Irmãs baianas empreendem e viram símbolos de estética e

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Irmãs baianas empreendem e viram símbolos de estética e
Secretaria de Políticas para as Mulheres - Governo da Bahia -
Irmãs baianas empreendem e viram símbolos de estética e empoderamento
negro
Notícias
Postado em: 18/08/2016 10:30
Jovens de 29 e 25 anos desde a adolescência nas ruas de Salvador incentivavam outras garotas,
sobretudo meninas negras
Fonte: Ibahia.com
Não há uma pessoa que conheça Loo e Luma e não fique admirada com a beleza e capacidade
articuladora e empreendedora das irmãs Nascimento. Empoderadas, o que atualmente chamamos
de geração Tombamento, as jovens de 29 e 24 anos, respectivamente, já faziam desde a
adolescência nas ruas de Salvador, incentivando outras garotas, sobretudo meninas negras, a terem
a estética como instrumento político. “Achamos que essa admiração se deve ao nosso
posicionamento em relação às questões sociais e raciais que nos cercam. Fomos educadas de
forma consciente e isso com certeza se reflete na nossa personalidade e atuação na vida e nas
mídias sociais, que é onde alcançamos visibilidade”.
Há pouco mais de 5 anos, Loo começou a escrever em um blog pessoal, o Dresscoração, onde
compartilhava suas paixões sobre decoração e moda. A partir da página da iniciativa no Facebook,
atualmente com mais de 20 mil curtidas, o blog deu um “boom” e foi ganhando o corpo como projeto
de referências de comportamento e estilo. Em 2012, Loo se tornou empreendedora ao produzir
camisetas com frases de empoderamento feminino como, por exemplo, “Bonita & Eu Amo Meu
Cabelo”. “Hoje o projeto continua em conjunto com a marca de roupas que leva o mesmo nome e
trabalha a exaltação de estampas brasileiras com inspiração afrocentrada”, contou Loo que
atualmente mora em São Paulo, onde estudou Cool Hunting e Marketing e foi modelo durante seis
anos.
Recentemente Loo foi escolhida pelo Facebook para participar do #ElaFazHistória. “Fizeram o
convite logo depois eu ter sido uma das representantes da exposição #EstaÉaMinhaHistória do
Instagram. O objetivo é inspirar outras mulheres a acreditarem nos seus sonhos e empreenderem. É
importante poder ser uma das tantas mulheres negras que estão atuando e inspirando outras a se
auto conhecerem e acreditarem em si”, disse. A jovem que produziu a primeira edição do Mercado
Afro em São Paulo, está envolvida com os projetos pessoais @iloostre, de ilustrações e estamparia
e @LooProDoo, de produções fotográficas, além de fazer parte do grupo de influenciadores da Nike
Lab, selo da Nike para a linha sport fashion.
Já Luma, a mais nova, tem a irmã como inspiração, também é formadora de opinião e colaboradora
no Dresscoração, mas segue os próprios passos. Estuda Pedagogia na Universidade do Estado da
Bahia (UNEB) e também Direção de Arte, atua como Maker no Projeto Melissa MEXE, da marca de
calçados Melissa, integra o Grupo de Pesquisa Candaces, sobre gênero, raça, cultura e sociedade e
o Coletivo Winnie Mandela. A veia empreendedora com um olhar para as discussões interseccionais
de gênero e raça vem de berço. “Somos de uma família de empreendedores, nossos pais e tios
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sempre tiveram essa veia e acreditamos herdar isso”. Para quem não sabe, Loo e Luma são filhas
de Paulo Roberto, do Bloco Afro Os Negões. “Sem dúvidas a educação que recebemos tanto de
painho que é militante, quanto de mainha que é educadora, pincelou toda nossa personalidade e
trajetória de vida”, contou a futura pedagoga.
As coisas foram acontecendo naturalmente para as jovens criadas entre os bairros de Paripe, Boca
do Rio e Vasco da Gama. Neste ano faz um ano em que a empreitada de “viver de dress”
[dedicação exclusiva] começou e têm dados bons resultados de retorno financeiro e
reconhecimento. Além de Dresscoração e os projetos pessoais e paralelos de cada uma, as
soteropolitanas estão amadurecendo uma nova ideia: as #MulheresDaBráfrica. “O intuito é
evidenciar a existência e o protagonismo de mulheres negras brasileiras em seus diversos campos
de atuação”. Aguardemos para conferir e nos inspirar ainda mais.
*Midiã é jornalista e responsável pelo site Lista Negra, que conta histórias de vida de
empreendedores negros e escreve para o iBahia.com às quartas-feiras.
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