Leiloeira Christie`s espera encaixe mínimo de 36 milhões com leilão

Transcrição

Leiloeira Christie`s espera encaixe mínimo de 36 milhões com leilão
Com a devida vénia transcrevemos artigo publicado na edição on-line do Jornal de Negócios
Leiloeira Christie's espera encaixe mínimo de 36
milhões com leilão da colecção Miró do BPN
Lusa
Os 85 quadros Miró que estão nas mãos do Estado, desde a nacionalização do Banco
Português de Negócios (BPN), vão a leilão em Fevereiro, com um encaixe mínimo previsto
de 36 milhões de euros, revelou hoje a leiloeira Christie's.
A conceituada leiloeira britânica anunciou em comunicado que a "excelente colecção de 85 obras
que representam sete décadas da rica e dinâmica de Joan Miró (1893-1983) serão levadas a leilão
em Fevereiro de 2014". E realçou: "Esta é uma das mais extensas e impressionantes ofertas de
trabalhos do artista que alguma vez foi a leilão".
Segundo a Christie's "é esperado que a colecção completa permita um encaixe acima de 30
milhões de libras [35,9 milhões de euros]".
Na quinta-feira, o presidente da Parvalorem, um dos três veículos estatais criados para gerir
os activos do BPN, após a sua nacionalização em 2008, no auge da crise financeira, tinha avançado
à agência Lusa que a Christie's tinha vencido o concurso lançado a nível internacional para
promover o leilão de venda desta colecção, e que o mesmo se realizaria em Fevereiro, em Londres.
Já a leiloeira frisou que a colecção do pintor catalão estava "numa colecção privada de uma
empresa", o antigo BPN, nacionalizado em 2008 e reprivatizado em meados de 2011, e que "está
agora a ser vendida por decisão da República Portuguesa".
De resto, em Julho de 2012, a então secretária de Estado do Tesouro e actual ministra das
Finanças, Maria Luís Albuquerque, tinha anunciado numa audiência perante a comissão
parlamentar de inquérito ao BPN que o Governo iria consultar as principais leiloeiras
internacionais (entre as quais, a Sotheby's e Christie's) no sentido de se realizar um "leilão
público, com toda a transparência". Na ocasião, Maria Luís Albuquerque não avançou nenhuma
estimativa para as potenciais receitas da venda destes quadros.
Refira-se que, na altura da nacionalização, várias notícias apontavam para que o valor desta
colecção ultrapasse os 80 milhões de euros.
Certo é que a Christie's foi a entidade escolhida para promover o leilão que promete captar a
atenção de coleccionadores de todo o mundo, que convergirão para Londres para participar nas
três vendas separadas que serão realizadas. A primeira está agendada para o dia 4 de Fevereiro e
as outras duas para o dia seguinte.
Antes de serem realizados as sessões, todas as obras estarão expostas em duas exibições
distintas de pré-venda. A primeira decorrerá entre 20 e 26 de Janeiro na Christie's Mayfair, e a
segunda entre 30 de Janeiro e 4 de Fevereiro na Christie's London.
"É uma honra trazer ao mercado esta extensa colecção de trabalhos de Joan Miró, um dos
grandes mestres modernos do século XX", salientou Olivier Camu, presidente da divisão de Arte
Moderna e Impressionista da Christie's.
O responsável sublinhou que esta colecção "acompanha a evolução de Miró ao longo de sete
décadas, oferecendo uma oportunidade sem paralelo para os coleccionadores".
Olivier Camu frisou ainda que "se tem vindo a testemunhar, desde 2001, o crescimento
exponencial da procura global por trabalhos nesta categoria, que atraem novos coleccionadores
todos os anos" e que "o trabalho de Miró, em particular, transcende as categorias tradicionais e
apela quer a coleccionadores de Arte Moderna e Impressionista, quer de Arte Contemporânea e
do Pós-Guerra".
2013-12-20