Primeiro Capítulo

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Primeiro Capítulo
1_a edição
São Paulo
Nova Semente
10 anos de Experiência Real
Luciana Alves da Costa (org)
Jussara Bôa Sorte
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Liliane Santos
Dágila Scoparo
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Copyright © 2015 por Luciana Alves Costa; Jussara Bôa Sorte; Liliane Santos; Dágila Scoparo
Hotsite: transcendentes.org
e-mail: [email protected]
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/02/1998.
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial deste livro, por quaisquer
meios (eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação e outros), sem prévia
autorização, por escrito, da editora.
Organizador
Edição de texto
Preparação de Texto
Direção artística e de comunicação
Projeto Gráfico e Ilustração de Capa
Fotos da Capa
Colaboradores
Projeto Gráfico de Miolo e Diagramação
Revisão de Texto
Organização e produção de imagens
Luciana Alves da Costa
Jussara Bôa Sorte
Liliane Santos
Liliane Santos
Dágila Scoparo
Gasperazzo
Nanny Vitorino Cantori
Vasjan Leno
Celinha Grace
Juliana Boa Sorte de Oliveira
Augusto Carvalho
equipe M10 Editorial
Liliane Santos
Liliana Guth
Lucas Wilches
Teo Scoparo
Todas as citações bíblicas foram extraídas das seguintes traduções:
Nova Versão Internacional (NVI), © 2003 de Editora Vida.
Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTHL), © 2000, de Sociedade Bíblica do Brasil
Publicado com todos os direitos reservados por:
Sementes Editorial
Caixa Postal 60.600
05804-070 – São Paulo, SP
e-mails: [email protected]
www.sementeseditorial.com.br
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Dedicado
Aos pioneiros que se doaram e se sacrificaram,
para que o sonho da Nova Semente
se tornasse realidade.
Aos nossos queridos que contaram suas histórias.
Sem sua contribuição, este livro
não seria possível.
Em especial, às memórias de:
Luza Hoffmann... por sua doçura, meiguice e pioneirismo.
Eliete Campos... por sua sinceridade, bravura e paixão.
Nilce Scheffer... por sua generosidade, coragem e exemplo de vida.
Mulheres valorosas, modelos de fé, que contribuíram e fizeram parte
da história da Nova Semente, mas descansaram no Senhor
enquanto escrevíamos essas memórias.
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AGRADECIMENTOS
Agradecemos profundamente aos colaboradores desse projeto, que nos doaram
suas lindas histórias. Sem vocês, este livro não existiria. Ao nos aproximarmos de vocês,
que foram os nossos protagonistas, nos emocionamos, aprendemos e reafirmamos nossa
fé. Seremos eternamente gratas por nos confiar a nobre missão de dar eco às suas histórias.
Também somos gratas por todas as pessoas, que dentro da perspectiva editorial,
colaboraram para que esse projeto acontecesse. Em especial, Fernanda Azevedo
da Rocha, Keila Leonello, Liliana Guth e Luciana Tavares.
Aos amigos que se desprenderam e doaram os seus preciosos talentos e tempo
para nos ajudar: Cláudio Lemos, Eliane Fogel, Kleber Costa, Lara Rejane, J. Washington,
Jônatas de Bem, Maninho Alves, Natanael Araújo Júnior e Sandra Vieira.
Especialmente, a Celinha Grace, Lucas Wilches e Nanny Vitorino, que não hesitaram em “andar a segunda milha” conosco. Vocês nos ajudaram com alegria, entusiasmo, desprendimento e sacrifício, e foram muito além das nossas expectativas.
Aos pastores Kleber Gonçalves, Fabiano Mendes, Felipe Tonasso e Danny Bravo
por acreditarem no nosso sonho e nos apoiarem com toda a estrutura necessária
para que estas páginas chegassem hoje aos nossos leitores.
Esperamos que, tanto os que colaboraram com suas histórias quanto aqueles
que dedicaram a elas o seu tempo, possam ser recompensados pelas suas atitudes,
de terem participado de um trabalho instigante, capaz de levar pessoas a terem uma
experiência real com Deus.
As autoras
A Deus, toda honra e glória, por me permitir servir através desse projeto.
Ao meu amável esposo Teo, que me fascina por sua generosidade e compreensão, e por seu apoio pleno durante esse projeto.
À minha família e, em especial, a Dayane Martins e minha mamãe Diná que orou
e ora por nós autoras e por cada linha deste livro.
À minha amiga e irmã Luciana Costa, uma entusiasta da história oral, que teve
no coração esse sonho e me escolheu para fazer parte dele. Suas ideias são fascinantes, seus olhos brilham quando fala de História Oral e nos contagiam. Valeu, Lú!
À amável Jussara Bôa Sorte, com a qual tive a sorte de trabalhar ao longo desse
projeto. Obrigada por trazer o bom senso necessário, que tornou o meu trabalho
mais fácil, sem firulas e muito mais divertido.
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À Liliane que trouxe ótimas colocações, deu forma final, corrigindo, acrescentando e quando preciso excluindo. Lili, você foi minhas mãos na produção deste
livro, obrigada.
À minha Igreja Nova Semente e ao nosso time de pastores.
Dágila Scoparo
A Deus, meu criador e redentor. Este livro e ser membro da família Nova Semente
são presentes do Senhor! Obrigada, Pai.
Aos meus pais, Agileno e Maria José, por tudo o que fizeram para que eu me tornasse o que hoje sou. À minha irmã, Juliana, ao meu cunhado Arilton, à minha tia Vilma
e aos meus primos-irmãos Fábio e Fabiana pelo apoio incondicional. Aos meus sobrinhos Rafael e Mateus por trazerem alegria ao nosso lar. Aos demais familiares e amigos
que me incentivam com palavras, gestos e orações, sempre vindos na hora certa.
À amiga Luciana Costa, que me presenteou com a oportunidade de fazer parte
de um trabalho que me fez viver “picos de adrenalina espiritual”.
Às amigas, coautoras, Dágila, Liliane e Luciana. Conviver e partilhar experiências, conhecimentos, cumplicidade, espiritualidade, histórias, gargalhadas e lágrimas
com vocês, é algo que não tem preço. Vocês marcaram a minha vida!
À liderança do Coral Nova Semente, por compreender a minha ausência por
tantos ensaios para que pudesse me dedicar a este trabalho.
Em especial à comunidade Nova Semente, que me acolhe com tanto amor.
Jussara Bôa Sorte
Às amigas Dágila, Jussara e Luciana, pelo convite para participar desse livro e,
principalmente, pela amizade, pelas discussões animadas, calorosas, extremamente
ricas e emocionantes, com as quais cresci como pessoa e como profissional.
À minha mãe por todo amor e apoio incondicionais nos momentos em que tive
de me ausentar do mundo para poder concluir esse projeto.
Em especial, ao meu esposo Leandro, por seu constante amor e carinho e por
vivenciar comigo todas essas histórias.
À Nova Semente, por me conduzir na principal jornada da minha existência: de
escrava a filha.
Soli Deo gloria
Liliane Santos
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A Deus, que além da vida, nos dá força, energia, e nos capacita a realizarmos as
nossas atividades tendo em vista um propósito maior.
Aos meus pais, Natanael e Rutinha, ao meu irmão Ricardo e à cunhada Rinara,
pelo apoio e amor incondicionais, e por serem exemplos de caráter na minha vida.
Ao meu companheiro, Erisson Jubanski, pelo amor, compreensão, ajuda e parceria nessa caminhada.
Aos professores da Unifesp, Dante Gallian e Fabíola Holanda, por despertarem
em mim a paixão e amor pela “história oral de vida”.
Às amigas e parceiras desta trajetória: Jussara, Liliane e Dágila. A entrega e paixão de vocês pelo projeto foi algo emocionante e contagiante para mim. Sem vocês,
nada disso estaria acontecendo! Obrigada por me ensinarem tantas coisas.
Luciana Alves da Costa
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SUMÁRIO
A história por trás da história..........................................................................................................................8
Eclosão....................................................................................................................................................................... 11
Redimensionados............................................................................................................................................... 15
O sonho..................................................................................................................................................................... 17
Apenas um carteiro............................................................................................................................................ 27
Um chamado de amor..................................................................................................................................... 35
A pureza de uma criança................................................................................................................................ 43
Intencionalidade.................................................................................................................................................. 47
Eis-me aqui.............................................................................................................................................................. 51
A herança que permanece............................................................................................................................ 55
Link entre pessoas: Uma verdadeira adrenalina espiritual......................................................... 59
Portas abertas........................................................................................................................................................ 63
Transcendentes.................................................................................................................................................... 71
Capturado pelo amor....................................................................................................................................... 73
Escolhi acreditar................................................................................................................................................... 79
Tempo e convicção............................................................................................................................................ 85
Tirando Deus da prateleira............................................................................................................................ 89
Liberto da culpa e do medo......................................................................................................................... 95
Lugares que não imaginava.......................................................................................................................... 99
Em busca de respostas................................................................................................................................. 105
Entrega racional................................................................................................................................................. 111
Um novo ministério........................................................................................................................................ 117
Com Deus na tempestade.......................................................................................................................... 121
A virada................................................................................................................................................................... 127
Da ilusão a uma experiência real com Deus................................................................................... 131
De mulher independente à dependência de Deus.................................................................... 137
Presentes de Deus........................................................................................................................................... 143
Venha como está.............................................................................................................................................. 147
O segredo para uma fé inabalável......................................................................................................... 153
De escrava a filha.............................................................................................................................................. 159
Encontrando um desconhecido ............................................................................................................ 169
Da porta para fora............................................................................................................................................ 175
Produzindo frutos............................................................................................................................................. 181
Transcendendo em números................................................................................................................... 185
Glossário................................................................................................................................................................. 188
Transcendendo em imagens.................................................................................................................... 190
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A história por trás da
história
Tudo começou em uma sala de aula no campus da Unifesp enquanto a professora Fabíola Holanda discorria sobre a metodologia da “Historia Oral de Vida”. Ela
falava e eu era transportada em pensamento a outro lugar, onde frequentemente
ouvia histórias lindas, de experiências espirituais e transformadoras. E quanto mais
aprendia sobre essa metodologia, mais maravilhada eu ficava. Achei fascinante
poder trabalhar com um método de pesquisa que privilegia a experiência pessoal
subjetiva, com toda a sua riqueza e complexidade. Um método que se diferencia
entre tantos outros do meio acadêmico, geralmente voltados para números, planilhas e estatísticas.
A história oral é um conjunto de procedimentos que se inicia com
a elaboração de um projeto e que continua com o estabelecimento
de um grupo de pessoas a serem entrevistadas [...]. É uma prática de
apreensão de narrativas feita através do uso de meios eletrônicos. [...].
O projeto prevê: planejamento da condução das gravações com definição de locais, tempo de duração e demais fatores ambientais, transcrição1 e estabelecimento de textos; conferência do produto escrito, e
autorização para o uso [...]2.
Chamou-me atenção trabalhos feitos a partir da abordagem da “História oral de
vida”, como os livros: “Memória e Sociedade – Lembranças de velhos” (Ecléa Bosi);
“Augusto e Lea – um caso de (des) amor em tempos modernos” (José Carlos Sebe
Bom Meihy); “Projeto 75 X 75: 75 Histórias de Vida que contam a História da EPM/
UNIFESP” (Coordenado por Dante Gallian). Esse recurso, que nos permite trabalhar
com a dimensão da experiência humana, não poderia ficar só no meu trabalho acadêmico, era preciso explorá-lo de modo a criar novos projetos e possibilidades. Eu já
acompanhava o trabalho da Nova Semente, e ficava impressionada ao ver tantas pessoas chegarem a cada sábado, vindas de lugares distintos, com faixas etárias variadas
e diversidades culturais e intelectuais. Muitas, além de frequentarem a comunidade,
trabalhavam como voluntárias. Também participei do programa Começos3, e fiquei
1. Passagem do oral para o escrito.
2. MEIHY, José Carlos Sebe B.; HOLANDA, Fabíola. História Oral: como fazer, como pensar. São Paulo: Contexto, 2007.
p. 15-18.
3. Programa voltado àqueles que buscam conhecer a Bíblia através da pesquisa, estudando temas e fatos e seus desdobramentos ao longo da história humana. (Fonte: site www.novasemente.org).
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impressionada com a qualidade e a profundidade do estudo bíblico nele apresentado. Acompanhar o processo de entrega e de transformação das pessoas era algo
transformador também para mim. E cada vez que surgia uma nova história, crescia
dentro de mim o desejo de valorizá-la e de torná-la conhecida para que outras pessoas também pudessem ser impactadas por meio delas. A abordagem através da
“história oral de vida” me parecia ser perfeita, já que ela se torna um canal de acesso
à experiência e à memória das pessoas.
Ao compartilhar com o Pr. Kleber a ideia de escrever um livro com narrativas de
pessoas que tiveram a Nova Semente como parte de suas trajetórias de vida, recebi
o seu apoio imediatamente. As entrevistas começaram a ser realizadas em meados
de 2011, porém, entre idas e vindas, o projeto não avançou como o planejado, e
por um tempo ficou parado. Em 2013, ao participar de uma Missão na cidade de
Tacuarembó (Uruguai) com um grupo de 30 pessoas, senti-me inspirada a retomar
o projeto. O trabalho em equipe me fez repensar sobre a maneira pela qual deveria
desenvolver o projeto, incluindo pessoas e formando uma equipe. Assim que voltamos para São Paulo, já no primeiro sábado, compartilhei a ideia com três amigas,
que abraçaram a proposta de corpo e alma, trazendo vida e muita emoção para esse
trabalho, que hoje se encontra em suas mãos.
Vivemos fortes emoções até aqui, verdadeiros “picos de adrenalina espiritual!”4 Em
nossas primeiras reuniões, falamos sobre o conceito e a dinâmica da abordagem da
“história oral de vida”, e fizemos o planejamento das ações a serem executadas. Os pastores nos deram sugestões de pessoas para serem entrevistadas, as quais foram adicionadas àquelas que já tínhamos em mente. Os contatos foram feitos, falamos sobre o
projeto com os que seriam entrevistados, nossos colaboradores. Marcamos as datas
das entrevistas, e estas foram realizadas nos meses subsequentes, uma por uma.
É difícil descrever em palavras o que vivenciamos durante esse período de trabalho e de construção do livro. Criamos vínculos, choramos e rimos com os colaboradores e suas histórias. E o que era para ser um livro com algumas narrativas
de pessoas que conheceram a Deus através da Nova Semente, acabou também
se tornando um livro comemorativo pelos 10 anos da instituição. Entrevistamos os
pastores e algumas pessoas que fizeram parte do início do projeto Nova Semente.
Consequentemente, a proposta ficou mais abrangente e trabalhosa. Foi um trabalho árduo, cansativo que nos exigiu horas, dias e noites de concentração, conexão
e energia. Os processos de escuta, transcrição, textualização, transcriação e revisão,
por muitas vezes, nos fizeram perder a noção de tempo e espaço. Ao fazermos a
imersão nas narrativas, doamo-nos às mesmas, e passamos a viver e conviver com
elas e elas conosco. A recompensa, porém, foi e tem sido indescritível, maravilhosa!
4. Expressão usada pelo Pr. Felipe Tonasso durante a entrevista, que se tornou um “jargão” no nosso grupo.
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Em um trabalho como esse, é impossível não sermos afetados e permanecermos os
mesmos.
Jussara, Liliane e Dágila, emocionei-me muitas vezes ao ver e sentir o comprometimento, engajamento e paixão de vocês por esse projeto. Guardarei sempre
comigo mensagens como estas, recebidas em nosso grupo:
“... estou encantada, apaixonada, emocionada. [...] A história é fluída,
intensa, engraçada e emocionante. [...] Amo vocês. Obrigada pela oportunidade. Posso dizer que não sou mais a mesma, nem tenho a mesma
visão depois dessas histórias”. – Liliane Santos
“... estou muuuuuito cansada, fechada para balanço. Amanhã à tarde volto a trabalhar no livro. Quando acabar, vou sentir falta de trabalhar com
vocês. É cansativo, mas traz uma felicidade tão grande... Há muito tempo
não me sentia realizada com algo!”. – Jussara Bôa Sorte
“Estamos juntas!! Estou lendo as histórias e agora em oração para que a
próxima etapa seja uma benção!! Estou tão eufórica e cansada que não
consigo dormir, então fui ler”. – Dágila Oliveira
Em todo esse processo, senti fortemente a presença de Deus conosco. Seu
amor permeou todas as histórias, e Ele parecia nos dar os seus “recadinhos”, por
meio delas. Espero que você, leitor, ao ter contato com as narrativas, deguste um
pouquinho do que nós experimentamos. Que você abra o seu coração, saboreie as
histórias e permita-se ser afetado. E que elas lhe levem a outra dimensão, distante da
racionalidade pragmática, do cientificismo e do tecnificismo, tão presentes no nosso
contexto moderno.
Este livro não tem a pretensão de oferecer respostas prontas para questões
espirituais, mas simplesmente retratar o que acontece nesse lugar chamado Nova
Semente e na vida das pessoas que se abrem para uma experiência real, humanizadora e espiritual. Boa leitura!
Luciana Alves da Costa
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Eclosão
A história da Nova Semente não se inicia com o retorno do Pr. Kleber Gonçalves
ao Brasil, tampouco com a primeira programação realizada por essa comunidade no
dia 27 de novembro de 2005. Na eternidade, Deus planejou essa igreja, pois sabia
que sua criação atravessaria uma era que se demonstraria extremamente frágil, quebradiça, sem consistência, sem encanto – o reino da fragilidade, da trivialidade, em
que tudo parece se liquidificar. O homem secularizado, fruto dessa era pós-moderna, precisaria de uma folhagem muito espessa, semelhante àquela do Sicômoro de
Zaqueu, para também se abrigar. Protegido embaixo dela, num ambiente em que
se sentisse à vontade, sem exposição ou pressão, ele encontraria o significado e o
propósito para a sua vida, mediante Uma Experiência Real. E cremos que a Nova
Semente seja parte do plano de Deus se cumprindo para essa geração.
Em 29 histórias, contamos de forma simples e breve como o sonho de Deus
nasceu no coração de nossos pioneiros e se tornou real em nossas vidas. Deus agiu
em todo esse processo ao mudar a vida de muitos, e continua a agir e a mudar
todo aquele que diz “eis-me aqui”. Homens e mulheres, a despeito de suas rotinas
preenchidas por afazeres e responsabilidades, dedicam suas vidas, com prazer e
comprometimento, deixando-se ser usados por Deus na missão de aprender a viver
como Jesus viveu e de levar o seu próximo ao mesmo propósito de vida. Essa é
a nossa missão, como discípulos do Mestre. Aceitamos ao chamado de amor de
Deus, deixamo-nos ser usados como apenas um carteiro na missão de entregar ao
mundo a mensagem da graça e do amor de nosso Deus. Dispusemo-nos diante dele
e o adoramos com nosso serviço, de forma a viver plenamente em comunidade.
Aprendemos a viver nela e para ela, lhe dedicamos o nosso tempo, nossas vidas,
nossos dons, pois Deus implantou em nossos corações o espírito de servir, acima de
todas as coisas.
Como comunidade, sentimos nesses 10 anos de história o quanto Deus é real, e
não somente “uma herança” recebida de nossos pais. Ele se mostra novo em nossas
vidas, semana a após semana, ao vivermos juntos Uma Experiência Real. E, assim,
nos multiplicamos, nos unimos num Link a fim de reforçar nossa ligação com as pessoas, e delas com Deus, pois “o reino de Deus é antes de tudo um reino de amigos”.
Levamos aqueles que conosco convivem de um relacionamento horizontal com
esse mundo para um relacionamento ertical5 com Deus.
V
Colhemos frutos dessa nossa jornada. Alguns foram capturados pelo amor,
outros escolheram acreditar, e, com o passar do tempo, tiveram a convicção da
V
V
5. O uso do símbolo para grafar a palavra “ ertical” remete a uma seta para cima, apontando para aquilo que é Vertical.
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necessidade de Deus em suas vidas. Viver essa experiência real, fez Deus sair da prateleira, trazer libertação da culpa e do medo e apontar para um novo ministério.
Algumas entregas foram racionais, enquanto outras, um verdadeiro encontro com
Deus na tempestade. E Deus conduziu seus filhos a lugares que não imaginavam,
mostrou-lhes o segredo para uma fé inabalável, trouxe-lhes respostas e lhes tirou
de uma vida de ilusão para uma experiência real com Ele. Foi um marco, a virada
em suas vidas. Da frivolidade da aparente independência, tornaram-se dependentes
de Deus e foram presenteados com o seu amor. Alguns vieram a essa comunidade
como estavam, foram recebidos como Jesus lhes receberia e encontraram um Deus
que até então lhes era desconhecido. De escravos tornaram-se filhos, levaram a igreja para fora de nossas portas e produziram frutos.
Deus escolheu a todos nós para sermos semente de uma árvore linda que brotou de seu coração. Você já observou uma semente? Caso ela pudesse olhar para si
mesma, talvez se achasse pequena demais e até inútil. Mas ainda assim não questiona a vontade de Deus, e cumpre aquilo que lhe foi reservado. Se plantarmos uma
muda dessa árvore, pulando assim a etapa de germinação, logo ela dará frutos.
Entretanto, se usarmos a semente, ela pode levar muitos anos até frutificar. Ainda
assim, ela não se importa com sua condição, simplesmente deixa-se brotar na terra
e se torna aquilo que deve ser: morre como semente e renasce para uma vida de
serviço, cumprindo assim o desejo de Deus de alimentar a sua criação.
Como essa semente, deixamo-nos morrer para que nossa comunidade, a Nova
Semente, pudesse hoje existir e comemorar 10 anos de história. Frutificamos, pois
decidimos acreditar, a despeito de nosso tamanho como humanos e da grandiosidade do trabalho que tínhamos pela frente. E assim nos tornamos Transcendentes,
pois excedemos nos limites normais e alcançamos Aquele que é superior e sublime. Continuemos, até chegarmos naquilo que Deus planejou para cada um de nós,
quando todos juntos seremos redimensionados pelas mãos do Criador: esses são
apenas os primeiros frutos.
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Amado leitor,
Acontecem coisas na vida que tem um significado muito maior do que aquele que
agora podemos enxergar. E este livro é uma delas. Aproveite esse tempo para assumir a caneta e o papel. Ou melhor, tome o seu device, e assuma o posto de escrever
novas histórias de experiências reais com Deus. Mas, acima de tudo, aproveite para
primeiramente reescrever a história de sua vida, com Ele e por meio dele. Se redimensione, seja parte também dos Transcendentes de nossa era. Tenha fé! O melhor
está por vir.
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Muitos vivem para agradar seus sentimentos. Nunca se esqueça: Seus sentimentos
não moldam sua vida, o que a molda são suas crenças.
(Pr. Kleber Gonçalves)
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TRANSCENDENTES
“Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês (...)”.
Romanos 36:26 – 1ª parte
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Autor desconhecido
Carlos Eduardo Cerri à direita, com Pr. Kleber à esquerda. Kadu trabalha no Mercado de Artes. É membro da
Nova Semente e é casado com Berenice.
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Capturado pelo amor
“Estou aprendendo a cultivar o amor e a decência dentro de mim para
poder compartilhar com as outras pessoas.”
Uma coisa que eu lamento muito é o fato de ter conhecido a Deus somente
aos 55 anos. Se eu o tivesse conhecido ainda jovem, certamente minha vida teria
seguido um rumo muito mais decente, digno, tranquilo, honesto e imensamente
melhor em todos os sentidos.
Fui ateu e, espiritualmente, tudo e nada quase a vida toda. Era conduzido
pelo vento, que me jogava para todos os lados. Se soprasse um vento dizendo que eu
deveria conhecer o caboclo das matas que andava nos rios, eu ia. Se soprasse outro
vento indicando um índio com penas brancas, pretas ou de qualquer outra cor, que
fumasse cachimbo, eu também me agarrava nessa e ia. Ainda, se soprasse um ventinho me levando ao mar para oferecer dádivas, eu arregaçava as calças e levava uma
“comidinha aos santos”. Fui atrás de terreiros, mesas brancas, cartomantes, energia
dos cristais, pedras mágicas, horóscopos, mapa astral, búzios e sei lá quantas outras
coisas, simplesmente porque no fundo era alguém em busca de alguma coisa.
Fiz muitas coisas erradas, algumas inconscientemente por simples ignorância e
outras por irresponsabilidade mesmo, simplesmente para saciar meus desejos carnais,
por sexo, dinheiro e posição. De verdade, era um perdido em busca de um bem-estar,
de um “bom resultado” rápido, o que implicava em problemas de relacionamento e em
total falta de consideração e amor. Eu era uma pessoa difícil de lidar, arrogante, presunçoso, que enxergava somente a mim mesmo. Não me importava com os outros.
Porém, há muitos anos conheci um senhor chamado N. Melo com quem tive
alguns negócios. Em diversas ocasiões, nos desviamos do que hoje sei que são os
caminhos de um bom cristão. Depois de algum tempo, perdemos contato, pois os
nossos negócios juntos não deram certo.
Passados alguns anos, eu estava na Avenida Brasil, de carro, olhei para o lado
e vi o meu amigo N. Melo exatamente ali. Conversamos e trocamos números de
telefone rapidamente, pois as pessoas buzinavam sem parar, já que estávamos atrapalhando o trânsito.
Um belo dia, liguei para ele e combinamos de nos encontrar. Era uma quarta-feira
e fomos almoçar em um restaurante em Moema, próximo ao meu trabalho. Logo que
nos sentamos, pedi duas feijoadas, duas caipirinhas e uma cerveja. O N. Melo, então,
falou para o garçom: “Feijoada para mim não!”. Ele pediu um prato mais leve e trocou
sua caipirinha por uma água mineral.
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Na hora perguntei: “Você está doente? Não está bebendo mais?”. Ele, então, me
disse que tinha retornado à igreja e que era um adventista do sétimo dia. Fiquei
espantado e não entendi nada: “Você é o quê?!”. Eu nem sabia que existia adventista,
muito menos sabia o que era um adventista do sétimo dia. Lembro-me de, espantado, perguntar: “Você é crente?”.
“Ser crente” me remetia à imagem do vigia noturno com a Bíblia na mão, lendo
para não pegar no sono, à do cobrador de ônibus com ela aberta em sua bancada
ou à de um taxista que a coloca em algum canto do carro. A palavra “crente” também
levava minha imaginação a desenhar uma empregada doméstica, que fica cantarolando e ouvindo o “radiozinho” sintonizado em algum “programa crente” de músicas
gospel. Pior ainda era vincular a palavra “crente” àqueles caras de terno preto que
ficam, aos domingos, andando por aí com a Bíblia debaixo do braço, ou ainda àquelas pessoas que mandam colocar um copo com água em cima da televisão e depois
lhe passam a conta corrente de uns três ou quatro bancos diferentes para pegar o
seu dinheiro, com a promessa de você ser abençoado. Enfim, tudo isso para mim era
definição de “ser crente”.
O N. Melo me contou o que era ser adventista, e até lhe fiz algumas perguntas,
mas somente para agradá-lo, pois realmente não estava interessado. Ainda assim,
ele me falou sobre um estudo bíblico que seria iniciado nos próximos meses, em
Moema, no apartamento de um executivo chamado Joe Lago, localizado a menos
de 200 metros do meu trabalho. Ele disse que me avisaria assim que começasse e,
instintivamente, pensei: “Crente é tudo igual, não pode ver alguém que já quer agarrar
e levar para a igreja”.
Tomei a caipirinha, a cerveja e fui embora. Pensei: “Coitado desse cara. Era tão
legal e agora está perdido!”. Achei que essa conversa do estudo bíblico ficaria no esquecimento. No entanto,
passados uns meses, ele me ligou para avisar que o estudo seria iniciado na quintafeira seguinte. Como não tinha mesmo o que fazer e o apartamento do Joe ficava
muito perto do meu trabalho, eu fui. Não tinha nada a perder, e conheceria gente
nova. Quando cheguei, encontrei pessoas muito bem-vestidas, os homens de terno,
e duas ou três senhoras bem arrumadas. Todos educados e gentis. O apartamento
era bem decorado e tinha uma mesa com sucos e lanches, mas quem me convidou não estava lá. Pensei: “Que mancada, é fria!”. O Ruy Reis me recebeu, me cumprimentou e disse: “O seu amigo não pode vir, mas avisou que você viria. Pode ficar à
vontade!”. Ou seja, eu estava no meio de pessoas que não conhecia e sem a menor
noção do que fazia ali. Lembro-me que quando as pessoas se ajoelharam para fazer
oração, o Dr. Ruy Reis disse: “Vamos curvar a fronte, fechar os olhos e falar com Deus”.
Eu me ajoelhei para seguir o “por onde soprava o vento”, fechei um olho e o outro
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ficou aberto, observando tudo ao meu redor. Achava estranho aqueles senhores
ajoelhados e concentrados, era uma demonstração de fé muito grande. Porém, eu
não conseguia me concentrar em nada.
Assisti todo o estudo e não entendi nada. Na hora de ir embora, o Ruy me disse:
“quinta-feira que vem estaremos aqui, você é nosso convidado, será muito bem-vindo”.
Agradeci o convite e fui embora pensativo: “Voltar? O que eu vou fazer ali?”.
Até hoje não consigo entender, mas na quinta-feira seguinte, inexplicavelmente, o meu carro literalmente me levou à casa do Joe Lago e parou bem na frente
daquele prédio. Pensei: “Já que estou aqui, vou subir, não custa nada”. Nesse dia, cumprimentei a todos com um pouco menos de desconfiança. O meu amigo N. Melo
estava lá. Alguns ficaram surpresos em me rever. Perto de mim estava um moço
jovem, fortinho, com uma malinha, e todos o chamavam de pastor. Era o Pr. Kleber,
que tinha voltado dos Estados Unidos há alguns dias. Ele conversou comigo, com
muita propriedade e segurança do que dizia, perguntou o que eu fazia e qual era
a minha religião. Ele foi bem atencioso, carismático, objetivo e decidido. Ele sabia o
que estava fazendo.
Nessa época, eu trabalhava numa produtora de vídeo e de cinema. Levava uma
vida de “se vai, vai. Se não, fica”. Religiosidade e espiritualidade zero. Vi aquelas pessoas jovens, bem-sucedidas, comportadas, com tanta devoção, fé, convicção, dedicação, e isso realmente mexeu comigo, mas não sei o porquê. Lembro-me que no
final do estudo eu disse: “Gostaria de ter a fé que vocês têm. Eu não tenho nada disso”.
Continuei a frequentar os estudos, ganhei minha primeira Bíblia de presente
e não sei como e nem por que fui a algumas reuniões fora dali. Era o início do Projeto
Nova Semente. Quando os cultos começaram a ser realizados na Avenida Brigadeiro
Luís Antônio, eu passei a ir todas as tardes. Lembro que adorava a música “Falar com
Deus31”. Ela entrava no meu coração de uma forma diferenciada, me tocava, me
emocionava profundamente, assim como hoje ainda acontece.
Depois de algum tempo, observei que ela não era mais cantada, e, então, perguntei para o Dr. Ruy: “Por que não estão cantando mais a música Falar com Deus?”. Ele
me respondeu que ela estava sendo cantada pela manhã, e, então, passei a ir aos
cultos nesse período também.
A Bíblia não é um livro fácil de entender, mas precisa ser estudada, e não simplesmente lida. Sinto que ainda tenho muito a aprender e, principalmente, me lembrar de praticar o que aprendo. Por anos, fiz estudos na casa do Fábio Maranhão,
uma pessoa muito importante para mim nessa caminhada, um amigo de verdade,
que me influenciou e me ajudou a conhecer o cristianismo de uma forma sem complicação e verdadeira, além de sempre estar comigo na época do SECOVI. Comecei
31. Letra e música de Valdeci Lima e Lineu Soares.
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a trabalhar na igreja, além de fazer os estudos. Por um tempo, fiquei na recepção,
ajudei na Sementinha e também fotografei. Fui me envolvendo cada vez mais, até
que em um determinado momento, pensei: “Se é para nascer de novo, vai ser no dia do
meu nascimento, quando saí do ventre da minha mãe”. E em 9 de março de 2007, dia
do meu aniversário, o Pr. Kleber me batizou.
Em agosto do mesmo ano, saí da empresa em que trabalhava e fui para a Itália,
com a firme intenção de não mais voltar. Algumas pessoas da Nova Semente tinham
o meu contato. Um dia, recebi a ligação de um casal muito querido da comunidade,
Frederico e Luza Hoffmann, que estava de passagem por Milão. Marcamos de nos
encontrar em frente ao Duomo de Milão. Tive a felicidade de encontrá-los, e nunca
me esqueço do abraço que recebi do Frederico. Foi marcante e me fez muito bem.
Era tudo o que eu precisava naquele momento. Gestos simples como esse me fizeram perceber o quanto eu havia mudado.
Uma vez, ainda em Milão, andava pela rua quando fui abordado por um angolano que tentava vender bugigangas. Comecei a conversar com ele e lhe perguntei
de onde era, há quanto tempo estava naquele lugar, entre outras coisas. Ao final,
pedi-lhe desculpas, pois não compraria nada. Ele, então, me disse: “Não tem problema, a atenção que você me deu já valeu muito mais!”. Se fosse o “antigo Kadu”, simplesmente viraria as costas e sairia andando, não ouviria, não veria e nem perceberia a
existência desse ser humano, que certamente estaria “me amolando”.
As coisas na Itália não foram como eu gostaria, e voltei para o Brasil depois de
três meses. Deus conduziu a minha vida de uma maneira que eu não imaginava e,
de uma forma inusitada, fui trabalhar na Galeria de Arte da Berenice – uma pessoa
que frequentava a Nova Semente, mas que eu mal conhecia.
Na época, ela precisava de um gerente, e alguns amigos me indicaram para
o cargo. Ela já tinha outra indicação mais qualificada nessa área, mas, ao pedir a
orientação de Deus, teve evidências de que deveria me chamar. Eu não entendia
absolutamente nada sobre o mercado de artes, não foi fácil, porém fiquei na galeria
por cinco anos. Lá aprendi sobre arte e hoje trabalho nesta área por conta própria.
Ainda enfrento tempestades, fortes turbulências de todas as formas. Há momentos em que me sinto bem perto de Deus, em outros, Ele parece estar mais distante.
Mas aprendi que Deus nunca nos deixa, somos nós que nos afastamos dele.
Nunca deixei de orar e de agradecer. Não importa onde eu esteja, na lanchonete, comendo coxinha ou pastel, no restaurante cinco estrelas ou no jantar com
amigos, sempre oro antes das refeições. Faço isso sem cerimônia, na frente de qualquer pessoa, sem querer me esconder. Tem gente que olha, acha estranho, porém,
talvez seja uma forma de testemunhar para alguém. Também oro quando acordo,
antes de dormir e enquanto ando na rua. Por vezes, até brigo, reclamo, questiono,
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reivindico com Deus, falo com Ele das minhas dificuldades e expectativas. Aprendi
a devolver o dízimo com regularidade, tive dificuldades no começo, mas hoje sinto
satisfação em devolvê-lo. É mais que justo!
Quando olho para o meu passado e vejo como sou hoje, a diferença é muito
grande. Uma das grandes coisas que Deus fez por mim foi colocar amor e respeito
pelo próximo no meu coração. Aprendi a cultivar o amor e o respeito dentro de mim,
para poder dar aos outros, e isso fez toda a diferença na minha vida. Os erros do
passado já foram perdoados por Deus, porém as consequências vão existir. Nunca
esqueço que o fruto do pecado é a morte.
Hoje em dia, quando entro no táxi e vejo uma Bíblia, converso com o taxista,
quero saber de onde ele é, quais são suas crenças, o que ele mais gosta de ler da
Palavra de Deus… E quando me vem à mente a cena do vigia noturno lendo a Bíblia,
do cobrador de ônibus com ela em cima da bancada ou da doméstica louvando a
Deus, eu penso: “Gostaria de ter essa mesma disposição, esse mesmo interesse!”. Hoje,
ao contrário do que pensava antes, tenho um sentimento de admiração por essas
pessoas. É tão fácil arranjar desculpas para não ler a Bíblia: a falta de tempo, a cadeira
desconfortável, a luz que não está boa… Essa gente me inspira! Aqueles deuses que por tanto tempo flertei nunca chegaram a me capturar. No
entanto, o pouco que conheci da vida de Cristo foi o suficiente para me conquistar
e transformar a minha vida. Amor, bondade e respeito pelo próximo compõem a
fórmula magnífica de Cristo, capaz de transformar pessoas como eu.
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