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Coleção Mundo da Leitura
ROTEIRO DE PRÁTICAS LEITORAS PARA A ESCOLA
Leitura audiovisual
1o e 2o anos do ensino fundamental
Tania M. K. Rösing
Lisandra Blanck
2010
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Copyright © Editora Universitária
Maria Emilse Lucatelli
Editoria de Texto
Sabino Gallon
Revisão de emendas
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
Giancarlo Rizzi
Projeto gráfico e ilustração da capa
Rui Getúlio Soares
Fábio Luis Rockenbach
Reitor
Diagramação
Eliane Lucia Colussi
Este livro no todo ou em parte, conforme determinação legal, não pode
ser reproduzido por qualquer meio sem autorização expressa e por escrito
do autor ou da editora. A exatidão das informações e dos conceitos e opiniões emitidos, bem como as imagens, tabelas, quadros e figuras, são de
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Associação Brasileira
das Editoras Universitárias
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APRESENTAÇÃO
V
ivemos novos tempos em relação à leitura. Não nos encontramos mais atrelados apenas aos textos impressos. Isso
não significa que está decretado o fim do livro. Pelo contrário. O livro permanece com seu grande valor enquanto divulgador
da cultura gerada ao longo dos séculos. E se revitaliza a cada nova
produção.
Estamos conscientes, também, de que a compreensão na leitura abrange textos apresentados em diferentes suportes, orientando as prá cas de leitura mais inovadoras. A internet invade a
nossa vida, seduzindo especialmente os jovens, cons tuindo-se
numa ferramenta importante para ser u lizada não apenas no processo de comunicação, mas como rico e variado material de leitura
intera va.
O Centro de Referência de Literatura e Mul meios – Mundo
da Leitura – na condição de laboratório de ações de leitura do curso de Letras da Universidade de Passo Fundo, seja na graduação,
seja no Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Letras, cumpre o seu papel de promover ações de leitura mul midiais para
despertar o gosto pela leitura em diferentes suportes, em dis ntas
linguagens.
No contexto das realizações desenvolvidas pelo Mundo da Leitura, emerge a série de publicações ROTEIROS DE PRÁTICAS LEITORAS PARA A ESCOLA, elaboradas para o atendimento de públicos
específicos – educação infan l, 1º e 2º anos, 3º e 4º anos, 5º e 6º
anos, 7º, 8º e 9º anos do ensino fundamental e ensino médio – po-
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dendo ser u lizadas por professores, por bibliotecários, por agentes
de leitura. Cada volume privilegia um dos públicos referidos, totalizando, nesta primeira edição, seis propostas de roteiros dis ntas
A metodologia desenvolvida na elaboração dos roteiros par u
da seleção do tema gerador – Arte e tecnologia: novos desafios –,
dando con nuidade às discussões desenvolvidas em 2009, por ocasião da 13ª Jornada Nacional de Literatura e da 5ª Jornadinha Nacional de Literatura, quando o foco dos debates girou em torno do
tema “Arte e tecnologia: novas interfaces”.
Na sequência, foram elaborados os roteiros para os públicos
específicos a par r do trabalho da equipe do Mundo da Leitura. Na
primeira etapa, os roteiros são desenvolvidos no espaço do Mundo da Leitura e, numa segunda, são sugeridas a vidades leitoras
a serem desenvolvidas na escola, na biblioteca, em espaços culturais, por professores, bibliotecários, agentes de leitura e alunos
que par ciparam da primeira etapa enquanto experiência inicial.
Pretendemos que esses roteiros possam contribuir com o trabalho
dos usuários do Mundo da Leitura, es mulando a con nuidade de
prá cas de leitura na escola e da experiência de leitura mul midial
vivenciada no espaço do Centro de Referência de Literatura e Mulmeios.
Prezado leitor, dis nta leitora, desejamos compar lhar com
cada um e com todos nossas preocupações. O que nos falta são
leitores. O que nos falta é entrar em contato com as experiências
daqueles que já estão envolvidos pela magia em que se cons tui o
ato de ler. O que nos falta são dinamizadores de leitura dos acervos
existentes nas escolas, no espaço da biblioteca, na família. O que
nos falta é a coragem de transformar as bibliotecas na perspec va
de centros culturais mul midiais. O que nos falta são a tudes po-
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si vas em relação à leitura para o aprimoramento do ser humano
como fundamento de construção de sua cidadania.
Precisamos despertar o interesse dos leitores em formação
pela leitura da música, da pintura, do teatro, da dança, da escultura,
da arquitetura. Precisamos mostrar o valor das histórias em quadrinhos, das charges, dos cartuns, do grafi , formando públicos interessados nessas manifestações ar s cas. Precisamos valorizar as
manifestações da cultura popular, ampliando nosso conhecimento
e nossa sensibilidade pela pluralidade de vozes em que se cons tui
a cultura em toda a sua complexidade e em toda a sua diversidade.
Precisamos renovar o interesse desses leitores por lendas, fábulas,
mitos. Precisamos levantar interesses e necessidades dos neoleitores, leitores da internet, apreciadores das ferramentas eletrônicas
disponíveis na atualidade pelos avanços tecnológicos. Precisamos
considerar os assuntos com os quais estão envolvidos, os temas
que lhes trazem preocupação e os que propiciam construir sonhos,
construir um olhar o mista para a vida com o intuito de vencer os
obstáculos que tentam impedir experiências vivenciais no contexto
de um mundo melhor.
Prof. Dr. Tania Mariza Kuchenbecker Rösing
Coordenadora do Centro de Referência
de Literatura e Mul meios
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SUMÁRIO
Apresentação...................................................................... 3
Introdução .......................................................................... 9
Prá ca Leitora no Mundo da Leitura .................................. 11
Prá ca Leitora na Escola ..................................................... 17
A vidade 1: Luz, câmera, ação ........................................................ 17
A vidade 2: Como seria minha TV? ................................................ 21
A vidade 3: Mãe, compra pra mim?................................................ 24
A vidade 4: Ligando e desligando ................................................... 26
A vidade 5: Meu programa preferido ............................................. 28
A vidade 6: Recortando a imagem .................................................. 29
A vidade 7: Efeitos sonoros.............................................................. 33
Anexos ................................................................................ 35
Referências ......................................................................... 47
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INTRODUÇÃO
E
ntre os meios eletrônicos, a televisão é a mídia mais
consumida nos lares brasileiros, a ngindo de forma significa va um grande número de espectadores de todas as
faixas etárias.
O público infantil, especialmente, recebe forte influência dos
conteúdos veiculados por esta mídia através de uma infinidade de
imagens que são incorporadas no processo de formação do pensamento. A partir dessa interação, a criança absorve o mundo real,
seguindo os referenciais midiáticos que se utilizam de recursos de
som, imagem, formas e cores, que seduzem e alimentam o imaginário infantil. A mediação da família e da escola é fundamental para
que a criança perceba o conteúdo televisivo de maneira ativa e não
passiva. Portanto, ao integrar sistemas simbólicos com os elementos
imagéticos, a criança necessita educar seu olhar para problematizar
e dialogar com os programas que são apresentados na tela.
Com o obje vo de compreender a linguagem televisiva, as
a vidades a seguir buscam incen var o olhar intera vo, crí co e
dinâmico dos alunos de 1o e 2o anos em relação à televisão, familiarizando-os com a linguagem dos quadrinhos, cinema, rádio, texto publicitário e computação gráfica que dialogam com esse meio.
Nesse sen do, o consumo crí co e sele vo dos programas de TV,
a par r do entendimento do texto audiovisual, desde o processo
de produção até a recepção dos programas, torna-se fundamental
para instrumentalizar os alunos no processo de produção de conhecimento.
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PRÁTICA LEITORA
NO MUNDO DA LEITURA
„ Materiais e recursos
Livro Aventuras e desventuras de Gali-Leu, o gato
Imagens escaneadas do livro Aventuras e desventuras de
Gali-Leu, o gato
Arquivo com o trecho dos desenhos animados: Bob Esponja,
Ben 10, As Três Espiãs Demais, As Meninas Super Poderosas
Geração Z e Dragon Ball
Programa Mundo da Leitura – episódio 67
Roteiro do programa Mundo da Leitura – episódio 67
Computador com internet e projetor mul mídia
Câmera filmadora
„ Etapas propostas
1. Recepcionar os alunos apresentando o espaço do Mundo da Leitura.
2. Perguntar aos alunos o que fazem quando estão em casa em momentos de lazer, especialmente no turno inverso ao da escola.
3. Complementar as ideias apresentadas pelos alunos falando sobre o quanto a televisão está presente em nossa vida e a importância de pensarmos e conversarmos sobre o que assis mos na
TV.
4. Perguntar aos alunos quais são os programas a que assistem e
de quais mais gostam.
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5. Exibir o trecho de um ou mais desenhos animados vistos pelas
crianças, entre eles Bob Esponja, Ben 10, As Três Espiãs Demais,
As Meninas Super Poderosas Geração Z e Dragon Ball.
6. Solicitar aos alunos que, ao assis r ao desenho animado, observem caracterís cas sicas e psicológicas dos personagens, ações
realizadas, efeitos especiais, relações entre os personagens, assunto abordado durante a história e efeitos sonoros.
Desenhos animados mais assisƟdos pelas crianças
Dragon Ball
A história de Dragon Ball conta a
vida de Son Goku, um menino com cauda de macaco, baseado na lenda chinesa
“Viagem ao Oeste”, desde as suas aventuras enquanto criança até se tornar avô.
Durante a sua vida, par cipa de muitas
batalhas com adversários cada vez mais
fortes, procurando sempre aumentar a
sua força. Nas suas viagens, Goku conhece várias pessoas, criando
muitas vezes uma amizade muito forte com elas, que o ajudam a
vencer os vilões da história.
h p://www.doragonboruze o.com.br/index.php/historia
Meninas Super Poderosas Geração Z
A série Meninas Super Poderosas Geração Z conta a história de Momoko Akatsutsumi, Miyako Gotokuji e Kaoru Matsubara,
três meninas que obtêm super-habilidades
após um acidente químico, tornando-se defensoras da cidade de Tóquio com a finalidade de derrotar os monstros que surgiram
após um mesmo acidente e de um misterioso pó escuro.
h p://pt.wikipedia.org/wiki/Demashita!_Powerpuff_Girls_Z
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As Três Espiãs Demais
A série conta a história de três picas adolescentes em Beverly Hills: Sam,
Clover e Alex. O que poucos sabem é
que elas são espiãs comandadas por
Jerry, líder de uma organização secreta
chamada World Organiza on of Human
Protec on (WOOHP), em português Organização Mundial de Proteção Humana. Assim, as garotas têm de dividir suas missões com as preocupações picas do seu dia a dia: provas de escola, garotos, compras e
sua rival, Mandy,uma patricinha mimada.
h p://pt.wikipedia.org/wiki/Totally_Spies
Bob Esponja
Na Fenda do Bikini, uma região no
oceano Pacífico, vive Bob Esponja, uma
esponja-do-mar amarela que mora num
abacaxi com seu caracol, Gary. Ela trabalha num restaurante de hamburguer,
chamado Siri Cascudo, cujo dono é seu
Sirigueijo, um caranguejo que só pensa
em dinheiro e tem como maior inimigo
um plankton verde chamado Plankton. Outro funcionário é um polvo com azia, Lula Molusco, que é o tocador de clarineta, vizinho de
Bob Esponja e que está sempre irritado com ele. O melhor amigo
de Bob Esponja é seu outro vizinho, Patrick Estrela, uma estrela-domar rosa exó ca com pouca inteligência, e sua melhor amiga é a
sua vizinha a esquilinha Sandy. Eles passam por diversas situações
juntos no fundo do mar.
h p://pt.wikipedia.org/wiki/SpongeBob_SquarePants
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Ben 10
Ben, aos 10 anos de idade, nas férias
de verão, foi acampar com a sua prima
Gwen e seu avô Max. Quando resolveu
passear depois de um desentendimento
com sua prima, ele observou um objeto
caindo do céu. Era uma esfera metálica
contendo um relógio. O aparelho grudou
em seu pulso e ele acabou descobrindo
que o nome do aparelho é Omnitrix e que guarda o DNA de dez
espécies alienígenas diferentes, cada uma com sua caracterís ca
própria. O aparelho tem a capacidade de transformar o usuário em
qualquer uma delas.
h p://pt.wikipedia.org/wiki/Ben_10
7. Incen var os alunos a comentar sobre o desenho animado a que
assis ram de acordo com as observações que foram solicitadas
anteriormente pelo monitor.
8. Ampliar a conversa com os alunos perguntando:
– Vocês se iden ficaram com algum personagem ou conhecem
alguém que se pareça com algum deles?
– Quais os personagens que mais lhes chamaram a atenção?
– Os acontecimentos apresentados no desenho podem fazer
parte da vida real ou só podem acontecer nos desenhos?
– O que vocês fariam se vessem de enfrentar as mesmas situações vividas pelos personagens? Já viveram alguma situação
parecida?
9. Perguntar aos alunos se já assis ram ao programa Mundo da Leitura, solicitando que comentem sobre os episódios vistos.
10. Explicar aos alunos que, assim como o programa Mundo da Leitura, todos os programas de TV partem de um roteiro, onde se
escreve tudo o que será gravado para depois ser veiculado na
televisão.
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11. Exibir um modelo de roteiro do programa Mundo da Leitura –
episódio 67, comentando suas caracterís cas.
12. Convidar os alunos a assis r ao trecho do programa Mundo da
Leitura – episódio 67, que acabaram de ler através do roteiro
exibido anteriormente. Solicitar que observem as caracterís cas dos personagens, cenário, linguagem e assuntos abordados.
Aproveitar os comentários dos alunos para complementar com
informações sobre o programa e os personagens, da mesma
forma que foi realizada a conversa sobre os desenhos animados.
Programa Mundo da Leitura
O Mundo da Leitura é um
programa de TV produzido pela
Universidade de Passo Fundo e
exibido nacionalmente no Canal
Futura. As aventuras de Gali-Leu
e sua turma são elaboradas por
uma equipe interdisciplinar que
envolve os cursos de Letras, Artes e Comunicação, Educação,
Ciências Exatas e a UPFTV. De forma lúdica e dinâmica, as diversas linguagens apresentadas – manipulação de bonecos, leitura e
encenação de textos infan s, artes gráficas, música, entre outros
– servem de incen vo para o desenvolvimento da cria vidade, do
raciocínio lógico e, principalmente, para a criação do hábito da leitura entre as crianças.
h p://mundodaleitura.upf.br/programa/mundodaleitura/index.html
13. Informar aos alunos que o gato Gali-Leu tem a sua história contada pelo autor Paulo Becker em Aventuras e desventuras de
Gali-Leu, o gato.
14. Apresentar o livro aos alunos e exibir um trecho da história
com o projetor mul mídia.
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15. Perguntar aos alunos se já veram alguma experiência com a
gravação de imagens através do celular, webcam ou câmera de
vídeo, se já se viram na TV ou viram alguém conhecido.
16. Convidar os alunos para par cipar de uma gravação, na qual,
primeiramente, poderão se ver na tela ao mesmo tempo em
que estarão sendo gravados. Num segundo momento, eles
par ciparão de uma gravação que será exibida posteriormente, para que todos possam vê-la. Nesse momento, o monitor
selecionará apenas alguns alunos e professores para par cipar
da gravação. As propostas podem ser:
– o monitor poderá fazer uma entrevista perguntando sobre
a experiência de ter visitado o Mundo da Leitura ou solicitar
que comentem sobre o tema abordado na prá ca leitora;
– solicitar que façam uma autoapresentação;
– solicitar que façam uma apresentação ar s ca, como cantar
uma música, fazer uma imitação, recitar um poema ou outra
proposta sugerida pelos par cipantes.
17. Mostrar aos alunos, durante as duas experiências de gravação,
os diferentes enquadramentos e movimentos com a câmera,
solicitando que observem as modificações da imagem de acordo com os comandos feitos pelo monitor. Comentar que esses
são os mesmos comandos de imagem u lizados nos desenhos
animados, no cinema e em todos os programas de TV.
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PRÁTICA LEITORA NA ESCOLA
AƟvidade 1: Luz, câmera, ação
„ ObjeƟvos
Familiarizar os alunos com a linguagem audiovisual es mulando a curiosidade sobre o processo de produção de um vídeo. Propor o desafio de produzir e gravar algumas imagens relacionadas
aos trabalhos desenvolvidos pela turma.
„ Materiais e recursos
História “O cachorro que deixou de ser bobo”, do livro 30 fábulas contemporâneas para crianças, de Sérgio Capparelli
Vídeo da história “O cachorro que deixou de ser bobo”, de Sérgio Capparelli, do programa Mundo da Leitura nº 104
Vídeo do quadro Fique Esperto “Como se faz um vídeo”, do programa Mundo da Leitura nº 120
Vídeos de desenho animado, filmes ou programas de TV infanl selecionados pela professora
Texto “A Arte do Storyboard” nos anexos
Materiais plás cos para confeccionar a câmera de brinquedo
Computador com internet e projetor mul mídia
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„ Etapas propostas
1. Contar a história “O cachorro que deixou de ser bobo”, do livro
30 fábulas contemporâneas para crianças, de Sérgio Capparelli,
ou exibir o vídeo da história, que faz parte do programa Mundo
da Leitura.
30 Fábulas contemporâneas para crianças
Quem não conhece as expressões “se
fazer de louco para passar bem” e “uma
mão lava a outra?” E as frases “quando
a esmola é demais, o santo desconfia”,
“não se pode fazer uma omelete sem quebrar os ovos”, ou ainda “corre mais rápido
quem corre para salvar a pele?” São ditados e provérbios: não têm autor definido,
não são considerados alta literatura, são
transmi dos de uma geração para outra
de tanto se ouvir falar e fazem parte das
conversas co dianas e do repertório de
sabedoria popular sobre fatos da vida.
Sérgio Capparelli sempre foi encantado por essa forma anônima
de expressão do conhecimento. Em 30 fábulas contemporâneas
para crianças, com muita graça, humor e inteligência, ele imagina
histórias modernas e inusitadas para ilustrar ditados como esses.
São u lizados temas e situações do mundo de hoje para atualizar
o gênero da fábula em histórias, ricamente ilustradas por Eduardo
Uchôa, que farão a delícia de grandes e de pequenos.
h p://www.lpmeditores.com.br/site/default.asp?Template=../livros/layout_produto.asp&CategoriaID=848474&ID=902519
2. Es mular os alunos a falarem sobre a história, complementando
as suas observações sobre a experiência que os personagens veram com a produção de um vídeo. Perguntar-lhes se alguma
vez já pensaram em fazer um filme ou um programa de TV.
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3. Propor aos alunos a confecção de uma câmera filmadora para
brincar de filmar os colegas na sala de aula. A oficina pode ser
encontrada no site Bugigangue.
h p://www.bugigangue.com.br/bugigangue/html/princ_hq.htm
4. Convidar os alunos para a ampliação da experiência propondo a confecção de uma câmera de mão artesanal. Entregar-lhes uma folha
de o cio para cada um confeccionar uma pequena filmadora. Eles deverão formar um cilindro com o papel, numa espécie de binóculo,
para enxergar as imagens através do ori cio.
5. Acompanhar os alunos na brincadeira, sugerindo que observem
o ambiente e os colegas, fazendo movimentos de baixo para
cima, de cima para baixo, da esquerda para direita, da direita
para a esquerda, movimentos circulares, lentos e rápidos, ou
ainda, aproximando e distanciando o ori cio do objeto escolhido ou ampliando e diminuindo o campo de visão ao regular o
tamanho do diâmetro do cilindro. Conduzir os alunos a perceberem como o movimento feito com a filmadora de brinquedo
muda o modo de contar uma história e também a impressão dos
que a estão assis ndo, seja na TV, seja no cinema, da mesma
forma que uma filmadora ou câmera de verdade. Para dar connuidade à brincadeira, eles poderão confeccionar uma câmera
com efeito de zoom citada no site citado abaixo, para que entendam como funcionam as lentes que servem para aproximar
e distanciar objetos do foco
h p://www.latanet.org.br/latanet/web/EixosTema cos_02_2.aspx
6. Exibir alguns vídeos do programa Mundo da Leitura, filmes, ou
desenhos animados, levando os alunos a perceberem qual é o
cenário, personagens e outros elementos que fazem parte das
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cenas, bem como a forma como as imagens vão aparecendo no
vídeo. Explicar aos alunos que cada movimento experimentado
anteriormente com a filmadora de brinquedo mostra como queremos contar uma história, que pode ser diferente da maneira
que o colega escolheu para contar. Comentar que na televisão e
no cinema o diretor define como quer contar a história, orientando o cinegrafista que filma ou grava as imagens solicitadas.
7. Informar aos alunos que, da mesma forma que na TV há o diretor
e o cinegrafista, tem-se a figura do produtor, que prepara tudo
antes da gravação do programa. A figura do roteirista define os
textos para o ator que será filmado, o qual, por fim, interpreta o
texto do roteirista do modo como o diretor definiu.
8. Complementar as informações apresentando o quadro Fique Esperto “Como se faz um vídeo”, do programa Mundo da Leitura
– episódio 120.
9. Distribuir aos alunos livros de histórias para que selecionem qual
delas gostariam de contar na televisão. Os alunos poderão u lizar diferentes técnicas, como o teatro de imagens, de sombra
ou drama zação, tendo como referência os vídeos das histórias
contadas no programa Mundo da Leitura.
10. Construir, em conjunto com os alunos, um roteiro para a gravação da história, definindo com a turma a técnica a ser u lizada
para a produção.
11. Definir com os alunos quem ficará responsável por encenar,
contar ou manipular os personagens da história, representando a função dos atores; a linguagem em que a história será contada e quem representará os papéis de diretor e cinegrafista.
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12. Entregar aos alunos um celular ou máquina fotográfica com câmera para gravar a história. Posteriormente, a professora deverá exibir a gravação da história para a turma e dialogar sobre a
experiência.
13. Organizar um blog representando um canal de TV para postar
os pequenos vídeos produzidos pela turma.
AƟvidade 2: Como seria minha TV?
„ ObjeƟvo
Familiarizar os alunos com os programas de TV de diferentes
canais, conduzindo-os a perceber os gêneros televisivos, como informa vo, ficção, entretenimento, entre outros, voltados para diferentes públicos e diferentes faixas etárias.
„ Materiais e recursos
Computador com internet e projetor mul mídia
Materiais para confecção da TV
Vídeos das oficinas do programa Mundo da Leitura: projetor de
caixa de papelão episódio – 117 e cinema de rolo de papel –
episódio 30
Vídeos do youtube: gêneros televisivos e programa De onde
vem a televisão?
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„ Etapas propostas
De onde vem a televisão?
Kika é uma menina inteligente e curiosa por natureza. Gosta
de aprender coisas novas e, junto com
seus amiguinhos mágicos, viaja pelo
tempo para descobrir a origem das coisas. O programa saiu das telas da tevê
para virar livro na coleção “De Onde
Vem...”, da Panda Books. No volume
“De Onde Vem a Televisão?”, Kika fica
sem saber o que fazer quando a sua TV
vai para o conserto. Muito esperta, ela
encontra um velho aparelho de televisão no quarto de seu avô. Com a ajuda
de Controlico, Kika faz uma viagem no tempo e aprende tudo sobre
televisão: dos primeiros televisores e programas aos modernos estúdios e sofis cados aparelhos atuais. E, de quebra, ela ainda vai
aparecer na telinha!
h p://publifolha.folha.com.br/catalogo/livros/145012/
1. Perguntar aos alunos se sabem como surgiu a televisão. Exibir
o vídeo do youtube De onde vem a televisão? do programa da
KIKA, para que se familiarizem com esse meio eletrônico.
2. Solicitar aos alunos que assistam a vários programas de TV de
diferentes gêneros para que se familiarizem com a grade de programação televisiva e, posteriormente, possam compar lhar
suas opiniões com os colegas e com a professora.
3. Perguntar aos alunos sobre os pos de programação que veem e os canais e programas de
que mais gostam. Ques onar se assistem a programas de televisão com os pais, sozinhos, ou
das duas formas, e se conversam com os pais
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sobre o que veem na TV. Ques onar se eles acham que há programas só para crianças e outros só para adultos e, se eles pudessem definir os programas de TV, quais escolheriam para si e
suas famílias.
4. Aproveitar os comentários dos alunos para citar os diferentes
pos de programação voltados para públicos diferenciados, listando alguns exemplos, como no ciários (jornal), teledramaturgia (novela), propagandas, reportagens, filmes, programas
infan s, programas de auditório. Se possível, selecionar alguns
vídeos da internet para exibir os diferentes gêneros televisivos.
5. Salientar que existem programações voltadas para crianças e
outras para adultos, sendo algumas informa vas e outras de entretenimento. Falar da importância de assis r à TV com os pais
e de conversar sobre os assuntos abordados para entender melhor o conteúdo e ampliar o conhecimento sobre os diferentes
assuntos exibidos.
6. Propor aos alunos a construção de uma televisão de caixa de papelão. Incen vá-los a criar um canal de TV ba zando-o com um
nome escolhido pela turma. A programação poderá ser representada por desenhos criados por eles para serem exibidos em
um cineminha de rolo ou projetor de caixa. Para confeccionálo, o professor deverá exibir os vídeos das oficinas do programa
Mundo da Leitura acessando o site h p://mundodaleitura.upf.
br. Os alunos também poderão representar os programas de TV
por meio de drama zação, posicionando-se atrás da caixa de
papelão do tamanho de uma TV, para o restante da turma.
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AƟvidade 3: Mãe, compra pra mim?
„ ObjeƟvo
Familiarizar os alunos com as propagandas veiculadas na televisão, es mulando-os a perceber a influência nega va que os comerciais nos causam, levando-nos ao consumo frené co e muitas
vezes à frustração.
„ Materiais e recursos
Computador com acesso à internet e projetor mul mídia
Produtos da indústria cultural veiculados nas propagandas da
TV
Livro No tempo em que a televisão mandava no Carlinhos, de
Ruth Rocha
Revistas, tesoura e cola
„ Etapas propostas
1. Contar a história No tempo em que a televisão mandava no Carlinhos, de Ruth Rocha, projetando as imagens para que todos
possam fazer a leitura em conjunto.
No tempo em que a televisão mandava no Carlinhos
O Carlinhos nha mania de ir atrás de
tudo o que aparecia na televisão: achocolatado da Miúcha, milquecheique do Bubu, biscoito do Xuxu. Aí aconteceu que engordou e
ficou parecendo uma bola. Quando viu um
anúncio de uma tal de Gororoba Dois Mil para
emagrecer, encomendou rapidinho. Emagreceu... só que depois ficou doente e deu um
susto na família toda. No final do livro O pe-
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queno dicionário do consumidor – com termos u lizados na TV, rádio, jornais e revistas.
h p://www. d.com.br/v4/detalhado.cfm?item_cod=13307106
2. Perguntar aos alunos: Vocês costumam comer tudo o que veem
nas propagandas da TV assim como o Carlinhos? Vocês acham
que as propagandas influenciam em nossas escolhas de roupas,
alimentação, brinquedos, etc.? Quem já viu alguma coisa de que
gostou muito nas propagandas e pediu para os pais comprar?
Vocês acham que podemos ter tudo o que vemos na TV? O que
vocês acham das propagandas de TV? Lembram-se de alguma?
Comentem sobre algumas propagandas de que vocês mais gostaram.
3. Apresentar alguns produtos citados em propagandas e programas infan s, como achocolatados, brinquedos, bebidas, iogurte, doces, material escolar, roupas, calçados e acessórios, que
tenham um apelo infan l através de desenhos animados, personagens conhecidos dos contos de fadas ou da mídia e superheróis.
4. Apresentar aos alunos alguns comerciais de TV, os
mesmos dos produtos citados e apresentados aos
alunos anteriormente. Se
possível, exibir alguma
propaganda citada por
eles.
5. Perguntar sobre os comerciais apresentados: O que vocês sen ram ao assis r à propaganda? Qual foi a parte de que vocês mais
gostaram?
6. Comentar com os alunos sobre os personagens, o lugar onde
estavam, o que estavam fazendo e se os acontecimentos podem
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fazer parte da vida real. Perguntar se é possível acreditar em tudo
o que dizem os comerciais de TV. (Fazer a pergunta exemplificando com um dos comerciais apresentados anteriormente.)
7. Aproveitar os comentários dos alunos referentes às perguntas,
salientando a beleza dos comerciais por serem coloridos, diverdos, com pessoas ou personagens conhecidos, tentando nos
convencer de que se consumirmos um determinado produto
poderemos ser mais fortes, bonitos, felizes e espertos. Salientar
que na vida real nem sempre acontece o que as propagandas
prometem.
8. Propor aos alunos o recorte de propagandas de revistas estabelecendo uma relação com os comerciais que aparecem na televisão. Incen vá-los a criar frases que representem as “promessas”
que as propagandas nos fazem. Ex.: “Super Nescau! Mais força e
energia!!!”
AƟvidade 4: Ligando e desligando
„ ObjeƟvo
Conduzir os alunos à reflexão sobre a sua relação com o aparelho televisivo, bem como com outros aparelhos eletrônicos que
cada vez mais ocupam um espaço ilimitado em nossas vidas, distanciando-nos de outras experiências importantes, como o convívio
com a família e com os amigos.
„ Materiais e recursos
Computador com acesso à internet e projetor mul mídia
Livro Liga-desliga, de Camila Franco
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„ Etapas propostas
1. Perguntar aos alunos por quanto tempo ficam assis ndo a programas na TV e como se sentem quando permanecem muito
tempo em frente ao aparelho televisor.
Liga-desliga
“Era uma vez uma televisão que não saía
da frente de um menino.” Assim começa Liga-desliga, um livro que inverte uma relação
perfeitamente comum hoje em dia. Os três
autores, todos publicitários, sabem que a TV
ocupa no mundo infan l tanto ou mais espaço do que a escola, a bola ou a boneca. Ligadesliga trata sem preconceitos sobre este assunto tão importante para pais e educadores – mas quem gosta
mesmo da história são as crianças.
h p://www.companhiadasletrinhas.com/detalhe.php?codigo=40004
2. Convidar os alunos a ouvirem a história Liga-desliga, de Camila
Franco, que será apresentada no projetor mul mídia.
3. Perguntar aos alunos quem era mais importante na história: a
TV ou o menino? Por quê? Será que se valoriza muito a TV, deixando amigos e a família de lado? Por que se fica tanto tempo
em frente ao televisor, ao videogame e ao computador?
4. Comentar com os alunos sobre os riscos à saúde por se ficar
muito tempo em frente à TV e a outros aparelhos eletrônicos.
5. Propor brincadeiras com bolas e cordas no pá o da escola, assim como jogos teatrais, rodas cantadas, sapata, etc.
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AƟvidade 5: Meu programa preferido
„ ObjeƟvo
Incen var os alunos a pensarem sobre suas preferências, modos de ser e agir, representados pela figura de seus personagens
favoritos.
„ Materiais e recursos
Computador com acesso à internet e projetor mul mídia
„ Etapas propostas
1. Fazer uma pesquisa sobre os programas infan s preferidos pelos
alunos.
2. Gravar os programas infan s citados pelos alunos ou baixá-los
no computador.
3. Convidar os alunos para assis r aos programas, solicitando que
observem as perguntas.
Quanto aos personagens:
Qual é o personagem preferido? Por quê?
Qual deles você gostaria de ser? Por quê?
Algum deles é parecido com alguém que você conhece?
Você faz alguma coisa ou fala da mesma forma que os personagens do desenho fazem e falam? Usa algum acessório ou brinca
com algum brinquedo igual ao personagem da TV?
Quais são os personagens que representam o bem e o mal?
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Quanto à linguagem:
Quem e quando aparece de perto ou de longe na TV?
Eles aparecem de corpo inteiro, junto com outras coisas ou sozinhos?
Eles aparecem lentamente ou bem rápido na tela da TV?
O que eles falam? Você entende todas as palavras?
O que você sente ao assis r a esse desenho?
5. Levar os alunos a perceberem o quanto os desenhos podem influenciar no modo de pensar e agir e como se deve preservar a
iden dade, sem querer ser ou viver como os personagens de
desenhos.
6. Incen var os alunos a escreverem outro final para o desenho
preferido a que acabaram de assis r, podendo acrescentar personagens e alterar caracterís cas de outros. Se preferirem, os
alunos podem representar através do desenho.
AƟvidade 6: Recortando a imagem
„ ObjeƟvo
Familiarizar os alunos com a linguagem audiovisual, bem como
os movimentos de câmera e os enquadramentos da imagem fotográfica e televisiva, conduzindo-os a perceber os diferentes pontos
de vista pelos quais uma história pode ser contada, de acordo com
as intenções do diretor ou do fotógrafo.
„ Materiais e recursos
Computador com internet e projetor mul mídia
Programas de TV, fotografias e filmes
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„ Etapas propostas
1. Solicitar aos alunos que tragam fotos da família para a escola.
2. Selecionar algumas fotos da internet e projetá-las para que os
alunos percebam como cada pessoa está enquadrada na fotografia: se está de corpo inteiro, apenas a metade, somente o rosto, se está de corpo inteiro junto com outras pessoas.
3. Organizar um círculo com os alunos para que as fotos trazidas de
casa possam ser vistas por todos os colegas.
4. Solicitar aos alunos que observem a forma (enquadramento)
como as pessoas aparecem nas fotografias.
Tipos de enquadramentos
PLANO MUITO GERAL (PMG)
É o plano que não tem qualquer limite, é bastante geral. Contém,
essencialmente, o ambiente. O elemento humano quase que não é
visível na imagem.
PLANO GERAL (PG)
Este plano também se centra no ambiente. Apesar disso já se vê o
elemento humano na imagem. Este plano já contém alguma ação
apesar de o ambiente ainda prevalecer.
PLANO AMERICANO (PA)
Neste plano, apesar do ambiente estar presente, o conteúdo principal é a acção das personagens.
O limite inferior da imagem corta o ser humano pelo meio da coxa.
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PLANO MÉDIO (PM)
O ambiente não surge neste plano. Este plano caracteriza-se fundamentalmente pela ação da parte superior do corpo humano. O plano
é cortado pela cintura. Este plano é considerado um plano intermédio
entre a ação e a expressão.
PLANO PRÓXIMO (PP)
Este plano é cortado pouco abaixo das axilas. Permite, por exemplo, imagens de alguém a fumar, cortando totalmente o ambiente
em redor. Este tipo de plano privilegia o que é transmitido pela
expressão facial.
GRANDE PLANO (GP)
Este plano é a expressão na sua máxima importância. É um plano
cortado pela parte superior dos ombros. Retira a ação e o ambiente
da imagem.
MUITO GRANDE PLANO (MGP)
Plano de expressão exagerado.É um plano que, ao ser cortado pelo
queixo e pela testa, permite que seja aumentada a carga emotiva da
imagem para o telespectador.
PLANO DE DETALHE (PD)
Este plano foca apenas parte de um corpo, desmontando assim o
corpo humano. Permite também que seja aumentada a carga emotiva da imagem, ao focar, por exemplo, os olhos a chorar.
Fonte: h p://filmagem.blogspot.com/
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5. Fotografar os alunos de diferentes enquadramentos. Se for possível, permi r que eles fotografem com celular ou com câmera
fotográfica os próprios colegas, também fazendo diferentes enquadramentos.
6. Projetar as fotos para que todos os alunos possam observar que
o enquadramento de cada colega na fotografia surgiu a par r da
intenção do fotógrafo de querer valorizar mais o rosto, o corpo
todo ou o lugar onde a pessoa está. Explicar que na TV, no cinema e na história em quadrinhos u liza-se a mesma técnica, independentemente de ser uma imagem está ca ou em movimento.
7. Explicar aos alunos que na televisão ou no cinema antes de as
imagens serem captadas existe um roteiro que prevê como a história será contada. Após, pode-se fazer o desenho dos personagens para saber como será o enquadramento que chamamos de
storyboard.
Storyboardy
Todo filme, seja feito para um comercial de TV, seja para uma novela, série de
TV ou mesmo um filme longa-metragem,
tem em comum que antes de ser finalizado é visualizado por uma sequência de
quadrinhos, muito parecida com as histórias em quadrinhos. A essa sequência
chamamos de storyboard, um projeto de
uma sequência de cenas cinematográficas muito u lizado na publicidade, animação e em cinema em geral. À primeira
vista, um storyboard parece uma história
em quadrinhos. Apesar de não ser uma
HQ propriamente dita, por não possuir
balões nem se des nar à reprodução,
reserva as caracterís cas de divisão de
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ação em quadros. É um filme contado em quadros, que é u lizado
para a produção do comercial. Pode-se dizer também que é um
rascunho do roteiro em imagens ou desenhos.
h p://pt.wikipedia.org/wiki/Storyboard
8. Projetar para os alunos o trecho de um roteiro do programa
Mundo da Leitura nos anexos, juntamente com um modelo de
storyboard, para que os alunos tenham uma referência.
9. Selecionar um trecho pequeno de algumas histórias para que os
alunos possam criar o seu storyboard. Eles também poderão
criar sua própria história em sequência de imagens para depois
apresentá-las aos colegas. O professor também poderá distribuir
livros de histórias infan s representados através de imagens,
para que os alunos criem um roteiro guiando-se pelas ilustrações. Outra opção é distribuir algumas ras da Turma da Mônica, que também podem ser encontradas no site: h p://www.
monica.com.br/index.htm, para que os alunos criem um roteiro
tendo a sequência de ilustrações das ras como referência.
AƟvidade 7: Efeitos sonoros
„ ObjeƟvo
Desenvolver a percepção audi va dos alunos apresentando filmes e desenhos animados que explorem sons e trilhas musicais que
complementam a imagem no cinema e na televisão.
„ Materiais e recursos
Computador com internet e projetor mul mídia
Objetos para a exploração de sons
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Filmes Harry PoƩer e A era do gelo
Harry PoƩer e a câmara secreta – Warner - 2002
Era do Gelo 3 – Fox filmes - 2009
„ Etapas propostas
1. Convidar os alunos para assis r a desenhos animados e a trechos de
filmes como Harry PoƩer, A era do gelo, entre outros, levando-os a
perceber os efeitos sonoros que acompanham as imagens.
2 - Exibir apenas as imagens do filme e dos desenhos, sem o som, para
que os alunos percebam a diferença. Se for possível, manter apenas a fala dos personagens, sem os efeitos sonoros.
3 - Separar os alunos em grupos e distribuir entre eles histórias do gênero fábulas selecionadas, para que as leiam e proponham efeitos
sonoros para as narra vas. Outra sugestão é gravar o texto de uma
história sem efeitos sonoros e apresentar aos alunos a narração
gravada para que possam criar sons. A professora também poderá
exibir o vídeo de alguns filmes ou desenhos animados sem o som,
para que os alunos criem as falas dos personagens e os efeitos sonoros para serem gravados e depois exibidos, juntamente com as
imagens.
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ANEXOS
ANEXO 1
A arte do storyboard
Spacca
Storyboard é um filme contado em quadros, um roteiro desenhado. Lembra uma história em quadrinhos sem balões. Mas existe
uma diferença fundamental: apesar da semelhança de linguagem
e recursos gráficos, uma história em quadrinhos é a realização defini va de um projeto, enquanto que um storyboard é apenas uma
etapa na visualização de algo que será realizado em outro meio. O
story é um desenho-ferramenta, um auxiliar do cineasta. Eisenstein, Fellini e Kurosawa desenhavam seus próprios stories.
Na verdade, existe o storyboard que acompanha a produção
de um filme, mais propriamente chamado shooƟng board, e o
storyboard u lizado na fase de criação e no esforço de venda de
um filme, mostrado e discu do junto a clientes e patrocinadores.
Assim, um storyboard cumpre três funções: 1) ajuda os criadores a visualizar a estrutura do filme e discu r a sequência dos planos, os ângulos, o ritmo, a lógica do filme, as expressões e a tudes
dos personagens; 2) ajuda a apresentar o roteiro para os responsáveis pela aprovação e liberação de verbas; 3) orienta a produção
do filme, lembrando aos realizadores o que realmente foi aprovado
pelo patrocinador ou cliente.
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Aqui, o story serve
de documento firmado
entre quem paga e quem
faz. Na publicidade, o
storyboard era presença infalível em todas as
grandes campanhas que
envolviam filmes para
TV, junto com seu parente próximo, a “mancha
de layout” (desenho de
anúncio ou qualquer
material de campanha,
colorido com pinceladas
rápidas e suges vas). Há
uma década o uso do
story está em declínio. Hoje em dia existem muito mais recursos
visuais para simular o resultado final de um filme, para fins de apresentação. A internet e os bancos de imagens são uma fonte aparentemente infindável de “pedaços da vida” com que são montadas as
mensagens de consumo. Alguns toques de Photoshop ou programa
similar de tratamento de imagem, e obtém-se uma representação
próxima de como vai ficar o filme depois de pronto (ou o anúncio
impresso). O ilustrador de agência, “manchador” ou layoutman, enfrenta essa concorrência desde então. O mercado ficou menor; em
contrapar da, parece que há menos profissionais habilitados para
este trabalho, capazes de materializar um roteiro numa linguagem
narra va adequada, nos prazos que a publicidade exige. Portanto,
este acaba sendo um trabalho bastante especializado, raro e bem
pago. Enquanto os programas simuladores de desenho não conse-
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guirem fazer nada melhor do que bonecos parecidos com o Falcon
(quem se lembra?), o ilustrador, artesão an quado da Era de Ouro
da publicidade, sobreviverá. (No próximo ar go: análise da linguagem e da técnica do Storyboard e da “mancha de layout”, a arte da
“imprecisão suges va”).
h p://www.spacca.com.br/educacao/storyboard.htm
ANEXO 2
Entrevista: Rio Mídia
no ar
RIO MÍDIA - Quais são os principais dados que a pesquisa traz
à tona? O que a senhora destacaria?
Vânia Lúcia - Em relação à programação existente, as preferências das crianças recaem na programação específica para crianças. Em primeiro lugar, os desenhos (40%), geralmente inseridos
em programas para crianças e com apresentador. Em segundo lugar vêm as telenovelas (20%). Em terceiro, o programa infan l geralmente sem desenhos (16%). A seguir, os programas de humor
(11%). Também se constata o início do interesse por jornais que é
o programa preferido pelos adolescentes. Os adolescentes optam
primeiro por telejornais (22%) e, em segundo lugar, pelas novelas
(16%). Apreciam também desenhos (9%) e filmes (8%) que empatam com esporte que é seguido por seriados, reportagens e programas de humor. Embora haja muitas diferenças entre crianças e
adolescentes, há convergência no repúdio à violência como o mais
abominável aspecto da programação existente e na preferência em
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segundo lugar por telenovelas. Em relação à nova programação
proposta por – e para – crianças e adolescentes destacam-se os
filmes (14%), os desenhos animados (13%), a telenovela (11%), os
informa vos (10%) seguidos por educa vo/escola, meio ambiente,
comédia/humor, esporte, clipes musicais, programas intera vos
para crianças e para adolescentes, entre outros.
RIO MÍDIA - A senhora também solicitou às crianças e aos
adolescentes que desenhassem storyboards, nos quais expressassem como seria um programa feito por eles. Foi constatado que
muitos formatos apresentados se mostraram parecidos com os
que já existem. O que isto revela?
Vânia Lúcia - A semelhança entre formatos mostra que a programação a que assistem cons tui a referência principal de programação de televisão e que isto influencia suas propostas. Mas
apenas 10% dos sujeitos afirmaram não ser necessário mudança
alguma. A diferença fundamental entre a programação existente
e a que propõem é que essa nova se volte preferencialmente para
audiências de crianças e adolescentes, para eles próprios. Eles se
incluem na programação com autores, diretores, apresentadores,
atores, com suas próprias imagens e vozes contracenando com familiares, amigos e colegas em cenários co dianos ou imaginários.
A violência perde espaço em toda a programação e deixa de ser
espetáculo. Entra comédia, humor e meio ambiente. Nas propostas das crianças destacam-se pequenas narra vas, não isentas de
conflitos, mas em que todas as dificuldades são superadas no final.
Diminuem a intensidade dramá ca das novelas. Nas narra vas dos
adolescentes não é comum soluções reconfortantes, mas, sim, provocações de discussão, reflexão. O resultado final revela uma TV
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comprome da com os interesses das crianças e dos adolescentes
de diver r, de aprender sobre si e sobre o mundo e de par cipar da
produção audiovisual.
RIO MÍDIA - Sua pesquisa raƟfica alguns dados estaơsƟcos
divulgados no ano passado pelo Ibope. Segundo o insƟtuto, os
programas mais assisƟdos pelas crianças e adolescentes durante
as férias foram as novelas, os filmes e os programas de humor. Ou
seja: programação noturna, voltada para os adultos. No universo pesquisado pela senhora, como acontece esta audiência das
crianças? Ela é feita na companhia dos pais? Por que a senhora
afirma que os pais e os responsáveis devem assisƟr à TV junto aos
seus filhos?
Vânia Lúcia - Sobre esta pesquisa do Ibope há um ar go da
professora Regina Assis [educadora e presidente da MULTIRIO], no
site do RIO MÍDIA, que faz uma análise interessante da preferência
das crianças por programas com narra va e humor e que também
chama atenção para a responsabilidade dos pais na decisão do que
é assis do. Em nossa pesquisa, observamos que 45% do grupo de
crianças e adolescentes assistem à TV na companhia da família e
36% sozinhos. É à noite que 50% deles mais assistem à TV. Quando perguntamos às crianças sobre o programa mais assis do geralmente citam novela de adulto. Mas quando perguntamos sobre o
que mais gostam, sempre indicam um programa dirigido às crianças, como o desenho. Se a criança assiste à novela com o pai ou a
mãe, os comentários do adulto, a conversa com a criança durante
a recepção, podem ajudá-la a elaborar uma leitura mais tranquila
dos conflitos do mundo adulto. Se a criança assiste à TV sozinha, os
pais devem procurar dialogar com ela sobre o que foi assis do e
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ajudar na seleção das melhores opções. Se não existem opções, os
pais, como cidadãos, devem cobrar das emissoras mais e melhores
programas para as crianças.
RIO MÍDIA - Como a senhora avalia a programação da TV brasileira e em especial aquela voltada para as crianças e os adolescentes?
Vânia Lúcia - A narra va, o contar histórias é uma ancestral
atração humana. Concordo com a professora Regina Assis [educadora e presidente da MULTIRIO] sobre a importância da narra va
audiovisual de histórias para seres humanos de qualquer idade. Defendo a produção de programas com intenção educa va, mas que
sejam atraentes, diver dos e que ar culem educação e entretenimento. Preocupa-me a telenovela para adulto sendo assis da pelas
crianças por falta de opção para essas ou por escolha do adulto.
Em 2000, o programa mais assis do no horário nobre era a novela
“Laços de Família”, mas as crianças afirmaram que preferiam ver desenhos e programas específicos. No ano de 2000, como havia mais
opções de programação infan l, a novela ficou em terceiro lugar na
preferência. Mas aspectos relacionados a “Laços de família”, como
doenças e a alta intensidade dramá ca dos conflitos, apareceram
nas respostas das crianças como conteúdos que não gostavam de
ver. Uma criança de oito anos escreveu que se fizesse uma novela
para as crianças, ela não seria “tão triste, tão român ca e tão emocionante” como “Laços de Família”. Em 2005, esta novela foi exibida
no horário da tarde quando as crianças não têm a companhia dos
pais nem algumas opções de programa infan l que havia em 2000.
A programação infan l foi reduzida a mais da metade no período de
2000 a 2005. De um modo geral, o programa des nado às crianças
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ou aos adolescentes ainda que não tenha uma intenção educa va
explícita demonstra um cuidado de respeitar os direitos fundamentais dessas audiências. Pesquisa da Agência de No cias dos Direitos
da Infância (Andi), coordenada por Veet Vivarta, sobre programação para adolescentes, revelou essa preocupação.
RIO MÍDIA - Que lugar a TV ocupa no coƟdiano das crianças
entrevistadas? O resultado seria parecido caso a senhora Ɵvesse
entrevistado alunos de escolas parƟculares?
Vânia Lúcia - Em seus roteiros, as crianças travam um diálogo
cria vo e afe vo entre a TV e o seu co diano. A TV está presente
nas experiências co dianas e no imaginário das crianças. Desperta
nelas o desejo de querer estar na TV, de ser visto, de ser ouvido, de
produzir programas. Para a maioria dos sujeitos da nossa pesquisa,
o acesso à diversão e à informação midiá ca se restringia à televisão aberta. Creio que o estudante que tem mais opções midiá cas,
como canais de TV a cabo, internet, videogames, apresenta – em sua
relação com televisão aberta – aspectos dis ntos do que aqueles
que não as têm.
RIO MÍDIA - E a escola? Como ela fica neste cenário? O que a
senhora observou? A TV chega às escolas? Ela é uƟlizada? De que
forma? Os professores se preocupam com esta interface?
Vânia Lúcia - A escola esta muito presente nos roteiros que
crianças e adolescentes elaboram. As crianças demonstram uma
aproximação afe va com a escola, com os professores e com os colegas. Os adolescentes propõem relacionar tevê à escola, ar culando
entretenimento e conhecimento. Defendem programas envolventes,
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que incen vem os jovens ao estudo e mostrem temas que são trabalhados em sala. Atribuem sen dos dis ntos à ins tuição escolar e
à televisão, sem oposição. Desafiam a ar culação entre o entretenimento e os interesses escolares dos estudantes. Os professores estão
cada vez mais conscientes da responsabilidade de educar. Em 2000,
54% das crianças afirmaram que pelo menos uma professora havia
comentado sobre algum programa de TV. Em 2005, 94% das crianças
responderam afirma vamente. Há professores que orientam sobre
o que não assis r e o que assis r. Os adolescentes destacaram o uso
pedagógico de programas informa vos por professores.
RIO MÍDIA - A senhora apresentou este trabalho recentemente no congresso de Comunicação e Educação, na Universidade de
Huelva, na Espanha. De que forma este debate vem sendo discuƟdo na Europa?
Vânia Lúcia - A discussão sobre televisão de qualidade foi o tema
principal do congresso. Vale lembrar que a Europa foi o berço do modelo de televisão pública. Compar lhamos a mesma preocupação em
relação à necessidade de fomentar uma televisão de qualidade que
desempenhe as funções conjuntas de entreter, informar e educar as
crianças e os jovens. Reformas educa vas de integração curricular
da televisão na educação avançaram a discussão sobre televisão e a
escola. O grupo Comunicar (www.comunicar.com), organizador do
congresso, é um dos mais atuantes na dinamização desta integração
nas escolas e busca envolver famílias, associações de telespectadores, autoridades educacionais e os próprios meios. O diretor deste
grupo, professor Ignácio Aguaded, tem mostrado em seus trabalhos
ser possível e necessário desenvolver a “competência televisiva” na
escola, na família, e nos próprios meios, mediante o comprome mento social de todos os responsáveis.
Fonte: h p://www.mul rio.rj.gov.br/riomidia
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ANEXO 3
O que é um roteiro
O roteiro é um texto diferente dos que estamos acostumados
a ler nos livros. Ele também conta uma história, mas é escrito para
ser filmado, e não para ser publicado.
O roteirista de cinema escreve tendo em mente o diretor, os
atores e tantas outras pessoas que vão trabalhar para transformar
a sua história em filme, e não os leitores comuns, crianças ou adultos, que vão à livraria ou à biblioteca atrás de um bom livro.
Ponto de par da para a realização de um filme, o roteiro é u lizado durante todo o processo, até o filme ficar pronto. As equipes
que planejam a filmagem convidam os atores para par cipar do
filme, constroem os cenários e desenham os figurinos se orientam
por ele.
Durante a filmagem, o roteiro é acompanhado atentamente por todos, pois explica cada cena e traz falas dos personagens.
Quando as filmagens terminam, ele con nua servindo de guia para
as pessoas que vão montar o filme, inserir os ruídos e a trilha sonora e fazer os efeitos especiais.
O roteiro tem um formato par cular. Não é um texto corrido,
com parágrafos encadeados, nem respeita as regras de u lização
de letras maiúsculas e minúsculas que aprendemos na escola. Ele é
mais esquemá co a cada profissional que dele fará uso.
Às vezes, o roteirista inclui sugestões ao diretor sobre o modo
como a cena deve ser filmada ou sobre efeitos sonoros e música
que julga relevantes para a cena, mas esse não é seu obje vo principal.
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O mais importante é que o roteiro traga uma boa história....]
O roteiro se divide em cenas e não em capítulos. No ínício
de cada cena há o cabeçalho, que diz onde a cena vais ser
filmada. O cabeçalho é escrito com poucas palavras e em letras maiúsculas, para agilizar a leitura.
Se o roteirista quiser dar mais detalhes da cena, ele o
faz logo após o cabeçalho, em letras minúsculas. Mas ele só
deve escrever o que achar realmente importante, pois cabe
a outros profissionais decidir como irão transformar a história do roteiro em filme.
O roteiro traz ainda a fala de todos os personagens e,
quando o roteirista julga importante, o sen mento ou ação
que acompanham a fala. Os atores não inventam o que dizem no filme: quem faz isso é o roteirista. Eles leem, decoram e ensaiam os os diálogos já escritos. Às vezes mudam
uma coisa ou outra, mas quase tudo o que dizem estava escrito no roteiro.
ANEXO 4
Roteiro - Programa Mundo da Leitura
Episódio 57
Quadro - Dia de gato
TOCA DOS RATOS. RATAZANA ESTÁ DIANTE DO COMPUTADOR, E LÊ EM VOZ
ALTA UM E-MAIL ENVIADO PARA ELA POR DOM RATÃO:
R: RATAZANA, MINHA ODIOSA AMIGA
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FIQUE SABENDO QUE O TEU PLANO PARA IMPEDIR O CASAMENTO DOS
GATOS FRACASSOU PORQUE O IMPRESTÁVEL DO RECO-RECO DEVOROU A FOTO
QUE DEVERIA MOSTRAR AO PADRE. MELHOR ABRIR O OLHO COM ELE.
UM ABRAÇO DO SEU FIEL COLEGA
DOM RATÃO
MAS SERÁ POSSÍVEL!? ENTÃO, QUER DIZER QUE ESTOU SENDO APUNHALADA PELAS COSTAS PELO MEU PRÓPRIO AJUDANTE?! SERÁ QUE ELE ESTÁ SE
BANDEANDO PARA O LADO DO GALI-LEU? AH, MAS EU VOU TIRAR ESSA HISTÓRIA A LIMPO, TINTIM POR TINTIM, ASSIM QUE AQUELE RATO GAGO VOLTAR A
PISAR NA MINHA TOCA. AH, SE VOU!...
CORTA PARA MUNDO DA LEITURA. NATÁLIA E BORRALHEIRA ESTÃO SENTADAS À MESA, COLOCANDO AS FOTOS DO CASAMENTO DOS GATOS NO ÁLBUM
PRESENTEADO PELA RATAZANA.
N: ESTÁ FICANDO LINDO ESSE ÁLBUM DO CASAMENTO DE VOCÊS, NÃO É
MESMO?
B: É, SIM. MAS TEM UMA COISA QUE AINDA ME INCOMODA...
N: E O QUE É, POSSO SABER?
B: QUE ESSE ÁLBUM SEJA UM PRESENTE DA RATAZANA...
N: AH, SEI. PELO JEITO, VOCÊ NÃO ACREDITA MESMO QUE ELA SE REGENEROU...
B: E VOCÊ, ACREDITA?
N: PRA FALAR A VERDADE, EU NÃO SEI O QUE PENSAR. AINDA OUTRO DIA,
VI NA TELEVISÃO QUE A RATAZANA ABRIU UMA ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL PARA PROTEGER OS RATOS DE RUA. PARECE UM BOM SINAL, NÃO
PARECE?
B: TALVEZ... OU ENTÃO É SÓ UMA CORTINA DE FUMAÇA PARA ENGANAR
OS TROUXAS...
N: PODE SER. MAS, ISSO, SÓ O TEMPO NOS DIRÁ.
B: É, E EU TENHO A IMPRESSÃO QUE NÃO PRECISAREMOS DE MUITO TEMPO PARA DESCOBRIR A VERDADE.
N: POR QUE VOCÊ DIZ ISSO?
B: BEM, MINHA INTUIÇÃO ME DIZ QUE A RATAZANA VAI CRUZAR NOSSO
CAMINHO MAIS CEDO DO QUE A GENTE ESPERA.
N: SERÁ MESMO?
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CORTA PARA RATAZANA E RECO-RECO, NA TOCA, NO MEIO DE UMA DISCUSSÃO.
RR: MAS, CHEFI-FI-FINHA!
R: NÃO TEM CHEFINHA, NEM MEIA CHEFINHA. COMO É QUE VOCÊ FOI COMER AQUELA FOTOMONTAGEM QUE EU TINHA FEITO PARA IMPEDIR O CASAMENTO DO GALI-LEU E DA BORRALHEIRA?
RR: EU ESTAVA COM FO-FO-FOME, E NÃO TINHA NA-NA-NADICA DE NADA
PRA COMER. MAS COMO VOCÊ SO-SO-SOUBE QUE EU COMI A FO-FO-FOTO?
R: EU TENHO MEUS RATOS, QUER DIZER, MEUS INFORMANTES POR TODA
PARTE, MEU GAGUINHO. E ACHO QUE O TEU ATO FOI DE ALTA TRAIÇÃO.
RR: E O QUE QUER DI-DI-DIZER ISSO, CHEFI-FI-FINHA?
R: QUER DIZER QUE VOCÊ FALHOU COMIGO, E NÃO CONSIGO NEM MAIS
ESCUTAR A TUA VOZ. DE HOJE EM DIANTE, NÃO PRONUNCIE UMA SÓ PALAVRA
NA MINHA PRESENÇA.
RR: SIIIIM, CHEFI-FI-FINHA.
R: CALADO!
RR: TÁ-TÁ-TÁ BOM. MAS ATÉ QUANDO?
R: CALADO! EU SÓ QUERO ESCUTAR A TUA VOZ, DE NOVO, QUANDO EU
PERDOAR A TUA TRAIÇÃO.
RR: TU-TU-TUDO BEM...
R: CALADO! OU EU VOU TER QUE AMORDAÇAR A TUA BOCA?
RECO-RECO ACENA QUE NÃO COM O INDICADOR DIANTE DA BOCA BEM
FECHADA.
R: MELHOR ASSIM. AGORA, VAMOS VISITAR O GALI-LEU E A BORRALHEIRA,
PARA VER O QUE ACHARAM DO PRESENTE DE CASAMENTO QUE ENVIEI PARA
ELES. PENA QUE VOCÊ NÃO POSSA FALAR COM O TEU AMIGO GALI-LEU... PORQUE VOCÊ... VOCÊ... JÁ SEI, VOCÊ FICOU AFÔNICO, PERDEU A FALA, COITADINHO!
E ISSO ATÉ É BOM, PORQUE VOCÊ NÃO VAI PODER FALAR BESTEIRA, NEM VOLTAR A ESTRAGAR OS MEUS PLANOS. ENTÃO, SIGA-ME, E BOCA FECHADA, HEIN,
QUE EM BOCA FECHADA NÃO ENTRA MOSCA.
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