosa com a consciência de que você se deixa ser pisada. Então você tem o hábito de pisar em si mesma." (Mesmo assim, ninguém tem o direito de oprimir outro ser humano.) MUITA RESPONSABILIDADE Fala-se que as pessoas tomam muitas responsabilidades. Se assim for, significa que tomam muita liberdade. Responsabilidade implica liberdade e liberdade dá responsabilidade. A frase é uma contradição. É bastante comum que, por exemplo, o filho de um alcoólatra tome grande responsabilidade pela família. A criança aprende muito cedo a cuidar de seus irmãos mais novos, cozinhar e limpar. A criança pode ainda ver-se como responsável pelo fato do pai (ou mãe) beber. Ela faz de tudo para evitar a consciência do alcoolismo de seu pai. Não é errado que a criança cuide de seus irmãos mais novos. Ela quer que os irmãos tenham uma vida boa. É um ato de amor. Mas dentro dela, a criança não sente, nem amor nem gratidão. O filho de um alcoólatra não sente realmente nenhuma liberdade. Eles sentem exigências dolorosamente forçada de cuidar da família. O que a criança tem que fazer não incluí sua liberdade, não é sua responsabilidade. Na melhor das hipóteses, a criança faz o que deve fazer e aceita a consciência de que não é o seu trabalho, mas continua fazendo para evitar as más consequências que teria se deixasse de agir. Se a criança age realmente baseada em uma avaliação calma da situação, impede o medo, amargura e ódio. Viktor Frankl, que passou vários anos em um campo de concentração aceitou a consciência de sua condição de prisioneiro. Ele não esperava por justiça porque percebeu que essas expectativas eram completamente loucas. Ele não teve de lutar contra a sua consciência, isto é, contra ele mesmo. Ele se adaptou ao que ele tem de se adaptar. Ele sobreviveu tanto física como mentalmente. Muitas vezes a palavra "responsabilidade" é indevidamente associada a obrigação. Obrigação significa poder de restringir a liberdade, a responsabilidade. A responsabilidade reside, de fato, em quem tem o direito de exigir e forçar. A responsabilidade inclui a vontade de agir. É natural que você perceba sua oportunidade, se você vê a necessidade de agir, e você tem os recursos necessários. Depende de você mesmo se você usa sua liberdade e age, ou se você nega sua liberdade. Vamos voltar para a situação com o pai bêbado. A criança faz o possível para esconder a consciência das questões da família, e é precisamente isto, a armadilha. Ela faz tudo para que ninguém veja a verdade. A criança se esforça muito para evitar a consciência que a garrafa é mais importante do que a família para o pai. É um sinal de que a criança tem uma forte atitude de censura e falta de limites (perfeccionismo, megalomania). Também pode ser associada com a inveja, a criança exagera suas dificuldades, vivê-as como maiores do que realmente são, o que prejudica a sua capacidade de ver formas alternativas de se relacionar e de agir. A criança quer e exige de si mesma evitar que o pai beba. Quando a criança nega sua consciência proíbe o contato com sua liberdade e suas habilidades: observação, criatividade, julgamento, iniciativa e coragem. A criança se sente impotente, e neste estado, o é realmente. Enquanto isso, a criança se sente como uma vítima das circunstâncias: ela não percebe que se fez prisioneira nesta situação. Daí desenvolve uma estratégia para enfrentar a vida, e a vida será suprimir a própria consciência, a si mesmo. Como um elemento psíquico do alcoolismo está muitas vezes envolvido um toque de perfeccionismo maníaco e megalomania. O álcool muitas vezes faz um homem mais livre, mais megalomaníaco e egocêntrico, alivia a auto-disciplina e provoca desequilíbrio mental. Talvez a criança de alguma forma vê isto no pai, o que pode torná-lo consciente de sua própria tendência para exigir capacidade irrealista de si mesmo. A criança cruza a linha e faz exigências exageradas de si mesma. É comum, nesses casos, falar de assumir a responsabilidade, quando na verdade a intenção é fazer exigências. Que você sente que tem tomado "responsabilidade" em demasia é um sinal importante, um sinal de alarme útil. Então você fez exigências exageradas sobre si mesmo e sobre os outros. Pode ser que os outros se aproveitem desse hábito em você: seu marido pode esperar que você tome conta de tudo, o seu supervisor pode constantemente derramar trabalho extra em você, e assim por diante. Um cliente me contou sobre sua atitude de falta de limites. Queixava-se de sua incapacidade de encontrar seus limites e descreveu como ele estressa-se à exaustão. Mas assim que ele começa a se sentir um pouco melhor e sentir-se em contato com a energia da vida, ele começa com entusiasmo a planejar coisas novas para fazer. Ele descreveu o seu desejo intenso. O querer é o acelerador do stress. O problema não é, na verdade, encontrar os limites, sim aceitar a consciência da onipotência do acelerador. Uma professora de meia-idade descreve como a vida inteira tomou muitas responsabilidades. Mesmo quando criança, ela era responsável pela sua mãe, que estava deprimida, então, pelo seu irmão que se juntou a uma seita religiosa fanática, então pela saúde mental de sua sobrinha e por último pela sua própria indiferença aos homens referente os assuntos econômicos. Ela conta que tem tanta raiva de seu marido, que está sempre desperdiçando. É ela que tem de resolver todos os problemas que isso acarreta. Ela reclama e diz que não aguenta mais. Pensamos em o que é responsabilidade, e ela concorda comigo que é sinónimo de liberdade. Eu pergunto: "Você diz que toma muita responsabilidade, você se sente livre?" Ela responde que não, é claro. Interpreto: "Você não assumi responsabilidade, porque você não sente liberdade nem amor. Você disse que sente raiva. Por conseguinte, a palavra responsabilidade significa exigências. Você coloca demandas ilimitadas em si mesma para controlar a depressão de sua mãe, o fanatismo de seu irmão e agora a extravagância do seu marido. Ao mesmo tempo, defini exigências rigorosas sobre eles e dita como devem se comportar. Exigências são o oposto de responsabilidade. Você também negar-lhes a liberdade." Ela reflete e diz: "Às vezes eu tenho essa percepção." Colocar demandas ilimitadas pode tornar-se uma mania de ação destrutiva. Controle sente como a única maneira de sair de uma situação difícil. Quaisquer problemas importantes que sejam, os pais conseguem lidar com atitude de limitar a criança. Os pais são tão importantes que os seus problemas são quase como de seus próprios filhos. Censurar algo importante é decisivamente um obstáculo para a existência. Uma atitude de exigências e uma tendência de controle faz a pessoa dependente. Ela experimenta permissividade como algo estranho e perigoso. Está em sua rotina interna, a atitude exigente, que faz ela sentir que existe. Um cliente colocou desta forma: "Por exigências, eu sinto que eu estou. Sem elas eu não existo." Ela sente que as exigências dão-lhe a sensação de estar. Na verdade, ela agora começa a perceber que, com sua atitude exigente ao longo de sua vida, negou a sua existência. Ela sente que esta atitude é a sua salvação, quando na verdade é uma armadilha. 3.2.4 Como evitar ficar ofendido Todos nós geralmente nos ferimos quando alguém quer nos machucar. A coisa entristece-nos quando pensamos sobre ela depois. Estamos particularmente decepcionado com nós mesmos, que mais uma vez tomamos para nós essa dor, apesar de estarmos bem conscientes que foi quem tentou ferir que agiu de forma tola. Tentamos nos preparar para não nos machucar na próxima vez, mas não é fácil. Tomamos para nós, mesmo que algo em nós sinalize de que isso é errado. Vamos primeiro considerar o seguinte pensamento: - - - - - Carlos quero magoar Lena. Quem está fazendo errado? O erro é de Carlos. Nós nunca, em qualquer situação, temos o direito de ferir outro ser humano. (Embora Lena anteriormente tentou ferir Carlos, ele não tem o direito de ferir Lena.) Lena se machuca. De quem é a culpa? De Lena. Carlos não tem o poder de controlar e gerenciar a atividade emocional de Lena. Um controle remoto que você possa controlar os sentimentos dos outros ainda não foi inventado. É sábio para se sentir magoado? Não, na verdade não é sábio dar poder as palavras estúpidas de Carlos. Quando Lena se machuca ela recebem as palavras desagradáveis de Carlos, fazendo-se mal com elas. Quando Carlos quero magoar Lena, ele abriga sentimentos negativos, ou seja, a raiva, a censura e inveja. Ele, então, faz-se mal. Por isso ele se sente mal e já se pune antes que ele pronuncia as palavras que magoam. O que Carlos está fazendo a Lena, ele faz especialmente contra si mesmo em seu interior. Carlos pode sentir algum tipo de prazer relacionado com inveja de atormentar o outro, mas isso não o faz feliz. Quando Lena se torna consciente disto, ela poderia responder respeitosamente: "Carlos, acho que de alguma forma subestima o seu conhecimento e sua capacidade. Você está machucando a si mesmo." E mesmo que Carlos, novamente responda depreciativamente, Lena não precisa reagir de qualquer forma. Ela já levantou a consciência essencial para Carlos. Lena não espera nada dele, aceita sua eventual indignação. Lena entende que Carlos dificilmente aceitará a consciência imediatamente, mas o oposto. Mas pode acontecer que depois ele pense por si mesmo sobre o assunto, talvez nos sonhos. Carlos é agora, pelo menos, consciente de que Lena não toma, não da poder para sua grosseria e energias negativas. É frustrante, considerando suas intenções. Em resumo, Lena lembra que o que um faz ao outro, ele faz interiormente contra si mesmo. Lena reage com vigor por essa percepção e não absorve, mas tenta ajudar Carlos a tomar consciência: "Carlos, agora eu acho que você de alguma forma está desvalorizando-se." Ninguém tem o direito de ferir outro ser humano (e não a si mesmo). E ninguém tem razão para aceitar palavras pejorativas de outro. Mas realmente não é fácil agir de acordo com esse fato. Com o modelo da sociedade e nossos pais, aprendemos, já pequenos, a responder nos machucando a um insulto e responder o mal com mal, com vingança. Você pode treinar-se para não ser tão facilmente ofendido como costume seguindo tal reflexão: 1. NÃO EXIGA DE SI NÃO SE MACHUCAR Quando uma pessoa se machuca, ela geralmente fica decepcionado consigo mesma por isso. Ela fica com raiva de si mesma, porque ela é consciente de seu erro: "Mais uma vez, tomei para mim, que bobagem." Isso significa que ela exige de si mesma não se machucar. Admita para si mesmo que você se sente ofendido quando alguém quer machucá-lo. Lembre-se de exemplos de seus dias de escola na infância, sua vida de trabalho e em outros contextos, para obter uma imagem clara de sua maneira de se machucar. A expectativa ou exigência de não se machucar é tal que o impede de aceitar a consciência de que você está ferido. Você rejeita a consciência de que você está ferido e, portanto, suprime-se. Você age contra você mesmo, o que leva a um sentimento de fracasso e desesperança. Portanto, é importante que você aceite que se machucou. Você pode, por exemplo, treinar-se essa aceitação de modo que na próxima vez, quando alguém quer machucá-lo, tente conscientemente sentir mais dor do que o habitual. Quando você se permite ser ferido, você não vai sofrer! 2 PENSE EM QUEM É RESPONSÁVEL POR SEUS SENTIMENTOS Quem é responsável por sua vida emocional? Alguém pode controlar suas reações emocionais? É possível você controlar os sentimentos de outra pessoa? Ninguém tem o poder de controlar o que você sente ou não sente. Ninguém pode controlar como você reage emocionalmente a uma alegria ou um insulto. Você tem liberdade e, portanto, responsabilidade por suas funções internas. Portanto, você também tem a liberdade e a responsabilidade de tratar a maldade do outro apenas como malícia dele mesmo. “Tomar para si" significa escutar as palavras malévolas do outro, refletir sobre elas e tomá-las para fazer-se triste, criticar e condenar a si mesmo. Mas quando você ouve outra pessoa dizer algo desagradável, você pode, em vez, aceitar a consciência das intenções negativas dela e ajudá-la, dizendo: "Essas palavras mostram que você se sente triste." Nós nos relacionamos e reagimos à nossa própria maneira, quando alguém nos fere. Se eu tendo a culpar, denegrir a mim mesmo, eu dou muito poder para as palavras pejorativas. Se me aceito como pessoa, os comentários depreciativos de outra pessoa não me prendem. Como, a alegria de outro abre conexão para a consciência da minha própria alegria, abre a conexão de malícia e consciência de minha própria atitude negativa no outro. 3 AINDA UMA ARMADILHA Se você dá poder a malícia de alguém, você entra em uma espécie de aliança com ele. Quando alguém quer humilhá-lo levanta a consciência de sua própria possível maneira crítica, exigente e auto-degradante atividade emocional. O comportamento negativo de outra pessoa revela a você a consciência de suas próprias formas negativas de relacionar-se a si mesmo. Normalmente, as pessoas não aceitam essa consciência sem reagir com rejeição e tentar suprimir ela, ou seja, suprimir eles mesmos. Quem machuca é um espelho interior dos feridos e o mesmo vale no sentido inverso, o ferido é um espelho interno para aqueles que ofendem. Nenhum deles quer ser consciente de si mesmo, mas ficam provocados pela presença um do outro e reagem em conformidade. Um de forma mais agressiva e o outro depressiva, disfarçado. Podemos comparar isto com jogar bola. Vamos dizer que a bola é muito suja, desagradável. Quando alguém joga a bola para você e você aceita a consciência de que a bola é suja, você olha cuidadosamente para saber como ela voa e deliberadamente evitar tomá-la. Mas se você não quer ver a sujeira, você agarra a bola. A forma como você reage, é, basicamente, sua escolha. A coisa mais importante é finalmente lembrar que não é proibido se sentir magoado. Não há nenhuma lei ou regra geral que proíbe isso. Aceite que você se machucou e que vai se machucar no futuro. Um costume tão antigo, espiritual e emocional não pode de qualquer forma mudar. Uma mãe fala sobre seu filho, Renato, que tem problemas mentais. Na escola tem um menino chamado Carlos que o chama de gay e idiota. Renato fica tão chateada e irritada que seu rosto se torna muito rígido com raiva. Também por isso ele é provocado. A mãe está preocupada porque a escolaridade do seu filho está ameaçada. Ela pergunta o que deve fazer. Eu sugiro duas coisas. "Em primeiro lugar, escreva uma carta para a escola, onde você diz que está preocupado que posse acontecer de Renato ser tão irritado que ele perde a paciência e recorre à violência quando eles o chamam por apelido. Peça para escola ajuda e conselhos sobre como você como mãe deve proceder. Não critique a escola e não estabeleça exigências para os responsáveis, que muitas vezes experimentam críticas e demandas como um ataque a si mesmos e, portanto, reagem com atitude defensiva. Isso pode ficar tão ruim, que eles fazem de Renato um bode expiatório. Em segundo lugar, você pode com todo respeito entrar em contato com Carlos e dizer que Renato pode reagir com violência se ele for provocado, e que você está preocupado que Carlos vá se machucar. Não culpe, não ameaça e não faça exigências, basta abrir o seu caso." A mãe achou que essas duas idéias eram boas. Em seguida, sugiro que ela deveria falar com Renato sobre a seguinte idéia: nós temos a liberdade de sentir e pensar, mas limitada liberdade de agir. Liberdade vem com responsabilidade. Isso, para que Renato fique consciente de sua liberdade e responsabilidade sobre a própria atividade emocional, e que ele reage à sua própria maneira sobre a estupidez de outra pessoa. É sempre tolo denegrir outra pessoa, mas que temos o hábito normal de tomar para nós a grosseria do outro. Esse hábito é muitas vezes tão antigo e arraigado que não percebemos como uma maneira livre e de responsabilidade própria de agir, mas como uma automação interna. Sugiro também que a mãe deve conversar com Renato sobre a idéia de que o que você faz para os outros faz contra si mesmo. Quando ajudamos outra pessoa sentimos emoções calorosas, pensamos em forma de afirmação da vida e, portanto, fazemo-nos bom. Ferindo um outro, sentimos raiva e inveja, pensamos negativamente e nos machucamos. Ficamos imaginando juntos como uma compreensão profunda (não tão facilmente atingida) dessa idéia poderia levar Renato a dizer para Carlos: "Parece como se você tivesse sentimentos negativos e pensamentos depreciativos que te fazem mal. É isso que você demonstra de si mesmo." Embora ele não vá dizê-lo, é, o próprio exercício de pensar a idéia, benéfico. Então eu pergunto à mãe se Renato têm frequentemente pensamentos e sentimentos negativos e auto-degradantes. Ela responde que isso acontece muitas vezes e é muito pronunciado. Digo que isso provavelmente significa que Renato não aceita-se, e se vê errado, concentrando-se tão fortemente em suas falhas que permanece inconsciente de sua riqueza humana. Este sentido negativo é basicamente espiritual, levando a pensamentos e sentimentos de minimização. Quando alguém agora diz algo doloroso para Renato provoca essa negatividade nele. Provocação incluem que a atitude ofensiva da outra pessoa levanta a consciência de seu próprio hábito de se ferir. Renato reage, rejeitando essa consciência (como todos nós costumamos fazer), e em seguida, suprime também ele mesmo dessa forma. Sugiro que a mãe deve falar devagar e cuidadosamente com Renato sobre isso. Um cliente pensionista reflete sobre a seguinte situação relacionada ao seu modo de se magoar: "Eu visitei um médico para obter uma nova receita para medicação de dormir. Ele me deu um valor de apenas 100 peças, sendo que no passado eu tenha de 200, assim como se ele não confiasse em mim e que se eu fosse algum tipo de viciada em remédios. Me magoou. Eu fiquei com tanta raiva que me senti mal em casa. Eu não poderia dizer nada ao médico. Foi difícil porque eu estava tão terrivelmente irritada. Isso me fez sentir mal. Às vezes, esse médico é negligente e escreve qualquer coisa, mas às vezes, ele é rígido e mantém o controle. Eu não conseguia dormir nada, porque eu estava com tanta raiva." Peço-lhe para descrever a sua ira, e ela diz: "Foi talvez a raiva reprimida que eu, quando no estado de depressão geralmente volto contra mim. Tenho dificuldade de me defender, falar não quando precisa. Mal posso ficar sozinha.(= Jag har nämligen svårt att stå på mig ?) " Peço-lhe para descrever o sentimento da própria raiva. "Foi difícil, eu queria me livrar dela. Eu me senti muito mal. Eu não estava em equilíbrio." Eu continuo: "Descreva o seu senso de se sentir mal em si mesmo, a sensação de que você não estava em equilíbrio." "Foi tão difícil e doloroso. Mas foi bom que a raiva saiu. Ela está reprimida em mim." Eu pergunto: "Ou você quer dizer que você sente raiva quase constante, um hábito de reagir com raiva?" Ela pensa: "Do que isso depende?” Eu foco no objeto de nosso raciocínio: "Devemos esquecer o que te fez ficar com raiva. Pare e tente identificar essa raiva dentro de você. Descreva a própria raiva." Ele continua: "É o que acontece quando as coisas não saem como eu quis." "Você ainda se mantem na pergunta ‘por que’. Você me disse que você começa a se sentir muito mal com esse sentimento, é, portanto, algo mal." "É horrível, sou alguém assim tão bravo?" Eu continuo o argumento: "Você disse que se magoou." Ela fica alegre e responde: "Sim, realmente.” “Então, vamos supor que o médico te magoa de propósito. Foi inteligente de você se magoar?" "Não, assim só nos fazemos nós mesmos mal." "Mesmo que o médico queria te machucar de propósito, não tinha nenhum ponto você se machucar, quer dizer, se ferir com palavras estúpidas de outra pessoa." "É isso mesmo, em princípio, não há nenhuma razão para ferir a si mesmo." Eu confirmo: "Você está ciente de que não é aconselhável usar palavras estúpidas de outras pessoas para se machucar." "Isso eu provavelmente fiz muitas vezes. Mas eu me pergunto se o médico ficou ferido quando eu chamei ele de tu em vez de senhor. " Eu pergunto: "Se ele ficou ferido, foi sua culpa?" "Não, não foi." Eu continuei: "Se alguém se senti ofendido quando está sendo chamado de tu, a responsabilidade disto é da propria pessoa. Mesmo se você quisesse ofender ele, você não tem um controle remoto para controlar os sentimentos dele.” Ela dava uma risada e fica refletindo sobre isto. Depois de um tempo, eu continuo: "Existe pessoas que tentam ofender os outros, e pessoas que tentam não ferir os outros." Ela fica feliz: "Eu tento não machucar os outros.” Eu continuo: “Mas, se pensarmos sobre isso , não é ambos os lados neuróticos? Não é sensato tentar ferir ou tentar não ferir. Não é o suficiente tentar ser sempre amável? Dessa forma, não precisamos tentar não ferir o outro." "Assim é, realmente." "E se você tenta não ferir o outro, você carrega em sua mente a intenção de fazê-lo. Normalmente, uma pessoa que facilmente se magoa faz todo o possível para não magoar os outros. Mas o que alguém faz em si mesmo, em sua mente, o faz para os outros. Você ofende facilmente a si mesmo e, em seguida, você o faz também com os outros, mas você tenta de todas as formas esconder essa consciência e, portanto, você se mostra de uma forma ossificada e insinuante. Esse problema você descreveu da última vez." "É assim que é. Mas eu sou assim? Eu não quero ser." "Você não precisa agir assim. Você aceitando a sua dificuldade e consciência dela, você pode gradualmente libertar-se dela. Que agora você está lidando com este assunto é uma expressão forte de honestidade e amor em você. É a sua essência como ser humano." 3.3 COMO LIDAR COM O ESTRESSE 3.3.1 O ser humano é um todo Quando uma pessoa fica doente vemos ela normalmente como uma vítima de seus sintomas. Muito raramente consideramos olhar mais de perto como o paciente com a sua atividade mental têm ajudado a ficar doente. Pode-se falar em tabagismo, consumo excessivo de álcool, falta de exercício, má alimentação, estresse no trabalho ou herança. Mas como a ansiedade, introversão, vergonha, amargura ou agressão provoca doença física fala-se raramente. Somos, um todo mental, social e físico. Todos os fatores afetam uns aos outros intensamente. Cuidados de saúde, que se concentram apenas na parte orgânica (somática) do ser, representam um grande risco de uso excessivo de medicamentos e cirurgia, onde você quer eliminar os sintomas. A causa da doença pode ser em grande parte relacionada a situação sociais da pessoa, injustiças, e em sua forma de reagir mentalmente com a situação e a vida em geral. Nós todos sabemos que as emoções afetam o corpo. Pacientes cardíacos são instados a evitar tornarem-se irritados ou chateados. Da mesma forma que também alertam aqueles que têm pressão arterial alta. Eu li um estudo médico que descobriu que 25% daqueles que são prescritos medicamentos para pressão arterial o são de forma errada. Quando a pressão arterial é medida no médico, o paciente sente tensão, o que aumenta a pressão arterial. O artigo recomenda fazer a medição da pressão arterial em casa. Todo mundo sabe que efeitos físicos imediatos o medo tem. Ele é expresso em seu rosto, as mãos tremem, e o estômago revira. A raiva afeta todo o corpo, os músculos tencionam, a respiração torna-se mais rápida e o coração bate forte. Um pode se estressar tanto que fica doente, enquanto o do lado faz o mesmo trabalho e não sente estresse nenhum. Um médico experiente, que trabalha em um centro de saúde me disse que a maioria dos visitantes nem precisam realmente de um médico, mas explicitamente cuidados psicossociais. Por que não levar em conta quaisquer fatores psicológicos, quando as pessoas ficam doentes, como parte integrante dos cuidados da saúde? Uma razão provável para isso é que você não quer culpar o paciente. Um paciente sente-se frequentemente culpado de sua doença e, portanto, se sente desconfortável. Culpar e julgar não ajuda ninguém, claro, isso é rejeitar a consciência e ampliar os problemas. É importante aceitar e estar ciente da culpa, como de toda atividade emocional, como é um sinal de alarme. Se aceitamos a culpa, torna-se possível considerar qualquer fator mental relacionado com a doença ou se o sentimento de culpa é apenas uma culpa neurótica por si só. Se fatores psicológicos fossem levados em conta, as pessoas começariam a pensar em si e como trabalhar suas emoções, eles sentiriam sua liberdade e responsabilidade pela sua saúde. É muito raro. Muitas vezes, é vivido como um pensamento de indução de culpa. O presidente da Associação Médica finlandesa, Heikki Palve, diz que o problema é como fazer o indivíduo assumir a responsabilidade por sua saúde. Outra razão pode ser que uma grande parte da necessidade atual de cuidados médicos, provavelmente desapareceria se as pessoas cuidassem de sua vida emocional, e desenvolvessem um sistema social que é compatível com os valores humanos. Psicosomática é um ramo da ciência que investiga como a psique afeta o corpo. No latim soma significa corpo. O stress é um dos mecanismos de defesa do organismo, e é ativado quando o homem toma consciência de perigo ou ameaça. Mas nos estressamos também quando não há nenhum perigo. Fazemos isso ao ponto que medo e excitação é um prazer que nós pagamos por. Nós vamos ao cinema para vivermos na violência de um filme de suspense, mas apreciamos o stress na segurança. Quando estamos apaixonados, nos preocupamos ao ir ao encontro do objeto de nossas afeições, em vez de simplesmente ficarmos felizes e contentes. O estresse provoca alterações no organismo, o coração bate, os pelos levantam, a respiração torna-se mais rápida ou paralisada, os músculos apertam, as mãos tremem e suam, você tem que correr para o banheiro... Medicina placebo é um exemplo de como a mente afeta as funções do organismo. O paciente acredita que está tomando medicação, mas, na verdade, é uma preparação de controle ineficaz. Normalmente grande parte dos pacientes do grupo placebo diz que os sintomas sumiram durante o período experimental. Certamente alguns efeitos de todas as terapias psicossomáticas tem, nesse sentido, efeito placebo. Quando ficamos doentes, muitas vezes tentamos primeiro sarar em casa, mas se não nos tornarmos saudáveis, cansamos e decidimos fazer uma consulta com um médico. Mas um dia antes da visita ao médico nos recuperamos. Quando uma pessoa aceita que precisa de ajuda, ela se acomoda e deixa de lutar contra a doença. Se tomarmos uma conduta de aceitação da doença humildemente, ajuda na recuperação. Alivia a exigência de ficar saudável, o estresse diminui e a funções do organismo é equilibrada. Mas se for tomada a atitude de desespero, é um sinal de uma atitude estressante e negativa, uma atitude de vítima. As pessoas se curam mais fácil se não lutarem contra os sintomas, mas aceita-os e a consciência deles, agindo de maneis que achar mais sábio. De modo geral, procurar ajuda é agir com humildade e, assim, carinhosamente. O filósofo francês Voltaire (cujo verdadeiro nome era François-Marie Arouet, 1694-1778) escreveu: "A prática da medicina é divertir o paciente enquanto a natureza cura a doença." Roberto Giraldo, um médico colombiano que se especializou em doenças auto-imunes, descreveu sua missão médica como um esforço para fortalecer o saudável para que ele seja capaz de curar os doentes. A doença é um sintoma. Não custa nada pensar sobre suas próprias atitudes e hábitos emocionais que podem ajudá-lo a sentir-se mal e ficar doente. Somos seres psicossomáticos. Funcionamos em nível físico e metafísico, onde a metafísica é a base da física. O ponto de partida da saúde física é, portanto, o equilíbrio metafísico. Os sintomas são sinais de alarme, e é importante aceitá-los e senti-los. Também é importante considerar do que eles dependem. Isso não significa que você também não pode ou deve cuidar da doença clinicamente. 3.3.2 Estresse saudável e neurótico Normalmente, você fica consciente do seu estresse com esses tipos de situação: - Você tem muita coisa para fazer - Sua mãe, professor ou o chefe, culpam você - Alguém age intimidando-o - Seu filho enrola para se vestir na pressa, de manhã - Alguém dirige devagar na sua frente e você não consegue ultrapassá-lo ou quando você escolhe uma fila do caixa e as outras avançam mais rapidamente Em uma situação que de alguma forma sente ameaçadora começa com um sentimento de ansiedade, medo ou raiva. O sentimento de estresse controla os processos fisiológicos através do sistema neurológico. Os níveis de estresse aumentam quando você tem que trabalhar de forma muito eficaz ou quando é ameaçado. Cada situação na vida, seja ela de sair da cama de manhã, escrever um teste, tomar um vôo ou se deitar para descansar, está associada a uma necessidade particular de fazer algum esforço. Pode-se falar de um nível ideal de stress. Se alguém se esforçar demais ou muito pouco ela funciona desequilibradamente e seu desempenho é prejudicado. As pessoas podem se relacionar equilibradamente ou de modo neurótico a um fator estressante. Quando a definição não corresponde à necessidade real, ela reage com menor ou maior tamanho de estresse. É um estresse doente, um sintoma de desequilíbrio mental. Um dos primeiros pesquisadores do estresse, Hans Selye (médico húngarocanadense, 1907-1982), usou o termo estresse para descrever a exaustão física. Ele desenvolveu a teoria da síndrome geral de adaptação e as doenças relacionadas. Se a reação de adaptação de um indivíduo é muito forte ou muito fraca, leva a doenças de vários tipos. A síndrome de adaptação geral é ativada quando uma pessoa sente que está em perigo. Na primeira fase do stress começa a chamada reação de alarme, é quando o sistema nervoso simpático é ativado pela ansiedade, medo ou raiva, para fortalecer a capacidade de se defender contra o perigo que se aproxima. A medula adrenal começa a secretar adrenalina e noradrenalina. A função da adrenalina é despertar as forças reservas do organismo para uma resposta rápida e eficaz - lutar ou fugir. O coração bate mais rápido, o baço contrai para a soltar glóbulos vermelhos no sangue, o fígado libera o açúcar armazenado nos músculos, a respiração torna-se mais violenta, a circulação sanguínea se concentra nos músculos e no cérebro, as pupilas se dilatam e sentidos ficam aguçados. Se a situação de perigo é prolongada organismo começa a se preparar para a fase de defesa. O centro de atividade do organismo é movido da medula adrenal para o córtex supra-renal e para glândula pituitária. O hormônio mais importante nesta fase é ACTH. Agora as atividades hormonais não são mais só boas para a resistência do organismo, elas interferem também na secreção da tireóide-, sexo- e hormônios de crescimento e causa úlceras no estômago e intestinos. Se o stress continua organismo passa para a terceira fase, a fase de exaustão, quando o corpo torna-se suscetível a todo tipo de doenças, dores musculares, inflamações, distúrbios hormonais e homeostáticos e doenças auto-imunes, tais como câncer, diabetes e reumatismo. Como a pessoa contribui para ela própria ficar doente? Se ela come pouco saudável, move-se um pouco, fuma, bebe álcool, drogas, descansa muito pouco (ou muito) ou não aproveita a vida, então ela vive em uma forma que poderia deixá-la doente. Outro fator é estar constantemente preocupado, triste ou com raiva. Tais padrões de comportamento prejudicam a saúde. Estar doente é muitas vezes um processo longo, com muitos fatores trabalhando juntos. Pode começar com um pequeno problema de não querer estar consciente. Não ouve o sinal de alarme do organismo ou da psique, adoece, cuida de sua doença, principalmente eliminando os sintomas, fica bem, até que os sintomas após um tempo retornam ou procuram um novo lugar no corpo ou na psique. A causa dos sintomas não são tratados, e com o tempo o problema cresce e tornar-se cada vez mais difícil. O diagrama na próxima página descreve isso. Hipócrates (cerca de 460-370 a.C.), que ainda é considerado como o pai da medicina ocidental, acredita que saúde é a harmonia interior do homem e a harmonia entre ela e a natureza. Ser saudável significa estar consciente do seu desequilíbrio e tentar viver de acordo com as leis da natureza. Todas as pessoas ficam estressadas por um ambiente social onde a competição, a ganância, o egoísmo e exigências estão em constante crescimento. Isso leva as pessoas a adoecerem, mesmo que o bem-estar material possa crescer. Seria suficiente se todos se sentissem responsáveis pelo bem-estar do outro e se solidariedade fosse um objetivo comum da sociedade. Fatores que nos fazem doente - Deficiências genéticas - As toxinas ambientais - Má alimentação - A inatividade física - A injustiça no sistema social e no coletivo - Desequilíbrio das pessoas próximas - Campos de energia negativa - Desequilíbrio mental; atividade espiritual e emocional negativa Sintomas emocionais - Ansiedade, incerteza - Depressão - Medo, fobia - Ressentimento, culpa, atitude de vítima - Raiva, ódio Sintomas Comportamentais - Solidão, o isolamento - Transtornos alimentares - Atividade em excesso/passividade - Dependência - Destrutividade e auto-destrutividade Doença - Mental - social - Física Uma reação baixa, é quando se reage com uma atitude evasiva, não querer tornar-se consciente do perigo ou dificuldade, não se permitindo tomar consciência da própria capacidade de resolver o problema, negar a capacidade de agir, torna-se excessivamente ansioso e com medo. A reação saudável é reagir com o estresse praticamente ideal, aguçar os sentidos, esforçar-se de acordo com as necessidades e recursos, estar atento e se adaptar à realidade. Uma reação exagerada é quando se espera ou exige algo nada razoável de si mesmo ou dos outros, querer o perfeito, ter exigências ilimitadas ou criar fortes ameaças, desastres, consome enorme quantidade de energia e te deixa acabado. Como se relacionar com excesso de trabalho e com constantes exigência do outro? Ou quando, periodicamente acontece mudanças na organização e no método de trabalho? O maior perigo é a atitude de vítima. Quando uma pessoa reage fortemente negativa sobre seus problemas é porque não quer estar consciente deles. Em vez disso, ela luta contra sua consciência, contra si mesma. Ela não tenta se ajustar, mas exigi realizar o seu trabalho tão bom quanto antes. Ela não leva em conta a falta de recursos e não adapta seu comportamento a eles. O trabalho se torna algo que ela se força a fazer. Tudo tem a sensação de prestar serviços: mesmo as tarefas domésticas e na pior das hipóteses até quando vai se deitar. Dormir pode se tornar uma exigência, uma prestação. Ela reclama e critica e deixa crescer o descontentamento, talvez a amargura. Ela culpa seu local de trabalho e também cria um sentimento de culpa dentro de si mesma. Ela exige soluções e se sente impotente. Ela fica entediada e se sente fraca. Ela permite que a sua atitude de defesa e ataque cresça e projeta o perigo na situação de trabalho. Ela não ouve o alarme do corpo e da mente, mas suprimi a consciência de seus sintomas. Ela se estressa destrutivamente. Ela adoece e fica esgotada (burn-out). Uma vez que você já se cansou bastante, é difícil de recuperar-se. É atravessada a linha entre o real e o irreal, como na psicose. É importante aceitar a consciência dos sintomas, para mudar sua abordagem e agir de modo prático para evitar um colapso. A outra opção é aceitar a consciência da falta de recursos e planejar seu trabalho em conformidade. Ela ainda faz o seu melhor, como no passado, mas percebe que não se faz uma hora de trabalho em meia hora. Ela faz uma estimativa de suas funções e coloca-os em ordem de prioridade. As tarefas pequenas ela deixa para fazer depois, o resto faz com mais rapidez, o que afeta a qualidade. Ela está ciente de que isso trará problemas no futuro. Por isso ela talvez resolve escrever um relatório detalhado sobre a sua situação, em que ela descreve seu trabalho e quais as possíveis consequências que a escassez de recursos terá. Ela envia o relatório ao seu superior. Ela não se queixa, criticar ou exigir nada nele. No final do relatório, ela pergunta se o chefe tem conselhos ou ajuda a oferecer. Ela não espera por uma resposta, a intenção principal é passar a responsabilidade para cima na organização. Se o estresse é forte e dura muito tempo, é claro que prejudica a saúde. O estresse é mentalmente, fisicamente e energeticamente exigente. Uma pessoa cansada age nervosa, na auto-defesa, destrutiva. O processos fisiológicos do organismo no sistema neurológico, hormonal e imunológico sofre e é ferido, até mesmo ao ponto que o organismo começa a trabalhar contra si mesmo. 3.3.3 Querer é se estressar Se a palavra estresse é interpretada de modo que significa qualquer esforço, descansar é o oposto do estresse. A vontade de agir, sobreviver, os esforços para mudar a situação, o desejo de simplesmente fazer algo, dão luz a uma necessidade de esforço. Se você quer muito faz muito esforço. A vida é energia, mudança, adaptação, tensão - estresse. Nas situações que você enfrenta, você usa sua força de seu próprio jeito, com a sua vontade. Você se estressa portanto, tanto quanto você quer, independente se for sobre a carga de trabalho, morte ou prestes a ir para a cama. A vontade é o acelerador do homem. A resistência também é uma vontade. Se o trabalho e responsabilidade são associados a algo negativo, a exigências e restrições, aumenta a resistência. As pessoas sempre reagem negativamente a coerção. Ela não quer agir, mas tem que, o que dá origem a um conflito interno. O consumo de energia aumenta: usam a energia para a resistência, em seguida, para superá-la e, finalmente, para cumprir a missão. O entusiasmo libera energia, ele abre os canais de energia. Esta energia é a energia da vida metafísica, não como as produzidos pela nutrição. A resistência no entanto, entope o fluxo de energia, o que faz você rapidamente se cansar. Rejeição da consciência é talvez a forma mais comum de resistir, a entupir o canal de energia. Uma abordagem aberta em termos de conscientização significa canais de energia abertos. Usar o desejo é escolher constantemente, é evidente a partir dos valores que a pessoa cria e desenvolve individualmente e nas sua atitudes espirituais e emocionais. Nós reagimos de forma diferente ao estresse. A quantidade de estresse depende da situação que nos encontramos e da maneira como o conduzimos. Como não existe um único ser humano perfeito, nossa atitude nunca é muito equilibrada. Isso significa que estamos sempre em certa medida criando estresse desnecessário com nossas inibições, incluindo a censura, a idealização, buscando a perfeição, inveja e ilusões. Uma pessoa pode ter o hábito de criar e manter um nível razoavelmente alto de estresse sem motivo real e torna-se, portanto, dependente psiquicamente e fisicamente dele. Não é difícil se sentir estressado em um local de trabalho com os seguintes problemas: - Trabalho demais, poucos recursos, mudanças constantes Uma atmosfera psicossocial de culpa e condenação, mentalidade de vítima Organização obscura, fraca gestão A falta de resposta positiva Não poder participar da tomada de decisões importantes Não ter direito aos frutos de seu trabalho Fofoca, ciúmes, disputas de poder Química pessoal pobre Salários baixos A ameaça de desemprego, a mentalidade competitiva O trabalho sem significado A quantidade de estresse é determinada pela forma como você se relaciona com esses problemas e quão forte é sua vontade. Gerenciamento do estresse neurótico é baseado principalmente em autoconhecimento. É importante identificar os sintomas que sentimos em nós mesmos, tais como fadiga, frustração, insatisfação, sufocante bondade, raiva e amargura. Na medida em que a sua atividade emocional não é útil quando o problema for tratado, ela é neurótica e prejudicial. Um cliente que estava muito estressado ficou aliviado quando ouviu a seguinte interpretação: “Você se esforça o tempo todo para ser alguém que não é. Quem você realmente é, é muito melhor que quem tenta ser.“ ESTÍMULOS EXTERNOS E RESPOSTAS PARA ELES Quando uma pessoa percebe e descobre, por exemplo, oportunidades, desafios e ameaças, sua reação vai da ação interna para a atividade mental espiritual, emocional e até mesmo intelectual. Ela relaciona-se com a observação por permitir ou negar a consciência. Isso depende de suas reações no nível fisiológico e social. ACCEACEITAR A CONSCIÊNCIA NEGAR A CONSCIÊNCIA + interesse, entusiasmo, preocupação moderada, assustado ou irritado + usa habilidades de observação, julgamento e criatividade + trata as oportunidades ou problemas de forma equilibrada REAÇÃO E AÇÃO + ação construtiva centrada na colaboração RESPOSTA FISIOLÓGICA + equilíbrio neurológica, hormonal e imunológico - negativo, evasivo - ansiedade excessiva, medo ou raiva - exige capacidade de observação, julgamento e criatividade - não quer tratar do problema ou da oportunidade REAÇÃO E AÇÃO - age de uma forma que impede e destrói realizações e cooperações RESPOSTA FISIOLÓGICA - estresse excessivo, tensão muscular, doença ATITUDES DE ESTRESSE As atitudes de estresse dão diferentes sintomas nas pessoas chamadas fraca e nas fortes. O esquema de ambos lados demonstra isso. ATITUDE DE ESTRESSE Censura ( negação da consciência) Perfeccionismo (excessivamente consciencioso, exigente, crítico Uma pessoa “forte” exagera, se vê como importante Nervoso, bravo Desapontado, agressivo, insuficiente Uma pessoa “fraca” se subestima e se nega Ansioso, com medo, nervoso Desapontado, com medo, bravo, desesperado, querendo agradar Megalomania (exigências ilimitadas) Idealização (eufemisticamente) Vontade de competir, na velocidade máxima, insuficiente Agressividades, vontade de competir, destrutividade, paranóia Desapontado, bravo, agressivo Projeção (ver suas próprias falhas no outro) Agressivo, invasivo, paranóico Inveja (atitude negativa, a ganância, a insatisfação) Sem poder, com medo, bravo, desapontado Destrutividade e autonegação escondida, paranóia Desapontado, raiva escondida, com medo, querendo agradar Com medo, atitude de vítima, de defesa, paranóia, 3.3.4 Os sintomas são sinais de alarme úteis Sintomas de estresse são sinais de alerta. Um sintoma é sinal de que o seu sistema de alarme funciona, e isso é bom. Seja grato por isso. Sintomas lhe dão informações valiosas e úteis. Quanto mais cedo você prestar atenção aos seus sintomas de estresse, melhor. Sinta-se e esteja ciente de seus sintomas com interesse e respeito. Influencie os estressores externos e tente se tornar consciente de sua atitude de estresse. Abaixo está uma lista de sintomas físicos e psiquicos comuns. PSIQUICOS Ansiedade, Medo Tensões Irritação Nervosismo Amargura Apatia Dificuldade De Concentração Introversão Baixa Auto-Estima Medo De Perder O Controle Desolação Isolamento Transtornos Alimentares Diminuição Do Desejo Sexual Depressão Fobias Doenças Mentais Burnout FÍSICOS Balança A Perna Estala Os Dedos Palpitações Hiperventilação Problemas De Pele Resfriados Infecções Pescoço Tenso, Músculos Tensos Distúrbios Menstruais Dor No Peito Hipertensão Azia, Úlceras Dor Nas Costas Metabolismo Perturbado Anormalidades Na Produção Hormonal Enfarto Do Miocárdio Aterosclerose Doenças Auto-Imunes (Câncer, Doenças Reumáticas, Diabetes) Examine seus sintomas e elimine suas causas no sentido tanto exterior como interior: faça o possível para reduzir os estressores externos e esteja consciente de sua atitude de estresse. A consciência de como funcionamos internamente são equilibrantes e curam. O aumento da auto-consciência reforça a sua fé na vida e seu equilíbrio mental melhora. Desta forma, você irá desenvolver seu senso de encarar as pressões reais e de prevenir e se livrar do estresse doente. Ao mesmo tempo, você sente que o contato com suas habilidades de observação, criatividade e energia foram reforçadas. Você talvez também começa a participar de trabalhos a longo prazo que fazem o seu coletivo mais justo e protege a natureza. Isso ajuda você a livrarse do egocentrismo e abrir os canais de energia. 3.3.5 Processo de como lidar com o estresse PARA COMEÇAR Pare. Tome tempo, faça uma pausa ou tome um período vago. Tente desenvolver tolerância para reconhecer os sintomas. Sinta-os e fique consciente de seus sintomas, sem tentar se livrar deles. Respeite-os e se dirija com humildade para eles. Pense e analise quais os fatores externos que têm aumentado o seu stress, e em que grau. Faça uma pequena lista deles, em ordem de importância. É suficiente mostrar só o pico do iceberg. Tente deixar de lado suas demandas por soluções rápidas. Use seu bom senso e criatividade para elaboração de um plano de medidas práticas que possam aliviar ou eventualmente solucionar o problema. Tente adaptar-se conscientemente a aquilo que você não pode influenciar. Fale sobre seus problemas com seus amigos. Procure ajuda, se necessário. Programe um tempo para descanso, prazer e alegria. PRESTE ATENÇÃO NO CORPO Respeite seu corpo, pelo menos tanto quanto o um bom cavaleiro cuida de seu cavalo. Coma saudável. Evite o tabaco, álcool, medicamentos e drogas. Descanse o suficiente. Faça exercício regularmente. NO TRABALHO Avalie suas oportunidades de negócios relacionando-as com suas limitações. Planeje metas realistas. Desenvolva sempre seus métodos de trabalho. Planeje com sabedoria o seu dia. Mude rotinas diárias de forma sistemática. Não deixe coisas por fazer se você pode fazê-los de imediato, mesmo que de modo um pouco negligente. NO TEMPO LIVRE Gaste tempo com seus entes queridos e amigos. Reserve tempo para atividades agradáveis, desenvolva seus interesses. Participe em diversos eventos culturais (música, literatura, arte, ciência, espiritualidade ...) e aprecie a beleza da natureza onde quer que você esteja. Participe no desenvolvimento da comunidade e da sociedade. Participe de atividades de ONGs, que vão ajudá-lo a ampliar seus horizontes e a se concentrar no exterior. FIQUE CONSCIENTE E CUIDE DE SEU INTERIOR Tente permitir a si mesmo estar consciente de seus vários sintomas emocionais (como ansiedade, medo, raiva, tristeza, desespero, culpa). Tente desmantelar o poder que você tem dado aos problemas. Desenvolva a sua tolerância. Esteja consciente das coisas que podem causar estresse prejudicial em você. Considere as seguintes atitudes possíveis (inibições) sobre você: - Impaciência, intolerância Atitude excessivamente crítica e exigente Idealização de si mesmo e dos outros Resistência à consciência levantada por meio de identificação: quando você em uma situação ou por meio de outra pessoa recebe uma consciência sobre si mesmo que você não quer (espelhamento mental) Reação negativa às oportunidades ou qualquer coisa que é boa, por exemplo, a alegria e sucesso do outro (Inveja) A maneira de constantemente olhar criticamente para si mesmo, de forma injusta a se culpar ou por manter um sentimento injusto de vergonha A maneira de se sentir responsável por tudo, a tendência para assumir todo o trabalho, a maneira de controlar tudo (atitude exigente, autoidealização) A forma de alimentar emoções negativas e criar crenças baseadas nelas, como doenças, acidentes e desastres (inveja). Se você aceita a consciência dessas atitudes e hábitos mentais e assume a responsabilidade por eles, o ajuda a agir de uma forma mais equilibrada e a se direcionar para fora. Você se sente aberto e o fluxo de energia em seu trabalho melhora. Desenvolva o hábito conscientemente de observar e avaliar a riqueza da vida. Treine planejadamente tais atos que despertam os sentimentos de generosidade, humildade, curiosidade e gratidão em você. COMO GERENCIAR UMA ATMOSFERA TENSA E NEGATIVA NO COLETIVO DE TRABALHO Faça em um papel um plano de negócios o mais claro possível. Se possível, leve os seus colegas em conta. O plano pode, por exemplo, ser parecido com este: 1. Ajude a si mesmo. Observe e identifique seus próprios estados emocionais, tais como frustração, insatisfação, desespero, amargura. Se você perceber que seu estado emocional é negativo, pense nisso: Você está tentando mudar a situação mais rápido do que é possível (impaciência)? Você idealiza, você espera que, por exemplo, seu colega de trabalho faça o trabalho dele corretamente, mesmo que você sabe que não costuma fazer isso? É possível que essa situação aumenta a consciência de suas próprias dificuldades? Tente não exigir uma solução. 2. Trate do problema. Recolha informação concretas, escreva uma lista. Coloque as coisas em ordem de importância. Desenvolva e planeje propostas para facilitar a situação. Apresente informações e sugestões para o seu supervisor ou colega de trabalho. 3 Ajude o grupo de trabalho a lidar com o problema. Planeje uma série de reuniões (discussão, formação), que explore o problema, mas evite exigir uma solução. Cada membro do grupo pode falar abertamente sobre seus sentimentos e, em seguida, descrever a sua percepção do problema. O debate centra-se sobre as práticas operacionais e não em indivíduos. Desenvolva e planeje juntos propostas concretas de melhorias e possíveis sugestões. Comece com medidas simples e práticas. Todas as situações são oportunidades interessantes para aprender sobre a forma como as pessoas agem. Quando há uma atmosfera estressante no coletivo pode usar o tutorial (capítulo 2.3). 3.4 COMO LIDAR COM A DEPENDÊNCIA 3.4.1 Ninguém quer ser dependente Dependência significa que se desenvolveu o hábito de usar uma substância, uma situação ou atividade em busca por algo bom, mas com consequências danosas. O hábito torna-se uma necessidade que você não pode controlar. A dependência pode ser psicológica ou física, muitas vezes ambos. Pode ser o alcoolismo ou a dependência de drogas e medicamentos. Os jogos de computador e outros jogos como roleta, jogos de cartas e bingo podem causar dependência. Também é comum com o sexo e relacionamentos dependentes ou co-dependentes, bem como várias dependências emocionais, como ansiedade, medo, tristeza ou raiva. Comer demais ou passar fome pode se transformar em um hábito crônico que destrói a saúde. Workaholism (dependência do trabalho) é como as outras manias, um vício. Como qualquer outro tipo de problema a dependência tem muitos fatores. Uma pessoa expressar suas dificuldades de várias maneiras, inclusive através de doenças físicas e doenças mentais, além de dificuldades sociais. As causas do problema muitas vezes é do seguinte tipo: - A pessoa teve dificuldades sociais e afetivas especiais na infância. Como criança, tem experimentado intolerância, agressão, abuso sexual, rejeição ou indiferença. A pessoa tem uma fraqueza genética. Ela pode ter herdado problemas tanto de natureza física e mental. A injustiça na sociedade alimenta o sofrimento humano. A vida econômica é baseada na ganância, no individualismo, na competição, visão de curto prazo e na exploração. Isso faz os hábitos espirituais (metafísicos) e emocionais das pessoas e seus valores ficarem doentes. - Os elementos da substância ou a atividade que provoca dependência fisiológica (drogas psicotrópicas, nicotina, cocaína, estresse ...). Cada pessoa tem sua própria maneira de encarar as oportunidades e dificuldades da vida. A vontade, a liberdade e a responsabilidade associada à atitude perante a vida pode ajudar a desenvolver um vício, mas também a capacidade de se libertar do vício. Um vício é apenas uma variante das formas humanas de expressar os seus problemas. Muitas vezes, também é uma tentativa de se livrar dele. Quando um alcoólatra acorda de manhã e sente forte ansiedade e vergonha, ele tenta se curar com o álcool. Este texto é dirigido a pessoas que sofrem de dependência e para aqueles que tentam ajudá-los, como seus parentes ou amigos, e profissionais na prevenção e tratamento. AME-ME QUANDO UE MENOS MERECER O planejamento da abordagem para tratar a dependência, apresentado aqui, foi acompanhado por um grupo de pessoas do Movimento De Trabalhadores SemTerra, os setores do MST de saúde e educação, e ativistas que sofrem de vício. No fundo é também a minha experiência como supervisor, entre outros com a equipe na cidade Kalmar, da área de abuso de substâncias, com assistentes sociais do centro de metadona em um hospital de Nova York, com a equipe em um jardim de infância no Harlem, onde a equipe teve um problema com drogas e a terapia individual com clientes que sofrem de dependência ou co-dependência. O método se concentra nos seguintes fatores: - - Auto-conhecimento: conhecer a si mesmo, suas atitudes, intenções e a forma como elas se relacionam com a riqueza humana O conhecimento da natureza humana: conhecer seus parentes, o pai e a mãe, como eles são, aceitando a consciência de sua base (o conteúdo da mochila), esteja ciente de que tem a maior influência sobre sua própria vida e não julgue ninguém A consciência dos valores doentes da sociedade e da estrutura injusta Acredite e tenha fé no bom em você e nos outros, acredite na beleza da vida e da justiça universal no plano metafísico. O meu trabalho nas escolas e assentamentos do MST inclue encontrar os jovens durante uma sessão de terapia. Eles costumam contar suas experiências devastadoras, como desde tenra idade foram tratados com indiferença, com agressão, humilhação física e mental, violência e exploração sexual. Muitas vezes, eles tentam reprimir a consciência disso fazendo seus problemas e sofrimento crônicos. Leonardo de 17 anos fala sobre seu pai. "Meu pai é alcoólatra, ele bateu na mãe o tempo todo. Ele fez meu irmão sair de casa. No ano passado minha mãe morreu. Ela me amava, o pai não se importa comigo, ele nunca me deu nenhum conselho e nem me ensinou ética. Ele me bateu e a autoridade de proteção à criança interveio e colocou-me com meu tio. Sinto falta da minha mãe muito, ela me dava conselhos e carinho, me sinto triste e com saudade. " Pergunto-lhe o que ele sente por seu pai. "Meu pai me batia, eu passava fome e não tinha roupa para ir à escola. Papai sempre bebia no bar, às vezes, ele se deitava no chão ... raiva ... mas seria bom perdoar. Ele é meu pai, o único que eu tenho. Eu deveria cuidar dele quando ele ficar velho ... Meu avô era alcoólatra. Papai cuidou de sua família quando ele tinha 12 anos. Como 14 anos de idade, perdeu sua mãe..." "Quando eu tinha seis anos de idade, eu fui estuprada. Eu não ousei contar para ninguém. O estuprador era um amigo da família, cerca de 20 anos então." Peço-lhe para descrever seus sentimentos. Ela reage e diz: "Eu não quero pensar sobre isso, fico muito irritada e quer vingança ... Agora ele é vereador. Quando minha mãe morreu, eu tentei me matar, eu tentei me livrar da dor de minhas emoções, me isolar do mundo. A única maneira era me matar... " Eu peçp-lhe para continuar. "Foi estúpido. Mais tarde, eu me perguntava por que eu faria suicídio. Foi um impulso... Aqui no colégio todos dizem que eu não posso ficar parada, o tempo todo eu tenho que fazer alguma coisa.” Aderbal de 15 anos diz que seu pai é um alcoólatra e sempre fuma. "Quando o pai não bebe, ele é o melhor homem. Mamãe é boa, ela ajuda ... Incerteza, medo, alguém diz coisas estúpidas na minha cabeça, eles são muitos e eles estão gritando, é insuportável. "Eu pergunto sobre seus sentimentos. "Raiva...eu me corto, eu não posso fazer nada sobre isso, o desespero e a raiva, tenho vontade de chorar...Quando me corto, sinto alívio. A raiva desaparece. A dor é agradável, toda vez eu quero me cortar mais. Tenho a mesma sensação de quando eu estou bêbado, mas ainda melhor." Eu pergunto de que maneira. "Bebedice passa, mas isto vai durar mais tempo, o prazer ..." Peço-o a continuar a descrição. "É uma sensação boa, me sentia bem, isso não acontece mais. Quando me corto sinto que as pessoas se afastam de mim." Eu pergunto-lhe: "Será que as pessoas se distanciam de você ou é você que está se distanciando deles e principalmente de si?" Ele responde: "boa pergunta, isso não me veio à mente...a minha namorada Carla, ela também tem 15 anos, é muito insegura de nosso relacionamento. Ela sempre diz que eu estou perdendo meu tempo e minha juventude com ela. Ela quer dizer que acha que eu não gosto o suficiente dela. Eu gosto tanto dela que estou sempre com medo de perdê-la." Eu tinha conhecido Carla recentemente. Além disso, ela me disse que seu pai era alcoólatra e descreveu sua infância difícil. Carla pensa o tempo todo em seu sentimento de culpa. Peço-lhe para descrever o sentimento. Ela hesita e depois de um tempo ela diz: "Eu fui estuprada três vezes. Se alguém é estuprada três vezes, deve ser culpa dela também. Não é possível outra coisa, eu devo ter provocado esses homens..." Eu levo-a à consciência de que o estupro é sempre e completamente só culpa do estuprador, nunca da vítima. Ninguém tem o direito de, em qualquer situação, estuprar ou prejudicar outra pessoa. Ela continua e diz que todos os outros sofrimentos, o pai que bebe, as agressões, dão para compreender mas parece impossível compreender um estupro. "Como homem adulto molestar uma criança?" Ao mover-se ao redor do mundo você vê crianças de rua que precisam de comida e casa. Nas mesmas ruas que andam as pessoas economicamente sucedidas. Muitas vezes se sente como se nós, os mais afortunado, congelamos nossos sentimentos. Nós não temos a consciência do que vemos e temos medo de enfrentar as pessoas pobres. Isso aumenta a consciência em nós da injustiça crua da sociedade em que vivemos? Pode, como turista estrangeiro, olhar isso e se enganar dizendo que o assunto não nos diz respeito? Mesmo na escola os jovens aprendem a concorrência feroz no estudo e no trabalho. O poder econômico é baseado em quando dinheiro (capital) se tem. O objetivo é competir para ver quem consegue maximizar os lucros. As empresas buscam uma organização global e uma medida de produção tão em massa quanto possível, uma produção e consumo cada vez maior, onde os recursos naturais e a mão de obra (humana) são apenas fatores de custo. É preocupante, assustador e frustrante, especialmente para um jovem que ainda não se adaptou a isso. Isso nos faz sentir alienação em relação à vida e a nós mesmos. Uma pessoa tem muita dificuldade de entender isso em seu interior. Alguns se ajustam e se adaptam ao sistema, outros manifestantes fogem e se opõe a tal visão. Álcool e drogas fornecem alguma forma de alívio momentâneo, e lá se é atraídos para o círculo vicioso. Sistemas de poder leva as pessoas à alienação e dependência. Uma pessoa que é dependente, mesmo que for dependente de seu salário, da probabilidade de pagar o empréstimo bancário ou da aprovação dos outros, do sucesso escolar ou de suas rotinas diárias, vive alienada da vida, as suas emoções e em si mesma. Seu contato com o interior está bloqueado e, portanto, também com o seu sentido ético e a coragem. Então, ela não é uma ameaça evidente para quem está no poder e para as estruturas de poder e ela é facilmente manipulável e explorável. Nos Estados Unidos e na Finlândia tentaram, com pouco sucesso, implementar uma proibição da venda e uso de álcool. Eu acredito que hoje estamos cometendo o mesmo erro, mas agora em termos de substâncias entorpecentes. A proibição é necessária para evitar atividades destrutivas, mas a proibição restringe a liberdade e responsabilidade, ou seja, a consciência. Ninguém quer ser dependente, ser um prisioneiro do significado interior. Aqueles que trabalham com adictos no Brasil tentam lembrar-se do que uma pessoa que é dependente necessita: Ame-me quando eu menos merecer. Um finlandês que conseguiu se livrar de um forte vício quis continuar a sentença: "Porque sozinho, ainda não o consigo fazer." 3.4.2 Compare as vantagens de dependência e não dependência As drogas são como medicamentos com efeitos fortes e positivos. O álcool ou antidepressivos - o que é preferível? Maconha ou pílulas sedativas? Drogas e medicamentos psicotrópicos alteram o corpo, a química do cérebro e a atividade da consciência. Dependência surge, de facto, a partir da busca por algo bom. Ele não quer fazer conscientemente mal a si mesmo (ou aos outros). Quando uma pessoa se torna consciente de suas intenções negativas, ela não as executa. Álcool e drogas são usados explicitamente para conseguir algo bom, significativo. O mesmo se aplica para todas as dependências. Este poço pode ser descrito assim: - Senso de liberdade, alegria e euforia, prazer, felicidade quase sem limites Alívio da timidez, insegurança, medo, ansiedade Tudo parece possível Mais coragem e sucesso sexual Sensação de que todo mundo gosta de mim, todo mundo me admira, estou muito procurado, um sentido de existência, sentimento de grandeza Alívio da sensação de vazio e falta de sentido É como se as dificuldades e problemas perdessem sua importância, a sensação de que tudo está bem O sentimento de solidão, tristeza, depressão e amargura é aliviado O fascínio pelo fruto proibido e sentimento de ousadia Da amigos e companhia Tudo que inclui isso fornece significativo benefício, gozo e prazer. Às vezes nos sentimos no paraíso. Todo esse bom as pessoas querem naturalmente ter. Dependências de vários tipos envolvem a tentativa de alcançar o bom. Um ser humano é consciente de seus problemas. Ele pode certamente conseguir reprimir a sua consciência do problema na medida em que os outros não sabem que ela está em luta interna. Porém, ele se critica constantemente e sempre tenta parar. Ele culpa e condena a si mesmo. Se defende, explica e diz a si mesmo e a todos tudo. Pode convincentemente provar que o preto é branco e o branco é preto. Mas ele também se sente mal (e realmente é). Contra essa sensação ele precisa de remédio, ou seja, álcool, nicotina, doces, se cortar, jogar, levantar-se no trabalho, agredir... É um círculo vicioso, onde ele tenta tratar-se com o que deu origem à dependência. Normalmente não tentamos de fato entender um alcoólatra, uma anoréxica, um heroinista ou um viciado no trabalho. Desejamos-lhe bem, às vezes tentamos falar com eles, damos conselhos, às vezes o culpamos, exigindo-lhe para parar, ameaçando consequências ou a repreendê-lo. Em nossos pensamentos culpamos e julgamos muitas vezes, embora não tentamos mostrá-lo. Se você realmente quer ajudar uma pessoa que sofre de um vício, ajude-o a tornar-se consciente do bem que ele procura e recebe. Só então você pode seguir em frente e pensar sobre o possível bem que a libertação da dependência poderia trazer. Por exemplo: - Ser livre para desfrutar de outros prazeres da vida - Prazer que você recebe por ter saúde mental e física, auto-respeito e, portanto, respeito pelos outros - A segurança e a alegria de ter contato com a família e os parentes - A felicidade de ser capaz de desfrutar a alegria dos companheiros - O sentimento de coragem, iniciativa e determinação - Conhecer a sua curiosidade pelo estudo - Conhecer o seu poder trabalhando e recebendo uma situação financeira segura - Liberdade de riscos legais, judiciais - Para as mulheres grávidas, a possibilidade de dar à luz a um bebê saudável O uso de substâncias entorpecentes ou um comportamento vicioso pode ir tão longe a ponto de tornar-lhe totalmente um escravo dele. O próprio corpo, saúde e relações humanas não significam nada. Libertar-se da dependência significa mudar seus hábitos, o que requer uma forte motivação. Com ameaças geralmente não é alcançada motivação suficiente, nesse caso o problemas de dependência nem teria ocorrido. As vantagens de ser livre do vício não é tanto em ser capaz de evitar as consequências ruins, por exemplo. náuseas após a intoxicação, mas, a desfrutar de algo a mais, de fato, maior do que as causas de intoxicação. As pessoas podem ser motivados a mudar seu comportamento quando ela está comparando duas coisas boas: o bem que dá a dependência em relação aos bem que experimenta na vida sem o vício. As pessoas procuram o bem, mas por causa de empecilhos e da sociedade doente, ela escolhe uma direção destrutiva para alcançá-lo. Uma filha de uma família que eu conheço, de 14 anos, usou as chamadas drogas leves em um par de anos. Após a escola, ela usava um bom tempo para ficar chapada juntamente com seus amigos. Seus pais tentaram de todas as maneiras convencê-la a parar. A menina mentiu rotineiramente e enganou seus pais sem pestanejar. Uma vez que ela e seus amigos foram presos e levados para a delegacia, onde os mantiveram por algumas horas. A intenção da polícia era assustá-los e fazê-los pensar sobre o seu vício em drogas. Promessas foram feitas, mas nada mudou. Então ela simplesmente parou o uso das drogas. Alguns anos mais tarde, eu perguntei a ela o que a fez parar. Ela respondeu que estava era tranquilo e agradável ficar alta, juntamente com seus amigos, mas, ao mesmo tempo, ela começou a pensar em como isso a impediu de participar em outros tipos de atividades divertidas e interessantes na vida, como conhecer novas pessoas e participar de várias atividades, como esportes , dança e eventos culturais. Por fim, perguntei sobre as proibições dos pais e suas ameaças, se tiveram qualquer efeito. Ela respondeu: "Não, nenhum, nem a visita na delegacia de polícia." Quando julgamos, punimos e moralizamos, censuramos a consciência: suprimimos a pessoa. Alguém que visivelmente sofre de um vício desperta em nós a consciência da nossa própria alienação, dependência e como a sociedade nos aliena. Temos medo dessa consciência? Será que aprendemos os procedimentos cotidianos tão completamente que uma mudança parece perigosa? Nós todos sofremos de que fizemos a nós mesmos tão dependente das estruturas doentes da sociedade, que as vemos como normais. Defendemos estas estruturas da mesma forma como um alcoólatra ou viciado em trabalho defende seu vício. Imagine uma pessoa que usa uma grande quantidade de álcool, mas que não é alcoólatra. O fígado tornou-se desgastado ao longo dos anos e a ressaca mais dolorosas, e ela teme que a ressaca moral e física do dia seguinte tanto que ela freia o seu consumo de álcool. Não seria, também, melhor nesta situação parar para pensar sobre o bem que dá de beber e compará-lo com o bem que a abstinência total ou beber moderadamente pode dar, e pensar nas oportunidades de aproveitar a vida no dia seguinte? 3.4.3 Processo individual O processo de tratamento individual descrito abaixo é baseado em uma aplicação de referência do método conscientia. Pode-se fazer essas reflexões para si mesmo, mas o melhor é que você possa fazer isso com uma pessoa que se coloca aberta para o seu problema. 1. PERMITA O PROBLEMA, ACEITE A CONSCIÊNCIA DA SUA DEPENDÊNCIA - Se você sente que seus mais próximos fazem sugestões e identificam um vício em você, se interesse emocionante no momento. Seja curioso e faça perguntas sobre as suas observações e percepções. Se você está ciente de seu vício, pare e sinta. Evite deliberadamente culpar e julgar a si mesmo. - Pause e sinta, você sente ansiedade, vergonha, tristeza ou amargura? Tire um tempo para aceitar a consciência de seus hábitos emocionais. - Se possível, peça aos seus amigos para aplicar o diálogo de reforço em você (capítulo 2.2). 2. ESTEJA CONSCIENTE DO SEU PASSADO - Conte a história de sua vida como um todo, começando com o mais antigo que se lembrar. Também descreva o que estava acontecendo no mundo e em casa. Descreva seus pais ou entes queridos, e como encaravam a felicidade e tristezas da vida. - Faça uma avaliação pessoal do bem que você tem feito na vida. Lembre-se daqueles que você ajudou. Descreva como você ajudou, e como eles reagiram a sua ajuda. - Anote no papel os sintomas que normalmente têm (ansiedade, sentimento de insegurança, culpa, vergonha, ressentimento, medo, tristeza, raiva...) e os sintomas físicos (ternura, fadiga, tremores, tosse, dor de estômago, dor nas costas, doença do coração, eczema, acidente vascular cerebral ...). Prove-os, tente aceitá-los e a consciência deles. Eles são sinais de alarme úteis e um sinal do saudável em você. - Conte tudo sobre o seu passado e os seus sintomas para as pessoas que você sente que confia, seus amigos mais próximos, um estranho que você encontrou na hora certa, ou para um terapeuta. Fale sobre o que sente mais difícil de falar. 3. ESTEJA CONSCIENTE DOS MOTIVOS DO SEU VÍCIO - Reflita e esteja consciente de suas riquezas humanas e empecilhos e reflita sobre a lógica da visão humana (parte 1 e Anexo 1). Você sente que é livre para sentir o que você sente? - Pense em como e até que ponto você tem dedicado-se os valores da sociedade doente e como você se tornou uma engrenagem na máquina do sistema (parte 5). - Considere se você durante a sua vida pode ter abraçado atitudes problemáticas de sua mãe, pai ou outros parentes. Vá para trás e reflita sobre o ponto 3.3.2. Compare os benefícios. Se você está realmente motivado para mudar a maneira de viver e trabalhar, passar para a próxima fase, se não inicie novamente o processo. 4. PLANEJE COMO VOCÊ MUDARÁ O SEUS VALORES E COSTUMES - Reflita sobre os valores ideais, humanos e espirituais em si mesmo e como eles se mostram nos outros e na comunidade. - Planeje como você, passo a passo, muda o comportamento que está associado ao seu vício, ou tome uma decisão radical de uma mudança imediata e incondicional. Evite tomar decisões duras. Exigências rigorosas dificultam a execução de uma decisão. - Motive-se para fazer a mudança, indo várias vezes de volta para 3.4.2. Compare os benefícios. 5. PRATIQUE O PLANO DE MUDANÇA - Explore e contemple a vida, o homem, o amor e os valores universais. Comece a praticar o seu plano em suas tarefas diárias. - Ajude os outros com problemas semelhantes. Pratique em grupo para ajudar os outros a ajudar a si mesmo fora de seu egocentrismo. - Participe no trabalho de desenvolvimento social, ou em movimentos sociais de proteção ambiental, ou funde um movimento como esses, ainda que pequeno. Isso irá ajudá-lo a ampliar sua perspectiva e liberta-lo para sentir o sentido mais profundo da vida. - Considere a noite como o dia passou, mas evite todo o tempo se concentrar em si mesmo. Se você tiver recaídas não julgue e censure, mas conscientemente de um passo atrás no processo. Faça um plano novo. É o suficiente você segui-lo um dia de cada vez. Lembre-se que uma atitude exigente impede a libertação. A modéstia é o amor. 6. AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO - Faça, de tempos em tempos, uma avaliação geral do seu progresso, se possível juntamente com outra pessoa. - O processo pode ser continuado durante toda a vida. O auto-conhecimento, o conhecimento da natureza humana e a participação igualitária nas atividades do coletivo e da sociedade previnem e tratam a dependência. Uma cliente descreve seu irmão, que é alcoólatra. Ela diz que a louça de seu irmão acumula em uma grande montanha, que uma pequena atividade mundana pode se tornar algo grande. As tarefas diárias se transformam em requisitos rigorosos, que ele reage com resistência. Este conflito interno é um impedimento da sua capacidade de agir e consome suas forças. Também dá origem a um sentimento de culpa que ela não quer sentir. O irmão usa o álcool como uma medicação pode aliviar a vergonha e dar prazer. Isso funcionou algumas décadas atrás, quando o álcool o fazia se sentir quase feliz. Agora não o ajuda mais, mas a memória da bela sensação que o álcool deu no início ainda vive forte. Esse sentimento de felicidade o irmão que reatar. Ele foi atraído pela possibilidade de que vai ter sucesso desta vez. Tem de acontecer, uma vez que o fez anteriormente. Com isso continua suas tentativas para alcançar artificialmente o bemestar e ele se torna cada vez mais frustrado. Enquanto cresce a necessidade de medicamentos, álcool e o fecha círculo vicioso se fecha. A irmã diz que o irmão se reduz a um nada. Anteriormente, o álcool lhe deu um forte senso de existência, mas agora funciona de maneira oposta. Mas a lembrança da sensação agradável é forte, forçando-o a tentar tê-la novamente. A irmã conta quantas vezes tentou fazer com que seu irmão entendesse que ele está destruindo sua vida com a bebida. Sugiro que na próxima vez que ela for capaz de falar com o seu irmão tente falar sobre os bons efeitos do álcool, como ele ajuda e torna mais fácil sentir auto-confiança e entusiasmo. Ela deve pedir a seu irmão para explicar em detalhes exatamente todo o bem que beber deu e ainda dá. Se o irmão levantar qualquer ponto negativo, ela vai pedir-lhe para voltar e se concentrar em descrever os pontos positivos. As conseqüências negativas do consumo de álcool, ele é bastante familiarizado com. Ele acusa e condena a si mesmo. Ele censura a sua consciência e, assim, reduz-se. Faz-o incapaz de avaliar as suas opções. 3.4.4 Autoconhecimento por meio de grupos de apoio mútuo Um grupo de apoio para pessoas que sofrem de dependência é uma ótima maneira de auto-conhecimento e conhecimento do coletivo. O grupo também pode ter membros que são co-dependentes, ou outras partes interessadas. Um grupo heterogêneo tem uma perspectiva mais ampla e uma base mais ampla. Participe de algum grupo que já funciona ou tome iniciativa e comece um novo grupo para algumas pessoas. Concordem sobre a finalidade do grupo, a cooperação e um calendário adequado. As sessões podem ser, por exemplo cerca de duas horas e o conteúdo pode ser planejado de modo a que os passos seguintes são incluídos: 1. A reunião começa. Os participantes decidem sobre as modalidades práticas. Em seguida, alguém reflete rapidamente sobre uma parte selecionada das referências do método conscientia (idéias básicas sobre os seres humanos, as riquezas humanas e empecilhos). Pode também assumir a forma de um poema, um pequeno teatro, desenhos ou alguma alternativa similar, sob a forma de meditação ou um ritual que evoca reflexão, espiritualidade, dependendo de como o grupo quer. O grupo faz uma breve discussão sobre o tema. 2. De acordo com o programa planejado conjuntamente um dos membros do grupo fala o tema do dia. Ele reflete sobre e discuti-os, talvez em meia hora. Temas que você pode ter, por exemplo: - O que é o ser humano? Qual é o sentido da vida? - O que é responsabilidade e liberdade de sentimentos e ações? Como você reage à ansiedade, vergonha e culpa? Por que e como as estruturas de poder levam o homem ao vício? Como podem os membros do grupo fortalecer as riquezas humanas? Qual é a maior satisfação ou benefício que recebi de dependência? Somos vítimas de nossas emoções? Por que é tão difícil amar? Você já sentiu profunda injustiça? Como você se relaciona com ela? Como a inveja afeta os valores da vida? O que te faz reverenciar outra pessoa? Como você se torna consciente da censura, inveja, perfeccionismo e a megalomania em seus pais e entes queridos? Você se vê no espelho? Como diferencia o prazer e felicidade um do outro? Quando você sente felicidade? Existe espiritualidade? O que é espiritualidade? Qual é a estrutura social ideal? Como isso afetaria a vida mental humana? Não se busca uma unidade quando o tema do dia é discutido. A intenção é simplesmente apresentar as várias emoções e opiniões, ouvir os outros e explorar as coisas juntos. 3. Na parte de sobre o auto-conhecimento, os membros do grupo refletem sobre o seu estado emocional, param e falam como se sentem. Se evita falar sobre possíveis "razões" para seus sentimentos, mas sim sobre o sentimento real. Então alguém pede para ser o sujeito em questão ou a qualquer outra pessoa para ser. Essa pessoa diz primeiro sobre si mesmo, seus antecedentes e sua situação de vida. Ela descreve seus sentimentos e percepções, e as suas eventuais observações espirituais. Ela pode descrever em que estado energético que ela parece estar. Ela pode, por exemplo, dizer o que fez no passado recente e o que ela experimentou com diferentes pessoas. Ela descreve o bem que a dependência da a ela. O outro faz perguntas para aprofundar a compreensão e a consciência do que surgiu. O grupo deliberadamente evita qualquer crítica, conselho e sugestão para uma solução. Um dos participantes em suas próprias palavras repete o que a pessoa acabou de dizer, e refletir sobre semelhanças em si mesmo. Os outros membros do grupo podem continuar falando sobre seus sentimentos e experiências. O objetivo principal da parte auto-consciência é desenvolver tolerância quando se trata da consciência de sentimentos e emoções, e aumentar a consciência das riquezas humanas (Capítulo 2.2 Diálogo de Reforço). A partir deste ponto de partida, é quase por si só, tornar-se consciente dos empecilhos. Os participantes discutem os benefícios e alegrias da dependência e sua alternativa, a independência. Se a motivação pela independência cresce forte levantam juntos idéias sobre como os processos podem ser alterados. As ideias, a pessoa que era o assunto, pode mais tarde transformar em um plano prático. 4. Finalmente quem liderou o encontro faz uma conclusão do que foi levantado. O encontro pode terminar com qualquer contemplação emotiva, filosófica ou espiritual, ou cerimônia de saudação. O conteúdo das sessões podem ser desenvolvidas no sentido do processo do grupo, como descrito no capítulo 2.5. O próximos do adicto, por exemplo, membros da família, amigos, colegas, professores e supervisores têm uma posição importante na ajuda. Tome a iniciativa, se você é capaz de fazê-lo, e não espere por alguém para fazê-lo. Se não fazer nada, você vai se arrepender disso mais do que com qualquer fracasso. A falha só é possível se você precisar que a tentativa seja bem sucedida. Tente, portanto, não ter sucesso, mas aja tão sabiamente quanto puder. Quando uma pessoa está sofrendo de um grave vício, ela precisa de outras pessoas e da ajuda do coletivo para ser dirigida em uma atividade significativa e intensa, em uma estrutura social justa. A forma de tratamento pode, por exemplo, incluir uma comunidade terapêutica, cujo corpo é composto de diversas atividades diárias de uma organização inclusiva (Capítulo 2.6 A comunidade terapêutica). As pessoas querem o bem, mas no vício procuram-o de forma prejudicial. Por isso, um dos objetivos importantes do tratamento é aprender a fazer o que não queremos. Dessa forma, você pode esmagar o poder dado à dependência, as energias negativas e desenvolver novas maneiras de alcançar a verdadeira felicidade e significado na vida. Eu estava em uma viagem de férias com a minha filha em uma pequena cidade brasileira chamada Barrerinhas. Na rua, encontramos um homem que parecia simpático, e perguntei-lhe onde eu poderia emprestar um par de bicicletas. Ele levou a mim e minha filha para sua casa e ofereceu suas próprias bicicletas. Começamos a conversar e ele me disse que tinha sido por muito tempo alcoólatra, ficado na sarjeta e perdido sua família e seu trabalho. Um dia, enquanto passava na igreja, onde as portas estavam abertas e tendo uma missa, ele viu sua filha de dez anos no altar, rezando para os anjos ajudarem o pai a parar de beber. Isso tocou suas emoções tão fortemente e balançou a consciência tão profundamente que ele decidiu parar de beber. Ele manteve sua decisão. PARTE 4 PARA COLETIVOS 4.1 PAZ NO TRABALHO E MOTIVAÇÃO NA ESCOLA 4.1.1 Qual é a finalidade da escola? Refletimos suficiente o propósito da escola e sua missão de educar as crianças e desenvolver a justiça em nossa sociedade? Será que é realmente clara a visão, a estratégia da escola e as formas de trabalho para melhorar o bem-estar humano? São os objetivos da escola psicossociais ou se focam em na necessidade dos negócios de trabalhadores e consumidores? Nosso sistema de ensino atual surgiu no início de 1800 na Prússia, onde o filósofo Johann Gottlieb Fichte (1762-1814) desenvolveu a idéia de um sistema público de ensino. A necessidade e o objetivo era elevar o nível de conhecimento da população, para que funcionassem melhor, tanto na guerra quanto nos negócios. As crianças devem aprender o que lhes é oferecido, na forma como está previsto. Devem aprender a pensar o que devem e o que não pensar. O sistema escolar foi concebido para gerir e controlar os pensamentos da criança. Elas são criadas para serem soldados e trabalhadores. Na Finlândia, as primeiras escolas foram fundadas na década de 1850 pelos proprietários das mansões e fabricantes. Foi particularmente a indústria que precisava de trabalhadores alfabetizados. Em seguida, as escolas primárias foram substituídas pelo ensino fundamental nos anos 1972-1977. O objetivo da escola era apoiar o desenvolvimento dos educandos em membros eticamente responsáveis da sociedade e dar-lhes o conhecimento e as habilidades que eles precisassem na vida. O treinamento iria promover a formação e a igualdade na sociedade. O advogado brasileiro Marco Guerra disse em entrevista a um jornal (Tribuna do Norte, 31/03/2013): "O propósito da educação, ou é libertar ou domesticar. O sistema escolar não é neutro." Domar é educar o filho em um recurso obediente para o mercado de trabalho, que se adapte à estrutura de poder. O sistema de ensino, institutos de educação geral e a formação de profissionais, sempre foram usados para apoiar os valores e os objetivos do sistema de poder, independente se for a ditadura militar, o colonialismo, o capitalismo ou o comunismo. Em escolas regulares não são questionadas as estruturas sociais, exceto qualquer professor único em casos excepcionais. O material didático não contém nenhuma análise crítica real da sociedade, apesar da injustiça óbvia. As crianças não são incentivadas a participar do trabalho democrático, embora nos discursos festivos constantemente lembram a importância da democracia. Na Finlândia, estão orgulhosos que o nível de escolaridade de acordo com a pesquisa internacional (PISA, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) constatou estar entre os mais altos, até mesmo o melhor. Se revisamos os resultados à luz destas considerações, não se parece mais tão bem. Um dos fatores importantes para esse sucesso é que as escolas da Finlândia ainda não são privatizados (apenas uma pequena percentagem de escolas são). Uma vez que as escolas estão sujeitas ao interesse e especulação, cresce a desigualdade entre as pessoas. A maioria das escolas públicas são negligenciadas embora a maioria estude nelas. As famílias ricas mandam seus filhos para escolas privadas caras onde são canalizados os melhores recursos. Na Finlândia, o rico também se preocupa muito com o nível de escola pública, como também seus filhos a usam. Na Finlândia, os professores têm um longo tempo de formação e são valorizados na comunidade. Historicamente, eles foram o grupo profissional ativador de consciência nas pessoas, talvez mais contribuinte para a Finlândia tornar-se independente do czar russo. Em São Paulo foi realizada em maio de 2013, um seminário internacional que contou o sucesso da escola finlandesa. O primeiro orador, Jaana Palojärvi do Ministério da Educação disse que as meninas são muito melhores do que os meninos. "As meninas conseguem!", ela disse enfaticamente. A escola realmente não é projetada para meninos. Ainda, é bastante comum para as meninas já em casa serem ensinadas a se tornarem obediente e comportadas. Os meninos podem ser mais livres e naturais, e eles também têm uma maior compreensão de sua agressividade. Isso reforça a noção de que a escola, principalmente, quer fazer as crianças agradáveis e personalizáveis. Mas a Finlândia tem posição inferior na satisfação com a escola, posição 65 dos 67 países participantes. Crianças e jovens não gostam da escola. A acham ruim. Para mim, este é o fator mais importante. Outros aspectos que são medidos no PISA é o conhecimento duro e racional da habilidade de resolver problemas. É notório que os seis países que vêm antes Finlândia são tipicamente países autoritários com regras quase ditatoriais. Isto poderia significar que a Finlândia é uma sociedade autoritária, o que pode ter se originado no colonialismo sueco por 700 anos e depois russo por 100 anos realizados na Finlândia, até 1917. A Finlândia ser tão próxima de países autoritários no sistema escolar e da satisfação escolar ser tão baixa deveria fazer o povo finlandês muito indignado, e levar a uma direção e prioridades diferentes das escolas. Queremos mudar o caráter da escola? Aceitarmos conscientemente que os valores da vida econômica infectou as escolas e que as crianças são educadas para executar e competir uns com os outros para se tornarem trabalhadores assalariados, equipados com o conhecimento e comportamento para atender às necessidades sociais? Ou queremos que os jovens pensem eticamente, sintam vergonha e raiva quando outra pessoa é tratada de forma injusta e reajam contra injustiças? Queremos que os jovens desenvolvam a sociedade de modo que as suas leis, instituições e princípios de funcionamento econômico garantam a solidariedade, a igualdade e a responsabilidade compartilhada? Solidariedade significa reconhecer que eu posso ser feliz só se você for também. É claro que nós queremos construir um mundo melhor, um sistema social mais justo, garantindo a todos uma oportunidade de experimentar a felicidade. Precisamos de uma escola que ajude na prática as crianças a crescerem no amor. Uma escola que atua como um catalisador, com o objectivo de ajudar a mudar a sociedade e, em especial, os princípios das atividades econômicas. Ciloni Zang, que é professora em uma aldeia indígena no sul do Brasil, descreve como os professores precisam se adaptar à cultura dos alunos. A criança não entendo porque deve ser promovida para a série seguinte. Elas são apenas tremendamente interessadas em saber como a realidade funciona. Sempre querem obter mais conhecimento. Se irritadamente os repreendemos, abismados dizem: "Você está com raiva, eu não quero você aqui." Eles vêem isso como auto-evidente e que devem ser envolvidos na tomada de decisões que lhes dizem respeito. O objetivo deste capítulo é descrever como as escolas e os professores podem atuar tanto para desenvolver a solidariedade e a igualdade nos alunos e promover a motivação e satisfação na aprendizagem e no trabalho. O modelo tem duas vertentes: - - Reforçar a consciência da riqueza humana do educando. Levantar os aspectos saudáveis deles, ajudando-os a aceitar a consciência de seus empecilhos. Ensinar como se desenvolver nas relações humanas e de cooperação. Deixar a consciência de si e o conhecimento da natureza humana crescer. Certificar-se de que a igualdade é a base da responsabilidade compartilhada, para que todos sejam envolvidos diretamente na tomada de decisões sobre assuntos importantes. Todos são co-responsáveis pela paz de trabalho e pelo planejamento e implementação de atividades. O objetivo é os jovens, depois de concluir a escola, vejam a participação direta como uma questão de óbvia, e exijam o direito de tal, tanto no trabalho como na política. A educação não pode ser moldar a criança a favor das demandas da vida e do sistema de poder econômico. O propósito da educação é muito maior: inspirar as crianças a crescerem como pessoas humanas, éticas e amorosas. O propósito da educação é ajudar a criança a entrar em contato com a beleza da vida. Na vida comum, estamos presos com uma corda na na garganta, contínua limitação de tempo, demanda por soluções rápidas e relações humanas superficiais, exigências de desempenho e constante competição. Os valores desumanos de vida econômica tem uma forte influência. Alunos e professores se sentem frustrados e mal. Costumamos falar sobre o quanto é importante estabelecer limites e dizer não. Nunca se deve dizer não a alguém, mas é importante impedir e prevenir atividades destrutivas. Nunca se deve oprimir uma criança (ou adulto), mas ajudá-la a se abrir para o humanismo. Esteja interessado nos sentimentos da criança ou do jovem, fale e questione sempre respeitosamente eles. Eles são um fator-chave na sua existência. Quando você levar em conta e aceita-os ela sente que existe, que é vista e amada. Aceitar os sentimentos, obviamente, não significa que não se deve impedir uma pessoa de agir agressivamente. Uma atmosfera de camaradagem e inspiradora na escola é o sonho de todos os professores e alunos. É, também, o que se busca em todos os locais de trabalho. Um grupo de pessoas da escola da Finlândia, Brasil e Suécia estiveram envolvidos no desenvolvimento das idéias deste capítulo. Desde 2005, a Escola Estadual Nova Sociedade do Rio Grande do Sul, serviu como uma escola-piloto. Depois, centenas de professores se juntaram ao método de treinamento e o praticam em suas escolas, cada uma à sua maneira. A intenção foi desenvolver um método que pode ser aplicado a um nível de classe ou série, ou em toda a escola, e que pode ser implantado de forma incremental. Faz, educadores, outros funcionários e educandos a participarem na tomada de decisões na escola, o que dá um sentido de responsabilidade real e promove a iniciativa. As operações da escola sentem significantes. O conhecimento da natureza humana ajuda a conhecer e respeitar os outros e seus sentimentos, reações e ações. A escola é o local de trabalho da criança. Na verdade, todo local de trabalho deveria ser uma fonte inspiradora de alegria e união, um coletivo para o desenvolvimento das riquezas humanas de cada um. Neste capítulo, concentramo-nos na comunidade escolar, mas os princípios são úteis em qualquer outro local de trabalho. 4.1.2 Educador - conheça a si mesmo Na escola se vive muito estresse e frustração. Necessita muito tempo e energia para manter paz e bom estado de funcionamento. Não é fácil para atender a insatisfação e raiva dos estudantes, evitar danos e proporcionar aos alunos um feedback quando se comportam indiferentes, arrogantes e agressivos. Às vezes experimentamos uma completa falta de estrutura e de cooperação da escola, e a atmosfera psico-social escolar pode ser muito instável. Como seres humanos, os educadores são, é claro, diferentes e eles se voltaram para a profissão por razões variadas. Um professor aposentado de história, uma lenda viva em sua cidade natal, me contou sobre a forma como trabalhava: “Deixei claro desde o início como se comportar na minha classe, o chapéu e o casaco pendurados, nada de goma de mascar e celulares, as meninas entram primeiro na classe, nada de palavrões... Eu tinha a vantagem de ensinar os alunos do ensino médio, e mesmo antes de eles chegarem à minha classe sabiam do jeito que eu trabalhava. No começo, eu era rígido, não sorria desnecessariamente. Quando os alunos começavam a aprender e se acostumar com as minhas regras eu começava a ceder. Minha missão era agir com respeito, justiça e igualdade. Eu gostava do meu trabalho e amava meus educandos." Os jovens, como os adultos, gostam de uma situação social clara com procedimentos definidos. EXIGÊNCIA PARA SOLUÇÕES RÁPIDAS É UMA ARMADILHA Preocupação, indiferença ou agressão no estudante demonstram sobre sua atividade emocional. Dirigir-se aos sentimentos, sem críticas e demandas, com respeito, é fundamental para que os educadores se conectem com os alunos e, assim, sejam capazes de levantar as riquezas humanas deles. Quando você se concentra nas habilidades do educando, você se concentra em suas próprias habilidades. Um educando que age destrutivamente é difícil para si mesmo e para os outros. Se trata dos empecilhos humanos. Se exigimos soluções rápidas, os problemas se tornam crônicos. Pare e tome tempo para entrar em contato com você mesmo. Evite se envergonhar ou se culpar por sua incapacidade de lidar com os desafios. Evite criar expectativas e tomar reclamações para si, eles significam censura que levam a sentimentos de frustração, desesperança e fracasso. Suprimem sua capacidade. Pare, não tente resolver problemas sem primeiro aprender a viver com eles para que você possa relacionar-se abertamente e amorosamente exatamente com seus educandos mais difíceis. A FRUSTRAÇÃO É UM SINAL DE ALARME ÚTIL Você se sente frustrado? Faça uma pausa e sinta a sua decepção, sua amargura e sua eventual culpa. Você tem maiores expectativas de sua capacidade e suas oportunidades do que o que é realista. Você pode não querer se tornar ciente do enorme desafio que a sua classe é. Pode ser que você via seus alunos torna-se consciente de algo importante. Você vê uma atitude negativa e arrogante em si mesmo através deles? Você julgaos ou concentra-se nos elementos de distração deles? Você talvez não para e vê a pessoa real neles, talvez você não tem contato com sua própria riqueza interior? Quando você olha para a classe com insatisfação, você pode ter certeza de que ela passa para os alunos. A primeira coisa a fazer é aceitar e respeitar os sintomas. Eles são alarmes saudáveis e importantes! Ouça o sinal de alarme, independente é de fadiga, dor de cabeça, ansiedade, tensão, sintomas abdominais ou eczema. Pare e se concentre em deixar os sintomas existirem e pare para conhecê-los conscientemente. Na sala dos educadores, por vezes, falam mal dos educandos e concorrem quase em quem tem o caso mais difícil. Muitas vezes ele já está em casa rotulado como uma criança problema, e não raramente esse carimbo é ampliado na escola. A missão da escola é eliminar os estigmas e levantar a verdadeira natureza humana na criança. Quando os educadores são treinados no conhecimento da natureza humana e da responsabilidade compartilhada, por vezes, encontram resistência. Alguns podem dizer que um educador não é um terapeuta. Isso mesmo, os educadores não têm muito treinamento em como encontrar as pessoas, e ainda o seu trabalho consiste no mais alto grau da educação, além da tarefa de transmitir conhecimento. Eu ainda acredito que um educador ainda é uma espécie de terapeuta educacional, quer ela queira ou não. Da mesma forma como cada pai e mãe é um terapeuta para seus filhos - geralmente com suas próprias experiências como educação. PAIS FURIOSOS Às vezes os pais agem de modo muito agressivo com alguma criança, exigem o impossível, reclamam do professor e da escola e ameaçam apresentar uma queixa formal. Apesar de tentativas não se consegue conversar com eles. Abaixo está um breve resumo de como você pode fazer se acontecer tal situação. Encontre os pais com respeito e fique aberto e interessado nos sentimentos deles. Se você não tem expectativas ou comentários críticos sobre a raiva, a agressividade não tem poder psíquico sobre você. Ouça, portanto, esteja presente. Você pode repetir o que eles dizem, para que eles ouçam suas próprias palavras através de você. Dessa forma, eles ouvem, de certa forma, a si mesmos, e percebem que você realmente está ouvindo e registrando. Você não precisa de modo algum concordar com a maneira de ver deles. Você pode perguntar: "Como você sente isso?", Ou "Você acha que foi mal interpretado?" Se possível, peça-lhes para descrever seus sentimentos. Quando uma pessoa sente que é aceita e respeitada em seus sentimentos, é mais fácil para ela respeitar a si mesma, e assim outros. Não entre na defensiva. O outro percebe como um ataque, e reforça a noção de que você tem algo para defender. Descreva a situação de forma aberta, como se fosse um fenômeno normal. Exponha as informações que você tem sobre o assunto, mas não faça-o de forma defensiva ou crítica. Você pode manter um simples diário de eventos significativos e pensar sobre eles com seus colegas. Cuide de si mesmo para que você não se culpe ou exija o impossível. Respeite a si mesmo para que os outros o façam também. 4.1.3 O que motiva o ser humano? A motivação é uma espécie de energia psíquica, como uma chama interna que faz uma pessoa agir e se esforçar. Motivação significa simplesmente vontade. Quando você pode fazer o que quer não senti resistência alguma. Quando queremos motivar alguém procuramos influenciar a vontade desse. Motivar pode ser uma espécie de lavagem cerebral. Em uma criança vemos a forte vontade de aprender, ser ativo, observar e descobrir o que a realidade é e como funciona. Uma criança é naturalmente livre, alegre, direta e com confiança. A criança joga, ou seja, faz seu trabalho, se desenvolve e aproveitar a vida. O melhor ambiente para o crescimento e desenvolvimento das crianças, assim como dos adultos, é a transparência e a participação em um coletivo onde você pode participar, escolher e decidir. A criança sente que é respeitada e respeitam suas emoções. As riquezas humanas da criança são valorizadas e recebem ajuda ativa a tomar consciência delas. Elas sentem que não são punidas por erros, esses podem acontecer. Se uma classe quer se concentrar no aprendizado ou em quaisquer operações conjuntas é claro que a paz de trabalho surge por si só. Se a classe não se justifica desaparece esta paz. Motivação ou vontade é um mistério, pois envolvem liberdade e a responsabilidade. As pessoas não querem só o bem, ou, mais especificamente, elas querem o bem, mas por causa dos empecilhos (por ex. costume emocional negativo, censura, inveja...) pode o mal ser sentindo como bem e o bem parecer mal. Um educador demonstra apreço e interesse de seus educandos quando fala com eles sobre seus sonhos, sobre a natureza, a sociedade e sobre a forma como eles querem desenvolver e usar suas habilidades. Junto com os alunos mais velhos, você pode, por exemplo, considerar as seguintes questões: A vontade e as emoções: - Qual é o seu maior sonho para o futuro? - O que você sente agora? - É importante para você ser aceito pelos outros? - Você quer se sentir que é melhor que os outros? - Você pensa mais sobre como evitar ser miserável do que sobre a forma de alcançar a felicidade? Auto-conhecimento e auto-confiança: - Que valores são importantes para você? - Você se sente depende dos outros? Se sim, de que maneira? - Você se sente rebelde? Se sim, de que maneira? Como você vai realizar a sua rebelião? - Que fatores psicológicos em você lembram às de seu pai e sua mãe? - Você já adquiriu alguns dos valores da nossa sociedade? Dê um exemplo. A morte e o sentido da vida: - O que significa ser feliz? - Você quer participar das decisões importantes que afetam você? Se sim, de exemplos de coisas importantes que você gostaria de poder decidir. - Você pensa sobre a morte? Se sim, como é a sensação de pensar nela? - O que é o sentido último da vida para você? - Você acha que as atividades diárias, como o trabalho dos adultos, deve estar relacionado com o sentido da vida? Justifique sua resposta. Discutir o assunto. Amor e sexualidade: - O que significa a palavra amor para você? - De que modo está ligado o amor e a sexualidade? - Como pode o amor e a sexualidade significar coisas diferentes? - Quais os aspectos de um relacionamento a dois e doo desejo sexual você quer obter mais informações e discutir sobre? A tarefa da escola para motivar os educandos é muito contraditória. Os educadores querem que os educandos sejam gentis, que se concentrem em suas tarefas e mantenham-se concentrados no ensino. Anteriormente, refletimos sobre o propósito da escola, que contém uma jornada invisível para adaptar os jovens a competir como trabalhadores assalariados no mercado de trabalho. É compreensível e respeitável que um jovem não queira uma coisa dessas. Ele pode não refletir sobre isso no nível intelectual, mas no plano emocional está ciente de que é empurrado para um túnel. Quanto mais aberto o educador falar sobre isso, o mais fácil é para os educandos aceitarem a consciência da estrutura do mundo de finanças e negócios, e, no longo prazo, tentar mudá-los. O educador é um líder de equipe. O líder transmite seu sentimento para o outro, pode ser o medo de fazer errado, exigência de acertar, desgosto ou alegria, curiosidade, entusiasmo, respeito e amor. A motivação é morta se o educando fica para trás e começa a sentir que não pode. Ele começa a fugir do assunto e, talvez, a odiar o professor. Em seu livro, A Matemática como uma linguagem (2000) Marit Johnsen Høines descreve a cooperação entre educador e educando: "Sentir e demonstrar respeito pelo conhecimento do aluno é uma boa base para a cooperação." Por um tempo minha filha costumava reclamar vigorosamente sobre professor de física, quando chegava em casa da escola. Ela disse que não entendia nada de física. Não era típico dela. Preguiçoso como eu era, pedi que procurasse um professor particular. Quando parecia que não nada mudaria do assunto, sugeri que sentássemos juntos para ver o livro de física. Ela concordou. Nós fomos através do livro e localizei as áreas que ela entendia. A partir daí, começamos a mover-se gradualmente para a frente. Isso aconteceu por torno de quatro noites. Surpreendentemente rápido, tudo mudou, ela veio da escola e me disse o quanto amava o professor de física e a própria física. Eu não podia acreditar meus ouvidos. Mudanças não ocorrem, é claro, sempre tão fácil, mas este exemplo ressaltou para mim a importância de encontrar que sentimos que conseguimos, para, a partir daí, prosseguir moderadamente. Talvez uma das formas mais eficazes de suprimir os alunos e a motivação é ser crítico e insatisfeito. Evitar o fracasso é o principal problema do ensino. Deste modo o negativo toma poder, e torna o aprendizado muito difícil. Para que alguém fique interessado na realidade, no conhecimento e nas habilidades para que com entusiasmo e abertura investigue tudo o que vê, devemos sentir amor e gratidão pela vida. Para aqueles que desde a infância tenham muito amor é, provavelmente, mais fácil sentir e agir dessa forma. No entanto, se houver falta de amor, tem ainda mais motivos para oferecer amor na escola e no trabalho. O que mais facilmente evoca e inspira a motivação é um processo aberto, humano de auto-conhecimento, combinado com uma ambiente em que há igualdade e união. Todo mundo sabe por experiência própria que se aprende mais quando você ama o assunto. A visão do educador pode ser de despertar o espírito de solidariedade da classe, para que os que podem mais possam ajudar os com mais dificuldade. (Mais sobre motivação no capítulo 2.3 Acompanhamento) 4.1.4 Como lidar com um aluno com dificuldades Não é fácil no trabalho lidar com alunos (ou colegas, pacientes, clientes, superiores e membros da família) que agem de uma maneira difícil e destrutiva. A indiferença, a atitude negativa, provocação, assédio, assédio moral, constantemente chamando a atenção e a agressividade são desafios difíceis. É necessário transparência, amor e perseverança. Diagnósticos, como a palavra "aluno problema", são estigmatizantes. Eles legitimam a identidade descrita e chama atenção ao problema, independente de ser sobre o TDAH, depressão ou dificuldade de concentração. O risco de um diagnóstico é que ele tende a alimentar-se. Ele muda o sistema do ambiente e coloca obstáculos para oportunidades de desenvolvimento. Quando uma criança se comporta de forma destrutiva, os pais colocam a culpa neles próprios e têm vergonha do comportamento. Quando a criança recebe um diagnóstico, podem enxergar que o problema é de natureza médica e não devido a eles como pais. Pode fazê-los sentir menos culpa, o que é bom para aliviar a culpa que sentem. Pais amorosos também podem ter filhos que se comportam de forma agressiva. Toda pessoa tem liberdade, e é por isso que cada um de nós somos um mistério. Eu estava em uma viagem de treinamento no sul do Brasil, nos arredores da megacidade de Porto Alegre. Eu vim para a escola de manhã. Na sala dos professores, eu encontrei o diretor, o vice-diretor e um pedagogo especial e juntos iriamos planejar o programa do dia. A porta estava aberta para o corredor, onde as crianças corriam, gritando alegremente. Um menino de cerca de oito anos parou na porta. Ele olhou fixamente para nós por um tempo, então ele correu até mim, me pegou pela cintura e me abraçou forte. Eu fiquei um pouco surpreso, e nossa conversa parou. Eu senti que era melhor deixar o menino ficar lá o tempo que ele queria. Depois de um tempo ele soltou e olhou para mim longamente e, em seguida, saiu correndo. Eu senti ternura e gratidão, e pensei então que era uma criança simpática que recebe um estranho tão calorosamente. Durante o dia eu encontrei o menino no corredor algumas vezes e paramos. Eu disse algo gentil com ele, mas ele simplesmente não disse nada. Na parte da tarde as crianças foram para casa e nos encontramos sem querer novamente. Ele me abraçou e eu disse que eu iria sentir saudades dele. Eu continuei o treinando com os professores. No final do dia, nós falamos sobre como tinhamos progredido com o funcionamento do método. Finalmente, perguntei quem era o menino. Um dos professores bufou: "Ah sim, o Lucas, ele é um verdadeiro monstro. Sua professora tentou fazer de tudo para se livrar dele." Um outro professor continuou: "Ele é completamente impossível, ele ataca qualquer um, quantos for. Ele provoca todos e é extremamente agressivo. Ontem, eu tive que impedir fisicamente a classe de linchar ele." Ouvi com interesse e perguntei como é para o menino em sua casa. Um dos professores disse: "Ele vive na periferia da cidade, em um casebre sem amenidades. As necessidades se faz ao ar livre e não existe nem pouco de higiene. Alimento só tem ao acaso. A mãe é uma prostituta e recebe os clientes em casa. Ninguém sabe nada sobre seu pai." Eu senti tristeza e indignação, e disse: "Esse menino precisa de disciplina e limites, ou do amor?" Os professores responderam: "Amor! Certamente entendemos isso, mas muitas vezes não há apenas tempo para o amor. A falta de amor é curada por disciplina. Para problemas difíceis, queremos soluções imediatas, e o problema só cresce." Perguntei ainda: "Não seria mais importante trazer a verdadeira natureza deste menino, a sua humanidade, em vez de se concentrar em sua agressividade?" Eu, obviamente, recebi uma resposta afirmativa. À noite, eu saí da escola e continuei a viajem. Eu tinha lágrimas em meus olhos e senti uma enorme gratidão e alegria profunda que tive contacto com esta pequena pessoa. Eu senti que valeu a pena ter vindo. Ao mesmo tempo, senti forte indignação e uma grande necessidade de fazer alguma coisa. DISCUTIR O CONCEITO DE HUMANO COM OS ESTUDANTES Comece por introduzir brevemente o método conscientia e os pensamentos básicos sobre a humanidade (Capítulo 1). Discuta-os com os educandos. Eles servem como referência para usar ao refletir sobre o ser humano e a cooperação. Durante a discussão, evite responder às perguntas. Tente, em vez, responder às perguntas com novas perguntas. Use como ajuda o diálogo socrático em que sua tarefa é desenvolver o conhecimentos e as habilidades a partir do interior dos participantes. Utilize as perguntas no final do capítulo 1.1 Visão sobre o ser humano e a lista de perguntas na seção anterior 4.1.3 O que motiva o ser humano? Diga que a sua intenção é atender a classe com respeito, independente dos sentimentos de cada um, seja de alegria, entusiasmo, insatisfação, tristeza ou raiva. Você quer fazer contato com eles para poder ter contato consigo mesmo. Você não busca o controle mas o contato. Você vai enfrentar os conflitos e brigas sem tentar julgar ninguém ou buscar bodes expiatórios. Em vez disso, você quer discutir com as partes individualmente, ouvi-los e refletir juntos sobre como lidam consigo mesmos. Você diz que confia que eles, todos nós, são equipados com todas as riquezas humanas e seu trabalho é trazê-los a tona e desenvolvê-los. Peça aos alunos que com imagens, texto ou dramatização descrevam as riquezas e empecilhos humanos e as dinâmicas internas do homem. Confirme as suas metas de longo prazo de alcançar um ambiente equitativo e inclusivo no coletivo de classe. Você quer evitar conscientemente a comparação e competição entre eles. Diga que as credenciais que você der só o faz pelas regras e regulamentos que o forçam a isso. APLIQUE O DIÁLOGO DE REFORÇO Tomamos como exemplo um caso em que um educando não consegue se concentrar no ensino e perturba os outros. Sua ansiedade o impede de avançar na escola e ele fica para trás dos outros. Ela sente-se pior do que os outros e foge da consciência disso através de atos disruptivos e agressivos. Aplique o Diálogo de Reforço (Capítulo 2.2): 1. Se você está ansioso, frustrado ou com raiva, você deve parar e sentir o seu sentimento. É um sintoma, um sinal de alarme. Seus sentimentos são sua atividade interna. Pense sobre o que pode estar causando os sintomas, talvez suas próprias expectativas irrealistas ou sua tendência de julgar. Talvez você esteja desapontado que ele deixou de fazer a lição de casa e interfere o seu ensino, embora você saiba muito bem que é sempre assim. Você consegue se identificar com este estudante? Talvez ele se concentra em agir negativamente justamente quando você se foca nos comportamentos negativos em sala de aula. 2. Observe o estado emocional do estudante ou quaisquer sintomas. Se ele está ansioso, irritado ou cansado, tente perguntar e falar sobre o sintoma de uma forma aberta. Entre os dois, você pode dizer: "Acho que você sente frustração. É verdade?" Se o sinal de alarme não for suficientemente aceito, é prematuro tratar a causa do sintoma. O que está por trás do sintoma provavelmente vai emergir. Evite sistematicamente perguntar "porquê". 3. Reforce a conscientização do educando sobre as riquezas humanas nele. Vá anteriormente, através da lista do anexo 2 e selecione as riquezas que você achar que caibam. Descreva as qualidades do educando, sua capacidade e o bem que ele faz. A riqueza que ele usa menos, precisa vir a frente. Se ele, por exemplo, tem dificuldade de concentração, você diz que vê o senso de concentração nele e fale sobre isso, sem colocar condições. Faça-o em diferentes situações, para que ele realmente veja que você enxerga particularmente o que é bom dele. Tente levantar a pessoa do comportamento problema. Fale curto e reto. Considere se há razões para ir à próxima fase. Normalmente, não há. 4. Descreva como ele faz quando rejeita suas riquezas humanas. Possivelmente se encaixa essa idéia no contexto: "Você tem senso de concentração, mas às vezes sinto que você se concentra em muitas coisas ao mesmo tempo." Para um estudante que despreza tudo você pode dizer: "Você tem um grande conhecimento e habilidade, mas você subestima-os, às vezes, ao ponto que você reduzir o valor deles. Talvez você até mesmo nega-lhe o direito de estar ciente deles e de usá-los" Ou: "Você exige o perfeito de si mesmo. Isso impede o contato com o seu conhecimento e sua capacidade." Que você expressa seus pensamentos de uma maneira incomum pode despertar o interesse dos educandos em sua mensagem. Outro exemplo: um aluno (ou colega) está muitas vezes cansado ou passivo. Ao tentar levantar seu interesse no assunto, ele responde que nada poderia interessá-lo menos. Comece, por exemplo, com a atitude exigente. 1. Em primeiro lugar, descubra o que você sente. Esteja ciente de sua atividade emocional, se você sente insatisfação ou aborrecimento indevido. Aceite os sentimentos e seja capaz de enfrentá-los abertamente e com interesse. Você não quer, conscientemente, estar irritado. Livrar-se de seus sentimentos negativos. Assim você notará que quer ajudar o educando, em vez de mudá-lo. 2. O educando está quase deitada sobre a mesa com olhar indiferente. Esteja presente. Diga-lhe sobre sua fadiga. Ele responde, talvez, que é óbvio como tudo é tão chato. Esteja interessado em seus sintomas e peça-lhe para descrever como sente a fadiga. Repita partes do que ele diz, para que saiba que você realmente escutou com atitude de aceitação. Respeite também que ele talvez não queira falar sobre seus sintomas. 3. Reforce a consciência das riquezas humanas dele. Conte-lhe algo sobre suas riquezas humanas e talentos que você sente ser verdadeiro. Você talvez, com antecedência, já pensou no que poderia dizer. Retome o assunto em uma semana e repita os três primeiros passos neste processo, conforme necessário. Quando você sente que ele confia que você acima de tudo, vê as coisas que são boas nele, você pode, se necessário, seguir em frente. 4. Descreva a ele como ele faz para expressar suas habilidades. "Tenho observado os teus talentos. Ao mesmo tempo, parece que você exige muito de si mesmo, ficando cansado de suas necessidades e sua auto- crítica. Sua atitude exigente cria uma resistência em você. Você critica a si mesmo, porque você não faz uma coisa nem a outra. Esta atividade negativa sente muito chata e cansativa." Um estudante age de modo arrogante e agressivo, como se estivesse acima de todas as regras e boas maneiras. Ele não obedece, fuma apesar da proibição, usa palavras feias e desdenhosos sobre os outros, xingando e reage ameaçando. Você pode dizer, por exemplo: "Parece que você tem uma tendência a desprezar suas habilidades." Um terceiro educando é muito quieto e retraído, não tem amigos. Ele se veste de preto, parece deprimido, se corta e não come saudável. Ele parece muito negativo e ter pensamentos suicidas. Comece a conhecer seus sentimentos. Planeje ou agarre uma oportunidade, para por um momento se concentrar somente nele. Converse e pergunte sobre seus sentimentos. Não suponha que ele fale sobre eles. Esteja presente, sem críticas e expectativas. Quando ele começa a confiar que você o aceita, ele possivelmente vai se abrir. Use tempo suficiente para se focar na consciência dos sentimentos, para que ele saiba que você o aceita como é, com seus sentimentos. Em seguida, confirme a consciência das riquezas humanas dele. COMPORTAMENTO AGRESSIVO Quando você for parar um estudante de agir de modo negativo ou destrutivo, impeça-o de fazer isso, mas respeite-o como pessoa. Quando se previne comportamento agressivo, é melhor fazê-lo de modo solidário, consulte o capítulo 4.1.6 Como trazer paz no trabalho. No caso de bullying, consulte o capítulo 4.2 Como lidar com o bullying. 4.1.5. Como lidar com uma classe agitada Eu estava no lançamento do livro da professora Maarit Korhonen Koulun vika? (Culpa da escola?) (Into, 2012). Lá, ela disse que 70% de uma aula não é usada para o ensino. Lembro-me como um gerente de fábrica, em 1970, disse que mais da metade do tempo é usado para problemas pessoais e menos da metade para desenvolvimento e gestão de produção. Escolas e fábricas têm o mesmo problema, e são similares. O que fazer quando há caos na classe, quando os alunos estão fazendo barulho, se divertindo juntos, ou discutindo, e quando ninguém percebe o professor ao entrar na sala de aula? É uma pergunta difícil, porque geralmente queremos uma solução que funcione imediatamente. Com a abordagem a seguir pode-se tentar lidar com esta situação: RESPEITO Ande respeitosamente pela classe, não diga nada. Observe o comportamento dos educandos, para que eles começam a notar isso. Aos poucos, o seu respeito por eles passa para eles. Então, eles podem começar a respeitar a si mesmos, e assim você. Use quanto tempo a situação exigir, pode demorar 10 minutos. Não entre em qualquer disputa de poder, pois é precisamente isso que os alunos mais vocais querem. INTERESSE Quando você entra na classe você preparou uma questão interessante e surpreendente que você pergunta a um estudante na primeira fila, como se não houvesse outras pessoas na sala. Não dê nenhuma atenção aos outros. Inicie uma discussão com o educando. Quando os outros vêem que vocês estão em uma conversa interessante eles podem também querer participar. Assim, cresce o grupo de discussão e, no final, talvez, quase todos participam. Não deixe surgir qualquer situação de conflito. Prepare-se para usar bastante tempo e pensar com antecedência sobre a pergunta que você irá usar para começar. OBJETIVOS Pergunte à classe no início do semestre, quem quer ter resultado bom para avançar para a próxima série. Em seguida, pergunte quem não quer avançar. Mostre o mesmo respeito para todos que responderem. Não critique ou menospreze de forma alguma aqueles que não desejam prosseguir. Para saber qual a vontade que prevalece na classe, você precisa abertamente saber quais os objetivos dos alunos em relação à escola. Se necessário, você também pode perguntar quem não quer paz e quem quer. Divida a classe em três grupos: 1. Os que querem paz no trabalho 2. Os que não querem paz no trabalho 3. Os que não tem opinião Coloque um grupo 1 perto de você no meio da sala de aula e coloque os outros espalhados ao redor. Dê atenção e energia para o grupo 1, de modo que experimentem ser o foco de seu interesse. As ações do grupo podem atrair estudantes da periferia para o ensino. DEMOCRACIA Crie um espírito democrático e de cultura de negócios na sala de aula. Controle a situação para que você mais e mais pergunte a opinião e sugestões dos educandos. Ensine-os que democracia direta é quando a maioria tem o poder, ao contrário da situação da ditadura da minoria. Mas planeje juntos maneiras diferentes para a classe responder e agir quando alguém viola as regras acordadas. Leia o próximo capítulo. 4.1.6 Como trazer paz no trabalho União e motivação dos profissionais da escola e educandos é promovido através da participação democrática na tomada de decisões. Nos casos importantes que a escola tem autonomia para decidir, deve-se dar informação a todos e debater com todos, para que todos possam então votar com sua opinião. Isso cria um sentimento de igualdade real e responsabilidade compartilhada. A democracia direta não exclui a democracia representativa, mas limita decisivamente a sua importância. Se seleciona representantes tanto para realizar as grandes decisões, como decidir sobre pequenas coisas. Por tentativa e erro se encontra o equilíbrio entre a democracia direta e a representativa. Introduzir a democracia direta e integrá-la com o sistema da democracia representativa leva tempo. É um processo infinito, incremental e dinâmico, onde você precisa constantemente criar novas rotinas para o sistema não solidificar. O processo é sempre muito instrutivo para todos e necessário para então tornar-se um modelo para a mudança social. A maioria das metas e princípios ditados em todos os países vem do Ministério da Educação e pela legislação do país da escola. Algumas perguntas podem, ainda assim, se referirem à decisão democrática. A seguir tem uma descrição de um modelo de longo prazo de democracia. Em qual medida os educadores ou a escola podem aplicá-lo em suas rotinas depende da motivação e oportunidade. A democratização é um investimento que permite melhorar muito rapidamente a colaboração, ambiente de trabalho e motivação para, que em pouco tempo supera o tempo usado no começo. A democracia direta é implementada através de uma votação direta sobre as decisões a serem tomadas, todos participando com um voto. Hoje em dia a tecnologia facilita a participação de todos. Um modelo específico de democracia tem sido desenvolvido e aplicado durante 30 anos no MST. A democracia é aplicada pelos núcleos de base, onde todos participam e onde as discussões e tomadas de decisão começam. No organograma da escola a menor unidade de democracia é o núcleo de base. Há dois tipos deles: núcleo dos estudantes e núcleo dos funcionários. Os nuleos são compostos por cerca de 10 pessoas. Se existem, por exemplo, 24 educandos na turma, se formam dois núcleos. Na mesmo princípio se divide os funcionários. Os assuntos que vão decidir sobre são primeiro tratados nos núcleos. Cada núcleo monta uma proposta separadamente, que através de dois representantes dos núcleos levam para o nível da turma. A turma é composta, por exemplo, por três núcleos se a classe tem mais ou menos 30 educandos. Os representantes dos núcleos discutem na coordenação da turma as decisoes dos núcleos e chegando num concenso, as recomendações são transferidas para ao conselho de gestão democrática, que analisa as propostas e faz a concepção de uma decisão. O conselho executivo da escola analisa as propostas e faz as correções necessárias. A partir daí, a decisão vai para o presidente do Conselho Executivo. Os núcleos podem se reunir, por exemplo, uma vez por semana, as turmas uma vez por mês e o conselho de gestão democrática uma vez por semana. O fórum maximo de de democracia é a Assembléia Geral Democrática. Ela se reune quatro vezes por ano, no início e no final do semestre, e sempre quando há uma necessidade de lidar com qualquer decisão importante. PERGUNTAS PARA DETERMINAR A DEMOCRATICAMENTE No início o grupo de decisão da escola define os assuntos a serem incluídos na tomada de decisão democrática. Enquanto a consciência dos participantes desenvolve e estabiliza a democracia, este grupo vai deixando grupo mais e mais a tomada de decisão da escola no processo democrático. Abaixo está uma lista de alguns problemas comuns que você pode ser capaz de decidir democraticamente. Nível dos núcleos de classe e de funcionários Questões práticas: ordem de sentar, regulamentos, normas internas de classe, princípios de como novos alunos são recebidos, cooperação com outros grupos, decoração, limpeza comum, questões relacionadas ao bem-estar dos educandos, ativos monetários do grupo para atividades comuns, igualdade e direitos humanos. Questões pedagógicas: planejamento do curso, planejamento de conteúdo, temas para projetos, colaboração entre as matérias, trabalho em grupo, métodos de relatório, método de educação, método de lição, métodos de avaliação, amostras colocadas no calendário, visitas, convites. Nível de ano Questões práticas: regras comuns, dias temáticos, festas, diálogo de desempenho, dias de esporte. Questões pedagógicas: plano de negócios, temas, utilização dos recursos recebidos, materiais pedagógicos, como o espaço de trabalho é organizado, recursos técnicos, de formação, de estudo, talento, qualidade do trabalho, métodos de avaliação. Nível da escola Questões práticas: a preparação de orçamentos, planos de negócios, marketing, recursos humanos, contatos com a comunidade local, câmaras e política, regras, regras de organização, tratamento de convidados e pais, ambiente escolar. Questões pedagógicas: currículo, desenvolvimento da escola, estratégias e planos para a prevenção do bullying e aconselhamento de crise. CONTRATO ESCOLAR Os princípios, as regras de educação, as metas, os planos de negócio da escola ou do coletivo da classe são preparado em cooperação, o que significa que todo estão envolvidos na melhor forma possível. A Escola Nova Sociedade criou um contrato de escola, que cada membro da equipe e todos os educandos assinam. Ele contém regras de educação e penalidades: Contrato escola 1. Respeite os outros e assim a você mesmo. 2. É proibido usar palavrões e termos degradantes. 3. Venha na hora certa para a aula. 4. Durante o período escolar, mantenha-se no território escolar. 5. Avise com antecedência ausências. 6. Traga o material necessário para a aula: livros, canetas, lápis, etc. 7. Faça suas lições. 8. Mantenha sua redondeza bonita e organizada. 9. Celulares desligados. 10. Contate os funcionários se achar que algo está quebrado. Algumas coisas estão sujeitos às leis do país, como por exemplo: 1. 2. 3. 4. Todas as formas de abuso físico são proibidas. É proibido roubar. É proibido trazer álcool, drogas ou armas para a escola. A propriedade da escola não deve ser danificada. Quando alguém quebra as regras estabelece-se a penalidade com base na idéia de que não deve ser punitiva, mas exercitar a agir de uma forma positiva e aumentar a auto-consciência: - Repare se possível o que você quebrou ou substitua-o de outra forma. Tenha um diálogo de desempenho com um educador ou outro membro da equipe escolar. Pratique ações positivas, tais como: - Ajude um outro estudante em qualquer assunto que você tem um melhor conhecimento. - Participe do ensinamento de outro educando e entenda a situação. Diga conclusivamente como você acha que ele pode ser capaz de se beneficiar mais da instrução e como os educadores podem ensinar melhor (para atuar como um consultor de apoio do ensino). - Ajude o pessoal da escola com a limpeza, arranjos e outras atividades práticas. - Planeje e implemente uma reorganização do embelezamento da sala de aula ou outro espaço. - Faça uma contribuição social, ajudando, por exemplo, uma pessoa idosa, uma pessoa doente ou uma criança na comunidade local, de acordo com um planejamento. Quando um aluno age de modo criminal ou de outra maneira muito destrutiva, se segue as diretrizes do Ministério da Educação e das leis do país. Data e assinatura ... O coletivo também pode concordar com uma recompensa comum. Quando um grupo se apresentou em linha com as metas, pode escolher uma recompensa; organizar uma excursão feliz e interessante, um evento esportivo ou uma festa, ver e discutir um filme escolhido em conjunto, ou ouvir e discutir uma música selecionada em conjunto. A democracia garante que a maioria tem o poder, o que age como uma força positiva e importante para paz no trabalho e cooperação. Na sala de aula, os alunos podem, eventualmente, assumir a responsabilidade pela paz de trabalho. Dois estudantes de cada vez são responsáveis para que a democracia seja mantida e reagem se alguém se comportar de modo interruptivo em sala de aula. Se necessário, pedem a maioria para reagirem e mostrarem sua vontade de restaurar a paz de trabalho. O papel do professor é educar e gerar interesse. Uma classe ou local de trabalho pode usar o acompanhamento através da motivação positiva (Capítulo 2.3) para desenvolver ações dos participantes em situações difíceis. UM INVESTIMENTO CONTÍNUO Os esforços para democratizar o coletivo e fomentar o conhecimento da natureza humana é um investimento na humanidade. Não é algo que você consegue rápido e simples, porque ao mesmo tempo você tem que deixar de lado seu sentimento e pensamento habitual e mudar os princípios de suas ações. Se for tomar o método conscientia em prática, é necessária uma decisão, depois tempo e treino. A experiência mostra, porém, que os resultados não demoram muito tempo para virem: a clareza de trabalho melhora, mais motivação e aumento da responsabilidade partilhada. Se gasta muito menos energia para manter a ordem. O resultado é uma melhor afinidade e maior satisfação no trabalho. 4.1.7 A caixa de ferramentas do professor Tomar o método conscientia em uso envolve aprender e praticar coisas novas. Por isso é necessário que a mudança ocorre passo a passo e que se escolha as ferramentas mais interessantes do método. Ele pode ser descrito como uma caixa de ferramentas, onde as seguintes facilidades estão disponíveis: - Uma visão da humanidade e pensamentos básicos do ser humano Riquezas humanas e empecilhos Respeito pelos sentimentos Auto-conhecimento através da identificação Diálogo de reforço e análises de desempenho Igualdade e responsabilidade compartilhada - democracia direta Orientação através motivação positiva O educador pode escolher qual parte do método que ele quer começar a usar. Mas as idéias básicas do ser humano é o ponto de partida e deve, portanto, ser incluída no início. A experiência tem mostrado que quanto mais a consciência, trazida pelas idéias básicas, são reforçadas no pessoal e nos educandos, menos se precisa de outros métodos. Há razões para tomar a lógica do plano anual da escola e incluí-los no processo de ensino e em atividades comuns, para que, assim, constantemente sensibilizar a consciência. 4.2 COMO LIDAR COM O BULLYING 4.2.1 Como prevenir e impedir o bullying POR QUE ALGUÉM FAZ BULLYING? Bullying é a tentativa repetida de ferir, derrotar ou prejudicar outra pessoa, física ou mentalmente. Ele envolve valores sociais e empecilhos do indivíduo, entre outros. Valores sociais é, provavelmente, o maior fator. Vivemos em um sistema baseado na competição, no egoísmo e na indiferença ao sofrimento humano. Estes valores negativos influenciam fortemente o desenvolvimento de crianças e adultos, de uma geração para outra. Neste sentido orienta-nos o entretenimento (programas de TV, filmes, jogos ...) que faz da humilhação e violência passatempo, alimentando, assim, esse tipo de valores e hábitos. A nossa forma de organizar o trabalho por meio da relação de empregador e empregado é alienante e injusto. As grandes potências continuam a atacar países, onde têm os seus interesses econômicos e políticos, com desculpas mentirosas. O colonialismo continua através de corporações transnacionais. Toda essa injustiça e ofensa afeta os valores e a vida emocional das pessoas em geral. Atitude de censura é revelada quando o agressor se identifica com seu objeto. Ele está consciente da incerteza do outro e identifica-se com ele (espelhamento psíquico). Ele odeia a consciência de sua incerteza e reage agressivamente aos que a levatam. Entre meninos, é comum chamar um ao outro gay, o que mostra um grande interesse exatamente pela homossexualidade (o que você sente e pensa sobre, é o que fala). Identificação também pode existir através de um fator contrário. Se alguém se concentra no estudo e trabalho, isso pode trazer uma percepção de como você mesmo se impede de usar suas habilidades e oportunidades. Responde atacando o trabalhador. A necessidade de ser visto significa que o valentão busca desesperadamente a confirmação de sua existência, atacando os outros, a fim de chamar a atenção de todos. Isso depende de seus problemas psíquicos. Ele sofre com a necessidade de obter a confirmação da sua existência e procura adquiri-la através da violência e com a ajuda de seu status social. Basicamente, é uma necessidade de amor. Ele tem uma grande necessidade de status e sensação de poder para sentir que existe. O que ele realmente sente é futilidade, insegurança e amargura. É só o amor que cura a falta de amor. (Capítulo 1.5 Desenvolvimento Da Personalidade). Inveja, que se manifesta em grosseria. Inveja significa não ver. Quando uma pessoa está consciente de algo bom e bonito, alegria e oportunidade, ela reage querendo evitar isso. Quando ela quer impedir o desenvolvimento e felicidade de outra pessoa, ela se relaciona de forma negativa com seu próprio potencial. Meninos (meninas) que não suportam a consciência da beleza das meninas (meninos) dá-lhes epítetos depreciativos. Também se inveja quem de alguma forma se diferencia da massa, a pessoa se torna consciente de sua própria incerteza e, portanto, fere o outro. Os colaboradores de intimidação têm problemas semelhantes com o valentão, ou eles o são, porque têm medo de, caso contrário, serem submetidos ao assédio moral. A passividade é participar. Ela dá poder para destrutividade do outro. Por causa de inveja ou identificação pode também um educador (ou uma mãe, pai, irmão, chefe...) agir de forma depreciativa e de desprezo com um educando (ou filho, irmãos, empregado...). A alegria, espontaneidade, beleza e vivacidade de um jovem desperta inveja em adultos. Os pais dos jovens ficam irritados com tudo e reagem com injustiça, ação disciplinar. Também pode acontecer que um supervisor ou educador se torne consciente de sua própria atitude autoritária por um subordinado ou um estudante, e tenta suprimir a consciência de si mesmo oprimindo. Isto é especialmente difícil para a pessoa que está sendo intimidado, porque o chefe ou o educador tem poder formal sobre ele. Portanto, é importante que o coletivo aja em solidariedade para prevenir o bullying e, portanto, possa refletir sobre os fatores por trás do bullying. Nem sempre é fácil reconhecer o bullying como muitas vezes é um fenômeno cuidadosamente escondido. A agressão é difundida e difícil de detectar, mas não menos doloroso por isso. Acontece também que uma pessoa sente que é tema da malícia sistemática, mesmo que não o seja de fato. Um chefe pode ficar nervoso e, portanto, incapaz de fazer qualquer comentário crítico que pensa em fazer. Ele evita contato com o subalterno e sua incapacidade o faz se comportar de modo repelente. O subalterno pode sentir isso como desrespeito e uso sistemático de poder. Mesmo entre amigos, é bastante comum ficar ferido pelas palavras do outro, embora não tenham a intenção de ser depreciativas. Este fenômeno é chamado de projeção; seus próprios hábitos emocionais negativos transferidos e percebida no outro. Bullying pode ser prevenido e obstruído de duas maneiras: - O coletivo se organiza de forma que o comportamento destrutivo é impedido por responsabilidade conjunta - Por aumento do auto-conhecimento e conhecimento humano COMO PREVENIR BULLYING USANDO RESPONSABILIDADE COLETIVA Na escola, é impossível para a administração da escola ou pessoal observar tudo o que acontece. Assim como a polícia não tem os recursos para intervir em tudo possível de ilegal na comunidade. A maioria das pessoas discordam com bullying e estão prontos para fazer qualquer coisa que impeça ele. A maioria quer justiça e igualdade, tanto na estrutura social como no tratamento de assuntos individuais. Uma estrutura social que promove a solidariedade mútua e responsabilidade compartilhada é a base para prevenir e impedir ações destrutivas. Isto pressupõe igualdade e, portanto, democracia direta, como descrito na seção acima 4.1.6 Como trazer paz no trabalho. Quando um aluno durante um recreio tenta bater em outro, o primeiro a ver grita por ajuda, junta outros e evitam a agressão. Se alguém se comporta mal em sala de aula, um toma iniciativa pede por paz no ambiente. Se não conseguir silencio, convoca aqueles que querem paz também para, por exemplo, levantarem-se. Em um coletivo que pratica a democracia direta, você sente fortemente que não é só do professor (da polícia, supervisor...) a responsabilidade de prevenir e lidar com o bullying ou qualquer outra atividade destrutiva que seja. É responsabilidade para fazê-lo é de todos. Na verdade, somos guiados em todos os momentos para a direção oposta. A polícia pede ao público não reagir para evitar expor-se ao risco. Quando você vê agressividade, cuide primeiramente e acima de tudo de si mesmo. Esta filosofia egocêntrica pertence aos valores da estrutura econômica. Em todos lugares há agora guardas privados, que antigamente não existiam. Segurança é um negócio de grande lucro, então pessoas comuns não devem incomodar com indignação, com iniciativas e ações. Quando eu ia ensinar um grupo de 60 jovens em uma escola onde eles introduziram a democracia direta, percebi, para minha surpresa, que eu não precisaria me preocupar com a paz de trabalho. Quando alguém na classe perturbava a concentração de uma forma clara, o estudante que era o coordenador levantava a mão. Se isso não ajudava, ele se levantava e pedia silêncio para a concentração. Se isso não fosse suficiente, ele pedia para quem queria concentração se levantar. Se alguém tinha dificuldades especiais para se controlar, levavam o assunto para reunião da equipe de estudantes. Se isso também não ajudava levavam o assunto para o grupo de bem-estar dos alunos. COMO PREVENIR BULLYING USANDO CONHECIMENTO HUMANO Auto-conhecimento e conhecimento humano são elementos essenciais quando se trata da prevenção de bullying. Dentro do coletivo são levadas discussão sobre o ser humano e suas relações com os outros, de acordo com a percepção humana, Parte 1. Isso impede a tendência comum de primeiramente julgar e punir. O mal não cura outro mal, leva normalmente apenas o problema para o oculto, que, de outras formas, torna-se crônico. A história humana é uma evidência pura de que a opressão não ajuda. O comportamento é sempre um resultado do funcionamento interno. Quem é feliz demonstra sua felicidade nos comportamentos. A raiva se manifesta em comportamento autoritário e humilhante. A atividade emocional controla nossos pensamentos e ações. Quando se fere outro ser humano, é sinal de medo, raiva ou inveja. Com uma atividade emocional negativa, a pessoa se faz ela própria mal, e sente-se mal por isso. Aquele que faz o bem para os outros sente o amor, é aberto a boas energias e é bom contra si mesmo. O valentão então se machucou primeiramente em seu interior. Portanto, ele também ataca os outros. A compreensão do ser humano muda totalmente a abordagem usual de resolver a ação destrutiva. Respeitando as emoções conscientemente, aumentase a consciência das riquezas humanas na pessoa e possivelmente ilustra como está atacando a si mesmo. Isso é feito com o Diálogo de Reforço (Capítulo 2.2). Quando o coletivo entende razoavelmente e percebe que o que você vê no outro está você mesmo de alguma forma, há uma grande mudança. Começa-se a compreender melhor a própria insegurança, medo, irritação e raiva. Não se julga tão facilmente, mas reage com curiosidade. Por um lado, a minha agressividade aumenta a conscientização sobre a sua auto-destruição. Essa consciência você não quer ter, você costuma reagir querendo suprimi-la e, assim, a si mesmo. Por outro lado, o seu comportamento auto-destrutivo que se manifesta como culpa oculta e emoções e pensamentos reprimidos, aumentam a consciência da minha agressividade e das minhas atividades internas de negação. Então você é o meu espelho que eu quero oprimir, quebrar. Este tipo de conflito é perdido agora com o entendimento do espelhamento interno. Quando você perceber que o que você faz com os outros, você faz com você mesmo interiormente, a atitude muda completamente. Vê-se o ofensor como vítima. Assim que você eventualmente entender isso, vai parar de atacar a si mesmo e aos outros. Aplicando responsabilidade coletiva, a vítima não precisa se defender. Se, por exemplo, Vitor quer magoar Leia e eu noto, respondo dizendo: "Vitor, parece que você está subestimando suas capacidades." Por perto Pedro também observou isso e disse algo no mesmo estilo: "Eu também acho que parece que você viola a si mesmo. "Talvez uma terceira pessoa reage da mesma forma. A pessoa que sofreu violação em si não precisa responder, os camaradas o fazem em seu lugar. Quando a pessoa desperta e mantém o conhecimento básico sobre o ser humano ativo, reduz o desejo de interromper, provocar e fazer bullying rapidamente. Todo mundo aprende a se relacionar mais equilibradamente com ações destrutivas. Elas não conseguem poder sobre as pessoas então. Se você sofre assédio sexual no local de trabalho sem que ninguém veja, você pode, por exemplo, levar o assunto na próxima reunião semanal, mas sem identificar quem. Talvez você não tenha nenhuma prova então não pode mencionar o nome de alguém. Mas por falar abertamente sobre isso mostra que você não precisa esconder o assunto e que você não está em conluio com o agressor. Se alguém lhe pergunta quem é, você responde que você não pode dizer isso, como você não tem nenhuma prova, e fica, então, palavra contra palavra. Você não quer julgamento e punição. Como o assunto tornou-se conhecido, você confia que vá aumentar a consciência necessária também do sujeito suspeito. É provavelmente a melhor maneira de obter o apoio dos seus colegas. GRANDE ÊNFASE NO BULLYING É UM MAU NEGÓCIO Constantemente falam e escrevem sobre o assédio moral no local de trabalho, nas escolas e o valentão desfruta de estar no centro das atenções, que tem poder. O jornal sueco, Dagbladet (24.10.2012) escreve que o bullying nas escolas aumentou em 104 % durante o período de 2008-2011, apesar de todos os programas anti-bullying e a chamada tolerância zero. O Ministeriao de Educacao em seu site abriu a oportunidade de delatar os valentões. Parte do crescimento provavelmente pode ser relacionado com essa abertura, já que facilita a acusação, diminui os limites de indicar alguém cada vez menos, podendo mais situações serem interpretadas como bullying. Será que o assédio realmente aumentou? Possivelmente, porque o clima social tornou-se mais difícil e mais cruel. Ao lidar com o bullying de uma forma rigorosa e severa cresce o problema. Rigor provoca rigor e agressividade é sempre rigor. Isto leva a uma espiral negativo. O valentão fica provocado quando se condena o bullying. Além disso, a tolerância zero é uma meta irrealista, que faz perder diretamente a credibilidade. Quando é proibido, o resultado muitas vezes é o oposto, um fruto proibido tem um gosto extra bom. ATITUDE DE VÍTIMA AUMENTA O BULLYING Geralmente não é tão fácil lidar com ao modo de agir da pessoa que sofreu bullying, diante da malícia que sofreu. Ela, por si própria, sente, muitas vezes, forte vergonha e culpa. Quando ela culpa o agressor, ela age com culpa em seus sentimentos, o que significa que ela se sente culpada. Isso significa que muitas vezes sente que está sendo acusada, enquanto o agressor se defendeu. Para refletir abertamente sobre culpa e vergonha, sem (auto-)crítica, é necessário tomar consciência desses fenômenos. Uma parte do sentimento de culpa é saudável, mas a maior parte é auto-julgamento e, portanto, é injusto. Nós alimentamos facilmente a mentalidade de vítima do intimidado na tentativa de protegê-lo (e a nós mesmos) de sentimentos de culpa e vergonha. Desta forma, nós escondemos a consciência da vítima de agir destrutivamente em termos de si mesmo. Esta abnegação ganha mais peso se o intimidado não deseja tornar-se consciente da maldade das pessoas (do valentão, de si mesmo...), mas reage com censura, como é de costume com a gente. Isso ativa a maldade nos sentimentos e pensamentos, e a vítima pode se sentir intimidada sempre. Até mesmo se o colega de trabalho não cumprimentou bom dia pode ser percebido como uma violação. A manchete de um jornal sueco (“Dagens Nyheter”, 17/02/2008) era assim: "O primeiro ofendido vence." O primeiro que acusar outro de bullying, de acordo com o artigo, ganha o julgamento, independentemente se o julgamento for de um diretor de escola, um professor, um empregador ou um juiz. Isso significa que eu devo correr para acusá-lo de assédio moral, antes que você possa me culpar. Caso contrário, eu acabo em desvantagem quando o caso avança no processo legal em seus vários estágios. É urgente acusar outra pessoa porque eu fui injustiçado. O autor do artigo Maciej Zaremba discute o caso de um professor em uma escola de formação de professores que deu um conselho a um estudante: continuar a trabalhar com a linguagem. Isso foi interpretado pelo aluno como um insulto e ela fez uma declaração formal. O caso avançou para o Provedor de Justiça. Se você tenta me ofender, a culpa é sua. Mas você ser condenado porque fui injustiçado reforça a noção de que você é responsável e tem o controle sobre a minha atividade emocional. Eu me vejo como uma vítima das minhas emoções e, portanto, sua vítima. É claro que isto nutre o bullying e amplia o campo de trabalho dos advogados. Assim começa a paranóia geral e a tendência de projetar aumenta. O desejo de fazer justiça a uma posição pode se tornar uma obsessão. Uma pessoa foi maltratada e procura compulsivamente justiça. Para ela, todo o resto é de importância secundária, e a justiça torna-se uma espiral de auto-alimentação. É um sintoma de que ela identificou-se fortemente exatamente com o valentão. Nesta situação, ela toma consciência muito importante de si, mas reage fortemente à rejeitá-la. Ela condena o valentão fortemente. O medo de tornar-se consciente de si é enorme. Portanto, é necessário provar a sua inocência através de todo custo mostrar que outra pessoa é culpada. 4.2.2 Lidando com o agressor e o intimidado O VALENTÃO DEGRADA A SI MESMO E PRECISA DE AJUDA Ninguém pode sentir verdadeira felicidade ao machucar. Alguém pode sentir um prazer perverso do sofrimento do outro, mas não tem nada a ver com felicidade. Quem bate, é geralmente fisicamente mais forte. Atacar alguém mais fraco não requer coragem. Agressão é na verdade um sintoma de incerteza e fraqueza. O valentão tenta aparecer forte e confiante e obter cúmplices para o seu lado. Fui para a escola secundária em Lahti, na Finlândia, e era o menor da classe. Um dos meus colegas de classe era grande e forte, e ele e seus amigos costumavam intimidar a mim e outros com comentários humilhantes ou ameaças físicas. Eu tentava evitar de todo jeito eles. Ninguém jamais me defendeu. Uma vez fizemos uma visita de estudo a uma fábrica de laticínios na cidade. Ali, toda a classe se espremeu em um grande elevador de carga. Nós apertamos o botão para subir o elevador, mas em vez, caiu metade de um andar para baixo e lá ficou. O valentão estava no meu campo de visão, e vi seu rosto congelou de medo. Fiquei maravilhado e pensei: menino infeliz que faz cara de durão. Depois disso, ele não tinha mais poder psicológico sobre mim. Ele parou para me intimidar. Um valentão precisa da ajuda de seu grupo para estar ciente de como viola principalmente a si mesmo. Se você tem uma relação importante com ele, se, por exemplo, você é um parente, supervisor, professor, colega ou amigo, aplique o método com o Diálogo de Reforço (Capítulo 2.2). Fique primeiro ciente de seus próprios sentimentos, de modo que você possa encontrá-lo, sem julgamento e com respeito por ele como pessoa. Conheça os seus sentimentos de forma aberta e tão completamente quanto possível. Descreva as suas riquezas humanas. Descreva, se necessário, como ele humilha a si mesmo. COMO SE APOIA UM INTIMIDADO? O ponto é que todo o coletivo apoie o intimidado. O grupo evita a agressão e mostra solidariedade à vítima. Se o grupo de apoio do agressor é grande, a pressão contra o intimidado também fica grande. Isso reduz ainda mais a capacidade da vítima de manter o equilíbrio da situação. As pessoas geralmente reagem com mal contra mal, ao ser ferido, odeia, vinga e condena. Portanto, é importante que o coletivo aja imediatamente pelo intimidado. O que sofre o assédio é, talvez, fechado, quieto e inseguro ou, eventualmente, tem alguma propriedade especial (por exemplo, origem étnica diferente, lesão física, obesidade ou gagueira). Ele também pode ser extraordinariamente criativo, ativo e empreendedor, tornando sua atitude provocadora de inveja nos outros. Uma pessoa que muitas vezes é intimidada se instala em um determinado papel. Se você tem uma atitude vítima, é particularmente difícil enfrentar a agressão. A atitude de vítimas faz você paralisar-se e sentir-se sem esperança. Você vai fechar-se, isto é, limitar suas habilidades de observação e seu julgamento, sua criatividade e sua coragem. Você sente que não têm opções ou saída (capítulo 3.2.1 Você se considera como uma vítima de suas emoções?). Sua atitude atrai outros para intimidar você. Mesmo se for assim, nunca é sua culpa que você é intimidado. Ninguém tem o menor direito de intimidar alguém. Suas opções, ou seja, sua liberdade, pode ser limitada pela forma como você trata a maldade humana do outro (capítulo 3.2.4 Como evitar ficar ofendido). Se você costuma ter sentimentos e pensamentos negativos sobre suas habilidades e suas oportunidades, se você frequentemente está descontente com sua aparência ou com você por inteiro, você toma para si a atitude condescendente de outras pessoas. Assim, pode haver um pacto doloroso entre você e o valentão. Você tem muita dificuldade de falar sobre o bullying, porque você está com medo de que a consciência de sua própria atitude negativa consigo mesmo seja revelada (para si mesmo). Se você, com isso, provocaria o bullying, não justifica de qualquer maneira, o bullying. A atitude de vítima forte, que de um intimidado pode surgir a partir de experiências negativas, está sempre associada a uma forte culpa da outra parte. Quando a vítima culpa o agressor, ela tenta reprimir a consciência de sua própria culpa. O valentão e o intimidado têm uma característica comum - muita dificuldade de se ver, ver seu próprio interior. Para evitar a sensação de se sentir inferior uma pessoa viola outra mais profundamente, o que leva a uma espiral. Para quebrar a espiral deve-se primeiro concordar em aceitar a consciência de suas emoções, por exemplo, suas inseguranças, seus medos, seu ódio e sua vergonha (veja o capítulo 3.1.2 Seja consciente de suas emoções). O seguinte passo é aceitar a consciência de como funciona dentro de si mesmo, e lembrar-se que tudo o que eu procuro em outro ser humano, de alguma forma e em certa medida também está presente em mim. Se uma pessoa intimidada tem muita dificuldade de falar sobre seus problemas, ela precisa de ajuda. Quem é cruel e fere outros têm total responsabilidade por suas ações. Não há necessidade de se culpar ou sentir vergonha de ser intimidado. Ninguém deve dar poder às palavras estúpidas do agressor que se destinam a doer. Quando uma pessoa intimidada cria muita ameaça de bullying é como se ela estivesse vivendo nele. Os seres humanos vivem o que fantasiam. Desta forma, o bullying causa um monte de sofrimento desnecessário, que pode levar a desenvolver um hábito e um vício de medo e repressão. Aqui segue um resumo dos passos no processo de sustentar uma pessoa intimidada: - - A importância da democracia direta na consolidação de tomada de decisão para a criação de um espírito de solidariedade e responsabilidade coletiva. Entra em acordo de métodos comuns para evitar o bullying e juntos apoiar o intimidado. Respeita as emoções da vítima (medo, vergonha, culpa, desespero, raiva e amargura...). A intenção é ajudá-la a tornar-se consciente da maneira como age emocionalmente. Ela se culpa? Subestimar-se e olha negativamente para si mesma como pessoa? Exige o absurdo de si e dos outros? Ela da, talvez, poder a grosseria do outro e está em conluio com o agressor sem perceber? - Usando diálogo de reforço (Capítulo 2.2) reforça a consciência de riquezas humanas dela. Se segue os passos enquanto for necessário e capaz de fazê-lo. A exigência de mudanças impede a consciência e torna mais difícil romper com a velha rotina. 4.2.3 Como lidar com intrigas Maledicência, calúnia, essencialmente devido ao ciúme, a inveja; concentrar-se no negativo, em vez de se concentrar nas riquezas humanas e as oportunidades de ação. Assim como se falhas, deficiências e problemas, fossem o principal e mais interessante na vida. Quando nos ligamos nos erros de outro, as próprias fraquezas, muitas vezes, ficam ofuscadas. Desta mesma forma calúnia é, ao mesmo tempo, censura. Experimentar uma fofoca como proibida dá-lhe mais poder. Se no seu local de trabalho deixam muito tempo passar fazendo calúnia dos outros, pergunte aos seus colegas se é proibido falar mal dos outros. Pode acontecer que você não obtenha qualquer resposta. Então você diz: "É claro que não é proibido. Podemos deixar isso claro e escrever uma placa na parede: “Aqui é proibido falar mal atrás das costas – mas não por isso seja recomendável”. Desta forma, a fofoca perde o gosto de fruto proibido. O hábito de falar mal das pessoas que não estão presentes pode tornar-se uma cultura no coletivo. Não é fácil de tratar e desmantelar. A ansiedade, medo e frustração que os membros sentem, o impede de levantar o assunto. Vamos considerar uma situação em que você entra em uma sala e ouvir colegas falarem sobre Maria, que não está no lugar. Você pode resolutamente começar a falar de outra coisa, mudar a conversa intencionalmente. Diga, por exemplo: "Que dia lindo e claro que está hoje." Levante algo que é bom em geral. Talvez já isso levante a percepção de sus companheiros de que eles agem de uma forma negativa. Ou diga o seguinte: "Ontem eu acompanhei Maria, e vi a forma como ela cuidava de um paciente. O paciente estava muito satisfeito com a ajuda que recebeu." Você fala de algo bom que Maria fez, mas não a defende de nenhum jeito. A reação de defesa é muitas vezes percebida como uma confirmação de que as acusações são justificadas, e fortalece o conflito desnecessariamente. Você também pode esperar um pouco e ouvir o que estão falando. Então você diz: "Agora, nós conversamos por meia hora sobre os problemas da Maria, então agora é a hora de pensar em como podemos ajudá-la com suas dificuldades. Eu tenho caneta e papel à mão e podemos anotar as propostas." Provavelmente os outros não entrarão na discussão, mas isso aumenta a consciência e abre canais de energia positiva. Talvez você ouve os outros falarem mal de Maria e então diz: "Agora eu vou sair para que vocês possam começar a falar sobre mim" Isto pode parecer fácil, mas as pessoas são ainda frequentemente ansiosas e inseguras e raramente lidam com essa tarefa. Não tente ser forte e confiante. Sócrates diz que aqueles que tenta fazer-se forte e seguro no lugar está ficando fraco e incerto. Aceite suas inseguranças e você pode decidir não embarcar neste tipo de reflexão com o grupo. As pessoas tem medo de especialmente perder a face na frente dos outros. Nos relacionamos geralmente com crítica e desprezo à tudo o que poderia ser interpretado como uma crítica. O ambiente enrijece desnecessariamente. Pense sobre a situação depois em paz e sossego. Talvez seja alguém no grupo que muitas vezes começa com a calúnia. Ela se concentra nos problemas das pessoas e deficiências, não para ajudá-las, mas para empurrá-las para baixo. A mesma coisa ela faz consigo mesmo em seu interior. Ela pensa mal dos outros, o que é um resultado de que ela pensa mal de si mesma. Planeje um tempo em que você possa dizer a ela, à dois: "Tenho observado que você está fazendo um trabalho importante e que você usa o seu discernimento, criatividade e iniciativa no mesmo. Mas às vezes parece que você está subestimando suas capacidades. Você está à procura de erros e se concentrar tanto neles que é injusto." Não há necessidade de se preocupar se ela aceita isso ou não. Você vai deixá-la pensar sobre isso por si mesma. Provavelmente ela reaja de modo repelente ou mesmo zombando. Se a situação é tal que falam sobre você, e você entra na sala de descanso onde os caluniadores estão, você pode dizer: "Você pode imaginar, eu ouvi rumores de pessoas dizendo isso e aquilo (descrever o que o difamado por você) de mim. Devemos ouvir tudo. Mas agora vamos tomar um café..." Você vai deixar a questão em aberto, sem culpar e nem criticar. Você só expõe o assunto de modo claro e aberto, o que mostra que você não da poder. Você não tem necessidade de defender-se ou vir com explicações. É importante lidar com a calúnia, pois facilmente se torna um hábito. Ela devora o tempo. Isso dificulta a cooperação e prejudica o trabalho de motivação. Pode fazer o conflito e paranóia crescer. Todo mundo se sente mal por difamação. 4.2.4 Como impedir ações agressivas Atividade destrutiva é impedida o mais eficiente com a ajuda de responsabilidade coletiva. Leia o capítulo 4.1.6 Como trazer paz no trabalho. Abaixo estão algumas reflexões gerais. Lide com o assunto em um estágio inicial e faça-o de uma forma clara, antes que o comportamento destrutivo se torne um hábito. Em caso de emergência, você deve se concentrar apenas na prevenção de comportamento agressivo, e não sobre a sua pessoa. Se, por exemplo, Carlos bater em Pedro, tome a mão de Carlos e impeça-o de bater. Diga claramente que é proibido bater. Evite uma proibição pessoal: "Você não pode bater", ou "não bata". Uma proibição impessoal parece mais justa. Não culpe, se concentre apenas na prevenção da batida. Se necessário, levante o problema mais tarde. Diga "não" com energia positiva, com respeito. Você faz bem quando impede alguém de ferir. Isso é ser amoroso. Em caso de emergência, você pode usar conscientemente a sua raiva como recurso de poder. Se você sentir a ameaça do outro como perigosa, você deve agir extra respeitosamente (equilibrada) para não provocá-lo. Uma pessoa agressiva acredita ser mais importante de todos, na psicose, ainda mais importante do que Deus. Responda a ela com respeito. Uma pessoa que está em estado de agressão, têm uma forte necessidade de ser vista. Portanto, uma atitude respeitosa, formal é muito apropriada em tal situação. É sábio para qualquer um. Peça ajuda à comunidade à tempo. Aja à longo prazo. Mude o seu curso de ação de uma forma criativa. Aja de forma que se desvia do normal - pode provocar mudanças no outro. Se necessidades mantenha algum tipo de diário. Descreva o que aconteceu, o que ela disse, o que você disse e como você acha que deveria ter respondido. Reuna informações concretas e pense sobre isso com outros. Planeje e escreva com antecedência o que você pretende dizer. Dessa forma, você pode articular sua mensagem para que seja clara e você evita provocação desnecessária. Em vez de reclamar e culpar, peça-lhe para vir com idéias e sugestões que podem ajudar a situação. Atue no espírito de cooperação, mesmo se o outro não quiser. No caso dos chamados casos perdidos, talvez seja melhor neutralizar seu poder e torná-lo o menor possível. Diga apenas o que você precisa e faça-o de forma muito formal. Pense em como você poderia ajudá-lo. Eu estava em uma missão de treinamento no internato escolar de agricultura orgânica no Instituto Educar. Foi-me dito que no grupo tinha garoto grande de 17 anos que era agressivo com os outros. Comecei a ensinar e em momento oportuno, perguntei aos educandos: "É um sinal de coragem que alguém maior ameaça outro menor?" Eles responderam: "Não". Perguntei: "É sinal do que?" "Covardia, fraqueza!" Eu continuei: "É sinal de coragem quando várias batem em uma pessoa?" "Não, isso é covardia!" Eu deixei o grupo pensar por um momento sobre a resposta. Eu senti que a classe pensou sobre o assunto com sensação de libertação. Houve uma pausa, e os estudantes saíram. O rapaz em questão veio ameaçadoramente para mim e emplumado provocantemente. De uma forma respeitosa, eu lhe disse algo casual e ele saiu. Na parte da tarde ele voltou para mim durante uma pausa, agora com uma atitude completamente diferente, com respeito. Ele disse que tinha dado muita atenção ao que eu disse. Ele disse que tinha recebido a mensagem e pensou em mudar seu comportamento. 4.3 COOPERAÇÃO E ALEGRIA NO TRABALHO 4.3.1 Como criar coesão no coletivo do trabalho As noções básicas de motivação e paz no ambiente de trabalho foram tratadas no capítulo 4.1 Paz no trabalho e motivação na escola. Lá, o foco era sobre o sistema escolar, mas os princípios são os mesmos, no trabalho ou no coletivo humano a qualquer momento. Quando uma pessoa faz seu trabalho com prazer e interesse, ela está espontaneamente motivada a usar suas habilidades e oportunidades. Não há resistência interna e descontentamento que esgota com a energia. Para ser capaz de sentir felicidade em seu trabalho, a pessoa precisa realizar uma experiência que seja importante do ponto de vista humano. O trabalho deve ter um propósito de afirmação da vida, para ser significativo, para que ele inspire o desenvolvimento e a utilização dos recursos humanos. A organização do trabalho deve ser justa, o mais possível, e fazer os trabalhadores envolvidos na tomada de decisões. As pessoas querem influenciar no que estão trabalhando e como trabalham. Cooperação significa que um grupo de pessoas agem para atingir as metas acordadas e tentar ajudar uns aos outros. As perspectivas de uma boa relação de trabalho são: - - - - - - O coletivo de trabalho é organizado de modo a incentivar a participação, igualdade e solidariedade. No processo de tomada de decisão é aplicada tanto quanto possível, os princípios de democracia direta. Todos envolvidos tem sua voz quando decisões importantes são tomadas. Questões importantes incluem: princípios internos do grupo, valores, plano de negócios a longo prazo, planejamento estratégico, planejamento orçamentário e escolha das pessoas responsáveis. Todo mundo tem poder igual, portanto, liberdade e responsabilidade. Isso cria um senso de responsabilidade verdadeiramente compartilhada. Se desenvolve e pratica conscientemente uma cultura que inclui diálogos de reforço (Capítulo 2.2). O objetivo é aumentar e manter a consciência das riquezas humanas nos encontros diários. Os problemas são vistos como sintomas positivos, ou seja, oportunidades para desenvolver. Não se puni por erros e equívocos, ao invés disso eles são vistos como oportunidades para aprender alguma coisa. Os membros do grupo tentam expandir sua consciência do ser humano e de si, o que significa que todos estejam cientes das idéias básicas sobre o desenvolvimento humano e relacionamentos (parte 1, O que é o ser humano?). Se o caso é de uma empresa que produz resultados financeiros, planejem juntos critérios para que uma parte dos lucros sejam reinvestidos para crescer o negócio, e como uma outra parte é dividida entre todos. Então você atinge uma sensação de uma tomada de decisão transparente com o máximo de justiça. Todo mundo entende que a cooperação começa consigo mesmo. Eu, e somente eu, tenho responsabilidade pela minha atitude cooperativa. Eu não dependo se os outros querem trabalhar comigo. Eles têm a sua própria responsabilidade, que é a sua liberdade de escolher sua atitude. Se eu esperar ou exigir uma boa atitude cooperativa deles, crio conflitos e problemas desnecessários. Uma boa cooperação também é baseada em uma comunicação aberta, o que não é limitada por medo de reações emocionais. Se alguém fica com raiva ou mágoa, é de seu direito e seu modo de funcionamento. Essas coisas acontecem, e é importante aceitar isso. Normalmente, não é possível decidir democraticamente sobre tudo, porque alguns dos objetivos, princípios de funcionamento e limitações são ditadas de fora da organização. Sobre certas coisas ainda se pode decidir democraticamente. À medida que a organização democrática se estabiliza, um número crescente de casos são transferidos para responsabilidade comum. A tolerância é um dos pilares da cooperação. No nível pessoal, há e sempre vai haver conflitos. As pessoas têm diferentes hábitos, valores e práticas, e todos têm seus próprios interesses de poder, problemas pessoais e empecilhos, o que torna a vida e os relacionamentos complicados e interessantes. 4.3.2 Liderança consciente Os seres humanos têm um desejo inato de compreender a realidade, assimilar o conhecimento, criar coisas novas e interagir com os outros. Liderança consciente é motivar, liderar, acompanhar e ajudar as pessoas em uma atividade que seja compreensível por todos. Isso inclui a meta de todos de conhecer o coletivo, a indústria e os princípios operacionais de seu colega de trabalho. Ferramentas importantes para o líder, são as ideias básicas sobre o ser humano (parte 1) e confirmar as riquezas humanas de seus subordinados. As pessoas não são simplesmente uma criatura racional, que só quer o bem. Ela abriga o ciúme (destruição), o medo neurótico, ódio e delírios de si e dos outros. O líder deve diariamente confrontar e lidar com a ambivalência humana de si e dos outros. O comportamento e ações problemáticas são devido intenções negativas do ser humano e suas funções mentais e emocionais problemáticas. Levantá-los para o tratamento geralmente é percebido como uma ameaça e como pessoal, mas ainda assim é precisamente esses problemas que uma grande parte da dificuldade são devido. Do comportamento humano mostra como ele usa sua vontade: - Vontade de cooperar - destrutividade Desejo de inspirar - suprimir-se e a outros Criatividade - rigidez Iniciativa - passividade Coragem – covardia Mente ética - conspirações Prazer - desprazer Abertura – introversão A ferramenta do líder é: diálogo de reforço (2.2), acompanhamento (2,3), terapia de grupo e processo de grupo (2,5) e como trazer paz no trabalho (4.1.6). Se segue em intervalos apropriados como o espírito psicossocial do coletivo de trabalho se desenvolve, por exemplo, utilizando o Apêndice 4 Perguntas sobre o autoconhecimento. Com base nas necessidades, como mostra o “follow-up” (acompanhamento), se desenvolve um plano de como a empresa irá desenvolver. Um coletivo democrático é uma força natural, positiva direcionada à motivação e cooperação. 4.3.3 Resistência às mudanças Para o local de trabalho evoluir e adaptar-se à evolução de circunstâncias externas, é obrigado fazer constantes mudanças no trabalho. A própria vida é uma mudança constante, uma energia metafísica. Um coletivo que não muda constantemente, solidifica ...(och förfaller). O objetivo do desenvolvimento é de resolver problemas, melhorar a qualidade do negócio e permitir que ele cresça, inspirar a criatividade e motivar as pessoas. Se a intenção da mudança é o de maximizar os lucros, sem considerar as pessoas e a natureza, não é ético e deve ser vigorosamente combatido. Se a mudança é significativa visando o quadro geral, o primeiro passo é, quando se deparar com a resistência à mudança, aceitar que sempre haverá resistência. Isso pode-se supor quando se reflete e se tornar consciente da resistência pela mudança de fatores psicossociais: - - - - As pessoas vivem velhas rotinas como confortáveis. Elas não querem se tornar conscientes de seu potencial a ser desenvolvido, ou da necessidade de novos conhecimentos e habilidades. Se escolhe uma conveniência aparente, uma estagnação. Quando há mudanças na organização, se tem medo de perder o poder e tornar-se menos importante. Toda mudança é percebida como uma ameaça. Tudo que é novo aumenta a consciência da situação atual e, portanto, fornece visão clara sobre o esforço de todos. É comum que isso seja vivido como ameaça. Não se quer, simplesmente, que a situação melhore, o que geralmente está ligado a atitude de inveja. Isso significa que você não quer realizar o seu potencial e, em vez se apega às dificuldades, aumenta os problemas e dá poder para tudo negativo. Se têm uma atitude de inveja, tenta sabotar sistematicamente o potencial para desenvolvimento. Combater os objetivos comuns pode te tornar facilmente a atenção dos outros e se tornar o foco durante a reunião. Isso fornece, como um reconhecimento de existência. Por isso uma atitude negativa e insatisfação constante parece tão atraente. Se o chefe sugere alguma coisa, algumas pessoas reagem prontamente com resistência. É um hábito que tomou já como criança, em relação com seus pais. Eles são os primeiros supervisores da pessoa. Em seguida, o professor, supervisor e, possivelmente, um cônjuge. Em relação a um chefe, as pessoas funcionam muitas vezes de acordo com o primeiro modelo que aprenderam. Como você pode então lidar com a resistência à mudança? Uma maneira é deixar que o grupo de trabalho compreenda que a resistência à mudança não é proibido (embora não recomendado). Existe em algum grau em todos nós. Deve-se falar disso. Não se faz isso com alvo de críticas ou exigências. Outra maneira é diante da mudança discutir como percebem a situação e as reações emocionais que ela evoca, como ansiedade, medo, raiva, curiosidade ou entusiasmo. O grupo discute o que cada um sente. Você se torna consciente dos sentimentos, aceita-os e não precisa mudá-los. Uma vez que a resistência irracional à mudança é altamente dependente dos empecilhos das pessoas (atitudes neuróticas), é importante tomar consciência deles (Capítulo 1.3 Empecilhos humanos). Pode-se aplicar o acompanhamento (2.3) no grupo de trabalho. No nível individual usa-se o diálogo de reforço (2.2). Se necessário, as práticas de reuniões e outras práticas costumeiras são formalizadas. Se identifica o quão longe uma colocação durante uma reunião pode ser. Se tenta evitar perder tempo permanecendo em problemas e, assim, se planeja a agenda das reuniões, para que pelo menos dois terços do tempo seja usado para desenvolver propostas e planos de negócios. As decisões são tomadas, se necessário procedendo a uma votação e a maioria decide. A insatisfação é permitida, mas não têm poder. 4.3.4 Lidando com os conflitos Um conflito surge quando as pessoas pensam de maneira diferente sobre algo ou quando têm objetivos conflitantes. Um exemplo de um conflito estrutural é o desejo do empregador de pagar um salário mais baixo possível e a meta do empregado de um salário mais alto possível. Um conflito emocional comum ocorre quando uma das partes em um par amoroso espera ser tão amado como ele ama o outro. O conflito é uma ameaça ou uma oportunidade para você? Pense sobre suas reações em uma situação de conflito. Como você experiencia um conflito? Você sente como uma oportunidade para se familiarizar com o ponto de vista dos outros, a rever os seus conhecimentos e conhecer outra pessoa melhor? Ou você percebe-o como uma ameaça que desperta ansiedade e raiva, em seguida, uma reação de estresse, que impede seu senso de observação, seu julgamento e sua criatividade? Pessoas autoritárias, muitas vezes têm fortes reações emocionais junto à conflitos. É uma expressão de perfeccionismo e megalomania. Um conflito não é apenas prejudicial. Ele quebra a rotina e te desafia a adaptarse a novas idéias e abordagens. Ele põe em movimento as energias escondidas na organização e rompe a estagnação. Ele revela os problemas secretos, ajuda a fazer observações e estimula a criatividade. Aqui está um processo de como você pode lidar com um conflito: 1. Esteja ciente de seu estado emocional. Você sente medo, irritação ou raiva, tão forte que pode ser prejudicial? Pare e senta seus sentimentos e pense sobre sua responsabilidade por suas emoções (Capítulo 1.1.1 Liberdade de pensar e sentir - limitada liberdade de agir). Ao observar a sua fuga ou atitude de luta, você pode reduzir sua carga emocional e, assim, obter um contato com a realidade que sente mais seguro. 2. Esteja interessado nos sentimentos do outro, tente aceitá-los e fale aceitando-os, para que ele também tenha mais facilidade de aceitar a 3. 4. 5. 6. 7. consciência deles. Deixe- aliviar seu coração. (Veja a seção 3.2 Como lidar com as emoções). Deixe-o expressar suas opiniões sem interrompe-lo. Ouça concentrado. Evite entrar em uma disputa ou briga. Pergunte para saber mais. Ponha-se na situação dele. Tente encontrar o ponto mais problemático. Explique claramente o que você entendeu do que ele disse. Examine o problema de forma prática (fatos, exemplos, o prejuízo concreto que o conflito levanta...) e divida o pessoal deste conflito. Forneça uma estimativa das implicações práticas. Mostre como o problema afeta o trabalho (efeitos de custos, atrasos, problemas de qualidade, falta de condições de trabalho, baixa motivação, estresse...). Use seu senso de humor se for sábio. Com humor pode-se despertar criatividade. Ele alivia a tensão e stress, contribui para o desenvolvimento positivo e faz também uma pessoa que não quer ouvir, prestar atenção. Humor respeitoso pode dissolver a raiva. Guie o encontro tentando achar benefícios em comum e demonstre-os. Desenvolva propostas alternativas. Encoraja o outro a fazer sugestões. Concentre-se nos possíveis benefícios e resultados, evite pensar no lado negativo da alternativa. Tente estabelecer princípios de imparcialidade para avaliar os benefícios das diferentes alternativas. Lembre sobre regras e práticas que podem reduzir o conflito. Analise-os em critérios imparciais (casos anteriores semelhantes, visão científica, fatores de custo, legalidade, reciprocidade, etc). Provoque, se necessário, uma clara contradição. Se o procedimento acima descrito não produzir resultados, pode ser apropriado fazer umas alternativa oposta. Sugira que o outro deva agora pedir ajuda de uma terceira pessoa para lidar com o problema. Leve o assunto ao coletivo e peça a todos para aconselharem sobre como você deve proceder. Se necessário, deixe o grupo sugerir que a tarefa de gerir o conflito agora seja dado a um mediador imparcial. Muitas vezes eu tenho lidado com crises em organizações democráticas em situações em que o grupo foi dividido com rígidas atitudes de conflito. Nesse caso, o grupo muitas vezes sofre de descontentamento geral, desconfiança, fraca motivação e fé débil no futuro. Normalmente, discutimos sobre a visão do ser humano (Parte 1 e Capítulo 2.2) em um ou dois dias, quando o interesse também é o auto-conhecimento, que é um tratamento muito eficaz em situações de crise. Muitas vezes não precisa de outra coisa a não ser repetir a mesma coisa, alguns meses depois. Mas se isso não ajudar o suficiente, você pode continuar: - Tente controlar a situação para que as partes concordem que há um conflito. Eles devem aprender a conviver com o problema, interromper a necessidade de resolver o conflito. Primeiro veja o ponto de vista de cada um em conversas individuais. Familiarize-se com os pontos de vista e observe os estados emocionais. Fale sobre eles de uma forma respeitosa. Não julgue e não tome partido de ninguém. - - - Tente que todas as partes (separadamente) entrem em seu interior para se tornarem conscientes de suas respostas emocionais e sua possível raciocínio falho. Se isso não der resultado necessário, assuma o papel de mediação formal ou solicite a nomeação de tal. Organize uma reunião formal entre as partes, se você achar que pode ser útil. Defina metas para a reunião e faça um plano de ação. Por exemplo, assim: primeiro todos apresentam a sua versão da história; então dizem o que sentem; em seguida, apresente todos os seus desejos e, finalmente, os partidos veem com propostas sobre como a situação pode ser melhorada ou que forma podem tentar resolver o problema. Pode-se determinar o tempo que cada fala pode ter. Não é necessário ter um diálogo, mas se permite que, cada uma das partes se expressam de forma sistemática. Dependendo da situação, tente levar as partes a um acordo sobre questões práticas e regras a serem seguidas. Não critique e não tome partido, seja a favor ou contra alguém. Lide apenas da parte formal da reunião para facilitar o encontro. Avalie os resultados e planeje as ações a seguir. Às vezes é necessário contratar um tutor de fora, que pode quebrar a tensão entre as partes. Pode-se também aplicar a orientação método através do Acompanhamento (Capítulo 2.3), para desenvolver a capacidade do grupo para cooperar e prevenir e lidar com conflitos. Há conflitos que não podem ser resolvidos. Então, o objetivo é ajudar as partes a desenvolver uma interação que é tão pouco prejudicial possível, aprender a aceitar o conflito e viver com ele. Conflito nos ajuda a desenvolver tolerância, a convivência com os outros e amadurecer como pessoas. PARTE 5 SOCIEDADE SÃ - SERES HUMANOS SÃNS Em uma estrutura social justa e igualitária as pessoas crescem e se desenvolvem na tolerância e solidariedade. Oligarquias e injustiças, no entanto, faz as pessoas sofrerem de alienação, medo, ressentimento, paranóia, e são oprimidas. Tudo isso alimenta a futilidade, crime e doença mental. A estrutura social é baseada na colaboração entre o sistema político e o econômico. O objetivo do sistema político é criar estruturas para negócios e controlar suas atividades para o bem das pessoas. Mas, entretanto, o poder financeiro e econômico conseguiram colocar a política abaixo de si. Nos perguntamos por que a insatisfação com o atual sistema é tão forte no Brasil; aqui, onde nas últimas três décadas tivemos a democracia representativa introduzida, o desenvolvimento econômico tem sido bastante estável e os benefícios sociais e de segurança tem aumentado significativamente. Ao mesmo tempo, as pessoas tem visto na prática que os presidentes do Partido dos Trabalhadores são sempre forçados a decepcionar amargamente as pessoas assim que chegam ao poder. Como o sistema político está escravizado sob o poder do sistema financeiro, ele não consegue trazer mudanças estruturais, apesar da vontade política ser forte. Tal é a situação no Brasil e provavelmente no mundo. A vida econômica não segue a democracia mas ao princípio: "Quanto mais você possui, maior é o número de votos disponíveis para você." A estrutura econômica atual é baseada em valores desumanos: competição, ganância, alienação e indiferença para com o sofrimento humano. Isto significa que o humano, que é, acima de tudo, amor, é oprimido e o equilíbrio da natureza é destruído. O trabalho é organizado pela oposição entre dois grupos, empregadores e empregados. O empregador tenta obter a maior parte possível dos rendimentos do trabalho para si mesmo enquanto o objetivo do trabalhador é ganhar o mais alto salário possível. Isso cria um conflito crônico, estrutural no sistema, que leva à insegurança, alienação, subjugação e diminui a motivação. Um assalariado não têm direito de participar na tomada de decisões importantes, e não tem direito aos lucros que seu trabalho produz. A estrutura de poder reprime as pessoas. Os pais também reprimem seus filhos desde que são pequenos, com rejeição e reações emocionais negativas. Como Paulo Freire colocou, "os oprimidos se tornam opressores." Os oprimidos não são uma ameaça para quem está no poder, pelo contrário, eles são cidadãos obedientes, apesar do sentimento de injustiça atual. Na verdade, os governantes também são vítimas do sistema. O sistema faz com que todos fiquem oprimidos. Quem reprime os outros, se reprime em seu interior. Não é surpreendente que aqueles no poder temem o povo. Eles sofrem de paranóia, suspeitam que as amizades são baseadas no fato de que os outros querem ter parte de seu poder. Eles sofrem de ganância e superficialidade. Eles precisam constantemente fazer um esforço para manter e aumentar seu poder. Parece que todas as estruturas de poder são como um círculo vicioso para todos. Portanto, o poder deve ser distribuído tão igualmente quanto possível para evitar isso. Os problemas do sistema atual tem crescido muito rapidamente nas últimas décadas. A mentalidade de competição cada vez mais acelerado também se espalhou no setor público, aumenta constantemente as exigências, intensifica a exploração dos trabalhadores e dos recursos naturais e fomenta o egocentrismo e contradições. Isso faz o trabalho frustrante e desumano. Uma grande parte das pessoas do mundo estão com fome e desprivilegiados. Os avanços da tecnologia poderiam permitir uma tendência oposta. Para se libertar precisa primeiro tomar consciência do opressor dentro de sua própria psique e participar simultaneamente de atividades que contribuam para a análise e desenvolvimento de estruturas de poder da comunidade. O EQUILÍBRIO DA NATUREZA É PERTURBADO O capitalismo vê um aumento na produção e consumo como única finalidade óbvia. Ao mesmo tempo, isso leva inevitavelmente que o equilíbrio da natureza seja perturbado. Já cruzamos a fronteira, a ponto de um desastre que nos espera no futuro? Pode-se comparar a situação com o termo boarderline, o qual é utilizado em psiquiatria. Uma pessoa na psicose vai além da fronteira da realidade e vai para o lado surreal, com enorme sofrimento como resultado. A recuperação do paciente é um processo incerto, difícil e doloroso, que ocorre apenas em parte. Pode-se imaginar que pelo menos metade dos produtos que produzimos são desnecessários e, em grande parte prejudiciais. O sistema econômico está nos guiando em direção a possessividade e superficialidade incrível. A vida se torna sem sentido, em constante fuga e prestação. Nós usamos os combustíveis fósseis, talvez em grande parte em vão. As plantas de cidades urbanas são feitas em vista da crescente motorização, não considerando o humano. A Finlândia importa do Brasil a celulose e exporta papel para o Brasil. Da China, onde o salário mínimo é de cerca de 200 euros por mês, se muda as fábricas para Bangladesh e Camboja, onde o salário mínimo é cerca de 50 euros por mês e os trabalhadores ainda mais desorganizados. Distância não significa nada. Estes desenvolvimentos afetam a equalização das diferenças salariais entre os países, e como entre a Suécia e a Finlândia após a Segunda Guerra Mundial e para o Japão em relação aos Estados Unidos e Europa Ocidental. Os salários dos trabalhadores e o custo de vida nos países ricos se aproximam lentamente o nível do terceiro mundo e vice-versa. Uma certa forma de desenvolvimento econômico para maior igualdade tem lugar entre os países. Enquanto isso, a diferença aumenta entre ricos e pobres dentro dos países. Nós somos diferentes. Quando uma pessoa anda na floresta, ela admira as árvores e os arbustos de frutos, pensa em como as formigas trabalham em conjunto, ouve os pássaros, sente os cheiros, a sensação de paz e gratidão. Quando outra pessoa entra na floresta, ela olha em volta, pensa em onde ela deve ir e o que deve fazer. Uma terceira pessoa faz uma estimativa instantânea de quanto dinheiro a floresta pode oferecer, e de que maneira. ABORDAGENS PARA MUDAR A SITUAÇÃO A democracia representativa é um grande passo em direção à libertação humana dos reis, nobreza e ditaduras oligárquicas. Winston Churchill disse que a democracia é a pior forma de governo se excluirmos todos as outras que já foram julgadas. Um estado de bem-estar de acordo com o modelo sueco, como o Partido Social Democrata trabalhou até a década de 1980, representa uma transferência de renda dos ricos para os pobres através dos impostos. Uma das tarefas centrais do sistema fiscal é reparar as injustiças do sistema econômico. A tributação ainda é estranha, aleatória, e exige uma enorme burocracia. A tributação é como uma aspirina; ela remove ou retém o sintoma, mas não tem efeito sobre a causa da dor, ou seja, o doente no princípio do sistema econômico, leis e estruturas. Isso torna o problema pior e crônico. Na União Soviética e em Cuba o poder se concentrou ainda mais do que nos países capitalistas, onde o poder econômico e político, pelo menos formalmente são separados. Em vez de concentração de poder é necessário um poder organizado tão horizontalmente quanto possível. Hélder Câmara (arcebispo brasileiro 1909-1999) declarou: "Quando eu dou pão para um pobre dizem que eu sou uma boa pessoa. Quando pergunto por que ele não tem comida, eles me chamam de comunista." Mahatma Gandhi (político indiano, 1869-1948) lutou contra o poder colonial britânico e co-fundou a Índia independente. Ele falou de uma revolução pacífica. De acordo com Thomas Wallgren (filósofo, nascido em 1958), que escreveu sobre Gandhi, pensou que "o caminho para nós mesmos é o caminho a verdade e a verdade é absoluta, embora a nossa compreensão dela seja sempre incompleta. Como a estrada pra nós é através de servir os outros, o caminho para a verdade absoluta é através da luta social. "(Ydin, 2012). Revoluções realizadas com a violência geralmente levam a oligarquias, ou seja, a nova violência. Por isso, a alteração das estruturas do coletivo é implementado pacificamente, passo a passo com a força e pressão do povo. Tommi Nieminen escreve (Helsingin Sanomat, 09.12.2011): "Os bilhões de pessoas que vivem com fome no início dos anos 2010s, é algo incompreensível dos dias de hoje, que os historiados do 2100-século estarão pesquisando com grande maravilha..." Albert Einstein ponderou sobre mesma coisa: "as pessoas futuras não vão compreender que alguém assim viveu em nosso planeta." Vamos esperar que eles estão certos. No romance Os Irmãos Karamazov, Dostoiévski descreve a nossa responsabilidade global: "Todo mundo tem culpa diante de todos e por tudo." Somos responsáveis pelo bem-estar da humanidade, incluindo a liberdade, a solidariedade e a igualdade. Não é ético perseguir seus próprios interesses, em detrimento daqueles que estão em pior situação. Os criminosos, aqueles que sofrem de dependência química, os doentes, os marginalizados e os famintos devem inevitavelmente sofrer no lugar dos outros e, assim, ajudar os mais afortunados para se humilharem, e que se vejam no espelho dos desfortunados, mesmo que contra sua vontade." DEMOCRACIA DIRETA A democracia representativa tem funcionado como uma fase inicial libertadora, mas já não corresponde ao nível de consciência social anseios das pessoas. É muito frustrante votar nas eleições sendo que se percebe que o voto não tem quase nenhuma importância, os políticos anti-capitalistas não conseguem mudar o sistema apesar de serem votados para tomar o poder com essa promessa. As pessoas não participam na política, parece sem sentido, porque sabem que não tem praticamente poder algum com a democracia representativa. As pessoas têm sido alienados do conhecimento político, social e econômico quase completamente. A democracia representativa tem o seu curso. A seguir é uma forma de democracia, onde o povo participa diretamente na tomada de decisão na sociedade, sem a influência de representantes e seu lobbying, uma vez que estes estão sujeitos. A democracia direta não elimina o sistema de democracia representativa. As decisões importantes, os princípios de funcionamento do sistema político e econômico e planejamento de longo prazo são desenvolvidos a partir de voto popular direto, mas a implementação é delegada a representantes eleitos. A base da democracia é direta em vez de representativa. Como o mundo funciona como um todo, também há casos importantes em nível mundial a serem cobertos por uma democracia direta global. Erich Fromm escreveu que é preciso descentralizar as autoridades tanto do trabalho e do Estado e fornecê-los com proporções humanas. Se exige que no setor econômico, qualquer pessoa que trabalhe em uma empresa forme uma administração conjunta, para que seja possível sua participação ativa e responsável. A utilização de pessoas deve parar e a economia deve começar a fazer desenvolvimento humano. O capital vai servir para o trabalho, as coisas devem servir a vida. As casas, locais de trabalho, serviços públicos, escolas e outras instituições organizadas promovem a interação entre as pessoas. Se desenvolve as comunidades locais, tanto quanto possível para auto-gestão, o que significa que a necessidade de transporte é radicalmente reduzida. Transporte de mercadorias é revestido com alto imposto internacional. A democracia direta na política e na economia é, claro, uma utopia nos dias de hoje. As pessoas não têm conhecimento sobre coisas importantes, e não querem ter e muito menos ter que decidir sobre elas. Nós, na verdade, fomos profundamente alienados. Nós não temos idéia do que é importante. Para introduzir a democracia direta é um processo longo, mas o mais importante não é alcançar a meta, o que conta é o caminho que vamos. Em primeiro lugar, iríamos em um referendo direto decidir sobre algumas perguntas grandes e simples: - Você quer que uma declaração de guerra seja dada apenas com base em um referendo? - Você acha que deve haver igualdade entre as pessoas? - Você apoia o princípio do sistema atual, onde dinheiro faz dinheiro, então, que uma pessoa se torna rica em interesse e especulação? - Você gostaria de participar e decidir sobre a forma do retorno de seu trabalho, ou seja, como o lucro é distribuído? - Você quer que a educação e os cuidados de saúde sejam negócios públicos? - Você quer participar e decidir sobre os grandes investimentos apoiados pelo Estado? - Você quer acabar com os paraísos fiscais? - Você quer que a comunidade empresarial respeitem a natureza muito mais? - Você quer usinas nuclear construídas perto de onde você mora? Os pobres vivem nas proximidades. Quando os vizinhos ouvem como um homem bate na mulher chorando eles costumam reagir com ansiedade e medo, mas sem fazer nada. Mas se eles concordaram em um articulação solidária de interferir em situações assim, o primeiro que percebe o que acontece, chama os outros, e todos se reuniram ao redor da casa para bater tampas de panela. Assim a comunidade notifica que não aceita violência. Uma abordagem mais coesivo tem um forte efeito preventivo. Este é um exemplo de democracia direta em pequena escala na África do Sul. Se quisermos, podemos facilmente desenvolver um sistema assim social e econômico, onde, por exemplo, tardes de quarta-feira são dedicadas para tratar de vários assuntos e votar neles. Quando todos participam diretamente, sente como verdadeira igualdade e solidariedade. OUTRO ISM Capitalismo é substituído por outro ismo que pode ser chamado de direta democrática ou de forma abreviada "dideism". Nela todos participam diretamente no exercício do poder, regional e global. O trabalho não é subordinado ao dinheiro, mas deve ser significativo, deve ser uma fonte de desenvolvimento humano, satisfação e alegria. Deve promover a igualdade e responsabilidade partilhada. O trabalho assalariado é liquidado. Verdadeiros proprietários de uma empresa são os funcionários. Os retornos econômicos são alocados em proporção ao trabalho que cada um fez. Lucro sobre o capital já não é usado como critério de alocação. As taxas de juros são negativas, o que significa que, se alguém tem dinheiro que ele não precisa, ele deve pagar impostos sobre este. Empresas se assemelham a cooperativas de trabalho de hoje. Elas aparecem no mercado livre, e seguem o princípio da oferta e procura. Em vez do modelo de negócio capitalista, desenvolve um modelo de negócio cooperativo. Uma vez que as crianças são o nosso maior presente, os mais importante para o futuro, o trabalho com elas deve ser estimado como o mais importante. Educadores de infância, professores e outros funcionários que trabalham com crianças, devem ter a maior renda na comunidade. A sua remuneração deve servir como um teto de renda geral. Caso contrário, é pura hipocrisia falar sobre os filhos como a coisa mais importante que temos. No local de trabalho (incluindo escolas) se desenvolve sistematicamente conhecimento humano e auto-conhecimento. Abandonamos o dogma do crescimento constante da produção e do consumo. Ao mesmo tempo promove toda a atividade que ajuda o desenvolvimento humano nas atividades culturais, sociais e espirituais, esportivas e tempo feliz juntos. Esses pensamentos são utopias e descrevem uma possível visão de um coletivo, provavelmente melhor e diferente. Deveria pertencer a tarefa dos partidos políticos criar visões da sociedade ideal e planejar seus programas de acordo com elas e não apenas se preocupar com defesa e benefício de seus grupos de interesse. Em uma parede na escola Instituto Educar está escrito: "Um sonho comum é o início de uma nova realidade." A PESSOA E O SENTIDO DA VIDA Os seres humanos são extremamente pequenos em relação ao universo mas extremamente importante do seu ponto de vista. O sentido da vida é viver bem ou é algo maior, ou seja, uma conexão com o universo? Quanto mais você deixar o seu amor estender, mais você está na realidade. Assim você também tem conexão mais profunda com seu interior e, portanto, com o todo em você. Quando sua vida acaba aqui na terra é natural e claro que você vá livrar-se de sua âncora física e passar para uma condição puramente metafísica; em seu ser mais íntimo, você já está lá. Uma sociedade saudável, pessoas saudáveis e felizes. Quando a igualdade, a solidariedade, responsabilidade e amor compartilhado são valores fundamentais da estrutura do coletivo, é mais fácil para nós nos conectar com a nossa riquezas humanas e fazer parte da beleza da natureza. Aí o amor não é mais difícil.