Caderno do Professor-Volume3

Transcrição

Caderno do Professor-Volume3
caderno do
ensino fundamental
a
5 - SÉRIE
volume 3 – 2009
EDUCAçÃO FÍSICA
PROFESSOR
Coordenação do Desenvolvimento dos
Conteúdos Programáticos e dos Cadernos dos
Professores
Ghisleine Trigo Silveira
AUTORES
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov,
Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira
Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu
Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo,
Regina Célia Bega dos Santos e Sérgio Adas
Governador
José Serra
Vice-Governador
Alberto Goldman
Secretário da Educação
Paulo Renato Souza
Secretário-Adjunto
Guilherme Bueno de Camargo
Chefe de Gabinete
Fernando Padula
Coordenadora de Estudos e Normas
Pedagógicas
Valéria de Souza
Coordenador de Ensino da Região
Metropolitana da Grande São Paulo
José Benedito de Oliveira
Coordenador de Ensino do Interior
Rubens Antonio Mandetta
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Fábio Bonini Simões de Lima
EXECUÇÃO
Coordenação Geral
Maria Inês Fini
Concepção
Guiomar Namo de Mello
Lino de Macedo
Luis Carlos de Menezes
Maria Inês Fini
Ruy Berger
GESTÃO
Fundação Carlos Alberto Vanzolini
Presidente do Conselho Curador:
Antonio Rafael Namur Muscat
Presidente da Diretoria Executiva:
Mauro Zilbovicius
Diretor de Gestão de Tecnologias
aplicadas à Educação:
Guilherme Ary Plonski
Coordenadoras Executivas de Projetos:
Beatriz Scavazza e Angela Sprenger
COORDENAÇÃO TÉCNICA
CENP – Coordenadoria de Estudos e Normas
Pedagógicas
História: Paulo Miceli, Diego López Silva,
Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e
Raquel dos Santos Funari
Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza
Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe,
Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina
Schrijnemaekers
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo
Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene
Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta
Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar
Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo
Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares
de Camargo
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina
Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,
Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida
Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria
Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo
Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro,
Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,
Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins,
Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino
e Sayonara Pereira
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza,
Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches
Neto, Mauro Betti e Sérgio Roberto Silveira
LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges,
Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini
Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli
Salles Fidalgo
Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,
José Luís Marques López Landeira e João Henrique
Nogueira Mateos
Matemática
Matemática: Nílson José Machado, Carlos
Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz
Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério
Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e
Walter Spinelli
Caderno do Gestor
Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika
de Felice Murrie
Equipe de Produção
Coordenação Executiva: Beatriz Scavazza
Assessores: Alex Barros, Beatriz Blay, Carla de Meira
Leite, Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias de
Oliveira, José Carlos Augusto, Luiza Christov, Maria
Eloisa Pires Tavares, Paulo Eduardo Mendes, Paulo
Roberto da Cunha, Pepita Prata, Renata Elsa Stark,
Solange Wagner Locatelli e Vanessa Dias Moretti
Equipe Editorial
Coordenação Executiva: Angela Sprenger
Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam
Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel,
Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho
Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira,
Maxwell Roger da Purificação Siqueira, Sonia
Salem e Yassuko Hosoume
Assessores: Denise Blanes e Luis Márcio Barbosa
Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes,
Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza,
Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de
Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi,
Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone
Mussa Esperidião
APOIO
Projeto Editorial: Zuleika de Felice Murrie
Edição e Produção Editorial: Conexão Editorial,
Buscato Informação Corporativa, Edições Jogo de
Amarelinha e Occy Design (projeto gráfico)
FDE – Fundação para o Desenvolvimento da
Educação
CTP, Impressão e Acabamento
Esdeva Indústria Gráfica
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos*
deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei nº 9.610/98.
* Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam
em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.
Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas
S239c
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
Caderno do professor: educação física, ensino fundamental - 5ª- série,
volume 3 / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe,
Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti. –
São Paulo : SEE, 2009.
ISBN 978-85-7849-322-6
1. Educação Física 2. Ensino Fundamental 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria
Inês. II. Daolio, Jocimar. III. Venâncio, Luciana. IV. Sanches Neto, Luiz. V. Betti,
Mauro. VI. Título.
CDU: 373.3:796
Caras professoras e caros professores,
Tenho a grata satisfação de entregar-lhes o volume 3 dos Cadernos do Professor.
Vocês constatarão que as excelentes críticas e sugestões recebidas dos profissionais da rede estão incorporadas ao novo texto do currículo. A partir dessas
mesmas sugestões, também organizamos e produzimos os Cadernos do Aluno.
Recebemos informações constantes acerca do grande esforço que tem caracte­
rizado as ações de professoras, professores e especialistas de nossa rede para
promover mais aprendizagem aos alunos.
A equipe da Secretaria segue muito motivada para apoiá-los, mobilizando
todos os recursos possíveis para garantir-lhes melhores condições de trabalho.
Contamos mais uma vez com a colaboração de vocês.
Paulo Renato Souza
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
Sumário
São Paulo faz escola – Uma Proposta Curricular para o Estado
Ficha do Caderno
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Orientação sobre os conteúdos do Caderno
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Tema 1 – Esporte – Modalidade individual: ginástica artística
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Situação de Aprendizagem 1 – Conhecimento declarativo sobre a ginástica
Situação de Aprendizagem 2 – O mundo em diferentes posições
Atividade Avaliadora
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Proposta de Situações de Recuperação
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Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão
do tema 20
Tema 2 – Organismo humano, movimento e saúde – Aparelho locomotor
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Situação de Aprendizagem 3 – (Re)conhecendo meu corpo em movimento
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Situação de Aprendizagem 4 – Identificação das estruturas na ginástica artística
Atividade Avaliadora
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Proposta de Situações de Recuperação
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Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão
do tema 30
Considerações finais
Quadro de conteúdos
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São paulo faz escola – uma proposta
curricular para o estado
Prezado(a) professor(a),
É com muita satisfação que lhe entregamos mais um volume dos Cadernos do Professor,
parte integrante da Proposta Curricular de 5ª- a 8ª- séries do Ensino Fundamental – Ciclo II e
do Ensino Médio do Estado de São Paulo. É sempre oportuno relembrar que esta é a nova
versão, que traz também a sua autoria, uma vez que inclui as sugestões e críticas recebidas
após a implantação da Proposta.
É também necessário relembrar que os Cadernos do Professor espelharam-se, de forma
objetiva, na Base Curricular, referência comum a todas as escolas da rede estadual, e deram
origem à produção dos Cadernos dos Alunos, justa reivindicação de professores, pais e famílias para que nossas crianças e jovens possuíssem registros acadêmicos pessoais mais organizados e para que o tempo de trabalho em sala de aula pudesse ser melhor aproveitado.
Já temos as primeiras notícias sobre o sucesso do uso dos dois Cadernos em sala de
aula. Este mérito é, sem dúvida, de todos os profissionais da nossa rede, especialmente seu,
professor!
O objetivo dos Cadernos sempre será o de apoiar os professores em suas práticas de
sala de aula. Podemos dizer que este objetivo está sendo alcançado, porque os professores
da rede pública do Estado de São Paulo fizeram dos Cadernos um instrumento pedagógico
com bons resultados.
Ao entregar a você estes novos volumes, reiteramos nossa confiança no seu trabalho e
contamos mais uma vez com seu entusiasmo e dedicação para que todas as crianças e jovens da nossa rede possam ter acesso a uma educação básica de qualidade cada vez maior.
Maria Inês Fini
Coordenadora Geral
Projeto São Paulo Faz Escola
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Ficha do caderno
Esporte; Organismo humano, movimento e saúde
Nome da disciplina:
Educação Física
Área:
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Etapa da educação básica:
Ensino Fundamental
Série:
Volume:
5ª3
Temas e conteúdos:Esporte
Organismo humano, movimento e saúde
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Orientação sobre os conteúdos do Caderno
Professor, este Caderno foi elaborado
para servir de apoio ao seu trabalho pedagógico cotidiano com a 5ª- série do Ensino Fundamental. Os temas deste 3º- bimestre são
enfocados com base na concepção teórica
da disciplina, já explicitada anteriormente,
fundamentada nos conceitos de Cultura de
Movimento e Se-Movimentar.
Assim, pretende-se que as Situações de
Aprendizagem aqui sugeridas para os temas
Esporte e Organismo humano, movimento
e saúde possibilitem que os alunos diversifiquem, sistematizem e aprofundem suas
experiências do Se-Movimentar no âmbito
das culturas lúdica e esportiva, assim como
proporcionar novas experiências de Se-Movimentar, permitindo aos alunos ressignificar
experiências já vivenciadas. Espera-se que o
enfoque adotado para o desenvolvimento dos
conteúdos deste bimestre seja compatível com
as intencionalidades do projeto político-pedagógico de cada escola.
As estratégias escolhidas – que incluem pesquisas sobre os temas, vivência de exercícios e
movimentos específicos, elaboração de­ pequenas descrições escritas, a projeção de vídeos,
elaboração de desenhos etc. – possibilitam
aos alunos a reflexão com base no confronto de suas próprias experiências de Se-Mo­vimentar com a sistematização e o aprofundamento dos conhecimentos no âmbito da
Cultura de Movimento.
Neste 3º- bimestre da 5ª- série serão desenvolvidos os temas Esporte – Modalidade
individual: ginástica artística e Organismo
humano, movimento e saúde. O primeiro
abordará a ginástica artística (GA) com base
em seu processo histórico e em seus principais
gestos e regras. A intenção é que os alunos
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consigam relacionar diferentes movimentos
do cotidiano com a GA, além de identificar e
nomear seus gestos e movimentos, associando-os aos exercícios e aparelhos obrigatórios
da modalidade.
Em relação ao tema Organismo humano,
movimento e saúde, a ênfase será dada na
compreensão inicial sobre o aparelho locomotor, necessária para a prática de várias
manifestações da Cultura de Movimento.
Espera-se também nesse tema que os alunos
possam identificar e nomear as estruturas
do aparelho locomotor com a GA, desenvolvida neste bimestre, e com o futsal,
desenvolvido no bimestre anterior.
Os procedimentos propostos para a avaliação caminham na direção de uma avaliação
integrada das condutas durante o processo
de ensino e aprendizagem, sem estabelecer
procedimentos isolados e formais. As Atividades Avaliadoras devem favorecer a geração, por parte dos alunos, de informações ou
indícios, qualitativos e quantitativos, verbais
e não verbais, que serão interpretados pelo
professor, nos termos das competências e
das habilidades que se pretende desenvolver
em cada tema/conteúdo. Privilegia-se a proposição de Situações de Aprendizagem que
favoreçam a aplicação dos conhecimentos
em situações do cotidiano e a elaboração de
textos-síntese relacionados aos temas abordados, bem como questionamentos dirigidos aos alunos ao longo das aulas, visando
checar a compreensão dos conteúdos e a
aquisição das competências e das habilidades propostas.
A quadra é o tradicional espaço da aula de
Educação Física, mas algumas Situações
de Aprendizagem aqui sugeridas poderão ser
Educação Física - 5a série - Volume 3
desenvolvidas no espaço da sala de aula, no
pátio externo, na biblioteca, na sala de informática ou de vídeo, bem como nos espaços
da comunidade local, desde que compatíveis
com as atividades.
As orientações e as sugestões a seguir
pretendem lhe oferecer subsídios para o desenvolvimento dos temas apresentados. Não
pretendem apresentar as Situações de Aprendizagem como as únicas a ser realizadas nem
restringir sua criatividade, como professor,
para outras atividades ou variações de abordagem dos mesmos temas.
Nesse mesmo sentido, o Caderno do Aluno é mais um instrumento para servir de apoio
ao seu trabalho e ao aprendizado dos alunos.
Elaborado com base no Caderno do Professor,
esse material adicional não tem a pretensão de
restringir ou limitar as possibilidades do seu
fazer pedagógico.
De acordo com o projeto político-pedagógico da escola e da sua condução do componente curricular, é possível que os temas nele
elencados, selecionados entre os propostos no
Caderno do Professor, não coincidam com as
atividades que vêm sendo desenvolvidas na
escola. Neste caso, a expectativa é subsidiar
a condução dessas atividades para que sejam
realizadas de maneira similar às propostas no
Caderno do Aluno.
Para otimizar seu tempo em quadra, o Caderno do Aluno apresenta as Situações de Aprendizagem de caráter teórico, também propostas no
Caderno do Professor, como sugestões de pesquisa e atividades de lição de casa. Além disso,
traz, em todos os volumes, dicas sobre nutrição
ou postura, a fim de contribuir para a construção da autonomia dos alunos, um dos princípios
da Proposta Curricular da disciplina.
Isto posto, professor, bom trabalho!
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Tema 1 – Esporte – modalidade individual:
Ginástica Artística
Na Grécia, a ginástica foi marcada por
contradições apontadas por Platão na busca
do homem harmonioso, de alma purificada
e corpo sadio. Na Idade Média, as festividades e os jogos marcavam os primeiros indícios
para o que mais tarde se tornaria os métodos
ginásticos clássicos. Hoje, a ginástica artística
(GA), modalidade esportiva individual cuja
essência percorreu a história da humanidade,
configura-se como um dos mais belos espetáculos do ponto de vista estético, e da superação de limites, marcada por gestos corporais
fortes – graciosamente alinhados e tensionados, suspensos, invertidos e equilibrados no
solo, apoiados ou não em aparelhos, sempre
testando os limites da gravidade.
No mundo contemporâneo, o corpo e a
arte de se exercitar livremente assumem as
mais diversas características, cujos símbolos e
códigos estão presentes no jogo, no esporte,
na dança, na luta, na capoeira e na ginástica.
Como modalidade esportiva individual, a
GA surgiu no século XIX, em um contexto
marcado por exercícios preparatórios para a
guerra. Seu idealizador foi o alemão Johann
Friedrich Ludwig Jahn, também conhecido
como “o pai da ginástica”.
A GA teve sua origem em uma espécie
de “grande playground” com diferentes apa-
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relhos localizados em uma floresta voltada
para a formação de ginastas com interesses
patrióticos. O cavalo para o treinamento foi
construído em madeira para que os ginastas
se tornassem hábeis na hora em que precisassem ficar em pé ou girar sobre a coluna do
verdadeiro cavalo enquanto este seguisse em
grande velocidade contra o inimigo.
© Bettmann/Corbis-Latinstock
A ginástica, como manifestação do ser
humano, vem ao longo da história se constituindo de diferentes maneiras. A preocupação
com o exercício físico acompanha o ser humano desde a pré-história, período no qual a
sobrevivência era a sua maior preocupação:
defender-se e atacar sempre que necessário.
Figura 1 - Salto sobre o cavalo.
Durante os Jogos Olímpicos de Atenas, de
1896, os movimentos que caracterizavam a ginástica – conhecida por ginástica olímpica –
consistiam, entre outras provas, em exercícios
nas barras paralelas (individual e por equipe),
na barra fixa (individual e por equipe), no cavalo com alças, em salto sobre o cavalo e em
subida em cordas verticais. As provas eram
exclusivamente masculinas.
Em 1900, quando os Jogos Olímpicos ocorreram em Paris, a competição combinou provas
realizadas nos jogos de Atenas com os exercícios de salto em altura, salto com vara, salto
em distância e o histórico cabo de guerra.
© IOC Olympic Museum/Allsport-Getty Images
Educação Física - 5a série - Volume 3
Figura 2 - Ginástica: demonstração de exercício em barras paralelas.
Em 1904, em Saint Louis (Estados Unidos
da América), foram incluídos os exercícios
de suspensão nas argolas. Já em Estocolmo
(Suécia), em 1912, os exercícios no solo caracterizavam-se por deixar as mãos livres e
marcar a criatividade nas apresentações.
rentes provas, aliadas à diversidade de estilos
e aparelhos, motivaram também a necessidade
de definição quanto às suas regras.
O ano de 1928, em Amsterdã (Holanda),
foi um marco para as mulheres, que até então disputavam oficialmente as competições
esportivas apenas em demonstrações. Os exercícios femininos em conjunto eram realizados
nas barras paralelas masculinas baixas.
Foi em 1952, em Helsinque (Finlândia),
que a GA iniciou seu período como esporte
(no conceito atual de fenômeno social), quando as regras para julgamento dos exercícios
foram uniformizadas e definidas por meio
de um código de pontuação. Foi nessa edição dos Jogos Olímpicos que, pela primeira
vez, as provas deixaram de ser realizadas em
local aberto.
Na cidade de Berlim (Alemanha), em 1936,
as competições masculinas nos seis aparelhos
(solo, cavalo, argolas, barras paralelas, salto e
barra fixa) e os exercícios femininos (paralelas assimétricas, solo e trave de equilíbrio) imprimiram a imagem da ginástica ao esporte:
técnica, força e habilidades complexas. Dife-
As quatro provas tradicionais femininas
(individual geral e por equipe) – salto, barras
paralelas assimétricas, trave de equilíbrio e
solo – foram incluídas nos Jogos Olímpicos de
Roma (Itália), em 1960. O programa feminino, a exemplo do masculino, não sofreu alterações significativas desde então.
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© Popperfoto/Getty Images
Figura 3 - Estocolmo, julho de 1912, 5a edição dos Jogos Olímpicos modernos.
Quadro – Informações básicas sobre a ginástica artística:
ff Posições básicas do corpo: estendida, grupada, carpada, afastada, afastada-carpada, em situações de equilíbrio, suspensão e apoio.
ff Competições: por equipe, individual geral e individual por aparelho.
ff Provas ou aparelhos de competição:
– Femininas: salto sobre a mesa, paralelas assimétricas, trave de equilíbrio e solo.
– Masculinas: solo, cavalo com alças, argolas, salto sobre a mesa, barras paralelas e
barra fixa.
© Bob Thomas/Getty Images
ff Os movimentos característicos da GA envolvem: giros sobre si mesmo, aberturas e fechamentos,
passar por apoios invertidos, saltos e aterrissagens, equilíbrios com diferentes apoios, deslocamentos com diferentes apoios (bipedia, quadrupedia), suspensões, balanceios e volteios.
Figura 4 - Exercício de equilíbrio na trave.
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© Norbert Foersterling/dpa/CorbisLatinstock
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©William Sallaz/Duomo/CorbisLatinstock
Paulo Manzi
© Mike Powell/Allsport Concepts-Getty Images
Educação Física - 5a série - Volume 3
Figuras 5, 6, 7 e 8 - Movimentos da GA e aparelhos: barras, salto sobre a mesa, giros e suspensões.
Figuras 9, 10, 11 e 12 - Movimentos: carpado, grupado, afastado e estendido.
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Situação de Aprendizagem 1
Conhecimento declarativo sobre a ginástica
O universo da ginástica, especificamente
da ginástica artística (GA), está presente em
diferentes situações do cotidiano dos alunos.
As brincadeiras e os jogos realizados na rua
ou na escola apresentam possibilidades de
identificar, perceber e reconhecer determinados gestos e movimentos que caracterizam a
ginástica artística.
Tempo previsto: 3 a 4 aulas.
Conteúdo e temas: a GA no cotidiano dos alunos: exploração de movimentos; os gestos e os movimentos da GA presentes nos jogos e nas brincadeiras de rua.
Competências e habilidades: identificar e relacionar diferentes movimentos do cotidiano com a GA.
Recursos: banco sueco, cordas, trave, colchonete ou colchões de ginástica, placas de EVA, bastões de
madeira, aparelho de som, giz branco e colorido, folha de papel kraft.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 1
ff A cambalhota pode ser feita só para a
frente?
Etapa 1 – Letra a... altura! Letra b...
beleza! Letra c... colchão! Letra d...
Daiane dos Santos!
ff Quais as diferentes maneiras de realizar
um salto?
Inicialmente, solicite aos alunos que escrevam em uma folha tudo o que conhecem
sobre a GA, como se fosse o jogo/brincadeira stop. O professor menciona uma letra e os
alunos escrevem algo sobre o referido assunto; depois de um tempo o professor fala stop
e todos param de escrever, aguardando a
próxima letra. Ao final, todos compartilham
com a turma o que escreveram, podendo, se
quiserem, pontuar seus acertos. Esse jogo
auxiliará os conceitos que serão vivenciados
nas próximas etapas.
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ff É possível realizar um salto sobre um objeto ou sobre uma pessoa? Como fazer isso?
ff Quem sabe ou conhece a brincadeira
“plantar bananeira”? E a “estrelinha”?
ff Como fazer para suspender (elevar/levantar) o próprio corpo? E o corpo do colega,
pode ser suspendido (elevado/levantado)?
ff É possível transportar (carregar) o colega nos braços? Como?
ff É possível equilibrar-se em uma perna só?
Na sequência, faça algumas perguntas
solicitando aos alunos que realizem movimentos ou gestos como forma de resposta.
Por exemplo:
ff É possível equilibrar-se e flexionar o
tronco sem cair?
ff É possível andar e correr usando
as mãos?
ff É possível deitar no chão, unir as duas
pernas e elevá-las? Como?
ff O que é ou como se realiza uma cambalhota?
ff E com as pernas afastadas? É mais fácil
elevá-las?
ff É possível equilibrar-se em uma perna
só e andar ou saltar?
Educação Física - 5a série - Volume 3
Para esta etapa, é necessário providenciar
imagens ou vídeos com alguns movimentos
realizados na etapa anterior ou solicitar aos
alunos que façam uma pesquisa de imagens
associando os movimentos e gestos realizados. Se a escola tiver laboratório de informática, a internet pode ser um meio de
visualizar esses gestos e movimentos. Dê
prioridade para os realizados no chão, para
caracterizar os exercícios de solo da GA.
Depois, peça aos alunos que realizem diferentes saltos, giros, corridas, rolamentos,
nos planos alto, médio e baixo. No decorrer
da criação desses movimentos, conceitue os
saltos grupados, carpados, estendidos e afastados, de modo a facilitar a sua compreensão pelos alunos em outras situações. Nesse
momento, será possível descobrir o nível de
conhecimento dos alunos para um futuro
agrupamento em pares avançados, mesclando os que conhecem ou sabem realizar determinados movimentos com aqueles que estão
ainda em processo de aprendizagem.
Para a realização dos rolamentos, solicite
aos alunos que os realizem da maneira como
sabem. Durante a vivência, lance ideias e dicas para orientar os movimentos, como: impulsionar o corpo para a frente, flexionar os
dois cotovelos, encostar o queixo no peito,
encostar a nuca no chão etc., fazendo com
que percebam e identifiquem como se realiza
um gesto técnico do rolamento para a frente.
Em outro momento da vivência do rolamento, apresente as finalizações do movimento, sugerindo a sua realização grupada,
carpada e afastada.
Etapa 3 – Eu e meus colegas... desafios
para saltar
Uma sugestão relacionada ao aparelho
solo e ao salto sobre a mesa é a brincadeira de “pular sela” ou, de acordo com algu-
mas obras do pintor Candido Portinari, o
“pular carniça”. A altura e a distância da
sela poderão ser definidas pelos alunos; é
interessante propor à turma uma sequência
de selas (formadas por trios, quartetos,
quintetos etc.).
© João Cândido Portinari/Acervo do Projeto Portinari
Etapa 2 – Reconhecendo os movimentos e
os gestos no cotidiano
Figura 13 - Candido Portinari, Meninos pulando carniça,
1939, pintura a óleo sobre a tela, 59,5 cm x 72,5 cm.
Outra brincadeira, bastante conhecida, que
poderá ser sugerida é o “duro-mole com pula
sela”, na qual quando alguém é pego deve ficar
parado com a coluna curvada (tronco flexionado) e abaixado até ser salvo, com um ou dois
saltos sobre a sela, por quem estiver livre.
O “pular sapo” é outra possibilidade. Ao
colocar os membros superiores no solo e impulsionar os membros inferiores para a frente,
procurando distâncias e direções variadas, os
alunos podem comparar o movimento com o
salto grupado.
Se sentir necessidade, apresente a eles a posição de cada salto: grupado (os dois joelhos
flexionados), afastado (pernas afastadas), e
carpado (joelhos estendidos e pernas unidas
com o quadril flexionado).
Etapa 4 – Eu e meus colegas... desafios de
equilíbrio!
A brincadeira, “jogo da amarelinha”, é
muito conhecida pelos alunos e apresenta
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Solicite aos alunos que desenhem a
amarelinha que conhecem, com giz branco
ou colorido, no chão da quadra. Se preferir, utilize arcos e/ou cordas para fazer
outro traçado desejado. Os saltos podem
ser feitos com ambas as pernas ou com
as pernas alternadas, ora à direita, ora
à esquerda. É importante que os alunos
procurem não perder o equilíbrio durante
a vivência.
vimentos básicos (corridas, saltos, giros,
rolamentos). Ao parar a música, a turma,
individualmente ou em grupos, realizará
uma situação de equilíbrio estático, com
variados apoios solicitados pelo professor.
Essa proposta permitirá um diálogo com
outras possibilidades da GA, como a presença da música e da dança.
© Carol Whaley Addassi–Getty Images
uma infinidade de combinações gestuais,
sendo muito motivadora quando acompanhada de desafios, como saltar duas
casas ou modificar o formato caracterizado como tradicional.
Proponha também o jogo “mãe da rua”,
que estimula atividades de equilíbrio, muito evidenciado em outros aparelhos da GA,
como a trave.
A trave é um aparelho que pode ser
adaptado na escola com um banco sueco invertido ou até mesmo com cordas ou tiras
de papel, papelão ou tecidos, com largura
aproximada da trave. Outra possibilidade
é providenciar suportes e apoiar toras de
madeira em locais como o playground – se a
escola possuir um – a fim de simular o andar
sobre uma trave.
Partindo de músicas com diferentes
ritmos, os alunos poderão realizar mo-
Figura 14 - Amarelinha: equilíbrio e salto.
Situação de Aprendizagem 2
O mundo em diferentes posições
As posições invertidas e as suspensões
também compõem o universo cotidiano dos
alunos. Alguns jogos e brincadeiras apresentam possibilidades de perceber, identificar e
nomear determinados gestos e movimentos
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característicos da GA. É importante que os
alunos relacionem as vivências com os gestos e os movimentos dessa modalidade esportiva e colaborem entre si no processo de
realização deles.
Educação Física - 5a série - Volume 3
Tempo previsto: 3 a 4 aulas.
Conteúdo e temas: os exercícios de solo e suspensão na GA; associação dos movimentos com regras
da GA.
Competências e habilidades: identificar e nomear os gestos e os movimentos da GA associando-os aos
exercícios e aparelhos obrigatórios; reconhecer a importância de condutas colaborativas na execução
dos movimentos da GA.
Recursos: colchões ou colchonetes, bastões de madeira, playground.
Etapa 1 – Percebendo o mundo de cabeça
para baixo... com dois apoios!
Na primeira Situação de Aprendizagem foram
identificados os alunos que conseguem realizar
movimentos em posições invertidas. Sugira que
retomem o movimento da “estrelinha”. Organizeos em grupos e preocupe-se em garantir que em
cada grupo tenha pelo menos um aluno que
saiba fazer o movimento. Lembre esse aluno
que ele deve auxiliar os outros integrantes do
grupo. Considere os momentos de diálogo com
os alunos, valorizando o que eles conhecem,
sabem e percebem sobre o conteúdo.
Etapa 2 – O mundo de cabeça para
baixo... com três apoios... com dois apoios!
Solicite aos alunos que se organizem em
duplas. Cada dupla utilizará um giz para riscar
um triângulo no chão ou no colchão. Um dos
alunos colocará a cabeça (apoio sobre a testa)
em uma das pontas do triângulo e as mãos nas
outras pontas, levando o corpo à frente até o
seu peso ficar distribuído sobre os três apoios.
Ele deve elevar uma perna por vez, procurando alcançar a posição invertida, com pernas
estendidas e unidas. O outro aluno apoiará/
auxiliará o movimento ficando na frente do
colega, apoiando lateralmente sua perna (no
momento em que este assume a posição invertida), segurando-o pelas pernas para que ele
não caia (parada com três apoios – parada de
cabeça). Como sugestão de experimentação,
proponha a realização da parada de cabeça
próxima a uma parede.
É importante que as outras etapas tenham
propiciado aos alunos situações nas quais possam confiar no colega para realizar diferentes
movimentos, motivo pelo qual as condutas
colaborativas devem ser enfatizadas.
Para a exploração do movimento da parada
de mãos, pode-se solicitar inicialmente aos alunos que realizem o movimento da “estrela”. Na
sequência, eles poderão executar o movimento,
utilizando somente os dois apoios (mão-mão),
realizando um movimento com as pernas chamado “tesourinha”, ou seja, impulsiona-se
uma perna no ar, trocam-se as pernas no ar, retornando-as para o solo, sucessivamente. Esta
vivência não tem como propósito chegar à parada de mãos propriamente dita (dois apoios).
Posteriormente, remeta à brincadeira de
“plantar bananeira” e proponha aos alunos a
realização do movimento, ficando com os dois
apoios (mãos) sobre um colchão ou colchonete, elevando e apoiando as pernas na parede.
© João Cândido Portinari/Acervo do Projeto Portinari
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 2
Figura 15 - Candido Portinari, Meninos brincando,
1955, pintura a óleo sobre a tela, 60 cm x 72,5 cm.
17
Etapa 3 – Carregando meus colegas... ou
melhor, suspendendo meus amigos!
Após o aparelho solo, já é possível trazer
alguns elementos que serão identificados em
outros aparelhos. Para iniciar, há a possibilidade de utilizar cabos de vassoura ou bastões de madeira (certifique-se das condições e
da quantidade necessária dos materiais), para
que os alunos analisem e percebam o que é
estar em apoio e em suspensão. Os apoios
e as suspensões são movimentos característicos das barras e nas argolas.
A situação de carregar o outro em cadeirinha faz com que quem carrega perceba e
classifique os diferentes pesos, buscando certa compensação conforme a autopercepção
corporal. Em seguida, agrupe os alunos em
trios ou em quartetos e, com os bastões de
madeira ou cabos de vassoura, proponha situações
de apoio (movimentos com predominância nos
membros inferiores) e de suspensão (movimentos
com predominância nos membros superiores). Por
exemplo: dois alunos seguram nas extremidades
dos bastões e um terceiro ficará em suspensão, rea­
lizando balanceios. Outra maneira é ir alternando
as empunhaduras. Os alunos que já se sentirem
confiantes poderão tentar ficar em pé nos bastões.
Nesse momento, faça relação com as barras assimétricas, simétricas ou paralelas e a fixa.
Caso as traves do gol estejam em perfeitas
condições e sem ganchos, bem fixadas ao chão,
utilize-as para que os alunos experimentem os
movimentos. Lembre-se de preservar a segurança dos alunos. Organize-os em quartetos. É
importante colocar colchões embaixo da trave
e uma cadeira nas suas laterais como auxílio
18
para que os alunos possam subir e descer. No
início da atividade, um colega acompanha e
observa lateralmente como o companheiro se
desloca ou se movimenta. Este deve se deslocar
em suspensão de frente, ou seja, pendurado,
o que faz com que a força seja predominante
nos membros superiores. Outras maneiras de se
deslocar na trave são de costas e lateralmente
ou em posição estendida, trocando a empunhadura (segurar com as mãos, ora com a direita,
ora com a esquerda).
Outra sugestão que pode ser explorada para
simular os movimentos realizados nas barras é
utilizar um playground (relacionar com o histórico da GA), se a escola possuir algum.
© George Marks/Retrofile-Getty Images
Com o enfoque ainda no aparelho solo,
motive a turma a se reunir em grupos de cinco
ou seis alunos para que organizem uma combinação dos movimentos vivenciados, organizando uma sequência de exercícios de solo,
como as que existem nas competições de GA.
Figura 16 - Posição invertida e suspensão.
Por exemplo, o trepa-trepa poderá servir
de barras, conforme algumas das sequências:
ff Deslocar-se na posição grupada, ou
seja, com os membros inferiores flexionados em direção ao tronco.
ff Balanço nas barras, segurando em ambas:
na posição estendida, com a predominância dos membros inferiores; evidenciando
o movimento articular de retroversão e
anteversão, semelhante a um pêndulo.
Educação Física - 5a série - Volume 3
ff Andar em pé sobre as barras.
ff Andar engatinhando sobre as barras.
ff Pendurar-se nas barras e ir se deslocando, trocando a empunhadura.
ff Esquadro: sentado, membros inferiores na posição afastada, segurando
nas barras e realizando um movimento de apoio, ou seja, mantendo todo
o peso do corpo nos membros superiores enquanto os membros inferiores permanecem em isometria.
ff Carpado: em apoio na posição carpada (pernas unidas estendidas com
flexão de quadril), ou seja, membros inferiores à frente na altura da
barra paralelamente. Num primeiro
momento parado e, posteriormente,
em movimento. Todos os movimentos descritos neste parágrafo devem
acontecer com os cotovelos estendidos, por segurança.
Etapa 4 – Reconhecendo os gestos e os
movimentos característicos da GA
Organize os alunos em grupos mistos de
cinco ou seis componentes e escolha ou sorteie dois movimentos característicos da GA
para que eles realizem.
Peça a todos que apreciem a execução e
apontem se os gestos e os movimentos executados correspondem aos nomes aprendidos nas etapas anteriores.
Atividade avaliadora
Os alunos poderão preencher fichas, escrever ou desenhar os movimentos aprendidos. Imagens ou trechos de vídeos com
movimentos característicos da GA poderão
ser utilizados. Solicite aos alunos que identifiquem os movimentos e os associem com
jogos e brincadeiras do cotidiano. A intenção desta Atividade Avaliadora é proporcio-
nar ao professor elementos que permitam
analisar se os alunos conseguem identificar
alguns elementos da ginástica artística vivenciados nas etapas realizadas. Além de identificar e nomear os movimentos, espera-se
que os alunos sejam capazes de realizar
alguns desses movimentos, ainda que não se
exija perfeição.
Proposta de situações de recuperação
Durante o percurso pelas várias etapas da
Situação de Aprendizagem, alguns alunos poderão não apreender os conteúdos da forma
esperada. É necessário, então, elaborar outras Situações de Aprendizagem em que os
elementos que compõem a GA possam ser
problematizados e percebidos. Essas situações
devem ser diferentes, de preferência, daquelas
que geraram dificuldade para os alunos. Tais
estratégias podem ser desenvolvidas durante
as aulas ou em outros momentos e envolver
todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Por exemplo:
ff Roteiro de estudos com perguntas norteadoras referentes à GA. O caderno do
aluno contém perguntas desse tipo.
ff Apreciação de gestos realizados pelos
colegas durante as diferentes etapas das
Situações de Aprendizagem e posterior
execução.
ff Pesquisas em sites ou em outras fontes
(como revistas ou jornais) para posterior apresentação sobre temas como
histórico, aparelhos (dimensões) e espaços oficiais da GA.
19
Recursos para ampliar a perspectiva do professor
e do aluno para a compreensão do tema
Livros
BROCHADO,
Fernando
Augusto;
BROCHADO, Mônica Maria Viviani. Fundamentos de ginástica artística e de trampolins.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
Os autores apresentam histórico, aparelhos, descrição de gestos e movimentos característicos da ginástica artística.
SANTOS, José Carlos Eustáquio dos;
ALBUQUERQUE FILHO, José Arruda de.
Manual de ginástica olímpica: ginástica artística. Rio de Janeiro: Sprint, 1986.
Esse artigo apresenta o histórico da ginástica no contexto do século XIX.
Sites
Confederação Brasileira de Ginástica. Disponível em: <http://www.cbginastica.com.br>.
Acesso em: 24 fev. 2009
Traz as posturas, os movimentos e os aparelhos da ginástica artística, além de sugestões
de exercícios e sequências acrobáticas.
Informações sobre o calendário esportivo
da ginástica rítmica e demais modalidades
gímnicas.
Artigos
Federação Internacional de Ginástica.
Disponível em: <http://www.fig-gymnastics.
com>. Acesso em: 24 fev. 2009.
SCHIAVON, Laurita Marconi; NISTA-­
PI­CCOLO, Vilma Leni. Aspectos pedagógicos
no ensino da ginástica artística e da ginástica
rítmica no cenário escolar. In: PAES, Roberto
Rodrigues; BALBINO, Hermes Ferreira.
Pedagogia do esporte: contextos e perspectivas.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
Esse capítulo apresenta informações sobre
a ginástica artística, sugerindo adaptações de
materiais e de espaços para a sua prática.
VIGARELLO, Georges. A invenção da ginástica no século XIX: movimentos novos,
20
corpos novos. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, set. 2003. v. 25,
n. 1, p. 9-20. Disponível em: <http://www.
rbceonline.org.br/revista/index.php/RBCE/
article/view/170>. Acesso em: 1o abr. 2009.
Informações sobre o calendário esportivo da ginástica e das diferentes modalidades
gímnicas mundiais.
Ginástica.com. Filiado à Federação Paulista
de Ginástica. Disponível em: <http://www.
ginasticas.com/interacao/int_downloads_
codigos.html>. Acesso em: 24 fev. 2009.
Informações sobre competições de ginástica, características de suas diferentes modalidades, código de pontuação etc.
Educação Física - 5a série - Volume 3
Tema 2 – Organismo humano, movimento e
saúde – aparelho locomotor
O aparelho locomotor é composto pelos
sistemas muscular e esquelético. Nele, estão
presentes cerca de 656 músculos e 206 ossos,
que atuam em conjunto para que as pessoas
possam se mover. Os movimentos são comandados por uma complexa estrutura composta
do cérebro, da medula espinhal e dos neurônios. Observe, no quadro a seguir, algumas
informações sobre o sistema muscular e o
esquelético.
© Patrik Giardino/Corbis-Latinstock
Ao observar uma turma de 5ª- série do Ensino Fundamental, é comum verificar uma diversidade na estatura das crianças, pois algumas já
iniciaram o processo de estirão de crescimento
(entre 9 e 10 anos nas meninas e de 10 a 12 anos
nos meninos), que prossegue em velocidades
variadas. Nessa fase de início da adolescência,
o aparelho locomotor se modifica significativamente, apresentando alterações no tamanho, na
proporção e na composição corporal.
Figura 17 - Diferenças físicas.
21
Temporal
Trapézio
Infraespinhal
Orbicular
dos olhos
Deltoide
Grande dorsal
Serrátil
anterior
Flexores
das mãos
Grácil
Flexor do
antebraço
Adutor
longo
Grácil
Bíceps femoral
Gastrocnêmio
Frontal
Tríceps
Deltoide
Glúteo
Temporal
Esternocleidomastóideo
Grande adutor
Sóleo
Esternocleidomastóideo
Trapézio
Peitoral maior
Bíceps
Reto do
abdome
Oblíquo
extremo
Tensor da
fáscia lata
© Nucleus Medical Art, Inc./Alamy-Otherimages
Sistema muscular
Reto femoral
Vasto lateral
Sartório
Gastrocnêmio
Tibial anterior
Figuras 18 e 19
Frontal
Mandíbula
Costelas
Ulna
Parietal
Temporal
Nasal
Clavícula
Esterno
Úmero
Ílio
Rádio
Carpo
Metacarpo
Sacro
Occiptal
Áxis
Vértebras
Costela
Ulna
Rádio
Temporal
Atlas
Clavícula
Escápula
Úmero
Ílio
Ísquio
Falanges
Patela
Fêmur
Tíbia
Fíbula
Tarso
Metatarso
Figuras 20 e 21
22
Ísquio
Fêmur
Cóccix
© Roger Harris/SPL-Latinstock
Sistema esquelético
Educação Física - 5a série - Volume 3
Com as alterações hormonais, ocorre um
aumento de massa muscular nos meninos e de
gordura nas meninas, o que pode repercutir
na percepção do próprio corpo pelos alunos e
no desenvolvimento diferencial da capacidade
de força.
mais baixos. Mas, na Educação Física escolar,
o professor pode ressaltar que as técnicas requisitadas por diferentes modalidades podem
ser aperfeiçoadas por todos os alunos, independentemente das características individuais.
O conhecimento das modificações do próprio corpo contribuirá para que os alunos reconheçam suas potencialidades e os ajudará a
adaptar-se e compreender as demandas provenientes do ambiente. Além disso, o conhecimento das estruturas do aparelho locomotor
será um recurso que o professor terá para que
os alunos executem os movimentos propostos
com mais consciência e precisão.
Nessa fase, o melhor desempenho nos testes
motores está atrelado à maturação física, sendo
difícil, portanto, separar as consequências desta dos efeitos do treinamento, pois crianças precoces são mais altas, pesadas e fortes. Embora
a prática sistemática de atividade física ocasione adaptações no peso corporal, aumentando
a massa muscular e reduzindo a gordura, não
há relação com a estatura (apesar de melhorar
a mineralização e a densidade óssea).
© Patrik Giardino/Corbis-Latinstock
A estatura e a constituição física interferem no desempenho esportivo, como pode ser
evidenciado nas características dos atletas de
basquetebol, que são mais altos, e dos ginastas,
© Patrik Giardino/Corbis-Latinstock
A seguir, serão sugeridas Situações de Aprendizagem que associam os conhecimentos sobre
o aparelho locomotor aos conteúdos apresentados nos bimestres anteriores, relacionados às
capacidades físicas e ao esporte (futsal), a fim de
torná-los mais significativos para os alunos.
Figuras 22 a e 22 b - A estatura e a composição corporal interferem no desempenho.
Possibilidades interdisciplinares
Professor, o tema aparelho locomotor poderá ser desenvolvido de modo integrado com a disciplina de
Ciências, pois envolve conteúdos relacionados às estruturas corporais. Converse com os professores responsáveis por essa disciplina em sua escola. Com essa iniciativa, os alunos compreenderão mais facilmente os
conteúdos de forma mais global e integrada.
23
Situação de Aprendizagem 3
(Re)conhecendo meu corpo em movimento
Inicialmente, verifique quais as estruturas do corpo os alunos associam às técnicas
mais comuns do futsal. A seguir, mostre a
eles os ossos, os músculos e as articulações
envolvidos nos movimentos mais frequentes
que apontaram e os oriente a, em grupos,
estimular a flexibilidade articular e a força
muscular das principais estruturas envolvidas na habilidade. Finalmente, proponha
um jogo de chute a gol e ressalte as diferenças individuais, que interferem na performance, e sugira adaptações na formação dos
grupos de acordo com as variadas estaturas
dos alunos.
Tempo previsto: 3 a 4 aulas.
Conteúdo e temas: aparelho locomotor envolvido nas habilidades do futsal; exercícios que ativam as
estruturas do corpo (flexibilidade articular e força muscular); maturação das estruturas do aparelho
locomotor (estatura).
Competências e habilidades: identificar as próprias estruturas corporais nas habilidades do futsal; associar exercícios de flexibilidade e força às articulações e aos músculos; associar as diferenças do aparelho
locomotor à performance em habilidades esportivas.
Recursos: folha de papel kraft, giz, cabos de vassoura, mangueira, fios de lã, canos de PVC, fita crepe
adesiva ou semelhante, imagens e fotos das estruturas corporais, filmes sobre o sistema locomotor.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 3
Etapa 1 – O que conheço do meu corpo?
Esta etapa inclui uma avaliação diagnóstica
em que os alunos identificam em uma figura do
corpo humano – os ossos, os músculos e as articulações que conhecem. Oriente-os a escolher
uma situação específica do futsal (chute, passe,
cabeceio, defesa do goleiro etc.) para que seja por
eles representada numa folha de papel kraft ou
então desenhada, contornando o próprio corpo,
com giz, no solo da quadra. A utilização do papel
kraft facilitará o registro e a análise posterior.
A seguir, os alunos identificarão os principais ossos, músculos e articulações envolvidos
no movimento, desenhando-os ou assinalando-os na figura após a experimentação/vivência do movimento.
24
Quando todos os alunos realizarem a tarefa proposta, registre (anote ou fotografe) os
movimentos e as estruturas identificadas por
eles para posterior análise. Solicite que observem a figura de um colega que se destaque
por conter estruturas do corpo que serão trabalhadas na próxima etapa (ossos, músculos,
articulações), para que pesquisem a nomenclatura correspondente.
Etapa 2 – Exercitando meu aparelho
locomotor
Selecione os gestos e os movimentos desenhados com maior frequência pelos alunos
na etapa anterior para que sejam analisados
quanto às estruturas do corpo envolvidas. É
interessante providenciar ou selecionar antecipadamente material de apoio com imagens (fotos, figuras, filmes) dos sistemas que
compõem o aparelho locomotor (esquelético,
Educação Física - 5a série - Volume 3
muscular, nervoso) para explicar as funções e
associá-las aos movimentos. O conteúdo desse
material de apoio sobre o aparelho locomotor
poderá ser trabalhado conjuntamente com as
disciplinas de Ciências e Arte.
É interessante usar a criatividade para elaborar materiais alternativos (podem ser feitos
em conjunto pelos alunos em classe ou individualmente, por eles, em casa), como, quebracabeças confeccionados com papel-cartão dos
ossos, representações das articulações ou do
mecanismo muscular com materiais recicláveis (cabo de vassoura, mangueira, fios de lã,
tampinhas de garrafa).
A seguir, solicite aos alunos que se dividam
em grupos (de cinco a seis integrantes) para
criar exercícios que estimulem a flexibilidade
das articulações e a força muscular de um dos
Articulações
ff Vocês sabem o que é flexibilidade?
ff Quais movimentos ou gestos requerem
flexibilidade nas articulações?
ff Como identificar se um colega é forte?
Depois, sugira que cada grupo ensine/
demonstre os exercícios aos demais colegas
de classe.
Construa uma tabela, como a que se segue,
com as análises e os exercícios elaborados pelos
alunos para posterior exposição em sala de aula.
Flexibilidade
Músculos
Força
© Pasieka/SPL-Latinstock
Movimentos
movimentos analisados. Espalhe pelo chão da
quadra, ou fixe na parede da sala, imagens de
pessoas em situações cujas capacidades de flexibilidade e força possam ser percebidas. Podem ser feitas as seguintes perguntas:
© Carol and Mike Werner/Alamy-Otherimages
Figura 23 - Movimento
de locomoção.
Figura 24 - Movimento
de saltar.
25
© John Terence Turner/Alamy-Otherimages
© Lynne Siler Photography/Alamy-Otherimages
© Jim Cummins/Corbis-Latinstock
Movimentos
Articulações
Flexibilidade
Força
Figura 25 - Movimento
de cabeceio.
Figura 26 - Movimento
do chute.
Figura 27 - Movimento
do goleiro.
Etapa 3 – Somos todos iguais? Ou duas
alturas, duas medidas...?
Providencie ou adapte quatro traves. Um diferencial do jogo será as dimensões das traves,
que poderão ser assim variadas: 1,5 m x 1,5 m;
2 m x 2 m; 2,5 m x 2,5 m; 3 m x 3 m. Outra possibilidade é delimitar os gols desenhando-os com
giz nas paredes da quadra (ou em outro espaço
da escola) ou contornando-os com fita crepe no
alambrado/cerca. Há também a possibilidade de
adaptar as traves com canos de PVC.
Defina um ponto a cerca de três metros de
distância do gol para posicionar a bola. Cada
26
Músculos
dois grupos jogarão em um dos gols defendendo e atacando. Estabeleça um rodízio
para que todos os grupos possam atacar e
defender em todas as traves.
Proponha um jogo de chute ao gol a ser
realizado entre oito grupos (com quatro ou
cinco integrantes cada um). Sorteie um grupo
para a defesa e outro para o ataque em cada
um dos quatro gols e determine um tempo
para que todos os integrantes possam vivenciar as duas situações pelo menos uma vez
com a mesma equipe adversária (no mesmo
gol o time A ataca e o B defende, a seguir B
ataca e A defende). É importante que todos
Educação Física - 5a série - Volume 3
os grupos joguem entre si, defendendo e atacando em todas as traves, para que tenham
condições de perceber os fatores que interferem no desempenho.
Os grupos que estiverem nos gols menores
provavelmente defenderão mais em relação
aos maiores. Discuta com os alunos as diferentes condições dos jogos. Procure questionar
quais as diferenças individuais que interferem
no desempenho do goleiro. Um dos fatores que
interferirão no desempenho é a estatura, pois
isso propiciará um menor ou maior alcance
da bola. Outros fatores que também interferem na performance poderão ser questionados
pelos alunos, como agilidade, velocidade etc.
É importante ressaltar que a intenção, neste
caso, é perceber o quanto a estatura interfere
no desempenho.
A seguir, proponha aos alunos que reformulem os grupos com base no critério da estatura para que a disputa entre os times seja
mais equilibrada.
O saldo de gols poderá ser registrado pelos
próprios alunos para posterior análise.
Perguntas que podem auxiliar na discussão:
ff A dimensão da trave, a estatura do goleiro e a técnica do atacante interferiram
no desempenho? Explique.
ff As equipes que defenderam nas traves com menores dimensões tiveram o
mesmo desempenho das equipes que
defenderam nas traves com dimensões
maiores? Qual o motivo?
Situação de Aprendizagem 4
Identificação das estruturas na ginástica artística
Durante o aprendizado dos movimentos
da ginástica artística, os alunos identificaram
as articulações envolvidas nos movimentos da
modalidade, descrevendo-os com o auxílio do
professor. A seguir, eles analisarão a execução
dos movimentos nos colegas da própria turma.
Tempo previsto: 3 a 4 aulas.
Conteúdo e temas: articulações utilizadas na ginástica artística; nomenclatura dos movimentos das
articulações usadas na GA; habilidades motoras da GA.
Competências e habilidades: descrever os movimentos na ginástica artística (flexão de quadril, rotação de ombro, extensão da coluna); perceber articulações e musculatura envolvidas em sequên­
cias de movimentos da GA em si e no outro.
Recursos: bancos suecos, cordas, colchonetes ou colchão de ginástica.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 4
Etapa 1 – Explicando as habilidades da
ginástica artística
Durante as aulas do tema ginástica artística, peça aos alunos que percebam as
articulações envolvidas nos movimentos
praticados para que, após a vivência dos
movimentos específicos da modalidade,
identifiquem as articulações envolvidas e as
descrevam (flexão, extensão, rotação, adução, abdução, elevação) com a ajuda do
professor. Sugere-se a utilização de material
de apoio com imagens dos movimentos praticados (fotos, desenhos, recortes de jornal),
como exemplificado na tabela a seguir.
27
Descrição do movimento
© Jerry Wachter/Photoresearchers-Latinstock
Movimentos da ginástica artística
© Gjon Mily/Time & Life Pictures-Latinstock
Figura 28 - Exercícios sobre a trave.
Figura 29 - Salto sobre a mesa.
Etapa 2 – Somos todos iguais?
Peça aos alunos que se organizem em
grupos (de cinco a seis integrantes) para que
executem e analisem os elementos que facilitam e dificultam a execução correta dos
movimentos da ginástica artística. Proponha
que cada grupo selecione um dos movimentos e perceba sua estrutura física e suas
capacidades físicas.
Pode-se questioná-los com as seguintes
perguntas:
28
ff Essas diferenças interferem na execução
do movimento?
ff A força e a flexibilidade são iguais entre
meninas e meninos?
ff Como essas capacidades físicas interferem na execução do movimento?
ff Quem vivencia movimentos similares
fora das aulas?
ff Há diferença entre a estrutura física de
meninos e meninas?
ff Quais são os movimentos realizados
no cotidiano em que se identificam
que a força e a flexibilidade são necessárias?
ff O que muda nas dimensões da estrutura
física de meninos e meninas?
Oriente cada grupo a construir um painel com tais informações, a ser exposto aos
Educação Física - 5a série - Volume 3
demais colegas, deixando-o afixado na escola.
Segue uma tabela com sugestões de imagens
Movimentos da
ginástica artística
e informações para auxiliar na elaboração do
painel, caso seja necessário.
Fatores que facilitam e
dificultam
Análise do movimento
Força na musculatura
abdominal e dorsal
Vela
Flexão de quadril
Força na musculatura
dos membros superiores
e abdominal
Esquadro
Avião
Flexibilidade do quadril
Abdução de membros inferiores
Ilustrações: Paulo Manzi
Flexão de cotovelos, tronco e pescoço
atividade avaliadora
Será interessante avaliar os alunos durante
o próprio processo de ensino e aprendiza­gem.
Os registros das Situações de Aprendiza­gem podem ser realizados com base na análise
do conteúdo e do envolvimento de cada grupo. Pode-se complementar tais informações
com a avaliação individual, como atividades
escritas, em que os alunos:
ff Associem os ossos, as articulações e os
músculos nos movimentos do futsal e/
ou da GA (assinalar estruturas em desenho, fotos ou figuras).
ff Elaborem exercícios de flexibilidade e
força que ativem/mobilizem as estruturas do corpo estudadas (articulações e
músculos).
ff Descrevam os movimentos da GA por
meio de imagens (fotos, figuras ou filmes/vídeos).
29
PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO
Durante o percurso pelas várias etapas da
Situação de Aprendizagem, alguns alunos
poderão não apreender os conteúdos e desenvolver as habilidades da forma esperada. É
necessário, então, propor outras Situações de
Aprendizagem que permitam a esses alunos
“revisitar” de outra maneira o processo. Essas
situações devem ser diferentes, de preferência,
daquela que gerou dificuldade para eles. Tais
estratégias podem ser desenvolvidas durante
as aulas ou em outros momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolver todos
os alunos ou apenas aqueles que apresentaram
dificuldades. Por exemplo:
ff Roteiro de estudos com perguntas norteadoras com referência às estruturas
do corpo que atuam em determinados
movimentos. O Caderno do Aluno contém perguntas desse tipo.
ff Atividade-síntese de determinado conteúdo, em que as várias atividades serão
refeitas numa única aula e posteriormente discutidas (por exemplo: circuito
que contemple diferentes exercícios ou
movimentos do futsal ou da GA para
que os alunos os associem às estruturas
do corpo).
Recursos para ampliar a perspectiva do professor
e do aluno para a compreensão do tema
Livros
CALAIS-GERMAIN, Blandine. Anatomia para
o movimento. São Paulo: Manole, 1991. v. 1.
Apresenta a estrutura e os movimentos das
articulações do corpo (tronco, ombro, cotovelo,
punho, mão, quadril, joelho, tornozelo e pé).
GUEDES, Dartagnan Pinto; GUEDES,
Joana Elisabete Ribeiro Pinto. Crescimento,
composição corporal e desempenho motor
de crianças e adolescentes. São Paulo: CLR
Balieiro, 1997.
Expõe dados de estudos com crianças e
adolescentes em diferentes testes motores e
antropométricos.
30
MALINA, Robert M.; BOUCHARD, Claude.
Atividade física do atleta jovem: do crescimento à maturação. São Paulo: Roca, 2002.
Trata do processo de crescimento, maturação e desempenho durante a infância e a juventude.
SANTOS,
José
Carlos
Eustáquio;
­ALBUQUERQUE FILHO, José Arruda de.
Manual de ginástica olímpica: ginástica artística. Rio de Janeiro: Sprint, 1986.
Apresenta as posturas, os movimentos e os
aparelhos da ginástica artística, além de sugestões de exercícios e sequências acrobáticas.
Educação Física - 5a série - Volume 3
Considerações finais
Professor, este Caderno tem a intenção de
subsidiar o seu trabalho no dia a dia das aulas
de Educação Física sem retirar, no entanto, sua
autonomia no que se refere ao trato dos conteúdos e dos temas selecionados para os alunos da
5ª série do Ensino Fundamental. As Situações
de Aprendizagem aqui propostas permitem as
mais diferentes adaptações em virtude das características específicas de cada escola, assim
como uma análise crítica de sua parte, no sentido de aperfeiçoar a Proposta Curricular da
disciplina de Educação Física.
Esperamos ter contribuído para o seu fazer
cotidiano na perspectiva de pensar e ampliar o
significado do Se-Movimentar dos alunos no âmbito da Cultura de Movimento. É preciso também
lembrar que os temas e os conteúdos propostos
para o Ensino Fundamental constroem uma continuidade ao longo das diversas séries e bimestres.
Portanto, as Situações de Aprendizagem, assim
como as habilidades e as competências nelas
trabalhadas, não devem ser tomadas de modo
isolado, mas em relação ao que foi desenvolvido
anteriormente e ao que se seguirá.
31
4o- bimestre
3o- bimestre
2o- bimestre
1o- bimestre
QUADRO DE CONTEÚDOS – ENSINO FUNDAMENTAL
32
5a- série
6a- série
7a- série
8a- série
Jogo e esporte: competição
e cooperação
Jogos populares
Jogos cooperativos
Jogos pré-desportivos
Esporte coletivo: princípios gerais
– ataque
– defesa
– circulação da bola
Organismo humano, movi­
mento e saúde
Capacidades físicas: noções
gerais
– Agilidade, velocidade e
flexibilidade
– Alongamento e aquecimento
Esporte
Modalidade individual: atletismo
(corridas e saltos)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Atividade rítmica
Manifestações e representações
da cultura rítmica nacional
– Danças folclóricas/regionais
– Processo histórico
– A questão do gênero
Organismo humano, movi­mento
e saúde
Capacidades físicas: aplicações
no atletismo e atividade rítmica
Esporte
Modalidade individual: atletismo
(corridas e arremessos/lançamentos)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Luta
Modalidade: judô, caratê, tae kwon
do, boxe etc.
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Organismo humano, movi­mento
e saúde
Capacidades físicas: aplicações no
atletismo e na luta
Luta
Modalidade: capoeira
– Capoeira como luta, jogo e
esporte
– Princípios técnicos e táticos
– Processo histórico
Atividade rítmica
Manifestações rítmicas ligadas
à cultura jovem: hip-hop, street
dance, entre outras
– Diferentes estilos como
expressão sociocultural
– Principais passos e
movimentos
Esporte
Modalidade coletiva: futsal ou
handebol
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Organismo humano, movi­
mento e saúde
Capacidades físicas: noções
gerais
– Resistência e força
– Postura
Esporte
Modalidade coletiva: basquetebol ou voleibol
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Organismo humano, movi­mento
e saúde
Capacidades físicas: aplicações
em esportes coletivos
Esporte
Modalidade coletiva: a escolher
– Técnicas e táticas como fatores de
aumento da complexidade do jogo
– Noções de arbitragem
Ginástica
Práticas contemporâneas: ginástica
aeróbica, ginástica localizada, entre
outras
– Princípios orientadores
– Técnicas e exercícios
Esporte
Modalidade coletiva: a escolher
– Técnicas e táticas como fatores de aumento da complexidade do jogo
– Noções de arbitragem
– Processo histórico
O esporte na comunidade escolar e em seu entorno: espaços,
tempos e interesses
Espetacularização do esporte e
o esporte profissional
– O esporte na mídia
– Os grandes eventos esportivos
Atividade rítmica
Manifestações rítmicas ligadas
à cultura jovem: hip-hop, street
dance, entre outras
– Coreografias
Esporte
Modalidade individual:
ginástica artística ou ginástica
rítmica
– Principais gestos técnicos
– Principais regras
– Processo histórico
Organismo humano, movi­
mento e saúde
Aparelho locomotor e seus
sistemas
Esporte
Modalidade individual: ginástica
artística ou ginástica rítmica (a
modalidade não contemplada no
3º- bimestre da 5ª- série)
– Principais gestos técnicos
– Principais regras
– Processo histórico
Ginástica
Ginástica geral
– Fundamentos e gestos
– Processo histórico: dos
métodos ginásticos à ginástica
contemporânea
Atividade rítmica
Manifestações e representações de
outros países
– Danças folclóricas
– Processo histórico
– A questão do gênero
Ginástica
Práticas contemporâneas: ginásticas
de academia
– Padrões de beleza corporal, ginástica e saúde
Organismo humano, movimento
e saúde
Princípios e efeitos do treinamento
físico
Esporte
Jogo e Esporte: diferenças
conceituais e na experiência
dos jogadores
– Modalidade “alternativa”:
rúgbi, beisebol, badminton,
frisbee etc.
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Esporte
Modalidade coletiva: futebol
ou handebol (a modalidade não
contemplada no 2º- bimestre)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Organismo humano, movi­
mento e saúde
Noções gerais sobre ritmo
Jogos rítmicos
Esporte
Modalidade coletiva: basquetebol ou voleibol (a modalidade
não contemplada no 2º- bimestre)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Luta
Princípios de confronto e
oposição
Classificação e organização
A questão da violência
Esporte
Modalidade individual ou coletiva
(ainda não contemplada)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Organismo humano, movimento
e saúde
Atividade física/exercício físico:
implicações na obesidade e no
emagrecimento
Doping: substâncias proibidas
Atividade rítmica
Organização de festivais de
dança
Esporte
Organização de campeonatos