Estudo retrospectivo de 761 tumores cutâneos em cães
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Estudo retrospectivo de 761 tumores cutâneos em cães
DOENÇAS INFECCIOSAS DE CÃES Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Hospital Veterinário Universitário Universidade Federal de Santa Maria DOENÇAS INFECCIOSAS MUITO COMUNS DE CÃES NO RS LEPTOSPIROSE Doenças que cursam com morte de cães ____________________ Doenças que cursam com morte de filhotes de cães _________________________ Doenças que cursam com morte de cães adultos ____________________ Doenças que cursam com morte de cães idosos ___________________________ Leptospirose (relação hospedeiro-parasita) Hospedeiros hospedeiros de manutenção hospedeiros acidentais Leptospirose (relação hospedeiro-parasita) Hospedeiros hospedeiros de manutenção sensíveis à infecção hospedeiros acidentais resistentes à infecção Leptospirose (relação hospedeiro-parasita) Hospedeiros hospedeiros de manutenção sensíveis à infecção doença subclínica ou doença crônica hospedeiros acidentais resistentes à infecção doença aguda grave Leptospirose (relação hospedeiro-parasita) Hospedeiros hospedeiros de manutenção sensíveis à infecção doença subclínica ou doença crônica excreção de leptospiras e por longos períodos hospedeiros acidentais resistentes à infecção doença aguda grave excreção de leptospiras e por pequenos períodos Leptospirose (hospedeiros de manutenção) icterohemorrhagiae – ratazana grippotyphosa – skunk, raccoon e opossum pomona – suíno e opossum canicola – cão bratislava – equino (e ratos, suínos e cães) hardjo – bovino autumnalis – camundongo Leptospirose (hospedeiros de manutenção) icterohemorrhagiae – ratazana grippotyphosa – skunk, raccoon e opossum pomona – suíno e opossum canicola – cão bratislava – equino (e ratos, suínos e cães) hardjo – bovino autumnalis – camundongo Leptospirose (hospedeiros de manutenção) icterohemorrhagiae – ratazana grippotyphosa – skunk, raccoon e opossum pomona – suíno e opossum canicola – cão bratislava – equino (e ratos, suínos e cães) hardjo – bovino autumnalis – camundongo Striped skunk (Mephitis mephitis) zorrilho (Conepatus chinga) Common raccoon (Procyon lotor) mão-pelada (Procyon cancrivorus) Virginia opossum (Didelphis virginiana) gambá (Didelphis albiventris) Leptospirose (hospedeiros de manutenção) icterohemorrhagiae – ratazana grippotyphosa – skunk, raccoon e opossum pomona – suíno e opossum canicola – cão bratislava – equino (e ratos, suínos e cães) hardjo – bovino autumnalis – camundongo Leptospirose (hospedeiros de manutenção) icterohemorrhagiae – ratazana grippotyphosa – skunk, raccoon e opossum pomona – suíno e opossum canicola – cão bratislava – equino (e ratos, suínos e cães) hardjo – bovino autumnalis – camundongo Leptospirose (hospedeiros de manutenção) icterohemorrhagiae – ratazana grippotyphosa – skunk, raccoon e opossum pomona – suíno e opossum canicola – cão bratislava – equino (e ratos, suínos e cães) hardjo – bovino autumnalis – camundongo Leptospirose (relação hospedeiro-parasita) Hospedeiros* hospedeiros de manutenção sensíveis à infecção doença subclínica ou doença crônica excreção de leptospiras e por longos períodos (ratazana - Rattus norvegicus) (roedores selvagens) hospedeiros acidentais resistentes à infecção doença aguda grave excreção de leptospiras e por pequenos períodos (humano e animais domésticos) *Exemplo: sorovar icterohemorrhagiae. Leptospirose (patogênese) Infecção urina secreção genital (HM e HA) (HM) pele com solução mucosas pele hidratada de continuidade período de incubação (4 a 12 dias [5-14]) bacteremia (horas até 7 dias)* *Fase em que o HA elimina leptospiras na urina. Leptospirose (patogênese da leptospirose aguda) Bacteremia rins microvasculatura fígado degeneração e necrose vasculite colestase tubular aguda insuficiência renal CID disfunção hepática aguda colestática aguda sinais de hemorragias sinais de uremia aguda hepatopatia aguda Leptospirose (patogênese da leptospirose aguda) Bacteremia rins microvasculatura fígado degeneração e necrose vasculite colestase tubular aguda insuficiência renal CID disfunção hepática aguda colestática aguda sinais de hemorragias sinais de uremia aguda hepatopatia aguda Leptospirose (patogênese da leptospirose aguda) Bacteremia rins microvasculatura fígado degeneração e necrose vasculite colestase tubular aguda insuficiência renal CID disfunção hepática aguda colestática aguda sinais de hemorragias sinais de uremia aguda hepatopatia aguda Leptospirose (patogênese da leptospirose crônica) Bacteremia rins nefrite tubulointersticial crônica insuficiência renal crônica sinais de uremia crônica Leptospirose (patogênese da leptospirose crônica) Bacteremia trato genital abortamento, natimortalidade e infecção congênita Leptospirose (epidemiologia) Leptospirose (epidemiologia) Leptospirose (epidemiologia) Leptospirose 75,5% dos casos. Leptospirose Leptospirose Leptospirose Leptospirose Leptospirose Leptospirose Leptospirose Leptospirose Leptospirose 55,3% dos casos. Leptospirose 12,3% dos casos. Leptospirose 25,3% dos casos. Leptospirose Leptospirose Leptospirose Leptospirose Leptospirose 35,3% dos casos. Leptospirose 26,3% dos casos. Leptospirose Leptospirose Leptospirose Leptospirose 32,3% dos casos. Quais os principais sinais clínicos vistos em casos de leptospirose? Apatia Inapetência ou anorexia Febre Icterícia Hemorragias Petéquias e sufusões em mucosas Mucosas oral e genital e pele Melena ou hematoquezia Hematúria Diarreia* Vômito* Dispneia Sinais de uremia Úlceras orais Emagrecimento progressivo *Consequentemente desidratação. Quais os diagnósticos diferenciais clínicos vistos em casos de leptospirose? Crises hemolíticas Rangeliose Erliquiose Babesiose Anemia hemolítica auto-imune primária Anemia hemolítica por agentes oxidantes Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) Hepatite tóxica aguda Aflatoxicose aguda Hepatite idiossincrásica aguda Reação medicamentosa Hepatite infecciosa canina Toxoplasmose Leptospirose (diagnóstico da doença aguda) achados clínicos + achados de laboratório clínico + métodos de detecção de anticorpos ou métodos de detecção de antígenos + achados de necropsia Leptospirose (procedimentos para diagnóstico clínico) Leptospirose (hemograma na doença aguda) Leptospirose (hemograma na doença aguda) Leucocitose* neutrofilia desvio à esquerda monocitose Leucopenia neutropenia desvio à esquerda Trombocitopenia *Quase sempre moderada (20.000-40.000/mm3 de sangue). Leptospirose (hemograma na doença aguda) Leucocitose* neutrofilia desvio à esquerda monocitose Leucopenia neutropenia desvio à esquerda Trombocitopenia *Quase sempre moderada (20.000-40.000/mm3 de sangue). Leptospirose (urinálise na doença aguda) Amarelo-escura e turva. Aumento da densidade. Proteinúria. Bilirrubinúria. Sedimento ativo. Leptospirose (bioquímica clínica na doença aguda) Aumento da ALT e AST. Aumento da FA. Aumento da bilirrubina. Aumento da ureia. Aumento da creatinina. Aumento da PPT. Aumento da lipase e amilase. Aumento da CK. Leptospirose (diagnóstico da doença aguda) achados clínicos + achados de laboratório clínico + métodos de detecção de anticorpos ou métodos de detecção de antígenos + achados de necropsia Quais os principais entraves no diagnóstico sorológico da leptospirose aguda? Janela imunológica Cicatriz imunológica Lembrete! O que é janela imunológica? “É o período entre a infecção por um microorganismo e a detecção de anticorpos em seu soro sanguíneo.” O que é cicatriz imunológica? “É a presença de anticorpos séricos contra um determinado microorganismo e que não está relacionada à infecção atual.” Leptospirose (diagnóstico da doença aguda – definições de termos e expressões) Janela imunológica (soroconversão média de 5-7 dias [até 10 dias]) (período de incubação de 4-12 dias [5-14 dias]) Cicatriz imunológica Leptospirose (diagnóstico da doença aguda) Métodos de detecção de anticorpos (aglutinação ou ELISA) coleta de sangue no momento da suspeita clínica coleta de sangue após uma semana coleta de sangue após duas e/ou três semanas Diagnóstico (+): soroconversão ( mínimo de 4 vezes). Diagnóstico (–): ausência de soroconversão. Leptospirose (diagnóstico da doença aguda) Métodos de detecção de anticorpos (aglutinação ou ELISA) coleta de sangue no momento da suspeita clínica morte do cão Diagnóstico (+): titulações mínimas de 1:800 ou 1:1.000. Diagnóstico (–): não pode ser realizado. Exemplos de resultados sorológicos - 1 Diagnóstico clínico-imunológico Sorologia* (dia 0): 1:50 (sorovar icterohemorrhagiae) 1:50 (sorovar canicola) morte do cão (dia 3) Sorologia (dia 7): ? Sorologia (dia 14): ? Sorologia (dia 21): ? *Aglutinação. Exemplos de resultados sorológicos - 2 Diagnóstico clínico-imunológico Sorologia* (dia 0): negativo morte do cão (dia 1) Sorologia (dia 7): ? Sorologia (dia 14): ? Sorologia (dia 21): ? *Aglutinação. Exemplos de resultados sorológicos - 3 Diagnóstico clínico-imunológico Sorologia* (dia 0): negativo Sorologia (dia 7): negativo Sorologia (dia 14): negativo Sorologia (dia 21): negativo *Aglutinação. Exemplos de resultados sorológicos - 4 Diagnóstico clínico-imunológico Sorologia* (dia 0): 1:50 (sorovar icterohemorrhagiae) 1:50 (sorovar canicola) Sorologia (dia 7): 1:50 (sorovar icterohemorrhagiae) 1:50 (sorovar canicola) Sorologia (dia 14): 1:50 (sorovar icterohemorrhagiae) 1:50 (sorovar canicola) Sorologia (dia 21): 1:50 (sorovar icterohemorrhagiae) 1:50 (sorovar canicola) *Aglutinação. Exemplos de resultados sorológicos - 5 Diagnóstico clínico-imunológico Sorologia* (dia 0): 1:50 (sorovar icterohemorrhagiae) 1:50 (sorovar canicola) Sorologia (dia 7): 1:400 (sorovar icterohemorrhagiae) 1:50 (sorovar canicola) Sorologia (dia 14): 1:800 (sorovar icterohemorrhagiae) 1:50 (sorovar canicola) Sorologia (dia 21): 1:3.200 (sorovar icterohemorrhagiae) 1:50 (sorovar canicola) *Aglutinação. Exemplos de resultados sorológicos - 6 Diagnóstico clínico-imunológico Sorologia* (dia 0): negativo Sorologia (dia 7): 1:100 (sorovar icterohemorrhagiae) Sorologia (dia 14): 1:200 (sorovar icterohemorrhagiae) Sorologia (dia 21): 1:800 (sorovar icterohemorrhagiae) *Aglutinação. Leptospirose (diagnóstico da doença aguda) achados clínicos + achados de laboratório clínico + métodos de detecção de anticorpos ou métodos de detecção de antígenos + achados de necropsia Leptospirose (diagnóstico da doença aguda) Métodos de detecção de antígenos (ante-mortem) Cultura (urina) Microscopia de campo escuro (urina) Microscopia de contraste de fase (urina) PCR (sangue)* *Bacteremia (horas até 7 dias). Leptospirose (diagnóstico da doença aguda) Métodos de detecção de antígenos (post-mortem) Histoquímica Imunofluorescência* Imuno-histoquímica* PCR *Vários tecidos, mas, principalmente, fígado e rim. Leptospirose em cães (principais perguntas feitas pelos proprietários) “Leptospirose canina tem cura?” “O cão doente pode transmitir a doença para outro cão?” “O cão doente pode transmitir a doença para minha família?” “Eu posso comprar a vacina na agropecuária?” “A vacina protege pelo resto da vida do cão”? “O que eu faço para controlar essa doença?” Leptospirose (manchetes sensacionalistas) Diário Popular Pelotas – RS 05/01/2003 “Cidade: ao menos 30% dos cães de rua têm leptospirose” Leptospirose (manchetes sensacionalista) Site Ambiente Brasil 25/11/2009 “Cães são importantes transmissores de leptospirose*” *Blazius et al. 2005. Ocorrência de cães errantes soropositivos para Leptospira spp. na Cidade de Itapema, Santa Catarina, Brasil. Caderno de Saúde Pública. 21(6) 1952-1956. Leptospirose (importância como zoonose) Doença ocupacional trabalhadores trabalhadores práticas rurais urbanos esportivas lavouras de arroz limpeza canoagem criação de bovinos de redes natação granjas de suínos de esgoto pesca rafting atividades de lazer jardinagem caça Veterinários: exposição a hospedeiros de manutenção. exposição a hospedeiros acidentais. Leptospirose (importância como zoonose) Leptospirose (importância como zoonose) Leptospirose (importância como doença ocupacional) 29% dos casos relacionados com atividade agropecuária. 44% dos casos relacionados com habitat rural. 55% dos casos relacionados com atuação em lavouras. 92% dos casos relacionados com contato com roedores. Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica, HUSM, UFSM. Leptospirose (importância como zoonose no Brasil) Região 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Total Norte 689 484 584 340 391 142 230 248 202 181 3.491 Nordeste 1.002 847 514 194 1.006 643 598 501 801 600 6.706 Sudeste 3.350 944 1.242 1.102 948 1.188 901 986 1.305 1.029 12.995 502 863 1.084 782 1.094 1.617 851 1.158 656 838 9.445 36 160 25 15 48 44 38 54 68 49 537 5.579 3.298 3.449 2.433 3.487 3.634 2.618 2.947 3.032 2.697 33.174 Sul CentroOeste Total Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde, Brasil. Leptospirose (comparação da prevalência em humanos) Prevalência no Brasil: 1,86/100.000 habitantes Prevalência no RS: 5,13/100.000 habitantes Prevalência na Região Central do RS: 9,67/100.000 habitantes Prevalência em Santa Maria: 11,61/100.000 habitantes Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica, HUSM, UFSM.
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