três centenários de história da tradição cervejeira na

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três centenários de história da tradição cervejeira na
TRÊS CENTENÁRIOS DE HISTÓRIA DA TRADIÇÃO CERVEJEIRA
NA “FAMÍLIA BAUERNEBL”
Ao realizar a leitura ouça
http://www.lastfm.de/music/Richard+Stoltzman/_/Maid+with+the+Flaxen+Hair
“Tecendo o fio de linho”, de Claude Debussy, interpretado por Richard Stolzman e a Orquestra Sinfonica da Rádio
Nacional da República da Eslováquia
Essa é uma história verídica, que aconteceu na virada do século 16 para o
século 17, em uma região ao norte da Bélgica chamada Flandres1. Lá, vivia
uma família flamenga de cervejeiros chamada “Buernepl”. “Buer”, no dialeto
flamengo-holandês significa “camponês”, e “nepl” pode significar “sopa,
mosto ou vapor”; na junção das palavras, no campo, “aquele que produz
vapor”, ou “aquele que cozinha cerveja”.
Obs
1
Flandres é uma das três regiões federais da Bélgica juntamente com a Valónia e
Bruxelas. A região tem 13.522 km2 e uma população de 5,98 milhões de habitantes. A
história da Flandres caracteriza-se até ao início do século XIV por uma sucessão de condes
que sempre resistiram ao domínio francês. Em 11 de Julho de 1302, a Flandres ganhou a sua
independência de França na Batalha de Courtrai (Kortijk) e esse dia é ainda hoje o feriado
regional. Desde então a próspera região foi composta de cidades independentes que, no reino
dos "Países Baixos" ou "Belgica" dos Burgundy, serviam de entrepostos comerciais
poderosos e com notável construção artística. Durante o século XVI, na ocupação espanhola
do Rei Filipe II, o centro econômico deslocou-se para Bruxelas e Antuérpia, enquanto
quantidades massivas de arte flamenga eram transportadas para Espanha durante o século
XVII. Nos séculos subsequentes o território foi ocupado pelos austríacos (1713-1792) e
franceses (1792-1814). Depois da derrota de Napoleão em Waterloo em 1815 pelos exércitos
aliados,o Congresso de Viena determinou que Flandres ficaria sob jurisdição do Rei Willem I
da Holanda (isso perdurou até 1830 com a criação do Reino da Bélgica). A partir da
independência, a Bélgica foi dando cada vez mais importância à diferenciação cultural
bipolarizada entre flamengos e valões o que permitiu ao longo do tempo uma maior
promoção das identidades regionais com um consequente bem-estar sócio-cultural que levou
novamente à prosperidade econômica. Na década de 1980, a Bélgica deu total autonomia às
regiões federais, pelo que a Flandres tem um governo autônomo. Apesar de a Bélgica ter 3
línguas oficiais, o holandês é a língua que predomina na Flandres.
Ano após ano, somente nos meses de inverno, a família produz as cervejas que serao
consumidas durantes os meses mais quentes já que, nessa fase da História, nao há
outros métodos de refrigeracao a nao ser os poroes e cavernas escavados na terra, na
rocha, nos morros e nas montanhas. É um trabalho extenuante, cheio de desafios, já
que a cerveja tem que ser resistente o suficiente para durar toda a temporada da
primavera e do verão e, ao mesmo tempo, não muito forte para que seja refrescante e
ajude a saciar a sede. Dentre as cervejas fabricadas pela família, algumas sao douradas,
turvas, de teor alcoólico moderado, refrescantes, com pouco ou totalmente sem
lúpulo mas substanciosas. Outras sao fortes, escuras, de alta fermentacao2 , com as
características marcantes das cervejas belgas e há, ainda, aquelas misturadas com mel,
cascas secas de frutas cítricas, nozes diversas, grãos, conforme a disponibilidade
encontrada na natureza naquele período.
Obs 2 fermentação = Até 1.700, a cerveja era tradicionalmente fermentada com leveduras
selvagens, presentes na atmosfera, e que produziam naturalmente álcool ao entrarem em
contato com o açúcar do mosto. Quando o mosto da cerveja é fermentado num recipiente
aberto, ocorre um aquecimento que leva à produção de espuma na superfície, que tende a
transbordar. Ao recolher-se essa espuma, composta por milhões de células de levedura, e
adicioná-la a novos barris de mosto de cerveja, os mestres-cervejeiros medievais aprenderam
a alcançar um processo mais consistente de fabricação da cerveja. Esse tipo de "fermentação
alta" e natural é utilizado até hoje na produção das cervejas belgas do tipo Lambic. No
entanto, durante o verão, a atmosfera se encontra tão inundada de fermentos selvagens que
esta forma natural de produção da cerveja tornou-se incontrolável, e a cerveja tornou-se
uma bebida inconsistente. Para melhorar a situação, os mestres-cervejeiros da época
passaram a realizar uma última fermentação da cerveja na primavera, que depois era
armazenada em porões gelados para maturarem até o verão, reiniciando-se o processo de
fabricação da cerveja no outono. Os mestres cervejeiros da Baviera, que armazenavam suas
cervejas em cavernas congeladas nos Alpes, notaram que o gelo fazia com que o fermento se
acumulasse no fundo da tina de fermentação, produzindo uma cerveja de coloração mais
clara, transparente e harmonizada. A partir de então, surgiram as cervejas “lager”, em cujo
processo a cerveja era maturada em temperaturas baixas (comumente em caves, cavernas ou
adegas) e por longos períodos de tempo. Em 1953 Morton Coutts, neozelandês, desenvolveu
um novo método de fermentação que permitiu a aceleração do processo de produção das
cervejas “lager”, embora isso também tenha produzido uma redução no desenvolvimento do
sabor. Essa inovação permitiu uma massificação da produção de cervejas ”lager” numa
velocidade que as tornaram mais competitivas no mercado mundial em relação às “ale”.
Rapidamente as “lager” se tornaram o estilo mais popular na maior parte do mundo
industrializado. No Brasil, mais de 90% do mercado das cervejas é dominado pelas “lager”
de estilo “pilsen”.
Em 1806, o Sacro Império Romano Germânico é dissolvido como resultado das
“Guerras Napoleônicas“.
Em 18 de junho de 1815, ocorre em solo belga a última das “Guerras Napoleônicas“, a decisiva
“Batalha de Waterloo”, onde Napoleão (1803-1815) é derrotado definitivamente pelos
exércitos aliados.
Artista: William Sadler II (1782-1839); Título: The Battle of Waterloo (oleo sobre tela); Pyms
Gallery, Londres/Reino Unido
As “Guerras Napoleônicas” repercutem profundamente nos destinos de milhares de
pessoas na Europa de nobres e plebeus. A “Família Buernepl” emigra para a Bohemia, e a
Família Real portuguesa emigra para o Brasil Colônia (1808).
Depois da queda de Napoleão Bonaparte, os monarcas e estadistas europeus reunemse em Viena para os acordos de paz (Congresso de Viena, de 1814-1815), com vistas a
reorganizar a Europa. Uma de suas resolucoes mais importantes funda a “Confederação
Germânica“ (Deutscher Bund, em alemão), uma união de 39 estados soberanos, que dura, com
algumas alterações nos estados-membros, até 24 de agosto de 1866, sob a presidência do
Casa imperial austríaca dos Habsburgo, liderada pelo príncipe austríaco von Metternich.
Quanto à “Confederacao Germânica”, o seu território praticamente coincide com o
que resta do Sacro Império Romano-Germânico depois que Napoleão decretou o seu fim; com
exceção das duas grandes potências rivais, os Habsburgo e a Prússia, e a margem esquerda
ocidental do Reno (que a França anexa ao seu território). Os outros estados-membros ou os
seus precursores, estão na maioria hoje presentes na configuração da atual Alemanha, e fazem
parte da “Confederação do Reno“ na época.
A Bélgica, e Flandres, são anexadas à Holanda, o novo Reino dos Países Baixos, sob a coroa do
rei Guilherme I, da Casa de Orange. Essa união artificial provoca nos povos belga e flamengo
uma oposição religiosa, cultural e linguística, pois os católicos não querem um soberano
protestante, e exigem uma autonomia maior. Nesse impasse, a “Família Buernepl” decide-se
por imigrar para as terras do Reino da Boêmia.e se estabelece ao sul, às margens do Rio
Moldava, na cidade de Krumau , dando continuidade à tradicao familiar no fabrico de cervejas.
Para se adequar às mudancas, e à sua nova realidade, a família “Buernepl” germaniza o
sobrenome para “Bauernebl”, como é até hoje, e a cervejaria passa a chamar-se “Bauernebl
Brauerei” (trad. Cervejaria Bauernebl), e soma as experiências de um século no fabrico de
cervejas belgas as novas experiências na arte de criar e fabricar cervejas alemas e checas.
Hoje “Krumlov”, situada na República Tcheca. Em 1992, essa cidade foi declarada Patrimônio Cultural
da Humanidade pela UNESCO.
A “Família Bauernebl” permanece em território bohêmio por quase um século, fabricando lá,
com muito sucesso, um novo e adicional processo de fabricação chamado
“lager3 ”, hoje
conhecido no Brasil e no mundo como “Cerveja Pilsen”, quando o desejo de novos desafios
leva Gregor Bauernebl (3ª geração de cervejeiros da família) a imigrar novamente, desta vez
para o norte da Hungria, para a cidade de Eperjes (hoje Presov, na República da Eslováquia),
pois a região é promissora e carente de boas cervejarias.
A cidade de Eperjes4 é uma pequena “ilha” de língua germânica, ao sudeste das altas
5
montanhas dos Cárpatos, com 36.000 habitantes da regiao dos Zips . Uma gravura em metal
sobre madeira da cidade de Eperjes encontra-se em um dos nichos da SERVUS Bier Cervejaria,
em Bauru.
3
= Lager (do alemão "lagern": armazenar) é um tipo de cerveja fermentada e
armazenada em baixas temperaturas. A fermentação desse tipo de cerveja é feita pela
levedura 'Saccharomyces carlsbergensis ' e ocorre em temperaturas baixas, que ficam entre
8°C - 14°C. Essa levedura é chamada de levedura de baixa fermentação. Atualmente
representa 90% do consumo mundial de cerveja. Juntamente com as Ale e as Lambic, Lager
é uma das três grandes famílias de cervejas, esta inclui diversos subtipos, como por exemplo,
Pale lager, Dark lager e Bock. As cervejas de tipo lager são diferenciadas das cervejas de
tipo ale pelo fermento usado durante o seu processo de fabricação. O fermento utilizado nas
lagers inicia a fermentação em temperaturas mais baixas (8 - 14 °C), o que faz com que ele se
acumule no fundo do tanque no final da fermentação. Já as cervejas ale utilizam um tipo de
fermento que inicia o processo de fermentação a temperaturas mais elevadas (15 - 24 °C)
levando-o a se acumular no topo da tina de fermentação(uma exceção são os tanques
cilíndricos cônicos, onde o fermento de alta fermentação decanta no fundo do tanque, devido
a altura do tanque, e a convecção fluidos) . São essas diferenças que fazem com que as
cervejas de tipo ale sejam conhecidas como cervejas de "alta fermentação" e as lager como de
"baixa fermentação". Como a definição moderna do termo lager se relaciona apenas com o
método de fermentação utilizado, as cervejas lager possuem características extremamente
variadas. Tradicionalmente, no entanto, a lager padrão é uma cerveja de coloração clara,
normalmente representada pelas Pale Lager ou pelas Pilsener. Este tipo de lager
normalmente possui um sabor levemente amargo, sendo recomendado que sejam servidas
geladas. As cervejas tipo lager possuem um sabor bastante simplificado quando comparadas
com as ales (alta fermentação) que, em geral, possuem um sabor mais frutado. Isso é
decorrente do fato das altas temperaturas necessárias para a fabricação das ales fazerem com
que a levedura produza mais ésteres e fenóis, compostos químicos e orgânicos associados aos
sabores mais frutados, como banana verde, além de cravo
Obs
Obs 4 =Eperjes (em húngaro), hoje Presov, na República da Eslováquia. Desde os tempos
mais remotos, o vale do Rio Torysa é conhecido como parte de importante rota de comércio
Bizancio, Belgrado, Kosice e Warchau, entre oriente e ocidente.
Obs 5 Zips= Alemaes que chegaram a essas terras já nos séculos 12 e 13, e foram expulsos logo
após o término da 2ª Guerra Mundial, em 1946.
Nesta cidade, como jovem cervejeiro, Gregor Bauernebl arrenda uma pequena
cervejaria, e nasce a “Pivovar Bauernebl” (Cervejaria Bauernebl), bem como aquele que
incorporaria a 4ª geração de cervejeiros da família, Konstantin Bauernebl I (bisavô de Nikolaus
Bauernebl, proprietário da SERVUS Bier Cervejaria, em Bauru), em 11 de marco de 1844, cujo
retrato pintado a óleo encontra-se exposto na SERVUS Bier Cervejaria, em Bauru. Inicia-se,
então, em meados do século 19, um caminho vigoroso e vitorioso para a Família Bauernebl nas
terras do norte da Hungria daqueles tempos (hoje República da Eslováquia).
Konstantin bauernebl I
Também em Eperjes, em 1869, nasce o filho de Konstantin Bauernebl I,
Konstantín Bauernebl II (avô de Nikolaus Bauernebl), que herda de seu pai o
gosto pela profissão de cervejeiro. Ele torna-se um grande empreendedor,
construtor, proprietário de terras, é dono de um excelente bom-humor e um
cervejeiro apaixonado pela profissão, mais uma fonte de inspiração para as
futuras gerações de cervejeiros e cervejeiras da família.
Konstantin Bauernebl II
Konstantin Bauernebl II reconstrói um belíssimo hotel em estilo “art noveau” (1900), o “Slávia
Hotel ”, até hoje um dos melhores hotéis da cidade, cujo prédio está tombado pelo
Patrimônio Histórico Nacional da República da Eslováquia.
Obs:A fachada do “Hotel Slávia” 2 serviu como fonte de inspiracao para a construcao da
SERVUS Bier Cervejaria, em Bauru, SP, além de ser uma homenagem prestada pelo braço
brasileiro da Família Bauernebl a todas as gerações passadas de mestres cervejeiros,
presentes, por meio de suas receitas, em cada gole de chopes SERVUS.
Hotel Slávia, na República da Eslováquia
SERVUS Bier Cervejaria, em Bauru/SP
Topo mosaico fachada Hotel Slávia
Trata-se de cópia do medalhao do “Hotel Slávia”, que pode ser visto na SERVUS Bier
Cervejaria, em Bauru/SP, como clarabóia no Salao III, próximo ao “Caixa”.
No medalhão pintado à Mão sobre azulejo, está representada a visão de
Konstantin Bauernebl II do Paraíso. Ele próprio posa, em 1900, para a figura
masculina agachada, representando “Adão”, junto a um riacho de chope,
servindo-se da bebida com uma caneca,cujo líquido sai diretamente da boca
do diabo. Uma outra versão contada fala do Paraíso, com o riacho de chope
jorrando da “Fonte da Juventude”.
Hotel Slávia
Avenida central da cidade de
Kosice, onde fica localizado o
hotel Slávia
Suas visões e personalidade de homem de negócios estam estampadas nos animais e seus
simbolismos que escolheu para decorar a fachada principal do Hotel Slávia. Ao lado do
medalhão central, envolto , um pouco mais abaixo, há dois medalhões menores no alto dos
pilares que sustentam o edifício, do lado esquerdo uma lebre, e do lado direito um galo.
Escolhe o “coelho” pois, por gerar grandes ninhadas, detém o dom da fertilidade, da
abundância, da prosperidade, e do recomeço da vida, simbolizando a capacidade constante de
se produzir novas possibilidades, novas melhorias, sendo bem conhecido como símbolo das
celebrações da Primavera europeia, Ostara e Páscoa. Mas há um outro lado, o “coelho”
também transporta o espírito do medo, da auto-preservação e da tolice, podendo surgir
quando é necessário aplicar a agilidade para evitar os prejuízos.
O galo, para ele, representa a ressurreição solar e espiritual que anuncia uma nova
jornada, um novo amanhecer após períodos de trevas, de escuridão. É o masculino, altivo.
Também é símbolo do tempo, da habilidade em lidar e correr com ele, da rapidez e, na cultura
húngara, é considerado uma criatura celestial, votiva e comunicativa.
Mais abaixo, na parte central do edifício, dividida em quatro quadros e presente nos
dois das laterais externas, em pose de vôo e de pesca, estão as cegonhas, símbolo de boas
novas, surpresas positivas, imprevistos felizes, oportunidades, boas mudanças, renovação,
regeneração, fertilidade, boa intuição e profecia; um símbolo para a boa e constante
transformação.
O cisne, estampado no centro, à esquerda, remete ao nascimento de Apolo, que foi
levado para o país dos Hiperbóreos num carro puxado por cisnes de brancura imaculada. O
cisne macho se torna o acompanhante permanente do deus da beleza, da música e da poesia.
Da Grécia à Sibéria, da Ásia Menor aos povos eslavos e germânicos, uma vasta mitologia
celebra o Cisne, cuja brancura, vivacidade e graça constituem uma verdadeira epifania da luz.
Para Konstantin II, são aves intimamente ligadas à água, símbolos da fluidez, intuição, do
sonho, das emoções, da criatividade, e vivem em harmonia entre três dos quatro elementos,
quase como a cerveja, que se utiliza dos quatro: terra, água, fogo, e ar, além da intuicao e da
criatividade para uma boa receita.
O pato selvagem representa para ele o desprendimento e a mudança, já que a vida é
dinâmica. O pato doméstico representa o sustento para muitas populações, como a
responsabilidade social pelos funcionários de suas empresas. Tanto um como outro
representam a fertilidade, a maternidade, a responsabilidade e a nutrição.
Em sua época, abertos os meses de caça, Konstantin II hospeda o Imperador austrohúngaro, Francisco José, durante suas caçadas na região norte da Hungria (hoje República da
Eslováquia).
Como a Família Bauernebl se torna proprietária de uma das maiores
cervejarias e maltarias da Hungria na virada
do século 19 para o 20
Corre o ano de 1854 quando é inaugurada uma cervejaria na cidade
de Kassa (hoje Kosice, na República da Eslováquia), aprox. 80 Km ao sul de
Eperjes (hoje Pressov, na República da Eslováquia), cujo proprietário é o
cervejeiro Johann Bayer. Após sua morte, seu filho, Leo Bayer, assume o
comando da fábrica, até que o jovem cervejeiro, Konstantín Bauernebl I,
entra como sócio no negócio.
Mais uma vez a Família Bauernebl se muda, de Eperjes para Kassa,
com muita esperança de melhores chances, já que Kassa era, e é até hoje,
uma importante e rica cidade, além de ser o maior polo industrial e a segunda
maior cidade da Eslováquia atual. Lá, nas antigas terras do norte da Hungria,
inicia-se um novo e vitorioso caminho que dará ascendência, prestígio e
continuidade à saga dos cervejeiros da Família Bauernebl.
Brasão da
cidade de
Kosice
Palácio em Kosice,
um entre muitos
Catedral de Santa Isabel
A maior igreja da
Eslováquia, além de ser
a última em estilo gótico
em direção ao leste
Teatro da Ópera de Kosice, República da Eslováquia
Famoso pois através dele muitas bailarinas de São Petersburgo, na Rússia conseguem reconhecimento e
partem para seguir carreira no ocidente
Em 1880, donos de um excelente senso para qualidade e organização,
aplicação no trabalho e uma acirrada vontade de vencer, a “Bayer &
Bauernebl Cervejaria” cresce exponencialmente graças às constantes
modificações e modernizações possíveis, especialmente com o advento da
Revolução Industrial.
Cervejaria Bayer & Bauernebl (virada do século 19-20)
Em 1892, após absolver os estudos de mestre-cervejeiro e
administração de empresas em Viena, Áustria, Konstantín Bauernebl II,
representante da 5ª. geração de cervejeiros, assim como seu pai, também
entra como acionista e mestre-cervejeiro na direção técnica da “Bayer &
Bauernebl Cervejaria”. No mesmo ano, casa-se com Maria Neugebauer, filha
de Gustav Neugebauer, administrador de fazendas do na época muito
conhecido “Conde Salm”. Nikolaus Bauernebl, proprietário da SERVUS Bier
Cervejaria, em Bauru, conheceu a mãe de Maria Neugebauer, sua bisavó, e se
lembra das brincadeiras de pega-pega com ela. Nikolaus conta que a “biza”
viveu 50 anos na Hungria e nunca falou húngaro, só alemao.
No dia 11 de março de 1895 nasce Konstantín Bauernebl III, o primogênito, em
Kassa, Hungria (hoje Kosice, República da Eslováquia). Curiosamente,
Konstantin Bauernebl I, 4ª geração, Konstantín Bauernebl III, 6ª geração, e
Peter Klaus Prado Bauernebl, 8ª geração, nasceram todos em 11 de marco (a
cada 2ª geração). Konstantín III absolveu a Academia de Comércio em Kassa, e
o curso superior para Mestre Cervejeiro em Viena, Áustria.
Em
1914,
com 19 anos, Konstantin Bauernebl III participa ativamente da 1ª Grande
Guerra como jovem tenente, é ferido gravemente por duas vezes e, mesmo
assim, sempre retorna como voluntário para o front.
Em 1898, com o falecimento de Leo Bayer, Konstantín Bauernebl I e
Konstantín Bauernebl II compram suas ações e assumem o comando da
“Bauernebl és Fia Sözfözde és Malatagyar” (trad. húngaro Bauernebl & Filhos,
Cervejaria e Maltaria Ltda.). Neste mesmo ano, a nova direção técnica e
administrativa da Bauernebl & Filhos, Cervejaria e Maltaria Ltda. moderniza e
duplica a fábrica mais uma vez.
Calendário Anno 19063
3
Calendário Anno 19084
Fonte5
Calendário anual com estampa de garconete do “Café Slávia”, em Kosice, no início do século 20.
(http://www.kepkonyvtar.hu/?docId=77725 - Bauernebl és fia sörfőzde és malátagyár)
4
Soldados húngaros de Rákoczi, apontando com espada e tulipas de cerveja o Castelo Gótico de Krasna
Horka (séc XIII), em uma saudação a Rákoczi. Krasna Horka é um castelo, hoje na República da
Eslováquia, elevando-se sobre a aldeia Krasnohorske Podhradie. A primeira menção escrita do castelo
é de 1333. Durante o curso de sua história, o castelo foi propriedade de três famílias nobres húngaras:
os Mariassy, os Bebeks e os Andrassy.
5
Rótulo da cervejaria entre (1938-1944), “cerveja do povo” em húngaro
Castelo de Krasna Horka (1333)
nome nativo do príncipe Rákóczi Ferenc (1676-1735)
(Ouça a “Marcha Rákóczi”, de Hector Berlioz (1803-1869)
http://www.youtube.com/watch?v=6ghU-1eHlEw)
Obs: Atualmente é considerado um herói nacional na Hungria. Francisco Rákóczi II
(27/03/1676–8/04/1735). Foi lider da Guerra da Independencia Húngara de 1703-1711 contra
o dominio dos Habsburgos, como Príncipe dos Estados Confederados pela Libertade do
Reino da Hungría. Foi Príncipe da Transilvania, Príncipe Imperial e membro da Orden del
Toisón de Oro. Naceu Borsi, na Hungría Real controlada pelos Habsburgos e morreu em
Rodosto, no Imperio Otomano, hoje Turquia.
Em 1903, também é duplicada a maltaria. Dois anos mais tarde, tanto maltaria
quanto fábrica tornam-se pequenas, tal a aceitação das cervejas e chopes
Bauernebl em toda a Hungria. Nessa época a “Bauernebl & Filhos, Cervejaria e
Maltaria Ltda.” passa a exportar para os demais países vizinhos do Império
Austro-Húngaro, especialmente para a Áustria e a Bohemia.
A fábrica é modernizada e ampliada pela terceira vez, e um prédio
grandioso é anexado ao complexo para abrigar a nova maltaria. Uma cópia da
litografia em cobre dos prédios desse areal pode ser observada no painel aos
fundos da Sala de Fabricação (ao alto, após os tanques de cerveja) na
SERVUS Bier Cervejaria, em Bauru, SP. A litografia original (1908) também
está exposta no nicho central, em Bauru.
Em cima residência da Familia Bauernebl, à esq. a Cervejaria, à dir. a nova Maltaria com
trem de carga, no centro abaixo Administração, antiga Maltaria, cavalariças, etc.
A maltaria, grande e moderna, é até hoje um prédio imponente e bonito, tanto que,
após a desativação da antiga “Bauernebl & Filhos, Cervejaria e Maltaria Ltda.”, 1994,
foi totalmente modificada internamente e abriga boutiques de grife, lojas elegantes,
escritórios e restaurantes.
Em 1925, com apenas 56 anos de idade, Família e Empresa sofrem uma perda
irreparável com o súbito falecimento de Konstantín Bauernebl II, responsável pela
expansão e ascensão tão rápida da “Bauernebl & Filhos, Cervejaria e Maltaria Ltda.”.
Nesse mesmo ano, Konstantín Bauernebl III, 6ª geração, assume a direção das
empresas como diretor geral, e seu irmão mais novo, Gustav Bauernebl, assume a
direção técnica, formado Mestre Cervejeiro pela Universidade de Berlin (VLB).
Durante a direção de Konstantin Bauernebl III, a produção de cerveja aumentou,
graças a construção de vários depósitos nas cidades da Hungria, para que assim
fosse possível atender a todo o território nacional. Barris grandes de 200l e menores,
eram transportados via ferrovia, sendo resfriados a gelo, para posteriormente serem
engarrafados manualmente nos depósitos, pois desta maneira os custos eram
menores já que não era necessário o transporte de garrafas.
Konstantín bauernebl III como caçador a esquerda, e como tenente na 1ª Guerra mundial a direita.
No Entre-guerras, no dia 12 de janeiro de 1933, em Budapeste, capital da Hungria,
nasce Nikolaus Bauernebl, aquele que daria sequência à saga cervejeira da família
como representante da 7ª geração de sua Casa, e proprietário da SERVUS Bier
Cervejaria.
Quatro anos mais tarde, com apenas 37 anos, falece Gustav Bauernebl.
Konstantín III contrata, entao, o mestre cervejeiro alemão para ajudá-lo, o Sr. Hans
Schromm, pai de Aniko Schromm, e um Mestre das Adegas, também alemão, para
assegurar a qualidade dos produtos da cervejaria.
Inicia-se, então, para a Família Bauernebl, e para toda a humanidade, uma das
fases mais obscuras e sofridas da História, 1939, o início da 2ª Grande Guerra. Durante
esse período, a “Bauernebl & Filhos, Cervejaria e Maltaria Ltda.” trabalha a todo vapor
atendendo aos pedidos do Estado Húngaro e transportando cerveja e chope em
vagões de trens refrigerados (cujas miniaturas podem ser vistas no nicho esquerdo, na
SERVUS Bier Cervejaria, em Bauru, SP) para os frontes húngaros até o final de 1943.
A essa altura, nove meses após a Batalha de Stalingrado13 (entre
17 de julho de 1942 e 2 de fevereiro de 1943), ponto de virada na frente leste
da Guerra, com as crescentes atrocidades, violências, inseguranca, extrema
brutalidade e desrespeito cometidas por todas as partes e lados à populacão
civil, Konstantín III
e sua esposa Margit decidem buscar maior segurança para seus três filhos,
Nora, Nikolaus e Peter, partem para a vizinha Áustria, deixando todo o
patrimônio da família de séculos de trabalho, com a esperança de voltarem no
prazo de poucos meses, para retomarem os negócios. É dia 6 de dezembro de
1944; essa data ficará para sempre marcada na memória do pequeno Nikolaus,
pois é “Dia de São Nicolau”, seu santo protetor e “papai noel” para as
crianças européias, dia de ganhar presentes e chocolates. Mas, nada disso
acontece; não há músicas natalinas, nem o aconchego e o calor de casa, mas
o barulho das metralhadoras inimigas já muito próximas da cidade, ouvidas da
boléia de um caminhão, na calada da noite. Foi assim que a Família de
Nikolaus deixa a cidade em busca de maior proteção.
Após dois meses de viagens noturnas sobre caminhões, passagens
por inúmeras cidades, constantes ataques aéreos diurnos, racionamento de
comida, ventos frios e cortantes no auge do inverno europeu, a Família
Bauernebl chega, no dia 05 de marco de 1945, a uma pequena vila, à beira de
uma grande lagoa, rodeada de montanhas com picos nevados chamada
“Traunkirchen”, na região dos Grandes Lagos, no sudeste da Áustria, onde
passavam as férias de verão. A Família Bauernebl não permanece por alguns
meses nessa vila, como de início haviam pensado mas, para Nikolaus
Bauernebl, por 9 longos anos. Os demais membros da Família ficaram por
muito mais tempo. A Família Bauernebl, unida, jamais regressou para a
Hungria!
No dia 02 de maio de 1945, a 2ª Guerra Mundial chega ao fim, mas tempos
muito difíceis seguiram depois. A fome castiga violentamente a bela Áustria
por dois anos seguidos.
Obs 13: Batalha de Stalingrado foi uma Operação militar conduzida pelos alemães e seus
aliados contra as forças russas pela posse da cidade de Stalingrado (atual Volgogrado), às
margens do rio Volga, na antiga União Soviética. A Batalha de Stalingrado marcou o limite
da expansão alemã no território soviético, e é considerada a maior e mais sangrenta batalha
de toda a História, causando morte e ferimentos em cerca de dois milhões de soldados e civis.
Em meados de 1947, alertado por amigos, Konstantin III volta para
Hungria com o objetivo de reaver parte do patrimônio familiar, ou de trocá-lo
por propriedades na Áustria, permuta muito comum no pós-guerra. Essa
possibilidade torna-se irrealizável na prática porque, justamente enquanto se
encontrava lá, os comunistas soviéticos e húngaros estatizaram fábricas,
fazendas, enfim, todas as propriedades que pertenciam aos cidadaos e
governo húngaros.
A condição de Konstantin III tornou-se catastrófica para si e para a
Família. A ele foi negado o visto de saída da Hungria por nove anos. Quando
completou 60 anos de idade, Konstantin III recebeu o visto e pode voltar para
a família, na Áustria. Durante esse período, sua esposa e filhos vivem tempos
muito difíceis, sem a proteção do esposo e pai, como refugiados, em um pais
estrangeiro que não consegue dar abrigo, remédio, vestimenta, comida e
bebida nem mesmo à sua própria população.
No entanto, a vida precisa seguir adiante e, com a ajuda de
inúmeros amigos e da Igreja Católica local, os pequenos entram para a escola,
aprendem a língua alemã e passam a amar a Áustria como o país que os
acolheu. Passam-se seis anos de vida em família, até que Nikolaus se
candidata para uma vaga de aprendiz de Cervejeiro em uma cidade próxima
de onde vivem, já que é mais um apaixonado pela profissão desde menino, e
seu grande sonho é seguir a profissão de seu pai e seus ancestrais. E esse
sonho tem data e hora. Ele se realiza no dia 2 de janeiro de 1951, quando
Nikolaus, representante da 7ª geração de cervejeiros da Família Bauernebl,
inicia sua aprendizagem em uma pequena cervejaria na cidade vizinha de
“Gmunden”. Nikolaus conta que “...o trabalho como aprendiz era
literalmente pesado e difícil, mas ele executava todos os tipos de serviços que
lhe davam com entusiasmo e garra. Com apenas 17 anos de idade, olhava com
muito otimismo para o futuro, já que para ele era de extrema importância
continuar a tradição familiar após sete gerações”. A aprendizagem para
cervejeiro dura três anos, mas Nikolaus consegue terminá-la em dois e meio,
já que tem enorme determinação, forca de vontade, e ama a sua profissão.
Corre o ano de 1953. Agora em Viena, para apurar seus estudos,
Nikolaus Bauernebl lê um anúncio em um jornal vienense que estão buscando
novos cervejeiros para uma experiência de trabalho no Brasil.
Com a ajuda financeira de um querido tio, Pali Batchi, seus
conhecimentos e sua coragem, consegue a vaga como cervejeiro na
Companhia Paulista de Cervejas Vienenses. Isso acontece porque a maior
cervejaria da Áustria desmonta uma pequena fábrica, nos arredores de Viena,
para montá-la no Brasil, em Agudos/SP, já que lá, após dois anos de busca
pela áqua ideal por todo o País, encontram-na próxima a Agudos. Uma
excelente água para a fabricação de cervejas, sem falar no baixo preço da
terra.
Em 25 de setembro de 1953, Nikolaus aporta em Santos no navio
sob a bandeira italiana da Companhia “C” e pisa pela primeira vez em terras
brasileiras, todavia, não imagina que está indo de encontro à sua terceira
pátria. Em Agudos, a adaptação é muito rápida, tanto na nova cervejaria
quanto com os novos amigos da cidade.
Um ano e meio após a inauguração da “Vienense”, como era
carinhosamente chamada, a Companhia Cervejaria Brahma se interessa pela
fábrica e adquire suas ações. Somente dois cervejeiros permanecem na
empresa, Nikolaus Bauernebl e Rudolph Fein. Todos os demais voltam para a
Áustria.
Mesmo jovem, Nikolaus enxerga com clareza a grande oportunidade
de sua vida e fazer carreira na Brahma pois, como ele mesmo diz, “... desde o
início senti muita firmeza, determinação, rigor e organização nesta nova
empresa e, por essas e outras razoes, me lancei com muito entusiasmo nesse
novo desafio”.
Os frutos foram colhidos um ano e meio depois, quando Nikolaus
recebe a proposta da diretoria da Brahma, através de seu saudoso chefe, o
primeiro Mestre Cervejeiro, Sr. Werner Behrenroth, carinhosamente chamado
de “Seu Bernardo”, o convite para fazer o mestrado em cervejaria em
Munique, na Alemanha.
Assim, no dia 6 de março de 1956, partem de Agudos para Munique,
Nikolaus e sua jovem esposa, Alair da Conceição Prado Bauernebl, para lá
iniciar seus estudos no famoso Instituto Doemens.
Em outubro de 1956, Nikolaus volta ao Brasil com o tão sonhado
diploma. Um ano depois é promovido ao posto de Segundo Mestre Cervejeiro
na Brahma Filial Agudos, naquela época muito pequena, produzindo apenas
70.000 hl/ano. No entanto a Brahma, com a grande visão de futuro, passa a
ampliar a Filial Agudos para, em 1971, atingir os perplexos 1.000.000 hl/ano.
No ano de 1962 nasce Peter Klaus Prado Bauernebl, aquele que será
o primeiro cervejeiro genuinamente brasilieiro, e o representante da 8ª
geração da saga cervejeira.
Dois anos depois, vem ao mundo mais um brasileiro a tornar-se
cervejeiro, Paulo Bauernebl, braço direito de Nikolaus na SERVUS Bier
Cervejaria, e corepresentante da 8ª geracao.
Em 1975, Nikolaus assume o posto Primeiro Mestre Cervejeiro e as
responsabilidades para chefiar a gerência da Área Industrial da Filial Agudos.
Finalmente chega a vez das mulheres cervejeiras na Família
Bauernebl. No ano de 1987 nasce Carina Bauernebl, bióloga, iniciante nos
conhecimentos cervejeiros, e representante da 9ª geração de cervejeiras e
cervejeiros da família.
Os anos de 1979 e 1980 foram decisivos para Nikolaus e o sucesso
da Filial, já que aumenta-se a produção em 130%, chegando-se a uma marca
de 2.300.000 hl/ano.
Cercando-se dos melhores funcionários de várias áreas, Nikolaus
cria um grupo de estudos chamado “GOL - Grupo de Oportunidades e
Lucratividade”, o qual, com a ajuda de estudos profundos,de companheiros,
como o então gerente geral Roberto Fogagnoli, e eliminando-se
sistematicamente os “gargalos” na produção, consegue, em 1990, a proeza de
produzir 3.000.000 hl/ano, uma marca record absoluta nas Américas do sul e
Central, sem verbas especiais.
Em 1994, a “Bauernebl & Filhos, Cervejaria e Maltaria Ltda.” é
desativada para sempre.
O ano de 1994 traz ao mundo um grande presente para a saga
cervejeira da família. Nasce Amanda Bauernebl, estudante de engenharia
química e estagiária cervejeira há um ano na SERVUS Bier Cervejaria e
representante da 9ª geração.
Nesse mesmo ano, após 43 anos de trabalho, dedicação e realização
pessoal, chega o momento de Nikolaus se aposentar, e ele passa a indagar-se
“...o que fazer com todos esses anos de conhecimentos adquiridos na área
cervejeira?”. Após três anos chega a resposta, quando é convidado a chefiar
uma microcervejaria em Bauru/SP, a cervejaria dos Monges.
“...As diferenças entre uma mega cervejaria industrial e uma
microcervejaria são imensas, muito embora as ferramentas sejam
praticamente as mesmas”, palavras de Nikolaus. Á frente da área industrial da
Cervejaria dos Monges, em Bauru/SP, Nikolaus adora a mudança, já que até
então só havia dirigido grandes cervejarias e complementa, “...sinceramente,
gostei da mudança, já que em uma microcervejaria posso criar e fabricar
receitas para chopes especiais bem ao gosto de nossos clientes bauruenses”.
Dois anos depois, em uma degustação de chopes internacional em São Paulo,
na FISPAL, a equipe da Cervejaria dos Monges ganha a Medalha de Ouro como
“Melhor Chope claro do Brasil”, entre as cervejarias artesanais participantes.
Foram quatro anos exitosos e de muito aprendizado na Cervejaria dos Monges,
“... que deixam muitas saudades e ótimas lembranças, de fato foi um prazer
trabalhar com Artur, e Ricardo Sampaio”, conforme enfatiza Nikolaus.
Após a experiência dos “Monges”, a vontade de dirigir a própria
microcervejaria, e continuar com a tradição cervejeira da família fala cada
vez mais alto no coração e na memória de Nikolaus, visto que, de 1945 a 2013
esse ciclo encontra-se interrompido. O “velho sonho”, 68 anos depois que
deixaram a querida Hungria, tem tudo para realizar-se, pensa Nikolaus.
Finalmente, em dezembro de 2006, poucos dias antes do Natal,
Nikolaus se reúne com a família e decidem, juntos, pela construção de uma
microcervejaria em Bauru.
Após vários anos de planejamento minucioso, a compra de terrenos
adequados, e um amor já pré-conhecido nosso pelos nossos futuros clientes e
funcionários, iniciam-se as obras em novembro de 2010. A SERVUS Bier
Cervejaria é inaugurada com uma grande festa em 1° de março de 2013. Uma
noite inesquecível para nós!
Como se percebe, nesses quase 300 anos de saga cervejeira, e dos
60 anos de profissão de Nikolaus Bauernebl, marcador de muitos gols no país
do futebol, queremos continuar a dividir com você a nossa paixão pela
cerveja. Agora, você tem a oportunidade de “beber direto da fonte” em
Bauru, na SERVUS Bier Cervejaria. SERVUS, em cada copo 300 anos de paixão!
Em 1° de marco de 2014, a SERVUS Bier Cervejaria festejou o seu
primeiro Jubileu com muito sucesso.
E como ficou a “Bauernebl és Fia Sözfözde és Malatagyar” (trad.
húngaro Bauernebl & Filhos, Cervejaria e Maltaria Ltda.) Cerveja ali já nao é
mais produzida desde 1992. Depois de fechada, permaneceram na Rua São
Floriano a residência da família, a capela de São Floriano, protetor dos
cervejeiros e da Família Bauernebl, uma das chaminés da cervejaria, o prédio
da antiga maltaria, e os trilhos de trem utilizados para descarregar matériaprima e carregar engradados de cerveja e barris de chopes.
Fotos
Residência da Família Bauernebl, construída
pelo grande empreendedor Konstantin
Bauernebl II , no estilo art noveau, hoje
Escritório de Advocacia
Capela de São Floriano
Construída pelo grande empreendedor
Konstantin Bauernebl II , no estilo art
noveau, projeto feito pelo italiano Luigi
Di Valentini, em seu interior é possível
encontrar uma estátua de São Floriano,
a capela tem como ano de construção
1923
Seu areal abriga hoje apartamentos e escritórios de alto padrão. O complexo
se chama “Bauernebl House”.
Maltaria antiga desativada em 1923,após a construção da moderna maltaria
A maltaria antiga reabilitada durante a construção dos modernos prédios a sua volta, foi
tombado como patrimônio histórico cultural da Eslováquia
A história da cervejaria em Kosice
A história das cervejarias de Košice remonta ao ano de 1854. Sua existência e
seu desenvolvimento estão especialmente associados com o nome da família
de cervejeiros “Bauernebl”.
O desenvolvimento da cervejaria ocorreu por volta dos séculos 19 e
20. De acordo com a data gravada na fachada frontal, o edifício
administrativo principal foi reformado em 1903. Os outros dois objetos foram
anexados ao edifício original, formando assim uma porção de três partes onde
funcionava a administração, a área coberta para o descanso dos funcionários
e, segundo fragmentos encontrados na ala norte do prédio, provavelmente
também um grande forno destinado à produção de vapor para a cervejaria. A
devastação completa do areal veio em 1992, após o fechamento da
cervejaria.
Finalmente, em 2002, após conseguir-se todas as licenças para
sanar a área, e os planos para demolir as três partes do edifício da
administração, a obra foi abruptamente interrompida pelo fato de que todas
as cordas de aço utilizadas para a demolição dos restos do edifício haviam
sido roubadas na noite anterior.
Apesar de não tratar-se de monumentos históricos, a construtora
responsável pelo projeto repensou e decidiu restaurar o edifício da antiga
maltaria
Graças a novas ferramentas de trabalho de restauração e
recuperação de objetos arquitetônicos, e as partes preservadas de elementos
do edifício administrativo, podemos, hoje, desfrutar de um pedaço de genuína
história cervejeira da Família Bauernebl.
Os fragmentos do edifício original, em conjunto com a exclusiva
arquitetura compacta moderna formam um complexo multifuncional
extraordinário e impossível de se repetir chamado “CASSOVAR – The
Bauernebl House”, pronto para incorporar a sua nova historia…
Texto complementar hotel slávia
The fourth stage begins in 1900 when the owners changed and the hotel
was taken over by Konštantín Bauernebl. He had the hotel demolished
and in 1902 completed construction of a manor house in the most
glamorous secessionist style ever built in Košice.. Its facade was decorated
with floral motives.The most fascinating are mosaics made of colourful
tiles presenting various fauna, e.g.a rabbit on the left, and a rooster on the
right. The rabbit symbolizes skills and cunningness.The rooster stands for
diligence, early morning waking up, and strength. A kneeling man ladling
out dark liquid is Baurnebel himself. He set up an ostentatious café on the
ground floor with two floors of flats above. The café was originally called
Savoy, later Royal. However, secession as the last architectonic style with
dominant decorations is not just floral ornaments and mosaic on facades,
but also similar motives inside. They reappeared after the reconstruction
in the 90’s of the last century.It happended after the socialism that did not
mind placing a textile shop in such a high – standard building. Shortly after
that a casino opened . Nowadays, this preserved building is again what it
used to be .After the completed reconstruction that regained it its original
function, it is one of the prestigious hotels of Košice offering luxury and
comfort to its guests. Art Deco building right oposite the theatre is a
famous Košice cafe. Slavia Cafe by vanver
1
http://www.trekearth.com/gallery/Europe/Slovakia/East/Kosicky/Kosice/
photo1168760.htm, em 01/11/2013.
The Slávia Hotel is a pearl of Košice’s jewels. This three-star hotel is
situated at 63 Main Street opposite Janko Borodáč’s Theatre. The
secessionist facade of the building is superior to the surrounding historical
buildings. Located in the historical heart of Košice, this impressively
preserved building which now houses a hotel and a café has a rich history
and is ranked among the first architectures with expressive Art Noveau
orientation from the first part of the 20th century.
Tradução
A quarta etapa se iniciou em 1900, quando os proprietários se mudaram e
o hotel ficou sobre o comando de Konštantín Bauernebl ll. O hotel estava até
então destruído, porém em 1902 após uma reforma, o hotel se tornou uma dos
mais glamurosas construções em art nouveau já construídas na cidade de
Košice. Sua fachada foi decorada com detalhes florais. O mais facinante são
os mosaicos de azulejos coloridos, representando a fauna, entre eles um
coelho na esqueda e um galo na direita. O coelho simboliza habilidade e
esperteza. O galo representa diligência, o despertar logo cedo, e a força.O
homem ajoelhado coletando o líquido do riacho era o próprio Konštantín. Ele
montou um belo café no primeiro andar do hotel,e dois andares de
apartamentos acima.O nome original do café era Savoy, depois Royal. No
entanto, a art nouveau não se baseia apenas em enfeites florais e mosáicos na
fachada, mas também em decorações similares em seu interior.Nos dias de
hoje o prédio esta preservado novamente como costumava ser. Após
sua completa reconstrução, o hotel retomou a sua função original, sendo um
dos mais prestigiados hotéis de Košice, oferecendo luxo e conforto aos seus
clientes.O edifício Art Deco em frente ao teatro é um famoso café Košice.
Slavia Cafe by vanver
O hotel slávia é uma pérola entre as joias de Košice. Este hotel três-estrelas
está situado na avenida 63, em frente ao teatro Janko Borodáč’s. A sua
fachada em art nouveau é uma das mais belas entre os prédios históricos da
região. Localizada no centro histórico, no coração de Košice, este
impressionante prédio preservado que agora abriga um hotel e um café tem
uma rica história e está classificada entre as primeiras arquiteturas com
expressiva utilização do estilo Art Noveau
a partir da primeira parte do século 20.

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