colégio israelita brasileiro

Transcrição

colégio israelita brasileiro
TUTORIAL – 12B
Data:
Aluno (a):
Série: 3ª
Ensino Médio
Turma:
Equipe de Língua Portuguesa
PORTUGUÊS
Variações linguísticas
A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permitindo-nos a oportunidade de
expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados
ao nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social.
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala, que são basicamente
dois: O nível de formalidade e o de informalidade.
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, restringindo-se às normas gramaticais de
um modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator foi
determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais.
Quanto ao nível informal, este por sua vez representa o estilo considerado “de menor prestígio”, e isto
tem gerado controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que para a sociedade, aquela pessoa
que fala ou escreve de maneira errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma um estigma.
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades linguísticas, as
quais representam as variações de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e
históricas em que é utilizada. Dentre elas destacam-se:
Variações históricas:
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo. Um
exemplo bastante representativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra
farmácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas, a
qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos.
Analisemos, pois, o fragmento exposto:
Antigamente
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito
prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo
sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo
do balaio."
Carlos Drummond de Andrade
Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado.
Variações regionais:
São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como
exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais
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como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às
características orais da linguagem.
Variações sociais ou culturais:
Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução de
uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de rap,
tatuadores, entre outros.
Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando
a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área de informática, dentre outros.
Vejamos um poema e o trecho de uma música para entendermos melhor sobre o assunto:
Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
Oswald de Andrade
(Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/variacoes-linguisticas.htm)
Exercícios
Texto para as questões 1 a 3.
Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal da Língua Portuguesa, saber
adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo. Para exemplificar este fato, seu professor de
Língua Portuguesa convida-o a ler o texto Aí, galera, de Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor
brinca com situações de discurso oral que fogem à expectativa do ouvinte.
Aí, galera
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo "estereotipação"? E, no entanto, por que não?
— Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
— Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas,
aqui presentes ou no recesso dos seus lares.
— Como é?
— Aí, galera.
— Quais são as instruções do técnico?
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— Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia
otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico,
concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos
da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da
ação.
— Ahn?
— É pra dividir no meio e ir pra cima pra pega eles sem calça.
— Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
— Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental. algo banal, talvez mesmo previsível e
piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?
— Pode.
— Uma saudação para a minha progenitora.
— Como é?
— Alo, mamãe!
— Estou vendo que você é um, um...
— Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja
um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?
— Estereoquê?
— Um chato?
— Isso.
Correio Braziliense, 13 maio 1998.
1. (Enem) O texto retraía duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São elas:
a) a saudação do jogador aos fâs do clube, no início da entrevista, e a saudação final dirigida à sua
mãe.
b) a linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da entrevista, e um jogador que fala,
com desenvoltura, de modo muito rebuscado.
c) o uso da expressão "galera", por parte do entrevistador, e da expressão "progenitora", por parte do
jogador.
d) o desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra "estereotipação", e a fala do jogador em "é
pra dividir no meio e ir pra cima pra pega eles sem calça".
e) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o jogador entrevistado não
corresponder ao estereótipo.
2. (Enem) O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto.
Considerando as diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também
uma inadequação da linguagem usada ao contexto.
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a) "O carro bateu e capoto, mas num deu pra vê direito" - um pedestre que assistiu ao acidente comenta
com o outro que vai passando.
b) "E aí, ô meu! Como vai essa força?" - um jovem que fala para um amigo.
c) "Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação" - alguém comenta em uma reunião
de trabalho.
d) "Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva desta
conceituada empresa" - alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.
e) "Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o risco de termos, num
futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros" - um professor universitário em um congresso
internacional.
3. (Enem) A expressão "pega eles sem calça" poderia ser substituída, sem comprometimento de
sentido, em língua culta, formal, por:
a) pegá-los na mentira.
b) pegá-los desprevenidos.
c) pegá-los em flagrante.
d) pegá-los rapidamente.
e) pegá-los momentaneamente.
Texto para as questões 4 e 5
Aula de português
1. A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.
5. A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
10.o Amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
15. em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.
(Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar, Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.)
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4. (ENEM)
Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste entre marcas de variação de
usos da linguagem em
a) situações formais e informais.
b) diferentes regiões do país.
c) escolas literárias distintas.
d) textos técnicos e poéticos.
e) diferentes épocas.
5. (ENEM)
No poema, a referência à variedade padrão da língua está expressa no seguinte trecho:
a) “A linguagem / na ponta da língua” ( 1 e 2).
b) “A linguagem / na superfície estrelada de letras” ( 5 e 6).
c) “[a língua] em que pedia para ir lá fora” ( 14).
d) “[a língua] em que levava e dava pontapé” (15).
e) “[a língua] do namoro com a priminha” ( 17).
6. (UFTM) Sobre a tira, analise as afirmativas.
I - Pode-se identificar, no último quadrinho, a fala de um nordestino, exemplo de variedade linguística
regional.
II - É apresentada uma visão estereotipada de uma fala que suprime, quase sempre, as sílabas finais
das palavras.
III - A fala no último quadrinho retoma o exemplo dado no terceiro quadrinho, tornando-se mais
inteligível.
IV - O produtor da tira usou seu conhecimento das variedades linguísticas existentes entre as regiões
do país para
produzir efeitos de humor.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II e III, apenas.
b) II, III e IV, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
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7. A tira exemplifica o uso de variedades linguísticas. Sobre variedades e registros de linguagem,
assinale a afirmativa INCORRETA.
a) Preconceito linguístico é o julgamento negativo dos falantes em função da variedade linguística que
utilizam.
b) A maior ou menor proximidade entre os falantes faz com que usem variedades mais ou menos
formais, denominadas registros de linguagem.
c) Diferenças significativas nos aspectos fonológicos e morfossintáticos da língua marcam as
variedades sociais, seja devido à escolaridade, à faixa etária, ao sexo.
d) Norma culta ou padrão é a denominação dada à variedade linguística dos membros da classe social
de maior prestígio, que deve ser utilizada por todos da mesma comunidade.
e) Gíria ou jargão é uma forma de linguagem baseada em vocabulário criado por um grupo social e
serve de emblema para os membros do grupo, distinguindo-os dos demais falantes da língua.
8. (FUVEST) "Todas as variedades linguísticas são estruturadas, e correspondem a sistemas e
subsistemas adequados às necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente
ligada à estrutura social e aos sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliação distinta das
características das suas diversas modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão, por
exemplo, embora seja uma entre as muitas variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa,
porque atua como modelo, como norma, como ideal linguístico de uma comunidade. Do valor normativo
decorre a sua função coercitiva sobre as outras variedades, com o que se torna uma ponderável força
contrária à variação."
(Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo. Adaptado.)
Depreende-se do texto que uma determinada língua é um:
a) conjunto de variedades linguísticas, dentre as quais uma alcança maior valor social e passa a ser
considerada exemplar.
b) sistema de signos estruturado segundo as normas instituídas pelo grupo de maior prestígio social.
c) conjunto de variedades linguísticas cuja proliferação é vedada pela norma culta.
d) complexo de sistemas e subsistemas cujo funcionamento é prejudicado pela heterogeneidade social.
e) conjunto de modalidades linguísticas, dentre as quais algumas são dotadas de normas e outras não o
são.
9. (UFV) Suponha um aluno se dirigindo a um colega de classe nestes termos: “Venho respeitosamente
solicitar-lhe que se digne emprestar-me o livro.” A atitude desse aluno se assemelha à atitude do
indivíduo que:
a) comparece ao baile de gala trajando “smoking”.
b) vai à audiência com uma autoridade de “short” e camiseta.
c) vai à praia de terno e gravata.
d) põe terno e gravata para ir falar na Câmara dos Deputados.
e) vai ao Maracanã de chinelo e bermuda.
10. Leia o fragmento abaixo:
Antigamente
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não
faziam anos: completam primaveras, em geral dezoito. (Carlos Drummond de Andrade)
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As expressões mademoiselles, mimosas, prendadas constituem um recurso usado pelo autor
Para explorar a mudança da língua no seu aspecto
a) espacial.
b) histórico.
c) profissional.
d) individual.
e) fonético.
GABARITO
1. B
2. E
3. B
4. A
5. B
6. A, B e D
7. Todas
8. A
9. C
10. B
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