Gazeta do Povo - Faculdades Integradas Rio Branco

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Título: Eleito na França terá de enfrentar políticas da UE, dizem analistas
Veiculo: Gazeta do Povo Online / Online
Seção: Edição Impressa Online
Centimetragem: 16,7
Página: Online
Data: 09/05/2012
Valor: R$ 735,00
Eleito na França terá de enfrentar políticas da UE, dizem analistas
Gazeta do Povo Online - PR - EDIÇÃO IMPRESSA ONLINE - 09/05/2012
Rodolfo Stancki
Lionel Bonaventure/AFP
Nicolas Sarkozy (esq.) com François Hollande, em Paris
O posicionamento de François Hollande na campanha eleitoral contra as medidas de austeridade da União Europeia (UE) conquistou eleitores
insatisfeitos e o levou à vitória nas eleições francesas do último domingo. Eleito presidente da França, o socialista - que até então não tinha nenhuma experiência em cargos públicos - agora tem como desafio
transformar seu discurso de campanha em realidade.
O problema é que o reposicionamento do bloco econômico europeu não depende somente da França. Para especialistas, o momento de Hollande comemorar os resultados das eleições já acabou. Sua tarefa agora é convencer a chanceler alemã Angela Merkel, que defende corte nos gastos
governamentais, de que a Europa precisa voltar às políticas de crescimento.
Segundo o professor de economia do curso de Relações Internacionais das Faculdades Rio Branco Rogerio Buccelli, Hollande tem uma "batata quente
nas mãos". "Ele precisa cumprir o que prometeu em campanha, gerando mais empregos e combatendo a desigualdade. Para isso, deve se projetar
politicamente e ganhar espaço na União Europeia", diz.
Buccelli afirma que, sem espaço no bloco, a França dificilmente conseguirá
lutar contra a austeridade. Mas antes de conquistar visibilidade
internacional, o novo presidente precisa conseguir respaldo no parlamento
francês, cuja maioria dos representantes ainda é da ala política de Nicolas
Sarkozy. "Conseguindo o apoio doméstico, a missão de Hollande é capitalizar suporte político em outros países da União Europeia e, então, levar a situação para Angela Merkel", diz Buccelli. Negociações difíceis
Para o macroeconomista das Faculdades Integradas do Brasil, Wilhelm
Meiners, as negociações entre a França e a Alemanha não serão fáceis. O maior problema está em convencer Berlim de que o pacote de austeridade não tem mais sustentabilidade para a Europa.
"Angela Merkel deve fazer resistência (em renegociar o corte nos gastos) Page 1 / 2
Meiners, as negociações entre a França e a Alemanha não serão fáceis. O maior problema está em convencer Berlim de que o pacote de austeridade não tem mais sustentabilidade para a Europa.
"Angela Merkel deve fazer resistência (em renegociar o corte nos gastos) por causa de pressões de seus grupos de apoio, como bancos e empresas internacionais", prevê.
Para Meiners, o pacto fiscal assinado em 2011 - que protege a unidade do
euro e a estrutura da União Europeia - está comprometendo o desenvolvimento de determinados países.
O exemplo mais gritante dado pelo professor é o caso da Grécia, cujo voto
de protesto deixou o país em uma indefinição a respeito do governo. "Os gregos chegaram a ameaçar, nos últimos dias, em deixar a zona do euro e
abandonar as medidas de austeridade."
Para Buccelli, a situação da Grécia pode servir de bandeira para que
Hollande consiga capitalizar apoio dos europeus para redefinir as políticas de austeridade. "Levantando a crise grega, ele pode ganhar espaço na União Europeia e justificar as medidas de desenvolvimento que defendeu durante a campanha", observa.
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