V - Dadun
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V - Dadun
V-, •Í .1 I*-';- :■ Í . . - ::^' V s:à'Í.s r '- -^'■ > - ( j^V. -'T “- V j -•• ■ V * • 'X-'' .,-. f ' l •■• '.g»i:> Uil »/. , r- ;- . - *r • . ' ■EG./' o Íí ì)0 iàÜUÂDOC’jLiÇÂOBS JEüOiy^ LÌSBO^ « ÏK SAGRADO CDßAnÄO DEJSSD'- ^ t.' 3 8 0 ^ -V-- ORAqAÖ FUNEBRE, Ñ A S R E A E S E X E Q U I A S , Q IJ E C E L E B R A R A O os Religiofos da Santa Provincia da Arrabida no R e a l Convento de Nofla Senhora , e Santo A n to nio junto à Villa de M a fra , S J U DOS A ME MO R I A DO SERENISSIM O, E FIDELISSIMO SENHOR R E Y D. J OA Ö V. Fundador do mefmo Real Convento : DEDICADA A O N OSSO S O B E R A N O M O N A R C A , E SERENISSIMO R E Y , E SENHOR D.JOSEPH I. Pelo P. M. Fr. A N T O N I O D E S A N T A A N N A , F/Mö M enor da m efm a P rov in cia , E x -L e lto v d t P rim a de T h e o h g ia , e da ^agrada E fc r itu r a , Qualißcador do Santo O ßicio , Confuítor da B u lla da Santa C i uzada, Exam inador das T r e s Ordens M ilita res , e do Priorado do Crato , Pen iten eiario G era t da Ordern Serañca , e D eß n id or actual da P rov in cia , Em 8 de Agofto de 1750. L I S B O A . N a R egia Officina S Y L V I A N A , e da Academia Real* M .D C C . L. Cemtodas ai Uctn¡aiin€e¡Jarias^ ... T r ) r ' ' ' j ' ■ i|-V : ' ^ | : ' •••-- «I ■ . •' '■ -■•.»• Î* - - 4 .*h' <& '■.>1 •'»''.•■ ; ; ‘ ílá ( fv 3t>~ • ■ >' • ■•■■ f' *•■ •■ -,.--r' • 'f ''■ ‘^“ « • '• 'V^' A ít í .' ^ ;. ^ :•> -g'Jíi' j V' **' ii './, % 2 -' '■ a■ 1H •_ _ <*'' T'' i^ '-'i-' • '■■ • J5'' ’ I . ' ^ .t \ i. , .- k f •^-. i l . ’,^1 • . ■, ' • • > \ '' »?/•.« V ''. '-''3 ( V y V. ■ - • ' ' ' \:.Ö r//- '^r-':.';--t SEN H O R . , pado de htma intenja mdgoa tiaopode a Un^ua anicular vosees i porque ^ ii m h*. embarapados ¿í orgaos comosfufptrot^ os e . o í , ^ue fó rm a , faó lamentos. T orém f e houve j a occaliad, em que a lingua f e ^ os g.'.] m« of¡icios da penna: ( i ) tambem agora a pen^ jl°Z ‘ na ¡ubflituirá os officios da lingua. Com ella fallo i porque com ella efcrevo j e nao di~ 44 v.r.'go mais do que d ijje ‘D a v id : E u dedico as minhas obras ao meu ^ y - i e Senhor. (i)D,v. ( i ) H e hem v er dide que D a v id podia af~ ego cpc"' ' ^ I diliger-, mas eu nao pojjo affirn fallar i j'g examinar a materta ^^ e ohjeUo de¡la funebre OrafaÒ^ he toda de V offa M .ag eila d e: e J e attender para o artefaHo^ confiderando-me Vaffallo^ naópojJo deixar. de conhecer , q u e , em quanto m e u , pertence a Vo¡J[a Adigejlade de j u r e } porque os i5A 4 onarca¡ Soberanos ¡ao Senhores ^ e tem dominio nos bens dos V asallos, tes termos mais parece que reBitúo , do que dedico i porque ijlo he mais rejlituifrao , gue obfequio. Déos gu ard ea ^ ea m ^ ejjo a M ageílade por annos 3 \(jJiorior, ». . ■j como como todos os feus fiéis Vaffaüos defejao i e continuamente o pede ao mejmo Senhor ejle entre os M enores o mais minimo^ J* ; ^ # P T '■••^ '" • V - ^ '.^ ; v ■■■■■■. ■ ' •“ ;-V. ..' ?r.. ‘ ^i - -»‘-.«v -r.'- ,3 jr ., . ••i. - ’ it • /. . Ì : ■.*r ■Kti. . '■ '"i' ti f ' :tk\- Ä' •• LICENqAS. Do Santo Officio. Cenfura do M . R , P. M. Fr. Thimotheùàa Conceìqao, Keìigìofo no Convento de Santo Antonio dos Capachos, Qmìificadcr do . Santo Officio y EM IN .^^% E R E V E R . « ° S E N H O R . Aó ja taò conhecidos no Orbe Literario os Efcritos do M . R . P. M* Fr. Antonio de San ta Anna , fillio da Santa Provincia daArrabida , E x-Leitor de Theologia , Qualificador do Santo Officio , Definidor adlual da Tua Provìncia &c. qua feria ociofo o e lo g iallo s, porque jà tem OS elogios na aceitagao de todo o mundo ; e me pa rece podia efte R . Author ter lium paíTaporte franco do Santo T rib u n al, para poder imprimir todos quantos para o futuro podeíle fazer , pois de hum homem taó douto , taó pio , e taó R el i g i o í o , naó fe pode efperar, que efcreva coufa contra a f é , ou bons coftumes* Efta Ora^ao F u nebre , que elle recitou , tal vez mais com lagri mas , que com vozes , no Real Convento de Mafr a , ñas Exequias faudofas do muy alto , e poderofo R e y o Senhor D. J o a ó o V . , he irmaa gemea dos muitos Serm óes, que tem prégado , e yhnpreíTb era varios Tomos j e por ilio naó pode S dei- deixar de ter a mefma natureza , que os outros. O s outros Sermóes faó fideliifimos, e dirigem as almas para os bons coftumes, e efta Oracaó naó he menos direftiva , e fideliflìma. Fideliifima , porque iiec apkem nec jota tem centra os D o g mas da noiTa Santa F é ; e direttiva dos bons cofturnes 5 porque perfuade nella aos Religiofos de fua Tanta Provincia a fé moftrarera agradecidos com OS fuffVagios aos grandes beneficios, que receberaó da grandeza daquelle piedoiìifimo R e y , a quem tiverao por Pay no amor , e de quem fe achaó orfaós. H e o agradecimento aos beneficios certamente virtude còntrapofta ao vicio da ingratidaó , de quem diiTe o Seneca , que em quatto coufas fe commettia efte abominavel vicio: em negar ter recebido o beneficio , em o difllmular para o nao agradecer , e de alguma forte o naó retribuir, e Senec.lìb. finalmente em totalmente delle fe efquecer : Ingra-' mfSp.i! beneficitm accìpi[]e fe negat, quod accepit : ingratus , qui diffimulat : ingratus ^ qui non re (idit : ììigratiffitnus oinninm , qui oblitus ejt. D e todos eííes quatro modos , porque fe conhece o vicio da ingratidao , quiz o R . Author , que fugiflem os feus R eligiofos , e em nome da fua Pro vincia faz nefta Ora^aó publico o feu agradecimento , porque naó nega ter recebido daquelle inclyto Monarca tantos beneficios; que Ihe fazia com o amor de P a y: Non negat , quod accepit\ naó os difíimuía ingratos , porque os confeffa agra decidos : Non dijjmmlat : naÓ deixa de pagar como p o d e , Icnaó em moeda corrente, que com o R e ligiofo Serafico naó profeíTa, ao m enos, como fó he proprietario dos a d os do feu entendimento \ com com eiles peftende fatisfazer, o que deve , podendo dizer com o Apoftolo S. Pedro : Jörgentum , aurum mn eß m ihi, quod autem habeo , hoctibido'. Redit ; em fim na6 he efquecido , por que bem letnbrado dos beneficios os faz públicos , para ferem por todos agradecidos : Non oblitus efl. E como tudo ifto fa6 virtudes, que nefta Oragao Fuiiebre fe achao , ou perfuadidas, ou exercitadas , -e lá fó em Mafra foraó publicadas , he jufto 5 que quanto citius fe publiquem tambem pelo prélo , e conhega o mundo todo , que a fanta provincia da Arrabida nao he ingrata, e o no me do Author feja mais applaudido. Eíte o meu p arecer, V . Eminencia mandará o que for fervi do. Lisboa 5 em o Convento de Santo Antonio dos Capuchos j aos 29 de A g o ílo de 1750. F r. Thítnotheo da Conceigaa, V lila a informagaó , póde-fe imprimir a Ora936 Fúnebre de que fe trata , e depois de impreffa tornará conferida para fe dar licenga , que corra, fem a qual naó correrá, L isboa, 27 de A gofto de 1750. Abreu^ ozo. Do Do Ordinario. o d e imprimir-fe a Oragaó Fúnebre de que trata a peti§a6 , e de pois de impreíla torne para fe dar licenga para correr. L is b o a , 30 de A g o fto de 1750. P D . y , Arcebifpo de hacedemmiia* D o Paço. Cenfura do M. R. P. M, Kodrigo de S â , Prepofito da Congregaqai do Oratorio , Qüaüfî* cader do Santo Officia , S E N H O R . Anda-me V . Mageftade ver a Oraçaô Fune bre , que nas Reais Exequias celebradas, pelos Religiofos da Santa Provincia da A rrab id a, no R e a ! Convento de Mafra á faudofa memoria do Sereniifimo , e Fideliffimo R e y o Senhor D . Joao o V . , recitou o P. M . Fr. A n tonio de S ^ t a Anna , digniifimo filho da mefma Provincia. H e efta a primeira O r a ç a ô ,q u e feo u vio a efte aflTumpto , e fegundo entendo, a priineira, que fahe à luz publica : e ella fó baflaria ( a naó fé imprimirem outras) para mitigar o j u l to M to fentimento ^ que occupa os cora^óes Portuguezes na perda de hum taó in c ly to , taó ainavel 5 e taó memoravel Monarca ; porque as heroi cas virtudes , em que elle fe exercitou , e que o A u th or elegantemente defcreve , nos daó o penhor m a isfeg u ro , de que paíTou do R e y n o temporal para o eterno , lenitivo o mais efficaz para mode rar a noíTa dor. Na6 me detenho nos louvoresdo A u th o r, porque os feus doutos geralmente applaudidos Eícritos , aos quaes he efta Oragaó em tudo parecida , faó feus melhores elogios. Só d ig o , para cumprir com o preceito de V . M ageftade, que em nada fe oppoem eíta Funebre Ora^aó ao fervido de voíTa Mageftade , ou regalias deíla Monarquia ; pelo que a ju lg o digna da licenza para fe dar ao prélo* V . Mageftade mandará o que fo r fervido. L isb o a , e Congrega^aó do Orato rio ^ em o primeiro de Setembro de 1750. ’ Rodrigo^ de Sd. L^e fe poíla imprimir, viftas as licengas d o Santo O fficio, e Ordinario ; e depois d eim preQa tornará á Mefa para fe con ferir, tax a r , e dar licenga para que poíTa correr, fem a qual naó correrá. L isboa, o primeiro de Setem bro de 1750, Q Ataide\ V is de Carvalho. Almeida. Caftro^ ,C : Vrí|r''>fó?2 .' síw - i .•V • .^!'■/' ;>y-* -•••-•■ '^V' H-^rtítt^^->vV }^í- ^V- t^l: -i .r -' . r' ' . =■/ ■ '. j ^^lí ^^'■^; •,íí^-;^..^lí^tívï^;:i5^■ìV■V>V^^ ■.., y,^;iti'-‘:‘ ,.;■ ‘/i’ '-lt y ■ - vT*. ,‘:í. ■ '■\.‘ ■;:■'>■? . ■''■■f;:K :'^r^..-'- -.'i S '- 'í '.-..‘xi'r'.-V. ••.^^'•''••^i’.^-5 >'+■ ■ /’; ;:í., ' .' ;'/'- '. ? . ■ ': .‘5‘ • ^ - * i 'r- '. f'i-”/ '■ , V >■■ y/-r ■ ;:.v .--' ■ ' ■ :'í^i ' • » ■ - < • > : : • .-.V . .■ /jíÍTcVlli.' ■ ...^-'/íHtrtl - ■i^'Vvfii’.'f^- V-.,.' ■'■■¡■A, ‘ ■ ‘ ■ ' ■^i;.‘‘'-'i'í^:'^'' ■ ^ - % E C O % T > A % E D O M lü ^ E ., quid acciderit nohis ... T ’iipilli faEli Jummus abjque ^ a tre. Ex Orat. Jerem. in lib. Thren. cap. y. U e he iilo , que te fuccede, ó R eyn o de Portugal ? Que íufto te accómete, ó R eyno con fiante, e firme? Mas ay! E q u e fentimentos taó extraordinarios faó eftes, com que t e d i v i f o , ó fanta Provincia da Arrabida , minha muito amada, prezada, e querida M a y ? Fia da lingua a narragaó do p e za r, que te op- «ayoi, prime o cora^aó ; porque fe huma grande pena transformou ao F ilofofo Secundo de eloquente em mudo ; tambem hum exceíTivo pezar deu vozes a gsius hum filho d e C r e z o , fendo mudo. Porém fufpende-te, e naó digas, ó Provincia fanta! Emmude- A-tic c e , e naó falles, ó R e yn o fideliííimo ! Porque me parece que o Profeta Jeremías bailará nefta hora para expreílar o motivo de taÓ excefliva dor ; pois ■que na C o rte de Jerufalém , e entre o Povo ífr'aelit ic o , regiílrou com os olhos, e proferio com palavraso mefmo , que agora lamentas. Achava-fe Jeremías em Jerufalém , M etropoli d o R e y n o d e J u d é a , e C o rte do P ovo líraelytico, e fahindo a publico converteo feus olhos em duas fontes perennes de lagrim as, cryílallino fangue do coragaó , que aífim Ihes chamou S. Gregoriio A . Niíle- Q s. Greg. NiíTeno ; Vulnertm anim£tamquam [anpiis lacry^ Niflen. . Q peito fe desfazia em folucos : e o cors o i at. m ! . ^ , 3 t! inner, gao fc partii com a inagoa; e pondo os olhos no Piatii, C e o ^ exhalando a boca ruff)iros, affim em nome daquella C o r te , e de todo aquelle P o vo fe qiieixou ao mefmo Deos : in perpetunm obltvifceris nojiri ? DereJinques nos in hngitudinem dterum ? C o m o he p o fljve l, meu Dcos , e meu S en h o r, que V O S moflreis tao efquecidoide nos ? Por ventura que réis dilatarnos os prazos da vida para mais , e mais experimentarmos taó grande ruina? O lh ay que já fe acabou a alegria de noíTo coracaó: D efedi gaudmm cordis nojiri. Já eíle noíTo C o ro , que com os feus fonoros cánticos nos fervia de a liv io , e caufava a todos edifíca^aó, e aíTombro, eílá transformado em triftes lamentacóes; Ferfus eji in luctmn 'chorus m ftér. C abio, Senhor, por terra a preciofa, e riquifíima coroa da noífa cabera: Cecidit corona capitis iioftri. P o r cuja caufa eftá o noíTo coragaó todo preoccupado da mayor triíleza , e os noflos olhos fe vem quebrantados com a profuzaó das lagrimas ; porque defappareceo deíla C o rte o grande monte de Siaó : Propterea m£¡iim f a 6 íum eft cor nofirum ; ideo contenebrati funt oculi noflri : propter ?nontem Sion , qtiia difperiit. Mas ay ! que toda eíla fatalidad de teve a íua origem ñas noíias culpas: Vsnobis^ qtíia peccavimus. Porém , piedoíiHÍmo Sen h or, e Pay de infinita mifericordia , fe por eíla caufa eílais irado contra efte miferavel Povo Iratus es contra 710S vehementer \ convertey-nos para v o s : Converte fios a d te. Compadecey-vos da noíFa miferia , e lembray-vos da noíTa orfandade ; porque na realidade de eilamos filhos orfaôs fem Pay : Recordare mine , quid acciderit nobis ... Pupilli fa â îi fum us abfqtie Patre. Eftas foraó as fentidas v o ze s, que articulou Je remías eiTi nome daquella C o r t e , e daquelle P o v o , concluindo, e pedìndo a Deos , que le compadeceile de tanta miferia ! Mas quem nàó dirà , fe laaçar OS olhos daconfideraçaô por efte R e yn o de Por tugal , e attender para efta-fanta Provincia, ferem OS motivos da dor em tudo idénticos ¡ O ra notera. Tod a a canfa , porque Jeremías articulava aquelles térnos fufpiros , e proferia aquellas la? mentaçôes triftes, era porque a cruel Parca tinha cortado OS fios damelhor vida ao feufoberano , e inclyto Monarca Joiìas. Aquelle fideliflìrao R e y , que imperava naquelle Povo , que entre todas as Naçoes dò mundo era o Povo efcolhido de Deos, Aquelle grande Heróe , que nas materias da RelLg i a ó , e culto publico do verdadeÌro D e o s , naó fó fe moftrou o mais empenhado , mas chegou o feu exceiio a conftituillo priraeiro fem fegundo ; Simi- a Reg, cap . 2». lis illi non fid i ante eum R ex , qui reverteretur ad V. tí.* Dominum in omni corde fu o , in tota anima fu a , ¿7^ in univerfa virtute fu a ju xta omneni legetn M.oy~ f i : neque pofi eum furrexit fimilts illi. Elle foy , o que demolindo todos os altares dos Id o lo s , e cor tando , e reduzíndo a cínzas todas as arvores dos oofques circumvífinhos aos templos profanos, levantou Aras fagradas, para nellas fe ofFerecerera vitbimas , e holocauftos ao verdadeiro Deos, E lle foy finalmente aquelle pío M on arca, que fendo Se nhor foberano , punha de p a r te , íem ultraje,as A ii fobe- foberanías da M agedade, e fó tnoftrava fazer tim bre das caricias de verdadeiro Pay ; o que reconlieciaó tanto os Vaffallos , que por iíTo na fupplica , que Jeremias fazia a D é o s , affirmava , que aquelle fentido, e anguftiado Povo eftava orfaó fem Pay; 'ß.yxiMz. pupilli fa d í 'tjtimus abÇque Paire. Hoc dicit^quia Regem amiferunt. DiíTe o Cardeal H u g o , e tamBíbl.maK. bem^o Author da Biblia maxima : Quia rege carefmis , quem loco Patris habebamus. E ppr termos ainda mais claros o expreffbu o douto Maldonado : Maldon. Orbati jumus Rege Jofia\ Rex enim Reipublic^e ^ ùp“Ìtói, Patria eß Pater. Mas fe efte fo y o m otivo , que teve Jeremias para a expreiTaó do feu fentim ento, o mefmo o c corre nefta hora para nianifeftar tanta màgoa ; por que faó taó idénticos os fucceíTos, que fendo na realidade d o u s , naó parece fenaó que o primeiro f o y com o profecía do fegundo. E fe naó vejaó. Era Joíias o R e y daquelle Povo , que entré todas as Naçocs do mundo fo y efcolhido para Pomimofo de D éos : Ero vobis Deus , vos eritis tnihi popuhis. Era o noíTo inclyto Monarca aquelle Soberano , que imperava: em hum P o vo ^ que o. mefmo C hrifto nos campos de Ouriqueef^ Eit tefla- colheo para P o vo feu ; Vola inte in f emine tuo ror^ugai. mihi flabilire'^ regmm fide purum^ pie-diieñmn. Era Jofias aq u elle, que na obfervancia da R eligìaó fe moílrára o mais empenhado , deftruindo íd o lo s, e confagrando Altares à Divina Mageftade. E quem mais exceíRvo ñas materias da R e lig ia ó , e culto do verdeiro D éos, do que o noíío inclyto Soberana? Contem plem o> feu incanfavd zelo m s Exequias JelRey D. Joao V . y zelo na mayor veneragaó do Auguftiilìmo Sacra mento ; o feu grande defvélo para com os T em plos , já fundando liuns , reedificando outros, e enriquecendo a todos cOm preciofas alfayas; jà erigindo A lt a r e s , econfagrando Aras para os Sa crificios; e já finalmente augmentando o numero dos Bifpados, e tudo para que mais , e mais fe multiplicaiTem os Divinos louvores. Finalmente era Jofias aquelle R e y t a ó - p io , e taó amante dos feus Vailallos , que mais os regia com os aiFe£tos de Pay, do que com as ibberanias de R e y . E quem poderà negar no Sereniifimo, e Fideliííimo Senhor R e y D. Joaó V . eñes mefmos effeitos, fe coni atten^aó confiderar as accóes pras, que obrou , em quanto vivo. Parece-me que em tudo fe germanaó eftes dous . efpeciofifiìmos Monarcas em quanto vivo s; e que fe fegue agora , fenaó ferem tambem iguaes nos VaÌTallos os fentimentos da fua morte ? A ambos ef tes Principes cortou a tyranna Parca os vitaes alentos ; porque era indifpenfavel o deixarem de pagar à morte aquelle tributo da natureza humana : Statu- Ad hcì«-, tU7n eft hominibus jemelmori. L à fentio aquelle Po- v!2'7r v o taó amargamente o golpe , que rompeo a fua inàgoa em repetidas queixas, expreflando nellas o m otivo do feu fentimento. Experimenta agora ef te trifte , e defconfolado R e y n o a perda defta v i da : e que ha de fazer , fenaó huma publica demonftragaó da fua intani^ dor? Aflìm o eftà manifeftando todo o Povo , valendo fe das lagrimas pa•ra ferem embaixadoras da fua pena,: Mittmn lega.'-^ cypr, tos lacrymas\ jà que efta. por defmedida Ihe naó deixa articular palavras* Mas com efpecialidade ma- mayor o faz erta fanta Provincia da Arrabida, naó fó pela mayor obrigaçaô, com que fe confiderà ; mas ainda por fe reconhecer com mais propriedade naquelle P ovo retratada ; porque fe efte fe denominava IfraeHtico por fer oriundo de Jacob , a quem o mefmo Deos mudou o nome para o de Gen.Cflii. Ifrael : Nequaquam , ifjqu it , Ja c o b appellabìtur Z2,v. is. itmm , je d ljrael\ fendo Francifco meu ParxGir.d. dre hum expreffo retrato de-Jacob : O’ Patriar-^ s ’ p.%^. pauperum . . . quos cancellatis manibus, ut moFraHc. rkfìs Ja c o b , benediocijìi : bem fe fegue fermos nós por feus filhos verdadeiroslfraelitas ; logo por du plicada circunfiancia, ifto he por Portuguezes, e por filhos de Francifco verdadeiro Jacob , e Ifrael ■da L e y da G raça, com motivo mais relevante fóbe de ponto an o ííam d go a; porque nos falta a alegria do noiTb coraçaô ; porque cahio em terra a co rca preciofa da nofia cabeça ; e porque defappareceo da C o rte aquelle monte de Siaó fublim e, ex cel fo , e Tempre digno de toda a memoria o Sereniifimo R e y o Senhor D . Joaó o V . , por cuja falta os noííos olhos fe desfazem em lagrimas, e o c o raçaô eftala com a pena : Propterea mæflum fa^ 6 íum eji cor noftrum , ideo contenebrati fu n t acuii nojlri : propter montem ^ion^ quia difperiit\ por que na realidade eílainos como filhos fem Pay: Pu pilli fa â ii jumus abfque Patre. Filhos diíTe , e c o m r a z a ó : naó tanto porque o R e y , como diz M aldonado, he Pay da Patria , e da R epública: Rex efúm R.eipíiblic¿s, ^ Patriie €¡l Poter : pois iílo he huma razaó commua , e univeifaliííima para todos os R e y s j mas ílm porque o noíTo o noíTo foberano Monarca , que D eo s tem na fuá gloria , como píamente creyó , com muita efpecialidade foy Pay amaiitiífuno defta fanta Provincia. Ora efte ferá o fyftema defta funebre O raçao, co;ti cuja demonftraçaô fe conhecerá a evidente r_a5íaó , que tem os fílhos defta fanta Provincia para clamarem ao Geo , reprefentando a D e o s , que fe achaó fílhos orfaós fem Pay : Recordare Domine , quid ac ciderit nobis ... Pupillifa â liJumus ahfque Patre, §. I. llh os orfaôs fe intitulaó os R eligiofo s da fan ta Provincia da Arrabida pela morte do Sereniííim o, e Fideliííimo Senhor R e y D . Joaó V . ; Pupilli fû â îi fumus abfque Patre. Nem façaduvida intitularem-fe o rfa ó s, quando o texto expieffa pupillos ; porque fuppofto na rigorofa íignifícaçaô deftes nomes , pupillo feja aquelle, que ca rece de May ; e orfaó feja aquelle a quem falta o Pay , com tudo ^ diz o meu L yra , huma denominaçaô vulgarmente fe toma pela outra: Pupillus tyraiik. proprié e jl , qui caret matre : orphanus vero p atre , unu?n lamen frequenter accipitur pro alio. A ' lem de que aonde a noíla Vulgata tem : Ptipilli fa óf i fu mus: le outra verfaó : Ó rphainfaóíi fumus ^ velut mn habentes patrem. O rfa ó s, pois fe lamentaó na falta defte amantifllmo, e amabiliflimo Pay. Saó os Principes foberanos Pays dos feus Vaffallos. Efte he o feu proprio epitheto : Proprtnm epithetmn eli Principis'^ ut fit Pater, Por iifofoi. qua fi- quando os Senadores, e Confules Romanos fe intitulavaó Paires conjcripti : o Emperador fe chamava Pay da Patria. A o que quiz alludir V irgilio , quando diíle : I.ib. 9- Æneiad. V. 4^ 9. ------- Jmperiuniqtie Pater Romanus habebtt. E o mefmo affirmou Aufonio , fallando do grande Emperador Theodofio : Tu 7nodo te juffíjje Pater Romane memento, E Chryfantes intimava aos feusnaturaes, que nao havia diílincaó alguma entre hum bom Principe , e chryfan- Iium bom Pav : Etiam alias f e p é o viri animad, nihil inteTejJe inter Principem bonum , lib- Î- Patrem bonum. Sendo pois o epitheto de Pay taó proprio dos Soberanos; ninguem melhor defempenhou efte ti tulo , do que o noíTo SereniflÍmo Monarca ; e com efpecialidade grande para com os fílhos deftafanta Provincia. AÍTim o ha deconfeíTar , quem fo u b e r, o que coftuma obrar hum amante Pay a refpeito dos que reconhece por feus fílhos. D i z Berchorio , que todo o dcfvélo de hum Pay amante naó he outr o m a is , do que alimentar os fílhos: enfínallos , dando-lhes faulavéis con felh os, e incitando-os com o feu exemple para as obras virtuofas* que por iíTo fe intitula Pay , pois na realidade os apafcenta : Eerchor. Pater filium valde diltgit , ipfumque fo v e t , m itrit , verb.pa- ifjjjru ít , erudit. Et ideo Pater à pajcendo dici' tur y quia 5 ¡cilicet , filiipër Patrem pafcuntur, cor^ corporaJiter mitrimitur. E accrefcenta o doutliïïmo Sylveira , que o amor paternal naó fóffre viver re parado dos filhos 5 chegando a vencer todas as diiiìculdades, e a cortar por todos os impedimentos , que poderem impedirlhe o ailiftir com elles: Pa~ syiveir» ternàlis amor pro iHio omnes difficiihates Ju perat , Qfnnia impedhnenta riim pit , ut eis adhæreat , ab erj~ que non Jeparetur. D efórte que entre muitas, tres íaó acçôes eípecialiílimas, com que fe compro va o amcir patern o, a fa b er, alimentar os filhos, doutrinallos , e afliftir na fua companhia. Mas oh , e quem jiaó dirá, que o Sereniííímo Senhor R e y D . Joaó o V . foy amantiífimo Pay de todos os Religiofos da fanta Provincia da Arrabi da ! Digaó-no as continuas , e repetidas eím ólas, que todos os Conventos recebiaó por fua Real Uberalidade, que íó no breve efpaço de anno e meyo, pelos livros das receitas dos Syndicos dos C o n ven tos , pafláraó de dezafeis mil cruzados, fora ou tras m uitas, que fe receberaó em proprias efpecies. Sejaó teftemunhas authenticas deíla verdade todos os individuos deíle R eal Convento , a quem a fua Real gran deza, e nativa piedade, fu ften to u , aliinentou , veftio , e aífiftio com tudo o precifo para a fua confervaçao, naó por dias , ou mezes, mas íim pelo decurfo de tantos annos. E à vifta difto bem fe v é , o como por efta acçaô, e por efte be neficio , dignamente merece o titulo de Pay. Querendo S. Paulo dar a conhecer aos Hebreos as grandes excellencias de M o y f é s , entre muitas , que re fe re , d iz ,q u e c h e g o u a d e fp re za r a C o ro a do E g y p to 3 negando fer filho da Princeza, . B íilha AdHebr. fiUia do R e y Faraó : Negavit fe effe filium fili ¿e II. pharaonis. ConfeiTo , que foy grande a refoluçaô , e rara a virtude de M o yfés nafte cafo Î Pois he acçaô heroica renunciar huma c o r o a , e defprezar hum R e yn o . Tambem foy virtude grande fallar M oyfés verdade; porque tendo Oféas affirmado., que nao ofeás havia verdade na terra : Non eft enim veritas .. ,in terra\ excellencia grande, era que M oyfés a diíTefte. Porém eu no que reparo he em fuppór aquelle Po v o , a aíTantar comfigo , que a fua Princaza era máy de Moyfés , e que M o y fé s era feu fílho : pois he certo , que aífim Faraó , -como a íua filha , eraó G en tío s, e M oyfés era filho de Pays H e b re o s, co mo a mefma Princaza publicamanta o affirmou : E<oá. Infantihus Hebræorum eft hic. Pois lo g o como tinhaó para íi , e aftantavaó por certo , que a Princeza era fua m á y , e M oyfés era feu filho ? O ra o Proto-Martvr Santo Eftevaó naquelle altiiîînio A^o . Sermaó , que fez aos Judeos , apontou a caufa : Expofito autem illa ^ fuftulit eum filia Pharaoms , V. 11. nntrivit eum fihi in filium. F o y o cafo. Tinha o menino M oyfés íido lançado nascorrentes do N ilo p or caufa daquella cruel perfeguiçaô , que Faraó tinha movido contra o P o v o Ifraelitíco ; tomou-o por fua conta aquella Princeza , criou-o , e fuftentou o dentro no feu Palacio: e fo y o mefmo fuftentallo , ealimentallo pelo decurfo de tantos an nos , e dar-lhe habitaçaô no feu P a ç o , que alTentarem to d o s, que era merecedora do titulo de fua máy : Nutrivit eum fibi in filium negavit fe ejje fi- cap. lium filiíe Pharaonis. L o g o fe os Egypcios aíTentavaó, que a fua Prin- Princeza era máy de M oyfés , eque efte era feu fíIho ; porque ella o fuftentou , aliinentou , e o teve recólhído no feu Palacio ; experimentando os fiIhos deíla fanta Provincia o mefmo na Real bene ficencia do nofFo inclyto Monarca , porque naÓ teráó a maxima honra de fe intitularen! filhos íeus ? E porque naó logrará elle devidamente o titulo de feu Pay ? Anteá cu difiera , que com mayores re alces fe Ihe déve dar efta denominagaó mais pelos alimentar, do que ainda fe o foíTe, dando-lhes o íer da natureza. Contempla o Angelico D o u to r Santo Thomás a Chrifto bem noíTo , obrando duas Angulares fi nezas pelos hom en s, huma no Cenáculo , e outra no Calvario , e reconhecendo-as ambas finezas R e Apoc^ gias ; pois eraó eíFeitos de hum R e y Soberano : Rex cap. Regum , Dominus Dominantium : porque como R e y fe ofteiitou na C r u z : Je fu s Na%arenus Rex\ joancap; e como R e y o confefia ellen o Cenáculo : In hac iríenCa mvi Resis^ novum P aich a ,r novie le^is , Pha, ' P ' rr j rulem iu je vetus termtnat : amrma que a fineza do Cenacu- corpor. lo fora a mayor fineza : Miraculorum ah ipfo fa^ sA'hoL éíorum mammtim. E como póde ifto fer aíFun ? Se opufc.í?i no Cenáculo nos deu o C o r p o , e Sangue ; ifto tambem nos d eu , e deu por nós na Cruz. Pois fe os extremos faó iguaes na davida , como podem fer defiguaes na razaó da fineza ? Eu bem fey , que no Sacramento nos dá a vida : Qui manducat me , jpfe vivet propter me. Mas tambem he certo que v. ss,' Cant. na C ru z deu Chrifto ao mundo a vida ; Suh arbo- c..p. 8. re malo fujcítavi te. Jdefl^ commenta o doutiíli- W e l R Í O mo D e lR ío , animam fa b arbore malo Chrijius fu f- líc* ' B ii citavit , V. 1«. V. 5 . citúvit , dam mortumn in peccatis per fideni Cru cis vivificavit. AiTiin h,e : poréni na C ru z deii-nos a vida como P a y , proíiiziiido-nos à graça , e tirando-nos do nada da culpa : e no Sacramento dá-nos a vida , pondo-nos à fui meza e mìniftrando nos efte Divino Ìuftento das almas. N a C r u z foy Pay proJuzindo os filhos, dando Ihes o fer da graca : no Sacramento he Pay , fuílentando-os na vida da mefma graca. E fubio tanto de ponto na conílderaça6 do Angelico D o u to r efta Paternidade do ali mento , que em contrapoiîçaô da Paternidade, com que deu o fer, fó a ella reconhcceó pela mayor: Miraculorum ah ipjofacíortim maxinmm. Ora con firmemos mais o penfamento. Fatigado do catninho , e fequiofo mais da fatvaçaô das almas , do que da agua natural, íe alfentou Chrifto beni noífo junto ao poço de Sichar. C h eg o u lo go huma peccadora Samaritana , que vinha bufcar agua , e encontrando fe com a fonte da vida-eterna- Chrifto , que Iha promettia , duvidou Joan, ella di promelfa com eftas notíiveis palavras : Nunqtitdtu maior es patre noftro Ja c o b , qui dédît no bis puteamì A duvida eííá em efta mulher chamar a Jacob feu pay: Patre noftro Ja c o b ; pois he coufa aTentada entre os E xpofitorescom o doutiiììmo Sylveira , que os Samaritano» nao procediao dos Judeos , fenaó dos Aííyrios , e Gentios. Pois logo com o chama a Jacob feu Pay ? A efta duvida refponBug,hîc, ^ GarJeal Haq^o : Q¿úa beneficia Ja co b experti erant , cnjus terram , ^ habitationem jubintraverant. Tinha Jacob feito aquelle p o ç o , e os Samaritanos viviaô com o feu beneficio j e habitavaô na ñas Exequias delRey D . Joa^ V> 15 na fua terra, e no feu dom icilio; e por iflo Ihe cbamavaó P a y , e Pay de todos. Deforte que os AíTirios eraó os Pays dos Samaritanos, por Ihes darem o fer da natureza ; porém Jacob era feu Pay , por Ihes fazer aquelle univerfal beneficio da agua , que tam bem he alimento ; e por Ihes dar habitagaó, em que viviaó ; e por iíTo, por mayor excellencia , Ihe chamavaó Pay ; porque he mais Pay aquelle, que mul tiplica os beneficios no regalo , e n o f u í le n t o , do que aquelle , que dá os primeiros alentos da natureza. Ou^aó ao Silveira confirmar o peníamcnto : Ntílhís p 0 tí07^ijure Pater nuncupatur, qtiám Ule, à quo beneficia obtimmus. L o g o fe Santo Thomás , e tambem os Samaritaños afíentáraó , que aífim C hriílo , como Jacob , com mais razaó deviaó lograr as denominagoes de P a y , pelos beneficios , e alimentos, que miniílraraó , do que C hriílo pelo fer da gra^a , que produzio , e os Aífirios pelos alentos da natureza , que deraó , bem fe fegue , que mais logrou o nolTo So berano o titulo de Pay pelo fuflen ro, que nos d e u , e pela habitagaó , que nos fabricou , do que ainda fe nos communicara o fer de Pay pela natureza. Mas tambem claramente fe infere, que eftando m o r to , e defunto, que eílamos na realidade filhos orfans 1 fem o nolTo amantiífimo, e amabiliíTmio Pay : Pupilli fa ó íi fum us abfque Patre, ir. A Segunda a c ç a ô , em que fe conhece o amor de Pay , he em doutrinar os filhos ? naó fó com com a palavra, mas tambem com as obras, ec o m o exemple. A Julio Cefar acciamáraó os Romanos com a denominaçaô de Pay , e fe perguntarmos a Suetonioacaufa, dirá , que f o y , porque eíte Augiifto Principe os inflruia naó fó com as palavras, enÎÎnando-Ihes as acçôes moraes 5 e os exercicios bel licos ; mas tambem com as obras ; fendo elle o pri meiro , que fe punha na vanguarda dos Exercitos , fem que Ihe ferviiTe de embaraço , ou os ardores do suetoniLsSol, OU as inundaçoe's daschuvas: In agminenon- mmiquam m equo ^jæpius pedibus anîeibat capite deteâio ^Jeu Sol ^feu tmber effet. O mefmo titulo confeguio o Emperador O ttaó , como refere Corco;nei. uelio T a c lt o , por executar a mefma praxe : IÑec -, ciut corruptum Itixu iter , fe d lorica ferrea tifus ^ ante Jignapedefter ^horridus ^ incomptus. Qiiem deu a Eneas o epitheto de Pay para com os T r o y a n o s , fe naó o ajuntar elle , como diz V i r g i l i o , as obras com as palavras para exemplo d e lle s , fendo o primeiro , que punha em execuçao 5 o que Ihes perfuadia. vírf-n.üb. é.Æncid. Necmn Æneas opera imer taliaprimiis^ Hortatur Jocior , paribujque accingitur armis. Finalmente por efte motivo fo y venerado Mayoriano com o mefmo titulo , como efcreve Sidonio. sidon, ín in h o n o r. Mayoría- ----------------------------------- j¡c agmina mee E rig ís , exemploque kvas , prmujque labores Aggredcris quofcíimque jubes. Mas vas Exequias deíKey D . ]oa 1> V . ly Mas o h , e como eftá já inanifeftando-feefta excellente denoininaçaô ein o noíTo foberano M o narca ! Qual fo y o Prelado defta fanta Provincia , que chegaíTe a fallarihe , a quem elle naó recommendaífe com toda a eiBcacia a obfervancia da difciplina R e g u la r -, a guarda, e execuçaô das leys ; e a perfeiçaô do culto Divino ? Qual tby o R eligiofo fubdito , que tiveíFe a permiíTaó , e ventura de eftar a feus Reaes p é s, a quem naó perfuadiíTe a inodeftia Religiofa ; o defprezo do mundo; e os adiós de humildade ? Ifto em quanto as palavras ; e em quanto às obras , qual foy a hora Canonica do Officio D iv in o , a quedeixou de affiftir,quan do fe achava nefte feu Real Convento ? Sendo el le muitas vazes o primeiro ; porque prevenia o tem po , e na fua Real Tribuna efperava as horas com petentes. Qiie a¿lo de Communidade houve , ain da os mais particulares , a que naó affiftiíÍe? Pois que direy do exemple da mayor hum ildade, que nos deu? O h pafmo! O h aíTombro! N o d ia , em que cumpria feus feliciffimos annos , depois de ter confagrado, e dedicado efte Real Tem plo à D iv i na Mageftade debaixo'da tutela de Maria Santiffima com o titulo de NoíTa Senhora , e de Santo An tonio , chegou publicamente a fervir à meza a eftes pobres Menores : exemplo , e acçaÔ, que naÓ referem as hiftorias executada publicamente por en tro algum Monarca. Finalmente documentou-nos ñas obras de mifericordia , acompanhando com h u ma tocha a hum Religiofo defunto , até o fepultarem : e no mefmo Cemeterio pcrgunlou, aonde era a fepultura de o u tr o , de quem affirmou fer efpecial pecial a m ig o , e o co m p ro vo u , naó fó lan^andoIhe agua beata fobre o tumulo , mas tambem com as lagrimas, que fe Ihe viraó nos olhos ; imitando niilo a C h riflo para com Lazaro ; pois naó fó perjiian.ii. gunfou pela iua fepultura; Ui?i pojmfti eum} Naó iVirv.ii. fó Ihe chainou amigo : Lazarus amiciis nofter : mas tambem confirmou a amìzadecom as lagrimas ibid.v.jj. olhos: Lacrymattis eft JeJu s : de que inferiaó os circùnftantes o grande am or, q u elh e tiibid.v.ii. nha : Ecce qtmnodo amabat eum. O h amantiilimo Pay ! Muito , Senhor Soberano, e R e y Sereniifimo, muito perfuadiaó as voflas palavras ; porém os do cumentos , que nos déftes com as obras ; a doutrina, que nos poílilaftes' com as voíTas ac^óes , tinha tal efficacia, que podíamos dizercom mais razaÓ, do pim. in que Plinio : Flexibiles quamcumque in partem ducià Principe \ ^ titita dicam^ jequaces¡tmus\ cin. to.n. porque era doutrina mais relevante. Conheco que era doutrina puramente humana na execugaó 5 mas ella parecía Divina. Contemplando aiguns Expofitores naquella Eftrella dos Magos , affirmaraó , que era o Efpirito Santo , terceira PeíToa deíTa Trindade Beatifica , que apparecera naquella figura, afíim como viera íobre os Apoftolos em figura dechamma', e fobre & no Jordaó em apparencia de Pomba ; Fui[Je íic^' Spirittitn SanSíiim. E que íingularidade extraordi naria admiráraó nefta E ftrella, os que a julgaraó Pa^Tcr Divina? A ifto refponde S. Leaó Papa: Steliflis tamquafu lìngua c(slorum. V ir a ó ,q u e efta ¿han. Eílrella era prégadora do Meífias, e que perfuadia a todos-, que o bufcaíTem, e que o veneraílem. Con- feíTo feflo que a repofta do Santo Padre fnz aduvida mais eicura. E como podia aquella Eilrella dar voz e s , e prégar , naó fendo animada ? Mas oh , que ilm. deu vozes aquella Eftrella , e as maiseloquentes. Equaes foraó ? Eoraó os feus paiFos. Appareceo a Eftrella , e comegou a caminhar para o Prefepio. O que enfinava, e ra , o que praticava : os feus paiTos eraó as melhores v o z e s , com que per fuadia ; as fuas obras eraó as fuas paìavras. A h fim ? Pois doutrina , em que os paflos faÓ as v o z e s , e as obras faÓ as palavras , podera fer doutrina de huma pura creatura ; porém naó parece fenaó de huma PeiFoa D ivin a : FuìJfeSpiritnm Sanóimn. E fìe foy o co n ceito , que fe fez da Eftrella dos M agos , por ferem obras as fuas palavras. Naó he eiVe 5 o que eu formo das acgóes do noiTo Soberano Monarca \porque o reconhe^o puramente homem : mas fe aquella Eftrella era Eftrella R e a i , e demonftrativa de hum R e y : Hoc [ìgmim magni K e^ s eft : e* ecci. todas as ac^óes do SereniflÍmo Senhor R e y D , Joaó . o V . , foraó Reaès documentos, com que nos inftruio ; mas por iiio o devemos reconhecer por noffo Soberano Pay ; porque fe defmerece efte nome aquelle , que naó doutrina os filhos , ex oppofìto , ,naó fe deve negar efte titulo , a quem pelo contrasrio obra. Segue-fe efta conclufaó, provado o ante cedente. Eu o provo. Propoz Chrifto aquella parabola do iilho P ro digo , e he digno de grande reparo lo modo com que o D ivin o Meftre fe explicou: Homo quidam hahuit duos filios. Hum homem teve dous iìlhos. Pergunto ; efte homem naó era Pay ? He c e r to , G porV. il. porque tinha filh o s, e fillio he correlativo de Pay. Pois logo porque Ihe nega Chrifto o nome de P a y , e fó lh e dá o titulo de homem? Reparem n o q u e obrou eíle homem , ou no que deixou de obrar , econheceráó o myfterio. C h egou-fe a elle o fílho mais m o go , pedio-Ihe a fua legitim a, para defte modo viver à Tua vontade. E que fez o Pay. ? A tu do Ihe deferio , fem nem ainda com buma palavra o advertir, ou admoeftar. Ah firn ? Pois P a y , que defta forte falta ao filho com a doutrina , per ca o nome de P a y , e chame-fe fomente homem ; porque defmerece femelhante titulo, quem falta aos fííhos com a doutrina: Homo quidam habuit dU GS filins. L o g o fe o Pay do Prodigo perdeo o titulo de P a y por faltar ao filho com a doutrina , fegue-fe ex oppojito^ que pelos Angulares documentos , que em fua vida nos deu o Sereniifimo Senhor R e y D . J o a ó o V . 5 naó fó por palavra, mas tambem com as fuas Reaes acgóes, o devemos ore pleno decla mar noíTo amantiflimo , e amabiliflimo Pay. He verdade que hoje m orto, e defunto ; mas por iflo nos lamentamos filhos orfaós fem Pay : Pupilli fa - M i fumus abfque Patre. §. III. T erceira , e ultima acgaó , em que hum Pay moftra o grande amor , que tem aos fílhos, he o nao permittir feparar-fe delles: Paternalis A amor pro filio onmes difficultates fu perat ^ omnia impedí'^ impedimenta rnmpit , ut eis adbæreat, ab eifque mn feparetur. Proprieda^ie he do ain of, quando he excefîivo , naó foíFrer auíencías de quem ama. Avalia-fe por amor pequeño, o que confente feparaçaô de corpos ; porque o amor, que he perfeito de tal forte fe vivifica, e alegra com a companhia do feu o b je íb o , que apenas pode refpirar fem elle: Impatiens efl amor ^¡i generofus f î t , ut Caiiiî.* dileóíi fera t ahfentiam : nmwrque comprohattir, f i corporum JuJiineat Jeperationem \ nam perfeÓius ita dilecíi gaudet confortioj ut ûbfque ilio vioc poffit coi. i.*n! refpirare. E quando por alguma caufa fe vè obrigado a aufentar-fe , ainda que feja por breve efpaÇ 0 , padece niilo grande violencia. Affim o moftrou Chrifiro no H orto , que fendo-lhe precìzo o retiro de fèus Difcipulos para orar a feu Eterno P ay , por violencia o explicou o fagrado Chronifta : Ipje avuljtis ejl ab eis , quantum jaâius efl Luc.cap. lapidis. Qtiod eft quafl violenter , ^ invitus ex- cañlí.cic! ir ahi à focietate Difcipulorum. D iile o Caílüho. Bem eftava nefta maxima o noiTo inclyto M o narca ; pois o feu g o f t o , e o feu alivio era eftar ferapre na companhia deftes Menores pelo exceÌTo , com que os amava ; e quando pelas penfoens da Mageftade fe via obrigado ao retiro , naó deixava de experimentar nifto violencias. O h amor excefliv o ! Porém ainda occorre huma circunftancia , que fazrealçar, e fubir mais.de ponto efìe amor ; por que naó fó nosailiftio, e acompanhou , em quan to viv o ; mas chegou a expreilar , naó huma , mas multiplicadas vezes, que quería que o feu corpo foíTe fepultado neíle R eal Convento entre eftes C ii feus feus filhos menores. A t é aqui pedia chegar o exceffo ; porque efta expreÎÎÙiô he o final mais evi dente do mayor , e mais exceífivo amor. M o rto eftava Chrifto no monte C alvario , quando hum Soldado fobre cegó infoiente com hu ma lança Ihe abrió o lado ; e logo pela ferldabrotáraó duas fontes, huma de fan gue, outra de agua : Joan, w. Unus militum lancea latus ejus aperuit , conti7ÌUÒexivh Janguis , & aqua. S. Joaó Chryfoftomo inverte a ordem , dizendo , que primeiro fahio a agua, e depois o fangue ; tal v ez fundado, em que a agoa como mais liquida , correría primeiro 5,Joan, que o fangue, por efte fer mais craflo : Mortuo adhuc in Cruce pendenti, approxihom.. ad mavit m iles , latus lancea percujjît, exinde aqua ^ fanguis. Porém eu ju lgo , que nem por ilio fe oppoem o Santo D ou to r ao Evangelifta] porque efte fó fe occupou em narrar o c a f o , fem fe applicar a expreífar as prioridades das correntes. O certo he que todos os Santos Padres intitulao a efta ferida por demonftraçaô do am or, e do mais exceífivo amor: Vülnus amoris. Seja aíÍÍm : mas fe Chrifto*queria dar hum evi dente teftemunho do feu mayor amor para com os homens por efta ferida, parecia-me que p e lh o r confegiiia efte fim , fe a recebeíTe, em quanto v i v o , e nao depois de m o rto , porque entaó fentia G golpe , e confecutivamente merecia com aquel la cruel ferida. C o m o pois guarda para d ep o is'de morto , o abrirem-lhe o lado ? Cada hum poderá dèfcobrir razao fegundo o feu difcurfo ; porém eu accommodo-me agora com huma , que dá o dou- doutiflimo C aílilh o conforme ao meu intento. Notein. Aquella a g u a , diz Caftilho , que eílava no peito de Chriílo , era figura dos hornens , que ñas aguas fe retratao , como afiirma S. Joaó no feu Apocalypfe : Aqti£ , quas vidijii . . . popuH fu n t , Apoc. gentes ^ lingu£\ e de hornens recolhidos no *7. clauílro de feu facrofanto peito. Se o lado fe abriffe 5 em quanto Chrifto eftava vivo , neceft*aria4uen* te fahiria a agua, e darfehia te m p o , em que ef te Senhor eftaria apartado dos hornens : para que aífim naó foíTe, naó permittio o lado a b e rto , ein quanto vivo ; porque nem ainda por figura quería deixar de aífiftir com os homens , a cjuem com ex tremo amava: Cum ergo aqu£ illa tntra peÓíoris caflii.«- Còr/Jìi claujirum ccntinerentur incluf'a ^ per 54. homines dejignatitur \ fian permtjtt lateris percufJionern adhuc vivens , ne aperto latere defluerent aqu'S , in quibiis Conventus hominum dejlgnabatur, veritus adhuc in typo ab hominibus feparari. Tan to enim ardore erga nosflagrabat , ut vel typica^n, obumbratam fugeret abfentiam. N aó ha mais dizer. Admitto a razaó de GaftilIho: porém ainda duvido. Se naó confentio efte apartamento, em quanto vivo , corno o permittio depois de morto ; pois he certo que fe abrio o laiio , e correo a agua fobre a terra ? Mas oh , que ahi he que eftá o contraponto da fineza ^ e o mayor exceiTo do amor ! Sabia muito bem Chrifto , que a fua alma Santiifìma havia de defceraos In fern o s, que eraó nas entranhas da terra : fabia tambem, que o feu facrofanto corpo hiiviadefer fe- Mattii. fepultado no cora^ao deiTa terra : Stcut em m fuit in ventre ceti tribus diebus ^ tribus noéiiòus ; Jìc erit filius hominis in corde terr¿e. E que fez nefte cafo ? D ifpoz , que a ferida foiTe depois de morto , para que correndo a agua fobre a terra , adiaiTe nella o feu corpo a companhia dos homens , para que entendeiTem to d o s , que fe em quanto vivo todo o feu difvélo era afllitir combos homens , que por iiFo os tinha claufurados no Reai palacio de feu peito ; depois de morto nnóqueria, que o feu corpo efìiveife apartado deU les. O lugar he taó fuperficial, e claro , que to da a accommoda^aó ferá rep etir; pois (fallando com a proporgaó devida ) faó eftas ac^óes demonftrativas do amor exceflivo de dous Monarcas : C hrifto verdadeiro R e y , e Senhor: JeJu sN a z a renus Rex\ naó querendo apartar de fi os homens, em quanto vivo ; e querendo eftar na fua companliia depois de morto na fepultura : o Sereniflimo Senhor R e y D . JoaÓ o V . , afiiftindo a eftes pobres claulurados no feu R e ai Palacio , em quan to v iv o ; e expreÌTando repetidas vezes a vontade de o feu Reai corpo os acompanhar depois de mor to. Os homens tiveraó a ventura de lograr huma, e outra aflìft-encia ; eftes pobres Menores naó confeguiraó o_ total^ complemento daquelle Reai de« fejo ; porque occorreraó, juftiiTimas caufas , que obvmraó a fuá execu^aó. Mas f^ eftas demonftra^oes de aillftencia faó ac^óes proprias de hum amor paterno , corno fe poderi negar femelhante epitheto a efte amantiffimo, e amabiliifimo R e y ? Po- Porém como eftá morto , fentidos devemos pu blicar, que citamos filhos orfaós fem Pay; Pupilli fa é íi Jumus abfque Patre. Tem os vifto , qiiaes fejaó as acgoens , que conñitiiem a hum fugeito verdadeiramente P a y , e juntamente o como as executouonoíToSerenifíim o , e Fideliffimo R e y o Senhor D. J o a ó o V . , para com eftes menores filhos da fanta Provincia da Arrabida ; caufa , porque lamentando a fua fal ta , fe reconhecem , e deploraó filhos orfaós fem o feu amantifíimo , e amabiliílimo Pay. Porém oh Provincia fanta , e oh filhos do Serafim chagado ! fuavizay por agora o voíFo fentimento : enxugay as lagrimas ; e fomente perfevére ém vos a faudnde na memoria. Nefta noíTa grande afiiccaó recorremos a Deos pelo rem edio, expondo-lhea cau-a da nofía dor: Recordare Domine quid acci' derit iiobis . . . Pupilli fa B i fumus abfque Patre. Pois efte S en h o r, como Pay de mifericordia nos acode com o alivio para a nofla m ag o a , e' com o remedio para a noíTa orfandade, -dizendo-nos no livro do Ecclefiaftico eftas palavras : Mortuns eft Pater ejus , ^ qnajt mn eft m07'tíius : Jímile^n enim fibt reliquit poft fe. He verdade oh Efpiritos Seráficos ! He verdadé que vos faltou hum Pay amantiulmo ; porém ahí tendes outro a elle em tudo femelhante: ou ahí tendes o mefmo Pay reproduzldo 110 fílho , naó fó na heran^a tem p oral, mas tambem nos coftumes, e ac^Óes de m.ifericordia , e piedade ; Qtiajt mn eft mortuus , qtáa quo- Lyrahíc» dammodo remanet in filio , non folum in tempora li b¿ereditaie, Jed etiam in moribtis \ diíTe o meu Ly- 24 Oragat Fiinelre ra. D ay pois tregoas ao fentim ento, e occiipay. vos fóniente nas demonfìracóes de agradecidos com a repetigaó dos fuffragios. E para que fe conhega eternamente a voiTa gratidaó , eni primei. re lugar collocay aos Reaes pés do noilo amantiilìmo 5 e amabiliflimo Pay cada hum de vós o feu cora^aó .todo abrazado em chammas, e com ella letra gravada ; Amor hos accendit amores \ o amor , que fempre nos teve em vida eftá d e fa fìando eftes obfequios , e rendidos affe£ì:os depois de fua morte. Em fegundo lugar empenhaivos pa ra com Deos por meyo de oracó es, e rogativas, para que fe digne , que a fua alma no palacio da gloria Reqtitefcat in pace. Em te rceiro , e ultimo lugar para que fiquem em eterna lembranga na pofteridade fuas Reais acgóes confagray à fua me moria efte laconico, e lugubre Epicedio. EPICEDIUM. Orsfe r a , mors m qtíam , mors impía , fnorsque fe v e r a , In terris unqnmn peius es au fa nefas. * Ouifu er at concefjafo in s , Cui vita fuperfies , Huic jcelerata noces, celerata necas ? Cui filera î regalis honor ^ nomenque ,Joa n 7Ùs ^ media tollis , maitts adorf a fcelus ? Exemplar Regum ^ Lyfia dectis arripls ingens^ tibi cau fa , nefas ijlud ut auja fo res ? H ic M Hicpatri¿e Pater alter e r a t , dzmifceptra vibravit , Et fuerat populi commoditatis amatis. Ingemofu erat folers , ¿r corde benignus \ Sontibus iratus , fupplicibufque pius. Flagrovit wagm ver£ pietatis amore ; Optavit templis addere grande decus, Ejus firmavit ftabilem prudentia pacem \ Dumpax Europa fini bus exul erat. Canobii Pater Ule fu ti ^fundator <¡^ hu.jusl Hoc aluit cunéiis , queis er at illude gens. Innúmeras exhaußt opes, non a ris avarus : Non fervavit opes , ut fabricar et opus. A d noßros nimis illefu os exhaufit amores : In fibris idem nofmet habebat amans. In corde immenfos amor bos accendit amores : Naßer enimfu erat fau tor , amanfque Pater. Hoc ja tis infinuat tumuli cor fronte gravatum\ Indicai hoc nofirtim qtialis amator er at. Solvere tarn grändern , F ratres , debetis amorem , Perpetuas UH centuplicate preces. Exorate Deum , fit ut ipfe piiffimus tili ; Sit pius bu ie , fu erat qui pietatis amans. Aft licet corpus mafta tumuletur in urna ^ Mens crepta filo ^jam manet ilia polo. FINIS. D ••’■Jï V y,i^ I'n, . ■ ■ ■' . ’ ' ^ ^ ' ■ ■ •'" »> >-»■•■■ 'X V . . ■ ' •. V.-*v ' V, ' . •- ■v y • • . ... Vyi,'-. ,j..; . -, \ . •' •• / tv- f -»'y- . ;.S: .y ' / -> ' / S ' » X.-d- 0/ o o ■. o (J /' yo' /< ÌL i; . >* 'V 1^ ' 'aVV - •l ■ ( ; Vi • ,a- - t / , •: .... ; :•:! Î..- • ; -• r-.-' •> '.Je o:*:. :■ :.•' o ^ '• í-'í“ '-' 'N ■ 'i -. • 'ti , •'*«v•y<<A'''r*« ■ >^- - __ V,/i> f-. • • 'V ' ü í ' ' .•■ S-ï^ /-V» > V .» Í,. ^.; fr- ,'i ;. m -fr
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