Ministério da Defesa, Exército Brasileiro Colégio

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Ministério da Defesa, Exército Brasileiro Colégio
Ministério da Defesa, Exército Brasileiro
Colégio Militar de Brasília
Geografia, do 2º ano do Ensino Médio
Geografia Espaço e Vivência (Ensino Médio, volume único). Boligian, Levon e Alves, Andressa. Editora Atual.
Unidade VII, capítulo 36, p. 478 - 490.
Revolução Científica e Tecnológica - RCT
3ª Revolução Industrial, 3ª geração
●contexto: ocorre na metade do século XX, durante a vigência da Antiga Ordem Mundial (marcada pela oposição dos Estados
Unidas da América / capitalista versus a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas / socialista).
O bipolarismo caracterizou-se pela divisão do mundo em Oeste versus Leste, e pela Guerra Fria, período de enfrentamento indireto
pelas nações anteriormente citadas, promovendo diversas disputas no campo esportivo (quadro de medalhas nas olímpiadas,
como exemplo), no campo científico (corrida espacial, auge tecnológico), e no campo bélico-militar (corrida armamentista).
●As Corridas Espaciais e Armamentistas trouxeram a união entre a ciência e a tecnologia possibilitando a aproximação as
descobertas cientificas aos setores produtivos.
●A RCT revoluciona o próprio setor produtivo ao desenvolver o setor quaternário (tecnológico), com destaque nas seguintes
áreas: informática1, robótica1, genética2, bioquimica2,3, eletrônica4, telecomunicações4, e novos materiais.
●Devido a processos históricos, socioeconômicos e políticos ocorre a concentração da produção tecnológica, científica em Países
do Norte, especialmente, nas tecnopolos5, dos Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, Japão, como exemplos.
●Avanços técnicos nos meios de comunicação e especialmente nos meios de transporte promovem diversos mecanismos de
aproximação das informações, gestão de negócios, empresas e a redução dos custos operacionais na distribuição de produtos,
bem como no comércio de bens e serviços; aumentando o volume de negócios entre empresas e o governo de diferentes países,
intensificando o comércio mundial.
1
desemprego estrutural, com terceirização, flexibilização da legislação trabalhista, emprego informal / subemprego.
Revolução Verde (uso de transgênicos na produção de alimentos), avanço médico - explosão demográfica pós-2ªGM.
3
defensivos agrícolas, pesticidas, agrotóxicos.
4
fluxo de informações e econômico (transações financeiras, sistema bancário, bolsa de valores)
5
tecnopolo: é um centro tecnológico que reúne, num mesmo lugar, diversas atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), em áreas de
alta tecnologia, como institutos e centros de pesquisa, empresas e universidades, que facilitam os contatos pessoais e institucionais entre
esses meios, produzindo uma economia de aglomeração ou de concentração espacial do desenvolvimento tecnológico. As tecnopolos
geralmente concentram grande quantidade de mão-de-obra altamente qualificada, como pesquisadores e professores universitários,
geralmente com pós-graduação de alto nível (doutorado, pós-doutorado ou PHD) e muitos especializados. Exemplos de cidades tecnopolos
no mundo: Palo Alto, São Francisco e Santa Clara (cidades do Vale do Silício na Califórnia, EUA), Boston (no estado de Massachusetts, EUA),
Cambridge e Londres - na Inglaterra, Kansai e Tsukuba no Japão, Taedok - na Coreia do Sul, Munique - na região sudeste da Alemanha,
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Paris Axe Sud – região metropolitana de Paris (França); e no Brasil, posso citar: São José dos Campos (interior de São Paulo) - presença
importante do ITA (Instituto de Tecnologia Aeronáutica), destacando-se nas áreas de aeronáutica e aeroespacial, Blumenau (em Santa
Catarina) - destaque para a área de desenvolvimento de softwares, São Carlos (interior de São Paulo) - a presença da UFSCar (Universidade
Federal de São Carlos), como importante centro de pesquisa tecnológica, justifica a grande quantidade de empresas de tecnolog ia de ponta
na cidade, Belo Horizonte (em Minas Gerais) – presença do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), ligado a Universidade Federal
de Minas Gerais, e Recife (em Pernambuco) – destaque para a presença do Porto Digital, com várias empresas das áreas de softwares e
economia criativa.
Expansão das Transnacionais
Expansão, diversificação
●A maior integração econômica e cultural, propiciada pelos avanços nos meios de transporte e telecomunicação, proporcionou
a expansão das transnacionais. A partir da década de 50 (1950) ocorreu a expansão das transnacionais em direção aos Países
do Sul, desenvolvendo a industrialização tardia nessas nações. Com objetivo de conquistar novos mercados, menores custos
operacionais, proximidade com fontes de matéria-prima, incentivos fiscais, legislação ambiental pouco rígida, e ausência de
sindicatos, ou direitos correlatos.
●Posteriormente a industrialização tardia, a partir da década de 70 (1970), ocorre o processo de diversificação dos setores
econômicos de atuação das transnacionais nos países do Sul. As transnacionais começam a atuar nos setores de serviços
(bancos, seguradoras, transportadoras de cargas, etc.), no comércio atacadista e varejista (hipermercados, lojas de
departamentos, redes de lanchonetes, exportadoras, etc.) e no setor agropecuário (fornecendo insumos, e maquinário).
●Redução de custos, maior produtividade e aumento do lucro ocorre através da fragmentação do processo produtivo das
transnacionais, onde diversas corporações passam a dividir etapas da montagem de uma mesma mercadoria em diferentes filiais,
otimizando a fabricação. E, ou através da terceirização de determinadas etapas do processo produtivo, respeitando os padrões de
qualidade/certificação impostos pela transnacional contratante.
Estratégias das Transnacionais para controle do mercado
Mercado consumidor integrado pelo processo de Globalização
●O aumento da concorrência em escala global preconiza o uso de estratégias para aumento/controle de mercado:
a) diminuição do tamanho das unidades de produção; a robotização, a informatização, e a terceirização reduzem o
número de funcionários.
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b) otimização dos processos de produção; reduzindo estoques - just in time6, melhorando a qualidade dos produtos,
serviços e a satisfação do cliente - toyotismo7.
c) aumento dos investimentos em marketing e propaganda, valorização da marca - royalties8.
Obs.: outras formas de domínio, ou controle do mercado são o cartel, truste e holding.
Cartel é a união secreta de empresas do mesmo ramo de negócios, que estabelecem entre si acordos para fixar um
mesmo preço para seus produtos. Com o tabelamento do mesmo preço entre os produtos de diferentes empresas, elas
acabam com a concorrência entre si, ou seja, quem sai prejudicado é o consumidor, que perde a possiblidade de
procurar o menor preço, pois sem a concorrência entre as empresas não existe menor preço.
Trustes são associações de empresas que surgiram a partir da fusão de várias empresas que já controlavam a maior
parte do mercado. Portanto, trustes são formados quando proprietários de empresas concorrentes se tornam sócios de
uma única grande empresa. Assim, passam a controlar grande parte do mercador consumidor, diminuindo também a
concorrência e a possibilidade de o consumidor encontrar produtos com menores preços.
A partir do momento que grandes empresários, no lugar de montar suas próprias indústrias, passam a comprar ações
de empresas de um mesmo ramo de negócio, surgem os holdings. Dessa maneira, os empresários começam a
controlar ações de duas ou três empresas concorrentes, que produzem um mesmo produto. Portanto, se um mesmo
empresário é o proprietário de três empresas que produzem copos descartáveis, a concorrência não existe,
configurando-se como uma farsa, frustrando a lógica do capitalismo da livre concorrência.
6
just in time: é um sistema de administração da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da
hora certa. Com este sistema, o produto ou matéria-prima chega ao local de utilização somente no momento exato em que for necessário, ou
seja, os produtos somente são fabricados ou entregues a tempo de serem vendidos ou montados, não existe estoque parado. O próprio
conceito do termo é relacionado a produção por demanda, onde primeiramente vende-se o produto para depois comprar a matéria-prima e só
depois fabricá-lo ou montá-lo
7
toyotismo: é o modelo japonês de produção, criado pelo japonês Taiichi Ohno e implantado nas fábricas de automóveis Toyota, após o fim
da Segunda Guerra Mundial. Nessa época, o novo modelo era ideal para o cenário japonês, ou seja, um mercado menor, bem diferente dos
mercados americano e europeu, que utilizavam os modelos de produção Fordista e Taylorista. Na década de 70, em meio a uma crise de
capital, o modelo Toyotista espalhou-se pelo mundo. A ideia principal era produzir somente o necessário, reduzindo os estoques (flexibilização
da produção), produzindo em pequenos lotes, com a máxima qualidade, trocando a padronização pela diversificação e produtividade. As
relações de trabalho também foram modificadas, pois agora o trabalhador deveria ser mais qualificado, participativo e polivalente, ou seja,
deveria estar apto a trabalhar em mais de uma função.
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Os desperdícios detectados nas fábricas montadoras foram classificados em sete tipos: produção antes do tempo necessário, produção maior
do que o necessário, movimento humano (por isso o trabalho passou a ser feito em grupos), espera, transporte, estoque e operações
desnecessárias no processo de manufatura.
8
royalties: é uma palavra de origem inglesa que se refere a uma importância cobrada pelo proprietário de uma patente de produto, processo
de produção, marca, entre outros, ou pelo autor de uma obra, para permitir seu uso ou comercialização.
Divisão Internacional do Trabalho - DIT
Aprofundamento da dependência dos Países do Sul em relação aos Países do Norte
●Após a industrialização tardia e a diversificação das atividades das transnacionais nos Países do Sul agrava-se a dependência
tecnológica (pelo não investimento no desenvolvimento nacional de tecnologia, investimento em educação/qualificação da mão de
obra), e a dependência financeira (adquiridas pela implementação de obras de infraestrutura, ou pela má gestão do erário, junto a
organismo internacionais destacando o Banco Mundial - BIRD, e, ou o Fundo Monetário Mundial - FMI).
Produtos primários: produtos agrícolas e minerais
Produtos industriais de 1ª e de 2ª geração: os Países do Sul mais industrializados
(com forte presença de transnacionais) fornecem produtos como tecidos, aço, alumínio,
celulose, montagem de eletroeletrônicos / maquiladoras, como exemplo, processos
industriais que exigem maior mão de obra, ou causam problemas ambientais.
Retorno dos lucros (das transnacionais), royalties, e pagamento dos juros dos
empréstimos nacionais ou privados junto a organismo internacionais.
País do Sul
Países do Norte
Periferia
Centro/tecnopolos
Produtos industriais de 3ª geração: produtos e serviços de alta tecnologia, serviços
financeiros e bancários.
Obs.: ocorre somente a concentração de empresas de alto faturamento e alta tecnologia
(setor quaternário), bem como as sedes dos principais bancos mundiais e das
prestadoras de serviços financeiros nos Países do Norte;
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