12 Olhar de Fotógrafos II Looking as Photographers II

Transcrição

12 Olhar de Fotógrafos II Looking as Photographers II
12
Pu blic a ç ões d a Fu n d a ç ão R obins on
INTERREG IIIA
cofinanciamento FEDER
Pu blic a ç ões d a Fu n d a ç ã o Robin son
Olhar de Fotógrafos II
Looking as Photographers II
ISSN
1646-7116
12
Publ i c a ç õ e s d a F u n d a ç ã o R o b i n s o n
Olhar de Fotógrafos II
Looking as Photographers II
12
Publicações da Fundação Robinson n.º 12
Robinson Foundation Publications no. 12
Olhar de Fotógrafos 2 Looking as Photographers 2
Portalegre, Dezembro de 2008 Portalegre, December 2008
Fundação Robinson
Robinson Foundation
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Council of Curators
José Fernando da Mata Cáceres (Presidente) (Chair),
António Fernando Biscainho, Carlos Melancia, Jaime Azedo,
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A correspondência relativa a colaboração,
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Publicações da Fundação Robinson
Robinson Foundation Publications
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Amélia Polónia, António Camões Gouveia, António Filipe Pimentel,
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Rui Cardoso Martins
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Editor
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David Hardisty (inglês) (english), Pedro Santa María de Abreu (espanhol)
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Ana Bicho, António Camões Gouveia, Jorge Maroco Alberto
Impressão
printed by
Gráfica Maiadouro
António Camões Gouveia
Administração das Publicações
Publications Administrator
Alexandra Carrilho Barata
Secretariado de Edição
Publication Secretary
Ana Bicho (Câmara Municipal de Portalegre) (Portalegre Town Hall)
dep. legal 264 028/07
issn 1646-7116
Na capa, fotografias de
Cover photographs by
Fernando Guerra, Glória Aguiam, Luís Leite Rio
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Viajar pela Fábrica Robinson
Travelling by the Robinson Factory
Viajar por la Fabrica Robinson
Presidente do Conselho de Curadores | Chair of The Council of Curators
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Fernando Guerra (1970-…)
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Glória Aguiam (1958-…)
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Luís Leite Rio (1956-…)
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Resumos e Palavras-chave
Abstracts and key-words
Resúmenes y palabras clave
Viajar pela Fábrica Robinson
Travelling by the Robinson Factory
José Fernando da Mata Cáceres
Presidente do Conselho de Curadores
chair of the council of curators
Publicações da Fundação Robinson 12, 2008, p. 4-5, ISSN 1646-7116
Observa o terreno. Estuda a envolvente. Fixa os pontos
de referência. Escolhe o alvo.
Como um caçador, leva a arma à cara. Aponta. Afina a
mira. Respira fundo… Dispara!
Em vez de “pum”, ouve-se “clique”.
Captura o momento. E, como se de uma espécie rara se
tratasse, guarda-o na galeria de troféus para mais tarde o
expor à vista de todos, revelando a sua perícia na arte de
caçar “instantâneos”…
Prende os instantes. Ensina a olhar, orientando os olhos
e os passos de quem vê para aquilo que alguém antes quis
mostrar.
Semeia perplexidade. Faz crescer o desassossego. Instala-se uma curiosidade crescente e que nos deixa a pensar
que há quem veja perto e quem veja mais longe… e há quem
veja para além do que é evidente: a beleza dos detalhes, a
grandiosidade de pequenos objectos, as nuances criadas por
jogos de luz e sombra…
O desafio é acordar para os pormenores que são imensos,
bem maiores do que se imagina, e deixar-se conduzir numa
viagem ao quotidiano da Fábrica Robinson, guiada pelos
olhares dos nossos ilustres fotógrafos.
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They study the ground. They check out the surroundings.
They establish their reference points. They choose their target.
Like a hunter, they put their weapon to their face. They point.
They focus the viewfinder. They breathe deeply… They Shoot!
Instead of a “pop”, a “click” is heard.
They capture the moment. And, as if it is a rare species,
they keep it in a trophy cabinet to exhibit to everyone at a
later stage, to show off their expertise in the art of hunting the
“instantaneous”…
They capture moments. They teach us to look, guiding the
eyes and steps of those who see that something which some
other person wished to show previously.
They sow perplexity. They make us feel increasingly ill-atease. They engender a growing curiosity that leaves us thinking
that there are those who are near-sighted and those who are farsighted... and those who see beyond the obvious: to the beauty
of details, the grandeur of small objects, nuances created by the
interplay of light and shadow…
The challenge is to awaken to those ever so large details,
greater that can be imagined, and to let oneself be led on a journey to the commonplace of the Robinson Factory, guided by the
gazes of our illustrious photographers.
Fernando Guerra
(1970-…)
Publicações da Fundação Robinson 12, 2008, p. 6-11, ISSN 1646-7116
A evolução recente daquilo a que podemos chamar “fotografia de arquitectura” tem sido um espelho eloquente das
relações que a sociedade contemporânea estabelece com a
produção arquitectónica.
Se olharmos esse espelho a partir do campo da arte, percebemos que, nunca como hoje, tantos criadores retrataram a
arquitectura enquanto objecto das contradições dessa sociedade, expondo-a de forma crítica e crua. Que dizer, por exemplo, da visão de fotógrafos como Andreas Gursky, Thomas
Ruff ou Axel Hütte?
É neste contexto que devemos situar o trabalho de Fernando Guerra, arquitecto e fotógrafo que, desde 1999, se vem
afirmando no panorama nacional, documentando a produção
arquitectónica portuguesa, e sobretudo a obra de uma nova
geração de criadores. O seu apuro fotográfico sedimentou-se
em sucessivas “reportagens” de viagem que, a partir de 1987,
tomaram como tema central a paisagem urbana do Oriente, e
sobretudo de Macau, cidade onde viveu alguns anos.
Disparando compulsivamente a sua reflex de 35 mm, sempre em punho, Fernando Guerra foi definindo um método
errante mas diligente de retratar ambientes, gentes e pormenores que acabaria por distingui-lo da postura mais tradicional de outros fotógrafos portugueses já consagrados nesta
área. Essa distinção estabeleceu-se não apenas na dimensão utilizada – raramente optando por câmaras de médio ou
grande formato – como também no modo de apropriação da
obra de arquitectura.
Assim, e enquanto outros estudam demoradamente os
melhores ângulos, Fernando Guerra “deixa-se perder” no
espaço, captando empiricamente essa descoberta irreflectida e inocente; enquanto outros instalam pacientemente as
suas câmaras sobre tripés à espera da melhor luz, Guerra procura, irrequieto, a incerteza do “instante” em que uma som7
The recent evolution of what we may call “photography of architecture” has provided an eloquent mirror on
the relations which contemporary society has established
with its architectural work.
If we look at this mirror from the field of art, we can
understand that, as never before, so many creators have
portrayed architecture as an object revealing the contradictions of its society by exposing it in a critical and crude
manner. What to say, for example, of the view of photographers such as Andreas Gursky, Thomas Ruff ou Axel
Hütte?
This is the context in which we should locate the work
of Fernando Guerra, architect and photographer who,
since 1999, has become a figure at the national level, documenting the work of Portuguese architecture, and above all
the work of a new generation of creators. His photographic
fine-tuning was based on successive travel “reports” which
he has made since 1987, with the central theme being the
urban landscape of the Orient and in particular Macau, the
city where he lived for a number of years.
Shooting off his 35 mm at will, always to hand, Fernando Guerra has honed a wandering but dilgent style of
portraying ambients, people and details to mark him out
from the more traditional position of other more established Portuguese photographers in this area. This distinction has been obtained not only by the scale he has
used – rarely opting for medium or large-sized cameras
– but also the way he has made the work of architecture
his own.
Thus, while others slavishly work out their best angles,
Fernando Guerra “lets himself be lost” in space, empirically
capturing this unreflected and innocent discovery; whilst
others patiently set up their cameras on their tripods and
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bra muda ou um vulto passa; enquanto outros retratam fria e
analiticamente o seu objecto em apenas duas ou três exposições, ele colecciona centenas de imagens que reedita depois,
enquanto síntese da sua “reportagem”. Uma postura demasiado “comercial” ou “artificial”, dirão uns; uma postura descomplexada, dizemos nós, que percebe o seu tempo e que
define inteligentemente o seu lugar nesse jogo contemporâneo entre arte e mercado, a que nos referimos antes.
Fernando Guerra conhece as regras da composição fotográfica, a importância da luz, o poder de um enquadramento;
isto é, compreende a fotografia como “ofício” artístico.
Nuno Grande
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wait for better light, Guerra restlessly looks for the uncertainty of the “moment” where a shadow changes or a figure
passes. A position which is too “commercial” or “artificial”
according to some; an uncomplicated position, we would
say, where he understands his time and what intelligently
defines his place in this contemporary game between art
and the market, to which we have already referred.
Fernando Guerra knows the rules of photographic
composition, the importance of light, the power of framing; that is, he understands photography as an artistic
“craft”.
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Fernando Guerra nasceu em 1970 em Lisboa.
Licenciou-se em arquitectura em 1993, tendo trabalhado durante
cinco anos em Macau como arquitecto (1994-99).
Entre 1999 e 2005 leccionou a cadeira de Projecto II no curso de
arquitectura da Arca-Euac (Escola Universitária das Artes de Coimbra) e a cadeira de Projecto II e Projecto III no curso de Design de
Equipamento da mesma escola.
Tem actualmente o atelier e estúdio FG+SG, em sociedade com o
seu irmão Sérgio Guerra, que é responsável por toda a produção das
reportagens fotográficas e com quem fundou em 2004 a editora FG+SG
Livros de Imagem. Os seus trabalhos são editados regularmente em
diversas publicações, tanto em Portugal como no estrangeiro, em revistas como Casabella, Dwell, Blueprint, Domus, A+U, Arquitectura Viva,
entre outras. O atelier colabora com diversos arquitectos Portugueses
como Álvaro Siza, Gonçalo Byrne, Manuel Salgado, Graça Dias e Egas
José Vieira, ARX Portugal, Promontório Arquitectos, Aires Mateus,
Carlos Castanheira, Belém Lima entre muitos outros.
O seu trabalho está representado em diversas colecções particulares e públicas.
O site www.ultimasreportagens.com tornou-se no ponto de partida para consultar a arquitectura contemporânea Portuguesa com
praticamente três centenas de reportagens online, bem como artigos
especiais e publicações. Com a nova loja online, FG+SG tornou acessível o acesso a imagens impressas em edições limitadas.
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Fernando Guerra was born in Lisbon in 1970.
He graduated in architecture in 1993 and worked for five years
as an architect in Macau (1994-99).
Between 1999 and 2005 he taught the subject Project II in
the architectural course at Arca-Euac (University School of Arts in
Coimbra) and the subject Project II and Project III in the course of
Equipment Design at the same school.
He presently runs the atelier and studio FG+SG in partnership
with his brother Sérgio Guerra who is responsible for producing the
photo reports and with whom he founded the publishing company
FG+SG Livros de Imagem in 2004. His work is regularly published
in various periodicals, both in Portugal and abroad, and magazines
such as Casabella, Dwell, Blueprint, Domus, A+U and Arquitectura
Viva. Their atelier works with various Portuguese architects such as
Álvaro Siza, Gonçalo Byrne, Manuel Salgado, Graça Dias and Egas
José Vieira, ARX Portugal, Promontório Arquitectos, Aires Mateus,
Carlos Castanheira, Belém Lima and many others.
His work is to be found in various private and public collections.
The site www.ultimasreportagens.com has become the starting
point for consulting contemporary Portuguese architecture and it
now has almost three hundred reports online, as well as specialist
articles and publications. The new online shop FG+SG has made it
possible to purchase limited edition printed copies of the images.
Glória Aguiam
(1958-…)
Publicações da Fundação Robinson 12, 2008, p. 12-17, ISSN 1646-7116
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Guiados pelas lentes mágicas da Aguia(m), somos levados
a observar pormenores tão intensos e genuínos quanto, à primeira vista, imperceptíveis.
As imagens ganham vida própria, causando um poderoso
impacto inesperado. Com atenção podemos interagir e conviver com imagens vivas e voluptuosas, ouvir e desfrutar a
sua doce musicalidade, sentir a harmonia entre todos os integrantes, percebendo um inquietante equilíbrio.
Fluímos por um brilhante jogo de luzes e sombras, pessoas e máquinas, rude e belo, vibrando do primeiro ao último
instante.
Entretanto, voltamos a olhar e continuamos a deliciar-nos
com a arte.
Por fim, lamentamos o fecho daquela Robinson. Felizmente, poderemos perpetuar os momentos genialmente
captados.
Guided by the magic lenses of Aguia(m)*, we are led to
observe details which are so intense and genuine as to be,
at first sight, imperceptible.
The images take on their own life and cause an unexpectedly powerful effect. If we pay attention we can interact and be with living and voluptuous images, and hear
and take in their sweet musicality, feel the harmony of
everything therein and discern a disturbing balance.
We flow through a brilliant game of lights and shadows, people and machines, simple and beautiful, which
vibrate from the first to the last moment.
Meanwhile we look again and further delight in
the art.
At the end, we feel sorry for the closure of that Robinson. Happily, we can perpetuate those moments which
have been so ingeniously captured.
Miguel Reis
*
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N.T. Or the magic eyes of the eagle – the name Aguiam is
almost the same as the Portuguese word for eagle – Águia.
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Nasceu em Lisboa no ano de 1958, mas sempre viveu no concelho de Cascais.
Dedica-se à fotografia desde 1997, como fotógrafa freelancer.
Fez os Cursos de Fotografia Profissional e de Fotografia Comercial na ETIC.
Tem realizado trabalhos fotográficos em diversas áreas, nomeadamente na área editorial, industrial, cultural e fotografia de interiores.
Trabalhou para clientes como a Radiotelevisão Portuguesa (fotografia de
cena da série “Conta-me como foi…”), Há Cultura – Criação e Produção
de Eventos Culturais, Herman Zap Produções (fotografia de cena para a
imprensa do programa “Não és homem não és nada”), Edipim Estúdios
(fotografia de cena para a imprensa dos programas “Parque Maior”,
“Top+” e “Sábado à Noite”, M.com – Comunicação em Multimédia, Lda.
(fotografia industrial e de interiores), Promodel – Escola e Agência de Modelos Infantis, e ainda Espírito Santo Resources e Espírito Santo Tourism.
Recebeu galardões como o 1.º Prémio na categoria Preto e Branco
do 5.º Concurso de Fotografia da AGEFE, em 2003 e o 1.º Prémio na
categoria Bodas do Concurso Fuji ProMaster 2007, entre outros.
Tem exposto regularmente o seu trabalho quer colectiva, quer
individualmente, destacando-se a sua participação nas Bienais de
Fotografia de Vila Franca de Xira de 2001 e 2003 ou, mais recentemente, a exposição “de Goa a Hampi” realizada em 2006, na Galeria
Municipal de Fitares, Sintra.
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Glória Aguiam was born in Lisbon in the year 1958 but has
always lived in the district of Cascais.
She has been a freelancer photographer since 1997.
She did Professional Photography and Commercial Photography
Courses at ETIC.
She has carried out photographic projects in various areas,
particularly in the publishing, industrial, cultural areas and interior
design photography. She has worked for clients such as Radiotelevisão
Portuguesa (on stills for the series “Conta-me como foi…”), Há Cultura
– Criação e Produção de Eventos Culturais, Herman Zap Produções
(press stills for the programme “Não és homem não és nada”), Edipim
Estúdios (press stills for the programmes “Parque Maior”, “Top +”
and “Sábado à Noite”, M.com – Comunicação em Multimédia, Lda.
(industrial and interior design photography), Promodel – Escola and
Agência de Modelos Infantis, and also Espírito Santo Resources and
Espírito Santo Tourism.
Her awards include 1st Prize, Black and White categroy, 5th
AGEFE Competition in 2003 and 1st Prize, Wedding category in the
Fuji ProMaster Competention in 2007, amongst others.
She has exhibited regularly in joint and individual exhibitions,
and in particular at the Photography Biennale in Vila Franca de
Xira in 2001 and 2003 and, more recently, the “from Goa to Hampi”
exhibition held in the Sintra Fitares Municipal Gallery in 2006.
Luís Leite Rio
(1956-…)
Publicações da Fundação Robinson 12, 2008, p. 18-23, ISSN 1646-7116
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Pintura ou fotografia? Dir-me-ão que para pintura falta o
gesto, o percurso e a pose, faltam os cheiros, o tacto, o relevo,
o recuo e o retoque, falta o remoer, o retomar, o desistir, o
desfazer e o retomar de novo, por esta ou outra ordem qualquer... (uma pintura nunca acaba). Mas nas fotografias do
Luís Fernando isto está lá tudo. Pressente-se. Reconhece-se.
Antevê-se. Cada foto é um sofrimento e um gozo, próprio de
quem amassou, misturou, trabalhou, cheirou óleos, acrílicos, guaches e outras viscosidades. Cada vez que o obturador
abre, deixa entrar, para além da luz e da sombra, a sabedoria,
a experiência e a prática de quem está habituado a olhar para
as coisas que o rodeiam com as mãos, digamos assim. Cada
foto de Leite Rio é um trabalho manual intenso, elaborado,
sofrido, com anos de labor mas instantâneo. Conseguir, numa
fracção de segundo, reunir tantas emoções, tantas experiências, tantas horas de “ver”, não é para qualquer. Congelar um
momento qualquer faz. Basta disparar. “Pintar” um momento
é bem mais complicado. Fotografia ou Pintura?
Painting or photography? They tell me that with paintings a gesture is missing, or a step or pose, that there is a
lack of smells, touch, relief, retrocession, retouching, rumination, retaking, giving up, undoing and redoing, in this or
that or any other order… (a painting is never finished). But
everything is there in the photographs of Luís Fernando.
Foreboding. Acknowledging. Foreseeing. Each photo is a
pain and a pleasure belonging to those who molded, mixed,
worked it, smelling paints, acrylics, gouaches and other viscosities. Every time the shutter opens and allows in, besides
the light and the shade, the knowledge, wisdom and experience of someone used to looking at the things which surround him with, let’s say, his handiwork. Each of Leite Rio’s
photos is a work of intense labour which is developed, suffered, from years of work yet at the same time instantanous. In a fraction of a second he brings together so many
emotions, so many experiences, so many hours of “seeing”
– not a task for just anyone. Anyone can freeze a moment.
Just click. “Painting” a moment is much more complicated.
Aurélio Bentes Bravo
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Photography or Painting?
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Luís Fernando Correia Leite Rio nasceu em 1956, estudou em
Portalegre e fez a sua formação na área do design gráfico e de equipamento em Lisboa (IADE), complementada por vários estágios
de formação em França (Paris, Nantes, Rennes) nas áreas da fotografia, vídeo e design (comunicação e equipamento). Foi Professor de educação visual e desenho, director de produção e designer da fabrica de mobiliário Indopar, animador cultural da Casa
de Cultura da Juventude de Portalegre, formador até ao nível de
especialização nas áreas de Vídeo e Fotografia e co-autor dos programas de formação nas referidas áreas. Coordenador dos festivais internacionais de audiovisuais de Portalegre de Castelo de
Vídeo (Castelo de Vide). Colaborou com as Regiões de Turismo
de Évora e Portalegre, Comissão de Coordenação da Região Alentejo e Câmaras Municipais elaborando dezenas de pavilhões, cartazes, publicações e material diverso em várias feiras nacionais e
internacionais.
Autor de imagens corporativas em Portugal e Espanha, de
vários projectos de arquitectura de interiores de lojas, restaurantes, casas de turismo rural etc.
Realizou diaporamas para entidades públicas e privadas.
É também autor de estudos, rotulagem e fotografia para diversas empresas comerciais e industriais, tendo trabalhos fotográficos publicados em livros, revistas e jornais
Com a sua obra foram feitas várias exposições de pintura e de
fotografia em Portugal e Espanha estando presente em colecções
públicas e privadas de Portugal, Espanha e França.
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Luís Fernando Correia Leite Rio, born in 1956, studied in Portalegre
and then trained in the area of graphic design and equipment (IADE),
supplemented by various training internships in France (Paris, Nantes,
Rennes) in the areas of photography, video and design (communication
and equipment). He has been a teacher of visual education and design,
a production director and designer for the Indopar furniture factory,
cultural worker at the House of Youth Culture in Portalegre, a trainer up to
a specialisation level in the areas of Video and Photography and co-author
of training programmes in the aforementioned areas. He coordinated the
international audiovisual festivals of Portalegre and Castelo de Vídeo
(Castelo de Vide). He has worked with the Tourist Regions of Évora and
Portalegre, and the Coordinating Commission of the Alentejo Region
and Town Halls, creating dozens of pavilions, posters, publications and
various material for various national and international fairs.
He is also the creator of various corporate images in Portugal
and Spain, various architectural projects for shop, restaurant, houses
and rural tourism interiors.
He has organised multimedia slide projections for public and
private bodies.
He is also the author and designer of various studies, labelling
and photography for different industrial and commercial companies,
with various photographs published in books, magazines and
newspapers.
A number of exhibitions of his paintings and photographs have
been mounted in Portugal and Spain, and his works are represented
in public and private collections in Portugal, Spain and France.
Resumos e palavras-chave
Abstracts and key-words
Resúmenes y palabras clave
Publicações da Fundação Robinson 12, 2008, p. 24-27, ISSN 1646-7116
PORTUGUÊS
Fernando Guerra
Glória Aguiam
Luís Leite Rio
Nasceu em Lisboa em 1970. A sua formação de
Nasceu em Lisboa em 1958. Dedica-se à foto-
Nasceu em 1956. Estudou Design gráfico e de equi-
arquitecto reflecte-se na sua obra de fotógrafo,
grafia desde 1997 como fotógrafa freelancer,
pamento, complementando a sua formação com
divulgada em publicações da especialidade de todo
tendo trabalhado na área cultural, industrial,
vários estágios nas áreas da fotografia, vídeo e
o mundo. Colabora frequentemente com diver-
editorial, fotografia de interiores e audiovisual,
design. Dedicou-se ainda ao ensino e a projectos de
sos arquitectos Portugueses e o seu trabalho tem
entre outras, em Portugal e no estrangeiro. Já
arquitectura de interiores. Vários dos seus traba-
documentado bem os caminhos da Arquitectura
recebeu vários prémios e a sua obra é exposta
lhos foram publicados em livros, revistas e jornais
Contemporânea.
regularmente.
e expostos em Portugal e no estrangeiro.
Palavras-chave
Palavras-chave
Palavras-chave
Fotografia/Arquitectura/Reportagens/Fábrica
Fotografia/Reportagens/Fábrica Robinson/
Fotografia /Design Gráfico e de Equipamentos /
Robinson
Exposições
Fábrica Robinson /Exposições
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english
Fernando Guerra
Glória Aguiam
Luís Leite Rio
Born in Lisbon in 1970. His architectural train-
Born in Lisbon in 1958. She has dedicated herself
Born in 1956. He studied Graphic design and equip-
ing is reflected in his photographic work, which
to photography since 1997 as a freelance photogra-
ment and rounded out his training with a number
has appeared in specialist publications around
pher, having worked in the cultural, industrial and
of internships in the areas of photography, video
the world. He frequently works with several
publishing areas, as well as audiovisual and inte-
and design. He has also taught and been involved
Portuguese architects and his work has clearly
rior design photography, amongst others, both in
in interior design projects. A number of his works
documented the paths of Contemporary Archi-
Portugal and abroad. Her work has received vari-
have been published in books, magazines and jour-
tecture.
ous awards and is regularly exhibited.
nals and exhibited in Portugal and abroad.
Key-words
Key-words
Key-words
Photography/Architecture/Reports/Robinson
Photography/Reports/Robinson Factory/
Photogaphy /Graphic Design and Fittings /
Factory
Exhibitions
Robinson Factory /Exhibitions
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e sp a ñ o l
Fernando Guerra
Glória Aguiam
Luís Leite Rio
Nació en Lisboa en 1970. Su formación de arqui-
Nació en Lisboa en 1958. Se dedica a la fotografía
Nació en 1956. Estudió Diseño gráfico y de equipa-
tecto se refleja en su obra de fotógrafo, divul-
desde 1997 como fotógrafa freelancer, habiendo
miento, completando su formación con varias prác-
gada en publicaciones especializadas de todo el
trabajado en el área cultural, industrial, edito-
ticas en el área de la fotografía, el vídeo y el diseño.
mundo. Colabora frecuentemente con diversos
rial, fotografía de interiores y audiovisuales,
Además, se ha dedicado a la enseñanza y a proyectos
arquitectos portugueses y su trabajo ha docu-
entre otras, en Portugal y en el extranjero. Ha
de arquitectura de interiores. Varios trabajos suyos
mentado bien los caminos de la arquitectura
obtenido varios premios y su obra se expone con
han sido publicados en libros, revistas y periódicos y
contemporánea.
regularidad.
expuestos en Portugal y en el extranjero.
Palabras clave
Palabras clave
Palabras clave
Fotografía/Arquitectura/Reportajes/Fábrica
Fotografía/Reportajes/Fábrica Robinson/
Fotografía /Diseño Gráfico y de Equipamientos /
Robinson
Exposiciones
Fábrica Robinson /Exposiciones
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