Os símbolos dos contos de fada no romance Ciranda de Pedra, de

Transcrição

Os símbolos dos contos de fada no romance Ciranda de Pedra, de
Os símbolos dos contos de fada no romance Ciranda de Pedra, de
Lygia Fagundes Telles
V Mostra de
Pesquisa da PósGraduação
Míriam Veronice da Costa Coelho; Ana Maria Lisboa de Mello (orientador)
Faculdade de Letras, PUCRS, Instituto FALE
Resumo
Introdução
Este trabalho visa apontar e interpretar o papel dos símbolos dos contos de fada,
presentes na obra Ciranda de Pedra, da autora Lygia Fagundes Telles. Será debatido como o
narrador revela a protagonista através destes elementos, a forma como eles são usados no
conjunto discursivo para que o leitor possa entrar no íntimo da personagem. “Não se trata de
símbolos entremeados à fabulação, mas de elementos intrínsecos dela que se investem de
valor simbólico. A naturalidade dessa investidura é que dá a medida do refinamento da arte da
Lygia Fagundes Telles (...)” (Paes, 1995).
O trabalho insere-se dentro do projeto “Escritas do Eu: Perfis e consolidação do
Romance de Introspecção no Brasil – 1940-1970”. O que me motivou a proceder a esta
pesquisa foi o forte interesse quanto aos elementos dos contos populares antigos, que
surgiram, conforme a leitura, no discurso narrativo da obra em questão. Qual seria o
significado deles no romance e o que contribuem para a o enredo ficcional? - esse é centro do
meu interesse. A partir dessa questão, elaborei um esquema de pesquisas, vinculando-se à
teoria do fluxo da consciência e ao imaginário, para analisar a sintaxe de imagens na
narrativa. No discurso intimista do narrador, percebe-se ambos a presença de imagens
simbólicas comum a este romance e aos contos maravilhosos, recuperando representações do
inconsciente coletivo. Além disso, apoiei-me, teoricamente, em Humphrey para analisar o
fluxo da consciência e um conjunto de obras de Marie-Louise Von Franz para examinar o
imaginário, a saber: A interpretação dos contos de fada, O feminino nos contos de fada, A
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sombra e o mal nos contos de fada, O significado psicológico do motivo de redenção nos
contos de fada e A individuação nos contos de fada.
Metodologia
Este trabalho foi construído através da leitura do romance Ciranda de Pedra, de Lygia
Fagundes Telles; pesquisas em artigos, livros e páginas virtuais relacionadas com a obra e a
autora em questão; leitura do livro Fluxo da Consciência, de Humphrey, e pesquisas nas obras
da psicanalista Marie-Louise Von Franz e Carl Gustav Jung.
Resultados (ou Resultados e Discussão)
Esses símbolos dos contos populares antigos, entrelaçados na narração, constituem um
grande reforço para imaginário psicológico da obra e favorecem a compreensão do universo
conflituoso da protagonista. Essas imagens explanam-se dentro do fluir da consciência de
Virgínia, tornando-a uma personagem profunda, quase tão completa e complexa quanto o ser
humano, já que, a vida do homem também é constituída de símbolos, conforme demonstra
Carl Gustav Jung, (2000) em O Homem e seus símbolos.
Conclusão
A presente pesquisa ainda está em andamento, mas apresentaremos seus resultados
parciais, da investigação simbólica do primeiro romance de Lygia Fagundes Telles. Pretendese dar continuidade nos romances seguintes.
Referências
TELLES, L. F., Ciranda de Pedra. Rio de Janeiro. 1955.
A
arte
refinada
de
Lygia
Fagundes
Telles.
PAES,
José
Paulo,
in:
http://literal.terra.com.br/ligia_fagundes_telles/bio_biblio/sobre_ela/artigos/imprensa_artigos_arte_refinada.shtm
l?biobiblio. Acesso em: 2 de maio. 2010.
FRANZ, Marie-Louise Von, A interpretação dos contos de fada. São Paulo. Paulinas. 1990.
FRANZ, Marie-Louise Von, O feminino nos contos de fada. Petrópolis. Vozes. 1995.
FRANZ, Marie-Louise Von, A sombra e o mal nos contos de fada. São Paulo. Paulinas. 1985.
FRANZ, Marie-Louise Von, O significado psicológico do motivo de redenção nos contos de fada. São Paulo.
Cultrix. 1985.
FRANZ, Marie-Louise Von, A individuação nos contos de fada. São Paulo. Paulinas. 1985.
JUNG, C. G. O Homem e seus símbolos. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 2000.
HUMPHREY, R. O Fluxo da Consciência. Recife: Editora McGraw-Hill do Brasil, LTDA,
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1976.
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