OUVIDORIA DA EBC RELATÓRIO MENSAL FEVEREIRO 2012

Transcrição

OUVIDORIA DA EBC RELATÓRIO MENSAL FEVEREIRO 2012
OUVIDORIA DA EBC
RELATÓRIO MENSAL
FEVEREIRO 2012
Brasília, 7 de março de 2012.
1
Apresentação
O relatório de fevereiro de 2012 da Ouvidoria da EBC é baseado em dados reunidos pela assessoria
técnica da Ouvidoria (de 1º a 29/02/2012), a partir de demandas encaminhadas à Ouvidoria pelos
telespectadores, ouvintes e leitores dos veículos de comunicação da EBC. O relatório traz aspectos de
grande relevância nos dois meses, um demonstrativo estatístico das demandas recebidas e o
encaminhamento dado por cada um dos ouvidores adjuntos. Além de um breve relato dos programas e
colunas desenvolvidos pela Ouvidoria, especialmente aqueles que foram pautados por demandas enviadas
pelos usuários dos sistemas públicos de comunicação. Por fim, o relatório apresenta algumas
recomendações a partir de alguns pontos mais fortemente demandados por cada área – Rádio, TV e Agência
de Notícias.
Demonstrativo estatístico
Em fevereiro, a Ouvidoria da EBC recebeu um total de 170 manifestações distribuídas da seguinte
forma: 26 da Agência Brasil, 10 das emissoras de Rádio, e 133 da TV Brasil, além de 1 direcionada à EBC.
Dessas manifestações, 55 foram reclamações, 23 elogios, 55 sugestões, 25 pedidos de informações e 12
comentários.
2
Reclamações
Das 55 reclamações recebidas, 13 foram direcionadas para a Agência Brasil, 39 para a TV Brasil, 1
para Rádio Nacional AM Brasília, 1 para Nacional do Rio de Janeiro e 1 para Rádio MEC..
Elogios
Dos 23 elogios, 21 foram para TV Brasil, 1 para a Agência Brasil e 1 para Rádio MEC.
3
Sugestões
As 55 sugestões, distribuídas em 49 para TV Brasil, 4 para Agência Brasil, 1 para Rádio Nacional AM
Brasília e 1 para EBC
Pedidos de Informação
Dos 25 pedidos, 17 foram para TV Brasil, 3 para Agência Brasil, 2 para a Rádio Nacional do Rio de
Janeiro, 1 para a Rádio FM Brasília, 1 para a Rádio Nacional AM Brasília e 1 para Rádio MEC.
4
Comentários
Dos 12 comentários, a TV Brasil recebeu 7 e Agência Brasil recebeu 5.
Cenário TV Brasil
No mês de fevereiro, a Ouvidoria adjunta/TV Brasil recebeu um total de 133 manifestações. Deste
quantitativo, 39 manifestações foram reclamações; 21 elogios; 49 sugestões, 07 comentários e 17 pedidos de
informação. Das 39 reclamações, 12 referem-se a problemas técnicos de transmissão/recepção do sinal da
TV Brasil; 15 referem-se a questões relacionadas à programação; 03 manifestações são referentes à WebTV;
01 reclamação a problemas referentes à Rede; e 08 a questões pertinentes à área do Jornalismo.
A maioria das reclamações incidiu sobre a programação, mas ainda há um número expressivo de
manifestações sobre a área técnica e a recorrência das demandas refere-se à falta ou deficiência de sinal.
Neste mês tivemos manifestações das seguintes regiões: Saquarema, Região dos Lagos/RJ; Centro do Rio
de Janeiro; Ribeirão das Neves, Minas Gerais; Brasília, Distrito Federal; Cabedelo, Paraíba; Moji das Cruzes,
São Paulo; Parnamirim, Rio Grande do Norte; Zona Oeste do Rio de Janeiro; Barra do Piraí, estado do Rio de
Janeiro; Campos do Goytacazes, estado do Rio de Janeiro; Campo Grande, Mato Grosso do Sul; São José
do Rio Pardo, São Paulo; Marília, São Paulo; Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
5
Campos dos Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro, é a região com maior número de
comunicações ao longo dos meses. Cabe notar que os telespectadores desta região mantém contato
frequente com a Ouvidoria, por e-mail ou mesmo por telefone. No mês de dezembro, por exemplo, um
telespectador fez diversos contatos com a Ouvidoria, dando ciência da total ausência de sinal da TV Brasil na
região. Chegamos a solicitar ao demandante que verificasse se o problema também estaria ocorrendo em
outras ruas do bairro. Segundo nos informou, ele fez contato com amigos e constatou que a falta de sinal era
comum a outros locais. Neste mês de fevereiro, mesmo que através de uma reclamação, podemos constatar
que houve um encaminhamento de solução para total ausência de sinal na região. O telespectador Magno
Junio de Freitas Gomes informa o seguinte: “venho expor a péssima qualidade da TV Brasil em Campos dos
Goytacazes. Ora está fora do ar; ora está no ar com áudio que quase não dá para ouvir. Existem projetos
para melhoria da TV Brasil na cidade acima citada? Aguardo resposta ansiosamente.”
Questões técnicas de transmissão/recepção
TOTAL: 12
Recepção ruim na Região dos Lagos/RJ
Ribeirão das Neves; sinal digital fora do ar
Falta de sinal digital e analógico em Brasília/DF
Fora do ar “há vários meses” em Cabedelo/PB
Sem sinal na Sky e NET em Moji das Cruzes/SP
Sinal ruim na Zona Oeste do Rio de Janeiro
Falta de sinal em Barra do Piraí/Estado do Rio de Janeiro
Péssima qualidade de áudio e vídeo em Campos dos
Goytacazes intermitente em São José do Rio Pardo/SP
Transmissão
Dificuldade de imagem em Marília/SP
2
1
1
1
1
2
1
1
1
1
WebTV
Atraso nas postagens do Repórter Brasil
Variação brusca de áudio na transmissão do Repórter Brasil
Reclama de não conseguir acessar a Webtv para reproduzir
em blog
TOTAL: 03
1
1
1
Jornalismo
Conexão Roberto Dávila – falta de crédito do entrevistado
Roda Viva – reclama da falta de neutralidade política
Roda Viva – reclama da falta de periodicidade do programa
Reportagem
no carnaval (?) com tema violento
Repórter Rio – erro na identificação do entrevistado
Reclama que um programa, que não identifica, é doutrinador
Considera
privilégio de entrevistados de SP no Ver TV e
e fraco
Não
terem sido avisados da veiculação de VT que
contesta
participaram
TOTAL: 08
1
1
1
1
1
1
1
1
6
Programação
Reclama que o programa Menino Maluquinho teve postura
deseducativa
Reclama
da excessiva repetição dos filmes
Reclama do áudio irregular do programa Cara e Coroa
Reclama que na Santa Missa há referências à Dilma, Lula e
Tereza Cruvinel
Reclamação
sobre erro de informação no programa Samba na
Gamboa da retirada do programa Clube do Travesseiro da
Reclama
grade
Erro de informação histórica no programa TV Piá
Reclama da interrupção de Karku
TOTAL: 15
1
2
1
1
4
4
1
1
Rede
TOTAL: 01
Reclama da rede em João Pessoa/PB, que interrompeu a TV
Brasil
1
Quadros demonstrativos das outras manifestações:
Elogios
À TV Brasil
Ao Conexão Roberto Dávila
Ao Cineibermedia
Ao ABZ do Ziraldo
Ao Jornalismo na TV Brasil
Ao programa Cara e Coroa
Aos jornalistas da TV Brasil
Ao Sem Censura
Ao Clube do Travesseiro
Ao programa Papo de Mãe
Ao programa da Ouvidoria O Público na TV
À cobertura da morte a cantora Whitney Houston
Ao programa Alto Falante
Ao programa Samba na Gamboa
Ao programa A Grande Música
Ao programa Galera do Surf
Sugestões
Sugestões de pauta e de reapresentação de programas que
sairam do ar
TOTAL: 21
2
3
1
1
1
2
1
1
2
1
1
1
1
1
1
1
TOTAL: 49
49
7
Pedidos de Informação
Onde encontrar filme exibido no Ibermedia e locadora
Como apresentar projeto de programa à TV Brasil
Como participar de programa
Quando o Clube do Travesseiro será reapresentado
Quando a TV Brasil vai entrar em Barretos, São Paulo
Quando a novela Karku será reapresentada
Quando o programa Espaço Público voltará à programação
Quando o sinal digital estará disponível na Zona Oeste do Rio
Quando o programa Tribos será reapresentado
Quando haverá transmissão da TV Brasil em Curitiba
Se o Cineibermedia voltará ainda este ano
TOTAL: 17
1
3
4
2
1
2
1
1
1
1
1
Aspectos relevantes
As comunicações referentes a sinal de transmissão continuam tendo um número elevado de
manifestações recebidas pela Ouvidoria. As manifestações referentes à programação, classificadas como
“reclamação” pela Ouvidoria, embora superem as demandas da área técnica, algumas vezes referem-se a
programas que deixaram de ser exibidos e que, por terem sido bem cotados pelos telespectadores, geram
insatisfação com a interrupção – tem sido o caso das séries Clube do Travesseiro e Karku. Das reclamações
recebidas neste mês de fevereiro, até o fechamento deste relatório, 25 demandas ainda não haviam sido
respondidas, dentro do período regulamentar de 5 dias. As pendências por área responsável são: 11 da
Superintendência de Programação, 10 da Diretoria de Suporte, 3 de Diretoria de Produção, 1 da
Superintendência de Rede.
As comunicações referentes à transmissão da programação da TV Brasil por emissoras parceiras e da
exibição de programas das parceiras pela TV Brasil ainda persistem, com destaque, este mês, para a
insatisfação de dois telespectadores, manifestando a crítica sobre a linha editorial do programa Roda Viva e
sobre a relação de parceria com a TV Cultura, referente à exibição do mesmo programa, que confunde o
telespectador no que tange à grade de programação da TV Brasil.
8
Diz Nilce Marcondes (Processo 210-TB2012):
“Não entendo porque a TV Brasil reproduz o programa Roda Viva da TV Cultura, repetindo nessa estação o
programa envolto no viés ideológico daquela. Não seria possível a TV Brasil produzir um outro programa do
gênero, mas com jornalistas mais neutros? Hoje, por exemplo, não entendo porque procurar tanto pêlo em
ovo, analisando cada ato da Petrobrás (que vai muito bem por sinal), deixando, por exemplo, tudo o que foi
denunciado no Privataria Tucana fora de debate.”
Na reclamação, o telespectador João Paulo da Silva Neri, do Rio de Janeiro, pede que “ por favor,
tirem esse Roda Viva do ar; esse programa não é da TV Brasil, é da TV Cultuta de São Paulo.”
Programa da Ouvidoria/TV Brasil – ‘O Público na TV’
O programa O Público na TV pretende ser uma ilustração do trabalho desenvolvido internamente pela
Ouvidoria/TV Brasil, qual seja a análise do conteúdo da programação, a mediação das demandas dos
telespectadores, o estímulo às equipes de produção de conteúdos a pensarem sobre suas práticas, e a
formação do público para a compreensão das rotinas de produção, sejam elas de programação ou de
jornalismo. Neste sentido, levamos ao ar, neste mês de fevereiro, os seguintes programas:
Edição de 02/02: Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Este é o mapa do Brasil que alguns
telespectadores dizem ver na TV pública. Nesta edição do programa da Ouvidoria, mostramos como o
Jornalismo trabalha para ampliar a visibilidade das diversas regiões do país e quais as dificuldades que tem
que superar. Em uma reportagem, os bastidores do quadro de jornalismo colaborativo “Outro Olhar”, do
Repórter Brasil, que mostra a notícia pelo olhar do cidadão e recebe contribuições de todas as regiões do
Brasil. Na programação, as estratégias para contemplar a diversidade cultural do país.
Edição de 09/02: Nesta semana, o programa da ouvidoria deu sequência ao tema “pluralidade
regional e diversidade cultural na TV pública”. O assunto foi pautado pelo questionamento de alguns
telespectadores, que reclamam da ausência de suas regiões na programação e no jornalismo da TV Brasil.
Na edição da semana anterior, mostramos como o Jornalismo tenta ampliar a representação dos estados no
Repórter Brasil. Na edição desta semana, mostramos como a TV Brasil mostra o país em sua programação,
com a participação de algumas emissoras parceiras, com o que consideram relevante mostrar sobre suas
regiões.
9
Edição de 16/02: A edição do programa O Público na TV desta semana fez um balanço do sistema
público de comunicação brasileiro nestes primeiros quatro anos. Esclarecer as diferenças entre a emissora
pública e as demais redes privadas de televisão foi um dos assuntos abordados nesta edição. O convidado
do programa foi o jornalista e professor da UnB, Murilo César Ramos, membro do Conselho Curador da
Empresa Brasil de Comunicação. Suas ideias e informações permitiram ao telespectador entender melhor as
dificuldades e as perspectivas para que seus interesses de cidadão sejam bem representados na TV pública.
Edição de 23/02: O programa da ouvidoria debateu a possibilidade de abordagens alternativas, e de
efetivo interesse público, para coberturas jornalísticas de acontecimentos de grande impacto social, como foi
o despejo das famílias que ocupavam a área conhecida como Pinheirinho, no interior de São Paulo. A
necessidade de contextualização dos fatos foi o destaque desta edição. O programa apresentou uma análise
de toda a cobertura feita pela TV Brasil, estimulando uma reflexão sobre o trabalho dos jornalistas na TV
Pública.
Considerações / Recomendações
Embora o quantitativo não seja elevado devemos considerar que, em relação ao total geral de
manifestações, o número de reclamações apontando erros de informação nos indica uma necessidade de
maior cuidado nas produções de programa e melhor apuração de informações, tanto na Programação quanto
no Jornalismo. Os problemas de transmissão e recepção continuam sendo nossa maior fragilidade.
Uma outra recomendação é que se promova cursos, seminários, debates ou algo na mesma linha
para que os jornalistas que compõem o telejornalismo da TV Brasil possam refletir sobre a prática diária de
produção de notícias. Conforme mostramos na 23ª edição do programa da Ouvidoria/TV Brasil, a abordagem
de notícias de grande impacto na mídia e na sociedade faz com que a maioria dos jornalistas acabe
seguindo, na cobertura, o padrão histórico implantado e seguido pela mídia comercial, ou ficando a meio
caminho do que poderia ser uma abordagem própria da comunicação pública.
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Cenário das Emissoras de Rádio
Em fevereiro, a Ouvidoria adjunta de Rádio recebeu novamente (como no mês anterior) pouquíssimas
demandas de ouvintes das emissoras de rádios públicas da EBC. Foram 10 manifestações de ouvintes que
acompanham as rádios. Das 10 manifestações, 3 foram reclamações, 1 elogio, 1 sugestão, e 5 pedidos de
informação. Neste relatório não estão contabilizadas as demandas recebidas pela Central de Atendimento ao
Ouvinte/CAO da Rádio MEC AM e FM, do Rio de Janeiro, pela Central do Ouvinte da Rádio Nacional de
Brasília AM e FM e, também, pela Nacional da Amazônia.
Quadros demonstrativos das manifestações:
Reclamações
Rádio Nacional AM Brasília
Ouvinte reclama de programa gravado na ausência do locutor
do 'Madrugada Nacional'. “Quase todos os ouvintes do
programa são assíduos participantes (e não somente
ouvintes). Transmitimos recados, trazemos mensagens e
mandamos abraços a amigos, parentes e ouvintes em todo o
mundo. A atração do programa é justamente a participação
dos ouvintes.”
Total: 1
Rádio MEC FM / RJ
Ouvinte faz crítica à forma como o programa Blim-blem-blom
trabalha a música clássica com o público infantil. “Bons
tempos os do Teatrinho Trol, em que criança era tratada como
criança; dava-se-lhe um material artístico de alto nível e na
sua linguagem.”
Total: 1
Rádio Nacional RJ
Ouvinte critica abordagem de matéria sobre a carga tributária
dos ovos de páscoa veiculada em noticiário das 6h da manhã
da rádio.
Total: 1
TOTAL DE RECLAMAÇÕES
03
11
Elogios
Rádio MEC FM / RJ
Ouvinte elogia qualidade da programação e se diz “satisfeito
em descobrir o site e em poder ouvir a rádio via podcasts”
(programas da rádio disponíveis na Internet).
TOTAL DE ELOGIOS
Total: 1
01
Sugestões
Rádio Nacional AM Brasília
Ouvinte sugere que nas férias do locutor do programa
'Madrugada Nacional', João Mac Brow, ele seja substituído por
outro locutor para o programa continuar 'ao vivo' e não
gravado.
TOTAL DE SUGESTÕES
Total: 1
01
Pedidos de Informação
Rádio Nacional AM Brasília
Ouvinte solicita informação sobre reprodução de conteúdos
radiofônicos
Total: 1
Rádio MEC FM / RJ
Ouvinte pede informação sobre veiculação de anúncio de CD
de música erudita na rádio
Total: 1
Rádio Nacional RJ
Ouvinte se diz saudoso de antigos programas da rádio, como
'Balança mas não cai' e 'Gerônimo, o heroi do sertão' e quer
saber como pode adquirí-los.
Total: 2
Ouvinte solicita contato do apresentador do programa 'Amigo
da Madrugada'.
Rádio Nacional FM Brasília
Total: 1
Ouvinte solicita áudio do programa 'Estúdio F' com o
cavaquinista Jacaré
TOTAL DE PEDIDOS DE INFORMAÇÃO
05
12
Aspectos relevantes
Manifestações relacionadas a sinal de transmissão das rádios públicas continuam a ser recebidas pela
Ouvidoria. Embora o setor venha respondendo aos demandantes, os problemas parecem persistir, pois as
reclamações de ouvintes continuam a se referir sobre dificuldades de sinal de frequência.
Um aspecto que consideramos oportuno e cabível de ser administrado e que está diretamente ligado
ao fato de a Ouvidoria receber um número insignificante de demandas de ouvintes das rádios públicas (total
de 8 rádios – Rádio Nacional AM Brasília, Rádio Nacional FM Brasília, Rádio Nacional AM Rio de Janeiro,
Rádio MEC AM Rio de Janeiro, Rádio MEC AM Brasília, Rádio MEC FM Rio de Janeiro, Rádio Nacional do
Alto Solimões e Rádio Nacional da Amazônia) é o fato 'de ainda existirem ouvidorias paralelas' na EBC, ou
seja, centrais de ouvintes respondendo demandas que cabem à Ouvidoria da EBC respondê-las, como
elogios, reclamações, críticas, sugestões, comentários e pedidos de informação sobre o jornalismo e a
programação das emissoras públicas de rádio.
Outro aspecto importante que reiteramos é o crescimento no número de ouvintes que acompanham as
rádios públicas via Internet. O que nos leva a crer que a EBC deve investir na qualificação dessa mídia. Este
é um importante canal de divulgação da programação e pode se constituir em um meio importante para atrair
a audiência de usuários habituados a acessar informações pela Internet.
Entre as manifestações recebidas pela Ouvidoria está a de um ouvinte de Brasília que solicita à Rádio
Nacional FM a disponibilidade da sonora do programa “Estúdio F”, que contou com a participação do
cavaquinista Jacaré para estudar as músicas do artista.
Alguns aspectos apontados por ouvintes:
Rádio MEC – “Dirijo-me aos senhores para informá-los da minha satisfação em descobrir o site e ouvir
a rádio via podcast. É um presente ! Muito grato pelo trabalho e pela qualidade.” Márcio C. Garcia.
Rádio MEC – “A Rádio MEC aceita veicular anúncio de CD de música erudita produzido por produtor
privado em projeto incentivado pelo MinC? Ou trabalha apenas com anúncios do governo?.” Carlos de
Vasconcellos Didier.
13
Nacional de Brasília – “A maioria dos ouvintes do programa 'Madrugada Nacional', ou quase todos,
são assíduos participantes (e não somente ouvintes) deste programa. Ouvintes que transmitem recados,
trazem mensagens e mandam abraços a seus amigos, parentes e ouvintes em todo o mundo. A atração do
programa é justamente a participação dos ouvintes. Acontece que o nosso querido locutor João Mac Brow
está de férias neste mês de fevereiro, e o programa apresentado estava gravado. Muitos ouvintes estão
reclamando deste fato; por isso venho, em meu nome e em nome de todos os amigos ouvintes, pedir
encarecidamente que os gestores da rádio examinem a possibilidade de colocar um locutor ao vivo durante
este mês. Penso em Maurício Rabelo, José Néri, Luciano Barroso ou outro(a) que se dispor a nos alegrar.
Sabemos que há quem queira fazer este programa ao vivo. Ficaríamos muito agradecidos se esta
conceituada Ouvidoria pudesse fazer com que isto acontecesse. No aguardo e expectativa de sua resposta,
firmo-me, em nome de tantos outros assíduos ouvintes de longos anos desta conceituada Rádio.” Theodora
Fischli, de Sobradinho-DF
Nacional do RJ – “Tenho saudades de antigos programas da rádio, como 'Balança mas não cai',
'Gerônimo, o heroi do sertão' etc. Gostaria de saber como faço para adquirir, comprar estes e outros
programas. A Nacional tem como disponibilizá-los?” Enok Pinheiro, da cidade do Rio de Janeiro.
Nacional de Brasília – “Sou músico amador em Brasília, onde faço parte de um grupo regional de
chorinho. Ouvi a parte final de um especial no último domingo [dia 12/02], aproximadamente às 20h, sobre o
cavaquinista Jacaré. Pensei em montar uma apresentação com meu grupo com as músicas deste autor, mas
não consegui reunir o repertório. Seria possível vocês disponibilizarem o áudio do programa para eu estudar
as músicas...” Márcio Carvalheira, Brasília, DF.
Programa da Ouvidoria/Emissoras de Rádio – ‘Rádio em Debate’
Em fevereiro, o termo de cooperação entre a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a Universidade
de Brasília (UnB) possibilitou a realização de nove edições do "Rádio em Debate" (quatro delas
especialmente feitas para veiculação na MEC FM e uma realizada especificamente para as emissoras da
EBC no Rio de Janeiro).
14
Em razão de sugestões do público, de considerações de profissionais e percepções da equipe
universitária envolvida com a produção da iniciativa, o primeiro programa de fevereiro teve como tema o
balanço das atividades da Superintendência de Rádio no ano passado e o que está sendo preparado em
2012 para atender as principais demandas do público. Para o programa foram entrevistados Orlando Guilhon,
superintendente das emissoras da EBC, Alisson Machado, coordenador da Rádio Nacional AM de Brasília e o
programador musical Jaider Ribeiro de Amorim.
Na semana seguinte, o programa de rádio da Ouvidoria dedicou-se à análise das atividades da
coordenação de Radiojornalismo da EBC no ano passado e as expectativas para 2012. Na edição veiculada
pelas Rádio MEC, Rádio Nacional do Rio de Janeiro, Rádio Nacional de Brasília (AM e FM), Rádio Nacional
da Amazônia e Rádio Nacional do Alto Solimões, conversamos com Luciano Haeser, coordenador de
radiojornalismo da EBC, e com os repórteres Danilo Macedo e Carolina Pimentel, que apresentam sugestões
para aperfeiçoar o conteúdo veiculado.
Também foi produzida uma versão especial do "Rádio em Debate" para a MEC FM. O tema desse
programa foi o boletim diário “VivaMúsica! e o mundo dos clássicos”, que deixou de ser transmitido pela
emissora. Buscando fazer uma reflexão sobre o boletim, a produção do 'Rádio em Debate' entrevistou Heloisa
Fischer, que produzia e apresentava a iniciativa, e Marcelo Brissac, responsável pela produção e
programação da MEC FM.
Nos dias 17 e 28/2 foram veiculadas edições com reflexão sobre a programação das emissoras da
EBC durante o Carnaval. Para isso, foram realizadas três edições.
Na versão do "Rádio em Debate" que foi ao ar na MEC AM e na Rádio Nacional do Rio de Janeiro
foram entrevistados Adriana Ribeiro, diretora de comunicação da Sociedade dos Amigos Ouvintes da Rádio
MEC (SOARMEC), o professor e sociólogo Ronaldo Conde Aguiar, Orlando Guilhon, superintendente das
rádios da EBC, e Cristiano Menezes, gerente das emissoras da EBC no Rio de Janeiro. Entrevistas com o
maestro Edino Krieger, com o ouvinte Xenophontes Gomes e com Thiago Regotto, coordenador de
programação da MEC FM, estiveram no programa que foi ao ar pela MEC FM e pela MEC Brasília.
15
Já a Nacional de Brasília AM, a Nacional FM Brasília, a Nacional da Amazônia e a Nacional do Alto
Solimões veicularam edição realizada a partir de depoimentos de Ronaldo Conde Aguiar, Orlando Guilhon,
Taís Ladeira, gerente das rádios da EBC em Brasília, e Bráulio Ribeiro, gerente das emissoras da EBC na
Amazônia.
Na última semana de fevereiro foram realizadas duas edições do "Rádio em Debate". A transmitida
pela MEC AM, Nacional do Rio de Janeiro, Nacional de Brasília AM, Nacional FM Brasília, Nacional da
Amazônia e Nacional do Alto Solimões, se dedicou à relação das emissoras da EBC com rádios comunitárias.
Para isso foram entrevistados Clarindo Salustiano Damasceno, diretor da Rádio Comunitária Miguel
Pereira FM 98.7, Mário Sartorello, assessor da Superintendência de Rádio da EBC e presidente da ARPUB,
Associação das Rádios Públicas do Brasil, Taís Ladeira, gerente das rádios da EBC em Brasília, Orlando
Guilhon, superintendente das rádios da EBC, e Bráulio Ribeiro, gerente das rádios da EBC na Amazônia.
Já o programa veiculado pela MEC FM e pela MEC Brasília teve como tema as atividades da
SOARMEC, Sociedade dos Amigos Ouvintes da Rádio MEC, e as parcerias que estão sendo desenvolvidas
pela entidade com a Empresa Brasil de Comunicação. Essa edição levou ao ar entrevista com Adriana
Ribeiro, diretora de comunicação da SOARMEC.
Produzido pela Ouvidoria da EBC, o "Rádio em Debate" é transmitido às sextas-feiras com reprise aos
sábados, nos horários abaixo. O programa também pode ser acessado via Radioagência Nacional em
www.radioagencianacional.ebc.com.br. Emissoras da EBC podem ser ouvidas pelo portal: www.ebc.com.br
Rio de Janeiro
Nacional do Rio de Janeiro (1130 Khz) sexta às 20h04 e sábado às 7h50
MEC AM (800 Khz) sexta às 20h e sábado às 7h50
MEC FM (98,9 MHz) sexta às 11h45 e sábado às 15h45
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Brasília
Nacional de Brasília (980 Khz) sextas às 13h e sábados às 8h30
Nacional FM Brasília (96,1 Khz) sextas às 13h e sábados às 14h, com reapresentação especial às terças
17h20
MEC Brasília (800 Khz) sexta às 11h45 e sábado às 15h45
Amazônia
Nacional da Amazônia (OC 11.780 Khz): sexta às 10h45 e 16h45, sábado às 9h45.
Nacional do Alto Solimões (FM 96,1 MHz e AM 670 Khz): sexta às 9h45
Considerações / Recomendações
Em função do número insignificante de demandas recebidas pela Ouvidoria/Rádios, persistimos com o
objetivo de que as demandas de ouvintes relacionadas a conteúdos da programação e jornalismo do sistema
público de rádio, recebidas pela CAO-Central de Atendimento ao Ouvinte da MEC do Rio de Janeiro, pela
Nacional da Amazônia e pela Central do Ouvinte da Nacional de Brasília sejam enviadas para a Ouvidoria da
EBC, como forma de unificar o recebimento de demandas de ouvintes das rádios públicas em um único setor.
Outrossim, a Ouvidoria reitera a necessidade de criação e implantação do serviço 0800 da EBC, com
um canal para a Ouvidoria ter mais agilidade e eficiência na comunicação com os usuários de rádios, TV e
agência de notícias.
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A Ouvidoria reitera, também, aos gestores da EBC urgência na solução do problema de transmissão
da Rádio Nacional da Amazônia, que segue deixando parte considerável do território brasileiro sem acesso
ao sinal da rádio, principalmente, a população carente da vasta região amazônica que utiliza a emissora como
o único meio de comunicação acessível. Além de informar, a Rádio Nacional da Amazônia é um serviço
público de primeira necessidade para aquela população que a utiliza para passar recados importantes para a
vida deles, para avisar que alguém nasceu, se operou, para procurar parentes desaparecidos. É um Brasil
que poucas pessoas conhecem. Há necessidade de um acompanhamento minucioso da Presidência e do
Conselho Curador da EBC sobre essa questão.
A Rádio Nacional da Amazônia transmite para mais da metade do território brasileiro em ondas curtas,
na faixa de 11.780 Khz até 6.180 Khz. E como o próprio texto sobre a rádio no site da EBC diz: “a Rádio
Nacional da Amazônia é um canal de comunicação popular que fortalece o elo entre as comunidades da
Amazônia, valorizando e divulgando a diversidade cultural da região. As pautas nascem das demandas da
população amazônida por inclusão social.” Abaixo, algumas características que demonstram a importância da
rádio, não só para os amazônidas mas para todo o território nacional.
Característica da programação da Rádio Nacional da Amazônia:
Integração: no ar das 5h à 0h, a emissora leva informações a moradores de áreas rurais, ribeirinhas e
fronteiriças, onde outros veículos de comunicação têm dificuldade de acesso. Integra a população da
Amazônia Legal a outros estados brasileiros por meio da programação e de mensagens que possibilitam até
re-encontros entre familiares. Agricultores, professores, pescadores, atendentes, artesãos, estudantes,
idosos, comerciantes, quebradeiras de coco, entre outros, são ouvintes da rádio.
Educação: os programas abordam temas que contribuem para a formação dos ouvintes como
cidadãos. Muitos dos temas são sugeridos pelos ouvintes e atendidos, sempre que possível, pela produção
dos programas.
Jornalismo: o Jornal da Amazônia está no ar de segunda à sexta-feira em duas edições. A primeira
às 12h20 e a segunda às 18h45 (horários de Brasília). Pelas Ondas Curtas e também via satélite.
18
Radiodrama: as radionovelas ocupam um espaço privilegiado na história da emissora e no imaginário
dos ouvintes. Com criatividade e dedicação, exercendo um trabalho de pesquisa temática, a equipe da Rádio
faz dramatizações que abordam temas atuais, como a prevenção das queimadas e o combate ao trabalho
escravo.
Diversidade: MPB, músicas da Amazônia, cultura indígena, tradição nordestina compõem o conteúdo
de nossos programas.
Pan-Amazônia: o Brasil integra a Pan-Amazônia com outros 7 países latino-americanos.
Biodiversidade e semelhanças culturais são características da região. A Nacional da Amazônia responde
também a este desafio.
(Fonte: site da EBC)
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Cenário Agência Brasil
Em fevereiro, a Ouvidoria adjunta da Agência Brasil recebeu um total de 26 manifestações. Dessas 26
manifestações, 13 foram reclamações, 4 sugestões, 3 pedidos de informação, 5 comentários e 1 elogio. Das
13 reclamações registradas, 2 foram por falta de informação, 7 sobre erro de informação, 2 registraram que
faltou ouvir o outro lado envolvido na matéria e 2 foram no quesito linha editorial. Até o fechamento do
relatório, 3 demandas permanecem sem resposta da Diretoria de Jornalismo.
Quadros demonstrativos das manifestações:
Reclamações – Agência Brasil
Falta de informação
TOTAL: 13
2
Líder da manifestação da PM-BA seria filiado ao PSDB
Inauguração do Campus da Unifesp-Santos/SP
Informação errada
7
Quantitativo de manifestantes na Cinelândia/RJ para decidir
greve da PM
Matéria dizendo que metade da população brasileira tinha origem
na África
Visto para Austrália
Matéria informou erradamente que o senador Pedro Simon era
do
PDT
Expressão
“responsabilidade de proteger” errada em reportagem
Grafia do nome da menina que morreu estava errada
Uso do termo paulista/paulistano
Faltou ouvir o outro lado
2
Termo privatização para leilão dos aeroportos
Linha editorial
2
Título da matéria Veto da ONU dá a Assad “licença para matar”,
diz oposição
Emissão de opinião na entrevista com Eleonora Menicucci
20
Sugestões
TOTAL: 4
Parceria para reprodução de artigos de turismo
Fazer matéria sobre pioneirismo em agricultura familiar no Brasil
Fazer uma reportagem da inauguração do campus da Unifesp
Alteração no sistema que gerencia noticias da EBC
Comentários
TOTAL: 5
Sobre uso de disquetes para preencher o IRPF
Sobre o noticiário da greve dos Pms na BA e RJ
Sobre obrigatoriedade de ensino médio p/ carteira de habilitação
Nova regra para os jogos (Loterias)
Cheque caução
Pedidos de Informação
TOTAL: 3
Defensora pública pediu contato de presa na Papuda para ajudála
Sobre decisão do TST de consulta ao SPC sobre clientes
Divulgação do piso salarial do professor
Elogio
TOTAL: 1
O reconhecimento do erro da ABr sobre matéria do Pinheirinho
21
Aspectos relevantes
O início de 2012 foi marcadamente expressivo do ponto de vista comunicacional. Percebe-se que a
cobertura de fatos e eventos ocorridos em todo o planeta, cada vez mais exige tempo hábil de apuração e
contextualização, sob pena da mídia ganhar o estigma de “ultrapassada” ou “defasada” face à velocidade da
informação. Outro aspecto a ressaltar foram os acontecimentos marcantes, como a cobertura do caso
Pinheirinho, em São Paulo, do leilão dos aeroportos, das manifestações da PM nos estados da Bahia e do
Rio de Janeiro, o caso Eloá, um correspondente da EBC na África e sua polêmica na mídia, além, de outros
assuntos, como o que ocorre na Síria e que impeliram o cidadão comum a sair do seu compasso de mero
espectador/receptador da notícia e, via redes sociais, participar, opinar, cobrar e pressionar de forma mais
militante e cidadã.
A esta Ouvidoria caberá sempre o papel de atender, remeter, responder, esclarecer, criticar e cobrar
do leitor e da empresa uma atuação e um fluxo permanente onde haja troca de informação, respeito e
objetividade no tratamento com a coisa pública e o compromisso de formar cidadãos críticos e atuantes em
seu papel social. Já começamos a registrar alguns resultados desta nossa busca.
Colunas da Ouvidoria/Agência Brasil
No mês de fevereiro houve maior demanda do leitor referente à geração de pauta para a coluna da
Ouvidoria na Agência Brasil. As quatro publicadas foram baseadas em manifestações dos leitores sobre o
caso Pinheirinho, sobre a greve e a manifestação de policiais militares da Bahia e do Rio de Janeiro e sobre o
leilão dos aeroportos realizado pela Anac/Infraero.
22
A coluna da Ouvidoria, de 6 de fevereiro, intitulada “Contextualizar e apurar ainda é o melhor caminho
para a qualidade e credibilidade da informação” apontou para “a necessidade, sempre, da apuração”, ao
ressaltar que é comum na rotina jornalística, não se averiguar, pelo menos de imediato, a informação quando
esta é prestada por uma fonte considerada de fé pública. E que talvez, por isso, a notícia veiculada pela
Agência Brasil no dia 23 tenha atribuído legitimidade à informação, por ter sido prestada por um
representante da OAB. A coluna reitera que a ABr errou ao publicar uma informação que não foi apurada,
mesmo que ela tenha sido declarada por uma fonte legitimada. Na coluna, a Ouvidoria ressalta também que o
jornalista tem compromisso com os cidadãos e não pode prescindir da apuração da informação. Se a notícia
não foi confirmada, não deveria ter sido publicada. E o veículo tem que reconhecer o erro e corrigir a
informação como forma de atenuar a situação; chamou a atenção para a necessidade de contextualizar o
fato, além de exigir do repórter um levantamento, permite que outras informações venham à tona, evitando
que o jornalista caia na armadilha da espetacularização. E, por fim, que o jornalismo público em
contraposição ao jornalismo que vem sendo praticado até aqui, consiga uma indicação mais clara do caminho
possível que é a contextualização.
Na coluna seguinte, “Imparcialidade: mito ou realidade”, de 13 de fevereiro, foi dado ênfase a uma
das queixas mais frequentes dos leitores no que se refere à falta de imparcialidade e isenção na cobertura
jornalística. Tomamos como exemplo as notícias que circulam em época de disputa eleitoral, em que a
discussão sobre a imparcialidade fica mais evidente, como, por exemplo, no Brasil, diferentemente dos
Estados Unidos, em que os jornais se posicionam, a mídia ainda guarda a ilusão da imparcialidade. Por isso,
os noticiários usam estratégias discursivas para camuflar sua participação no processo eleitoral. No Brasil
recente houve apenas o caso em que dois veículos de comunicação se posicionaram publicamente
favoráveis a uma candidatura à Presidência da República. Foi em 2010, na campanha presidencial que O
Estado de S. Paulo declarou seu apoio ao candidato José Serra (PSDB) e a revista Carta Capital à Dilma
Rousseff (PT). A coluna chama atenção ao comportamento ético do jornalista no sentido de que “cabe agir e
informar com responsabilidade, procurando sempre tratar temas de interesse do cidadão, ouvindo as
múltiplas fontes envolvidas no fato a ser publicizado, apurando e contextualizando a informação. Cada
integrante do Sistema Público de Comunicação da EBC tem que ter em mente a função do jornalismo como
serviço público, pautado pela ética, com o compromisso com a verdade.”
23
Na terceira coluna produzida em 20 de fevereiro, “Privatização ou concessão: o mais importante para
o leitor é a informação” abordou-se a questão do leilão de concessão ocorrido no último dia 6, de três dos
maiores aeroportos do país – Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília (DF). Na coluna é dado ênfase a que
embora a cobertura da imprensa tenha caracterizado o fato como privatização, como indicam os títulos de
notícias publicados por um grande jornal, interessava-nos fazer primeiro uma distinção entre os dois termos
para entender como eles ganharam uma carga político-ideológica nos dias atuais. E apontou a necessidade
de contextualizar a informação como garantia de credibilidade. Mostrou também a diferença entre
privatização e concessão que, de acordo com a Wikipédia, privatização é o processo de venda de uma
empresa ou instituição do setor público – que integra o patrimônio do Estado – para o setor privado,
geralmente por meio de leilões públicos. No Brasil, o processo de desestatização consistiu principalmente em
tornar o Estado sócio minoritário, pois grande parte das empresas era de capital aberto e negociada em
bolsas de valores e o Estado brasileiro, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), continuou como sócio minoritário. E por fim, destacou a importância de contextualização do fato
que levaria a uma distinção entre privatização e concessão, para esclarecer o leitor sobre a questão. E
apontou para uma reflexão: se o veículo de comunicação é o responsável por informar à sociedade e se ele
não consegue fazer a distinção, como fica a população que não está familiarizada com a discussão? Além de
expor opiniões diferentes sobre o fato, é necessário contextualizar e informar a população para que ela possa
fazer seu juízo de valor.
24
Na quarta e última coluna do mês, em 27 de fevereiro, foi tratado o tema “Quando a fonte é a
personagem principal da notícia” em que trata do número de pessoas no protesto da PM, no Rio questionado
na matéria. A coluna ressaltou que, sem entrar no mérito se o número estimado estava correto, errado,
próximo da realidade ou mesmo se houve ou não má-fé do veículo, contar multidões não é uma das tarefas
mais fáceis, especialmente em casos de manifestações de cunho político-ideológico. Do lado de quem
organiza, a proposta será sempre superestimar os números, já que há o interesse em promover a causa. Do
lado do veículo, se ele joga o número para baixo, fatalmente será acusado de tendencioso. Se, ao contrário,
valoriza além da conta também será acusado de partidarismo. E o texto indaga sobre a questão da Agência
Brasil que ao responder ao leitor disse que uma das regras do jornalismo é ouvir pelo menos duas fontes, a
organização do evento e a Polícia Militar. Mas, se os organizadores, a polícia e o Corpo de Bombeiros são as
fontes mais indicadas para fornecer essa informação, como agir então quando essas fontes, neste caso
específico, são os personagens principais da notícia? Qual o procedimento a ser adotado? E oferece
soluções simples, como o uso da tecnologia acionando novos programas de computador que estão, hoje em
dia, produzindo informações mais precisas, como o GPS, que pode ser acionado de smarthfones e relógios
especializados por qualquer pessoa. O repórter pode percorrer o espaço para determinar a área ocupada e
em seguida fazer o cálculo do número de pessoas por metro quadrado. Se o veículo quiser evitar a
divulgação de informações que possam gerar controvérsias tem que aderir à tecnologia.
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Considerações / Recomendações
O jornalismo como ferramenta acessível a todos deve ser uma busca permanente na consolidação da
democratização da informação. É assim que vamos construir e expandir cada vez mais a diferença no trato
da informação. E mudar o estado das coisas como elas estão, como consequência do engajamento e do
papel que esta Ouvidoria desempenha, fazendo a ponte entre o público e a empresa para melhorar o sistema
público de comunicação brasileiro.
Tentaremos seguir no rumo do bom combate e da reflexão. De apontar erros e falhas e também
reconhecer méritos onde haja a prática do jornalismo sério e comprometido com as questões sociais e que
contribua para o debate das grandes questões nacionais que precisam ser aprofundadas: de gênero, justiça
social, acesso à comunicação, compromisso com a verdade, conjuntura política e participação popular nas
esferas sociais e políticas do país.
Brasília, 7 de março de 2012.
Regina Lúcia Alves de Lima
Ouvidora da EBC
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