André Carta Mutucas -Letter horseflies – Texto+Tabelas

Transcrição

André Carta Mutucas -Letter horseflies – Texto+Tabelas
Guaraqueçaba, 18 de setembro de 2014
Caros amigos,
Segue uma carta sobre as mutucas da parte continental do litoral norte do Paraná (fascículo 154 da série “Cartas
da Mata Atlântica”). Nela apresento o resultado do meu levantamento deste grupo para o litoral paranaense,
baseado na literatura e num esforço pessoal de coleta.
O trabalho ficou tão volumoso que resolvi dividi-lo em duas partes.
Hoje estou lhes encaminhando somente a primeira parte, de 15 páginas, contendo o texto, todas as oito tabelas
e Apêndice 1.
A segunda parte, de 49 páginas, contém os outros sete apêndices (Apêndices 2 a 8) e duas fotografias coloridas
(a)
e será enviada somente às pessoas que me avisem de estar interessada em recebê-la.
Encontrei 27 espécies de mutucas no litoral norte do Paraná, num total de 234 dias de coleta, distribuídos em um
período de 19 meses. Foram capturados mais de três mil exemplares de mutucas, numa amostra total de mais de
doze mil insetos. Três espécies contam como primeiros registros para o Paraná e outras duas são primeiros
registros para o litoral do estado. O total corresponde à metade das espécies de mutucas registradas para todo
litoral paranaense (são 53) e à quase um terço das espécies conhecidas do Paraná inteiro (são 78).
Esta primeira parte contém uma chave de identificação para as espécies de mutucas pessoalmente encontradas
no litoral norte; espero que esta ferramenta possa ser útil a aqueles que residem na região, ou que visitem o litoral
na estação quente e, principalmente, que seja utilizada também em aulas de ciências nas escolas do litoral.
Aproveitem este material na nova estação das mutucas, que está começando!
André
(a)
As pessoas que me ajudaram nesta pesquisa e os especialistas brasileiros em mutucas (também alguns estrangeiros) estão
automaticamente recebendo a segunda parte desta carta.
Carta 154. Testando um controlador de mutucas
Quando, em 11 de dezembro de 2009, emiti a circular “Os olhos divinos da Luzia”, vários leitores
reagiram me contando do seu sofrimento pessoal com as mutucas do litoral paranaense. Julgando-me
especialista, solicitaram uma orientação sobre como enfrentar estas „pestinhas‟ aladas. Respondi que
a melhor coisa a fazer seria evitar o litoral do início de novembro à metade de dezembro, ou, para
quem ali resida usar naquele período um chapéu de aba larga e roupas brancas. Contra Chrysops
varians, aquela mutuca pequena que ataca o alto da cabeça e tanto incomoda na área rural, é possível
se proteger andando abaixo de uma sombrinha branca, pois essa espécie não gosta de perder o
contato visual com o céu: quando vai abaixo da sombrinha e percebe que perdeu a possibilidade de
fugir em direção ao sol, logo procura escapar lateralmente. Em comparação com a sombrinha branca,
um guarda-chuva de lona preta terá a desvantagem de atrair mutucas pela cor e pelo calor emitido, já
que uma superfície negra esquenta no sol.(a)
É claro que este método de proteção somente é aplicável pelo andarilho, pois um agricultor não tem
como andar de sombrinha, pois precisa manter as mãos livres para trabalhar. Além disso, o método
serve apenas para Chrysops. Para as outras mutucas só lhe resta rezar que a primavera passe rápido.
Como sabem, são somente as mutucas fêmeas que sugam o sangue de mamíferos como nós. Essa
alimentação é usada para o desenvolvimento dos ovos, mas aparentemente não é necessária para o
primeiro lote de ovos. Os machos se alimentam de néctar e outros líquidos.
A circular supracitada teve uma consequência positiva para mim: o jornalista Gustavo Aquino, de
Guaratuba, PR, publicou a carta no seu jornal eletrônico “correiodolitoral.com” e a partir daí ele
começou a publicar naquele jornal também as minhas cartas posteriores.
Inicialmente, tive a impressão de que o número dos meus leitores não aumentava pela publicação no
Correio do Litoral, pois as pessoas dando retorno às cartas já integravam a minha própria lista de
destinatários. Mas, em 26 de setembro de 2011 um desconhecido, Manuel, residente de um lugar
remoto (Holanda), comunicou-me de que tinha conseguido o meu endereço eletrônico pelo Correio do
Litoral. Ele me explicou que dominava razoavelmente bem o português por ter vivido toda a sua
adolescência no Brasil e o pai espanhol, que levou a família embora do país em 1964. Manuel me
1
contou que era revendedor de uma armadilha para mutucas, fabricada na Holanda e exportada com
sucesso para muitos países no norte da Europa e da Ásia. Buscando expandir o mercado para o
território brasileiro, ele tinha feito uma busca eletrônica usando a palavra „mutuca‟ e assim encontrado
a minha circular.
Manuel acabou me enviando pelo correio um exemplar desta armadilha, para testar e avaliar no clima
subtropical-tropical. Na carta de hoje apresento o resultado da minha experiência com o aparelho.
A armadilha consiste de uma bola preta de borracha pendurada abaixo de um funil de plástico
transparente verde. Com tempo ensolarado, a bola esquenta e com algum vento o conjunto balança
levemente. A combinação de calor e movimento atrai mutucas fêmeas, que, ao descobrir que na bola
não há sangue, levantam voo, assim entrando no funil. A saída no topo do funil é coberta por um
recipiente transparente de ABS,(b) cilíndrico, de 15 cm de diâmetro e 20 cm de altura. A foto anexa a
esta carta mostra o aparelho montado na margem da pastagem próximo a minha casa. A bola preta
tem 60 cm de largura e o funil verde tem diâmetro de 100 cm na base.
Enfatizo que este tipo de armadilha não é nenhuma novidade: o modelo é conhecido como „canopy‟ e
foi desenvolvido por um entomólogo há quase meio século (Catts 1970).
Testei o aparelho em dois lugares, sendo as minhas respectivas moradias, ambas situadas no litoral
norte do Paraná.
Terreno A = minha residência anterior, em Lageado, município de Antonina:
Fica na altura do km 9,5 da rodovia PR-405. Trata-se de um terreno semiaberto dentro de uma floresta
nativa no primeiro estágio de desenvolvimento. A armadilha foi instalada próximo à residência e a 2 m
de distância de uma piscina artificial. Animais domésticos estavam ausentes dentro de um raio de 300
m em volta da armadilha.
Localização exata: 25˚19'05,70” Sul e 48˚39'35,32” Oeste, a 40 m acima do nível do mar, no topo de
um pequeno morro.
Terreno B = minha residência atual, em Tagaçaba Porto da Linha (abreviado nesta carta como
Tagaçaba), município de Guaraqueçaba:
Fica na altura do km 36,2 da rodovia PR-405. Trata-se de terreno semiaberto, próximo a uma
pastagem e a uma floresta nativa secundária. A armadilha foi instalada a 1 m de distância da pastagem
e a 10 m de uma cobertura aberta para o gado. Havia os seguintes animais domésticos: cavalos e gado
(ao longo do período de pesquisa o número variava entre um e três cavalos e dois a quatro cabeças de
gado), confinados à pastagem; cachorros (quatro) e galináceos (número variando entre seis e 11 ao
longo do período), andando soltos pelo terreno. De outubro de 2013 a fevereiro de 2014 havia também
leitões (dois a três), confinados ao chiqueiro, mas frequentemente escapando e percorrendo o terreno
todo.(c)
Localização exata: 25˚13‟24,75” Sul e 48˚27‟21,00” Oeste, a 4 m acima do nível do mar, na planície.
Terreno A fica a uma distância de 23 km do terreno B, em direção sudoeste.
No terreno A, o aparelho foi instalado em 4 de novembro de 2012 e foi recolhido no dia 27 do mês
seguinte. No terreno B, o aparelho foi instalado em 12 de março de 2013 e permaneceu em uso até a
data da finalização desta carta (18 de setembro de 2014). No terreno A, o mesmo foi testado tanto no
período diurno quanto à noite, enquanto no terreno B foi testado somente durante o dia. Nos momentos
em que não houve teste, o recipiente coletor era retirado, para que os insetos pudessem passar
livremente.
Para a identificação dos insetos capturados foi necessário matá-los. Para isso, o recipiente coletor
contendo os insetos capturados foi colocado no freezer da geladeira e deixado ali por no mínimo uma
meia hora. Uma lupa de mão com 15X de aumento foi usada para o exame das mutucas e outros
insetos grandes. Os insetos menores foram examinados usando um microscópio com 100X de
aumento (Ernst Leitz Wetzlar ®). A determinação das mutucas foi feito em termos de gênero usando
Krolow et al. 2007 e Turcatel et al. 2007 e Coscarón & Papavero 1993 para gênero e subgênero.
Para a determinação das mutucas em termos de espécie, usei os seguintes trabalhos: Barretto 1946,
1947, 1948a e 1948b, Bassi 1995, Barros & Gorayeb 1996, Benchimol & Sá 2005,(d) Burger 2002,
Coscarón 1968, 1975 e 2001, Coscarón & Fairchild 1976, Coscarón & Iide 2003, Fairchild & Philip
1960, Henriques & Rafael 1993, Krolow & Henriques 2010, Philip 1955, Turcatel et al. 2010, Wilkerson
2
1981 e Wilkerson & Fairchild 1982.
A determinação dos outros insetos foi feita em termos de ordem e família, usando Chinery 1975 e
Rafael et al. 2012. A mosca-doméstica (Musca domestica) foi identificada usando Carvalho et al. 2002.
Eu consegui identificar todas as mutucas, enquanto alguns outros dípteros e muitos himenópteros,
hemípteros e coleópteros foram identificados ou conferidos por especialistas da Universidade Federal
do Paraná (UFPR) em Curitiba. Os nomes destas especialistas estão na seção “Agradecimentos”, no
fim desta carta.
Os resultados gerais das capturas são apresentados nos Apêndices 2 e 3 e os resultados detalhados
na Tabela 1, para o período noturno, e nos Apêndice 4, 5 e 6, para o período diurno.
Tabela 1. Insetos capturados pelo controlador de mutucas no local de residência em Lageado, em
novembro e dezembro de 2012, no período noturno, entre meia noite e sete horas da manhã.
Ordem
Diptera
Hymenoptera
Coleoptera
(besouros)
Hemiptera
Orthoptera
(1)
Família (nome
vulgar) (1)
Culicidae
(pernilongos), subfamília
Culicinae (culicíneos)
Psychodidae
Outras famílias
Comprimento (em mm)
Espécie
Asa
Runchomyia sp.
Coquillettidia albicosta
1½ -2
3½
Sp. B
moscas e mosquitos: spp.
4
≤1½
2
2
3
4
5
5
1½
mosquito (subordem
Nematocera) spp.
mosca sp.
Sp.
Sp.
Cicadellidae (cigarrinhas)
Acrididae (gafanhotos)
Gryllidae (grilos)
Sp. A (asa anterior com
manchinhas
marrom-acinzentadas)
Sp.
Sp.
2½3½
Outras partes
Número de indivíduos capturados
12
15
NOVEMBRO 2012
15
16
4
4
DEZEMBRO 2012
5
9
19
3
11
2
10
1
6
1
1
1
3
1
1
corpo 3
1
fêmur não inflado
fêmur inflado
fêmur não inflado
fêmur inflado
3
10
4
62
1
7
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
corpo 1½
corpo 2-3
1
corpo 3-3½
corpo 4; antena 1
corpo 3-5; antena 7; cerco 2
TOTAL
11
1
2
6
3
2
4
2
14
4
2
TOTAL 102
Fonte do nome vulgar: Buzzi 2009.
Na Tabela 2 são listadas as mutucas encontradas nos dois terrenos de estudo.
Tabela 2. Espécies de mutucas encontradas nos dois terrenos de estudo no litoral norte do Paraná e
os seus períodos de voo.(1)
Espécie
Período de voo nos dois terrenos
Extensão do período
Acanthocera longicornis
Acanthocera lutzi (2)
Catachlorops flavus (3)
Catachlorops fonsecai
Catachlorops furcatus
Catachlorops fuscinevris
Catachlorops potator
Catachlorops praetereums (4)
Catachlorops psolopterus
Chlorotabanus parviceps
Chrysops varians
Chrysops variegatus (5)
Diachlorus bivittatus
Diachlorus flavitaenia
Dichelacera alcicornis
Dichelacera intermedia
Fidena cf. brachycephala
fevereiro 4 a 18 (captura manual); outubro 29 a
dezembro 16
dezembro 10 a janeiro 10
novembro 4 a fevereiro 24
novembro 6 a dezembro 21
dezembro 14
novembro 5 a dezembro 2
novembro 7 a dezembro 5
abril 9 (captura manual de um macho) a maio 7
outubro 2 a dezembro 30
outubro 27 (captura manual) a abril 1
agosto 12 (captura manual) a junho 3 (captura manual)
janeiro 18 a fevereiro 5 (captura manual); maio 14
(captura manual)
outubro 26 a abril 21
outubro 30 a abril 6
outubro 2 a novembro 27
outubro 27 a novembro 27 (captura manual)
novembro 14 a 22 (capturas manuais) (6)
Número de
indivíduos
capturados pela
armadilha
Duração do
período em
semanas
9 (=2+7)
Lageado
Tagaçaba
Total
2
13
15
5
16
7
1
4
4
4
13
9
42
4
18
68
7
5
12
86
-
6
39
7
1
14
1
1
23
4
421
1
6
57
75
1
21
6
1
35
4
507
1
25
23
8
5
1
1
1
71
-
462
28
463
29
71
1
0
-
1
-
3
Lepiselaga crassipes (7)
Phaeotabanus litigiosus
Poeciloderas quadripunctatus
Rhabdotylus planiventris
Rhabdotylus viridiventris
janeiro 7-17; março 12; outubro 31 a novembro 11
dezembro 4 a abril 1
dezembro 18 a abril 10
novembro 6 a dezembro ...
novembro 26 a fevereiro 5
Scaptia seminigra
Stibasoma willistoni (8)
Tabanus fuscus
Tabanus occidentalis
Tabanus cf. sorbillans (9)
TOTAL (n=27)
maio 18
janeiro 8
novembro 10 (captura manual) a dezembro 11
setembro 10 a junho 14
dezembro 6 a maio 14
5 (=1+2+2)
17
16
...
10
1
4
15
3
312
72
79
4
316
72
94
1
1
5
39
22
1
12
1
17 espécies
1
1
1
1255
82
24 espécies
1
1
2
1267
83
3133
indivíduos
(1)
Período de observação: novembro e dezembro de 2012 em Lageado (Antonina) e março de 2013 a setembro de 2014 em Tagaçaba
(Guaraqueçaba).
Turcatel et al. 2007 omitiram A. lutzi do seu catálogo, indevidamente, pois na monografia do gênero Acanthocera de Henriques & Rafael
1993 (p. 415) são referidas duas coletas paranaenses desta espécie (“Paraná, Vargem Grande, xi.1944, B. Hertel col., 24826, A. lutzi,
Coscarón det., 1975 (Parátipo ♀, A. vespoides, MZUSP); Marumbi, ix.1946, Hatschbach col., A. lutzi, Coscarón det., 1975, 24825 (Parátipo
♀, A. vespoides, MZUSP)”). Henriques & Rafael 1993 considerem A. lutzi um sinônimo de A. coarctata, mas Coscarón & Papavero 2009 as
tratam como espécies distintas.
(3)
Catachlorops flavus é conhecida do Brasil (Rio de Janeiro e Santa Catarina), Uruguai, Paraguai e Argentina (Missiones) (Coscarón &
Papavero 2009), e referido para o Paraná (Guaratuba) por Lutz 1921.
(4)
Catachlorops praetereums é endêmica do Brasil e conhecida dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo (Coscarón &
Papavero 2009), sendo este o seu primeiro registro para o Paraná. Além da fêmea capturada pela armadilha em Tagaçaba, encontrei em
9 de abril de 2014, no km 79 da rodovia PR-405 um macho desta espécie visitando as flores de Mikania micrantha.
(5)
No Paraná, Chrysops variegatus é conhecida de várias localidades no Terceiro planalto (Turcatel et al. 2007), sendo este o seu primeiro
registro para o litoral do estado. Além dos dois exemplares capturados em Tagaçaba, também foi capturado um exemplar na margem do rio
Serra Negra, ao sul do morro do cemitério da Serra Negra, em 14 de maio de 2014. A fêmea desta espécie ataca o alto da cabeça, como
também faz a fêmea de C. varians.
(6)
Esta espécie de Fidena não foi capturada pela armadilha, mas foi duas vezes capturada manualmente: em 22 de novembro de 2012, dentro
da floresta ao lado da minha residência anterior, em Lageado e em 14 de novembro de 2013, dentro da minha residência atual, em
Tagaçaba.
(7)
No Paraná, Lepiselaga crassipes é conhecida do Primeiro e do Terceiro planalto (Turcatel et al. 2007), este sendo o seu primeiro registro
para o litoral do estado.
(8)
Stibasoma willistoni é endêmica do Brasil e conhecida dos estados de Mato Grosso, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo (Turcatel
et al. 2010), sendo este o seu primeiro registro para o Paraná.
(9)
A minha determinação como Tabanus sorbillans não é totalmente segura, já que me faltou uma publicação essencial (Fairchild 1984; está
ausente das bibliotecas brasileiras e não está disponível na Internet,). Tabanus sorbillans é conhecida de Colômbia, Venezuela, Trinidad,
Paraguai, Argentina (Salta, Corrientes, Chaco, Santa Fé, Buenos Aires) e, no Brasil, de Rio Grande do Sul (Coscarón & Papavero 2009) e
Mato Grosso do Sul (Barros & Gorayeb 1996). Este seria o seu primeiro registro para o Paraná.
(2)
No Apêndice 1 são listadas todas as mutucas encontradas no litoral paranaense até o presente,
baseado nas observações pessoais e na literatura.
Das 78 espécies de mutucas até hoje comunicadas do Paraná (Turcatel et al. 2007, 2010 e as adições
pessoais do Apêndice 1), até agora 53 espécies têm sido registrado do litoral do estado; ver Apêndice
1. É um número grande quando comparado com a minha terra natal, a Holanda, um país de clima
temperado. Na Holanda toda ocorrem somente 38 espécies de mutucas (Zeegers & van Haaren 2000),
apesar de aquele país ter uma superfície 6,5 vezes maior do que o litoral paranaense excluindo as
ilhas.(e)
Na Tabela 3 é apresentado o número de invertebrados capturados pela armadilha por período do dia,
para ambos os terrenos de estudo.
Tabela 3. Número de indivíduos e de espécies de invertebrados capturados pelo controlador de
mutucas nos dois terrenos de estudo no litoral norte do Paraná: por ordem sistemática.
Classe
Insecta
Ordem
Collembola
Orthoptera
Total de indivíduos
Lageado (Antonina):
Tagaçaba
novembro e dezembro de (Guaraqueçaba):
2012
março de 2013 a
setembro de 2014
Período
Período
Período
noturno
diurno
diurno
0
0
11
6
2
3
Total
(para ambos
os terrenos
e ambos os
períodos)
11
11
Total de
espécies
1
4
4
Arachnida
Isoptera
Hemiptera
Thysanoptera
Psocoptera
Coleoptera
Neuroptera
Hymenoptera
Trichoptera
Lepidoptera
Diptera
Strepsiptera
Araneae
Pseudoscorpiones
TOTAL
0
14
0
0
1
0
1
0
0
80
0
0
0
102
0
25
1
1
9
0
65
3
1
861
0
0
0
968
5
235
0
8
87
1
963
0
108
9789
13
3
2
11228
5
274
1
9
97
1
1029
3
109
10730
13
3
2
12298
2
± 20
1
2
± 12
1
± 40
2
10
± 60
1
2
1
± 160
A análise dos resultados, apresentados nos Apêndices 2 a 6 e nas Tabelas 1 e 3, mostra o seguinte:
GERAL
- Com a exceção de cinco indivíduos de aracnídeos (veja Tabela 3 e Apêndice 3: notas 3 e 4), o
controlador de mutucas tem capturado somente insetos e, neste grupo, somente as formas aladas.(f)
Sem dúvida isto resulta da construção engenhosa desta armadilha: para pequenos animais não
voadores a entrada do recipiente coletor é praticamente inalcançável. Quase todas as espécies
capturadas pertencem a ordens cujo nome cientifico termina em „ptero‟, indicando a presença de asas
(„ptero‟ deriva da palavra grega pteron, que significa „pluma de asa‟; Ferreira 1999).
MUTUCAS
- Nesta pesquisa de 2012 a 2014 no litoral norte do Paraná foram encontradas 27 espécies de
mutucas. Pedri 2002 já tinha relatado 11 espécies da mesma região (ver Apêndice 1).
- Essas 27 espécies correspondem a 51% do total das 53 espécies de mutucas atualmente conhecidas
do litoral paranaense e a 35% das 78 espécies conhecidas do Paraná.(g)
- O número recorde de indivíduos de mutucas capturadas pela armadilha em um único dia foi 115
exemplares, em 14 de dezembro de 2013, em Tagaçaba, tratando-se de um dia ensolarado e muito
quente da final da primavera.
- As mutucas são insetos estritamente diurnos, mas em dias quentes e ensolarados do verão
continuam ativas até aproximadamente meia hora após do pôr do sol. Nenhuma mutuca foi capturada
pela armadilha entre meia noite e sete horas da manhã (Tabela 1).
- Chrysops varians, Tabanus occidentalis e Diachlorus bivittatus são as espécies de mutuca que mais
incomodam na parte continental do litoral paranaense, pela sua abundância e período de voo
demorado (um total de 25 a 39 semanas por ano; veja Tabela 2),. A primeira espécie sempre ataca o
alto da cabeça, enquanto as outras duas picam outras partes do corpo. Do total de 12139 (=
970+11169) indivíduos de invertebrados capturados pela armadilha nos dois terrenos no período
diurno (Apêndices 2 e 3), 1267 indivíduos pertencem a T. occidentalis, 507 a C. varians e 463 a D.
bivittatus (Tabela 2), as três espécies juntas (2237 indivíduos) perfazendo 18,4% do total de
invertebrados.
- Chrysops varians continua presente até maio ou junho (Tabela 4) e reaparece em agosto ou
setembro (Tabela 5); T. occidentalis está presente até a metade de junho e reaparece em setembro; D.
bivittatus está presente até o fim de abril e reaparece no fim de outubro.
Tabela 4. Último registro, antes da estação fria, da mutuca Chrysops varians atacando no litoral norte
do Paraná, a partir de 2007.
Ano
Dia
2007
jun 3
2008 a 2010
(não anotado)
2011
mai 14
2012
(não
anotado)
2013
mai 14
2014
mai 16
Médio 2007-2014
mai 19
Tabela 5. Primeiro registro, após a estação fria, da mutuca Chrysops varians atacando no litoral norte
do Paraná, a partir de 2004.
5
Ano
Dia
2004
set 19
2005
set 20
2006
set 3
2007 e 2008
(não anotado)
2009
set 3
2010
ago 12
2011
set 8
2012
ago 22
2013
set 2
2014
ago 19
Médio 2004-2014
set 2
- No litoral paranaense as mutucas adultas estão totalmente ausentes somente na primeira metade do
inverno, pois a data da observação mais tardia de uma mutuca antes da estação fria foi 14 de junho,
tratando-se de T. occidentalis, enquanto a data da observação mais precoce de uma mutuca depois da
estação fria foi 12 de agosto, tratando-se de C. varians.
- No litoral do Paraná as mutucas têm o auge populacional dos seus adultos na primavera ou no verão,
dependendo da espécie. Mas há duas exceções: Catachlorops praetereuns e Scaptia seminigra foram
registradas somente no outono, respectivamente nos meses de abril e maio (ver Apêndice 1).
- Em relação à periodicidade diurna se percebe que as fêmeas de mutucas são pouco ativas na
primeira parte de manhã; elas começam a ser capturadas pela armadilha somente após das 9 horas e
a maior parte da captura acontece à tarde, até o anoitecer. Das espécies abundantes, Phaetabanus
litigiosus é a única que concentra a sua atividade nitidamente no crepúsculo vespertino (ver Apêndice
6). Chlorotabanus parviceps é atraída à noite pelas lâmpadas, como demonstrou o amigo Donald
Schause. Donald, durante o seu trabalho de fotografia noturna de mariposas atraídas pelas lâmpadas
da sua varanda no terreno em Tagaçaba, fotografou da última espécie três exemplares nas seguintes
datas e horários: 2007.x.27, às 20:27 h; 2009.xi.19, às 20:13 h; 2013.xi.23, às 23:57 h.
- A captura de uma dada espécie de mutuca pela armadilha não necessariamente reflete toda a
extensão do seu período de voo no local. Isso ficou evidente pela seguinte experiência: a maior
espécie de mutuca das duas localidades, Tabanus fuscus, foi vista no terreno de Lageado pela
primeira vez em 11 de novembro de 2012, e foi vista no terreno de Tagaçaba pela primeira vez em 10
de novembro de 2013. Em Lageado demorou até 11 de dezembro de 2012 para o primeiro e único
exemplar da espécie ser capturado pela armadilha, enquanto em Tagaçaba o primeiro e único
exemplar foi capturado em 19 de novembro de 2013.
OUTROS DÍPTEROS
- Mais que a metade das capturas noturnas (terreno em Lageado; Tabela 1) se trata de culicíneos
(pernilongos), quase exclusivamente fêmeas. Uma espécie de cigarrinha foi a segunda vítima noturna
mais frequente da armadilha.
- Dos culicíneos capturados em Lageado, a maioria dos exemplares pertenceu ao gênero
Coquillettidia. Segundo a literatura, várias espécies de Coquillettidia têm sido encontradas
naturalmente infectadas com arboviroses,(h) assim sendo considerados vetores potenciais destes
agentes (Consoli & Oliveira 1994).
- Borrachudos (Simulium spp.) são pequenos mosquitos estritamente diurnos e cujas fêmeas são
hematófagas e atacam o ser humano. Estão numerosos em ambos os terrenos de estudo, onde
incomodam bastante. Borrachudos foram capturados pela armadilha apenas excepcionalmente e em
quantidades pequenas.
- No terreno em Tagaçaba, a partir de 13 de outubro de 2013, tanto em dias nublados quanto em dias
de sol intenso, as fêmeas de duas espécies de mosquito-pólvora (Culicoides spp.) eram abundantes,
apesar de raramente chegar a me incomodar e me picar durante o dia ou à noite. Ao examinar sob o
microscópio (aumento 100X) alguns dos indivíduos que tinham me picado, dei-me conta que já várias
vezes tinham sido capturados mosquitos-pólvora pela armadilha naquele local, sem que eu os tivesse
reconhecido. Assim, no Apêndice 5, as capturas de Culicoides (família Ceratopogonidae) começam a
ser diferenciadas somente a partir de 14 de outubro de 2013; antes daquela data tinham sido incluídas
no grupo de moscas e mosquitos não identificados com comprimento de asa e corpo 0,6-1,5 mm e
1,2-2 mm, respectivamente. Possivelmente, Culicoides estava presente também no terreno em
Lageado.
- A mosca-doméstica (Musca domestica) é de tamanho muito variável, mas é facilmente reconhecível
pela venação da asa e as seguintes características adicionais: o aparelho bucal é do tipo
lambedor-sugador, a arista é plumosa e o tergito abdominal 1+2 é lateralmente amarelo-translúcido
(Carvalho et al. 2002). No terreno em Tagaçaba, 2206 exemplares, isso é 19,8% do total dos animais
ali capturados no período diurno (11169 exemplares) pertenciam a esta espécie. A mosca-doméstica
se procria em fezes e lixo orgânico (Carvalho et al. 2012: 159). Isto explica a sua abundância naquele
terreno, onde ocorrem animais domésticos e onde a armadilha foi colocada próximo à cobertura para
6
gado. A movimentação da mosca-doméstica entre as fezes e o alimento faz dela uma importante
transmissora de patógenos, além de ela poder transportar os ovos da mosca-do-berne (Dermatobia
hominis) (Rafael et al. 2012).
OUTROS INSETOS
- Além de dípteros, os insetos mais capturados pela armadilha pertencem às seguintes famílias (em
ordem decrescente do total de capturas): Formicidae (da ordem Hymenoptera), Cicadellidae
(Hemiptera), superfamília Chalcididoidea (Hymenoptera), Nepticulidae (Lepidoptera), Apidae
(Hymenoptera) e Chrysomelidae (Coleoptera).
RESULTADO POR TERRENO
No terreno em Lageado, a armadilha foi colocada num local onde não havia animais domésticos dentro
de um raio de 300 m. Ali foi testada na segunda metade da primavera, que corresponde ao período de
auge do voo das mutucas em geral.
No terreno em Tagaçaba, a armadilha foi colocada num local com animais domésticos por perto. Foi
testada ali em todos os meses do ano
Do total de 27 espécies de mutucas, 17 foram capturadas em Lageado (num levantamento de dois
meses apenas) e 24 espécies em Tagaçaba (num levantamento de 19 meses). Comparando e
avaliando os resultados do período diurno para ambos os terrenos estudados (Tabela 2 e 7 e
Apêndices 4 e 5), percebe-se o seguinte:
- Em Lageado, foram capturadas (Apêndice 2) 305 mutucas fêmeas, 555 outros dípteros, 26 formigas e
39 outros himenópteros (abelhas e vespas), perfazendo 31,5%, 57,2%, 2,7% e 4,0%, respectivamente,
do total dos 970 insetos capturados ali. A boa captura de mutucas fêmeas (quase um terço do total das
capturas) foi negativamente compensada pela imensa captura de moscas não hematófagos (a maioria
delas provavelmente não nocivas à espécie humana) e pela significativa captura de himenópteros,
que, excluindo as formigas, são importantes como polinizadores das plantas cultivadas (ou de forma
espontânea, ou como parasitoides de outros insetos, incluindo insetos-praga; Apêndice 7).(j) (Veja
Apêndice 4).
- Em Tagaçaba foram capturadas (Apêndice 3) 2985 mutucas fêmeas, 2209 moscas-domésticas, 4595
outros dípteros, 554 formigas e 413 outros himenópteros, perfazendo 26,7%, 19,8%, 41,1%, 5,0% e
3,7%, respectivamente, do total dos 11169 insetos capturados ali.
“Tabela 6” é uma chave para a identificação das espécies de mutucas encontradas nos dois terrenos
de estudo. Alguns caracteres morfológicos importantes destas espécies são apresentados no
Apêndice 7.
Tabela 6. Chave de identificação para as espécies de mutucas encontradas nos dois terrenos de
estudo no litoral norte do Paraná.(1)
1a
1b
2a
2b
3a
3b
4a
4b
5a
5b
6a
6b
7a
7b
8a
8b
9a
tíbia com franja de longas cerdas negras (lembrando mamangaba); asa negra com ápice hialino
tíbia sem franja de longas cerdas negras (não lembrando mamangaba)
comprimento do probóscide 8 mm; comprimento da asa 14-16 mm; comprimento do corpo 17 mm;
asa com célula r5 totalmente fechada
comprimento do probóscide ≤ 4 mm
comprimento da asa 20 mm; asa com célula r5 totalmente fechada
comprimento da asa ≤ 15 mm; asa com célula r5 aberta (às vezes estreita, mas nunca totalmente
fechada)
comprimento da antena 3,5-5 mm
comprimento da antena 0,5-2 mm
base do flagelo com espinho grande; labela grande; asa com faixa transversal negra formando uma
lua nova
base do flagelo sem espinho; labela bem compacta: compare família Stratiomydae
comprimento da asa 5,5-8 mm; com ocelos ou com tubérculo ocelar conspícuo
comprimento da asa ≥ (9-)10 mm; ocelos ausentes, às vezes com um tubérculo ocelar
abdome negro com brilho verde, de ápice pontudo; os dois terços basais da asa negra; com
tubérculo ocelar
abdome não brilhante, de ápice arredondado
asa inteiramente hialina; com tubérculo ocelar
asa não inteiramente hialina
asa hialina com algumas pequenas manchas negras na costa; com tubérculo ocelar
Stibasoma willistoni
2
Fidena cf. brachycephala
3
Tabanus fuscus
4
5
6
Acanthocera longicornis
7
11
Lepiselaga crassipes
8
Diachlorus flavitaenia
9
Diachlorus bivittatus
7
9b
10a
10b
11a
11b
12a
12b
13a
13b
14a
14b
15a
15b
16a
16b
17a
17b
18a
18b
19a
19b
20a
20b
21a
21b
22a
22b
23a
23b
24a
24b
25a
25b
26a
26b
27a
27b
28a
28b
29a
29b
30a
30b
(1)
asa com larga banda transversal negra; com ocelos em grupo de três
terço apical da asa hialino
terço apical da asa escuro; banda transversal negra com pequena mancha central hialino
base do flagelo com ou sem angulação obtusa dorsal, sem espinho
base do flagelo com espinho ou prolongamento dorsal
flagelo com oito flagelômeros; probóscide 4 mm de comprimento, esclerotinizado
flagelo com placa basal e quatro ou menos flagelômeros; probóscide ≤ 3 mm 4 mm de comprimento
abdome escuro com um a três linhas longitudinais, inteiras ou pontilhadas, amareladas;
comprimento da asa 10-13 mm
abdome sem linhas longitudinais coloridas
asa com manchas circulares pequenas
asa sem padrão de colorido
corpo (abdome e tórax) totalmente verde-amarelado
corpo sem tonalidade verde
asa com faixa escura central curvada (raramente totalmente escura); comprimento da asa 11-12
mm
asa sem padrão de colorido
comprimento da asa 8-11 mm; pernas bicoloridas; lembrando vespa; com apêndice muito curto na
veia R4 da asa
comprimento da asa 13-15 mm; pernas não bicoloridas; não lembrando vespa; com apêndice longo
(0,5-0,8 mm) na veia R4 da asa
asa sem padrão de colorido distinto
asa com padrão de colorido distinto (com manchas ou faixas negras)
olho com padrão de colorido; abdome com linha amarela longitudinal; tubérculo ocelar presente
olho sem padrão de colorido; abdome sem linha amarela longitudinal; tubérculo ocelar ausente
abdome alongado, 4-5 mm de largura, cinza-alaranjado no lado ventral
abdome arredondado, 5-7,5 mm de largura
abdome sem tonalidade de verde no lado ventral
abdome com tonalidade de verde no lado ventral
olho sem padrão de colorido
olho com padrão de colorido
asa com barra preta curvada mediana transversal e duas manchas pequenas arredondadas
parte distal da asa com larga faixa negra
ápice da asa negra; corpo 4 mm de largura; abdome com linha longitudinal amarelada
ápice da asa hialino; corpo 6-7 mm de largura mm; abdome sem linha longitudinal amarelada
terço basal da asa hialino; abdome castanha
terço basal da asa negro; abdome negro
metade do olho verde, outra metade escura
olho com duas faixas horizontais verdes
asa com larga faixa transversal escura ou negra
asa sem larga faixa transversal negra ou negra
parte apical da asa escura; abdome escuro, mas não negro, geralmente arqueado
parte apical da asa hialina; abdome negro
asa na parte posterior com barra preta irregular
asa com manchas escuras em torno das interseções das veias
asa com manchas circulares pequenas
asa com manchas angulares
10
Chrysops varians
Chrysops variegatus
12
18
Scaptia seminigra
13
14
15
Poeciloderas
quadripunctatus
Tabanus occidentalis
Chlorotabanus parviceps
16
Phaeotabanus litigiosus
17
Acanthocera lutzi
Tabanus cf. sorbillans
19
22
13a
20
Catachlorops flavus
21
Rhabdotylus planiventris
Rhabdotylus viridiventris
23
26
Catachlorops potator
24
Catachlorops psolopterus
25
Catachlorops furcatus
Catachlorops praetereums
27
29
28
29
Catachlorops psolopterus
Catachlorops fonsecai
Dichelacera intermedia
30
Catachlorops fuscinevris
Dichelacera alcicornis
Os termos técnicos são explicados nas figuras de Krolow et al. 2007.
AVALIAÇÃO DA ARMADILHA
Considerando o número não pequeno de abelhas, vespas e outros insetos benéficos à espécie
humana (Apêndice 8), capturadas pela armadilha, a minha recomendação para o seu uso é que seja
estritamente limitado ao período do ano em que as mutucas realmente incomodam: para seres
humanos este período é a metade de outubro à metade de dezembro e, dentro daquele período, sugiro
recolher o recipiente coletor sempre em dias nublados, pois com o céu fechado a captura de insetos
inofensivos costuma ser grande. Se a armadilha for usada para a proteção de animais domésticos, o
período do seu uso pode ser estendido até o fim de abril, pois estes animais, principalmente os
cavalos, são incomodados pelas mutucas até o fim do verão; veja Tabela 7.
Tabela 7. Mutucas: número total de espécies por mês e máximo mensal de espécies por dia e número
máximo, mínimo e médio mensal de indivíduos por dia, sendo capturados pela armadilha no terreno
em Tagaçaba; período de março de 2013 a setembro de 2014.
Número total de espécies
Jan
14
Fev
11
Mar
8
Abr
8
Mai
5
Jun
1
Jul
0
Ago
0
Set
2
Out
9
Nov
11
Dez
15
8
capturadas por mês
Número máximo mensal de
espécies capturadas em um
dia
Número máximo de indivíduos
capturados em um dia
Número mínimo de indivíduos
capturados em um dia
Número médio de Cálculo
(total / n)
indivíduos
Valor
capturados em
um dia
9
9
4
6
3
1
0
0
1
6
7
9
57
45
25
43
13
1
0
0
2
52
113
115
9
4
0
0
0
0
0
0
0
3
5
1
645 / 24
411 / 21
219 / 23
300 / 31
46 / 16
2 / 10
0/6
0 / 10
3/7
131 / 8
692 / 16
536 / 19
27
20
10
10
3
0,2
0
0
0,5
16
43
28
Na Tabela 7 é mostrado que para mutucas adultas o pico quantitativo ocorre em novembro, enquanto a
variedade de espécies é maior em dezembro e janeiro.
Tabela 8. Insetos: número total de espécies por mês e número máximo, mínimo e médio mensal de
indivíduos por dia, sendo capturados pela armadilha no terreno em Tagaçaba; período de março de
2013 a setembro de 2014.
Número total de espécies
capturadas por mês
Número máximo de indivíduos
capturados em um dia
Número mínimo de indivíduos
capturados em um dia
Número médio de Cálculo
(total / n)
indivíduos
Valor
capturados por
dia
Jan
68
Fev
62
Mar
70
Abr
72
Mai
46
Jun
27
Jul
14
Ago
22
Set
23
Out
35
Nov
49
Dez
53
167
120
120
161
85
25
25
29
39
68
216
163
38
49
15
12
17
10
8
11
5
14
24
22
2208 /
24
1448 /
21
1540 /
23
1708 /
31
575 / 16
196 / 10
72 / 5
172 / 10
175 / 8
275 / 8
1170 /
16
1702 /
19
92
69
67
55
36
20
14½
17
22
34
73
90
Na Tabela 8 é mostrado que os insetos, na sua fase alada, são mais abundantes no período de janeiro
a abril, qualitativamente, e de novembro a abril, quantitativamente. São bem escassos, tanto quali
quanto quantitativamente, nos meses do inverno. Isto mostra que, mesmo nessa região de clima
subtropical, para as aves que se alimentam de insetos em voo (como as andorinhas, os tiranídeos e os
andorinhões) há bons motivos para migrar aos trópicos durante o inverno austral!
No período do ano em que a armadilha está em uso podem ocorrer ventos fortes, chuvas pesadas e
temperaturas elevadíssimas. Para aguentar estas condições do tempo, uma armadilha deste tipo tem
de ser construída de materiais de boa qualidade. Neste aspecto, o aparelho de fabricação holandesa
tem se mostrado bem confiável. Mesmo assim, pelo custo elevado (110 Euros, quando comprado
diretamente da fábrica) e pela alta taxa dos correios (o aparelho pesa 13 kg!), considero quase inviável
a sua aquisição por brasileiros residentes da área rural. A meu ver, a melhor solução seria ter a
fabricação deste aparelho no Brasil, para que possa ser colocado no mercado por um preço acessível.
LEGITIMAÇÃO
O resultado apresentado nesta carta é o subproduto do meu esforço legítimo de proteger a minha
pessoa e os animais domésticos do aborrecimento causado pelas mutucas e moscas-domésticas.
Livrar-me destes insetos sem aproveitá-los para estudo seria uma demonstração de desrespeito por
estes seres fascinantes e lindos (veja a minha carta “Os olhos divinos de Luzia”), que, apesar de serem
desagradáveis para os vertebrados, sem dúvida cumprem um papel importante na complexa teia de
inter-relações entre os habitantes deste planeta.
AGRADECIMENTOS
9
a Manuel Solis, pelo envio gratuito do controlador de mutucas, cujo teste de utilidade em território subtropical deu
origem a este levantamento;
aos especialistas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, que me ajudaram com a identificação dos
insetos. São:
- Coleoptera: Angelico Asenjo + Bruna Pasqualinoto Macari + Daniel P. Moura + Paula Batista dos Santos + Sirley Rotte;
- Diptera, moscas exceto mutucas: André César Lopes da Silva + Diana Grisales Ochoa + Gustavo B. Ferro + Juliana M.
Calixto + Lyvia Boutin + Rosangela Santa Brígida;
- Diptera, mosquitos: Mario Guedes (família Culicidae);
- Hemiptera: Alexandre Cruz Domahovski + Andressa Paladini (família Cercopidae) + Keti Zanol + Rodney Ramiro Cavichioli;
- Hymenoptera: Bolívar R. Garcete-Barrett (família Vespidae) + Brunno Bueno da Rosa + Gabriel Augusto Rodrigues de Melo.
agradeço especialmente ao Brunno Bueno da Rosa, pela sua constante disposição para identificar os
himenópteros dos dois terrenos por mim levantados;
aos bibliotecários do setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, que,
prestativos como sempre, ajudaram-me na localização de algumas das publicações;
a Rosângela Maria Azevedo de Bassi e João Manoel de França, pelas suas excelentes teses de doutorado e
mestrado, respectivamente, tratando-se de obras não publicadas que me têm sido muito uteis nesta pesquisa;
a Ricardo Pinto da Rocha, por ter me enviado de São Paulo todos os artigos sobre mutucas de Mauro Pereira
Barretto publicados nos Anais da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, uma revista totalmente
ausente das bibliotecas de Curitiba;
a Donald Schause, por estar me oferecendo hospedagem na sua chácara em Tagaçaba, além de ter me dado
permissão para testar o controlador de mutucas na sua chácara, e ter me emprestado para a duração deste
levantamento os seus exemplares pessoais de duas obras essenciais: Rafael et al. 2012 e Lopes et al. 2009 (a
última contém importantes pranchas com mariposas identificadas em termos de família).
(a)
É uma dedução minha, pois a experiência pessoal se limita ao guarda-chuva preto. Quem possuir uma sombrinha branca, por favor, faça a
teste com as mutucas e me comunique as suas constatações.
(b)
ABS (Ingl.): sigla de acrylonitrile- butadiene- styrene.
(c)
Na chácara em Tagaçaba são mantidas as seguintes espécies nativas de abelha sem ferrão: 1 caixa de Nannotrigona testaceicornis (iraí),
1 caixa de Scaptotrigona xanthotricha (mandaguari-amarelo) e 2 caixas de Tetragonisca angustula (jataí) (as espécies foram identificadas
in situ pelo Gabriel A. R. de Melo, em 14 de março de 2014).
(d)
A obra de Benchimol & Sá 2005 contem praticamente todas as publicações de Adolpho Lutz sobre mutucas brasileiras. Destes trabalhos,
que abrangem todo o período de 1905 a 1937, destacam-se Lutz 1909, 1911, 1912, 1913 e 1915, por incluíram excelentes ilustrações
coloridas de uma grande variedade de espécies.
(e)
A bacia hidrográfica do litoral paranaense (excluindo as ilhas) tem superfície de 5.631 km 2 (SEMA 2010), enquanto a Holanda tem
superfície de 36.621 km2.
(f)
A única exceção é uma espécie de Collembola, cujos exemplares (capturados somente entre 3 e 12 de janeiro de 2014) devem ter
conseguido alcançar a armadilha a partir do chão, usando o seu aparelho saltador, a furca.
(g)
Nas ilhas litorâneas e marítimas a diversidade em espécies de mutucas tende a ser menor do que no continente mais próximo. Exemplos:
(1) em Pontal do Sul, na beira-mar paranaense, foram encontradas 21 espécies de mutucas, numa amostragem quinzenal de apenas uma
localidade durante três anos (janeiro de 1991 a janeiro de 1994, totalizando 72 visitas; Bassi 1995). Na Ilha do Mel, situada a 3 km da costa
paranaense e bem em frente a Pontal do Sul, foram encontradas apenas 11 espécies de mutucas, numa amostragem semanal em duas
localidades durante um ano (setembro de 1988 a agosto de 1989, totalizando 52 visitas, com captura total de 3136 exemplares de mutucas;
Dutra & Marinoni 1994).
(2) da Bélgica são conhecidas 41 espécies de mutucas, enquanto do Reino Unido são conhecidas apenas 30 espécies (Zeegers & van
Haaren 2000). O Reino Unido é aproximadamente 40 km distantes do continente europeu e tem superfície 7,5 vezes maior do que a
Bélgica.
(h)
arbovírus: vírus transmitidos por artrópodes.
(j)
parasitoide: inseto que, em sua fase larval, se alimenta de tecidos de outro animal por um tempo relativamente longo. O hospedeiro
geralmente morre no final. (Rafael et al. 2012).
LEGENDA DAS FOTOS (máquina: Canon Power Shot SX200 IS; 12,1 megapixels; Canon zoom 12X, 5,0-60,0mm 1:3,4-5,3)
1. (foto 017). A armadilha montada; no terreno em Tagaçaba Porto da Linha, 17 de setembro de 2014 (na foto ocorrem, além da armadilha, a cobertura para o gado e alguns
pés do palmiteiro (Euterpe edulis), incluindo dois troncos caídos e em decomposição).
2. (foto 008). O conjunto montado das 27 espécies de mutucas pessoalmente encontradas no litoral norte do Paraná; 17 de setembro de 2014.
LISTA DE APÊNDICES
1. Espécies de mutucas coletadas no litoral paranaense e o seu período de voo: observações pessoais a partir de 2012 e dados da literatura.
2. Período do dia, durante novembro e dezembro de 2012, com o controlador de mutucas ativado (recipiente coletor fixado) no local de residência em Lageado e o número
de insetos capturados.
3. Período do dia, durante 2013 e 2014, com o controlador de mutucas ativado (recipiente coletor fixado) na chácara de residência em Tagaçaba e o número de insetos
capturados.
4. Insetos capturados pelo controlador de mutucas no local de residência em Lageado, em novembro e dezembro de 2012, no período diurno.
5. Insetos capturados pelo controlador de mutucas na chácara de residência em Tagaçaba, em 2013 e 2014, no período diurno.
6. Insetos capturados pelo controlador de mutucas na chácara de residência em Tagaçaba: periocidade diurna das capturas em algumas datas do verão de 2014.
7. Comparação entre características morfológicas das espécies de mutucas encontradas nos dois terrenos de estudo no litoral norte do Paraná.
10
8. Os grupos de insetos com exemplares capturados pelo controlador de mutucas: seu habito alimentar e suas ações nocivas ou benéficas à espécie humana.
.
REFERÊNCIAS
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descrições de sete espécies novas (Diptera, Tabanidae). Anais Fac. Medicina Univ. São Paulo 22: 151-183.
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descrições de cinco novas espécies (Diptera, Tabanidae). Anais Fac. Medicina Univ. São Paulo 23: 89-115.
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descrições de quatro espécies novas (Diptera, Tabanidae). Revista Entomol. (Rio de Janeiro) 19: 401-417.
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12
Apêndice 1. Espécies de mutucas coletadas no litoral paranaense e o seu período de voo: observações pessoais a partir de 2012 e dados da
literatura.
Nome (1)
Gênero
Subgênero
Espécie
Acanthocera
Acanthocera
Catachlorops
Amphichlorops
Catachlorops
A. aureoscutellata Henriques & Rafael 1992
* A. lutzi (Enderlein) 1925 (sinôn. A. vespoides
Barretto 1947)
* A. longicornis (Fabricius) 1775
* Cat. flavus (Wiedemann) 1828
* Cat. fonsecai Barretto 1946
Hadrochlorops
* Cat. fuscinevris (Macquart) 1838 (sinôn. C.
intereuns (Walker) 1856)
* Cat. praetereuns (Walker) 1850
* Cat. psolopterus Wiedemann) 1828 (sinôn. C.
fuscipennis (Macquart) 1847)
Cat. fuscivittatus (Barretto) 1948
* Cat. furcatus (Wiedemann) 1828 (sinôn.
Psalidia furcatus (Wiedemann), Tabanus
macrodonta Macquart 1838)
* Cat. potator (Wiedemann) 1828
Guaratuba
(como
Dicladocera)
Guaratuba
(como
Dicladocera)
Psarochlorops
Rhamphidommia
Chlorotabanus
-
Lutz 1921 (3)
Carrera & Lane
1945 (4)
França 1975 (5)
Dutra & Marinoni 1994
-
Pontal do Sul (fev.)
Caiobá (dez.)
Guaratuba (dez.)
Pontal do Sul (dez.)
Morretes (nov. a mar.)
Morretes (nov.; leg. França);
Paranaguá (jan.)
Guaratuba
Barretto 1946:
Caiobá (dez.
1941)
Caiobá (dez.)
Guaratuba
Caiobá (dez.)
Guaratuba
Guaratuba
Guaratuba + Morretes
(nov. a dez.)
Guaratuba (dez.)
Caiobá (dez.)
Guaratuba
Caiobá (dez.)
* Chr. varians Wiedemann 1828
Diachlorus
-
Guaratuba
Dia. distinctus Lutz 1913
Dichelacera
Dicladocera
Fidena
Dichelacera
Nothocanthocera
Dicladocera
Fidena
* Dia. flavitaenia Lutz 1913
* Dich. alcicornis (Wiedemann) 1828
* Dich. intermedia Lutz 1915
Dich. januarii (Wiedemann) 1819 (sinôn.D.
rubricosa Wulp sensu Lutz 1915)
Dich. unifasciata Macquart 1838
Dich. apicalis (Fairchild) 1939 (sinôn.
Acanthocera apicalis Fairchild)
Dicl. guttipennis (Wiedemann) 1828
F. leucopogon (Wiedemann) 1828;
cf. F. albibarba Enderlein 1925
Tagaçaba Porto da Linha (fev.)
Ilha do Mel (nov. a dez.)
Ilha do Mel (out a abr.)
Guaratuba (dez.; leg. França); Pontal
do Sul (out.)
Tagaçaba Porto da Linha (nov.)
Paranaguá (nov.)
Tagaçaba Porto da Linha (nov.)
Ilha do Mel (dez.)
Paranaguá (nov.); Pontal do Sul (dez.;
segundo Turcatel et al. 2007 este
material se trata de C. inanis)
Chr. leucospilus Wiedemann 1828
Chr. aff. peruvianus Kröber 1925
* Chr. variegatus (De Geer) 1776
* Dia. bivittatus (Wiedemann) 1828
Pedri 2002 (6)
Turcatel et al. 2007
LITER
PESS
2
12
12-1
Pontal do Sul (dez.; leg. Bassi)
12-2
11-3
10-2
11-2
11-12
Ilha do Mel (nov.; leg. Dutra)
11-12
11-12
Guaratuba (...; leg. França)
12
4-5
10-12
12
-
10-4
12
11
11-12
Ilha do Mel (dez.; leg. Dutra); Pontal
do Sul (dez.; leg. Bassi).
Krolow & Henriques 2010: Morretes
(...)
Morretes (março); Guaratuba (…)
Krolow & Henriques 2010:
Guaratuba (jan.); Prainha (Ilha do
Mel) (jan.)
Antonina (dez.)
12
-
11-3
1-3
11-4
-
Antonina (nov.)
11
3-6
-
11-6
8-6
11-4
1-2; 5
10-4
11-4
-
2
10-3
10-2
10-11
Guaratuba (fev.); Morretes (nov.)
12
11-2
10-11
-
Antonina (fev.)
12
2
-
8; 12
1
-
Caiobá (dez.)
(como C.
muscosus,
misident.) (8)
Chl. inanis (Fabricius) 1787
Chr. laetus Fabricius 1805
Bassi 1995
Guaratuba (dez.)
(como A. coarctata) (7)
* Chl. parviceps (Kröber) 1934
Chrysops
Extensão do
período
de voo (2)
Autores / Localidades e mês de coleta
Guaratuba
Guaratuba
Caiobá (dez.)
Guaratuba + Morretes
(nov. a abr.)
Morretes (nov.)
Guaratuba (mar. a
jun.)
Guaratuba + Morretes
(nov. a jun.)
Guaratuba + Morretes
(nov. a abr.)
Guaratuba (dez.; det..
Bassi)
Morretes (nov., mar.,
jun.)
Tagaçaba Porto da Linha (nov.)
Ilha do Mel (out.; leg. Dutra); Pontal
do Sul (mar.; leg. Bassi)
Paranaguá (mar.); Pontal do Sul (jan.)
Ilha do Mel nov. a mar.)
Ilha do Mel (out. a dez.)
Morretes (dez..; leg. França); Pontal do
Sul (nov.)
Guaratuba (dez.; leg. França); Pontal
do Sul (nov.)
Pontal do Sul (fev.)
Guaratuba (dez.)
Guaratuba (dez.)
Tagaçaba Porto da Linha (fev.)
Tagaçaba Porto da Linha (fev.)
Matinhos (nov.; leg. Dutra); Pontal
do Sul (jan.; leg. Bassi)
Pontal do Sul (nov.; leg. Bassi)
Guaratuba (fev.)
Antonina (março); Caiobá (fev.);
Ilha do Mel (nov.; leg. Dutra); Pontal
do Sul (jan.; leg. Bassi)
Pontal do Sul (dez.)
Pontal do Sul (dez.)
Morretes (jan.) (como
F. leucopogon) (10)
Morretes (ago.) (9)
1
Leucotabanus
Conoposelaga
Lepiselaga
-
Phaeotabanus
-
* F. cf. brachycephala Kröber 1931
F. rufopilosa (Ricardo) 1900 (sinôn. Laphriomyia
longipalpis Lutz & Castro 1937)
Lep. albitarsis Macquart 1850
* Lep. crassipes (Fabricius) 1805
Leu. exaestuans (Linnaeus) 1758 (sinôn. Leu.
leucaspis (Wiedemann) 1828)
Leu. sebastianus Fairchild 1941 (sinôn. Leu.
nigristigma Lutz 1909 nomen nudum)
* Ph. litigiosus (Walker) 1850
Poeciloderas
-
* Po. quadripunctatus (Fabricius) 1805
Pseudacanthocera
Rhabdotylus
-
Ps. sylveirii (Macquart) 1838
-
* R. planiventris (Wiedemann) 1828 (11)
Laphriomyia
Lepiselaga
Lepmia
Stenotabanus
Melanotabanus
* R. viridiventris (Macquart)
* Sc. seminigra (Ricardo) 1902
Sten. albidocinctus (Bigot) 1892 (sinôn. S.
albidocinctus Lutz 1921 nomen nudum)
Sten. littoralis Coscarón 1975
Sten. taeniotes (Wiedemann) 1828
Stibasoma
Stibasoma
Sten. brunnipes Kröber 1929 (sinôn.
Leptotabanus nigrovenosus Lutz & Neiva 1914
nomen nudum)
Stib. bicolor Bigot 1892
Stypommisa
-
* Stib. willistoni Lutz 1907
Styp. rubrithorax
Tabanus
-
[T. bibanda Bassi 1995] (14)
* T. fuscus Wiedemann 1819 (sinôn.
Chelotabanus impressus (Wiedemann) 1828)
T. obsoletus Wiedemann 1821
* T. occidentalis Linnaeus 1758 (sinôn. T.
modestus Wiedemann 1828, T. ochrophilus (
Lutz) 1914)
T. pungens Wiedemann 1828 (sinôn. T.
univittatus Macquart 1855)
T. triangulum Wiedemann 1828
11
-
12
11
12-2
10-3
-
...
-
11-2
12-3
10-3
12-3
Ilha do Mel (jan.; leg. Dutra)
12-1
-
Pontal do Sul (out.+nov.; leg. Bassi)
10-2
11-12
Caiobá (dez.)
Morretes (maio)
12
5
...
11-2
5
-
Pontal do Sul (jan.; leg. Bassi)
Guaratuba (fev.); Ilha do Mel (nov.;
leg. Bassi); Pontal do Sul (nov.; leg.
Bassi)
1-3
11-3
-
…
-
10-11
-
Pontal do Sul (nov.; leg. Bassi)
11-1
1
-
Morretes (jan.)
10
11-1
11-12
...
-
10-6
9-6
11-2
-
10-2
-
-
12-5
Morretes (dez.)
Tagaçaba Porto da Linha (nov.) (11)
Caiobá (dez.)
Guaratuba (fev.)
Guaratuba
Caiobá (dez.)
Guaratuba
Caiobá (dez.)
Guaratuba
Caiobá (dez.)
Guaratuba + Morretes
(nov. a fev.)
Guaratuba + Morretes
(out. a mar.)
Ilha do Mel (dez.)
Morretes (fev.; leg. França); Pontal do
Sul (dez.)
Ilha do Mel (dez.; leg. Dutra); Pontal
do Sul (dez.; leg. Bassi)
Ilha do Mel (dez. a jan.)
1838 (12)
Scaptia
Stenotabanus
12
Caiobá (dez.)
Guaratuba + Morretes
(out. a dez.)
Paranaguá (dez.); Pontal do Sul (nov.)
Tagaçaba Porto da Linha (fev.)
Caiobá (dez.)
Guaratuba
Guaratuba
Caiobá (dez.)
Pontal do Sul (mar.)
Morretes (dez.; leg. França); Pontal do
Sul (mar.)
Guaratuba + Morretes
(det. Bassi) (out. a
dez.)
Guaratuba
Morretes (nov.); Pontal do Sul (out.);
ambas como S. dinorae (13)
Morretes (jan.; det.
Bassi)
Guaratuba
Caiobá (dez.)
Guaratuba
(como
Neotabanus)
Guaratuba
(como
Neotabanus
modestus)
Morretes (jan.; leg. França); Pontal do
Sul (nov.)
Pontal do Sul (out.)
Pontal do Sul (dez.)
Morretes (nov. a dez.)
Guaratuba + Morretes
(out. a jun.)
Tagaçaba Porto da Linha (nov.);
como S. dinorae (13)
Ilha do Mel (out. a abr.)
Pontal do Sul (abr., dez.)
Tagaçaba Porto da Linha (nov.)
Turcatel et al. 2010: Morretes (out..
1984)
Pontal do Sul (dez.; leg. Bassi)
Guaratuba + Morretes
(nov. a fev.)
Guaratuba
(como
Neotabanus)
Caiobá (dez.)
20
17
Pontal do Sul (fev.)
Tagaçaba Porto da Linha (nov.)
Ilha do Mel (out.+jan.; leg. Bassi);
Matinhos (out.)
21
11
28
* Tabanus cf. sorbillans Wiedemann 1828
TOTAL DE ESPÉCIES
(n=53)
23
8 (três espécies
adicionais não foram
determinadas em nível de
espécie)
(1)
Os nomes seguem Coscarón & Papavero 2009. Sinônimos são acrescentados somente quando se trata de um nome usado por um dos autores relatando material paranaense.
Extensão do período de voo, indicado pelos números correspondentes aos meses: LITER = segundo a literatura (Bassi 1995, Carrera & Lane 1945, França 1975, Krolow & Henriques 2010, Pedri
2002, Turcatel et al. 2007, 2010); PESS = segundo observações pessoais (ver Tabela 2).
(3)
Lutz 1921 apresenta os resultados de coletas feitas entre outubro e dezembro de 1920, por Dr. Ruy Tibiriçá, em Guaratuba. O autor lista 25 espécies, mas infelizmente não acrescente a autoria aos
nomes científicos. Consequentemente, Coscarón & Papavero 2009 tiveram de reduzir quatro destes nomes á categoria de “unrecognizable nomina nuda” (são Chrysops costalis var. fenestrata, C.
fuscipennis, Dicladocera punctulata e Erephopsis intermedia). Além disso, o nome Catachlorops rutescens não foi incluído no catálogo de Coscarón & Papavero 2009 (imagino que houve erro de
datilografia, Lutz pretendendo escrever Catachlorops rufescens, mas esta espécie segundo Coscarón & Papavero 2009 é conhecida somente da região Amazônica). O nome Chlorotabanus
mexicanus deve se referir a uma identificação errônea, pois aquela espécie ocorre somente entre o norte do Brasil e o sul do México (Coscarón & Papavero 2009).
(4)
Carrera & Lane 1945 apresentam os resultados de coletas feitas em Caiobá em dezembro de 1942.
(5)
França 1975 apresenta os resultados das suas coletas de 1 de outubro de 1972 a 31 de outubro de 1973, em cinco localidades paranaenses: três no Primeiro planalto (uma delas na divisa com a
Serra do Mar) e duas no litoral (uma delas na divisa com a Serra do Mar). As suas „estações‟ litorâneas são: Guaratuba (“Bairro Piçarras, ao lado do Morro Inglês, próximo à baía”) e Morretes (“pé
(2)
2
da Serra do Mar, à margem da BR-277, próxima ao Rio Sagrado”).
Pedri 2002 apresenta os resultados das suas coletas de fevereiro (dias 13+14+21) e novembro (dias 2+4+13) de 2002, feitas em Tagaçaba Porto da Linha, na margem do rio Tagaçaba, na chácara
“Clube dos Cinco”, também chamada “Associação Recreativo do Robalo” (coordenados: 25˚13‟55,92” Sul e 48˚27‟25,83” Oeste; 4 m acima do nível do mar), situada 900 m ao sul da minha atual
residência, o terreno „Tagaçaba‟ da Tabela 2.
(7)
O material de João Manoel de França pode se tratar tanto de Acanthocera aureoscutellata (incluindo A. coarctata ss. Lutz 1915, misid.; Coscarón & Papavero 2009) quanto de A. lutzi.
(8)
O material de Caiobá identificado como Catachlorops muscosus por Carrera & Lane 1945, posteriormente, tornou-se o tipo de C. fuscivittatus Barretto sp.nov. (Barretto 1948a). Turcatel et al. 2007
omitiram C. fuscivittatus do seu catálogo.
(9)
Em Morretes, Dicladocera guttipennis foi coletada a 500 m de altitude (Turcatel et al. 2007; como „gutipennis‟, erro), provavelmente na encosta da Serra do Mar e dentro da bacia hidrográfica
litorânea.
(10)
O material de João Manoel de França pode se tratar tanto de Fidena leucopogon quanto de F. albibarba (incluindo F. leucopogon sensu Lutz 1909, misid.). A distribuição conhecida da primeira
espécie é de São Paulo a Bahia e distribuição da segunda espécie e de Santa Catarina a São Paulo (Coscarón & Papavero 2009).
(11)
Lúcia F. Pedri coletou em 2 de novembro de 2002 em Tagaçaba Porto da Linha um exemplar de Lepiselaga que foi inserida na sua monografia (Pedri 2002) como L. albitarsis. Trata-se de um erro
de identificação: a sua foto do material, em p. 66 da monografia, mostra a presença de nove „janelinhas‟ na área negra da asa, esta sendo uma característica de L. crassipes. É importante mencionar
que as descrições apresentadas por Pedri não são baseadas no seu próprio material, mas se tratam de uma tradução em português das descrições em espanhol apresentadas por Bassi 1995.
Felizmente, a última autora oferece descrições originais baseadas no seu próprio material paranaense. A descrição e as excelentes figuras de Bassi 1995 mostram que o material coletado por Bassi
em Morretes foi corretamente identificada pela autora como L. albitarsis (algumas características desta espécie são: o escapo da antena é comprido, o corpo não tem brilho verde e a asa tem apenas
três janelinhas; Coscarón 1968, Coscarón & Papavero 1993).
(12)
Inicialmente Turcatel et al. 2007 trataram Rhabdotylus planiventris e R. viridiventris dentro do gênero Stibasoma, mas posteriormente o mesmo conjunto de autores (Turcatel et al. 2010) excluíram
de Stibasoma os integrantes de Rhabdotylus.
(13)
Comparando as descrições fica claro que Stibasoma dinorae Bassi 1995 (nomen nudum), descrita de Morretes (Morro Inglês) e Pontal do Sul (Ponta do Poço), trata-se do mesmo táxon que S.
bicolor Bigot 1892.
(14)
Nomen nudum (Henriques et al. 2012).
(6)
* O asterisco indica que tenho pessoalmente registrada a espécie nos meus dois terrenos de estudo (ver Tabela 2) ou em outras localidades no litoral norte do Paraná.
(André de Meijer, 18 de setembro de 2014)
3

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