market research report

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market research report
MARKET
RESEARCH
REPORT
Índice
1. Contexto e metodologia
2. Entrevistas
3. Definição do canal e atores relevantes
3.1. Processo de decisão. Canal
3.2. Critérios de decisão
3.3. Atores participantes no canal
4. Necessidades em urbanismo: valorização das soluções
necessidades por descobrir
4.1. Pavimentos
4.2. Fachadas
4.3. Mobiliário urbano
5. Papel da cerâmica e materiais competitivos
5.1. Pavimentos
5.1.1. Principais inconvenientes (debilidades)
5.1.2. Principais ameaças
5.1.3. Principais vantagens e competitividade (pontos fortes)
5.1.4. Principais oportunidades
5.1.5. Exigências do mercado e elementos diferenciadores
5.2. Fachadas
5.2.1. Principais inconvenientes (debilidades)
5.2.2. Principais ameaças
5.2.3. Principais vantagens e competitividade (pontos fortes)
5.2.4. Principais oportunidades
5.2.5. Exigências do mercado e elementos diferenciadores
5.3. Mobiliário urbano
5.3.1. Principais inconvenientes (debilidades)
5.3.2. Principais ameaças
5.3.3. Principais vantagens e competitividade (pontos fortes)
5.3.4. Principais oportunidades
5.3.5. Exigências do mercado e elementos diferenciadores
6. Tendências para o futuro
7. Conclusões
atuais
e
1. Contexto e metodologia
O projeto CERURBIS pretende obter desenvolvimentos industriais de novas
linhas de negócio, o que significa trabalhar sobre o conceito de “Modelo de
negócio”.
Desenvolver diferentes "modelos de negócios", envolve a resposta a questões
que vão além do protótipo/produto em si e abrangendo o público-alvo,
marketing, ou de posicionamento, entre outros.
Para conseguir responder a estas questões, a realização de pesquisa de
mercado surge em países participantes no projeto SUDOE - CERURBIS.
O mercado surge através de fontes primárias (especificamente usando como
método a realização de entrevistas) e informações secundárias.
A tabela a seguir apresenta informações sobre as necessidades de informação
e os perfis genéricos entrevistados que são considerados para a investigação.
¿O quê? Conhecimento
K2 Valorização das soluções atuais
¿Quem? Alvo
Serviço Público Municipal
(Câmara). Paridade
entre cidades entre
T1
50.000 e 200.000 habitantes
e grandes cidades. Conselheiros
de Planeamento Urbano
Serviço Público Municipal
(Câmara). Paridade
entre cidades entre 50.000 e
T2
200.000 habitantes
e grandes cidades.
Técnicos de urbanismo
K3 Atores e papéis
Empresas de construção com
T3 uma grande e importante % de
obra pública.
Diretores de Obra
K1 Necessidades
¿Quando? ¿Como? Metodologia
S1
Entrevista
S1
Entrevista
S1
Entrevista
S2
Entrevista
S1
Entrevista
K5 Critérios de eleição
T4 Urbanistas de consultoras
e/ou ateliers privados
Consumidor. Grupos que
T5 representam cidadãos
incapacitados
S1
Levantamento ou entrevista
K6 Cerâmica. Vantagens e inconvenientes
Consumidor. Cidadãos em geral
T6 ou grupos representantes de
cidadãos
T7
S3
Entrevista
K4 Canal / processo
K7 Outros materiais / soluções.
Vantagens e inconvenientes
K8 Tendências para o futuro
Fabricantes de cerâmica
Além disso, dada a complexidade de investigar uma área complexa como é a
cidade, os participantes do consórcio decidiram dividir a pesquisa em três
espaços distintos: fachadas, pavimentos e mobiliário urbano.
Os objetivos da pesquisa, finalmente, materializaram-se no seguinte:




Determinar a estrutura de canal, os atores participantes, as regras e a
importância relativa dos participantes.
Determinar las vantagens e as desvantagens da aplicação da cerâmica no
espaço urbano
Encontrar padrões comuns nos grupos de participantes.
Obter possíveis linhas de negócio que potenciem o desenvolvimento da
indústria cerâmica (sendo o objetivo final da investigação).
2. Perfis entrevistados
Na totalidade o número de entrevistas a partir das quais se têm tirado
resultados são as seguintes e com os seguintes perfis:
Código Tipo
Nome
Cargo
Lugar
T1
José Ribau
Esteves
Presidente
Aveiro
Gil Nadais
Presidente
Águeda
Hélder Tércio
Ex diretor do
departamento de
urbanismo
Ex diretor do
departamento de
urbanismo
Técnico de
urbanismo
Aveiro
Diretor de Obra
Assessor urbanista
Aveiro
Coimbra
Diretora do grupo de
pessoas com
deficiência
(CERCIAV)
Consumidor geral
Diretor (Revigrés)
Aveiro
Diretor
(Recer)
Diretor técnico
Oliveira do
Bairro
Aveiro
T1
T2
T2
T2
T3
T4
Conselheiro de
planeamento
urbano
Conselheiro de
planeamento
urbano
Técnicos de
planeamento
urbano
Técnicos de
planeamento
urbano
Técnicos de
planeamento
urbano
Diretores de Obra
Assessor urbanista
T5
Grupos de cidadãos
com incapacidades
T6
T7
Cidadãos general
Fabricantes de
cerâmica
Fabricantes de
cerâmica
Fabricantes de
T7
T7
António
Crespo Osório
José Quintão
Cristina Rito
Jorge
Carvalho
Marília Martins
Paula Seabra
Ana Paula
Roque
Paula Ferreira
Catarina
Aveiro
Aveiro
Aveiro
Águeda
T1
T1
cerâmica
Edil de urbanismo
Duarte
Bernard
VAREILLE
Claude
BRANDY
Bernard
BEAUBREUIL
(Lovetiles)
Assistente
Limoges
Assistente
Saint Junien
Adjunto
Saint Junien
Jean-Marc
LESCURE
Christophe
MATHIEU
Responsável por vias
Saint Junien
Serviço de
desenvolvimento
urbano
Serviço de
desenvolvimento
urbano
Director de marketing
STCL
Serviço de
desenvolvimento
técnico
Gerente de
projectos(SEMAEST)
FFTP
Limoges
T2
Planeamento
urbano
Planeamento de
instalações
desportivas
Técnico
T2
Técnico
T2
Técnico
T2
T2
Serviço de técnico
adjunto
Técnico
T3
Diretor de obra
T3
Diretor de obra
T3
Diretor de obra
T3
Diretor de obra
T4
Desenhador /
Projetista
Desenhador /
Projetista
Frédéric
VUILLAUME
Emmanuel
BOIS
Jacques
SENANT
Mathilde
ANDRAUD
Daniel
BERNARD
Alain
DENOIRJEAN
Desenhador /
Projetista
Desenhador /
Projetista
Olivier
NICOLLAS
Régis
COURTOUX
T5
Grupo de cidadãos
com incapacidades
Michelle
DENIS-GAY
T6
Cidadãos em geral
Michel
TOULET
T6
Cidadãos em geral
8 utilizadores
comuns do
espaço
T1
T4
T4
T4
MarieAngélique
BIGAS
Vincent
BOURGOIN
David
GERMANEAU
Chefe da empresa
COLAS
Chefe das relações
públicas COLAS
Diretor da sociedade
TCPP
Investigador do
centro europeu da
cerâmica
Arquiteto
Diretor da sociedade
FORMARE DESIGN
et FUNE’ART
CNISAM (Centro
Nacional da Inovação
Santé, Autonomia e
Artesanato)
Associação
Renaissance du
Vieux Limoges
Limoges
Limoges
La Rochelle
Paris (18ème)
Région
Limousin
Condat sur
Vienne
Condat sur
Vienne
AZERABLES
(23)
Limoges
Strasbourg
Saint Priest
Taurion (87)
Limoges
Limoges
Limoges / La
Rochelle
público
T7
Empresas
produtoras de
materiais
Empresas
produtoras de
materiais
Empresas
produtoras de
materiais
Conselheiros de
Planeamento
Urbano
José
MONTINTIN
Conselheiros de
Planeamento
Urbano
Conselheiros de
Planeamento
Urbano
Raúl Santos
Técnicos de
urbanismo
Técnicos de
urbanismo
Técnicos de
urbanismo
Blas Jovells
T2
Técnicos de
urbanismo
Luís Gómez
T2
Técnicos de
urbanismo
Ricardo
Vázquez
T3
Diretor de Obra
T4
Urbanistas de
Ateliers privados
Urbanista, perito em
urbanismo
José Manuel
Díaz
Carlos
Guillamón
Cristina
Rodríguez
T7
T7
T1
T1
T1
T2
T2
T2
T4
T7
Empresas
produtoras de
telhas cerâmicas
Nicolas
DELEURME
Eve
AIGUEPERSE
Miguel Ángel
Zorrilla
Javier Vidal
Carlos
Navarro
Ricardo Diez
Josep Gimeno
Coordenador da
Associação
CeramicsEnterprises
Centro técnico dos
materiais naturais de
construção
Sociedade IMERYS
Rayonnement
national
Responsável pelo
departamento de
gestão de obra e
serviços públicos
municipais
Tesoureiro do serviço
público municipal
Vila-Real
Coordenador da área
de desenvolvimento
sustentável do
municipio
Arquiteto do
município
Arquiteto do
município
Responsável pelos
projetos de
viabilidade do
município
Técnico municipal da
área de execução do
planeamento
municipal
Técnico municipal
(engenheiro) da área
das infraestruturas do
município
Promotor privado
Castellón
Arquiteto
Castellón
Professora da
Universidade Rey
Juan Carlos
Responsável pela
área de Marketing
(Rocersa)
Madrid
Limoges,
rayonnement
national
Limoges
Burriana
Castellón
Borriol
Santander
Sevilla
Zaragoza
Castellón
Vila-Real
T7
3.
Empresas
produtoras de
telhas cerâmicas
Javier
Portolés
Responsável pela
área de inovação
(TAU)
Castellón
Definição do canal e atores relevantes
Antes de definir o canal adequado, dever-se-á fazer alguns esclarecimentos
sobre as áreas de pesquisa a serem tratadas.
Dentro das três áreas de pesquisa, o revestimento é a área mais desenvolvida
e encontram-se inúmeros exemplos de aplicação, ao passo que a aplicação da
cerâmica no mobiliário urbano é muito mais heterogénea e difícil de encontrar
em projetos interessantes neste âmbito.
No entanto, a cerâmica utilizada como material de pavimentação ou utilizada
para outros projetos de maior envergadura, é ainda uma área onde poderá
posicionar como uma das alternativas aos materializados mais usados hoje em
dia.
Na definição do canal, e, portanto, no processo de decisão, as etapas
identificadas são similares nas diversas áreas de aplicação (fachada, mobiliário
urbano e pavimentação). No entanto, dever-se-ão ter em conta algumas
nuances, como se se trata de uma obra nova, uma obra de
recuperação/reabilitação ou uma obra de manutenção/reposição.
O esquema de soluções em que a cerâmica pode ser utilizada na cidade,
serão:
CERÂMICA URBANA
Mobiliário Urbano
Novos projetos
Fachadas
Reposição e
Manutenção
Reabilitação
Edifício
s
privado
s
Novos projetos
Edifícios
públicos
Edifícios
privados
Edifícios
públicos
Pavimentação
Passeios
Novos
projetos
Calçadas
Reposição e
manutenção
Novos
projetos
Outras aplicações
(praças, mercados,
estações,…)
Reposição e
manutenção
Novos
projetos
Reposição e
manutenção
3.1 POCESSO DE DECISÃO. CANAL
Antes de definir o processo, há que referir:
1- Que a substituição, manutenção ou reabilitação, é um processo muito
curto e de rotina, enquanto que para os novos projetos o processo é
mais longo e mais completo, e é necessário um grande volume de
informações precisas e exaustivas, assim como estudos de diferentes
alternativas para o risco percebido pelos decisores antes de possíveis
problemas.
2- Dependendo do país, o processo tem certas variações regionais. No
entanto, em França o processo encontra-se um pouco mais exaustivo
adicionando ou incluindo mais intensidade em algumas das etapas aqui
descritas.
Portanto, o que aqui é apresentado é um modelo de processo de decisão, que
de forma abrangente que caracterizará toda a área geográfica estudada.
PRIMEIRO PASSO. Deteção da necessidade.
A decisão do canal começa com uma decisão política, ratificada em reunião de
câmara. Mas essa necessidade é bem identificada pelos serviços técnicos do
próprio município, ou por iniciativa dos cidadãos, cabendo ao município
proceder a uma decisão estratégica de trabalhar ou não sobre um manifesto ou
petição dos cidadãos ou grupos, organizações ou associações.
Novos projetos podem ser propostos por um promotor privado, que apresentará
relatórios e/ou estudos relevantes para a Câmara Municipal proceder à a sua
avaliação e ponderação em prol do beneficio do município.
SEGUNDO PASSO: Análise do orçamento e prioridades.
Quando se trata de substituição ou manutenção de materiais, o município
geralmente tem uma rubrica orçamental específica e, após análise de
prioridades, é lançado um concurso para implementar essas ações
consideradas mais relevantes.
Neste processo os materiais devem respeitar a linguagem urbana existente e,
por essa razão, o município local pode exigir a utilização de um determinado
material, sendo que já existe uma experiência anterior e as especificações do
produto já se encontram estabelecidas.
Face ao exposto, o processo de decisão é curto e de rotina.
No caso de um novo projeto, a Câmara Municipal avalia as suas prioridades e
analisa o orçamento para determinar a viabilidade do projeto para a sua
implementação e execução.
TERCEIRO PASSO: Criação de um grupo de trabalho, Diretor da criação de
um grupo de trabalho e diretor de projeto
Este passo surge essencialmente em França.
Este grupo de trabalho pode ser composto por funcionários e especialistas
técnicos para desenvolver projetos e realizar/analisar a viabilidade técnica.
Estes técnicos devem ter informações sobre as soluções que existem no
mercado e as necessidades que cobrem e têm em conta questões como
conexões de comunicação, impactos ambientais, etc.
Os projetos de planeamento urbano, em certas ocasiões utilizam software
específico, que pode ser descarregado dos respetivos sites dos fornecedores,
tais como qualidades, preços, etc.
Entrega-se o projeto às especialidades, todos os requisitos do mesmo devem
ser aprovados também pela administração técnica. Para decidir sobre os
materiais a serem incluídos no projeto, o técnico que prescreve deve aplicar as
normas e recomendações do Município para o qual está a projetar. Às vezes,
são utilizados materiais mais estáveis, ou seja, materiais com os quais há uma
experiência de trabalho e conhecimento acumulado e tradição. É difícil,
portanto, fazer novas experiências com novos materiais.
QUARTO PASSO: Fase de consulta aos cidadãos
Este passo surge essencialmente em França.
Esta fase é realizada somente quando se trata de uma mudança de uso do
espaço público, ou construção ou reconstrução de uma zona ou bairro. A
consulta não incide apenas sobre a escolha dos materiais, mas sim sobre
questões práticas, tais como o uso do espaço.
QUINTO PASSO: Realização do caderno de encargos
O caderno de encargos é realizado por um técnico do município ou da equipa
de trabalho, mas em estrita conformidade com as normas e requisitos
estabelecidos pelo Município. Este caderno de encargos serve como base para
o concurso público a ser lançado.
SEXTO PASSO: Aprovação do Projeto
Posteriormente, o projeto é aprovado, mas às vezes essa aprovação ultrapassa
o nível local, e à necessidade de instituições nacionais ou regionais aprovarem
tais projetos a serem realizados, tais como projetos em zonas históricas, entre
outros.
Se não for lançado concurso público, o projeto poderá ser adjudicado a um
promotor que selecionará qual as empresa ou empresas que executarão a
obra.
SÉTIMO PASSO: Concurso público
Portanto, se se tratar de uma atuação pública, a partir do caderno de encargos
lançar-se-á o concurso público para selecionar o candidato que irá realizar a
obra. No caderno de encargos estão contidos os critérios de seleção dos
candidatos e o seu peso na tomada de decisão.
OITAVO PASSO: Adjudicação
A obra será adjudicada por uma comissão formada para esse efeito ao
candidato selecionado.
NONO PASSO: Formação de uma comissão de direção
Esta fase realiza-se no caso de França, e diz respeito à constituição de uma
“comitê” de direção envolvendo diferentes áreas técnicas de gestão e
planeamento urbano que irão avaliar e validar no desenvolvimento da obra
propostas de ajuste do projeto.
Esta fase é frequente no caso da França e tem a ver com o estabelecimento de
um comité de direção que envolve vários serviços técnicos, a gestão/direção e
o planeamento urbano. Este comité valida as proposições sobre as quais o
estudo incide.
DÉCIMO PASSO: Fase preliminar.
Esta fase realiza-se no caso de França, e diz respeito a uma fase de testes
para determinar os materiais e cores na presença dos técnicos de planeamento
urbano.
DÉCIMO PRIMEIRO PASSO: Acompanhamento
Acompanhamento da obra por de técnicos de urbanismo.
3.2 CRITÉRIOS DE DECISÃO
Para cada área de pesquisa e, em especial, para as diferentes áreas de
aplicação, foram identificados alguns critérios diferentes, mas em geral, os
critérios mais visados são o custo, a estética e a facilidade de fornecimento.
Em Portugal podemos adicionar durabilidade e segurança, dois dos aspetos
mais citados.
Deve também ter em conta as questões que têm a ver com a tradição e
identidade cultural, assim como a integração no conjunto geral da obra ou da
cidade.
ESPAÇO DE INVESTIGAÇÃO: Pavimentação

Passeios:
o Aderência e conforto de marcha
o
o
o
o
Uso e comportamento (especialmente em intempéries)
Estética
Resistência
Custo que varia em função da localização do projeto (zona
classificada, centro histórico, …).

Calçadas:
o Facilidade e rapidez de execução
o Segurança, por exemplo: dar uma aparência brilhante que
incentiva as pessoas a abrandar o passo
o Custo
o Ruído provocado pelo tráfego
o Estética.

Outras aplicações:
o Aderência e conforto de marcha
o Uso e comportamento (especialmente em intempéries)
o Estética
o Resistência
o Custo que varia em função da localização do projeto (zona
classificada, centro histórico, …).
o Proveniência e origem dos materiais.
EPAÇO DE INVESTIGAÇÃO: Fachadas





Origem dos materiais: materiais que aportam identidade local ou regional
Facilidade de fornecimento
Integração no património arquitetónico
Características técnicas como o isolamento
Estética
ESPAÇO DE INVESTIGAÇÃO: Mobiliário urbano










Resistência (danos, desgaste, impacto, clima)
Facilidade de reposição do material.
Facilidade de fornecimento
Manutenção das instalações
Facilidade de implementação técnica
Estética
Custo
Funcionalidade
Adaptação para os utilizadores, incluindo os cidadãos com deficiência
Integração na envolvente urbana.
3.3. ACTORES PARTICIPANTES NO CANAL
Dentro do canal de decisão podemos distinguir dois grupos de atores, para fins
de comunicação, devem ser considerados separadamente: aqueles que estão
diretamente envolvidos no processo (microambiente) e aqueles que podem
influenciá-lo (macroambiente).
Microambiente
Macroambiente
Promotor (público/privado)
Técnico (público/privado)
Construtor
Canal de distribuição
Cidadãos
Gerador
de
marcos
normativos
Associações de grupos com
deficiências
Os técnicos projetistas e os redatores do projeto (medidores/orçamentistas),
que trabalhem para um promotor privado ou público, são atores “chave” neste
processo. São eles que, finalmente, prescrevem o produto para usar ou
estabelecem um padrão mínimo de qualidade. Por esta razão, é necessário
enviar-lhes grande parte da comunicação.
Por outro lado, o construtor tem algum espaço para "melhoria" ou "mudança de
tipos de contrato", desde que essas mudanças sejam semelhantes em
qualidade e preço.
Os construtores fizeram uma coleção de materiais por um canal de distribuição
tradicional, formado por diversas empresas. Para que o construtor se dirija ao
fabricante de cerâmica é necessário incluir o uso deste material no projeto ou
que se faça referência a um determinado requisito de qualidade, colocando a
cerâmica como premissa em relação a outras alternativas. Nas especificações
o Município/Câmara não pode especificar expressamente o material que se
pretende instalar de uma empresa em concreto, mas podem exigir a instalação
de cerâmica com propriedades ou características específicas.
Finalmente, existem os utilizadores, que embora não estejam diretamente
envolvidos no processo de decisão, mas atuam realimentando este processo
agindo através de suas reclamações e petições para melhorar os espaços
públicos.
Junto a estes agentes, não se pode ignorar a presença de outros grupos, como
os responsáveis pelo desenvolvimento de políticas e quadros, ou associações
ou grupos com deficiência, como a ONCE em Espanha, por exemplo. O grau
de conhecimento dos novos materiais irá determinar, sem sombra de dúvida,
as recomendações para o uso.
4. Necessidades em urbanismo: valorização das soluções
atuais e quais as necessidades por descobrir
Na seguinte secção procura-se identificar as necessidades urbanas
identificados pelos entrevistados em cada uma das áreas de pesquisa,
tentando diferenciar na medida do possível as necessidades descobertas e as
necessidades por descobrir na atualidade.
4.1 Pavimentação
No espaço da pavimentação, como discutido acima, foram detetadas três áreas
de atuação: passeios, calçadas e outras aplicações.
Em geral, as necessidades identificadas podem apontar por um lado para
necessidades estéticas de identidade cultural e, por outro lado necessidade de
requisitos funcionais que incluem aspetos como durabilidade, sustentabilidade,
acessibilidade, segurança e manutenção.
Por conseguinte, assinalamos algumas das necessidades cobertas e
descobertas em cada uma das três áreas: passeios, calçadas e outras
aplicações.
Passeios
Necessidades descobertas
Necessidade
Como se determinam
identificada
as necessidades
Sustentabilidade
Limitação do impacto de
dióxido de carbono
Reciclagem
Estética
Unidade visual,
integração na paisagem
Acessibilidade
Acessibilidade para
pessoas com mobilidade
reduzida
Segurança para os
utilizadores do espaço
urbano
Resistência a manchas
Segurança
Manutenção
Exemplos de soluções
utilizadas
Utilização de produtos locais
Determinação dos pavimentos
que se podem reutilizar ou
reparar
Utilização de materiais
facilmente disponíveis e
similares esteticamente aos
materiais já presentes na
envolvente urbana
Adaptação da altura dos
passeios
Passeios com o limite visível
Materiais tais como o asfalto,
Resistência ao desgaste
Passeios
Necessidades não descobertas
Necessidade identificada
Estética
Acessibilidade
Segurança
Mobilidade
Reposição
Como se materializam as necessidades
Os materiais utilizados convencionalmente
não permitem pequenas variações de cor ou
aspeto de superfície.
Ajustes necessários nas leis relativas à
acessibilidade para pessoas com deficiência.
Delimitação de espaços para crianças idosos,
cegos, carrinhos de bébé...
Superfície aderente, mesmo contra as
intempéries
(por
exemplo,
cubos
escorregadios na chuva).
Falta de continuidade nos percursos
pedonais, como nos cruzamentos e entre
outros.
É necessário garantir a existência de um
“stock” de peças para se realizar a
substituição de peças quando necessário. Os
problemas de reposição limitam o uso de
certos materiais.
CALÇADAS
Necessidade descobertas
Necessidade
Como se determinam
identificada
as necessidades
Sustentabilidade
Reduzir a energia e o
impacto ambiental das
obras rodoviárias.
Limitação do impacto no
meio ambiente
Estética
pedra de calçada,…
Procura das camadas de
recobrimento com
aparência estéticas mais
Exemplos de soluções
utilizadas
Em França existem projetos de
investigação, tal como o
projeto TRACC (Técnicas
Rodoviárias adaptadas à
mudança climática).
Asfaltos vegetais, no entanto a
sua resistência permanece
como um fator a melhorar
Investigação sobre a
reciclagem dos componentes
do asfalto.
Camada de recobrimento em
tons claros de forma a reduzir
a iluminação pública
necessária.
Camadas de recobrimento em
tons claros.
Segurança
Manutenção
Variedade de usos
Durabilidade
Tradição
natural.
Controlar e reduzir o
ruído
Retardadores de
velocidade
Resistência às manchas
Resistência ao choque
Resistência à carga de
veículos
Marcação na calçada da
utilização prevista entre
os diversos utilizadores
Procura de soluções
duradoiras, de baixo
custo e de aplicação
massiva
Identidade cultural e
tradição numa
determinada área
CALÇADAS
Necessidades não descobertas
Necessidade identificada
Sustentabilidade
Estética
Variedade de usos
Segurança
Mobilidade
Reposição
Existem soluções estéticas
como o uso de pedras.
“Calçada de alcatrón”
Sinalização / materialização.
Por exemplo utilizam-se com
frequência pinturas nas vias
cicláveis.
Ladrilhos hidráulicos
Pavimento em pedra. Por
exemplo a calçada à
portuguesa
Como se materializam as necessidades
Calçadas de origem fóssil são usados na
maior parte das vezes. A resistência dos
materiais vegetais ainda deve ser testada.
A falta de escolha limitada à gama de cores,
dadas as limitações técnicas de muitos
materiais.
Pouca originalidade
Procura do valor estético e tradicional.
A sinalização/materialização dos diferentes
usos das vias tem de ser melhorada (vias
para autocarros, bicicletas, …). Algumas
tendências procuram diferenciar o uso do
pavimento
através
de
diferentes
revestimentos.
Por exemplo, a calçada à portuguesa não
comporta grandes cargas e quando mal
aplicada torna-se insegura e incómoda.
Falta de continuidade nos percursos
pedonais, como nos cruzamentos e entre
outros.
É necessário garantir a existência de um
“stock” de peças para se realizar a
substituição de peças quando necessário. Os
problemas de reposição limitam o uso de
certos materiais.
OUTRAS APLICAÇÕES
Necessidades descobertas
Necessidade
Como se determinam
identificada
as necessidades
Sustentabilidade
Reciclagem
Estética
Unidade visual,
integração na paisagem
Tornar agradáveis os
espaços pedonais
OUTRAS APLICAÇÕES
Necessidades não descobertas
Necessidade identificada
Estética
Mobilidade
Acessibilidade
Segurança
Manutenção
4.2 Fachadas
Exemplos de soluções
utilizadas
Determinados pavimentos são
passíveis de serem reutilizados
e ou reparados.
Utilização de materiais
facilmente disponíveis e
semelhantes aos existentes na
envolvente.
Uso de materiais naturais, tal
como o cubo de granito nos
centros históricos, de modo a
valorizar estas áreas.
Como se materializam as necessidades
Os materiais clássicos não permitem
pequenas variações de cor ou aspeto da
superfície.
Promover zonas pedonais para melhorar e
estimular o movimento na cidade.
Ajustes necessários nas leis relativas à
acessibilidade para pessoas com deficiência.
Delimitação de espaços para crianças,
idosos, cegos, carrinhos de bébé...
Superfície aderente, mesmo contra as
intempéries (por exemplo, cubos
escorregadios na chuva).
Os materiais utilizados em zonas pedonais
são atrativos, mas requerem uma
manutenção regular. Os cubos de granito
desgastam-se ao longo do tempo porque são
menos resistentes.
Nesta área de atuação, tanto a zona de Limoges, como a zona de Castellón e a
de Aveiro, contam com um vasto património, em grande parte ligado a
azulejaria de tradição nas três regiões.
Entre as necessidades atuais em que utiliza a cerâmica como revestimento de
fachadas, destacam-se razões de ordem estética e funcionais tal como a
durabilidade, resistência e manutenção.
Refere-se em concreto as fachadas ventiladas em cerâmica como uma das
soluções que apresentam uma grande melhoria na eficiência energética, e por
conseguinte uma poupança de energia, impermeabilização e estanquidade de
infiltrações nos edifícios.
Necessidades descobertas
Necessidade
Como se determinam
identificada
as necessidades
Sustentabilidade
Limitação do impacto do
dióxido de carbono
Exemplos de soluções
utilizadas
Utilização de materiais locais
Isolamento térmico pelo
exterior, impermeabilização e
estanquidade.
Estética
Melhoria da eficiência
energética e poupança
de energia.
Manutenção/Reabilitação Desenvolvimento de
mecanismos financeiros e de
assessoramento aos
proprietários para promover a
reabilitação e a manutenção
das fachadas.
Coerência no espaço
Uso tradicional de materiais
locais
Diversidade de produtos Gama de materiais utilizados
na construção que permite
uma ampla originalidade ou
adaptação aos edifícios
existentes de acordo com o
objetivo do projeto.
Promoção dos aspetos
Aplicação de materiais como a
culturais e históricos da
pedra e a madeira que não
cidade
distorcem a imagem do
espaço.
Tradição da região
Uso do azulejo respeitando a
tradição na reabilitação ou em
novas construções para
promovem a imagem de
conjunto da cidade.
Diferenciação, marca de A fachada ventilada permite,
identidade
em concreto, dar uma imagem
Manutenção
Resistência à intempérie
e ao desgaste
Disponibilidade do
produto
Durabilidade
Durabilidade dos
materiais e dos edifícios
Necessidades não descobertas
Necessidade identificada
Sustentabilidade
Estética
contemporânea e renovada,
dando por vezes maior valor
ao edifício.
Possibilidade de limpeza da
madeira ou cimento. No
entanto, estes materiais
respondem pior em termos de
resistência que a pedra ou de
vidro para esta necessidade.
Utilização de materiais
locais/regionais
Fazer uso de materiais comuns
Sistemas de fachada ventilada
Como se materializam as necessidades
Desenvolvimento em maior escala do
isolamento térmico pelo exterior.
Incrementar o uso de materiais nobres (como
madeiras, cerâmica,) para dar qualidade às
fachadas.
A proliferação de muitas soluções criam uma
heterogeneidade entre os edifícios que por
vezes é difícil de ser aceitável sobre o ponto
de vista estético.
As fachadas cegas (na maioria entre as
diferentes alturas dos edifícios) são um
problema arquitetónico na reabilitação dos
espaços urbanos e poderiam ser revestidas
de material cerâmico tornando estas fachadas
mais estéticas e duráveis.
4.3. Mobiliário urbano
E quanto ao mobiliário urbano identificaram-se várias necessidades também,
entre as quais se destacam as áreas de descanso, a acessibilidade e os
aspetos sociais e funcionais. Neste ponto fica ainda uma longa jornada para a
cerâmica.
Necessidades descobertas
Necessidade
Como se determinam
identificada
as necessidades
Sustentabilidade
Limitação do impacto no
Exemplos de soluções
utilizadas
Materiais recicláveis
meio ambiente
Utilização de recursos naturais
Estética
Unidade visual e
integração na envolvente
urbana.
Descanso
Tendo em conta o
envelhecimento da
população e o aumento
das pessoas com
mobilidade reduzida.
Permitir que as pessoas
com deficiências possam
manter a sua
independência e
moverem-se livremente
por entre o espaço
urbano.
Resistência do material
ao vandalismo, estragos,
roturas, desgaste, …
Substituição regular de
peças
Acessibilidade
Segurança
Manutenção
Necessidades não descobertas
Necessidade identificada
Sustentabilidade
Estética
Descanso
Utilização de materiais
facilmente disponíveis e que se
integram no espaço urbano.
Tal como, por exemplo, a
coerência das cores utilizadas.
Colocação de bancos nas
zonas urbanas
Incorporar no mobiliário urbano
soluções com o foco em
pessoas com deficiência
(anúncios de voz, luzes, …)
Materiais que recuperam a
forma
Mobiliário de fácil substituição.
Como se materializam as necessidades
Incrementar o uso de materiais reciclados ou
de baixo impacto ambiental.
Normalmente os materiais utilizados não
permitem pequenas variações de cor ou de
aspeto da superfície de forma a se tornarem
mais adequados ao espaço urbano onde se
inserem.
Colocar um mobiliário mais original (luzes,
integração da arte no espaço urbano,
elementos decorativos, …).
O mobiliário urbano pode promover o valor do
património local. A integração dos e recursos
e materiais locais pode aumentar.
Tendo em conta o envelhecimento da
população e o aumento das pessoas com
mobilidade reduzida, o número de bancos
e/ou outras soluções de descanso deve
aumentar nas avenidas principais de forma a
Aspetos sociais
Acessibilidade
Funcionalidade
criar mais espaços de repouso.
Desenvolver mais espaços verdes que
permitam o encontro social.
Desenvolver mobiliário urbano interativo.
A ergonomia do mobiliário urbano deverá ser
melhorada.
Devem-se desenvolver novas soluções que
conciliam pessoas com mobilidade reduzida,
com
incapacidade
auditiva
ou
com
incapacidade visual.
Desenvolver mobiliário urbano mais moderno
e inteligente (telas interativas para indicar
horários de autocarros, ...)
O mobiliário urbano pode integrar várias
funções, como o uso estético e desportivo.
Potencialidade para a aplicação na sinalética
de toponímia.
5. Papel da cerâmica e materiais competitivos
Para cada espaço de investigação
Para cada área de pesquisa realiza-se uma análise SWOT, que inclui
fraquezas, ameaças, pontos fortes e oportunidades, e é obtido a partir da
avaliação de cerâmica e dos restantes materiais competitivos. Por último,
estudam-se as exigências do mercado e os elementos diferenciadores.
5.1 Pavimentação
Dever-se-á ter em conta que os habituais materiais competitivos considerados
são:
Normalmente aplicados em passeios:
 Pavimentos de betão e cimento onde se incluem: pavimentos contínuos,
mosaicos, ladrilhos cerâmicos, etc.
 Pavimentos pétreos naturais onde se incluem: pavimentos de granito, etc.
Normalmente aplicados em calçadas:
 Cubo. Especialmente em Portugal com a conhecida Calçada à
Portuguesa, uma calçada em pedra de grande tradição neste país.
5.1.1 Principais inconvenientes (debilidades)
CERÂMICA
As principais debilidades extraídas são:





Problemas de colocação:
o Maior dificuldade/complexidade técnica de assentamento e
colocação, por problemas resultantes de má aplicação e falta de
informação técnica.
o Necessidade da existência de peças especiais para problemas
específicos,
tais
como
os
acessos
às
garagens,
sarjetas/sumidouros, etc. Não existe um sistema de pavimentação
completo que resolva todas as possíveis geometrias desenhadas,
possíveis encontros em diferentes elementos, etc.
o Profissionalidade do aplicador. Mesmo que alguns dos
entrevistados referiram que existe confiança nos possíveis
aplicadores, estes também manifestaram que é necessário um
bom supervisionamento por parte do fabricante.
Problemas técnicos:
o A resistência ao impacto pode ser menor que muitos de outros
materiais competitivos.
o A cerâmica se não for tratada pode ser menos antideslizante que
outros materiais competitivos.
o Alguns materiais cerâmicos têm uma resistência ao desgaste
muito pouco adequada para o espaço público.
Estética:
o A busca excessiva da imitação de outros materiais (normalmente
através da impressão digital). Referem alguns entrevistados que a
cerâmica não deveria imitar outros materiais, senão mesmo
aceitar-se como é e potenciar a sua natureza.
Problemas de reposição:
o Linhas de produto rapidamente descontinuadas: é difícil garantir o
stock para substituição de peças dada a descontinuidade
frequente dos produtos.
o Falta de homogeneidade na oferta.
o “Standerização” de formatos.
o Dependência a um único fornecedor.
Preço:
o A cerâmica é mais cara em relação a outros produtos: tanto o
produto em si, como a sua colocação. Por exemplo, o seu preço é
mais elevado que um pavimento hidráulico ou uma calçada à
portuguesa.
Então, adicionamos alguns comentários retirados das entrevistas que envolvem
os pontos fracos dos materiais considerados competitivos em relação à
cerâmica:
“Calçada de alcatrón”: A temperatura de aplicação provoca emissões de
substâncias nocivas, que têm impactos negativos no meio ambiente e na
saúde.
Cubos:
 O afloramento dos cubos com o tráfego.

Pouco confortável para determinados usos como os carrinhos de passeio
ou as cadeiras de rodas.
 O corte aumenta significativamente o seu preço..
Betão:
 Certos materiais impregnam no betão (tal como o óleo de motor)
 O uso de vernizes pode tornar o betão escorregadio.
5.1.2 Principais ameaças
CERÂMICA
As principais ameaças são:

Desconhecimento do produto cerâmico:
o Existe uma crença generalizada de que o produto não é
suficientemente antideslizante e resistente.
o Os casos de aplicação real de pavimento cerâmico no espaço
urbano e os possíveis usos são pouco conhecidos, e os técnicos
gostam de ver aplicações reais e comprovar o seu bom
funcionamento.
o Portanto, existe um desconhecimento geral sobre a cerâmica
aplicada como sistema de pavimento urbano: durabilidade,
manutenção, etc.

Técnicos que especificam a utilização de produtos cerâmicos (arquitetos e
outros técnicos)
o Durante a fase de maior atividade no sector da construção, a
indústria cerâmica não precisou de prescritores para vender,
sendo por isso por negligenciada.
o Os prescritores, devido à falta de conhecimento atualizado sobre
cerâmica, desatualizaram-se sobre as novas potencialidades sa
cerâmica.

Resistência à mudança:
o Inclinação por materiais que têm sido utilizados até à data, a fim
de evitar novos problemas, aceitando-se assim as soluções e os
tipos correntes.
o A pedra natural é considerada um material nobre e adequado
para espaços públicos mais representativos dos centros urbanos.
o Existe o emprego generalizado da cor cinza no espaço urbano,
seja por tradição, comodidade, facilidade de manutenção,
limpeza, reposição e por se tratar de uma das cores que melhor
envelhece com o tempo.

Colocação:
o Má aplicação e fraca qualidade das juntas que prejudica a
qualidade estética e funcional global do produto.
o Maior complexidade na colocação por força da natureza técnica
do produto.

Competências de outros materiais:
o Colocação más rápida de outros pavimentos com outros
materiais, como é o caso do pavimento contínuo de betão
impresso.
o O betão tem a vantagem de oferecer uma multiplicidade de cores
e acabamentos.
o Materiais competitivos como o pavimento hidráulico têm
características técnicas e preços mais competitivos.
o Questões culturais podem levar a opções por produtos naturais
como a pedra, que é considerado um material genuíno.
5.1.3 Principais vantagens competitivas (pontos fortes)
CERÂMICA
As principais vantagens competitivas ou pontos fortes são:



Estética:
o Boa estética
o Originalidade
o A cerâmica pode produzir qualquer tipo de decoração
conseguindo qualquer efeito esperado por um arquiteto ou
projetista. Capacidade toral de costumização.
Modularidade e formatos:
o Nem todos os entrevistados estão de acordo neste sentido, no
entanto a maioria considera uma vantagem as possibilidades de
variedade de cores, combinações, acabamentos, texturas, etc.,
que potencializa a cerâmica em relação a outros materiais.
o Em qualquer caso, nos espaços urbanos convencionais é
preferencial o uso de pequenos formatos pela sua maior
facilidade de modulação e menor tendência à rutura.
o Não obstante, a cerâmica pode desenvolver-se em formatos
maiores, desde que se demonstre a sua resistência e tomar uma
nova oportunidade de inovação.
o Contudo não se pode perder de vista que os grandes formatos
são muito mais difíceis de serem aplicados dada a dificuldade de
execução do pavimento.
o Além do mais, os remates e a modulação do pavimento torna-se
mais difícil quanto maior forem os formatos das peças. É de
referir que com pequenos formatos é mais fácil adaptar-se às
geometrias dos pavimentos e passeios, sem recorrer a cortar as
peças.
Aspetos técnicos:
o A resistência ao deslizamento sem a necessidade de recorrer a
outros elementos é considerada uma propriedade chave do
pavimento. Em geral, esta resistência é considerada pelos
técnicos como adequada, no entanto concordam que é uma
propriedade com a possibilidade de melhoria no atual
pavimentação.
o A resistência mecânica (carga e impacto) foi citada pelos
entrevistados como uma desvantagem. No entanto tem sido
enfatizado que se este aspeto se consolide como uma vantagem
sobre os restantes materiais, devendo para isso ser demonstrada
a sua superioridade.
o Durabilidade dos materiais cerâmicos em geral.
o Resistência ao desgaste, absorção baixa e melhores
propriedades finais.
o Estabilidade, segurança. A cerâmica é adequada para o tráfego
pedonal.

Facilidade de limpeza e manutenção:
o Quanto menor a porosidade menos se irá incrustar a sujidade nas
peças cerâmicas, melhorando assim a limpeza das mesmas. Isto
tem um grande impacto na melhor manutenção das suas
propriedades.
o Melhor resistência à abrasão, às manchas, aos produtos
químicos, …, que a madeira e o PVC por exemplo.
o Cerâmica com autolimpeza para hospitais e escolas. Azulejos
antibacterianos.
o Necessidade reduzida de manutenção.

Contribuição para a acessibilidade:
o Existe um consenso generalizado que a cerâmica pode contribuir
para melhorar a acessibilidade.
o As peças tácteis são facilmente exequíveis em cerâmica.
Seguidamente deixamos alguns comentários extraídos das entrevistas que
demonstram os pontos fortes de alguns materiais competitivos com a cerâmica:
“Calçada de alcatrón”:
 Facilidade de aplicação
Cubo:
 “Força” e dureza do produto
 Facilidade de colocação
 Homogeneidade na cor do produto
 É um produto indicado para áreas de proteção arquitetónica
 Possibilidade de diferentes tratamentos de superfície, como por exemplo
polido.
Betão:
 Conforto para os utilizadores
 Facilidade de colocação

Material com grande durabilidade
5.1.4 Principais oportunidades
CERÂMICA
As principais oportunidades são:

Problemas técnicos ou estéticos que se apresentam noutros materiais:
o A cerâmica supera os problemas técnicos e estéticos de outros
materiais.
o A superfície da cerâmica pode ser decorada com novas técnicas
de impressão e apresentar texturas e estéticas de outros
materiais.
o O pavimento continuo impresso torna-se problemático quando é
necessário intervir sobre o mesmo após a sua instalação.
o As lajetas de betão não apresentam uma elevada resistência
mecânica.
o Nem rodos os materiais existentes são suficientemente atrativos
para serem aplicados em espaços públicos representativos.
o Alguns pavimentos coloridos envelhecem com o tempo e a sua
reposição torna-se difícil, uma vez que nota-se uma grande
diferença de cor entre as peças novas e as peças pré-existentes.

Estética:
o Ilimitada gama de cores.
o Simulação da aparência estética de outros materiais.
o A cerâmica pode satisfazer a necessidade de execução de
superfícies em tons claros.

Aumento da sensibilização para as questões de acessibilidade:
o Um pavimento deve cumprir os requisitos de acessibilidade
impostos. Não obstante, os entrevistados valorizam positivamente
a inclusão de características que podem aumentar os benefícios
que este tipo de pavimento pode trazer nesta área.

Capacidade de criar espaços funcionais:
o Em termos de segurança, produção de energia, sinalética
especial (para cegos ou indivíduos com mobilidade reduzida).

Aumento da facilidade de limpeza e manutenção dos percursos:
o A atual situação económica destaca o gasto excessivo que esta
atividade requer.

Possibilidade de associar a cerâmica às novas tecnologias. Dado que se
trata de um material de grande qualidade, alguns entrevistados referem
questões ou exemplos de como a cerâmica se poderia desenvolver para se
associar a sua utilização às novas tecnologias. Por exemplo, um dos
entrevistados comenta a possibilidade de “calefactar” os percursos de forma
a reduzir o risco de queda.

Vinculo com a sustentabilidade. A utilização de material cerâmica pode
trazer novas vantagens no transporte. Por exemplo, um camião de
transporte de material cerâmico a uma zona de obras terá menos viagens
que outro que transporte material de maior volume. Neste sentido a redução
do número de deslocações implica menor emissão de CO2.

Em espaços públicos representativos a utilização de grandes formatos,
retangulares e coloridos são preferenciais:
o No entanto, as zonas históricas das cidades são um caso à parte,
sendo nestas zonas a pedra natural a aposta e, pelas opiniões
recolhidas, parece bastante difícil a sua substituição.
5.1.5 Exigências do mercado e elementos diferenciadores
No estudo referiram-se, entre outros, os seguintes aspetos:






Modularidade e formato das peças
Facilidade de transporte e recolha
Elevada resistência ao deslizamento sem relevos
Resistência mecânica (carga e impacto)
Facilidade de limpeza e manutenção
Possibilidade de relevos tácteis e peças especiais
De acordo com as conclusões obtidas podemos dizer que:

A cerâmica apresenta uma perspetiva de custo-benefício positiva: melhor
estética e técnica, mesmo que o custo continua a ser elevado em
comparação com outros materiais.

Modularidade e formato das peças: reconhece-se a importância mesmo que
pareça um critério básico, pois os outros materiais também oferecem uma
grande variedade de formatos.

Conclui-se que os tamanhos pequenos têm mais vantagens de flexibilidade
de aplicação e os grandes formatos permitem maior velocidade de
colocação e uniformidade.

A facilidade de transporte e o peso contribuem como vantagens
competitivas, mesmo que não pareçam determinantes na decisão entre um
e outro material. No que diz respeito à recolha, entendido como facilidade
de suprimento pode ser uma limitação da cerâmica em relação a outros
materiais dada o limitado fornecimento para pavimentar passeios que existe
hoje em dia existem.

Alta resistência a deslizamento sem relevos, sendo um elemento
diferenciador. Um exemplo banal de preferência por áreas com baixa
rugosidade ou relevo são as ciclovias ou outras áreas semelhantes, onde é
comum ver-se as pessoas a utilizar a ciclovia como passeio.

Resistência mecânica (carga e impacto): sempre que possível dever-se-á
demonstrar a boa resistência do material cerâmico, como sendo também
uma vantagem.

Facilidade de limpeza: Pode-se gerar poupanças significativas nos custos,
pois as soluções para limpar outras superfícies porosas são lentas e caras.

Possibilidade de relevos táteis e peças especiais: aqui vem a questão da
acessibilidade, mas deve ser estudada com cuidado, pois às vezes
beneficiam-se aqueles que sofrem de uma deficiência, esquecendo-se do
resto da população. Por exemplo, existem “pasos de peatones podotáctiles”, onde as soluções para pessoas com deficiência entra em conflito
com a mobilidade dos restantes utilizadores.

Abordagem dinâmica baseada na inovação e investigação. Diferenciandose dos produtos convencionais.

O desenvolvimento do produto cerâmico requer mão-de-obra qualificada,
tanto na produção como na colocação. Poder-se-ia trabalhar neste sentido.

É necessário criar uma boa comunicação à volta do produto cerâmico para
lutar contra as atuais barreiras psicológicas, sobretudo dos prescritores,
relacionadas com aspetos como: noção apenas de porcelana, fragilidade,
crença de que o produto não é antideslizante, a ignorância das aplicações
possíveis...
À luz de todas estas conclusões, considerou-se que os esforços no sentido de
implementar o material cerâmico no espaço urbano necessitam por um lado de
uma normalização, e por outro de homogeneidade de produtos e
processos de colocação.
Como normalização, não se entende apenas como criação de normas legais,
mas sim como criação de guias de pré-normativas (com intenção que se
convertam em normas) que contêm conselhos ou recomendações para garantir
níveis de exigência mínima. Estes requisitos poderão contribuir para
demonstrar a superioridade técnica da cerâmica e sua maior capacidade de
evitar ou reduzir as despesas associadas com a sua posterior manutenção.
Neste sentido, o ciclo de vida do produto também é uma variável de
interesse. Após a finalização da obra, o seguimento de acompanhamento da
mesma é limitada ou nula. Por este motivo, a estratégia poderá consistir em
"defender" a ideia de que o custo de manter o produto cerâmico é menor, e
seria compensado apesar de ser necessário um maior esforço económico na
aquisição do material e na sua instalação.
Os materiais devem cumprir com as questões técnicas (aderência,
sustentabilidade, …) e seguir cada vez mais no sentido de uma constante
inovação e pesquisa de novas funcionalidades nos produtos.
Além disso, as amplas possibilidades em relação à acessibilidade também
deveriam ser consideradas. Pode-se potenciar as vantagens da cerâmica em
relação à cor, favorecendo as pessoas com visibilidade reduzida por exemplo,
sem prejuízo para as pessoas que têm a mobilidade condicionada, já que os
relevos poderiam ser menos pronunciados que com outros materiais no
mercado.
A comunicação do produto constitui outro dos grandes esforços a realizar
para que se minimize o desconhecimento da cerâmica por parte dos
prescritores no espaço urbano, para aumentar a confiança e romper com os
“clichés” que existem em torno da utilização da mesma. A comunicação deverá
ser feita apresentando bons exemplos de utilização e colocação.
5.2 Fachadas
Deverá ter-se em conta que os materiais competitivos habitualmente
considerados são, entre outros, os seguintes: madeira, pedra, gesso, pintura,
vidro, plástico, betão, alumínio/metais.
5.2.1 Principais inconvenientes (debilidades)
CERÂMICA
As principais debilidades extraídas são:

Conhecimento / Informação:
o A ideia de que nas fachadas ventiladas existe uma grande
complexidade técnica na fixação, o que mostra uma clara falta de
informação técnica sobre os produtos atua.
o Perceção negativa do material por desconhecimento.

Aspetos técnicos:
o Sensação de fragilidade ao impacto.
o No caso das fachadas ventiladas não está comprovada a
durabilidade destes sistemas porque não existe uma larga
experiência no tempo, e é esperado que exijam uma certa
manutenção (parafusos, substituição de peças…)
o Processo de fabricação mais extenso.

Estética:
o Tem uma estética que pode ser muito adequado para arquitetos
que buscam um design inovador, mas não tem características
estéticas para o gosto de um outro tipo de arquitetos que
procuram uma estética mais genuína, sem imitações, mais
natural, mesmo que imperfeita, de forma a não parecerem
"instalações sanitárias".
o Aspeto muito frio das peças.

Aplicação:
o Encontrar mão-de-obra qualificada é fundamental para evitar
problemas na aplicação.
o A má aplicação dos materiais é considerada uma falha na
cerâmica, mas também o é nos materiais competidores.
Em seguida apresentamos alguns comentários extraídos das entrevistas que
descrevem algumas das debilidades dos materiais competitivos à cerâmica:

Madeira:
o
o
o
o
É ideal para pequenas fachadas.
Tem um preço elevado.
Características técnicas inferiores.
Detiora-se muito. Precisa de tratamentos que resistam à
erosidade do salitre, da humidade e do sol.
o Material com pouca durabilidade: empena e envelhece com o
tempo.

Pedra:
o Não há variedade de escolha.
o Material que pode ser afetado pela contaminação atmosférica.
o Dimensionalmente imperfeito.

Vidro:
o Elevado peso.
o Tem um preço elevado.
o Dificuldade de controlar termicamente as construções. Muitas
vezes requer alternar com outros sistemas, tais como o alumínio
para suprir essas deficiências.
o A sua colocação depende em larga medida da orientação da
construção.
o Processo de fabricação extenso.
o Pouca funcionalidade em relação a outros materiais.

Betão:
o Antiestético.
o Problemas de envelhecimento.

Alumínio:
o Tem um preço elevado.
o Requer uma maior manutenção.
o Estética está punida, pois já não resulta numa aparência
“moderna”.
o Limitação nos acabamentos.
o Perde a cor com o tempo.
o Fragilidade à fissuração.
o Passível de manchar.
5.2.2 Principais ameaças
CERÂMICA
As principais ameaças extraídas são:



Desconhecimento sobre o produto cerâmico:
o Reticência ao uso por falta de conhecimento do material.
o Má imagem atual sobre a utilização de produtos cerâmicos nas
fachadas, dada a má aplicação no sistema de colagem de placas
cerâmicas. É necessário uma melhoria nos sistemas de aplicação
e na comunicação de importantes projetos/obras onde se tenha
aplicado cerâmica em fachada com êxito.
o Falta de conhecimento de soluções, sendo necessário investir
numa boa divulgação aos prescritores.
Concorrência de outros produtos.
O custo é uma barreira para o uso, mesmo como já foi referido que existem
outros materiais mais caros.
5.2.3 Principais vantagens competitivas (pontos fortes)
CERÂMICA
As principais vantagens competitivas ou pontes fortes são:

Estética:
o Boa estética.
o Aspeto moderno.
o Grande variedade de modelos, desenhos, acabamentos e
formatos.
o Versatilidade.
o Permite a reprodução de texturas, apesar dos custos elevados
para esse efeito.
o Os materiais apresentam maior nobreza quando comparados com
outras soluções competitivas como a chapa metálica ou o
alumínio.
o É uma boa solução para a reabilitação. Podem-se manter
fachadas originais graças à possível impressão digital.

Aspetos técnicos:
o Sustentabilidade.
o Elevada resistências às fissuras, grafitis…
o Material durável.
o Boas propriedades térmicas e de isolamento.
o Magnificas prestações do material.
o Material quase intemporal. As peças não se deteoram-se com o
tempo.
o Não “sofre” ataques atmosféricos.
o As peças não são absorventes, que faz com que não
envelheçam.
o As peças suportam diferentes amplitudes térmicas.
o Todas as peças têm que cumprir características técnicas standard
normalizadas.
o Contribuem para combater o desgaste das intempéries marítimas
em construções próximas da orla marítima, como Aveiro e
Castellón.
o Apresenta vantagens em relação a outros materiais competitivos
em termos de peso (por exemplo, a pedra).

Manutenção e limpeza
o Manutenção das peças quase nula.
o Grande facilidade de substituição perante a rutura.
o Material de fácil limpeza.
Em seguida apresentamos alguns comentários extraídos das entrevistas que
mostram alguns pontos fortes de materiais competitivos à cerâmica:
Madeira:
 Apresenta conforto.

Traz qualidade percetível ao projeto.

A sua competitividade vê-se aumentada.

Ecológica.

Em determinadas regiões existe um uso generalizado da madeira incutido
por valores culturais.
Pedra:

Estética tradicional (depende dos “gostos” do entrevistado).

Material nobre.

Material natural.

Preço mais económico.

Integridade dos materiais.

Boas propriedades térmicas.

Possíveis jogos de cores ou contrastes.

Utilização da pedra em muitas regiões.
Vidro:

Propriedades térmicas.

Material nobre.

Estética.

A transparência é uma qualidade intrínseca ao material.
Betão:

Fácil de fabricar.

Económico.

Oportunidade de trabalhar com betão ecológico.
Gesso:

Fácil de implementar.

Funcional.

Económico.
Alumínio:

Perceção de modernidade.

Ligeireza.

Fácil instalação.

Não quebra por impacto.
5.2.4 Principais oportunidades
CERÂMICA
As principais oportunidades extraídas são:

Reduzir a complexidade de informação para arquitetos, dando maior
conhecimento dos sistemas.

Industrializar mais os sistemas para “eliminar medos” aos arquitetos.

Amplitude da gama de produtos (tipo de superfícies, cores, …).

Comunicação sobre cerâmica em urbanismo.

Oportunidades de aplicação de cerâmica na reabilitação de fachadas,
especialmente em edifícios antigos.

Azulejos fotocataliticos (auto-limpeza).

Possibilidade de reabilitar o património através da cerâmica dada a sua
qualidade como material tradicional (por exemplo, em muitos centros
urbanos de Portugal).

Possibilidade de aplicação em reabilitações de cerâmica em empenas não
tratadas. Neste caso a cerâmica pode ter um importante papel estético por
um lado, e por outro pode garantir a segurança e a durabilidade das
construções.
5.2.5 Exigências de mercado e elementos diferenciadores
De acordo com as conclusões obtidas podemos dizer que:






O mercado exige soluções rápidas, seguras, duradoiras e de fácil limpeza
ou inclusive autolimpeza.
O produto cerâmico consegue satisfazer estas necessidades e prover-se de
uma decoração ou efeitos estéticos interessantes a um preço muitas
vezes competitivo se o compararmos com outras soluções alternativas.
A estruturação do sector deve ser dinâmica e baseada na inovação.
O desenvolvimento de uma gama de produtos cerâmicos requere mão-deobra qualificada tanto na produção como na colocação.
Um dos principais obstáculos para o uso do revestimento cerâmico é a falta
de comunicação do produto, sendo imprescindível esta comunicação para
lutar contra as barreiras que existem sobretudo em relação aos prescritores.
Trata-se de um sector hipercompetitivo onde a busca de redes de
distribuição e a comunicação com o prescritor são os elementos chave.
5.3 Mobiliário urbano
5.3.1 Principais inconvenientes (debilidades)
Deve ter-se em conta que os materiais competitivos no mobiliário urbano são
muitos e de diversa índole. As aplicações neste âmbito vão desde murais a
instalações sanitárias, de paragem de autocarros a bancos, de sinalética de
toponímia de ruas e praças, assim como intervenções de natureza lúdica
(jogos) ou artística (estátuas, obras de arte).
Não obstante a este ponto, se apontarmos materiais como a madeira, a pedra,
o betão ou o alumínio como possíveis competidores, sobre eles também se
determinam pontos fortes e debilidade como materiais para o mobiliário urbano.
CERÂMICA
As principais debilidades extraídas são:



Inexistência ou pouca disponibilidade no mercado de produtos de cerâmica
para mobiliário urbano.
Custo dos produtos mais elevado quando se compara a utilização da
cerâmica com produtos competitivos tradicionais como as madeiras ou
outros produtos naturais.
Em certas ocasiões existe alguma confusão entre o conceito de cerâmica e
de porcelana.
Em seguida apresentamos alguns comentários extraídos das entrevistas que
mostram algumas debilidades dos materiais competitivos da cerâmica:

Madeira:
o Menos solidez do material a longo prazo.
o Durabilidade menor que a cerâmica.

Pedra:
o Material menos duradoiro e resistente que a cerâmica.

Plástico:
o Custo do produto pouco competitivo.
5.3.2 Principais ameaças
CERÂMICA
As principais ameaças extraídas são:



Inexistência de uma cultura de utilização da cerâmica no mobiliário urbano
A posição já adquirida por outros materiais que resolvem as necessidades
no mobiliário urbano.
Falta de comunicação sobre as propriedades e possíveis aplicações da
cerâmica.


Necessidade de adaptar os métodos de produção para otimizar os custos e
tornar os produtos mais competitivos.
Risco elevado na disponibilidade do produto por possíveis atrasos de
fabricação.
5.3.3 Principais vantagens competitivas (pontos fortes)
CERÂMICA
As principais vantagens ou pontos fortes são:





Propriedades do produto: durabilidade, facilidade de manutenção, de
limpeza… em geral há uma diferenciação técnica.
Sustentabilidade do produto.
Resistência do material em comparação com o vidro ou o acrílico.
Aspeto estético dos materiais cerâmicos. Facilidade de decoração,
versatilidade (permite a impressão de qualquer motivo).
Nos sanitários públicos é relevante a autolimpeza e as características
antibacterianas da cerâmica.
Em seguida apresentamos alguns comentários extraídos das entrevistas que
mostram alguns pontos fortes dos materiais competitivos da cerâmica:


Madeira:
o Resistência do produto.
o Custo competitivo.
o Industria bem desenvolvida e estrutura para
rapidamente aos de soluções para mobiliário urbano.
responder
Pedra:
o Material à prova de agua.
o Industria bem desenvolvida e estrutura para
rapidamente aos de soluções para mobiliário urbano.
responder

Plástico:
o Facilmente modulável para criar diversas formas de produtos
(liberdade de expressão artística).
o Novos tipos de plásticos feitos à base de fibras vegetais.
o Existe um importante mercado de materiais reciclados que
melhora a imagem do produto e a aceitação por parte dos
potenciais clientes.

Metal:
o Material de grande dureza.
o Propriedades do produto: resistência, ductilidade, facilidade de
manutenção (limpeza…).
o Custo competitivo.
o Facilmente modulável para criar diversas formas de produtos
(liberdade de expressão artística).
o Facilidade de se adaptar dada a diversidade de produtos que se
podem resultar deste material.
o É o material mais habitual para ser usado no mobiliário exterior.

Betão:
o Propriedades do produto: resistência, fácil manutenção.
5.3.4 Principais oportunidades
CERÂMICA
As principais oportunidades extraídas são:






Importante adaptabilidade dos produtos com um alto potencial estético.
Material com uma ampla variedade de cores e formas.
Desenvolvimento de produtos cerâmicos anti-graffiti e de fácil limpeza.
Possibilidades de desenvolvimento de novos produtos em falta no mercado
(por exemplo: instalações artísticas, bancos de jardim, fontes).
Possibilidade de conferir à cerâmica mais resistência aos produtos de
mobiliário urbano.
A superioridade de muitas características técnicas da cerâmica é por si só
uma oportunidade para entrar no mercado do mobiliário urbano.
5.3.5 Exigências do mercado e elementos diferenciadores
As exigências do mercado ao nível do mobiliário urbano passa por aplicações
atuais, mas existem algumas necessidades especiais que chamaram a
atenção, tais como as referidas pelo perfil associado a grupos de
consumidores com deficiência ou com mobilidade reduzida.
Estes apontaram para a necessidade que tinham em existir indicações de
locais e direções em pictogramas, sendo a cerâmica com o seu potencial para
a variedade de decoração, um muito material interessante para o efeito.
Outros aspetos importantes são as aplicações relacionadas com a
transmissão de informação pública ou artística e a sua aplicação em
quiosques ou paragens de autocarros.
Algumas das dificuldades que o sector da cerâmica enfrenta é a adaptação do
seu processo produtivo a este novo mercado, assim como na montagem de
peças de mobiliário urbano.
O custo da cerâmica continua a ser elevado em comparação com outros
materiais. Desta forma, existe uma verdadeira necessidade de adaptar os
métodos de produção para otimizar custos e fazer com que os produtos sejam
mais competitivos no mercado do mobiliário urbano.
Neste ponto volta-se a apontar a importância da comunicação para lutar
contra as atuais barreiras psicológicas na utilização da cerâmica.
Finalmente, um dos requisitos do mercado de mobiliário urbano é a rapidez
necessária no período de substituição ou reposição. A cadeia de
distribuição deve ser adequada e estar estruturada para abordar esta questão.
6. Tendências para o futuro
As tendências para o futuro detetadas ao longo do estudo em cada âmbito ou
espaço de investigação são:
Em geral, podemos dizer que:
 A excessiva imitação que a cerâmica executa de outros materiais pode
tornar a mesma menos autêntica. Sendo necessário no futuro entender as
características intrínsecas do material e retirar-lhe o máximo de partido.
 A busca da multifuncionalidade dos produtos cerâmicos (sensitivos,
antibacterianos, iluminados…).
 As crescentes preocupações ambientais e de sustentabilidade podem
conduzir a uma busca de novos materiais cerâmicos.
 Os materiais naturais (pedra, madeira, etc) não podem continuar a ser
utilizados de uma forma descriminada no futuro por questões de
sustentabilidade.
 É necessário realizar ações de comunicação com os prescritores para que
os produtos cerâmicos encontrem maior aceitação em qualquer dos três
espaços investigados.
Em suma para cada espaço:
PAVIMENTO:
Duas tendências parecem estar a surgir em paralelo, a funcionalidade e o
desenvolvimento sustentável. A inovação é muito pertinente para desenvolver
soluções funcionais, mas além disso, há uma consciência clara em direção a
questões ambientais, o que leva por exemplo, a encontrar soluções mais
limpas, como uma alternativa para o asfalto.
Em termos de funcionalidade, esta destina-se principalmente para melhorar o
conforto pedonal. Há uma verdadeira vontade de implementar soluções para os
cidadãos portadores de deficiência, idosos, crianças…
Por outro lado, a flexibilidade do planeamento urbano levou e vai levar para a
utilização de materiais modulares com cada vez mais frequência, que são
fáceis de instalar e substituir.
FACHADA:
A principal tendência é para o crescimento da aplicação de cerâmica em
fachadas ventiladas, o que é uma das suas múltiplas em relação a outros
materiais, como foi explicado ao longo do relatório.
O problema do desenvolvimento sustentável é cada vez mais importante. Os
padrões são cada vez mais rigorosos em termos de poupança de energia nos
edifícios. Portanto, o isolamento e a eficiência energética são apontados como
uma tendência nas fachadas.
As fachadas ventiladas são vistas como soluções que proporcionam uma
melhoria na eficiência do consumo de energia e, por consequência uma
poupança de energia, cobrindo necessidades como impermeabilização e
estanqueidade dos edifícios.
A inovação é cada vez mais a busca da automação e gerenciamento do
consumo de energia.
Finalmente, no que diz respeito a questões de estética é importante a
integração dos edifícios existentes na cidade. Procura-se a uniformidade.
A fachada ventilada é um claro nicho na reabilitação de edifícios antigos nas
cidades.
MOBILIÁRIO URBANO:
Observa-se uma vez mais, uma tendência para a funcionalidade, estética e
mobiliário urbano. Esta tendência é ilustrada pelo refúgio da estação da Gare
de Lyon, que inclui uma biblioteca, um design de mobiliário urbano, wifi ...
O mobiliário urbano tornar-se cada vez mais interativo, ao nível dos transporte
públicos, cidade, informações no momento, terminais de wifi…O planeamento
urbano deve assimilar o fato de que o espaço urbano também é visto como um
veículo de coesão social e de conexão.
A aplicação de cerâmica na sinalização pode ser uma clara tendência para o
futuro.
Procura-se versatilidade do objeto (por exemplo, peças que se iluminam).
O mobiliário urbano deve ser uma parte integral de um projeto global de
reurbanização do espaço urbano.
Também há uma grande tendência para a personalização, incluindo o
desenvolvimento de peças de arte originais. O uso dos recursos locais é uma
forma de responder a estes desenvolvimentos.
7. Conclusões
No presente relatório, temos discutido as três áreas de estudo da cidade
(pavimentação, fachada e mobiliário urbano), diferenciando-se em alguns
casos de acordo com as suas potenciais aplicações.
No que diz respeito ao processo de tomada de decisão, há que assinalar que
se houver qualquer questão de reposição, manutenção ou reabilitação, o
processo é muito mais curto e rotineiro, enquanto que para novos projetos, o
processo é mais longo e mais complexo.
No entanto, cada país tem as suas especificidades, e foi finalmente
determinado que o processo consiste em onze fases que se cumprem em larga
medida em cada um dos países, sendo elas: a deteção de uma necessidade
ora por meio de uma decisão política, ora por contribuições feitas pelos
cidadãos, ou por propostas de empresas de construção privadas; a análise do
orçamento e prioridades; a criação de um grupo de trabalho e a nomeação de
um diretor do projeto; a fase de consulta dos cidadãos (dependendo do
tamanho do projeto); a redação do caderno de encargos; a própria aprovação
do projeto em si e, finalmente, as fases do concurso público, a premiação, a
criação de um “comité” de direção, a fase de teste, e o acompanhamento da
obra.
No que diz respeito aos critérios de decisão para cada área de investigação
e, em concreto para as diferentes áreas de aplicação, foram identificados
critérios distintos, embora em geral, os critérios mais apontados têm sido o
custo, estética e facilidade de fornecimento. Em Portugal, a durabilidade e a
segurança são alguns dos aspetos mais nomeadas.
Deverão ter-se em conta também aspetos ou questões que têm a ver com a
tradição e a identidade cultural, e aqueles a que se referem a integração no
conjunto geral da obra e do contexto urbano.
Se falarmos dos atores relevantes no processo de decisão, encontramos no
microambiente os promotores e técnicos públicos ou privados, os construtores,
o canal de distribuição e os próprios cidadãos.
No macroambiente, encontrar-se-ão os geradores e marcos normativos, assim
como associações de grupos de pessoas com deficiências.
Nos pavimentos, em geral, entram as necessidades detestadas poderão se
referir por um lado as necessidades estéticas ou identidade cultural, e por outro
lado as necessidades funcionais que incluem aspetos como a durabilidade, a
sustentabilidade, a acessibilidade, a segurança e a manutenção.
Enquanto que nas fachadas, entre as necessidades atuais onde se utiliza
cerâmica destacam-se as razões estéticas e as funcionais, tais como a
durabilidade, a resistência ou a manutenção. Apontam-se em concreto as
fachadas ventiladas como soluções que trazem uma melhor eficiência
energética e consequentemente um aumento de energia.
Finalmente, em relação ao mobiliário urbano verificam-se várias necessidades,
entre as quais se destacam as áreas de descanso, a acessibilidade e os
aspetos sociais e funcionais.
No departamento das exigências de mercado e dos elementos
diferenciadores, podemos concluir que no espaço da pavimentação os
esforços que se têm feito para implementar o uso do material cerâmico nos
espaços urbanos necessitam por um lado de uma normalização, e por outro de
uma homogeneização de produtos e processos de colocação.
O ciclo de vida do produto também é uma variante de interesse, no sentido de
“defender” a ideia de que o custo de manutenção do produto cerâmico é inferior
à generalidade de outros materiais, o que compensaria um maior esforço
económico na aquisição do material cerâmico e na sua aplicação.
Os materiais devem cumprir todas as questões técnicas que possam surgir, e
conclui-se que os aspetos relacionados com a acessibilidade devem ser
bastante considerados.
Finalmente, a comunicação do produto constitui outro dos esforços a realizar
para minimizar o desconhecimento dos prescritores face à cerâmica nos vários
espaços.
Nas fachadas o mercado exige soluções rápidas, seguras, duradoiras e de fácil
limpeza ou inclusive autolimpeza, sendo muito importante o tema da aplicação.
A comunicação com o prescritor e as redes de distribuição são muito
relevantes para a comercialização de produtos cerâmicos para as fachadas.
Por fim, os requisitos do mercado a nível do mobiliário urbano referem-se,
essencialmente na atualidade, a grupos de consumidores com deficiência ou
com mobilidade reduzida. Mas outros aspetos importantes a ter em conta
referem-se às aplicações relacionadas com a transmissão de informação
pública ou artística.
Algumas das dificuldades com as que conta o setor cerâmico são a adaptação
do seu processo produtivo a este novo mercado, a otimização de custos para
poder competir com o mercado existente, e minimizar o período de
fornecimento e reposição. A comunicação volta a ser a chave para poder entrar
neste novo mercado.
Assim, as tendências de futuro dos três
multifuncionalidade, a sustentabilidade e a estética.
espaços
passam
pela

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