desta edição - Escola Paulista de Magistratura
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Número 82 - Janeiro/2007 EPM e Corregedoria realizam debate sobre a nova reforma processual civil As Leis 11.232/05 e 11.382/06 foram analisadas no “I Painel de Discussão sobre a Nova Reforma do Processo Civil”, evento que contou com a participação de mais de 200 magistrados e consistiu de seminários e de uma palestra do ministro Athos Gusmão Carneiro. Páginas 4 e 5 Juízes e desembargadores do TJSP participaram da aula do ministro Athos Gusmão Carneiro (acima), realizada no auditório da AASP. Escola promove curso de Direito Privado A evolução histórica do Direito Privado foi o tema da aula inaugural do primeiro curso de pós-graduação lato sensu, especialização em Direito Privado (Novos Temas de Direito Civil), da EPM, proferida pelo desembargador Renan Lotufo, também coordenador do curso. Marcus Vinicius dos Santos Andrade e Renan Lotufo Página 8 EM BOM PORTUGUÊS APRIMORAMENTO PÓS-GRADUAÇÃO Diretoria da EPM Reducionismo EPM disponibiliza palestras em formato Boletim Informativo da EPM Escola Paulista da Magistratura reúne-se com de videocast para os magistrados do Estado Uma das maiores dificuldades da gerar mais confusão do que esclareciDiretor Des. Marcus Santos redação deVinicius um dos texto é Andrade a escolha que mento sobre a questão versada. Vice-Diretor É isso que tem o pomposo nome de o autor deve fazer, previamente, a Des. Antonio Rulli Junior Em breve, os magistrados do Estado respeito do público a que se dirige. Se “reducionismo”. Segundo o dicionário Coordenador da Secretaria e do Setor Financeiro Paulo reducionismo terão acesso às Michaelis, é apalestras tendência se trata de para pessoas “dode São Des. escrever Oldemar Azevedo promovidas pela Escola Paulista em reduzir fatos ou situações deda um ramo”, deve ser empregada a linguaCoordenador Geral Pedagógico Magistratura no formato de videocast, plano mais complexo a outro mais Marco Antonio Marques da de Silvaexpressões gemJuiztécnica, com o uso compactado áudio e vídeo, Coordenador Geral Pedagógico simples; assim, dode sociológico para o adequadas, sejam elas Adjunto simples ou àsarquivo Des. José Raul Gavião de Almeida psicológico, do psicológico para o bioque poderá ser gravado em um simples vezes até pouco comuns para o leigo. Coordenador de Eventos e Publicidade lógico, etc. Pode-se dizer, então, num pen-drive (unidade portátil de armazeAssim,Des.noHeraldo campo jurídico e forense, de Oliveira Silva outro exemplo, que quando se trata as Coordenador petições,de arrazoados, pareceres, namento de dados). Formas Alternativas deconteúdos explicar o estão que ésendo crimeoferecidos doloso, não de Solução de Lides hão de adotar Os sentenças e acórdãos Des. Paulo Dias de Moura Ribeiro que é “aquele praticado a terminologia legal, sem conces-por basta meio afirmar da coordenadoria da SociedaCoordenador da Área de com intenção de matar”, pois importa sões ao vulgo e semde necessidade dede da Informação da EPM. Inicialmente, Aperfeiçoamento Funcional Servidores esclarecer que, de acordo com o art. Des. Antoniorelativas Carlos Malheiros explicações aos termos oufoi disponibilizada para os juízes, que 18 do Código Penal, diz-se o crime doCoordenador da Área de Informática palavras que venham a integrar ofreqüentam o Curso de Iniciação Fune da Biblioteca loso quando o agente quis o resultado documento escrito. Juiz João Batista Amorim de Vilhena Nunes cional da Escola, a palestra “Análise da Já quando se trata de uma entrevista ou assumiu o risco de produzi-lo. Coordenador de Assuntos Internacionais Lei 11.280”, proferida pelo desembarE assim outras hipóteses, em qualno rádio, naLuiz televisão ou para ser puDes. Pedro Ricardo Gagliardi gador José Manoel de Arruda Alvimdo quer ramo do direito, exigem Coordenador da Área de Pesquisa blicada na imprensa, são necessários jurista, quando se dirige a leigos, que Des. Walter de Almeida Guilherme cuidados especiais para dosar a lin-Netto, em o23 de outubro de 2006, saiba “traduzir” os conceitos, sem Coordenadores da Área de Direito Penal guagem, adaptando-a na medida dodurante o 1 curso de extensão univerDes. Antonio Luiz Pires Neto reduzi-los nem mutilá-los a ponto de possível à compreensão Juiz Carlos Fonseca Monnerat do público.sitária “Reforma Processual Civil”. desfigurar tipos e definições legais, Não importa que “furtar” “roubar” A produção dos videocasts foi Coordenador da Área de Direito ProcessualePenal que são a base e a segurança do nosso Des. José Damião Pinheiro Machado Cogan sejam quase o mesmo para ouvintes eviabilizada por meio de um projeto ordenamento jurídico. Coordenador Área de Direito Público leitores quedanão têm formação jurídi-de autoria do juiz Edison Aparecido Des. Antonio Carlos Viana Santos ca: é preciso que o entrevistado saibaBrandão, assistente da vice-diretoria Coordenador da Área de Direito Privado Alexandre Germano explicar, modo compreensível parada EPMDes. para assuntos da Sociedade Des. de Benedito Silvério Ribeiro é coordenador do Museu o grande público, a diferença entre asda Informação, que visa a facilitar o Coordenador da Região I do TJSP e professor Núcleos Regionais Interior duasdosfiguras penais,do o que evitará aacesso dos de magistrados aos cursos e Redação Jurídica Des. Armando Sérgio Prado de Toledo simplificação dos conceitos, que podeeventos da EPM, bem como recuperar Coordenador da Região II dos Núcleos Regionais do Interior a produção técnico-jurídica da Escola, Des. Antonio Marson que inclui um enorme acervo de paCoordenador da Região III LITERATURA MAGISTRADOS NA lestras em vídeo e áudio e apenas em dos Núcleos Regionais do Interior Des. Guilherme Gonçalves Strenger áudio. Tais palestras, que versam sobre Assistente da Vice-Diretoria para Assuntos da os mais diversos temas do Direito, são Sociedade da Informação Juiz Edison Aparecido Brandão proferidas por renomados professores Carlos eDias Motta Assistente Adjunto para Assuntos juristas. da Sociedade da Informação Juiz obra, Fernandoapresentada Figueiredo Bartolettiinicialmennexão entre os valores da justiça e da Esta Assessoria de Imprensa Edição e Textos segurança jurídica. Em seguida, essa te como tese de doutorado pelo juiz Lídia de Barros Saggese teoria geral foi aplicada ao Direito CarlosAna Dias Motta na Faculdade de Marcelo Alexandre Barbosa Matrimonial, com a identificação e Direito da USP, recebeu acréscimos Fotos classificação de seus princípios e a e tem como objetivo Daniela Ribeiro Smania inicial fazer solução de questões controvertidas a uma análise Revisão dos princípios jurídicos, Dante Pascoal partir da perspectiva da prinsituando-os, aoCorradini lado das cipiologia jurídica. Foram Editoração,dentro CTP, Impressão e Acabamento regras, da moldura ainda identificados princídas normas jurídicas. pios de Direito Privado e de Foram examinadas, denDistribuição Interna Direito de Família. O autor tre outras, as questões dos Tiragem: 4 mil exemplares do situou o Direito de Família conflitos normativos, dentro do Direito Civil, poder discricionário do juiz, Rua da Consolação, 1.483 o o o examinando o conceito de 1 , 2 e 3 andares CEP 01301-100 da natureza dos princípios Fones: (11) 3256-6781/3231-1188 - r. 287 “família” para alcançar o cagerais de Direito e da função E-mail: [email protected] samento, como ato jurídico dos princípios na aplicação [email protected] Site: www.epm.sp.gov.br e como relação familiar. do Direito, em busca da co- Direito Matrimonial e seus Princípios Jurídicos 62 MAGISTRATURA MAGISTRATURA- -InterAÇÃO InterAÇÃO Janeiro/2007 Janeiro/2007 o corpo docente De acordo com o juiz Edison Brandão, a mera gravação das palestras em formatos de difícil reprodução, isto é, fitas DAT, não se prestavam à divulgação do material, ensejando que os eventos realizados pela Escola fossem proveitosos apenas para quem participou diretamente das aulas, cursos e palestras. Daí surgiu a necessidade de se encontrar um meio hábil de recuperar todo o acervo e de sistematizar a produção de novos materiais, possibilitando sua divulgação. Osestão coordenadores pro“Todos já acostumadosdeaoárea, podcast, fessores responsáveis e assistentes arquivo de áudio que pode ser reproduEPMpela participaram, 18 de zido da on-line Internet, ou em baixado e, janeiro, de uma reunião didátiposteriormente, tocado em MP3 players, co-pedagógica presidida pelos I-pods, etc... O videocast, por sua vez, desembargadores Marcus Vinicius reproduz, além do áudio, também o dos Santos Andrade, Antonio vídeo, tornando a reprodução Rulli Junior facílima e Oldemar Azevedo. de todo o material da EPM”, ressaltou o Participaram os desembargadores magistrado. Armando Sérgio Prado de Toledo, EleBenedito explicou que, devido ao tempo de Silvério Ribeiro, José duração das palestras, mera disponibiOrestes de Souzaa Nery, José Raul lização na Internet não era oRenan meio mais Gavião de Almeida, Loindicado divulgação. “Se Rocha a palestra tufo de e Sidney Roberto de fosseSouza; transmitida vivo,Carlos estariaAlberto sujeita e os ao juízes a interrupções demoraOliveira, e, se fosse disCôrrea de eAlmeida Carlos ponibilizada download, teríamos Fonseca para Monnerat, Dácio Tadeu Viviani Nicolau,para Ivo velocidades de Almeida, arquivos enormes Roberto Peiretti de Godoy, aindaJosé não significativas de banda larga”, Luis Francisco Aguilar Cortez, Luis explicou o juiz, ressaltando que a comPaulo Aliende Ribeiro, Marcelo Bepactação dos arquivos deixou na íntegra nacchio, Márcio Antonio Boscaro, a qualidade do áudio das palestras e em Guanaes oSimões muitoRenato boa qualidade vídeo.Thomsen, Renato Siqueira de Pretto, Richard Paulro Pae Kim, Samuel Francisco de Mourão Neto, Tânia Mara Ahuali, Ulysses de Oliveira Gonçalves Júnior e Venicio Antonio de Paula Salles. Durante o encontro, o des. Marcus Andrade discorreu sobre as alterações feitas no regimento inpalestra “Análise terno dos cursos de Após-graduação 11.280”, lato sensu e sobredaa Lei diversidade proferidana peloatual de eventos promovidos des. José Manoel gestão da EPM (em 2006 foram de Arruda Alvim mais de 70 eventos,Netto realizados na (dir.), capital e no interior). “A Escola foi a primeira está se difundindo da maneira mais disponibilizada EPM dinâmica possível”,pela ressaltou. INICIAÇÃO JUDICIÁRIOFUNCIONAL Conselheiro da Escolaem é o questão responsável pela A imprensa Coordenadoria da Infância e da Juventude do TJ Juízes substitutos participaram de debate com jornalistas O desembargador Antonio Caruma tragédia, o Estado e a sociedade los Malheiros (foto), integranperdem o controle e o equilíbrio e te do Conselho Consultivo tornam-se brutais, buscando a punie de Programas da Escola Paulista ção com violência. Ou não se dá a da Magistratura e coordenador da mínima importância à questão ou se área de aperfeiçoamento funcional fica histérico, como se tudo pudesse de servidores da EPM, está à frente ser resolvido com uma lei dura e com da Coordenadoria da Infância e da decisões duras do Judiciário”, pondera Juventude do Tribunal de Justiça do o des. Malheiros. Estado de São Paulo, criada em feveNesse contexto, ele destacou que reiro último. Formada por juízes de outra meta é incentivar o desenvolprimeiro grau, a Coordenadoria tem vimento dos projetos de Justiça Rescomo objetivo apoiar, integrar e orientaurativa junto às Varas da Infância tar o trabalho desenvolvido nas Varas e Juventude. “Temos ainda poucos da Infância e Juventude do Estado de juízes no Brasil que se dedicam a São Paulo. Posteriormente, ela deverá essa área, mas vemos uma grande Heródoto Barbeiro (acima), Antonio Rulli Junior, Antonio Matiello Neto e Antonio Carlos Mathias Coltro (esq.) e Luiz Cláudio Latgé (foto maior) ter a participação de psicólogos e de para desenvolver uma nova política, possibilidade de alcançarmos uma assistentes sociais. que busca trazer felicidade para as Justiça melhor se a Justiça Restaurativa relação entre ofoi Judiciário e a crianças, Emefetivamente, suas considerações, Na seqüência, Antonio Matiello A Coordenadoria criada por parte doFrederico dia-a-dia para os adolescentes e para fizer, imprensa foi discutida no seVasconcelos a atividade o papel da assessoriaque de das sugestão da Associação Brasileira de Neto Varas dadestacou Infânciaque e Juventude. toda ressaltou a sociedade. É importante minário “O Juiz e a Imprensa”, julgar é extenuante e a imprensa no diálogo entreporque os jornalistas Magistrados e Promotores de Justiça imprensa maneira muito mais humana todos estejam unidos, todos Édeuma realizado 2 de março, (ABMP) dentro da costuma de divulgar issojustiça, para apois pooperadores da Justiça, lembrando da Infânciaem e da Juventude e, eososjuízes, inteligente se fazer na verdade, querem o bem enão programação do uma curso de Iniciação que embora já exista Coordenadoria pulação.que Ele otambém as dificulmenor citou infrator, um ser as pessoas consomem social”, ressaltou, frisandoinformação que é ex- permite nesta áreapara no os Ministério Público,noé para Funcional juízes aprovados está em formação, possa dadesainda que os jornalistas enfrentam ao tremamente importante a presença do que viver melhor. “Quando trabalhava o a178 primeira no de âmbito do Judiciário vida e modificar-se, torConcurso Ingresso na Magis- como juiz narepórter, vida dos principalcobrirem sua o Judiciário, como a escassez no menores, início de minha car- repensar paulista. acordo com o des. útil àosociedade.” menteaodos infratores, que devem ser nando-se tratura. O De evento foi mediado pelosMade- reira, de repórteres, pouco tempo para se escrever uma matéria, sempre lheiros, ela nãoAntonio tem poder correcional tratados com firmeza, sembargadores Carlos Mathias me apurar uma matéria e o desconheciperguntava: o quemas, isso ao temmesmo a ver ou jurisdicional, sim instituciotempo, com E, muita sensibilidade. “A mento da linguagem jurídica, entre Coltro (manhã) e mas Oldemar Azevedo com o leitor? por trás dessa pergunnal, devendo representar o Poder grande quantidade de trabalho não (tarde) e teve a participação dos jorna- ta, vinha a necessidade de clareza da outros. “Imagino que, para o juiz, deve Judiciário perante os outros pode fazer com quecomo os juízes percam listas Antonio Matiello Neto,Poderes. assessor mensagem. ser muito frustrante ver uma notícia Assim também é Também tem do umTJSP; caráter pedagógico, a sensibilidade. precisopor reconhecer de imprensa Frederico Vas- necessário deturpada e não poder se posicionar”, haverÉclareza parte da visando aprimoramento, porJornal meio fonte que existem adolescentes perigosos, afirmou, ressaltando que o jornalista concelos,aorepórter especial do da informação”, salientou. de cursos, magistrados, nós, juízes, não iniciou podemos Folha de S. de Paulo; Heródoto funcionáBarbeiro, mas não deve esperar que o juiz seja uma Heródoto Barbeiro suasimexrios e técnicos das Varas da Infância e plesmente nos afastar e deixar que eles “fonte”, mas deve ter em mente que gerente de jornalismo da Rádio CBN posição citando uma frase do escritor Juventude. “Pretendemos incentivar cumpram seu período de internação e apresentador do “Jornal da Cultura”,a colombiano o diálogo é muito importante. “Os Gabriel García Márquez: valorização da matéria nos concursos sem a assistência direta do Poder da TV Cultura; e Luiz Cláudio Latgé, “A jornalistas têm muito a aprender com ética deve acompanhar sempre o de ingresso na Magistratura Judiciário. Quanto mais perigoso o diretor de jornalismo da TVe dedicar Globo. jornalismo, o Judiciário”, concluiu. como o zumbido acompaalguns dias para o tema ‘Infância e adolescente, mais ele precisa da preNa abertura dos trabalhos, o nha o besouro”. Ele destacou diversas Encerrando o evento, Luiz Cláudio Juventude’ na formação dos juízes sença do juiz.” vice-diretor da EPM, desembargador questões relativas ao trabalho da imLatgé ponderou que, para haver corecém-ingressos”, acrescentou o deA Coordenadoria tem ainda a misAntonio Rulli Junior, lembrou que o prensa brasileira. Entre elas, o fato de municação, é preciso, basicamente, sembargador, que também coordena são de apresentar projetos de lei e parmagistrado tem uma função pedagó- os noticiários veicularem conclusões haver um emissor e um ouvinte. “O a área cível do Curso de Iniciação ticipar de debates, inclusive nos meios gica. “O juiz também é um formador sobre que há entre eles é a mídia. Com a determinadas situações antes de de comunicação. “Vivemos em um Funcional da EPM. de opinião, razão evolução das comunicações, chegase averiguarem todos os fatos, o que O des. Malheiros explicou que Estado, em uma sociedade civil, que porque promove-a pode causarum danos me lembra mauaos pai:envolvidos. por um lado, mos a uma situação em que a notícia a Coordenadoria visa a incentivar mos essa reunião diretor da EPM, desembargador displicência muito grande, é passada na hora em que acontece”, aproximação dos magistrados das há Ouma entre profissioVinicius dos Santos Andrade, por parte do Estado, com os jovens, afirmou, frisando que “notícia” é crianças e dos adolescentes e estabe- Marcus n a ias sua d a srecuped u a s lembrou querespeito muitas adessas no que diz saúdequestões pública, aquilo que foge da normalidade. “A lecer parâmetros para áreas”, pon derou Heródoto Barbeiro educação e por lazer, acompanhada por televisão traz a notícia com emoção. ração. “A idéia é aglutinar todos os levantadas o des. Antonio um desinteresse da sociedade civil; dizem respeito à atuação do juízes da infância e juventude, res- também Nosso desafio é a carga dramática que Rulli de Junior. Frederico Vasconcelos por outro lado, quando acontece a informação apresenta”, concluiu. peitando o pensamento cada um, magistrado. A MAGISTRATURA MAGISTRATURA- -InterAÇÃO InterAÇÃO 37 Janeiro/2007 Janeiro/2007 SEMINÁRIO Mais de 200 magistrados participam de discussão sobre a nova reforma processual Evento consistiu de seminários sobre as Leis 11.232/05 e 11.382/06 e de uma palestra do ministro Athos Gusmão Carneiro N o último dia 9 de fevereiro, a EPM, em parceria com a Corregedoria Geral da Justiça, realizou o “I Painel de Discussão sobre a Nova Reforma do Processo Civil”, que teve 246 inscritos, entre juízes e desembargadores. O evento versou sobre as Leis 11.232/05 e 11.382/06 e consistiu de seminários, na parte da manhã, e de uma palestra, na parte da tarde, do professor e ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça Athos Gusmão Carneiro. Os seminários aconteceram nas dependências da EPM e foram abertos pelos desembargadores Marcus Vinicius dos Santos Andrade, diretor da EPM; Gilberto Passos de Freitas, corregedor-geral da Justiça; Antonio Rulli Corregedoria Marco Antonio Botto Muscari. Os magistrados foram divididos em grupos, sob a orientação dos juízes auxiliares Cláudio Luiz Bueno de Godoy, Gilson Delgado Miranda, José Maria Câmara Júnior, Marco Antonio Botto Muscari, Ricardo Cunha Chimenti, Roberto Maia Filho, Rogério Marrone de Castro Sampaio e Samuel Francisco Mourão Neto. Seminário conduzido pelo juiz Cláudio Luiz Bueno de Godoy, no auditório da EPM Junior, vice-diretor da EPM; e Antonio Carlos Malheiros, coordenador da área de aperfeiçoamento funcional de servidores da EPM; e pelo juiz assessor da Cumprimento de sentença Os trabalhos tiveram seqüência à tarde, no auditório da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), com a palestra “Cumprimento de Sentença”, a cargo do ministro Athos Gusmão Painel contou com a presença de juízes de diversas comarcas do Estado Entre os participantes, o juiz Luis Manuel Fonseca Pires, da comarca de Taubaté, parabenizou a iniciativa da Escola e da Corregedoria: “Sem a pretensão de trazer uma resposta definitiva às polêmicas questões que as leis trouxeram, a EPM e a Corregedoria conseguiram promover um debate, fazendo com que os magistrados pudessem compartilhar suas experiências e suas análises preliminares sobre as leis. Essa integração foi muito produtiva, pois trouxe diversas indagações novas, de maneira que os debates acabaram por orientar a forma com que devemos nos informar e proceder em relação aos processos. Acho que seria muito interessante que fossem promovidos novos encontros para estudo de outras leis e até sobre temas cujo entendimento já esteja aparentemente sedimentado”. Luis Manuel Fonseca Pires (esq.) e Frederico dos Santos Messias 4 MAGISTRATURA - InterAÇÃO Janeiro/2007 O juiz Frederico dos Santos Messias, da comarca de Itanhaém, chamou a atenção para a participação de magistrados do interior e da capital nas discussões em grupo, que trouxeram diferentes experiências. “Esta troca de idéias contribui bastante para o aprimoramento de cada um. Espero que o evento se repita, não apenas de forma presencial, mas também em forma de videoconferência”. Ele também elogiou a realização dos cursos para servidores, promovidos desde 2006: “Quando o funcionário tem um preparo melhor, facilita nosso trabalho”. Professor assistente da EPM, o juiz Marco Fábio Morsello elogiou os resultados alcançado: “A EPM, em iniciativa louvável, realizou jornada profícua, na qual diversas dúvidas foram debatidas pela manhã, com grupos coordenados por magistrados altamente gabaritados. Referido escopo foi robustecido no período vespertino, na brilhante exposição do ministro Athos Gusmão Carneiro, que trouxe à apreciação dos presentes questões instigantes e controvertidas, sem descurar proposições de alta relevância. Fica, portanto, a certeza de que a ampla discussão propiciada em breve frutificará, em prol de toda a atividade judicante, imbuída do ideal comum de concretizar e resgatar a tão propalada celeridade, por meio de instrumentais efetivos”. Carneiro. A palestra foi prestigiada pelo presidente do TJSP, des. Celso Luiz Limongi; pelo corregedor-geral da Justiça, des. Gilberto Passos de Freitas; pelo presidente da Seção de Direito Público do TJSP, des. Sidnei Agostinho Beneti; pelo diretor da EPM, des. Marcus Andrade; pelo vice-presidente da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis), des. Henrique Nelson Calandra; e pelo presidente da AASP, Sérgio Pinheiro Marçal. Na abertura do evento, o des. Celso Limongi ressaltou a necessidade do aprimoramento e da capacitação permanente dos magistrados, lembrando que essa é uma das metas da presidência do TJSP. “Daí a importância de cursos como este, para que nós, operadores do Direito, estejamos alertas e não sejamos surpreendidos pelas alterações da legislação”, frisou o presidente do TJSP. Em seguida, o des. Gilberto Passos de Freitas recordou a afirmação feita por Athos Gusmão Carneiro: “A execução é o ‘tendão de Aquiles’ do processo”, forma com que o ministro enfatizava, desde a última década, a necessidade de alteração das normas relativas à tutela executiva. “É necessário lembrar que, pelo prisma do consumidor da Justiça, a execução é o que mais importa, pois é ela que permite a realização do Direito, muitas vezes após anos de exaustivas discussões, sem conseqüências práticas no processo civil. É ela que permite que aquele que ganha a ação leve, pois o que adianta ganhar, mas não levar?”, indagou o corregedor-geral da Justiça. O des. Marcus Andrade saudou a parceria firmada com a Corregedoria, responsável pela realização de diversos cursos para servidores, e agradeceu a participação de tantos magistrados no Painel. “Temos observado uma maior procura, por parte de juízes e desembargadores, pelos cursos da Escola, o que muito nos alegra, pois a preocupação da EPM é traduzir a vo- cação cultural do Tribunal de Justiça. Não há diferença entre a Escola Paulista da Magistratura e o Tribunal de Justiça. Nós pertencemos todos à mesma casa”, ressaltou o diretor da EPM. Integrante da Comissão de Reforma do Código de Processo Civil, o ministro Athos Gusmão Carneiro traçou um panorama histórico, a partir do Direito Romano, até chegar às últimas reformas do Código de Processo Civil brasileiro, destacando as alterações realizadas em relação ao procedimento de execução. A seguir, discorreu sobre a Lei 11.232/05, lembrando que ela aboliu a execução da sentença como um processo autônomo e instituiu o processo sincrético, em que a mesma relação jurídico-processual abrange a fase de conhecimento e os atos executivos. Ele recordou que, antes da criação da Lei, não bastava ganhar uma ação, pois era preciso ajuizar uma segunda para possibilitar a execução da primeira, o que era agravado pela falta de operatividade dos meios executórios. “Um dos principais problemas era a necessidade de citar novamente o devedor, já condenado, o que, com frequência, era muito difícil”. O palestrante ressaltou que, embora o número excessivo de processos seja uma justificativa para a morosidade do Judiciário, não há como explicar isso para os jurisdicionados. “O cidadão não quer uma sentença que reconheça o seu direito; quer, de fato, receber o bem a que tem direito”, afirmou, salientando que a Lei 11.232/05 parte do princípio de que, quando alguém entra com uma ação, ela tem que ser suficiente. No encerramento do evento, o des. Sidnei Beneti enfatizou a atuação do ministro Athos Gusmão Carneiro na evolução do Código de Processo Civil, afirmando que ele não é apenas um importante personagem da história do De cima para baixo: Henrique Nelson Calandra, Athos Gusmão Carneiro, Sérgio Pinheiro Marçal, Celso Luiz Limongi, Gilberto Passos de Freitas, Sidnei Agostinho Beneti e Marcus Vinicius dos Santos Andrade Direito brasileiro, mas alguém que continua trabalhando para a melhoria da prestação jurisdicional. “O ministro é um desses verdadeiros ‘motores’ do Direito brasileiro. É um homem incansável no exercício de uma qualidade que, muitas vezes, falta aos seres humanos: o exercício do idealismo, essa força de fazer mudar as coisas e de impulsionar as instituições, aliada ao inconformismo com o que está errado, inclusive na tradição processual recente”, afirmou o des. Sidnei Beneti, acrescentando que tem certeza de que, por meio de seu trabalho, o ministro deixará melhores formas processuais para a sociedade brasileira. MAGISTRATURA - InterAÇÃO Janeiro/2007 5 EM BOM PORTUGUÊS APRIMORAMENTO PÓS-GRADUAÇÃO Diretoria da EPM Reducionismo EPM disponibiliza palestras em formato Boletim Informativo da EPM Escola Paulista da Magistratura reúne-se com de videocast para os magistrados do Estado Uma das maiores dificuldades da gerar mais confusão do que esclareciDiretor Des. Marcus Santos redação deVinicius um dos texto é Andrade a escolha que mento sobre a questão versada. Vice-Diretor É isso que tem o pomposo nome de o autor deve fazer, previamente, a Des. Antonio Rulli Junior Em breve, os magistrados do Estado respeito do público a que se dirige. Se “reducionismo”. Segundo o dicionário Coordenador da Secretaria e do Setor Financeiro Paulo reducionismo terão acesso às Michaelis, é apalestras tendência se trata de para pessoas “dode São Des. escrever Oldemar Azevedo promovidas pela Escola Paulista em reduzir fatos ou situações deda um ramo”, deve ser empregada a linguaCoordenador Geral Pedagógico Magistratura no formato de videocast, plano mais complexo a outro mais Marco Antonio Marques da de Silvaexpressões gemJuiztécnica, com o uso compactado áudio e vídeo, Coordenador Geral Pedagógico simples; assim, dode sociológico para o adequadas, sejam elas Adjunto simples ou àsarquivo Des. José Raul Gavião de Almeida psicológico, do psicológico para o bioque poderá ser gravado em um simples vezes até pouco comuns para o leigo. Coordenador de Eventos e Publicidade lógico, etc. Pode-se dizer, então, num pen-drive (unidade portátil de armazeAssim,Des.noHeraldo campo jurídico e forense, de Oliveira Silva outro exemplo, que quando se trata as Coordenador petições,de arrazoados, pareceres, namento de dados). Formas Alternativas deconteúdos explicar o estão que ésendo crimeoferecidos doloso, não de Solução de Lides hão de adotar Os sentenças e acórdãos Des. Paulo Dias de Moura Ribeiro que é “aquele praticado a terminologia legal, sem conces-por basta meio afirmar da coordenadoria da SociedaCoordenador da Área de com intenção de matar”, pois importa sões ao vulgo e semde necessidade dede da Informação da EPM. Inicialmente, Aperfeiçoamento Funcional Servidores esclarecer que, de acordo com o art. Des. Antoniorelativas Carlos Malheiros explicações aos termos oufoi disponibilizada para os juízes, que 18 do Código Penal, diz-se o crime doCoordenador da Área de Informática palavras que venham a integrar ofreqüentam o Curso de Iniciação Fune da Biblioteca loso quando o agente quis o resultado documento escrito. Juiz João Batista Amorim de Vilhena Nunes cional da Escola, a palestra “Análise da Já quando se trata de uma entrevista ou assumiu o risco de produzi-lo. Coordenador de Assuntos Internacionais Lei 11.280”, proferida pelo desembarE assim outras hipóteses, em qualno rádio, naLuiz televisão ou para ser puDes. Pedro Ricardo Gagliardi gador José Manoel de Arruda Alvimdo quer ramo do direito, exigem Coordenador da Área de Pesquisa blicada na imprensa, são necessários jurista, quando se dirige a leigos, que Des. Walter de Almeida Guilherme cuidados especiais para dosar a lin-Netto, em o23 de outubro de 2006, saiba “traduzir” os conceitos, sem Coordenadores da Área de Direito Penal guagem, adaptando-a na medida dodurante o 1 curso de extensão univerDes. Antonio Luiz Pires Neto reduzi-los nem mutilá-los a ponto de possível à compreensão Juiz Carlos Fonseca Monnerat do público.sitária “Reforma Processual Civil”. desfigurar tipos e definições legais, Não importa que “furtar” “roubar” A produção dos videocasts foi Coordenador da Área de Direito ProcessualePenal que são a base e a segurança do nosso Des. José Damião Pinheiro Machado Cogan sejam quase o mesmo para ouvintes eviabilizada por meio de um projeto ordenamento jurídico. Coordenador Área de Direito Público leitores quedanão têm formação jurídi-de autoria do juiz Edison Aparecido Des. Antonio Carlos Viana Santos ca: é preciso que o entrevistado saibaBrandão, assistente da vice-diretoria Coordenador da Área de Direito Privado Alexandre Germano explicar, modo compreensível parada EPMDes. para assuntos da Sociedade Des. de Benedito Silvério Ribeiro é coordenador do Museu o grande público, a diferença entre asda Informação, que visa a facilitar o Coordenador da Região I do TJSP e professor Núcleos Regionais Interior duasdosfiguras penais,do o que evitará aacesso dos de magistrados aos cursos e Redação Jurídica Des. Armando Sérgio Prado de Toledo simplificação dos conceitos, que podeeventos da EPM, bem como recuperar Coordenador da Região II dos Núcleos Regionais do Interior a produção técnico-jurídica da Escola, Des. Antonio Marson que inclui um enorme acervo de paCoordenador da Região III LITERATURA MAGISTRADOS NA lestras em vídeo e áudio e apenas em dos Núcleos Regionais do Interior Des. Guilherme Gonçalves Strenger áudio. Tais palestras, que versam sobre Assistente da Vice-Diretoria para Assuntos da os mais diversos temas do Direito, são Sociedade da Informação Juiz Edison Aparecido Brandão proferidas por renomados professores Carlos eDias Motta Assistente Adjunto para Assuntos juristas. da Sociedade da Informação Juiz obra, Fernandoapresentada Figueiredo Bartolettiinicialmennexão entre os valores da justiça e da Esta Assessoria de Imprensa Edição e Textos segurança jurídica. Em seguida, essa te como tese de doutorado pelo juiz Lídia de Barros Saggese teoria geral foi aplicada ao Direito CarlosAna Dias Motta na Faculdade de Marcelo Alexandre Barbosa Matrimonial, com a identificação e Direito da USP, recebeu acréscimos Fotos classificação de seus princípios e a e tem como objetivo Daniela Ribeiro Smania inicial fazer solução de questões controvertidas a uma análise Revisão dos princípios jurídicos, Dante Pascoal partir da perspectiva da prinsituando-os, aoCorradini lado das cipiologia jurídica. Foram Editoração,dentro CTP, Impressão e Acabamento regras, da moldura ainda identificados princídas normas jurídicas. pios de Direito Privado e de Foram examinadas, denDistribuição Interna Direito de Família. O autor tre outras, as questões dos Tiragem: 4 mil exemplares do situou o Direito de Família conflitos normativos, dentro do Direito Civil, poder discricionário do juiz, Rua da Consolação, 1.483 o o o examinando o conceito de 1 , 2 e 3 andares CEP 01301-100 da natureza dos princípios Fones: (11) 3256-6781/3231-1188 - r. 287 “família” para alcançar o cagerais de Direito e da função E-mail: [email protected] samento, como ato jurídico dos princípios na aplicação [email protected] Site: www.epm.sp.gov.br e como relação familiar. do Direito, em busca da co- Direito Matrimonial e seus Princípios Jurídicos 62 MAGISTRATURA MAGISTRATURA- -InterAÇÃO InterAÇÃO Janeiro/2007 Janeiro/2007 o corpo docente De acordo com o juiz Edison Brandão, a mera gravação das palestras em formatos de difícil reprodução, isto é, fitas DAT, não se prestavam à divulgação do material, ensejando que os eventos realizados pela Escola fossem proveitosos apenas para quem participou diretamente das aulas, cursos e palestras. Daí surgiu a necessidade de se encontrar um meio hábil de recuperar todo o acervo e de sistematizar a produção de novos materiais, possibilitando sua divulgação. Osestão coordenadores pro“Todos já acostumadosdeaoárea, podcast, fessores responsáveis e assistentes arquivo de áudio que pode ser reproduEPMpela participaram, 18 de zido da on-line Internet, ou em baixado e, janeiro, de uma reunião didátiposteriormente, tocado em MP3 players, co-pedagógica presidida pelos I-pods, etc... O videocast, por sua vez, desembargadores Marcus Vinicius reproduz, além do áudio, também o dos Santos Andrade, Antonio vídeo, tornando a reprodução Rulli Junior facílima e Oldemar Azevedo. de todo o material da EPM”, ressaltou o Participaram os desembargadores magistrado. Armando Sérgio Prado de Toledo, EleBenedito explicou que, devido ao tempo de Silvério Ribeiro, José duração das palestras, mera disponibiOrestes de Souzaa Nery, José Raul lização na Internet não era oRenan meio mais Gavião de Almeida, Loindicado divulgação. “Se Rocha a palestra tufo de e Sidney Roberto de fosseSouza; transmitida vivo,Carlos estariaAlberto sujeita e os ao juízes a interrupções demoraOliveira, e, se fosse disCôrrea de eAlmeida Carlos ponibilizada download, teríamos Fonseca para Monnerat, Dácio Tadeu Viviani Nicolau,para Ivo velocidades de Almeida, arquivos enormes Roberto Peiretti de Godoy, aindaJosé não significativas de banda larga”, Luis Francisco Aguilar Cortez, Luis explicou o juiz, ressaltando que a comPaulo Aliende Ribeiro, Marcelo Bepactação dos arquivos deixou na íntegra nacchio, Márcio Antonio Boscaro, a qualidade do áudio das palestras e em Guanaes oSimões muitoRenato boa qualidade vídeo.Thomsen, Renato Siqueira de Pretto, Richard Paulro Pae Kim, Samuel Francisco de Mourão Neto, Tânia Mara Ahuali, Ulysses de Oliveira Gonçalves Júnior e Venicio Antonio de Paula Salles. Durante o encontro, o des. Marcus Andrade discorreu sobre as alterações feitas no regimento inpalestra “Análise terno dos cursos de Após-graduação 11.280”, lato sensu e sobredaa Lei diversidade proferidana peloatual de eventos promovidos des. José Manoel gestão da EPM (em 2006 foram de Arruda Alvim mais de 70 eventos,Netto realizados na (dir.), capital e no interior). “A Escola foi a primeira está se difundindo da maneira mais disponibilizada EPM dinâmica possível”,pela ressaltou. INICIAÇÃO JUDICIÁRIOFUNCIONAL Conselheiro da Escolaem é o questão responsável pela A imprensa Coordenadoria da Infância e da Juventude do TJ Juízes substitutos participaram de debate com jornalistas O desembargador Antonio Caruma tragédia, o Estado e a sociedade los Malheiros (foto), integranperdem o controle e o equilíbrio e te do Conselho Consultivo tornam-se brutais, buscando a punie de Programas da Escola Paulista ção com violência. Ou não se dá a da Magistratura e coordenador da mínima importância à questão ou se área de aperfeiçoamento funcional fica histérico, como se tudo pudesse de servidores da EPM, está à frente ser resolvido com uma lei dura e com da Coordenadoria da Infância e da decisões duras do Judiciário”, pondera Juventude do Tribunal de Justiça do o des. Malheiros. Estado de São Paulo, criada em feveNesse contexto, ele destacou que reiro último. Formada por juízes de outra meta é incentivar o desenvolprimeiro grau, a Coordenadoria tem vimento dos projetos de Justiça Rescomo objetivo apoiar, integrar e orientaurativa junto às Varas da Infância tar o trabalho desenvolvido nas Varas e Juventude. “Temos ainda poucos da Infância e Juventude do Estado de juízes no Brasil que se dedicam a São Paulo. Posteriormente, ela deverá essa área, mas vemos uma grande Heródoto Barbeiro (acima), Antonio Rulli Junior, Antonio Matiello Neto e Antonio Carlos Mathias Coltro (esq.) e Luiz Cláudio Latgé (foto maior) ter a participação de psicólogos e de para desenvolver uma nova política, possibilidade de alcançarmos uma assistentes sociais. que busca trazer felicidade para as Justiça melhor se a Justiça Restaurativa relação entre ofoi Judiciário e a crianças, Emefetivamente, suas considerações, Na seqüência, Antonio Matiello A Coordenadoria criada por parte doFrederico dia-a-dia para os adolescentes e para fizer, imprensa foi discutida no seVasconcelos a atividade o papel da assessoriaque de das sugestão da Associação Brasileira de Neto Varas dadestacou Infânciaque e Juventude. toda ressaltou a sociedade. É importante minário “O Juiz e a Imprensa”, julgar é extenuante e a imprensa no diálogo entreporque os jornalistas Magistrados e Promotores de Justiça imprensa maneira muito mais humana todos estejam unidos, todos Édeuma realizado 2 de março, (ABMP) dentro da costuma de divulgar issojustiça, para apois pooperadores da Justiça, lembrando da Infânciaem e da Juventude e, eososjuízes, inteligente se fazer na verdade, querem o bem enão programação do uma curso de Iniciação que embora já exista Coordenadoria pulação.que Ele otambém as dificulmenor citou infrator, um ser as pessoas consomem social”, ressaltou, frisandoinformação que é ex- permite nesta áreapara no os Ministério Público,noé para Funcional juízes aprovados está em formação, possa dadesainda que os jornalistas enfrentam ao tremamente importante a presença do que viver melhor. “Quando trabalhava o a178 primeira no de âmbito do Judiciário vida e modificar-se, torConcurso Ingresso na Magis- como juiz narepórter, vida dos principalcobrirem sua o Judiciário, como a escassez no menores, início de minha car- repensar paulista. acordo com o des. útil àosociedade.” menteaodos infratores, que devem ser nando-se tratura. O De evento foi mediado pelosMade- reira, de repórteres, pouco tempo para se escrever uma matéria, sempre lheiros, ela nãoAntonio tem poder correcional tratados com firmeza, sembargadores Carlos Mathias me apurar uma matéria e o desconheciperguntava: o quemas, isso ao temmesmo a ver ou jurisdicional, sim instituciotempo, com E, muita sensibilidade. “A mento da linguagem jurídica, entre Coltro (manhã) e mas Oldemar Azevedo com o leitor? por trás dessa pergunnal, devendo representar o Poder grande quantidade de trabalho não (tarde) e teve a participação dos jorna- ta, vinha a necessidade de clareza da outros. “Imagino que, para o juiz, deve Judiciário perante os outros pode fazer com quecomo os juízes percam listas Antonio Matiello Neto,Poderes. assessor mensagem. ser muito frustrante ver uma notícia Assim também é Também tem do umTJSP; caráter pedagógico, a sensibilidade. precisopor reconhecer de imprensa Frederico Vas- necessário deturpada e não poder se posicionar”, haverÉclareza parte da visando aprimoramento, porJornal meio fonte que existem adolescentes perigosos, afirmou, ressaltando que o jornalista concelos,aorepórter especial do da informação”, salientou. de cursos, magistrados, nós, juízes, não iniciou podemos Folha de S. de Paulo; Heródoto funcionáBarbeiro, mas não deve esperar que o juiz seja uma Heródoto Barbeiro suasimexrios e técnicos das Varas da Infância e plesmente nos afastar e deixar que eles “fonte”, mas deve ter em mente que gerente de jornalismo da Rádio CBN posição citando uma frase do escritor Juventude. “Pretendemos incentivar cumpram seu período de internação e apresentador do “Jornal da Cultura”,a colombiano o diálogo é muito importante. “Os Gabriel García Márquez: valorização da matéria nos concursos sem a assistência direta do Poder da TV Cultura; e Luiz Cláudio Latgé, “A jornalistas têm muito a aprender com ética deve acompanhar sempre o de ingresso na Magistratura Judiciário. Quanto mais perigoso o diretor de jornalismo da TVe dedicar Globo. jornalismo, o Judiciário”, concluiu. como o zumbido acompaalguns dias para o tema ‘Infância e adolescente, mais ele precisa da preNa abertura dos trabalhos, o nha o besouro”. Ele destacou diversas Encerrando o evento, Luiz Cláudio Juventude’ na formação dos juízes sença do juiz.” vice-diretor da EPM, desembargador questões relativas ao trabalho da imLatgé ponderou que, para haver corecém-ingressos”, acrescentou o deA Coordenadoria tem ainda a misAntonio Rulli Junior, lembrou que o prensa brasileira. Entre elas, o fato de municação, é preciso, basicamente, sembargador, que também coordena são de apresentar projetos de lei e parmagistrado tem uma função pedagó- os noticiários veicularem conclusões haver um emissor e um ouvinte. “O a área cível do Curso de Iniciação ticipar de debates, inclusive nos meios gica. “O juiz também é um formador sobre que há entre eles é a mídia. Com a determinadas situações antes de de comunicação. “Vivemos em um Funcional da EPM. de opinião, razão evolução das comunicações, chegase averiguarem todos os fatos, o que O des. Malheiros explicou que Estado, em uma sociedade civil, que porque promove-a pode causarum danos me lembra mauaos pai:envolvidos. por um lado, mos a uma situação em que a notícia a Coordenadoria visa a incentivar mos essa reunião diretor da EPM, desembargador displicência muito grande, é passada na hora em que acontece”, aproximação dos magistrados das há Ouma entre profissioVinicius dos Santos Andrade, por parte do Estado, com os jovens, afirmou, frisando que “notícia” é crianças e dos adolescentes e estabe- Marcus n a ias sua d a srecuped u a s lembrou querespeito muitas adessas no que diz saúdequestões pública, aquilo que foge da normalidade. “A lecer parâmetros para áreas”, pon derou Heródoto Barbeiro educação e por lazer, acompanhada por televisão traz a notícia com emoção. ração. “A idéia é aglutinar todos os levantadas o des. Antonio um desinteresse da sociedade civil; dizem respeito à atuação do juízes da infância e juventude, res- também Nosso desafio é a carga dramática que Rulli de Junior. Frederico Vasconcelos por outro lado, quando acontece a informação apresenta”, concluiu. peitando o pensamento cada um, magistrado. A MAGISTRATURA MAGISTRATURA- -InterAÇÃO InterAÇÃO 37 Janeiro/2007 Janeiro/2007 PÓS-GRADUAÇÃO Renan Lotufo profere aula inaugural do curso de Direito Privado da EPM E m 1 o de março, teve início o 1o curso de pós-graduação lato sensu, especialização em Direito Privado (Novos Temas de Direito Civil), da EPM. A aula magna foi proferida pelo des. Renan Lotufo, também coordenador do curso, e foi prestigiado pelos desembargadores Marcus Vinicius dos Santos Andrade, Antonio Rulli Júnior, Benedito Silvério Ribeiro e Heraldo de Oliveira Silva; pelo presidente do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo, juiz Evanir Ferreira Castilho; e pelo advogado Arnold Wald Filho. Em sua aula, Renan Lotufo discorreu sobre a evolução histórica do Direito Privado, desde a criação dos primeiros códigos até chegar à perspectiva atual do Direito Civil. Ele chamou a atenção para o conjunto normativo Romano, o que mais influenciou o Direito ocidental, e para o código de Christiano V, da Dinamarca, publicado em 1683, o primeiro no âmbito do Código Civil. E destacou o advento do Código Civil francês, de 1804, como um marco histórico: “O ‘Código Napoleônico’, centralizado nos institutos da propriedade e do contrato e marcado por um caráter de unificação nacional, teve tamanha repercussão que serviu de base para o sistema legislativo da Itália e para a elaboração de códigos de inúmeros outros países”. Em seguida, o palestrante falou sobre o movimento de codificação verificado no século XVIII, que visava não apenas ordenar e tornar claro o Direito, mas mudá-lo. “Houve uma relação muito intensa dos códigos com o espírito das nacionalidades. Vários soberanos perceberam na codificação um meio eficaz para favorecer uma 8 MAGISTRATURA - InterAÇÃO Janeiro/2007 política de unificação nacional, que fortalecia a independência política, bem como os poderes sobre os cidadãos, mediante um controle efetivo da evolução jurídica perante o casuísmo dos juízes.” Ele acrescentou que essa codificação correspondia às exigências da burguesia em ascensão e veio em conjunto com o capitalismo, represenEvanir Ferreira Castilho, Marcus Vinicius dos tando muito mais do que uma Santos Andrade e Renan Lotufo transformação nas relações de propriedades imobiliárias. “Os codificadores também passaram função social dos contratos. Também destacou os princípios da socialidade, a voltar-se para os direitos humanos, que representa um equilíbrio entre o para a ênfase no indivíduo, para a auvalor do indivíduo e o valor da sotonomia do cidadão e para os direitos ciedade, e o da atividade, que citou da propriedade privada, resultando como condição de manutenção da na criação de um instrumento legal, dignidade do ser humano. “É mais político e social.” uma vez pensar no Direito Privado Renan Lotufo também discutiu o como o Direito comum, do ser hupanorama atual da codificação e o seu mano, que é e sempre deverá ser o papel na legislação das nações. “Cabe centro de imputação do Direito como aos códigos um papel extremamente permanente evolução do respeito à importante, que é o de veicular prinsua dignidade”, concluiu. cípios e normas infraconstitucionais que complementem a Constituição, concretizando os valores constitucionais.” Ele citou o projeto de criação de um Código Civil Europeu como um exemplo da evolução da codificação. “Já não se fala mais em código para a unificação nacional na Europa, mas sim de um código europeu para a unidade continental.” Nesse contexto, discorreu sobre o Código Civil brasileiro, de 2002. “Se essa é a nova perspectiva da codificação, devemos saudar nosso Código Civil, que não quer ser uma Constituição, mas sim um corpo de normas com cláusulas abertas, para servir e viabilizar a atuação de todo o Direito Privado.” Entre as alterações trazidas pelo Código de 2002, ele ressaltou a recolocação do instituto dos negócios jurídicos dentro das normas da Parte Geral, com a inclusão de valores antes ignorados no Direito brasileiro, como o abuso do Direito e a