ministério do desenvolvimento social e combate à fome -mds
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MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME -MDS FUNDAÇÃO DE APOIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO R.G.SUL - FAURGS REDE INTEGRADA DE EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL - R E D E S A N CURSO DE FORMAÇÃO DE GESTORES PÚBLICOS DE SAN – FGP-SAN-2010 MÓDULO III – GESTÃO DO PAA, AUP E FEIRAS POPULARES PRODUÇÃO TEXTUAL FINAL ARQUIVO DISPONIBILIZADO NA BIBLIOTECA VIRTUAL DO PROJETO REDESAN Título: OPORTUNIDADES E POSSIBILIDADES DE DESENVOLVIMENTO AGRICULTURA FAMILIAR E URBANA NO CONTEXTO LOCAL. Autor: ANA RUTH SILVA. Palavras Chave: Agricultura Familiar Urbana; SAN; Petrolina/PE. Categoria: MB DA OPORTUNIDADES E POSSIBILIDADES DE DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR E URBANA NO CONTEXTO LOCAL ANA RUTH SILVA PETROLINA SETEMBRO 2010 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME -MDS FUNDAÇÃO DE APOIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO R.G.SUL - FAURGS REDE INTEGRADA DE EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL - R E D E S A N CURSO DE FORMAÇÃO DE GESTORES PÚBLICOS DE SAN – FGP-SAN-2010 MÓDULO III – GESTÃO DO PAA, AUP E FEIRAS POPULARES PRODUÇÃO TEXTUAL FINAL(MB) OPORTUNIDADES E POSSIBILIDADES DE DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR E URBANA NO CONTEXTO LOCAL Ana Ruth Silva Petrolina/PE (087) 8839 3330 Ana.ruthe07@ hotmail.com Trabalho apresentado como requisito de conclusão do Curso de Formação de Gestores Públicos de SAN-2010 [O conteúdo e forma do trabalho são de responsabilidade do(s) autor (es)] SUMÁRIO Introdução.................................................................................................. 04 Lócus de Estudo........................................................................................ 06 Economia.................................................................................................. 09 Novas Possibilidades............................................................................... 10 Implantação PAA..................................................................................... 11 Agricultura Urbana e Periurbana............................................................... 13 Feiras Populares..................................................................................... 14 Considerações Finais.............................................................................. 15 Bibliografia............................................................................................... 16 INTRODUÇÃO A implantação da agricultura irrigada produziu uma nova realidade no Submédio São Francisco. Houve a transformação de um ambiente hostil, caracterizado pelas irregularidades das chuvas e secas prolongadas, em pólo de produção de culturas de elevado valor comercial. Até a década de 70, a paisagem da região semi-árida do Nordeste, era constituída de uma agricultura de subsistência, com predominância da vegetação de caatinga. É sabido que, o problema das secas, quando não solucionado, provoca a desagregação da vida rural. As consequências se traduzem na perda do rebanho e da lavoura, subnutrição humana, migração desordenada para os centros urbanos e instabilidade política e social. A elevação da produtividade pelo uso da irrigação possibilitou o desenvolvimento regional, através do estímulo à difusão de modernas técnicas de produção. Inicialmente, foram selecionados através do Programa de Irrigação para o Nordeste (PIN), os municípios de Petrolina/PE, Juazeiro/BA e circunvizinhos. Escolhidos, principalmente, em função das condições naturais favoráveis, como a proximidade do Rio São Francisco. Foram utilizados dois modelos de estrutura para exploração da agricultura: projetos públicos, para os pequenos produtores familiares e projetos privados para empresas agrícolas. A criação dos Projetos de Irrigação foi resultado de uma decisão governamental de priorizar a interiorização do desenvolvimento, através da fixação do homem ao campo. Neste intuito, as instâncias governamentais, investiram na modernização da agricultura e no fornecimento da infra-estrutura básica. Foram criados órgãos de pesquisa e desenvolvimento, por exemplo, a Embrapa Brasileira de Pesquisa Agropecuária/EMBRAPA e a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco/CODEVASF. Com essas medidas, o Governo Federal provocou o aumento da produção, atendendo assim ao crescimento da demanda interna. No que se refere ao mercado externo, é oportuno mencionar a atuação da Associação dos Exportadores de Hortifrutigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco/VALEXPORT, na adequação aos padrões de excelência requisitados pelos consumidores internacionais. Inegavelmente, o uso da irrigação pela iniciativa pública produziu um novo desenho no semiárido nordestino. Os Projetos Irrigados representam um esforço bem sucedido dos poderes públicos, no sentido de transformar a paisagem árida num pólo de desenvolvimento. Assim, as adversidades climáticas de alguns municípios da região nordestina, constituem um desafio superado pela intervenção do homem sobre a natureza. Com o conhecimento atual dos recursos de solo e água, o Brasil tem um potencial de irrigação de 52 milhões de hectares. A área atualmente irrigada atinge 3,0 milhões de hectares, sendo 1,4 milhão de hectares com irrigação a pressão e 1,6 milhão de hectares com irrigação por superfície. A área irrigada no Nordeste é de 495.370 ha e a área potencial de irrigação é de 2.717.820 ha. Têm-se desenvolvido apenas 18,2% da área potencial. A maior concentração de área irrigada está nos Estados da Bahia (33,95%), Pernambuco (17,97%) e Ceará (16,63%). A potencialidade de expansão da agricultura irrigada apresenta-se promissora em relação a diferentes aspectos que influem sobre o desenvolvimento econômico que podem exercer as áreas de irrigação em relação às atividades econômicas e aos serviços de apoio governamental abre perspectivas para a adoção de enfoques de desenvolvimento integrado, ensejando a implantação de complexos agro-industriais e serviços conexos, especificamente para a produção de alimentos e produtos de exportação; Os efeitos sociais da expansão maciça de áreas irrigadas com a correspondente integração de atividades produtiva. A escolha do tema se dá pela necessidade de conhecer melhor como está organizado o município de Petrolina-PE em tornos das políticas públicas na agricultura. E as novas oportunidades no pólo de desenvolvimento. LOCUS DE ESTUDO Petrolina é o maior pólo agroindustrial de Pernambuco. O município está localizado na Mesorregião São Francisco e na Microrregião Petrolina do Estado de Pernambuco, limitando-se a norte com Dormentes - PE, a sul com Estado da Bahia, a leste com Lagoa Grande-PE, e a oeste com Estado da Bahia e Afrânio-PE, conforme PERNAMBUCO (2005). Mapa de Pernambuco, com destaque para Petrolina. Fonte: Indicadores de Saúde de Petrolina-PE, PERNAMBUCO (2005). A área municipal ocupa 4.737,1 km² e representa 4.81% do Estado de Pernambuco. Localiza-se a uma latitude 09º23'55" sul e a uma longitude 40º30'03" oeste, estando a uma altitude de 376 metros. Possui um clima característico do Sertão Brasileiro, apresentando-se como tropical semi-árido, tipo BshW, seco e quente na parte norte e semi-árido quente (foto) estépico na parte sul, caracterizado pela escassez e irregularidade das precipitações com chuvas no verão e forte evaporação em consequência das altas temperaturas, com precipitação média anual de 431,8 mm, conforme CPRM (2005). Devido ao clima seco e à irrigação Petrolina se tornou o 2° maior centro vinícola do Brasil. O desenvolvimento de técnicas de irrigação, fertilidade do solo e boa quantidade de luz solar durante todo o ano tem tornado a região um celeiro de frutas tropicais (manga, uva, coco, melancia, melão, banana, dentre outras), que são exportadas para o Brasil e o Exterior. As principais atividades econômicas são: agroindústria, vinicultura, fruticultura, com maior potencialidade de desenvolvimento para agroindústria, agricultura e artesanato. A cidade tem um PIB de R$ 1.549.823, segundo IBGE (2005), e PIB percapita de R$ 6.109,00, segundo IBGE (2005). O IDH, segundo PNUD (2000), é de 0,747 médio. Sua população estimada em 2009, segundo IBGE, é de 281.851 habitantes. Nos anos 90, os cultivos irrigados sofreram forte alteração no Pólo Juazeiro-BA/Petrolina-PE. A causa foi a especialização regional da agricultura. Nas áreas irrigadas dos perímetros públicos (43.000 ha), de 1991 a 1999, os plantios com fruticultura perenes salta-ram de 14 para 76%. Esse crescimento é acompanhado por outro, também expressivo: as áreas com fruteiras já são maiores entre as propriedades familiares (14.396 ha) do que entre empresas (8.027 ha). A mesma dinâmica é observada nas áreas irrigadas gerenciadas pela iniciativa privada. Nesse período, os cultivos temporários foram reduzidos drasticamente. O feijão, por exemplo, entre 1994 e 1999, teve diminuído seus plantios em mais de quatro vezes: de 6000 ha para 1241 ha. O tomate também teve sua área plantada reduzida de 3242 ha para 784 ha. No cenário futuro do agronegócio nordestino, essas tendências devem se acentuar. Um dos motivos a sustentar essa previsão é a geração de renda proporcionada pela agricultura irrigada: de 10 mil reais/ha, na cultura do melão, a 30 mil reais/ano, na uva. O ambiente nordestino, por sua vez, é uma vantagem competitiva que tem os fruticultores em relação a outras áreas produtoras do país. O clima quente seco e quente, aliado às técnicas de irrigação permitem a obtenção de ciclos sucessivos de produção, colheitas em qualquer época do ano e produtividades acima da média nacional. Outro motivo é a repercussão que a fruticultura irrigada na economia local e regional. Petrolina, desde a implantação do primeiro perímetro irrigado, em 1968, vem apresentando taxas anuais de crescimento econômico acima de 10%. A participação do Produto Interno Bruto (PIB) do município também tem crescido em relação ao Estado de Pernambuco: em 1970, era de 1,89%; dez anos depois, havia passado para 2,98%; em 1991, o índice já era de 3,41%; e, seis anos após, em 1997, saltava para 9,63%. Petrolina ainda tem uma taxa de urbanização de 77% e mais da metade da população economicamente ativa (51%) está empregada na agricultura - o comércio emprega 39,75% e a indústria, 8,7%.O crescimento da participação da agricultura familiar na fruticultura irrigada é diferente daquela observada com as empresas. Primeiro, porque sinaliza um processo de desconcentração da renda na economia regional. Segundo, o crescimento se deu com a diversificação dos cultivos. As empresas, em geral, se especializaram no plantio de uva e principalmente de manga. No período de 97 a 99, o Brasil exportou 19.193 t de uva: 95% delas foram colhidas em pomares do Polo de Juazeiro e Petrolina. E, das 116.320 t de manga exportadas, 85,5% têm a mesma origem. Do valor obtido com essas exportações, 104 milhões de dólares, nada menos que 95 milhões de dólares (91%) foram capitalizados por produtores do Polo, nas propriedades familiares, os cultivos são mais diversificados e voltados para o mercado interno. Nelas, são exploradas banana, coco, goiaba e, em menor escala, manga e uva. A banana, pode ser considerada a cultura símbolo da transição dos produtores familiares dos cultivos temporários para a fruticultura perene. Isto porque, bastam sete meses para que as plantas já estejam produzindo e gerando capital. O cultivo da banana é quase exclusivo dos agricultores familiares: 4000 ha contra apenas 431 ha na área de empresários. A principal vantagem da fruticultura do Sub médio do São Francisco em relação à das demais regiões produtoras do país advém, principalmente, da possibilidade de obtenção de ciclos sucessivos de produção, possibilitando colheitas em qualquer época do ano em virtude da adaptação e do comportamento diferenciado das plantas nessas condições climáticas. Assim sendo, o ciclo fenológico da planta é antecipado e mediante o manejo da irrigação (foto área irrigada). Este segmento produtivo foi o mais dinâmico na transformação e especialização regional na fruticultura irrigada, através da substituição de áreas antes destinadas a cultivos temporários, adaptando-se aos novos rumos econômicos e sociais, gerando alimentos, renda e emprego estável com a redução de áreas com culturas sazonais. Economia: A produção de vinhos (foto) em Petrolina é uma das fortalecedoras do desenvolvimento do setor no Vale do São Francisco. O incentivo à produtividade fez com que o município virasse o segundo pólo vitivinicultor do país. São produzidas em Petrolina cerca de 2,5 safras anualmente, fato que vem despertando o interesse de empresários do mundo inteiro. São empregadas técnicas avançadas de agricultura irrigada, utilizando-se as águas do rio São Francisco. Além do vinho, a região contempla atualmente a maior produção de frutas do país, sendo responsável por uma parcela de 30% das exportações brasileiras do setor; as condições de solo, insolação e umidade favorecem a produção de frutos de alta qualidade. A fruticultura irrigada tem proporcionado boas experiências aos agricultores de Petrolina e do sertão como um todo. É cada vez mais freqüente o número de produtores que abrem mão da agricultura tradicional para investir em fruticultura irrigada na região. São cerca de cinco milhões de caixas de uva sem sementes exportadas para outros países, além de estimados 12 milhões de caixas de manga sem fibra. O aeroporto de Petrolina recebeu infra-estrutura especial (incluindo serviços de alfandegamento), a fim de possibilitar um envio mais rápido da produção para os mercados consumidores (principalmente Europa e Japão). Aproveitando as características propícias para a produção das frutas tropicais, Petrolina passa a plantar flores características do clima tropical. A produção da cidade, junto a de mais oito municípios, colocam Pernambuco como o primeiro produtor nacional de flores desta espécie. O turismo de negócios e o artesanato, onde destaca-se a produção de carrancas, são outros potenciais de Petrolina. A Região de Desenvolvimento do São Francisco, localizada no semi-árido de Pernambuco, representa 15,20% do Estado, numa área de 15.044,42 km². A região também é composta pelos municípios de Afrânio, Cabrobó, Dormentes, Lagoa Grande, Orocó, Santa Maria da Boa Vista e Terra Nova.Lá estão localizadas as maiores vitivinícolas da região. O pólo do São Francisco reúne ainda os municípios de Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande. NOVAS POSSIBILIDADES A fruticultura irrigada é o principal vetor do desenvolvimento do Submédio São Francisco, notadamente das suas cidades Pólo, Petrolina e Juazeiro, que se constituem em verdadeiros “paraísos” de desenvolvimento dentro do Semi-árido brasileiro. Isto porque com o crescimento da fruticultura se desencadeou uma sinergia de crescimento em praticamente todos os setores produtivos, como o industrial, comércio e turismo o que exigiu do governo melhorias nas infraestrutura de uma maneira geral. Estas análises permitem responder às questões sobre a viabilidade da agricultura irrigada. Este segmento produtivo foi bastante dinâmico na transformação e especialização regional na fruticultura irrigada, adaptando-se aos novos rumos econômicos e sociais, gerando alimento, renda e emprego estável com a redução de áreas com culturas sazonais. IMPLANTAÇÂO PAA A Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN - nº 11.346) foi sancionada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 15 de setembro de 2006, criando o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN). A citada Lei estabelece como dever do Estado brasileiro formular e implementar “políticas, planos, programas e ações com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada” (Art. 1º). Dentre destes programas encontra-se o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é uma das ações do Fome Zero e promove o acesso a alimentos às populações em situação de insegurança alimentar e promove a inclusão social e econômica no campo por meio do fortalecimento da agricultura familiar. O processo para implantação do PAA Municipal encontra-se sistematizado, apresentando desde a identificação dos beneficiários produtores, beneficiários consumidores, entrega e recebimento dos produtos pelas entidades que compõem a Rede de Proteção e Promoção Social, até o recebimento dos recursos pelos agricultores familiares. O Programa de aquisição de alimentos é uma ferramenta estratégica de enfrentamento da fome, pobreza e desenvolvimento local, garantindo renda aos agricultores familiares e garantindo o abastecimento de redes públicas que atende aos milhões de brasileiros em vulnerabilidade social. No contexto local este programa está sendo de grande importância no primeiro momento a CONAB administrou o processo de compra com doação simultânea, graças à Associação dos produtores rurais do Núcleo habitacional (N6) do Perímetro de Irrigação Senador Nilo Coelho, 48 instituições sociais em Petrolina começaram a receber, gratuitamente, os produtos alimentícios doados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) gestora do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Governo Federal. Com o beneficiamento da sua produção pela Conab, o irrigante garante a venda antecipada da colheita com preços mais valorizados e, em compensação, sem correr riscos financeiros com negociantes intermediários – os atravessadores. O convênio firmado com Conab, no valor de R$ 61 mil, permite que cada agricultor familiar comercialize até R$ 7 mil da safra por ano. O pioneirismo do N6 para inserir Petrolina no PAA teve uma contrapartida importante da Codevasf. “Esse projeto desafiante contou com o apoio de vários órgãos desde os sindicatos, secretarias municipais até empresas de extensão rural. Mas o município entrou no edital para a implantação do PAA municipal, foi implantado na Secretaria de Desenvolvimento Social e Trabalho e conforme a exigência do edital . Os agricultores familiares de Petrolina têm motivos de sobra para comemorar o sucesso da implantação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) no município. No ano passado, cerca de 100 agricultores comercializaram mais de 300 toneladas de farinha através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Além de promover a compra direta do agricultor com distribuição simultânea de alimentos às entidades filantrópicas, creches, assentamentos e acampamentos rurais, através do PAA, os produtores rurais também já estão abastecendo a merenda escolar. Os agricultores do município já vão colocar em prática também a Lei n.º11.947/09, criada pelo presidente Lula, que estabelece que as redes públicas de ensino adquiram, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação/Programa Nacional de Alimentação Escolar (FNDE/PNAE), 30% de alimentos produzidos pela agricultura familiar. os assentamentos Mandacaru, José Ramos e Mansueto de Lavor vão dar a largada e inaugurar a lei em Petrolina, com a entrega de frutas, legumes e verduras para a merenda escolar. A parceria entre o governo federal e governo estadual, através do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Sindicato dos trabalhadores Rurais de Petrolina (STR), prefeitura municipal e Conselho de Desenvolvimento Rural vem abrindo caminhos para incentivar o aumento e diversificação na produção de alimentos no campo com geração de renda para o agricultor familiar e garantir às instituições beneficiadas uma alimentação digna e nutritiva. Somente nos últimos projetos executados pelas comunidades de Carretão, Surubim e Rajada foram investidos quase R$ 120 mil no pequeno produtor. Com a parceria firmada, a merenda escolar ganhou uma característica regional, com a inclusão de carne de bode, galinha, macaxeira, polpa de frutas, rapadura e doces em calda e tabletes. Tudo produzido pelos agricultores do município. A Secretaria de Desenvolvimento Rural de Petrolina desenvolve trabalhos no interior e na sede do município, realizando obras através de parcerias e por meio de programas, atendendo na área de sequeiro a 10 núcleos, divididos em 112 associações, que contam com 7193 associados. Na área Ribeirinha, a dois núcleos, 20 associações, sendo nove no povoado das Pedrinhas e 11 na Tapera. Dentre os programas executados pela secretaria, há o de Aquisição de Alimentos (PAA), realizado em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), que beneficiou 1.791 alunos de escolas municipais e estaduais com 44 toneladas de alimentos na comunidade Carretão. Já no povoado de Mudubim, foram 7,6 toneladas entregues a 3.274 alunos de 19 escolas municipais. O órgão municipal ainda executa o Programa de Hortigranja Sustentável, que instalou cinco unidades nas localidades de Terra Nova, Rajada, Poço da Cruz, Pau Ferro e Pedra Linda. A secretaria promoveu ainda a modernização de quatro Casas de Farinha nas localidades de Carretão, Atalho, Cruz de Salinas e Pereiro. As informações são do relatório feito pelo órgão. A Agricultura Urbana e Periurbana (AUP) É um conceito multi dimensional que inclui a produção, o agroextrativismo e a coleta, a transformação e a prestação de serviços, de forma segura, para gerar produtos agrícolas (hortaliças, frutas, ervas medicinais, plantas ornamentais, etc.) e pecuários (animais de pequeno, médio e grande porte) voltados ao auto consumo, trocas e doações ou comercialização, (re) aproveitando-se, de forma eficiente e sustentável, os recursos e insumos locais (solo, água, resíduos sólidos, mão-de-obra, saberes etc.). Essas atividades podem ser praticadas nos espaços intra-urbanos ou periurbanos, estando vinculadas às dinâmicas urbanas ou das regiões metropolitanas e articuladas com a gestão territorial e ambiental das cidades. Essas atividades devem pautar-se pelo respeito aos saberes e conhecimentos locais, pela promoção da equidade de gênero através do uso de tecnologias apropriadas e processos participativos promovendo a gestão urbana, social e ambiental das cidades, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população urbana e para a sustentabilidade das cidades. Partindo deste enfoque, a AUP contribui para promover cidades produtivas e ecológicas, que respeitam a diversidade social e cultural e que promovem a segurança alimentar e nutricional. A AUP é praticada por indivíduos ou organizações formais ou informais nas mais diversas condições sociais. A prática da AUP está relacionada também com o lazer, a saúde, a cultura, a economia e o ambiente, e pode ser realizada em espaços públicos e ou privados dentro do perímetro urbano e ainda no espaço periurbano de um município. As experiências aqui apontadas são fruto de uma pesquisa realizada em 11 regiões metropolitanas onde foi feito o levantamento do que é agricultura urbana, por quem é feita e de que maneira. São executadas de diversas maneiras, individualmente, por ong´s, municípios e governo federal. Após a realização dessa pesquisa e num processo de construção coletiva foi lançado um edital em 2007 onde foram selecionados 25 municípios que executam projetos de AUP. Em 2008, outro edital foi lançado para implantação de Centros de Apoio a AUP em regiões metropolitanas do Recife, onde 14 instituições públicas de ação indireta foram selecionadas e começaram a partir de 2009 desenvolver ações de formação, assistência técnica e fomento produtivo a agricultores urbanos e periurbanos. Nas experiências no contexto local temos diversas hortas comunitárias em escolas estaduais, e outros espaços públicos. FEIRAS POPULARES As tradicionais feiras-livres, fenômenos econômico-sociais já conhecidos desde os gregos e romanos (no Brasil vêm dos tempos da Colônia) e que sobrevivem firmemente, apesar dos modernos e sofisticados mecanismos de compra e venda dos tempos atuais. Em Pernambuco, todos os seus 184 municípios dispõem, ainda hoje, de uma feira-livre. Até mesmo na capital, Recife, as feiras ainda estão presentes em alguns bairros. Isso, sem contar os vários distritos ou povoados que também têm suas feiras. No contexto local a Secretaria de Desenvolvimento Rural, através da diretoria de abastecimento, que antes de tomar decisões sobre as medidas de revitalização das nove feiras livres da cidade foi necessário conversar com os feirantes e fazer um diagnóstico preciso da situação local para posterior execução de um plano de ação para a melhoria das condições de trabalho nas feiras. Dentre as ações viabilizadas, o programa "Feira Participativa" de grande importância no processo de revitalização dos espaços de venda a proposta do programa Feira Participativa, que propõe, entre outros objetivos, a revitalização das feiras livres de Petrolina, no qual foram feitas entrevistas com os clientes, organização de regimento interno e estatuto, otimização das atividades, melhoria da infraestrutura, higiene, qualidade e fortalecimento das parcerias. Existe uma grande preocupação por parte dos poderes públicos em propiciar melhorias nas feiras livres com higienização e humanização dos espaços com vistas a garantir a qualidade dos produtos e o fortalecimento do mercado interno. CONSIDERAÇÔES FINAIS A fruticultura irrigada é o principal vetor do desenvolvimento do Sub-médio São Francisco, notadamente das suas cidades Pólo, Petrolina e Juazeiro, que se constituem em verdadeiros “paraísos” de desenvolvimento dentro do Semi-árido brasileiro. Isto porque com o crescimento da fruticultura se desencadeou uma sinergia de crescimento em praticamente todos os setores produtivos, como o industrial, comércio e turismo o que exigiu do governo melhorias nas infra-estruturas de uma maneira geral. Estas análises permitem responder às questões sobre a viabilidade da agricultura irrigada. Este segmento produtivo foi bastante dinâmico na transformação e especialização regional na fruticultura irrigada, adaptando-se aos novos rumos econômicos e sociais, gerando alimento, renda e emprego estável com a redução de áreas com culturas sazonais. Para melhorar a participação no mercado de frutas torna-se necessário a melhoria no sistema viário e de transporte nos diferentes mercados, mas capacitação dos produtores em relação ao mercado (qualidade e estabilidade de oferta), um trabalho de base para unir os produtores. A continuação das políticas PRONAF e PAA. A Política Nacional de Abastecimento Alimentar no Brasil está cumprindo o seu papel, buscando estimular as várias formas de produção, trabalho em parceria com Estados e Municípios, e desde que haja sensibilidade e preocupação entre os governos com as camadas populacionais em vulnerabilidade social haverá significativamente melhorias no sistema de segurança alimentar. BIBLIOGRAFIA HEINZE, Braulio Cezar Lassance Britto , A importância da Agricultura Irrigada para o Desenvolvimento da Região Nordeste. Monografia apresentada ao curso MBA em Gestão Sustentável da Agricultura Irrigada da ECOBUSINESS SCHOOL/FGV. 2003 Ministério da Agricultura, Empresa Brasileira http://www.cpafap.embrapa.ap BRASIL, Ministério de Desenvolvimento Social – MDS. Secretaria de Segurança alimentar e Nutricional - SESAN. Manual do PAA Municipal. Brasília, 2010. BRASIL, Ministério de Desenvolvimento Social – MDS. Secretaria de Segurança alimentar e Nutricional - SESAN. Manual Interno SESAN. Brasília, 2010. Brasil - Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Secretaria Executiva. Programa de Apoio e Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste. Brasília: SPI, 1997. 148p. Documento Básico. PERNAMBUCO. Indicadores de Saúde de Petrolina-PE. 2005. Disponível em: http://dtr2002.saude.gov.br/caadab/indicadores/pernambuco/PETROLINA.pdf. Acesso em 08/08/2010. BRASIL, http://www.cnpma.embrapa.br/projetos/prod_int/demandas.html BRASIL, CODEVASF http://www.codevasf.gov.br BRASIL. http://www.petrolina.pe.gov.br.