CLIPPING UM GESTO QUE NÃO PASSA DE UMA AMEAÇA P2

Transcrição

CLIPPING UM GESTO QUE NÃO PASSA DE UMA AMEAÇA P2
CLIPPING
UM GESTO QUE NÃO PASSA DE UMA AMEAÇA
P2/PÚBLICO Crítica de dança por Luísa Roubaud
O irrefreável apelo do desconhecido - jul 2011
“Não há, para um ser humano, outra vivência tão psicofísica quanto a de uma emoção. O curso
espontâneo das nossas divagações mentais segue nexos que se subtraem aos ditames da razão e do
pensamento funcional. Em Um gesto que não passa de uma ameaça, Sofia Dias (n.1983) e Vítor Roriz
(n.1980) convidam-nos a uma viagem a esse enigmático universo dos mecanismos do inconsciente. Esse
é, porém, o ponto de partida, e não o de chegada, de uma dança experimental que faz da audiência
testemunho de uma demanda exploratória.
A peça evidencia basear-se na improvisação e numa aturada escuta introspectiva. Mas estamos longe de
uma catarse: Dias e Roriz lançaram-se, literalmente, de corpo e alma, num intenso brainstorming motor,
mental e verbal, e é dele que emana toda a dinâmica dramatúrgica; contudo, sob a aparente associação
livre, o cuidado nos ínfimos detalhes com que corpo e voz dão visibilidade cénica à insondável linha
condutora que liga o material apresentado, denota decantação e selecção, prevalência de controlo sobre
o risco.
Ainda o blackout não recaía sobre o diminuto anfiteatro da Boxnova do CCB, já a dupla interpelava a
audiência até ao absurdo, com um pedido paradoxal: “open your eyes…”
O ambiente cénico frugal e um parcimonioso trabalho de luz, orientavam todas as atenções sobre a
presença densa e concentrada dos intérpretes (de jeans e camisas informais em discreta composição
cromática). Apenas as vozes, ou os ruídos do corpo, e um ou outro apontamento gravado povoavam a
ambiência sonora. Ao fundo, a imagem ampliada de verdejante vegetação, dois copos e um pequeno
cacto num vaso pousados sobre um paralelepípedo negro, uma mesa rectangular e duas cadeiras, eram
as brevíssimas alusões a um quotidiano reconhecível, com o qual os intérpretes esboçavam intenções de
interacção sempre inconclusivas. Movimentos e expressões da face, obsessivamente repetidos,
metamorfoseiam-se no próprio efeito da sua execução e entoação. São trazidos à superfície os
inescrutáveis ciclos energéticos do corpo e da mente num fluxo contínuo do qual brotam fortuitos e
imprevisíveis sentidos, a dissipar-se no exacto momento da sua formação.
Em Um gesto que não passa de uma ameaça, a oitava criação em conjunto desde 2006, Dias (formada
na Escola de Dança do Conservatório) e Roriz (licenciado em Educação Física e Desporto) apuram um
universo temático e idiomático cujos contornos têm vindo a ganhar consistência, e modos de composição
que parecem trazer para a dança procedimentos do surrealismo. Nas suas interpretações, de uma
exigente entrega física e mental, a crueza do subjectivo catalisa e ressoa o âmago de experiências
humanas vitais e universais, Uma trajectória que evoca pulsão de um caminho sem retorno, a irrefreável e
1
inquietante avidez do risco e do abismo, sugerido nas palavras murmuradas por Sofia Dias a anteceder o
blackout final: ‘no way back’.”
THE METROPOTAM (website cultural romeno)
Explore Dance Festival winners – A gesture that is nothing but a threat - 17 nov 2011
“Judging by the name, many would think that the Explore Dance Festival is an event only for dance lovers
which includes performances that are related only to that side of art. Passing over any preconceived idea,
we want to tell you that things are not like that, and representations that took place in the festival showed
the complexity that can come when it comes to braiding feelings and views on life and art.
Dance, in fact, means much more than simple definition that would arise in the mind the first utterance of
the word, it is not only in coordinating the various parts of the body according to the music provided by the
context, as many would think. In fact, dancing can mean something different for each of us, primarily an
expression of personality through movement, through gestures, or any other form of body manifestation,
secondly, a release within the norms of physical behavior that are subjected in society and thirdly, it can
also be anything each one wants, whether we are observers or dancers.
Every time the thoughts remain, fascinated by the capacities of expression of the human being, as I was
after I saw the show "A Gesture That is Nothing but a threat" of Portuguese choreographers, Sofia Dias
and Vitor Roriz, who have won the Prix Jardin d'Europe.
Two people, a table and two chairs are more than enough to send an amalgam of ideas and feelings, we
realize, and I look curious. The instigation that starts the show is simple, but full of meaning: "Open your
eyes!" tell us two, and we choose to listen, realizing that having opened eyes is much more than just lifting
the eyelid reflex action which we are accustomed.
The following can be summarized and described in words or following a logical, because everything that
happens between the two, during the 40 minutes, you is unlike any typical situation in which people are
found in everyday society. We are witnessing a game of words and tone of voice, the two communicate
throughout the show. Based on a word manoeuvre, to get to another word, then another and so on.
The two complete each other and they exchange playful verbal construction, always maneuvering their
voice in different ways, climbing or descending tone, singing, whispering or chanting. The result of these
games often provokes laughter, but silence interposed from time to time is to emphasize the philosophical
substrate of performance.
Their movements underly this unconventional dialogue, and are as illogical as puzzling, putting us in front
of the concept of "threat" that can be applied if the abuse or misuse of the word. A word as a threat, as the
title says, can have a big weigh for people without really meaning anything. The power of words and the
2
traps in which we are caught daily, because of social norms that can make us lose completely different
substrates and inner feelings that actually do not need any words to be expressed.
The freedom that our minds give us is huge, a thought with which I left the show, reinterpreting the ability
to use voice and body language to restore what we understand, but then I realize that thought is transient
and that those social norms will always be dominant ...
About Sofia and Vitor you can learn more by reading their blog, and to see how the connection between
them is, here is another clip from their show, called ‘Unfolding’.”
PÚBLICO
Dança portuguesa em destaque na Europa. Sofia Dias e Vítor Roriz vencem prémio Jardin
d’Europe - 15 out 2011
“Dupla de coreógrafos foi distinguida hoje com o prémio Prix Jardin d’Europe, no valor de 10 mil euros, a
mais importante distinção para a emergente dança contemporânea europeia.
A dupla de coreógrafos portuguesa Sofia Dias e Vítor Roriz recebeu este sábado, em Bucareste, o prémio
Jardim d’Europe, no valor de dez mil euros, atribuído por um júri internacional composto por oito críticos à
peça “Um gesto que não passa de uma ameaça”, apresentada na passada quarta-feira no 6º Xplore
Dance Festival que decorreu na capital romena, a coreografia distinguiu-se do conjunto dos trabalhos
apresentados por nomes emergentes da cena europeia.
O Prémio Jardin d’Europe, na sua 4ª edição, é a mais importante distinção para a nova criação
contemporânea europeia e resulta da colaboração de 14 instituições, entre elas o ImpulsTanz, em Viena,
e a companhia Ultima Vez, em Bruxelas. O festival iDans, em Istambul ou a companhia Cullberg Ballet,
em Estocolmo. Na crítica publicada no P2 aquando da estreia de “Um gesto que não passa de uma
ameaça” no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, a 2 de Julho deste ano, Luísa Roubaud escrevia: “A
peça evidencia basear-se na improvisação e numa aturada escuta introspectiva. Mas estamos longe de
uma catarse: Dias e Roriz lançaram-se, literalmente, de corpo e alma, num intenso brainstorming motor,
mental e verbal, e é dele que emana toda a dinâmica dramatúrgica; contudo, sob a aparente associação
livre, o cuidado com os ínfimos detalhes com que corpo e voz dão visibilidade cénica à insondável linha
condutora que liga o material apresentado, denota decantação e selecção, prevalência do controlo sobre
o risco”. A coreografia mereceu 4 de 5 estrelas. “Um gesto que não passa de uma ameaça” é
apresentado dias 22 de Outubro em Évora (Festival Internacional de Dança Contemporânea), 12 de
Novembro em Estarreja (Cine-teatro de Estarreja), e de 24 a 26 de Novembro em Lisboa (Espaço
Alkantara).”
3
IMPULSETANZ
4º Prémio Jardin d’Europe vai para Sofia Dias & Vítor Roriz - out 2011
“Os vencedores do Prix Jardin d’Europe foram nomeados por um júri composto por oito críticos de dança
de sete países, que integraram em simultâneo o programa Critical Endeavour para escritores emergentes
durante o Festival eXplore.
O júri anunciou que o trabalho, Um gesto que não passa de uma ameaça de Dias e Roriz foi premiado
devido à "sua investigação repensada com minucia e detalhe da palavra, da voz e som na sua relação
com a incorporação (v.o.embodiment). A peça alcançou uma identidade pessoal por questionar
permanentemente a coreografia através do trabalho criativo e implicação física; em simultâneo, abriu um
espaço poético de pensamentos e sentimentos, enquanto os dois performers se implicaram numa
descoberta muito íntima."
ATUAL/EXPRESSO
Um gesto que não passa de uma ameaça de Sofia Dias e Vítor Roriz, Espaço Alkantara, Lisboa, de
24 a 26 por Cláudia Galhós – 17 nov 2011
“Para quem acha que não há renovação na dança portuguesa, aqui estão dois nomes para provar o
contrario. Sofia Dias e Vítor Roriz criam e interpretam em dupla, andam fora dos media, mas dentro dos
mais prestigiados circuitos de dança internacionais. Recentemente, venceram o prémio Jardin d’Europe,
para artistas emergentes, sob o auspício da Comunidade Europeia, com o espetáculo que esta semana
repõem. “Um gesto que não passa de uma ameaça” é representativo do universo da dupla. Ali, cada
acção, cada som, cada palavra instala-se com um rigor formal e poético de uma escultura
cuidadosamente trabalhada. Há humor, crítica social, evocação de uma vivencia quotidiana, íntima,
repetitiva. No momento em que tudo parece perder sentido, esta peça releva outros sentidos possíveis
por detrás dessa perda…como um ato de liberdade.”
ÍPSILON/PÚBLICO
A possibilidade de um gesto por Tiago Bartolomeu Costa - 24 nov 2011
4
Reposição de três dias da peça vencedora do prémio Jardin d"Europe mostra a qualidade e a
singularidade do trabalho de Sofia Dias e Vítor Roriz.
“Quando, há um mês, os coreógrafos Sofia Dias e Vítor Roriz receberam o prémio Jardin d"Europe, em
Bucareste, Roménia, com a peça Um gesto que não passa de uma ameaça - de hoje a sexta no Espaço
Alkantara, Lisboa -, o júri de críticos destacou a sua "minuciosa reconstrução e detalhada investigação
sobre a palavra, a voz e o som na sua relação com a interpretação".
A peça, que teve a sua primeira apresentação em Julho, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa,
"construía uma identidade própria, ao se lançar num processo contínuo de questionamento da coreografia
através de um trabalho, ao mesmo tempo físico e criativo, enquanto abria um espaço poético de
pensamentos, emoções, através do modo como os dois intérpretes activavam um espaço de íntima
descoberta".
Esta definição é sintomática do discurso dos dois coreógrafos que, com esta distinção, chegam à primeira
linha da novíssima criação contemporânea europeia. E fazem-no sendo absolutamente fiéis a um
discurso recolhido, distante de modelos finitos e atento a uma continuidade ao mesmo tempo narrativa e
coreográfica como há muito tempo não se via (ou não víamos), de forma tão desassombrada, na dança
contemporânea. Fazem-no, sobretudo, num contexto onde a pressão dos modos de produção,
programação e circulação tendem a atrofiar a própria criação, introduzindo variáveis condicionantes do
ponto de vista estético e discursivo. Isso mesmo foi exposto na edição do festival de dança Explore onde
a peça de Dias e Roriz se apresentou, em Bucareste, e acabou por vencer contra peças que revelavam a
longa lista de co-produtores que eram, ao mesmo tempo, sponsors do prémio.
Um caso à parte
Quando os inscrevemos na actual paisagem coreográfica nacional, Sofia Dias e Vítor Roriz representam
um caso à parte. A qualidade do seu trabalho, preciso e intenso na sua pesquisa, dono de uma gravidade
no movimento e claro na utilização do corpo como elemento condutor da dramaturgia, pode ser lido como
o herdeiro natural de uma história que foi sempre mais forte na sua singularidade do que na construção
de escolas ou famílias estéticas. Há no modo como têm vindo a desenhar o seu percurso uma consciente
atenção não apenas ao detalhe, mas ao modo como na selecção (em vez de na redução) do gesto este
se amplifica através de uma outra forma de reestruturação, longe da catarse, como bem identificava Luísa
Roubaud na crítica publicada em Julho no PÚBLICO.
E Um gesto que não passa de uma ameaça opera a partir de princípios de ocultação e revelação que vão
construindo através dos corpos dos dois intérpretes jogos de palavras, de movimentos e de imagens.
Jogos que, na sua fluidez narrativa e discursiva, permitem o desenho de um mapa referencial lúcido,
cheio de encontros inusitados entre a palavra e o gesto, entre a imagem e o seu significado, onde parece
ser suficiente a poética do acto de enunciação.
É este trabalho com a palavra, a língua (o inglês) e a voz que antecipa o movimento ou o complementa
que caracteriza a linguagem de Sofia Dias e Vítor Roriz. De igual modo os movimentos de um e de outro
autor complementam-se, ampliam-se e transformam-se, num hipnótico gesto de mutação. Já em peças
anteriores, como Again from the begining, de 2008, e Unfolding, de 2009, tinham definido que a matéria
coreográfica que lhes importa transvazava a própria dança e fazia-a entrar em diálogo, quando não em
confronto, com a própria ideia de um movimento. Agora atingem um ponto alto do seu percurso, antes de
partirem para a nova criação que resulta do prémio que agora receberam.
Hoje, a peça é antecedida por um minuto de silêncio e em blackout em solidariedade com a greve geral e,
amanhã, precede a apresentação do livro Arremesso II, edição de imagens e ideias feito em colaboração
com Catarina Dias e Cíntia Gil.”
5
ATUAL/EXPRESSO
Balanço 2011, Dança: 4º lugar de 10 por Cláudia Galhós - dez 2011
“(…) É desse equilíbrio maturado e exigente entre a imaginação e a execução que sobressai a dupla
Sofia Dias & Vítor Roriz, com “Um gesto que não passa de uma ameaça”. Qualquer destas peças são
peças que não se fecham em si, mas que abrem uma vida que se multiplica em olhares, perspetivas,
pensamentos, interrogações…E têm alma (…)”.
ÍPSILON/PÚBLICO
Balanço do ano 2011, Dança: 4º lugar de 10 por Tiago Bartolomeu Costa - dez 2011
“Com um cuidado e uma elegância a toda a prova, um saber e uma atenção inatacáveis, e uma
fragilidade tamanha, Sofia Dias e Vítor Roriz conquistaram a Europa com esta peça, de uma
complexidade desarmante. Não é só o modo como trabalham, obstinada e laboriosamente, uma imagem.
É também o modo como dela partem para, num gesto largo, ali fazer caber o mundo. Um dos casos
maiores da dança europeia. Em português.”
LONDON DANCE REVIEW
Sofia Dias & Vítor Roriz/Spring Loaded at The Place por Jeffrey Gordon Baker - 23 abr 2012
Questions of form and content are never far from consideration in the practice of contemporary dance. In a
post-show Q&A after Friday’s Spring Loaded programme at The Place, these questions were well
articulated by choreographer-performers Sofia Dias and Vitor Roriz, whose piece A Gesture that is Nothing
but a Threat occupied the first half of the evening. Roriz and Dias explained that this hypnotic work of rapid
verbal and physical repetitions, was born of play, in resistance to the notion that thematics have to come
first in the creation of dances. Indeed, this playful spirit infused the work, in which the pair started by sitting
across a table from each other repeating words and phrases until they fell apart into mere monotonous
sounds, then evolving into new words, new phrases, often to serendipitous effect.
The same happened with the movement. Fragments of what could have been household rituals or
mysterious crime scene re-enactments were rewound and fast-forwarded with minor changes appearing
within each new cycle. The device here could have made these feel like simple improvisation exercises,
but Roriz and Dias are distinctive and compelling physical performers. They were able to mine the
monotony in both the movement and the voice for subtle variations, humour, even tenderness. A pause for
6
breath, a conspiratorial whisper or a wry look would bring us sharply back into the reality of the moment
just before we were vibrated back into the mesmerising soundscape of their vocalisations. This was a
fascinating work, deceptively simple in structure, a virtuoso illustration of how we simultaneously discover
and create the present through the incessant repetition of the past.
DE DODO - SPRINGDANCE'S INDEPENDENT ONLINE NEWSPAPER
Portuguese Sofia Dias and Vítor Roriz let the language speak their movements por Maarten
Baanders - 25 abr 2012
“You have those performances that you think are remarkably simple and where you understated a
complete world of its own. Performances in which everything is recognizable. Words, movement, scenery.
Everything as familiar and homely. But then a knock on data. Patterns merge. The language is uncertain.
Everything rattles and touches adrift. And yet it is true. For your eyes and ears takes place on a world
without cracks and with its own logic. In one way or another, afterwards, you leave the room with a good
feeling.
Such a performance is ‘A gesture is nothing but a threat’. Sofia Dias and Vítor Roriz move and let the
language speak their movements. Same rhythm, same speed includes their words and their gestures.
They build a great stress on them.
In their performance-like work, like ‘Again from the beginning’, Dias and Roriz breakthrough prevailing
codes and images, to build a new context. In 'O mesmo mas ligeiramente diferente’ let them see what
wonderful roads movement among language lie.
In 'A gesture is nothing but a threat' Dias and Roriz do something wonderful with words. They thread them
together. They make associations, not only with what the words mean, but with their sound. "Open your
eyes," they invite the public. The words flow out. "I hope you rise," results from it, and then: 'You're right'.
And so it goes. Again and again they bring such beautiful poetic flow going. Words are not defined parts
with a fixed meaning. It is as remarkable as creative the way these two Portuguese handle with English. Or
can they just do it because they are not native speakers? Are they more capable with the English words
and their meanings, which parts are probably better to separate and breack through? Quite naturally, they
surprise you in taking you from one language to another. The sound determines the twisting. Of course,
the words never loose their meanings. That’s why the word series in this show are so funny. Rapidly
tapping Dias and Roriz and many meanings, without time to consider them. The meaning as flies away.
This gives you a giddy feeling, like you’re in great speed through the swept universe.
7
In their movements they do the same, but it’s more gradual and subtle. The beginning is quite normal.: A
man and a woman at a table. From that position they build a series of movements, repeated, each
supplemented by a subsequent movement. Get up, pick up a map, water drinking: nothing special, it
seems. But in an airy way they gradually go beyond the walls of normal. Furniture goes on their side.
Dramatic gestures and facial expressions break out. All this smoothly and with a compelling rhythm.
Slowly, the domesticity place for a splendid absurdity. Still very simple and clear. It is liberating. You leave
the room with such a good feeling.”
THE VOLSKRANT (Jornal Nacional) por Mirjam van der Linden - 26 abr2012
Springdance | Sofia Dias & Vítor Roriz
"Springdance festival has always been on the border of dance and performance art, dance and theater,
and the performances presented on Tuesday were a perfect example of this. (...)
Dance in its strict sense was scarce in the evenings. In 'A Gesture That is Nothing But a Threat' words go
off with the bodies of Sofia Dias and Vítor Roriz, the dancers and choreographers of the piece. With a
diction to blow you away, they pour a cascade of letters, sounds and accents from their mouth in a rapid
repetition where other meanings merge.
(...) In a very clever way, this frenetic relationship drama, if that’s the case, cause you don’t really know
what exactly is that play between man and woman (…). If at a given time the movement takes over, you
literally see that it is the purely physical network such as the nuances they’ve done in language. (…)"
8

Documentos relacionados