160 ANOS cOM O PORTO - Instituto Superior de Engenharia do Porto

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160 ANOS cOM O PORTO - Instituto Superior de Engenharia do Porto
160 ANOS
cOM O PORTO
DEPOIS DO ISEP
DE FORA cá DENTRO
À cONvERSA cOM...
Empreendedor ISEP
SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana
ISEP|GO – Gabinete de Orientação do ISEP
DANIEL CASTANHEIRA
ESPINHEIRA QUELHAS
TERESA ESPASSANDIM
02
ÍNDICE
03 EDITORIAL
04 A RETER
» Novos Mestrados com Marca de Qualidade OE+EUR-ACE
» Projetos do EPS@ISEP apresentados nos EUA
» Matemática Fora de Portas
» ISEP: Uma Marca Além-Fronteiras
06 EVENTOS
» SIES 2013 – 8º Simpósio Internacional de Sistemas Embebidos Industriais
» Conferência sobre Remuneração de Parcerias Público-Privadas
» Os Novos Desafios do Cálculo Automático na Engenharia de Estruturas
» XV EEG – Geoengenharia: Um Olhar Sobre o Futuro
» Simpósio de Metrologia 2013
10 À CONVERSA COM...
» TERESA ESPASSANDIM – ISEP|GO – Gabinete de Orientação do ISEP
06 EVENTOS
14 DE FORA CÁ DENTRO
» ESPINHEIRA QUELHAS – SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana
16 DESTAQUE
» QUE FUTURO PARA O PORTO?
20 INVESTIGAÇÃO À LUPA
» Novo Centro de Investigação de Metrologia (ISEP, HSJ, IEP e CATIM)
22 DEPOIS DO ISEP
» DANIEL CASTANHEIRA – Empreendedor ISEP
12 À CONVERSA COM
24 A NOSSA TECNOLOGIA
» GILT Apoia a Internacionalização das Empresas Portuguesas
26 BREVES
» ISEP participa na Semana da Reabilitação Urbana
» Rede Nicole dá as Boas-Vindas ao ISEP
» ISEP ajuda a Marinha a testar Soluções Robóticas
» Protocolo de Cooperação ISEP – Audatex Portugal
» Museu do ISEP está mais Inclusivo
» Boas Práticas na Integração de Novos Alunos
» V Feira de Emprego e Empreendedorismo
16 DESTAQUE
» Seminários ISEP Sustentável
» Fórum do Mar
» Operations Research in Healthcare: a Survey
» XIV Grande Noite do Fado Académico
» Queres saber o que significa Estudar no ISEP?
» Stone Cladding Engineering
» Empreendedores ISEP: Miguel Gomes Rocha
30 PROVAS DE DOUTORAMENTO
20 INVESTIGAÇÃO À LUPA
EDITORIAL
EDITORIAL
Num panorama nacional que se ressentiu das dificuldades das famílias e da redução das verbas
do Orçamento de Estado que desde 2008 se tem vindo a acentuar, os acessos no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) encontram-se ao nível das melhores instituições de ensino
do país, o que é representativo da notoriedade que esta escola de engenharia possui. Com raras
exceções, todas as licenciaturas ficaram equilibradas no seu preenchimento.
Mas as estatísticas são preocupantes: os dados da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) mostram que o número total de candidatos às universidades e politécnicos passou de quase 60.000,
em 2009, para 53.000 em 2012. As engenharias encontram-se entre as áreas que, a nível nacional,
mais vagas deixaram por preencher, o que obriga a um reforço por parte de governantes, de
professores, de educadores, da mensagem da sua importância para o desenvolvimento do país
e para a formação de um grupo profissional qualificado, que de uma forma geral, tem altas taxas
de empregabilidade. Sob pena de se colocar em causa o futuro e a viabilidade do país. Portugal
precisa, particularmente no momento que atravessa, de tecnologia para aumentar as exportações, nomeadamente de alto valor acrescentado.
Os novos alunos que agora integram a comunidade do ISEP têm uma responsabilidade acrescida. Terão que estar preparados para responder, dentro de poucos anos e em plena recuperação
económica, a um país a precisar de profissionais qualificados e à altura de novos desafios.
Mais do que formar engenheiros, o ISEP forma cidadãos. Ao longo das páginas deste Boletim é
notória a importância que a instituição dá à formação cívica dos seus alunos através das várias
iniciativas que promove. Fomos palco de um alargado debate sobre o Porto. “Que futuro para o
Porto” trouxe ao ISEP os principais candidatos à Câmara Municipal do Porto e acolhemos, nessa
condição, o atual Presidente da Câmara Municipal da cidade, Rui Moreira.
A nossa investigação continua a distinguir-se e a responder às questões prementes da sociedade. Falamos, nesta edição, do Centro de Instrumentação e Metrologia na Saúde (CIMS), que junta
o ISEP, o Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica (CATIM), o Instituto Eletrotécnico Português (IEP) e o Centro Hospitalar de S. João (CHSJ) numa parceria que permitirá reagir à
crescente importância da metrologia, também na área da saúde.
Um dos mais inovadores e distintos projetos de regeneração urbana tem a marca ISEP. Rui Espinheira Quelhas, um dos primeiros engenheiros formado na casa é administrador executivo da
Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), e mantém, até hoje, uma ligação à instituição, contribuindo para a formação de homens e de profissionais.
De destacar, a conversa com Teresa Espassandim, psicóloga desde 2002 e responsável pelo Gabinete de Orientação do ISEP, rosto de um projeto bem-sucedido, que tem como objetivo dar
suporte aos estudantes, desde a primeira hora, ao nível do projeto pessoal e profissional de vida,
passando pelo percurso académico, até à entrada no mercado laboral.
ISEP.BI 18
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FICHA TÉCNICA
PROPRIEDADE ISEP – Instituto Superior de Engenharia do Porto DIREÇÃO João Manuel Simões Rocha
EDIÇÃO ISEP|DCC – Divisão de Cooperação e Comunicação REDAÇÃO Alexandra Trincão, Flávio Ramos & Mediana DESIGN ISEP – DCC – GDM.2013
IMPRESSÃO Ancestra, Indústria Gráfica, Lda. TIRAGEM 1.250 exemplares DEPÓSITO LEGAL 258405/07
CONTACTOS ISEP|DCC – Divisão de Cooperação e Comunicação » Rua Dr. António Bernardino de Almeida, nº 431 | 4200-072 Porto – Tel.: 228 340 500 » Fax.: 228 321 159 » e-mail [email protected]
03
04
A RETER
NOVOS MESTRADOS COM
MARCA DE QUALIDADE
OE+EUR-ACE
PROJETOS DO EPS@ISEP
APRESENTADOS NOS EUA
Depois do mestrado em Engenharia Informática ter recebido a
marca de qualidade europeia EUR-ACE em 2012, a Ordem dos Engenheiros (OE) reconheceu este ano a excelência dos mestrados
de Engenharia Eletrotécnica – Sistemas Elétricos de Energia, Engenharia Química e Engenharia Eletrotécnica e de Computadores .
O EUR-ACE compreende um Quadro de Qualificações Setorial e um
Quadro de Padrões de Avaliação de Qualidade desenvolvido por
14 instituições profissionais e académicas europeias, incluindo a
Ordem dos Engenheiros. No seu seguimento, a OE desenvolveu e
implementou o Sistema de Avaliação de Qualidade de Cursos de Engenharia EUR-ACE, destinado às escolas de engenharia portuguesas.
De acordo com a Ordem, o potencial desta marca diferenciadora
é «claro e imenso», já que serve de «estímulo e referência para o
desenvolvimento de sistemas de garantia de qualidade internos
nas instituições»; reconhece a qualidade e gera confiança (trazendo valor acrescentado à cooperação transnacional); e apoia positivamente a internacionalização dos diplomados, já que atesta a
«capacidade competitiva dos jovens engenheiros portugueses no
quadro do mercado de trabalho Europeu». A marca EUR-ACE representa para a Ordem dos Engenheiros «uma visão de futuro de
qualidade com critérios Europeus»1.
Os estudantes Marcos Moura e Ádám Jenei representaram o ISEP na
2013 CDIO Academy, que decorreu em junho, no campus do MIT –
Massachusetts Institute of Technology, em Cambridge, EUA. A presença serviu para divulgar dois projetos desenvolvidos ao abrigo do
European Project Semester.
O ISEP é uma das 12 escolas europeias que promovem o European
Project Semester (EPS@ISEP). Já na sua terceira edição, o EPS@ISEP é
uma formação especialmente vocacionada para apoiar a formação de
engenheiros interessados em prosseguir carreiras internacionais. Este
curso semestral, lecionado em inglês, reúne equipas multiculturais e
com diferentes áreas de especialização, desafiando-os a desenvolverem projetos de engenharia que resolvam problemas reais.
Na sua primeira edição, em 2011, o EPS@ISEP permitiu desenvolver
O sistema OE+EUR-ACE comprova que um curso garante resultados de aprendizagem em linha com o quadro de qualificações europeu e os padrões EUR-ACE. Deste modo, atesta que uma formação incide no desenvolvimento de competências para a resolução
de problemas técnicos, realização de projetos e desenvolvimento
de atividades de investigação, considerando dimensões de comunicação, liderança e princípios éticos.
soluções de apoio à gestão do centro de dados do ISEP. Em 2012, o sucesso da iniciativa cresceu. Na segunda edição, o curso teve mais estudantes, mais nacionalidades e mais projetos, tendo submetido quatro
desses projetos para apresentação na conferência da Academia CDIO.
Marcos Moura e Ádám Jenei, estudante de origem húngara que veio
para o Porto para frequentar o EPS@ISEP, foram os promotores de dois
dos projetos no MIT.
A Ordem destaca que um curso EUR-ACE se demarca pela metodologia centrada no aluno; por uma globalidade de atividades
académicas orientadas para a prática profissional e estimuladoras
da aprendizagem ao longo da vida; e pelo desenvolvimento das
capacidades de análise crítica e resolução de problemas.
Com este resultado, a qualidade da formação ISEP é novamente
reconhecida a nível nacional e internacional. O Instituto Superior
de Engenharia do Porto é uma das seis instituições nacionais de
ensino superior com cursos acreditados pela EUR-ACE, em linha
com as universidades do Porto, Técnica de Lisboa, de Aveiro, da
Beira Interior e de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Até ao final de 2013 terão sido submetidas mais de dez candidaturas de cursos do ISEP à OE, aguardando-se para breve a decisão relativa à licenciatura em Engenharia Informática – que representaria
a primeira licenciatura com a marca EUR-ACE em Portugal.
«Foi uma experiência espetacular», destacou Marcos Moura, que apresentou um sistema autónomo de monitorização em tempo-real dos
níveis de óleo em contentores. Esta tecnologia é capaz de comunicar
quando deve ser feita a recolha dos óleos usados, oferecendo uma
resposta mais eficiente, económica e amiga do ambiente. Atualmente, Marcos Moura encontra-se a frequentar o mestrado em Engenharia
Eletrotécnica e de Computadores no ISEP.
O segundo projeto foi apresentado por Ádám Jenei e consiste num
sistema de descontaminação de águas usadas para o cultivo de microalgas em ambiente artificial. A resposta desenvolvida permite que
a água seja reutilizável para o mesmo fim (apoiando, por exemplo, os
projetos que o ISEP está a desenvolver para produção de biocombustíveis a partir de microalgas).
Benedita Malheira, coordenadora do EPS@ISEP, destacou a importância
de o ISEP se ter feito representar por estudantes em Massachusetts. São
eles «os atores principais» destes projetos, referiu.
Ainda de acordo com a docente, os resultados da edição desta prima-
1
Sistema de Qualidade da Ordem dos Engenheiros – OE EUR-ACE
+
vera do EPS@ISEP deverão ser apresentados na próxima conferência da
Academia CDIO ou num outro fórum de relevo.
A RETER
MATEMÁTICA
FORA DE PORTAS
ISEP: UMA MARCA
ALÉM-FRONTEIRAS
O Instituto Superior de Engenharia do Porto assume a internacionalização como um eixo estratégico de atuação. Em 2012-2013,
o ISEP acolheu mais de uma centena de estudantes estrangeiros,
oriundos de 24 países e cinco continentes. Para eles e muitos mais,
somos a escola de engenharia de eleição.
A realidade atual torna indispensável que a missão de uma instituição académica se cumpra num quadro de referência internacional.
É neste sentido que a internacionalização do ISEP tem investido
na afirmação e partilha de boas práticas (Prémio Greenlight da
Comissão Europeia e consórcio CDIO); na investigação (onde colaboramos com algumas das principais redes mundiais de conhecimento); e no ensino (com destaque para a crescente atratividade
do ISEP na captação de estudantes estrangeiros, na certificação
EUR-ACE ou no lançamento de programas como o EPS@ISEP).
A Avenida dos Aliados e a Rotunda da Boavista transformaram-se em
salas-de-aula na primavera. Ao longo de dois meses, o ISEP dinamizou
o projeto Matemática Fora de Portas para 800 alunos do 4º ao 11º ano
de escolaridade. Esta iniciativa resultou de uma parceria com a Câmara
Municipal do Porto e esteve enquadrada no programa Porto de Futuro.
Matemática Fora de Portas incidiu no vetor de intervenção “Novos Modelos de Referência” para promover aulas de matemática em espaços
não convencionais e especialmente pensadas para os públicos em
questão. O objetivo era captar o gosto pela disciplina, demonstrando
aplicações concretas da matemática no quotidiano.
Concebidas em função do nível de ensino dos alunos, as aulas nos ex-
-libris portuenses incidiram em dois temas: organização e tratamento
de dados (utilizando o tráfego automóvel da Avenida dos Aliados para
abordar princípios do estudo da estatística); e a geometria no meio envolvente (aplicando estratégias matemáticas para analisar o edifício da
Casa da Música e a sua envolvente).
Esta aproximação entre a matemática ensinada numa sala de aula e a
matemática aplicada à vida real procurou consolidar conceitos matemáticos através do uso de recursos e materiais do dia-a-dia. Os docentes envolvidos incentivaram a capacidade de raciocínio e de resolução
de problemas para motivar os alunos a prosseguirem os estudos em
áreas científicas e tecnológicas.
Esta colaboração do ISEP com a Câmara Municipal do Porto pretendeu
contribuir para transformar experiências de aprendizagem, alargando
oportunidades e perspetivas dos jovens estudantes. Em paralelo, possibilitou uma experiência de aprendizagem num contexto diferente,
quer em termos da envolvência (demonstrando que fora da escola
também se aprendem os conteúdos escolares), quer ao nível do corpo
docente e metodologias.
A máxima desta iniciativa era demonstrar que é possível aprender pelo
prazer de aprender.
«Quanto mais cedo conseguirmos incutir nos jovens estudantes o gosto pela matemática, mais hipóteses teremos de sucesso», indicou o
presidente do ISEP, João Rocha.
No ano letivo que terminou, o ISEP recebeu 100 estudantes em
mobilidade internacional, através do programa Erasmus e de protocolos de cooperação luso-brasileiros, aos quais se juntaram outra
centena de estudantes estrangeiros que optaram pelo ISEP. Entre
as 11 licenciaturas e 11 mestrados, o ISEP é a segunda-casa para
promissores jovens europeus, asiáticos, africanos, norte-americanos e sul-americanos.
Ao receber alunos de Espanha, Irlanda, Reino Unido, Alemanha, Itália, Polónia, Roménia, o ISEP promove o espírito de Europa enquanto casa comum. A sua área de influência estende-se a estudantes
e investigadores dos BRIC, designadamente brasileiros, indianos e
chineses. A aproximação à comunidade lusófona é feita através da
formação de engenheiros oriundos de Angola, Moçambique, Cabo
Verde, São Tomé e Príncipe, Brasil e Timor-Leste. O ISEP também é
a casa de estudantes provenientes de importantes comunidades
portuguesas, recebendo estudantes de França, EUA, Venezuela e
África do Sul. Os laços ibero-americanos são reforçados pelos estudantes brasileiros, bolivianos, equatorianos, venezuelanos e espanhóis que escolhem o ISEP para a realização da sua formação superior. Cabo Verde destaca-se como o país com mais representantes.
Mas o ISEP chega ainda a muitos outros, através da dinamização
da sua Semana Internacional, da participação em programas intensivos, na promoção de visitas de estudo técnicas. A todos, divulgamos a qualidade do ensino superior público português, o
potencial inovador da engenharia nacional e as riquezas singulares
de Portugal. Incutimos a simpatia e o espírito industrioso e criativo
do Porto.
PAÍSES DE ORIGEM DE ESTUDANTES ISEP
Portugal | África do Sul | Alemanha | Angola | Bélgica | Bolívia | Brasil
| Cabo Verde | R. P. China | Equador | Espanha | Estados Unidos da
América | Finlândia | França | Irlanda | Itália | Moçambique | Polónia
| Reino Unido | Roménia | São Tomé e Príncipe | Timor-Leste | Turquia | Ucrânia | Venezuela
Descubra algumas opiniões sobre o ISEP, o Porto e Portugal em:
www.facebook.com/engenhariaISEP/app_201742856511228
05
06
EVENTOS
SIES 2013 8º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE SISTEMAS
EMBEBIDOS INDUSTRIAIS
O Centro de Investigação em Sistemas Embebidos e de Tempo Real (CIS-
esses três dias, os 75 participantes desfrutaram de um ambiente propício
TER) coorganizou o 8º Simpósio Internacional de Sistemas Embebidos In-
à partilha de conhecimento e ao lançamento de parcerias para o futuro.
dustriais (SIES 2013: 8th IEEE International Symposium on Industrial Embedded Systems – www.cister.isep.ipp.pt/sies2013), entre 19 e 21 de junho.
Além dos artigos científicos, o programa contou com três oradores convidados: Rolf Ernst, da Universidade Técnica de Braunschweig, Alema-
O SIES é um evento de uma das maiores associações internacionais de
nha, com uma palestra sobre sistemas e comunicações nos automóveis
profissionais na área da tecnologia, o Institute of Electrical and Electro-
modernos; Michael Paulitsch, da empresa alemã EADS, com uma pales-
nics Engineers (IEEE), e tem-se assumido como uma das principais refe-
tra sobre as plataformas computacionais na área aeroespacial; Chenyang
rências na área dos sistemas embebidos a nível global.
Lu, da Universidade de Washington, em St. Louis, EUA, com uma palestra
sobre as redes sem fios de controlo para sistemas ciberfísicos.
A organização local do evento permitiu trazer ao ISEP investigadores de
topo que, durante três dias, debateram os avanços mais recentes e os
Em paralelo com o SIES, foi também organizado o 1º workshop indus-
desafios futuros que se colocam aos sistemas computacionais embebi-
trial CISTER (www.cister.isep.ipp.pt/ciwork2013), com o objetivo de
dos – área onde o CISTER se tem destacado a nível nacional e interna-
juntar investigadores e representantes da indústria (com foco nacio-
cional desde há mais de uma década.
nal) na área dos sistemas computacionais embebidos, para partilharem
avanços e desenvolvimentos, bem como potenciais aplicações práticas
Além da organização local, vários investigadores do CISTER desempe-
industriais de sistemas embebidos de tempo real.
nharam papéis de realce no simpósio, nomeadamente a cocoordenação global do evento e as responsabilidades sobre a componente finan-
Nesta 1ª edição, que contou com 32 participantes, as seguintes empre-
ceira e sobre a publicação das atas (publicadas pela IEEE).
sas apresentaram a sua perspetiva sobre sistemas embebidos e os desafios e oportunidades com que se deparam: Tomorrow Options, Micro
Ao longo dos três dias de conferência, foram apresentados 26 artigos
I/O, Critical Software, Edisoft, Critical Materials, ISA, Evoleo and Aavanz.
científicos com os mais recentes avanços nas áreas de otimização, plataformas multiprocessador, escalonamento, requisitos, testes, erros, com-
Dado o sucesso desta 1ª edição, prevê-se a sua realização anual como
plexidade, análise temporal e plataformas de sensores sem fios. Durante
plataforma de aproximação entre a indústria e academia.
CONFERÊNCIA SOBRE REMUNERAÇÃO DE
PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
O Laboratório de Engenharia Matemática (LEMA) dinamizou a “Confe-
mentos do Estado às concessionárias são más e os resultados impre-
rência sobre Remuneração de Parcerias Público-Privadas”, no dia 24 de
visíveis». O investigador do LEMA expressou mesmo que, «qualquer
maio. Coorganizada pelo LEMA com a Associação Cívica Transparência
aluno do primeiro ano do ISEP faria melhor».
e Integridade (TIAC), esta primeira conferência enquadra-se no cumprimento da responsabilidade social do ISEP, constituindo mais um passo
Para além das palestras submetidas por investigadores do ISEP, o pro-
na colaboração estabelecida estre estas duas instituições, com o obje-
grama da Conferência incluiu apresentações de peritos convidados,
tivo de contribuir para a transparência da Administração Pública e uma
destacando-se as participações de Avelino de Jesus, docente no Insti-
discussão esclarecida dos seus atos. Este evento serviu também para
tuto Superior de Economia e Gestão e antigo membro da Comissão de
apresentar publicamente um estudo conjunto do LEMA sobre o tema.
Reavaliação das PPP, Mariana Abrantes de Sousa, economista e consultora financeira internacional especializada em PPP, e Carlos Enes, jorna-
«Tratando-se de um tema de enorme complexidade, pretendeu-se
lista da TVI e autor de diversas reportagens de investigação sobre PPP.
criar um fórum de análise e de discussão, permitindo aprofundar, confrontar e divulgar trabalhos recentes sobre Parcerias Público-Privadas,
Tratando-se de um fórum de discussão, foram incluídos no programa
os seus cadernos de encargos, os concursos, os contratos, as revisões
da conferência diversos espaços de debate e análise das comunicações
de contratos, as suas execuções, as taxas de rentabilidade interna, a
apresentadas, de que resultaram intensas trocas de ideias entre investi-
análise de risco e os acordos de reequilíbrio financeiro», como se lê da
gadores e estudantes de mestrado e de doutoramento presentes.
página da conferência www.isep.ipp.pt/rppp.
Além do ISEP e TIAC, este evento contou com colaborações do Centro
O estudo apresentado este ano pelo LEMA e TIAC aponta para um re-
de Matemática da Universidade do Porto, do Centro de Matemática da
sultado prejudicial ao interesse público, no caso das PPP analisadas. De
Universidade do Minho, do Centro de Estatística e Aplicações da Uni-
acordo com José Matos, «as fórmulas utilizadas para calcular os paga-
versidade de Lisboa e da Universidade Lusófona do Porto.
EVENTOS
SEMINÁRIO TéCNICO
OS NOVOS DESAFIOS
DO CÁLCULO
AUTOMÁTICO
NA ENGENHARIA
DE ESTRUTURAS
O ISEP, através do Departamento de Engenharia Civil (DEC), tem apostado numa criteriosa divulgação e contextualização de ferramentas
de cálculo automático de estruturas, em colaboração com parceiros
externos. Para potenciar um conhecimento consolidado das suas reais capacidades e limitações nas diversas áreas de aplicação, o DEC
promoveu o seminário técnico “Os Novos Desafios do Cálculo Automático na Engenharia de Estruturas”, no dia 29 de maio. Este evento
dirigido a profissionais e estudantes de engenharia incidiu nas mais
recentes aplicações de programas de cálculo automático para análise
e dimensionamento de estruturas.
O evento contou com, aproximadamente, 280 participantes, que assistiram a um conjunto de apresentações de oradores ligados a instituições académicas e empresariais de reconhecido mérito.
No caso das empresas e gabinetes de projeto, estiveram representadas nomes como a GEG, Vesam, SE2P, Bysteel, Martifer, EDP-Produção,
Carmo e AFA. As universidades do Porto, Minho e Beira Interior foram
as instituições académicas convidadas.
No total foram realizadas onze apresentações, que cobriram vários
subdomínios relacionados com as estruturas metálicas, estruturas
especiais hidráulicas e ferroviárias, estruturas de madeira e metodologias BIM.
As apresentações incluíram os temas “Conceção e dimensionamento
de estruturas metálicas num edifício singular”; “Aplicação da integração total ao projeto, detalhe e produção de enformados a frio”; “Influência da situação de incêndio na conceção e análise de estruturas
metálicas”; “Interligação de diferentes modelos de cálculo e faseamentos construtivos”; “Modelação numérica de faseamentos construtivos complexos – caso prático da Scotland National Arena”; “Análise estrutural em aproveitamentos hidroelétricos”; “Possibilidades e
desafios do cálculo dinâmico de estruturas ferroviárias”; “Avaliação do
comportamento estrutural de pontes metálicas antigas: os casos da
ponte do Pinhão e da ponte Luiz I”; “Análise estrutural de estruturas
de madeira”; “Modelação e cálculo de estruturas inseridas em projetos
integrados desenvolvidos pela AFAConsult”; “Aplicação em metodologias BIM em projeto de estruturas: possibilidades e desafios”.
No futuro, a organização pretende potenciar novas colaborações,
em particular na organização de eventos técnicos e outras ações de
disseminação do conhecimento, no apoio à formação e consultorias
especializadas, e ainda em colaborações em trabalhos académicos a
serem desenvolvidos por alunos da licenciatura e mestrado do ISEP.
“Os Novos Desafios do Cálculo Automático na Engenharia de Estruturas” (www.isep.ipp.pt/cae2013) foi organizado em parceria com a
Autodesk e teve o apoio das empresas Datech, CPCis, Lusocuanza,
Soft Tools/Siscad e Jans Informática.
07
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EVENTOS
XV EEG
GEOENGENHARIA: UM OLHAR SOBRE O FUTURO
A geotecnia, geoengenharia e geoambiente são áreas em que o ISEP
se tem destacado ao nível da formação, investigação e prestação de
serviços. Esta ciência que incide na exploração sustentável de matérias-primas, obras públicas, preservação do meio ambiente, património e
recursos naturais é lecionada no ISEP num “curso de elite”. A licenciatura e o mestrado foram as primeiras ofertas formativas do seu género
em Portugal, beneficiam de um protocolo de dupla titulação com a
Universidade Politécnica de Madrid e abrem várias oportunidades de
internacionalização. Cumprindo com o forte espírito de equipa que é
alimentado ao longo do curso, o Departamento de Engenharia Geotécnica (DEG) procura fomentar um contacto continuado entre alunos,
antigos alunos e profissionais do setor, promovendo bianualmente um
Encontro de Engenheiros Geotécnicos.
O XV Encontro de Engenheiros Geotécnicos (XV.EEG) foi uma iniciativa
«A exemplo de anos anteriores, e de modo proativo, reuniu o meio aca-
organizada pelos finalistas do curso de Engenharia Geotécnica e Geo-
démico, empresarial e representantes da sociedade civil, para promo-
ambiente no dia 25 de maio. A edição de 2013 esteve subordinada ao
ver a discussão sobre temas de maior atualidade relacionados com a
tema “Geoengenharia: Um Olhar Sobre o Futuro” e reuniu, no Centro
prospeção, exploração e beneficiação de recursos geológicos, as obras
de Congressos do ISEP, estudantes, investigadores, docentes, geopro-
públicas e a respetiva interface com o meio ambiente», acrescentou.
fissionais e empresários do setor extrativo e das obras públicas.
A edição deste ano contou com cerca de 170 participantes, destacanContando com uma ampla participação de diversas gerações de en-
do-se a presença de vários palestrantes convidados de elevada repu-
genheiros geotécnicos, este momento de «agradável confraternização
tação no meio académico, académico-empresarial e empresarial, «que
visou promover uma troca de experiências profissionais, mas também
em muito contribuíram para que o referido evento tivesse sido mais
a identificação de oportunidades e de networking», referiu José Augus-
um marco, na senda da excelência das anteriores edições», destacou
to Fernandes, diretor do DEG.
o diretor do DEG.
EVENTOS
SIMPÓSIO DE METROLOGIA 2013
«Não há exportações sem metrologia. O crescimento do setor expor-
ainda a relevância da metrologia na saúde, com intervenções do Hos-
tador passa por um investimento em competências e profissionais de
pital de São João (HSJ), e contou ainda com participações especiais do
metrologia, capazes de assegurar o cumprimento de critérios de quali-
Instituto Português da Qualidade e do Exército Espanhol.
dade e padronização internacionais». Foi este o mote que inaugurou o
“Simpósio de Metrologia 2013”, promovido pelo ISEP no dia 15 de maio.
Estiveram presentes no simpósio perto de duas centenas de profissionais nacionais e estrangeiros ligados à metrologia, que aproveitaram
Coorganizado pelo ISEP, através do Departamento de Física (DFI), jun-
também para visitar a exposição de soluções empresariais montada no
tamente com o Instituto Eletrotécnico Português (IEP) e o Centro de
Centro de Congressos do ISEP.
Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica (CATIM), o “Simpósio
de Metrologia 2013” pretendeu assinalar o Dia Internacional da Metro-
Esta iniciativa, para além de ser uma oportunidade para enriquecer o
logia e realçar a importância desta ciência no quotidiano.
debate sobre os desafios da medição, serviu ainda para apresentar o
novo grupo de investigação do ISEP, o Centro de Instrumentação e
A metrologia assume-se uma ciência transversal a todas as atividades
Metrologia na Saúde (CIMS), que reforça os laços entre o ISEP, o HSJ,
económicas, desde o comércio à saúde, sendo ainda a responsável
CATIM e IEP.
pela garantia de rigor nos processos produtivos contribuindo de forma
decisiva para qualidade dos produtos que nos rodeiam.
«Com o sucesso alcançado fica a promessa de este simpósio se tornar
um evento anual e de referência na área», projetou António Silveira,
O simpósio começou por realçar a importância destas iniciativas numa
diretor da licenciatura em Engenharia de Instrumentação e Metrologia.
área de atividade vital para a inovação e o desenvolvimento económico. Os temas abordados ao longo do dia focaram áreas associadas
O ISEP leciona a licenciatura e mestrado em Engenharia de Instrumen-
à gestão de equipamentos de monitorização e medição na indústria,
tação e Metrologia, que importam boas práticas do norte da Europa e
com a participação de especialistas da Continental Mabor, Bial, Centro
constituem ofertas formativas ímpares no contexto nacional com ele-
Tecnológico Têxtil e Vestuário (CITEVE) e Unicer. O Simpósio destacou
vados índices de empregabilidade.
09
10
À CONVERSA COM...
“ORIENTAçãO PARA A CARREIRA
E dESENVOlVIMENTO VOCACIONAl
OPERA-SE AO lONGO dA VIdA”
TERESA ESPASSANDIM, RESPONSÁVEL PELO ISEP|GO, O
GABINETE DE ORIENTAÇÃO DO ISEP
ISEP.BI Os números dizem-nos que o desemprego jovem ultrapassa
Teresa Espassandim é psicóloga e exerce no ISEP desde janeiro
os 40 por cento. Os diplomados são mais de 13 por cento. Embora a
de 2002 como responsável pelo Gabinete de Orientação do
engenharia seja uma área que, por norma, escapa a estas estatísticas,
ISEP – o ISEP|GO. Formou-se em Psicologia na Universidade do
como é que consegue preparar e motivar os estudantes para o mer-
Porto; é psicoterapeuta; especializada em Psiquiatria e Saúde
cado de trabalho?
Mental pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
Teresa Espassandim (T.E.) São, de facto, números com um impacto
e tem uma pós-graduação em Juventude: Novos Contextos
tremendo para os jovens e para qualquer pessoa que está a planear
e Intervenções pela Universidade do Porto. É formadora cer-
entrar no ensino superior. Muitos ponderarão que diferença fará o en-
tificada pelo IEFP; membro da direção da RESAPES-AP (Rede
sino superior para o seu sucesso profissional... Claro que as engenha-
de Serviços de Apoio Psicológico no Ensino Superior) e da As-
rias e tecnologias acabam por ser um nicho dentro destes números
sembleia de Representantes da Ordem dos Psicólogos Portu-
avassaladores do nosso mercado, mas a empregabilidade dos nossos
gueses e conta com uma experiência de formação de mais de
diplomados atinge taxas na ordem dos 90 por cento e os estudantes,
3000 horas, na área das softskills.
quando vêm para o ISEP, já têm conhecimento dessa realidade. Já sabem que, investindo nesta formação, têm maior probabilidade de ace-
À CONVERSA COM...
der ao mercado de trabalho e perspetivas de uma carreira profissional
exterior) e as atividades extracurriculares (associativas, desportivas, de
atrativa. Ainda assim, haverá diferenças de área para área dentro da en-
voluntariado...). Os estudantes, quando têm dificuldade em organizar o
genharia e, por isso, o trabalho de motivação constante passa por gerar
seu curriculum vitae, acabam por descobrir nesse processo que muitas
alternativas ao discurso atual da nossa sociedade, ampliando o ques-
das experiências que tiveram no seu percurso académico e de vida, fo-
tionamento sobre o que valerá a pena ou não, não apenas para o cres-
ram promotoras de desenvolvimento, criaram valor e que os diferencia.
cimento do país, mas sobretudo para o projeto individual, assente nos
interesses, valores e aptidões de cada um. Claro que a ideia da “teoria
ISEP.BI E conseguem fazer passar essa mensagem, desde o início do
da utilidade” de uma formação superior face aos níveis de desemprego
percurso académico de um estudante?
está enraizada em alguns setores e, apesar da maior empregabilidade
T.E. Para essa mensagem passar, de forma mais personalizada, temos
dos engenheiros, esse discurso persiste.
também os atendimentos individuais de orientação profissional que
são momentos de coaching psicológico que fazemos ao longo do ano
ISEP.BI O que é feito nessa área?
e em qualquer etapa do percurso académico do estudante. Por exem-
T.E. Ao nível da motivação, passa por um discurso positivo – otimis-
plo: para aqueles que estão a candidatar-se a programas de mobilidade
ta, mas real –, de que os estudantes podem agir para preparar esse
internacional e precisam de elaborar um curriculum vitae nesse con-
seu futuro profissional. É aqui que decorre a nossa ação: no sentido
texto; para os que se candidatam a cursos de mestrado e se confron-
preventivo ao proporcionar contextos intencionais de facilitação do
tam com a necessidade de realizar novas escolhas vocacionais; para
desenvolvimento pessoal, de experimentação de diferentes papéis, de
os estudantes inscritos nas unidades curriculares de projeto /estágio e
“ensaio” da vida real, de (re)construção de projetos de vida para que,
que terão contacto com empresas. Para este último caso, temos uma
no final do seu ciclo de formação, se sintam competitivos e seguros de
proximidade com os departamentos de engenharia informática e de
todas as suas aptidões. O ISEP cumpre um papel preponderante, nesse
engenharia eletrotécnica, que investem bastante nesta etapa de es-
desenvolvimento humano.
tágio. Antes dos estudantes irem estagiar para as empresas, fazemos
uma formação específica com eles, orientada para a simulação de en-
ISEP.BI Desde o primeiro ano?
trevistas profissionais, para a realização de uma análise SWOT pessoal e
T.E. Apostamos na lógica de desenvolvimento pessoal e social, para
para a perspetivação do estágio como oportunidade de exploração vo-
que em qualquer momento do percurso do estudante, desde o primei-
cacional e de crescimento profissional. Depois disso, apoiamos quem
ro ano, seja disponibilizado um programa de formação diversificado
está a preparar a sua integração profissional em engenharia. Os aten-
centrado no desenvolvimento e no treino de competências transver-
dimentos de orientação profissional podem ser mais focados na ajuda
sais – as softskills. Temos uma oferta que versa a liderança e o trabalho
à elaboração de um curriculum vitae personalizado para uma empresa
em equipa, a negociação e gestão de conflitos, a inteligência emocio-
específica, ou podem ser momentos de apoio à tomada de decisão,
nal, a gestão do tempo entre outros. Estamos agora a preparar dois
que inclui, eventualmente, orientação vocacional, para o direciona-
novos cursos de formação: um em assertividade e gestão das relações
mento de trajetórias profissionais e pessoais. A orientação e gestão da
profissionais e outro em competências interculturais para a mobilida-
carreira funcionará ao longo da vida, pois num mundo marcado por
de profissional. Com isto, acreditamos genuinamente que, ao fornecer
mudanças tecnológicas e por ritmos de produção de conhecimento
acelerado as escolhas tendem a ser muito pouco definitivas...
“ ... A EMPREGAbILIDADE DOS NOSSOS
DIPLOMADOS ATINGE TAxAS NA
ORDEM DOS 90 POR cENTO...”
estes espaços de experimentação em grupo, complementares ao plano curricular, promovemos o enriquecimento pessoal e a aquisição de
fatores diferenciadores com mais-valias diretas. Apostamos muito no
desenvolvimento da identidade profissional e na construção de portefólios de competências antes da etapa da transição para o mercado
de trabalho. Depois, temos ações específicas, para estes momentos de
transição. São ações inteiramente adequadas a estudantes finalistas,
recém-mestres ou recém-licenciados. Em contexto de formação e de
grupo, facilita-se o desenvolvimento do marketing pessoal, promove-se o balanço de competências e a reflexão crítica e dotam-se os estudantes de instrumentos de procura ativa de emprego bem como a sua
preparação para processos de recrutamento e seleção, que acabam
por ser modalidades de apoio mais instrumentais, capazes de os preparar com sucesso para entrarem no mercado de trabalho.
ISEP.BI Tornam-se competitivos logo à partida.
T.E. Acreditamos nisso e passamos essa mensagem, expressando-se
em algumas recomendações que fazemos: as experiências profissionais durante o período académico, o investimento em formação complementar, os idiomas, as experiências de mobilidade internacional
(muitos desconhecem que podem fazer a sua tese de mestrado no
11
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À CONVERSA COM...
ISEP.BI E como dão a conhecer aos estudantes estas ferramentas, que
eficazes para o seu marketing pessoal, reveladores da sua produtivida-
não são obrigatórias?
de. Depois, ao longo do tempo, fomos reforçando a oferta formativa
T.E. O calendário académico é cíclico pelo que em cada ano a divulga-
do serviço, sempre com o espírito de “porta aberta”, encorajador de
ção destes recursos e modalidades de ajuda impõe-se. Estando atentos
encontros face-a-face, não obstante a facilitação da comunicação ele-
aos momentos em que os estudantes se encontram e antecipando ne-
trónica para as questões mais pontuais. Não queremos que isto seja
cessidades que daí decorrem, o correio eletrónico, o envolvimento do
sentido como um serviço “formatador” dos estudantes, mas antes que
corpo docente e as próprias atividades para eles dirigidas sensibilizam
este lhes permita dar respostas personalizadas, não tipificadas. Temos
a comunidade discente, tornando-se parte da cultura institucional.
um feedback muito positivo e os números de adesão às diferentes atividades do ISEP|GO também resultam da tomada de consciência dos
ISEP.BI E atividades ‘fora de portas’ e outros contactos com os estu-
estudantes de que é preciso uma atitude mais proativa.
dantes?
T.E. Vamos para a 12.ª edição do ‘Examina o Teu CV’, que é uma ativi-
ISEP.BI Conjuntura, Bolonha. Alguma vez sentiram que teriam de
dade que fazemos no exterior do gabinete. O ISEP|GO vai ao encontro
adaptar as formações?
dos estudantes para num contexto informal onde estes se encontram,
T.E. Apesar de haver já uma longa tradição no ISEP e no politécnico
tenham mais uma modalidade de ajuda. Adicionalmente, gerimos a
em geral de disponibilizar formações muito orientadas para o desen-
bolsa de emprego ISEP, um interface online que junta diplomados e
volvimento de competências profissionais ao fim de três anos e com
empregadores, facilitando a resolução das suas necessidades mais ime-
forte ligação ao tecido empresarial envolvente, Bolonha veio introduzir
diatas de empregabilidade. Temos também uma newsletter mensal
claramente mudanças ao nível do processo de ensino-aprendizagem.
eletrónica, onde abordamos temas que foram identificados pelos pró-
Responsabilizando mais o estudante pelo seu processo formativo mas
prios estudantes, com base num inquérito de necessidades/ interesses.
sublinhando o papel do ensino superior como contexto de aquisição
Desenvolvemos sempre assuntos que se enquadram na realidade aca-
de competências transversais, o ISEP|GO procurou desde sempre estar
démica e de trabalho do futuro profissional de engenharia. Na próxima
a par das necessidades e competências valorizadas pelo mercado de
edição, falaremos, por exemplo, em como o voluntariado pode ser con-
trabalho e oferecer cursos de formação que permitissem aos estudan-
texto de desenvolvimento de competências. Estamos constantemente
tes atualizar as suas aptidões. Com essa realidade, as situações intensi-
e consistentemente a passar a mensagem de que, quanto mais rico
ficaram-se, não se alteraram.
for o perfil dos estudantes, mais diferenciados eles se tornam face à
saudável concorrência do mercado de trabalho.
ISEP.BI E quando falam com os estudantes, apresentam a emigração
como uma opção?
ISEP.BI Quantos estudantes estão nas atividades de integração pro-
T.E. Essa ideia de obrigatoriedade, de falta de alternativa ao ‘têm de
fissional?
ir para fora’ não está no nosso discurso. As engenharias e as tecnolo-
T.E. Dez por cento dos estudantes do ISEP, em 2012, o que representa
gias, apesar de tudo, vivem um panorama diferente de outras áreas
cerca de 680 estudantes. Pelo que percebemos, em 2013 vamos supe-
profissionais, bem mais generoso em termos de oportunidades reais
rar esses números.
de trabalho. Ainda assim, as engenharias não são todas iguais. Veja-se, por exemplo, que futuros profissionais de engenharia informática
ISEP.BI Desde quando apostam nesta iniciativa??
não pensam tanto em sair, por conjuntura. Os que pensam fazem-no
T.E. O gabinete foi criado em setembro de 2001. Arrancou com as ati-
por querer experimentar uma realidade internacional, por desejo de
vidades de promoção de competências da empregabilidade e outras
contactar com outras culturas, por sentir um mundo maior, ou por von-
competências sociais, porque entendemos que era preciso saber apro-
tade em conhecer empresas de outra dimensão. Mas, se falarmos com
ximar o estudante do potencial empregador e dotá-lo de instrumentos
profissionais de engenharia civil, por exemplo, eles verificam que hoje
À CONVERSA COM...
há mais constrangimentos e pensam então em “abrir o compasso” na
sino superior e têm quase a certeza (se é que isso é possível) de que
procura de oportunidades. Mas, inevitavelmente, o desenvolvimento
vão entrar no ISEP, já nos procuram, para conhecer os cantos à casa e
profissional vai ser cada vez mais intercultural, mesmo dentro das nos-
as ferramentas que poderão ter. Não só os estudantes com algumas
sas fronteiras.
condicionantes de saúde, mas também alguns pais, que recorrem ao
serviço para saberem que apoios existem e o que os filhos podem es-
ISEP.BI Quando criam formações, inspiram-se em modelos existentes,
perar do ISEP.
ou baseiam-se em algo que foi criado à medida do ISEP, que tem mais
de 160 anos de história?
ISEP.BI Engenharias e tecnologias é sinal de emprego, na atualidade.
T.E. As formações em competências transversais que construímos têm
T.E. Posso afirmar que essa mensagem passou muito bem para o públi-
por base o que a literatura e a investigação científica na área da in-
co em geral. E isso pode ser bom ou mau, na medida em que pode le-
tervenção psicológica no ensino superior demostram ser eficaz, o que
var os estudantes a fazer escolhas vocacionais que não são inteiramen-
a experiência e as boas práticas de outros serviços de apoio ao estu-
te as deles. Alguém que tem apetência para Física e para Matemática
dante revelam de mais útil. Mas há sempre a adaptação à realidade
e é curioso não vai ter dificuldades em Engenharia. Mas os estudantes
da engenharia e do ISEP, que pode passar pela estrutura, conteúdos e
também procuram o curso superior que lhes dê maiores garantias de
atividades das sessões, até ao horário das mesmas. Analisamos sempre
emprego. Tenho verificado isso, ou seja, as engenharias e tecnologias
o que tem resultado, o que falhou, retiramos conclusões sobre aspetos
enquanto nichos de empregabilidade podem atrair, não necessaria-
que deveriam ser desenvolvidos e temos em conta as sugestões apon-
mente aqueles que têm interesse e aptidão por estas ciências, mas jo-
tadas em edições anteriores, para além de que o trabalho em equipa
vens que, por outras razões, colocam em primeiro lugar o valor saídas
no ISEP|GO também gera estilos diferenciados que assim permitem ir
profissionais acima de qualquer outro. Depois, ao entrarem no curso de
ao encontro dos estudantes. Há um investimento constante na atuali-
ensino superior precisam de tempo para (re)confirmarem este projeto
zação das formações porque são sintonizadas também com a realidade
vocacional... Esta é uma grande questão, pois os estudantes entram
do mercado de trabalho.
no sistema de ensino, avançam de ano para ano, poucas escolas têm
Serviços de Psicologia e Orientação (SPO) – e as que têm estão condi-
ISEP.BI E que ideias e planos têm para 2014?
cionadas a dar resposta a milhares de estudantes dos agrupamentos
T.E. Gostávamos muito de intensificar a nossa colaboração e contacto
escolares e, desta forma, ultrapassam-se momentos fundamentais para
com os estudantes que vão realizar as unidades curriculares de proje-
se explorar possíveis trajetórias profissionais e desconstruir alguns mi-
to/estágio dos diferentes cursos. É uma altura em que eles estão mais
tos. Para a maioria dos estudantes, o ensino superior enquanto contex-
disponíveis para trabalhar as competências de empregabilidade e de
to de maior liberdade e autonomia, possibilita-lhes oportunidades de
refletir sobre a temática da carreira e, por isso, é um momento de fa-
experimentação e confirmação das escolhas que fizeram.
larmos de desenvolvimento profissional. Tudo o que as instituições de
ensino superior procuram é promover o sucesso académico e o desen-
ISEP.BI Daí a importância da orientação vocacional.
volvimento global da pessoa do estudante e se há etapa fundamental
T.E. É uma das modalidades de ajuda que temos. Constitui-se como
é a transição bem-sucedida e eficaz. E esse é o próximo desafio.
um fator de desenvolvimento humano e de redirecionamento de trajetórias académicas e profissionais e não a lógica ‘old school’ de escolha
ISEP.BI São procurados por estudantes do secundário que pretendem
de vocações e de testes psicológicos. Este é um processo que se revela
entrar no ISEP?
em alguns casos como que em formato de “voos de borboleta” e não
T.E. Aqueles que estão muito convictos do que querem estudar no en-
tanto em autoestradas iluminadas de facilidade.
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14
DE FORA CÁ DENTRO
ESPINHEIRA qUELHAS,
ANTIGO ALUNO DO ISEP E
ADMINISTRADOR DA PORTO
VIVO ‒ SOCIEDADE DE
REABILITAÇÃO URBANA
“é IMPORTANTE
qUE O ENSINO
SUPERIOR
SE «CASE»
CONNOSCO”
As portas do ISEP abriram-se para Rui Espinheira Quelhas em 1978, ano
exercício das suas funções: “Estamos a dar novas ferramentas aos jo-
em que inicia o curso de Engenharia Civil. Termina a formação com
vens, que não vão poder trabalhar em construção nova... A menos que
apenas 19 anos de idade, tornando-se num dos mais jovens engenhei-
queiram ir para o Dubai”.
ros daquela instituição. Ao longo do seu percurso profissional, desempenhou diversos cargos, sempre com a engenharia como paixão e o
E a principal lição a reter desta frase é a mudança de paradigma, que o
ISEP como referência. E cerca de 35 anos depois, mantém uma forte
setor da construção enfrenta. “Nós não temos mercado para construir
ligação àquela instituição, não apenas pela vertente sentimental do
novo, exceto nos nichos de mercado. Em massa, a maior parte vai ser
ex-aluno, mas também como administrador executivo da Porto Vivo –
reabilitação. E se temos de mudar de paradigma, é nas escolas que o
Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), projeto que estabeleceu uma
processo deve começar”, avisa Rui Espinheira Quelhas.
parceria com o ISEP.
Os números demonstram que há, em Portugal, cada vez menos consRui Espinheira Quelhas é parte de uma autêntica união de facto – entre
trução de edifícios novos e cada vez mais prédios reabilitados. A taxa
reabilitação urbana e o ISEP – que deve estender-se no tempo e na forma,
média de reabilitação nacional está a crescer e já atinge os 25 por cento
porque as escolas devem estar sempre interligadas com projetos desta
de processos de licenciamento.
dimensão. Rui Espinheira Quelhas quer que a teoria seja permanentemente colocada no terreno, em nome da harmonia das cidades, que se
Quando o projeto Porto Vivo arrancou, em 2004, “existia apenas o con-
perdeu por culpa de erros do passado que agora se tentam corrigir.
ceito da manutenção, mas não havia o conceito de reabilitação”. Nos
últimos anos, houve uma evolução notável e a realidade do Porto é de-
“É importante que o ensino superior se «case» connosco, porque nós
monstradora do que se aprendeu e praticou, em termos de urbanismo:
podemos ensinar, ao nível de mestrados, por exemplo, o outro lado
em 2011, 87% dos processos eram de reabilitação; no ano seguinte,
da reabilitação: o problema do licenciamento, que não se ensina nas
esse número cresceu para 91 pontos percentuais; e no ano em curso,
escolas, o problema relacionado com a alma do edifício, as questões
93% dos processos da cidade inteira.
jurídico-administrativas, que impedem que se corrijam erros. É preciso
ter em conta que, quando o aluno termina um curso, tem apenas con-
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, entre 2001 e 2011,
ceitos genéricos e só o trabalho no terreno fortalece essas ferramentas.
o Porto recuperou 5700 edifícios, o que contrasta, por exemplo, com
Por isso, é importante fornecer-lhes conhecimento que só no terreno
apenas 3800 em Lisboa. Esta diferença é expressiva. Apesar da maior
se adquire”, defende.
dimensão económica da capital, a cidade do Porto conseguiu reabilitar
muito mais edifícios, naquela década.
A Porto Vivo transformou-se ela própria numa escola e Rui Espinheira
Quelhas, através dos protocolos estabelecidos com o ISEP, cede aos
A engenharia e arquitetura são cada vez mais o motivo da visita de es-
estudantes este instrumento que os torna ainda mais capazes, para o
trangeiros: cerca de 90 por cento dos turistas viaja ao Porto para conhe-
DE FORA CÁ DENTRO
cer o património histórico. “Quando iniciámos este processo, tínhamos
1,1 milhões de turistas no Porto, agora estamos em 2,3 milhões. O Porto
mais do que duplicou o turismo, por efeito do aeroporto do Porto, do
rio Douro, mas também pela parte da reabilitação urbana”, assinala. E
estes dados ajudam a compreender a importância dos projetos SRU.
A reabilitação urbana assume-se como fundamental para as cidades,
sendo que o Estado deve continuar a apoiar este projeto. “Quem acha
que o Estado deve sair das SRU engana-se. O país com maior taxa de
reabilitação da Europa é a Alemanha, em resultado da Segunda Guerra
Mundial. E o estado alemão manteve-se nas SRU durante 14 anos. Em
Portugal, o Estado está nas SRU há sete anos. E já vai sair? Seria o fim...
Não acredito nessa tese. Nem os que a defendem acreditam”, salienta
Rui Espinheira Quelhas. Cinco resoluções a favor do Porto Vivo foram
apresentadas na Assembleia. Todas elas defendiam que o Estado deveria manter-se no projeto.
A reabilitação faz-se da forma possível, não no modo ideal. Mas há princípios básicos que Rui Espinheira Quelhas defende. Um desses princípios passa pelo recrutamento nas escolas. “Eu não quero nada com
gente da minha idade. Quero jovens projetistas, arquitetos e engenheiros. Eu tenho de pegar em pessoas que não estão formatadas para o
betão, para o novo, porque isso é a nossa escola. Vamos mudar a agulha e é mais fácil fazê-lo com jovens, logo no início de carreira. Grandes
arquitetos deram cabo da cidade. Não foram os miúdos...”.
“O PDM DO PORTO é úNIcO
E LISbOA vAI cOPIá-LO”
O qUE é A SOcIEDADE DE
REAbILITAçãO URbANA?
A Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense é uma entidade de capitais públicos, que tem como
finalidade a promoção da reabilitação urbana da área correspondente às freguesias da Sé, Miragaia, S. Nicolau, Vitória, Massarelos, Bonfim, Cedofeita e Santo Ildefonso.
Foi constituída no dia de 27 de novembro de 2004, cabendo-lhe
também orientar o processo, elaborar a estratégia de intervenção e atuar como mediador entre proprietários, investidores e
arrendatários. Quando necessário, chama a si as operações de
reabilitação, com os meios legais de que tem ao dispor.
Cumpre a sua missão através da definição de unidades de intervenção, para as quais elabora um documento estratégico
que traduz as opções de reabilitação e revitalização urbana da
unidade em causa.
A Porto Vivo é uma empresa de capitais públicos, do Estado e
da Câmara Municipal do Porto.
“Quando se fala em reabilitação, há, necessariamente, que falar em demolição. Se não existem pessoas, mais vale demolir e fazer um jardim”,
defende o administrador executivo da Porto Vivo, numa alusão aos
PDM de última geração – que Portugal ainda não adotou.
O problema da reabilitação urbana é muito mais administrativo, que
está relacionado com o proprietário, com o inquilino, com o direito,
em prédios que têm dezenas de proprietários: “Os problemas difíceis
de resolver estão ligados à propriedade, porque andamos 100 anos a
fazer asneiras. A reabilitação deve ter leis do património e leis fiscais a
acompanhá-las. Claro que não é fácil corrigir bloqueios sem criar outros
No entanto, Rui Espinheira Quelhas acredita que dentro de alguns anos
essa realidade vai mudar: “Dentro de uma década, vamos avançar para
os PDM de última geração em Portugal, que passarão por começar a
definir áreas de demolição. A construção maciça deste país vai cair, porque é a pior construção que se fez”.
problemas sociais”, diz Espinheira Quelhas.
A lei do património “continua a ser obsoleta”, porque “a propriedade
continua a ser vista como um direito e não uma obrigação”. Depois, há
questões constitucionais. “O verdadeiro problema são os proprietários,
não os inquilinos. O segundo problema que tenho é a lei do património. Depois, temos o código das expropriações, de meados da década
de 60...”, assinala.
O Porto tem sido um exemplo de boas práticas. Os Censos 2001 diziam
que na cidade Invicta havia, naquele ano, 18 mil edifícios em estado de
ruína – o que não se verificava em Lisboa, onde existia uma dinâmica
económica diferente. O Porto, como segunda cidade do país, tinha “um
problema desastroso”. O Plano Diretor Municipal (PDM) era “centrífugo” e afastava as pessoas do centro para a periferia, o que, associado ao
congelamento das rendas, obrigava à tomada de medidas.
Em 2006, a cidade Invicta apresenta o primeiro plano concêntrico. “O
PDM do Porto é único e Lisboa vai copiá-lo. É um PDM inteligente, ao
contrário do passado, em que se pensava apenas no aumento da capacidade construtiva”, realça Rui Espinheira Quelhas.
E Portugal vai caminhar no sentido dos Planos Diretores de última geração, como se verificam, por exemplo, em Oslo, onde só é permitida a
construção de um prédio se não houver nenhum outro para reabilitar.
cURRÍcULO
Rui Ferreira Espinheira Quelhas tem 54 anos e é formado em
Engenharia Civil pelo ISEP. É administrador executivo da Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto desde 2004. Foi diretor na
Portugal Telecom (1991-1994) e delegado regional do norte do
Instituto do Emprego e Formação Profissional (1994-1995). Faz
também parte do Conselho Estratégico da Portugal Telecom,
desde 2002, e foi chefe de gabinete do Presidente da Câmara do
Porto, entre 2002 e 2004. Cumpriu três mandatos como membro do Conselho de Administração da agência para a modernização do Porto (APOR), entre 2003 e 2009.
Esteve na comissão de constituição da Sociedade de Reabilitação
Urbana do Porto, a primeira em Portugal. E foi um dos autores
da primeira legislação urbana, que foi feita na cidade do Porto.
Rui Espinheira Quelhas dá aulas na Universidade Católica, num
curso de gestão, e tem ainda ligação a alguns movimentos cívicos,
como vice-presidente da Associação de Amizade Portugal-Guiné
Bissau e da Associação de Amizade Portugal-Moçambique.
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DESTAQUE
MANUEl PIzARRO
RUI MOREIRA
O Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) promoveu o ciclo
José Soeiro, do Bloco de Esquerda, apresentou neste debate o tema
de conferências “Que futuro para o Porto?”, com quatro dos principais
do emprego e das políticas para a juventude, tendo como convidados
candidatos à Câmara Municipal, que aceitaram o desafio de debater
Jorge Pinho, das Indústrias Criativas da Região Norte, e Rita Mota Sou-
o futuro da cidade Invicta. Manuel Pizarro, do Partido Socialista, Rui
sa, Magistrada do Ministério Público. A última conferência, protagoni-
Moreira, independente, José Soeiro, do Bloco de Esquerda, e Pedro
zada por Pedro Carvalho, candidato da CDU, teve como tema central
Carvalho, candidato da Coligação Democrática Unitária, esgrimiram
a cultura e o ordenamento territorial e como convidados o geógrafo
argumentos, numa discussão ampla, que contou a moderação do pre-
Rio Fernandes, professor Catedrático no Departamento de Geografia
sidente do ISEP, João Rocha, e de convidados selecionados consoante
da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e o jornalista David
os temas, perante uma plateia participativa.
Pontes, da agência Lusa.
A iniciativa decorreu em maio e junho, no Auditório Magno, inserindo-
A abertura de cada um das sessões foi feita por João Rocha, que apre-
-se nas comemorações dos 160 anos do ISEP. Os debates foram divi-
sentou alguns números mais recentes da instituição, salientando que
didos por quatro conferências, sendo que cada candidato teve a par-
o “ISEP é desde 1852 uma referência académica portuense, com diplo-
ticipação de dois convidados, de diferentes áreas da sociedade, para
mados espalhados pelos quatro cantos do mundo, com uma taxa de
debater diversas questões ligadas ao futuro da cidade do Porto.
empregabilidade, ao fim de seis meses, de 98 por cento”.
O socialista Manuel Pizarro esgrimiu argumentos sobre investigação
Estava lançado o mote para o debate, com Manuel Pizarro a abordar
científica, apoio ao emprego e empreendedorismo com Pedro Pinto,
a importância das instituições e a apresentar os números críticos da
do Centro Empresarial Lionesa, e com José Manuel Mendonça, do Ins-
crise na cidade do Porto. “Cerca de 20 por cento de desemprego, 14 mil
tituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (INESC).
habitantes vivem com Rendimento Social de Inserção e 55 mil habitantes têm mais de 65 anos”, destacou Pizarro, que, no entanto, ressalvou
O independente Rui Moreira, com a presença de Francisco Maria Balse-
como aspeto “muito positivo” a “paixão dos portuenses pela cidade”.
mão, presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE)
e com a do provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP),
Honrado pelo convite para estar presente numa instituição que consi-
António Tavares, trouxe a debate a coesão social, a promoção econó-
dera “umas das melhores escolas de engenharia a nível nacional”, Ma-
mica e a captação de investimento para a cidade
nuel Pizarro destacou os emblemas da cidade, como a Fundação de
DESTAQUE
jOSé SOEIRO
PEdRO CARVAlhO
CANDIDATOS À CÂMARA MUNICIPAL
APRESENTARAM PROPOSTAS PARA
RECUPERAR PERDAS DA CIDADE
Serralves, a Casa da Música, o Teatro Nacional de São João, o Aeroporto
futuro, dado o cenário de crise “nacional e internacional”.
do Porto e o Porto de Leixões, sem deixar de referir a importância de
instituições como a Universidade do Porto e o Instituto Politécnico do
“A coesão social é o primeiro vetor da nossa candidatura”, sublinha Rui
Porto, juntamente com os centros de investigação, nas quais se for-
Moreira, que vê as “pessoas no limiar da pobreza” e “incapazes supe-
mam, segundo o candidato, “a maior riqueza do presente”.
rar as adversidades”. Neste contexto de “uma sociedade que deixou
de acreditar”, nem as IPPS têm capacidade de resposta. Rui Moreira
A prioridade da candidatura de Pizarro assenta no apoio à economia e
promete afrontar as “situações de pobreza absoluta” e, por outro lado,
ao desenvolvimento de políticas ativas de emprego, assumindo o pa-
“alterar os recursos da cidade”. É apologista de um trabalho em rede,
pel decisivo que a Câmara Municipal deve ter no apoio às ambições
que envolva Misericórdias, para que os recursos possam chegar aos
das gentes do Porto e das suas instituições.
cidadãos. “Não pode haver cidades em carência absoluta. Temos de
recorrer às instituições que estão no terreno e para conseguir chegar
Alterando o patamar político que se verificou na cidade nos últimos
aos cidadãos e suprir as suas necessidades”, enfatizou Rui Moreira.
anos, Pizarro acredita que é possível dinamizar a economia e o emprego através do conhecimento e da investigação, para os quais as insti-
Melhorar as acessibilidades, “fomentar o empreendedorismo”, cativar
tuições académicas são fundamentais.
centros de pesquisa, “encontrar uma rede de investimento” e chamar
empresários para o Porto são também prioridades do agora presidente
A reabilitação urbana foi um tema transversal e recorrente em todas as
da Câmara Municipal do Porto.
conferências, assim como a internacionalização da economia a partir
da cidade. “O Porto deve assumir a liderança de uma dimensão regio-
“O Porto tem de impor, exigir, e não pode ser uma cidade marcada pela
nal, caso não seja possível agrupar vontades da maioria eleita”, defende
perda de centros de decisão. Tem de ser uma urbe com capacidade de
Pizarro, que privilegia a “procura de outras formas de cooperação com
decisão, com impacto na atividade económica. Tem de ser uma cidade
outras cidades ou países”.
mais competente, mais atenta, capaz de olhar a realidade social, prestar
atenção as associações sociais”.
Rui Moreira, candidato independente à liderança do município do Porto, apontou as questões sociais como sendo prioritárias no seu projeto
Também a questão da mobilidade preocupa Rui Moreira, que adivinha
para a Invicta. Rui Moreira vê as pessoas “preocupadas” em relação ao
pouco ou nenhum investimento na rede de Metro, nos próximos anos.
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DESTAQUE
INVESTIGAçãO CIENTíFICA,
APOIO AO EMPREGO
E EMPREENdEdORISMO
Manuel Pizarro, Pedro Pinto e José Manuel Mendonça
A COESãO
SOCIAl,
A PROMOçãO
ECONóMICA E A
CAPTAçãO dE
INVESTIMENTO
Rui Moreira, António Tavares
e Francisco Maria Balsemão
EMPREGO
E POlíTICAS
PARA A
jUVENTUdE
José Soeiro, Rita Mota Sousa
e Jorge Pinho
CUlTURA E ORdENAMENTO
dO TERRITóRIO
Pedro Carvalho, Rio Fernandes e David Pontes
DESTAQUE
Mas Rui Moreira não se limita a olhar o interior das fronteiras portuenses
e lamenta que as autoestradas outrora gratuitas tenham, agora, custos
para o utizador. “Verificou-se uma política estúpida de portajar as auto-estradas”, acusa. Medidas como esta provocaram constrangimentos
que limitam, caso não sejam contrariados, o desenvolvimento da cidade.
Igualmente preocupado com o futuro do Porto, José Soeiro, candidato
do Bloco de Esquerda, começou por abordar a perda de população na
cidade. “Mais de 20 mil pessoas abandonaram a cidade”, realçou, lançando o mote para uma visão crítica. José Soeiro nota um “empobrecimento social” e considera que a autarquia está “de costas voltadas para
as instituições importantes” da cidade. “A autarquia não tem revelado
respeito por essas instituições”, lamenta.
Apesar de tudo, José Soeiro considera que há no Porto pessoas “capazes de resistir” perante as adversidades, pessoas “que não desistiram” e
que apresentam “grande potencial para apresentar projetos autárquicos. “A cidade mobiliza-se”, diz, com confiança.
Fazendo um sublinhado pelo “sentimento de orgulho na cidade”, o
candidato do Bloco espera que sejam tomadas algumas medidas –
todas elas parte do seu projeto autárquico –, como “redes de solidariedade” que garantam “proteção social” e um ambicioso projeto que
permita “reinventar a cidade”.
“É preciso virar a crise ao contrário. Fazer um investimento na formação
e no trabalho qualificado. Estas medidas ajudam-nos a reduzir desigualdade”, defendeu.
José Soeiro quer também uma “defesa intransigente do ensino supe-
NÚMEROS POSITIVOS, EM CENÁRIO
DE ADVERSIDADE
de problemas de ação escolar”, sustenta o candidato.
MAIS ALUNOS NO ISEP
E ALTA PERcENTAGEM DE
EMPREGAbILIDADE
O projeto de Pedro Carvalho, da CDU, privilegia também a correção
O presidente do ISEP, João Rocha, enunciou que “nos últimos
de problemas relacionados com a “desertificação da cidade”, bem evi-
seis anos, o financiamento do estado ao ISEP reduziu-se em
dente num número: a perda de “64 por cento de população, no centro
50 por cento e o financiamento por receitas próprias passou
histórico”. Este é o resultado do que o candidato considera ser “uma
de 18 para 46 por cento. A despesa com pessoal reduziu-se 17
falta de estratégia municipal”.
pontos percentuais e o pagamento de encargos sociais (CGA,
rior”. “Vemos estudantes a abandonar estudos superiores, porque não
têm condições económicas. Estudantes que perderam bolsa quando a
mesma era mais necessária. A autarquia pode envolver-se na resolução
Segurança Social e ADSE) passou de zero para quatro milhões
Deste modo, salienta, é urgente um investimento que inverta “a fuga
de euros.”
da classe média para a periferia” e a “desertificação do centro histórico”.
Num cenário de maior adversidade para o Ensino Superior,
“O Porto adotou um modelo de desenvolvimento errado e é preciso in-
existem números bastante positivos para o ISEP, sendo que o
verter este modelo no espaço de uma década”, defendeu o candidato
presidente destaca “o crescimento do número de alunos de
da CDU, que acredita numa cidade com “enorme potencial”.
5700 para 6750 e por consequência, a redução de custo por
aluno, de 3600 para 2600 euros”, e como fator mais relevante
Pedro Carvalho considera que são necessárias também políticas locais
da importância da formação no Instituto, “o percentual de em-
de emprego para que o Porto não perca os técnicos que as suas uni-
pregabilidade dos alunos de cerca de 98 por cento”.
versidades formam. “A cidade perde cinco postos de trabalho por dia.
Produzimos técnicos para todo o país, mas não os aproveitamos”, des-
João Rocha destacou também o “número de projetos ativos
taca o candidato.
que cresceu 107 por cento, e o número de investigadores que
teve um aumento de cerca de 130 por cento”. Ainda a realçar, o
Na área da cultura, Pedro Carvalho assinala outras falhas que urge cor-
investimento à investigação, com “crescimento de 152 por cen-
rigir: “Deixámos de ter cultura, concessionando a privados a exploração
to, mas proveniente maioritariamente de fontes não nacionais”.
dos espaços culturais. A Câmara precisa ter produção cultural autónoma no Teatro São João e no TECA. Acresce que a autarquia apenas de-
O presidente do ISEP congratula-se com a missão desta ins-
dica um por cento do seu orçamento para a Cultura”.
tituição, nas áreas da “formação e partilha de conhecimento,
privilegiando a inovação tecnológica e o empreendedorismo
“Queremos uma cidade viva, que seja um ponto de entrada para região
demarcada do Douro. O Porto tem futuro”, rematou Pedro Carvalho.
para a criação de valor e diferenciação”.
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INVESTIGAÇÃO À LUPA
CENTRO DE INSTRUMENTAÇÃO E METROLOGIA NA SAÚDE
DESBRAVA FRONTEIRAS DO ISEP, CATIM, IEP E CHSJ
dA UNIãO FAR-SE-Á FORçA
O Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), o Centro de Apoio
Uma vertente importante nesta parceria é a redução de custos em to-
Tecnológico à Indústria Metalomecânica (CATIM), o Instituto Electro-
das as entidades envolvidas, sem a perda do rigor exigido – pelo con-
técnico Português (IEP) e o Centro Hospitalar de S. João (CHSJ) esta-
trário, procurar-se-á um reforço desse pilar da ciência. “A Metrologia é
beleceram uma parceria que resultou no Centro de Instrumentação e
uma atividade transversal a todas as atividades económicas, à segu-
Metrologia na Saúde (CIMS), capaz de agregar sinergias, dar uma res-
rança, à saúde, à investigação científica, entre outras. Queremos, com
posta eficaz às solicitações nesta área e suscitar o reconhecimento de
este Centro, assegurar o rigor exigido na área da saúde, permitindo,
futuros parceiros.
em simultâneo, um poupança que prevemos muito grande às instituições”, destaca António Silveira, responsável do ISEP e um dos mentores
Este novo centro permitirá reagir à crescente importância da metrolo-
do projeto.
gia, também na área da saúde. Por outro lado, o CIMS abre caminho a
uma fiabilidade acreditada, quer ao nível dos equipamentos, quer no
A aposta na investigação e em novos métodos de calibração será ainda
que concerne aos procedimentos a adotar.
mais competente, mas com menos despesa por parte das entidades
hospitalares. O CIMS quer afirmar-se como um centro de competências
Dada a capacidade reconhecida das entidades envolvidas neste projeto,
de referência, sobretudo no campo da instrumentação e metrologia
bem como as elevadas competências complementares na metrologia, é
voltadas para Equipamentos de Monitorização e Medição (EMM) médi-
possível antever o sucesso de um projeto bem pensado, que reúne co-
cos e outros da eletromedicina.
nhecimento, competência, instrumentos e uma cooperação estratégica.
Assente numa estrutura leve, apesar do aglomerado de diversas insEssa cooperação tornava-se essencial, numa área onde a excelência
tituições e entidades, complementará competências e aptidões, nas
teria, necessariamente, de partilhar ferramentas, em torno de um ob-
áreas da metrologia, engenharia e área hospitalar. Num quadro de
jetivo comum, desde o ensino à investigação, até à implementação,
exigências crescentes, tornou-se necessário partilhar experiências e
no terreno, das medidas necessárias. A colaboração entre parceiros
conhecimentos, para fortalecer uma massa crítica que, isoladamente,
será feita sob o modo de assessoria mútua, intercâmbio de especia-
não chegaria tão longe.
listas e técnicos, prestação de serviços em diferentes áreas, cooperação em projetos de investigação (nacionais e internacionais), entre
Este Centro tem diversos projetos e iniciativas previstos, com o fim su-
outras ações.
premo de melhorar práticas e condições de trabalho, no cumprimento
INVESTIGAÇÃO À LUPA
das metas estabelecidas. E essas metas foram conhecidas no protocolo
estabelecido, que definiu linhas orientadoras, missão, estrutura e o modelo jurídico do CIMS, assim como os estatutos pelos quais este Centro
se irá reger.
Assim, caberá ao CIMS “coordenar, promover e desenvolver conhecimento científico no domínio da instrumentação e metrologia da
saúde”, “promover a disseminação de resultados de projetos e estudos junto da comunidade”, “prestar serviços tecnológicos avançados,
“apoiar e desenvolver ações de formação pós-graduada e especializada
na área da metrologia na saúde”, “colaborar com outras entidades nacionais e internacionais e no “esforço nacional de disponibilização de
meios de calibração para os instrumentos de medição utilizados nas
diversas Unidades de Serviços Hospitalares”.
A área de intervenção deste Centro focar-se-á “exclusivamente” no
campo da instrumentação e metrologia na Saúde, sendo que o CIMS
“não fará concorrência comercial às atividades de cada um dos sócios-fundadores”. Pelo contrário, fortalecerá cada um deles, ao possibilitar
a realização de projetos e trabalhos que estejam para além da capacidade ou competência de um dos associados.
O Centro assentará em três pilares de intervenção, que passam por um
grupo de investigação e desenvolvimento (I&D), por uma academia de
formação e por laboratórios de metrologia.
Relativamente ao grupo de investigação, vai ser gerido por docentes e
investigadores do ISEP, contando com especialistas dos restantes parceiros (IEP, CHSJ e CATIM), nas diversas áreas científicas. No desenvolvimento do grupo, dos projetos de I&D e na angariação de projetos e serviços de consultadoria no domínio da metrologia na saúde, espera-se
uma intervenção ativa de todos os parceiros, sempre que se verifique
uma limitação de competências de cada um dos parceiros.
Já a academia de formação tem como meta a realização de ações de
Por seu turno, os laboratórios de metrologia – terceiro pilar deste pro-
formação avançada. Na agenda desta academia, estará a promoção e
jeto – têm como finalidade realizar calibrações e ensaios médicos, em
organização de seminários, workshops e conferências, cujas atividades
diferentes campos, desde suporte de vida, eletromedicina, meios com-
letivas teóricas devem ocorrer no ISEP, enquanto as componentes prá-
plementares de diagnóstico e análises.
ticas serão realizadas nos laboratórios parceiros do IEP, HSJ e CATIM,
sempre que possível.
Relativamente ao financiamento, estão previstas diversas ações que
permitirão angariar receitas. Desde logo, o produto das contribuições
dos associados. Também o desenvolvimento e execução de projetos de I&D financiados por entidades terceiras (ou pelos associados
fundadores) gerarão receita, a ser aplicada neste projeto. Acrescem
os serviços de consultadoria, assim como a realização de seminários,
workshops, conferências ou outras iniciativas, que permitirão adicionar
receita. É expectável que uma iniciativa com esta dimensão suscite, por
outro lado, donativos e outros benefícios, que serão investidos nesta
cooperação.
Dentro da área da gestão do CIMS, é constituída uma direção executiva,
formada por quatro elementos em representação dos quatro parceiros.
Da abstração de uma ideia partiu-se para a definição de um projeto
muito concreto, que promete eliminar barreiras físicas e humanas,
abrindo caminho a uma troca de conhecimento e recursos.
O Centro de Instrumentação e Metrologia na Saúde não é um ponto de
chegada, mas a criação de uma ponte para o reforço de parcerias, de
cooperação, de forma cada vez mais intensa. As entidades envolvidas
estão cientes desta realidade e criam elos para uma atuação conjunta.
Da força fez-se união e da união far-se-á força.
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DEPOIS DO ISEP
“ENGENhARIA
ABRE UM lEqUE dE
OPORTUNIdAdES
MUITO FlEXíVEl
EM TEMPOS dE
CRISE”
DIPLOMADO DO ISEP
qUE SE TRANSFORMOU
NUM EMPREENDEDOR
De que serve um curso de engenharia civil, num momento de con-
A engenharia apresenta a componente prática, mas também uma
tração económica, onde não há investimento? Daniel Castanheira, ex-
componente teórica muito forte. As duas vertentes “complementam-
-aluno do ISEP, dá a resposta, não no sentido teórico, mas contando a
-se, o que constitui uma vantagem”. Acresce que “engenharia será
sua história, a história de um engenheiro civil que recolheu, no ISEP,
sempre necessária”, desde a informática à mecânica, passando pela
as ferramentas necessárias para as aplicar noutras áreas de negócio,
civil, sendo que nenhum ciclo negativo contraria esta verdade. “Não
com sucesso. Aos 30 anos, Daniel Castanheira é um bom exemplo
acredito que, dentro dos próximos 20 anos, não seja necessário cons-
que espelha os benefícios de um curso de engenharia, mesmo que
truir-se uma ponte...”, diz Daniel Castanheira, dando como exemplo a
os percursos académico e profissional nem sempre coincidam. Este
engenharia civil que, fruto da queda do investimento, não tem apre-
engenheiro civil recolheu no ISEP diversas ferramentas que lhe per-
sentado as mesmas oportunidades que, por exemplo, a área infor-
mitiram estar apto a ter uma atividade profissional mais abrangente,
mática. E mesmo que a crise económica provoque uma saturação,
por opção, que não passasse pela engenharia civil.
abrem-se portas no estrangeiro, para os engenheiros portugueses,
não na lógica da emigração como solução, mas como observação do
Entre 2001 e 2006, concluiu o curso no ISEP, fortalecendo as suas apti-
mercado de uma forma global. “Há muitos engenheiros ex-alunos do
dões desde então. Hoje, Daniel Castanheira é um empreendedor, que
ISEP a encontrar oportunidades fora de Portugal, graças ao facto dos
desenvolve um projeto inovador, que até pode estabelecer pontes
seus cursos serem reconhecidos no estrangeiro”, assinala.
com a engenharia civil – não por ironia do destino, mas porque a
engenharia está presente em diversas áreas de negócio. Nesse sen-
As engenharias estão em crescimento, “além de que, quando vemos a
tido, não é difícil perceber mais-valias de um curso de engenharia.
alta empregabilidade do curso, poderemos não perceber que as pes-
“Engenharia tem muitas vantagens. Destaca-se o enorme leque de
soas formadas em engenharia podem estar a exercer noutras áreas”,
oportunidades: já vi anúncios de emprego onde pedem engenheiros
porque este curso tem uma abrangência enorme, quando se compara
para áreas completamente distintas como a banca, ou área de gestão.
com outros que implicam componentes fortes como o conhecimento
O curso é mais técnico do que teórico e permite-nos bases que abrem
da língua. “Noutra profissão, é muito complicado ‘saltar fora’ e pro-
inúmeras portas”, realça Daniel Castanheira.
curar emprego alternativo qualificado”, sustenta Daniel Castanheira.
DEPOIS DO ISEP
Durante o seu processo de formação no ISEP, Daniel Castanheira sen-
acesso à habitação de arrendamento de curta duração, criando pon-
tiu um aumento de conhecimento e de aptidão logo desde o pri-
tes entre proprietários e estudantes. E através de uma solução para
meiro ano. “Lembro-me de ter cadeiras, durante o primeiro ano, de
um problema foi detetada a necessidade de requalificação de muitos
Matemática, Física, Química, Informática, uma cadeira de Desenho...
apartamentos na cidade do Porto. “A plataforma tem a componente
Ou seja, o primeiro ano é muito distinto e prepara-nos, dá-nos ferra-
dos proprietários e dos alunos. Mas, verificámos que existem muitos
mentas para várias áreas diferentes. Depois, vamos evoluindo no cur-
prédios antigos na baixa portuense que necessitam, porventura, de
so e quando chegamos ao terceiro ano temos a opção de escolher.
ser reabilitados. E a partir daqui começam a traçar-se parcerias com
Já nos conhecemos melhor – quando temos 18 anos e começamos o
projetos distintos, que se aproximam da minha área de formação. Ou
curso, somos muito jovens e podemos não tomar a melhor decisão,
seja, não trabalhando na minha área, diretamente, existem conheci-
correndo o risco de nos arrepender. Assim, ao final do terceiro ano,
mentos que poderão ser aproveitados”, refere este ex-aluno do ISEP.
estamos mais preparados para decidir. Acabei por seguir Infraestruturas e Ambiente, mas tinha outras opções. Engenharia permite-nos
O Porto Rooms tem sido bem acolhido pelos estudantes. Era destina-
isso”, resume.
do para estrangeiros, mas os portugueses também começaram a retirar benefícios do seu uso. “Temos recebido uma quantidade imensa
O ISEP tem outro aspeto “muito positivo”, que facilita o percurso aca-
de estudantes, ao longo deste ano. Foram mais de 500 alunos que
démico e orienta os estudantes: “No meu caso, no primeiro ano, eu
nos enviaram pedidos de quartos”, refere Daniel Castanheira. E mais
não sabia que engenharia tirar. E o ISEP dá essa possibilidade de as
uma vez a sua formação académica foi essencial para cooperar neste
pessoas mudarem de um curso engenharia para outro. No primeiro
projeto, já que quando este ex-aluno do ISEP esteve no estrangeiro,
ano, existem muitas cadeiras similares entre os cursos e o ISEP faculta
notou dificuldades em encontrar alojamento, sobretudo destinado
essa ferramenta, que é útil para pessoas que tenham dúvidas ou que
a estudantes. “Alugar um quarto ou apartamento durante um longo
reconheçam que deveriam seguir outro caminho”. Por outro lado, “o
período de tempo é relativamente fácil. Mas em períodos mais curtos,
acompanhamento ao estudante feito pelo ISEP é muito importante”.
o mesmo não sucede”, explica.
A componente prática do curso permite, por outro lado, “chegar ao
O problema da língua também se coloca, quando é necessário esta-
mercado de trabalho” durante a formação, ainda que este mercado
belecer um contacto entre um proprietário e um estudante de outro
esteja em constante evolução. Nesse sentido, os alunos têm um papel
país. E esta é uma das bases do projeto: tentar encontrar uma solu-
fundamental a cumprir: “Não saímos do ensino superior a saber tudo
ção para os obstáculos levantados pelas barreiras linguísticas. O Porto
sobre engenharia. É preciso ter consciência dessa realidade quando
Rooms distingue-se também por uma abordagem diferente, apenas
iniciamos a nossa vida profissional. E os cinco anos de um curso ser-
na cidade do Porto, para já. “Ser específico permite acrescentar valor”,
vem-nos para obter ferramentas que, mais tarde, serão muito úteis.
justifica Daniel Castanheira, destacando, no entanto, que o mercado
Os alunos devem ir aproximando-se do mercado de trabalho”.
do arrendamento estudantil no Porto já é, por si só, de grande dimensão.
Este ex-aluno do ISEP recorda o seu passado no instituto e destaca
os aspetos positivos. “O meu curso trouxe-me mais-valias, trouxe-me
segurança, na eventualidade de eu necessitar de entrar noutras áreas.
A parte do empreendedorismo nasce porque – passando por experiências que um curso nos dá, ao colher diversos tipos de conhecimen-
“ESTUDAR SERá SEMPRE UM bOM
INvESTIMENTO”
to –, ganhamos noção de que não temos de estar obrigatoriamente
restritos ao nosso curso”, salienta.
Palavra de um ex-estudante: um país em crise não pode ser argumento para travar um processo de formação. “É lamentável ouvir dizer que o país está em crise e que, por isso, não se vai encontrar um
PORTO ROOMS: UM PROjETO DE
SERvIçOS cOM UMA PONTE PARA A
ENGENhARIA
emprego que torne rentável um investimento no ensino superior. E
esta mensagem é enfatizada. Depois da crise ser superada, as portas
do mercado laboral vão reabrir-se de novo e um curso superior será
sempre uma mais-valia. Um curso superior dá-nos destreza e faz-nos
perceber que podemos melhorar constantemente o nosso percurso
educacional. Nós obrigamo-nos a criar hábitos, a gerir o tempo, e a
Daniel Castanheira saiu do ISEP e entrou no mercado de trabalho com
superar-nos constantemente quando vamos para o ensino superior”,
consciência de que iria encontrar uma realidade difícil, mas detinha
defende Daniel Castanheira.
aptidões que lhe abririam portas. Trabalhou em diversas áreas, até
que desenvolve um projeto arrojado, na área do alojamento.
O percurso académico até ao final do secundário é naturalmente importante – não apenas porque abre as portas para o ensino superior,
Neste momento, está em curso uma candidatura para um projeto
no qual o estudante “toma consciência de que tem de adaptar-se”. E
que engloba três pessoas, cujas aptidões se complementam, a sOarq
isso “será importante no mercado de trabalho”, onde o profissional é
- architecture arts academy através do programa passaporte para o
por vezes obrigado a fazer algo de que gosta menos. “Quando saímos
empreendedorismo. Envolve arquitetura, informática e marketing,
do 12.º ano e entramos no ensino superior, a diferença de exigência
mas um engenheiro civil dá-lhe força. A par do sOarq está ainda en-
é notável. Ou seja, escolhemos, mas desconhecemos grande parte
volvido noutro projeto de empreendedorismo desde o início do ano,
do curso que vamos tirar. E quando enfrentamos uma nova profissão,
o Porto Rooms. Entretanto, não sendo vocacionado para engenharia,
sucede o mesmo. E um curso dá-nos esta aprendizagem, antes de
estes projetos podem criar pontes, dentro da área da reabilitação ur-
nos tornarmos profissionais. Por isso, mesmo em situação de crise,
bana. Esse projeto chama-se “Porto Rooms” e é uma plataforma on-
é importante manter a aposta no ensino superior e evitar descrença,
line direcionada para estudantes estrangeiros. O objetivo é facilitar o
desmotivação. Estudar será sempre um bom investimento”, refere.
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24
A NOSSA TECNOLOGIA
jOGO ENSINA GESTORES
A CONqUISTAR MERCAdOS
CARLOS VAZ DE CARVALHO, DIRETOR DO GILT,
EXPLICA PROJETO qUE PROMOVE A APRENDIZAGEM ATIVA
O Graphics, Interaction and Learning Technologies (GILT), um dos gru-
as dificuldades que um gestor enfrenta: desde a barreira da língua, à
pos de investigação do ISEP, está a desenvolver um projeto que tem
abordagem a adotar com potenciais parceiros, ao domínio das ferra-
como finalidade fornecer apoio a gestores no processo de internacio-
mentas eletrónicas de comunicação, ou ao tipo de interlocutor que
nalização das suas empresas, com recurso a tecnologias e métodos
contacta.
inovadores. Entre essas ferramentas estão os jogos com fins educativos, ditos “jogos sérios”, promotores da aprendizagem ativa.
O projeto coordenado pelo GILT e financiado por fundos comunitários
teve início em dezembro de 2012 e acaba de completar a análise de
Este jogo em particular oferece diversos cenários com os quais os ges-
requisitos. Nesta análise, os responsáveis foram auscultar empresários e
tores têm de lidar, procurando as respostas certas, desde o modo corre-
perceber duas realidades: o testemunho dos que já passaram por este
to de abordagem do parceiro internacional, à importância da presença
processo de internacionalização e o dos que se preparam para o fazer.
em feiras internacionais, entre outras decisões estratégicas que podem
conduzir ao sucesso. Tudo com base numa simulação que assenta em
A finalidade foi perceber, com precisão, que fatores estão envolvidos
realidades experimentadas.
num processo de internacionalização: “Identificámos seis cenários
diferentes: por exemplo, um de pré-diagnóstico, que permite ao em-
“Este jogo reúne a atratividade e a motivação que um jogo fornece,
presário, antes de entrar nesse processo, perceber se está pronto. O
mas direciona o seu utilizador para uma finalidade séria, que é educa-
empresário vai identificar as suas próprias dificuldades e perceber o
tiva e formativa. O objetivo não é o entretenimento, mas a promoção
que tem de corrigir”.
de competências, no processo de internacionalização das pequenas e
médias empresas”, resume Carlos Vaz de Carvalho, diretor do GILT.
Os restantes cenários incluem a comunicação eletrónica – de que forma
se contacta com parceiros de outros países, com culturas diferentes –,
E porque esse processo surge como resultado do cumprimento de
como se pode participar em feiras, como se estabelecem relações empre-
diferentes etapas, que implicam conhecimentos e estratégias que um
sariais num determinado país e como se identificam questões culturais
gestor pode não dispor, nada melhor do que criar cenários que de-
específicas que podem provocar dificuldades numa relação empresarial.
monstram por antecipação (com realismo e fundamentados em exemplos reais) qual é a realidade que espera os gestores.
Neste momento, o jogo está a ser desenhado. Depois, o projeto entra
na fase de desenvolvimento. Carlos Vaz de Carvalho estima que em
Assim, os responsáveis por este projeto começaram por identificar
breve os empresários já tenham disponível o primeiro cenário.
A NOSSA TECNOLOGIA
A ferramenta vai estar disponível para gestores de empresas, sendo
gias de Realidade Aumentada e Virtual e o projeto Virtual Sign, na área
que os alunos que pretendam ser empreendedores terão também a
do reconhecimento de linguagem gestual. Estabeleceu acordos com
plataforma acessível. Como se trata de uma parceria internacional, o
empresas, entre as quais a Virtual Campus e a Lusoinfo, com quem o
projeto ultrapassa as fronteiras portuguesas. E depois de terminado o
GILT desenvolve diversos projetos na área dos jogos educativos. Atra-
prazo de financiamento, deve continuar de forma sustentável.
vés destas redes e projetos, o GILT colabora ainda com mais de duas
dezenas de grupos de investigação em entidades académicas, dos
O jogo é direcionado para as plataformas móveis (ainda que seja com-
quais se destacam dois, do Brasil, também integrados no projeto GA-
patível com outros dispositivos) e o objetivo é permitir ao empresário
BALL: a Universidade Federal de Pelotas e a Universidade Federal de
aplicar algum do seu tempo livre numa ferramenta divertida e muito
Rio Grande do Sul.
útil. “Ao divertir-se neste jogo, o gestor está a adquirir algumas competências. A ideia dos jogos sérios é essa: sem nos apercebermos,
estamos a adquirir conhecimentos e competências que poderão ser
aplicados noutros contextos”, realça.
Essa é a abordagem do GILT, na área dos jogos sérios, com a finalidade
de abrir caminho à utilização desta ferramenta na área do ensino. “As
vEM AÍ UM SIMcITy
PARA DESENvOLvER cOMPETêNcIAS
NA áREA DA ENGENhARIA
pessoas devem perceber que os jogos não são uma ferramenta má.
Os gestores de pequenas e médias empresas não são o único público-
Há uma série de competências que se aprende com jogos e não com
-alvo do GILT, na área dos jogos sérios, e há projetos idênticos dire-
livros. Por exemplo, jogar online com outros jogadores implica esta-
cionados para o ensino secundário e superior. O GILT prepara-se para
belecer contactos, reforçar aptidões sociais. Outro exemplo, as crian-
desenvolver um novo jogo para alunos do ensino superior. “Vamos co-
ças quando usam jogos online em inglês, são obrigadas a desenvol-
ordenar mais um projeto europeu na área dos jogos sérios. Acabo de
ver competências nesta língua. Os jogos são um bom complemento,
receber a notícia da sua aprovação. Neste projeto vamos usar um jogo
muito atrativo e motivam os alunos”, salienta Carlos Vaz de Carvalho,
do tipo SimCity para desenvolver competências na área de engenha-
engenheiro eletrotécnico que se dedicou à informática, área em que
ria. É um projeto novo, que vai arrancar dentro de dois ou três meses”,
concluiu o mestrado e o doutoramento.
adianta Carlos Vaz de Carvalho. O orçamento deste projeto deve ficar
próximo dos 600 mil euros.
O projeto que está prestes a ser conhecido do público enquadra-se
num conceito de aprendizagem ativa. “A aprendizagem experiencial
diz-nos que o estudante deve experimentar, porque ao fazê-lo vai ter
dúvidas, curiosidade, vai querer esclarecer essas dúvidas. A aprendizagem ativa diz-nos que o estudante deve estar no centro do processo.
ExAMINATOR: UMA AULA ATRATIvA
DENTRO DO AUTOcARRO
Se formos a uma sala de aula, temos um professor no quadro e 80 por
cento dos estudantes não recebe a mensagem, por distração. É um
O Examinator é mais um dos diversos projetos que o GILT desenvolveu. É
processo passivo. Já num processo ativo, está provado que 75 por cen-
um produto que está disponível online, na loja da Apple e na Google Play.
to da informação é interiorizada. Por isso, os jogos, como mecanismo
Trata-se de uma aplicação que serve os alunos que estão a preparar-se
de aprendizagem experiencial e ativa, são muito úteis”, refere.
para o 12.º ano. Apresenta diversas perguntas e temas que coincidem
com as matérias que os alunos vão ter de interiorizar. A plataforma tem
O jogo ainda não tem nome, mas assenta no conceito “GAme BAsed
uma vertente fortemente pedagógica e pode ser acedida, por exemplo,
Language Learning”, que dá nome ao projeto: GABALL. O projeto GA-
durante o percurso entre casa e escola. Quando as respostas estão er-
BALL envolve vários parceiros do GILT: empresas de diversos países e
radas, o Examinator não só o assinala, como presta uma ajuda comple-
universidades do Brasil. O desenvolvimento do projeto está a cargo do
mentar: explica a origem do erro, para fornecer informação quando não
grupo de investigação do ISEP, sendo que o orçamento atinge os 600
somos capazes de responder corretamente. “Trata-se de um projeto mui-
mil euros, provenientes de fundos comunitários.
to interessante, que resulta de um trabalho feito em parceria com professores”, explica Carlos Vaz de Carvalho.
As expetativas apontam para 250 gestores, em Portugal, a aprender
com o jogo. “Não queremos ser excessivamente ambiciosos, porque
temos consciência de que ser gestor de uma pequena e média empresa é complicado. Somos realistas e temos noção de que os jogos ainda
não são vistos como uma ferramenta profissional. Mas estas perspetivas não significam que iremos atuar apenas com o objetivo de atingir
250 empresários”, conclui Carlos Vaz de Carvalho
GILT vAI DESENvOLvER PROjETO
DIREcIONADO PARA A TERcEIRA IDADE
Pensar que os jogos se dirigem apenas aos adolescentes é um erro. A
idade média dos jogadores é 32 anos e o perfil do jogador online é o
GILT USA REDE DE PARcERIAS
PARA chEGAR MAIS ALéM
de uma pessoa do sexo feminino, com idade compreendida entre os
O GILT, integrado no ISEP, coordena as redes Europeias SEGAN e IC-
de Carvalho, que anuncia para breve o desenvolvimento de um projeto
TWays. A primeira, destina-se a promover a partilha e troca de know-
direcionado para a terceira idade. Não tem como objetivo a vertente
-how na área dos Jogos Sérios. A segunda destina-se a promover o uso
das tecnologias no ensino secundário e básico. Entre outros, tem em
mãos o projeto GABALL, o projecto GAVIOTA, de promoção de tecnolo-
lúdica, mas pretende facilitar o uso dos dispositivos móveis em opera-
40 e os 45 anos. Outra geração que estava afastada da tecnologia e
que começa a integrar-se são os idosos. “A nossa missão é mostrar-lhes que este mundo não é assim tão complicado”, realça Carlos Vaz
ções úteis, como “aceder a contas bancárias, a jornais online”, entre outras ferramentas que irão chamar os mais velhos para o mundo digital.
25
26
BREVES
Químicas (GRAQ) ao nível da descontamina-
busca e salvamento e de monitorização suba-
ção de solos e águas, entre outras realidades.
quática, envolvendo quatro veículos autónomos de superfície, dois veleiros autónomos,
É precisamente este papel de charneira, que
um glider subaquático, veículos submarinos,
levou agora o ISEP a integrar a NICOLE – fórum
sistemas de recolha automática de dados e de
europeu de destaque ao nível da gestão de
comunicações.
solos contaminados. Esta rede reúne parceiros
industriais, académicos, empresas do setor de
Esta colaboração insere-se no compromisso
serviços e reguladores, para dinamizar a coo-
do ISEP com o aproveitamento económico,
peração e o desenvolvimento e aplicação de
científico e cultural do Mar português.
ISEP PARTIcIPA
NA SEMANA DA
REAbILITAçãO URbANA
tecnologias sustentáveis e boas práticas.
A robótica e os sistemas autónomos são uma
O ISEP junta-se assim ao Laboratório Na-
das áreas de especialização da licenciatura e
cional de Engenharia Civil (LNEC) como um
do mestrado em Engenharia Eletrotécnica e
dos dois representantes nacionais num dos
de Computadores e do grupo de investigação
O ISEP participou na Semana da Reabilitação
principais fóruns internacionais sobre solos
INESC TEC (Unidade de Robótica e Sistemas
Urbana, que teve lugar entre 3-10 de abril.
contaminados.
Inteligentes), Pólo ISEP.
apresentar alguns estudos e potencialidades
Na mensagem de boas-vindas ao ISEP, a NI-
O REX 13 reuniu mais de 30 investigadores
dos departamentos de Engenharia Civil e En-
COLE destacou que, «as one of the top tech-
do ISEP, do Centro de Investigação Naval, das
genharia Eletrotécnica (DEE) na valorização
nology academies in Portugal, ISEP has been
pioneering education and research in Engineering since 1852».
universidades do Porto e do Algarve e da em-
Esta iniciativa da Vida Imobiliária serviu para
do património, conservação e projeção das
cidades.
presa portuguesa MarSensing.
Este evento que atraiu mais de 10.000 visitantes contou com as participações do ISEP e de
entidades como a Câmara Municipal do Porto,
Ordem dos Engenheiros, Santa Casa da Misericórdia do Porto, Porto Vivo SRU, Caixa Geral
de Depósitos, Schmitt+Sohn Elevadores, Lucios, Weber, Sika Portugal, CCDR-N, AICCOPN
e Associação Portuguesa para a Reabilitação
Urbana e Proteção do Património, para «celebrar a reabilitação urbana e dar a conhecer
o impacto económico, social e estético deste
bém se realçou foi a do ex-autarca portuense,
PROTOcOLO DE
cOOPERAçãO ISEP –
AUDATEx PORTUGAL
Rui Rio, que recordou o interesse em se apoiar
O Instituto Superior de Engenharia do Porto
a recuperação do Porto.
celebrou recentemente um protocolo de co-
movimento», de acordo com a organização.
Ao longo da semana, uma das vozes que tam-
operação com Audatex Portugal – empresa
«Esta participação serviu para dar a conhecer
líder em soluções e serviços no domínio da
o que de bom se faz no ISEP», indicou Rui
regularização de sinistros. Esta parceria pre-
ISEP AjUDA
A MARINhA A TESTAR
SOLUçÕES RObÓTIcAS
tende trabalhar em soluções inovadoras para
A investigação desenvolvida no ISEP ao nível
cular da licenciatura em Engenharia Mecânica
REDE NIcOLE Dá AS
bOAS-vINDAS AO ISEP
da robótica e sistemas autónomos tem per-
Automóvel, através da introdução da compo-
mitido explorar diversas valências da eco-
nente prática sobre o software AudaPad, pro-
nomia do mar, no combate aos incêndios
porcionando aos alunos competências técni-
florestais e proteção civil e ao nível da efici-
cas fundamentais para a inserção no mercado
O ISEP tem assumido um papel relevante no
ência industrial. Em julho, o ISEP juntou-se à
de trabalho com maior facilidade e nível de
desenvolvimento de soluções promotoras da
Marinha Portuguesa e colaborou no Robotics
competitividade», explicou, Fernando Ferrei-
sustentabilidade e da proteção ambiental. O
EXcercise 2013 (REX 13) – exercício que visou
ra, diretor da licenciatura em Engenharia Me-
Instituto tem apresentado tecnologias e me-
testar tecnologias robóticas e recolher dados
cânica Automóvel.
todologias nas áreas das energias limpas, efi-
científicos nas áreas de interesse da Marinha.
Gomes dos Santos, diretor do DEC, que apresentou a licenciatura e o mestrado em Engenharia Civil durante o certame, além de vários
projetos desenvolvidos por mestrandos ISEP.
a gestão do ciclo de vida dos automóveis.
«O protocolo estabelecido entre o ISEP e a
Audatex constitui um reforço ao plano curri-
No âmbito da parceria, a Audatex dinamizou
ciência e racionalização energética, novos materiais, mas tem-se também destacado pelo
De acordo com o comunicado da Marinha, o
já uma sessão técnica destinada aos finalistas
desempenho do Grupo de Reação e Análises
exercício incidiu nas vertentes das missões de
do curso, onde apresentou a Audatex Drive,
BREVES
debateu temáticas associadas à reparação e
cando mais eficazmente com os visitantes»,
manutenção automóvel e apresentou as prin-
acrescentou a diretora.
cipais tendências do mercado.
De acordo com Patrícia Costa, «em breve
O acordo estende-se à cooperação na organi-
serão disponibilizados outros recursos, que
zação de eventos especiais, apoio a projetos
irão permitir a realização de uma visita mais
de final de curso, desenvolvimento de proje-
autónoma da comunidade surda ao espaço
tos de investigação conjuntos e partilha de
museológico».
boas práticas.
v FEIRA DE EMPREGO E
EMPREENDEDORISMO
Estudar no ISEP é o primeiro passo para uma
carreira profissional em setores que vão da
inovação tecnológica à reabilitação urbana.
Esta perspetiva do ensino superior como
uma formação profissionalizante e orientada
a Associação de Estudantes (aeISEP) promo-
bOAS PRáTIcAS
NA INTEGRAçãO
DE NOvOS ALUNOS
veu a V Feira de Emprego e Empreendedo-
O Gabinete de Orientação (ISEP|GO) represen-
rismo da aeISEP, entre 5 e 6 de junho.
tou o ISEP no encontro Práticas de Promoção
para o mundo real ajuda a explicar a ligação
às empresas e a elevada empregabilidade da
oferta formativa. Para reforçar esta máxima,
do Sucesso Académico, que decorreu, em
A Feira de Emprego e Empreendedorismo
maio, no Instituto Superior Técnico (IST). A
promoveu um contacto próximo entre os
deslocação a Lisboa serviu para apresentar
estudantes e o mercado de trabalho, com
um modelo de referência ISEP.
vista a apoiar a integração profissional e
MUSEU DO ISEP ESTá
MAIS INcLUSIvO
apresentar experiências e propostas profis-
O sucesso das organizações passa pela co-
sionais e de formação.
municação organizacional e pela valorização
das relações entre e com as pessoas que as
Contando com várias empresas nas diversas
integram. Neste âmbito, o Instituto Superior
O Museu do ISEP disponibilizou na sua página
áreas da engenharia, o programa do evento
de Engenharia do Porto assume um forte
(www.isep.ipp.pt/museu) um vídeo de apre-
incluiu também palestras sobre empreen-
compromisso com a dimensão humana dos
sentação do projeto que está a desenvolver
dedorismo, tendências do mercado e uma
mais de 6750 estudantes e perto de 600 co-
com a Escola EB 2/3 de Paranhos, para melho-
exposição.
laboradores.
Inova.Empreende, Sika Academy, Grundfos,
Partindo desta premissa, o ISEP tem inves-
Spark Agency, Zagope, Continental e EFA-
tido em medidas que apoiem a integração
CEC foram alguns dos nomes presentes.
e o sucesso académico dos (novos) alunos,
rar as visitas de públicos com necessidades
especiais, nomeadamente pessoas surdas.
Em linha com o seu compromisso de responsabilidade social, o ISEP tem procurado
acompanhando-os ao longo do seu percurso,
estreitar as relações com o tecido sociocul-
com destaque para as atividades do ISEP|GO.
tural envolvente, funcionando como instituição âncora para o desenvolvimento de
Ao nível do acolhimento, o ISEP|GO tem pro-
projetos inovadores e inclusivos com a co-
movido sessões de integração dos novos alu-
munidade local.
nos desde 2009 e aproveitou para apresentar
agora o sucesso do Integra ISEP, no IST. Esta
Neste sentido, o Museu tem estado a traba-
iniciativa já envolveu mais de um milhar de
lhar com a Escola EB 2/3 de Paranhos para
novos estudantes e registou um crescimen-
possibilitar «uma abordagem multissenso-
to de 21% na adesão na edição de 2012. Um
rial», que «evite a exclusão», referiu Patrícia
destaque maior vai para a satisfação dos parti-
Costa, diretora do Museu.
cipantes, com 98% a considerarem a iniciativa
boa ou muito boa.
«Estamos convictos de que a inclusão associada ao respeito pela diversidade muito irá en-
O exemplo do ISEP foi muito bem recebido
riquecer o nosso Museu. Usando informação
por parte das instituições presentes no en-
escrita e oral com diversos níveis de comple-
contro, em que participaram vários docentes
xidade e empregando meios de comunica-
dos institutos politécnicos de Coimbra e Lis-
ção visuais, orais, táteis e interativos, o Museu
boa e das universidades de Lisboa, Técnica de
cumprirá melhor os seus objetivos, comuni-
Lisboa, Nova de Lisboa, ISCTE e de Évora.
27
28
BREVES
SEMINáRIOS ISEP
SUSTENTávEL
No âmbito do Plano de Ação para a Sustentabilidade (PASUS), o ISEP inaugurou um ciclo
seminários dedicados ao tema da sustentabilidade. As primeiras sessões foram subordinadas aos temas “Educação Ambiental” (15 de
maio) e “Edifícios Sustentáveis” (5 de junho).
Estes seminários abertos ao público e com
duração de uma hora, «têm como finalidade
principal motivar a comunidade ISEP e toda
a nossa envolvente a agir e pensar de acordo
com os princípios da sustentabilidade», indica
a organização.
Marta Pinto (Centro Regional de Excelência
– Porto) foi a oradora convidada da primeira
sessão. A responsável pelo projeto “Futuro
100 000 Árvores na Área Metropolitana do
Porto”, abordou a importância da educação
ambiental e o contributo indispensável das
instituições académicas.
Para a segunda sessão, o ISEP recebeu Ricardo
Sá, diretor-geral da empresa Edifícios Saudáveis, que abordou a mudança de paradigma
na construção, assente na passagem dos
“edifícios energeticamente eficientes” para os
“edifícios sustentáveis”.
Este ciclo deverá ter continuidade no novo
ano letivo.
Mar e apresentou algumas das dinâmicas em
O estudo “Operations Research in Healthcare:
que o Instituto pode colocar a inovação tec-
A Survey” incide num problema de otimiza-
nológica ao serviço das empresas.
ção associado à transplantação renal cruza-
Cumprindo com a ambição de usar a engenharia para redescobrir as potencialidades
do Mar, interpretar e criar soluções para os
da e integra o projeto KEP – New Models for
Enhancing the Kidney Transplantation Process, financiado pela Fundação para a Ciência
e a Tenocologia (FCT.)
desafios do futuro, o ISEP tem trabalhado em
diversas soluções que podem apoiar a criação
Para a docente do ISEP, «o interesse que o arti-
de riqueza, processos de modernização e de
go tem suscitado vem confirmar que a saúde
internacionalização.
é uma área em franca expansão dentro da investigação operacional».
Ao nível da engenharia química, o Instituto
está a trabalhar em estudos no âmbito da
Com mais de 2500 downloads, “Operations
segurança alimentar para as indústrias pes-
Research in Healthcare: A Survey” lidera o
queira e conserveira e no desenvolvimento
ranking da International Transactions in Operational Research, superando em quase mil
descargas a segunda publicação.
de biocombustíveis a partir de microalgas.
A independência energética passa também
pelo aproveitamento de energias limpas.
Este estudo resultou de uma colaboração de
Em termos da robótica e sistemas autónomos,
Ana Viana com Abdur Rais, investigador da
o ISEP tem explorado potencialidades para
Universidade do Minho.
missões de salvamento e de inspeção submarina, que podem apoiar o aproveitamento da plataforma continental portuguesa. A
engenharia mecânica será sempre um aliado
das indústrias naval, pesqueira e conserveira.
Também ao nível da engenharia geotécnica e
geoambiente, são já vários os estudos apresentados relativos à conservação da costa,
exploração sustentável de matérias-primas e
preservação de recursos naturais.
Foi assim com um espírito de partilha que o
ISEP voltou a marcar presença no encontro
que reúne especialistas nacionais e internacionais vocacionados para os assuntos do mar.
O Fórum do Mar é organizado por dois parceiros do ISEP, a Oceano XXI e a Associação
Empresarial de Portugal.
OPERATIONS RESEARch
IN hEALThcARE: A
SURvEy
O artigo “Operations Research in Healthcare:
xIv GRANDE NOITE DO
FADO AcADéMIcO
A Survey”, da docente do Departamento de
A vivência académica é algo que extravasa a
Engenharia Eletrotécnica (DEE), Ana Viana, foi,
aprendizagem na sala de aula e laboratórios.
pelo segundo ano consecutivo, o artigo com
Compreende também os momentos infor-
mais downloads na revista International Tran-
mais de aprendizagem, as amizades e conví-
sactions in Operational Research.
vios que se cultivam e a incorporação de um
espírito coletivo e as suas tradições. Neste
«O ponto de partida para a redação deste arti-
sentido, o fado de Coimbra talvez seja uma
FÓRUM DO MAR
go foi a vontade que ambos os autores tinham
das maiores imagens de marca do ensino su-
em aplicar técnicas de investigação operacio-
perior português.
O Instituto Superior de Engenharia do Porto
nal a problemas da área de saúde. Ambos
participou pelo terceiro ano consecutivo no
conhecíamos problemas que poderiam ser o
No dia 24 de abril, o Grupo de Fados de ISEP
Fórum do Mar, que se realizou em Matosi-
ponto de partida para o nosso trabalho, mas
cumpriu com a tradição e promoveu a XIV
nhos, no final de maio. A presença reforçou
tínhamos curiosidade em descobrir outros,
Grande Noite do Fado Académico (GNFA),
o compromisso do ISEP com a Economia do
menos explorados», refere Ana Viana.
no Centro de Congressos do ISEP. A edição
BREVES
de 2013 prestou homenagem a José Mesqui-
várias são unânimes: o ISEP é uma escola de
ta e contou com participações de grupos do
eleição, com forte componente prática, es-
Porto e Coimbra.
pírito de união e capacidade para apoiar os
Iniciada em 1999, a Grande Noite providencia
the anchorage metal parts, either in stainless
steel or aluminum, is also presented».
estudantes, elementos essenciais para formar
O livro está disponível através dos sites da
a próxima geração de líderes em Engenharia.
Springer e da Amazon.
um momento para a troca de experiências
entre a atual geração de grupos do Porto e os
O vídeo “Queres Saber o que Significa Estudar
conceituados intérpretes e grupos de outras
no ISEP?” está disponível em: www.facebook.
academias. O objetivo fundamental desta ini-
com/engenhariaISEP e em www.ipp.pt/ipptv/
ciativa é mostrar o que de novo se faz pelo
view_video.aspx?id=158
fado no Porto e prestar homenagem a uma
individualidade do fado.
O ISEP lançou o grupo Empreendedores ISEP
em 2011, para divulgar casos de sucessos de
Este ano a honra coube a José Mesquita, pro-
empreendedorismo por parte de alunos e
fessor catedrático jubilado da Universidade
antigos alunos do Instituto. Miguel Rocha, da
de Coimbra, que se juntou a um painel que
M. G. Rocha – Engenharia e Construções foi o
integra Luiz Goes, Augusto Camacho Vieira,
mais recente exemplo.
Almeida Santos, Joaquim Pimentel, Manuel
Alegre, Carlos Paredes, Ângelo de Araújo, Fer-
Licenciado em Engenharia Civil, em 2007, Mi-
nando Machado Soares, José Afonso, Adriano
guel Rocha é o fundador e sócio-gerente da
Correia de Oliveira, Francisco de Vasconcelos,
José Henriques Dias, António Portugal e António Pinho Brojo.
A XIV GNFA fez viver o fado por uma noite
STONE cLADDING
ENGINEERING
no ISEP e incluiu ainda uma exposição foto-
O diretor do mestrado em Engenharia Civil,
gráfica alusiva a esta tradição académica tão
Rui de Sousa Camposinhos, publicou o livro
portuguesa.
técnico Stone Cladding Engineering, em julho
de 2013. Editado pela Springer, esta obra de
167 páginas, escrita em inglês, inclui fórmulas e tabelas para a avaliação da capacidade
de resistência de sistemas de fixação de placas em pedra natural dowel, undercut e kerf,
apresenta métodos de dimensionamento às
forças sísmicas e do vento em revestimentos
e fornece uma introdução aos painéis de pedra natural pré-esforçados, uma invenção sua.
Nesta sua obra são incluídos exemplos de cál-
qUERES SAbER
O qUE SIGNIFIcA
ESTUDAR NO ISEP?
«Esta casa é bastante boa para estudar porque tem um grande ambiente de camaradagem»; «tem um ensino mais prático, que se
adequa bastante ao que estamos a estudar
que é engenharia»; «o ISEP está bastante
orientado para a parte técnica, o que é bom
em termos de emprego»; «as condições de
estudos são ótimas»; «temos as oficinas que
são fantásticas».
Estas são algumas opiniões de estudantes
sobre as mais-valias de frequentar o Instituto
Superior de Engenharia do Porto.
O Instituto publicou um vídeo na sua página
de Facebook, com comentários de estudantes, sobre o que significa estudar no ISEP. As
EMPREENDEDORES ISEP:
MIGUEL GOMES ROchA
culo práticos e os textos são acompanhados
por 67 ilustrações.
De acordo com a Springer, «this volume pre-
sents new methodologies for the design of
dimension stone based on the concepts of
structural design while preserving the excellence of stonemasonry practice in façade
engineering. Straightforward formulae are
provided for computing action on cladding,
with special emphasis on the effect of seismic
forces, including an extensive general methodology applied to non-structural elements.
Based on the Load and Resistance Factor Design Format (LRDF), minimum slab thickness
formulae are presented that take into consideration stress concentrations analysis based
on the Finite Element Method (FEM) for the
most commonly used modern anchorage
systems. Calculation examples allow designers to solve several anchorage engineering
problems in a detailed and objective manner,
underlining the key parameters. The design of
M. G. Rocha. Esta empresa de obras públicas,
infraestruturas, urbanizações, movimento de
terras, construção civil e conservação/reabilitação, diferencia-se da concorrência pela sua
capacidade para perspetivar um mercado
conservador de forma inovadora.
Questionado sobre a relação entre a engenharia e o empreendedorismo, Miguel Rocha
identificou a engenharia como «a base da inovação e do empreendedorismo. Podemos ser
engenheiros sem sermos empreendedores
ou inovadores, mas um bom empreendedor/
inovador tem a arte do engenho como um
bom engenheiro».
Este diplomado ISEP acredita que «o empreendedorismo é uma competência que se
desenvolve» e por isso «as escolas, desde a
primária, têm um papel fundamental» e destaca o contributo das instituições de ensino
superior, que «devem ser o principal eixo de
todo esse mecanismo».
Neste sentido, as grandes mais-valias da passagem pelo ISEP foram «o desenvolvimento
de competências», a «troca de experiências
vividas e a discussão de problemas reais». Ressalva o «o auxílio dos docentes» para acelerar
«o desenvolvimento de projetos e ideias».
Miguel Rocha descreve o empreendedorismo, como «a arte de empreender, de desenvolver e ir mais além».
Descubra mais exemplos em:
www.facebook.com/engenhariaISEP/
app_186981981345123.
Se és um/a empreendedor/a ISEP,
contacta-nos:
[email protected]
29
30
PROVAS DE DOUTORAMENTO
SENSORES LUMINEScENTES PARA
ESPécIES REATIvAS DE OxIGéNIO E
AZOTO
SUSTAINAbLE AUTOMOTIvE
cOMPONENTS FOR INTERIOR DOOR
TRIMS
As espécies reativas de oxigénio e azoto são moléculas, iões ou radi-
Os biomateriais têm sido alvo de interesse, ao longo dos últimos anos,
cais responsáveis pelo regulamento dos processos biológicos e desen-
ao nível da investigação científica e tecnológica e ao nível industrial. O
volvimento de muitas patologias; em última análise provocam o enve-
aumento da preocupação ambiental e o uso excessivo de recursos pe-
lhecimento e a morte dos seres vivos. Dispor de ferramentas analíticas
trolíferos levou ao aumento do desenvolvimento de novos materiais,
que permitam detetar e quantificar é de importância fundamental
os biocompósitos, que terão uma grande importância futura.
para o progresso de inúmeras áreas relacionadas com a química nos
sistemas biológicos. O objetivo do trabalho foi desenvolver sistemas
É um facto que, aliado à redução de peso, a indústria automóvel po-
sensores para estas espécies reativas, desde o sensor químico até à
derá beneficiar com a inclusão destes materiais nos automóveis, não
parte instrumental.
só devido ao receio instalado da diminuição e extinção das reservas
petrolíferas, mas também devido à forte legislação que obriga a uma
Desenvolveu-se um sistema sensor para peróxido de hidrogénio com
incorporação cada vez maior destes materiais nos automóveis.
base em luminol, o qual foi imobilizado em nanoestruturas de sílica
sintetizadas por um processo de Sol-Gel e detetada a quimiolumines-
Este tema apresenta um grande potencial, pois visa encontrar soluções
cência por sondas de fibra ótica remotas.
para um desenvolvimento sustentável, com preocupações ambientais,
de modo a ser possível obter soluções biodegradáveis para os painéis
Sintetizou-se, ainda, com êxito, um novo sensor seletivo para o óxido
interiores dos automóveis.
nítrico – a fluoresceinamina reduzida. O sistema sensor químico/equipamento é simples e bastante económico, uma vez que se usou LEDs
Sendo o principal objetivo deste trabalho a criação de um biocompó-
como fonte de radiação e fibras óticas para conduzir a radiação.
sito capaz de poder substituir os atuais painéis interiores dos automóveis, o trabalho centrou-se na obtenção desse biocompósito, tendo em
Otimizaram-se vários processos de síntese de nanopartículas semi-
conta a redução de custos das matérias-primas e a manutenção dos
condutoras cristalinas bimetálicas (quantum dots), nomeadamente
processos de fabrico dos atuais painéis. Assim, foram estudadas mecâ-
de cádmio/telúrio e cádmio/selénio. Experimentaram-se várias estra-
nica e morfologicamente as misturas de PLA e PHA de modo a poder
tégias de síntese com novos estabilizadores, diferentes técnicas de
definir a melhor matriz para a aplicação em estudo.Seguidamente foi
recobrimento e, finalmente, funcionalização. Os quantum dots sinteti-
estudada a incorporação de fibras de celulose para se afinar as proprie-
zados apresentam um elevado rendimento quântico, logo, excelentes
dades necessárias.
candidatos para sensores fluorescentes para as espécies reativas de
oxigénio e azoto.
Ao longo deste relatório, é possível encontrar uma descrição das várias tarefas realizadas no desenvolvimento deste projeto. O trabalho
Descobriu-se, ainda, que a lactose modificada é fluorescente e res-
desenvolvido iniciou-se com uma análise aprofundada na literatura
ponde seletivamente à presença do ião hipoclorito por extinção da
acerca de materiais biocompósitos. Em seguida, apresenta-se o traba-
fluorescência.
lho experimental realizado. A escolha da matriz e dos parâmetros de
processamento, seguido do estudo da incorporação de fibras. Tendo
o compósito definido terminou-se o trabalho com a produção de uma
Nome
Abel José Assunção Duarte
peça para demonstrar a potencialidade destes materiais.
área científica
Química
Em termos conclusivos verifica-se que a matriz composta por 70% PLA
Orientador
Joaquim Esteves da Silva (UP)
a aplicação em estudo. A incorporação de 20% de fibra nesta matriz
Instituição de Ensino
Universidade do Porto
Data da Prova
Fevereiro 2013
e 30% PHA (fração mássica) apresenta as melhores propriedades para
melhora o comportamento térmico do material, provando assim que
é possível substituir os polímeros de origem petrolífera por estes biocompósitos sem comprometer o comportamento mecânico dos painéis interiores de porta.
Nome
Nuno Alexandre de Oliveira Calçada Loureiro
área científica
Engenharia Mecânica / Engenharia dos Materiais
Orientador
José Luís Soares Esteves (UP)
Júlio César Machado Viana (UM)
Satyabrata Ghosh (Carborundum Universal, Índia)
Instituição de Ensino
Universidade do Porto (ao abrigo do Programa MIT-Portugal)
Data da Prova
Maio 2013
PROVAS DE DOUTORAMENTO
SISTEMAS hIPERMéDIA ADAPTATIvA
PARA SUPORTE DE AMbIENTES DE
APRENDIZAGEM cONSTRUTIvISTAS
qUALIDADE E OTIMIZAçãO DO
DESMONTE DE MAcIçOS ROchOSOS
EM GEOTEcNIA MINEIRA
O objetivo deste trabalho foi o de implementar um sistema híbrido
A perfuração é uma das operações envolvidas no desmonte de rocha
inovador (PCMAT - Plataforma de Aprendizagem Colaborativa da Ma-
com explosivos. A forma como esta operação é executada é determi-
temática), que permitisse relacionar a representação do conhecimento,
nante para o sucesso do desmonte. Quando é realizada corretamente o
preferências de aprendizagem e estilos de aprendizagem do aluno com
desmonte produz superfícies limpas com o mínimo de sobrescavação
um Modelo Pedagógico (MP) dinâmico e regras de adaptação que usam
e perturbação. A seleção das ferramentas de perfuração é um dos fato-
objetos de aprendizagem compatíveis com a norma IEEE LOM, para me-
res preponderantes para os custos do desmonte de maciços rochosos.
lhorar a aprendizagem da matemática nas escolas de ensino básico.
O objetivo deste trabalho é demonstrar a interdependência entre os
parâmetros petrofísicos, geotécnicos e geomecânicos do maciço ro-
A plataforma de aprendizagem implementada é baseada numa aborda-
choso e as tecnologias de perfuração de forma a otimizar tanto técnica
gem construtivista, acedendo ao conhecimento do aluno para mostrar
como economicamente. A forma como a perfuração é executada é de-
conteúdos e atividades adaptadas às caraterísticas e estilos de aprendi-
terminante para a boa fragmentação do maciço rochoso. Este estudo
zagem do aluno. O comportamento inteligente da plataforma depende
irá centrar-se na perfurabilidade do maciço, linearidade dos furos, ren-
da existência de uma descrição do aluno - o Modelo do Aluno (MA).
dimento e desgaste das ferramentas de perfuração e desenvolvimento
de metodologias do ciclo de perfuração.
O principal resultado alcançado foi a definição e validação de uma
nova estratégia de adaptação e arquitetura para a implementação de
Neste trabalho, discute-se a importância de uma abordagem integrati-
um Sistema de Hipermédia Adaptativa (SHA) educacional para melho-
va para fins de geoengenhara mineira em que foi aplicada a técnica de
rar a aprendizagem da matemática nas escolas de ensino básico, ao
amostragem linear em superfícies expostas do maciço num ambiente
nível do segundo ciclo em Portugal.
de uma exploração granítica. As áreas selecionadas para este estudo
— Pedreira de Serdedelo (Ribeira, Ponte de Lima) e pedreira do Fojo
A materialização dos modelos desenvolvidos e a sua respetiva integra-
(Ferreira, Paredes de Coura), NW de Portugal — estão situadas nas pro-
ção permitiram dotar o PCMAT das seguintes funcionalidades:
ximidades de falhas geológicas regionais. Em todo os casos de estudo
foram desenvolvidos numa plataforma SIG usando as seguintes ferra-
1. Mostrar conteúdos, atividades e definir a estrutura das hiper-
mentas: cartografia geoaplicada, técnicas de geologia estrutural, da ge-
ligações adaptados ao conhecimento e preferência de apren-
otecnia e da geomecânica mineiras e avaliação de geotecnologias. Esta
dizagem do aluno;
abordagem leva-nos a compreender a relevância da heterogeneidade
do maciço rochoso para o dimensionamento da exploração a diferen-
2. Ajustar conteúdos e atividades ao conhecimento e às preferências de aprendizagem do aluno.
tes escalas. O controlo geomecânico do desmonte do maciço rochoso
através de uma perfuração alinhada é salientado com o intuito de uma
abordagem de geoengenharia integrada nos maciços rochosos.
A primeira versão da ferramenta já foi implementada, testada e avaliada em duas escolas de ensino básico, ao nível do segundo ciclo.
Os resultados permitiram concluir que as estratégias de adaptação e
arquitetura definidas neste protótipo permitem apoiar e melhorar o
desempenho dos alunos em matemática no ensino básico, ao nível do
segundo ciclo.
Este projeto mostra como as técnicas de área dos SHA podem melhorar
os sistemas de e-learning no ensino básico, ao nível do segundo ciclo.
Nome
António Carlos Reis Galiza Carneiro
área científica
Geotecnia de Maciços Rochosos
Orientador
Fernando Rocha (UA)
Hélder Chaminé (ISEP)
Instituição de Ensino
Universidade de Aveiro
Nome
António Constantino Lopes Martins
área científica
Ciências da Engenharia e Tecnologias
Orientador
Eurico Carrapatoso (UP)
Luiz Faria (ISEP)
Instituição de Ensino
Universidade do Porto (ao abrigo do Programa MIT-Portugal)
Data da Prova
Junho 2013
Data da Prova
Julho 2013
31

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