2 infecção do trato urinário - itu

Transcrição

2 infecção do trato urinário - itu
FACULDADE TECSOMA
Curso de Biomedicina
André Gonçalves da Silva
AVALIAÇÃO DE INFECÇÃO URINÁRIA NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE
GESTAÇÃO EM PACIENTES ATENDIDAS NO CENTRO DE SAÚDE DA
MULHER E DA CRIANÇA, NA CIDADE DE PARACATU-MG
Paracatu
2012
André Gonçalves da Silva
AVALIAÇÃO DE INFECÇÃO URINÁRIA NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE
GESTAÇÃO EM PACIENTES ATENDIDAS NO CENTRO DE SAÚDE DA
MULHER E DA CRIANÇA, NA CIDADE DE PARACATU-MG
Monografia apresentada à disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso II da
Faculdade Tecsoma como requisito
parcial para obtenção do título de
Bacharel em Biomedicina.
Orientador
Metodológico:
Benedito Batista de Oliveira
Geraldo
Orientador Temático: Ms. Márden Estêvão
Mattos Júnior
Paracatu
2012
Silva, André Gonçalves da
S586a
Avaliação de infecção urinária no primeiro trimestre de gestação em
pacientes atendidas no Centro de Saúde da Mulher e da Criança, na
cidade de Paracatu-MG. / André Gonçalves da Silva. Paracatu, 2012.
63f.
Orientador: Márden Estêvão Mattos Júnior
Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Gradação
em Biomedicina.
1. Gestação. 2. Infecção do trato urinário. 3. Urinálise. 4. Urocultura.
I. Mattos Júnior, Márden Estêvão. II. Faculdade Tecsoma. III. Título.
CDU: 612.461.1
André Gonçalves da Silva
AVALIAÇÃO DE INFECÇÃO URINÁRIA NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE
GESTAÇÃO EM PACIENTES ATENDIDAS NO CENTRO DE SAÚDE DA
MULHER E DA CRIANÇA, NA CIDADE DE PARACATU-MG
Monografia apresentada à disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso II da
Faculdade Tecsoma como requisito
parcial para obtenção do título de
Bacharel em Biomedicina.
_______________________________________________
Mestre Márden Estêvão Mattos Júnior
Orientador Temático
_______________________________________________
Geraldo Benedito Batista de Oliveira
Orientador Metodológico
_______________________________________________
Mestre Cláudia Peres Silva
Coordenadora do Curso de Biomedicina
Paracatu, 16 de Junho de 2012
A Deus por me dar a força necessária para
superar todos os desafios que aparecem em
meu caminho...
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelo dom da vida e por conseguir chegar até aqui.
Agradeço aos meus pais que estiveram presente durante este trabalho.
À minha coordenadora Claudia Peres Silva por ter nos dado
esclarecimento sobre o nosso curso.
Ao meu orientador Márden Estevão Mattos Júnior pela sua orientação.
À minha amiga Elidê Gomes da Faculdade, pelo apoio e incentivo na
realização deste.
Aos meus amigos de faculdade, do trabalho, que me ajudaram na
pesquisa.
À minha namorada que me deu muito apoio perante os meus dias de
angústia.
RESUMO
Trata-se de um estudo de investigação com análise quanti-qualitativa com
abordagem descritiva, cuja amostra foi constituída por 15 gestantes, com
características de infecção urinária. Durante o período gestacional, a gestante
passa a ter mais chances de desenvolver um quadro de infecção urinária
sintomática. Essa alteração se deve às grandes mudanças fisiológicas e
anatômicas que ocorrem no trato urinário. Estudos comprovam que as
infecções do trato urinário na gestação está associada a um maior índice de
aborto, prematuridade, baixo peso e mortalidade neonatal, assim como
morbidade materna. Na gestação é necessário tratar as pacientes que
apresentam bacteriúria assintomática porque esta pode levar às mesmas
complicações que a cistite. Por isso, o exame de sedimento urinário deve ser
realizado na primeira consulta do pré-natal, assim como a urocultura e repetido
ao longo do pré-natal, mesmo se a gestante não apresentar queixas. Este
estudo revelou o perfil socioeconômico das gestantes entrevistadas atendidas
no Centro de Saúde da Mulher e da Criança, onde a faixa etária foi de 21 a 25
anos correspondendo a 40% da amostra. Sobre o estado civil das
entrevistadas 47% eram solteiras e 53% possuem relacionamento fixo ou eram
casadas, quanto à escolaridade das gestantes 34% possuíam apenas o ensino
fundamental, 66% a maioria ensino médio ou nível profissionalizante, sobre a
renda familiar, 13% sobrevivem com 1 salário mínimo, 87% possuem de 1 a 3
salários mínimos. Questionados da ocorrência de infecções recorrentes e uso
de medicamentos 60% afirmaram ter ocorrido infecção urinária recorrente, no
período anterior à gestação. Os resultadas encontrados, foram satisfatórios no
que tange à profilaxia das pacientes, das 15 amostras analisadas 2
apresentaram-se positivas para infecção do trato urinário, que corresponderam
a 13%, portanto, 87% das mesmas foram negativas. Mediante este estudo
observou-se que as gestantes do Centro de Saúde da Mulher e da Criança,
estão questionando mais sobre a prevenção da sua saúde no que diz respeito
à gestação e maturação do feto.
PALAVRAS-CHAVE: Infecção do trato urinário. Gestação. Urinálise. Urocultura.
ABSTRACT
This is a research study analyzing quantitative and qualitative descriptive
approach, whose sample consisted of 15 pregnant women with features of
urinary infection. During pregnancy, the woman becomes more likely to develop
a framework for symptomatic urinary tract infection. This change is due to the
large physiological and anatomical changes that occur in the urinary tract.
Studies show that urinary tract infections during pregnancy is associated with a
higher rate of miscarriage, prematurity, low birth weight and neonatal mortality,
and maternal morbidity. During pregnancy it is necessary to treat patients with
asymptomatic bacteriuria because it leads to the same complications as cystitis.
Therefore, examination of urinary sediment should be performed at the first visit
of antenatal care, as well as urine and repeated throughout the prenatal period,
even if the mother does not complain. This study revealed the socioeconomic
profile of the women interviewed met the Center for Women's Health and
Children, where the age range was 21 to 25 years account for 40% of the
sample. About their marital status of respondents 47% were single and 53%
have stable relationships or were married, about the schooling of pregnant
women 34% had only primary education, 66% for most high school or
vocational level, family income, 13% survive on a minimum wage, 87% have 1
to 3 minimum wages. Questioned the occurrence of recurrent infections and
medication use 60% reported having recurrent urinary tract infection occurred in
the period prior to pregnancy. The resultadas found were satisfactory with
regard to prophylaxis of patients, 2 of 15 samples were positive for urinary tract
infection, which corresponded to 13%, so 87% of them were negative. Through
this study it was observed that the women of the Center for Women's Health
and Children, are questioning more about prevention of health with regard to
pregnancy and maturation of the fetus.
KEYWORDS: Urinary tract infection. Pregnancy. Urinalysis. Urine.Keywords:
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: Tipos de amostra de urina ........................................................... 26
FIGURA 2 – Esquema do meio de Rugai modificado (IAL) ............................ 33
FIGURA 3 - Reação bioquímica do Rugai modificado .................................... 34
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 - Faixa etária das gestantes atendidas no Centro de Saúde da
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, abril/junho de
2012 ........................................................................................ 43
GRÁFICO 2- Estado civil das gestantes atendidas no Centro de Saúde da
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, abril/junho de
2012 ........................................................................................ 44
GRÁFICO 3 - Escolaridade das gestantes atendidas no Centro de Saúde
da Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, abril/junho
de 2012 ................................................................................... 44
GRÁFICO 4 - Gestantes entrevistadas atendidas no Centro de Saúde da
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, quanto à
renda familiar, abril/junho de 2012 .......................................... 45
GRÁFICO 5 - Gestantes entrevistadas atendidas no Centro de Saúde da
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, questionados
sobre ter infecção recorrente, abril/junho de 2012 .................. 45
GRÁFICO 6 - Resultado dos exames de urina realizados com gestantes
entrevistadas atendidas no Centro de Saúde da Mulher e da
Criança (n=15), em Paracatu-MG, abril/junho de 2012 ........... 46
LISTA DE SIGLAS
BEM - ágar eosina-azul de metileno
CAPS - Centro de Atenção Psicossocial
CLED - Cistina Lactose-Eletrólito-Deficiente
E. coli – Escherichia coli
ESF - Estratégia de Saúde da Família
ITU - infecção do trato urinário
IU - infecção urinária
Meio IAL – Meio de cultura do Instituto Adolfo Lutz
Ml – milímetro
Mm – mililitro
NCCLS - National Committee for Clinical Laboratory Standards
RVU - refluxo vésico-ureteral
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFC - unidades formadoras de colônia
UPEC - Escherichia coli-extra-intestinal
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................
1.2 Justificativa ..................................................................................................
1.3 Objetivos ......................................................................................................
1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................
1.3.2 Objetivos específicos ...............................................................................
12
14
14
14
14
2 INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO .................................................................. 16
2.1 Fatores predisponentes à infecção do trato urinário ................................ 17
2.2 Principais tipos de bactérias encontradas na infecção urinária ............... 18
2.3 Fatores que levam ao aumento de infecção do trato urinário em
gestantes ............................................................................................................ 20
2.4 Consequências da infecção do trato urinário em gestantes .................... 22
2.5 Correlações entre as consequências da infecção do trato urinário e a
gestação ............................................................................................................. 22
3 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA URINA ....................................................
3.1 Urinálise ........................................................................................................
3.1 Urina de rotina ou tipo I ...............................................................................
3.1.1 Exame físico da urina ...............................................................................
3.1.2 Exame químico da urina ...........................................................................
3.1.3 Exame microscópico do sedimento da urina (sedimentoscopia)
3.2 Urocultura ....................................................................................................
3.3 Antibiograma ...............................................................................................
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24
25
26
27
30
34
4 TRATAMENTO DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO ............................ 35
5 METODOLOGIA ..............................................................................................
5.1 Tipo de estudo .............................................................................................
5.2 Caracterização da área de estudo ..............................................................
5.2.1 Local do estudo ........................................................................................
5.2.2 Centro de Saúde da Mulher e da Criança ...............................................
5.3 Público alvo .................................................................................................
5.4 Critérios de inclusão e exclusão ................................................................
5.5 Aspectos éticos ...........................................................................................
5.6 Desenvolvimento do estudo .......................................................................
5.6.1 Análise das amostras urinárias ...............................................................
5.7 Compilações de resultados ........................................................................
6 RESULTADOS .................................................................................................
6.1 Perfil sócio-econômico das gestantes entrevistadas atendidas no
Centro de Saúde da Mulher e da Criança ........................................................
6.2 Histórico familiar de infecção recorrente e medicamentos .....................
6.3 Quanto à urinálise e urocultura ..................................................................
7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................................................................
37
37
37
37
38
39
39
40
40
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43
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47
8 CONCLUSÃO .................................................................................................. 51
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 52
APÊNDICES ........................................................................................................ 57
12
1 INTRODUÇÃO
A infecção do trato urinário (ITU) representa uma das doenças
infecciosas mais comuns durante a gestação. Essa infecção pode se
apresentar de forma sintomática ou assintomática, mas, na gravidez existe
fatores que facilitam a mudança de infecções assintomáticas para sintomáticas.
Além da incidência aumentada dessas infecções entre grávidas, é justamente
neste período que o arsenal terapêutico antimicrobiano e as possibilidades
profiláticas
são
mais
restritas,
considerando-se
a
toxicidade
e
as
conseqüências dessas drogas para o feto. (DUARTE et al., 2008).
As modificações anatômicas e fisiológicas que ocorrem no trato urinário
durante a gravidez facilitam o desenvolvimento de infecções urinárias
sintomáticas em mulheres, que muitas vezes já apresentam bacteriúria no
momento da concepção. A compressão extrínseca dos ureteres e a redução da
atividade peristáltica provocada pela progesterona promovem a dilatação
progressiva das pelves renais e uréteres, levando à estase urinária. (DUARTE
et al., 2008).
A estase ainda é favorecida pela diminuição do tônus vesical, com
subseqüente aumento da capacidade da bexiga e seu esvaziamento
incompleto, facilitando o refluxo vesicoureteral e pielonefrites. Além disso, o rim
perde sua capacidade máxima de concentrar a urina, reduzindo sua atividade
antibacteriana, passando a excretar quantidades maiores de glicose e
aminoácidos, favorecendo a proliferação bacteriana. (DUARTE et al., 2008).
A ITU ocorre principalmente quando os microorganismos, sendo que a
grande maioria são bactérias, "sobem" pela uretra e atingem o trato urinário. A
bactéria responsável pela ITU muitas vezes são da própria microbiota,
mostrando assim a importância de hábitos de higiene adequados para
prevenção das infecções urinárias. (LUCENA; ARANTES, 2006).
A infecção é causada por cepas de enterobactérias menos virulentas e
geralmente não é acompanhada de repercussões clínicas ou estruturais sobre
o trato urinário, exceto quando incide em mulheres grávidas, nas quais
aumentam os riscos de pielonefrite e aumenta as chances de parto prematuro.
Um dos agentes etiológicos responsáveis pelo desenvolvimento da infecção
13
são bactérias entéricas gram-negativas do grupo das Enterobacteriaceae.
(LUCENA; ARANTES, 2006).
Nos casos mais leves pode ocorrer disuria, polaciúria e urgência
miccional. Nas infecções mais graves, aparecem sintomas de debilidade do
estado geral e hipersensibilidade do ângulo costo-vertebral, sugestivos de
pielonefrite aguda. A suspeita de infecção urinária dá-se pelos sintomas de
micção freqüente, ardência, urgência, dor lombar, náuseas, vômitos, sangue na
urina e febre. Associadas a eia estão a desidratação, o comprometimento da
função renal, a anemia, o choque séptico, a prematuridade e a infecção
fetoanexial e puerperal. Para todas as gestantes, deve-se sempre solicitar
exames de urina e de urocultura de 3 em 3 meses, para assim detectar as
infecções urinárias assintomáticas e tratá-las precocemente. (LUCENA;
ARANTES, 2006).
O diagnóstico laboratorial é dado pelo exame do sedimento urinário e
pela cultura da amostra. O aumento do número de leucócitos na urina
representa indício objetivo de infecção urinária. Contudo, os pacientes com
infecção comprovada podem apresentar contagem normal de leucócitos que
ocorre principalmente em pacientes com bacteriúria assintomática, sendo que,
da mesma forma, a leucocitúria significativa pode surgir na ausência de ITU.
Esse fenômeno é comum em pacientes com tuberculose urogenital, com litíase
urinária, com nefropatia por abuso de analgésicos e em casos de candidíase
urinária. (LUCENA; ARANTES, 2006).
Quando há suspeita clínica de ITU, ou o exame tipo I apresenta
leucocitúria,
deve-se
proceder ao
estudo
bacteriológico
da
urina. A
interpretação da urocultura é a seguinte: se houver menos de 10.000 col/ml,
trata-se de contaminação da amostra de urina; entre 10.000 e 100.000 col/ml, o
exame é inconclusivo e deve ser repetido ou valorizar-se o resultado em função
do quadro clínico; acima de 100.000 col/ml, trata-se de infecção do trato
urinário. (LUCENA; ARANTES, 2006).
O tratamento da infecção do trato urinário é feito com antibióticos,
escolhidos de preferência após os resultados laboratoriais da cultura de urina.
É importante que se faça o tratamento durante todo o período prescrito pelo
médico, para evitar a recorrência do quadro. De acordo com o Ministério da
Saúde, a conduta nos casos leves para o tratamento de infecção urinária é
14
ambulatorial e a antibioticoterapia é feita por via oral durante 7 a 10 dias.
Recomenda-se, ainda, iniciar antibioticoterapia frente ao diagnostico clínico
declarado, não sendo recomendado aguardar a realização dos exames
laboratoriais nesses casos, que devem ser feitos entre 7 a 15 dias após o
término do tratamento. (LUCENA; ARANTES, 2006).
1.2 Justificativa
O setor de saúde não pode se acomodar, especialmente com relação a
infecção urinária, um problema que pode ser facilmente evitado, mas que pode,
por outro lado, trazer danos consideráveis como graves problemas renais.
(SOARES; NISHI; WARGER, 2006).
De acordo Soares, Nishi e Warger (2006), com a evolução da gestação,
a bexiga eleva-se modificando a porção intravesical do ureter, favorecendo o
refluxo urinário e consequentes infecções. Todas estas modificações geradas,
contribuem para a estase urinária e consequentemente com o crescimento de
bactérias. A ITU é a infecção mais comum durante a gestação, sendo a
pielonefrite uma das complicações mais graves.
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo geral
Avaliar a presença de infecção do trato urinário (ITU) em gestantes
atendidas no Centro de Saúde da Mulher e da Criança Ca Clínica da Mulher no
mês de janeiro de 2012 na cidade de Paracatu-MG.
1.3.2 Objetivos específicos

Mostrar os riscos que a ITU pode ocasionar nessas grávidas.

Realizar
urocultura
para
o
isolamento
e
identificação
dos
microrganismos causadores dessas ITUs e a freqüência que foram
encontrados nas amostras.
15

Alertar e conscientizar essas gestantes sobre os riscos da ITU tanto
para elas quanto para o feto.
16
2 INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO
O trato urinário é dividido em porção superior, constituído pelos rins,
pelve renal e ureteres, e porção inferior, constituída pela bexiga urinária e
uretra. As infecções das vias urinárias superiores são mais ascendentes, ou
seja, originam-se na bexiga urinária e ascendem pelos ureteres até os rins. As
infecções da pelve renal (pielite) e rins (pielonefrite) são as complicações mais
comuns. As infecções podem ser agudas ou recorrentes com dano inflamatório
crônico. (BARACHO; LOTTI; REIS, 2007; WINN JÚNIOR et al., 2010).
Para Stamm (2009) as infecções agudas do trato urinário se enquadram
em duas categorias anatômicas: infecção do trato urinário inferior (uretrite e
cistite) e infecção do trato urinário superior (pielonefrite aguda, prostatite e
abscessos intra-renais e perinéfricos), sendo que em vários casos podem
ocorrer juntas ou independentemente.
De acordo com Smeltzer e Bare (2005), para que aconteça a infecção
urinária, as bactérias devem ter acesso à bexiga, fixar e colonizar o epitélio do
trato urinário evitando a depuração pela micção, evadindo-se dos mecanismos
de defesa e iniciando um processo inflamatório. Muitas infecções do trato
urinário (ITUs) resultam de organismos fecais que ascendem a partir do
períneo até a uretra e bexiga, aderindo, as superfícies da mucosa.
Tortora, Funke e Case (2005) caracterizam ITU como sendo uma
invasão e multiplicação de bactérias provenientes do cólon humano e de
animais. A colonização do trato urinário ocorre devido à ascensão de bactérias
intestinais ao ânus até o orifício urinário, causando invasão da uretra, bexiga e
ureteres e até mesmo comprometendo os rins.
As infecções da uretra e da bexiga são consideradas infecções
superficiais ou mucosas, enquanto a prostatite, a pielonefrite e a supuração
renal significam invasão tecidual. (STAMM, 2009).
A ITU é mais frequente no sexo feminino, desde a infância, diminuindo
na adolescência até o início da vida sexual ativa, quando tem grande
prevalência sobre o sexo masculino e após os 55 anos de idade. No recémnascido é mais freqüente no sexo masculino e está associada a anomalias
congênitas do trato urinário e rins. (GODOY, 2006).
17
Em neonatos e lactentes, as infecções são mais comuns no sexo
masculino e estão relacionadas a anomalias congênitas. Durante a infância há
predomínio no sexo feminino, que permanece na idade adulta. (HEILBERG;
SCHOR, 2003).
A pielonefrite é o processo onde se evidencia processo inflamatório por
infecção alta dos rins, na maioria das vezes bacteriana, especialmente do
interstício e túbulos, acompanhada de acometimento dos cálices, pelve e
ureter. Essa inflamação é encontrada em 20% das necropsias, sendo causa de
óbito em número expressivo de casos. (GODOY, 2006).
2.1 Fatores predisponentes à infecção do trato urinário
Para Soares e Guaré (2005) a infecção do trato urinário (ITU) é uma das
doenças que mais atinge o ser humano (15% das mulheres adquirem ITU pelo
menos uma vez durante sua vida), sendo a mais freqüente infecção bacteriana
do ciclo gravídico-puerperal, com incidência em torno de 10%, constituindo a
segunda maior causa de morbidade desse período.
De acordo com Godoy (2006), são numerosos os fatores de risco que
favorecem o aparecimento de ITU, sua recidiva ou reinfecção, como o gênero,
atividade sexual, gravidez, obstrução intestinal, refluxo vésico-ureteral (RVU),
refluxo calicotubular ou intrarrenal, diabete melito, isquemia renal, diminuição
da resposta imunitária (desnutrição) e também instrumentação cirúrgica.
De acordo com o gênero e a atividade sexual, a uretra feminina é mais
propensa à colonização com bacilos Gram-negativos, devido a sua
proximidade com o ânus e de sua terminação por debaixo dos grandes lábios.
A relação sexual é responsável pela introdução de bactérias na bexiga e exibe
uma associação temporal com o início da cistite, o que demonstra importância
das ITUs em mulheres tanto pré-menopáusicas quanto pós-menopáusicas .
(STAMM, 2009).
Na visão de Schaeter e outros (2002) citados por Armbrust e outros
(2010), as ITUs representam uma das infecções mais prevalentes na prática
médica, ocorrendo com maior freqüência nas mulheres em decorrência da
uretra feminina ser mais curta que a masculina, favorecendo a colonização pela
18
flora fecal. Outro aspecto relevante na mulher seria a probabilidade de
contaminação bacteriana da uretra feminina no ato sexual.
De acordo com Winn Júnior e outros (2010), no diabetes mellitus, há
uma grande concentração de glicose na bexiga, predispondo a introdução e
multiplicação de bactérias no trato urinário.
Hasenack e outros (2004) afirmam que o fato das mulheres serem mais
predispostas às ITUs pode estar associado a fatores como o uso de diafragmas
com espermaticida, alteração do pH vaginal que pode ocorrer com a alteração
da microbiota pelo uso de antibióticos e pelo hipoestrogenismo que,
freqüentemente, ocorre na menopausa.
Na gestação as ITUs são identificadas em 2 a 8% das mulheres
grávidas, principalmente as infecções do trato superior sintomáticas. São
extremamente comuns durante a gravidez, cerca de 20 a 30% das mulheres
grávidas com bacteriúria assintomática desenvolvem subsequentemente uma
pielonefrite. E essa predisposição em infecção do trato urinário superior
durante a gravidez resulta do menor tônus ureteral, do peristalse ureteral
reduzida e da incompetência temporária das valvas vesicoureterais. A
cateterização vesical durante ou após o trabalho de parto causa infecções
adicionais. (STAMM, 2009).
A obstrução urinária por cálculos, corpos estranhos como sondas e
catéteres, imunossupressão e refluxo vesicouretral também são fatores
predisponentes
para
infecção
urinária.
(CRUZ,
1998
apud
MENIN;
GRAZZIOTIN, 2010).
O refluxo uretrovesical ou vesicouretral refere-se ao fluxo retrógrado da
urina da bexiga para dentro de um ou ambos os ureteres e normalmente a
junção uretrovesical impede que a urina faça trajeto de volta para dentro do
ureter. Quando a válvula uretrovesical está comprometida por causas
congênitas ou por anormalidades uretrais, as bactérias podem alcançar os rins,
e mais adiante, destruí-los. (SMELTZER; BARE, 2005).
19
2.2 Principais tipos de bactérias encontradas na infecção urinária
Os principais agentes etiológicos da ITU são bactérias Gram-negativas
localizadas na flora entérica normal (infecção endógena). Escherichia coli é
responsável por 85 a 90% das ITU, seguida por Enterobacter, Klebsiella,
Proteus, Pseudmonas e outras bactérias com 10 a 15%, sendo que a
frequência dessas últimas evidenciam ITUs complicadas (em caso de
instrumentação urológica e obstrução urinária) e nas reinfecções. (GODOY,
2006).
“O microorganismo mais freqüente é a Escherichia coli, outros também
são amplamente responsáveis pelas ITUs como, a Klebsiella, Enterobacter e
Proteus”. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006, p. 415).
Originária da microbiota intestinal, a E. coli coloniza a mucosa genital e
pode penetrar no sistema urinário. Uma vez nele, ela pode aderir e colonizar a
mucosa urogenital por meio de fímbrias e adesinas, fazendo com que a
bactéria seja capaz de resistir à eliminação pelo fluxo urinário, causando
bacteriúria significativa (crescimento ≥105 bactérias por mililitro). As infecções
graves podem resultar em perda da função renal e em sequelas permanentes.
(ARMBRUST et al., 2010).
Conforme dados do Ministério da saúde, o quadro clínico da infecção
urinária varia de bacteriúria assintomática, que acomete de 2% a 10% das
gestantes, até o quadro de pielonefrite (25 a 35% dos casos). Em 80% dos
casos de bacteriúria assintomática, a Escherichia coli é o agente etiológico
identificado. (BRASIL, 2006).
Batista (2002) afirma que as ITUs podem apresentar bacteriúria
assintomática, cistite aguda e pielonefrite aguda, sendo que a presença de
bactérias na ausência de sintomas clínicos configura o quadro de bacteriúria
assintomática, que incide em torno de 5% das gestantes.
As bactérias mais comuns como causadoras de ITU são as
Enterobactericiae, que são bacilos gram-negativos, provenientes da flora
intestinal, dentre esta família a espécie mais comum, na maioria dos casos é a
Escherichia coli sendo responsável desde quadros clínicos não complicados
até aos mais complicados como uma pielonefrite crônica. É estimado que
Escherichia coli-extra-intestinal (UPEC) é responsável por 85% a 90% dos
20
casos de ITU, os quais são mais freqüentes em mulheres devido à posição
anatômica. (MOURA; FERNANDES, 2010).
A UPEC possui adesinas que permitem a adesão e invasão bacteriana
nas células do trato urinário e com isso elas se tornam os principais fatores de
virulência. Além disso, elas ativam as vias de sinalização nas células
bacterianas e no hospedeiro, facilitam a liberação de proteínas nos tecidos e
por fim, promovem a invasão do microrganismo. (TRABULSI; ALTHERTUN,
2008).
Já as bactérias Gram-positivas, através estafilococos e Streptococcus
faecalis ocorrendo com pouca freqüência. Entre os fungos, estão a Candida
albicans, especialmente em pacientes com baixa imunidade, em casos de
pacientes soro positivos para HIV e transplantes, e alguns casos de infecções
virais, como adenovírus. (GODOY, 2006).
Entre os cocos Gram-positivos destacam-se Enterococcus faecalis,
Streptococcus agalactiae e Staphylococcus saprophyticus. Tais microorganismos não requerem condições especiais para o isolamento, como meios
enriquecidos, incubação prolongada e/ou atmosfera rica em CO2. (SAVIGE;
BIRCH; FAIRLEY, 1983 apud SILVEIRA; SOUZA; ALBINI, 2010).
As ITUs estão entre as mais frequentes nos seres humanos. São
causadas por grande variedade de uropatógenos habituais, porém de acordo
com Silveira, Souza e Albini (2010) podem ser provocadas por alguns microorganismos fastidiosos, como a Gardnerella vaginalis, que é uma bactéria
anaeróbia facultativa, observada sob a forma de cocobacilos Gram-variáveis.
Ela habita a mucosa vaginal e eventualmente pode ocasionar ITUs.
2.3 Fatores que levam ao aumento de infecção do tratao urinário em
gestantes
Para Figueiró Filho e outros (2009), a gravidez é situação que predispõe
ao aparecimento de ITU, devido às mudanças fisiológicas (mecânicas e
hormonais) que ocorrem nesse período da vida da mulher.
Durante o período gestacional, a gestante passa a ter mais chances de
desenvolver um quadro de infecção urinária sintomática. Essa alteração se
deve às grandes mudanças fisiológicas e anatômicas que ocorrem no trato
21
urinário. Dentre essas mudanças, pode-se citar a dilatação das pelves renais e
ureteres, detectável a partir da sétima semana de gravidez. Essa dilatação
progride até o momento do parto e retorna às condições normais até o segundo
mês do puerpério. (DUARTE et al., 2008).
A maior freqüência da ITU na gestação ocorre devido a alterações
funcionais e anatômicas dos rins e das vias urinárias durante o ciclo gravídicopuerperal. Sendo que a gravidez está mais relacionada à persistência da
bacteriúria e o subseqüente desenvolvimento de infecção sintomática, de tal
forma que está provado que a presença da bacteriúria assintomática em
mulheres não-grávidas está menos associada à progressão para o quadro
sintomático. (BARACHO; LOTTI; REIS, 2007).
A infecção urinária é a complicação médica mais freqüente na gravidez,
com incidência de 20% dos casos. É classificada em bacteriúria assintomática
(2 a 10% das gestações), cistite e pielonefrite (2 a 4%). A bacteriúria
assintomática, se não tratada evolve para a pielonefrite em 20 a 30% dos
casos, onerando o prognóstico materno e fetal. (REZENDE; MONTENEGRO,
2006).
Para Jacociunas e Picoli (2007), a importância da bacteriúria
assintomática está relacionada à possibilidade de evolução para infecção
urinária clínica entre 40% e 60% dos casos e ainda parto prematuro e
hospitalização da gestante.
A glicosúria e a aminoacidúria (promovem excelente meio de cultura
para bactérias), o aumento do número de micções e a hidronefrose são as
principais modificações fisiológicas do sistema urinário durante a gravidez que
facilitam as infecções, sendo que uropatias prévias à gestação também
aumentam a predisponibilidade dos processos infecciosos do trato urinário no
ciclo gravídico-puerperal. (SOARES; GUARÉ, 2005).
De acordo com Rezende e Montenegro (2006) o risco de infecção
urinária é maior na gravidez em parte devido à ação da progesterona e em
parte por problemas mecânicos associados ao útero grávido. Qualquer que
seja o mecanismo prevalente é acentuada a dilatação ureteral, com
esvaziamento incompleto na bexiga e refluxo vesicouretral.
22
2.4 Consequências da infecção do trato urinário em gestantes
De acordo com Stamm (2009), as infecções do trato urinário superior
durante a gestação aumentam a incidência de baixo peso ao nascer, parto
prematuro e morte neoantal.
A ITU durante a gravidez pode causar sérias complicações, como o
trabalho de parto pré-termo, recém-nascidos de baixo peso, rotura prematura
de membranas, restrição de crescimento intraútero, paralisia cerebral ou
retardo mental na infância, além do óbito perinatal. (NOGUEIRA; MOREIRA,
2006).
Mais recentemente, estão sendo relatados casos de leucomalácia
encefálica,
secundários tanto
às quimiocitocinas maternas (passagem
transplacentária) quanto à septicemia fetal, cuja origem foi a ITU materna.
Gestações complicadas por infecção urinária estão associadas também ao
aumento de mortalidade fetal. (DUARTE et al., 2008).
Para evitar complicações, deve-se solicitar para toda a gestante,
urocultura de três em três meses, a fim de descobrir infecções urinárias e tratálas precocemente, evitando as complicações comentadas anteriormente.
(FIGUEIRÓ FILHO et al., 2009).
2.5 Correlações entre as consequências da infecção do trato urinário e a
gestação
Na gestação, a infecção urinária é de grande importância em função de
sua elevada incidência neste período da vida da mulher. É a terceira
intercorrência clínica mais comum na gestação, acometendo de 10 a 12% das
grávidas, sendo que a maioria destas infecções ocorre no primeiro trimestre da
gravidez. Esta infecção pode contribuir para a mortalidade materno-infantil.
(REZENDE; MONTENEGRO, 2006).
A ITU trata-se de uma relevante complicação do período gestacional,
agravando tanto o prognóstico materno quanto o perinatal. Portanto
essa é uma preocupação adicional para os profissionais responsáveis
pela atenção pré-natal destas mulheres, uma vez que há incidência
aumentada de infecções sintomáticas entre grávidas; o arsenal
terapêutico antimicrobiano e as possibilidades profiláticas são
restritas, adicionando-se o fato de alguns fármacos serem tóxicos
23
para o embrião/feto e placenta. (AMORIM; MELO, 2009; DUARTE et
al., 2008 apud GOIS; CRAVO; MENDES, 2010, p. 68).
De acordo com Duarte e outros (2002) a associação entre a infecção do
trato urinário e a gestação ocasiona maus prognósticos, sendo as principais
complicações o trabalho de parto prematuro e o parto prematuro. Cerca de 6%
a 8% dos recém-nascidos são pré-termo.
Sabendo-se do risco aumentado para o desenvolvimento de ITU na
gestação, da possibilidade de ocorrência de bacteriúria assintomática e das
possíveis complicações maternas e perinatais, alguns pesquisadores apontam
como inquestionável a necessidade de realização de urocultura, rotineiramente,
no início da gestação. (DUARTE et al., 2002). Porém, na visão de Feitosa,
Silva e Parada (2009), muitas questões sobre infecção urinária na gestação
ainda requerem investigação clínica, por permanecerem controversas.
24
3 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA URINA
3.1 Urinálise
A análise da urina é considerada um exame de rotina devido à facilidade
na obtenção da amostra para análise, ao baixo custo, à simplicidade e por
fornecer informações valiosas sobre muitas das principais funções metabólicas
do organismo. (FUNCHAL; MASCARENHAS; GUEDES, 2008).
Strasinger e Di Lorenzo (2009) também confirmam essas características,
uma vez respondem bem à tendência atual da medicina preventiva e de
menores custos médicos.
Para Lima e outros (2010) o exame de urina proporciona ao clínico,
informações preciosas sobre patologia renal e do trato urinário, bem como
algumas moléstias extrarrenais.
As técnicas laboratoriais mais empregadas incluem a análise
qualitativa e a cultura da urina (urocultura), sendo esse último o
método considerado padrão-ouro para o diagnóstico de ITU.
(SANTOS; AMADO; ASSEF, 1999 apud SATO et al., 2005, p. 398).
A uroanálise ou urinálise fornece informações importantes, de forma
rápida e econômica para o diagnóstico e monitoramento de doenças renais e
do trato urinário e para a detecção de doenças sistêmicas e metabólicas não
diretamente relacionadas com o rim. É um exame laboratorial não-invasivo que
se realizado corretamente, fornece diversas informações úteis para o
diagnóstico e a evolução de patologias do trato urogenital, além de avaliar a
eficácia do tratamento e constatar a cura. (FUNCHAL; MASCARENHAS;
GUEDES, 2008).
A caracterização da infecção do trato urinário deve ser baseada em
avaliação clínica e laboratorial. Os testes laboratoriais mais utilizados envolvem
a urinálise, representada pelo exame de urina tipo I e a urocultura. Sendo que
esta última tem grande importância, pois além de indicar a ocorrência de
multiplicação bacteriana no trato urinário, também permite a identificação do
microrganismo causador e o estudo da sensibilidade frente aos antibióticos.
(SATO et al., 2005).
25
3.1 Urina de rotina ou tipo I
O exame de urina, também denominado urina tipo I, EAS e ou urinálise,
compreende uma série de análises químicas e microbiológicas, que avaliam a
função renal e espelham o estado de saúde do indivíduo, proporcionando
informações sobre a função renal e sobre o sistema coletor, sendo um dos
exames mais antigos relatados em medicina humana. (NEVES, 2011).
A urina de rotina é uma ferramenta diagnóstica útil no estabelecimento
do diagnóstico e no acompanhamento dos estabelecimentos do diagnóstico e
no acompanhamento dos vários distúrbios do sistema urinário. (HENRY, 2008).
O exame de urina de rotina inclui o exame de características físicas,
como cor, aspecto e gravidade específica; características químicas incluindo
pH, proteínas, glicose, cetonas, sangue, bilirrubina, nitrito, esterase leucocitária
e urobiliogênio; e ainda estruturas microscópicas no sedimento urinário.
(MUNDT; SHANAHAN, 2012).
Conforme Neves (2011), a primeira urina da manhã é a mais adequada
para a realização do exame, porque apresenta concentração e acidez ideais. A
urina deve ser examinada imediatamente após a micção, pois depois das 6
horas pode haver contaminação por bactérias, dissolução de células e cilindros
e alteração do equilíbrio acidobásico. Caso não seja possível examinar
imediatamente a amostra, manter a urina sob refrigeração ou então,
recomenda-se a fixação da amostra com formalina.
Para obter uma amostra que seja representativa de um estado
metabólico do paciente, a regulamentação de determinados aspectos da coleta
da amostra, é muitas vezes necessária. Strasinger e Di Lorenzo (2009)
afirmam que essas condições especiais podem incluir o tempo, o volume e o
método de coleta e a dieta do paciente e o uso de medicamentos. Sendo,
portanto, importante instruir os pacientes quando eles devem seguir
procedimentos especiais de coleta, como demonstrado na figura a seguir:
26
Figura 1 - Tipos de amostra de urina
Tipo de amostra
Objetivo
Aleatória
Triagem de rotina
Primeira da manhã
Triagem de rotina
Teste de gravidez
Proteinúria ortostática
Jejum (segunda da manhã)
Triagem para diabetes/acompanhamento
Duas horas pós-brandial
Acompanhamento do diabetes
Teste de tolerância à glicose
Opcional com amostras de sangue no teste de tolerância à
glicose
24 horas (ou cronometrada)
Testes químicos quantitativos
Cateterizada
Cultura para bactérias
Jato médio, com assepsia
Triagem de rotina
Cultura para bactérias
Punção suprapúbica
Urina da bexiga para cultura para bactérias
Citologia
Coleta em três frascos
Infecção prostática
Fonte: Adaptado de Strasinger; Di Lorenzo (2009, p. 37)
3.1.1 Exame físico da urina
De acordo com Funchal, Mascarenhas e Guedes (2008), o exame físico
da urina fornece informações preliminares no que diz respeito a distúrbios,
como hepatopatias, hemorragia glomerular, erros inatos do metabolismo e
ITUs.
Conforme Strasinger e Di Lorenzo (2009), as características físicas da
urina são a cor, o aspecto, gravidade específica, odor,
A urina normal apresenta ampla variedade de cores, sendo determinada
principalmente por sua concentração. Podendo variar de amarelo pálido a
âmbar escuro, dependendo da concentração dos pigmentos urocromo
(amarelo) e, em menor extensão, urobilina (laranja) e uroeritrina (vermelho).
(MUNDT; SHANAHAN 2012).
A coloração da urina indica de certa forma, a concentração urinária e
também o grau de hidratação da pessoa. (FUNCHAL; MASCARENHAS;
GUEDES, 2008).
O volume depende de vários fatores, como ingestão de líquidos,
quantidade de resíduos que o rim necessita eliminar, equilíbrio acidobásico,
27
etc. Em geral, o indivíduo adulto elimina em torno de 18,5 ml por quilograma
nas 24 horas, o que corresponde à média de 800 a 1.500ml/24horas. (NEVES,
2011).
A gravidade específica é a razão entre o peso de um volume de urina e
o peso de um volume de urina e o peso do mesmo volume de água destilada a
uma temperatura constante. Sendo utilizada para medir a capacidade de
concentração e diluição do rim em seu esforço para manter a homeostase
corporal. (MUNDT; SHANAHAN, 2012).
A densidade normal da urina varia de 1,010 a 1,030 e indica a
concentração de sólidos totais dissolvidos na urina, varia conforme o volume
urinário e com a quantidade de solutos excretados (principalmente cloreto de
sódio e ureia). A densidade urinária fornece informações importantes e pode
ser facilmente obtida com o uso de urodensímetro, refratômetro ou tiras
reativas. (FUNCHAL; MASCARENHAS; GUEDES, 2008).
3.1.2 Exame químico da urina
O exame químico de urina durante a rotina inclui a leitura do pH,
proteínas, glicose, cetonas, sangue oculto, bilirrubina, urobilinogênio, nitrito,
esterase leucocitária, e um método com tira reagente de gravidade específica.
(MUND; SHANAHAN, 2012).
O exame químico de rotina da urina mudou drasticamente desde os
primórdios testes na urina, devido ao desenvolvimento de métodos de tiras
reagentes para análise química, que permitem atualmente, um meio simples e
rápido para realização de análises químicas da urina, de parâmetros
significativos. (STRASINGER; DI LORENZO, 2009).
Os dois principais tipos de tiras reagentes, de acordo com Strasinger e
Di Lorenzo (2009) são fabricados sob os nomes comerciais Multistix (Siemens
Medical Solutions Diagnostics) e Chemstrip (Roche Diagnostics).
A urina normal é ligeiramente ácida, podendo o pH variar entre 4,5 e 8.
Para a determinação do pH, utilizam-se tiras reagentes com graduação em
cores, simples ou múltiplas. (NEVES, 2011).
A presença de quantidades aumentadas de proteínas na urina pode ser
um importante indicador de doença renal. Pode corresponder ao primeiro sinal
28
de um problema grave, podendo manifestar-se antes de outros sintomas
clínicos. Existem, entretanto, condições fisiológicas como exercícios físicos e
febre, que podem levar à excreção aumentada de proteínas na urina na
ausência de doença renal. Pode ocorrer também certos distúrbios renais com
ausência de proteinúria.
A bilirrubina é formada pela degradação da hemoglobina no sistema
reticuloendotelial. Ela então liga-se à albumina, sendo transportada pelo
sangue até o fígado. (MUNDT; SHANAHAN, 2012).
Para Duarte e outros (2008), têm-se buscado atualmente, testes rápidos
e de baixo custo para o diagnóstico de infecção urinária, baseados na mudança
de cor dos reagentes de acordo com a bioquímica urinária. Dois desses testes
se revestem de importância: o teste do nitrito e o da esterase de leucócitos.
O teste do nitrito é baseado na capacidade de certas bactérias para
reduzirem o nitrato urinário em nitrito. Tem sensibilidade de 50% e
especificidade de 97 a 100% e pode apresentar resultados falsos-positivos
quando utilizado em urina contaminada por germes vaginais ou urina
concentrada, uma vez que segue princípios colorimétricos. O teste da esterase
de leucócitos possui baixa sensibilidade e especificidade (25%) e também pode
apresentar resultados falsos-positivos. Ambos os testes apresentam baixa
sensibilidade e, portanto, não servem como testes de screening para
diagnóstico, a menos que sejam utilizados em associação a outros testes.
(DUARTE et al., 2008).
De acordo com Strasinger e Di Lorenzo (2009) o teste de tiras reagentes
para nitrito oferece um método rápido de triagem para a presença de ITU. O
teste de nitrito é valioso para detectar infecção inicial da bexiga (cistite), porque
muitas vezes, os pacientes são assintomáticos ou tem sintomas vagos que não
levariam o médico a solicitar urocultura. E também pode ser avaliado para
avaliar o êxito da terapia antibiótica e para exame periódico de pessoas com
infecções recorrentes, pacientes com diabetes e mulheres grávidas, os quais
são considerados de alto risco para ITU.
A grande maioria das infecções urinárias é caracterizada pela
presença de um número elevado de leucócitos na amostra (piúria0,
sendo importante correlacionar, juntamente com o resultado da
cultura, a contagem de leucócitos e a presença de microrganismos
(bacteriúria). A não presença de leucocitúria é uma resposta
29
inflamatória e, em algumas situações, sua presença não está
relacionada com a infecção urinária. É importante ressaltar que há
situações em que as infecções urinárias podem apresentar contagem
normal (ou pouco elevada) de leucócitos, ou seja, presença de
bacteriúria sem leucocitúria. Daí a importância da quantificação e não
somente a verificação da presença ou ausência de leucócitos.
(OPLUSTIL et al., 2010, p. 148).
A presença de leucocitúria é caracterizada pelo número aumentado de
leucócitos na urina, mesmo com grandes variações nos valores de referência.
Cinco leucócitos/campo ou 5.000 leucócitos/ml em amostras de jato médio de
urina, representam o limite superior da normalidade. Na maioria das vezes,
esses valores referem-se ao aumento da quantidade de neutrófilos e indica
inflamação no trato urogenital, porém, a presença de leucocitúria não é
diagnóstico de ITU, devido à inúmeros casos de leucocitúrias estéreis de
origem não infecciosa (nefrite intersticial, litíase, presença de corpo estranho,
rejeição de transplante, terapia com ciclofosfamida, trauma geniturinário,
glomerulonefrite aguda e crônica, neoplasias, contaminação vaginal etc.).
(CAMARGOS; LIMA; MENDES, 2004 apud SILVA; NASCIMENTO, 2010).
3.1.3 Exame microscópico do sedimento da urina (sedimentoscopia)
De acordo com Neves (2011) o estudo do sedimento urinário foi
normatizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) –
Programa Nacional de Controle de Qualidade em 2005.
Em geral, as amostras de urina coletadas aleatoriamente são
satisfatórias para a avaliação microscópica; todavia, recomenda-se que o
exame seja realizado com amostras recentes, particularmente se não for
acrescentado nenhum conservante. As células e os cilindros começam a lisar
dentro de duas horas após a coleta. A refrigeração (2°C a 8°C) ajuda a prevenir
a lise das entidades patológicas; no entanto, isso pode aumentar a precipitação
dos vários materiais amorfos e cristalinos. A coleta do fluxo intermediário da
urina é recomendada para mulheres visando reduzir a contaminação com
elementos do trato vaginal. (HENRY, 2008).
A amostra preferencial é a urina coletada pelo jato médio no início da
manhã. O uso de amostras de jato médio evita a contaminação da amostra
com células epiteliais, microrganismos ou muco da uretra. No início da manhã,
30
as amostras são normalmente mais concentradas com pH ácido, aumentando
a possibilidade de se encontrar determinado componente no sedimento. Além
disso, as urinas concentradas protegem alguns componentes do sedimento da
deterioração. As hemácias, os leucócitos e as células epiteliais podem ser
danificados e destruídos em urinas diluídas, ocasionando números falsamente
reduzidos desses componentes. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011).
Todas as amostras devem ser examinadas logo após a coleta,
prevenindo assim a deterioração celular e a multiplicação de qualquer bactéria
presente.
O método de coleta por jato médio é usado para coletas de primeira
amostra da manhã, de jejum, aleatória e cronometradas. (ESTRIDGE;
REYNOLDS, 2011).
Para proceder-se ao exame microscópico do sedimento urinário, Lima e
outros (2010 afirmam que a urina deve ser recente, do contrário, os elementos
organizados (cilindros, hemácias, leucócitos) perdem sua estrutura normal, o
que dificulta ou torna impossível a identificação. Caso não seja possível realizar
o exame logo após a emissão da urina, é necessário adicionar à mesma
substância conservadora, sendo que as mais recomendadas são formol, quatro
gotas; ácido bórico, 0,3 gramas; ou toluol, 1 ml, para cada 120 ml de urina. E,
sempre que possível manter a urina no refrigerador até o momento da
centrifugação.
De acordo com o diagnóstico laboratorial do sedimento urinário (exame
microscópico feito após a sedimentação da urina), são considerados apenas
ITU, contagens superiores a 10.000 leucócitos/ml ou 10 leucócitos/campo,
independentemente da morfologia desses leucócitos. (HEILBERG; SCHOR,
2003).
31
3.2 Urocultura
Amostras de urina podem ser submetidas à cultura quando existe
suspeita de ITU para controle de tratamento ou em pacientes assintomáticos
com maior risco de infecção. As ITU’s podem acometer indivíduos de todas as
idades, independente do seu estado geral de saúde. (OPLUSTIL et al., 2010).
“A urocultura é o exame mais solicitado em laboratório de microbiologia,
pelo simples fato de que a infecção do trato urinário é uma doença bastante
freqüente e a amostra de urina facilmente coletada”. (OPLUSTIL et al., 2010, p.
148).
O exame microbiológico da urina é um dos mais freqüentes e mais difícil
de ser corretamente executado, pois vários interferentes relacionados à coleta,
transporte e manipulação do material refletem na elaboração do laudo.
(MOURA, 1997).
A coleta exige técnica apropriada para a amostra não ser contaminada,
o que poderia ocasionar um resultado falso. Assim, a análise dos resultados
dos exames utilizados nos diagnósticos clínicos, depende da obtenção e
conservação da amostra urinária examinada, além dos aspectos clínicos e
microbiológicos.
Oplustil e outros (2010) afirmam que o sucesso de um bom exame de
urocultura está relacionado à coleta adequada do material, e para tanto se faz
necessário orientar corretamente o paciente/cliente que irá realizar o
procedimento de coleta. O ideal é ter orientações escritas ou com gravuras
disponíveis que possa, auxiliar no processo de coleta.
Para Albini, Souza e Carvalho (2006), a cultura de urina é a análise
microbiológica mais realizada no laboratório de microbiologia humana e o meio
de CLED (Cistina Lactose-Eletrólito-Deficiente) é o meio de isolamento primário
rotineiramente mais empregado, sendo que este fornece uma diferenciação
colonial baseada na fermentação da lactose pelos bacilos gram-negativos.
A cultura quantitativa da urina continua apresentando as mais
adequadas taxas de sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de ITU,
sendo considerada pelo NCCLS (National Committee for Clinical Laboratory
Standards), como padrão ouro. (OPLUSTIL et al., 2010).
32
Um método semi-quantitativo habitualmente utilizado é a semeadura em
meio de cultivo propício ao crescimento e diferenciação da maioria dos
uropatógenos, como o meio de CLED, com alça bacteriológica calibrada de
volume conhecido. As culturas devem ser incubadas em estufa a 37ºC por 24h.
A desvantagem da metodologia é o tempo de obtenção de resultados
completos, pois em geral o médico necessita iniciar o tratamento antes de
receber os resultados de identificação e o teste de susceptibilidade dos
microorganismos envolvidos. (OPLUSTIL et al., 2010).
No meio de CLED desenvolve-se a grande maioria das bactérias
patogênicas urinárias, permitindo inclusive identificar suas respectivas colônias.
A presença de bactérias contaminantes como difteróides, lactobacilos e outros
informa sobre os cuidados que foram tomados ou não, quando da coleta da
amostra de urina. (ALBINI; SOUZA; CARVALHO, 2006).
A quantificação do número de bactérias presentes na urina é uma
maneira de separar a contaminação de uma infecção do trato urinário. Os
pacientes com infecção apresentam geralmente cerca de ≥ 10 bactérias/ml.
Alíquotas do material também são plaqueadas em meios sólidos para o
isolamento e identificação das amostras. As UPEC crescem rapidamente em
meios comumente usados no laboratório de microbiologia clínica, tais como
ágar cistina lactose deficiente em eletrólitos (CLED), ágar Mac Conkey e ágar
eosina-azul de metileno (BEM). Após identificação bioquímica é realizado então
o antibiograma. (TRABULSI; ALTHERTUM, 2008).
O ágar sangue é um meio de cultura diferencial e não seletivo. Para o
diagnóstico bacteriológico é necessário utilizar vários meios de cultura de
rotina, particularmente quando os microrganismos possíveis incluem bactérias
aeróbicas, anaeróbicas facultativas e anaeróbicas obrigatórias. (BROOKS et
al., 2009).
O meio de cultura padrão para amostras é o ágar-sangue, geralmente
preparado com 5% de sangue de carneiro. A maioria dos
microrganismos aeróbicos e anaeróbicos facultativos cresce em ágarsangue. (BROOKS et al., 2009. p. 707).
O meio IAL / Rugai foi elaborado para triagem de enterobactérias e
consiste de nove provas em apenas um tubo de ensaio: indol (tampa),
fermentação da sacarose, fermentação da glicose, produção de gás,
33
fenilalanina, uréia, H2S, lisina e motilidade. Baseado nestas provas é possível
identificar as seguintes bactérias: E. coli, Shigella, Enterobacter, Klebsiella,
Providencia spp., Morganella morganii,
Proteus,
Salmonella,
Citrobacter,
Serratia, Vibrio e Não fermentadoras. (LEVY, 2004).
Para Oplustil e outros (2010), o meio Rugai modificado do Instituto
Adolfo Lutz (IAL) é um meio de cultura que consiste de um tubo contendo
substratos para visualização de nove provas bioquímicas, conforme figura 2. A
leitura é baseada na reação bioquímica dos substratos conforme figura 3.
Levy (2004) afirma que o meio IAL tem a vantagem de ser prático para
inoculação e de baixo custo. Sua desvantagem é a dificuldade de interpretação
de tantas provas, exigindo muita experiência prévia com o meio. Este meio
identifica os principais gêneros de enterobactérias, indicando a presença de
bactérias não fermentadoras e Vibrios. Para caracterizar corretamente as
espécies
de
Enterobacter,
gênero
Serratia,
gênero
e
espécies
Pseudomonas há necessidade de realizar provas complementares.
Figura 2 – Esquema do meio de Rugai modificado (IAL)
Fonte: LEVY, 2004
de
34
Pelas limitações do poder discriminatório de gêneros e espécies de
enterobactérias não se recomenda este meio como única opção na
identificação de bactérias envolvidas em infecções hospitalares. Uma
alternativa seria utilizar os resultados obtidos do meio IAL como triagem e
adicionar os testes complementares, como Citrato e a fermentação da lactose
verificada no crescimento em ágar Mac Conkey. (LEVY, 2004).
Figura 3 – Reação bioquímica do Rugai modificado
Fonte: LEVY, 2004
3.3 Antibiograma
O método antibiograma tem como base o padrão de sensibilidade dos
microrganismos a uma série de antibióticos. Muitas das vezes, perfis de
sensibilidade antibiótica diferentes são suficientes para distinguir duas
linhagens
bacterianas,
porém,
tem
pouca
utilidade
nos
casos
de
microrganismos cujo padrão de sensibilidade seja previsível e estável. Seu
valor é inquestionável na monitoração dos microrganismos resistentes aos
35
diversos antimicrobianos, como os estafilococos resistentes a meticilina, ou as
enterobactérias resistentes à gentamicina. (GILLESPIE, 2006).
Em linhas gerais, o antibiograma fornecerá os antimicrobianos
potencialmente úteis a serem prescritos.
36
4 TRATAMENTO DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
O diagnóstico clínico da ITU tem por base análises à urina, que uma vez
positivas devem ser realizadas frequentemente ao longo da gravidez. Já o
tratamento é realizado de acordo com a gravidade da situação, iniciando-se
normalmente a antibioticoterapia de urgência. (DUARTE, 2002).
A única indicação absoluta de tratamento de bacteriúria assintomática
é a gravidez, conforme mostrado no algoritmo de bacteriúria
assintomática, devido ao risco da bacteriúria predispor à pielonefrite e
necrose papilar. Tratamento de ITU na gravidez por dose única não é
recomendado. O tratamento deve ser por no mínimo 7 dias. Os
antimicrobianos que podem ser utilizados com segurança na gravidez
são Cefalexina, Ampicilina, Amoxacilina e Nitrofurantoína
(Macrodantina). Com a ciprofloxacina, os riscos não podem ser
descartados, não devendo ser portanto recomendada. Em casos de
pielonefrite, o tratamento é preferencialmente por via parenteral em
nível hospitalar. (HEILBERG; SCHOR, 2003, p. 114).
Após o diagnóstico clínico da infecção urinária aguda e confirmação com
exame de urina, na maioria dos casos a instituição do tratamento demanda
urgência, sem tempo para a obtenção do resultado da urocultura e
antibiograma. Este fato torna imprescindível a avaliação periódica do perfil
microbiológico e da sensibilidade dos agentes etiológicos mais prevalentes aos
antimicrobianos, em face do crescente aumento de germes resistentes aos
poucos antibióticos de uso seguro durante o período gestacional. (REZENDE,
2005).
De acordo com Marinelli e outros (2002) citado por Figueiró-Filho e
outros (2009). O uso de antibióticos durante a gravidez é bastante restrito,
medicamentos usados diariamente com segurança na prática clínica diária não
devem ser usados nas gestantes, a exemplo do cloranfenicol e sulfonamidas,
além de tetraciclinas, quinolonas e sulfas no primeiro trimestre.
Antibióticos como a penicilina, cefalosporina, nitrofurantoina tem sido
usados no tratamento de infecção urinária, sem efeito adverso para o feto.
Entre
elas,
fluoroquinelones,
cloranfenicol,
eritromicina
e
tetraciclina.
(MACEJKO; SCHAEFER apud TURIANI, 2009).
Sobre a segurança dos antimicrobianos durante a gravidez, Duarte e
outros (2008) notam grande dificuldade de se encontrarem estudos controlados
na literatura, sendo que de forma geral, as informações disponíveis são
37
escassas, oriundas de casuísticas limitadas ou com limitações metodológicas
impostas pelas próprias dificuldades de se efetivarem estudos desta natureza
em gestantes.
38
5 METODOLOGIA
5.1 Tipo de estudo
Trata-se
de
um
estudo
descritivo,
amostral,
com
abordagem
quantitativa/qualitativa.
Para Marconi e Lakatos (2011), as investigações epidemiológicas, de
cunho descritivo, têm a finalidade de informar sobre a distribuição de um
evento, na população, em termos quantitativos.
O caráter amostral permite a delimitação do estudo a uma população
específica, permitindo o conhecimento detalhado de suas variáveis. Quanto à
abordagem, a combinação dos métodos quantitativo e qualitativo produz a
triangulação
metodológica,
que,
numa
relação
entre
contrários
complementares, busca a aproximação do positivismo e do compreensivismo.
Assim, a triangulação é uma tática de pesquisa que contribui para alargar o
conhecimento sobre determinado tema, alcançar os objetivos traçados,
observar e compreender a realidade estudada. (MARCONI; LAKATOS, 2011).
5.2 Caracterização da área de estudo
5.2.1 Local do estudo
O trabalho foi realizado na cidade de Paracatu, durante os meses de
abril a junho de 2012. A cidade de Paracatu localiza-se no noroeste do estado
de Minas Gerais. O município de Paracatu possui uma área de 8.230 km 2 com
84.678 habitantes de acordo com o censo demográfico do IBGE de 2010,
sendo a maioria da zona urbana. A cidade dista 490 km da capital de Minas
Gerais, Belo Horizonte. (IBGE, 2011).
Foi enviado um ofício ao secretário de saúde municipal (Apêndice A) ao
Secretário de Saúde e também o Termo de Consetimento Pós-informação
(Apêndice B) à enfermeira responsável pelo Centro de Saúde da Mulher e da
Criança,
Paracatu possui um hospital municipal e um laboratório municipal que
atende todo o município de Paracatu. Possui um hospital particular (Hospital
39
São Lucas) com policlínicas particulares, possui doze Estratégia de Saúde da
Família (ESF), e seis laboratórios particulares, um Centro de Atenção
Psicossocial (CAPS).
5.2.2 Centro de Saúde da Mulher e da Criança
O Centro de Saúde da Mulher e da Criança encontra-se situado à Rua
Joaquim Murtinho, n° 605, bairro Centro, na cidade de Paracatu-MG. São
realizados atendimentos em pediatria, ginecologia, clinico geral, diagnostico por
imagem, endocrinologia. O quadro de funcionários consiste em dezoito
médicos, dois enfermeiras(os), dois técnicos em raio X, e sete técnicos em
enfermagem.
5.3 Público alvo
O público-alvo deste estudo foi constituído de 15 gestantes que se
encontravam no primeiro trimestre de gestação e já realizando o pré-natal no
Centro de Saúde da Mulher e da Criança.
5.4 Critérios de inclusão e exclusão
Para constituição da amostra, foram observados os critérios de inclusão
das gestantes:

Pacientes gestantes cadastradas no Centro de Saúde da Mulher e da
Criança,

Pacientes que já estavam realizando o pré-natal no Centro de Saúde da
Mulher e da Criança,

Pacientes gestantes no primeiro trimestre de gestação.
Já os de exclusão seguiu-se os critérios:

Pacientes que se encontravam após o primeiro trimestre de gestação,

Pacientes gestantes que já tinham confirmado a infecção do trato
urinário,

Gestantes que se encontravam em antibioticoterapia.
40
5.5 Aspectos éticos
Todas as etapas do estudo serão fundamentadas na Resolução 196/96
do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta as pesquisas envolvendo
seres humanos, incorporando, sobre a óptica dos indivíduos e da coletividade,
os quatro referenciais básicos da bioética: a autonomia, a não maleficência, a
beneficência e a justiça, visando também, assegurar os deveres e direitos que
dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao estado.
(BRASIL, 1996).
A autorização para a coleta de dados foi concedida pelas gestantes de
acordo com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE C)
com linguagem acessível contendo todas as informações necessárias para a
realização das entrevistas.
5.6 Desenvolvimento do estudo
No mês de abril de 2012 foi realizado um levantamento de dados no
Centro de Saúde da Mulher e da Criança para selecionar as gestantes a serem
estudadas. Após esse levantamento, redigiu-se um questionário (Apêndice D)
que foi entregue pessoalmente no Centro de Saúde da Mulher e da Criança,
juntamente com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o qual após
ser informadas sobre a natureza e objetivos do estudo, as gestantes o
assinaram.
No mês de maio de 2012, houve um encontro com essas gestantes no
Centro de Saúde da Mulher e da Criança, sendo ministrada uma palestra sobre
infecção urinaria na gravidez, onde foram abordados assuntos como as causas
mais comuns dessas infecções, prejuízos que essas infecções podem causar
ao feto, como se realizar a assepsia adequada na região genital, e de como
deve ser dada a coleta adequada de urina para o exame tanto na hora da
assepsia e coleta, quanto no transporte a armazenamento da amostra, além de
esclarecer dúvidas das mesmas. Ao término do encontro, coletores estéreis
foram entregues às gestantes.
41
Essas gestantes foram divididas em 3 grupos, sendo que entregaram as
amostras em dias diferentes para que não houvesse erros na execução do
exame.
Posteriormente foram recolhidas as amostras, e estas levadas ao
laboratório Bioclínica onde foram processadas.
5.6.1 Análise das amostras urinárias
Primeiramente foi realizada a semeadura da amostra em placa de
cultura em meio Ágar sangue e Cled. Em seguida procedeu-se o exame físico,
químico e a sedimentoscopia da urina. Durante o período de 24 horas houve o
crescimento de colônias, não sendo necessário estender o tempo de incubação
pelo período de 48 a 72 horas, portanto, não foi realizado as 3 leituras no
intervalo de 24 horas cada uma, para a confirmação da amostra ser positiva
para ITU.
É considerado uma ITU, as placas que apresentaram contagem
bacteriana superior a 100.000 (105) unidades formadoras de colônia (UFC).
Não houve contaminação do meio de cultura, este não apresentou contagem
bacteriana significativa, estando inferior a 105 UFC, sendo estes meios
contaminados, excluídos do estudo.
Nos casos de crescimento de colônias, essas foram quantificadas, além
de identificar o microrganismo causador da infecção, através da realização da
técnica de Gram, e das provas bioquímicas de acordo com a colônia formada,
como as provas de catalase e coagulase (como nos casos de gram-positivas).
A bactéria encontrada foi gram negativa, utilizando das provas bioquímicas do
meio Rugai Modificado (Meio IAL). Após a identificação do agente patogênico,
foi feito o antibiograma da amostra positiva.
Após a obtenção dos dados, foram feitos os laudos e entregues às
pacientes, sendo orientadas a procurar o médico responsável por acompanhar
a gestação.
42
5.7 Compilações de resultados
Os dados obtidos pela idealização desta pesquisa foram compilados
empregando programa eletrônico de planilhas, o Excel 2007 e elaborados
gráficos para demonstração dos resultados obtidos.
43
6 RESULTADOS
A população de estudo foi composta de gestantes cadastradas no
Centro de Saúde da Mulher e da Criança, localizado no município de Paracatu
– Minas Gerais. No Centro de Saúde da Mulher e da Criança, foram
entrevistadas 40 pacientes gestantes. De acordo com os critérios e exclusão,
foram excluídas 7 gestantes que já haviam ultrapassado o primeiro trimestre da
gravidez, 4 gestantes já apresentam ITU e já se encontravam em
antibioticoterapia, conforme dados do Centro de Saúde da Mulher e da Criança
e 11 gestantes se recusaram a participar do estudo. Então, a população do
estudo foram 15 gestantes.
6.1 Perfil sócio-econômico das gestantes entrevistadas atendidas no
Centro de Saúde da Mulher e da Criança
Gráfico 1 - Faixa etária das gestantes atendidas no Centro de Saúde da
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, abril/junho de 2012
4; 27%
16 a 20 anos
21 a 25 anos
26 a 30 anos
31 a 36 anos
3; 20%
2; 13%
6; 40%
Fonte: Dados da pesquisa
Conforme gráfico 1, a faixa etária predominante neste estudo foi a de 21
a 25 anos, com 6 gestantes, correspondendo a 40% da amostra. Sendo que a
faixa etária pesquisada foi de 16 a 36 anos.
44
Gráfico 2- Estado civil das gestantes atendidas no Centro de Saúde da
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, abril/junho de 2012
Solteira
Relacionamento fixo
Casada
5; 33%
7; 47%
3; 20%
Fonte: Dados da pesquisa
De acordo com o gráfico 2, sobre o estado civil das entrevistadas, 7
(47%) solteiras, 3 (20%) possuem relacionamento fixo e 5 (33%) são casadas.
Gráfico 3 - Escolaridade das gestantes atendidas no Centro de Saúde da
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, abril/junho de 2012
2; 13%
5; 34%
Ens. Fundamental
Ens. Médio
Ens. Técnico
8; 53%
Fonte: Dados da pesquisa
Conforme o gráfico 3, 5 entrevistadas (34%) possuem apenas Ensino
Fundamental, 8 (53%) a maioria possuem ensino médio, e 2 (13%) possuem
curso nível médio profissionalizante.
45
Gráfico 4 - Gestantes entrevistadas atendidas no Centro de Saúde da
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, quanto à renda familiar,
abril/junho de 2012
1 salário mínimo
2; 13%
De 1 a 2 salários mínimos
De 2 a 3 salários mínimos
7; 47%
6; 40%
Fonte: Dados da pesquisa
Quanto à renda familiar, o gráfico 4 demonstra que 2 (13%) relataram
sobreviver apenas com 1 salário mínimo, 6 (40%) possuem renda de 1 a 2
salários mínimos e a maioria, 7 (47%) somam renda familiar de 2 a 3 salários m
mínimos.
6.2 Histórico familiar de infecção recorrente e medicamentos
Gráfico 5 - Gestantes entrevistadas atendidas no Centro de Saúde da
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, questionados sobre ter
infecção recorrente, abril/junho de 2012
Sim
Não
6; 40%
9; 60%
Fonte: Dados da pesquisa
Conforme gráfico 5, das gestantes entrevistadas 9 (60%) afirmaram ter
ocorrido infecção recorrente de urina, no período anterior à gestação.
46
De acordo com informação das entrevistadas, todas elas 9 (100%)
fizeram uso de antibioticoterapia para combater a infecção anterior à gestação.
6.3 Quanto à urinálise e urocultura
Gráfico 6 - Resultado dos exames de urina realizados com gestantes
entrevistadas atendidas no Centro de Saúde da Mulher e da Criança
(n=15), em Paracatu-MG, abril/junho de 2012
2; 13%
Sim
Não
13; 87%
Fonte: Dados da pesquisa
Das 15 amostras analisadas, 2 apresentaram-se positivas (gráfico 6),
mediante realização de urina rotina e urocultura/antibiograma, representando
13% dos casos.
Ao realizar a semeadura, houve o crescimento da bactéria denominada
Escherichia coli, que foi encontrada em 2 amostras, correspondendo a 100%
do total de microrganismos identificados.
Os demais resultados dos exames físico, químico e sedimentoscopia na
urina rotina não apresentam qualquer alteração significativa. Já a urocultura
com antibiograma relatou resistência ao antibiótico “Nitrofurantoina” e
“Gentamicina”,
“Norfloxacino”;
Pipemídico.
e
sensibilidade
“Sulfazotrim”;
para
“Amoxilina
“Imipenem”,
+
“Ciprofloxacino”,
Ácido-clavulânico”
e
Ácido
47
7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Neste estudo com mulheres gestantes até o terceiro mês de gestação
atendidas pelo Centro de Saúde da Mulher e da Criança, em Paracatu-MG, de
acordo com o gráfico 1 prevaleceu a faixa etária de 21 a 25 anos com 6
gestantes (40%) da amostra), sendo que 3 (20%) se encontram na faixa etária
entre 16 a 20 anos. Também no trabalho de Duarte e outros (2002) a média de
idade das pacientes estudadas foi de 21,8 anos.
O gráfico 2, mostra que 7 gestantes (47%) são solteiras e 8 (53%)
possuem relacionamento fixo ou são casadas.
Já no trabalho de Coimbra e outros (2007) citados por Silveira e outros
(2008)
quanto
ao
estado
civil,
mulheres
que
não
vivem
com
marido/companheiro realizaram o exame de urina com menor freqüência
durante a gestação. Mulheres sem parceiro fixo costumam ter piores
indicadores de assistência pré-natal, o que pode ser explicado pela sua
situação socioeconômica, por muitas vezes não contar com a contribuição
financeira do companheiro. (COIMBRA et al., 2007 apud SILVEIRA et al.,
2008).
Conforme o gráfico 3, 5 entrevistadas (34%) possuem apenas Ensino
Fundamental, e 10 (66%) possuem ensino médio ou ensino profissionalizante,
também a nível médio. No estudo realizado por Darzé, Barroso e Lordelo
(2011) foram incluídas 260 gestantes, atendidas em ambulatório de pré-natal
de baixo risco do Ambulatório Docente da Escola Bahiana de Medicina e
Saúde Pública, no período envolvendo o ano 2008 e 2009, mostrou que 91,2%
das mulheres entrevistadas possuíam o ensino médio, sendo que 33,1%
tinham estudado apenas até o ensino fundamental.
Quanto à renda familiar, mostrou que 8 (53%) das entrevistadas
convivem com a renda de até 2 salários mínimos e 7 (47%) com renda de 2 a 3
salários mínimos. O trabalho de Silveira e outros (2008) realizado em
Pelotas/RS sugere que a pouca renda familiar, pode se dever tanto a questões
de menor acesso e pior qualidade da atenção, assim como a pouca informação
da mulher sobre o adequado cuidado pré-natal. Com a crescente consolidação
do Programa de Saúde da Família no município, gestantes neste grupo de
48
risco devem ser rastreadas de modo efetivo e orientadas pelos agentes de
saúde e responsáveis pelo atendimento pré-natal.
Conforme gráfico 5, das gestantes entrevistadas 9 (60%) afirmaram ter
ocorrido infecção recorrente de urina, no período anterior à gestação. Spíndola
(2006) afirma que as infecções do trato urinário são muito comuns, afetando
mais de 10% da população humana, com freqüência repetida.
De acordo com informação das entrevistadas, todas elas 9 (100%)
fizeram uso de antibioticoterapia para combater a infecção anterior à gestação.
A prescrição de antibióticos é fundamental para o combate às infecções
urinárias e não deve ser descartada. No entanto, o uso prolongado, explica,
pode levar ao surgimento de focos de resistência e gerar sérios riscos à saúde
do paciente. (BR PRESS, 2011).
A ITU é responsável pela maioria das consultas urológicas; afeta cerca
de 20 a 30% das mulheres e é a causa de cerca de 40% das infecções
contraídas durante uma internação hospitalar. (BARROS; GLINA, GOLCMAN;
GLINA, 2008).
No gráfico 6, quanto ao resultado das amostras do exame de urina, das
15 amostras analisadas, 2 apresentaram-se positivas, mediante realização de
urina rotina e urocultura/antibiograma, representando 13% dos casos.
Percentual que corrobora com o estudo Darzé, Barroso e Lordelo (2011), onde
de 260 uroculturas realizadas, 32 (12,3%) foram positivas.
Duarte e outros (2008) consideram a urocultura como padrão-ouro para
o diagnóstico laboratorial das ITU, por ser o método mais preciso para
quantificar bactérias na urina, com elevada sensibilidade. Tendo como
inconvenientes o preço, o tempo gasto para se obter o número de colônias
bacterianas e antibiograma e a necessidade de profissionais e laboratórios
habilitados para sua realização.
Ao realizar a semeadura, houve o crescimento da bactéria denominada
Escherichia coli, que foi encontrada em 2 amostras, correspondendo a 100%
do total de microrganismos identificados. No trabalho de Darzé, Barroso e
Lordelo (2011), houve a prevalência deste mesmo microrganismo – a bactéria
E. coli, presente em 59,4% das culturas positivas.
No estudo de Jacociunas e Picoli (2007), de 100 grávidas no primeiro
trimestre de gestação e que não apresentavam qualquer sintoma de infecção
49
urinária, 16 apresentaram-se positivas mediante realização de urocultura,
representando 16% dos casos. Dentre as bactérias isoladas nas culturas
positivas de urina, a predominância foi de Escherichia coli, que foi encontrada
em 12 amostras, correspondendo a 76% do total de microrganismos
identificados.
Infecções urinárias podem ser identificadas no exame do sedimento
urinário, pela microscopia direta, pela coloração através do método de Gram, e
pela urocultura, sendo esta a melhor forma de diagnóstico que não só permite
a quantificação dos germes existentes na urina, como define o agente
etiológico da infecção. (CORRÊA; CANALINI; MATHEUS, 2003 apud
SPÍNDOLA, 2006).
A maioria das infecções urinárias é causada por bactérias Gram
negativas. O microorganismo invasor mais comum de acordo com Brooks e
Butell (2004) é a Escherichia coli, que ocorre em cerca de 80% a 90% das
infecções bacterianas agudas não-complicadas das vias urinárias.
Os demais resultados dos exames físico, químico e sedimentoscopia na
urina rotina não apresentam qualquer alteração significativa. Já a urocultura
com antibiograma relatou resistência ao antibiótico “Nitrofurantoina” e
“Gentamicina”,
“Norfloxacino”;
e
sensibilidade
“Sulfazotrim”;
para
“Amoxilina
“Imipenem”,
+
“Ciprofloxacino”,
Ácido-clavulânico”
e
Ácido
Pipemídico.
Após realizar a centrifugação da urina, o sedimento que fica depositado
no fundo do tubo de ensaio é espalhado em placas de Agar, onde a bactéria irá
se desenvolver. O bacteriologista selecionará as amostras que crescerem (o
tempo necessário para o crescimento é de 48 horas, mas com 24 horas já é
possível observar algum crescimento) e fará um repique sobre nova placa, na
qual será feito o "Antibiograma", que definirá a qual tipo de antibiótico a
bactéria é sensível e a qual tipo ela é resistente. O antibiograma é parte
fundamental da urocultura, já que orientará o médico em sua decisão
terapêutica. (BOA SAÚDE, 2012).
Em 2002, Rosen e outros citados por Duarte e outros (2008), na
pesquisa realizada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo avaliou as taxas de sensibilidade
bacteriana de amostras urinárias de gestantes com diagnóstico de ITU.
50
Concluiu-se que, naquela comunidade, as menores taxas de resistência foram
observadas com utilização dos aminoglicosídeos, cefalosporinas de terceira
geração, cefuroxima, quinolonas mono e bifluoradas e nitrofurantoína. Por sua
vez, a ampicilina, cefalotina, cefalexina e amoxacilina (antimicrobianos
largamente utilizados para tratamento de ITU em gestantes no passado)
apresentaram taxas de resistência acima de 40%, inviabilizando o seu uso para
esta situação na atualidade.
51
8 CONCLUSÃO
A infecção de trato urinário (ITU) é uma patologia frequentemente
encontrada em gestantes, devido às mudanças fisiológicas que ocorrem neste
período da vida da mulher.
Durante o período gestacional, a gestante passa a ter mais chances de
desenvolver um quadro de infecção de urina assintomática. Além disto, ficou
esclarecido nesta pesquisa que as gestantes atendidas no Centro de Saúde da
Mulher e da Criança estão periodicamente atentas com a sua qualidade
gestacional, visto que o resultado deste estudo não demonstrou um percentual
grande de infecção do trato urinária nas gestantes pesquisadas, ficando dentro
dos padrões encontrados em outros estudos, de acordo com a literatura
pesquisada.
Para reduzir as taxas de infecção urinária e suas complicações durante
a gravidez, várias etapas devem ser consideradas, em diversos pontos da
assistência obstétrica: orientar quanto à coleta de urina, solicitar exames
precocemente no pré-natal para diagnosticar e tratar os casos de bacteriúria
assintomática, e instituindo tratamento antimicrobiano mais adequado e eficaz.
Apesar da pouca renda familiar das mesmas, nível de escolaridade
pouco satisfatório, situação dos relacionamentos conjugais e as características
individuais de cada uma delas, este estudo teve um levantamento positivo
perante o grupo de gestantes encontradas durante esta pesquisa. Foi muito
satisfatório encontrar um grupo de estudo tão bem correlacionado com a sua
saúde gestacional, no que diz respeito à formação e maturação da criança.
Foi constatado que as mesmas estão realizando profilaxia, cuidando da
promoção da saúde delas mesmas e do feto. Com isso, entendeu-se que o
Centro de Saúde da Mulher e da Criança, está se preocupando em atender às
necessidades das gestantes no tocante aos cuidados com a saúde materna e
fetal, bem como manter uma gestação segura.
Portanto, fica esclarecido que essas gestantes tem condições de saber
os riscos de uma infecção urinária no período da gestação, e as consequências
que uma ITU pode causar tanto para as mesmas quanto à formação fetal.
52
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57
APÊNDICES
58
Apêndice A – Ofício de solicitação da autorização para execução da
pesquisa
59
Apêndice B – Termo de consentimento pós-informação
60
Apêndice C - Termo de consentimento livre e esclarecido
(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96)
Eu______________________________________________RG____________,
abaixo qualificado(a), declaro
para fins de participação em pesquisa, que
fui devidamente esclarecido sobre o projeto de pesquisa intitulado “Avaliação
de infecção urinária no primeiro trimestre de gestação em pacientes
atendidas no Centro de Saúde da Mulher e da Criança, na cidade de
Paracatu-MG”, no período de abril a junho de 2012, desenvolvido pelo aluno
André Gonçalves da Silva, do curso bacharelado em Biomedicina da Faculdade
Tecsoma, quanto aos seguintes aspectos:
A entrevistada tem a liberdade de recusar a sua participação em
qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu
tratamento e cuidado.
É garantido o sigilo e privacidade dos dados confidenciais envolvidos na
pesquisa. Os dados e informações provenientes deste trabalho serão utilizados
com fins de publicação e produção do trabalho de conclusão de curso para o
grau de bacharel.
Declaro, outrossim, que após convenientemente esclarecido pelo
pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto voluntariamente
participar desta pesquisa.
Paracatu, ______ de _________________ de 2012.
61
Apêndice D - Questionário individual de Avaliação
Perfil Sócioeconômico
Objeto da Pesquisa (Nome): _______________________________________
RG: ___________________________________________________________
Data de nascimento: _____________________________________________
Idade: ________________________________________________________
Escolaridade: ___________________________________________________
Estado civil: ____________________________________________________
Renda familiar: _________________________________________________
Historico familiar de infecção recorrente e medicamentos
Teve alguma infecção recorrente? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual? ___________________________ A qual tempo? ____________
______________________________________________________________
Utilizou algum medicamento antes e durante o primeiro trimestre da gestação?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual? ___________________________________________________
_________________________________
Assinatura do Declarante
62
Apêndice E - Declaração do pesquisador
DECLARO, para fins de realização de pesquisa, ter elaborado este
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), cumprindo todas as
exigências contidas no Capítulo IV da Resolução 196/96 e que obtive, de forma
apropriada e voluntária, o consentimento livre e esclarecido do declarante
acima qualificado para a realização desta pesquisa.
Paracatu, _____ de _________________ de 2012.
_________________________________
André Gonçalves da Silva

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