Eventos - Visão Grupo
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Revista ABCFARMA Junho • 2009 • Edição 214 Publicação Dirigida aos Médicos, Farmacêuticos, Odontólogos, Profissionais de Saúde e Proprietários de Farmácias e Drogarias SEMPRE A MELHOR INFORMAÇÃO Editorial AQUI TEM FARMÁCIA POPULAR Pedro Zidoi Presidente D ia 13 do mês de maio realizou-se reunião com a Diretoria de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, cujo diretor é o Dr. José Miguel do Nascimento Júnior. A reunião tratou dos problemas que aconteceram na venda de medicamentos aos clientes que são beneficiados pelo Programa “Aqui Tem Farmácia Popular”. Após as análises dos problemas, foi dada a palavra a representantes da Caixa Econômica Federal, que cuidam da certificação digital, para explicar como funciona esse sistema na Caixa. Os representantes do comércio farmacêutico que participaram da reunião sugeriram a criação de um cartão magnético para o consumidor, similar ao que o governo concede aos cidadãos cadastrados nos programas estatais. Sobre a proposta de receita médica eletrônica e certificação digital para os médicos, a informação do representante do Conselho Federal de Medicina foi a de que, pela entidade se encontrar em época de préeleição, esse problema ficará para a futura diretoria resolver. A representação do comércio farmacêutico foi feita por Lázaro Luiz Gonzaga, de Minas Gerais, Álvaro Silveira Júnior, de Brasília, e Geraldo Monteiro, de São Paulo. Fomos informados de que o número de farmácias e drogarias que desejam aderir ao programa e aguardam publicação de autorização, já chegou a 6 mil empresas. Ficou marcada nova reunião para o grupo de trabalho para o próximo dia 17 de junho. Revista ABCFARMA | Junho/09 | 3 Índice OFTALMOLOGIA EDITORIAL O presidente da ABCFARMA fala sobre a nova fase do programa Aqui tem Farmácia Popular 3 PÁGINAS AZUIS O ABC DO AVC A Dra. Renata Simm explica a origem dos derrames cerebrais e fala sobre o tratamento emergencial dessa doença 6 O fim do olho seco Mais frequente no inverno, a Síndrome do Olho Seco incomoda muito – mas tem solução 20 GESTÃO DE NEGÓCIOS O pulo do canguru O consultor Américo José e a importância de se ter diferenciais na condução dos negócios 30 INVERNO MEDICAMENTOS Sinusite: O inimigo oculto O Dr. José Eduardo Dolci fala de uma das doenças que mais aumentam com o frio Homeopatia: a era francesa A chegada ao Brasil do laboratório Boiron, que revolucionou a prática homeopática 14 Diretor Presidente Pedro Zidoi Diretor Financeiro Sétimo Gonnelli Diretor Secretário Armênio Rodrigues Alves Diretora Administrativa Abigail J. C. Maglio Analista e Programador Eduardo Novelli Editoração Eletrônica e Produção Gráfica Vanusa Assis Sergio Bichara Dawis Roos NOTA: 26 Jornalista Responsável Celso Arnaldo Araujo Mtb 13.064 Repórter Francisco Colombo Mtb 18.640 Colaboradores Américo José da Silva Filho Nelson Grecov Dr. Osmar de Oliveira Dr. Roberto Macedo Distribuição e Publicidade ABCFARMA Gerente de Distribuição Mirna Lúcia de Oliveira COSMÉTICOS A beleza, fio a fio Num livro repleto de informações úteis, o Dr. Luciano Barsanti dá dicas de como cuidar de cada tipo de cabelo 38 ECONOMIA O custo do dinheiro O economista Fábio Pina, da Fecomercio, diz qual é a melhor (e a pior) forma de crédito para o comércio 54 LEIA TAMBÉM Farmácias: A Voz da Farmácia ..............34 Atualidades ......................................... 44 Filantropia: Casa Hope ........................50 Acontecimento .................................... 60 Cartas ................................................. 62 Encontros Políticos .............................64 Debate: Audiência em Brasília .............66 Eventos: Expo Med Norte ....................68 Eventos: ABCFARMA em Franca ...........70 Homenagem: Julio Augusto de Moraes Rêgo................................... 71 Homenagem: Sindusfarma ..................... 72 Eventos (Expo Farmácia - Racine) .................74 Eventos (Econofarma) ..............................76 Eventos (Expo Pharma) .............................77 Portal ABCFARMA................................78 Formatura: Universidade de Canoinhas.........82 Impressão Gráfica Prol Periodicidade Mensal Tiragem 35.000 exemplares Rua Santa Isabel, 160, 5º andar, conjunto 51, Vila Buarque, São Paulo, SP, CEP 01221-010 Fone: (11) 3223-8677 Fax: (11) 3331-2088 www.abcfarma.org.br Serviço de Atendimento [email protected] Os anúncios de produtos ou de serviços publicados nesta revista são de total responsabilidade do anunciante. A ABCFARMA não se responsabiliza pelo preço determinado, nem pela qualidade dos produtos ou dos serviços anunciados. 4 | Revista ABCFARMA | Junho/09 DIRETORIA: TRIÊNIO 2007 A 2010 PRESIDENTE PEDRO ZIDOI SDOIA DIRETORES VICE-PRESIDENTES 1º ADELMIR ARAÚJO SANTANA (BRASÍLIA, DF) 2º LÁZARO LUIZ GONZAGA (BELO HORIZONTE, MG) 3º PAULO SÉRGIO NAV ARRO DE SOUZA (JOÃO PESSOA, PB) 4º JOSÉ RAIMUNDO DOS SANTOS (ARACAJÚ, SE) 5º PEDRO DE ARAÚJO BRAZ (NITERÓI, RJ) 6º EDENIR ZANDONÁ JÚNIOR (CURITIBA, PR) 7º PAULO ROBERTO KOPSCHINA (PORTO ALEGRE, RS) 8º JOÃO ARTHUR RÊGO (SALVADOR, BA) 9º JOAQUIM TADEU PEREIRA (BELÉM, PA) 10º VOLLRAD LAEMMEL (BLUMENAU, SC) VALE DO ITAJAÍ 11º MODESTO CARVALHO DE ARAÚJO NETO (BELO HORIZONTE, MG) 12º EDIMAR PEREIRA LIMA (BOA VISTA, RR) 13º VAGNER ALONSO GUTIÉRREZ (SÃO PAULO, SP) 14º MAURÍCIO CAVALCANTE FILIZOLA (FORTALEZA, CE) 15º DIOCESMAR FELIPE DE FARIA (BRASÍLIA, DF) 16º NELCIR ANTÔNIO FERRO (CURITIBA, PR) CASCAVEL 17º WAGNER JACOME PATRIOTA (NATAL, RN) 18º ÁLVARO SILVEIRA JÚNIOR (BRASÍLIA, DF) DIRETORES SECRETÁRIOS 1º ARMÊNIO RODRIGUES ALVES (SÃO PAULO, SP) 2º WAGNER FERREIRA GIFFONI (BRASÍLIA, DF) 3º LUÍS CARLOS CASPARY MARINS (RIO DE JANEIRO, RJ) 4º DAVID GUNTOWSKI (CURITIBA, PR) 5º JORGE FERNANDO DE AZEVEDO TRINDADE (CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ) CAMPOS 6º JOSÉ CLÁUDIO ALMEIDA (MACEIÓ, AL) DIRETORES TESOUREIROS 1º SÉTIMO GONNELLI (SÃO PAULO, SP) 2º PHILADELPHO LOPES (SÃO PAULO, SP) 3º NERY WANDERLEY DE OLIVEIRA (PORTO ALEGRE, RS) 4º CLAUDISNEI MACHADO CONSTANTE (CRICIÚMA, SC) 5º CARLOS DE SOUZA ANDRADE (SALVADOR, BA) 6º JUAN CARLOS BECERRA LIGOS (SÃO PAULO, SP) DIRETORES DO CONSELHO FISCAL 1º JAIME NUNES MOREIRA (PORTO ALEGRE, RS) PELOTAS (MORADIA) 2º NATANAEL AGUIAR COSTA (SÃO PAULO, SP) 3º EVERTON LUIZ ILHA MAHFUZ (PORTO ALEGRE, RS) 4º ROMILDO MARCOS LETZNER (JOINVILLE, SC) 5º JOÃO GILBERTO SERRATT (PORTO ALEGRE, RS) 6º JEFFERSON PROENÇA TESTA (LONDRINA, PR) SUPLENTES 1º HENRIQUE ÂNGELO DENÍCOLI (VITÓRIA, ES) 2º SEBASTIÃO PAULINO BORGES (CAMPO GRANDE, MS) 3º RICARDO RAMÃO CRISTALDO (CUIABÁ, MT) 4º BENILTON GONÇALVES DINIZ (SÃO LUÍS, MA) 5º DOMINGOS TAVARES DE SOUZA (GURUPI, TO) 6º RAIMUNDO NONATO PAZ DE ARAÚJO (MANAUS, AM) DIRETORES CONSELHEIROS ADEMAR FERREIRA PINTO (RS) ADEMIR TOMAZONI (ITAJAÍ, SC) ALEX CAVALCANTE GARCEZ (SE) ÁLVARO JOSÉ DA SILVEIRA (DF) ÂNGELO TRENTO (PR) ANTÔNIO JOSÉ BELTRAME (SC) ANTÔNIO WALMIR NOLA (CRICIÚMA, SC) BEN-HUR JESUS DE OLIVEIRA (VALE DO RIO DOS SINOS, RS) BENONES VIEIRA DE ARAÚJO (MA) CADRI SALEH (GO) CARLOS GONÇALVES PEREIRA (GO) CELSO FLÁVIO DA SILVA (GO) DANILO CASER (GO) ÉDEN ARAÚJO BORGES (UBERABA, MG) EDIVALDO FRANCISCO DA CUNHA (SE) EDSON SILVEIRA (UBERABA, MG) ELIAS GOMES DE SOUZA (MARANHÃO DO SUL, MA) ERNANDO PEREIRA (ARAXÁ, MG) EVANDRO TOKARSKI (GOIÂNIA, GO) FELIPE ANTÔNIO TERREZO (RJ) FERNANDO JOSÉ LUCAS (UBERABA, MG) FRANCISCO BRÍGIDO DA COSTA (AC) FRANCISCO MARINHO DE MOURA FILHO (CE) FREDERICO ABRANCHES QUINTÃO (MG) GILSON GERALDO FIGUEIREDO TERRA (GOVERNADOR VALADARES, MG) GLADSTONE NOGUEIRA FROTA (RO) HELDER MAGALHÃES MARINHO (AP) IRENE PRIEVE DO NASCIMENTO (MT) JOÃO ANDRADE (PR) JOÃO FÉLIX DE MAJELA FILHO (CE) JOÃO GARCIA GALVÃO (GUARULHOS, SP) JOÃO LEVY NAVARRO JÚNIOR (ADAMANTINA, SP) JOÃO LUCIANO (FLORIANÓPOLIS, SC) JOÃO MARTINS DA SILVA (BA) JOAREZ DA SILVA MACEDO (OSASCO, SP) JOSÉ ALVES DO NASCIMENTO (PI) JOSÉ EUSTÁQUIO DE FREITAS (ES) JOSÉ RICARDO NOGARED CARDOSO (TUBARÃO, SC) JUAREZ BARROS DOS SANTOS (TO) JÚLIO CÉSAR PEDRONI (JUNDIAÍ, SP) JÚLIO CÉSAR RESENDE DE FREITAS (TRÊS RIOS, RJ) JURACI RIBEIRO DA SILVA (RO) KLEBER SAMPAIO SANTIAGO (PB) LUÍS GUSTAVO TRIERWEILER (RS) MANOEL VIGUINI (ES) MARCELO FERNANDES DE QUEIROZ (RN) MARCOS ANTÔNIO CARNEIRO LAMEIRA (AC) MARIA DE LOURDES PEREIRA (PA) MAURO LIMA RODRIGUES (ES) MAURO M. MARINHO (MG) NALMA LÚCIA RODRIGUES DA ROCHA (CARUARU, PE) NARA LUIZA DE OLIVEIRA (GOIÂNIA, GO) NOÉSIO EMÍDIO DA CUNHA (BA) OSVALDO PRAXEDES DA SILVA (SANTO ANDRÉ, SP) PAULO LUIZ ZIDOI (SP) PAULO ROBERTO RAMOS DA SILVA (RJ) ROBERTO DE SOUZA LEÃO (PE) ROGÉRIO TOKARSKI (DF) ROMUALDO CONSTANTINO MAGRO (SANTO ANDRÉ, SP) RUBENS FERNANDO SANCHES DE ANDRADE (FLORIANÓPOLIS, SC) SAMUEL BRASIL BUENO (ARARAQUARA, SP) SÉRGIO AMARAL CORRÊA (TUBARÃO, SC) SÉRGIO DE GIACOMETTI (HERVAL D’OESTE, SC) SÉRGIO PEREIRA (DF) VIDELINA ELOY GERALDO (SP) WALTER LUIZ MACHADO (MG) WISMAR ROMES DE FREITAS (UBERABA, MG) CONSELHEIROS NATOS | DIRETORES VITALÍCIOS ALFREDO ROBERTO BASTOS DE SOUZA (PE) ALGACIR PORTES (CASCAVEL, PR) ANDERSON CARLOS AMORIM (AC) ARMANDO ZONTA (SC) ARTHUR HENRIQUE DA FONSECA LISBOA (AL) CARLOS EDUARDO WRONSKI (RR) FRANCISCO MIGUEL DA SILVA (RN) FRIDOLINO DE MORAES RÊGO (BA) GILBERTO DAVID CUNHA DA SILVA (RS) GONÇALO AGUIAR FERREIRA (SP) HERMES MARTINS DA CUNHA (MT) HORST SCHOENFELDER (SC) HUMBERTO VALENÇA, IN MEMORIAN (PE) ISAAC ELIAS ISRAEL (PA) IVANILDO MARINHO GUEDES (AL) JAIR BORGES TAQUARY (GO) JANILSON AZEVEDO DANTAS (PE) JARBAS DE SOUZA CUNHA (AL) JOÃO AZEVEDO DANTAS (PB) JOSÉ ABELARDO TORRES VERAS (CE) JOSÉ APARECIDO JUNQUEIRA GUIMARÃES (DF) JOSÉ CLÁUDIO SOARES (PE) JOSÉ DE ASSIS LIMA (PB) JOSÉ MARIA DE FREITAS MOREIRA (AC) JÚLIO AUGUSTO DE MORAES RÊGO (BA) MAURO ANTÔNIO MURARA (SC) MILTON ANTÔNIO ARAÚJO DOS SANTOS (RS) NELSON FRAIDE NUNES (MS) NELSON FRANKLIN BRANSON CLEMENT, IN MEMORIAN (BA) PAULO SÉRGIO FERREIRA LOPES (MS) RONCALI COELHO SOARES (MG) RUY DE CAMPOS MARINS (RJ) WALDOMIR ARENO CARDOSO (CRICIÚMA, SC) WALTER PARES (RS) WANDERLEY MARGARIA (SP) CONSELHEIROS ADJUNTOS ANDERSON NAVES RESENDE (UBERLÂNDIA, MG) ANTÔNIO BARROS LEITE JÚNIOR (JUNDIAÍ, SP) ANTÔNIO THOMAZ MONDINI (RIO CLARO, SP) ARDSON LELLIS DA COSTA E SILVA (PR) BENJAMIN RODRIGUES (DF) CRISTYNE MIRIAN ALBUQUERQUE DALL’AGNOL (FOZ DO IGUAÇU, PR) ELZA DE GODOY FARIAS (SC) ERONIDES STORCH (PA) FERNANDO DE ABREU (SP) IVAN PEDRO MARTINS VERONEZI (FERNANDÓPOLIS, SP) JOSÉ AIRTON MELO AGUIAR (CE) JOSÉ PEDRO FERNANDES (ARARAS, SP) LUÍS CARLOS GARDINI (LINS, SP) LUIZ ANTÔNIO PAIVA (FRUTAL, MG) ROBERTO MASSATOSHI BABA (BIRIGÜI, SP) RONALDO DE OLIVEIRA CARVALHO (LINS, SP) RONALDO FERNANDES PEREIRA (UBERLÂNDIA, MG) VÍTOR FERNANDES (AMERICANA, SP) WILSON ROSSI (TUPÃ, SP) Revista ABCFARMA | Junho/09 | 5 Páginas Azuis Texto e fotos: Celso Arnaldo Araújo O ABC DO AVC Os Acidentes Vasculares Cerebrais estão entre as principais causas de morte e de incapacitação. É possível evitar ou reverter um AVC? O Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, está sempre entre a primeira e a quarta causa de morte nos países do primeiro mundo – e nos em desenvolvimento também. No Brasil, é a terceira causa. E mesmo quando não é fatal, o AVC faz grandes estragos – é a maior causa de incapacitação entre adultos. Chama-se acidente porque é um evento súbito e inesperado e dois mecanismos – a isquemia e a hemorragia – podem desencadeá-lo, gerando danos que variam da perda do movimento de um braço ou de um lado da face até graves alterações cognitivas, da fala e da visão. Os AVCs têm os mesmos fatores de risco das doenças cardíacas – e a maior parte deles pode ser evitada com uma vida saudável. Mas, mesmo perdendo a oportunidade de prevenção, as vítimas de derrame, pelo menos o do tipo isquêmico, que responde por 85% dos AVCs, têm hoje uma luz no fim do túnel: um tratamento emergencial através de medicamentos trombolíticos, disponível em alguns centros médicos, permite desobstruir a artéria envolvida no AVC, minimizando as sequelas do derrame. É o que explica a Dra. Renata Simm, médica neurologista do Hospital Santa Paula, onde ela coordena o atendimento neurológico de urgência, e da equipe do Hospital Sírio-Libanês 6 | Revista ABCFARMA | Junho/09 Quais são as diferenças entre os dois tipos de AVCs – o isquêmico e o hemorrágico? A diferença é o mecanismo de ação. No Acidente Vascular Cerebral Isquêmico, ocorre a obstrução de uma artéria cerebral por um trombo ou coágulo e a consequente interrupção da circulação para determinada área do cérebro. Já no AVC hemorrágico, ocorre o contrário – uma artéria se rompe, inundando de sangue a região cerebral por ela irrigada. E, nesse caso, tanto pode ser pelo rompimento de um aneurisma como o de uma artéria cerebral lesionada – que é o mecanismo mais comum. São duas faces da mesma doença. E as causas e os fatores de risco desses dois tipos de derrame são os mesmos? Sim, existe uma interface entre os dois. A hipertensão arterial e o diabetes, por exemplo, podem predispor tanto ao AVC isquêmico como ao hemorrágico. Outros fatores de risco, como o cigarro e a arterosclerose, também são comuns aos dois. O controle rigoroso da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose, a prevenção do tabagismo, a práti- Páginas Azuis ca de exercícios físicos e uma avaliação cardiovascular de rotina são medidas preventivas que se aplicam não só aos dois tipos de AVCs como às doenças cardíacas. O que vale para o coração vale para o cérebro. No AVC isquêmico, quando ocorre obstrução arterial, a área cerebral privada de sangue sofre com a falta de oxigenação e suas células morrem, se nada for feito. É o mesmo que acontece com o miocárdio cardíaco em caso de infarto? Exatamente. Tanto num como no outro caso, ocorre uma necrose na área celular que passa a não receber sangue. Mas é um processo dinâmico, que leva algum tempo – daí a importância de uma intervenção imediata, de emergência, assim que se inicia o processo. Muitas vezes, a área cerebral afetada pelo derrame é subestimada numa primeira avaliação. Além da necrose da área principal, existe a chamada área de penumbra – composta de células que podem morrer posteriormente, se não houver intervenção. Por isso, mesmo que não haja atendimento imediato e não se consiga recuperar a área principal afetada pelo AVC, ainda é possível melhorar as células da área de penumbra num período que vai de 1 a 4 dias após o derrame. Em termos de consequência, além do óbito, qual a pior sequela que pode decorrer de um derrame cerebral? E na melhor hipótese? A pior sequela é sem dúvida a perda completa da força de um lado do corpo e a perda da linguagem – a chamada afasia absoluta, que é extremamente incapacitante para qualquer indivíduo. Mesmo tendo a consciência preservada de tudo o que está à sua volta, ele fica incapaz de se comunicar. Com atendimento de urgência, conseguimos minimizar bastante a extensão dessas sequelas. Mas de 20 a 30% das vítimas de AVC vão apresentar esse tipo de dano máximo sem a intervenção de emergência. Nos derrames mais leves, pode ocorrer uma pequena alteração da sensibilidade – um leve amortecimento do pé, da mão e do braço. Não chega a ser uma sequela, mas um desconforto. Os sintomas de um AVC são característicos? Sim. Há alguns sinais de alerta. O primeiro é a perda ou alterações na linguagem de 8 | Revista ABCFARMA | Junho/09 início súbito. A pessoa está conversando e começa a enrolar a língua, não completa uma frase ou não entende o que outra pessoa está falando. Outro sinal: perda súbita da força na mão, num braço, numa perna, na face – de um lado só. Terceiro: perda súbita da visão, de um lado só ou em ambos os olhos. Tonturas ou vertigens súbitas e inexplicáveis acompanhadas de vômito também pode ser sinal de AVC. Finalmente, uma cefaleia súbita de forte intensidade, mais comum no AVC hemorrágico. As pessoas que sobrevivem a ele relatam ter sido esta a pior dor de cabeça de suas vidas. É mais comum que esses sintomas sejam percebidos por parentes ou outras pessoas, não exatamente pelas vítimas, que normalmente têm mais idade? Sim. Adultos jovens, na faixa de 40 a 50 anos, geralmente percebem por si próprios que está acontecendo algo anormal e vão procurar ajuda. Mas muitos idosos que têm AVCs, e que geralmente dependem de cuidados de terceiros ou que moram sozinhos, só chegam ao serviço médico dois ou três dias depois. E hoje o atendimento de emergência faz toda a diferença. Qual é o período ideal de atendimento após os primeiros sintomas? Com o advento da trombólise, isto é, o processo medicamentoso capaz de dissolver trombos e coágulos arteriais, o tratamento do AVC tornou-se uma urgência médica – isso quando o paciente pode recebê-lo. Quanto antes o paciente chegar ao hospital, melhor podemos evitar as sequelas. O ideal é que o medicamento seja usado em no máximo três horas após o início dos sintomas. É preciso ressaltar que Imagens tomográficas mostrando a extensão de um AVC hemorrágico – a forma mais grave de derrame, com um alto índice de letalidade Páginas Azuis as drogas trombolíticas só podem ser utilizadas nos AVCs isquêmicos – não nos hemorrágicos. Mas como os AVCI respondem por cerca de 85% dos derrames, o alcance dessa terapia é bastante amplo. Como a droga é aplicada? Se o paciente for socorrido dentro do período de três horas, ministramos 10% da dose na veia. E os outros 90%, por uma bomba de infusão ao longo de uma hora, também através de uma veia periférica. A partir do momento em que se inicia o processo, o neurologista faz uma avaliação do paciente a cada 15 minutos, usando um escore de déficits neurológicos. Se houver piora durante a administração do medicamento, a infusão é interrompida. Encerrado o processo, o paciente é levado para a UTI e ali recebe todas as medidas de praxe. Se o paciente só conseguir chegar a um centro médico depois de três horas, mas antes de seis horas, ainda podemos beneficiá-lo com o mesmo medicamento, mas aí através da punção de uma artéria inguinal, por cateteterismo. E isso só pode ser feito num hospital que tenha um centro de hemodinâmica capaz de identificar precisamente a artéria obstruída, para que o medicamento vá direto ao ponto. É o que chamamos de “resgate do tratamento” – e muitas vezes conseguimos aí o mesmo efeito da medicação ministrada nas primeiras horas. Numa cidade como São Paulo, há muitos serviços de emergência capacitados a fazer esse atendimento? O tratamento só pode ser feito em serviço de emergência com estrutura de UTI. Não pode ser realizado em ambulâncias, postos de saúde, clínicas, mas só em hospitais aparelhados para esse tipo de atendimento – que ainda são poucos. Na rede pública paulistana, posso citar o Hospital das Clínicas e o Hospital São Paulo. Entre as vítimas de derrame, que tipo de paciente não pode receber trombolíticos? Pacientes abaixo de 18 anos e acima de 80; pacientes que passaram recentemente por cirurgias; que já tenham tido sangramentos de grande porte, como úlceras hemorrágicas; já tenham sofrido infarto agudo do miocárdio; que já se submeteram a neurocirurgias; ou que, nos exames laboratoriais, apresentem índices de coagulação alterados. Isso sem falar nos pacientes com AVCs hemorrágicos – uma contra-indicação absoluta para essa forma de tratamento. Mas são exceções: a maioria dos pacientes de AVC pode ser tratada com medicamentos trombolíticos. 10 | Revista ABCFARMA | Junho/09 Já que os AVCs hemorrágicos não se beneficiam desses medicamentos, o que é possível fazer por eles? O primeiro passo é avaliar o tamanho da hemorragia. Alguns pacientes precisarão, imediatamente, de uma drenagem cirúrgica do sangue extravasado, para não piorar seus níveis de consciência. Em seguida, coloca-se esse indivíduo em condições clínicas estáveis e sob monitoração intracraniana – a principal causa de morte pelo AVC hemorrágico é a hipertensão intracraniana, decorrente do próprio sangramento, que desencadeia uma cascata de mecanismos lesivos ao cérebro, já que o sangue contém substâncias extremamente irritativas ao sistema nervoso. Por isso, quando essa drenagem é feita rapidamente, às vezes a gravidade das sequelas pode ser bastante minimizada. Como é a vida pós-derrame? Depende do tipo de sequelas e das condições sociais e familiares do paciente. Se a sequela for grave, o paciente pode ficar dependente até para a alimentação, e precisar de fonoaudióloga, fisioterapeuta, etc. Pode ser, portanto, um quadro complexo – e muito mais difícil quando o paciente não tem recursos. Já quando as sequelas são mais leves, a reabilitação é mais fácil e o retorno às atividades normais é possível. Nos casos de déficit muscular, podemos usar hoje a toxina botulínica, o botox, para relaxar a musculatura retesada e reduzir a dor da fisioterapia. E que mudanças o paciente deve introduzir em sua vida depois da alta? Se fumava, tem de parar de forma absoluta. Muitas vítimas de derrame só têm um fator de risco: o cigarro. Mas o normal é que os pacientes de AVC tenham vários fatores associados. No Brasil, o fator preponderante ainda é a hipertensão, já que muitas pessoas só sabem que são hipertensas depois de terem o derrame. O aumento da incidência de obesidade em nosso país fez disparar a incidência de hipertensão. O controle rigoroso da pressão arterial num paciente de derrame deve ser ainda mais rigoroso. Não precisa virar um maratonista, mas ele tem de incorporar também práticas regulares de atividade física. E os índices de colesterol de quem já teve um AVC devem ser ainda mais baixos que o nível ideal para um indivíduo normal – de preferência, abaixo de 150, o que normalmente obriga o paciente, além da indispensável dieta alimentar, a tomar medicamentos da família das estatinas, para ajudar a reduzir o colesterol. Páginas Azuis Aplica-se à prevenção dos AVCs a recomendação dos cardiologistas de se tomar aspirina para “afinar o sangue”? Sim. O cardiologista é nosso parceiro, porque o paciente que tem doença coronariana mal controlada dificilmente escapará de uma doença vascular cerebral. O corpo não é dividido em compartimentos, mas um organismo. As doenças vasculares são sistêmicas. Por isso, antiagregantes plaquetários também ajudam na prevenção do AVC, já que evitam a agregação das plaquetas sanguíneas– uma das causas dos acidentes vasculares cerebrais. Por isso, todo paciente com fator de risco para doenças cardiovasculares deve tomar ácido acetilsalicílico ou outros antiagregantes plaquetários. Qual é o papel do estresse no desencadeamento dos acidentes vasculares cerebrais? O estresse do dia a dia predispõe ao aumento da pressão arterial por descarga de adrenalina – tanto que a gente orienta o paciente que for medir a pressão a relaxar pelo menos meia hora antes da tomada. Um indivíduo já hipertenso submetido a uma situação extrema de estresse e com artérias cerebrais já lesadas pode, sim, vir a ter um pico de pressão que seja fator de risco para um AVC. Artéria cerebral bloqueada (como mostra a imagem acima): se o paciente chegar ao hospital em três horas, o derrame se torna uma urgência médica 12 | Revista ABCFARMA | Junho/09 DERRAME: UMA CORRIDA CONTRA O TEMPO Uma pessoa com sintomas de AVC cerebral, descritos no começo desta entrevista, chega ao setor de emergência de um hospital dotado dos recursos para tratar o derrame como urgência médica – como o Hospital Santa Paula. É uma corrida frenética contra o tempo, mas a equipe está treinada para seguir um protocolo rigoroso, passo a passo. Por isso, não há atropelo nem desespero – apenas precisão. Na triagem, uma auxiliar de enfermagem avalia os sinais vitais do paciente (pressão arterial, frequência cardíaca), aciona o código de urgência, convoca a enfermeira, que o instala na sala de emergência, inicia a monitotização e aciona o médico clínico que vai conversar com o paciente, se isso for possível, ou com sua família, para levantar seus sintomas e antecedentes clínicos. É tudo cronometrado, porque, nesse caso, tempo é vida. Nesse meio tempo, o pessoal de enfermagem já identificou um acesso venoso para o medicamento – e colheu sangue para a equipe avaliar, por exemplo, se o paciente não tem problemas de coagulação, o que contra-indicaria um medicamento que dissolve coágulos. Os resultados ficam prontos em minutos. Nesse meio tempo, o clínico já confirmou o diagnóstico de derrame e solicitou a tomografia craniana de urgência. A esta altura, o neurologista já foi incorporado ao processo. Se os exames estão ok, começa-se o procedimento, com a infusão da droga. Da entrada do paciente até o início da medicação, incluindo a tomografia, o tempo ideal preconizado é de 20 minutos. Na hora seguinte, enquanto os medicamentos estiverem sendo infundidos, a artéria obstruída começará a abrir e retomar sua circulação normal. Dos 14 pacientes com derrame já atendidos no Santa Paula com esse protocolo de atendimento de urgência, 10 obtiveram cura total. Inverno Texto: Celso Arnaldo Araújo Fotos: divulgação SINUSITE O INIMIGO OCULTO C hega o inverno e, com o frio, as “estrelas” entre as doenças da temporada: asma e rinite. Mas a sinusite – terceira ponta de um triângulo – é tão ou mais frequente e, a exemplo de suas “irmãs” respiratórias, pode produzir sintomas que afetam fortemente a vida cotidiana e se tornar um tormento para suas vítimas. Que não são poucas: nos Estados Unidos, contabilizam-se cerca de 16 milhões de consultas ao ano por sinusite aguda – e aqui os números devem ser proporcionais. Até 10% dos resfriados comuns podem evoluir para sinusite – o que dá outra medida da frequência da doença. Mas a otorrinolaringologia evolui constantemente de modo a tratar com sucesso até as formas crônicas e mais graves da doença. É o que explica o Dr. José Eduardo Dolci, Professor Titular da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e chefe do Departamento de Otorrinolaringologia desse hospital Dr. José Eduardo Dolci, professor titular da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e chefe do Departamento de Otorrinolaringologia desse hospital 14 | Revista ABCFARMA | Junho/09 Ela pode ser aguda, quando rapidamente provoca sintomas, ou crônica, quando as crises vão e voltam. Muita gente tem sinusite sem saber, porque desconhece seus múltiplos sintomas ou os confunde com outras doenças, como um resfriado mais forte. Para entender a sinusite, é preciso saber, por exemplo, que existem quatro pares de seios nasais na face, distribuídos em quatro regiões em torno do nariz – como os seios frontais (testa) e maxilares. São cavidades revestidas por uma mucosa semelhante à do nariz, que é coberta por cílios dotados de movimentos vibráteis que eliminam as secreções da região, através de canalículos que desembocam no nariz. Esses pequenos canais têm de 1 a 3 mm de espessura. Qualquer estreitamento desse diâmetro, que já é reduzido por natureza, provoca sinusite, ou seja, inflamação dos seios – sinus, em latim. E as principais causas do inchaço da mucosa são infecções – daí a sinusite geralmente se manifestar após um resfriado comum – e condições anatômicas, como desvio de septo, presença de pólipos ou corpos estranhos. Como diz o Dr. José Eduardo, “nariz que não respira tem sinusite”. Não por coincidência, a incidência de sinusite também recrudesce durante o inverno. E é bastante comum entre crianças, que se resfriam com mais facilidade. “Até os sete anos, uma criança tem em média dois resfriados por ano. Como até 10% dos resfriados viram sinusite, a incidência da doença é grande nessa faixa etária”. Se pessoas resfriadas fossem submetidas a uma tomografia computadorizada, 90% apresentariam alterações nos seios da face, mas apenas 10% evoluiriam para sinusite. OS SINAIS DE ALERTA O médico admite que o leigo e até médicos de outras especialidades têm dificuldade de distinguir entre os sintomas de resfriado, rinite e sinusite. “Numa fase inicial, o diagnóstico é mesmo difícil”. Mas, de início, vai uma dica de especialista: “Não existe resfriado que dure mais de 10 dias”. Se os sintomas de dificuldade respiratória e congestão nasal persisti- rem além desse prazo, deve ser sinusite ou rinite. E como diferenciar uma da outra? • Rinite: o paciente acorda com o nariz entupido, melhora ao longo do dia, quando o clima esquenta, não tem febre e o muco que escorre do nariz é claro. • Sinusite: o “entupimento” dura mais de 10 dias, a secreção é espessa, amarelada e às vezes malcheirosa, dando a sensação de escorrer pela garganta. Febrícula no fim de tarde, prostração, alteração de olfato se a obstrução for bilateral. A dor facial, um sintoma aparente típico da sinusite, não é obrigatória. Mas pode ser característica, por causa da secreção retida nos seios da face: “A dor craniofacial pode ser agressiva. É comum o paciente chegar para a consulta segurando a cabeça. E dizer que a dor aumenta quando abaixa a cabeça”, relata o Dr. Dolci. TRATAMENTOS: DOS MEDICAMENTOS À CIRURGIA O modo de combater a sinusite vai depender de sua causa. Quando a sinusite é do tipo funcional, isto é, decorrente de resfriados, rinites alérgicas ou variações de pressão no nariz, ela pode ser bem administrada com medicamentos específicos. Já no caso de sinusites anatômicas, pela presença de desvio de septo ou pólipos que prejudicam a drenagem da secreção, então o tratamento mais eficiente tem de ser mais agressivo – e nessa área há novidades, como a sinuplastia (ver box), que estarão sendo apresentadas em São Paulo, entre 1 a 5 de junho, no XIX Congresso Mundial de Otorrinolaringologia, que reunirá cerca de seis mil especialistas do mundo todo. No score de 0 a 10 do incômodo causado pela sinusite crônica, muitos pacientes costumam se incluir na categoria 10, porque ninguém consegue trabalhar e viver com o nariz permanentemente entupido e drenando para dentro. Esses pacientes crônicos por certo precisarão de correção cirúrgica do problema. Já os que têm apenas episódios de sinusite aguda podem ser muito bem controlados com antibióticos (se ela for de origem bacteriana). Cerca de 90% dos pacientes, nessa condição, se curam com o tratamento medicamentoso. 16 | Revista ABCFARMA | Junho/09 O uso de soro fisiológico, para tornar a secreção mais fluida, também é um recurso bastante eficiente. Nebulizações, igualmente com soro, funcionam bem. E se o paciente for saudável e não tiver contra-indicações para esse tipo de medicamento, os sprays nasais com corticoides podem ser bastante positivos para reduzir o edema e a dor facial. “Quem se cura de uma sinusite aguda passa a ter a mesma chance de ter um novo episódio de quem nunca teve sinusite”, diz o Dr. Dolci. Isto é: sinusites agudas típicas não se cronificam. Mas o grande problema são as sinusites de origem anatômica. Elas são diagnosticadas combinando-se o exame clínico e a anamnese do paciente com uma tomografia da face. Se o paciente estiver em crise, os médicos tentam tirá-lo dessa condição, para depois atacar a causa. “Não se pode operar um paciente de nariz entupido”. Os corticoides tópicos de uso prolongado são uma boa arma nesses casos – já que esse tipo de medicação está cada vez mais seguro, por causa de sua baixíssima absorção pelo organismo. Mas se o paciente não está em crise e não apresentar condições que contra-indiquem uma cirurgia, o melhor mesmo é tentar resolver o problema com uma terapia muito próxima da solução definitiva. A sinusite pode acometer os quatro pares de seios nasais distribuídos pela face, produzindo retenção de secreções, dificuldade respiratória e, eventualmente, dores A cirurgia endoscópica tradicional, feita através do nariz, consegue fazer uma “toalete” na mucosa edemaciada e nos materiais ósseos excedentes, para que a região passe a ter mais ventilação e facilidade de drenagem das secreções. Mas uma nova técnica, a sinuplastia, promete o mesmo efeito – com muito menos agressividade. SINUSPLATIA: UMA “PLÁSTICA” NA SINUSITE A nova técnica, que já chegou ao Brasil e terá seus primeiros resultados divulgados durante o Congresso Mundial de Otorrinolaringologia em São Paulo, consiste também da introdução no nariz de um cateter com instrumento óptico na ponta, que chega até a região dos seios nasais. Ao alcançar o local, um balão na ponta do instrumento é inflado e, durante cerca de um minuto, faz uma espécie de remodelação em toda a área inflama- Cerca de 10% dos resfriados podem evoluir para sinusite. Para alguns casos crônicos, está indicada a sinusplatia (à esquerda, antes e depois do tratamento), uma técnica pouco agressiva que remodela os seios nasais obstruídos da, com menos traumas locais. A técnica convencional, ao fazer essa limpeza, pode destruir uma parte da mucosa, criando cicatrizes que mais tarde facilitam uma nova obstrução dos seios nasais operados. Já depois de uma sinuplastia, diz o Dr. Dolci, o risco de reobstrução é bem menor. Não é, porém, uma terapia para todos os portadores de sinusite crônica. A técnica é eficiente na obstrução dos seios frontais e esfenoidais. Por isso, apenas 10% dos pacientes são beneficiados. Mas já é um progresso. No futuro – estima o Dr. Dolci – os cientistas chegarão à origem molecular das causas anatômicas da sinusite, como os pólipos, cuja origem não é conhecida, corrigindo-as com medicamentos. 18 | Revista ABCFARMA | Junho/09 Oftalmologia Texto: Celso Arnaldo Araújo Fotos: divulgação NA MIRA DO OLHO SECO A prevenção e os tratamentos O utro foco de preocupação na extensa lista de moléstias cuja incidência aumenta na temporada de inverno: os olhos também sofrem – pelas alergias ou, mais frequentemente, pela chamada Síndrome do Olho Seco. O globo ocular necessita de lubrificação constante – que é feita normalmente pela lágrima. A baixa umidade do ar desta época do ano e a poluição dos grandes centros urbanos, também mais pesada no clima frio, provocam a queda na produção de lágrimas, com a consequente desidratação das córneas. Mas a oftalmologia tem soluções cada vez mais eficientes para esse problema, como relata aqui o Dr. Pedro Carricondo, oftalmologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de SP 20 | Revista ABCFARMA | Junho/09 Os sintomas do olho seco podem se confundir com os de outras patologias oculares, como alergias e conjuntivite? Ou a síndrome tem algum sintoma bem característico? A Síndrome do Olho Seco tem sintomas muito comuns, como irritação, coceira, lacrimejamento e vermelhidão. Pode, sim, ser confundida com outras doenças, cabendo ao oftalmologista descartar essas outras patologias. Geralmente, o olho seco não tem secreção, o que dá uma boa pista em relação às doenças com sintomas similares. Um ponto importante é que, em determinadas situações, ocorre a piora importante dos sintomas. Am- bientes secos, com ar-condicionado ou condições de trabalho em que há diminuição do piscar (ao computador, por exemplo), levam ao aparecimento ou ao agravamento desse desconforto. Como se fecha o diagnóstico de olho seco? Para fechar o diagnóstico de olho seco, avalia-se a superfície lacrimal: a produção de lágrimas (teste de Schimer), o tamanho do menisco lacrimal (quanto de lágrima há na superfície ocular), o tempo que leva para esta película evaporar (através do exame de tempo de quebra do filme lacrimal ou BUT) e a presença de áreas de defeito epitelial ou de epitélio em sofrimento. São testes realizados pelo oftalmologista no consultório, praticamente inócuos. Uma vez feito o diagnóstico, você diria que o paciente está com olho seco ou tem olho seco? Ou seja: a Síndrome do Olho Seco é uma condição pessoal crônica ou é dependente de fatores ambientais? Existem duas situações: pessoas que têm doenças crônicas que levam a olho seco, como doenças autoimunes do tipo lupus e artrite reumatóide, e pessoas que têm situações tratáveis ou evitáveis que levam ao olho seco. A Síndrome de Olho Seco causada por doenças autoimunes em geral é mais grave, de tratamento mais difícil, porque leva à destruição das células produtoras da lágrima e depende de tratamento dessa condição sistêmica. Essas pessoas têm olho seco cronicamente e necessitam de tratamento por tempo indeterminado. Já indivíduos com condições tratáveis, como doenças da borda palpebral (meibomite, por exemplo), necessitam de tratamento sintomático e da doença de base. Quando esta melhora, em geral podemos parar o tratamento ou diminuí-lo. Já os indivíduos que apresentam sintomas em condições específicas – como a baixa de umidade no inverno – necessitam de tratamento medicamentoso nestas situações e de orientação do oftalmologista para melhorar os ambientes onde opera o computador, por exemplo. No inverno a incidência aumenta muito? O tempo seco do inverno tende a aumentar a incidência do olho seco. Indivíduos predispostos, em especial mulheres pós-menopausa, costumam apresentar muitos sintomas neste período. De que forma as situações da vida moderna – ar-condicionado, computador o dia todo – agravam o problema? O trabalho prolongado ao computador, como já foi dito, altera o ritmo de piscar – em situações de concentração, o piscar diminui de 10 vezes por minuto para 3 a 4 por minuto, o que aumenta o tempo de exposição da super22 | Revista ABCFARMA | Junho/09 fície ocular e aumenta a evaporação e agrava os sintomas de olho seco. O ar-condicionado, por retirar a umidade do ar, também aumenta a evaporação e piora o quadro. E geralmente estes fatores acabam se somando: ambiente de trabalho com ar-condicionado e computador. Qual é o perigo da automedicação com colírios? Os colírios, se não utilizados corretamente, podem levar a várias doenças oculares. Se usados indiscriminadamente, o conservante pode ser altamente tóxico para o olho e piorar os sintomas ou mesmo causar outros. Colírios com determinadas drogas, como corticoides, podem causar catarata, glaucoma, facilitar infecções secundárias, entre outros. Deve-se conhecer a dose correta, o período de uso seguro e quais os componentes mais adequados. Resumidamente, como se trata olho seco da síndrome leve à grave? O tratamento do olho seco inicia-se com a orientação dos pacientes quanto aos fatores predisponentes e desencadeantes e como evitá-los. Por exemplo, usar umidificadores em ambientes secos ou fazer pausas em trabalhos com computador. Deve-se tratar ainda as doenças de base, tanto do olho como sistêmicas, que possam estar contribuindo para a doença. A partir daí, deve-se iniciar o tratamento com os colírios lubrificantes, provavelmente a A Sindrome do Olho seco é a queixa número 1 dos consultórios de oftalmologia, sobretudo em cidades com clima seco e durante o inverno principal peça do arsenal para o combate à doença. Todas as medidas seguintes não dispensam seu uso. É importante a adaptação do paciente ao conservante, dando-se preferência àqueles menos agressivos à superfície ocular. Pode haver necessidade de instilação muitas vezes ao dia, sendo utilizado nestes casos lubrificantes de dose única, sem conservantes. A seguir, podem ser usados corticoides, já que acredita-se que o componente inflamatório seja uma das principais causas de cronificação do processo; ou ainda imunomoduladores, como a ciclosporina. Em casos mais graves, há possibilidade de se fazer ainda a oclusão dos pontos lacrimais, indicar o óculos com câmara úmida, substância que estimula a secreção lacrimal, e até transplante de glândula salivar como medidas adicionais. BRASÍLIA: A CAPITAL DO OLHO SECO DÁ DICAS DE PREVENÇÃO A Capital Federal é considerada a cidade brasileira que mais sofre com a Síndrome do Olho Seco – e no inverno, a situação se agrava. Com seus níveis de umidade de ar batendo recordes negativos (chegou a 16% em julho de 2008), o clima de Brasília é uma ameaça para quem tem alergias respiratórias – mas os olhos estão entre as partes do corpo mais afetadas quando chega a seca total do inverno. Os consultórios oftalmológicos da capital ficam cheios e o Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), o maior dessa especialidade na região, recebe uma multidão de vítimas do olho seco. A especialista no tratamento da Síndrome do Olho Seco no HOB, Dra. Maria Lúcia Rios (acima), alerta que já é hora de prevenir a síndrome e sugere a adoção de hábitos como: • Uso de óculos diariamente, pois atuam como uma barreira à evaporação da lágrima • menor permanência em frente ao computador e à TV • menor exposição a ambientes com ar-condicionado • menor exposição dos olhos ao vento • não permanecer por horas seguidas em leitura • ficar atento às reações de medicamentos, especialmente antidepressivos, antihistamínicos, antihipertensivos, ansiolíticos e anitacneicos, que diminuem a produção lacrimal Só um exame oftalmológico específico pode fechar o diagnóstico de Síndrome de Olho Seco, distinguindo-a de outras doenças. Colírios. só aqueles indicados pelo especialista Pelo número de pacientes atendidos, os oftalmologistas de Brasília acabam se tornando especialistas em olho seco. E a Dra. Maria Lucia destaca a possibilidade de melhorar a imensa maioria dos casos: “É gratificante curar um paciente que chega ao consultório com um saco de colírios e que perambulava há anos em busca de solução”. Ela ressalta o sofrimento das pessoas que ainda não encontraram alívio: “O olho só fica confortável se estiver lubrificado. Por isso, o olho seco incomoda muito e é maior causa de consultas oftalmológicas”. De lágrimas artificiais indicadas para casos leves ou moderados à oclusão cirúrgica dos pontos nasolacrimais, o tratamento do olho seco oferece múltiplas possibilidades e chances de cura. Revista ABCFARMA | Junho/09 | 23 Medicamentos Texto: Celso Arnaldo Araújo Fotos: divulgação A NOVA ERA DA HOMEOPATIA Tecnologia francesa no Brasil A chegada da Boiron, laboratório francês que há 80 anos se dedica à homeopatia, hoje presente em mais de 60 países com mais de 200 produtos de referência, representa uma nova etapa da terapia homeopática no Brasil. Com uma nova visão sobre essa especialidade e práticas industriais que introduziram mais rigor científico à produção desses medicamentos, a Boiron estreia no país com seu antigripal – um dos remédios mais vendidos da França. Depois, virá um ansiolítico natural, livre de prescrição. Com lançamentos regulares nos próximos cinco anos, o laboratório francês quer trazer para o Brasil um novo conceito em homeopatia – uma especialidade ainda cercada de mitos, enigmas e algum preconceito. Nesta matéria, a Diretora Farmacêutica da empresa, Dra. Maria Isabel de Almeida Prado, e o médico homeopata Renan Ruiz, ex-presidente da Associação Paulista de Homeopatia, explicam essa nova era da arte de curar pela semelhança Os farmacêuticos-pesquisadores franceses Jean e Henri Boiron iniciaram a empresa em 1932. Hoje, a Boiron é dirigida por seus filhos, Christian, Thierry e Michèle 26 | Revista ABCFARMA | Junho/09 A Dra. Maria Isabel de Almeida Prado, entre Ricardo Ferreira, diretor da Boiron no Brasil, e o Dr. Renan Ruiz, um dos mais respeitados homeopatas brasileiros Depois de quase quatro anos de preparativos e formalidades, a Boiron atravessa o Atlântico e chega pra valer ao Brasil – um país onde existe grande simpatia pela medicina homeopática, embora persistam as dúvidas que normalmente ainda cercam essa centenária especialidade. Disponível também em farmácias e drogarias homeopáticas, o primeiro medicamento a ser lançado no Brasil, em junho, quando começa a “temporada de gripes”, é o Oscillococcinum, que os franceses tratam carinhosamente como “Oscillô”. Em 2007, foram 74 milhões de unidades vendidas. É um medicamento usado para prevenir e tratar estados gripais, que será vendido sob prescrição médica – por ser produzido com um elevado índice de diluição/dinamização (agitação), mais precisamente 200 k, ou seja, 1 parte diluída em 100 por 200 vezes. Já o segundo lançamento da Boiron no Brasil, o Sédatif, um ansiolítico, terá venda livre, pois tem diluição/dinamização de apenas 6. Nesse aspecto, os especialistas apontam uma aparente contradição na legislação sanitária brasileira – a prescrição é exigida, no caso de produtos homeopáticos, em medicamentos com altas diluições, ou seja, quanto mais infinitesimal for o princípio ativo contido no medicamento. Essa regra talvez siga o próprio princípio homeopático original, segundo o qual, quanto maior for a dinamização, maior a potência do medicamento. Não é, porém, o que ocorre em outros países. Mas a Boiron está se adaptando às exigências sanitárias do país, mantendo sua tradição de seriedade e rigor científico – e com grande expectativa de melhorar o conceito da homeopatia no Brasil. Segundo a Dra. Maria Isabel de Almeida Prado, farmacêutica que pertence a uma família cujo nome é estreitamente ligado à história da homeopatia no Brasil, diz que a Boiron é uma empresa vencedora em todos os países onde está estabelecida – e o mesmo vai acontecer no Brasil. A estratégia do laboratório francês no Brasil é visitar médicos para mostrar uma “nova face” da homeo- patia. “Só existe preconceito quando o conceito ainda não é bem conhecido”. Muitos ainda contestam, por exemplo, a eficácia da homeopatia em doenças agudas, mas o Dr. Renan diz que tudo é uma questão de bom senso terapêutico. “Os medicamentos homeopáticos agem estimulando o paciente a reagir contra a doença. Se for uma moléstia de rápida evolução, como uma meningite, não haverá tempo para essa reação”. Mas uma crise de asma, que é a manifestação aguda de uma doença com componente de cronicidade, pode se beneficiar da homeopatia. De qualquer modo, a essência do tratamento homeopático, como explica Renan, é o “compromisso com o bem-estar do paciente”. Isso não exclui a prescrição concomitante de produtos alopáticos. A Boiron é a linha de frente de uma renovação francesa da homeopatia, traduzida pela expressão “homeopatia clínica” – uma medicina menos “filosófica” e mais clínica. “Outras escolas preocupam-se mais com o psiquismo do paciente, com longas conversas de caráter afetivo”. Daí decorre talvez um dos preconceitos contra a homeopatia – a de que, depois do papo, os medicamentos são meros placebos, de efeito psicológico. Na verdade, a homeopatia clínica privilegia os aspectos clínicos do paciente – como o próprio nome sugere. E a Boiron, para embasar essa prioridade, tem uma longa tradição em promover estudos científicos, em caráter duplo-cego, sobre seus medicamentos. Revista ABCFARMA | Junho/09 | 27 NOVAS PRÁTICAS E a Boiron foi pioneira na adoção de metodologias de fabricação que conferem mais rigor científico ao potencial terapêutico de seus medicamentos. Como explica a Dra. Maria Isabel, uma das novas tecnologias implantadas pelo laboratório francês foi a chamada impregnação de glóbulos – que são, de longe, a mais frequente apresentação homeopática. Para assegurar que cada glóbulo contenha a mesma posologia de princípio ativo, a empresa desenvolveu uma metodologia de tríplice impregnação, que garante a homogeneidade do produto. Além disso, as tinturas-mães utilizadas pela Boiron são confeccionadas a partir de plantas frescas, com todo o rigor de colheta: botânicos de luvas brancas pesquisam essas plantas no mundo todo. Embalagens sofisticadas dão suporte ao prazo de validade do medicamento – com absoluta estabilidade terapêutica. OS MESMOS PRINCÍPIOS, NOVAS ABORDAGENS Para o Dr. Renan Ruiz, apesar de todos esses avanços, a base da homeopatia não vai mudar nunca – pois segue a lei natural da semelhança. A ideia essencial da homeopatia é utilizar uma substância que provoque sintomas semelhantes aos observados no indivíduo doente – quando formulada numa diluição tal que praticamente faça a substância desaparecer. A ação terapêutica dos medicamentos homeopáticos ainda não tem uma teoria cientificamente aceita por todos – a da “memória da água” é uma das mais controversas. Seja como for, a homeopatia tem milhões de adeptos no mundo todo. O Dr. Renan atende pacientes que há 25 anos só se tratam com homeopatia. Mas ainda persistem alguns preconceitos, sobretudo na classe médica – alguns profissionais ainda confundem homeopatia com chazinhos ou “bolinhas de açúcar”. Entre os próprios homeopatas, ainda há os que ainda não se sentem seguros em formular complexos – limitando-se a receitar os medicamentos básicos. Seja como for, ele reforça a tese de que homeopatia não é religião nem fi losofia de vida – mas uma especialidade médica. Como tal, não pode nunca dispensar flexibilidade e bom senso. Na sede de produção da Boiron, em Messimy, próximo a Lyon, na França, uma equipe de cientistas faz estudos permanentes sobre a ação da homeopatia, garantindo um homogêneo padrão de qualidade. A Boiron tem hoje cerca de 250 medicamentos de referência (no alto) 28 | Revista ABCFARMA | Junho/09 Gestão de Negócios Texto: Américo José da Silva Filho Ilustrações: divulgação O CANGURU QUE SALTAVA PARA TRÁS Ullaoreet, cons augue cons eraesti smolor sequam do odolorem quam nostis non ex el duisi. Hendipsum nummy non henissit, consequis nos eum del il. N um país muito longínquo, nasceu um dia um canguruzinho que tinha uma qualidade muito curiosa. Saltava para trás, ao contrário de todos os outros animais de sua espécie. Isso fazia dele alvo da zombaria dos outros. O canguruzinho, que era muito sensível, sofria muito e todas as noites chorava desconsolado, sem que ninguém visse. Um dia, uma coruja, sábia e compreensiva, aproximou-se dele, dizendo: — De nada adianta ficar chorando pelos cantos. Se você se esforçar e treinar um pouco, será capaz de saltar para frente como os outros cangurus. É uma questão de perseverança. O canguruzinho compreendeu que a coruja tinha razão. Nessa mesma noite, começou a praticar no seu cantinho. Progredia rapidamente e, num belo dia, no meio da admiração geral, o canguruzinho deu uma autêntica exibição de saltos para a frente. Satisfeito e orgulhoso, o canguruzinho passou a considerar-se igual aos demais. Mas, na realidade, ele era mais capaz que os outros, porque era o único que sabia também saltar para trás! Essa fábula nos faz lembrar da questão dos diferenciais. Aquilo que parecia ser uma deficiência do pequeno canguru na realidade era um potencial diferencial. Bastou que ele aprendesse o mais fácil – saltar para a frente – para ser o único com habilidade para saltar dos dois lados. 30 | Revista ABCFARMA | Junho/09 E em nossas farmácias, quais são os diferenciais que somente nós temos e quais os que podemos desenvolver? Existem algumas perguntas básicas que o empresário deve constantemente fazer a si mesmo. É um exercício muito produtivo para quem deseja atrair mais clientes, vender mais e desenvolver seu negócio. Em que minha farmácia é melhor do que os concorrentes? Coloque-se na posição de cliente e faça uma relação daquilo que você acredita ter como diferencial. Pode ser o atendimento, a variedade de produtos, o ambiente agradável, etc. Para auxiliar nessa análise, converse com alguns de seus clientes e pergunte o que eles acham da sua farmácia. E em que meus concorrentes são melhores? Faça uma visita aos seus concorrentes mais próximos e observe tudo à sua volta, do atendimento no balcão à agilidade da operadora de caixa. Olhe também o lay-out, a organização, a decoração da farmácia e a variedade dos produtos expostos. Havendo oportunidade, até mesmo pergunte a um consumidor, depois de sair, por que ele compra naquela farmácia. Os seus diferenciais – aquilo em que sua farmácia é melhor – estão sendo adequadamente divulgados? Muitas vezes o óbvio é o menos percebido. Se a sua farmácia conta com um farmacêutico em período integral (que sabe orientar o cliente quando necessário), produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, lançamentos, prestação de serviços, cartão de fidelidade, condições facilitadas para pagamento, aceita cartões de crédito, faz manipulação, etc., por que não divulgar isso? Todas as farmácias têm? Mas e o consumidor, será que ele sabe que você também tem? Um exemplo muito comum é quanto ao horário de funcionamento. Muitos consumidores estão acostumados que as redes ficam abertas até mais tarde, ou 24 horas –quando precisam de uma farmácia, vão direto até elas. Quem não divulga seu horário de funcionamento pode estar perdendo vendas mesmo com a farmácia aberta até as 20 h, por exemplo, simplesmente porque o consumidor não está informado. É possível melhorar os aspectos em que os concorrentes são melhores? O que é possível fazer para melhorar a percepção que o consumidor tem de sua farmácia? Exemplos: atendimento, lay-out e organização, variedade, facilidades para pagamento. Não é necessário fazer tudo de uma única vez, mas uma alteração substancial, em um ponto que é importante para o cliente, pode fazer muita diferença. Essa análise e as consequentes ações corretivas fazem aquilo que chamamos de “adicionar valor” a produtos ou serviços. Valor é tudo aquilo que o cliente percebe ter recebido quando compra um produto ou um serviço. E isso pode variar de acordo com a situação que o cliente está vivendo. Exemplificando: se for tarde da noite e ele precisa de um medicamento, valor para ele será a rapidez na entrega em domicílio. Já se ele procura um xampu, o valor será a variedade de produtos que ele terá para escolher. Também podemos identificar valor como aquilo que o cliente enxerga ter recebido além do que ele esperava receber (suas expectativas). Em relação a elas, existem quatro níveis. (veja quadro ao lado) Nesta última situação ele perceberá um valor realmente significativo. Vamos concluir resumindo as lições que a fábula do canguru deixou para nós: aquilo que os outros vêm como estranho ou deficiência pode ser transformado em diferencial; nossos diferenciais precisam ser divulgados; ao desenvolvermos nossas fraquezas, e utilizá-las junto com nossos diferenciais, adicionamos valor aos nossos produtos e serviços. BÁSICO: É O MÍNIMO QUE A FARMÁCIA DEVE OFERECER. Exemplo: Que tenha os medicamentos necessários. ESPERADO: O QUE ELE NORMALMENTE ESPERA DA FARMÁCIA. Exemplo: Atendimento rápido e educado. DESEJADO: É TUDO AQUILO QUE ELE GOSTARIA DE ENCONTRAR, MAS NÃO NECESSARIAMENTE. Exemplo: Promoções e cortesia. Vale lembrar que cortesia é aquela gentileza especial, algo que vai além da simples educação. INESPERADO: É CAPAZ DE SURPREENDÊ-LO. Exemplo: Um balconista com disposição para conseguir um medicamento que ele não encontrou em nenhuma outra farmácia. Américo José da Silva Filho Atco Treinamento e Consultoria E-mail: [email protected] www.atcotc.com.br “Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações.” (Vincent Van Gogh) 32 | Revista ABCFARMA | Junho/09 Farmácias Texto e fotos: Francisco Eusébio Colombo A VOZ DA FARMÁCIA A ABCFARMA dá prosseguimento à série de reportagens dando voz às farmácias brasileiras. Nesta edição mostramos o trabalho de duas empresas do Paraná que se destacam não apenas pela boa condução de seus negócios como por projetos sociais e ambientais FARMÁCIAS VALE VERDE (Paraná) Com 35 anos de atuação no norte do Paraná, a rede de Farmácias Vale Verde busca sempre se posicionar no mercado como uma empresa de diferenciais inovadores e modernos, tomando como pressuposto o comprometimento com a saúde, o bem-estar e a beleza. São 19 lojas, que atendem, em média, 250 mil clientes por mês, além de uma unidade de call center e laboratório de manipulação nas quatro cidades onde atua, com uma preocupação que vai além do diferencial de preços, investindo também em projetos sociais. “Somos, sim, uma empresa competitiva no mercado em relação aos preços praticados, mas vamos muito além desse ponto, pois temos um compromisso com o público que há muitos anos nos confia a sua família, e este processo vem se repetindo de geração em geração”, afirmam os diretores da empresa, Rubens e Mirian Augusto. As lojas são estruturadas em amplos espaços, contemplando uma grande área de autosserviço e ambientes que propiciam as experimentações sensoriais, como os Espaços de Beleza Vale Verde, onde o cliente, ao comprar produtos de cuidados com a beleza, pode receber serviços de maquiagem, hidratação de pele ou tintura nos cabelos. Tudo é feito pelas consultoras especializadas nesta prática e também na orientação da compra. Destaque ainda para os projetos de Responsabilidade Social Feliz Idade, Vale Preservar o Verde e no endomarketing do Projeto Trainee, que é a capacitação de funcionários para o atendimento de balcão. PROJETO FELIZ IDADE O projeto reúne, toda semana, aproximadamente 900 pessoas da melhor idade, em encontros que oferecem atividades físicas, monitoramento da saúde com aferição de 34 | Revista ABCFARMA | Junho/09 pressão arterial, autotestes orientados de glicemia e dicas de alimentação saudável. Tudo realizado por uma equipe multidisciplinar composta de farmacêuticos, profissionais de educação física, entre outros. Os encontros são realizados semanalmente em oito lojas da rede. Projeto Vale Preservar o Verde: com o objetivo de educar para a preservação do meio ambiente, o projeto é constituído de diversas ações, como bolsas coletoras de embalagens recicláveis nas lojas, bolsas retornáveis e blocos de rascunho. Bolsas Coletoras: maxibolsas estão disponíveis em todas as lojas e convidam os clientes a depositarem ali as embalagens recicláveis dos produtos comprados. Tudo é doado a instituições ou ONGs que cuidam de crianças. Bolsas Retornáveis: as bolsas em tecido são enviadas às escolas infantis com a proposta de uma aula lúdica sobre preservação ambiental. Feito isto, as crianças carimbam a mãozinha com tinta na bolsa, assinam o nome e afirmam o compromisso: “Eu dou uma mãozinha nesta causa”. As crianças são presenteadas com estas bolsas por elas personalizadas. Blocos de rascunho: os papéis descartados pela rede são reaproveitados para blocos de rascunho. Este trabalho é realizado por Seu Mário, um colaborador de 95 anos. Site: www.farmaciasvaleverde.com.br. REDE DE FRANQUIAS FARMAÚTIL (Paraná e Santa Catarina) Clemilson Ribeiro da Silva, sócio da Farmaútil, destaca três pontos fundamentais para o desenvolvimento e o sucesso de uma farmácia ou drogaria: 1. A Farmaútil acredita em qualidade, criatividade, inovação e ética para se manter saudável e competitiva. 2. A Farmaútil acredita na melhoria e na evolução do ser humano pela aquisição de conhecimento e capacitação através de treinamentos, para melhorar os serviços prestados. 3. A Farmaútil acredita que uma empresa é importante na transformação do setor de saúde, à medida 36 | Revista ABCFARMA | Junho/09 que se preocupa com o ser humano, valoriza e respeita a sociedade, para ser valorizada e respeitada por esta mesma sociedade. A Farmaútil conta com mais de 45 lojas franqueadas pelo sistema de franchising de conversão. A pequena empresa atuando isoladamente é sensível às mudanças de mercado, são frágeis as políticas de juros e a qualquer mudança econômica. Atuando em redes, elas aumentam a probabilidade de sustentação e crescimento. À medida que os empresários de uma rede se unem em torno de objetivos comuns, como a negociação em conjunto com fornecedores e a divulgação da marca, a fidelidade ao sistema torna-se fundamental. Antes do ingresso na rede, o empresário pensa isoladamente nos seus problemas e nas suas soluções. Como parte de uma rede, isso muda– e o pensamento correto passa a ser “os nossos problemas e as nossas soluções”. As projeções são audaciosas para os próximos anos: chegar a mais de 120 lojas. Em momentos de crise, a franquia é o caminho natural para aqueles que queiram dar uma “guinada” nos negócios. Site: www.farmautil.com.br. HISTÓRICO Inauguração da primeira loja: maio de 1992, na cidade de Cascavel, Paraná. Hoje, as unidades da Farmaútil estão localizadas em todo o Paraná e em Santa Catarina, na cidade de Chapecó. Lojas próprias e franqueadas: atualmente a rede conta com 11 lojas próprias e 45 franquias. Cosméticos Texto: Celso Arnaldo Araújo Fotos: divulgação A BELEZA DOS CABELOS FIO A FIO O s cabelos desempenham várias funções fisiológicas – como proteger o couro cabeludo das variações térmicas e dos efeitos negativos da radiação solar, entre outros. Mas é como item de beleza que os cabelos movimentam bilhões no segmento de cosméticos – prova disso é o crescente destaque das prateleiras de produtos capilares em farmácias e drogarias. Um cabelo bonito e bem cuidado valoriza o rosto e o conjunto – e o contrário também é verdadeiro. Ainda há, porém, uma série de mitos e muita desinformação sobre o assunto. Um dos mais famosos tricologistas (médicos especialistas em cabelo) do Brasil, o Dr. Luciano Barsanti, acaba de lançar um verdadeiro guia sobre a saúde e a estética capilar – o livro Dr. Cabelo. Nesta matéria, tudo o que é preciso saber para cuidar melhor desse verdadeiro patrimônio Dr. Luciano Barsanti, autor do livro Dr. Cabelo 38 | Revista ABCFARMA | Junho/09 Para ter cabelos bonitos e saudáveis são necessários cuidados diários, a começar pela alimentação, que deve ser rica em proteínas (carnes, aves, peixes, leites e derivados), econômica na gordura e rica em líquido (pelo menos oito copos por dia). Mas este é só o começo. Os cabelos precisam de produtos adequados a seu estilo e características – e dispensar os mitos e crendices que cercam o assunto. O primeiro deles é o de que não se pode lavar os cabelos todos os dias. Contesta o Dr. Barsanti: “Vivemos num país tropical, não há mal algum em lavá-los diariamente. Mas a lavagem deve ser suave, sem massagens bruscas, com xampu apropriado para cada tipo de cabelo e couro cabeludo e, de preferência, com água morna (até 20 graus)”. Mas há muitos outros mitos (veja no final desta matéria). Por enquanto, vamos conhecer as informações mais atualizadas sobre alguns dos segmentos do mercado capilar, começando pelo de cabelos brancos – ou seja, de produtos para tintura. A ARTE DO TINGIMENTO Como explica o Dr. Barsanti, o embranquecer dos fios se chama leucotricose – e ocorre pelo fim da produção de nosso pigmento natural, a melanina, que dá cor aos cabelos. Na opinião do especialista, “nada melhor do que aceitar as marcas do tempo de forma saudável e otimista”. Mas ele reconhece que a maioria das mulheres não admite sequer um fio de cabelo branco na cabeça – e aí a tintura passa a ser inevitável. “Não existe medicamento ou produto que faça os fios voltarem à sua cor natural. Hoje, porém, homens e mulheres têm acesso a produtos de alta tecnologia e qualidade para o tingimento dos fios. E os bons tinturistas têm domínio total das técnicas de preparo das tintas para obter o melhor resultado cosmético possível”. Mas algumas regras devem ser seguidas – e isso vale também se a mulher optar por fazer o tingimento em casa: • Tingir a intervalos menores do que 30 dias não é aconselhável, pois pode levar à destruição da cutícula dos cabelos, deixando-os sem brilho, com pontas duplas e difíceis de pentear • Durante ou após a pintura, o couro cabeludo não deve arder ou coçar. Se isso ocorrer, é possível que haja uma inflamação do couro cabeludo e é hora de procurar um tricologista. DECIFRE OS PRODUTOS • Coloração permanente: produtos com este rótulo contêm amônia, substância que abre a cutícula dos fios para maior fixação da cor. Por isso, esses produtos são indicados para mudança de cor mais duradoura • Tonalizantes: esses produtos, também chamados de semipermanentes, têm baixa dosagem de água oxigenada (conhecida como oxidante). Por não alterarem a estrutura dos fios, a coloração que produzem é superficial, resultando na eliminação gradativa da cor dos cabelos com a lavagem. São indicados para quem quer apenas realçar a cor de seus cabelos sem mudanças radicais • Xampu colorante: em sua maioria, a fórmula desses produtos contém oxidantes e não amônia. Os xampus colorantes tingem os cabelos brancos e não saem com lavagens frequentes. São aplicados como xampu comum e agem em cerca de 30 minutos. DICAS DE TINGIMENTO • Não deixe o produto agir mais do que o prescrito • Evite misturas caseiras e produtos não licenciados pela ANVISA • Não faça coloração no mesmo dia de procedimentos químicos, como alisamento, relaxamentos ou escova definitiva 40 | Revista ABCFARMA | Junho/09 • Com tingimentos constantes, as cutículas dos cabelos ficam abertas. Para reconstituí-las, são aconselháveis hidratações com queratina • Grávidas não devem tingir os cabelos até o quarto mês • Os homens que preferirem tingir em casa devem sempre optar por um tom de cor mais fraco que o desejado. O efeito estético será mais natural. ASSUMINDO O BRANCO Apesar de todos os avanços na tintura dos cabelos, há ainda quem prefira mantê-los brancos. Dica do Dr. Barsanti: “Quem quiser manter os cabelos brancos bonitos e saudáveis deve evitar o uso de xampus com sal, corantes e de pH acima de 6,5 – tudo isso está nos rótulos dos produtos. Deve evitar também tomar sol na cabeça e, quando entrar em piscinas, usar touca para proteger os cabelos do cloro, que pode dar a eles um tom esverdeado”. CABELOS CRESPOS Há 23 milhões de mulheres no Brasil com cabelos crespos, cacheados ou muito crespos. Dessas, cerca de 2 milhões alisam os cabelos. Sobram, portanto, 21 milhões de mulheres que assumem o crespo e não podem ter preconceitos com relação a isso. “Não existe cabelo ruim”, ressalta o Dr. Barsanti. “O verdadeiro conceito do belo está nas diferenças”. Dito isto, dicas do especialista para manter os cabelos saudáveis e bonitos: • Hidrate os fios com máscaras de boa procedência, pelo menos uma vez por semana. A superfície dos cabelos crespos, em virtude da ondulação, repele a água provocando o aspecto ressecado do fio. Sugestão: hidratação natural com uma pasta feita no liquidificador com um copo de água de coco e a polpa verde do coco por 1 minuto. Aplique a pasta sobre os cabelos, mas poupando o couro cabeludo, e deixe agir por 40 minutos. Após esse período, enxágue abundantemente. Repita o procedimento uma vez por semana • Se quiser alisar os cabelos, é recomendável fazer um recondicionamento térmico, ou escova definitiva, com produtos licenciados pelo Ministério da Saúde • Evite as “chapinhas” quentes, pois o calor e a tração danificam os fios • Nunca se submeta a processos de alisamento com formol em concentrações acima da permitida pelas autoridades de saúde. Como explica o Dr. Barsanti, o formol pode ser utilizado somente como conservante de outras substâncias e na concentração máxima de 0,2%. O uso do formol em alisantes capilares acima de 0,2% é proibido pela ANVISA. O formol é um ácido que evapora. Inalado, pode provocar bronquites, crises de asma e pneumonia química que podem ser fatais. AS MELHORES OPÇÕES DE ALISAMENTO Para controle de volume: tioglicolato à base de gel. Contra-indicação: cabelos com química, coloridos com hena ou submetidos a tratamento com hidróxidos. Para efeito liso natural: tioglicolato de amônia. Contra-indicação: cabelos com química ou muito grossos. Para efeito chapinha: tioglicolato de amônia. Contra-indicação: cabelos crespos com muita química. Para efeito de ondas suaves: hidróxido de guanadina. Contra-indicação: cabelos coloridos. Para relaxar cabelos ondulados: hidróxido de sódio. Contra-indicação: cabelos previamente tratados com tioglicolato ou guanidina. MITOS: FUJA DELES • Colocar pílulas anticoncepcionais no xampu ou ampolas de vitamina é mito – não resolvem nada e ainda alteram a fórmula original. • Raspar os cabelos para crescerem mais fortes. • Cortar os fios apenas na lua cheia para que cresçam mais rápido. • Cortar as pontas com frequência não ajuda o cabelo a crescer mais rápido. “Cabelo não é planta e não precisa ser podado. Cortar as pontas quando elas estão duplicadas vai deixar os cabelos com aspecto mais bonito, apenas isso”. • Durante gravidez, os cabelos não caem. Na verdade eles ficam melhores e em maior quantidade. • Escovar os cabelos por, pelo menos, 100 vezes para que fique mais bonito. Isso só vai cansar o braço. Revista ABCFARMA | Junho/09 | 41 Atualidades Omnaris, contra rinite alérgica Diclofenaco Dietilamônio alivia a dor Lançamento da Linha Genérico Pharlab, o Diclofenaco Dietilamônio Gel é indicado para aliviar a dor e reduzir a inflamação e o inchaço das dores que afetam as juntas e músculos, nas entorses, lesões, contusões, distensões, torcicolos, dores nas costas, dor muscular, dor pós-traumática, lesões causada pela prática esportiva, tendinite, cotovelo de tenista, bursite, alguns tipos de artrites leves (atralgia, dor articular) nos joelhos e dedos. Acaba de chegar ao Brasil o mais novo tratamento para pacientes com rinite alérgica. Trata-se do Omnaris (ciclesonida) fabricado pelo laboratório Nycomed. A ciclesonida faz parte da classe dos corticosteróides intranasais (ou seja, sprays nasais) sendo ativada somente quando entra em contato com a mucosa nasal, transformando-se em des-ciclesonida. Essa ação minimiza significativamente eventuais efeitos adversos associados a doses residuais do medicamento que possam escorrer pela garganta e atingir o estômago. Ao contrário de outros medicamentos da categoria, Omnaris é uma solução hipotônica, com maior concentração de água, o que facilita sua absorção quase total pelas células da mucosa do nariz. Além disso, essa característica permite uma maior aderência do produto na região, proporcionando um tempo de permanência (e eficiência) de até 24 horas. Omnaris (ciclesonida) tem uma apresentação diferenciada: seu jato possui 70 mcl, cerca de 30% a menos do que a maioria dos sprays nasais, o que reduz o excesso de volume do produto que possa escorrer pela garganta e chegar ao estômago. MS:1.0639.0251 MS: 1.4107.0066 Contra-indicação: Hipersensibilidade conhecida ao diclofenaco ou a qualquer componente da formulação. SAC: 0800 0373322 A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO Contra-indicação: O uso do medicamento deve ser evitado na presença de varicela ou sarampo. SAC: 0800-7710345 A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO Trimedal Há 35 no mercado, Trimedal - tradicional marca de medicamentos isentos de prescrição médica da Novartis – alia inovação com tradição e traz novidades para o inverno.Uma delas é o Trimedal D&F. À base de paracetamol, o medicamento é indicado para o alívio da dor e da febre e tem apresentação em blister com quatro comprimidos. É recomendado para adultos e crianças a partir dos 12 anos de idade. Com exclusiva tecnologia thin strip, Trimedal® Tosse é a primeira e única tira indicada para aliviar a tosse devido à irritação na garganta e irritação brônquica menor. São tiras que dissolvem na boca na dose exata, garantindo segurança, conveniência e praticidade. É recomendado para adultos e crianças com mais de 12 anos de idade. Outro lançamento é o TrimeTherm®, a evolução tecnológica do já conhecido “paninho da vovó”. Adesivo refrescante de gel à base de água com tecnologia inovadora, proporciona sensação refrescante em casos de febre e dores de cabeça. É recomendado para adultos e crianças acima de 6 anos, não possui medicamento e tem ação por até 10 horas. MS: Trimedal D&F 1.0068.1057.004-6 / Trimedal Tosse (adulto) 1.0068.1039-007-2 Contra-indicação: Trimedal D&F - hipersensibilidade (alergia) ao paracetamol ou a outros componentes da fórmula. Não use outro produto que contenha paracetamol. Trimedal Tosse (adulto) - hipersensibilidade conhecida a qualquer um dos componentes da fórmula, se tomou medicamento IMAO (medicamentos utilizados para tratar a depressão ou a doença de Parkinson), doença pulmonar (incluindo asma), na gravidez e lactação. Também é contra-indicado para crianças abaixo de 12 anos de idade. SAC: 0800 888 3003 A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO 44 | Revista ABCFARMA | Junho/09 Há 8 anos líder em genéricos, empresa aposta em crescimento O mercado de medicamentos genéricos do país, completou 10 anos, segue em contínua ascensão. Os números do primeiro trimestre de 2009 mostram um aumento de 19% em relação ao mesmo período do ano passado e confirmam os indicadores positivos do segmento que, em 2008, cresceu 18,9%, superando a média do mercado farmacêutico, que ficou em 7,9%. Os genéricos já representam em torno de 18% do total de medicamentos comercializados no Brasil. Além da economia, a maior confiabilidade quanto à segurança e eficácia desses medicamentos, somados ao crescimento contínuo do portfólio, explicam o desempenho do setor. "Os números demonstram que o mercado de genéricos vem crescendo e evoluindo no seu principal objetivo, que é proporcionar o acesso e a manutenção do correto tratamento medicamentoso ao maior número de pessoas", afirma Jairo Yamamoto, presidente da Medley. Líder do setor de genéricos no país desde 2002, a Medley Indústria Farmacêutica uma empresa do Grupo sanofi-aventis - conta atualmente com um portfolio de 127 produtos, dentre os quais cinco dos dez genéricos mais vendidos do país. "Acreditamos que o mercado deva repetir em 2009 o desempenho do ano passado, que foi da ordem de 20%", completa Yamamoto. renova embalagens O Aché Laboratórios apresentou em maio último, nas farmácias de todo o Brasil, suas novas embalagens. O projeto gráfico fortalece a presença e a qualidade do Aché, valorizando as marcas dos produtos e da empresa. A reformulação dos grafismos e alinhamento visual das centenas de embalagens compreendeu todos os medicamentos do Aché: sob prescrição médica, MIP (medicamentos isentos de prescrição), fitoterápicos e genéricos, comercializados sobre a marca Biosintética, que também foi modernizada e posicionada no topo das embalagens, em lugar de destaque. Os novos padrões unificaram caixas, rótulos, bisnagas, embalagens de vidro, amostra grátis, bulas e blisters. Revista ABCFARMA | Junho/09 | 45 Atelidona: atenolol + clortalidona Apresentado em comprimidos de 50 a 100 mg em diversas embalagens, a atelidona, do Laboratório Teuto, está indicada para o controle da pressão arterial, combinando esses dois princípios ativos, cada um dos quais reduzindo os níveis arteriais por uma maneira diferente, quando usado continuamente. Atelidona é efetiva por pelo menos 24 horas após a dose oral única diária. Phitoss, xarope expectorante Lançamento da linha de produtos Brasterápica, Phitoss é um fitoterápico desenvolvido a partir do extrato seco padronizado da planta medicinal Hedera helix, também conhecida como hera. Com ação expectorante, Phitoss é um xarope indicado para toda a família como terapêutica sintomática de afecções broncopulmonares. Reduz a tosse fluidificando o catarro e, com suave ação broncodilatadora, melhora a respiração. M.S.: 1.0038.0093.001-0. Contra-indicações e precauções: o medicamento não é recomendado em pacientes com hipersensibilidade conhecida à Hedera helix L. e a outros componentes da fórmula. O produto não deve ser utilizado por pacientes com intolerância hereditária rara à frutose, ser incompatíveis com a frutose. MS: 50+12,5 mg c/ 60 comp.- 1.0370.0524.007-1 50+12,5 mg c/ 30 comp.- 1.0370.0524.005-5 100+25 mg c/ 30 comp.- 1.0370.0524.015-2 100+25 mg c/ 60 comp.- 1.0370.0524.017-9 Contra-indicações: Atelidona não deve ser usada por pacientes com alergia ao atenolol ou à clortalidona, bem como por pacientes com batimento lento do coração. E com muito cuidado por pacientes com problemas pulmonares. SAC: 0800-621800 A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO Branta, antihipertensivo A Torrent do Brasil está lançando Branta, antihipertensivo de formulação galênica que reúne em um único comprimido a combinação fi xa de Besilato de Anlodipino (5mg) e Losartana Potássica (50 mg). Branta é indicado para pacientes hipertensos estágio 1, também conhecido como hipertensão leve. Seu uso é muito importante nos pacientes hipertensos que sejam portadores também de comorbidades (outras doenças), tais como o diabetes, uma vez que os níveis de pressão arterial exigidos, neste tipo de paciente, são mais baixos, o que geralmente não se consegue utilizando uma única droga. MS: 1.0525.0032.003-7 Contra-indicação: Hipersensibilidades ao BRAs, aos antagonistas dos sinais de cálcio do tipo diidropiridina ou aos demais componentes da fórmula. SAC: 0800-7708818 A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO 46 | Revista ABCFARMA | Junho/09 SAC: 0800 177887 A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO Simeticona, para alívio de gases Chega ao mercado a simeticona Sandoz, em duas apresentações: caixas com 20 comprimidos de 40mg e em gotas, com embalagens de 15ml, na concentração de 75mg/ml. O medicamento é indicado para no caso de excesso de gases no aparelho gastrintestinal, que causam incômodo, estufamento, dor ou cólicas no abdômen. A simeticona, ou dimeticona ativada, é uma mistura de dimeticonas líquidas com dióxido de silicone. Pode ser tomada por adultos, crianças e bebês para diminuir o desconforto em casos de acúmulo de gases (meteorismo) no pós-operatório e convalescença, além de auxiliar no preparo intestinal dos pacientes para radiografia do abdômen. “ SIMETICONA É UM MEDICAMENTO. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA”. Reg. M.S.: CPR - 1.0047.0465 Gotas - 1.0047.0460 Contra-indicação: A simeticona não deve ser utilizada em pacientes com alergia ou sensibilidade a qualquer um dos componentes da fórmula. SAC: 0800 4009192 SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO Celestamine em gotas A Mantecorp, líder em corticoterapia no mercado brasileiro, lança Celestamine Gotas. A nova apresentação do já consagrado produto vem ao encontro dos anseios e necessidades da classe médica, especialmente da Pediatria. Além do sabor de morango, que não deixa gosto residual, outra grande vantagem de Celestamine Gotas é a ausência de corantes, responsáveis pelo desencadeamento de muitos quadros alérgicos. A apresentação em gotas permite aos pacientes administrar menor volume de medicamento, tornando a posologia mais cômoda e garantindo maior adesão ao tratamento. Hipoderme previne assaduras O creme da Ômega é indicado na prevenção de assaduras e possui ingredientes essenciais à pele do bebê, formando uma barreira respirável de fácil aplicação e remoção, hidratando a pele e deixandoa com um agradável cheirinho de bebê. Hipoderme Ômega, do Laboratório Teuto, é indicado para assaduras de crianças e também e usado na região perianal, entre os dedos, axila e sob os seios. M.S.: 2.0044.0451.001-2 Contra-indicação: È contra-indicado para pacientes com hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da fórmula. SAC: 800621800 M.S.: 1.0093.0017.023-7 Contra-indicações: Contra-indicado para pacientes com infecção sistêmica por fungos, em prematuros e recém-nascidos, nos pacientes que estejam recebendo terapia com inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) e nos que demonstrarem hipersensibilidade a qualquer dos componentes de sua fórmula ou a fármacos de estrutura química similar. A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO SAC: 08000.117788. A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO Cisteil e Acetilcisteína, xaropes Os produtos Cisteil e Acetilcisteína genérico são as últimas novidades da Geolab. Além de facilitar a eliminação da secreção respiratória (muco) e ajudar na respiração, também são indicados para intoxicação acidental ou voluntária por paracetamol. Os xaropes já estão no mercado em apresentações para uso adulto, no sabor morango, e pediátrico, no sabor framboesa. Estão disponíveis em frascos de 120 mL, acompanhados de copo dosador. M.S.: Cisteil Adulto 1.5423.0140.003-5 Cisteil Pediátrico 1.5423.0140.007-8 Acetilcisteína genérico adulto 1.5423.0108.003-0 Acetilcisteína genérico pediátrico 1.5423.0108.007-3 Contra-indicações: Hipersensibilidade conhecida a qualquer componente da formulação. SAC: 0800 888 3003 A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO Nycomed orienta sobre anemia Cansaço, falta de fôlego, dificuldade de concentração – podem ser sinais de uma vida corrida, mas também significar um problema que aflige milhões de brasileiros: a anemia por deficiência de ferro. Segundo dados do Ministério da Saúde, a incidência deste tipo de anemia na região sul é da ordem de 40% em crianças, 20% em mulheres e 5% nos homens. Já no Nordeste estes índices chegam a 60% nas crianças, 40% em mulheres e 20% em homens, fazendo da anemia um sério problema de saúde pública. Além dos sintomas descritos acima, “a anemia pode também causar palidez da pele, aumento dos batimentos do coração, tonturas, etc. E isso se deve à dificuldade de transporte de oxigênio pelas células vermelhas do sangue pela deficiência de ferro”, afirma o Dr. Régis Delfini, gerente médico da Nycomed. Para ajudar os médicos e a população no combate à anemia, a Nycomed realizará nos próximos meses – numa atitude inédita no Brasil – palestras e eventos pelas principais cidades do país, onde os profissionais poderão receber as últimas informações sobre a doença. Essas palestras serão ministradas por hematologistas especializados na área e terão a coordenação do Dr. Rodolfo Cançado, hematologista da Santa Casa de São Paulo. Os encontros terão apoio do Anemia Working Group (www.awgla.com) 48 | Revista ABCFARMA | Junho/09 Filantropia Texto: Francisco Eusébio Colombo Ilustrações: divulgação CASA HOPE Do sonho à realidade: um trabalho exemplar C laudia Bonfiglioli e Patrícia Thompson sonharam em oferecer um tratamento acessível a crianças e adolescentes carentes portadores de câncer ou transplantados. Certas de que todo sonho é possível – desde que cada um faça a sua parte – elas fundaram, em 1996, a Casa Hope, uma instituição 100% filantrópica que rapidamente se tornou referência para crianças nessas condições. Agora, a entidade amplia e aperfeiçoa suas possibilidades de atendimento com uma nova sede – que teve, entre seus principais patronos, o empresário Abram Szajman O sonho de Claudia e Patrícia prosperou e, no último dia 12 de maio, as duas sonhadoras e sua equipe de voluntárias inauguraram a nova sede da Casa Hope, num terreno de cerca de 6 mil metros quadrados, doados pelo governo do estado de São Paulo, em 2002, ainda na gestão de Geraldo Alckmin. O projeto, feito pelo arquiteto Ricardo Julião, ampliará em 33% a capacidade de atendimento dessa admirável entidade filantrópica em prol das crianças. Um dos empresários que mais acreditaram no sonho de Claudia Bonfiglioli e Patrícia Thompson, e que possibilitou, em grande parte, a sua realização, foi Abram Szajman, presidente da FECOMERCIO-SP, SESC e SENAC-SP, que deu importante suporte para a construção da nova sede. O apoio de Szajman ressalta a importância do trabalho da Casa Hope na vida dos pacientes mirins e seus familiares, transmitindo confiança e esperança a todos. Hoje cerca de 70 funcionários e 150 voluntários de dicam seu tempo em benefício da causa da criança com câncer ou transplantada, seja através de trabalhos técnicos, como psicólogas, terapeutas ocupacionais, professoras, nutricionistas,assistentes sociais, na triagem de pacientes ou nos bazares patrocinados pela entidade e que custeiam os tratamentos executados na Casa Hope, que podem durar de seis meses a um ano. Vera Maria Machado, voluntária há cinco anos, acredita que A partir da esquerda, a ex-primeira-dama de São Paulo, Maria Lúcia Alckmin, a vice-prefeita Alda Marcoantonio, Abram Szajman, patrono da nova sede, Claudia Bonfiglioli, o ex-governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, Patrícia Thompson, Dina Binzagr e Ricardo Julião 50 | Revista ABCFARMA | Junho/09 Abram Szajman, presidente da Fecomercio/SP, patrono da nova sede da Casa Hope as experiências que vive durante o tempo dedicado à instituição são indescritíveis e valem a pena somente pelo resultado apresentado e pela felicidade das pessoas atendidas. A nova sede, com três pavimentos, tem 188 leitos, área exclusiva para atender transplantados, com capacidade de atendimento ampliada de 40 para 54 pacientes, dois refeitórios, biblioteca, área de lazer, salão de ventos, brinquedoteca, sala de artes, salas de aula, duas salas de TV e duas salas de leitura. “Oferecer apoio psicológico, existencial e assistencial, estudo, lazer e manter a chama do sonho de um futuro melhor são elementos fundamentais para o sucesso do tratamento, e é isso que fazemos há 13 anos – agora, com muito mais espaço e mais qualidade nos serviços já oferecidos”, completa Claudia Bongiovani. Mais informações sobre a Casa Hope podem ser encontradas em seu site www.hope.org.br. Claudia Bonfiglioli e Patrícia Thompson, fundadoras da Casa Hope que, desde 1996, vem ajudando crianças e adolescentes carentes, junto com seus familiares, a ultrapassar com maior conforto e suporte os tratamentos de diversos tipos de doença COMO AJUDAR A CASA HOPE BAZAR O bazar permanente da Casa Hope funciona de 2ª a 6ª das 10h às 16h30, na Rua Joaquim Távora, 1428 e aceita doações – [email protected]. SÓCIO CONTRIBUINTE Um programa de doação mensal garante a manutenção de todos os serviços oferecidos pela instituição – [email protected]. PARCEIROS PARA A VIDA Programa de relacionamento corporativo – [email protected]. ADOTE UM LEITO Permite a pequenos e médios empresários custear a hospedagem e todos os serviços necessários ao tratamento de uma criança com câncer, mais seu acompanhante,durante um mês – [email protected]. PRODUTOS HOPE Uma linha com cerca de 20 itens para usar ou presentear. Tel.: (11) 5087-7999 – [email protected]. LICENCIAMENTO SOCIAL Uma ferramenta de marketing que possibilita aos parceiros da Hope aumentar o valor de suas respectivas marcas, criar novos produtos e realizar ações promocionais e campanhas de comunicação, criando assim novas fontes de receita – [email protected]. VOLUNTARIADO O voluntariado é essencial para a continuidade dos trabalhos da Hope. Os interessados podem agendar uma visita pelo telefone (11) 5084-7111 e saber como ajudar, dedicando algumas horas de seu tempo – [email protected]. Revista ABCFARMA | Junho/09 | 51 Economia Texto e fotos: Celso Arnaldo Araújo O MELHOR CUSTO DO DINHEIRO Que tipo de crédito serve melhor ao comércio? A coisa apertou, as contas acumularam e o empresário precisa de crédíto. Aonde ou a quem recorrer? Vale a pena pedir dinheiro emprestado? De que forma e sob que preço? Nesta matéria, o economista Fábio Pina, da Fecomercio de São Paulo, analisa as diversas modalidades de crédito e dá dicas de como fazer o melhor negócio – quando o “produto” é o dinheiro Os pequenos geralmente não têm acesso a crédito e os grandes costumam ter uma estrutura financeira mais independente. Nessas condições, é a média empresa que mais precisa de crédito? Não é verdade que os grandes não precisam de crédito. Quando há escassez de recursos no mercado, como se verifica neste momento, todo mundo enfrenta problemas. E não conheço estabelecimento que não baseie o ajuste de seu fluxo de pagamentos no capital de giro. Nos momentos de crise, a primeira coisa que acontece é um recuo do sistema financeiro. E, para o comércio, ser pego de calças curtas nesse instante pode ser fatal. O pequeno, realmente, e não me refiro só às farmácias, não tem condições de tomar o capital de giro tradicional, ou seja, sem garantias firmes e sem estar vinculado à reciprocidade de investimentos. O que o pequeno ainda consegue é desconto de duplicata – sem falar do factoring, que é praticamente uma agiotagem com cartão de visita. O pequeno geralmente transforma essa modalidade de crédito numa versão tupiniquim do capital de giro. O Brasil, aliás, está se tornando muito criativo em produtos financeiros. Há muito comerciante descontando recebíveis de cartão de crédito – o que me parece um absurdo. O comerciante efetivamente só recebe pela compra 30 ou 40 dias depois – e já recebe de 95 a 97% do que vendeu, por causa da taxa de administração. Se ele for descontar 54 | Revista ABCFARMA | Junho/09 Fábio Pina, economista da Fecomercio/São Paulo esse dinheiro antes do prazo, ainda incide outra taxa pesada sobre o saldo. Somando as duas, a taxa de juro anualizada para esse modalidade de desconto é monstruosa – mais de 200% ao ano. É como vender o almoço para comprar o jantar... Sim, porque o comerciante paga para receber na frente, o que já é estranho, e sem nenhum risco para a administradora. O desconto de recebíveis é uma forma muito cara de crédito. E seu uso reflete erros macroeconômicoscometidos não só por pessoas jurídicas como por pessoas físicas. Diante de um crédito fácil demais, fica-se tentado a usá-lo antes de analisar outras possibilidades. A decisão de tomar dinheiro a 200% ao ano pode ser o beijo da morte. Qual é a margem que tenho na venda de meu produto que justifique isso? Vale a pena encarecer demais o meu produto e perder o cliente – o que aliás é inviável no caso das farmácias, que trabalham com preços tabelados? Esse tipo de operação deveria ser um caso raro, só nas horas de desespero, mas não é o que se verifica na prática. Há empresas vivendo do cheque especial do proprietário em vez de estruturar melhor sua vida financeira. E como se faz isso? Primeiro, sentando diante do gerente do banco para tentar conversar. É normal que, quando precisam de dinheiro, muitas pessoas se sintam envergonhadas de pedir – e estejam por isso em posição inferiorizada. Sentar com o gerente quando se tem saldo grande na conta é fácil. Quando você precisa de dinheiro, é muito mais difícil. Mas é justamente aí que você tem de sentar com o gerente. Para isso é que serve o sistema financei- 56| Revista ABCFARMA | Junho/09 ro. Ocorre que o sistema financeiro brasileiro, por causa das distorções verificadas ao longo de décadas, ainda não aprendeu a fazer esse tipo de negócio – isto é: emprestar dinheiro de aplicadores a tomadores, mas sem quebrar a empresa destes. O que acontece na prática é que, por causa dessas distorções, ir ao sistema financeiro para pedir dinheiro é o último passo antes de quebrar uma empresa no Brasil. Para a maior parte das empresas pequenas e até médias, é a hora do desespero. A verdade é que os bancos não estão realmente à disposição da pequena empresa – que têm sua parcela de culpa por não planejar sua alavancagem financeira no momento de estruturar o negócio. Quando essas empresas vão ao banco é porque já não têm saída. E os bancos, naturalmente, se valem dessa situação. Ou fogem do cliente. O que você faria se tivesse um estabelecimento comercial e precisasse de fôlego financeiro para fazer alguns ajustes? Se meu comércio estivesse em situação razoável, eu iria primeiro conversar com meus fornecedores, pois a melhor maneira de conseguir uma folga financeira é negociar com seus pares, não com os bancos.Porque os fornecedores também pagam juros elevados. Se eles facilitarem as condições de venda, talvez seja possível comprar à vista; ou, se eu normalmente pago à vista, pode ser interessante comprar a prazo, com algum acréscimo, mas numa taxa bem menor que a dos bancos. É o dinheiro mais barato do mercado. Pois, se você está com o dinheiro aplicado no banco, qualquer desconto que seu fornecedor lhe der para pagar à vista será muito melhor do que o retorno do seu investimento. Mas, se o comerciante precisar de um empréstimo bancário, a que banco recorrer? O relacionamento entre cliente e banco é muito importante. Mas evidentemente há bancos mais acessíveis que outros, há bancos que são mais parceiros. Outros batem a porta – e batem com força. A “cor” da ficha que uma pessoa ou uma empresa tem junto ao banco é muito importante. Mesmo para uma pequena empresa, contatos pessoais permitem ao gerente do banco conhecer a seriedade do proprietário e sua capacidade de pagamento. 58 | Revista ABCFARMA | Junho/09 Qual seria a modalidade de crédito bancário mais barata para o comércio? Por incrível que pareça, ainda é o desconto de recebíveis – que não sejam de cartão de crédito. Como a garantia para o banco é quase absoluta, o banco pode aplicar taxas um pouco menores. Mas, dependendo do banco, há outras linhas, como a de refinanciamento de veículos, que é relativamente barata – entre 1 e 1,5%. É uma opção: financiar seu próprio veículo junto ao banco e colocar o dinheiro dentro da empresa. Mas repito: o planejamento é fundamental. Uma empresa em desespero faz qualquer coisa para sair do buraco, inclusive ir a agiotas – e pode se afundar ainda mais. E o agiota exige garantias draconianas porque prefere que você não pague a dívida – para ficar com o bem em garantia. Mas é preciso reconhecer que, apesar dessas distorções, o Brasil melhorou. Existem muitas linhas de crédito oficiais – os agiotas entram nos desvãos do mercado informal, onde não há acesso ao oficial. Vale a pena pedir dinheiro emprestado para pagar uma dívida? Às vezes. O crédito rotativo de um cartão de crédito chega a 15% ao mês. O do cheque especial, pelo menos a 8%. O próprio banco que emitiu o cartão e os cheques certamente tem linhas de crédito pessoal muito mais baratas. É preciso não só garimpar preços de mercadorias – mas do dinheiro também. Acontecimento É com alegria que comemoramos o Jubileu de Diamante do Presidente do Conselho Federal de Farmácia, Dr. Jaldo de Souza Santos, transcorrido dia 29 de maio. A comemoração aconteceu na cidade de Goiânia - GO. Ao ilustre aniversariante, votos de saúde, alegrias, realizações e sucesso. Pedro Zidoi Presidente e Diretores da ABCFARMA 60 | Junho/09 | Revista ABCFARMA Cartas Pedro Zidoi, presidente da ABCFARMA Senhor presidente, Acusamos o recebimento do informativo sobre a necessidade de comprovação de porte de farmácia e/ou drogaria junto à ANVISA e informamos que é com grande prazer que divulgaremos este informativo. Na oportunidade gostaríamos de parabenizar Vossa Senhoria pela iniciativa, que nos trará maior riqueza de conhecimentos para os caminhos da economia e dos negócios do nosso país. Atenciosamente, Senador Adelmir Santana Presidente da Fecomércio/DF Pedro Zidoi, presidente da ABCFARMA Digníssimo senhor, Vimos através desta comunicar-lhe que o novo presidente deste Sindicato é Antonio Silva Castro. Aproveitando a oportunidade, queremos comunicar-lhe também que mudamos de endereço e estamos localizados à Rua Tiradentes, 1112, Bairro Vila Nova, tel.: (99) 3523-3251, Imperatriz/MA. Atenciosamente, Antonio da Silva Castro Presidente À Revista ABCFARMA Do Governo do Distrito Federal / Secretaria do Estado de Saúde / Subsecretaria de Vigilância à Saúde / Diretoria de Vigilância Sanitária Ao senhor Dioscesmar Felipe de Faria, Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos farmacêuticos/DF Senhor presidente, solicito de Vossa senhoria que seja divulgado a todos os estabelecimentos farmacêuticos do DF que as Notificações de Receita tipo “A” (amarela) de nº 097001 a 097020 foram roubadas, conforme ocorrência policial nº 3.949/2009. As receitas apresentam, em sua identificação, o nome da médica Dra. ODILA NUNES BRASILEIRO, CRM/DF Nº 12926. Para mais esclarecimentos, entrar em contato com o núcleo de Registro e Cadastro nos tels.: (61) 3325-4805 ou 3223-2431. Atenciosamente, Ana Paula Lopes Chefe do Núcleo de Registro e Cadastro Gostaria de dar os parabéns à revista pela reportagem “Dormir é o melhor remédio”, com a participação da Dra. Lia Rita Bittencourt. Ultimamente a qualidade do sono tem contado com a ajuda da odontologia num trabalho multidisciplinar com a medicina, ajudando no tratamento do ronco e da apneia leve ou moderada diagnosticada com anamnese e polissonografia, entre outros exames. Os cirurgiões-dentistas aplicam aparelhos intraorais confeccionados especialmente para o ronco e a apneia. Dr. Ademir Pivari Cursos A tendendo a um pedido da diretora da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás, Dra. Clévia Ferreira Duarte Garrot, informamos que essa entidade de ensino, como faz a cada dois anos, está promovendo a Semana Científica Farmacêutica,entre os dias 22 e 25 de setembro, este ano sob o tema: “As Ciências Farmacêuticas e seus novos Desafios”. A Semana Científica Farmacêutica da UFG tem como presidente o Dr. Ricardo Menegatti, como coordenadora das palestras a Profa. Dra. Marize Campos Valadares; dos cursos, a Profa. Dra. Kênnia Rocha Resende; e, dos painéis, o Prof. Dr. Ricardo Menegatti. MBA em Marketing, Itajaí/SC Fundação Getúlio Vargas organiza o MBA em Marketing na cidade de Itajaí,Santa Catarina As aulas têm início em 19 de junho e serão ministradas às sextas-feiras e sábados, quinzenalmente, das 18h30 às 22h50. O curso tem a duração de aproximadamente 18 meses e está sob a coordenação acadêmica do prof. Guilherme Eduardo Korndorfer da FGV-RJ. Mais informações SNGPC: FALE COM A ANVISA www.anvisa.gov.br/hotsite/sngpc/index.asp Tel.: (61) 3462 5546 62 | Revista ABCFARMA | Junho/09 www.siciesc.org.br/pos, [email protected] ou pelos telefones 0300-6470-133 ou (47) 3248-8811 Encontros políticos Texto e fotos: Francisco Colombo U LÍDERES DA FARMÁCIA ENCONTRAM-SE COM SENADORES EM BRASÍLIA ma delegação de dirigentes, empreendedores de farmácias e farmacêuticos do Paraná, DF e São Paulo, incluindo o presidente da ABCFARMA, Pedro Zidoi, fez visitas de cortesia a diversos senadores, com os quais conversaram sobre vários temas relacionados ao setor, como projetos que tramitam no Legislativo Os senadores Alvaro Dias (PSDB/PR), Adelmir Santana (DEM/DF) e Francisco Dornelles (PP/RJ) ouviram atentamente as argumentações da delegação e se colocaram à disposição, sempre que necessário, para esclarecimentos e conversas informais. A ABCFARMA agradece a acolhida dos senadores e os cumprimenta por seu brilhante trabalho junto ao Poder Legislativo. Líderes de entidades que representam farmácias e drogarias no Paraná, São Paulo e Brasília são recebidos no gabinete do senador Alvaro Dias para uma conversa esclarecedora sobre o setor farmacêutico Ao lado, a partir da esquerda, o Dr. Rogerio Tokarski, Felipe de Faria, presidente do Sincofarma-DF, e Álvaro José da Silveira, presidente da ABRAFARMA, também diretores da ABCFARMA, em conversa com os senadores Francisco Dornelles e Adelmir Santana. Acima, o Dr. Rogério Tokarski e Dr. João Carlos Glapinski, colegas dos tempos de faculdade de Farmácia, reencontram-se em Brasília 64 | Revista ABCFARMA | Junho/09 Debate Texto: Francisco Colombo Fotos: Agência Senado AUDIÊNCIA em Brasília Componentes da mesa da Audiência Pública que discutiu a venda de produtos não-medicamentosos em farmácias e drogarias. A partir da esquerda: Dr. Cácito Esteves, assessor jurídico da CBFARMA da CNC, Sergio Mena Barreto, presidente executivo da ABRAFARMA, Dr. Dirceu Raposo de Mello, presidente da ANVISA, senadora Rosalba Ciarlini, presidente da Comissão de Assuntos Sociais, Dr. Arnaldo Zubioli, do CFF, e Pedro Zidoi, presidente da ABCFARMA N o último dia 6 de maio foi realizada Audiência Pública em Brasília, para debater a Resolução 69, que estabelece diversas restrições para a comercialização de produtos correlatos em farmácias e drogarias. A reunião contou com o depoimento do presidente da ABCFARMA, Pedro Zidoi, que, ao fim de sua exposição, defendeu a criação de um grupo de trabalho com representantes da Anvisa, do Legislativo e do setor regulado para aperfeiçoar o texto dessa resolução. 66 | Revista ABCFARMA | Junho/09 Na abertura da audiência pública, presidida pela senadora Rosalba Ciarlini (DEM/RN), esta passou a presidência para o senador Paulo Paim que, necessitando ausentar-se para votação em plenário, transferiu posteriormente o comando da reunião para o senador Augusto Botelho. A mesa foi composta pelo presidente da ANVISA, Dr. Dirceu Raposo de Mello, Dr. Arnaldo Zubioli, do Conselho Federal de Farmácia, Dr. Cácito Augusto Esteves, assessor jurídico da CBFARMA, Sergio Menna Barreto, presidente executivo da ABRAFARMA, e Pedro Zidoi, presidente da ABCFARMA. Depois das considerações iniciais do Dr. Dirceu Raposo, que fez rápida explanação sobre a gripe suína, a palavra foi dada ao presidente da ABCFARMA, que fez um resumo histórico das leis 3820/60 e 5991/73 e contestou a proposta defendida pela ANVISA, que contraria as leis existentes, já que uma resolução não tem o poder de revogar leis vigentes. É o caso da disposição da Resolução 69 segundo a qual produtos de venda livre só poderão ser expostos atrás do balcão da farmácia – perdendo, portanto, a condição de venda livre prevista na lei. Pedro Zidoi argumentou que os proutos autorizados à venda pela lei não podem ser subtraídos, a não ser por nova lei – mas outros podem ser acrescentados. O presidente da ABCFARMA respondeu a vários questionamentos dos senadores e, para encerrar sua participação, propôs a formação de uma comissão com representantes da ANVISA, Congresso Nacional e lideranças do comércio farmacêutico. Estudo comparativo Em seguida, a palavra foi concedida a Sergio Mena Barreto, presidente executivo da ABRAFARMA, que fez um comparativo do mercado farmacêutico brasileiro e países do primeiro mundo. Apresentou também consulta feita junto à população, por região, segundo a qual o consumidor deseja encontrar nas farmácias outros produtos além de medicamentos. Em seguida, foi a vez do assessor jurídico da CNC, Dr. Cácito Augusto Esteves, que apresentou estudo jurídico demonstrando que a proposta da ANVISA é inconstitucional – já que se trata de um órgão regulatório, sem poderes para legislar nas áreas do Executivo e Legislativo. A palavra coube então ao Dr. Arnaldo Zubioli, representando o Conselho Federal de Farmácia, que defendeu a tese de que farmácias e drogarias são estabelecimentos de saúde – logo, não poderiam vender produtos que não sejam medicamentos. Para encerrar a participação no debate dos componentes da mesa, foi concedida novamente a palavra ao Dr. Dirceu Raposo, que fez a defesa da proposta da Resolução 69. Comentou uma recente visita a Natal, capital do Rio Grande do Norte, onde encontrou farmácia vendendo bebidas e cigarros. E uma em Belo Horizonte, comercializando agrotóxicos. Pedro Zidoi pediu a palavra para afirmar que fatos como esses são isolados e absolutas exceções. Em seguida, a palavra foi dada aos senadores presentes. Pela ordem, os senadores Roberto Cavalcante, Eduardo Azeredo e Adelmir Santana apoiaram, em suas manifestações, o setor de farmácias e drogarias. Por fim, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), autor do requerimento para a realização da Audiência Pública, defendeu o direito de farmácias e drogarias venderem outros produtos e sugeriu a criação de um grupo de trabalho, reforçando a ideia apresentada pelo presidente da ABCFARMA, para formular proposta que atenda às partes. “Não vejo ninguém defendendo que a farmácia se transforme em ponto de venda de agrotóxico. Cabe à Anvisa fiscalizar e criar um grupo de trabalho para discutir os itens que podem ser comercializados”, sugeriu o parlamentar. A sugestão do senador foi aprovada por todos os presentes. Livre comércio Ao comentar a audiência pública, o vice-presidente da ABCFARMA, senador Adelmir Santana (DEM-DF), afirmou que sua posição sobre a livre venda de drogas e insumos farmacêuticos em farmácias e drogarias já é conhecida, por ser ele um empresário do ramo. “O Parlamento tem forças e lados e o projeto em tramitação na Câmara ainda não se transformou em lei. Não foram modificados os arcabouços jurídicos que regulam esse assunto e uma resolução não pode sobrepor-se a uma lei. Uma agência não pode legislar”, argumentou Adelmir Santana. Representante das 25 maiores redes de drogarias do país, que respondem por 32% do mercado e realizam mais de 300 milhões de atendimentos por ano, o presidente executivo da ABRAFARMA, Sergio Mena Barreto, acredita que esses estabelecimentos não podem ser vistos apenas como uma unidade de saúde. Ao diversificarem seus produtos, os estabelecimentos estariam atendendo a novas necessidades da população. Pedro Zidoi presta depoimento na Audiência Pública, requerida pelo senador Alvaro Dias, tendo ao seu lado, a partir da direita, Dr. Arnaldo Zubioli, do CRF, Dr. Dirceu Raposo de Mello, presidente da ANVISA, e Sérgio Mena Barreto, diretor executivo da ABRAFARMA Revista ABCFARMA | Junho/09 | 67 Eventos Texto e fotos: Francisco Euzébio Colombo Mesa oficial da abertura da Expo Med Norte. A partir da esquerda: Joaquim Tadeu Pereira, presidente do Sincofarma-PA, José Raimundo dos Santos, coordenador da CBFARMA, Pedro Zidoi, presidente da ABCFARMA, Pedro Sanchez, sócio-proprietário do Grupo Tapajós, Dr. Ispen Abrahim Lima, secretário da Saúde de Manaus, Edimar Lima, presidente do Sindifarma-RR, e Armando Gomes dos Reis Filho, presidente do Sindidrogas-AM Manaus/AM: EXPO MED NORTE é destaque no setor farmacêutico O setor farmacêutico do norte do país mostrou toda a sua grandeza e exuberância, com a beleza e hospitalidade típicas da região, na EXPO MED NORTE, realizada nos dias 17 e 18 de abril no Centro de Exposições Studio 5 Festival Mall, localizado no Distrito Industrial de Manaus Organizado pela Distribuidora Tapajós e pelo Sindidrogas-AM, o evento teve o objetivo de promover o intercâmbio entre os maiores fabricantes de medicamentos, artigos de higiene, beleza e perfumaria e cosméticos do país e profissionais de farmácias e drogarias da região, que tiveram a oportunidade de trocar experiências e adquirir informações importantíssimas, com as palestras apresentadas nos dois dias do encontro. A ABCFARMA, através de seu presidente Pedro Zidoi, e o Sindicato de Produtos Farmacêuticos de Roraima, na pessoa de seu presidente, Edimar Lima, assim como o 68 | Revista ABCFARMA | Junho/09 O presidente da ABCFARMA, Pedro Zidoi, foi convidado a apresentar um panorama do setor farmacêutico na abertura da Expo Med Norte coordenador da CBFARMA da CNC, José Raimundo dos Santos, e Joaquim Tadeu do Sincofarma/PA, prontamente apoiaram a iniciativa do Sindidrogas/AM. Para o presidente do Sindidrogas-AM, o encontro representou o início de um novo ciclo para o setor farmacêutico no Estado do Amazonas. “Manaus nunca viu nada igual. A Expo Med Norte é um evento único e de grandes proporções no mercado nacional”, afirmou o incansável organizador do encontro e diretor da área de cosméticos do Grupo Tapajós, Alfredo Baima, um dos grandes entusiastas e idealizadores da Feira. Logo na abertura do encontro, muita emoção e informação indispensável para quem quer se manter atualizado com o setor. Numa emocionante homenagem à Drogaria Lemos, farmácia que atua há 157 anos na cidade de Manaus, o Sindidrogas e a Tapajós entregaram uma placa comemorativa a dona Georgette Abrahim, matriarca da família e ainda presente no dia-a-dia da Farmácia Lemos. A seguir, o presidente da ABCFARMA, Pedro Zidoi, proferiu uma palestra esperada por todos os presentes, com informações atuais sobre o mercado, tendências, riscos e oportunidades, com orientações valiosas sobre gestão de farmácias e drogarias. Também foram apresentadas as palestras de Regina Blessa sobre Merchandising no PDV e a de Daniel Godri, “Como conquistar e manter clientes”. A ABCFARMA e seu presidente Pedro Zidoi parabenizam o Sindidrogas-AM e a Tapajós por esta iniciativa e agradece a hospitalidade dos organizadores. n A partir da esquerda, Edmilson de Jesus Silva (suplente do Conselho do Sindidrogas/AM), Eliomar Bruce de Oliveira (tesoureiro), Armando Gomes dos Reis Filho (presidente do Sindidrogas/AM), Alarico R. de Araujo (secretário), José Raimundo dos Santos (coordenador da CBFARMA), Edimar Lima (presidente do Sindifarma/RR), Joaquim Tadeu (presidente do Sincofarma/PA) e Pedro Zidoi (presidente da ABCFARMA) O diretor da área de cosméticos e organizador da EXPO MED/Norte, Alfredo Baima, entrega ao presidente da ABCFARMA, Pedro Zidoi, uma placa comemorativa, oferecida pela diretoria do Sindifarma-RR, por iniciativa de seu presidente, Edimar Lima Dona Georgete Abrahim Lima, proprietária da Drogaria Lemos, a farmácia mais antiga de Manaus, é homenageada na abertura do evento, ao lado da diretora do Grupo Tapajós, Maricely Brazão Dr. Ispen Abrahim Lima, secretário de Saúde de Manaus, ao lado do sócioproprietário do Grupo Tapajós, Pedro Sanchez, e de seu diretor para a área de cosméticos e organizador do evento, Alfredo Baima Revista ABCFARMA | Junho/09 | 69 Eventos Texto e fotos: Francisco Euzébio Colombo PRESIDENTE DA ABCFARMA FALA EM FRANCA/SP N o dia 29 de abril último, o presidente da Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico, Pedro Zidoi, foi recebido na sede da ACIF, Associação do Comércio e das Indústrias de Franca, a convite dos diretores da Rede Drogafarma e da ACIF, Ézio Pedrosa e Ébio Pedrosa, para proferir importante palestra sobre o cenário atual do varejo farmacêutico Pedro Zidoi apresentou as tendências do setor, comentou as principais leis que tramitam no Poder Legislativo, e que poderão afetar as farmácias e drogarias de todo o Brasil, e deu orientações para a melhor gestão dos negócios dentro do atual momento econômico. A palestra contou com a presença de inúmeros empreendedores e profissionais de farmácias e drogarias da cidade de Franca e região – entre eles, Ébio Pedrosa, diretor da Drogafarma, e Ednaldo Mércuri Rodrigues, presidente da Associação das Farmácias e Drogarias de Franca e Região. O presidente da ACIF, João Carlos Cheade, não O presidente da ABCFARMA, Pedro Zidoi, durante a palestra na Associação Comercial e Industrial de Franca sobre o cenário atual do setor farmacêutico pôde participar da palestra, pois estava em audiência pública na Câmara Municipal de Franca, que tratou de um assunto que envolvia o comércio da região, mas foi representado na ocasião pelo presidente do Conselho Deliberativo da entidade, Antonio Humberto Coelho. Grupo de empresários e profissionais de farmácias e drogarias acompanha a palestra de Pedro Zidoi na ACIF. A partir da esquerda, Ézio Pedroza, Fabrício Pedroza, Tiago Pedroza, Ébio Pedroza, Ednaldo Mercúrio e João Andrade 70 | Revista ABCFARMA | Junho/09 Para Ézio Pedrosa, organizador do evento, palestras como esta servem para informar e orientar os empresários e profissionais que militam em farmácias e drogarias, principalmente em momentos de grandes transformações como o que vivemos atualmente. E são fundamentais e indispensáveis para o desenvolvimento e sucesso dos negócios. Após a reunião, a ACIF ofereceu um coffee break para os participantes. O presidente da ABCFARMA, Pedro Zidoi, agradece a excelente acolhida que teve na cidade de Franca pelos irmãos Ébio e Ézio Pedrosa, da rede Drogafarma, e ao presidente da ACIF, João Carlos Cheade, por disponibilizar o espaço para este importante encontro. HOMENAGEM DR. JULIO AUGUSTO DE MORAES RÊGO UM LÍDER EM DEFESA DA FARMÁCIA BRASILEIRA F oi com tristeza que tomamos conhecimento do falecimento do dr. Julio Augusto de Moraes Rêgo, ocorrido no último dia 3 de maio. Formado pela Faculdade de Farmácia Federal da Bahia em 1945, juntamente com seu irmão Fridolino Rêgo, assumiu a direção da Farmácia Chile, fundada em 1925 pelo seu já falecido pai, tornando-a a mais movimentada e referenciada das farmácias de Salvador. Foi o mais jovem profissional farmacêutico na época na Bahia, tendo sido fundador da Associação de Proprietários de Farmácia da Bahia e seu primeiro presidente. Foi também um dos fundadores do Conselho Regional de Farmácia Secção da Bahia, sendo seu registro o de nº 2. Colaborou com diversas entidades sociais, como Associação Comercial da Bahia, Rotary Clube Salvador Leste, Loja Maçônica, etc. Deixa com saudades esposa, os filhos Julio Rêgo Filho e Epaminondas Torres Rêgo, sete netos e quatro bisnetos. A ABCFARMA, através de seu presidente e diretores, lamenta a perda do companheiro e transmite aos familiares votos de conforto. Julio Augusto de Moraes Rêgo, durante sua militância junto com seu irmão Fridolino Rêgo à frente da Rede de Farmácia Chile, foi um dos líderes na defesa da farmácia brasileira. Em reuniões realizadas em vários estados do país, Julio Rêgo, com sua ini- Julio Augusto de Moraes Rêgo gualável inteligência, colaborou na solução dos problemas de sua época. Publicações recebidas Jornal Sincofarma/RJ, edição abril 2009 Revista Brasília em Dia, edição maio 2009 Revista Suinocultura Industrial, edição 222 Revista SESCSP, edição maio 2009 Revista Empresa Brasil, abril 2009 Revista Câmara Árabe Noticias, edição janeiro/abril 2009 Manual dos Instrumentos da Política de Desenvolvimento Produtivo –PDP caderno política industrial nº 2 Revista Destino Pernambuco Revista Agitação nº 86, mar/abr 2009 Revista do SESCON/SP nº 239, mar 2009 Revista Avicultura Industrial edição 1176 Revista Informe Fecomércio/PE nº 161, março 2009 Revista Instituto Brasileiro de Etco Ética Concorrencial, abr 2009 Tome Nota publicação Fecomércio SP, abr 2009 Jornal Unidas, mar/ abr 2009 Revista em Dia, abr/maio /2009 Revista Sincomavi, mar/abr 2009 Revista Info Veneto, mar/abr 2009 Revista ABAFARMA, abr 2009 Revista da Farmácia, abr/2009 Folheto Mobilização contra a dengue Revista do Farmacêutico, jan/mar-2009 Guia Farmacêutico Brasíndice, abr-2009 Jornal Revista da Farmácia, maio/2009 Revista Financeiro, março e abril de 2009 Revista Negócios de Comunicação, editora Segmento Revista ANFARMAG, março e abril/2009 Revista Brasília em Dia, maio/2009 Jornal Hospitalar, maio/2009 Revista Digesto Econômico, março e abril/2009 Jornal Acontece, da SINDICOMIS, abril/2009 Revista ABCF News, março/2009 Informativo da SINPROQUIM, março e abril/2009 Informativo Folha do Comércio, da Fecomério/RN, edição abril/2009 Informativo 14º Congresso Brasileiro Multidisciplinar Multiprofissional em Diabetes Paracetamol Medley. Apresentação:caixa com 20, 100 e 200 comprimidos revestidos de 750mg, USO ADULTO e solução oral (gotas) 200mg/mL - frasco com 15 mL. USO ADULTO E PEDIÁTRICO. Indicações: analgésico-antipirético; quando o uso de ácido acetilsalicílico não for aconselhável ou for contraindicado. Contraindicações: hipersensibilidade ao paracetamol ou a qualquer componente da fórmula. Registro no MS: 1.0181.0346/1.0181.0351. AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Medicamento Genérico – Lei 9.787/99. Não use junto com outros medicamentos que contenham paracetamol, com álcool, ou em caso de doença grave do fígado. * Esta mini-bula refere-se ao anúncio publicado na primeira capa desta edição Revista ABCFARMA | Junho/09 | 71 Homenagem Texto: Francisco Euzébio Colombo Fotos: arquivo SINDUSFARMA SINDUSFARMA homenageia os pioneiros da indústria farmacêutica Os 39 agraciados com o Colar Cândido Fontoura do Mérito Industrial, concedido a profissionais que participaram da história do setor e contribuíram significativamente para seu desenvolvimento, na grande noite de gala que comemorou o Dia da Indústria Farmacêutica A comenda do Colar Cândido Fontoura do Mérito Industrial Farmacêutico, honraria instituída pelo SINDUSFARMA, destinada a condecorar personalidades de destaque da indústria farmacêutica, foi entregue no dia 27 de abril último em bela cerimônia realizada no Hyatt Hotel de São Paulo A comenda foi entregue a 39 empresários, dirigentes executivos e profissionais da indústria farmacêutica pelos relevantes serviços prestados ao setor. Alguns dos homenageados iniciaram suas vidas profissionais trabalhando em farmácias e hoje são responsáveis pela fundação ou gestão de empresas que se destacam no cenário 72 | Revista ABCFARMA | Junho/09 nacional, como Cleito Christovam Natali, Rubens Gimenes, Aldamiro Paulino, Waldomiro Paulino e Jorge Raimundo Filho. O Colar, que recebeu o nome de Cândido Fontoura por ter sido ele membro fundador e primeiro presidente do Sindusfarma, compõe-se de uma medalha banhada em ouro 24 quilates, com o busto em alto relevo e a inscrição “Cândido Fontoura – Colar do Mérito Industrial Farmacêutico”. No verso, o logotipo do Sindusfarma e a inscrição “Jubileu de 75 anos, 1933-2008”, grafados com a inscrição do ano em que foi outorgada. Foram homenageados com a comenda, na categoria Empresários e Dirigentes Executivos, Adalmiro Dellape Baptista, Adolpho Augusto César Finatti, Alcebíades de Mendonça Athayde, Alois Metzler, Antonio Gilberto Depieri, Basílio Scavarelli, Carlos Fernando Gross, Cleito Christovam Natali, Dino Samaja, Ernest Ludwig Reinhold Gross, Galliano Billi, Georges Barrenne, Gerhard Friedrich Claassen, Gian Enrico Mantegazza, Gilberto Pires de Oliveira Dias, Ismar de Moura, Jorge Raimundo Filho, José Carlos Deluca Magalhães, Júlio Sanchez Jimenez, Manfred Feig, Marcelo José Antonio Marino, Miguel Giudicissi, Morio Sato, Pietro Benedetto Mascaro, Roberto de Moraes, Rubens Gimenes, Waldomiro Paulino, Zanone Alves de Carvalho. Na categoria Profissionais, foram agraciados Angilberto Luiz da Costa, Decio Melhem, Irapuan Maurício de Oliveira, Lauro Domingos Moretto, José Augusto Moraes de Vasconcellos, Jorge Harrald Muller, Paschoal Milito Neto, Rubens Macedo, Vicente Nogueira e Wilson Rodrigues Pereira. Na categoria Personalidades de Destaque, o homenageado foi o deputado Arnaldo Faria de Sá. Adalmiro Dellape Baptista falou em nome dos homenageados e foi intensamente aplaudido pelos presentes. Aos contemplados com a merecida homenagem, os parabéns da ABCFARMA e de seu presidente, Pedro Zidoi – que participou do setor industrial na qualidade de presidente do laboratório Ducto, de propriedade de seus familiares. Mesa que conduziu os trabalhos de entrega do Colar Cândido Fontoura. A partir da esquerda: Dr. José Maria da Costa Orlando, secretário adjunto municipal da Saúde de São Paulo, representando o prefeito Gilberto Kassab, Francisco Chagas, vereador de São Paulo, o deputado federal Arnaldo Faria de Sá, Omilton Viscondi Jr., presidente do Sindusfarma-SP, Luiz Monteiro Filliettaz, membro do Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde, representando Paulo Skaf, presidente da Fiesp, Dr. Marcelo Polacow Bisson, vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, representando a presidente da entidade, Dra. Raquel Rizzi Um prêmio para o talento dos profissionais da indústria farmacêutica Detalhe do Colar Cândido Fontoura do Mérito Industrial Farmacêutico, uma peça criada especialmente para homenagear aqueles que fizeram a história da indústria farmacêutica no Brasil, com o busto de seu patrono na frente e a lembrança dos 75 anos do SINDUSFARMA-SP no verso Revista ABCFARMA | Junho 09 | 73 Formatura UNIVERSIDADE DO CONTESTADO FORMA A SUA PRIMEIRA TURMA DE FARMÁCIA D ia 30 de maio, a Universidade do Contestado, em Canoinhas, SC, formou a primeira turma de seu curso de Farmácia generalista Na formatura, uma das homenageadas foi a coordenadora do curso, Dra. Juliane Seleme Brehmer, que inclusive deu nome à pioneira turma de formandos de 2009 e enviou uma mensagem de agradecimento à Revista ABCFARMA pelo apoio da entidade ao curso que coordena e que reproduzimos ao lado. O presidente da ABCFARMA, Pedro Zidoi, foi convidado a participar da cerimônia de colação de grau, mas esteve impossibilitado de comparecer. Em nome da entidade, parabeniza os formandos do curso de Farmácia de 2009 da Universidade de Contestado e deseja sucesso profissional a cada um deles. 82 | Junho/09 | Revista ABCFARMA Nada melhor para expressar este sentimento do que a Mensagem da Comissão, escrita por Peter Bamm e colocada no convite de formatura: “Jamais podemos compreender o que o outro espera de nós e o que esperamos do outro. Mas ainda é preferível fazer, mesmo errando, a nada fazer pelo medo de errar. Àqueles que buscaram ajudar, nossa eterna gratidão. Aos obstáculos que surgiram, somos gratos também, pois dificuldades são para vencer. Eis aqui a nossa vitória. Fica a certeza de que tudo foi feito buscando o melhor e a nossa única preocupação foi a de fazermos desta festa algo inesquecível.” Canoinhas-SC, 19 de maio de 2009 Ilmo. sr. Pedro Zidoi É com grande prazer que convidamos o senhor e toda a equipe da ABCFARMA para a formatura da primeira turma de farmácia generalista da UnC, Canoinhas. Hoje contamos com alunos vindos do Mato Grosso ao Rio Grande do Sul. Temos dez turmas em andamento, com mais de 300 alunos no total, e somos o maior curso de farmácia do Estado. A UnC se orgulha desta marca e agradece os seus colaboradores. Muitos de nossos alunos souberam da nossa existência por intermédio da Revista ABCFARMA, que hoje chega em todos os cantos do Brasil.
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