a grande tacada de brasília
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a grande tacada de brasília
www.cartapolis.com.br Nº 1048 - ABRIL/2015 | CIRCULAÇÃO NACIONAL | R$ 9,90 A GRANDE TACADA DE BRASÍLIA Clube de Golf PÁGINAS A ZUIS ODILON COSTA BRASILIA, 55 ANOS Um ensaio especial acompanha esta edição para homenagear os 55 anos de Brasilia, em 21 de abril, como marco de avanço da civilização brasileira. Como a cidade é de todos, no sonho idealístico de Oscar Niemeyer, escolhemos brasilienses representativos de todas as áreas como referências de seu atual patamar como síntese nacional. Mineiro de Mon dentista de te Carmelo, nceito em Brasília,Odiloco Costa é,o gestor de umn do cultivados patr s mais naturais da capi imônios tal, previsto no plano urba stico original de Lúcio Coní sta: o Clube de Golfe de Br asilia.Nesta edição ele reve como cuida desse paraísolaen às margens do cravado Paranoá,com vi Lago do sta para a Ponte JK. EDITORIAL LIBERDADE A NUNCA É TARDIA presidente Dilma Rousseff comprometeu-se de forma irretratável e solene com a liberdade de expressão e de imprensa, ao dar posse ao ministro da Comunicação Social,Edinho Silva. Não poderia haver alusão mais simbólica desse compromisso que evocar o verso latino das “Bucólicas” de Virgílio, com que os inconfidente definiram o seu movimento:” Libertas Quae Sera Tamen”. Literalmente, “ Liberdade Ainda Que Tardia”. Com esse engajamento, afastando as nuvens negras da censura, da autocensura e tantas outras ameaçadas frontais ou sub-reptícias - como a regulação da mídia Dilma finca lapidares sentenças para renovar o Estado Democrático de Direito que se assenta na imprensa livre. Ela assegurou: “Nós devemos sempre prestar contas à população e, sobretudo, e acima de tudo, zelar pela nossa democracia, que tem na liberdade de expressão e de imprensa um dos seus principais esteios”. 1 2 “É preciso ter liberdade de ir às ruas reivindicar direitos ou simplesmente protestar. No Brasil, nós temos de saber conviver com isso. Quem, como eu, viveu sob uma ditadura, sabe o imenso valor da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa” “Tenho reiterado, em várias circunstâncias, que preferimos o barulho das vozes na democracia ao silêncio oprimido das falas escondidas nas ditaduras”. “O governo tem o dever de levar informação pública à população. Deve mostrar suas ideias, propostas e realizações. Deve explicar suas decisões, defender seus critérios e conversar com o povo por todos os meios legítimos que tiver à sua disposição. O governo precisa levar à frente a comunicação.” “Temos obrigação de explicar ao povo que passamos por uma conjuntura que exige maior rigor nos gastos públicos e ajustes para que o país volte a crescer o mais breve possível. “ 3 4 5 NESTA EDIÇÃO 4 14 31 40 46 48 OS 10 MAIS DE MARÇO NA POLÍTICA E NO PODER 6 POLÍTICA TEMER, O MEDIADOR 10 POLÍTICA CASTELLINHO, O LIVRO DO ANO SWING POLÍTICO 24 ENSAIO ESPECIAL BRASILIA 55 ANOS CAPA CLUBE DE GOLFE PARAÍSO ENCRAVADO GESTÃO UMA NOVA ESPLANADA COM 15 MINISTÉRIOS? ECONOMIA ANTI-LEIS DE SERRA ECONOMIA O BURACO DO POSTALIS 50 COMPORTAMENTO O QUE SÃO OS “FRACS”? 54 OPINIÃO - ELLEN BARBNOSA NÓS, OS IMIGRANTES DE BRASILIA EXPEDIENTE CARTA POLIS revista mensal de bastidores do poder em Brasília. Editor-responsável: Leonardo Mota Neto ([email protected]) Diretora: Ellen Rôse Aguiar Barbosa ([email protected]) Editora de Arte: Ana Ingrid Ruckschloss ([email protected]) Fotos: Divulgação e Internet Gerente Comercial: Ulysses C.B. Cava ([email protected]) 61-9975-6660 | 8103-4210 Redação, Comercial e Administração: Tel: 61 3201 1224 SCN, Qd 1, Lote 50, Bl. E, Sala 512, Ed. Central Park, CEP: 70.711.903. - CARTA POLIS é uma publicação da POLIS.COM; Diagramação e projeto gráfico: Gn1 Comunicação (www.gn1comunicacao.com.br) - 61 - 3542-7461. CTP, Impressão e Acabamento: Teixeira Gráfica e Editora. Todos os direitos reservados. *Os artigos assinados nesta edição são de responsabilidade de seus autores. CARTA POLIS não se responsabiliza pelos conceitos neles emitidos. Baixe agora a versão online e tenha sempre em mãos o que o poder lê. DOS LEITORES te e vamos trabalhar “O último numero está excelen para o próximo superar.” Romulo F. Federiic, Rio. *** POLIS, no. 1O47, “Acuso o recebimento de CARTA nde interesse para sempre com uma pauta de gra leitura.” de Andrada, Deputado Federal Bonifácio Câmara dos Deputados, DF. 10 OS POLÍTICA MAIS DE MARÇO NA POLÍTICA E NO PODER Destaque do Mês José Serra E m seu primeiro discurso no Senado disse a que veio, provocando o interesse do plenário com um longo discurso metodológico - quase uma palestra - em torno de seus princípios sobre as três crises vividas pelo país: a econômica, a de gestão e a política. Foi um momento alto vivido pelo Senado, na palavra da das dúzias de colegas que o apartearam, incluindo a base governista que concordou com o diagnóstico do ex-candidato a presidente da República. Serra defendeu ideias que nada tem a ver com o confronto ideológico PT x PSDB quanto aos fundamentos da política econômica (mais intervenção vs. mais liberalismo), porém traçou um roteiro possível em que pontuam a transparência, o planejamento e a racionalidade no emprego dos recursos públicos. Ao final, o senador paulista que obteve larga votação deixou entrever os seus colegas um decálogo de antileis que atualmente vigem no Brasil, tornando o governo, para ele, um exercício empírico onde todos nós somos os cobaias. 4 POLÍTICA EDUARDO CUNHA BRESSER PEREIRA Teve uma postura de legítimo presidente de poder, o da Câmara dos Deputados, quando foi ofendido publicamente pelo ex-ministro Cid Gomes. Voltou ao primeiro plano das discussões econômicas e políticas com um artigo na Folha de S.Paulo que provocou repercussão nacional. FLAVIO DINO HUGO MAIA CARLOS SAMPAIO RAIMUNDO DAMASCENO EDUARDO PAES EDUARDO CARDOZO ELISEU PADILHA CARMEN LÚCIA Governador que recebeu as atenções prioritárias de Dilma com uma audiência de 3 horas para solver os problemas do Maranhão. Recebeu seu maior aval administrativo do ano: a aprovação integral do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) de que as obras da Olimpíada estão em dia. Na CPI da Petrobras, o deputado do pelo PSDB vem sendo a voz mais constante da oposição, pontuando com argumentos de ex-procurador. Deputado de primeiro mandato, pelo PMDB, e recebeu uma incumbência de veterano, a de presidir a CPI da Petrobras da Câmara. Atuação nas explicações pelo governo sobre as manifestações de 15 de março que mais se aproximou da teoria da aceitação da realidade, sem apelos aos chavões escapistas. Vinha tendo atuação discreta na SAC e neste março determinou o fatiamento da Infraero em três empresas e menor participação nas concessões. CNBB novamente na atuação política das organizações da sociedade, graças a seu presidente nacional e cardeal de Aparecida do Norte. No Dia Internacional da Mulher a ministra do STF reuniu na sede do tribunal representantes nacionais da área jurídica para uma tomada de posição sobre as dificuldades do gênero. (*) Esses nomes estão sendo apresentados por ordem alfabética. O critério da escolha foi uma consulta ao Conselho Editorial da CARTA POLIS. 5 A PRESIDENTE ESTRANHO NO NINHO: PAPEL DE TEMER C omo uma concessão de extrema salvaguarda para aliviar a crise política no Congresso Nacional, o vice-presidente Michel Temer foi convidado a participar do cerrado grupo de ferro da presidente Dilma composto por cinco ministros do PT. São eles provenientes de antigos rituais petistas, guardam um legado de segredos políticos, confidências e conspirações. São irmanados pelo culto a Lula sobre as coisas e mitos republicanos. Já derrubaram muita gente, já montarem dossiês, já atuaram no maquis político. Caso aceite o convite, como Temer se posicionaria nessa fechada irmandade formada por Jaques Wagner, Aloizio Mercadante, Ricardo Berzoini, Pepe Vargas e Miguel Rossetto? Como eles o olharão? Haverá clima para uma fraterna e aberta discussão de estratégias no Congresso? Muito dificilmente. Temer seria um estranho no ninho petista e contando ainda que a presidente Dilma não tem como constante desempatar questões na hora de impor sua palavra sobre as discordâncias em sua frente. Ficaria exposto, objeto de olhares enviesados aqui e ali, um olhar trocado entre os homens de ferro denunciariam o hábito entre eles de fazer blagues com tudo o mais que não é PT. O político do PMDB, um intruso, com seus gestos delicados, bem vestido, empertigado e de prosódia culta, seria, como no linguajar da política se diz, um bode na sala. E mais a mais, discutir o quê? A qual dos dois projetos de poder seria dada prioridade – o PT ou o do PMDB, que não se cruzam? Mais ainda agora, quando as relações entre os dois partidos da base governista estão novamente estremecidas com a devolução de uma medida provisória ao Palácio do Planalto, a adesão de Michel Temer ao grupo de ferro torna-se inócua, improfícua, ineficaz. E absurda. 6 IMAGINE 40 MIL POSSÍVEIS NOVOS CLIENTES PARA SEU NEGÓCIO. ODEBRECHT O último bairro nobre em ascensão no Plano Piloto. Ilumine suas ideias! STAND DE VENDAS ABERTO, ANTECIPE-SE AO LANÇAMENTO Imagem ilustrativa QUADRA 710 DO NOROESTE. OPEN MALL OFFICES 61 3 5 5 0 .1 9 0 1 ACESSO AO OPEN MALL luminepark710.com.br/visite O projeto legal do empreendimento encontra-se aprovado pela casa civil do DF – diaap/ftape, com alvará de construção número 049/2014 e registrado sob o r.2 da matrícula nº 138.200, no 2º Ofício do Registro de Imóveis do Distrito Federal. O empreendimento poderá sofrer alterações, o que ensejará modificações no projeto e, respectivamente, na incorporação registrada. A imagem presente neste material é meramente ilustrativa, podendo sofrer modificações ao longo do projeto executivo até a implementação total do empreendimento. Os acabamentos, móveis, equipamentos das áreas comuns e demais objetos de decoração poderão variar quanto a modelos e quantidades, mas estarão de acordo com o projeto de decoração e paisagismo, respeitando o padrão de qualidade previsto. As imagens aqui representadas poderão não retratar fielmente as cores, as texturas, os brilhos e os reflexos naturais dos materiais presentes no projeto por se tratar de material de reprodução gráfica. A vegetação representada é meramente ilustrativa e representa o porte adulto das espécies. Na entrega, a vegetação poderá apresentar diferença de porte, mas estará de acordo com o projeto de paisagismo. Incorporadora: lumine park 710 Empreendimentos Imobiliários S/A. *Fonte: pesquisa realizada pela Core intelligence, em setembro de 2013, com base em dados da TERRACAP. 7 ÚLTIMAS UNIDADES EM CONDIÇÕES EXCLUSIVAS FOTO DA PISCINA FOTO DO RESTAURANTE * Os serviços Pay-Per-Use serão oferecidos conforme disponibilidade do hotel e viabilidade técnica e econômica dos mesmos. Incorporação: Beira Lago Empreendimento Imobiliário S/A. 8 A SUA GRANDE CHANCE DE APROVEITAR O LAGO TODOS OS DIAS. NÃO PERCA! • LOCALIZAÇÃO EXCLUSIVA: às margens do Lago Paranoá, ao lado do Clube de Golf e próximo aos principais pontos da cidade como a Esplanada dos Ministérios, Pontão do Lago Sul e Ponte JK. • UNIDADES A PARTIR DE 43m2; • BANDEIRA HOTELEIRA COM PADRÃO INTERNACIONAL; • SERVIÇOS PAY-PER-USE* PARA GARANTIR CONFORTO MÁXIMO. 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Castelinho escrevia no melhor estilo machadiano e foi o orientador da informação politica por longos 50 (anos em que escreveu a Coluna do Castello, no Jornal do Brasil. Castelinho precisava de Carlos Marchi para completar a sua obra. Ei-la. 10 POLÍTICA CAPÍTULO INÉDITO: PERIGOS DO BOM JORNALISMO (1976) grupo de cineastas era comandado pela verve barulhenta e copiosa de Glau-ber Rocha. Eram antípodas as duas figuras que naturalmente eram objetos centrais da conversa naquela tarde/noite: Glauber falava sem precisar que algo lhe fosse perguntado, e Castelinho economizava palavras, parecia rogar para nada dizer, a não ser que fosse pergun-tado; um alongava fantasiosas teorias recém imaginadas sobre filo-sofias de todos os matizes, o outro só falava em cima de fatos reais, estabelecia visões precisas dos contextos e, de quebra, ainda trazia notícias frescas do Brasil. E sabia analisar como poucos o efeito e a durabilidade dessas notícias. Os interlocutores, notoriamente, se interessavam mais pelas aná-lises frias e precisas de Castelinho do que pelo falatório caudaloso e errático de Glauber. Mas aquele encontro de antípodas, raro e um tanto furtivo, frutificaria cinco anos depois, quando Glauber, já no Brasil, com a anistia resolvida, colheria um quase caótico depoimento de Castelinho para o último filme de sua carreira, A idade da terra. Quando o papo do bar do Hôtel Claridge já dava sinais de esgota-mento — tanto pela esgrima de variados assuntos quanto pelo efeito devastador das várias garrafas de Royal Salute consumidas pelo grupo sem cerimônia e sem exceção — Jango se aproximou mais de Casteli-nho. O grupo foi saindo até que ficaram só os dois e a conversa ficou mais focada na política dos exilados. Castelinho achou que, agora sim, só se falaria de política — e errou, porque a conversa foi muito além. Quer dizer, falou se de política, mas não a política convencional que ele estava acostumado a tratar; falou se da política de terror praticada pelas ditaduras sul americanas contra os que saíram e contra os que ficaram, a maneira como faziam para mantê los sempre acuados, em permanente estado de tensão e medo. — Eles matam pessoas, Castello! O inesperado e a gravidade da afirmação, a ênfase exclamativa que o ex presidente João Goulart empregou, com um acento ainda mais gaúcho do que o usual, assustaram o jornalista Carlos Castello Branco, o Castelinho. Era, de fato, o que Jango pretendia — assustá lo e, no susto, impor a argumentação delicada, alertá lo para perigos que ele parecia deixar passar insuspeitados. Aquele tema era praticamente desconhecido do grande público; só sabia o que se passava quem já sofrera na carne as pressões e a dor das fugas continuadas, das perseguições intermináveis, das prisões e mortes que se sucediam ao redor das pessoas marcadas no cone sul. Os exilados, com seu peculiar instinto de sobrevivência, adquirido em sua trajetória errática por vários países nos quais buscavam proteção e quase sempre encontra-vam terror, entendiam a dor do estrangeiro, sabiam melhor do que ninguém o que representava risco, onde estava a razão de temer e, principalmente, o que poderia acontecer ou o que não representava grande risco. Orlando Letelier, ex ministro dos Negócios Estrangeiros, do Inte-rior e da Defesa do governo Salvador Allende, por exemplo, fora buscar proteção nos EUA, hipoteticamente sob guarda da alta segurança norte americana, e lá foi assassinado junto com sua secretária por uma bomba implantada em seu carro por agentes da ditadura chilena. Os exilados aprenderam com o medo: não havia limites para o terror praticado pelas ditaduras do cone sul das Américas. Com aquelas palavras assustadoras, pois, Jango arrematava a ar-gumentação que seu interlocutor se esforçava por ignorar ou rejeitar. Não se pode ignorar ameaças do terror ensandecido, parecia dizer Jango — em geral, quando eles ameaçam, cumprem. Dita assim, de chofre, a frase bateu no peito de Castelinho como um torpedo poderoso e inesperado, direcionado com velocidade e potência capazes de abrir uma enorme ferida na memória da alma. Soava ambíguo ouvir uma frase que traduzia tragédia naquele am-biente luxuoso e amigável do bar do Hôtel Claridge, na rue François 1er., bem ao lado da avenue des Champs Elisées, onde o ex presidente costumava se hospedar. Ainda mais numa conversa regada a uísque Royal Salute que tinha tudo para ser prazerosa. Porém, naquele am-biente de requinte, foram revelados detalhes de como transcorria a vida difícil dos exilados brasileiros — e uruguaios, paraguaios e depois argentinos e chilenos — nos anos 1970, a fase mais aguda da ditadura militar no Brasil e nos países vizinhos; não havia possibi-lidade de fruir paz e prazer inebriantes e duradouros. E Castelinho, que nunca precisou nem pensou em viver exilado, que não conhecia aquele cotidiano nervoso, passou a sentir se simplesmente aterrori-zado. Como imaginar que ele fosse vítima da refrega como se fosse o mais ousado dos radicais? Como era do seu feitio, Jango reunira um grupo de quinze bra-sileiros, em sua maioria cineastas e políticos, para uma conversa nostálgica do exílio, muito comum à época entre brasileiros dester-rados. À última hora, o ex presidente soube que Castelinho estava em Paris, conseguiu localizá lo e também o convidou. O 11 POLÍTICA COLUNA Leonardo Mota Neto CONTA BLOQUEADA O HSBC começou a se defender de forma desagradável aos parlamentares após convidado a dar explicações na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. Seu lobista tem procurado os deputados para que retirem as assinaturas de convocação dos dirigentes do banco para dar explicações sobre os escândalos das contas na Suíça. Hora errada. As recusas para ajudar o banco são consensuais. ÁLVARO DISPARA SUPREMO CRITÉRIO Não será surpresa se uma PEC (Projeto de Emenda Constitucional) for apresentada em breve ao Congresso modificando o critério de indicação de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Seria apresentada por um parlamentar, propondo a escolha em rodízio pelos três poderes da República. Alternativamente, encaminhariam ao Senado através da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), listas tríplices de juristas de “notável saber jurídico e ilibada reputação” para serem sabatinados. O que se saísse melhor entre os senadores seria o escolhido. Pouca chance: o Executivo não abriria mão. SUPLENTE DIRETO Há simpatia no Senado para incluir na reforma política nova sistemática para os suplentes. Uma ideia do ex-senador mineiro do PSDB Antônio Aureliano (que atuou seis meses como suplente de Clésio Andrade) propôs eleição direta dos suplentes em paralelo à eleição dos titulares. Existe, porém, muito corporativismo barrando a iniciativa. 12 37 milhões de visualizações semanais de sua página na Internet era o recorde do senador Álvaro Dias, campeão de acessos à Internet entre os políticos brasileiros. Foi quebrado no domingo das manifestações pró-impeachment, quando tornou-se um viral. POLÍTICA LULA MOTIVADO Uma antiga proposta novamente aflorada no Congresso Nacional concede o status de senador vitalício aos ex-presidentes da República. Seriam beneficiados: Fernando Henrique Cardoso, Lula, Fernando Collor e José Sarney. Ao que se cochicha nos bastidores, o mais motivado a apoiar a proposta é exatamente Lula. ILUSTRES DESCONHECIDOS Depois de três meses de governo, ministros políticos da presidente Dilma não tiveram a menor chance de oferecer seus préstimos à negociação: Antônio Carlos Rodrigues (Transportes, PR), Helder Barbalho (Pesca, PMDB), Edinho Silva (Portos, PMDB) e Afif Domingos (Pequena e Média Empresa, PSD). Precisam trocar cartões com os colegas para revelar a condição. PROBLEMAÇO LULISTA O grande problema que paira na cabeça do ex-presidente Lula e que pode tê-lo afetado quando sustentou um diálogo áspero com a presidente Dilma no Palácio da Alvorada, se resumiria à nove letras: o + d + e + b + r + e + c+ h + t. CUNHA CORRE O deputado Eduardo Cunha tem pressa. Só conta com dois anos de mandato para fazer as suas mudanças. Um presidente da casa eleito na mesma legislatura não tem direito à reeleição. Joga na mesa vários nomes do PMDB para a sua sucessão, um do Rio, Leonardo Picciani. DIRCEU CHATEADO Amigos do ex-ministro José Dirceu que com ele estiveram nesses últimos dias, sobretudo os que se sucederam à prisão do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, o acharam muito nervoso. Reiterou que já pagou o preço da sua lealdade e que agora cobrará sua fatura. Entendam como quiserem. Também entendam a quem ele deve essa lealdade. REBULIÇO PALACIANO Causou reboliço a presença do ministro do Esporte, George Hillton, na reunião da presidente Dilma com os líderes no Congresso e mais alguns ministros indicados pelos partidos da base. As câmeras dos cinegrafistas e fotógrafos o procuravam todo o tempo, não porque merecia o destaque, mas por causa de sua ficha pregressa. 13 SWING POLÍTICO ATRASO NO EXPEDIENTE DO PRESIDENTE DO SENADO? NÃO IMPORTAVA, SARNEY PERDOAVA TUDO Conciliador ao extremo, seguidor da máxima de que política tem o seu próprio tempo que nem sempre é o do Eclesiastes (“Há tempo para plantar e tempo para colher”) José Sarney sempre cultivou o seu ritual e ritmo. Em matéria de ser paciente, bate recordes dos políticos mineiros, considerados os mais pacientes da crônica política. Na Presidência do Senado, continuou sendo o mesmo que foi na Presidência da República entre 85 e 90, quando passou a faixa a Fernando Collor. Ele tinha um chefe de Gabinete muito ativo e competente, José Roberto Baére, que nutria pequeno vício comportamental: costumava chegar atrasado ao trabalho. E não era um trabalho qualquer, uma vez que era a mola mestra do funcionamento de todo o gabinete. Nada se fazia sem o Baére aprovar. No entanto, onde estava o chefe de manhã, na primeira hora do expediente? Nada do Baére aparecer na hora matutina... Levaram a questão a Sarney. Ao ouvir - pacientemente, é claro - as ponderações do burocrata que foi levar-lhe a reclamação e lhe disse: -”Ora, deixemos o Baére chegar na hora que quiser, Ele resolve tudo no tempo que passa aqui... Ele poderia ter dito (mas sua tolerância não permitiria): -”E o Sr,. o que já resolveu na sua área até essa hora? ADEMAR PAGOU PONTE EM DINHEIRO VIVO PARA CORONEL NÃO O CHAMAR DE LADRÃO O presidente Humberto de Alencar Castelo Branco tinha uma enorme suspeita da desonestidade do governador de São Paulo, Ademar de Barros. Mas não queria endossar os informes que chegavam o recém-criado SNI (o general Golbery do Couto e Silva havia criado e instalado o órgão de informações num prédio em cima da Casa da Borracha, no Rio). Queria provas concretas. Chamou o coronel Meira Mattos, um inteligente e maneiroso oficial que se havia destacado em várias missões dadas por Castelo na fase da conspiração para o golpe de 64. -”Vá a São Paulo e verifique pessoalmente se o Ademar de Barros é mesmo desonesto, como dizem. Volte e me informe pessoalmente - foi a missão; 14 Meira foi, viu e voltou com uma historinha bem à Ademar, para comprovar que não ser ladrão. Ao chegar, foi muito bem recebido pelo governador, que o fez acompanhar uma audiência a um prefeito do interior de São Paulo, o qual reclamava o atraso na construção de uma ponte, por falta de verbas do governo estadual; seguir, Ademar abriu uma gaveta e tirou um enorme maço de notas de dinheiro vivo e o jogou para o prefeito, que, agradecido, pediu licença e foi embora. Ademar virou-se para o estupefato coronel e lhe disse: -”Diga lá ao seu presidente em Brasília que eu ajo assim mesmo: prefiro pagar a ponte em dinheiro para que o prefeito não me roube. Assim, sei o quanto vai gastar na ponte, tostão por tostão...” SWING POLÍTICO EM CRISES COMO AS DE HOJE SARNEY NÃO DAVA MURROS NA MESA PARA NÃO QUEBRAR OS DEDOS José Sarney anda tristonho, julgando-se abandonado. Aos 84 anos, vinha trabalhando diariamente no livro de memórias (ainda sem título e recém-encerrado), mas gostaria mesmo é de estar participando do burburinho do Senado e da política nacional em geral. Adora dar conselhos e ouvir alguém dizer-lhe que aprendeu muito com suas atitudes democráticas na passagem pelo Palácio do Planalto, onde deu aulas de conciliação e convivência entre os contrários. Duas histórias marcantes desse tempo: * Quando alguém vinha sugerir-lhe que desse um murro na mesa quando Ulysses Guimarães reunia ministros do PMDB na casa do Presidente da Câmara, abrindo dissidência no grupo, para que seguisse suas ordens e não as do presidente da República, Sarney respondia: - “Meu filho, se der um murro na mesa ou quebro a mesa ou quebro os dedos...” * Quando outro alguém vinha dizer-lhe que o governo estava gastando muito, pondo em risco o equilíbrio fiscal, o sagaz maranhense respondia: - “Veja aqui esse papelzinho (e puxava da gaveta uma anotação em papel almaço, escrita à mão). O Calabi (Andrea Calabi, então secretário do Tesouro) me manda diariamente a posição do caixa do governo. Anota todo o dinheiro que entra e o que sai...” Anotação 1: Ah! Como era simples, racional e lógico governar! Anotação 2: Ah! Se Dilma ouvisse mais o Sarney! DISQUE PARA KAKAY E VOCÊ TERÁ SERVIÇOS DE ADVOGADO E MESA DE RESTAURANTE Com sua voz tonitruante, o deputado pernambucano da base aliada, Sílvio Costa, do PSC, está sempre disposto a perder o amigo, mas nunca a piada. Saiu-se com esta outro dia, tão logo o advogado Kakay adentrava o salão de seu restaurante Piantas, novo “point” dos políticos em Brasília. Kakay é o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o salvador jurídico dos políticos encrencados. E lá vem Sílvio Costa. - “Gente, liguei agora pro Kakay e sua secretária eletrônica é rápida e atualizada: 15 Disque 1 para DELAÇÃO PREMIADA. Disque 2 para CAIXA DOIS DE CAMPANHA. Disque 3 para ACOMPANHAMENTO DE PROCESSO. Disque 4 para PRISÃO PREVENTIVA. Disque 5 para FORMAÇÃO DE QUADRILHA Disque 6 para CORRUPÇÃO QUALIFICADA Disque 7 para EVASÃO DE DIVISAS Disque 8 para RESERVA DE MESA A testemunha ocular da História e o texto engraçadíssimo é de Silvestre Gorgulho. SWING POLÍTICO O QUE LIGA NA HISTÓRIA EISENHOWER E LULA? O VINHO ROMANÉE-CONTI O Romanée-Conti, classificado como “Grand Cru”, é considerado o maior vinho da Borgonha e um dos melhores da França, reverenciado por enólogos e enófilos de todo o mundo. Uma caixa do “pinot noir” deste vinho é capaz de enlouquecer um colecionador de raridades vinícolas. Quando Paris foi libertada dos nazistas pelas tropas do general Ike Eisenhower, o governo francês o homenageou, oferecendo-lhe o presente raro de uma caixa do Romanée-Conti. Consta que o comandante militar das tropas de invasão da Normandia, não fazendo nenhuma distinção entre uma preciosidade de um terrorir francês com uma garrafa de grappa italiana, distribuiu a caixa de vinhos com seus oficiais, alguns dos quais beberam ali mesmo, aos goles. Lenda ou não, 60 depois do final da Guerra Mundial um presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a um restaurante de São Paulo com seus companheiros com o fito de comemorar algum tipo de vitória política sobre os tucanos. Pediu ao maitre uma garrafa de Romaneé-Conti. O restaurante era fino e tinha em sua adega a joia da coroa dos vinhos. Até hoje Lula se vangloria de ter entrado na especialidade de Fernando Henrique Cardoso e dos tucanos que chama de elite. Assim, o Romanée-Conti, caro à beça, que se distingue dos outros terroirs na mesma região pela sua coloração rubi, sabor aveludado e aromas que encantam e um vinho de guarda que exige maturação entre 6 e 12 anos quando atinge seu ápice, entrou no Swing Político brasileiro pelo paladar do chefe petista. SIMON CRIOU FÁBULA PARA AVISAR DILMA QUE NÃO DEVIA ABUSAR DAS MEDIDAS, E ELA EMAGRECEU Pedro Simon deixou saudades ao atual Senado, com discursos não tão empolgantes nesse início de legislatura. Não há quem ocupe a tribuna com longas catilinárias, sempre ultrapassando o tempo regimental e sendo perdoado pelo presidente dos trabalhos: - “O Sr. terá o tempo na tribuna que quiser…” Quem mais recebe essas deferências após Pedro Simon, conhecido como “derrubador de ministros”? Não se fazendo de rogado, o senador gaúcho do PMDB independente batia na esquerda, na direita e no centro e em especial no presidente da República de plantão. Sobre Dilma Rousseff, num de seus famosos discursos, Simon se permitiu tecer uma fábula na tribuna. Simulou uma fim de tarde no gabinete da presidente, cercada 16 de assessores, para simbolizar o excesso de poder autocrático do presidente da República, na época em que medidas provisórias eram encaminhadas a rodo ao Congresso Nacional, sem pertinência e urgência. Na sua fábula, Simon narrou que um assessor chegava-se a Dilma e lhe dizia: - “Presidenta, vamos criar uma nova lei? A senhora pode tudo. Vamos elaborar uma medida provisória agora, a senhora assina, nós enviaremos amanhã ao Congresso. O Diário Oficial publicará amanhã cedo e a nova lei entrará imediatamente em vigor.” Vertigem das alturas. O velho senador gaúcho, com sua fábula advertia a presidente – conterrânea aliás que sublinhava admirar – para não abusar das MPs. Dilma, como que aceitando a fábula, passou a usar menos as medidas. Até emagreceu. SWING POLÍTICO QUANDO FHC FALOU NO CELULAR COM MÃEZINHA DE DEPUTADA, ACABOU A AUDIÊNCIA A POLÍTICOS A aversão da agenda presidencial à inclusão de políticos não vem de agora com Dilma Rousseff. Também em governos de políticos profissionais o fenômeno aconteceu. No de Fernando Henrique Cardoso, os parlamentares da base governista reclamavam porque ele se trancava em copas e não os recebia. Os coordenadores políticos então reservaram as tardes das quartas-feiras - quando o Congresso sempre está repleto - para o presidente abrir as portas de seu gabinete aos parlamentares. Em várias quartas-feiras seguidas, o gabinete presidencial lotava de políticos que nem precisavam marcar com o cerimonial. Era só chegar, entrar e abraçar. Tudo caminhava bem, quando certo dia o presidente mandou acabar a festança cívica. Foi quando uma deputada federal ligou com seu celular para sua mãe, numa distante cidade o interior e correu para FHC: - “Presidente, fale aqui com minha mãezinha, ela é sua fã! Ele sorriu azedo, cumprimentou a senhora ao telefone e encerrou de vez a farra democrática. FÓRMULA MONTORO PARA NEGOCIAR IMPASSE POLÍTICO ERA MEXER COM X, Y e Z ciações se estendiam por dias sem solução, tal qual agora. Impasse, desconfiança e radicalização. O governador se mantinha sereníssimo, bem diferente de agora em que a inexperiência da negociação política campeia. Interlocutores jejunos batem cabeça. Montoro, em conversas prolongadas com o secretário da Fazenda, sabia que os cofres do Tesouro estadual podiam chegar a x% no aumento dos salários. Esse teto era maior que a pedida do comitê grevista. Chamou seu secretário responsável pela negociação. Disse-lhe: - Ofereça y%. Essa margem era bem abaixo do que os grevistas pediram e muitíssimo bem abaixo do que os cofres do estado dispunham. O negociador ofereceu os tais y%. O comitê regateou. Foi uma batalhas dura até chegar a z%, que era ainda abaixo do teto do estado, mas quase encostando nos que nos grevistas pediam. O governadores Franco Montoro, então apareceu gloriosamente, convocou ao palácio os líderes da breve e ofereceu-lhe finalmente os x%. Saiu como herói, pois a greve acabou na hora. Ah, se houvessem Montoros negociando hoje! Na dura negociação entre o governo e o Congresso para manter o veto à correção do Imposto de Renda em 6,5%, o Palácio do Planalto bateu de cabeça contra um muro i n t ra n s p o n í ve l . Tudo porque não soube negociar. Não seguiu o roteiro que exímios negociadores políticos deixaram para as novas gerações como verdadeiras aulas de sabedoria. Um exemplo: Franco Montoro, quando governou São Paulo. Testemunhou o assessor de imprensa Tão Gomes Pinto. Crepitava uma greve de professores parecida com aquela em que Mário Covas saiu na porrada na rua com grevistas. Montoro, porém, não era como o “italiano” Covas e não saía na porrada nem com sua sombra. As nego- 17 POLÍTICA/FICÇÃO AS ATUAIS ANTI-LEIS BRASILEIRAS: COMO NÃO FAZER POLÍTICA LEI DE GERSON - “A gente deve tirar vantagem em tudo”. LEI DE GARRINCHA – “Já combinou com os russos?” LEI DE MALUF - “Estupra, mas não mata” LEI DE ADEMAR DE BARROS – “Rouba, mas faz”. LEI DE NELSON JOBIM - ‘’Faça ou saia!” LEI DO BARÃO DE ITARARÉ - “Negociata é aquele bom negócio para o qual não fomos convidados”. LEI DE BRIZOLA - “Estou pensando em criar um “vergonhódromo” para políticos sem-vergonha, que ao verem a chance de chegar ao poder esquecem os compromissos com o povo.” LEI DE TANCREDO - “Então não me conte. Se você, que é o dono do segredo, não consegue guardá-lo, imagine eu.” (Quando alguém tentou contar-lhe um segredo que ninguém podia saber.) LEI DE ULYSSES -“Em política, estar com a rua não é o mesmo que estar na rua.” LEI DE ROMÁRIO -”O cara entrou no ônibus agora, não está nem em pé e já quer sentar na janela” LEI DE SEVERINO CAVALCÂNTI: “O que o presidente me ofereceu foi aquela diretoria que fura poço e acha petróleo. É essa que eu quero” LEI DE LULA - “Eu não sabia de nada” LEI DE ARMANDO FALCÃO - “Nada a declarar”. LEI DE MURICI - “Que cada um trate de si”. LEI DE BARUSCO – “Toda corrupção deve ser institucionalizada”. LEI DE ZEZINHO BONIFÁCIO – “Existe o país dos jornais e o país do real”. LEI DE MAGALHÃES PINTO – “Política é como nuvem”. LEI DE COLLOR – “Duela en quien duela” LEI DE NENÉM PRANCHA (*) -”Arrecua os arfes pra evitar a catastre”. (*) Legendário técnico de futebol de praia no Rio LEI DE ROBERTÃO(**) –“É dando que se recebe”. (**) Ex-deputado Roberto Cardoso Alves LEI DE FRANCELINO PEREIRA - “Que país é esse?” LEI DE PELÉ – “O brasileiro não sabe votar”! LEI DE COVAS - “No Brasil quem tem ética parece anormal.” LEI DE JK - “Um governo forte se faz perdoando”. LEI DE ACM – “O pior dos vaidosos é o falso humilde” LEI DE LACERDA- “A impunidade gera a audácia dos maus.” LEI DE MACIEL - “Tudo pode acontecer. Inclusive nada” 18 POLÍTICA/PERFIS Sr. Gestor, não deixe o mosquito da Dengue se instalar na sua cidade. O mosquito da Dengue está mais perigoso. Agora ele transmite também a Chikungunya. Uma doença que, assim como a Dengue, provoca febre, dor de cabeça e dores muito mais fortes nas articulações, principalmente nos pulsos e tornozelos. Mais um motivo para você deixá-lo bem longe da sua cidade. Por isso: • • • • Reorganize a assistência à saúde nos diversos níveis de atenção; Reforce a vigilância em saúde (controle de vetores e monitoramento de casos); Promova a capacitação e a educação permanentes; Planeje ações de comunicação e mobilização para eliminar os criadouros do mosquito. Faça a sua parte. DENGUE E CHIKUNGUNYA O perigo aumentou. E a responsabilidade de todos também. 19 FRASES DO MÊS s ou menos, temos ai m , cá ra pa as an m se “Desde quatro (com o governo). to un nj co em s õe aç er tomado delib DB está no governo” PM o o id nt se e ss ne e qu De modo o O Globo). rto Alegre, segund Temer, em palestra em Po (Do vice-presidente Michel o governo). “A gente finge que está (n E eles também”. ra, Eduardo Cunha, (Do presidente da Câma ). em entrevista a O Globo “Se Lula insistir na divisã o [do país], ele vai ficar com 20%”. “A presidente Dilma tem o desejo genuíno de acertar, às ve zes não da maneira mais fácil, nã o da maneira mais efetiva”. (Do ministro Joaquim Lev y,numa palestra para estudantes da Universi dade de Chicago, numa tradução ao pé da letra, segundo o Estado de S.P aulo). s ministrativo, nó d -a o ic lít o p a st “Do ponto de vi o. A presidente sm ri ta en m la ar p l vivemos no governa o Brasi em u q as m a, d n a do não sabe ai s, na presidênci ro ei h al C an en hoje é R do Cunha, Senado, e Eduar da Câmara”. na presidiência (Do ex-presidente FHC, em entrevista a Eliane Cantanhêde, do Estadão). sta à Istoé). ves, em entrevi Ne o ci Aé r do (Do sena “Eu tenho realmente um por constrangimento muito grande . tudo isso, de olhar pra vocês” s i e se fazem nova “Hoje (se Dilma ca rde”. eleições) Lula pe ter, em depoimento (Da ex-presidente Graça Fos a Folha de S.Paulo). o und à CPI da Petrobras, seg revista à imprensa). ent Petrobras, em sua primeira vista e FHC, em entre (Do ex-president o) ul à Folha de S.Pa 20 MARÇO ento que “A Câmara tem um mom a engravidou engravida e da à luz. El da reforma política”. “Se aplaudimos o Mais Médicos, está na hora do Menos Ministério s”. nando hel Temer, citado por Fer (Do vice-presidente Mic aulo) entrevista à Folha de S.P Henrique Cardoso em (Do senador Rena n Calheiros, segu ndo o Estadão) “Procurei a palavra feminicídio no dicionário e não encontrei” sa para “A liberdade de impren fundadoras mim é uma das pedras de de da democracia. A liberda a de sobre o são é a grande conquist es pr (Do ex-presidente Lula, ex sidente Dilma pronunciamento da pre ocratização do lher, quando Mu um processo de redem da nal cio no Dia Interna pressão inicidio, pronunciou a palavra fem o país. Liberdade de ex ss no o)” aul S.P de segundo a Folha etudo o e de imprensa são sobr ter opiniões, exercício do direito de apoiar. do direito de criticar e es e o direito O direito de ter oposiçõ equências e “Foi um discurso longo e chato” de externá-las sem cons dade também sem repressão. É liber (Do ex-ministro Thomas Traumann, da Comunicação, r direitos ou de ir ás ruas reivindica antes de deixar o cargo,em relatório confidencial r. No Brasil que vazou pelo Estadão, a respeito do discurso da simplesmente protesta nviver com presidente Dilma no Dia Internacional da Mulher) nós temos que saber co nsura, a isso.Somos contra a ce es, os lobbies autocensura, as pressõ nfessados e os interesses não co ito à livre que podem coibir o dire de de são [do país], manifestação e a liberda “Se Lula insistir na divi %”. imprensa.” ele vai ficar com 20 em entrevista (Do ex-presidente FHC, Estadão). do , êde a Eliane Cantanh discurso durante a (Da presidente Dilma, em o o Silva, da Comunicaçã posse do ministro Edinh ) bo Social, segundo O Glo 21 S NAR>>>>> Alberto Caeiro PIMENTA FORA Os planos de Aécio Neves para 2016 e 2018 são o mais de menos, ou seja, eleger o prefeito de Belo Horizonte como trampolim para voltar eleger o governador de Mina s. Uma coisa é certa desde já: não estará nos plano s de Aécio para prefeito o ex-candidato ao governo, Pimenta da Veiga. RENAN CITA O senador Renan Calheiros, de modo até surpreendente, citou elogiando passagens e frases do discurso do tucano José Serra na tribuna do Senado, considerado um dos mais significativos para o atual momento político e econômico brasileiro. O discurso foi 100% de contestação às linhas mestras do governo Dilma. P FATOR WHATSAP rá a bancada petista no o ministro Dias Toffoli integra Muito se tem dito que atsApp, que não não houvesse o componente Wh julgamento do petrolão. Isso se desse componente lão. Será improvável livrar-se havia no julgamento do mensa julgamento. nos 4 a 5 anos em que durar o OSCAR DISSOLUTO Se houvesse um Oscar de “Melhor Acordo” entre os Partidos para Dissolução de uma CPI dar-se-ia empate entre cinco delas: CPIs da VASP, das Empreiteiras, dos Bingos, do Banestado e do Cachoeira-Delta. São casos notáveis de artimanhas bem sucedidas de bastidor a serem consultadas pelos atotes da CPI dos Petrobras II. WAGNER ADEUS Antes do desmentido sobre a reforma ministerial proposta pelo ex-presidente Lula, a presidente Dilma era pressionada pata inserir na Casa Civil o ministro Jaques Wagner, tido por mais hábil, com entrada mais suave na negociação com o Congresso, e se comunicar na linguagem solta dos parlamentares. Casa Civil, porém, não é para articulação política e sim para coordenar o governo. 22 BAGUNÇA NÃO Um dado incômodo para os che fes militares, mesmo que estejam sob obsequioso silêncio, é o de do do Ministério da Defesa não que o comandeve ser instrumento de bargan has políticas, ou seja, com entra tros de arranjos na composição e sai de minisdo ministério. Para ser mais clar o, com a aventada e desmentid do ministro Jaques Wagner par a tran sferência a a Casa Civil. CONSELHO INÓCUOU atual Dilma socorrer-se de um Conselho de Estado, porém Existe na Constituição a franquia para a presidente cação convo da tem se que ro regist o últim O também não. governo jamais a ele recorreu. O ex-presidente Lula nte FHC. eside ex-pr do foi os crític desse conselho em momentos NADA ADIANTA Na reforma política que está sendo votada no Senado. Nota-se forte resistência dos senadores para votar mesmo os temas consensuais. A ladainha é sempre a mesma: “Não adianta votarmos e aprovarmos aqui, se a Câmara depois vai emendar e derrubar tudo”. Dá-se então a paralisia, contrariamente aos clamores das ruas. NUNCA JAMAIS Uma decorrência da última e brusca conversa entre Lula e Dilma é dada como fatal. Jamais haverá outro encontro como esse entre os dois. Serão doravante mais formais – assim deseja a presidente. Esteve a um passo de perder a liturgia presidencial com a acalorada discussão com Lula. ESTADO ISLÂMICO A nova regra de sujeitar aos presidentes do Senado e da Câmara as medidas provisórias antes de enviá-las ao Congresso, tornará o governo refém dos dois chefões do Parlamento - é a avalição que se faz nos gabinetes do Palácio do Planalto. 23 PÁGINAS AZUIS A GRANDE TACADA DE BRASÍLIA “SE O MUNDO TRATASSE A NATUREZA COMO OS CAMPOS DE GOLFE A TRATAM, O MUNDO ESTARIA MUITO MELHOR” Odilon Costa Clube de Golfe Assim se expressou Odilon Pena Costa, presidente do Clube de Golfe de Brasília, instituição presente no plano original de Lúcio Costa antes mesmo da fundação de Brasília, nesta entrevista às PÁGINAS AZUIS. Dentista com larga clientela em Brasília, mineiro de Monte Carmelo, empreendedor de mão cheia, Odilon é empolgado pelo golfe. Odilon preside um clube que é um verdadeiro santuário verde. São aproximadamente 74 hectares entre campo e equipamento. O Clube em Brasília foi uma exigência de embaixadores acreditados no Brasil desde sua fundação para que a capital federal tivesse um campo de golfe. O Clube de Golfe é um equipamento urbano que faz parte do tombamento de Brasília, feito pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e pela UNESCO, reconhecido como patrimônio da humanidade. É reconhecido por todos os órgãos governamentais, esportivos e ambientais como um parque semelhante ao Parque da Cidade, o Parque Nacional de Brasília (Água Mineral) e o Parque Olhos d´Água. Obra de abnegados por este esporte que é conhecido no mundo inteiro como o que mais aproxima as pessoas, uma vez que durante as partidas os golfistas trocam ideias, observam fatos curiosos, contam histórias e sobre tudo, tem chance de estabelecer parcerias e até negócios bem sucedidos. Com um cenário deslumbrante, que se descortina numa região que está se transformando num grande polo cultural em Brasília, ao lado do Clube de Golfe está o Centro Cultural Banco do Brasil, onde recentemente multidões foram ver a exposição do pintor russo Kandisky. Restaurantes na moda em Brasília estão em sua área social à disposição dos sócios, golfistas e do público em geral. Tornou-se opção de bom gosto e distinção convidar-se alguém para almoçar ou jantar num dos restaurantes do Clube do Golfe. Não poderia haver um presidente de clube mais entusiasmado com a natureza que cerca todo o conjunto do Clube de Golfe de Brasília. Odilon emociona-se quando fala dele. 24 PÁGINAS AZUIS CARTA POLIS - O que é o Clube de Golfe de Brasília? OC - Somos uma associação particular com uma permissão de uso do governo do Distrito Federal por 30 anos renováveis por nia com a criação desta cidade. Em 1957 o arquiteto e urbanista Lúcio Costa concebeu, em seu projeto denominado Plano Piloto de Brasília um espaço denominado Clube de Gioldfe de Brasília. Quatro anos depois, em 11 de março de 1964, foi fundada uma sociedade civil sem fins lucrativos, denominada Clube de Golfe de Brasília, que tem o dever de cuidar dessa importante área pública. CARTA POLIS - Quem iniciou a obra em que hoje se tornou o Clube do Golfe? OPC - O pioneiro foi o Roberto Bassul. Foi ele que começou tudo. Fez Lúcio Costa a colocar a área no plano original de Brasília. Depois chamou um renomado arquiteto conhecido mundialmente, o inglês, Robert Trent Jones, um dos maiores arquitetos de golfe do mundo, para ser o designer deste precioso campo. Em toda América Latina somente foram projetados por ele dois campos de golfe, e Brasília possui o único existente no Brasil. Em frente à nossa sede social temos uma monumento em homenagem a Jones na engrada de nosso clube. CARTA POLIS - O que aqui existe de natureza que lhe dá tanto orgulho e entusiasmo? OPC - Aqui, tudo é preservação. Temos aves lindas e algumas selvagens. Em agosto dá para observar uma rota de migração de marrecos com pescoço esverdeado. Temos corujas, quero-quero, gavião, e até outro dia vimos um veadinho fugindo do Jaburu. Tem os árvores frutíferas como mangas e ciriguelas; árvores do cerrado como eram originalmente antes da construção de Brasília. Existia aqui um bosque de pinheiros que por licença do Ibama estão sendo substituídas por árvores frutíferas através de um manejo altamente responsável. As árvores frutíferas atraem os pássaros. A paisagem é tão deslumbrante e bem cuidada que nas segundas-feiras, quando nossas atividades estão em recesso para manutenção, liberamos o campo para que os noivos façam fotos para seus álbuns de casamentos. CARTA POLIS - Aqui se parece com um santuário natural, não? OPC - Na verdade o Clube de Golfe é uma unidade de preservação ambiental, porque lá convivem várias espécies silvestres além de uma flora exuberante. Os golfistas percorrem o campo de golfe passando pelo santuário das capivaras se alimentando placidamente sobre o gramado. mais 30. O clube é mantido com a contribuição dos sócios. É totalmente movido a recursos privados, sem nenhuma verba pública. Aqui o espaço é público, está aberto a todos, mas somos autenticamente uma entidade privada com fins não lucrativos. Toda a nossa renda é reinvestida no próprio clube. CARTA POLIS - A manutenção dos campos e as benfeitorias são cobertas pelas contribuições? CARTA POLIS - E como se irriga os campos de golfe? OPC - Existe sistema de captação da água do lago para irrigação de todos os gramados, mas antes passa por um sistema tratamento para que a água chegue através de 7 Km de tubos num perímetro total de 15km OC - Sim. E ainda temos os particionadores institucionais. Há vários patrocinadores do golfe em Brasília, mas os mais recorrentes são o laboratório Sabin, o Grupo Piran que, inclusive, patrocinam o projeto social Escola de Golfe, além de outros patrocinadores centrados em torneios, como a Air France, a Nespresso, algumas embaixadas (destaque este ano para a da Suíça,e outros. CARTA POLIS - O clube dá sua contribuição aos projetos sociais? OC - Esse é um dos nossos pontos fortes. Mantemos um projeto intitulado “Golfe para a Vida”, em parceria com a Secretaria de Esporte do DF, através do qual crianças das imediações são treinados para se tornarem depois em aprendizes de “caddle”. (Do CARTA POLIS - E como tudo isso começou? OC - A história do Clube de Golfe de Brasília tem perfeita sinto25 HOMENAGEM AO ARQUITETO ROBERT TRET JONES PÁGINAS AZUIS EDITOR: “caddle” são os auxiliares dos golfistas). Antes de se tornarem “cadde”, esses meninos ganham gratuitamente alimentação e todo o tipo de assistência do clube. No momento, dois dos instrutores dão aulas no projeto social. “AQUI SE PRATICA PRESERVAÇÃO, ÉTICA E CORDIALIDADE” CARTA POLIS - Qual o perfil típico do jogador de golfe de Brasília? OC - Os frequentadores do clube têm entre 7 e 84 anos. São como uma família que se divertem numa natureza sem par em Brasília, com vista para o Lago Paranoá e a Terceira Ponte. O acesso ao campo é franqueado ao sócios mas também a iniciantes no esporte que contratam aulas com os instrutores particularmente. Os sócios têm direito a acesso livre pagando suas mensalidades e assim ajudam na manuten- ção de todo o patrimônio. CARTA POLIS - São quantos instrutores? OC - Contamos hoje com seis instrutores, todos golfistas profissionais, reconhecidos e registrados pela Federação de Educação Física e pela Confederação Brasileira de Golfe. CARTA POLIS - Quais são as regras de comportamento dos sócios e jogadores? OPC - Temos uma filosofia própria para o Clube de Golfe de Brasília: preservação, ética e cordialidade. Ninguém marca as tacadas, ninguém observa se o outro ganhou ou perdeu. Aqui se joga contra o campo e não contra os parceiros. Por isso o clube de golfe reúne uma nata de sócios e frequentadores de considerável poder de decisão e opinião em Brasília. 26 FOTOS: ANA I RUCKSCHLOSS PÁGINAS AZUIS CARTA POLIS - Todos são da elite do poder? OC - É erro pensar entretanto que somente a cúpula do corpo diplomático e das autoridades dos três poderes vêm aqui praticar. Funcionários públicos e profissionais liberais de todas as categorias têm o mesmo tipo de acesso. É uma democracia total que se vê aqui diariamente dando a suas tacadas. dos Estados Unidos é do tipo Bermuda, uma das mas preferidas pelos campos do mundo inteiro. Os gramados são nivelados duas vezes por dia e irrigados. CARTA POLIS - Os esportistas são conscientes do patrimônio ambiental? OPC - Os golfistas tem alta consciência ambiental porque viajam constantemente e jogam em suas viagens em clubes de todo o mundo. Têm alta consciência ambiental, como a que os leva a recolher espontaneamente o lixo que porventura encontrem pelo campo, como garrafas PET e recolhem aos depósitos. CARTA POLIS - A caminhada do Clube de Golfe foi fácil ou cheia de obstáculos? OC - Não foi fácil chegar a essa posição de hoje de único clube de golfe de Brasília. Foi preciso muito cuidado pessoal e investimento em detalhes que tornam o clube atraentes para golfistas que conhecem o mundo. A grama, por exemplo, é importada 27 FOTOS: AN A I RUCKSC HLOSS PÁGINAS AZUIS 28 SS FOTOS: ANA I RUCKSCHLO PÁGINAS AZUIS 29 PÁGINAS AZUIS OS PARCEIROS O TACO Carrinho de golfe (ou Golf-Cart) é um veículo geralmente de propulsão a motor elétrico (baterias), mas há alguns campos que admitem Golf-Carts com motor de combustão (geralmente a querosene). Pode ser conduzido pelo próprio golfista, pelo Caddie ou por um terceiro. No Clube de Golfe de Brasília há 30 Golf-Carts. O CAMPO O campo de Brasília é composto basicamente de dois tipos de grama: a batatais e a bermuda, sendo esta predominante no campo e exclusiva nos greens. A tendência é a substituição paulatina da batatais pela bermuda que, além de mais resistente, é a mais apropriada à prática do golfe (o taco passa mais facilmente). REGRAS BÁSICAS Caddie é o auxiliar do golfista e, dependendo do seu grau de especialização, pode ser um simples carregador de taqueira ou até mesmo um auxiliar na estratégia de jogo. A maior parte dos Caddies é golfista e alguns jogam muito melhor (têm handicap inferior) que a maioria dos jogadores. Os bunkers (bancas de areia) e os lagos são desenhados para introduzir um certo grau de dificuldade nos jogos, sendo a sua composição, desenhos e distribuição diferentes nos diversos campos. Em jogos cotidianos, os grupos formam-se livremente, preferencialmente com três ou quatro jogadores, mas também é admitido o jogo de dois jogadores ou individual, a critério do Starter e dependendo da saturação do campo no momento específico.Entretanto, nos torneios os grupos são organizados pelo Capitão de Golfe ou Head-Pro, de acordo com o handicap dos jogadores. Uma bolsa completa (taqueira) contém 14 tacos, sendo a composição mais comum: Driver utilizado na primeira tacada, longas distâncias; Madeiras (fairway-wodd), usado para tacadas longas; 1 híbrido usado em situações mais difíceis; 6 ferros padrões definirá a altura e distãncia da bola; 3 wedges para tacadas mais próximas do green; 1 putter usado somente dentro do green, para conduzir a bola até o buraco. Há um único campo, originalmente previsto para 36 buracos, em uma área em formado de borboleta. Hoje, são 18 buracos e a área corresponde a uma das asas da borboleta inicialmente planejada.O campo é composto de 18 greens, fora os de treino. Os greens constituem o alvo de cada buraco que, tecnicamente é composto do tee (saída), fairway (caminho correto), green e o buraco propriamente dito (que fica dentro do green) Jogam-se os 18 buracos na sequência (de 1 a 18) ou nove buracos, podendo começar no buraco 1 ou no 10, de acordo com a orientação do Starter (uma espécie de coordenador de saídas). Jogam-se os 18 buracos na sequência (de 1 a 18) ou nove buracos, podendo começas no buraco um ou no 10, de acordo com a orientação do Starter. DIMENSÕES A BOLA BUNKERS OS CADDLES A GRAMA OS CARRINHOS 1O FUNDAMENTOS PARA ENTENDER O GOLFE Sem aquela bolinha não haveria golfe. O peso e a dimensão das bolas de golfe podem sofrer pequenas variações, mas, segundo as regras aprovadas pela R&A (Royal and Ancient Golf Club) e pela USGA (United States Golf Association), não pode pesar mais que 45,93 gramas nem ter diâmetro inferior a 42,67 mm. Em geral, as bolas pesam entre 41 e 47 gramas. 30 São 6.788 jardas, que correspondem a aproximadamente 6,21 Km. (1 jarda = 0,91 metros). ENSAIO/BRASÍLIA BRASÍLIA MUITO ALÉM DO CLICHÊ E DA MÁ FAMA Leonardo Ladeira(*) À s vésperas de completar 55 anos, no próximo 21 de abril, Brasília ainda vive a chamada Síndrome de Brasília? Ainda é vista como Ilha da Fantasia, cidade desumana, fria e sem coração? A maioria dos brasileiros ainda acha que Brasília é a terra da desonestidade e da corrupção? “Brasília não é apenas a capital do Brasil, mas também a capital da corrupção no Brasil. Roubam tanto em Brasília que surrupiaram até a acústica do Ginásio Nilson Nelson”, escreveu certa vez, sem dó nem piedade, o jornalista Eduardo Bueno, o Peninha. Em 2007, o então deputado Fernando Gabeira, conhecido por um histórico de luta a favor dos direitos das pessoas, deixou-se trair pelo estigma de Brasília. “Os cenários noturnos de Brasília só têm lobistas, prostitutas e deputados”, afirmou. O tom pejorativo da declaração feriu principalmente as pessoas que nasceram na Capital ou a escolheram para viver. “Foi uma atitude irrefletida, que só reforça a fama que injustamente é associada a Brasília”, desculpou-se depois Gabeira do palpite infeliz. “O custo moral e político de sediar o poder é, foi e continuará sempre sendo alto”, revela o jornalista e escritor Ruy Fabiano, um carioca de 54 anos que se apaixonou por Brasília em 1979. “Viver e/ou nascer em Brasília passou a ser uma espécie de pecado original, um DNA maldito, que condena qualquer um a práticas criminosas”, afirma Venício A. de Lima, jornalista e sociólogo, professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB. “As pessoas são simpáticas lá em Brasília e não têm culpa da fama. Jaguar (cartunista) Mesmo que, em pleno Século XXI, muitos brasileiros ainda não consigam dissociar a capital da cidade, Brasília tem seus defensores. Um deles, bastante surpreenden- te! O cartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, o Jaguar, notório boêmio do bairro carioca do Leblon, viveu em Brasília por dois anos, acompanhando a esposa, que foi trabalhar na capital. E não é que ele gostou! “Cheguei lá achando que ia achar horrível e vi que não. Tem grandes bares e restaurantes, as pessoas são muito amáveis. Antigamente eu ia e voltava no mesmo dia. Brasília é uma cidade com muita vegetação, muita água, o Lago Paranoá... Em Brasília eu vi muito mais shows. Pegava o carro e em dez minutos estava no local do show. As pessoas são simpáticas lá em Brasília e não têm culpa da fama”, disse o cartunista em uma entrevista. O jogador de futebol Kaká, nascido no Gama, região administrativa do Distrito Federal, diz que o que mais gosta de fazer quando está em Brasília é rever amigos, ir a bons restaurantes e curtir o Lago Paranoá. Ainda assim, para o jogador nem tudo é perfeito na “cidade-avião”. “O trânsito piorou muito nos últimos anos, se tornando quase insuportável. Isso é uma coisa que não gosto e não sinto falta”, afirma. Já o cantor Oswaldo Montenegro, que morou em Brasília na juventude e que montou espetáculos como “Veja Você Brasília”, revela que adotou a capital do país como terra do coração. “Na cidade fiz grandes amizades que conservo até hoje. Além disso, Nana, minha irmã, mora em Brasília. Somos muito ligados. Resumindo, é uma saudade eterna”. “Falar de Brasília é falar de amor. Do amor dos habitantes com a cidade. Dá gosto de viver em uma cidade onde a praia é o céu que está na nossa frente permanentemente. Uma cidade em que a convivência se dá entre todos iguais porque aqui chegaram vindos de fora”, diz o senador Cristovam Buarque, ex-governador do Distrito Federal. “Brasília será a maior ruína da história contemporânea. A diferença das outras é que nunca será habitada por ninguém, já que não ficará pronta” 31 ENSAIO/BRASÍLIA CAPITAL TEM SUA TURMA DO CONTRA Carlos Lacerda Jânio Quadros Gustavo Corção A imagem negativa de Brasília vem desde seu projeto deconstrução. Planejada para ser a cidade-símbolo da modernização do país ou a “capital da esperança”, a nova Capital Federal sempre foi estigmatizada. Desde que foi inaugurada (ainda incompleta) em 21 de abril de 1960, seguindo um plano urbanístico de Lúcio Costa e orientação arquitetural de Oscar Niemeyer, Brasília mostrou logo que não seria uma cidade comum. A “meta-síntese” no Programa de Metas do presidente Juscelino Kubitschek foi alvo de muitas controvérsias e críticas. A grande imprensa do Rio de Janeiro, cidade que até então gozava do status de ser a capital da República, criticou ferozmente o projeto do presidente JK. Parte da imprensa julgava que a construção da nova capital era uma das causas mais importantes do aumento da inflação e da transferência de recursos destinados à previdência social para as despesas com as obras no Planalto Central. “Brasília será a maior ruína da história contemporânea. A diferença das outras é que nunca será habitada por ninguém, já que não ficará pronta”, tentava profetizar Carlos Lacerda, líder da UDN, em 1957. “Brasília jamais terá energia elétrica ou telefonia. Nunca se comunicará com o restante do país”, dizia Gustavo Corção, especialista em telecomunicações, em O Globo, em julho de 1959. “É um desatino!”, bradou Adauto Lúcio Cardoso, da UDN carioca, depois de visitar as obras da capital, em maio de 1959. “Renunciei para ficar longe daquele lugar maldito”, disse Jânio Quadros para definir seu desagrado pouco antes de ir embora. A elite carioca, influenciada pelo udenista Carlos Lacerda, julgava que Brasília só tinha poeira e mato, e que ficava no fim de mundo. Até a intelectualidade bra- sileira da época, especialmente a produzida em centros como Rio e São Paulo, também nunca livrou a cara de Brasília. “Um túnel ou um viaduto leva anos para ser construído. No Rio, qualquer obra se arrasta miseravelmente, por falta de verba – e vamos fazer uma cidade nova nos confins do Judas”, escreveu o cronista Rubem Braga, contra a mudança da capital. “Vou até a pequena zona de comércio de uma superquadra para comprar cigarro e na volta me perco numa floresta de edifícios absolutamente iguais uns aos outros”, escreveu o já falecido escritor Fernando Sabino, um mineiro e ipanemense honorário. “Não hei de conseguir achar nunca mais o apartamento de meu amigo onde estou hospedado”. Em 1970, a escritora Clarice Lispector impressionou-se com a supremacia da cidade sobre seus habitantes. “Brasília é tão artificial quanto devia ter sido o mundo quando foi criado”, escreveu numa crônica. Até o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade pareceu ironizar Brasília nos versos de “Destino: Brasília”, de 1956: “Sobe o imposto de consumo? Ônibus mais caro, trem? Lá, sem condução alguma, Sento no chão com meu bem. Vou no rumo de Brasília, Para bem longe do mar. A selva é meu domicílio, Tão mais fácil de habitar. Adeus, fumaça, adeus, fila, Adeus carro matador. Prefiro orquestra de grilo Ao silêncio do censor...” * Leonardo Ladeira é jornalista, editor na web e correspondente da CARTA POLIS no Rio. 32 BRASÍLIA OS BRASILIENSES Os destaques de uma das nove metrópolis mais bem planejadas do mundo Destaque do Mês Fotografia Gervásio F Batista otógrafo com a credencial número 001 do Palácio Planalto. Autor da mais célebre imagem de Juscelino Kubitschek. Um dos poucos profissionais brasileiros a cobrir as mais importantes guerras e revoluções do século passado. E ainda na ativa. Aos 91 anos, premiado e reconhecido pelos colegas como um dos ícones do fotojornalismo nem pensa em aposentar as câmeras. Mesmo sendo casado com uma única mulher em toda a vida, não se intimida em dizer que tem “amantes”: as máquinas fotográficas. 33 BRASÍLIA OS BRASILIENSES: DESTAQUES DE MARÇO RESTAURANTES EMPRESARIADO CELSO KAUFMANN ELSON CASCÃO Dono do Stella Grill, um endereço de marcante tradição para advogados, Jornalistas, consultores e profissionais liberais. Chegou a Brasília com JK, vislumbrando um promissor futuro através do ingresso na iniciativa privada, iniciando seus negócios na antiga Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante, com a instalação do primeiro Posto Cascão de combustíveis. JORNALISMO TV PORTAIS SILVIA FARIA HELENA CHAGAS Diretora de Jornalismo da TV Globo no Rio é brasiliense da gema, vem muito aqui nas folgas e mantém seu círculo de amizades na capital. Uma referência do novo portal, FATOONLINE, que reúne uma redação integrada de profissionais de primeira linha nacional especializados em política e economia. JORNALISMO RÁDIO ENSINO WILSON GRANJEIRO ROSEANN KENNEDY Alia o papel social de educador ao de comunicador diário das questões da educação e melhora dos padrões civilizatórios na capital. Âncora da CBN, tem se pautado por entradas externas de análise dos acontecimentos políticos sempre com muita vivacidade e clareza. MOBILIDADE URBANA GESTÃO ARTHUR TRINDADE MARCELO DOURADO Secretário de Segurança do DF, iniciou uma gestão diferenciada no campo da inteligência no combate à criminalidade, com base em projeções. Presidente da Companhia do Metrô, comprometeu-se a retomar as obras de construção das três estações que se encontram paralisadas. 34 POLÍTICA RAIMUNDO RIBEIRO Ex-líder da base governista do governador Rodrigo Rollemberg na Câmara Legislativa afastou-se por discordar aos rumos do governo. COLUNISMO POLÍTICO ANA MARIA CAMPOS Colunista do Eixo Capital do Correio Braziliense, dividindo com Helena Mader, acompanha os bastidores da política, Justiça, Executivo e crises em geral. RELIGIÃO DOM MARCONY V. FERREIRA Elevado recentemente a Bispo-Auxiliar de Brasília pelo Papa Francisco, mantém uma forte identidade com a cidade e com suas carências sociais. ASSESSORIA DE IMPRENSA KÁTIA CUBEL Profissional que já esteve à frente de vários “cases” bem sucedidos de gerenciamento da imagem de instituições públicas e privadas. BRASÍLIA OS BRASILIENSES: DESTAQUES DE MARÇO MÚSICA POPULAR ADVOCACIA RECO DO BANDOLIM CARLOS F. MATIAS Com o Clube do Choro, que formou gerações de instrumentistas no ritmo que passou a ser a cara de Brasília. Instrumentistas nesse ritmo que é a vara de Brasília. Representante do que há de melhor nas letras jurídicas de Brasília, mantém um conceituado artigo semanal no suplemento Direito & Justiça do Correio Braziliense. COLUNISMO (IN MEMORIAN) MEMÓRIA ADIRSON VASCONCELOS SOPHIA WAINER Autor de dezenas de livros editados sobre Brasília, pioneiro da epopeia da construção. Jornalista, historiador, advogado e administrador de empresas, pesquisador incansável quando se trata de Brasília. Doce, meiga, pioneira do colunismo de sociedade em Brasilia, Sophia, irmã do outro jornalista Samuel Wainer, da famosa “ÚItima Hora” do Rio, deixou enorme saudade entre todos que com ela lidaram. UNIVERSIDADE LIGUÍSTICA HUMBERTO RIBEIRO DAD SQUARISI Administrador, nascido em Brasília, sobrinho do pioneiro Antônio Fábio Ribeiro, atualmente é Visiting Scholar da Johnson Greaduate School em Gestão da Universidade de Cornell, no Estados Unidos. É editora de Opinião do Correio Braziliense, comentarista da TV Brasília e professora de edição de textos do Centro Universitário de Brasília. Assina a coluna Dicas de Português, publicada em 15 jornais do país. RÁDIO HISTÓRIA MARCELO RAMOS CORONEL AFFONSO HELIODORO Comunicador pioneiro em Brasília, âncora o programa “O Povo e o Poder” na Band AM, o apresentador e radialista é o “Repórter do Povão” que anima o dial com comentários e entrevistas à moda tradicional do rádio O coronel é presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Brasilia, uma dos marcos da capital, Amigo e assessor preferido de JK,guarda da memória da capital. 35 TURISMO ERALDO A. DA CRUZ Na Diretoria de Turismo da CNC, no Rio, desenvolve uma ação altamente eficaz para a promoção do turismo corporativo. EMPREENDEDORISMO JOSÉ A. PINHEIRO Um dos maiores transportadores interurbanos de passageiros do Brasil, o “Senhor Real Expresso”, com sede em Brasília, é um pioneiro também de logística. JURÍDICO MARCO A. LEMOS Tomou posse como novo desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), prestigiado pelo presidente da corte, desembargador Getúlio de Moraes Oliveira. CULTURA JOAQUIM CAMPELO Vice-Presidente do Conselho Editorial do Senado, o jornalista e escritor maranhense que adotou Brasília, colaborou com Sérgio Buarque de Holanda Ferreira na elaboração do Dicionário “Aurélio”? mais S NAR>>>>> Ricardo Reis FAMILIAS RICAS Circula entre procuradores do Ministério Público uma pesquisa sobre o que afirmam ser impressionante nível de enriquecimento não de políticos isolados no Congresso Nacional, mas de suas famílias inteiras. Ao que se sugere que a política partidária tornou-se um forte instrumento de mobilidade social e econômico do país. E dos mais rápidos. OBSERVADOR ATENTO Um astuto observador da política brasileira anota em seu caderno de previsões que a estabilidade política só será alcançada quando houver uma conversa e durante algumas horas entre o vice-presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves. Sem testemunhas, de preferência. SA MELANCOLIA EXPRES da reforma har as sessões do Senado para votação Tem sido melancólico acompan cia. Cada cabeça, uma sentença. Cada política. Cada senador tem uma preferên l. eniência de cada um no plano regiona um defende - acima dos partidos - a conv PARLAMENTARISMO VIVE Chegou um momento no epicentro da crise aberta entre Palácio do Planalto e o Congresso Nacional - o confronto entre o ex-ministro Cid Gomes e o deputado Eduardo Cunha - que todas as características do parlamentarismo estiveram visíveis e em prática. O primeiro-ministro, no caso, é o presidente da Câmara. BRINCADEIRA CARA O Congresso sabe brincar com fogo. Após as manifestações de15 de março e mesmo com o Datafolha que registrou que a credibilidade do Parlamento reduziu-se a pó, os parlamentares atribuíram-se no novo orçamento dotações em triplo (R$ 870 milhões) para os fundos partidários de 27 legendas. Como se sabe, não há fiscalização desses fundos, verdadeiros sumidouros de recursos. 36 BRAGA VOLTOU Depois de uma temporada excluído dos conselhos do governo o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, voltou ao grupo de frente selecionado pela presidente Dilma para explicar a crise depois das manifestações de 15 de março. SEM TAPINHAS O ministro Joaquim Levy dá mostras de fadiga ao peregrinar entre os gabinetes dos presidentes do Senado e da Câmara como também dos líderes da base para suplicar-lhes a aprovação do ajuste fiscal. Expõe seu desassossego com o rito demorado e sua impaciência para os habituais tapinhas nas costas com que os políticos o saúdam. RENAN GANHA Numa comparação das reações dos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados frente aos impasses que se tonam desafios à autoridade, ganha disparada a performance de Renan Clehotos, muito mais frio e impassível na condução dos trabalhos e nos corredores quando dá entrevistas. NOVA ESTRATÉGIA Ficou explícita a estratégia de marketing do Palácio do Planalto pós-manifestações de 15 de março e sobretudo pós-Datafolha: exibir Dilma no máximo nas solenidades no Palácio do Planalto, nas quais tira partido dos discursos que dão mídia com frases marcantes; 2) eventos em cidades com prefeitos do PT para que mobilizem público, assim foi feito em Rio Branco e Goiânia, com prefeitos petistas. LISTA PRONTA Os três primeiros nomes da lista do PMDB para cargos de ministro numa nova reforma ministerial são Eunício Oliveira (que recusou o Ministério da Integração na fase de montagem do segundo mandato), Moreira Franco e Eliseu Padilha, este último, mudando-se da Secretaria de Aviação Civil para ganhar pasta melhor e mais polpuda. 37 ARTIGO/POLÍTICA AS ESQUERDAS DIANTE DEUS-ME A s bandeiras, ideias, eram símbolos de luta e síntese de sonhos. Na época pareciam eternas, inabaláveis, mas perderam força e consistência nos anos 90, do século passado, gerando perplexidade e desencanto entre as forças que defendiam mudanças, alimentavam sonhos de uma sociedade fraterna e solidária. Daí cresceu a crise de antigas posições, convicções, que aos poucos foram sendo revistas, alteradas, na tentativa de reverter a tendência de abandono das bandeiras e ideais que marcaram gerações. Mas a rapidez das transformações, o avanço do modelo liberal triunfante, sufocou na prática os sonhos de resistência. As lideranças de esquerda, de centro esquerda, buscaram refúgio na política, no discurso de modernização, limitado à pregação de ajustes no sistema, sem contudo gerar respostas para as distorções, seus reflexos na área do trabalho, na questão social e nas relações entre países e regiões. Tal postura resultou numa capitulação, na medida em que abandonou a crítica à economia de mercado e ao processo de globalização. Nesse aspecto, sustenta o sociólogo alemão Ro- bert Kurz, a esquerda ficou desarmada teoricamente, renegando o questionamento da economia, a autonomia relativa da política e migrando para a esperança de atuar “subversivamente” no âmbito da arte, da cultura de massas, da mídia e da comunicação. Então deixou de lado o confronto teórico com a economia capitalista, que menciona com “evidente enfado”, indiferente ao fato de que “o capitalismo só esqueceu a sociedade no sentido social e zela para que nada aconteça sob o sol ao ponto de não servir ao supremo objetivo de maximização dos lucros”. Diante da realidade, os efeitos do processo em nosso país - positivos e negativos -, avançam com base num rolo compressor que dita regras impunemente, à revelia do Estado e da sociedade. Não há reação racional da maioria da esquerda e os avanços na economia, na ordem política e na tecnologia, não contemplam e tampouco visam melhorar a geração de empregos e as relações no mercado de trabalho. Apesar dos danos, a esquerda se limita a tentar amenizar as perdas de empregos, de rendas, com as vantagens sociais compensatórias, a terceirização e o incentivo ao setor informal 38 ARTIGO/POLÍTICA DA SUBMISSÃO AO RCADO Nagib Jorge Neto Jornalista e escritor carioca, ex-deputado federal pelo PDT/RJ voz discordante e, na esfera do poder, persiste uma tentativa de acomodação, de rendição, mais exatamente de abandono das lutas e ideais que ficaram órfãs. Então cabe lembrar que o socialista Mário Soares, ex-presidente de Portugal, que lutou contra a ditadura em seu país, reafirmou aqui suas ideias e defende no seu país a crença nos ideais de justiça social, num testemunho de que ao combater o autoritarismo não visava apenas a defesa das liberdades. Ele defendeu as transformações, as mudanças, que devem ser motivo de crença, visão realista, na medida em que o sistema liberal vigente, com todo seu arsenal teórico, suas práticas danosas, tende a se exaurir e abrir espaço para um novo modelo econômico e social. Afinal, não há porque insistir na rendição, na submissão ao deus mercado, ao sistema de competição feroz e práticas de corrupção, e não acreditar numa retomada do processo de desenvolvimento voltado para o bem estar do ser humano, de milhões de homens e mulheres hoje vítimas do desemprego, da fome e da miséria na África, em partes da Ásia e em quase todas as nações da América Latina. da economia, numa clara confissão de que no discurso vago ainda esperneia, mas na prática se ajusta ao sistema triunfante. Em suma, para não ser alijada do poder, prefere perder os anéis que resta e salvar os dedos. Esse quadro é visível no momento atual do país, com a crescente redução do papel do Estado, do seu poder de intervenção, que deixa a maioria da população sem defesa diante da redução de empregos e salários, do aumento das tarifas, com a consequente diminuição da renda e do poder aquisitivo. A isso se junta a velha política de majorar impostos, desviar recursos públicos, atingir direitos sociais, como é o caso da Reforma da Previdência, e a intenção de fazer a reforma trabalhista, liquidar as conquistas sociais, meta que os economistas da globalização consideram vital ao desenvolvimento das empresas nacionais e multinacionais. Apesar dos perigos, dos riscos para o equilíbrio social, as forças no poder e seus aliados não sinalizam com opções de mudança, de luta por sonhos e esperanças para alterar o modelo, que não pode ser combatido com programas de assistência social e intervenções limitadas na estrutura agrária. Pior: quase não se ouve nenhuma 39 GESTÃO 15 MINISTÉRIOS CABERIAM NA ESPLANADA? T ornou-se um mantra repetido em todas as rodas políticas o enxugamento da Esplanada dos Ministérios. Os defensores do estado mínimo são radicais: seriam suficientes apenas 12 ministérios. Os que estão dentro do governo alegam, entretanto, a impossibilidade de uma reforma administrativa tão brusca, devido ao tamanho que a máquina do Estado incorporou. Levaria anos a operação de desmobilização. E teria de haver um governo politicamente forte para executá-la diante de um Congresso Nacional e partidos políticos contrários à ideia. Outro argumento desfavorável à redução do número de ministérios é a fracassada tentativa feita no governo Collor, que criou um mastodonte - o Ministério da Infraestrutura com a junção de Minas e Energia, Transportes e Comunicações. O erro logo foi desfeito. Um estudo recente mostra a razoabilidade de um presidente brasileiro governando com 15 ministérios ao seu redor. Seria mais do que suficiente para, pelo menos, o presidente decorar o nome dos ministros sem consultar um assessor e inseri-los todos na agenda de despachos ao longo de 15 dias, o que não acontece agora. FUSÕES: Ministério da Economia -fusão dos Ministérios da Fazenda, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Planejamento e Pequena e Média Empresa Ministério da Infraestrutura - fusão dos Ministérios de Minas e Energia, Transportes, Portos e Comunicações. Ministério da Agricultura, Reforma Agrária e Pesca - fusão dos três ministérios, que foi praticada no passado. Ministério da Educação Cultura e Esporte - já foi praticada no passado. Ministério da Integração e Cidades - já foram integrados no passado Ministério do Trabalho e Previdência Social - já estiveram integrados no passado Ministério da Comunicação, Turismo e Aviação Civil - são afins Ministério da Ciência e Tecnologia e Assuntos Estratégicos - são afins. Ministérios dos Direitos Humanos, Igualdade Racial e Direitos Humanos - são afins. 40 GESTÃO ALGUNS NÚMEROS PERMANECERIAM: * Justiça * Relações Exteriores * Defesa * Saúde * Desenvolvimento Social * Meio Ambiente Orçamento geral do governo federal aprovado em 17 de março pelo Congresso Nacional: R$ 2,96 trilhões Número de cargos comissionados na Esplanada (oficialmente computados) : 23.579 41 “STATUS”DE MINISTRO EXTINTO * Chefe da Casa Civil * Chefe do Gabinete de Relações Institucionais * Advogado-Geral da União * Secretária-Geral da Presidência * Articulação Política * Controladoria-Geral da República POLÍTICA FÓRUM DAS MULHERES MAGDA PRESENTE COMO BROSSARD Filha do ex-ministro e ex-senador Paulo Brossard, a advogada Magda Brosard protagonizou um episódio que alcançou repercussão nacional quando se pronunciou reprovando o comportamento da OAB Federal que apoiou em, nota o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, por ter recebido representantes de empreiteiras da Operação Lava Jato em audiência privada, fora da agenda. BELCHIOR MISSÃO CASA Na Caixa recebeu a missão de preparar o Minha Casa Minha Vida 3 em ambiente de orçamento minguado e alta inadimplência. PEPE, Terça R$ 19,3 bilhões para a aplicar no programa em 2015, se o orçamento não for contingenciado. 42 POLÍTICA MARIA DO ROSÁRIO ATUAÇÃO FIRME Embora em primeiro mandato, a deputada federal pelo PT gaúcho mostra determinação para ocupar o lugar mais destacado em defesa dos pontos de vista do PT na CPI da Petrobras. VANESSA A AMAZÔNIDA Uma voz de senadora pelo Amazonas tem sido onipresente em defesa de seu estado e de seu partido, o Psol, na tribuna do Senado e nas comissõe s, quebrando recordes anteriores de assiduidade e pont ualidade nos trabalhos da casa. SENADORAS: BRILHO MAIOR Logo que a legislatura começou, serpenteava no Senado a expectativa de que o plenário seria iluminado pela presença oratória de três figuras de proa tucana: José Serra, Antônio Anastásia e Tasso Jereissati. Até aqui, porém, não se confirmou. No momento, a casa tem como destaque feminino: Ana Amélia, e Lidice da Mata.. 43 POLIS Confidencial PAULO TARSO SENHOR EMBAIXADOR Graham Greene escreveu seu romance ficcional - Senhor Embaixador - inspirado num epígono da carreira, que serviu em Havana. Típico embaixador britânico com chapéu de palhinha e impecável terno claro da Saville Row. Temos um senhor embaixador no Brasil também. Paulo Tarso Flecha de Lima, mas não serviu em Havana, mas em Washington, Londres e Roma, onde pontuou desempenhos marcantes na galeria diplomática brasileira. Foi amigo de presidente, de rainha e de primeiro-ministro. É um extraordinário diplomata, negociador de situações críticas e conciliador se senão fosse mineiro. Paulo Tarso ensina às novas gerações de diplomatas a defender seu país como patriotismo, não bajula- ção aos governos. Certo dia, lê um jornal norte-americano fazer reparos críticos e injustos ao Brasil. O embaixador escreveu imediatamente ao editor uma dura carta em resposta. Naquele tempo, embaixadores escreviam cartas aos jornais sem consultar a Brasília se podiam. O editor a publicou, claro. Não deixava passar em branco uma afronta. Paulo Tarso mora em Brasília trabalhando como grande consultor. Outro dia, foi homenageado por um grupo de amigos e um conhecido restaurante de Brasília, o Lake´s, organizado pelo embaixador Pedro Luiz Rodrigues. Paulo Tarso é raramente visto na escala mundana da capital. Deve ser homenageado, não hoje, mas sempre, por serviços prestados ao Brasil. PEPE, APELIDO, LEGAL O ministro Pepe Vargas é a Geni do governo. Com seu jeitão tímido de bom moço não carrega no perfil aquela carranca sinalizada como arrogância. Por isso, é vítima fácil dos insucessos do governo na articulação política com o Congresso. O ex-prefeito de Caxias do Sul e deputado federal bem votado é muito ligado presidente Dilma, razão porque ela não pretende afastá-lo da articulação, embora com o veto do ex-presidente Lula, que preferia ali Ricardo Berzoini A ligação de Dilma com ele é de plano familiar. No dia da posse de Pepe Vargas junto a outros ministros, no salão do palácio lotado, Dilma discursou, saudando os auxiliares e dirigiu-se à contristada esposa, que já sentia a ausência do marido com os filhos em Caxias do Sul: -“Pode deixar, fique tranquila, que cuidaremos muito bem do Pepe aqui”. Ao que tudo indica ela está mesmo cuidando de manter o seu emprego. 44 OS EMPRESÁRIOS DE DILMA CALFAT Raul Calfat, diretor-presidente da Votorantim, eleito CEO do ano de 2014 na América Latina, pela revista Latin Trade, uma das principais publicações sobre finanças e negócios do continente, foi um dos poucos líderes empresariais do país que pediu audiência à Dilma nesses dias conturbados. E obteve. JEFFREY O norte-americano Jeffrey Imemelt esteve em audiência com Dilma Rousseff no Planalto. Detalhe: é republicano de carteirinha, além de CEO da General Electric, uma grande fornecedora de nossas usinas hidrelétricas. MANSÃO DO FARAÓ A mansão do ex-presidente do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira é tão luxuosa - em São Paulo, vai a leilão. Turistas iam admirá-la nos áureos tempos em que o banco tinha contas de poderosos da hora. Vai de rua a rua com casas interiores, jardins babilônicos e benfeitorias num quarteirão inteiro. Um verdadeiro faraó ali morava. O leilão foi determinado pela Justiça para o ex-banqueiro quitar suas dívidas. Edemar nunca chegou a ser um Eike Batista, que também perdeu tudo, mas chegou perto no quesito audácia. AUGUSTO, TANCREDÓLOGO O jornalista José Augusto Ribeiro é também escritor de mão cheia. Coube a ele escrever a história da saga que levou Tancredo Neves a tornar-se primeiro presidente da redemocratização, há 30 anos. Sem assumir o cargo para o qual fora eleito, Tancredo morreu há 30 anos num 21 de abril. Teria tomado posse em 15 de março de 1985, data recentemente saudada nas manifestações de rua como marco da nova democracia brasileira. 45 ECONOMIA CHURCHILL, ORWELL, NO DISCURSO M - “A política requer pelo menos duas habilidades. Primeiro é preciso prever o que vai acontecer amanhã, na semana que vem e no ano seguinte. Todo político tem que fazer isso. A segunda habilidade é que é preciso explicar depois por que as previsões não se cumpriram.” Citou a fábula de George Orwell para cutucar o PT e seus dois últimos governos: - “Todos são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros.” Com essas ressalvas, tentou ao cabo de hora e meia explicar por que as coisas têm acontecido do jeito que se pode observar de agora, sob o seguinte axioma: - “Estamos diante de uma crise econômica de grande tamanho. Não me lembro de uma crise tão acentuada e tão difícil quanto está na economia brasileira.” Não perdoou Dilma: - “O Governo Dilma aumentou o tamanho e a dor do ajuste que deveria ser feito.” ais que o senador e o político, o economista e o gestor público José Serra deram uma aula magna na tribuna do Senado. Repórter no Congresso, não me lembro de um discurso sobre economia – invadindo a seara política – tão pedagógico, sem ser professoral ou acadêmico, sem conter ideologia, nem preciosismos de um antigo cepaliano. Só fatos. Aclarando as raízes da atual crise Citando o poeta Ascenso Ferreira, navegou placidamente e com humor inglês (contido)nas águas turvas dos indicadores e estatística da crise econômica. Verazes, que o governo não poderá desmentir. Ao fazer uma apresentação sobre a evolução e os principais problemas da economia brasileira na última década e meia, Serra brindou o Senado lotado (três dezenas de apartes se seguiram, um deles, meio atrasado, por Aécio Neves, quando todos os “cardeais” tucanos já tinham feito) com uma pérola de Winston Churchill: AS ANTI-LEIS COMO ENTENDER O BRASIL? to, fale-se bastante; exponham-se poucas ideias concretas”. Essa – sublinhou com ironia – é uma lei que se cumpre de maneira rigorosa. Serra largou no colo de seus pares suas anti-leis do Brasil de hoje: rimeira: há uma distância muito grande entre falar e fazer. Existe a seguinte lei: “Sobre qualquer assun- P 46 ECONOMIA ASCENSO E MILLÔR DE SERRA S egunda: uma atitude pré-euclideana. “O Euclídes de Alexandria provou, ou mostrou, é um axioma, que a menor distância entre dois pontos é uma linha reta, mas o Governo insiste em que a menor distância entre dois pontos é uma espiral, uma linha torta, uma linha curva, isso diante de cada questão que tem que enfrentar.” sujeito vai e aprende, depois de um, dois anos. Eu me lembro da Ministra do Planejamento, depois de dois anos no Ministério do Planejamento, dizendo que eles estavam aprendendo.” S erceira: que são também pré-copernicanos.”Quer dizer, não é a Terra que gira em torno do Sol; é o Sol que gira em torno da Terra, que é o PT, é o Governo, e tudo o mais do organismo institucional brasileiro gira em torno e ameaça provocar um Big Bang quando há oposição, há imprensa e tudo o que perturba o funcionamento do equilíbrio do universo.” exta: a equipe de Dilma: “Há um princípio que eu acho que, se não valesse, a Presidente Dilma emitiria uma medida provisória nesse sentido. É o de que toda equipe de governo tem que ter um conhecimento menor do que o da chefe da equipe, quando, na verdade, qualquer norma de bom governo é ao contrário: nós devemos nos cercar de gente que, em cada área, saiba mais do que nós, ou, pelo menos, estar convencidos disso. Esse é um problema no Brasil, ultimamente, gravíssimo.” Q S T uarta: uma outra questão que é observada assim com rigor é o seguinte: “transformar todas as facilidades encontradas em dificuldades. Quando se pode criar uma dificuldade, mesmo diante de algo fácil, cria-se a dificuldade, ou seja, soluções que viram problemas.” Q étima: a incompetência não dói: “Não há nenhum problema em ser incompetente. Eu me lembro aqui – e volto a dizer – da frase que eu citei do Millôr Fernandes: que, na verdade, é um grande erro da natureza fazer com que a incompetência não doa para muitos.” uinta: “Governo não é para governar, é para aprender”. Chega-se lá e faz-se a experiência. O Esse, o José Serra 2015. Um projeto de José Serra para 2018? 47 ECONOMIA POSTALIS, BURACO SEM FIM O POSTALIS, fundo de pensão dos Correios, desnuda os malefícios de uma gestão financeira administrativa e política do fundo de previdência dos empregados dos Correios, cuja direção foi loteada politicamente entre os partidos da base governista no Congresso. O déficit é oriundo de uma série de fatores, dentre eles o resultado dos investimentos abaixo do esperado e mudanças atuariais. Para cobrir o astronômico rombo, que provocou um déficit atuarial insanável, no dia 5 de março o POSTALIS fez o equacionamento de sua dívida e que a partir deste abril será descontado o percentual de 25,98% sobre o valor do Benefício Proporcional Saldado dos empregados. A patrocinadora, os Correios, contribuirá de forma paritária, ou seja, com o mesmo valor que os empregados. Os empregados, apreensivos, são represe tadcs pela ADCAP. A ADCAP fez incluir no seu site todas essas medidas. Entende que os empregados não podem ser penalizados por um quadro para o qual nada contribuíram, posto que a diretoria da patrocinadora CORREIOS sempre foi quem deteve o controle e a administração do POSTALIS, definiu os rumos e seus dirigentes e, em resumo, é a responsável por esta situação. Para demonstrar esses fatos em juízo, a ADCAP contratou um escritório de advocacia que, com o apoio de atuário e consultor especializado, está desenvolvendo as ações correspondentes desde 13 de março último. POSTALIS EXPLICA Numa tentativa de explicar o déficit operacional, o POSTALIS alega que: o assunto, a empresa esclarece os seguintes pontos: • O equacionamento proposto de 25,98% é previsto em legislação, sob a pena de responsabilização dos conselheiros e dirigentes do instituto. • O percentual de desconto será revisto anualmente, de acordo com a situação econômica do instituto e o retorno de seus investimentos. • Por orientação do DEST (Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério o Planejamento) os Correios suspenderam o repasse da Reserva Técnica de Serviço Anterior (RTSA), mas a direção da empresa determinou a contratação de uma consultoria atuarial, com o intuito de rediscutir o assunto. • Várias ações estão sendo tomadas na busca da melhoria da gestão do instituto, incluindo a previsão de eleição para a metade da diretoria do POSTALIS. As ações dependem de aprovação de órgãos governamentais. • A contribuição extraordinária é apenas para o plano PBD Saldado) o que impôs os 25,98%). Empregados que entraram na empresa depois de 2005 não terão qualquer alteração em seu plano de custeio. EMPREGADOS TEMEM A ADCAP - Associação de Profissionais dos Correios tem se preocupado com a situação do POSTALIS há bastante tempo e tem tomado medidas de denúncia e pedidos de medidas concretas, junto ao fundo de previdência à diretoria dos Correios, à PREVIC, ao Ministro das Comunicações e aos diversos órgãos de fiscalização e de controle. 48 ECONOMIA controlada pelos dois remarcados (às vezes em mais de 60%) e revendidos a empresas em paraísos fiscais. Entre elas, a offshore Spectra, que tinha como beneficiário Alexej Predtechensky (conhecido como Russo), então presidente do Postalis”. O Globo, 15/2/2015. 2. “Inquérito da polícia sobre os descalabros do grupo Galileo mostra que milhões de reais alocados para tirar duas universidades do buraco desapareceram sem deixar rastros (...) Pior: o grosso do prejuízo caiu na conta do fundo de pensão dos Correios o Postalis. (...) que adquiriu quase todo o lote de debêntures – também irregularmente, segundo a PF (...) em poucos meses, os recursos arrecadados com as debêntures se transforma em “um grão de areia diante do tamanho do rombo, logo catapultados a 900 milhões (...) de acordo com a investigação, o Postalis também cometeu uma irregularidade ao arrebanhar 75% das debêntures, o triplo do que podia – por ordem do conselho Monetário Nacional o limite de investimento dos fundos de pensão nesses casos é 25%. A PF apurou que a aprovação, Alexej Predtechenshy, e o diretor financeiro, Adilson da Costa. (...) saiu do Postalis em fevereiro do ano passado e em junho, surgia como conselheiro no galileo (Veja de 3/9/2014). CARTA DRAMÁTICA Um aposentado participante do POSTALIS analista de Correio Sênior - Administração, morador de Florianópolis, endereçou à diretoria da empresa em Brasília uma correspondência dramática 12 de março último, a qual espelha a revolta de sua categoria. “Imputar aos trabalhadores dos Correios (participantes do Postalis), um desconto de 25,98% (que somados aos 9% obrigatório aos aposentados, resulta em uma redução de 34,98% do seu benefício) sobre o valor do seu beneficio no PBD, para cobrir prejuízos que chegam a 80% do patrimônio do Postalis, em pouco mais de três anos, é de pasmar.” - afirmo ele. Citou os fatos emblemáticos que, a seu ver, geraram as fraudes do POSTALIS: 1. “Uma das maiores fraudes de fundos de pensão no país foi montada até com a falsificação de documentos de forma grosseiras (...) seis papéis de instituições financeiras na carteira do Postalis (...) tiveram o valor adulterados com tinta corretora ou com um simples “corta e cola” nos processos digitalizados. A fraude, feita entre 2006e 2009, detalhada nos relatórios da SEC, chega a US$ 24 milhões (R$: 68 milhões) (...) Os responsáveis são sócios da Atlântica Asset Managment, gestora contratada pelo Postalis para investir o dinheiro dos carteiros em títulos da dívida brasileira no exterior. (...) Os papeis eram vendidos para LatAm, outra empresa 49 ECONOMIA PARA ENTENDER AS FRAUDES DO POSTALIS A mais contundente publicação sobre os mal feitos do POSTALIS foi do matutino O Globo em fevereiro último. Abre o pano de fundo completo sobre a crise de gestão que atinge 196 mil participantes. : Uma das maiores fraudes de fundos de pensão no país foi montada até com a falsificação de documentos de forma grosseira. Relatórios da Securities and Exchange Comission (SEC, a xerife do mercado financeiro americano) obtidos pelo GLOBO mostram que ao menos seis papéis de instituições financeiras na carteira do POSTALIS (fundo de pensão dos Correios) tiveram o valor adulterado com tinta corretora ou com um simples “corta e cola” nos processos digitalizados. A fraude, feita entre 2006 e 2009, detalhada nos relatórios da SEC, chega a US$ 24 milhões (R$ 68 milhões). Os responsáveis são sócios da Atlântica Asset Managment, gestora contratada pelo POSTALIS para investir o dinheiro dos carteiros em títulos da dívida brasileira no exterior. As fraudes geraram prejuízos milionários ao fundo de pensão e começaram a ser desvendadas no ano passado. O caso ganha contorno ainda mais complexo, já que o POSTALIS havia contratado o Bank of New York Mellon para exercer a função de administrador e fiscalizar o trabalho de gestores, entre eles, a Atlântica. Agora, cobra o banco americano na Justiça pelas perdas. O POSTALIS é o maior fundo de pensão em número de participantes do país — 196 mil. E contrata gestores para decidir como investir os recursos dos contribuintes. Um deles foi a Atlântica Asset Managment, que passou a aplicar recursos em notas estruturadas, um papel bem mais arriscado do que os títulos soberanos. Além disso, a gestora fraudou as notas de forma primária, para elevar os valores e desviar recursos do POSTALIS. O uso do líquido corretor escolar só foi possível porque o sistema financeiro americano não é tão eficiente quanto o brasileiro: até grandes operações são fechadas e liquidadas por fax. À Justiça da Flórida, a SEC explicou o artifício criado pela Atlântica e detalhou as ações do responsável pela empresa, Fabrízio Neves, e de seu parceiro José Luna. Os papéis eram vendidos para a LatAm, outra empresa controlada pelos dois, remarcados (às vezes em mais de 60%) e revendidos a empresas em paraísos fiscais. Entre elas, a offshore Spectra, que tinha como beneficiário Alexej Predtechensky (conhecido como Russo), então presidente do POSTALIS. A fraude ocorria no trajeto dos papéis. “Em pelo menos seis casos, Neves e Luna esconderam o esquema (...) alterando os term sheets (documento-base com os principais termos e condições para efetivar uma transação) entregues para a LatAm por emitentes das notas, seja inflando o preço original, ou removendo informação do preço. Neves dizia a Luna quais preços usar, verificava o preço do term sheet alterado, e aprovava as alterações antes de Luna enviá-las aos representantes dos fundos brasileiros. Luna usou líquido corretor escolar ou o eletrônico ‘corta e cola’ para mudar ou omitir as informações sobre o preço original dos term sheet”, diz o texto da SEC. O GLOBO não conseguiu entrar em contato com Neves e Luna. Após as fraudes virem à tona, o POSTALIS interpelou o BNY Mellon na Justiça para rever os valores, com o argumento que o banco é o responsável pela fiscalização dos investimen- tos. O GLOBO teve acesso ao contrato fechado entre o banco e o fundo de pensão. No documento, o BNY Mellon diz ter métodos eficientes de controle das transações feitas com recursos de clientes. Com base nessa premissa, o fundo dos carteiros conseguiu na Justiça o bloqueio de R$ 250 milhões do patrimônio do banco americano. O BNY Mellon é acusado pelo POSTALIS de gerir de forma “ruinosa” o dinheiro dos aposentados da estatal. Ao todo, o fundo teve perdas de nada menos que R$ 2 bilhões nos últimos dois anos. Para a Justiça brasileira, o banco argumentou que não teria como evitar a fraude, porque ela foi promovida pela ex-diretoria do POSTALIS, que conhecia mecanismos para burlar o sistema e evitar o controle da administradora. Ao GLOBO, o BNY Mellon disse que detectar ações fraudulentas desta natureza vai além do escopo de suas responsabilidades, especialmente quando foram propositalmente escondidas. “O fato de o gestor do fundo em questão ter saído do mercado local desta maneira e usar uma terceira parte para esconder suas ações indica que nós não fomos cúmplices ou responsáveis de forma alguma pela alegada fraude”, disse, em nota. O BNY se refere à Atlântica. O escritório foi fechado, segundo fontes a par das investigações, e Fabrízio Neves vive, hoje, fora do país. O banco lembra que o ex-presidente do POSTALIS Alexej Predtechensky é apontado por autoridades americanas como um dos responsáveis pelos crimes. Ele presidiu o fundo por seis anos e deixou o cargo em 2012. Procurado pelo GLOBO, não retornou as ligações. Para o POSTALIS, o BNY Mellon foi omisso. O fundo insiste que o banco tinha condições de detectar a fraude. E alega que não participou diretamente das operações, “cuja legalidade, autenticidade e confiabilidade estavam a cargo da BNY Mellon”. Mesmo com os ânimos acirrados na Justiça, o banco americano detém o poder sobre os investimentos do POSTALIS. Na segunda cláusula do contrato com o fundo, o texto diz que a instituição tem exclusividade no serviços de negociação dos ativos do POSTALIS. A cláusula é considerada usual por integrantes do mercado, mas foi a primeira vez que o POSTALIS assinou esse tipo de contrato. O banco deveria avisar o POSTALIS em 48 horas em caso de risco excessivo. Se os gestores não atendessem às notificações, o banco tinha de liquidar as operações que não estavam de acordo com as regras. Pelos serviços, o banco recebeu R$ 11,9 milhões desde 2011. Acionado pelo POSTALIS, o Banco Central não concluiu a fiscalização sobre a responsabilidade do BNY Mellon nas fraudes. Procurada pelo GLOBO, a SEC não se manifestou. A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) promove uma auditoria no POSTALIS e cogitou intervir no fundo, mas, segundo fontes, desistiu por ver sinais de que a nova diretoria está empenhada em recuperar as perdas. Em nota ao GLOBO, a Previc ressaltou que a responsabilidade pela gestão dos planos é dos dirigentes das entidades e a contratação de serviços especializados não os exime de suas responsabilidades. (*) Fonte: jornal O GLobo 50 ARTIGO/COMPORTAMENTO VOCÊ SABE O QUE SÃO “FRATS”? SERVEM PARA QUÊ? Roselisa Mourão Piauiense, advogada, professora e tradutora, morou nos Estados Unidos, Austrália e França. “Você pode pendurá-los de uma árvore...mas nunca “fecharemos” com eles, pois um Preto nunca fará parte da SAE...” C antava um grupo de jovens, brancos, vestidos em seus smocking, no interior de um ônibus, entre palmas e “urras”, numa farra de companheiros, à primeira vista, sem maiores consequências. O flagrante ecoou pelo mundo, registrado em vídeo vazado na internet e a reação, imediata: identificados, os estudantes da Universidade de Oklahoma, Estados Unidos, foram expulsos da instituição. Não por mera coincidência, eram todos membros de uma Fraternidade, ou “Frat”, no caso, a “SAE – Sigma Alpha Episilon”. O episódio reabriu discussões sobre racismo e em especial quanto ao papel dessas organizações, que existem largamente e em caráter formal, no seio da vida universitária americana, mas também em outras partes do mundo, onde se destacam alguns países da Europa, como a Alemanha. Todavia, para que se tenha a real compreensão do que o fato representa, é preciso que se entenda o ambiente em que ocorreu e o que de tão grave está por trás dele. Oklahoma é um Estado situado na Região menos favorecida dos Estados Unidos, o Sul, com sua herança da monocultura do algodão, da escravidão e da derrota sofrida para as colônias do Norte do país, durante a Guerra de Secessão, de 1861 a 1865, e que deixou marcas profundas em sua economia e cultura. Essa conjunção de fatores contribui para que uma semente aparentemente dormente por força dos efeitos da lei que criminalizou o racismo e deu igualdade (legal) a brancos e negros, fruto da luta pelos direitos civis, resistisse às intempéries como uma espécie de “sempre-viva” que brota amiúde, sempre que as condições lhe sejam favoráveis, num movimento constante rumo à intolerância racial na convivência dos opostos, habitantes de um território de minoria branca ressentida, humilhada, mas social e economicamente superior e como se vê, ainda arrogante, contrapondo-se a uma maioria menos favorecida composta de descendentes de escravos. Neste contexto, ainda no século XIX, surgiram as organizações secretas, das quais a Ku Klux Klan, é a mais notória. “Nós os penduramos das árvores” – cantou o grupo, em alusão à prática contumaz da “KKK” de encapuzados vestidos de branco, nos rituais de caça noturna a negros, enforcá-los de forma impiedosa. Eis, portanto, o cerne da questão: transcorrido tanto tempo, no seio de uma organização estudantil, vê-se vivo e latente, o sentimento de exclusão e repúdio à figura do negro como detentor de direitos e sobretudo, de respeito. Em princípio, ainda no século XIX, as Fraternidades e “Sororidades” (a palavra não existe na língua portuguesa), vêm do latim “frater”, ou irmãos (gênero masculino), “soror”, irmãs, e surgiram quando o currículo das universidades priorizava o ensino dos clássicos – grego e latim – símbolos da educação superior. São organizações de gênero, existem as de homens, mulheres, e até as mistas. Por sua vez, estudantes negros formaram as suas próprias fraternidades. Em comum, elas têm um caráter iniciático, impõem condições rígidas para a admissão de novos membros, que criam para si, um senso de pertencimento a uma comunidade tida como elevada, superior. Também conhecidas como “Greek Letter Organizations LGOs”, ou “Organizações de Letras Gregas”, a maioria utiliza duas ou três letras do alfabeto grego como forma de denominação, e que podem estar ligados ao seu lema, secreto ou não. Daí, a “SAE – Sigma Alpha Episilon”, a fraternidade que protagonizou o incidente mencionado e que possui mais de quinze mil membros através do Estado Unidos. A primeira organização de estudantes de que se tem notícia foi a “Phi Betta Kappa Society”, data de 1776; A “Chi Phi”, de 1824; “Kappa Alpha Society”, 1825; “Sigma Phi” e a “Delta Phi”, de 1827, nos Estados da Costa Leste Americana. Seu objetivo adveio do desejo de raras pessoas com acesso a conhecimento diferenciado, reunidos em grupos nos quais poderiam se aprofundar na discussão de temas polêmicos, longe dos ouvidos da sociedade em geral, quanto a questões humanísticas, artísticas e filosóficas. Formou-se assim, a tradição que se estendeu ao longo dos tempos, mas que hoje, já não mais possui a elevação de suas antecessoras. Em tempos mais recentes, já no século XX, as agremiações foram adquirindo um caráter mais social e de integração, e é fato que muitas delas prestam assistência aos seus membros, fornecendo-lhes suporte de alojamento e alimentação, dentre outros serviços de apoio durante os anos universitários. Acompanhando o ambiente de beligerância criado pelas Guerras Mundiais, a Primeira e a Segunda Guerra e mais tarde, Coréia e Vietnã; a mobilidade social resultante da liberação feminina; o fortalecimento do capitalismo com a explosão da industrialização; aumento da renda e do consumo, os campi universitários acolheram tais mudanças, tornando a “College Life” um período de excepcional liberdade em todos os sentidos, do exercício do direito de expressão e escolha. 51 ÚLTIMO S NAR>>>>> Álvaro Campos SANTANA CRUCIFICADO João Santana, ai-jesus da presidente Dilma Rousseff, não é mais. Está recebendo toda uma carga de críticas por tê-la levado a caminhos de exposição pública que deu no que deu, tudo por exagero marqueteiro. A crítica mais enfática se dá no capítulo das mentiras que a oposição afirma ter sido a pauta de Dilma na campanha, sobretudo a de que a inflação estava controlada. QUINTETO DESAFINADO “Despreparados” - é o mais brando adjetivo que se ouve em gabinetes do Palácio do Planalto ao desempenho do quinteto de ministros escalados pela presidente Dilma para negociar politicamente com a Câmara a aprovação do pacote fiscal. BANDEIRAS PERDIDAS Um detalhe na erosão da credibilidade dos partidos políticos todos, sem exceção de um - é a perda pelo PT de todas as suas bandeiras, aquelas que no passado fizeram tradição do partido do ABC. Perdeu as bandeiras sem encontrar outras. ÁLVARO DISCRETO O senador Álvaro Dias, que sempre atuou na linha de frente das denúncias e de uma artilharia das CPIs e na tribuna, está jogando recuado justo na hora em que sua combativa presença é mais requerida. Tem um argumento a favor; apresentou à Procuradoria-Geral da República cerca de 18 representações para investigações na Petrobras, muitas das quais se materializaram agora na forma de pedidos de aberturas de inquérito. 52 PROFISSÃO ENTREGADOR São dois os políticos maranhenses queixosos do tratamento recebido da presidente Dilma, embora sintam-se credores de muitos favores que lhe foram prestados em votações estratégicas no Senado. José Sarney e Edison Lobão associaram-se ao clube dos magoados com Dilma, embora não sejam de romper, em absoluto. NOTÁVEL RETROCESSO Houve uma mudança sensível de tecnologias entre o mensalão e o petrolão no item distribuição de propinas a políticos. Escaldados porque no primeiro escândalo os mensaleiros tiveram que ir ao Banco Rural sacar suas mensalidades, nesse agora foram servidos pessoalmente por entregadores, muitos a domicílio. Notável retrocesso. SOLUÇÕES NATURAIS CHACHOTA PUBLICITÁRIA Se a presidente Dilma tiver que procurar um outro nome para substitui Joaquim Levy em surto de sua insatisfação pela eventual derrubada do pacote de ajuste fiscal no Congresso, a solução natural será Aloizio Mercadante assumir. Para a Casa Civil, também no quesito solução natural, seria Jaques Wagner. Foi recebido com risos e chacotas por uma ala do Palácio do Planalto - majoritária, diga-se - o relatório de autoria conhecida, pregando que a propaganda do governo Dilma seja direcionada para São Paulo, com controle externo. A justificação contrária é que se Dilma topasse isso estaria entregando sua autonomia, além de ser media ilegal. A SECIM responde profissionalmente pela área, com critérios técnicos. MALDIÇÃO ENCERRADA O PMDB está com projeto de derrubar a maldição histórica de seus candidatos próprios a presidente nunca terem passado de 5% da votação nacional. Ulysses Guimarães e Orestes Quércia foram vítimas da maldição. Nem que tenha que filiar um candidato vencedor ELITE BRANCA O governador Rodrigo Rollemberg, do DF, quer passar um trator sobre as construções ilegais nas áreas verdes à beira do Lago As áreas verdes são públicas segundo p o plano original de Lúcio Costa. O governador José Aparecido tentou o mesmo ao seu tempo (durante o governo Sarney) e desistiu. A elite branca de Brasília vai protestar contra Rodrigo, com certeza, e não com panelaço. 53 ECONOMIA REFÚGIO DE BRASILIA IMIGR N este mês de comemorações pelos 55 anos de Brasília, dou meu relato pessoal sobre a vivência encantadora neste lugar. Sou paraibana, com muito orgulho, mas desde muito cedo vim morar em Brasília com meus pais, onde passei boa parte da minha infância. Aqui, muitas sementes foram plantadas como o exemplo deixado e a ser seguido por minha mãe, mulher desbravadora que ainda muito nova também veio para Brasília, em busca de construir uma vida. Quando a perdi, tinha apenas 11 anos e voltei com a minha família a morar na Paraíba. Mas sabia que havia deixado em Brasília uma semente plantada. Passados alguns anos, chegava a hora do reencontro. Tinha no meu coração o desejo de construir a minha existência na capital federal, Como todo imigrante, no momento do desembarque, era só Brasília e eu! Brasília é pra mim, uma escola de vida. Revejo tudo o que fiz, os sítios onde a vida me levou, as pessoas que conheci, os projetos que fiz, os sonhos que realizei e muitas coisas que não 54 OPINIÃO DÁ CALMA À ALMA DO RANTE Ellen Barbosa é diretora da POLIS.COM e da CARTA POLIS Nesta nova volta ao sol, que Brasília concede, quero apenas manter no peito a vontade férrea de ser feliz. Só isso. De poder continuar a abraçar com força os que fazem o meu mundo girar no sentido certo. De continuar a sentir a motivação e o entusiasmo que me levam a correr mais e mais, para aquele refúgio que é o maior sentido da minha vida: a calma na alma, a alegria no espírito e o amor, sempre o amor, do lado certo da vida. poderia enumerar aqui, -tudo isto foi realizado nesta cidade, que me proporciona até os dias de hoje a mágica de ser surpreendida por sua fascinante e envolvente forma de acolher e permitir. Sou grata a Brasília pelas oportunidades a mim oferecidas, não seria justa se não sentisse gratidão pela vida e pela sábia lei da compensação. Grata por tudo o que pôs no meu caminho como forma de me recompensar pelas agruras da vida e de me fazer recomeçar com a certeza que a sorte é merecida para quem se esforça para tê-la. 55 Política. O que a mídia não cobre, a gente descobre. Carta Polis. Mais de 28 anos nos bastidores da política e do que move o país. Notícias, opiniões, temas polêmicos, antecipação de tendências. Acompanhe os principais fatos da política e negócios com um olhar crítico e atual. cartapolis.com.br SCN Quadra 1 Bloco E Sala 512 Edifício Central Park – Brasília DF (61) 3201-1224 [email protected]