Fazer

Transcrição

Fazer
N.º 2
Faz bem à Saúde.
LINHA MÉDIS
Serviço permanente
ao seu dispor
Ioga
Proposta
Sintra
anti-stress
Grande
Entrevista
Conceição
Telhado
ABRIL/JUNHO 2011 Trimestral
TANZÂNIA
Nº2
ABRIL/JUNHO 2011
Trimestral
¤ 3.00
Uma viagem de sonho
e uma recordação
para a vida
Rede Médis
MÉDICO ASSISTENTE MÉDIS
sumário EDITORIAL
SUMÁRIO
4
NOTAS SOLTAS
Notícias e espectáculos a não perder
8
GRANDE ENTREVISTA
Dr.ª Conceição Telhado
13
SIGHTSEEING
Sintra de Eça de Queirós e de hoje
16
MUNDO MÉDIS
Hospital CUF Porto
20
MÉDICO ASSISTENTE MÉDIS
Dr. Amílcar Aleixo
23
GOURMET
Tasca do Celso em
Vila Nova de Milfontes
24
GLOBETROTTER
Um safari na Tanzânia
29
GOURMET
Aguardente velha Magistra
30
MUNDO MÉDIS
Linha Médis
34
HITECH
A iPadmania está a alastrar
36
MUNDO MÉDIS
Meeting days
38
MUNDO MÉDIS
Making of da campanha Médis
Junte-se à família Médis
40
MUNDO MÉDICO
Estudos médicos à volta do Mundo
42
MUNDO MÉDIS
Nas Termas de Monte Real,
com a Rede Médis
44
TENDÊNCIAS MODA
Propostas para ela e para ele
46
PRAZERES
Jóias no feminino e no masculino
48
WEEKEND
Por terras de Avis.
52
MUNDO MÉDIS
O cartão Médis abre-lhe as portas
do ioga
56
ON THE ROAD
Mercedes CLS
58
ÚLTIMA PÁGINA
Conheça o primeiro automóvel
Luís Prazeres
DIRECTOR DE SUBSCRIÇÃO
E PRODUÇÃO MÉDIS
CONCLUÍDO MAIS UM CICLO DE CINCO ANOS,
PREPARAMO-NOS PARA ENFRENTAR O PRÓXIMO
Cumprida na sua plenitude a estratégia delineada em 2005, ilustrada pela captura
de 136 milhões de euros de prémios processados, a manutenção do montante
de indemnizações dentro dos patamares previstos (taxa de sinistralidade de
70,5%) e um resultado líquido superior a 4 milhões de euros em 2011, ano em
que a Médis celebra o seu 15.º aniversário, gostariamos de partilhar os períodos
chave da sua evolução no Mercado de Seguros de Saúde em Portugal: 1996-2005 – Início da operação, com uma estratégia de crescimento
e consolidação de liderança de mercado. Foi dada primazia à inovação
e à qualidade no serviço ao Cliente, visando construir um novo paradigma
no negócio do financiamento da Saúde em Portugal.
2006-2010 – Após a venda de 40% da sua carteira em 2005, a estratégia visou
recuperar volumes, prémios e pessoas seguras, ajustar a estrutura da Companhia
e capturar economias de escala, garantindo sempre níveis de excelência
de serviço ao Cliente e níveis de rentabilidade adequados.
Novos desafios surgem perante o actual contexto económico-financeiro
e respectivo impacto no rendimento disponível das famílias e nas
disponibilidades de crédito e financeiras das empresas, factores que
são decisivos no desenvolvimento do negócio de commodities como são
os seguros de saúde. Em paralelo, coexistem factores de crescimento de
custos, como o envelhecimento da população e o incremento tecnológico. A estratégia sustentada da Médis pretende corresponder aos anseios dos seus
stakeholders, sejam: Clientes, garantindo excelência de nível de serviço,
produtos adaptados às suas necessidades e a preços adequados; Prestadores
da Rede Médis, através de uma melhoria contínua na qualidade da rede
e o contínuo crescimento do número de Clientes; Accionistas, oferecendo
uma rentabilidade adequada; Canais de distribuição, através de um sistema
de distribuição multicanal que garante a equidade entre os diversos
interesses em presença; Colaboradores, com uma dinâmica vencedora
e uma retribuição baseada no mérito e na contribuição de cada um.
2011 a 2015 - Deparamo-nos agora com um novo paradigma: ajustar o plano de
negócio ao novo ambiente económico do Mercado de Seguros de Saúde e focar
a acção no crescimento, com manutenção de níveis de rentabilidade adequados.
Atingir estes objectivos implica oferecer um serviço de qualidade aos Clientes
através da excelência das operações e do trabalho conjunto com todos
os stakeholders. A Médis irá continuar a contribuir para o desenvolvimento
dos Seguros de Saúde em Portugal, maximizando o acesso e inovando
pela inclusão dos que não têm cobertura de seguro.
Director: Gustavo Barreto. Direcção Editorial: Rui Faria ([email protected]). Textos: João Paulo Batalha, Paula Santos, Rui Faria e Cofina Media. Fotografia: Nuno Alexandre,
Getty Images e Cofina Media. Direcção de Arte: Sofia Lucas. Design Gráfico: Maria Papoula. Paginação: Patrícia Santos. Pesquisa de Imagem: Diana Bastos. Copy-Desk: Carla Sacadura
Cabral. Produção: Cofina Media. Pré-impressão: Graphexperts, Lda., Av. Infante Santo, 42 - A/B, 1350-179 Lisboa. Impressão: Lisgráfica S.A., Estrada Consigliéri Pedroso, 90, Casal de
S.ª Leopoldina, 2745-553 Queluz de Baixo. Propriedade: Médis – Companhia Portuguesa de Seguros de Saúde, S.A., Av. José Malhoa, 27, 1070-157 Lisboa. ([email protected])
Linha Médis – Lisboa: 21 845 8888. Porto: 22 207 8888. Telemóvel: 91 935 8888 | 96 599 8888 | 93 522 8888. Redacção: Cofina Media, Av. João Crisóstomo, 72 – 1069-043
Lisboa. Tel. 21 330 94 00/ 21 330 77 09. www.cofinaconteudos.pt. Depósito Legal: 319892/10. Registo na ERC com o n.º 125985. Tiragem: 11.000 exemplares. Periodicidade: Trimestral.
Médis - Companhia Portuguesa de Seguros de Saúde, S.A. Capital Social: 12.000.000 Euros. Contribuinte n.º 503 496 944. Sede Av. José Malhoa, 27 – 1070-157 Lisboa
A MÉDIS NÃO SUBSCREVE, NECESSARIAMENTE, AS OPINIÕES VEICULADAS NESTA REVISTA.
NOTAS soltas
DISTURBED
ARTE NAMBAN
Sob o título As Encomendas Namban,
o museu da Fundação Oriente
apresenta, até ao dia 31 de Maio,
um diversificado conjunto
de peças que mostra o tipo
de encomendas de arte
namban que os
portugueses fizeram no
Japão desde a segunda
metade do século XVI
até cerca de 1640.
OS
ANOS DA PROLES WALL
Em 1984, Paula Rego participou na exposição colectiva
Nineteen Eighty-Four, preparada pela Camden Arts Center
para assinalar a edição do livro homónimo de George Orwell,
que, em 1948, tinha escrito 1984, uma utopia crítica do futuro.
Os dez painéis que formam este trabalho estão expostos
na Casa das Histórias Paula Rego até ao dia 19 de Junho.
4 ABRIL/JUNHO 2011
Fotografia: Getty Images. D.R.
O Coliseu de Lisboa vai receber, no dia 20 de Junho, a
visita dos Disturbed, uma das mais importantes bandas
de metal da última década. Oriundos de Chicago, os
Disturbed vêm apresentar o último álbum de originais,
Asylum, que entrou directamente para o primeiro lugar
do top de vendas nos Estados Unidos.
Mappa Mundi
A exposição que o Museu Colecção
Berardo tem patente até ao dia 25
de Abril levanta a hipótese de
a Cartografia ser um desafio para
a criação artística contemporânea.
Sob o nome Mappa Mundi, reúne obras
de cerca de meia centena de artistas
no Centro Cultural de Belém.
Retratos
de Man Ray
O Museu Arpad Szenes – Vieira
da Silva tem patente a exposição
de fotografias Retratos de
Mulheres. Até 30 de Abril, podem
ser vistos trabalhos de Man Ray
(1890-1976), um fotógrafo que
subverteu as técnicas
tradicionais, bem como
fotografias dos portugueses
Jorge Martins e Julião Sarmento.
A
LENDA DE BOB MARLEY
Os Groundation são uma das melhores bandas mundiais de
reggae e os seus espectáculos ao vivo são marcantes. Nos
dias 13 e 14 de Maio, sobem ao palco do Coliseu de Lisboa e
do Teatro Sá da Bandeira, no Porto, com temas de Bob Marley,
em espectáculos que serão um tributo ao músico jamaicano.
Adriana
Calcanhotto
Adriana Calcanhotto é dona de
uma voz bem conhecida e
popular no nosso país, onde
regressa para apresentar “o
micróbio do samba”, o seu
último álbum de originais, que
inclui 12 canções, que serão a
base dos espectáculos
agendados para o Centro
Cultural de Belém (6 e 7 de
Maio) e para a Sala Suggia, na
Casa da Música, no Porto.
Lançado recentemente no
mercado discográfico, “o
micróbio do samba” é um
trabalho que “tem muito do
Rio de Janeiro, cidade que
escolhi para viver, do Rio
Grande do Sul de onde venho,
e de Portugal, que me
apaixona”, referiu a brasileira.
A oitava edição do
festival de cinema
independente
IndieLisboa decorre
de 5 a 11 de Maio e
volta a reunir o mais
recente cinema
do Mundo nas suas
mais diversas
vertentes, pelo que
a Culturgest e o
Cinema São Jorge,
entre outros
espaços, são ponto
de encontro para
os cinéfilos.
INDIELISBOA
Curling de
Denis Coté
ABRIL/JUNHO 2011 5
NOTAS soltas
VOLVO
OCEAN RACE
Portugal vai integrar a maior
regata à volta do Mundo.
A Volvo Ocean Race tem
partida agendada para o dia
9 de Setembro em Alicante
e, durante nove meses, vai fazer
escala na Cidade do Cabo,
em Abu Dhabi, em Sanya
(Japão), em Auckland, em Itajaí
(Brasil) e em Miami, antes de
chegar a Lisboa no dia 31 de
Maio de 2012. Segue depois
para Lorient (França) e termina
em Galway (Irlanda).
Os fascinantes desenhos
que surgem nas montanhas
do Peru apenas podem ser
vistos do céu. A explicação
para as 800 figuras traçadas
entre 300 a.C. e 500 d.C.
são as mais mirabolantes,
mas um estudo recente
indica que elas são um
mapa de recursos hídricos
do sub-solo, contrariando
aqueles que teimam em
vê-las como uma forma de
contacto do extra-terrestres.
AS LINHAS DE NAZCA
A Torre de Pisa começou a ser construída em 1163.
Chegou aos 55,8 metros de altura, mas o terreno não
suportou as suas cerca de 14.700 toneladas e a sua
inclinação foi aumentando com o passar dos séculos.
Desde 1992 que o monumento tem vindo a ser
intervencionado e os responsáveis anunciaram agora
terem logrado reduzir a sua inclinação e sustê-lo.
O quilograma emagreceu
O quilograma padrão que está depositado no Serviço Internacional
de Pesos e Medidas foi construído no século XIX numa liga de platina
e irídio, sendo conservado em condições controladas e estáveis.
No entanto, este padrão perdeu cinquenta microgramas e nenhum
cientista é capaz de explicar como é que tal foi possível.
6 ABRIL/JUNHO 2011
Fotografia: Getty Images. D.R.
TORRE DE PISA
ESTÁ SEGURA
TRIUNFO
DO CHOCOLATE
Um estudo do Hershey Centre
of Health & Nutrition, publicado
no Chemistry Central Journal,
refere que o chocolate preto
contém mais antióxidantes e
polifenois benéficos do que a fruta.
“O cacau deve ser considerado
uma super fruta e os seus
derivados podem ser tidos como
super-alimentos”, referiu Debra
Miller, uma das autoras do estudo.
Hagia Sofia
recuperada
A basílica mandada construir pelo Imperador
Constantino em 532 d.C. foi a imagem do
império bizantino. Transformada em mesquita
após a conquista de Constantinopla pelos
otomanos (século XV). Em 1935 foi
transformada num museu por Kemal Atatürk,
o fundador da moderna Turquia. Nos últimos
17 anos tem estado a ser restaurada e os
trabalhos foram concluídos no início do ano.
NOVO SISTEMA SOLAR
Graças ao telescópio
espacial Kepler,
cientistas da NASA
identificaram um novo
sistema solar a cerca de
2.000 anos luz da terra,
onde seis planetas
orbitam uma estrela
semelhante ao sol.
“Destes planetas,
dois têm massas
semelhantes às de
Neptuno e de Urano,
e os restantes têm
características que não
encontramos no nosso
sistema solar”, afirmou
o astrofísico Jonathan
Fortney.
es
Ducati & Merced
A italiana Ducati é uma das mais prestigiadas marcas de motos do Mundo.
Envolvida no Mundial de Moto GP, irá contar, este ano, com o contributo
do super campeão Valentino Rossi e estabeleceu um acordo de colaboração
com a Mercedes, quebrando uma proximidade de anos com a Ferrari.
ABRIL/JUNHO 2011 7
GRANDE entrevista
O PROBLEMA DAS
CESARIANAS SÃO OS
PARTOS
SUBSEQUENTES
A Organização Mundial de Saúde alerta para os riscos das cesarianas.
Contudo, a taxa de cesarianas mantém-se ou continua a crescer.
Respeitar a evolução espontânea do trabalho de parto é uma das medidas
que a médica obstetra Conceição Telhado propõe para alterar esta tendência
U
m primeiro parto por cesariana
condiciona os part os subsequentes, razão da importância
do tipo de parto no futuro obstétrico da mulher. Para começar, qual a definição de parto natural, confundido muitas
vezes com parto de início espontâneo?
O parto natural é um parto espontâneo que
pode ser eutócico ou distócico. Pode ser realizado no domicílio ou numa maternidade
ou hospital. É um parto sem intervenção
medicamentosa ou monitorização cardiotocográfica. No domicílio, pode ser realizado
por uma enfermeira especialista em obstetrícia. Em vários países da Europa, nomeadamente na Holanda, há grande incentivo a
este tipo de parto, mas os condicionalismos
organizativos e as realidades sanitárias são
diferentes. O parto espontâneo pode ser realizado em meio hospitalar com a adequada
vigilância materno-fetal e com ou sem recurso a analgesia. Na maternidade há maiores
garantias de segurança e melhores resultados neonatais. Portugal pode orgulhar-se de
ter um dos melhores resultados neonatais
da Europa. Actualmente, há um grande
número de partos induzidos, isto é, programados. Há razões clínicas, maternas e fetais
que obrigam a estas actuações, mas há também induções por razões logísticas, sobretudo na clínica privada. Estas induções
8 ABRIL/JUNHO 2011
podem ser realizadas com sucesso, mantendo alta taxa de partos por via vaginal, se existirem condições, isto é, se o Índice de Bishop
do colo do útero for favorável e a gravidez
tiver uma idade gestacional superior a 38
semanas, preferencialmente 39 semanas.
Estas condições não só asseguram o sucesso da indução, como não interferem na morbilidade neonatal por imaturidade pulmonar do recém-nascido.
Em 2009, arrancou uma campanha no Dia
Mundial de Saúde em def esa do part o
espontâneo que pr etendia mobilizar a
sociedade portuguesa par a debater o
direito ao parto espontâneo (via vaginal)
e contribuir para baixar a taxa de cesarianas. Quais as grandes razões que levam
os médicos, e a si em particular, a aconselhar o parto espontâneo?
Se não existirem condições para um parto
por via vaginal, avaliadas pelo médico obstetra nas consultas de obstetrícia ou no serviço
de urgência das maternidades, as quais obriguem a cesarianas electivas, não devemos
propor um parto vaginal. As situações que
têm indicação formal para a cesariana são:
Causas fetais - RCIU (Restrição do Crescimento Intra-uterino), malformações fetais
que contra indiquem um parto via vaginal,
apresentações anómalas, como situação
transversa, apresentação pélvica, alguns
tipos de gravidez gemelar, etc. Causas placentares - placentas prévias totais ou parciais, vasa prévia. Causas maternas - médicas ou cirúrgicas. Todas estas situações obrigam a um parto hospitalar.
Há também causas de cesariana na evolução do trabalho de parto, como suspeitas
de sofrimento fetal, descolamento de placenta, prolapso do cordão, incompatibilidade feto-pélvica/distócias de progressão
que surgem na evolução do trabalho de
parto e como tal nos fazem temer o parto
no domicílio. A rotura de bolsa de águas
anteparto, sobretudo com condições desfavoráveis do colo do útero, também é causa
de trabalho de parto arrastado com maior
risco de corioamnionite e, consequentemente, aumento de morbilidade materno e
fetal. Nestas situações o trabalho de parto
deve ser em meio hospitalar.
Em condições normais, devemos preferir o
parto espontâneo, pois a possibilidade de
parto bem sucedido é maior. Em situações
de gravidez prolongada deve a vigilância
materno fetal ser mais frequente e se necessário, proceder-se a indução do trabalho
de parto. Além destes factores, há outros
condicionalismos, como a idade da mulher.
A idade do primeiro parto tem vindo a
aumentar por razões pessoais ou profissio-
GRANDE entrevista
nais e a taxa de infertilidade também tem
crescido, levando ao recurso a técnicas
medicamente assistidas que condicionam
as actuações obstétricas. Nos últimos tempos, a cesariana a pedido e os processos
médico-legais têm influenciado as grávidas e os técnicos de saúde.
E, no pós-parto, quais são as vantagens
do parto espontâneo via vaginal?
Actualmente, qualquer parto por via vaginal, seja espontâneo ou induzido em condições adequadas, tem uma boa recuperação. Os partos eutócicos, com ou sem
episiorrafia, e alguns distócicos (com fórceps ou ventosas) têm normalmente uma
boa recuperação com maior sucesso na
relação mãe/recém-nascido. As cesarianas,
com o tipo de anestesia epidural/sequencial utilizada, também permitem um contacto imediato com o recém-nascido, mas
a recuperação é por vezes mais difícil, com
resultados mais negativos nos cuidados ao
recém-nascido e na amamentação. Outra
vantagem do parto via vaginal é a possibilidade de a mulher ter uma nova gravidez
a curto prazo, sem implicações no tipo de
parto. Uma cesariana condiciona os partos subsequentes, obriga a um tempo
10 ABRIL/JUNHO 2011
maior de recuperação entre os partos e,
sobretudo, é fundamental que o parto seja
espontâneo/não induzido, para evitar o
maior risco de rotura uterina, com evidente compromisso materno ou fetal.
De qualquer forma, segundo a Organização Mundial de Saúde, as cesarianas, apesar dos avanços técnicos e da melhoria
das técnicas obstétricas, continuam a ser
mais arriscadas para a mãe e para o bebé.
Que riscos são estes?
Para o recém-nascido, o risco está principalmente na imaturidade pulmonar. Uma
cesariana electiva, sem causa clínica, antes
das 38 semanas, nas gravidezes normais,
pode obrigar a internamento na unidade
de cuidados intensivos neonatais, com
aumento de custos. Para a mãe, há riscos
infecciosos, hemorrágicos, tromboembólicos, anestésicos, mas, actualmente, com o
tipo de anestesia, de profilaxia antibiótica
e tromboembólica, e com as técnicas realizadas, estes riscos são ligeiros. O principal problema é o futuro obstétrico da
mulher e os custos inerentes. Mais uma
vez, realço a importância de um parto após
uma cesariana obrigar a actuações precisas, respeitando protocolos internacionais,
“Para o recém-nascido, o risco
está principalmente
na imaturidade
pulmonar. Uma
cesariana electiva,
isto é, antes do
trabalho de parto,
sobretudo antes
das 38 semanas,
nas gravidezes
normais, pode
obrigar a
internamento na
unidade cuidados
intensivos
neonatais,
com aumento
de custos”
para não aumentarmos os riscos maternos
(com a possibilidade de roturas uterinas,
placentas acretas e histerectomias intra ou
pós-parto). Se a mulher tiver duas ou mais
cesarianas, fica obrigada a cesarianas iterativas e a limitar o número de filhos subsequentes. As cesarianas repetidas têm
maior dificuldade cirúrgica e, por vezes,
maiores complicações, inclusive urinárias.
Há, contudo, indicações formais para cesarianas. O importante é conhecer a história
clínica e obstétrica da mulher e decidir,
com bom-senso, qual o momento do parto,
o tipo de parto e o local do mesmo. Há
situações que obrigam, ou pela grande prematuridade ou por necessidade de recurso a cirurgia neonatal imediata, a um envio
para uma maternidade com cuidados neo-
excluem um parto por via vaginal?
Como salientei, há condições em que um
parto vaginal está completamente contraindicado. Em primeiro lugar, há causas
maternas médicas como doenças cardíacas graves ou outras que impossibilitam
esforço de trabalho de parto, infecções,
herpes genital em actividade, condilomatoses vulvares extensas no momento do
parto ou malformações uterinas. Como
causas maternas cirúrgicas aponto as miomectomias anteriores, miomas prévios,
cirúrgias do pavimento pélvico e das vias
urinárias, mais de duas cesarianas anteriores, roturas uterinas prévias ou tumores do
ovário concomitantes. Em segundo lugar
há causas placentares como placentas prévias, totais ou parciais, vasa prévia, desco-
vez mais, surgem as cesarianas a pedido,
para evitar traumatismos do pavimento
pélvico com subsequentes alterações da
sexualidade e para prevenção de IUE
(Incontinência Urinária de Esforço). O
importante é uma vigilância anteparto adequada, com uma determinação do tempo
de gravidez precisa. O controlo do crescimento fetal, da alimentação, o recurso à
ginástica pré e pós-parto; aconselhamentos gerais e, sobretudo, uma avaliação correcta do risco, da previsão do parto e do
local e da data do mesmo.
natais diferenciados. Existem hospitais,
públicos e privados, que recebem estas
mães com segurança. Nestas condições, é
sempre preferível que a grávida saiba qual
o local adequado para o seu parto e que a
equipa médica esteja avisada, para que os
resultados sejam os desejáveis.
lamentos de placenta, oligoâmnios grave.
Depois, temos as causas fetais: malformaçoes fetais, tumores, grande prematuridade, RCIU, mal apresentações, gemelaridade, macrossomia fetal (superior a 4 ou 4,5
kg). Por fim, há que salientar as outras causas: idade (superior a 40 anos), nulíparas,
história ou tratamentos de infertilidade.
Para além de muitas outras causas possíveis, existem as cesarianas em trabalho de
parto decorrentes de distócias mecânicas
ou dinâmicas, induções negativas, suspeitas de sofrimento fetal, outras mal apresentações fetais (face, fronte, etc.). E, cada
tra-indicações para um parto vaginal. É
necessário falar com a grávida e esclarecer as vantagens e os inconvenientes de
um parto no domicílio. No domicílio, não
poderá ter um controlo fetal adequado,
nem resolver emergências maternas ou
fetais que possam surgir, alterando todo o
prognóstico fetal, pondo em risco a vida
de ambos. No hospital, em condições especiais, poderá ter também um parto natural, salvaguardando uma melhor vigilância materna e fetal, garantindo uma assistência médica e prevenindo complicações.
A opção de analgesia é sempre realizada,
De acordo com um relatório publicado em
Janeiro deste ano na revista Lancet, “as
cesarianas devem apenas ser realizadas
quando há indicação médica a provar que
é a melhor opção par a a mãe e par a a
criança”. Que indicações são essas que
Parto no hospital ou em casa?
Como referi já, é preciso ser vigiada numa
consulta de obstetrícia, pública ou privada, e serem avaliados os riscos e as con-
ABRIL/JUNHO 2011 11
GRANDE entrevista
CONCEIÇÃO
TELHADO
vação do recém-nascido em situações
urgentes que obriguem a manobras de reanimação e de envio para uma unidade de
cuidados intensivos neonatais. Toda esta
equipa médica e de enfermagem é fundamental para os bons resultados de morbilidade e mortalidade fetal. Se a mulher quiser ter um parto espontâneo, deve ser vigiada até ao momento do parto. Esta vigilância implica grande atenção do obstetra na
monitorização e mesmo na avaliação ecográfica, para controlo do bem-estar fetal,
do líquido amniótico e do perfil biofísico
do bebé. Quando a mulher entrar em trabalho de parto ou tiver rotura de bolsa de
águas, deve dirigir-se ao hospital para ter
“Com tanta informação disponível, nas
consultas, nos media, na internet, as mulheres
sabem mais, mas continuam a ter dúvidas,
medos e alguns mitos que importa
desmistificar para que o parto seja uma
experiência única para o casal”
12 ABRIL/JUNHO 2011
o seu filho com segurança. Nas situações
de gravidez prolongada, superior a 41 ou
42 semanas, deve ser encaminhada para
uma maternidade para indução do trabalho de parto em condições de segurança.
As mulheres estão, hoje, mais informadas sobre o parto?
Creio que, com toda a informação disponível, nas consultas, nos media, na internet,
sabem mais, mas continuam a ter dúvidas,
medos e alguns mitos que importa desmistificar para que o parto seja uma experiência
única para o casal. O pós-parto é o momento de maior ligação mãe/filho, sendo importante o apoio nos cuidados ao recém-nascido, o ensino adequado das vantagens da
amamentação e cuidados perineais a ter. A
enfermeira especialista em saúde materno e
obstétrica tem um papel importante no apoio
e aconselhamento à mãe e nos cuidados ao
recém-nascido.
Fotografia: Nuno Alexandre
após consentimento esclarecido e, a assistência de um familiar durante o trabalho
de parto, depende da instituição e da situação clínica. A analgesia intraparto é uma
mais-valia do parto hospitalar, pois permite uma evolução tranquila do parto, sem
dor nem ansiedade. Esta analgesia estende-se para o parto e o pós-parto, permitindo actos como partos instrumentados
ou cirurgias, como episiorrafias, traquelorrafias ou mesmo dequitaduras manuais,
em boas condições para a mãe. Outra vantagem do parto hospitalar é uma observação imediata do recém-nascido por um
pediatra, que não só faz os cuidados imediatos do pós-parto, como pode ser a sal-
Conceição Telhado é ginecologista-obstetra do Hospital CUF Descobertas,
sendo directora do serviço de
Ginecologia e Obstetrícia daquela
unidade. Actualmente, faz parte da
direcção do Colégio da Especialidade
de Ginecologia/Obstetrícia da Ordem
dos Médicos.
sight SEEING
SINTRA
NÃO TEM IDADE
A Vila de Sintra está
tão perto de Lisboa
que, por vezes, nos
esquecemos das suas
belezas. Contudo, hoje,
como nos tempos
de Eça de Queirós,
continua a ser um
refúgio onde vale
sempre a pena voltar...
Por Rui Faria
ABRIL/JUNHO 2011 13
SIGHT seeing
S
intra não tem idade e continua a
ser tão atraente como sempre foi.
Se recuarmos ao final do século
XIX, o período em que decorre
a saga d’Os Maias, essa obra ímpar de
Eça de Queirós, encontramos uma
descrição da chegada de Carlos da Maia
e do maestro Cruges à vila que prova que
o tempo pode ter passado, mas há muitas
coisas que não mudaram...
«Chegavam às primeiras casas de Sintra,
havia já verduras na estrada e batia-lhes
no rosto o primeiro sopro forte a fresco
da serra.
E, a passo, o breque foi penetrando sob
as árvores do Ramalhão. Com a paz
das grandes sombras, envolvia-os pouco
a pouco uma lenta e embaladora
sussurração de ramagens e como
o difuso e vago murmúrio de águas
correntes. Os muros estavam cobertos
de heras e de musgos: através da
folhagem, faiscavam longas flechas de
sol. Um ar subtil e aveludado circulava,
rescendendo às verduras novas; aqui e
além, nos ramos mais sombrios, pássaros
chilreavam de leve; e naquele simples
bocado de estrada, todo salpicado de
manchas do sol, sentia-se já, sem se ver,
a religiosa solenidade dos espessos
arvoredos, a frescura distante das
nascentes vivas, a tristeza que cai das
penedias e o repouso fidalgo das quintas
de Verão... Cruges respirava largamente,
voluptuosamente.
- A Lawrence onde é? Na serra? –
perguntou ele, com a ideia repentina
de ficar ali um mês naquele paraíso.»
As palavras de Eça de Queirós não
perderam actualidade. A grande
diferença surge no facto de Sintra estar
cercada por um emaranhado de auto-estradas, mas o Ramalhão e o Lawrence,
onde Carlos da Maia pensava que iria
encontrar Maria Eduarda, a sua paixão,
também continuam a funcionar. Segundo
reza a lenda, terá sido neste hotel
localizado na Rua Consiglieri Pedroso
e que reivindica ser o mais antigo da
Península Ibérica, que Lord Byron terá
escrito, no Verão de 1809, Childe
Harold’s Pilgrimage, a famosa elegia
ao Éden glorioso, que foi assumido
como divisa de Sintra.
Centro histórico
Logo ao lado da estalagem está o Paço
Real, cuja memória recua ao relato de
Al-Bacr, o geógrafo árabe que o referia
como residência dos alcaides mouros
de Lisboa, antes de esta ser conquistada
por D. Afonso Henriques, o que abriu
as portas de Sintra ao conquistador.
«O maciço e silencioso palácio, sem
florões e sem torres, patriarcalmente
assentado entre o casario da vila, com
as suas belas janelas manuelinas que
lhe fazem um nove semblante real, o vale
aos pés, frondoso e fresco, e no alto das
duas chaminés colossais, disformes,
resumindo tudo, como se essa residência
fosse toda ela uma cozinha talhada às
proporções de uma gula de rei que cada
dia come todo um reino.» As chaminés
que impressionaram Eça de Queirós
surgiram quando D. Manuel mandou
construir as cozinhas, que ainda hoje
são alimentadas pela água que chega
Fotografia: Pedro Sampayo Ribeiro
«SINTRA NÃO SÃO PEDRAS VELHAS, NEM COISAS GÓTICAS... SINTRA É ISTO, UMA POUCA
14 ABRIL/JUNHO 2011
da serra. A Sala dos Cisnes, a mais
importante no reinado de D. João I,
o quarto onde se diz que D. Sebastião
dormiu antes da partida para o Norte
de África, a Sala dos Brasões, que foi
a Torre de Meca no tempo mourisco,
e toda a rica azulejaria do período
Manuelino justificam uma visita.
Fora e dentro do palácio, magotes
de turistas mais parecem formigas que
se dispersam num vaivém contínuo,
espalhando-se por ruas e vielas, subindo
e descendo a encosta, onde descobrem
facilmente que «Sintra não são pedras
velhas, nem coisas góticas... Sintra é isto,
uma pouca de água, um bocado de
musgo... Isto é o Paraíso!», como afirmou
Cruges.
É certo que o bulício dos dias de hoje
contrasta com a calma do século XIX,
«na praça, por defronte das lojas vazias
e silenciosas». No entanto, mesmo nesses
tempos, os turistas já procuravam Sintra,
sendo referidos por Eça os «dois rapazes
ingleses, ambos de knicker-bokers,
cachimbavam em silêncio», frente
ao Lawrence, sob o olhar atento dos
burriqueiros que alugavam os seus
animais a quem queria subir a rampa
de São Pedro no caminho do Palácio
da Pena e do Castelo dos Mouros. Hoje,
as caleches que estacionam no largo
fronteiro ao paço são uma alternativa
mais cómoda para quem segue o apelo
da vista, seguindo o mesmo impulso.
Passeio pela serra
«De vez em quando aparecia um bocado
da serra, com uma muralha de ameias
correndo entre as penedias, ou via-se
o castelo da Pena, solitário, lá no alto»,
refere Eça de Queirós. Esta visão em nada
se alterou e o apelo para seguir serra
acima permanece o mesmo de sempre.
Das velhas muralhas mouriscas, a várzea
mostra a sua beleza e o palácio multicor
mandado erigir por D. Fernando II de
Saxe-Coburgo-Gotha, casado com
D.ª Maria II, é um edifício majestoso
com uma vista privilegiada sobre a vila.
Os jardins remetem-nos para um
ambiente tropical, onde as brumas
da evaporação das águas das nascentes
e os lagos ajudam a criar um ambiente
místico em locais onde a vegetação é tão
densa que os raios do sol dificilmente
conseguem tocar a terra. Bem no alto,
num pico pedregoso que parece
construído por mãos de gigantes, surge
a Cruz Alta, o ponto mais alto da Serra
de Sintra (529 metros), onde D. João III
fez erigir um cruzeiro em 1522. Dali,
a vista é magnífica, sobretudo quando,
nos dias limpos, se consegue ver o mar.
Tudo isto é Sintra, mas a vila ainda é
muito mais e, quem ainda se lembra da
leitura d’Os Maias, vai certamente recordar
que Cruges passou o tempo todo a dizer
que não poderia esquecer-se de comprar
queijadas e regressou a Lisboa sem elas...
Cometer o mesmo lapso é um sacrilégio,
pelo que importa passar pela Piriquita,
tanto que a antiga fábrica de queijadas
de Constância Piriquita remonta à época
de Eça de Queirós. Terá iniciado a
produção das queijadas em 1862,
embora actualmente rivalizem com
os travesseiros servidos quentinhos...
DE ÁGUA, UM BOCADO DE MUSGO... ISTO É O PARAÍSO!», EÇA DE QUEIRÓS, Os Maias
ABRIL/JUNHO 2011 15
MUNDO médis
HOSPITAL
CUF PORTO
O novo Hospital CUF Porto abriu as portas em Junho
do ano passado e, para além da modernidade e da
funcionalidade das instalações, aposta na prestação
de cuidados de saúde de excelência como forma
de diferenciação, admitiu-nos Pedro Lucena e Valle,
administrador-delegado da unidade
“A
José de Mello Saúde já tinha uma
presença em Lisboa e, naturalmente, o Porto, sendo a segunda cidade do país, fazia parte da nossa
estratégia de desenvolvimento”, afirmou-nos Pedro Lucena e Valle, administrador-delegado do Hospital CUF Porto, ao
mesmo tempo que admitiu que, desde início, a José de Mello Saúde teve o objectivo
de criar na cidade “um grande hospital,
que fosse uma referência na qualidade dos
serviços prestados”.
Foi assim que, em Junho do ano passado,
surgiu esta moderna unidade que se assumiu desde logo pelos princípios estratégicos estabelecidos, como seja o facto de
“estar ao nível, em termos de capacidade e
de competência, dos hospitais que o grupo
detém em Lisboa e, ao mesmo tempo, criar
alguma diferenciação”, especialmente no
campo da oferta na cidade do Porto, onde
o novo hospital “é diferente em termos de
organização”, como sublinhou Pedro
16 ABRIL/JUNHO 2011
Lucena e Valle. “Temos um corpo clínico
próprio, temos um serviço de anestesia permanente, temos parteiras permanentes no
serviço de Obstetrícia e Ginecologia, internistas permanentes e atendimento 24 horas
por dia, quer para adultos, quer para crianças, o que faz a diferença deste hospital
face ao que é habitualmente a oferta da
medicina privada no Porto.”
Este tipo de oferta surge “na linha do que
são os nossos hospitais e do que é o nosso
conceito e, ao mesmo tempo, permite-nos
marcar a diferença, o que estamos a conseguir fazer face a outras ofertas que existem na cidade do Porto”, considerou Pedro
Lucena e Valle.
O mercado de saúde na cidade “tem uma
grande oferta pública de muita qualidade”,
admitiu o administrador-delegado do
Hospital CUF Porto, que considera que
parte da oferta privada já não tem essa
mesma qualidade, porque são unidades na
sua maioria muito antigas e, se algumas
delas fizeram investimentos recentes,
outras não”, pelo que a qualidade da prestação de cuidados de saúde na cidade do
Porto “já não tem o mesmo nível de diferenciação em termos qualitativos que teve
noutros tempos”.
Foi neste quadro que surgiu a opção por
uma oferta generalista no Hospital CUF
Porto. “Porque entendemos que fazia sentido ter uma unidade com uma oferta diversificada e muito diferenciada, não apenas
capaz de ter uma maternidade e todas as
especialidades clínicas, mas também de
abranger toda a população com todas as
valências médicas.”
SERVIÇOS DE EXCELÊNCIA
Para assegurar serviços de excelência, é
fundamental um excelente painel de
recursos humanos e, numa altura em que,
no nosso país, as lacunas de pessoal médico e de enfermagem fazem parte da
ordem do dia, o Hospital CUF Porto não
sentiu este tipo de dificuldades, algo que
é comprovado pelos “duzentos postos de
trabalho que já criámos, um número que
poderá vir a atingir os quinhentos postos
de trabalho na altura em que entrarmos
numa velocidade de cruzeiro em termos
de funcionamento”, afirmou Pedro Lucena e Valle. “Temos uma abordagem diferente face à nossa concorrência. Temos
FICHA DO
HOSPITAL
Área: 47.000 m2
Número de quartos: 148
Salas de bloco: 8
Bloco de partos: 3 salas
Unidade de Cuidados
Intensivos: 12 camas
Neonatologia: 10
Gabinetes de consulta: 62
Gabinetes de exames: 28
ABRIL/JUNHO 2011 17
Acordos
com a
Médis
Para os hospitais privados,
os seguros de saúde e alguns
subsistemas de saúde
“representam cerca de
oitenta por cento da nossa
actividade”, reconheceu
Pedro Lucena e Valle, que
admite que os clientes da
Médis “representam cerca
de vinte por cento”
de todos quantos
recorrem aos
serviços de saúde
do Hospital CUF
Porto. “Temos
uma relação com a
ADMINISTRADORMédis desde a data
-DELEGADO
da
sua formação e,
HOSPITAL
CUF PORTO
tal como o nosso
Hospital CUF Infante Santo
deve ter sido o primeiro
hospital privado a ter um acordo com a
Médis, o mesmo vem acontecendo no
Porto, onde, desde o início, estabelecemos
esse mesmo acordo.”
PEDRO
LUCENA
E VALLE
um corpo de enfermagem próprio, o
mesmo acontecendo com os técnicos.” Já
no que diz respeito ao corpo clínico, “tendo
em atenção o hospital que é, o grupo que
somos e o projecto clínico que temos, tem
sido possível reunir um grupo de médicos
muito diferenciado, [médicos] que reconhecem neste projecto a diferenciação que
os entusiasma para abraçarem a sua actividade”. Desta forma, o Hospital CUF Porto
tem “um grupo de médicos que está a trabalhar em exclusividade connosco e um
outro grupo que, não estando nessas condições, já manifestou a disponibilidade
18 ABRIL/JUNHO 2011
para vir a dedicar-se exclusivamente a esta
unidade”.
ATENDIMENTO PERMANENTE
O serviço de atendimento permanente “é
uma grande porta de entrada neste hospital,
sendo uma área muito importante para
os hospitais privados, já que as pessoas
procuram esse serviço quer quando têm
problemas urgentes, quer por uma questão de comodidade”. São esses doentes
que, “em função do seu caso clínico,
podem ficar internados, pelo que temos
toda a estrutura montada para dar resposta, 24 horas por dia, a esse tipo de
situações”. Este serviço é tanto mais
importante quanto “acaba por ser como
que uma cara do hospital”, admitiu o
administrador-delegado daquela unidade, que se considera satisfeito com os
resultados obtidos por um serviço “que
deve estar a atingir os 150 atendimentos
permanentes diários”. Um número importante, se atendermos ao facto que esta
valência só começou em Setembro do
ano passado.
No caso das soluções programáveis no
campo do ambulatório, como sejam
“consultas, exames e até cirurgias, estas
são combinadas de acordo com o corpo
clínico, de acordo com a urgência do
caso e até de acordo com a comodidade do próprio doente”.
Simultaneamente, existem apostas estra tégicas em termos de desenvolvimento da oferta do Hospital CUF Porto.
“Há áreas onde pensamos que poderemos marcar uma grande diferença –
como é o caso da área materno-infantil, que, graças às infra-estruturas que
aqui montámos, como seja a unidade
de cuidados intensivos e intermédios
neonatais, é a única em termos privados na cidade do Porto – e entendemos que temos a capacidade para fazer
coisas diferentes nesta região.” Outra
área muito importante para a nova unidade da José de Mello Saúde é a
Oncologia. “Criámos o primeiro hospital de dia com consultas multidisciplinares. Temos, nesta unidade, em conjunto e em complemento com o
Instituto CUF, uma oferta em termos
oncológicos que é única ao nível dos
privados na região norte, já que apenas em Lisboa há algo semelhante em
termos de oferta, capaz de acompanhar
o doente desde o diagnóstico ao tratamento em todas as situações e que vai
culminar com os cuidados paliativos
que estamos a montar agora.”
Outra aposta passa pela área cardiotorácica, “onde, em termos epidemiológicos, tem havido um aumento de procura, talvez porque temos uma vida não
muito saudável” e, por último, há “uma
aposta forte no campo da Ortopedia”,
referiu Pedro Lucena e Valle.
Fotografia: Bruno Barbosa
MUNDO médis
OFERTA TOTAL E INTEGRADA
“É uma unidade estruturada
para dar resposta a todo o tipo
de especialidades médicas”,
afirmou-nos Vítor Correia
da Silva, director clínico
do Hospital CUF Porto
“Esta unidade hospitalar vem
trazer algo de novo à zona
norte do país”, afirmou-nos
Vítor Correia da Silva, o director
clínico do Hospital CUF Porto.
“É uma unidade estruturada
para dar resposta a todo o tipo
de especialidades médicas, ao
mesmo tempo que procura
ultrapassar as sua funções
assistenciais para afirmar-se
com um projecto clínico capaz
de dar resposta a um ensino
pré e pós-graduado”,
acrescentou o clínico, que
destaca “a parceria com
a Faculdade de Medicina
da Universidade do Porto e
toda a idoneidade para formar
jovens médicos”. Neste sentido,
o hospital já começou a receber
os primeiros alunos, “que
começaram a frequentar
algumas áreas do hospital”.
Apesar da sua vocação
transversal a todas as áreas
da Medicina, no novo hospital,
existem, naturalmente,
“algumas áreas que começam
a impor-se”, admitiu o clínico.
“É natural que, numa fase de
arranque, a velocidade não seja
igual para todas as valências, e,
neste momento, posso destacar
a Pediatria, que começou desde
logo com muita força e talvez
seja uma das maiores do país,
com cerca de 46 médicos
pediatras, neonatologistas e
todas as áreas complementares,
o mesmo acontecendo com a
área da Otorrinolaringologia, da
qual também sou responsável,
ou a área oncológica, onde já
começámos a fazer cirurgias,
ao mesmo tempo que foi criada
uma unidade de cancro
da mama que está a funcionar
em simultâneo no hospital
e no Instituto CUF.”
Na definição da estratégia clínica,
Vítor Correia da Silva assumiu
“a estratégia do anterior director
clínico, do qual herdei a pasta,
dando continuidade à aposta
em convidar médicos de
referência para a direcção de
todas as especialidades, pessoas
com créditos firmados, capazes
de desenvolver os seus próprios
projectos”. No entanto, para além
de um corpo clínico próprio,
“que procura dar respostas
ao atendimento permanente,
à consulta e ao internamento”,
o hospital está aberto a todos
os médicos que, “por exemplo,
queiram vir aqui operar”.
O atendimento permanente
tem, hoje, uma importância
capital, pelo que o Hospital CUF
Porto procura “dar uma
resposta a todas as situações
e, caso seja necessário,
encaminhamos o doente
para uma consulta de
especialidade”. Durante a noite
e aos fins-de-semana,
“os doentes são atendidos
pelos clínicos gerais e médicos
de Medicina Interna que
asseguram esse atendimento
e que podem fazer a
referenciação dos doentes
para as especialidades, quando
isso se torna necessário”.
Em termos de serviços
complementares de
diagnóstico, “temos o
laboratório a funcionar em
pleno, o mesmo acontecendo
com a imagiologia, já que
este hospital é totalmente
autónomo nessas áreas”.
ABRIL/JUNHO 2011 19
MUNDO médis
O que é ser Médico Assistente Médis?
No universo da oferta dos cuidados de
saúde, o Médico Assistente Médis é aquilo que eu definiria como um chefe de
orquestra. É um excelente executante,
mas, acima de tudo, é um organizador que
potencia todo o sistema de modo a que o
resultado seja a forma mais harmónica de
sermos úteis àqueles que nos procuram.
Podemos ter um excelente primeiro violino, um trompete magnífico, mas, se não
tivermos um chefe de orquestra que coordene estas diferentes vertentes, não seremos suficientemente eficazes na ajuda às
No universo dos cuidados de saúde,
não é tudo igual e temos a responsabilidade,
face às pessoas que nos procuram, os nossos
doentes, de tratá-las, defendê-las e orientá-las
no leque pouco homogéneo da oferta
de cuidados de saúde.
20 ABRIL/JUNHO 2011
pessoas que nos procuram. Por isso, um
Médico Assistente Médis tem de ser
alguém suficientemente eclético para
poder resolver grande parte dos problemas dos doentes e ser capaz, em caso de
necessidade, de orientá-los para colegas
de outras especialidades.
É uma forma de garantir uma personalização dos cuidados de saúde?
Com efeito. No universo dos cuidados de
saúde, não é tudo igual e temos a responsabilidade, face às pessoas que nos procuram, os nossos doentes, de tratá-las,
defendê-las e orientá-las no leque pouco
homogéneo da oferta de cuidados de
saúde. Pode falar-se de um verdadeiro contrato terapêutico, aquele que estabelecemos com os doentes, Este contrato tem
presente e tem futuro, tem abordagem discreta (coisas pontuais) e abordagem de
MÉDICO
ASSISTENTE
MÉDIS
GARANTIA DE CUIDADOS
DE SAÚDE PERSONALIZADOS
Amílcar Aleixo é não só um
dos médicos assistentes Médis, como
um dos promotores deste projecto,
que contribui para a personalização
dos cuidados de saúde, assegurando
uma relação de proximidade entre
o médico e os seus doentes
continuidade. O Médico Assistente Médis
desenvolve uma medicina de proximidade, conhece os seus doentes, conhece os
seus pares das outras especialidades e as
diferentes instituições de saúde disponíveis, pelo que, sempre que for necessário
referenciar alguém, este será um processo
de avaliação rigoroso e personalizado.
Poderemos dizer que o Médic o
Assistente Médis é c omo um médico
da família?
Talvez seja mais correcto dizer que o
Médico Assistente Médis é o alter-ego do
tradicional médico de família, porque
temos mais autonomia no exercício da
nossa actividade. A interferência na relação médico/doente do terceiro pagador,
no caso, a Médis, quase não se faz sentir,
sendo este o maior elogio que posso fazer
ao sistema do Médico Assistente Médis.
Que tipo de médic os preenchem os
requisitos para esta função específica?
Penso que os generalistas e os internistas,
fruto da sua actividade médica mais eclética, podem preencher com mais facilidade o perfil abrangente que se pretende
para um Médico Assistente Médis. Tem
havido enorme rigor no recrutamento dos
novos médicos para a rede em todo o país,
com uma apreciação curricular que dá
especial atenção ao grau de especialista
em Medicina Geral e Familiar e em
Medicina Interna.
Até que ponto é difícil contrariar o
recurso aos serviços de urgência dos
hospitais por part e de um gr ande
números de portugueses, mesmo em
casos que não o justificam?
Esse é um problema antigo e até preocupa as autoridades de saúde no nosso país.
Eu costumo dizer que esse recurso aos serviços de urgência é um sinal e um sintoma da disfunção do sistema e é tanto mais
grave quanto menor é a resposta que o sistema dá às necessidades das pessoas. Por
isso, são tão importantes os cuidados de
saúde em que as pessoas tenham acesso
fácil ao seu médico assistente, um acesso
que nem sequer necessita de ser físico,
bastando uma disponibilidade telefónica
que encaminhe os doentes das formas mais
diversas, retirando-lhe a ansiedade provocada por qualquer problema de saúde.
Muitas vezes, um simples contacto telefónico deixa as pessoas suficientemente apaziguadas e orientadas de modo a resolverem os problemas de saúde que as atormentam. É certo que, por vezes, os serviços de urgência são a forma mais fácil –
pela difícil acessibilidade a consultas –,
mas, de acordo com as estatísticas, os criABRIL/JUNHO 2011 21
MUNDO médis
disponível, sabedor e confiável, em alternativa a um modelo de fácil acesso, mas
pouco estruturado, habitualmente conhecido como doctor shopping, que gera frequentemente dúvidas, inquietudes e
angustias. É por isso que o modelo de eficácia, eficiência e qualidade veiculado
pelo Médico Assistente Médis começa a ser
reconhecido
pelas
pessoas. A utilização
dos media para a
divulgação de resultados junto do público
em geral, dos opinion
makers e dos decisores políticos e económicos poderá ser um
contributo fundamental para a divulgação
e a generalização do
conceito do Médico
Assistente Médis.
Em face deste
cenário, o que será
necessário fazer
para recriar a relação de proximidade e até de intimidade entre o doente e o seu médico?
Esse fenómeno está a reaparecer. As pessoas começam a reconhecer como uma
mais-valia a relação de confiança que se
estabelece ao longo do tempo com o seu
Médico Assistente Médis, que é acessível,
Qual é o universo de
doentes que recorre aos seus cuidados como Médico
Assistente Médis?
Uma das razões que
me levaram a aceitar a
função de Médico Assistente Médis foi o
universo diversificado de pessoas a que este
serviço me permitiu ter acesso. Recebo
crianças, mulheres, homens, pessoas na
idade activa e na reforma, uma enorme
diversidade de utentes, o que é um desafio
“A grande
vantagem de uma
pequena estrutura
passa pela sua
personalização.
No meu
consultório,
as pessoas
dever-se-ão
sentir
devidamente
identificadas e
bem acolhidas”
22 ABRIL/JUNHO 2011
pessoal. Se estivesse limitado a um universo mais restrito, a minha satisfação pessoal
e profissional sofreria com essa limitação.
Como é que, num consultório médico, se pode criar uma interacção com
os doentes?
A grande vantagem de uma pequena estrutura passa pela sua personalização. No
meu consultório, as pessoas dever-se-ão
sentir devidamente identificadas e bem
acolhidas. O processo inicia-se com o reconhecimento e passa pelo ambiente agradável e tranquilo da sala de espera, um
espaço que é usado como uma galeria de
arte, com exposições temporárias de artistas plásticos consagrados, e partilhado com
artistas médicos.
A satisfação que demonstra tem paralelo junto da classe médica em geral?
As ideias novas e o desconhecido levantam naturalmente algum receio, mas cada
vez há mais colegas interessados em trabalhar enquadrados no conceito do Médico
Assistente Médis. Também os colegas das
outras especialidades sentem-se confortáveis com esta articulação, porque sabem
que ela é sinal de garantia de boa referenciação e seguimento dos doentes comuns.
Qual é a situação des te conceito a
nível do país?
Tem havido um grande esforço da Médis
para alargar este conceito a todo o país
sem excepção, tendo sido criada uma rede
que optimiza e uniformiza o conceito e o
serviço do Médico Assistente Médis.
Fotografia: Nuno Alexandre
térios de urgências clínicas não são preenchidos num elevado número de casos que
recorre às urgências hospitalares, contribuindo, desse modo, para agravar a referida disfunção do sistema. Contudo, temos
de reconhecer que este recurso aos serviços de urgência tem muito a ver com o tropismo que as pessoas têm relativamente às grandes
superfícies – o que
se aplica não só à
saúde –, embora o
Médico Assistente
Médis seja uma resposta gourmet em
relação àquela resposta tradicional,
pouco personalizada, que são os cuidados de saúde nas
grandes unidades
hospitalares.
gourmet RESTAURANTE
N
o meio do casario branco de Vila
Nova de Milfontes, quem desce a
Rua dos Aviadores em direcção à
pequena fortaleza que D. João IV
mandou erigir para defender a foz do Rio Mira,
encontra, ao seu lado esquerdo, a Tasca do
Celso. Ao chegar, pode pensar que vai ao engano porque encontra um restaurante acolhedor,
de aspecto rústico mas cuidado no detalhe do
mobiliário e na decoração, que foge ao
kitsch habitual. De tasca, não tem
nada. E, como se isso não fosse
suficiente, o dono nem se
chama Celso, embora José
Ramos Cardoso seja assim
Rua dos Aviadores
chamado pelas gentes da vila
7645-225 Vila Nova
porque o seu pai, natural de
de Milfontes
Milfontes, se chamava Celso.
Tel. 283 996 753 /
O restaurante é a concretização
96 817 57 26
de um sonho antigo do seu proprietário, que começa por ser um fantástico anfitrião, tanto para velhos clientes,
como para quem chega pela primeira vez. Se esta
qualidade é algo que cai bem e cativa, o grande
sucesso da casa sai da sua cozinha, que muitos
consideram uma das melhores que podemos
encontrar na Costa Alentejana.O cardápio tem
sempre novidades e, talvez por isso, não valha a
pena ser impresso.
Tem a forma de uma
ardósia escrita a giz,
que lembra os tempos
de escola dos mais
entradotes na idade. O
serviço de mesa é rápi-
TASCA
DO CELSO
NEM É TASCA,
NEM É DO CELSO...
do, diligente e prima pela simpatia. Os empregados, ou o patrão, estão prontos para aconselhar
ou tirar dúvidas, já que o cliente fica sempre indeciso com a variedade da oferta quer a nível de
entradas, de pratos e de vinhos, já que a Tasca
do Celso conta com uma riquíssima garrafeira
capaz de surpreender os mais exigentes.
Entre as entradas, a linguiça com ovos mexidos,
as saladinhas e os camarões ao alho estão entre
as mais pedidas. As açordas são outra opção e o
peixe é sempre fresco, variando de acordo com
o que o mar deu na noite anterior. Aqueles que
acham que “peixe não puxa carroça”, podem
sempre optar por clássicos da casa, como o cabrito assado ou o bife de lombo à la plancha, servido numa tábua.
A Tasca do Celso é uma
referência para quem
gosta de comer bem e
se os aplausos de quem
por lá passou não são
unânimes, estão muito
perto disso. Vale a pena
fazer alguns
quilómetros para
almoçar ou jantar em
Vila Nova de Milfontes.
A satisfação está
garantida... Por Rui Faria
COMO IR
Na A2, em direcção ao Algarve, saia nas
portagens de Grândola. Siga em direcção
a Sines e, nas rotundas, antes de chegar
à vila, tome a direcção de Cercal do Alentejo.
Aí, siga as placas para Vila Nova de Milfontes.
Antes da ponte do Rio Mira, há um desvio à
direita, para Vila Nova. Siga sempre em frente
até encontrar o sinal de “sentido obrigatório”
que o obriga a virar à direita. Passe a GNR,
atravesse um cruzamento e, um pouco mais
à frente, verá uma rotunda com uma árvore
no centro. Contorne a rotunda e saia na
terceira à direita, para a Rua dos Aviadores.
ABRIL/JUNHO 2011 23
GLOBE trotter
TANZÂNIA
ÁFRICA MINHA...
Há mais de vinte anos, o filme África Minha,
de Sydney Pollack, com Meryl Streep
e Robert Redford, despertou a paixão por
África a todos quantos o viram. Hoje, a película
é apenas uma memória de uma geração,
mas o continente africano continua a cativar
todos quantos o visitam... Por Rui Faria
24 ABRIL/JUNHO 2011
UMA QUESTÃO DE SORTE
Um safari é como uma lotaria.
O grande prémio é descobrir
um leopardo, já que são
animais furtivos, que sabem
esconder-se no meio do mato
na grande savana
Á
frica é um êxtase para os sentidos. A visão da pureza azul do
céu que se cola no horizonte
com o dourado da savana
é sublimada pelo vermelho
que toma conta do horizonte
em cada pôr-do-sol. A terra tem um perfume quente que inebria todos os que a
tocam e são embalados pelo cantar das
aves ou o rugido territorial de um leão
que se faz ouvir a quilómetros de distância nas noites cálidas, onde uma refeição
à beira de uma fogueira tem outro sabor.
São estes prazeres que só um safari é
capaz de oferecer e a Tanzânia é uma
terra que se abre a este tipo de experiência, sendo apontada como um dos mais
belos países da África oriental e um dos
mais ricos em termos de fauna selvagem.
Arusha é a grande porta de entrada.
A cidade é tão fervilhante e confusa
como todas as grandes zonas urbanas de
África. O bulício contrasta com alguns
oásis de tranquilidade que convidam à
contemplação do imponente Kilimanjaro,
“uma montanha coberta de neve, a 6 mil
metros de altitude, e que se diz ser a
montanha mais alta da África, e cujo pico
ocidental se chama Ngàge Ngài, a “casa
de Deus”, escreveu Ernest Hemingway
(em As Neves do Kilimanjaro).
O glaciar que cobre o pico está cada vez
mais reduzido pelo Aquecimento Global
do planeta e, se continuar a escalada por
todos quantos assumem este trekking
que dura cinco dias, a nossa rota aponta
a direcção das grandes savanas vibrantes
de vida selvagem onde surgem quinze
parques nacionais, para já não falar de
diversas reservas privadas.
No Parque Nacional de Tarangire, os
majestosos imbondeiros (ou boabab,
como lhes chamam por ali) são a grande
atracção. As manadas de zebras asseguram tanta agitação como os mais diversos
tipos de gazelas tímidas e irrequietas e
um ou outro elefante causa surpresa
quando ataca os ramos das árvores para
se alimentar.
A GRANDE FALHA DO RIFT
Mais a norte, o Parque Nacional de
Manyara tem outras surpresas para além
da vida selvagem. Está situado ao longo
da falha do Rift, essa grande cicatriz tectónica que se formou há 35 milhões de
anos, numa altura em que o planeta ainda
ganhava forma. É um dos mais espectaculares fenómenos geológicos da Terra.
Tem início na Turquia, atravessa o Mar
Morto, abre o Mar Vermelho e cruza África até ao Oceano Pacífico.
Numa das depressões do Rift, surge o lago
que dá o seu nome ao parque onde os
leões têm a particularidade única de serem
capazes de subir aos ramos das acácias
para fugir das inclemências do sol. Foi por
aqui que andou a expedição de David
Livingstone, que, em 1866, partiu
ABRIL/JUNHO 2011 25
GLOBE trotter
à descoberta da nascente do Rio Nilo, que
julgava estar nos lagos Tanganica (actual
Congo) e Niassa (Tanzânia). Depois de
cinco anos sem se saber do seu paradeiro,
foi descoberto pelo jornalista americano
Henry Morton Stanley nas margens do
Tanganica, num encontro que ficou para
sempre marcado pela célebre frase “Dr.
Livingstone, I presume...” Tendo-se recusado acompanhar o americano, o inglês
prosseguiu a sua expedição, acabando por
morrer em 1873, um ano antes de John
Hanning Speke provar
que a longa caminhada
do Nilo tinha origem no
Lago Vitória, na fronteira
norte da Tanzânia.
BERÇO DA
HUMANIDADE
Sabora Tented
Camp recria as tendas
que nos remetem
para o tempo das
grandes expedições
do século XIX
Bem a norte do Lago
Manyara, quando o
capim dá lugar à floresta, e antes da imensa planície do
Serengeti, surge a cratera de Ngorongoro,
Património da Humanidade e Reserva da
Biosfera. Nos seus 326 quilómetros quadrados, ainda sobrevive o único grupo de
rinocerontes negros conhecido.
Não muito longe do antigo vulcão que,
hoje, é um oásis de vida selvagem, surgem as gargantas de Olduvai, um dos
mais famosos locais paleontológicos do
Mundo. Ali foram descobertos fósseis de
um
hominídeo
da
família
dos
Australopitecos com 1,75 milhões de
anos. Alguns anos depois, em Laétoli (a
26 ABRIL/JUNHO 2011
cerca de 45 km de distância), foram identificadas pegadas que provam que o
homem começou a caminhar em posição
erecta muito antes do que se pensava no
final da década de 50.
Mantendo a rota do norte, surge “a planície sem fim”, o significado da palavra
siringit na língua dos masai, um povo de
pastores nómadas, vestidos com garridas
túnicas vermelhas, que cruza a savana
com rebanhos de vacas e cabras, fechados nas suas tradições milenares. Os
masai partilham o
Serengeti com 25
espécies de grandes carnívoros,
quarenta herbívoros e mais de quinhentas variedades de aves. Mas
o que todos querem ver no seu
habitat
natural
são os chamados “big-five”, ou seja, o
leão, o leopardo, o elefante, o rinoceronte e o búfalo. No entanto, salvo os búfalos, que vagueiam em grandes manadas
que lhes garantem a protecção face aos
predadores, os restantes são furtivos ou
solitários, pelo que é necessária alguma
sorte ou o talento dos guias para poderem ser vistos. Não tendo a “cotação” de
um “big-five”, talvez o mais espectacular
dos felinos e certamente o que melhor
sabe esconder-se é a chita, que é mais
comum na zona sul do Serengeti, embora também surja no Parque de Tarangire.
O período das chuvas vai de Abril a Junho,
a pior altura para uma visita à Tanzânia.
Depois, quando o sol vence as nuvens e
começa a aquecer a planície, fazendo evaporar os lagos que matam a sede aos animais, os gnus do Serengeti começam a
ficar inquietos e juntam-se em grupos cada
vez maiores antes de darem início à sua
grande migração. Quando isso acontece,
dezenas de milhares de animais partem
guiados pelo seu instinto na direcção das
planícies verdes que, há séculos, os acolhem e a terra treme sob os seus cascos.
LOCAIS EXCLUSIVOS
Na Tanzânia, todos os parques nacionais
contam com lodges acolhedores. A princi-
GRANDE MIGRAÇÃO
Quando a savana
começa a secar, os
gnus (ao lado) dão
início à sua grande
viagem anual.
A aparente calma
dos hipopotamos
(à esquerda)
esconde a sua
ferocidade
No Lago Manyara,
os leões têm a
particularidade única
de serem capazes
de subir aos ramos
das acácias para fugir
das inclemências do sol
SABORA TENTED CAMP
Mesmo quem nunca imaginou
dormir numa tenda, encontra o
requinte que muitos hotéis de
cinco estrelas não oferecem
pal dificuldade está na escolha. Em
www.hotelsandlodges-tanzania.com encontra opções para conhecer o Lago
Manyara, o Ngorongoro e o Serengeti
(Lobo e Seronera Wildlife Lodges), mas,
para quem procura a exclusividade e
pode pagá-la, há opções à medida dos
seus desejos. Bem a norte do Serengeti,
surge a Singita Grumeti Reserves
(www.singita.com), uma reserva privada
com três lodges que abarcam uma área
que num passado ainda recente, era um
feudo de caçadores furtivos, verdadeiros
predadores da vida selvagem.
Tudo se alterou quando esta propriedade
de 138 mil hectares foi adquirida por Paul
Tudor Jone II, um multimilionário norte-
americano que entregou a gestão da reserva à Singita, que, durante anos, avolumou
experiência na África do Sul. A recuperação do território começou com a educação
da população no sentido de desenvolver
uma agricultura sustentável e, ao mesmo
tempo, proteger a vida selvagem. O programa tem sido acompanhado com a reintrodução de várias espécies, algumas das
quais extintas pela caça indiscriminada.
Os três lodges desta reserva são radicalmente diferentes, mas todos contam com
decorações elaboradas e cativantes,
dando resposta a todos os tipos de gostos
e às exigências de uma clientela habituada a desfrutar do melhor que a vida pode
oferecer, seja em termos de conforto, seja
ao nível da alimentação, assegurada por
chefs experientes, para não falar numa
massagem após um dia no mato aos saltos no interior de um “jipão”.
Sobranceiro ao Rio Grumeti, surge o Faru
Faru Lodge, que adopta a temática de um
acampamento de botânicos de outras
eras. As nove suites são revestidas a
bambu, madeira e lona, criando um
ambiente acolhedor com vista para a
savana, que surge atrás do vidro de cada
ABRIL/JUNHO 2011 27
GLOBE trotter
COMO IR
Não há voos directos de Portugal para
a Tanzânia, mas a KLM voa para o
Kilimanjaro com escala em Amesterdão
e Nairobi. Tarifas de ida e volta com
partida de Lisboa desde 1.400 euros
(sem taxas).
As Viagens Abreu têm um programa
de nove dias que inclui os Parques
Nacionais de Serengeti, Ngorongoro
e Lago Manyara, com preços a partir
de 2.714 euros por pessoa.
NÃO ESQUECER:
Seguro de Viagem da Ocidental Seguros
Sasakwa Lodge
Faru Faru Lodge
faltam os sofás gordos, os móveis vitorianos, as lareiras, a biblioteca ou o salão de
jogos, para já não falar num centro hípico, capaz de proporcionar um safari
equestre até aos outros lodges. A urbanidade obriga ao código smart casual, obrigatório para os jantares.
Onde ficar
Lago Manyara,
Ngorongoro e Serengeti
Lobo e Seronera Wildlife Lodges
(www.hotelsandlodges-tanzania.com)
Singita Grumeti Reserves
A ausência de
qualquer traço
de poluição
permite
descobrir
constelações
que nem
sabíamos
que existiam...
Sabora Tented Camp
28 ABRIL/JUNHO 2011
Sabora Tented Camp,
Faru Faru e Sasakwa
(www.singita.com)
Fotografia: Getty Images.
suite. Uma sala ao ar livre está virada para
uma das duas piscinas do lodge, que
conta com uma praia fluvial.
Outra opção é o Sabora Tented Camp,
onde são recriadas tendas que nos remetem para o tempo das grandes expedições que cruzaram o continente no século XIX. O ambiente é tão nostálgico como
requintado e cuidado ao mais ínfimo
detalhe, como um jantar ao luar no meio
do nada, com o luxo da mesa de um palácio. Quando chega a hora de dormir, o
aconchego da cama é o mesmo que
podemos ter num hotel com tantas estrelas como as que brilham no céu, onde a
ausência de qualquer traço de poluição
permite descobrir constelações que nem
sabíamos que existiam...
Para aqueles para quem não há nada
como as sólidas paredes de uma casa, o
Sasakwa Lodge é o mais urbano da reserva. É uma verdadeira mansão, onde não
gourmet VINHOS
TUDO COMEÇOU
NUMA
CONVERSA
Há pequenas conversas que dão origem
a grandes ideias. Foi o que aconteceu
quando José Roquette e Carlos de Melo
Ribeiro discutiram a possibilidade
de criarem uma aguardente vínica.
O resultado tardou, mas já está à vista.
Chama-se Magistra...
Por Rui Faria
J
osé Roquette é o grande responsável pela Herdade do
Esporão e Carlos de Melo Ribeiro, um reputado gestor
que, para além de presidir ao Grupo Siemens em
Portugal, apostou no desenvolvimento da sua Quinta
do Rol, localizada na região da Lourinhã. Eles são os
protagonistas da história do Magistra, que nasceu da comunhão do
interesse de ambos na criação de uma aguardente vínica de excelência. Roquette dispunha dos meios e da experiência da Herdade
do Esporão e Melo Ribeiro contava com o terroir da Lourinhã, uma
das três regiões do Mundo que ostenta a denominação de origem
controlada (D.O.C.) exclusiva para este tipo de destilados.
A terceira personagem desta história, e talvez a sua figura principal,
é o enólogo David Baverstock, autor dos grandes vinhos do
Esporão. Envolvido no processo, avançou com base nas uvas das
castas recomendadas pela Comissão Vitivinícola Regional da
Lourinhã, como sejam a Tália (Uniblanc), Malvasia, Fernão Pires,
Boal e Alicante Branco, provenientes de vinhas velhas da Quinta
do Rol. Os métodos de vinificação e de fermentação seguiram os
processos tradicionais da região e, depois da decantação e da trasfega, seguiu-se a destilação em coluna contínua. As aguardentes
foram envelhecidas em barris de carvalhos francês e português
durante dez anos e David Baverstock seleccionou as melhores das
produções de 1989, 1990, 1995 e 1996 para produzir um lote de
2.500 litros, que permaneceu em balseiro de madeira até 2008. É
esta aguardente vínica que chegou agora ao mercado com um
preço recomendado de 140 euros.
D.O.C. LOURINHÃ À SEMELHANÇA DE COGNAC E ARMAGNAC
A área geográfica
correspondente à produção
de aguardente com direito
a Denominação de Origem
“Lourinhã” foi criada em 1992,
embora a tradição da
produção de aguardentes seja
muito antiga na região,
que chegou mesmo a ser
uma importante fornecedora
dos produtores de vinho do
Porto antes de estes terem
encontrado alternativas
com melhores preços
noutras zonas.
Esta região é a única
reconhecida com a
denominação D.O.C. para
a produção de aguardentes
vínicas, a exemplo do que
acontece com as francesas de
Cognac e Armagnac. Abrange
os concelhos de Lourinhã
(freguesias de Lourinhã,
Atalaia, Ribamar, Santa
Bárbara, Vimeiro, Marteleira,
Miragaia, Moita dos Ferreiros,
Reguengo Grande, Moledo
e São Bartolomeu), Peniche
(freguesias de Atouguia
da Baleia e Serra d’El-Rei),
Óbidos (freguesia de Olho
Marinho), Bombarral
(freguesia de Vale Covo)
e Torres Vedras (freguesia
de Campelos).
ABRIL/JUNHO 2011 29
MUNDO médis
LINHA
MÉDIS
24 horas por dia, 365 dias por ano, a Linha Médis
está sempre a postos para encaminhar os clientes,
tirar dúvidas e resolver quaisquer situações – desde
uma simples febre às mais sérias emergências
Por João Paulo Batalha
P
ara muitos clientes Médis, é o
primeiro passo a dar em caso
de doença ou acidente. A
Linha Médis é um ponto de
acesso privilegiado aos cuidados da rede,
seja para garantir pré-autorizações para
procedimentos médicos, marcar consultas
ou simplesmente para pedir um conselho. “É uma linha telefónica de aconselhamento e encaminhamento de cuidados de
saúde”, explica a enfermeira Sandra
Costa, responsável pelo serviço, disponível 24 horas por dia, 365 dias por ano
para todos os clientes da Médis em todo
o país.
Composta exclusivamente por enfermeiros com formação especializada em triagem telefónica, a linha existe desde o início da Médis e tem sido um auxiliar pre30 ABRIL/JUNHO 2011
cioso para os clientes. Ao serviço de atendimento clínico, criado logo em 1996,
juntou-se, entretanto, uma componente
administrativa, onde os clientes podem
tratar de assuntos de gestão corrente com
a seguradora. Só na componente clínica
trabalham, na Linha Médis 33 enfermeiros
especializados, enquadrados por três
supervisores, mais a coordenadora do
serviço. É por esta equipa que passam as
solicitações dos clientes Médis, de todos
os canais de distribuição.
Em média, são atendidas perto de cinco
mil chamadas por mês, abarcando todo o
género de problemas e situações de
saúde. Em 30 a 40 por cento dos casos, a
intervenção dos enfermeiros da linha é
suficiente para resolver as questões dos
clientes, sem necessidade de eles saírem
“No fundo
é permitir que
todos os clientes
Médis consigam
ter acesso a
cuidados de saúde
diferenciados
em qualquer
sítio do país.”
Sandra Costa
PRONTOS
A
AJUDAR
A Linha Médis não é uma linha de
emergência, mas a verdade é que nunca se
sabe o que cada chamada trará – até
porque, às vezes, os doentes desvalorizam
sintomas que podem ser graves. Rosário
Feliciano, uma das supervisoras da linha,
lembra o caso de um senhor que telefonou
queixando-se de náuseas. À medida que
o foram questionando, os enfermeiros
aperceberam-se de que o cliente estava
a sofrer um enfarte. “Nestes casos, todos
os segundos contam”, explica Rosário
Feliciano. Os meios de emergência foram
imediatamente accionados e, felizmente,
tudo acabou bem. Manuela Silva, outra
das supervisoras da linha, recorda outro
caso dramático, quando uns pais, em
pânico, ligaram a pedir ajuda para o seu
bebé, que estava engasgado. Enquanto um
dos pais chamava uma ambulância, a
enfermeira dava instruções ao outro para
fazer a reanimação – não havia tempo
para esperar pelos meios de socorro. “E
conseguiu-se reanimar a criança pelo
telefone”, recorda.
Nem todos os casos são urgentes, mas
chamadas de pais preocupados não
faltam. “Às vezes, dizem-nos: ‘Tenho aqui
o bebé, vim agora da maternidade, mas o
bebé não vem com livro de instruções!’”,
diz, Rosário Feliciano, a rir. Aqui, as
enfermeiras da Médis partilham não só o
seu conhecimento clínico, mas também a
sua experiência como mães. “Os clientes
acabam por sentir que há uma grande
entrega da nossa parte”, diz Carla Silva,
enfermeira com muitos anos de
experiência na Linha Médis. “A parte mais
bonita da enfermagem é cuidar do outro
em termos relacionais, é relacionarmo-nos
directamente com ele”, corrobora Manuela
Silva. “Aqui, é a isso que damos valor.
Conseguimos desenvolver essa área da
enfermagem.”
de casa, poupando-lhes os custos e os
aborrecimentos de terem de sair à procura de um médico ou recorrerem desnecessariamente a um serviço de urgência.
O segredo da eficiência do serviço está na
formação e na dedicação dos enfermeiros.
São profissionais com formação especializada em atendimento telefónico, suportados por uma poderosa ferramenta informática que os ajuda a encaminhar as
situações da melhor maneira (ver caixa).
Mas o melhor é que são profissionais que,
como diz Sandra Costa, nunca “perdem a
mão”. “Estas pessoas não estão exclusivamente na Médis”, conta a responsável pela
linha. “Portanto, são pessoas que não perderam o contacto com a prestação de cuidados com o cliente à frente. E isto é uma
riqueza para a própria triagem”, explica.
“Se estas pessoas nunca perdem a mão –
porque estão a trabalhar nos hospitais,
nos centros de saúde pelo país fora –, trazem esse conhecimento para aqui, o que
faz com que o serviço se torne ainda mais
fiável e eficaz.”
O VALOR DA PROXIMIDADE
É importante ter profissionais com experiência prática no terreno. A sensibilidade
no atendimento dos clientes é fundamental, porque cada caso é um caso e é
importante saber comunicar com quem
está do outro lado da linha. “Todos os
dados são importantes”, diz Sandra Costa.
“Desde a sintomatologia que o cliente
apresenta a todo o contexto da situação,
que pode ser desde o sítio onde a pessoa
está até às condicionantes sociais, que
são determinantes para o encaminhamento.” É que, lembra a responsável, “a facilidade de acesso aos cuidados de saúde
não é igual no país inteiro”.
Uma pessoa que esteja sozinha em casa,
numa região isolada do interior, por
exemplo, precisa de um acompanhamento diferente de alguém que vive com a
família numa grande cidade. Mesmo que
os sintomas sejam os mesmos. “Esta é a
grande mais-valia desta linha”, afirma
Sandra Costa. “No fundo, é permitir que
todos os clientes Médis que tenham este
seguro de saúde consigam ter acesso a
cuidados de saúde diferenciados em
qualquer sítio do país a qualquer hora do
dia, porque a linha funciona ininterruptamente. Qualquer situação que a pessoa
tenha, em qualquer circunstância, pode
ligar-nos.”
E é isso que as pessoas fazem. Nos seus
quinze anos de existência, a Linha Médis
ganhou um conjunto de utentes regulares, pessoas que se habituaram a contar
com o conselho experiente e informado
dos profissionais, não só em casos de
Linha MÉDIS em números
15 anos
5000
é a idade da Linha Médis,
criada em Janeiro de 1996
é a média de chamadas
atendida mensalmente
24 horas por dia 30% a 40%
365 dias por ano
é o horário em que está
disponível a Linha Médis
33 enfermeiros
3 supervisoras
1 coordenadora
asseguram o atendimento
aos clientes Médis
é a percentagem
de chamadas que
se resolve com os
conselhos dos enfermeiros
da Linha Médis, sem
necessidade de o cliente
sair de casa para procurar
outros cuidados médicos,
nomeadamente nas
urgências hospitalares
Telefones:
21 845 88 88
22 207 88 88
91 935 8888
93 522 8888
96 599 8888
são os números
de atendimento
permanente que
são disponibilizados para
todos os clientes da Médis
ABRIL/JUNHO 2011 31
MUNDO médis
“Não conhecemos as pessoas pessoalmente,
mas é como se as conhecêssemos, porque
conhecemos bem os casos”, diz Sandra Costa
(à esquerda). “Temos uma grande preocupação
em ajudar a resolver a situação e que
o cliente fique satisfeito”
doença ou de aflição, mas também para
pedir ajuda em situações do dia-a-dia. “As
pessoas têm, com os enfermeiros da linha
uma relação muito próxima e de grande
cumplicidade”, assinala a coordenadora
do serviço. “Ligam, confiam. Há uma relação de confiança muito grande.” De tal
modo, acrescenta Sandra Costa, que “nós
recebemos, felizmente, muitos elogios.
Passadas as situações, as pessoas acabam
por telefonar nos a agradecer a ajuda”.
A proximidade do atendimento é mesmo
um dos pontos mais valorizados pelos
clientes. “Nós não conhecemos as pessoas pessoalmente, mas é como se as
conhecêssemos, porque conhecemos
bem os casos”, diz Sandra Costa. “Temos
uma preocupação muito grande em que a
situação do cliente fique resolvida e ele
fique satisfeito com aquilo que lhe oferecemos.” Uma preocupação que vai ao
ponto de serem os próprios enfermeiros a
Enfermeiro “à distância”
Seguir os melhores protocolos de triagem é essencial para um serviço de qualidade.
Isso faz-se não só com pessoal formado, mas também com o apoio de um sistema,
informático à altura. “Qualquer enfermeiro estará habilitado, pela sua formação de base,
a fazer um encaminhamento”, explica Sandra Costa, a responsável pela Linha Médis.
“Mas nós pretendemos que esse encaminhamento não seja baseado exclusivamente
no conhecimento e na opinião de cada enfermeiro. Portanto, há aqui uma base científica
que sustenta este encaminhamento, que é esta aplicação informática.”
Ao atender uma chamada, o enfermeiro vai introduzindo a informação do doente
no computador, e usa essa informação para ajudar na avaliação da situação.
A aplicação tem ferramentas específicas para cada tipo de doente: adultos,
crianças, mulheres (para questões relacionadas com partos, ginecologia, etc.),
geriatria (para doentes acima dos 65 anos) e questões de saúde mental.
À medida que o cliente expõe a situação, o sistema ajuda o enfermeiro a encaminhar
o assunto, sugerindo inclusivamente fórmulas de fazer perguntas ou explicar
situações clínicas numa linguagem corrente, que o doente consiga facilmente
perceber. O computador, claro, nunca substituirá o conhecimento e a capacidade
clínica de um enfermeiro especialmente formado, mas esta ferramenta ajuda a
uniformizar os níveis de serviço e a tornar melhor o atendimento. Como sintetiza
Sandra Costa, “tentamos sempre conduzir o cliente para o melhor encaminhamento
possível”. Os níveis de satisfação dos utentes da linha indicam, felizmente,
que se está no bom caminho.
32 ABRIL/JUNHO 2011
tomar a iniciativa do contacto. O protocolo seguido estabelece que, em todos os
casos envolvendo crianças, sempre que
um cliente é aconselhado a ficar em casa
ou quando há uma situação de emergência, os clientes recebam uma chamada de
acompanhamento algum tempo depois
da chamada inicial.
É uma forma de os enfermeiros garantirem
que está tudo bem e saberem se os conselhos dados na chamada inicial estão a
resultar ou se é preciso tomar outras medidas. “No fundo, estamos a acompanhar o
processo para que a pessoa consiga viver
esse episódio de saúde com a máxima
tranquilidade. E, quando o episódio passa,
a pessoa consciencializa-se de que foi bem
acompanhada. Esse acompanhamento é
extraordinariamente valorizado pelos
clientes”, conta. “Depois, fazemos também
controlos de qualidade em todas as idas
ao domicílio e em todas as consultas com
médicos assistentes que marcamos.” É uma
forma de garantir que o cliente nunca se
sente sozinho.
Fotografia: Nuno Alexandre
NA LINHA DA FRENTE
Nos milhares de chamadas recebidas
todos os meses, há todo o tipo de situações. As épocas de gripe são geralmente
“hora de ponta” na Linha Médis, sobretudo quando há crianças envolvidas. Os
pais, especialmente quando têm o primeiro filho, levam muito a sério qualquer
problema de saúde e recorrem frequentemente à linha. Cabe aos profissionais
aconselhar e, muitas vezes, acalmar pais
ansiosos. Épocas como o Natal também
costumam corresponder a picos de chamadas. No Verão, há também um aumento da procura, não só provocado pelas
doenças sazonais da época estival, mas
também pelo facto de muitas famílias,
deslocadas em férias, estarem longe do
seu médico assistente e não saberem a
quem recorrer. Também para isso servem
os conselhos e a informação da Linha
Médis.
Para quem faz o atendimento, o segredo
é saber escutar quem está do outro lado
da linha. “Aquilo que se aprende muito é
a capacidade de ouvir, porque temos de
estar muito atentos àquilo que o outro
lado nos está a dizer”, diz Carla Silva,
uma das enfermeiras supervisoras, na
Linha Médis desde 1997. Mesmo ao telefone, as distâncias esbatem-se. “O contacto acaba por ser directo”, assegura
Rosário Feliciano, outra das supervisoras.
SUPERVISORAS
A coordenação é um trabalho fundamental
no dia-a-dia da Linha Médis
“Cada chamada é diferente e há determinadas chamadas, todos os dias, em que
nós sentimos que verdadeiramente estamos a ajudar aquela pessoa que precisa
de nós.” De resto, reforça Carla Silva,
“muitas vezes, ao telefone, as pessoas
dizem muito mais do que diriam se estivéssemos num hospital. São muito mais
abertas em relação a coisas que, em pessoa, nunca diriam”.
O resultado é não só uma maior facilidade no acesso a cuidados de saúde, mas
um nível de conforto incomparável para
os clientes Médis. A prova está afixada
no espaço de trabalho dos colaboradores da linha, no complexo da Médis, no
Taguspark, em Oeiras. Num placard
com várias informações úteis, estão também afixadas mensagens de agradecimento de vários clientes, saudando a
ajuda dada nos mais diversos tipos de
situações. “Há clientes que nos ligam
para desejar Bom Natal”, aponta Sandra
Costa com orgulho. “Os que usam recorrentemente e gostam do serviço reconhecem-lhe mais valor.”
SATISFAÇÃO NA PRIMEIRA PESSOA
AJUDA PRECIOSA
“Os meus sintomas começaram a um sábado. A febre baixa deixou-me debilitada e, após
dois dias, fiquei impossibilitada de deslocar-me. Segunda-feira, com a febre mais elevada,
recorri à Linha Médis, da qual já me tornei numa cliente habitual, porque tenho um filho
com três anos de idade. Fui mais uma vez atendida com todo o profissionalismo e,
dada a situação, foi accionado o serviço ao domicílio que ocorreu em menos de uma
hora, e fui medicada. Passados três dias, regressei ao trabalho, mas a febre continuava
muito baixa e tinha sintomas de cansaço. Voltei a entrar em contacto com a Linha Médis
e fui questionada acerca do meu estado de saúde, quando me alertaram para o facto de
poder ser pneumonia. E não é que era mesmo? Fui a uma consulta de urgência devido
ao acompanhamento exemplar que foi dado, sendo novamente medicada.
Agora, tenho o meu pulmão de volta. O meu muito obrigada”.
ANA SOFIA
CHORO DE UMA CRIANÇA
“Passava da uma da manhã quando acordei com o choro do meu filho de um ano e
meio. Tinha acabado de cair da cama e chorava compulsivamente. Eu e o meu
marido de imediato tentámos acalmá-lo quando verificámos que estava a formar-se
um grande hematoma na testa, o que, naturalmente, nos provocou ansiedade,
receando algo mais grave. O meu marido começou a vestir-se para sairmos para as
urgências quando, entretanto, me lembrei de ligar para a Linha Médis. Atenderam de
imediato e, de forma muito profissional, com serenidade e segurança,
indicaram-me os cuidados básicos imediatos, como pôr gelo e verificar sintomas.
Após algumas perguntas e respostas estávamos os três mais calmos e menos
assustados… Seguimos as sugestões da enfermeira e monitorizámos o
comportamento do meu filho, que acabou por adormecer. Na manhã seguinte
acordou bem disposto, o hematoma estava bastante menor, o susto tinha
passado. Entretanto, tocou o telefone e era a Linha Médis a questionar como
estava o André. Fiquei impressionado… Tinham sido impecáveis no atendimento
e no auxílio e agora, também no seguimento da situação.
Não há palavras.”
FILIPA FERNANDES
ABRIL/JUNHO 2011 33
HIGH tech
Alastra a
iPadmania
iPAD 2
Os tablets estão na ordem do dia e a iPadmania
tem tudo para tornar se numa verdadeira epidemia
com a apresentação da segunda geração do iPad,
que está a chegar ao mercado nacional
D
esde o lançamento do
iPad, a Apple vendeu cerca
de 15 milhões de unidades, sendo considerado
por Steve Jobs, o patrão da
empresa, o produto de
consumo com maior sucesso jamais lançado, tanto mais que gerou números tão
impressionantes como a venda de 100
milhões de livros através da iBook Store.
Para manter esta dinâmica e antecipar a
reacção da concorrência, surgiu o iPad 2,
apresentado nos Estados Unidos no passado dia 2 de Março. Na altura, Steve Jobs
citou um clássico do rock & roll, afirmando
que 2011 será “the year of the copycat”, o
34 ABRIL/JUNHO 2011
que não deverá estar muito longe da realidade, não só pelo interesse que o lançamento provocou a nível global, mas também pelo crescimento da oferta por parte
dos mais diversos fabricantes (ver caixa),
que estão a tentar colar-se a esta fórmula
de sucesso criada pela Apple.
Como já se tornou numa imagem de marca
da empresa de Steve Jobs, o design volta a
ser uma grande aposta. Face aos modelos
da primeira geração, é 33% mais fino e 15%
mais leve (590 gramas). Ao nível da forma,
é curioso notar que, enquanto o iPhone 4
ficou mais quadrado, o iPad 2 surge mais
arredondado, lembrando um grande
iPhone 3G. O display não sofreu alterações, mas passa a contar com uma cobertura (disponível em várias cores) magnética, que tanto garante a protecção, como
pode ser articulada e servir como apoio
para permitir a base necessária à inclinação
do tablet por forma a oferecer uma posição
de trabalho mais cómoda.
O novo iPad conta com duas câmaras
(frente e verso) que permitem fazer fotos
em modo retrato ou paisagem, trabalhálas com o Photobooth, gravar vídeos e
sobretudo efectuar videochamadas com o
Facetime. Mas as novidades não se ficam
por aqui, já que o iPad 2 estreia o novo
browser Safari iOs 4.3, que garante uma
maior rapidez de processamento.
Diz quem já experimentou o iPad 2 nos
Estados Unidos que tudo isto é verdade,
mas que as diferenças só são verdadeiramente apreciadas com a utilização de aplicações de vídeo e áudio, como o iMovie e
o GarageBand, onde o utilizador pode
fazer “mixagem” de áudio com até oito faixas simultâneas, para além de contar com o
Touch Instruments, que inclui bateria, teclado e sintetizadores que o utilizador pode
tocar ou, caso não saiba, que lhe permite
recorrer ao Smart Instruments, que facilita a
criação de melodias com versões simplificadas de guitarras, bateria e teclados.
O iPad 2 pode ser ligado a monitores e
ecrãs de televisão através de um cabo
HDMI para apresentações que podem
incluir páginas da web, jogos e vídeos. No
entanto, continua a não haver qualquer
porta USB.
Graças à introdução do novo chip A5, a
Apple pode reivindicar uma autonomia
da ordem das dez horas, tempo mais do
que suficiente para uma viagem intercontinental de avião.
OUTRAS OPÇÕES NO MERCADO
PROPOSTAS
O Samsung (à direita) conta
com o sistema Android como
o Toshiba (em baixo). O RIM
(em cima) e o Dell Stream
(na base da página) são
outras alternativas.
O GALAXY TAB, da Samsung,
foi o primeiro tablet das
marcas consideradas “grandes”
a chegar a Portugal. Com 380
gramas, é suportado na versão
2.2 do sistema operativo
Android, da Google, e está
disponível na versão de 16
GB e 32 GB. O ecrã touch
tem sete polegadas com uma
resolução de 1024 x 600,
e integra câmara
traseira e frontal, GPS
e uma memória
externa de 32 GB.
A TOSHIBA também
aposta no sistema
operativo Android
(2.2), com
conectividade wi-fi
e com uma capacidade
de armazenamento de
16 GB – pelo menos
enquanto a versão 3G
não é disponibilizada,
o que deverá acontecer
em parceria com os
operadores móveis no
início do próximo ano,
já com a nova versão do
Android 3.0. O ecrã táctil,
de 10,1 polegadas, tem uma
resolução de 1024 x 600
píxeis. Mede 25,7 centímetros
de comprimento e 1,4
centímetros de espessura.
Entre as restantes
características, referência
para o processador Nvidia
Tegra 2, para a câmara
de 1,3 megapíxeis, para
a possibilidade de realizar
videoconferência e para a
ligação HDMI e bluetooth.
A bateria tem autonomia
para cerca de sete horas.
A DELL propõe o Streak (16
GB), mas num formato mais
reduzido. O ecrã multitouch é
de cinco polegadas, com uma
resolução de 480 x 800 píxeis.
O sistema operativo passou
pela plataforma da Google,
mas a versão utilizada é a 1.6.
A câmara traseira e frontal tem
uma resolução de cinco
megapíxeis. A Dell oferece
ainda o Inspiron Duo, um
tablet de dez polegadas que
pode “transformar-se” num
portátil. Vem acompanhado
de uma base – onde é
possível apoiá-lo – que pode
ser “desdobrada”, revelando
um teclado QWERTY
e um encaixe para o tablet.
Mais novidades
Aguarda-se também
a chegada do PlayBook, a
proposta da RIM, que conta
com um ecrã LCD WSVGA
(resolução 1024 x 600) de sete
polegadas e que apresenta,
entre as funcionalidades
próprias do sistema operativo
BlackBerry Tablet OS, a
possibilidade de ser usado
como uma extensão do ecrã
dos telefones BlackBerry. O
processador é ARM Cortex-A9.
A ACER antecipou o
lançamento de três modelos,
que variam entre as sete
polegadas e as dez polegadas.
O primeiro terá o sistema
Windows 7 e combina ecrã
touch com um teclado físico,
que pode ser ligado ao
computador, ou seja, pode
transformar-se num notebook.
Tem quinze milímetros
de espessura e menos de
um quilo de peso, integra
processadores AMD e oferece
duas câmaras de 1,3
megapíxeis, com suporte
para videochamadas e
videoconferência. Conta com
ligações wi-fi e 3G. Os outros
dois modelos, com sete e
um outro de dez polegadas,
funcionarão com o Android,
da Google, e serão lançados
em Abril. Ambos têm
conectividade wi-fi e 3G e
13,3 milímetros de espessura;
o Acer Android de 10,1
polegadas tem um
processador dual core a 1
GHz, ligação HDMI com
suporte para 1080 p e um
sistema multitoque com dez
pontos e um giroscópio.
O Android de sete polegadas
integra um Qualcomm de dois
núcleos a 1,2 GHz e o mesmo
suporte para Flash 10.1.
ABRIL/JUNHO 2011 35
MUNDO médis
A SAÚDE
EM TEMPO DE CRISE
Discutir os desafios do mercado de seguros de saúde foi o
objectivo de duas sessões de trabalho que reuniram técnicos,
gestores e prestadores de cuidados. Foram os Meeting Days,
onde a Médis marcou uma presença activa. Por João Paulo Batalha
F
oram dois dias dedicados ao debate sobre os seguros de saúde em
Portugal. Os Meeting Days, organizados pela APEG, a Associação
Portuguesa de Engenharia e Gestão da
Saúde, foram sessões de trabalho que colocaram em cima da mesa temas como a inovação tecnológica, os protocolos médicos e
a gestão do risco, sobretudo em patologias
pesadas.
Ao longo de duas manhãs de trabalho, médicos, gestores e outros profissionais discutiram alguns dos principais desafios do mercado. Para o último dia de trabalhos, no final
de Janeiro passado, ficaram as grandes questões da evolução futura do mercado de seguros de saúde em Portugal e da relação dos
seguradores com os consumidores.
A abertura dos trabalhos, que decorreram
no Hospital da Luz, em Lisboa, foi feita pela
presidente da comissão executiva da
36 ABRIL/JUNHO 2011
Espírito Santo Saúde, Isabel Vaz, que
enquadrou o tema para criticar a falta de
um standard de financiamento do sistema
de saúde em Portugal. O resultado, apontou Isabel Vaz, é um sistema marcado pela
ausência de coordenação e clareza, com
problemas associados de ineficiência e falta
de controlo, onde não há responsabilização nem se estimula a cooperação entre os
sistemas público e privado.
A presidente da Espírito Santo Saúde lembrou que mais de 20 por cento da população portuguesa já tem seguro de saúde, o
que significa que paga duas vezes pelos cuidados de que usufrui, uma através dos
impostos para financiar o Serviço Nacional
de Saúde e outra através do seguro para
garantir o acesso aos cuidados de que necessita em unidades privadas. Este sistema de
dupla cobertura (através do sistema público e, simultaneamente, dos prestadores pri-
vados) não é sustentável, aponta Isabel Vaz.
O ideal seria um sistema em que o Estado
financiasse 60 a 65 por cento dos serviços,
partilhando com os privados o fardo da prestação e do financiamento dos cuidados.
Fotografia: Nuno Alexandre
“O MERCADO VAI
CONTINUAR A CRESCER”
Lançado o tema, passou-se a palavra ao painel onde estiveram presentes os principais
seguradores e prestadores privados em
Portugal. Num ano de crise, há muitos desafios pela frente, sobretudo num mercado
em que, segundo o consenso dos convidados, a concorrência se faz demasiado pelo
vector preço, mesmo quando isso implica
subtarifar alguns dos riscos segurados. “É
preciso que as seguradoras se adaptem às
condições do mercado”, argumentou Luís
Prazeres, da Médis, durante a sua intervenção. Lembrando que a Médis está no mercado desde 1996 e soube sempre adaptar-se, Luís Prazeres traçou um cenário positivo. “Pensamos que os seguros de saúde vão
continuar a crescer”, disse, notando que o
sector da saúde responde já por cerca de
dez por cento do PIB. O desafio para o futuro é criar um sistema que envolva, de forma
integrada, clientes, seguradores, prestadores e regulador. “Temos de inovar pela inclusão”, apontou Luís Prazeres, reforçando a
necessidade de alargar o mercado e captar
os oito milhões de pessoas em Portugal
ainda não têm seguros de saúde. Esse alargamento do mercado é fundamental para
“É preciso que as seguradoras se
adaptem às condições do mercado”,
argumentou Luís Prazeres, da Médis,
durante a sua intervenção,
lembrando que a Médis está no mercado
desde 1996 e soube sempre adaptar-se
financiar a inovação tecnológica e assegurar as rentabilidades mínimas para a sustentabilidade do sector.
Quanto à concorrência, ela continua a ter
o seu lugar. “Podemos continuar a competir”, assegurou Luís Prazeres, mesmo numa
situação recessiva. De resto, se for posta
em prática uma política de alargamento do
mercado, não há razão para duvidar da
solidez do sistema. “Eu acho que o mercado vai continuar a crescer”, antecipou o
responsável da Médis, prevendo crescimentos anuais entre os dois e os cinco por
cento durante os próximos cinco anos.
“AMBOS PODEMOS FAZER BEM”
A relação dos seguradores com os seus
clientes foi outro dos temas em cima da
mesa nestes Meeting Days. Pedro Seixas
Vale, presidente da Associação Portuguesa
de Seguradores, fez o ponto da situação e
traçou a evolução do sistema desde meados dos anos 90, quando, lembrou, “a
Médis foi pioneira na criação de um sistema de saúde com uma visão de longo
prazo”. Queixando-se da falta de sistemas
de informação eficazes para medir com
maior rigor os riscos das operações de
seguros, Pedro Seixas Vale explorou a evolução demográfica que está a criar sérios
desafios para o sistema de saúde – público e privado. Mais uma vez, ficou a ideia
de que o importante é apostar na complementaridade. “O monopólio do vício e da
virtude não está no sector público ou no
privado”, argumentou Pedro Seixas Vale.
“Ambos podemos fazer bem.” A complementaridade é vital também para assegurar a sustentabilidade do próprio sistema
público. “Não gostaria de ver um Serviço
Nacional de Saúde que fosse apenas para
os pobres e os idosos”, apontou.
Também presente na sessão, Carla Oliveira,
da DECO, apontou algumas críticas às limitações dos seguros de saúde a operar no
mercado português, numa intervenção que
gerou animado debate na sala. Presentes
no painel, Pedro Correia e Filipe Clemente
transmitiram a visão da Médis. “O que estamos a fazer é uma gestão clara do risco”,
explicou Pedro Correia, lembrando que,
em Portugal, falta informação suficiente
para que seja possível aos prestadores avaliarem da melhor forma o risco de cada
operação. Em todo o caso, acrescentou
Filipe Clemente, “nós, na Médis, não anulamos nenhuma apólice por sinistralidade”, nem se fecha a porta a clientes com
idades mais associadas a factores de risco
– críticas apontadas a muitos seguradores.
O consenso é que a evolução do mercado vai prosseguir a bom ritmo, colocando novos desafios aos operadores no mercado, mas também criando novas soluções, mais inovadoras, ao dispor dos consumidores. São boas notícias para um
negócio cada vez mais importante para a
nossa saúde.
ABRIL/JUNHO 2011 37
MUNDO médis
Na 44.ª semana
de 2010, o anúncio
Médis atingiu 30pp
de recordação
total declarada
O SEGREDO
DA MÉDIS
“Médis faz bem à
Saúde” é o segredo
revelado no anúncio
protagonizado por
Fátima Lopes e que
envolveu vários
colaboradores do
grupo. Foi uma
experiência aliciante
para todos os
participantes, como
testemunhámos
durante a
filmagem...
38 ABRIL/JUNHO 2011
O
filme publicitário da Médis é
conhecido de todos os portugueses. Fátima Lopes, uma
cara bem popular dos ecrãs
da televisão, é a grande protagonista. “Este anúncio lembra às pessoas o trabalho de confiança que a Médis
tem feito ao longo dos anos e o facto de
ter um plano de saúde muito vasto, que
permite dar uma resposta adequada e
cada vez mais abrangente às necessidades dos portugueses em matéria de
saúde”, admitiu Fátima Lopes, durante as
filmagens.
Esta mensagem de confiança surge ao
longo do filme, que percorre vários cenários onde a Médis está sempre presente.
“Fazer um filme que tivesse uma ligação
em todas as cenas, como se fosse um
único plano sem cortes, foi um projecto
muito aliciante que a agência Sumo me
lançou”, admitiu o realizador João Nuno.
“É uma sequência quase intimista, onde
Fátima Lopes diz ao espectador que vai
revelar o segredo da Médis e esse segredo vai sendo revelado ao longo do anúncio, tendo uma pequena surpresa no
final”, recordou Carlos Abreu, director
criativo da agência de publicidade Sumo.
O resultado, que todos os portugueses já
tiveram ocasião de ver na televisão, satisfez Gustavo Barreto, o director de marketing da Médis, que admitiu que “o anúncio me emocionou desde o princípio e
espero que também possa emocionar
todos os clientes, os distribuidores e, logicamente, os colaboradores que estiveram
aqui a viver a sua experiência”.
DA VIDA REAL À TV
Um dos aspectos mais curiosos da produção deste anúncio da Médis foi a participação de vários colaboradores do grupo
nas filmagens, onde trabalhadores – que,
na vida real, estão ligados à seguradora –
desempenharam papéis que geralmente
são protagonizados por figurantes. Tudo
começou com um desafio interno e passou pelo casting, onde foram escolhidos
os participantes que integraram a filmagem do anúncio.
A adesão foi muito grande, tanto mais que
se tratava de uma experiência diferente, e
as expectativas não foram defraudadas.
“Sentimo-nos muito mais apegados ao
nosso trabalho e à Médis, fazendo parte de
A Médis fechou o ano de 2010 com
mais de 450.000 pessoas seguras
tudo isto”, admitiu Filipa Lopes, colaboradora da empresa. “O casting foi muito
engraçado, o mesmo acontecendo com as
peripécias das filmagens”, referiu por sua
vez Marta Valadas.
Para grande parte dos participantes, foi
uma verdadeira surpresa. “Quando estamos a ver televisão, não temos a noção
de tudo o que tem de se fazer”, admitiu
Ana Abreu, da Médis. “O anúncio tem
apenas trinta segundos, mas há uma
grande quantidade de pessoas envolvidas
e cada cena demora muito tempo a filmar, pelo que foi uma experiência muito
enriquecedora”, acrescentou.
Silvino Pereira, outro colaborador presente, admitiu o seu entusiasmo com esta
experiência, considerando que “poder participar em algo que permite comunicar aos
nossos clientes o que podemos oferecerlhes foi extremamente gratificante”.
“Conhecer a Fátima Lopes e poder conviver um bocadinho com ela” foi um ponto
destacado por Paula Ventura, para quem
este dia de filmagens, com as repetições
de cenas, “foi um dia diferente”, que todos
os participantes vão certamente recordar,
pelo menos, cada vez que o anúncio for
emitido na televisão.
A campanha Médis teve uma
nova vaga nos dois primeiros
meses de 2011, em que se
conseguiu atingir e ultrapassar
o objectivo de 7.000 novas
pessoas seguras
ABRIL/JUNHO 2011 39
MUNDO médis
A equipa liderada
por Christina Gurnett
analisou o historial
genético de uma família
que manifestou casos de
sonambulismo durante
quatro gerações, tendo
afectado nove indivíduos
num universo de 22.
HISTORIAL
DE UMA FAMÍLIA
SONAMBULISMO
ALTERAÇÃO GENÉTICA
HEREDITÁRIA
Um estudo publicado no Neurology Journal aponta uma
alteração genética na região do cromossoma 20 como
responsável pelo sonambulismo, afirmando igualmente
a hereditariedade desta perturbação do sono
O
estudo publicado no Neurology Journal (www.neurology.org) pode abrir portas para
novos fármacos capazes de combater este
distúrbio do sono. Segundo os investigadores da Washington University School of
Medicine, nos Estados Unidos, a explicação
está no ADN, o que indica a hereditariedade do sonambulismo. A origem encontrase numa alteração genética na região do cromossoma 20 que é responsável pelo comportamento durante o sono.
Quem sofre desta alteração do sono é
capaz de qualquer coisa, mas não se che40 ABRIL/JUNHO 2011
gam aos extremos fantasiosos muitas vezes
aproveitados pela indústria cinematográfica, já que, na maioria dos casos, se manifestam apenas em comportamentos não
comprometedores, como despir-se ou
pura e simplesmente levantar-se da cama.
“Saber mais sobre as causas desta alteração do sono poderá ajudar-nos a encontrar a cura para esta perturbação que afecta geralmente a fase mais profunda do
sono, isto é, nas primeiras duas horas após
adormecermos”, como referiu Christina
Gurnett ([email protected]), coordenadora deste estudo.
A equipa liderada por Christina Gurnett
analisou o historial genético de uma
família que manifestou casos de
sonambulismo durante quatro
gerações, tendo afectado nove
indivíduos num universo de 22.
O estudo investigou profundamente
o ADN da família de Hannah, uma
adolescente de doze anos que estava
a viver uma fase particularmente
grave: saía de casa todas as noites de
uma forma totalmente inconsciente.
Utilizando amostras de saliva, os
investigadores conseguiram identificar
uma alteração genética, localizando-a
na região do cromossoma 20. O estudo
refere ainda que o portador desta
alteração genética tem cerca de 50%
de hipóteses de transmiti-la aos filhos.
Os genes envolvidos necessitam agora
de ser identificados, havendo 28 sob
observação, mas os investigadores estão
seguros de que a base genética do
sonambulismo se encontra no segmento
do cromossoma 20 e estão convencidos
de que esteja envolvido um gene já
referenciado – a adenosina deaminase –
por estar ligado ao sono. Apesar disto,
“não sabemos ainda qual dos genes
presentes nesta região do cromossoma
20 é o verdadeiro responsável pelo
sonambulismo”, afirmou Christina
Gurnett, que espera que “descobri-lo
possa ajudar a identificar e a tratar
esta alteração do sono”.
LINK PARA CONSULTA DO ESTUDO
http://www.neurology.org/content/76/1/49
Um estudo da Oxford
University, publicado no
prestigiado jornal médico
The Lancet, refere que
uma dose diária (75 mg)
de aspirina, tomada ao
longo de cinco anos,
pode reduzir em 30 por
cento os riscos de morte
provocados pelos tumores
mais comuns como os
pulmonares e no pâncreas
ASPIRINA AJUDA
A PREVENIR O CANCRO
U
m grupo de investigadores da
Oxford University começou
por estudar os efeitos da aspirina em doentes com problemas cardiovasculares e acabou por concluir que pequenas doses deste fármaco
com base no ácido acetilsalicílico, utilizado habitualmente na prevenção cardiovascular, reduziam em um quarto os riscos de
cancro no cólon, ao mesmo tempo que
minoravam em um terço a sua gravidade.
O estudo prosseguiu, tendo sido agora
publicadas as sua conclusões no Lancet
Journal (www.lancet.com).
De acordo com os resultados obtidos, os
investigadores afirmam que a aspirina tem
uma acção anti-cancro em todas as pessoas
com mais de 40 anos de idade. Este trabalho explica ainda que 75 miligramas diárias deste fármaco podem reduzir entre 20
e 35 por cento os casos de morte provocados por diversas neoplasias, entre as quais
a do esófago, pulmões, alto estômago, pâncreas e cérebro. Os investigadores defendem que a dose é precisa, não devendo
haver alterações de acordo com o sexo,
nem reforçada para os fumadores, embora
possa variar de acordo com a idade, sobre-
tudo nas pessoas com mais de 65 anos.
O estudo conclui ainda que a aspirina deve
ser tomada ao longo de cinco anos e os investigadores alertam para os efeitos anticoagulantes do sangue, provocados pelo fármaco,
o que exige que a sua utilização de forma
contínua seja acompanhada por um especialista. “Quanto aos efeitos secundários”,
referiu Peter Rothwell, o coordenador da
investigação, “o risco de hemorragia interna
é de cerca de um caso em mil na população
cancro nos indivíduos que tomaram uma
dose diária de 75 miligramas de aspirina,
um valor que subiu para 34 por cento nas
pessoas que tomaram o fármaco ao longo
de cinco anos.
O tratamento experimental teve uma duração que variou entre os quatro e os oito
anos, mas a monitorização a longo termo
de 12.500 pacientes demonstrou que os
efeitos positivos são crescentes ao longo
do tempo e que num arco de 20 anos os
LINKS PARA CONSULTA DO ESTUDO
Lancet Journal
http://www.lancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(10)62110-1/fulltext
em geral e a aspirina pode aumentar este
risco, mas o perigo de uma hemorragia grave
é muito baixo na meia idade, embora cresça
bastante a partir dos 75 anos”.
A investigação foi feita com base em estudos clínicos que envolveram 25.570
pacientes, tendo sido iniciada para estudar os efeitos cardiovasculares da aspirina, mas acabou por permitir concluir que
reduziu em 25 por cento a incidência de
riscos de cancro intestinal são reduzidos
em 40 por cento, o pulmonar em 30 por
cento, o da próstata em 10 por cento e o
do esófago em 60 por cento.
Apesar destas conclusões, Peter Rothwel
considera que “não faz sentido que toda a
gente comece a tomar aspirina imediatamente, mas demonstram claramente novos
benefícios que nunca tinham sido revelados anteriormente”.
ABRIL/JUNHO 2011 41
MUNDO médis
TERMAS DE
MONTE REAL
M
onte Real está à vista da autoestrada Lisboa-Porto. Vizinha
de Leiria, próxima de Fátima
e não muito longe de São
Pedro de Moel e da Nazaré,
BEM-ESTAR
é uma excelente opção para um fim-dePara além do moderno
semana bem passado. Hoje, falar da vila é
balneário termal (em
imediatamente associado à base onde estão
cima), os espaços verdes
sedeados os caças F16 da Força Aérea, mas
convidam ao passeio
a região tem orgulho na sua história, que
remonta aos tempos em que era denominada Reguengo de Ulmar, e o seu velho
castelo, sobranceiro ao Rio Lis, foi habitado por D. Dinis e pela Rainha Santa Isabel,
num período em que o monarca ordenou
que se fizessem
“abertas” no Paul
de Ulmar, a fim de
A Rede de Saúde & Bem-estar
receberem terras
reúne um conjunto de ofertas aos
para que todos os
clientes Médis que importa conhecer
que
estivessem
melhor. No caso das Termas de
dispostos pudesMonte Real, oferece 15% de
sem lavrar durante
desconto nos tratamentos termais,
dez anos medianexcepto nas consultas médicas
te o pagamento, à
e na taxa de inscrição. Basta
coroa, de um quarapresentar o seu cartão Médis.
to de “todo o fruto
que Deos hi der”.
Descontos Médis
42 ABRIL/JUNHO 2011
O TERMALISMO
O termalismo também faz parte da história de Monte Real, tendo ganho popularidade desde o início do século XX, embora haja quem defenda que a tradição
remonta ao período romano e ao facto de
a Rainha Santa Isabel ter recorrido áquelas águas. A tradição do passado é uma
nova aposta de futuro e, nos últimos dois
anos, todo o complexo sofreu uma profunda remodelação. O velho Palace Hotel
foi recuperado, nasceu um moderno e funcional spa e o complexo termal foi profundamente renovado.
Estes três vectores surgem como uma oferta integrada, ocupando um espaço de 24
hectares, onde surgem dois campos de
ténis, um minigolfe, uma piscina exterior,
um lago artificial, uma capela privativa,
ginásio e três quilómetros sinalizados para
caminhadas e passeios.
Quase que se pode falar nas novas Termas
de Monte Real. É certo que os edifícios
mais antigos são facilmente reconhecidos,
mas os interiores asseguram a modernidade e a funcionalidade, bem patente nos
seus novos gabinetes, nova tecnologia
(inclusive, adaptada às crianças) e um
COMO IR
Na A1 ou na A8, sair em Leiria e seguir as indicações
de Monte Real, seguindo na EN 109 (estrada da
Figueira da Foz) até Várzeas, onde surge a indicação
Monte Real. Coordenadas de GPS: Lat. +39° 51’
5.15’’; lon. -8° 52’ 1.87’’
Morada: Rua de Leiria, 2426-909 Monte Real, tel. 244
619 020, e-mail [email protected]
Onde ficar
As Termas de Monte Real são
uma excelente opção para todos
quantos procuram os benefícios
das suas águas ou necessitam
de relaxar. O cartão Médis dá-lhe
descontos que pode aproveitar...
melhor aproveitamento das instalações
para disponibilizar, ao longo de todo o
ano, mais de 130 mil tratamentos.
A composição destas águas, ricas em sais
minerais como o cálcio, o enxofre ou o
magnésio, é indicada para afecções do
aparelho digestivo (intestinos, vesícula
biliar, entre outras), afecções reumáticas e músculo-esqueléticas (artrites,
artroses, descalcificação, doenças dos
ossos e articulações, reumatismo) e algumas afecções respiratórias (sinusites,
rinites, rinites alérgicas, faringites, faringo-laringites). A sua aplicação vai da
ingestão à hidroterapia, passando pela
ventiloterapia ou electroterapia. No
entanto, há uma regra que ninguém
pode ultrapassar: qualquer tratamento
– nem que seja a “simples” ingestão da
água termal – só pode ser realizado
mediante consulta médica...
Para além disso, as termas e toda a sua
envolvência são capazes de garantir o
descanso e a calma que sabe bem, quando sentimos necessidade de fugir ao
bulício urbano, procurando os momentos de relax que são a melhor cura para
o stress.
PALACE HOTEL MONTE REAL,
TERMAS & SPA
Rua de Leiria, 2426-909 Monte Real,
tel. 244 618 900/244 519 020
www.termasdemontereal.pt
O complexo termal
foi profundamente
remodelado
e prima pela
modernidade
e funcionalidade
ABRIL/JUNHO 2011 43
MODA tendências
CAMISOLA
em algodão
e viscose,
American
Vintage, ¤ 45.
CARTEIRA em
pele, Gérard
Darel, preço
sob consulta.
PULSEIRA em pele,
Swatch, ¤ 21.
BRINCOS em metal
e pedras,
Pandora, preço
sob consulta.
COLORAMA
Uma aposta segura para a próxima estação.
O Verão vive-se com atitude e muita cor!
Por Diana Bastos
CLUTCH em pele,
¤ 79.90, Zilian.
VESTIDO em seda,
Haslton Heritage, em
Net-a-porter.com,
¤ 501
ÓCULOS de sol em massa,
Louis Vuitton, ¤ 390.
SANDÁLIAS em pele,
Barbara Bui, no
Espace Cannelle,
preço sob consulta.
44 ABRIL/JUNHO 2011
CARTEIRA
em pele
e sarja,
Lacoste,
¤ 61.
CALÇAS
em ganga,
Lee, ¤ 80.
GRAVATA
em seda,
Decenio,
¤ 40.
MASSA
CINZENTA
Em diferentes tons e texturas, o cinza
declina-se infinitamente e veio para ficar.
BLAZER em
algodão, Lacoste,
¤ 348.
LENÇO, Louis
Vuitton, ¤ 330.
O PRS 516
é um
cronógrafo
automático.
Uma lenda do
timekeeping,
Tissot, ¤ 375.
ÓCULOS DE SOL
em massa, Louis
Vuitton, ¤ 335.
CASACO em
malha de lã
e algodão,
Frenchurch
BOTÕES DE PUNHO,
Decenio, ¤ 41.
SAPATOS em
pele, Geox, preço
sob consulta.
ABRIL/JUNHO 2011 45
PRAZERES ela & ele
1.PANDORA
Colar e pendente em ouro
amarelo com melanita, Pandora.
Preço: ¤ 575.
2.BULGARI
2
4
Colar e pendente gravado
em ouro amarelo, Bulgari.
Preço: ¤ 1.400.
3.TOUS
Colar e pendente em ouro amarelo
com diamante, edição especial Manolo
Blahnik para Tous. Preço: ¤ 1.290.
4.PANDORA
3
1
Colar de pérolas com pendente
em prata com marcassitas,
Pandora. Preço: ¤ 168.
IMAGEM &
No feminino, as jóias são, na maior parte dos casos,
acessórios de moda, sejam elas simples e discretas
ou ostensivas na sua forma e no seu volume...
TIFFANY
Pulseira, escravas e anéis
em ouro amarelo de 18 quilates.
Todas as peças são produzidas pela
Tiffany 1837, fazendo parte de uma
colecção que nos remete para a data
da fundação da prestigiada joalharia
Tiffany & Co., cuja história está
associada a nomes tão famosos
como o de Audrey Hepburn.
Preços: € 9.860, € 4.115 e € 890,
respectivamente.
46 ABRIL/JUNHO 2011
MONTBLANC
A Montblanc dedicou a edição limitada Escritores
a Mark Twain, como homenagem ao centenário
da morte de um dos maiores romancistas de sempre.
Trata-se de uma edição especial inspirada nas obras
do autor norte-americano e nas suas raízes, sendo
recordada a imagem dos barcos a vapor. Preço do
conjunto lapiseira, esferográfica e caneta: € 1.970.
ESCRITA
No masculino, o conceito de jóia é muito diferente.
Para uma grande parte dos homens, uma caneta
pode ser um tesouro raro e muito valioso
1. DUPONT
Défi é o nome da nova colecção de canetas Dupont.
O design inovador, a estrutura de metal com acabamento
em paládio e o corpo em fibra de carbono fazem
a diferença e marcam a exclusividade. Preço: ¤ 315.
1
2
3
4
2.
PORSCHE DESIGN
Para assinalar o início da parceria com a Pelikan, a Porsche
Design apresenta o sofisticado instrumento de escrita P’3105
Pure Titanium. Trata-se de uma edição limitada a apenas
200 unidades. Preço: ¤ 2.500.
3.
PARKER
A Parker Premier Black Edition vinca a sensação única do preto
graças ao perfeito revestimento cerâmico e à sua textura
moderna. Disponível em tinta permanente, rollerball
e esferográfica. Preço: ¤ 340.
4. CARAN D’ACHE
A Caran d’Ache presta homenagem à arte antiga da caligrafia
árabe ao lançar a simbólica edição limitada Kufi Art, revestida
a ouro e desenvolvida em colaboração com o designer
malaio Shukor Yahya. Preço: ¤ 2.200.
ABRIL/JUNHO 2011 47
WEEK end
TERRAS DE CALMA
O Alto Alentejo é muito
mais do que vilas bancas
e a paisagem do montado.
Também é a calma que
ajuda a retemperar forças
NAMOROS
ALENTEJANOS
48 ABRIL/JUNHO 2011
A Primavera é uma altura excelente para regressar
ao Alentejo. O verde ainda domina a paisagem
do montado e a temperatura é agradável para quem
gosta de passear, descansar ou até namorar... Por Rui Faria
tendo em D. Nun’Álvares Pereira o seu mestre mais destacado. Os tempos longínquos
da memória histórica contrastam com a
proximidade geográfica de Lisboa. Avis
está a cerca de duas horas da capital e vive
na calma que se espelha nas águas sossegadas da albufeira da Barragem do
Maranhão. É um refúgio para todos quantos procuram fugir da agitação do dia-a-dia, saboreando a tradição da culinária,
os cheiros das ervas do montado e toda a
paz que faz bem ao espírito.
No meio das árvores que procuram esconder o leito da barragem, surgiu a Herdade
da Cortesia, uma unidade hoteleira que
faz gala do arrojo arquitectónico traçado
por Klaus Gruner, vincando a diferença
relativamente a qualquer outro empreendimento rural do nosso país. O edifício
central, revestido a madeira, é marcado
pelas suas linhas angulosas e modernistas, estendendo-se em três braços onde
surgem os seus trinta quartos, amplos e
confortáveis.
A escolha do local para a construção deste
empreendimento tem tudo a ver com as
águas da albufeira e com as ligações que
os seus proprietários têm com a prática do
remo. Alguns integraram equipas olímpicas da modalidade, o que é recordado na
Fotografia: Pedro Sampayo Ribeiro.
A
s terras do além Tejo são muito
mais variadas do que o estereótipo da planície do montado, salpicada de sobreiros, azinheiras
e, cada vez mais, oliveiras. As grandes planícies do sul, que se estendem na direcção das serranias que fazem a fronteira com
o Algarve, contrastam com o terreno acidentado que surge mais a norte, naquilo
que é chamado o Alto Alentejo. Seja como
for, as pequenas vilas e aldeias que encontramos são sempre locais de calma e silêncio, onde o casario branco de cal cria sombras nas ruas estreitas que nos recordam
os tempos remotos em que os árabes ocuparam o nosso país.
Avis é uma vila do Alto Alentejo cujo nome
nos remete imediatamente para as memórias históricas da Idade Média e para a
ordem militar que, de certo modo, assumiu o papel dos cavaleiros templários,
AVIS
A vila histórica surge
sobranceira à albufeira da
barragem do Maranhão
Passear sem
destino nas
suas ruelas
empinadas e de
traça medieval
poderá recordar
as memórias
de Avis na
época medieval
decoração de certos espaços interiores,
nomeadamente no acesso ao agradável
bar, onde a ampla superfície vidrada, que
garante toda a luminosidade, é também
uma montra para a paisagem relaxante.
Este bar é o local que convida a desfiar as
conversas e, ao mesmo tempo, um espaço
onde apetece deixar o tempo passar livremente, ao ritmo da leitura das páginas de
um livro.
É certo que, em alguns períodos do ano,
a Herdade da Cortesia se torna num local
cosmopolita, onde se falam as mais diversas línguas, já que este refúgio granjeou
fama internacional entre os maiores
nomes do remo, que elegeram a Barragem do Maranhão como local de treino para as grandes competições internacionais. Também os hóspedes podem
aventurar-se na descoberta deste desporto, já que é possível alugar os mais diversos tipos de barcos para desfrutar dos
prazeres de um passeio nas águas calmas... Contudo, as actividades de lazer
não se ficam por aqui uma vez que há
propostas para quem aprecia um bom
passeio de bicicleta, uma caminhada ou
até percursos equestres, visto que o hotel
mantém em actividade o centro hípico
que era anterior à sua criação.
ABRIL/JUNHO 2011 49
WEEK end
ALTER DO CHÃO
Visitar a Coudelaria
Real é uma experiência
interessante
MORA
O fluviário é um
grande atractivo
para todas as idades
A NÃO PERDER
Coudelaria de Alter do Chão
Tapada do Arneiro, Alter do Chão,
tel. 245 610 060, www.alterreal.pt
É difícil resistir à elegância do cavalo lusitano.
A coudelaria é um espaço multifuncional,
onde se faz a criação, a selecção, o estudo
e o treino – nas vertentes de toureio, ensino,
concurso de equitação, obstáculos
ou atrelagem – deste cavalo. Visitas de terça
a sexta-feira, às 10h, 11h30, 14h e 15h30,
e, aos sábados e domingos, às 11h e às 15h.
Fluviário de Mora
Parque Ecológico do Gameiro, Cabeção,
tel. 266 448 130, www.fluviariomora.pt
Aberto todos os dias do ano, este fluviário não
só colocou Mora no mapa
– ou, mais precisamente,
a aldeia do Cabeção –,
como constitui uma
agradável surpresa
para miúdos
e graúdos.
O chef Gustavo Martins criou um menu
com base na tradição regional, embora
assuma os riscos de combinações mais
inusitadas, como é caso da utilização do
bom azeite da região para a elaboração
de uma sobremesa única que vale a pena
experimentar.
POR TERRAS DE AVIS
Quem procure mais do que os momentos
de ócio que permitem deixar passar o
tempo sem pressas, mas que também não
pretenda aventurar-se no remo, pode sempre partir à descoberta da região envolvente. Avis está logo ali ao lado e quem
passear sem destino nas suas ruelas empinadas e de traça medieval poderá recordar as memórias de uma terra que esteve
na origem da ordem militar que garantiu
o trono do Rei D. João I, embora a pacatez do casario actual não tenha guardado
vestígios desse seu passado guerreiro. Na
vila, têm surgido alguns restaurantes que
justificam uma visita, como é o caso da
“Tasca do Moutinho”.
A norte de Avis, o Crato e Alter do Chão
não ficam longe e
qualquer um destes
destinos tem as suas
curiosidades. O Crato
foi uma vila muito
importante no período do Renascimento.
Foi ali que se casaram
D. Manuel I e, mais
tarde, D. João III, mas,
séculos volvidos, a
invasão espanhola
que ocorreu em 1662
foi marcada pelo saque e pelo fogo que
apagou os sinais do prestígio de até então,
que nem sequer é bem testemunhado na
igreja matriz, onde a principal riqueza são
os painéis de azulejo do século XVIII.
A vila está rodeada pelas bucólicas ribeiras da Seda e do Chocanal, sendo curiosa
a história das ruínas do velho castelo
conhecido como Castelo da Azinheira,
que, apesar de ser um monumento classificado, foi inexplicavelmente caiado, pas-
GRANDE RESTAURANTE
Mesmo quem se desloca para a Herdade
da Cortesia em busca do dolce far niente
vai sentir o apelo da boa comida e não é
preciso sair do hotel para desfrutar de
todos os prazeres que a gastronomia pode
oferecer. O chef Gustavo Martins é o responsável pelo restaurante, onde tudo foi
pensado ao pormenor para garantir a satisfação do cliente. A decoração alinha pelo
registo contemporâneo do resto do hotel,
50 ABRIL/JUNHO 2011
ao mesmo tempo que adopta apontamentos que nos fazem recordar imediatamente a prática do remo. As amplas janelas
garantem as boas vistas e a colocação das
mesas permite a alguns privilegiados terem
direito a vislumbrar detalhes únicos da paisagem tão característicos como um ninho
de cucos, que rapidamente se tornou numa
das atracções preferidas de quem escolheu
este “abrigo” para descansar ou para quem
está apenas de passagem.
Fotografia: Pedro Sampayo Ribeiro
Os estábulos onde
se encontram
os principais
garanhões, podem
ser vistos na
Coudelaria de Alter
ONDE FICAR
HERDADE DA CORTESIA
7480-102 Avis, tel. 242 412 050,
Reservas através de
www.atmospherehotels.pt
Onde comer
HERDADE DA CORTESIA
A tradição do bem receber num ambiente
moderno e funcional que responde às necessidades
de quem gosta de desfrutar os tempos livres
sando a ser referido de forma jocosa pela
população como “castelo branco”.
Alter do Chão é uma terra bem mais antiga, remonta ao tempo dos romanos quando era conhecida como Elteri (204 a. C.).
Os seus habitantes terão desagradado ao
imperador Adriano e as referências a esta
povoação desapareceram até ao século
XIII. Hoje, o castelo mandado construir por
D. Pedro I é a grande atracção da vila e
vale a pena partir à descoberta das ruas
mais a norte, onde surgem belas casas barrocas com as suas faixas amarelas tão típicas do Alentejo.
COUDELARIA DE ALTER
Nos arredores, surge a coudelaria de Alter
fundada em 1748, ainda no reinado de D.
João V, para a criação dos cavalos de raça
lusitana. No entanto, seria D. José I o grande impulsionador desta coudelaria, que
tinha como objectivo a criação de cavalos
portugueses de grande qualidade. Para
isso, importou as éguas andaluzas que
estão na origem dos graciosos Alter Real,
animais baios puros castanhos, enquanto
que a maior parte dos cavalos lusitanos são
cinzentos. A dedicação do rei aos seus
cavalos pode ser recordada na estátua que
surge na Praça do Comércio, em Lisboa,
onde D. José I monta o seu Alter Real preferido, que tinha o nome de Gentil.
A coudelaria prosperou até às invasões
napoleónicas, quando os roubos e a reprodução indiscriminada fizeram desaparecer
as suas principais características. Esta situação só veio a ser alterada nos tempos da
República, quando voltou a haver uma
preocupação com o apuro genético dos
animais, que, hoje, são reconhecidos a
nível internacional.
Actualmente, esta propriedade do Estado
estende-se por trezentos hectares, onde
surgem manadas de éguas e garranos. Os
armazéns, onde estão guardados os antigos trens e carruagens, e também os estábulos, onde se encontram os principais
garanhões, podem ser vistos por todos
quantos se desloquem à coudelaria, onde
os tratadores dos animais são também guias
interessados e apreciadores de uma boa
conversa. Conhecem a História e as pequenas histórias de um espaço interessante
para todos os visitantes, especialmente
para os mais novos, que se deixam entusiasmar e nunca ficam indiferentes ao porte
altivo dos cavalos.
FLUVIÁRIO DE MORA
Quem sair de Avis rumo a sul, pode seguir
na direcção de Mora e, na povoação de
Cabeção, vai encontrar o fluviário, onde se
recria a vida de um rio desde a nascente
até à foz, mostrando, para além dos peixes,
batráquios e répteis que o habitam. Não
deixa de ser curioso que, tal como acontece no Oceanário de Lisboa, o Fluviário de
Mora também exiba um irrequieto casal de
lontras que faz as delícias da pequenada.
Acrescente-se que estas não são a Amália
RESTAURANTE 180
Herdade da Cortesia, Avis, tel. 242 412
050. Com uma excelente vista sobre
a herdade e a planície, propõe pratos
com base na cozinha regional
na interpretação Gustavo Martins.
TASCA DO MOUTINHO
Rua do Comércio, Avis, tel. 242 412
954. É um local bem conhecido
no Alto Alentejo. Apresenta bons
pratos de caça, sobretudo aos fins-de-semana. Entre os mais pedidos,
destaque para o arroz de lebre
ou o galo de cabidela.
A PALMEIRA
Rua 25 de Abril, 46, Cabeção, 18,
tel. 266 447 182. Na aldeia do Cabeção,
junto a Mora, este restaurante familiar
pratica uma cozinha alentejana
esmerada, com pratos e doces feitos
no capricho e que já lhe renderam
vários prémios.
COMO IR
De Lisboa, seguir o IP1 até à saída 4
e tomar a direcção de Arraiolos na N4.
Perto de Arraiolos, seguir a N370 até Avis.
Do norte, seguir pela A23/IP6 até
Abrantes e, no Rossio ao Sul do Tejo,
tomar a N2 para Ponte de Sor. Depois
de atravessar a vila, seguir a N244 e N370,
seguindo as indicações de Avis.
e o Eusébio, mas sim a Mariza e o Ronaldo...
A aldeia de Cabeção é uma terra que cultiva a tradição da comida alentejana em
restaurantes simples e familiares, como o
restaurante A Palmeira, na Rua 25 de Abril,
onde a aparência humilde nada tem a ver
com os esmero da cozinha ou da doçaria
tradicionais.
ABRIL/JUNHO 2011 51
MUNDO médis
NAMASTE
SAÚDE AO PODER DO IOGA
Cão invertido, lótus, cobra, guerreiro, saudação ao sol.
Enquanto o corpo descobre novas formas, o espírito recebe
uma energia de harmonia. O segredo chama-se ioga.
A
origem do ioga reporta directamente a escrituras hindus,
enquanto filosofia de vida
holística que procura o equilíbrio de corpo, mente e espírito.
Já a sua prática, talvez uma das maiores
exportações da cultura indiana, julga-se
ter cerca de cinco mil anos, embora só no
último século tenha alcançado maior
popularidade no Ocidente. Ainda assim, e
considerando a consistência com que tem
encontrado o seu lugar em ginásios, estúdios, spas ou espaços de terapias complementares, dificilmente pode ser chamado
de tendência passageira.
O ioga assenta numa combinação de
exercícios, posturas corporais (ásanas)
meditação (samádhi) e respiração (pránáyáma). É uma filosofia corporal destinada a acalmar o estado emocional e cognitivo, a criar harmonia e a promover o
desenvolvimento do ser humano. Cada
praticante é convidado a levar a filosofia
do ioga para fora da aula: manter o pensamento positivo, fazer uma alimentação
equilibrada (tendencialmente vegetariana), eliminar o consumo de álcool ou
tabaco. Apesar de existirem campeonatos
de ioga na Índia, os escritos iniciais rejei52 ABRIL/JUNHO 2011
tam a competição (ver caixa Ioga nos
Jogos Olímpicos) e medem o verdadeiro
progresso de um praticante pelo grau de
consciência, harmonia e domínio do diálogo corpo/mente. A saúde e um corpo
mais ágil e tonificado são (agradáveis)
efeitos secundários.
Entre movimentos simples e posturas
mais exigentes, existem cerca de oitenta
ásanas que podem executar-se em pé,
sentado, ajoelhado ou deitado no chão.
Pensa-se que estes sejam apenas uma
pequena parte de todos os ásanas conhecidos (que alguns números apontam para
840 mil!).
SEM CONTRA-INDICAÇÕES
O treino é exigente, implica esforço físico
e disponibilidade mental, mas a prática
permite que cada um, independentemente da condição física, evolua, respeitando
as capacidades e os limites do corpo.
Certo é que, independentemente do nível
de ioga, o corpo fica a ganhar em termos
de flexibilidade, equilíbrio, coordenação,
força e postura.
Os ásanas promovem o alongamento e a
elasticidade dos músculos e tendões, ajudando a libertar o ácido láctico acumulado responsável por rigidez, tensão, dor e
cansaço. São efeitos que beneficiam não
IOGA NOS JOGOS OLÍMPICOS
De um lado, os que defendem que o ioga é uma prova
de resistência, força, concentração e grande destreza física
– todos os ingredientes de um desporto olímpico.
Do outro, os que acreditam que competição e ioga são
termos contraditórios e que a prática deve ser reservada
a locais próprios, os áshrama. O reconhecimento do ioga
como modalidade olímpica é um tema controverso
que opõe os praticantes mais tradicionalistas a escolas
mais tolerantes. Desfecho marcado para 2012: será
em Londres que os primeiros yogis vão subir ao pódio?
TIPOS DE IOGA
SWÁSTHYA
só os músculos, mas também os tecidos
moles do corpo e que não demoram
muito a evidenciar-se. Um estudo registou uma melhoria de flexibilidade em
cerca de 35% após oito semanas de ioga,
com destaque para a zona do tronco e
dos ombros. O acréscimo de flexibilidade
verifica-se também na amplitude de
movimento das articulações.
A força e a tonicidade muscular são
outros dos benefícios evidentes da pratica do ioga, quer dos estilos mais vigorosos, como ashtanga e power yoga,
quer dos que se centram mais no alinhamento do que no movimento. Algumas
das posturas em pé são excelentes exercícios de fortalecimento dos músculos
abdominais mais profundos, dos quadricípites e isquiotibiais. É este trabalho
muscular que vai conferir melhor postura e suporte da coluna. Técnicas respiratórias profundas e relaxantes ajudam a
desenvolver a função pulmonar e a
capacidade aeróbia. Os benefícios são
variados e resultam de um treino simultaneamente vigoroso e relaxante. No
ioga, uma das maiores conquistas é
aprender a relaxar em tensão.
BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE
Com a prática correcta das técnicas respiratórias e das posturas, fazer ioga estimula
o sistema nervoso, torna os músculos e as
articulações flexíveis e promove o relaxamento do corpo e da mente. A combinação dos exercícios e da respiração promove também o abastecimento de oxigénio e
de sangue, que contribuem para uma boa
circulação. Apesar de todas as alegações, o
ioga só recentemente começou a acumular
evidência científica dos seus efeitos na
saúde. Os resultados foram de tal forma
prometedores que, do laboratório para a
prática clínica, demorou pouco para que a
Base do método DeRose, é uma
modalidade extremamente técnica,
conhecida pela execução
das ásanas de forma fluida, quase
como coreografias.
ASHTANGA
Estilo exigente e atlético, marcado pela
sincronização da respiração com séries de
posturas progressivas e contínuas, e a
produção de intenso calor, num processo
que pretende ser de purificação.
IYENGAR
Estilo que prolonga a duração dos ásanas
e que recorre a equipamentos (almofadas,
cobertores, cordas) para facilitar a prática
a pessoas com maiores dificuldades de
movimento, como idosos ou doentes.
KUNDALINI
Prática vocacionada para o “acordar”
da energia na base da coluna. Para
além dos ásanas, o kundalini envolve
cantos, meditação e um grande
enfoque na respiração.
HATHA
Menos exigente, é uma técnica de ioga
indicada para qualquer faixa etária. Difere
dos outros tipos de ioga porque se
desenvolve de forma suave, não havendo
lugar à acumulação de ácido láctico.
ABRIL/JUNHO 2011 53
MUNDO médis
modalidade adquirisse estatuto de terapia Angeles, o Centro de Prevenção e
que previne ou ajuda a tratar doenças.
Reabilitação Cardíaca oferece ioga e
Em Novembro de 2010, um estudo publica- outras terapias com resultados positivos
do na revista Pain revelou os efeitos positi- comprovados ao nível da pressão arterial,
vos do ioga em doentes com fibromialgia. da função cardiovascular e dos níveis de
Duas horas semacolesterol. As pránais
mostraram
ticas muito devem
reduzir sintomas
a Dean Ornish,
como dor, fadiga e
médico norte-amerigidez em cerca de
ricano que se de30% dos indivíduos.
dicou ao estudo
Os cientistas acredida importância do
tam que o efeito se
estilo de vida no
A Médis tem um acordo com
deve à alteração
controlo da doena Associação Lusa do Yoga (Av. 5
das respostas do
ça da artéria corode Outubro, 70, Gal. Esq., em Lisboa)
sistema
nervoso
nária. Ornish, que
no âmbito da Rede de Bem-estar.
central aos sinais de
integrou a lista
A associação conta actualmente
dor. Os mesmo
Time 100 na área
com trinta centros de ioga a nível
resultados já tinham
da Medicina Intenacional. O cliente Médis usufrui
sido obtidos em
grada e foi eleito
de um desconto de vinte euros
2007 e, mais recenuma das cinquenta
na taxa de inscrição e a baixa de dois
temente, com a prápessoas mais influescalões na mensalidade.
tica de tai chi (ver
entes da sua geraAproveite mais esta vantagem
caixa).
ção pela Life Mado seu cartão Médis...
gazine, é um dos
IOGA… PELO
autores do estudo
que, em 1990,
SEU CORAÇÃO
Em vários hospitais dos Estados Unidos, o estabeleceu a relação entre a prática de
ioga faz parte do processo de recupera- ioga e de uma dieta vegetariana na
ção de doentes cardíacos. Como no New regressão da aterosclerose coronária. Do
York Presbyterian, onde, após qualquer estudo, nasceu um programa pioneiro
operação ao coração, os doentes rece- que oferece uma alternativa à cirurgia
bem massagens e aulas de ioga. No para doentes coronários e no qual o ioga
Centro Médico Cedars Sinai, em Los é um componente principal.
Vantagens do
Cartão Médis
Ioga para…
INSÓNIAS
As terapias holísticas têm apresentado
bons resultados no tratamento
da insónia. Acupressão, tai chi
e meditação são alguns dos programas
mais referenciados em investigações
recentes. No caso do ioga, em diversos
indicadores da qualidade do sono
(mais tempo e maior eficiência de
sono, menor número de interrupções)
na população geral e particularmente
nos idosos.
ALIVIAR A ASMA
A prática de alguns exercícios de
respiração (pránáyáma) por pacientes
com asma brônquica conduziu a
melhorias significativas de sintomas
em apenas doze semanas, conclui
um estudo apresentado em 2009
no International Journal of Yoga.
Uma rotina continuada de ioga ajuda a
aliviar e a controlar os sintomas de asma.
COMBATER A INFERTILIDADE
Em Março, a Associação Nacional de
Infertilidade norte-americana promove
um seminário on-line gratuito sobre
o tema “Ioga e Infertilidade”. O tópico
está a ser alvo de intensa investigação,
embora nenhum estudo tenha
comprovado o efeito directo da prática
do ioga no aumento da fertilidade.
Os resultados positivos podem
dever-se ao poder de relaxamento
e ao controlo da ansiedade.
MELHORAR A VIDA SEXUAL
Marjarasana, trikonasana
e pavanmukatasana são algumas
dos ásanas identificados pelo
Journal of Sexual Medicine como
potenciadores de uma melhor
sexualidade. No estudo, a prática
do ioga conduziu ao aumento
do desejo e a uma maior satisfação
no orgasmo. Alguns dos exercícios
intervêm no fortalecimento do
músculo pélvico e no aumento
do afluxo de sangue aos genitais.
O ioga do riso propõe sessões
de riso em grupo conjugadas
com exercícios de ioga. O que
começou na Índia em 1995 evoluiu
para uma técnica apurada,
desenvolvida por Madan Kataria,
com base em trabalhos científicos
sobre os benefícios do riso no
corpo e na mente. Até no ioga mais
“simples”, os praticantes podem
contar com a libertação
da endorfina e com o aumento
da produção de neurotransmissores
para combater episódios
de depressão e melhorar o humor.
54 ABRIL/JUNHO 2011
Fotografia: Getty Images
ULTRAPASSAR
A DEPRESSÃO
UMA SOLUÇÃO CHAMADA TAI CHI
Começou por ser uma arte marcial com berço na China. A pouco e pouco, foi entrando
nos ginásios do Ocidente e passou a constar no calendário de modalidades desportivas.
Os técnicos de saúde, por sua vez, insistiram em testá-la no laboratório e, hoje em dia,
já faz parte da receita prescrita por muitos médicos e fisioterapeutas. O tai chi chuan,
geralmente abreviado como tai chi, consiste na execução de movimentos lentos
e graciosos, que acompanham uma respiração profunda e ritmada. Entre os benefícios
de saúde associados a esta técnica mind & body (com benefícios para o corpo e mente),
os estudos científicos destacam o alívio da dor. Na investigação publicada na conceituada
Arthritis Care & Research, a revista da associação norte-americana de Reumatologia,
os especialistas contam como as duas sessões por semana de sessenta minutos cada uma,
durante doze semanas, reduziram a dor dos pacientes com osteoartrite. São necessários
mais testes para confirmar os reais efeitos do tai chi na saúde, mas os que já existem
garantem que a técnica que começou por ser de autodefesa é, hoje, essencialmente
de saúde, útil no combate à ansiedade e à depressão, aumenta a agilidade e a energia,
melhora a qualidade do sono, promove a auto-estima e o bem-estar. A prevenção de
quedas, especialmente na meia-idade, está no topo dos benefícios da prática de tai chi.
E, em 2008, uma revisão de trabalhos publicados veio acrescentar mais uma boa notícia
ao pacote: esta modalidade pode ajudar a baixar a pressão arterial.
ABRIL/JUNHO 2011 55
ON THE road
Mercedes CLS
ACREDITA NA
PERFEIÇÃO?
É tão difícil acreditar na existência de um automóvel perfeito como
apontar defeitos à nova geração do Mercedes CLS... Por Rui Faria
A
Mercedes (re)inventou os coupés de quatro portas
com a primeira geração do CLS, que rapidamente se
afirmou como um best-seller. Depois de 170 mil unidades vendidas, a marca de Estugarda lançou a
segunda geração, dividindo as opiniões. Há quem já
sinta saudadas das linhas fluidas do “velho” CLS e quem aplauda
o aspecto dinâmico do novo modelo. Gostos não se discutem...
Seja como for, a nova carroçaria, com quase cinco metros de
comprimento e 1,88 metros de largura, mantém as suas quatro portas e a imagem coupé.
O design frontal é mais agressivo do que a
traseira e os grupos ópticos asseguram o
aspecto futurista, vincado por 71 LED.
Apesar de partilhar a plataforma com os
modelos da Classe E, o habitáculo tem uma
personalidade assumida pelo desenho do
tablier, do painel de instrumentos e da consola central, encimada pelo ecrã a cores,
para já não falar na qualidade geral de construção e dos acabamentos, onde se destaca o
cuidadoso pesponto dos estofos em couro,
naturalmente opcionais, e os elementos em alumínio que marcam o carácter desportivo. O CLS está mais próximo do Classe
S do que do Classe E.
tenha o apelo do preço (à volta dos 70 mil euros). No entanto,
quem procura a imagem e o estilo de um coupé, não deve abrir
mão da qualidade dos motores de seis cilindros, o mesmo é
dizer dos 350 CDI ou GDI.
No nosso país, o 350 CDI de 265 cv é cerca de 1.200 euros mais
caro do que o 350 CGI com 306 cv. A opção diesel pode ser
mais razoável, mas a gasolina é, naturalmente, muito mais apetecível em termos emocionais. O CLS 350 GDI é capaz de garantir todo o prazer da condução, denotando
uma agilidade capaz de surpreender quem
olhe para os seus 1.815 kg, embora deva
ficar claro que não estamos face a um desportivo puro e duro.
O conforto é inquestionável e, ao volante,
parece que estamos num tapete voador. A
dinâmica melhorou face à da geração anterior, o que atesta a validade do desenvolvimento feito ao nível do chassis, bem patente
no desempenho da suspensão, sublimada
nas versões com a opção pneumática ou
com o pack desportivo (opcional), que reduz
a altura ao solo.
Mesmo os mais críticos da tradicional grande assistência das
direcções da Mercedes, quando comparadas com o clássico sistema de pinhão e cremalheira, têm de render-se à eficácia do
sistema electromecânico desenvolvido para o CLS, que garante
toda a sensibilidade ao condutor mais agressivo, ao mesmo
tempo que assegura a rapidez necessária para quem gosta de
desfrutar dos prazeres da condução. Esses também vão apreciar
Quem procura
a imagem e o estilo
de um coupé não
deve abrir mão
da qualidade
de um motor
de seis cilindros
OS SEIS CILINDROS
Na fase de lançamento, o CLS surgiu em Portugal com motores
de seis cilindros a gasolina (350 CGI) e diesel (CDI), embora o
250 CDI, com o seu motor turbodiesel de 204 cv de potência,
56 ABRIL/JUNHO 2011
o correcto escalonamento da caixa automática de sete
velocidades, que tira todo o partido da potência disponível a baixa rotação e vinca a elasticidade do motor de
seis cilindros quando este é solicitado no pára/arranca
da cidade ou nas acelerações mais violentas exigidas
por uma ultrapassagem em estrada.
EQUIPAMENTO COMPLETO
Face aos modelos da geração anterior, a oferta de
equipamento de série evoluiu bastante. Os faróis biXénon, com função direccional e comutação automática em caso de cruzamento com outro veículo, são
excelentes e o assistente activo de faixa de rodagem é
capaz de recolocar o CLS na sua via em caso de distracção do condutor, sendo um auxiliar muito importante, tanto mais que é capaz de identificar quando a
mudança de faixa é propositada ou é motivada por
falta de concentração.
Estes são apenas dois exemplos de uma verdadeira
panóplia de auxiliares electrónicos de condução e opcionais que a Mercedes propõe aos clientes do CLS. Todos
são úteis e tão apetecíveis como o sistema de parqueamento automático, capaz de identificar um espaço (cerca
de 6,3 metros) e arrumar o veículo sem a intervenção do
condutor. No entanto, e tal como no menu de um bom
restaurante, as tentações custam dinheiro. Por isso, o
grande defeito que encontramos no novo CLS será a sua
tentadora lista de opcionais...
MERCEDES CLS 350 CGI
MOTOR A GASOLINA
Tipo
Cilindrada (cc)
Potência máxima (cv/rpm)
Binário máximo (Nm/rpm)
6 cilindros em V, longitudinal, dianteiro
3498
306/6500
370/3500-5250
PERFORMANCES
Velocidade máxima (km/h)
0 a 100 km/h (s)
Consumo (l/100 km)
Urbano/Extra-urbano/Combinado
Emissões de C02 (g/km)
250 (limitado)
6,1
9,5/5,6/7,0
164
DIMENSÕES
Comprimento/Largura/Altura (mm)
Entre-eixos (mm)
Vias frente/trás (mm)
Pneus frente
Pneus traseiros
Peso (kg)
Capacidade do depósito (l)
Capacidade da bagageira (l)
PREÇO (¤)
4996/1881/1406
2874
1596/1624
255/35 ZR 19
285/30 ZR19
1735
59
520
desde 84.100 euros
ABRIL/JUNHO 2011 57
ÚLTIMA página
O AUTOMÓVEL
TEM 125 ANOS
O registo da primeira patente de um automóvel
foi feito por Karl Benz no Serviço Imperial de
Patentes de Berlim em 29 de Janeiro de 1886,
o que equivale a dizer que o automóvel está a
celebrar 125 anos. É certo que há quem
reivindique a paternidade da invenção de um
veículo capaz de mover-se por si próprio para
Leonardo da Vinci (15 de Abril de 1452 - 2
de Maio de 1519), recordando os seus esboços
de um carro de madeira animado pelo
movimento de molas; ou quem recorde textos
japoneses de 1678 que referem um veículo
produzido por um jesuíta belga animado por
uma eolípila (cuja origem remonta à
Antiguidade Clássica, atribuída a Herão de
Alexandria), onde uma bola oca de metal
adquire o movimento de rotação quando se
enche de água e esta, aquecida, começa a
vaporizar-se, fazendo-o deslocar - este veículo
terá feito as delícias do Imperador Hang-Hi.
58 ABRIL/JUNHO 2011
Também há quem aponte a origem do
automóvel ao Fardier movido a vapor que
o engenheiro francês Cugnot realizou em 1769.
Esta máquina foi destruída num acidente
contra um muro nas vésperas da Revolução
Francesa, que levou o autor do projecto ao
exílio, adiando a sua evolução. Seja como for, a
ideia dos veículos a vapor foi retomada no
início do século XIX, em França e em Inglaterra,
mas a invenção do motor a gás de Lenoir
(1806) e as descobertas ao nível dos motores
de combustão interna e do ciclo a quatro
tempos apresentadas pelo alemão Otto (1886)
ditaram o fim das “chaleiras” a vapor.
Viveu-se então um período fértil em
inventores e inventos, o registo de patentes
sucedia-se, mas é difícil apontar com
exactidão o primeiro automóvel. Os
franceses reivindicam este feito para
Delamarre-Debuteville (1883), enquanto
os austríacos contrapõem Siegfried Marcus
e os dinamarqueses argumentam com
o seu Hammel. Contudo,
ninguém é capaz
de apresentar
um documento
como a patente
registada
por Karl Benz
(à direita).
Por isso,
hoje, a criação
do alemão é,
historicamente,
o primeiro
automóvel.
Parabéns
pelos seus
125 anos.
RF
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