Estruturas de narrativas multimídia em tablets: uma

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Estruturas de narrativas multimídia em tablets: uma
ISSN 2179-4529 – ANAIS DO 4º SIMPÓSIO DE CIBERJORNALISMO
Estruturas de narrativas multimídia em tablets: uma análise de
três jornais em Pernambuco
Karolina de Almeida Calado1
Resumo:
o surgimento de dispositivos móveis, hoje meios de comunicação, também demanda novas
formas de contar histórias, no entanto, o que se percebe é que grande parte dos produtos
para plataformas como o tablet tem se resumido à transposição de conteúdos do jornal
impresso e da web, de forma não sincronizada, não respeitando a linguagem digital e as
características do jornalismo online. Desta forma, o problema abordado se refere à maneira
como algumas produções para tablets têm utilizado os recursos multimídia inerentes ao
meio digital. A análise se deu a partir de três reportagens, sendo cada uma pertencente aos
aplicativos do Diario de Pernambuco, do Jornal do Commercio de Pernambuco e do Brasil
247/Pernambuco. O estudo traz como resultado a evidência de conteúdos com estruturas
pouco multilineares, com poucas possibilidades multimidiáticas e problemas com as
características do jornalismo online. Tal resultado foi obtido com a observação e análise de
conteúdo, fragmentando as notícias a ponto de compreender suas estruturas narrativas, suas
lexias, o tipo de gênero jornalístico e seus principais recursos. A base teórica tecida para
fundamentar as discussões sustentou-se em torno de Barthes (2011), Bremond (2011),
Palacios e Díaz Noci (2007), Díaz Noci (2011), Suzana Barbosa (2013) e Barbosa e Seixas
(2011).
Palavras-chave: Narrativas multimídia. Tablet. Convergência. Jornalismo online.
1. Introdução
A preocupação com os formatos noticiosos para plataformas móveis tem sido cada
vez mais constante nas redações. Há uma corrida entre os veículos para ver quem sai na
1
Mestranda do programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco, com
bolsa Facepe. Pesquisa narrativas multimídia no tablet sob a orientação do professor Dr. José Afonso da Silva
Junior. E-mail: [email protected].
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CEP 79070‐900 * Campo Grande (MS) * www.ciberjor.ufms.br ‐ [email protected] frente e se desponta como empresa inovadora, além de questionamentos sobre como
desenvolver novos modelos de negócio para os dispositivos móveis e assim conseguir gerar
receita.
Mediante essas observações preliminares, este trabalho traz como objetivo geral
identificar formatos e recursos utilizados nas estruturas de narrativas nos aplicativos de três
veículos no tablet: Diario de Pernambuco, Jornal do Commercio de Pernambuco e jornal
Brasil 247/, em Pernambuco. Para tanto, buscou-se: categorizar os encadeamentos
narrativos com seus recursos multimídia, analisar as características da interatividade,
atualização contínua, hipertextualidade e multimidialidade, além de perceber as relações de
gêneros jornalísticos dos meios de comunicação tradicionais para as plataformas móveis.
De nível descritivo e com abordagem qualitativa, a pesquisa utilizou o instrumento
observação, no período de junho a agosto, de 2013, ao mesmo tempo em que aconteceu a
coleta do corpus e fragmentação do mesmo. A investigação se desenvolveu a fim de
entender como algumas produções jornalísticas para tablets, especificamente nos
aplicativos, têm utilizado os recursos online próprios.
As notícias no digital necessitam se apropriar dos recursos multimídia. Para
Pollyana Ferrari (2010), é importante que se faça uma narrativa no referido espaço,
respeitando as características dos meios e os aspectos das estruturas hipertextuais seja ela
linear ou multilinear (DÍAZ NOCI, 2011).
características
do
jornalismo
online:
a
Ainda, é relevante o uso adequado das
hipertextualidade,
a
multimidialidade
(SALAVERRIA, 2001, 2010), a interatividade (BARDOEL e DEUZE, 2000 apud
MIELNICZUK e PALACIOS, 2001, p. 2), a atualização contínua, a personalização
(MIELNICZUK e PALACIOS, 2001), a memória (1999 apud MIELNICZUK e
PALACIOS, 2001, p. 3) e, a mais recente, a tactilidade (PALACIOS e CUNHA, 2012).
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CEP 79070‐900 * Campo Grande (MS) * www.ciberjor.ufms.br ‐ [email protected] 2. Estruturas das narrativas multimídia
A narração de histórias faz parte da vida do ser humano. Segundo Barthes (2011,
p. 19), as narrativas são inúmeras no mundo, transcende os formatos das linguagens e são
compreendidas por indivíduos de grupos distintos. Segundo Bremond (2011, p. 116), elas
devem possuir encadeamentos lógicos capazes de dar coerência à história.
Ao encontro dessas concepções de narrativas estão as ideias sobre narrativas no
âmbito digital, diferenciando-se por seus novos formatos, que têm ao seu favor, a
hipertextualidade. Para Díaz Noci (2011), as narrativas hipertextuais possuem estruturas
lineares, arbóreas, reticulares e mistas (PALACIOS e DÍAZ NOCI, 2007), ou multilineares
paralelas (DÍAZ NOCI, 2011), as mais comuns no jornalismo são as lineares.
A estrutura da atividade hipertextual é aborda por Lucia Leão (2001) que apresenta
alguns conceitos desenvolvidos por Rosenberg, segundo o qual, pode-se entender tal
estrutura através de suas funções, sendo actema, episódio e sessão. A primeira possui três
características: de seguir um determinado link, a outra de ir para trás quando se quer
recuperar determinada informação ou desfazer alguma ação, além de característica que se
assemelha ao link disjuntivo, por meio do qual é possível se ter diante de si a tela de onde
partiu e a página clicada, desenvolvendo-se a ideia de simultaneidade. A segunda função é
o episódio, torna-se o histórico hipertextual das ações com as intenções do leitor. A terceira
se refere ao tempo em que gasta explorando os hipertextos (ROSENBERG apud LEÃO,
1996, p. 3).
Tais estruturas a partir da arquitetura da informação irão dar alternativas de
caminhos a serem percorridos pelo usuário no momento da construção da narrativa
jornalística. Vê-se, portanto, a importância dessa arquitetura que se compromete com “a) o
fluxo de informação, a hierarquia dos conteúdos dispostos em um produto no jornalismo
digital e b) o fluxo de navegação, as possibilidades de deslocamento entre os conteúdos, ou
seja, como o leitor poderia construir uma determinada narrativa” (SWINGEL, 2008, p. 100-
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CEP 79070‐900 * Campo Grande (MS) * www.ciberjor.ufms.br ‐ [email protected] 101). Essas múltiplas alternativas são possíveis graças à convergência de conteúdos a partir
da multimidialidade, que pode se apresentar de duas formas: por justaposição e integração.
A primeira diz respeito ao simples fato de o texto, a foto, o áudio, entre outros blocos de
informações virem lado a lado, permitindo que a leitura se apresente de forma multilinear.
Já a multimidialidade por integração une numa narrativa textual, elementos sonoros e
icônicos (SALAVERRIA, 2001, 2010).
Vinculada à multimidialidade está à hipertextualidade, desta forma, Pollyana
Ferrari (2010) elenca padrões básicos para a narração com essa última característica:
A história é um enigma que será descoberto com a participação do usuário; a
história é composta de sequências e argumentos alternativos; a história é
composta de diferentes versões; a história é um discurso que o usuário tem que
construir a partir de uma série de recursos fornecidos pelo autor. (FERRARI,
op.cit., p. 87)
Os termos hipertexto, hipermídia ou multimídia se referem à mesma coisa, Pierre
Lévy escolheu o termo hipertexto, que inclui vídeos, fotos, entre outros. Para Lucia Leão
(2001), "o hipertexto é um documento digital composto por diferentes blocos de
informações interconectadas. Essas informações são amarradas por meio de elos
associativos, os links" (leão, 2011, p. 27). Os blocos de informações, também chamados de
lexias podem ser vídeos, textos, fotos, áudio, ícones, etc. “Os links são, segundo Aarseth, as
figuras mais relevantes do hipertexto, que funcionam a nível sintático, posto que separam e
ordenam as unidades de informação, as lexias (AARSETH, 1997 apud PALACIOS e DÍAZ
NOCI, 2007).
Outras características do hipertexto foram citadas por Mielniczuk e Palacios no
artigo: "Considerações para um estudo sobre o formato da notícia na web: o link como
elemento paratextual". Elas foram apontadas e estudas por Landow (1997 apud
MIELNICZUK e PALACIOS, 2001, p. 4). Segundo Landow, as características se dividem
em: intertextualidade, que diz respeito às referências relacionadas a outros textos por meio
do link; a multivocalidade: relaciona-se tanto à construção da narrativa literária a partir de
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CEP 79070‐900 * Campo Grande (MS) * www.ciberjor.ufms.br ‐ [email protected] múltiplas vozes, quanto à colaboração de vários autores ao mesmo texto; descentralização:
a narrativa não possui um centro; rizoma: essa característica é uma metáfora que compara o
hipertexto à vegetação aquática, sem caule ou tronco. A estrutura do hipertexto é
ramificada, ao contrário de uma árvore, ela não possui hierarquia, ou seja, a narrativa pode
ser construída a partir de muitos inícios e muitos fins. A última é a intratextualidade que diz
respeito às ligações entre lexias no mesmo site ou sistema.
No jornalismo online, juntamente com a multimidialidade e a hipertextualidade
estão a interatividade e a personalização (BARDOEL e DEUZE, 2000 apud MIELNICZUK
e PALACIOS, 2001, p. 2), além da memória acrescentada por Palacios (1999 apud
MIELNICZUK e PALACIOS, 2001, p. 3), que se refere ao fato de ser possível o
armazenamento com a digitalização e a formação da base de dados na internet. Por
interatividade se compreende os vários processos interativos ou mesmo termo multiinterativos, visto que o usuário se relaciona com a máquina conectada à rede; com o a
publicação e com outras pessoas (LEMOS, 1997, MIELNICZUK, 1998 MIELNICZUK e
PALACIOS, 2001, p. 2). Já a personalização se refere aos produtos configurados de acordo
com os interesses dos usuários. Pode-se dizer que tal característica diz respeito ao fato de o
usuário decidir que caminho trilhar na narrativa (MIELNICZUK e PALACIOS, 2001). A
última característica é a tactilidade e diz respeito à tela touchscreen dos dispositivos
móveis, sendo, portanto, inerente a essas plataformas (PALACIOS e CUNHA, 2012).
Atualmente, no jornalismo digital em contexto móvel, João Canavilhas e Douglas
Cavallari de Santana (2011) definem seis principais características que os conteúdos para
plataformas móveis devem ter: acessibilidade; instantaneidade; multimidialidade;
hipertextualidade; interatividade e globalidade, que alude à capacidade de tornar fatos
globais.
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CEP 79070‐900 * Campo Grande (MS) * www.ciberjor.ufms.br ‐ [email protected] 2.1 O tablet e o novo contexto de consumo
Como produzir conteúdos para dispositivos móveis tem sido o centro de debate nas
principais redações do mundo inteiro diante do cenário de crise do jornal impresso, a
exemplo do fim da versão impressa do Jornal do Brasil, ou fim da versão impressa diária do
The Times Picayune2, de Nova Orleans, nos Estados Unidos, que anunciou em maio de
2012 que, a partir de agosto de 2012, só iria imprimir seu jornal três vezes por semana, por
conta do decrescente número de leitores. Outro fato preocupante é a constante migração de
leitores para o digital com a proliferação do acesso à internet, inclusive por meios móveis.
Em paralelo com as discussões de como gerar receita em um ambiente como a internet, no
qual a lógica predominante é a gratuidade, tem-se o desafio de conseguir audiência em um
contexto de zapping, em que os leitores abandonam suas leituras ou mudam de canal sem
nenhum tipo de “dor na consciência”, caso o conteúdo não esteja lhes agradando
(FERRARI, 2010).
Os consumidores, sejam eles imigrantes digitais, ou nativos digitais (JENKINS,
2009; SCOLARI, 2008) são capazes de consumir conteúdos em várias plataformas ao
mesmo tempo, além de divulgá-los em redes sociais. O que confirma cada vez mais a
necessidade de se ter produtos em sincronia sejam nos formatos crossmedia ou transmídia.
As novas plataformas vistas como verdadeiros meios de comunicação, os celulares e
os tablets, serão os principais meios de acesso à internet em 20203, conforme pesquisa
apontada por Fidalgo e Canavilhas (2009). Os conteúdos para o tablet precisam ser mais
bem explorados, levando em consideração as características do suporte e os hábitos do
usuário.
A noção de originalidade dos aplicativos é abordada por Suzana Barbosa (2013) que
2
Jornais acabam com versões diárias impressas. Disponível em: <
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/posts/view/jornais_acabam_com_versoes_diarias_impressas_e_a
postam_numa_nova_estrategia > Acesso em setembro de 2012.
3
Pesquisa: Internet Pew & American Life Project apud Fidalgo e Canavilhas, 2009.
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CEP 79070‐900 * Campo Grande (MS) * www.ciberjor.ufms.br ‐ [email protected] denomina produtos nativos como autóctones. Se ao contrário, não se tem um aplicativo
com conteúdos específicos elaborados para essas plataformas, tem-se, portanto,
transposição de conteúdos, seja da web ou do impresso, o resultado é o fenômeno
“shovelware” denominado por Fidalgo e Canavilhas (2009).
2.3 A questão dos gêneros e formas de enunciado
Para Ainara Larrondo, Luciana Mielniczuk e Suzana Barbosa (2008) a quarta
geração do jornalismo de base de dados subentende novos modelos narrativos respeitando
aspectos como a dinamicidade, a diversidade temática e gêneros mais adaptados. A
compreensão das autoras sobre os gêneros é que mesmo um formato estando em outras
plataformas, eles não deixam totalmente o seu modelo tradicional. As mesmas afirmam que
os gêneros no contexto digital não podem ser analisados como os gêneros tradicionais, mas
não se pode esquecer os estudos feitos dos gêneros nas plataformas analógicas. “O estudo
dos gêneros é um tema importante, pois no jornalismo digital é necessário considerar a
adaptação das técnicas de escrita tanto textual quanto audiovisual, agora em ambientes
digitais (LARRONDO, MIELNICZUK e BARBOSA, 2008, p. 7)”.
Para Suzana Barbosa e Lia Seixas (2011, p. 12), os gêneros em novos suportes
devem sofrer algumas adequações, pois um novo meio exige um formato adaptado. De
acordo com Fidalgo e Canavilhas (2009) é de extrema relevância que se produza conteúdos
se pensando na característica de cada meio, a exemplo do áudio no smartphone e do texto
no PC.
É preciso ressaltar que no meio digital há quatro tipos de gêneros existentes:
repetição, quando os gêneros são simplesmente reproduzidos; enriquecimento, quando há
complemento com recursos hipertextuais, mesmo estando no formato original; renovação, a
partir do momento em que há reconfiguração do gênero; e inovação, quando parte do
“novo”, ou seja, o processo é de criação (SALAVERÍA e CORES, 2005, p. 148-149 apud
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CEP 79070‐900 * Campo Grande (MS) * www.ciberjor.ufms.br ‐ [email protected] LARRONDO, MIELNICZUK e BARBOSA, 2008, p. 9).
De forma ampla, convém conceituar os gêneros a partir da ótica de Bakhtin
(2000), o qual percebia os gêneros do discurso como complementares, não estáticos e com
estilos meramente formatados. Para esse autor, os gêneros possuem estilos ou formatos
capazes de serem identificados ou caracterizados, mas eles são passíveis de serem
integrados ou complementados a partir da fusão de outros gêneros. De acordo com Bakhtin
(2000), os gêneros são sociais e a produção do enunciado em si, é exposta dentro de uma
determinada enunciação4, ou seja, de um contexto único. Bakhtin (2000) ainda
complementa dizendo que o locutor ao enunciar, está pensando no formato, na situação e
em como o destinatário pode reagir (BAKHTIN, op. cit., p. 325).
É por conta do destinatário que o enunciado acontece, e é por conta das singulares
e diversificadas maneiras de se comunicar com o destinatário que se tem a imensa
quantidade de gêneros do discurso (p. 325). A realização das relações ou associações de
sentido é percebível a partir das metáforas ou ícones no meio digital, quando a narrativa é
construída a partir dos cliques em ícones que se tornam reais e fazem parte da vida do
usuário, a ponto de se tornarem presente na vida das pessoas, sem ao menos, elas mesmas
se darem conta. Porque na comunicação humana, o estilo linguístico é o estilo do gênero, e
ambos estabelecem uma relação próxima com os locutores e destinatários (BAKHTIN,
2000, p. 312).
Os enunciados são concretizados a partir das relações humanas. Os locutores
lançam mão dos gêneros para adequar sua fala a situação. Eles são seletivos, eles
selecionam o estilo. Logo, todas as vezes que se produz algum tipo de enunciado, tem-se ali
um tipo de enquadramento e um tipo de gênero. Portanto, como a quantidade de
comunicações ou atividades humanas são infinitas, assim também é a variedade dos
discursos, a variedade dos gêneros (BAKHTIN, 2000, p. 279).
4
Para Brait e Melo (2005), o enunciado concreto acontece a partir do momento em que há uma situação
contextual, ou seja, uma enunciação, na qual o locutor fala ao interlocutor e há uma interação. (p. 62-78)
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CEP 79070‐900 * Campo Grande (MS) * www.ciberjor.ufms.br ‐ [email protected] 2.4 Convergência de conteúdos e convergência de narrativas
No atual modelo convergente é interessante pensar o formato de texto e seus
diálogos entre narrativas no espaço digital, não apenas do ponto de vista da convergência
de conteúdos, da multimídia, devido aos recursos da multimidialidade; mas a sincronia de
convergência de narrativas entre plataformas, a exemplo do PC, dispositivo móvel e TV
digital, seja crossmedia ou transmídia (GORDON, 2003; JENKINS, 2009).
3. Metodologia
A composição da análise se deu a partir observação dos aplicativos dos jornais
Diario de Pernambuco, Jornal do Comercio e do jornal Brasil 247, no intuito de coletar
informação suficiente para analisar os modelos de produtos para o tablet. Desta forma,
coletaram-se as matérias que eram manchetes da versão impressa dos jornais Diario de
Pernambuco e Jornal do Commercio, assim como a matéria de capa do Brasil
247/Pernambuco. Após essa etapa, verificaram-se os recursos utilizados.
Os dias foram escolhidos de forma aleatória, nos meses de junho, julho e agosto,
do corrente ano.
Em uma abordagem categórica, procurou-se examinar a apropriação das
características do jornalismo online por esses jornais, especificamente a hipertextualidade e
multimidialidade, além da atualização contínua para fins de comprovação da transposição
de conteúdo da web para os jornais Diario de Pernambuco e Jornal do Commercio.
Foram também categorizados os recursos multimídia. Quanto à versão impressa do
jornal digital, foi feita uma análise dos gêneros jornalísticos recorrentes em matérias de
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CEP 79070‐900 * Campo Grande (MS) * www.ciberjor.ufms.br ‐ [email protected] capa do jornal impresso. As particularidades desses dois primeiros jornais foram
comparadas às características do jornal Brasil 247.
4. Análise das estruturas narrativas dos jornais
4.1 Diario de Pernambuco
O jornal Diario de Pernambuco foi o primeiro jornal no Estado de Pernambuco a
desenvolver um aplicativo5 para o tablet, especificamente para o tablet da Apple, o iPad.
Em seu aplicativo se observa dois tipos de conteúdos, o primeiro é oriundo do jornal
impresso e é transportado para o aplicativo com alguns recursos, a exemplo de vídeos. O
segundo são notícias da web, do site do Diario de Pernambuco6. Ambos os formatos
narrativos são de estruturas axiais lineares, a ilustração desse modelo se pode visualizar na
figura 1.
Fonte: elaborada por Marcos Palacios e Javier Díaz Noci (2007, p. 71).
Figura 1: estrutura axial linear.
Sua estrutura narrativa é composta de forma estática e há problemas com a
hipertextualidade dentro da reportagem. Ao clicar em espaços da tela do tablet, durante a
5
O aplicativo pode ser baixado por meio da Apple Store.
Últimas notícias. Disponível em: < http://www.diariodepernambuco.com.br/ultimas/ultimas_noticias/ >
Acesso em 30 de julho de 2013.
6
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CEP 79070‐900 * Campo Grande (MS) * www.ciberjor.ufms.br ‐ [email protected] leitura da reportagem, o usuário é direcionado para duas matérias apenas, a principal e a
outra complementar, como se pode ver na figura 2.
O único recurso utilizado pela reportagem analisada são fotos, nela não há vídeos.
As fotos visualizadas na matéria se apresentam também de forma independente na galeria
de fotos.
Figura 2: reportagem analisada com apenas duas possibilidades de links.
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CEP 79070‐900 * Campo Grande (MS) * www.ciberjor.ufms.br ‐ [email protected] A maneira como se construiu a arquitetura da informação não se permite uma
narrativa multilinear. No entanto, destaca-se a multilinearidade a partir da barra inferior da
página, com possibilidade de acesso a outras páginas, editorias/cadernos, fatos, vídeos,
favoritos (matérias que são adicionadas como favoritas), últimas (últimas notícias) e início
(ícone que permite o leitor voltar para a página principal do aplicativo), de acordo com a
figura 3.
Figura 3: barra inferior da página com ícones “linkáveis”, acima dessa, há a visualização das editorias, pois
clicou-se na editoria cadernos.
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CEP 79070‐900 * Campo Grande (MS) * www.ciberjor.ufms.br ‐ [email protected] Na reportagem analisada há fotografia, gráfico e mapa, mas nenhum deles é
interativo. Ela possui as características de gênero jornalístico de outros meios, linha fina,
olho da matéria e seu formato é uma reportagem comum.
A única possibilidade de interatividade é a divulgação em redes sociais.
4.1.1 A atualização contínua
Ao longo do dia pôde se comprovar a característica da atualização contínua, por
meio das matérias localizadas no espaço “últimas”, conforme figura 4. Elas só possuem o
link de acesso à matéria em si, são estáticas e não possuem links. Essas notícias são as
mesmas da editoria últimas notícias do site, segunda a ilustração da figura 5.
Figura 4: espaço últimas notícias no aplicativo do Diario de Pernambuco.
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4.2 Jornal do Commercio
As narrativas no Jornal do Commercio são estruturadas de duas formas,
semelhante ao Diario de Pernambuco, utilizando conteúdos no impresso e da web, sendo
que naquele, os conteúdos que se sobressaem são os da web, enquanto que o do Diario de
Pernambuco, o maior destaque é para a edição digital do jornal impresso. A versão
impressa pode ser acessada por meio de um ícone denominado “edição digital” que leva o
leitor até o jornal em html5, na web. As estruturas são geralmente multilineares paralelas. O
modelo dessas estruturas pode ser visualizado na figura 6, assim como seu efetivo uso na
figura 7.
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Figura 6: estrutura multilinear paralela.
Figura 7: ilustração da estrutura multilinear paralela.
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CEP 79070‐900 * Campo Grande (MS) * www.ciberjor.ufms.br ‐ [email protected] Figura 8: Evidência de transposição do conteúdo da web do Jornal do Commercio.
Conforme se pode observar abaixo, na figura 9, as notícias da web, no aplicativo,
compõem estruturas narrativas e possuem recursos que complementam a informação, seja
foto ou vídeo. Faltando, porém, ícones de retorno. Essas informações são as mesmas do
site, disponibilizadas de maneira idêntica, como se percebe na figura 8.
Figura 9: tela do aplicativo do Jornal do Commercio com as notícias últimas.
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CEP 79070‐900 * Campo Grande (MS) * www.ciberjor.ufms.br ‐ [email protected] Mesmo oferecendo acesso a outras informações, essas são estáticas e, portanto,
configura-se um fato problemático em relação a característica da hipertextualidade.
Os gêneros permanecem os mesmos. Há a possibilidade de ler a matéria em outro
formato fora da página do jornal e se houver indicação de algum recurso multimídia, seja
foto, slideshow ou vídeo, é também possível à visualização. Essa matéria pode, inclusive,
ser adicionada como favorita.
4.3 Jornal Brasil 247/Pernambuco
As características do aplicativo do jornal Brasil 247/Pernambuco, criado
exclusivamente para o tablet, diferem-se minimamente em relação a outros produtos
oriundos de veículos tradicionais, segundo figura 10.
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CEP 79070‐900 * Campo Grande (MS) * www.ciberjor.ufms.br ‐ [email protected] Figura 10: tela com a manchete do Jornal 247 em Pernambuco.
Suas narrativas se estruturam nos seguintes formatos: axial linear e multilinear
paralela, como se vê na figura 11. Elas são construídas com poucos recursos multimídia,
diferenciando-se com a possibilidade de interatividade, pois nesse, é possível se comentar
as notícias e os comentários ficam expostos abaixo da matéria.
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CEP 79070‐900 * Campo Grande (MS) * www.ciberjor.ufms.br ‐ [email protected] Conclusão
Os resultados aqui encontrados mostram a existência de estruturas de narrativas
axiais lineares ou multilineares paralelas nos aplicativos dos jornais analisados. Portanto, há
um longo caminho a ser percorrido no que diz respeito à utilização de estruturas
multilineares, descentralizadas, reticulares e com menos hierarquia no meio digital. Porque
se identificou problemas com todas as características do jornalismo online: poucos links,
poucas associações e, assim, dificuldade de se construir uma narrativa multilinear. Existe
evidência de multimidialidade, apesar dos blocos estarem disponibilizados por
justaposição. A atualização contínua está presente em todos os aplicativos, mesmo sendo o
conteúdo da web. Apenas um veículo lança mão da interatividade, o jornal Brasil 247.
Percebe-se que há uma transposição de conteúdos do impresso e da web e,
portanto, a reprodução de gêneros jornalísticos, tal diagnóstico vai ao encontro de teorias já
formuladas por Fidalgo e Canavilhas (2009), além de Barbosa e Seixas (2011).
Para futuras pesquisas, indica-se a investigação dos reais motivos da transposição
de conteúdo e falta de investimento em relação à inovação de narrativas jornalísticas
convergentes, em aplicativos nativos, respeitando todas as características do jornalismo
online.
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