O Encontro - Outubro 2012

Transcrição

O Encontro - Outubro 2012
O Encontro
Bhagavan Sri Ramana Maharshi
A Luz no Caminho - Associação Espiritualista
-
Distribuição gratuita
Outubro de 2012
Editorial
Quem quiser falar com Bhagavan
Temos muitas formas de falar
com Deus. Dirigindo um olhar, fechando os olhos, silenciando, unindo
as mãos, olhando para o alto, orando e cantando.
Desde criança que aprendi a orar
cantando. Era sempre um momento
de vibração pessoal porque eu queria cantar. Ia com meu pai à missa
e a hora que eu mais gostava era
a hora de cantar, participar daquele coral onde não havia destaque,
ou melhor, onde Ele era a estrela.
Quando cheguei a A Luz no Cami-
nho não foi diferente. Aprendi logo
as orações e os cânticos que estavam no hinário e não parei mais de
cantar. Muitos destes cânticos têm
sido revividos quase todo dia na
Casa e foram regravados em dois
CDs. E no dia 10 de novembro, às
19h, teremos um jantar, na verdade
um Encontro para o relançamento
das músicas que temos gravado em
nossas mentes e corações. Ao ouvilas, vamos reviver muitos momentos
de nossas vidas, podemos chorar,
sorrir, mas principalmente, cantar
Por Marcos Garcia
conversando com Ele. Toda a renda
obtida na venda dos convites e dos
CDs será revertida para a Casa de
Ramana, a Casa de nossas vovós, a
obra assistencial que mantemos no
Grajaú.
Quando entrei em Tua Casa, todos cantavam para Ti e senti a paz
ao Te encontrar, porque aqui tem
um grande farol, um rastro de luz
que incendeia a manhã, onde vi Teu
olhar no remanso das águas, aí passei a orar muito e cantar alto a
minha fé em Ti.
Orientação
Liberdade de
espírito
Certa vez, Frei Simão perguntou
a Francisco o que significava ter
liberdade de espírito. E o Santo de
Assis respondeu-lhe:
- Caríssimo: se ao andar pelo
mundo conseguires ver as formigas que carregam pesados fardos
e não pisares nelas, tens liberdade
de espírito. Se ao contemplar os
bosques junto aos caminhos no-
tares todos os matizes do verde,
e até o azul do céu, então tens
liberdade de espírito. Se no meio
do vozerio humano prestares atenção ao gorjeio da cotovia, escutares o canto da cigarra e o cricri
do grilo, então tens liberdade de
espírito. Se, por fim, na porta do
convento, avistares um pobre tão
humilde e tímido que sequer abre
a boca para pedir pão e se ainda
assim escutas seu pedido gritando de olhos suplicantes, então sim,
Frei Simão, tens verdadeiramente a
liberdade de espírito.
Nada vê do que enxerga no caminho, nada descortina do que os
olhos percebem no bosque, nada
entende do que os ouvidos escutam no ar, nem lê o que os olhos
do pobre dizem, quem tem o espírito ocupado e preocupado consigo
mesmo e como um caramujo se
volta sobre o seu próprio eu. Só é
livre de espírito quem é livre de si
mesmo para ser livre para a irmã
formiga, para a irmãzinha cigarra e
para os nossos irmãos Cristos, que
são os pobres entre nós. A Cristo
livre e libertador sejam dadas honra e glória para sempre. Amém.
(Adaptado de Boff, Leonardo & Porto, Nelson. Francisco de Assis. Homem do Paraíso.
2ª edição. Vozes: Petrópolis, 1986)
Do jornal de 28 de outubro de 1997 – Ano
da comemoração do 25º aniversário.
02
Círculo de Estudos
Os milagres de Bhagavan
Os milagres estão aí. Acontecem
a cada dia. Algumas décadas atrás,
ouvir sons sem aparente produção
física, ver pessoas e coisas em lugares distantes eram considerados
milagres. Hoje em dia, a televisão
e a internet nos trazem imagens
dentro do nosso quarto...
Mesmo assim, quem não tem um
problema para resolver? Quem não
deseja ter uma vida de ilusão perfeita? A verdade única, embora nem
sempre conhecida, é que se não
nos livrarmos de tudo que não é
eterno, se não nos tornarmos um
com o Ser, jamais seremos felizes,
correndo atrás de milagres. Aí está
o papel do Guru.
O Guru não é milagreiro, mas
cria uma fonte inesgotável de milagres para que você se torne eternamente livre da sua condição hu-
Festival de
Navaratri
Navaratri, que significa “nove
noites”, é dedicado à adoração do
Divino nas formas de Durga, Lakshmi e Saraswati. O décimo dia, no
entanto, é o mais importante e
conhecido como o “Dia da Vitória”.
A razão por trás da adoração
de Durga, Lakshmi e Saraswati está
enraizada na filosofia em que o
Absoluto (ausente de atributos)
só pode ser conhecido através do
mundo de atributos (a jornada do
O Encontro
outubro, 2012
mana e se torne o próprio milagre,
que é o Ser.
Uno com o homem e com todas
as criaturas, o Mestre - a palavra
bem o diz - ensina como ser feliz e
somente o Mestre sabe que tipo de
obstáculos pode remover para que
nos tornemos mais prontos para o
Encontro com o Ser.
Assim, o milagre é personalíssimo, ou seja, para alguns outros,
talvez nada signifique, mas, para
o receptor, não é só uma dádiva,
uma graça, mas principalmente uma
oportunidade de vencer a ilusão e
receber o ensinamento da pura verdade.
Ramana nunca admitiu que fazia
milagres e sempre os interpretava
como sendo resultado da divina atividade automática. E isto é verdade,
Por Nelson Lara dos Reis
porque sendo o próprio Ser, é o
catalisador de todas as vibrações,
que se transformam e se purificam
ao serem concentrados naquele filtro milagroso, que é o próprio Guru.
Ramana, o Sábio de Arunachala,
o Iluminado, a Paz no mundo, a
Fonte de Graça, a resposta de todas
as vicissitudes, repositório de todas
as Bênçãos é para sempre nosso
Guru e se submeter ao seu infindável amor é a essência de todos os
milagres.
Próxima palestra
Tema: Conhecendo a Trimurti
Palestrante: Surya
Data: 27 de outubro, às 19h
Agenda
conhecido ao desconhecido).
Assim, é dito que Shiva, que simboliza a consciência pura, só pode
ser conhecido através de Shakti,
que representa a Divina Energia. E
é por isso que as pessoas adoram
Shakti, que é Devi, em Suas várias
manifestações.
As diferentes fases do processo espiritual são refletidas em sequência durante as celebrações de
Navaratri. Durante os três primeiros
dias, Durga é adorada. Ela personifica o aspecto de Shakti que destrói as nossas tendências negativas.
Todavia, conseguir alívio temporário das garras das vasanas não
garante a liberação permanente. As
sementes das vasanas, ainda dor-
mentes internamente, devem ser
banhadas com qualidades positivas.
O Bhagavad Gita se refere a essas
qualidades como daiva-sampat, que
significa “riqueza divina”. Consequentemente, a adoração a Lakshmi
acontece nos três dias seguintes.
Somente aquele possuído de
daiva-sampat estará apto a receber o conhecimento do Supremo.
Assim, os três últimos dias são dedicados a Saraswati, a incorporação
do conhecimento.
O décimo dia é Vijaya Dashami,
ou “Dia da Vitória”, que simboliza o
momento em que a verdade nasce
no interior. Este ano, o Festival teve
início no dia 16 de outubro.
Texto adaptado do site ammabrasil.org.br.
03
Filosofia
O pensamento
também viaja
O
senhor e a senhora S.
eram visitantes do ashram,
vindos do Peru. Eles ouviram falar do Maharshi e Sua grandeza, de como Ele foi aceito por Arunachala e de como Ele e Arunachala
são um. Para o casal, a presença de
Sri Bhagavan na Terra parecia como
uma segunda vinda do Cristo em
pessoa; assim eles ansiaram, durante
anos, encontrar este Homem-Deus,
uma vez, em suas vidas.
Eles eram muito pobres para obter o dinheiro para suas passagens
para a Índia. Entretanto, em seu
imenso desejo de ver o HomemDeus em corpo humano, eles economizaram cada semana umas poucas
moedas de seus pequenos salários
e em poucos anos eles tinham o
dinheiro suficiente para tornarem-
se passageiros de convés, sem luxo
agradável da primeira classe do navio. Assim, navegaram por vários meses e, finalmente, chegaram à Índia e
Tiruvannamalai.
O casal contou toda sua história
para Bhagavan, todas as privações
que eles tinham suportado para dar
uma olhada no Maharshi. Bhagavan
era todo bondade para eles; Ele ouviu sua história com grande interesse
e então observou: “Vocês não necessitavam ter todo este trabalho. Vocês
bem podiam ter pensado em mim lá
onde estavam e assim poderiam ter
tido todo o conforto de uma visita
pessoal.” Eles não puderam entender com facilidade esta observação
de Sri Bhagavan, nem ela lhes deu
qualquer consolo enquanto sentavam
a Seus pés como Maria. Sri Maharshi
não quis perturbar o prazer deles
em estar em Sua proximidade, e então deixou-os à vontade.
Mais tarde, à tardinha, Sri Maharshi estava perguntando sobre o cotidiano deles e incidentalmente sua
conversa voltou-se ao Peru. O casal
começou a descrever a paisagem do
Peru e estavam descrevendo a costa e a praia de sua própria cidade.
Neste momento Maharshi observou:
“A praia de sua cidade não é calçada
com blocos de mármore em fileiras
diante do mar e você muitas vezes
não se senta na quinta delas, com
sua esposa?” Esta observação de Sri
Maharshi trouxe grande surpresa ao
casal. Como podia Sri Bhagavan, que
nunca havia saído de Tiruvannamalai, conhecer tão intimamente tais
pequenos detalhes de sua própria
cidade?
Sri Maharshi apenas sorriu e observou: “Não importa como eu posso
saber. É suficiente que saibam que
no Ser não há espaço-tempo.”
Isto confirmou, na mente do casal,
a colocação original de Sri Maharshi
- que eles podiam muito bem ter
pensado Nele, mesmo em seu próprio
lar, e assim obter Suas bençãos.
Texto extraído do livro Aos Pés do Mestre, de
T.K. Sundaresa Iyer.
outubro, 2012
O Encontro
04
Casa de Ramana
A união faz a força
Voluntários e vovós se reúnem toda semana para fazer arte
Há cerca de 15 anos, a professora do município Amélia Soares Ribeiro conheceu a Casa de
Ramana. Ela fora convidada pela
cunhada, Beatriz Betzold, então diretora da instituição, para desenvolver trabalhos lúdicos com as idosas
abrigadas.
“Ao longo dos anos, muitas pessoas juntaram-se a nós nesse trabalho, mas nem todas permaneceram. Vinham e, por motivos vários,
tinham que sair”, lembra Amélia.
O grupo atual conta com dez dedicados voluntários, que há cinco
anos, não faltam sequer um dia de
compromisso com as vovós.
Toda terça-feira, eles estão lá
e trazem consigo muita criatividade, paciência e vontade de ajudar.
São eles: Amélia, seu marido Edison Ribeiro, a cunhada Beatriz, Cely
Filgueiras, Teresinha Oliveira, Maria
Emília Costa, Rosa Leitão, Filomena
Oliva, Maria Helena Barbosa e Antônia Garioli.
Depois de prontas, as obras de
Festa da
Primavera
Por
Marly
Rattes
Alegria! Casa de Festa! Casa de
Ramana! A estação do ano que
traz ao homem um ar ameno, refrescante e dias de um céu azul
incomparável é a primavera.
Os campos floridos, as árvores
repletas de flores exalam um per-
• Da esquerda para a direita: Edison Ribeiro, Amélia Ribeiro, Teresinha Oliveira, Maria Helena Barbosa, Maria Emília Costa e Cely Filgueiras comercializaram artesanato produzido juntamente com
as vovós, durante a II Festa da Primavera, em setembro deste ano.
arte são comercializadas nos bazares promovidos pela Casa de Ramana, sempre com o consentimento das artistas. Amélia conta que a
ideia de vender os trabalhos surgiu quando todos perceberam uma
possibilidade de angariar recursos
que suprissem as necessidades da
instituição.
As idosas aguardam ansiosamente cada encontro. “Nosso convívio gera um ambiente de muita
energia positiva, união e amizade.
Nosso trabalho leva muito prazer e
vibração às vovozinhas. Esperamos,
com a graça de Deus, prosseguir
nessa senda de caridade, paz e
amor”, finaliza a professora.
fume que torna o ar mais leve e
puro. Nossos olhos deslumbram a
força do Criador. E, assim, a Casa
de Ramana saudou a primavera
com uma linda festa.
e se mantém através de doações e
sócios, somos gratos a todos que
aqui vieram e nos ajudaram. Durante a festa, excelente programação:
Liane de Luna e suas alunas (danças cigana e espanhola); Paula Cordeiro Machado e alunos (escola de
dança Meia Ponta Balet); Neli Nadsen (La Violetera); roda de samba
Maria do Zé, trazida por Mercedes
Fraga. A toda a equipe de Eventos,
nossa gratidão e carinho. A festa
foi um sucesso!
Dia 30 de setembro. Um trecho
da Rua Juiz de Fora foi usado para
que armassem nove barracas de
guloseimas deliciosas, artesanatos
e “pechincha”. Todas enfeitadas
com flores de papel crepon.
Como a nossa Casa é filantrópica
A Luz no Caminho - Associação Espiritualista | Rua Maxwell, 145 - Vila Isabel - Rio de Janeiro, RJ - CEP 20541-100 | (21) 2208 5196 | Horário de funcionamento
(inclusive dias santos e feriados): segundas e quartas, das 14h30 às 20h30 - terças e quintas, das 14h30 às 21h00 - sábados, das 15h00 às 20h00 | Mais
informações no site: www.aluznocaminho.org.br | Site da Casa de Ramana: www.casaderamana.org.br | Notícias da Casa: www.casaderamana.blogspot.com
O Encontro
outubro, 2012

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