Julho 2013

Informativo N° 14, Ano V, Julho 2013
www.cdb.com.br
Centro de Diagnósticos Brasil
Distribuição gratuita
CDB amplia opções de serviços para os médicos
Sempre na vanguarda da inovação, o Centro de Diagnósticos Brasil reúne esforços para ampliar, a cada dia, a oferta de serviços. Recentemente, o laboratório desenvolveu o
serviço de coleta de materiais para exames diretamente nos
consultórios, entre eles, Anatomopatológico, Citologia Oncótica e Culturas em Geral.
Desta forma, o CDB aumenta ainda mais a proximidade com
os médicos solicitantes e amplia as opções de benefícios,
sempre associados à alta qualidade de atendimento e comodidade já oferecidos por meio do Canal Médico, ferramenta
que permite uma conexão direta entre os médicos e toda a
estrutura do laboratório.
Ao utilizar este canal, os especialistas têm acesso a uma
série de vantagens, como, por exemplo, o chat direto com
os médicos do corpo radiológico, em tempo real, para discussão de casos, esclarecimento de dúvidas, agendamento
e encaixe de exames, consulta a coberturas e exames realizados, entre outras comodidades.
Serviços em nuvem
Outra plataforma de serviços que passará a ser utilizada em
breve pelo CDB é o My Vue, sistema que permite ao paciente acessar de qualquer lugar, via computador, tablet ou celular, as imagens de seus exames, relatórios e pedidos completos que ficam armazenados na nuvem, de forma prática
e segura. Para utilizar o benefício, o paciente precisa retirar
seu login e senha logo após a realização do procedimento.
A ferramenta é mais uma novidade do CDB, que já havia
implantado um serviço nos mesmos moldes: o Vue Motion,
no qual os médicos solicitantes podem acessar o histórico
de exames de seus pacientes, independentemente da plataforma, em qualquer dia e horário.
O armazenamento de exames por meio do sistema de Cloud
Computing traz uma série de vantagens tanto para os médicos quanto para os pacientes, como acesso amplo e detalhado a todas as imagens, segurança dos dados, facilidade
para comparar exames, entre outras.
ponto de vista
Por que realizar a mamografia junto com a
ultrassonografia?
O planejamento dos cuidados com a saúde da mulher deve
incluir a detecção precoce do câncer de mama. Sua ocorrência mundial apresenta um aumento crescente, provocando
debates sobre o rumo das intervenções terapêuticas.
Os fatores de risco associados ao câncer de mama são obesidade, tabagismo, dieta rica em gorduras, ingestão excessiva de álcool, parentes de 1º grau com câncer de mama
ou ovário, mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2, antecedentes de radioterapia no tórax (principalmente entre 10
e 30 anos), ausência de gestações, primeira menstruação
precoce e menopausa tardia.
A mamografia é o exame primário para rastreamento e é
comprovadamente eficaz na detecção precoce da doença.
Ela pode reduzir em até 22% a taxa de mortalidade por câncer de mama. Porém, apresenta algumas limitações, como,
por exemplo, a taxa de detecção de câncer não é uniforme,
sendo alta em mamas adiposas e relativamente baixa em
mamas densas.
Por que a mamografia é insuficiente para as mulheres que
têm as mamas densas? Porque os tumores também são
densos, o que dificulta a diferenciação entre os tecidos. As
mulheres jovens frequentemente têm as mamas densas, porém, não estão na idade de risco para o câncer. Cerca de
metade das mulheres com menos de 50 anos e um terço das
mulheres com mais de 50 anos apresentam alta densidade
mamária, o que nos coloca outra questão, pois esta faixa
etária apresenta um risco maior para desenvolver cânceres
e, ao mesmo tempo, a avaliação somente por mamografia
pode ter limitações.
Por isso, a ultrassonografia de mamas é um excelente complemento ao exame mamográfico. Um recente estudo demonstrou que mulheres com risco moderado ou alto, que
realizaram mamografia e ultrassonografia, tiveram 55% mais
cânceres detectados do que mulheres que realizaram apenas a mamografia. A acurácia diagnóstica desta combinação
foi de 91% contra 78% da mamografia apenas.
Outra situação em que a ultrassonografia é fundamental
ocorre nos casos em que a mamografia é inconclusiva devido à presença de um nódulo. Este nódulo pode ter natureza
cística, sólida ou uma mistura de ambos e esta informação é
obtida através da ultrassonografia.
Assim, ressalta-se que os benefícios de uma detecção precoce são atingidos se a mamografia for combinada à ultrassonografia de mamas. Mais ainda, devido às particularidades do tecido mamário, a mamografia deve preceder a
ultrassonografia para se verificar os reais ganhos, sobretudo
quanto ao diagnóstico.
*Dr. Yoon Chang é médico coordenador do grupo de mama do CDB.
sampa
“São Paulo inspira meu trabalho, pois se
relaciona com a velocidade de pensamento”
Nasci em Atibaia e morei lá até o ano de 2000, quando tinha
22 anos. Deixei a minha cidade natal para morar em São
Paulo. A capital paulista me deu a possibilidade de testar
e caminhar em outras vertentes. O fato é que, a partir do
momento que decidi construir minha carreira aqui, minha
vida mudou completamente, não me reconheço antes disso.
Meu primeiro trabalho na capital foi na CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego). Quando falo isso, todo mundo ri e
acha que é sacanagem, mas é verdade. Eu trabalhava em
uma campanha educativa de trânsito chamada “Primeiro
o Pedestre”. Vários atores aprenderam alguns passos da
técnica de mímica para ajudar os pedestres a usarem as
faixas para atravessar a rua.
A questão do improviso também tem ligação com a correria
de São Paulo, que inspira meu trabalho, pois se relaciona
com a velocidade de pensamento que você deve ter quando
faz stand-up comedy ou trabalha com humor na TV. Agora,
dizer que São Paulo é só correria não estaria certo. Já tentou
correr em São Paulo em horário de pico na Marginal Tietê?
Eu nunca morei em outro país, quer dizer, já sim, morei no
Butantã. Entretanto, já visitei outros lugares fora do Brasil,
como por exemplo, a França. A
diferença que eu vi entre Paris e
São Paulo é que a memória da
história deles é tão viva que está
nas ruas, nas artes e, portanto,
nas pessoas. São Paulo é uma
cidade que só continuará a
crescer se guardar as memórias
dos acontecimentos históricos.
Nesse contexto, quando penso
na cidade, a primeira coisa que
vem à mente é o trânsito. É uma
lembrança um tanto negativa,
mas é a realidade. Ao mesmo
tempo que São Paulo acelera, ela
nos tira do equilíbrio com a sua
falta de fluidez.
*Oscar Filho é ator, humorista e apresentador do programa CQC.
casos clínico-radiológicos
Caso 1
Caso 1 - Paciente do sexo feminino de 30 anos com quadro de paraplegia congênita, apresentando deformidade típica dos membros inferiores evidenciada na figura
A (scout da tomografia), mostrando posição de ‘’Buda’’ caracterizada por estreitamento do diâmetro transverso da pelve, quadris fletidos, abduzidos e rodados externamente com flexão dos joelhos e deformidades dos pés. Nas imagens da tomografia computadorizada no plano coronal (figura B) e em volume rending (figura C),
observa-se ausência do segmento lombar da coluna vertebral (setas) estando as porções mais caudais da coluna (segmento sacrococcígeo) preservadas (cabeças
de setas). Já no plano sagital (figura D) nota-se deformidade cifótica característica com vértice na região comprometida (seta).
Diagnóstico: Disgenesia Vertebral Segmentar do tipo I.
Caso 2
Caso 2 - Paciente masculino de 49 anos, assintomático e sem antecedentes cirúrgicos, apresentando ausência renal esquerda em exame ultrassonográfico.
Confirmou-se pela TC a agenesia renal esquerda, com achado adicional de agenesia da vesícula seminal ipsilateral (setas na topografia das vesículas seminais).
A origem embriológica comum dos ductos de Wolffian e do broto ureteral levam à associação de anomalias do trato urinário e sistema reprodutivo, quando ocorre um
insulto ou alteração de natureza genética antes da sétima semana de gestação.
Caso 3
Caso 3 -Paciente do sexo feminino, 50 anos, com história de ataxia progressiva.
Figuras A (sagital T2 da coluna cervical e transição crânio cervical) e B (coronal T2 do crânio): demonstram redução volumétrica do cerebelo com consequente
alargamento dos espaços liquóricos. Parênquima cerebral e medula espinhal cervical tem volume preservado. Figura C (axial T2 da coluna cervical): hipersinal nos
funículos posteriores da medula espinhal.
Diagnóstico: Ataxia de Friedreich. Atrofia cerebelar, sem acometimento do parênquima cerebral. Sinais de degeneração dos tratos dos funículos posteriores da
medula espinhal cervical (os casos mais avançados podem apresentar redução do diâmetro ântero-posterior da medula).
Organização: Dr. Moacir Moreno Junior é médico coordenador do grupo de radiologia torácica do CDB.
Colaboraram nesta edição: Dr. André Malaman, Dr. Alberto Bambirra e Dr. Alexandre Marconi Ayres Pereira
lado b
O Festival da
Águia Dourada da Mongólia
Quando decidi ir à
Mongólia, soube
que ia ter a oportunidade de ver o
Festival da Águia
Dourada,
que
ocorre uma vez por
ano em Olgii, uma
pequena
cidade
próxima à fronteira
com a Rússia e o
Cazaquistão.
Eu não tinha uma ideia muito clara sobre como seria, pensei
em uma daquelas apresentações folclóricas feitas para turistas.
Logo eu e meus amigos chegamos àquela pequena cidade
no meio do deserto e fomos abrigados em uma verdadeira
habitação do povo nômade, o ger, uma barraca grande, com
isolamento térmico relativamente bom, importante para as
noites de outono, que costumam ter uma temperatura próxima a zero grau. Nossa hospedagem ficava no meio do nada,
sob um céu lindíssimo e cercada por montanhas cobertas
por neve.
O Festival das Águias foi um espetáculo à parte. Os competidores chegam de várias direções, montados em seus
cavalos e trazendo suas águias no braço, que fica apoiado
em uma forquilha de madeira presa na sela. Alguns chegam
a viajar mais de cem quilômetros desta maneira, em busca
não só do prêmio em dinheiro, 200 tugriks (menos de 300
reais), mas também da oportunidade de participar de um
evento grandioso.
Os participantes são amigáveis e parecem ter bastante orgulho de seus animais e de suas vestimentas. Enquanto
não estão competindo, ficam posando para fotos tiradas
pelos expectadores.
A competição tem várias modalidades que testam a habilidade e o entrosamento entre homem, cavalo e águia. A minha
favorita é a que avalia a obediência da águia ao chamado de
seu dono. A ave é levada ao topo de um morro, o competidor
começa a cavalgar e solta um grito para ser reconhecido.
A águia, então, começa a voar e se lança em um mergulho
espetacular, com um voo rasante em direção ao cavaleiro,
agarrando em seu braço e mantendo as asas abertas enquanto o cavalo se desloca em velocidade.
Apesar do abismo do idioma, fomos muito bem tratados pelo
povo da Mongólia. Considero uma ótima opção para aqueles
que gostam de explorar lugares incomuns, onde as coisas
não mudam com tanta velocidade, e podemos ter a sensação de ter viajado no tempo.
*Dr. Moacir Moreno Junior é médico coordenador do grupo de radiologia torácica do CDB.
lupa
Elastografia: uma nova metodologia
diagnóstica complementar não invasiva
Ao longo da ciência médica, somamos conhecimentos acerca das propriedades dos tecidos sadios e doentes (complexa constituição de água, sangue, gordura, fibras colágenas,
calcificações, etc.) objetivando, fundamentalmente, o correto diagnóstico dos processos patológicos para se conduzir
adequada medida terapêutica, estimando prognósticos.
A palpação como método diagnóstico não invasivo é útil,
porém, limitada na avaliação das estruturas diminutas e profundas. Apresenta certa subjetividade e imprecisão ao depender, basicamente, da experiência do examinador e da
adequada correlação entre os achados clínicos e os demais
exames complementares.
No contexto atual de célere evolução tecnológica, tornam-se
imperativas as ponderações sobre acurácia diagnóstica, segurança do método complementar, custos psicossociais e financeiros. Neste cenário, se insere a elastografia, nova área da
imaginologia que surgiu nesta última década e hoje oferece
alternativa diagnóstica pelas valiosas informações complementares adquiridas.
A elastografia baseia-se na interpretação e caracterização
quantitativa e qualitativa das diferentes propriedades mecânicas dos tecidos moles, quando estes interagem com uma força extrínseca, seja um estímulo mecânico acústico (método
ultrassonográfico), seja eletromagnético (método por ressonância magnética). Conceitualmente, processos patológicos
estão correlacionados ao aumento da dureza do tecido e à
perda de sua mobilidade natural (elasticidade). Por tais princípios, também é conhecida como “palpação virtual”.
As últimas pesquisas clínicas apresentam resultados muito
promissores e efetivamente úteis para a prática clínica diária, sobretudo por sua portabilidade, baixo custo relativo e
por não expor pacientes à radiação ionizante.
Sua utilização colabora no diagnóstico, acompanhamento,
conduta terapêutica e prognóstico nas diversas especialidades médicas, tais quais hepatologia e infectologia (diagnóstico e acompanhamento dos graus de fibrose nas doenças
crônicas do fígado e nas terapias medicamentosas), ginecologia (caracterização complementar das lesões mamárias e
ovarianas), cirurgia e endocrinologia (avaliação de linfonodopatias e nódulos tireoidianos), nefrologia e urologia (estudo
de nódulos renais e tumores prostáticos), cirurgia vascular
(análise das placas ateromatosas e aneurismas vasculares),
dentre as demais áreas, cujos estudos em humanos ainda
são incipientes e carecem de robustez científica.
*Dr. Fernando Linhares é médico ultrassonografista do grupo de imagem do CDB.
Expediente
Esta é uma publicação do CDB - Centro de Diagnósticos Brasil
Coordenação: Roberto Kalil Filho
Conselho Editorial: Dr. Juan Cevasco, Dr. Moacir Moreno Junior, Dr. Fernando Fachini, Dr. Emílio
Montuori Neto.
Colaboradores: Dr. Yoon Chang, Dr. Moacir Moreno Junior, Dr. André Malaman,
Dr. Alexandre Marconi Ayres Pereira, Dr. Alberto Bambirra e Dr. Fernando Linhares.
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