Nintendogs >> Tudo que é sólido pode derreter vira livro

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Nintendogs >> Tudo que é sólido pode derreter vira livro
>> quinta-feira, 14 de abril de 2011
ILUSTRAÇÃO: HAFAELL E MATHIOLE
raggadrops.com.br
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Anime Festival,
ska e reggae em BH
>> Nintendogs
>> Tudo que é sólido
pode derreter vira livro
Zumbis, alienígenas, catástrofes da natureza. Por que
gostamos tanto de pensar no fim do mundo?
Páginas 4 e 5
raggadrops.com.br
ESTADO DE MINAS >> quinta-feira, 14 de abril de 2011
O DIA EM QUE A
TERRA ACABOU
2012
Alienígenas e zumbis são diversão garantida em filmes,
mas no quesito verossimilhança, perdem feio para 2012. Já
em 2009, o astrobiólogo do Nasa Astrobiology Institute
(NAI), David Morrison, explicava que o fim do calendário
maia não seria indício do fim do mundo. “Calendários existem para marcar a passagem do tempo, não para prever
o futuro”, afirmou o cientista em comunicado oficial do
órgão espacial.
Filmes, livros, games e mangás não hesitam em destruir o mundo
para criar uma história com uma aventura inesquecível
HISTÓRIAS DO APOCALIPSE
POR Flávia Denise de Magalhães
ILUSTRAÇÃO Hafaell e Mathiole
Vianco. Em três de seus livros (Bento e Vampiro-rei 1 e 2) ele aborda o tema. “Sou escritor
de fantasia e ficção. Então, fico imaginando
como seria o meu mundo pós-apocalíptico.
Nessa série, o cara desperta 30 anos depois
de um apocalipse e o mundo que ele conhecia acabou”, conta o autor.
A presença dessa questão é tão forte em
livros, filmes, games e mangás que inspirou
a escolha da profissão de Paula Cardoso, de
16 anos. “A ideia do fim do mundo me assusta, mas, como sou movida a curiosidade,
ela se tornou parte da minha vida”, conta a
estudante, que quer se formar em engenharia aeroespacial e, “quem sabe, trabalhar na
Nasa e descobrir que não estamos sozinhos”.
COMO SERÁ O FIM DO MUNDO
Apesar de escrever ficção, André Vianco
não descarta a possibilidade de o impossível ocorrer. “Se a gente chegar a um fim de
mundo de verdade seria mais por causa de
coisas da natureza, como tsunami, meteoro.
Cataclismos”, imagina o autor, que confessa
não se preocupar muito com o evento.
Apesar de os desastres da natureza serem
os únicos possíveis, outros fins de mundo
agradam mais aos fãs do tema. “O apocalipse zumbi é o mais interessante. Você teria a
possibilidade de lutar e se defender. Histórias
como Armagedon e 2012 são chatas porque, se
você não for influente, não vai poder se salvar”, avalia o desenhista Flávio Marchi, de 28.
“O estilo de apocalipse que mais me atrai
é a invasão alienígena. De certa forma, acre-
dito que não estamos sozinhos e que outras
formas de vida um dia irão nos encontrar e,
como não estaremos preparados, o mundo
entrará em pânico”, imagina Paula Cardoso.
Além de cenários nos quais a destruição
é a palavra do dia, há os futuros em que ainda existe ordem, mas alguma revolução cultural ou até mesmo um desastre ambiental
leva à criação de uma nova sociedade, que
tem valores corrompidos. São as chamadas
distopias, representadas por 1984 e Admirável
mundo novo.
1.
O guia de
sobrevivência a
zumbis, de Max
Brooks (livro)
5.
HighSchool
of the dead
(mangá)
FIM DO MUNDO X FIM DOS HOMENS
Apesar de haver inúmeros possíveis cataclismos que poderiam destruir o mundo, o
que a maioria dessas histórias tem em comum é o fato que, apesar de a civilização
chegar ao seu fim, homens e mulheres sobrevivem à catástrofe que destruiu seu mundo.
“O mundo já acabou várias vezes. A vida de
povos que viveram antes de nós chegou ao
fim, sua civilização acabou”, defende o filósofo Haroldo Marques.
“É mais fácil para as pessoas imaginarem
o fim do mundo do que fazer um planejamento para daqui a 200, 300 anos”, avalia
Haroldo. Para ele, o imediatismo da humanidade leva a este pensamento. “Imagine quem
nasceu há 300 anos. Como você explica a televisão para ele? Agora, pense no seu caso:
o que você acha que vai existir no futuro? É
tão desconhecido que o caminho mais fácil
é achar que tudo vai acabar. E vai mesmo”,
garante o filósofo.
7. Eu sou
a lenda, de
Richard
Matheson
(livro e filme)
9. Série Feios,
de Scott Westerfeld
(livro)
FOTOS: REPRODUÇÃO
Basta uma pesquisa no Google para ter
certeza de que o apocalipse está próximo. Os
motivos da extinção da raça humana seriam
os mais variados possíveis e muita gente
já está se preparando para uma catástrofe
iminente. Max Brooks escreveu um manual
ensinando como se preparar para uma possível (ou impossível) invasão zumbi. Existem
milhares de bunkers e esconderijos secretos
para o dia em que os alienígenas chegarem
ao mundo. Até mesmo desastres reais, como
terremotos e tsunamis, estão presentes em
histórias que mostram os últimos dias da
nossa sociedade.
Porém, não faltam órgãos oficiais se dispondo a desmentir qualquer sombra de veracidade nessas lendas. A National Aeronautics
and Space Administration (Nasa) chegou a
publicar uma página em seu site sobre 2012,
explicando por que o mundo não vai acabar
(veja o box). Mesmo assim, o assunto continua servindo como tema para especulações.
“Acho que é uma coisa muito do tipo ‘e se
acontecer?’ É uma curiosidade. Qual será o
futuro do mundo? Tudo isso é fascinante pra
mim”, conta o estudante Henrique Gonçalves, de 17 anos. Para ele, o mote também é
uma boa na hora de criar uma história, pois
impõe escolhas morais difíceis. “Posso quase
morrer (em um jogo) e salvar aquelas pessoas que não conheço. Ou posso ficar vivo
e deixar que elas morram. É uma coisa bem
forte”, defende.
Quem seguiu esse caminho na hora de escrever seus livros é o autor brasileiro André
Apesar da fala do astrobiólogo, a lenda persistiu e, recentemente, a pedra do calendário maia passou por uma análise minuciosa e o mito foi completamente desmentido. José
Luis Romero, subdiretor do Instituto Nacional de Antropologia e História no México, garantiu: “No pouco que se pode
ler, os maias se referem à chegada de um senhor dos céus,
coincidindo com o encerramento de um ciclo numérico”.
Nada de apocalipse.
10. Zombieland
(filme)
2. Os 12 macacos
(filme)
6.
Jogos vorazes,
de Suzanne Collins
(livro)
8.
Resident
evil (game e
filme)
3. Left4Dead
(game)
4.
The walking
dead (série)