REVISTA ANEC Edição 06 - Ano II

Transcrição

REVISTA ANEC Edição 06 - Ano II
INFORMATIVA
REVISTA ANEC
Edição 06 - Ano II - outubro/2009
NOVA EDITORIA: CONVERSA COM AS
MANTENEDORAS
VIVENCIANDO A SOLIDARIEDADE:
“SERVIR PARA SER MAIS!”
COLÉGIO PREPARA JOVENS
EMPREENDEDORES
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A saúde além da saúde.
* Veja regulamento
gulamento n
no
o site www.saocamilo-sp.br.
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Ensino baseado na ética, no respeito à vida e na discussão das questões mais iimportantes
nt do nosso tempo.
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Linhas de formação
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1º lugar na cidade de
São Paulo no ENADE 2005
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particular do Brasil com
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Estudante 2008/2009 – Editora Abril.
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sumário
04.expediente
92.
06. acontece na anec
16. acontece em Brasília
artigo
20. Projeto Escola de Inteligência
24. Segurança como construção coletiva
26. O maior de todos os escândalos
28. Avaliação de escolas e o aprendizado dos alunos
30. No final de milênio, um ponto de partida
34. Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura, Educação e Comunicação Social da CNBB
38. Dados, informação, conhecimento e tomada de
decisão
40. Pedagogia de projetos: educando através da
cidadania
42. Marketing Viral: ferramenta de organização
do Terceiro Setor
44. GVDASA Sistemas foca o mercado educacional
paulista
72.
nos do mercado de trabalho
67. Assistência na área da saúde para aqueles
que mais precisam
68. Projeto mapeia parte do Atlântico para exploração de petróleo
70. Professora da PUC-SP é premiada em congresso nacional
72. Professores: Criatividade também pode ser
ensinada e aprendida
74. Unisinos festeja 40 anos com Bolero de Ravel
76. Gestão: Fazendo a lição de casa
78. Solidariedade: atendimento jurídico de graça
política
46. Entrevista Deputado Hugo Leal
50. Entrevista Ministro Carlos Minc
52. Entrevista Deputada Maria do Rosário
56. Entrevista Monteiro Neto
ado e criatividade
educação superior
60. Pernambucanos tem pouco conhecimento
sença no Brasil
sobre a própria Cultura
86. Vivenciando a solidariedade: “Servir para ser
para os carentes
educação básica
82. Colégio Maria Auxiliadora ensina voluntari83. Semana Cultural faz escola respirar arte
84. Celebrando nossa história: 80 anos de pre-
62. Ensino a distância: uma realidade crescente
mais!”
no Brasil
90. Colégio Claretiano: 70 anos de educação
66. PUC-PR firma parcerias para aproximar alu-
62.
68.
para toda a vida!
92. Colégio prepara jovens empreendedores
94. Fórum para Educadores e Pais: espaço de
debates e soluções
98. Educar na escola de Emilie
99. Um show de cultura e solidariedade
102. conversa com as mantenedoras
106. considerações finais
Informativa - Revista ANEC | sumário
3
expediente
DIRETORIA NACIONAL
DIRETOR PRESIDENTE
Reitor Pe. José Marinoni, SDB
Apresentação
DIRETOR 1º VICE-PRESIDENTE
Reitor Pe. Marcelo Fernandes de Aquino, SJ
DIRETOR 2º VICE-PRESIDENTE
Reitor Ir.Clemente Ivo Juliatto, FMS
DIRETORA 1º SECRETÁRIA
Ir. Ana Maria Paes
DIRETOR 2º SECRETÁRIO
Reitor Pe. Christian de Paul de Barchifontaine, MI
DIRETOR 1º TESOUREIRO
Ir. Joaquim Juraci de Oliveira, FMS
DIRETOR 2º TESOUREIRO
Pe. Guido Aloys Johanes Kuhn, S.J
SECRETÁRIO EXECUTIVO
Prof. Dr. Dilnei Lorenzi
CONSELHO SUPERIOR
PRESIDENTE
Reitor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães
VICE-PRESIDENTE
Reitor Prof. Wolmir Therezio Amado
SECRETÁRIO
Reitor Pedro Rubens Ferreira Oliveira
CONSELHEIROS
Ir. Teresinha Maria de Sousa, MC
Ir. Nelso Antônio Bordignon, FSC
Pe. Wilson Denadai
Professor Roberto Prado
Pe. Nivaldo Luiz Pessinatti, SDB
Pe. Mieczyslaw Smyda, SJ
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO
Luciene Lopes Pereira
Nelismar de Souza
JORNALISTA
Lana Canepa
PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO
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Fone: 61 3033-6212
IMPRESSÃO
Parque Gráfico da Editora FTD
Fone: 11 2412-8099
Palavra do Diretor Presidente da
Associação Nacional de Educação Católica do Brasil.
A palavra chave que permeia o conteúdo da sexta edição da Revista
Informativa da ANEC, Associação Nacional de Educação Católica, é
a solidariedade. Mostramos nesse material iniciativas importantes das
nossas instituições associadas que modificam as estruturas sociais,
principalmente no cenário local e operam diversas mudanças na
sociedade que clama por inovações na atuação do terceiro setor.
Além disso, apresentamos exemplos de instituições de ensino que
estão preocupadas com o futuro e investem na formação integral de
crianças e jovens mais conscientes. Isso porque nós já sabemos que
para construir um futuro melhor é preciso apostar na solidariedade,
porque esta é a forma mais plena de amar os nossos alunos, mostrando
a eles que o caminho da vida pode ser difícil para todos, mas que juntos
somos mais fortes.
Na editoria de política novas entrevistas para mostrar o que os
nossos representantes pensam sobre assuntos variados. Entre os
participantes desta edição o polêmico Ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, fala sobre as soluções em educação ambiental e aponta
falhas no ensino sobre a preservação da nossa fauna. Também abrimos
espaço para o debate com a Deputada Maria do Rosário, Presidente
da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados. Ela
conta quais as prioridades para as votações deste ano e recomenda
que os representantes da educação se aproximem mais do Congresso
Nacional.
Também nesta edição a estréia de uma editoria de entrevista para
contar tudo sobre o trabalho das Mantenedoras. Enfim, é com muito
orgulho que levamos mais uma edição da nossa Revista até você e
esperamos que seja uma boa leitura.
As ilustrações foram cedidas pelas instituições
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
CATÓLICA DO BRASIL - ANEC
SRTV/Sul Quadra 701 Bloco O Sala 135
Ed. Multiempresarial
CEP: 70340-000 - Brasília-DF
Fone: 61 3226-5655 - Fax: 61 3322-5539
E-mail: [email protected]
4
Pe. José Marinoni
Diretor-Presidente da ANEC
Informativa - Revista ANEC | expediente
mural
A educação constrói os valores do indivíduo.
O design estratégico constrói os valores da marca,
relevantes ao indivíduo.
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Informativa - Revista ANEC | mural
5
acontece na anec
ANEC inaugura escritórios regionais
em
sete Estados
Lana Canepa - Jornalista ANEC
M
ais um passo para aumentar a eficiência nos trabalhos da ANEC
(Associação Nacional de Educação Católica do Brasil). O presidente da Associação ,Pe. José Marinoni, anunciou a criação oficial
de sete escritórios regionais. E durante um encontro na sede da instituição
em Brasília, o secretário executivo da ANEC, Dilnei Lorenzi, afirmou que com
as filiais a Associação ganha capilaridade e consolida todo o seu processo
administrativo. “Vamos atuar de forma mais direta nas escolas e nas universidades. Isso é fundamental porque vivemos em um país continental. Estas
filiais vão ter o importante papel de dar extensão às ações da ANEC. E esta
proximidade vai ser essencial não só para que as nossas associadas, que estão em todo o país, possam visualizar melhor o trabalho que nós estamos
fazendo, mas também para que nós possamos saber, com mais precisão,
quais são as necessidades dessas instituições”, explicou Lorenzi.
Os novos escritórios regionais da ANEC são nos Estados de Santa Catarina, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro
e Goiás. Os gestores que vão coordenar os trabalhos nos novos escritórios
receberam capacitação em Brasília. Eles conheceram todas as etapas da estrutura de funcionamento da ANEC Nacional.
Na abertura do encontro na nova sede da Associação, o reitor da Universidade Católica de Brasília (UCB), Pe. José Romualdo Degasperi, apresentou
uma palestra sobre a missão dos novos coordenadores. Além de comandar
os trabalhos regionais, a meta é reforçar os princípios do ensino católico e a
evangelização. “A nossa conversa foi no sentido de avaliar qual é a causa que
nos move como educadores católicos, pertencentes a instituições católicas.
Quando as regionais da ANEC se consolidarem a estrutura da Associação vai
ser pulverizada por todo o Brasil. O principal resultado é maior projeção ao
sistema de educação católica no Brasil”, afirma Degasperi. 6
Informativa - Revista ANEC | acontece na anec
O critério de seleção para nomear os sete novos coordenadores
da ANEC foi à experiência com
educação católica e também a influência e liderança regional. No
planejamento estratégico da instituição ainda está prevista a instalação de mais quatro filias até o mês
de dezembro deste ano. Os escritórios devem ser em Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e Belém.
Parceria: ANEC e AVALIA
farão diagnóstico do ensino católico
Lana Canepa - Jornalista da ANEC
Q
uais os diferenciais do Ensino Católico para a formação de
um cidadão consciente e íntegro? Para responder, com mais
precisão esta pergunta, a ANEC e a AVALIA firmaram uma parceria
para criar um novo sistema de avaliação educacional. Nos moldes e
critérios usados pelo Ministério da Educação o novo método deve
fornecer dados valiosos para melhorar a gestão das instituições de
Educação Básica.
A avaliação que a ANEC propõe não mantém o foco apenas nos
resultados dentro de sala de aula, ou seja, além do desempenho
dos alunos será preciso considerar os resultados externos que modificam toda a rotina do ensino. Por isso, a estrutura de avaliação
que foi criada responde a questões referentes à gestão, aos processos, aos recursos e aos resultados da escola.
Para as instituições de ensino os relatórios vão se transformar
em base de dados para pesquisas e a criação de novas ações que
podem revolucionar a forma de ensinar.
Este tipo de levantamento se tornou uma necessidade imperativa para a evolução dos métodos e melhoria da qualidade das instituições. Pelo projeto da ANEC a consolidação das informações
colhidas em campo, processadas e analisadas, deve ser formalizada
em relatórios exclusivos e confidenciais. Cada escola parceira receberá um relatório de desempenho da escola; um relatório de percepção da sociedade, que será baseado na opinião de alunos, pais
e funcionários; um sumário executivo; um manual de referência; um
CD-ROM; e uma senha eletrônica para acessar online todas as informações sobre a escola.
Para participar é preciso entrar em contato com a ANEC. O resultado da primeira avaliação deve sair em novembro deste ano. Informativa - Revista ANEC | acontece na anec
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acontece na anec
Associação
Católica ganha reforço
com
novo escritório
Lana Canepa - Jornalista ANEC
A
Assembléia Legislativa do Estado do Espírito Santos realizou sessão especial para anunciar a instalação de um escritório da ANEC (Associação Nacional de Educação Católica).
Participaram da sessão o Deputado Cláudio Vereza e o presidente
da ANEC, Pe. José Marinoni. Também foram convidados os secretários estaduais, municipais, lideranças religiosas, prefeitos, entidades da sociedade civil organizada e o público em geral.
De acordo com o novo coordenador Regional da ANEC no Espírito Santo, Adriano Fiorese, a iniciativa vai congregar ainda mais as
instituições de Educação Católica. “Nesse momento vamos investir,
sobretudo, no ensino superior e depois pretendemos realizar projetos que integrem as instituições e que dêem visibilidade nacional ao
nosso trabalho como Congressos de educação e jogos escolares.”
A Associação atende hoje em todo o país milhares de Escolas,
Universidades e Mantenedoras do Ensino Católico. Uma das metas
é ensinar Valores e Atitudes. Além do presidente da ANEC, a coordenadora de Educação Básica da instituição, Janaína Paim, acompanhou o lançamento do novo escritório.
A programação do lançamento foi um café da manhã com o arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela e uma coletiva para a
imprensa com o secretário executivo da ANEC, Dilnei Lorenzi. Na
parte da tarde a ANEC reuniu os diretores das Escolas com a equipe do Avalia para apresentar o novo sistema de avaliação educacional lançado pela instituição. O encerramento foi na sessão especial
na Câmara Legislativa. Durante o evento foi realizada também uma
apresentação sobre a trajetória da Associação e trabalho em instituições de ensino católico espalhadas pelo país como PUCs e Maristas.
8
Informativa - Revista ANEC | acontece na anec
Para Dilnei Lorenzi investir na
regionalização vai ser essencial
para as instituições associadas.
“Com as ANECs filiais nós vamos sentir melhor os problemas
locais e elaborar projetos que
possam atender com mais eficiência as necessidades regionais.” Além do Espírito Santo a instituição inaugura escritórios regionais em Santa Catarina, São
Paulo, Paraná, Rio Grande do
Sul, Rio de Janeiro e Goiás. Os
gestores que vão coordenar os
trabalhos nesses estados receberam capacitação em Brasília.
ANEC realiza Fórum para discutir
soluções em
Educação Superior
Lana Canepa - Jornalista da ANEC
F
oram dois dias de debates sobre as soluções para o Ensino Superior
do Brasil. As ideias foram além do que é ensinado em sala de aula e
dos processos de avaliação institucional. Reitores e pró-reitores discutiram as melhores ações com assessores jurídicos e dirigentes das instituições
de Educação Superior para buscar a excelência da gestão corporativa. O
Presidente da ANEC (Associação Nacional de Educação Católica do Brasil)
Pe José Marinoni conta que antes os debates eram separados. A Associação
realizava um Fórum só para a graduação e outro para os responsáveis pela
administração das instituições. Nesta edição o evento foi unificado para criar
uma visão multidisciplinar na universidade.
E os resultados foram positivos. “Foi surpreendente a forma como as
pessoas receberam a novidade. Nós discutimos as questões sobre avaliação,
gestão financeira e tudo isso dentro de um eixo temático das nossas instituições”. Para a coordenadora de Educação Superior da ANEC, Melvi Aranibar,
a meta do Fórum foi aumentar a interação e discutir análises sobre o novo
cenário da Educação Superior Brasileira. Com isso os participantes buscaram
novas percepções de valores na gestão. “Foi um momento muito importante de grande reflexão sobre a caminhada das Universidades Católicas no
Brasil. E dentro desse novo cenário nós temos a discussão sobre a excelência e inovação como compromisso social do papel dos gestores nas várias
instâncias da Universidade buscando a qualidade e excelência da educação
brasileira. E a ANEC tem um papel muito importante de congregar, assessorar e preparar os novos rumos e perspectivas para o futuro”.
Informativa - Revista ANEC | acontece na anec
9
acontece na anec
50 anos pelos caminhos da
Educação Católica no Ceará
Ir. Lucila Porto
A
cerimônia de comemoração foi presidida pelo Revdmo. Monsenhor
João Jorge Correa Filho, vigário Geral da Arquidiocese de Fortaleza,
que a AEC, em solene Eucaristia, celebrou seus cinqüenta anos de
trajetória, no mesmo local onde nasceu o Colégio da Imaculada Conceição,
rejubilando-se por todas as bênçãos e graças recebidas.
Gratidão, reconhecimento, sensibilidade são gestos que ficarão registrados na memória de todos os que fazem as Escolas Católicas no Ceará.
Foi com o reconhecimento público da função social das Instituições católicas de ensino e da Associação, e com o carinho da presença constante de
dedicados professores, alunos, funcionários, familiares e amigos das escolas
associadas que construímos essa estrada de sucesso e de esperança.
A Associação de Educação Católica do Ceará nasceu no dia 17 de maio
de 1959 dinamizada por um pequeno grupo de novos educadores que, em
tempos difíceis, tornaram viável a educação católica no Ceará.
Foi com muito amor, sabedoria e competência que nossos antecessores souberam gerar e gerir sonhos, fazendo nascer essa Associação a fim
de poder responder aos novos e imensos desafios da missão de educar.
Deixaram um grande legado de amor a educação. Com a ousadia dos
seus continuadores, as escolas católicas se mantêm em constante movimento, acompanhando as mudanças. Inquietas, olham para o presente
com os olhos no futuro.
A AEC/CE, portanto, congrega Escolas Católicas do século XXI, que
proporcionam o despertar de lideranças cristãs, o engajamento sócio-político-religioso, a formação da consciência crítica, o exercício da cidadania, a
apoteose cultural, a confluência das ciências, da arte, da ética, da fé. Como
missão assume as seguintes linhas: ser uma instância crítica na realidade educacional; ser evangelizadora nos sistemas educativos; articular-se com entida-
10
Informativa - Revista ANEC | acontece na anec
des semelhantes e com movimentos
comprometidos com a justiça social;
ser lugar de encontro, congregando
e unindo forças para assumir uma
educação libertadora e dinamizar a
Pastoral da Educação.
Deputados concluem relatório que
certifica entidades beneficentes
Lana Canepa - Jornalista da ANEC
A
pós alguns acertos consensuais, os relatores do projeto de lei
7.494/06, que trata da Certificação de Entidades Beneficentes de
Assistência Social para fins de isenção previdenciária, finalizaram o
texto que será apreciado pelo Plenário da Câmara. A Associação Nacional da Educação Católica do Brasil (ANEC) tem participado intensamente do debate em torno do tema, de modo a colaborar
com o aperfeiçoamento do projeto de lei. Foram mais de seis audiências
com o relator, bem como apresentou carta de intenção ao presidente da
Câmara dos Deputados, Michel Temer.
O relator da matéria na Comissão de Educação e Cultura da Câmara,
deputado federal Carlos Abicalil (PT/MT), lembrou que o consenso entre os
relatores não impedirá recursos de Plenário e destaque para votação em separado, porém favorecerá no entendimento dos líderes partidários.
“Depois de inúmeras reuniões com os relatores, os órgãos responsáveis
do Executivo e entidades representativas, certamente avançamos em um
relatório consistente e comum com os demais relatores das respectivas comissões. Portanto, nós queremos um projeto que venha regulamentar com
transparência as instituições que mereçam a imunidade tributária, garantida
pela Constituição, e a isenção das contribuições sociais”, disse.
Iminente de ser deliberada no Plenário na primeira quinzena do mês de
setembro, a matéria tramita em caráter conclusivo.
Considerado polêmico, porém necessário, o projeto foi exaustivamente
debatido entre os relatores Carlos Abicalil, Eduardo Barbosa (PSDB/MG) - da
Comissão de Seguridade Social e Família - e Aelton Freitas (PR/MG) - da
Comissão de Finanças e Tributação.
Informativa - Revista ANEC | acontece na anec
11
acontece na anec
Presidente da
encontro com
ANEC participa de
Ministro da Educação
Lana Canepa - Jornalista ANEC
O
presidente da ANEC, Associação Nacional de Educação Católica, Pe. José Marinoni, participou de encontro com o Ministro da Educação, Fernando Haddad, em Brasília. Um dos
temas da conversa foi o FIES, Fundo de Financiamento ao Estudante
do Ensino Superior. A partir de agora os alunos vão ter a oportunidade de acessar os recursos diretamente na instituição financeira, Caixa Econômica, e para os cursos de licenciatura, pedagogia, normal,
superior e tecnológicos, a taxa de juros vai ser de 3,5% ao ano. Nos
demais cursos o aluno vai pagar 6,5%. Em contrapartida os jovens,
depois de formados, assumem o compromisso de pagar parte do dinheiro com serviços à população. O retorno pode ser lecionar em escolas públicas ou atender em um centro médico de saúde. De acordo
com o Ministro, além de ter a chance de fazer um Curso Superior, o
aluno vai devolver os conhecimentos com serviços prestados e pagar
o financiamento com uma parcela do salário. “Entrar na Universidade
é um direito de todos os jovens”, afirma Haddad.
Outro tema importante discutido foi o protocolo firmado entre o
Ministério e o BNDES,
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que vai
facilitar o acesso das instituições de ensino superior a financiamento
bancário.
O Pe. José Marinoni explica que a chance de contratar o recurso
está vinculada à qualidade do ensino das instituições. “Para conseguir
o financiamento a nota de 70% dos cursos de graduação das instituições deve ser maior do que três, pelos indicadores o INEP, Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Este critério é fundamental porque beneficia as que oferecem uma boa qualidade de ensi-
12
Informativa - Revista ANEC | acontece na anec
no”, disse Pe. Marinoni. Também
durante o encontro o Ministro recomendou ao Fórum de Reitores
que se aproximasse de deputados e senadores para participar
mais das decisões tomadas no
Congresso Nacional.
ANEC vai avaliar mais de 70 mil
alunos da Rede Salesiana
Lana Canepa - Jornalista da ANEC
A
NEC e Rede Salesiana de Escolas fecham acordo para avaliar mais
de 70 mil alunos. O sistema de avaliação institucional da Associação tem os mesmos moldes e critérios aplicados pelo Ministério da
Educação e foi implantado em julho deste ano. Este sistema pode fornecer
dados valiosos para melhorar a gestão das instituições de Educação Básica.
As informações colhidas vão compor relatórios detalhados para as escolas.
O acordo assinado com a Rede Salesiana abrange não só os fatores que
influenciam dentro de sala de aula, mas também toda a rotina institucional
das escolas. Esta ferramenta pode ser usada pelas instituições para aplicar
soluções imediatas. Para a ANEC, o levantamento vai funcionar como uma
base de dados permanentes usada como fonte de estudos sobre o comportamento das escolas e alunos. A coordenadora de educação Básica da
ANEC, Janaina Paim, acredita que este tipo de sistema de avaliação se tornou essencial para garantir a evolução dos métodos de ensino. “Pretendemos avaliar os dados com um ponto de vista crítico para construir um mapa
sobre a gestão das escolas. Assim poderemos constatar com exatidão os
erros e acertos que vão nos apontar o melhor caminho para continuar ensinando, não só conteúdo, mas também valores e atitudes”, disse.
Pelo projeto da ANEC a consolidação das informações colhidas em campo, processadas e analisadas, deve ser formalizada em relatórios exclusivos
e confidenciais. Cada escola parceira receberá um relatório de desempenho
da escola; um relatório de percepção da sociedade, que será baseado na
opinião de alunos, pais e funcionários; um sumário executivo; um manual de
referência; um CD-ROM; e uma senha eletrônica para acessar online todas
as informações sobre a escola. O resultado da primeira avaliação deve sair
em novembro deste ano.
Informativa - Revista ANEC | acontece na anec
13
acontece na anec
CNBB vai ter
participação da ANEC
Conselho da
Lana Canepa - Jornalista ANEC
A
presidência da CNBB, Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil aprovou, em Brasília, a inclusão da ANEC, Associação Nacional de Educação Católica do Brasil, na Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura, Educação e Comunicação
Social. A partir de agora a Associação vai ter mais representatividade nos debates promovidos pela CNBB. A Comissão foi criada
em 2001 para dinamizar e articular as novas formas de ação pastoral nas áreas da Cultura, Educação, Comunicação Social, Ensino
Religioso e Universidades, envolvendo nessa ação as instituições
católicas relacionadas com esses temas.
Os integrantes de comissão são bispos eleitos pelo Conselho
Permanente da CNBB. Dom Orani Tempesta é o Presidente e responsável pela área de Comunicação Social, Dom Frei Caetano
Ferrari, OFM (Pastoral da Educação), Dom Eurico dos Santos Veloso (Ensino Religioso), Dom Roberto Francisco Ferrería Paz (Pastoral da Cultura) e Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues (Setor
Universidades). 14
Informativa - Revista ANEC | acontece na anec
Deputado Carlos Abicalil visita
ANEC
Lana Canepa - Jornalista da ANEC
A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) e
várias entidades representativas da educação voltaram a debater o
Projeto de Lei 7.494/06 - que trata da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social para fins de isenção previdenciária.
A quinta reunião com o relator do projeto na Comissão de Educação, Deputado Carlos Abicalil (PT/MT), realizada em Agosto, apontou
alguns pontos convergentes apresentados pelo relatório e considerados necessários. Segundo as entidades, temas como a do ProUni
(Programa Universidade para Todos) devem ser profundamente discutidos, de modo a aperfeiçoar as bolsas.
Para as entidades representativas, o deputado Abicalil tem promovido importantes inovações ao texto da matéria, desta forma fomentando a transparência na Lei vigente - considerada complexa e confusa. Eles também declaram o desejo de regulamentar à certificação,
bem como a necessidade de aprovar a matéria, mesmo que não esteja
de total acordo com as proposições apresentadas pelas entidades.
O deputado Abicalil tem destacado que a matéria lida com serviços
de alcance social fundamental e que trata de mais de oito mil instituições. “Neste sentido, como relator do projeto na Comissão de Educação e Cultura, estamos dando continuidade ao diálogo - de modo a
avançar em um relatório consistente e comum com os demais relatores
das respectivas comissões por onde tramita a matéria”, disse.
O parlamentar enfatiza que o diálogo está cada vez mais acalorado, mas também próximo de uma posição finalística. “Nós queremos
um Projeto de Lei que venha regulamentar com transparência as insti-
Informativa - Revista ANEC | acontece na anec
tuições que mereçam a imunidade
tributária, garantida pela Constituição, e a isenção das contribuições sociais. Por esta distinção e
clareza tenho absoluta convicção
que não está se tratando de desvio de finalidade da instituição e,
menos ainda, desvio de recurso
público”, complementa.
Além da ANEC, representada
pelo secretário Executivo Dilnei
Lorenzi, também participaram do
encontro representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), da União Brasileira de Educação e Ensino (UBEE), da Associação Brasileira de Mantenedoras de
Ensino Superior (ABMES), da Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP), entre outras.
15
acontece em Brasília
brasília
Hino Nacional
O
Senado Federal aprovou um projeto de lei
que determina a execução do Hino Nacional nas escolas públicas e particulares de
ensino fundamental. Segundo
a matéria, o hino deverá ser
tocado uma vez por semana.
A proposta foi aprovada
em decisão terminativa na Comissão de Educação, Cultura
e Esporte e deve voltar para
análise da Câmara dos Deputados.
16
Gesto inédito
A
Mesa Diretora da Câmara dos Deputados
anunciou que vai destinar R$ 80 milhões, economizados neste ano pela Casa,
para programas de educação
infantil do Ministério da Educação.
Para o Ministério da Educação, a verba será repassada às prefeituras por meio de
convênios já firmados com os
municípios. Segundo o órgão,
os recursos permitirão a construção de 80 creches que beneficiarão 16 mil crianças.
Reforma Universitária
O
Parlamento discute a
possibilidade de avançar com o Projeto de
Lei 4.212/04, que prevê a Reforma Universitária. O tema tem
dividido parlamentares e especialistas. A ANEC tem participado do debate.
Para representantes da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), a reforma é essencial, pois o Brasil sofrerá
nos próximos anos, caso não
haja mudanças, um “apagão”
no setor empregador.
Informativa
Informativa- -Revista
RevistaANEC
ANEC| |acontece
aconteceem
embrasília
brasília
Novo Enem na justiça
O
Ministério da Educação
não vai reabrir as inscrições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),
encerradas no dia 19 de julho. A
determinação partiu através de
uma medida liminar emitida pela
Justiça Federal do Rio de Janeiro
Segundo a medida liminar, a
prorrogação das inscrições é necessária devido a exigência de
CPF para alunos do ensino médio.
Segundo a Justiça, a exigência do
documento, não sendo obrigatório para menores de 18 anos,
atrasou a inscrição de alguns estudantes. O MEC vai recorrer da
decisão da Justiça.
Brasil e Santa Sé
O
Plenário da Câmara dos Deputados
aprovou o Projeto de
Decreto Legislativo 1736/09 –
que trata do acordo entre o
Brasil e o Vaticano relativo ao
Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, assinado em
novembro de 2008.
O texto ratifica normas já
cumpridas no País sobre o ensino religioso, o casamento e a
prestação de assistência espiritual em presídios e hospitais.
Informativa - Revista ANEC | acontece em brasília
Ensino religioso
A
presidente da CNBB
(Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil)
defende a implantação do ensino religioso nas escolas públicas do país.
As aulas de religião estão
previstas na Constituição de
1988. No entanto, um acordo
entre o governo brasileiro e o
Vaticano estabelece o ensino católico e de outras doutrinas.
17
acontece em brasília
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Informativa - Revista ANEC | acontece em brasília
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Matriz: Brasília-DF
Informativa - Revista ANEC | acontece em brasília
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artigo
Projeto
Escola de Inteligência
Por Camila F. Cury – Diretora do projeto escola de inteligência
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Informativa - Revista ANEC | artigo
“Segundo James Heckman, economista norte-americano e ganhador do prêmio Nobel
em 2000, quanto mais cedo se investir em habilidades não-cognitivas juntamente trabalhadas com aspectos cognitivos (aqueles relacionados ao QI) mais eficazes serão os
resultados e mais econômico será para sociedade”
E
stamos no século da comunicação, do entretenimento, da
democratização do conhecimento, da liberdade de expressão e nunca se ouviu falar tanto em qualidade de vida. Mas
qual é a nossa realidade? Pense um pouco na sua história e na das
pessoas ao seu redor. Estamos mais felizes? Mais próximos uns dos
outros? Mais altruístas? Mais livres para produzirmos novas idéias e
sermos protagonista no teatro da vida? Infelizmente ainda com todos os avanços tecnológicos e sociais, as estatísticas mostram que
os relacionamentos pessoais perdem espaço todos os dias para os
relacionamentos virtuais. De maneira que empobrece as trocas de
experiências, do diálogo, podendo até suprir a solidão social, porém aumenta a solidão emocional. Algumas pesquisas apontam que
milhões de mulheres no Brasil se sentem escravas da ditadura da
beleza, algumas passam a sofrer de bulimia e anorexia para alcançar
o padrão de belo imposto pela sociedade.
Os sintomas depressivos aumentam todo ano, os jovens estão
se tornando cada vez mais deprimidos, insatisfeitos e, alienados
dentro das salas de aula. Outros transtornos psicológicos, como
fobias, estresses, ansiedades, violência estão crescendo em massa.
Estamos assistindo a formação de uma massa de jovens acostumados com “fast food”, desejam tudo pronto e rápido, querem
aprender, porém não querem ser ensinados. Esqueceram-se que
para alcançar a sabedoria, é preciso ter paciência e dedicação, e
ainda passam por dificuldades em desenvolver a arte da dúvida e
da crítica. Não sabem como debater idéias, estão desmotivados e
sem projetos de vida. A grande maioria objetiva passar no vestibular, mas, estudos comprovam que cursam uma boa faculdade e al-
Informativa - Revista ANEC | artigo
cançar boas notas apenas, não é
garantia de sucesso profissional
nem pessoal. É preciso desenvolver determinação, levar os
alunos a aprender a pensar antes de reagir, expor e não impor
suas idéias, ter consciência crítica, entre outras muitas funções,
para se ter êxito nessas áreas.
As escolas e os professores
são de importância fundamental
na transformação da sociedade,
maior do que o senso comum
estima. São eles que estão à
frente nas batalhas, que trabalham na formação da personalidade de cada aluno, tentando
corajosamente prevenir que os
jovens adoeçam emocionalmente, auxiliando-os a serem amantes das nobres idéias. Grande
parte dos professores deseja intensamente fazer a diferença no
teatro social, e ajudar a reverter
esse quadro, mas às vezes não
sabem como agir de maneira
mais eficaz.
21
artigo
A globalização e suas vantagens como a tecnologia, a internet,
os meios de comunicação, cooperou muito para o progresso da humanidade, pois democratizou o conhecimento. Hoje podemos trocar experiências com diversas pessoas ao redor do mundo em uma
velocidade jamais vista. Mas, com o excesso de estímulos, ocorreu
uma hiperprodução de pensamento (SPA), trazendo dificuldades
em questões essenciais; a concentração, o desfrute dos pequenos
estímulos, o prazer na rotina, e nos projetos de vida, pois estes
precisam ser irrigados diariamente, mesmo diante dos desertos ao
longo das jornadas. É preciso adaptar-se aos avanços tecnológicos
não se esquecendo de desenvolver habilidades e sensibilidade humanas.
Segundo James Heckman1, economista norte-americano e ganhador do prêmio Nobel em 2000, quanto mais cedo se investir em
habilidades não-cognitivas juntamente trabalhadas com aspectos
cognitivos, aqueles relacionados ao QI, mais eficazes serão os resultados e mais econômico será para sociedade, do que tentarmos
trabalhar essas mesmas funções na vida adulta. O desenvolvimento
dessas habilidades é de suma importância para que uma pessoa
tenha êxito em sua vida pessoal e profissional. O autor conclui seus
estudos que as escolas no mundo inteiro ainda não estão atentas
em investir também nessas funções não-cognitivas, o que a ciência
já preconiza.
Preocupado com essa conjuntura adversa, o renomado psiquiatra, pesquisador e escritor Dr. Augusto Cury criou o projeto Escola
de Inteligência, que faz parte do Instituto Academia de Inteligência. É formado por uma equipe de multiprofissionais amparados nas
_______________________________
1 Revista VEJA. Folhas amarelas: entrevista James Heckman, Edicao 2116, 10 de junho de 2009.
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Informativa - Revista ANEC | artigo
mais modernas teorias, com enfoque no funcionamento multifocal da mente, tendo em vista à
formação de pensadores, o desenvolvimento da inteligência, a
formação da personalidade e a
qualidade de vida.
A escola de inteligência é um
projeto pioneiro, e tem como
diretrizes a promoção da saúde emocional e a prevenção de
transtornos psíquicos. Tem a
missão de formar pensadores,
estimular a consciência critica
desenvolver a inteligência, definidas como; pensar antes de
reagir, expor e não impor suas
idéias, gerenciar pensamentos e
emoções, desenvolver projetos
de vida, entre outras. Estimula
o treinamento do caráter como;
perseverança, honestidade, espírito empreendedor, debate
de idéias, disciplina, tolerância,
liderança, solidariedade, capacidade de recomeçar e educação
para o consumo. Busca enrique-
“Todos nós precisamos colaborar para que nossos jovens tenham saúde emocional, projetos de vida e se tornem atores e líderes no teatro social. Hoje são nossos
alunos e filhos, amanhã serão os responsáveis pelo futuro da nossa sociedade, do
nosso planeta.”
cer as relações interpessoais através de diálogos e debates, para
que os nossos jovens aprendam a desenvolver suas próprias idéias,
e respeitar as divergências de opiniões de seus colegas, dentro da
sala de aula no ensino tradicional. Apesar de uma temática complexa, o projeto foi elaborado para ser praticado e assimilado de
maneira simples e encantadora.
O projeto torna-se exclusivo e de sucesso absoluto, uma vez que
tem por base as mais relevantes teorias ligadas às ciências humanas
como: as Inteligências Múltiplas de Howard Gardner, a Psicanálise
de Sigmund Freud, a Cognitivista Construtivista de Jean Piaget, a
Sócio-Cognitivista de Vigotsky, entre outras, bem como está amparada no pensamento filosófico de Sócrates, Platão, Agostinho,
Rousseau, Voltaire, Kant, Hegel, e outros grandes filósofos. Encontra fundamento também na teoria da Inteligência Multifocal do Dr.
Augusto Cury, que faz a análise dos grandes processos que ocorrem
na mente humana, como: a construção de pensamentos, a formação
da consciência e dos alicerces do “eu”, as funções da memória,
entre muitos outros.
É para ser integrado na grade curricular do ensino fundamental
básico II e médio. Deve ser desenvolvido em 1 (uma) hora/aula semanal, podendo ser inserido dentro da carga horária de disciplina já
existente, como por exemplo, Religião, Filosofia, Ética, Sociologia,
temas transversais, etc.
O programa abrange a capacitação dos professores, acompanhamento pedagógico durante a aplicação, material de apoio pedagógico apostilado ricamente ilustrado, contendo histórias com
vertentes psicológicas, sociológicas, filosóficas, idéias de múltiplos
Informativa - Revista ANEC | artigo
pensadores e informações relevantes sobre temas do cotidiano. Enfim, apresenta uma dinâmica que estimulará a arte da
interiorização, da observação,
da consciência crítica e do debate de idéias.
Todos nós precisamos colaborar para que nossos jovens
tenham saúde emocional, projetos de vida e se tornem atores
e líderes no teatro social. Hoje
são nossos alunos e filhos, amanhã serão os responsáveis pelo
futuro da nossa sociedade, do
nosso planeta.
23
artigo
Segurança como construção coletiva
Ir. Firmino Biazus
Diretor do Colégio Marista Rosário – Porto Alegre
U
m falso conceito de liberdade levou à prática de um individualismo doentio que contaminou as pessoas e se tornou comum
em todos os segmentos da sociedade. No individualismo, tudo é
relativo, os padrões passam a ser pessoais, cada um é padrão de
tudo, enquanto serve para si. Então a possibilidade de ser feliz torna-se algo individual, mas como a felicidade é um estado coletivo, o
isolamento não traz felicidade. Nesse caso, podemos ter uma multidão de solitários insatisfeitos vivendo lado a lado.
A segurança é, antes de tudo, uma atitude de confiança no outro, mas hoje parece que a insegurança se tornou um sentimento
mórbido: seguranças dentro e fora dos estabelecimentos, câmeras
visíveis e ocultas, cercas eletrizadas... Estamos diante do colapso
da confiança recíproca e a consequente síndrome do medo social.
Estamos nos braços da insegurança absoluta, diante da falência
dos valores da autoridade, da hierarquia e da moral. Onde houver
duas pessoas, a sensação pode ser de perigo iminente. Estamos vivendo, de modo tácito, a máxima de J. P. Sartre: “O inferno são os
outros.” Cada situação toma a forma, o volume da medida usada,
toma o valor que lhe for dado porque cada um é a referência de
tudo.
Não há mais valores que sirvam de convergência à coletividade.
Cada indivíduo tem os seus e ainda são relativos. Há um estado de
insegurança. O que vale é a experiência de cada um.
Ninguém mais se identifica com ninguém; os modelos são fátuos; hoje aparecem numa banda e são ovacionados até ao delírio;
desfilam numa passarela e são aplaudidos; encantam numa novela
e são imitados. Amanhã, os mesmos são modelos minimizados e
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Informativa - Revista ANEC | artigo
“A segurança só é consistente quando é fruto da
busca coletiva do bem comum”
muitos deles surgem com sérios
desvios de conduta, mais afeitos
a autodestruição do que a ensinar a viver. Pode-se dizer que o
homem perdeu a bula para ser
tornar homem. Em outros tempos, havia padrões para os filhos
serem adultos, para um cidadão
ser bom político, para constituir
família sadia. Hoje, os padrões
são líquidos e, muitas vezes líquidos poluídos.
Segurança requer a força
orientadora da autoridade legítima aceita pela coletividade.
Se houver conflito, deve ser administrado com diálogo e com
maturidade. Se de um lado houver imaturidade, o conflito pode
degenerar em violência e pôr a
segurança em risco. Onde não
existe autoridade, o poder torna-se horizontal, acaba mandando quem pode mais.
A segurança só é consistente
quando é fruto da busca coletiva do bem comum, usando para
isso os meios legítimos alicerçados em tradições e valores
perenes. Daí nasce o bem-estar
que gera um sentimento de confiança recíproca e consequente
segurança social. Mas, quando o
bem pessoal é considerado mais
importante que o bem comum,
a convivência humana torna-se
perigosa, uma vez que o individualismo considera o outro uma
ameaça para os interesses pessoais.
O transcendente foi banido,
Deus foi rejeitado, nada mais é
absoluto, tudo passa a ser relativo, já não se olha para o alto,
olha-se mais para o lado, e lá
pode estar um inimigo em potencial. A escada de valores antropológicos pela qual o homem
subia foi quebrada, demolida.
O homem com medo do vazio existencial, com falta de sentido, procura onde acender uma
luz, porque tem muitas dúvidas
sobre a duração desse tipo de
Informativa - Revista ANEC | artigo
sociedade. Nesse estado de angústia e nudez interior, sente-se
confrontado com tantos e tão
variados desafios para os quais
tenta buscar uma saída. Tratase de encontrar resposta, uma
resposta para si mesmo porque,
agora, como pessoa tornou-se a
pergunta.
Surge então a Escola Marista que, por sua mística e espiritualidade, oferece um caminho
para o sentido da vida. Aos que
nos procuram oferecemos uma
educação apaixonante, que
marca o coração e a mente, formando cristãos e cidadãos comprometidos e preparados para
os desafios da vida, de tal forma
que, enriquecidos por valores,
conhecimentos e vivências, sejam capazes de fazer diferença
na construção de uma vida fraterna e feliz.
25
artigo
O
maior de todos os escândalos
Dioclécio Campos Júnior
Médico, é professor da UnB e presidente da Sociedade Brasileira de Pediatra
O
s escândalos envolvendo políticos que têm biografia já não
emocionam tanto. Tornaram-se habituais, logo previsíveis.
Numa sociedade que não cultiva a ética, pode-se esperar de tudo.
Os comportamentos que deveriam ser exemplares nivelam-se na
vala comum da esperteza. Contaminam-se nos terrenos pantanosos da imoralidade. A vergonha como reação aos próprios desvios
de conduta deixa de existir. A única que sobrevive é a de ser honesto, como profetizou Ruy Barbosa.
Os meios de comunicação mantêm o tema na pauta. Prestam
serviço. O espanto popular é despertado. A ira coletiva é aquecida. A indignação estimulada. Mas, como outros interesses falam
mais alto, o ímpeto midiático arrefece de repente, não mais que
de repente. O objetivo inicial é estancado, o povo iludido, a ética
mutilada. Tudo continua como dantes no Congresso Nacional ou
no governo de Abrantes. Até o próximo escândalo.
As denúncias de corrupção escancaradas pela imprensa são
frequentes, muito repetitivas. Soam monótonas. Mostram, com
abundância de recursos televisivos, o quanto alguns políticos e
seus apaniguados ganham de dinheiro público sem fazer força.
Sem trabalhar. Ilegalmente. Como ocupam postos sem exigência
de qualificação alguma. Como distribuem privilégios aos parentes
e amigos mais próximos. Como transacionam na ilicitude de forma
cada vez mais cavilosa. As nomeações são espúrias, os contratos
secretos, as negociatas repugnantes. Mas, de tanto ver prosperar
essa vergonhosa rotina sem qualquer perspectiva de mudança, a
sociedade já reage menos, quase não se impressiona. Cai o ibope.
É novo desafio para a mídia no país.
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Informativa - Revista ANEC | artigo
Talvez tenha chegado o momento para que os meios de
comunicação mudem de estratégia. Sejam inovadores. Mais
criativos. Explorem outro tipo
de escândalo, de sentido oposto, que surpreenda a população.
Talvez seja hora de revelar, com
grande impacto, que os profissionais da saúde e da educação
trabalham duramente sem receber quase nada de salário. Sem
qualquer privilégio, desprovidos de segurança, estressados e
adoecidos diante de condições
humilhantes que enfrentam para
cumprir a nobre missão que lhes
cabe desempenhar na sociedade brasileira.
A opinião pública agora sabe
que o motorista do presidente
do Senado ganha R$ 12 mil por
mês. Todavia, desconhece que o
pediatra encarregado de assistir os recém-nascidos país afora, passar noites indormidas no
tumulto dos prontos-socorros
ou estafar-se nas enfermarias
e ambulatórios abarrotados do
SUS, não recebe mais que R$ 2
mil por mês. A nação ignora que
o chofer do Senado só teve de
submeter-se à prova de habilitação do Detran para chegar ao
nível salarial mencionado. O pediatra venceu difícil vestibular,
cursou seis anos de medicina,
mais dois ou três anos de residência médica, prestou concurso nacional para obter o título
de especialista e só conseguiu
ingressar no serviço público mediante aprovação em outro concurso. Um enorme esforço para
ganhar seis vezes menos que o
ilustre motorista.
O povo também ignora que
a consulta paga pelos planos
de saúde ao pediatra, decisiva
para garantir uma geração de
adultos saudáveis, equivale ao
custo de um corte de cabelo.
Tampouco tem conhecimento
de que o professor universitá-
rio, detentor de titulação acadêmica e produção científica
de qualidade, responsável pela
formação de recursos humanos
diferenciados no país, requisito para o desenvolvimento da
sociedade, trabalha em regime
de dedicação exclusiva para receber, quando muito, metade
dos vencimentos do motorista
do Senado. Os educadores em
geral, mormente os que se entregam à educação básica e ao
ensino fundamental, aplicados à
valiosa tarefa de formar futuros
cidadãos, sobrevivem com bem
menos que metade do salário
citado.
A ministra Dilma Rousseff
aprovou bonificação que permite remunerar, com o devido valor, os engenheiros do Dnit. Alegou, coberta de razão, que, se
não o fizesse, deixaria de contar com técnicos competentes
para fiscalizar as obras do PAC.
Esqueceu-se, contudo, de dizer
Informativa - Revista ANEC | artigo
que
os educadores empenhados em formar cidadãos, incluindo engenheiros,
bem como os cuidadores da
saúde do povo brasileiro, precisam ser remunerados com igual
respeito. Caso contrário, faltarão engenheiros sadios, à altura
das exigências do Dnit.
Não há escândalo maior no
país. Nem matéria melhor para
a mídia. Profissionais decisivos
para o bem-estar geral da nação trabalham todos fora da lei.
Sobrevivem com salários que
não cobrem os níveis elementares da dignidade humana. É o
maior de todos os escândalos.
27
artigo
Avaliação de escolas e o
aprendizado dos alunos
Dr. José Francisco Assis Soares
O
Governo Federal adotou em 2007 um ambicioso plano de
metas denominado Compromisso Todos pela Educação. A
primeira delas: “estabelecer como foco a aprendizagem, apontando resultados concretos a atingir” reorientou a discussão sobre a
qualidade da educação básica brasileira. Com isso o direito
constitucional à educação passa a exigir o aprendizado dos conteúdos e habilidades necessárias para atender o disposto no artigo
205 da Constituição brasileira: “o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho”.
A única forma de verificar se este direito está sendo atendido
é aplicando testes ancorados em especificações adequadas, cujos
resultados estejam expressos em uma métrica com interpretação
conhecida. Para isto o Brasil dispõe, desde 1995, do Sistema de
Avaliação do Ensino Básico (Saeb), que mede o desempenho dos
alunos em leitura e matemática.
De outro lado, conseguir que os alunos aprendam o que deles
se espera é tarefa difícil, que exige o alinhamento de estruturas escolares e não escolares. Neste aspecto, a realização das avaliações
em larga escala mostrou que as escolas brasileiras podem ser
muito mais eficazes em promover o aprendizado de seus alunos do que ocorre hoje, mas para isso, precisam mudar para
atendê-los. Este é o desafio a ser vencido e as avaliações
educacionais podem e devem contribuir de forma mais
efetiva para tanto.
Cabe lembrar que o desenho atual das avaliações em larga escala existentes no Brasil,
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Informativa - Revista ANEC | artigo
“conseguir que os alunos aprendam o que deles se
espera é tarefa difícil, que exige o alinhamento de
estruturas escolares e não escolares”
tanto do Saeb como as censitárias promovidas pelos Estados,
atende apenas às demandas
dos responsáveis pelos sistemas
de ensino. Como os sistemas
educacionais usam os resultados basicamente para o seu
monitoramento, pode demorar
meses para que o processo se
complete. Para a escola, um resultado que chega depois que o
planejamento pedagógico anual
se completou é pouco útil. Além
disto, os relatórios concentramse em temas distantes das reais necessidades da escola. Um
exemplo é a freqüência com a
qual descrevem a importância
de fatores extra-escolares para
explicar as diferenças de desempenho entre alunos. Embora importante para a pesquisa educacional, isto pouco ajuda a escola
que precisa atender aos alunos
nela matriculados, tenham eles
maior ou menor facilidade para
aprender.
O foco nas escolas deve
orientar a interpretação de resultados da avaliação para a
produção de dados úteis para a
gestão da escola e implementação de seu projeto pedagógico.
Os relatórios devem chegar às
escolas a tempo de impactar no
planejamento pedagógico do
ano. A avaliação deve incorporar estratégias que facilitem a
apropriação dos resultados pela
escola. Não adianta “divulgar”
resultados fora de uma sólida
reflexão pedagógica protagonizada por cada comunidade escolar.
Por fim, terminada a avaliação, cada escola deve conhecer
as modificações que precisam
ser feitas na sua gestão e no seu
projeto pedagógico, para que
seus alunos melhorem o desempenho e as diferenças sociais
de sua história anterior sejam
reduzidas. As mudanças devem
tornar a gestão dos processos
Informativa - Revista ANEC | artigo
internos, principalmente o de
ensino-aprendizagem, mais efetiva; melhorar a satisfação de
seu corpo docente; e identificar
os recursos físicos ou pedagógicos que devem ser incorporados
à escola. Um desafio que só será
superado se o modelo das atuais avaliações for mudado.
29
artigo
No final de milênio, um ponto de partida
Gleuso Damasceno Duarte
Editor da Rede Salesiana de Escolas
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Informativa - Revista ANEC | artigo
“O documento final da Conferência definiu como base dessa almejada educação um conjunto de aprendizagens, sugestivamente denominadas
Os quatro pilares da educação para o século XXI: aprender a conhecer;
aprender a fazer; aprender a viver juntos; aprender a ser.”
A
o aproximar-se o sesquicentenário de fundação da Pia Sociedade de São Francisco de Sales, o espírito de vanguarda e o
carisma dos fundadores dão novo impulso ao trabalho educacional
de salesianos e salesianas.
O final do 2o milênio da Era cristã, além de reviver em parte da
população os medos irracionais que marcaram a Europa por volta
do ano 1000, fez crescer em muitos a ansiedade quanto aos rumos
da humanidade no terceiro milênio e a incerteza sobre como preparar-se para os desafios futuros. Em busca de respostas, voltaram-se
para a educação.
Nesse contexto, a Unesco promoveu uma conferência mundial
sobre o tema Educação para o século XXI1. Reunindo expoentes da
pedagogia e de múltiplas áreas do saber, instituições governamentais e não governamentais, realizou um grande trabalho de reflexão,
buscando responder a uma questão central: Que tipo de educação
necessitaremos no século XXI e para que gênero de sociedade?
O documento final da Conferência definiu como base dessa almejada educação um conjunto de aprendizagens, sugestivamente
denominadas Os quatro pilares da educação para o século XXI:
aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a viver juntos;
aprender a ser.
Reagindo a esses sinais dos tempos, o governo brasileiro elaborou os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs - 1996), como
referenciais de qualidade para a educação básica. E a partir deles,
emitiu diretrizes que visavam, principalmente, a reestruturação dos
currículos escolares. Obrigatórios para as redes públicas e opcionais para as escolas privadas, PCNs e Diretrizes iniciaram uma tí-
mida reorientação da educação
básica no país.
De lá para cá, muito se tem
falado e escrito sobre o assunto, no Brasil e no exterior. Mas,
por razões que não cabe discutir agora, a passagem da teoria
à prática não avançou muito.
Inclusive entre nós. Para um
país-continente como o nosso,
as experiências inovadoras são
relativamente poucas. Dentre as
escolas particulares, sobressaem algumas iniciativas de instituições católicas, como a Rede
Salesiana de Escolas (RSE), cuja
caminhada entra em 2010 no 8º
ano de sua existência.
Um marco na educação brasileira
No ano de 2003, respondendo às exigências do momento
histórico, salesianos e salesianas
do Brasil decidiram formar com
seus estabelecimentos de educação básica uma rede, abrindoa também a outros educandários
_______________________________
1 A Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, trabalhou intensamente durante
trinta meses, de março de 1993 a janeiro de 1996. Suas atividades culminaram na elaboração de
um Relatório sobre a educação para o século XXI. Ver sua tradução brasileira em: DELORS, Jacques
(Org.) Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre
Educação para o século XXI. São Paulo: Cortez; Brasília: MEC; Unesco, 2001.
Informativa - Revista ANEC | artigo
31
artigo
“se queremos construir uma sociedade mais humana, mais justa e
solidária, necessitamos de cidadãos críticos, conscientes, imbuídos dos
valores cristãos”
religiosos ou leigos dispostos a aderir ao seu projeto pedagógico.
A definição do novo modelo organizacional partiu da análise de
algumas questões fundamentais:
Que sociedade almejamos para nós e para as novas gerações?
Para construir tal sociedade, que tipo de cidadão se faz preciso?
Para formar esse tipo de cidadão, que educação é necessária?
Para ter essa educação, como devem ser formados os educadores?
Com quais ferramentas se deve trabalhar?
O debate dessas questões fundamentais, efetuado por representantes das províncias de ambas as congregações, culminou na elaboração do documento fundador da RSE, intitulado: Marco Referencial:
Projeto Pedagógico. Sintético e objetivo, além de definir o modelo de
educação almejado, explicita como se pretende concretizá-lo, ao dar
àquelas questões, a seguinte resposta:
“se queremos construir uma sociedade mais humana, mais justa
e solidária, necessitamos de cidadãos críticos, conscientes, imbuídos
dos valores cristãos. Isso pressupõe uma educação pautada na ética
e nos valores evangélicos, na convivência harmoniosa com o outro,
no respeito à diversidade étnica e cultural. Para tanto, é necessário e
urgente um trabalho contínuo de aperfeiçoamento dos educadores,
além da utilização de ferramentas à altura das novas tecnologias de
comunicação, planejadas e construídas para esse fim.”
O destaque maior: qualidade na educação
A RSE fortaleceu as escolas associadas – salesianas e leigas –, agregando ao trabalho de cada uma valores que promovem melhoria na
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Informativa - Revista ANEC | artigo
qualidade da educação oferecida, dentre os quais se destacam:
1.Um projeto pedagógico à
altura dos tempos atuais e no
qual currículos e metodologias
são pensados e articulados coletivamente, a partir de um referencial pedagógico comum, voltado
para formar cidadãos conscientes, protagonistas na construção
de uma sociedade melhor.
2. Material didático exclusivo em nível de excelência – Pela
primeira vez na educação brasileira, autores, coordenadores pedagógicos e técnicos trabalham
coletivamente, de forma interdisciplinar, na produção do material didático exclusivo da RSE.
Trata-se de um grupo riquíssimo
em qualificações acadêmicas, experiências educativas e preparo
técnico: são mais de 60 autores,
mais de uma dezena de coordenadores pedagógicos e dezenas de técnicos, os quais, além
de graduações, pós-graduações
lato sensu e especializações nas áreas de educação, em disciplinas
específicas, em administração e tecnologia editorial, contam com 10
profissionais com título de Mestrado, 15 com Doutorado, 2 com Pósdoutorado. Essa é a base da excelência em conteúdos, metodologias,
qualidade editorial e gráfica que coloca os didáticos da RSE entre os
melhores produtos das grandes editoras e redes de ensino do Brasil.
3. Projeto e material pioneiros, adequados ao momento atual da
realidade brasileira – O material didático da RSE obedece a um Projeto
Pedagógico avançado, apoiado em sólido tripé:
na pedagogia de Dom Bosco,
nas recomendações da Unesco para a educação para o século XXI,
nos PCNs e Diretrizes curriculares nacionais.
Assim, em vez da mera transmissão de conteúdos, o material didático da RSE privilegia o desenvolvimento das competências e habilidades necessárias ao educando para a construção do conhecimento
e sua aplicação na vida cotidiana e profissional. Exatamente por isso,
seus livros não precisam de adaptações para atender plenamente às
normas introduzidas pelo MEC com o novo ENEM, visando a melhorar
o ensino médio da rede pública e modificar as condições de acesso ao
ensino superior nas instituições federais.
Mazzarello –, os continuadores
de sua obra colocam-se na vanguarda da educação. Seu objetivo: preparar os jovens confiados
a seus cuidados para enfrentar e
vencer os desafios do século XXI,
como protagonistas de seu tempo e de seu meio, participantes
efetivos na construção de uma
sociedade pautada pelos valores
evangélicos.
Uma tarefa árdua, sim, mas
necessária e urgente, porque
nunca como nos tempos atuais a
humanidade e, de modo especial
o Brasil, teve tanta necessidade
de bons cristãos e honestos cidadãos. E formá-los é a razão de ser
da Rede Salesiana de Escolas.
Sempre na vanguarda
Num mundo estruturado em redes, o trabalho educacional de Salesianos e Salesianas ganha força e se atualiza com a formação e o
funcionamento da Rede Salesiana de Escolas.
Como nos tempos dos fundadores – São João Bosco e Santa Maria
Informativa - Revista ANEC | artigo
33
artigo
Comissão Episcopal Pastoral para a
Cultura, Educação e Comunicação Social da CNBB
Profª. Anísia de Paulo Figueiredo – Assessora de Ensino Religioso
Ir. Maria Eugênia Lhoris Aguado – Assessora do Setor Universidades
Aroldo de Oliveira Braga – Assessor de Cultura
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Informativa - Revista ANEC | artigo
“Criando a partir deste número um espaço para as notícias da Comissão
Episcopal Pastoral, a revista Informativa dá seguimento a esse processo de
comunhão que teve em Dom Aloizio Pena e particularmente em Dom Orani
João Tempesta a inspiração para se fazer da ANEC um instrumento de
diálogo entre as instituições de educação católica”
A
Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura, Educação e Comunicação
Social foi constituida a partir da vigência do novo estatuto da CNBB,
em 2001, com o objetivo dinamizar e articular novas formas de ação pastoral nas áreas da Cultura, Educação, Comunicação Social, Ensino Religioso e
Universidades, envolvendo nessa ação as instituições católicas relacionadas
com esses temas.
Entre essas instituições se destacam aquelas do mundo da educação, já
anteriormente vinculadas aos setores de Educação, Ensino Religioso e Cultura, existentes no período anterior à reforma estatutária. No último mandato
da vigência do estatuto anterior, buscando articular de forma mais eficiente
as entidades de educação católica com os planos pastorais da CNBB, o então bispo responsável pelo Setor Educação, D. Aloizio Leal Pena, hoje arcebispo emérito de Botucatu, idealizou o Conselho Nacional de Institutos de
Educação Católica (CONIEC), a partir do qual nasceu a ANEC, que congrega
as instituições e suas mantenedoras. A ANEC, hoje reconhecida como organismo vinculado à CNBB, teve em sua criação o estímulo e o apoio de Dom
Orani João Tempesta, presidente da Comissão Episcopal.
A relação entre a ANEC e a Comissão Episcopal antecede assim às duas
entidades, pois a AEC, a ABESC e a ANAMEC já se articulavam com os antigos Setores de Educação, Ensino Religioso e da Cultura da CNBB, sendo
através deles acolhida pela Conferência Episcopal.
Criando a partir deste número um espaço para as notícias e reflexões da Comissão Episcopal Pastoral para Cultura, Educação e Comunicação Social, a revista Informativa dá seguimento a esse processo de comunhão que teve em Dom Aloizio Pena e particularmente
em Dom Orani João Tempesta a inspiração para se fazer da ANEC
um instrumento de diálogo entre as instituições de educação católica
Informativa - Revista ANEC | artigo
em todos os níveis com a Igreja
no Brasil e sua ação patoral.
A Comissão Episcopal para a
Cultura, Educação e Comunicação Social é constituida por Dom
Orani Tempesta, seu Presidente
e mais quatro bispos eleitos pelo
Conselho Permanente da CNBB,
que se encarregam dos diversos
setores, animando e orientando
suas atividades. São eles: Dom Frei
Caetano Ferrari, OFM (Pastoral da
Educação), Dom Eurico dos Santos
Veloso (Ensino Religioso), Dom Roberto Francisco Ferrería Paz (Pastoral da Cultura) e Dom Eduardo
Benes de Sales Rodrigues (Setor
Universidades). Dom Orani Tempesta acompanha pessoalmente o
Setor Comunicação Social.
São assessores da Comissão,
cuidando dos cinco setores, conforme a ordem acima, o Prof. Luiz
Antonio Amaral, a Profª Anísia de
Paulo Figueiredo, o Sr. Aroldo Braga, a Ir. Maria Eugenia Lloris Aguado, fmvd, e Ir. Elide Fogolari, FSP.
35
artigo
Setor Pastoral da Educação
A Pastoral da Educação tem diante de si o desafio da complexidade de
todo um processo de evangelização do universo educacional. As atividades
do Setor se constituem na busca de colaboração com as instituições educacionais de nível básico e médio, tanto as confessionais católicas, quanto as
públicas, em vista da ação evangelizadora. Empenha-se também na organização ou fortalecimento da Pastoral nas Dioceses. Nesse sentido, leva em
conta as diferentes realidades regionais e alimenta a idéia de que as entidades de animação da educação, tais como o Movimento de Educação de Base-MEB e a ANEC procurem atuar em parceria e se tornem meios propícios
para a presença da Igreja no mundo da educação, principalmente através da
formação de agentes conscientes de seu papel no meio educacional.
Setor Pastoral da Comunicação
O Setor de Comunicação Social da CNBB tem por objetivo animar
e articular a comunicação social a Igreja do Brasil, com os meios e os
processos de comunicação, tendo presentes a cultura e as linguagens
geradas pela revolução das novas tecnologias que constituem o novo areópago para anúncio do Reino a todos os povos.
Entre as áreas de atuação do referido Setor destacam-se: a articulação e animação da PASCOM (Pastoral da Comunicação) nos Regionais,
Dioceses e Prelazias; promoção e divulgação dos prêmios de Comunicação da CNBB concedidos aos profissionais de imprensa, cinema, rádio
e televisão; divulgação do Dia Mundial das Comunicações e do Mutirão
Nacional; apoio e articulação a Associação Católica Mundial para a Comunicação (SIGNIS); e, no momento, tem se dedicado à produção de um
Diretório de Comunicação para a Igreja no Brasil.
Setor Ensino Religioso
O Setor do Ensino Religioso tem procurado atuar como espaço de
assessoria permanente ao episcopado brasileiro nas sucessivas fases de
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Informativa - Revista ANEC | artigo
reflexão e de acompanhamento ao
processo de elaboração da legislação específica da Educação Religiosa
como área de conhecimento. Conseqüentemente, tem participado, com
interesse e empenho nas ações que
visam à formação dos agentes, incluindo Professores para o exercício
da função na área e de Formadores
de Professores. Mantém em seu Plano de Ação diferentes projetos que
visam à participação em eventos voltados para a reflexão e a partilha das
experiências realizadas pelas diversas entidades envolvidas no assunto
ou relacionadas com a educação em
seu sentido amplo. Para fortalecer a
reflexão atual sobre o Ensino Religioso no Brasil conta com um Grupo
de Assessoria e Pesquisa em assuntos da área. Outras atividades estão
sendo desenvolvidas pelo Setor tais
como: a organização de banco de
dados e de documentos históricos
inéditos que apresentam o itinerário do Ensino Religioso na CNBB,
nos últimos trinta anos; elaboração
de fundamentos que possibilitem a
busca de compreensão da disciplina
em suas diferentes etapas de sua legalização e implantação no Brasil.
Setor Pastoral da Cultura
A Pastoral da Cultura tem como objetivo promover o diálogo da Igreja
com as diversas expressões do Mundo da Cultura, a partir da experiência
que se desenvolve desde os primórdios do anúncio do Evangelho no Brasil e
tem uma característica própria em cada Igreja particular. Trata-se de um dos
mais novos setores da ação pastoral da CNBB que, ao se consolidar, há de
se tornar um instrumento a serviço de todas as pastorais, ajudando na compreensão do meio e das realidades onde estão inseridos os destinatários da
ação pastoral. Suas atividades estão orientadas em alguns eixos de diálogo
onde se destacam a busca de articulação com os centros culturais católicos,
a valorização da cultura popular e de sua memória e a preservação dos bens
culturais da Igreja.
Setor Universidades
O Setor Universidades tem continuando o processo de organização e implantação da pastoral no âmbito da universidade, envolvendo todo o universo que a compõe (alunos, professores, funcionários e familaires), entendendo
esse processo como uma única atividade que denomina Ação evangelizadora no meio universitário, procurando articular as múltiplas experiências surgidas neste âmbito, em todo o país. O Setor Universidades quer dialogar com
todas as forças que atuam no meio universitário, tanto em nível de universidades católicas, como públicas oficiais e privadas, assim como conhecer e
acompanhar as iniciativas organizadas por grupos e movimentos eclesiais.
Este Setor tem desencadeado também um processo de aproximação
com as diversas iniciativas dos Regionais da CNBB, incentivando a presença
da Igreja no meio universitário.
Sua atenção está voltada para: a formação de líderes, futuros profissionais
com ideais de vida digna e coerentes com os princípios éticos fundamentais;
o fomento em vista a uma organização de universidades, em rede, que participem e colaborem com a Igreja na concepção e vivência de um novo humanismo; a formação de uma consciência crítica – no meio acadêmico, que
Informativa - Revista ANEC | artigo
facilite o discernimento de alternativas e elaboração de propostas para a concretização de uma
sociedade mais justa e fraterna; a
busca de articulação entre CNBB,
e ANEC, através do Setor Universidades; e a Pastoral das Universidades Católicas (PdU), incluindo
experiências existentes nas Universidades não confessionais.
Uma das principais caraterísticas desta Comissão Episcopal é sua
atuação de fronteira, indo além das
relações internas da Igreja e servindo no diálogo com a Sociedade e
o Mundo, desafiando-se constantemente com o uso de novas linguagens, que expressem a mensagem
do Evangelho nas culturas emergentes. Esse contato permanente com o
mundo exterior à vida eclesial é a riqueza e o desafio constante da ação
da Comissão. É através dele, na atuação de cada um de seus setores,
que ela contribuirá para o anúncio
da Boa Nova nos novos areópagos
deste tempo.
37
artigo
Dados, informação, conhecimento e
tomada de decisão
Weliton Moreira Bastos - [email protected] - Consultor de Negócios e MsC em Ciência da Computação
A
tomada de decisão não pode basear-se somente
em dados, são necessários informação e conhecimento. Por isso os gestores usam de relatórios para
apoiar suas decisões.
Os sistemas computacionais ajudam nesse processo, fornecendo dados em tempo real, relatórios flexíveis, diversos formatos de visualização dos dados,
cruzamento de dados, transformações nos dados,
acesso a dados remotos e diferentes níveis de abstrações. Entretanto, a maioria dos sistemas computacionais não consegue lidar com informação, pois
isso requer novas habilidades como armazenamento
e recuperação de informação, classificação, extração
de informação, elaboração de resumos e extração de
conhecimento.
A informação está codificada nos dados, sejam
eles estruturados em registros, semi-estruturados ou
textos. Textos possuem estrutura, linguagem característica, parágrafos, títulos, frases, etc.
Os sistemas de apoio à decisão precisam extrair
informação dos dados e conhecimento das informações. Quanto mais alto o nível, maior a abstração,
mais complexos são os mecanismos para sua manipulação, maior o custo e maior o seu valor estratégico.
Sistemas de gerência de documentos, por exemplo, devem prover mais do que as operações convencionais de armazenamento, trâmite, controle de
acesso, avaliação, atualização e distribuição. Precisam
prover operações como elaboração automática de
resumos, classificação automática, recuperação inteligente de informação, data mining, identificação de
tendências, previsões, induções, deduções, identifica-
38
ção de padrões, identificação de desvios, extração de
características e recomendação automática.
Não existem no mercado soluções completas para
atender as necessidades de informação e conhecimento das empresas e, as ferramentas que existem, cobrem
apenas alguns aspectos da informação e quase nada do
conhecimento.
Algumas perguntas devem ser respondidas antes
de optar por usar um sistema para gerenciar informação e conhecimento:
- Qual a importância da informação e do conhecimento para
o negócio?
- A relação custo-benefício é vantajosa?
- É viável uma implementação incremental, de forma que os
resultados possam ser acompanhados?
- As ferramentas vão suportar o crescimento das bases
de dados?
-
Como serão tratados os documentos e dados anteriores à
implantação do sistema e quais os custos envolvidos?
- O suporte técnico está disponível e os custos são acessíveis?
As empresas que aprenderem a lidar com a informação e conhecimento poderão oferecer um diferencial
competitivo, da mesma forma que os gestores que souberem dar a devida importância à gestão da informação
e do conhecimento, poderão desfrutar dos benefícios
decorrentes. O século XXI promete ser o século da informação, no qual sistemas simples com elevada capacidade de manipular informação e conhecimento serão
as ferramentas mais importantes para o sucesso de qualquer empreendimento.
Informativa - Revista ANEC | artigo
Informativa - Revista ANEC | artigo
39
artigo
Pedagogia de projetos:
educando através da cidadania
Profª Alcimari Soares Pereira
A
Escola Marista Santa Marta está localizada na maior ocupação
urbana da América Latina, cujo surgimento em dezembro de
1991, constitui-se num marco para as classes populares, sobretudo
aos movimentos sociais de luta pela moradia (BOTEGA, 2004), tendo
como característica básica o exercício da democracia participativa
(GOHN, 2003).
Com densidade demográfica estimada em pelo menos vinte e
cinco mil habitantes, enfrenta as mais variadas situações de vulnerabilidade social1, e consequentemente de exclusão e negação
de direitos. Dessa forma, se a educação por si só não liberta, não
podemos deixar de reconhecer que ela exerce um importante papel
na luta pela libertação, como nos disse Paulo Freire.
Como pensar então, que uma escola situada em um contexto social
tão marcado por lutas e conquistas políticas que só ocorreram pela
participação direta e organizada, não deva incorporar essas mesmas
práticas?
Como conceber uma escola, que situada numa comunidade mobilizada e marcada pela luta política, relegue para além de seus
muros questões que seus alunos desejam e necessitam discutir?
A opção por desenvolver a metodologia da Pedagogia de Projetos, desde o ano de 1999, corresponde às convicções de que:
a) a escola deve articular-se com os interesses e necessidades de
sua comunidade;
b) conhecimento é produto de construção coletiva, sendo requisito para o protagonismo e impulsionando a intervenção na realidade ;
c) democratizar o ensino perpassa, além de oferecer condições de acesso e permanência, proporcionar relações democráticas dentro da escola;
_______________________________
1 Os enfoques sobre a pobreza, indicadores de renda e carência, enquanto determinantes de condições de vulnerabilidade social se mostraram insuficientes, embora sejam os mais frequentes. Coloca-se mais adequada uma abordagem que abarque a desvantagem social de forma mais ampla.
ABRAMOVAY (2002)
40
Informativa - Revista ANEC | artigo
d) a cidadania não deve ser
delegada ao futuro, mas exercida no presente, muito além
de uma mera “cidadania de papel”.2
e) a escola é o espaço para a
construção da cidadania organizada.3
A Pedagogia de Projetos, não
é uma novidade educacional,
tendo em vista que seus pressupostos já eram defendidos no
início do século XX, por teóricos
da Pedagogia Ativa, entre eles
John Dewey. Contudo, assumi-la
é um desafio, tanto para os professores quanto para os alunos.
Implica o abandono de velhas
práticas e concepções há muito
arraigadas no meio educacional
acerca do que seja efetivamente a função da educação escolar
(HERNANDEZ,1998). Perpassa
mudanças de postura e entendimento do que sejam “aprender”
e “educar”.
Caminhos trilhados
O trabalho com projetos envolve basicamente três etapas:
1) Problematização: nessa fase, são levantados os temas de maior
interesse dos alunos, seguido de momentos de elaboração, defesa e
votação dos temas pela turma. Em relação ao tema eleito, os alunos
elencam o que já sabem sobre o assunto (valorizando-se o seu conhecimento prévio) e o que gostaria de saber sobre o mesmo. A partir do
que os alunos pretendem investigar, uma teia é construída e norteia as
atividades desenvolvidas durante o desenvolvimento do projeto.
2) Desenvolvimento: é a fase de investigação e criação, na qual
os alunos utilizam as mais variadas fontes de informação disponíveis para a coleta de dados relevantes para responder às questões
levantadas na fase de problematização. Os conteúdos trabalhados
em aula devem capacitar os alunos para esse fim, sendo focalizados
de forma procedimental, além de conceitual.
3) Síntese: é a etapa final em que novos esquemas de pensamento são consolidados a partir da construção de novos conhecimentos. Esse conhecimento possui uma finalidade prática, ou seja,
não produz apenas compreensão, mas intervenção na realidade.
dagógicas. Infelizmente, essas
ainda são as posturas dominantes nos discursos de muitos profissionais da educação que pretendem através de seu trabalho
preparar o “cidadão do futuro”.
Assumir o trabalho com projetos, implica investir-se da convicção de que a escola não deva
preparar para uma cidadania
futura, mas através de práticas
e ações cidadãs exercidas desde já, no presente. Entre outras,
seriam justificativas para esse
argumento, transformar a escola num ambiente mais prazeroso
e atrativo aos alunos, ou principalmente, transformá-la num lócus privilegiado de construção e
exercício da cidadania.
Apesar de desafiador, tanto para alunos quanto para professores, que precisam ressignificar seus papéis, o trabalho com projetos
é uma opção clara por uma escola mais cidadã.
A cidadania configura-se não apenas no acesso ao ambiente escolar, mas nas relações estabelecidas em seu interior. Já experimentamos na história da educação tanto o espontaneísmo ingênuo,
quanto a fragmentação e o autoritarismo nas teorias e práticas pe2 Na obra “Cidadão de papel”, Gilberto Dimenstein refere-se a leis e direitos que embora constem
na legislação do nosso país, não são respeitados ou cumpridos efetivamente.
3 Para DEMO (2006) a cidadania organizada é o oposto da pobreza política, e significa a luta pela
conquista e cumprimento de direitos.
Informativa - Revista ANEC | artigo
41
artigo
Marketing Viral: ferramenta de organização
do Terceiro Setor
Por Marcio Zeppelini
C
omo um vírus, a ideia do marketing viral é se espalhar com proporções
similares às de uma epidemia, alcançando um grande número de pessoas
a baixos custos. O processo pode funcionar no famoso ‘boca a boca’ ou por
meio da internet. E-mails, sites, blogs e páginas de relacionamento são excelentes veículos para espalhar o vírus da informação. Para as organizações do
Terceiro Setor, pode ser uma grande ajuda, já que é simples e, se bem utilizado, bastante eficaz.
Explorar redes sociais já existentes é o foco do marketing viral, que tem
como meta divulgar marcas e práticas que possam ser replicadas. A estratégia
é pedir a outros indivíduos que passem adiante uma mensagem, o que gera
oportunidades diversas. Essa atitude demanda menos energia, e espera-se
que isso se torne uma bola de neve, no bom sentido da expressão.
A teoria do “Mundo Pequeno”, publicada em 1967 pelo psicólogo norteamericano Stanley Milgram, foi a base do conceito do marketing viral. Mais
tarde, o estudo ficou conhecido como os “seis graus de separação”, já que
mostrou que este é o número máximo de contatos necessários para criar uma
ponte entre duas pessoas em qualquer lugar do planeta. Assim, se seis contatos são suficientes para atingir qualquer pessoa no mundo, cada ser humano se
torna um importante canal de comunicação. Atualmente, com o uso da internet, esses contatos ficaram ainda mais simples. Um bate-papo informal pode
‘vender’ uma causa ou uma marca e, pela teoria do mundo pequeno, esse
assunto será facilmente expandido de maneira exponencial.
Como utilizar o marketing viral no Terceiro Setor?
Investindo pouco ou, às vezes, nada, é possível divulgar sua causa por
meio desta ferramenta. Mas é importante tomar cuidado com o público
que se quer atingir, para que suas mensagens não sejam consideradas
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Informativa - Revista ANEC | artigo
inoportunas e inconvenientes. Se
isso acontecer, os destinatários podem classificar seus e-mails como
spam e ter uma imagem equivocada de sua organização. Afinal, assim como a boa imagem da organização pode ser transmitida com
a velocidade de uma epidemia, a
imagem ruim também pode.
Para investir sem erro nessa poderosa ferramenta, confira a seguir
os sete princípios do marketing
viral, que podem ser aplicados facilmente em organizações do Terceiro Setor.
1) Ofereça um produto ou serviço
de valor para seus prospectores
Esse quesito baseia-se na oferta
de produtos ou serviços gratuitos. Para instituições, pode ser
colocado em prática de outra maneira, por meio de campanhas.
Um exemplo é vender produtos
que gerem renda à instituição e
sensibilizar os receptores em relação à causa.
2) É preciso ser bem definido e de fácil transmissão
Os meios pelos quais a mensagem passa devem ser fáceis de serem replicados.
Assim, é interessante utilizar e-mails e sites gratuitos. É importante que o conteúdo da mensagem seja simples e curto, para que não fique pesada.
3) Capacidade de crescer rapidamente
A mensagem deve ser retransmitida rapidamente para que, quando os usuários começarem a utilizar o serviço, possam promovê-lo e colocar em prática o
marketing viral.
4) Comportamentos comuns
O ‘vírus’ deve causar um apelo às emoções humanas, especialmente no Terceiro Setor, gerando a vontade de passá-lo para frente.
5) Redes de comunicação já existentes
Aproveite as redes já existentes, como grupos de amigos, familiares e colegas
de trabalho, que podem facilitar a transmissão de mensagens para um maior
número de pessoas.
rativos que prendem a atenção e
divertem o receptor.
Com o mundo da internet e a interatividade cada vez mais em alta, não
haveria melhor momento para colocar
em prática esse tipo de comunicação.
Graças à existência de sites gratuitos e
com grande número de acessos, como
Orkut, Twitter, Google e YouTube, é
possível divulgar ações sem gastar
nada. Além disso, os sites das próprias
instituições devem ser ferramentas
práticas, que permitam a comunicação
ágil e que demonstrem a transparência
e credibilidade da organização.
“Explorar redes sociais já existentes é o foco do marketing vi-
6) Recursos de terceiros
É possível colocar textos ou imagens em outros sites, por meio de parcerias.
Alguns sites permitem que isso seja feito até gratuitamente.
ral, que tem como meta divulgar
marcas e práticas que possam ser
replicadas. A estratégia é pedir a
7) Baixo custo
outros indivíduos que passem adi-
O ideal é que o único custo no marketing viral seja o da criação do
que será transmitido. Quanto mais leve e divertido for, mais chances
terá de ser replicado. Atualmente, há a estratégia de criar jogos inte-
Informativa - Revista ANEC | artigo
ante uma mensagem, o que gera
oportunidades diversas”
43
artigo
GVDASA Sistemas foca o mercado
educacional paulista
44
Informativa - Revista ANEC | artigo
Com 22 anos de experiência, a empresa gaúcha especialista em sistema de gestão educacional instala nova unidade em São
Paulo. Weliton Moreira Bastos - [email protected] - Consultor de Negócios e MsC em Ciência da Computação
A
pós conquistar credibilidade no mercado gaúcho e criar unidades em
Alagoas, Espírito Santo e Minas Gerais, tornando-se referência em sistema de gestão educacional, a GVDASA Sistemas foca agora o mercado de
São Paulo. A empresa com sede em São Leopoldo (RS) acaba de instalar sua
mais nova unidade em Alphaville para oferecer o que há de mais moderno em
sistema de gestão educacional às instituições de ensino paulistas. Para isso, a empresa oferece o GVcollege, uma solução completa para
a otimização dos processos acadêmicos e administrativos das instituições –
da matrícula até a emissão dos certificados. Através da integração total das
informações, o GVcollege garante agilidade e simplificação dos processos,
promovendo o gerenciamento unificado e a redução dos custos operacionais.
Dessa forma, oferece ao gestor uma visão estratégica de toda a rede. Com uma estrutura modular flexível, o GVcollege pode ser adaptado às
necessidades específicas de cada instituição. Foi o que aconteceu com a Rede
Marista, um dos grandes clientes da empresa. “É um sistema completo, e que
foi customizado para as nossas necessidades administrativas”, explica Cezar
Eduardo Rieger, gerente de TI da SOME (Sociedade Meridional de Educação)
e da USBEE (União Sul Brasileira de Educação e Ensino), entidades que compõem a rede. Recentemente o grupo passou por uma unificação e o GVcollege ajudou a unificar os procedimentos de 20 escolas do grupo, localizadas
no Rio Grande do Sul e Distrito Federal. “Agora temos mais controle dos
processos da rede como um todo”, conta Rieger. Soluções customizadas também são oferecidas a Faculdade Dom Bosco
de Porto Alegre, pertencente à Rede IUS (Instituições Salesianas de Ensino Superior). No início do ano, a faculdade, que utiliza o sistema desde 2003, incorporou mais um módulo para atender a uma demanda específica: a realização
de matrículas online para os alunos dos cinco cursos oferecidos. “A GVDASA
sempre monta uma alternativa a altura de nossa necessidade”, diz o Pe.
Marcos Sandrini, diretor da instituição. “Além disso, também podemos
contar com um pronto atendimento
nos casos de produção de nova solução ou mesmo de suporte técnico”,
afirma. Em São Paulo, a GVDASA deseja
consolidar sua imagem deixando a
mesma boa impressão entre os novos clientes: “Por ser um mercado
muito competitivo, queremos entrar
no cenário paulista para ficar”, afirma
Vera Boufleur, diretora comercial da
empresa. GVDASA Sistemas – Instalada no
Parque Tecnológico da cidade de São
Leopoldo, a empresa iniciou suas atividades em 1987. Atualmente mais
de 700 instituições de ensino de todo
o Brasil utilizam o GVcollege, entre
eles grandes redes de ensino do Brasil, como Rede LaSalle e Marista, e
também instituições de ensino superior, como UERGS e FAPA, além dos
sistemas SENAC/RS e SESI/MT.
_______________________________
Contato com a imprensa:
Simone Araujo
Tel.: (11) 3477-1603 – Cel.: (11) 9989-7333
Informativa - Revista ANEC | artigo
45
política
Entrevista Deputado
Hugo Leal
A ANEC entrevista o Deputado Federal Hugo Leal. Líder do PSC na Câmara desde 2007 e vice-Líder do Bloco PMDB, PTB,
PSC, PTC, o deputado exerce o seu primeiro mandato em Brasília pelo Estado do Rio de Janeiro. Hugo Leal já foi Diretor
do DNIT e Secretário de Justiça no Rio e defende os valores cristãos na educação.
Como o Sr. começou na carreira política?
Na verdade eu sou Deputado Federal pelo Rio de Janeiro, mas sou
mineiro. Nasci na cidade de Ouro Fino e venho de família tradicional. Meu
Ensino Fundamental foi em uma escola católica, Instituto Nossa Senhora
das Graças, o ensino Médio foi em escola estadual. No 2º. Grau estudei
no Colégio Marista de Pato de Minas, então eu sei o que significa e o que
representa o Ensino Católico. No final de 1979 tive uma experiência no
seminário, até o inicio dos anos 80. Depois fui buscar alternativas para a
vida, me preparar para o vestibular, e na época, tinha que fazer o serviço
militar. Então prestei um concurso para a marinha e fui para o Rio de Janeiro. Não mudei mais de lá, passei para a faculdade de Direito e o próprio curso já era um local de debates. Durante a faculdade participei do
Centro Acadêmico e foi onde eu militei politicamente. Fiz vários trabalhos
para o movimento estudantil. Me formei em 1985 e fiz outra faculdade de
Economia. Em 1990, eu já era filiado ao PDT, Partido Democrata Trabalhista, do Rio de Janeiro, do antigo governador Brizola. Nesta época, quando
governador foi eleito, eu assumi um cargo na Secretaria de Justiça, Diretor
Geral do Departamento dos Depósitos Públicos. Mais tarde, em 1997 e 98,
trabalhei como assessor técnico do PDT aqui na Câmara. Eu me especializei
em Direito Eleitoral e, por isso, participava de muitas campanhas.
Em 1998 trabalhei na campanha do governador Garotinho. Já o conhecia e depois que ele foi eleito me chamou para fazer a transição do
Governo. Assumi a Secretaria de Administração até 2002, quando eu fui
candidato a Deputado Estadual. Não me elegi, mas fiquei como terceiro suplente. Veio a eleição da governadora Rosinha. Na época ela me
chamou para ocupar o cargo de presidente do Detran, Departamento
de Trânsito do Rio de Janeiro. Em 2006 tive que assumir o mandato na
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Informativa - Revista ANEC | política
“Acho que a doutrina cristã é
muita rica, a história da igreja
também é muito rica de contribuições. A igreja em sua diversidade traz muitos ensinamentos. A religião dá um sentido
de conectividade porque ela
tem uma história, com seus
erros, seus absurdos, mas
também com acertos e com a
filosofia da salvação”
Informativa - Revista ANEC | política
47
política
“O seu interesse aqui e as suas questões pessoais são mais uma na
vontade de muitos que você representa, então, eu acho que se você
tiver esta consciência consegue entender a dimensão do seu mandato
e a sua função aqui na Casa. A ação política combina com vocação,
isso aqui não é uma profissão”
Assembléia, fiquei uns cinco meses no cargo e a governadora me chamou para ser Secretário de Justiça.
Em abril de 2006 me lancei como candidato a Deputado Federal, eu consegui 112 mil votos. Fui o oitavo
deputado mais votado. Este seria um resumo mais
breve do meu histórico político e sobre os fatos que
me fizeram chegar até aqui. Na câmara o PSC tinha
bons deputados e eu fui indicado para ser o líder da
bancada em 2007 e fui reeleito em 2008 e 2009. Mas
foi assim que eu construí minha relação com as pessoas. Valorizo o respeito de como se atua aqui dentro
da Câmara Federal. Nosso papel é fundamental e eu
digo todos os dias que nós temos uma oportunidade
e uma grande responsabilidade com quem você está
representando.
O seu interesse aqui e as suas questões pessoais
são mais uma na vontade de muitos que você representa, então, eu acho que se você tiver esta consciência consegue entender a dimensão do seu mandato
e a sua função aqui na Casa. A ação política combina
com vocação, isso aqui não é uma profissão.
E com relação à educação e a religião. Qual o
papel desses dois temas na rotina do Sr. como parlamentar?
Eu sempre tive a doutrina cristã como minha referência. Mas não uma coisa superficial, eu acho que a
48
doutrina cristã é muita rica, a história da igreja também é muito rica de contribuições. A igreja em sua
diversidade traz muitos ensinamentos. A religião dá
um sentido de conectividade porque ela tem uma
história, com seus erros, seus absurdos, mas também
com acertos e com a filosofia da salvação. Então ela
resgata muito do que é o sentimento da pessoa, a
espiritualidade. A fé é uma dimensão muito maior, a
religião esta entre os homens para disciplinar o comportamento, a fé ultrapassa isso. Então isso também
está presente no meu trabalho porque o homem não
é só matéria, não é só este plano, não dá para imaginar que seja só isso. Senão você se sente muito pequeno e não entende o seu papel na vida, não entende qual é a missão que você veio enfrentar. Tanto a fé
quanto a religião te dão parâmetros para estabelecer
perspectivas e esperanças.
Para o senhor qual seria a solução para a educação brasileira? O ensino deve ser baseado em tradição e também investir em inovações?
É impressionante como hoje a gente vive em uma
sociedade que, cada vez mais, se afasta de valores.
Existem alguns valores que são fundamentais para a
referência das crianças e da educação. Se eu consegui algum sucesso, algum destaque no meu trabalho,
na minha vida, pode ter certeza que foi construído
Informativa - Revista ANEC | política
na minha infância. Você é produto do seu meio. Não
significa que porque a pessoa nasceu em um meio
de dificuldade que está fadado ao fracasso, também
depende do esforço. A gente passa por um momento
muito delicado, porque hoje, os jovens e as crianças
tem acesso a muita informação, de todo o tipo. Eles
sabem de coisas que eu nunca imaginei na minha vida
que pudesse ter acesso, nunca pensei que meu filho
ou minha filha pudessem ter um conhecimento tão
rápido. Mas é ai que está o contra senso! É muita
informação, mas pouca formação. Ou seja, se alguém
receber informação e tiver formação vai saber diferenciar o que é bom ou não é. Mas se a pessoa não
tem formação e absorve tudo como uma esponja o
resultado pode ser extremamente perigoso. Então
qual a diferença das escolas tradicionais, públicas
para uma escola católica? É a formação, não é a informação. Os Colégios Católicos do Rio de Janeiro
hoje tem o melhor desempenho no Enem. Isso não
só por causa da qualidade dos professores, a diferença é como você forma a pessoa. A família é um
ente fundamental nesta formação, mas é preciso que
a educação complemente esse processo. Você pode
até estudar em uma escola católica e dizer que não
é católico, mas pode ter certeza que aquela formação, naquele momento, foi fundamental para você.
Eu conheço casos, de amigos que renegaram a reli-
gião, achavam que a Igreja era um atraso, mas você
pode ter certeza que o ensino foi fundamental para a
experiência deles hoje.
Qual a avaliação que o senhor faz das políticas
de Educação do governo Lula?
Eu acho que em termo de recursos investidos
avançou, isso é nítido. Se você fizer um comparativo
pode ter certeza que a aplicação de recursos aumentou mais de 100% desde o início deste Governo. Mas
o problema da educação é só recurso? O problema
da educação é gestão, gerenciamento e formação.
Vamos pagar muito bem o professor, ótimo, mas o
que ele está ensinando? O professor é uma outra atividade que também não é só profissão, se a pessoa
não gostar do que faz, por favor, troque na hora. Tem
profissões que não da para você enrolar. Hoje o Governo Lula foi importante em termos de referência,
investimentos e expansão do ensino fundamental,
mas ainda falta uma massa para juntar as peças.
Informativa - Revista ANEC | política
49
política
Entrevista Ministro
Carlos Minc
Em entrevista exclusiva a Revista Informativa o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, fala sobre as boas práticas na
Educação Ambiental. Minc foi eleito, cinco vezes, como deputado estadual pelo Rio de Janeiro e foi Secretário de Meio
Ambiente antes de assumir a pasta em Brasília. Uma das ações do governo para ensinar os cidadãos do futuro a cuidar
do meio ambiente está baseada no conhecimento local das espécies de animais que correm risco de desaparecer da
fauna brasileira. O Ministério do Meio Ambiente lançou este ano um livro sobre todas essas espécies ameaças em todas
as regiões do país. O material vai ser distribuído em escolas e pode mudar o futuro da preservação ambiental. Em uma
conversa descontraída e com a fala apaixonada, típica da personalidade do ministro, Minc fala sobre este novo cenário e
outros assuntos.
Revista Informativa – Ministro como o Sr. avalia o
papel das escolas e da sociedade na educação ambiental dos jovens de hoje?
Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc – Eu
sou um fã de carterinha da educação ambiental.
Também sou professor e no Rio de Janeiro fui autor
da Lei de Educação Ambiental. Esta é uma lei boa
que diz que cada escola tem que ser um centro de
reciclagem, e prevê a participação das famílias dos
estudantes. Outra proposta é que cada escola tem
que adotar alguma coisa do seu entorno como uma
lagoa, um rio, uma encosta. Educar não é só decoreba. Há um mês eu participei de um encontro nacional de educadores ambientais. Estavam presentes mais ou menos 200 professores e animadores
da educação ambiental e nós vimos os avanços e
onde a gente pode avançar mais ainda. Infelizmente este processo da inovação no ensino é lento.
50
Revista Informativa – E como funcionam os critérios da educação ambiental?
Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc – Tem a
educação ambiental formal que a gente faz nas escolas junto com o MEC, Ministério da Educação, e tem a
educação que a gente faz, por exemplo, com os catadores, com os caiçaras, com os pescadores. E nós introduzimos um fator novo. Nos grandes licenciamentos
ambientais, obrigatoriamente, tem um dinheiro que
vai para a educação ambiental. Nós fizemos isso nas
usinas do Madeira, no Nuclear, na Eletrobrás, na Petrobras. Isso não significa que é a Petrobras que vai fazer
educação ambiental, quem vai fazer a educação ambiental é o Ibama o Chico Mendes ou o órgão estadual
de meio ambiente. O que vai acontecer é que estas
grandes instituições vão bancar, por 15 anos, programas de educação ambiental para área de entorno do
investimento. O objetivo é que as pessoas saibam de
Informativa - Revista ANEC | política
que forma este empreendimento impacta o meio ambiente e também aprendam como fazer para recuperar
um rio, para monitorar a água, o ar, em suma, acompanhar o cumprimento dos condicionantes ambientais
das licenças. O resultado é uma cobrança maior sobre
o que as empresas tem que fazer. Então naturalmente
como é a empresa que vai provocar o impacto também é natural que um pedacinho pequeno do seu
dinheiro de compensação e mitigação seja destinado
para formar educadores ambientais, mesmo porque,
sem dinheiro também não tem educação ambiental.
Revista Informativa – O Sr. avalia que o desafio das escolas católicas é maior neste caso,
já que a cobrança por valores e qualidade do
ensino compõe um quadro de maior exigência?
Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc – Na verdade acho que não, todo professor e toda escola deve
praticar educação ambiental envolvendo as famílias e
motivando os alunos. Por exemplo, um dos programas
nossos é levar a garotada para visitar as unidades de
conservação. Porque, hoje em dia, muitas vezes a gente acompanha em uma sala de aula o seguinte cenário:
a garotada vê o elefante e a girafa, que são animais
muito legais, mas que infelizmente aqui no Brasil só vão
ser vistos no jardim zoológico. E na maioria das vezes
essas crianças não conhecem a nossa flora e a nossa
fauna. Então investir na ideia de visitar, de conhecer, é
muito importante. Por exemplo, ficou definido que
nós vamos colocar em todas as escolas um livrão
vermelho da fauna ameaçada de extinção. Para
cada professora, no interior do Mato Grosso, no
interior de Minas Gerais, Goiás ou do Rio Grande do Sul, ver os bichos, pássaros, macacos que
estão ameaçados no seu estado, qual é o lugar
que eles vivem, do que se alimentam e levar os
alunos para lá. Assim eles podem ver o que está
destruindo as espécies de animais que vivem ali.
O agrotóxico, por exemplo, acaba com o inseto que o pássaro se alimentava. Então quebra a
cadeia alimentar e adeus pássaro. Então isso vai
ajudar as professoras a fazerem um trabalho de
campo de mais qualidade com a rapaziada.
“hoje em dia, muitas vezes a gente
acompanha em uma sala de aula o
seguinte cenário: a garotada vê o elefante e a girafa, que são animais muito legais, mas que infelizmente aqui
no Brasil só vão ser vistos no jardim
zoológico. E na maioria das vezes essas crianças não conhecem a nossa
flora e a nossa fauna”
Informativa - Revista ANEC | política
51
política
Entrevista Deputada
Maria do Rosário
ANEC entrevista a Deputada Federal, Maria do Rosário. Eleita pelo PT do Rio Grande do Sul, ela está no seu segundo
mandato na Câmara Federal e é Presidente da Comissão de Educação e Cultura da Casa. Maria do Rosário estudou em
escola católica e revela em conversa com a Revista Informativa as prioridades entre as decisões que podem mudar o
ensino no Brasil.
Sobre o trabalho na Comissão de Educação,
quais os momentos e decisões mais importantes nas votações deste ano até agora?
Este ano é fundamental como um momento
inicial para o debate sobre o novo Plano Nacional
de Educação. Sobre como o PNE 2011- 2020 será
explorado. A superação do início do atual plano
em termos de financiamentos especialmente com
os ecos que existiram quanto da sua entrada em
vigor. E outra prioridade seria, efetivamente, trabalhar os indicadores de qualidade da educação
brasileira. Buscar saídas que permitam os estudantes e a sociedade, pensar a educação como
um bem público colocado a serviço das pessoas e
da sociedade. Este caminho seria percorrido tanto através da esfera pública quanto do setor comunitário privado, mas que ocorre sempre com
um viés de humanização e desenvolvimento integral para a sociedade brasileira e para o mundo
contemporâneo.
No caso das instituições de ensino que investem em tradição, qual o papel dessas ins-
52
tituições nos debates parlamentares da Comissão?
A Comissão de Educação e Cultura é um
espaço plural composta não apenas por diferentes partidos e parlamentares de diferentes
regiões e tradições políticas e culturais brasileiras, mas é um espaço plural porque a constituição brasileira é plural quando fala sobre
educação. Educação é sinônimo de desenvolvimento no sentido mais amplo desta palavra
e ela é no Brasil um espaço onde o Estado
brasileiro tem as suas responsabilidades muito bem delineadas, mas também convive com
outros setores como as instituições de caráter
comunitárias e as instituições privadas de um
modo geral. Nós estamos incentivando através
da Comissão a organização do setor comunitário. Principalmente porque nós já contamos
com frentes parlamentares estruturadas, nos já
contamos com frentes parlamentares que estão mais atentas ao setor privado e também ao
setor publico são duas frentes parlamentares
tradicionais. Uma coordenada pelo deputado
Informativa - Revista ANEC | política
Informativa - Revista ANEC | política
53
política
João Matos do PMDB de Santa Catarina e a outra coordenada pelo deputado Pedro Wilson do PT
de Goiás, ambos são ex-presidentes da comissão.
Nós acreditamos que é fundamental para o setor
comunitário investir na estruturação de uma defesa
parlamentar buscando construir um marco político
institucional das instituições comunitárias do Brasil.
Além disso, seria possível negociar resultados sobre toda a legislação brasileira tanto em desdobramentos necessários na LDB quanto no código civil
na matéria tributária e essa é uma das prioridades.
Nós não queremos concluir este ano sem uma Frente que atue junto a ABRUC e a ANEC, e que reconheça nestas instituições a atenção e a contribuição
que dão para uma educação superior de qualidade
no Brasil e também nas demais modalidades e etapas de ensino.
A Sra. estudou em escola católica? Qual foi a
influencia desse tipo de educação na formação
pessoal da Sra. ?
As melhores escolas do Brasil são aquelas que
tem valores e não são aquelas que muitas vezes
dispõe de mais recursos econômicos. São aquelas
onde as pessoas se sentem valorizadas na dimensão humana. E eu tive a honra de ser aluna do colégio São José em grande parte da minha formação.
54
Sou muito agradecida. Assim como fui aluna da
Escola Pública em grande parte da minha vida.
Acredito que as Instituições Católicas dão uma
contribuição inestimável ao povo brasileiro e
devem ser valorizadas. Para elas as portas estão
abertas porque recebem grande apresso aqui
no parlamento brasileiro.
“Nós acreditamos que é fundamental
para o setor comunitário investir
na estruturação de uma defesa
parlamentar buscando construir
um marco político institucional das
instituições comunitárias do Brasil”
Informativa - Revista ANEC | política
Informativa - Revista ANEC | política
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política
Entrevista
Monteiro Neto
A ANEC entrevista o diretor da Rede Vida, João Monteiro de Barros Neto. Ele conta como nasceu o sonho de um canal de
TV feito para a família que, hoje, chega a todas as capitais do Brasil. A tradição de quase 15 anos no mercado nacional tem
como proposta transmitir os valores cristãos em uma programação diversificada, com informação e também diversão.
“na vida nós jogamos futebol,
assistimos notícias, vamos ao
cinema, ao teatro e a religião
faz parte da nossa vida. Então
é natural que também dentro
da televisão a religião faça parte da programação”
56
ANEC – Como nasceu a idéia de um canal de TV com princípios
religiosos? E hoje quais são os desafios da Rede Vida?
João Monteiro de Barros Neto – Na década de 80, o que se evidenciava era uma falta da presença da igreja católica em um grande
veículo de massa que é a televisão. A igreja que sempre foi muito
zelosa com relação a comunicação tinha muitas emissoras de rádio,
muitos jornais paroquianos. A preocupação estava até na acústica
das suas igrejas, na comunicação através das artes, das esculturas
e das pinturas. Mas ela não tinha tido a sagacidade de se preparar
para trabalhar também com a televisão. E nessa época muitas outras denominações religiosas usaram a estratégia de se comunicar
com o povo de trabalhar com televisão. Então este era o ambiente
que eles tinham em termos de comunicação no Brasil e na igreja de
um modo geral.
A experiência da Rede Vida surgiu com um jornalista do interior
do Estado de São Paulo. Ele tinha duas emissoras de AM e duas de
FM e um jornal diário. Como um leigo comprometido com a igreja
ele participou do movimento de trabalho intenso para ajudar a sua
cidade de Barretos a tornar-se uma sede de diocese. Esse leigo
pleiteava ter também um canal de televisão e conseguiu este canal
de televisão na cidade de São José do Rio Preto, interior do Estado
de São Paulo e que dista 96 quilômetros da cidade que ele vivia.
Logo que a concessão foi outorgada, e passou pelo Congresso
Nacional, esse leigo, o jornalista João Monteiro de Barros Filho,
colocou a disposição da igreja o seu canal. A emissora em São José
do Rio Preto era uma geradora, e foi criada para ser uma cabeça
de rede de uma televisão com inspiração cristã e com o apoio da
Informativa - Revista ANEC | política
Igreja Católica. Ele percebeu como leigo que o
católico não se enxergava na Televisão Brasileira até aquele momento. Esta intenção foi levada ao então bispo de Barretos que vibrou com a
ideia e propôs uma conversa com o presidente
da CNBB Dom Luciano de Almeida. Ele também
vibrou com a ideia e se apaixonou pela possibilidade e principalmente por compreender essa necessidade que existia. Dom Luciano logo de cara
percebeu a dificuldade do projeto, por causa do
tamanho. Como criar uma rede de televisão que
pudesse chegar a todas as sedes de dioceses,
portanto chegar a todo o território nacional, e
se configurar em um cenário onde se teria que
construir tudo.
Existia uma dúvida, é necessário, mas seria
possível? As reações dentro da CNBB foram variadas e isso foi amplamente discutido entre o
episcopado brasileiro. Então houve uma reunião
em Brasília, estavam presentes todos os cardeais brasileiros da época e também a diretoria da
CNBB. Ali se estabeleceu que a Igreja Católica
apoiasse o projeto, mas que este projeto não
fosse da própria Igreja Católica. Portanto foi
aconselhada a criação do Instituto Brasileiro de
Comunicação Cristã, IMBRAC. Este instituto foi
o fomentador da Rede Vida de Televisão e faz a
interligação entre a Igreja Católica e a empresa
“Televisão Independente São José do Rio Preto”,
que é a concessionária da televisão junto ao Governo Federal.
A partir daí, a Rede Vida começou a nascer.
Neste momento foi criado um conselho formado
por onze membros e cinco faziam parte do episcopado e este grupo dava também a orientação
sobre o conteúdo da emissora. A programação
estreou em 1995. Prova de que quando se acredita em um projeto a realidade pode ser transformada.
ANEC – Como o senhor avalia o papel da
emissora na sociedade?
João Monteiro de Barros Neto – A rede vida
não foi criada para ser uma emissora 100 % de
evangelização explícita católica. A rede vida foi
criada para corresponder a necessidade de mais
de 70% da população brasileira que se confessa católica. Porque na vida nós jogamos futebol,
assistimos notícias, vamos ao cinema, ao teatro
e a religião faz parte da nossa vida. Então é natural que também dentro da televisão a religião
faça parte da programação. São momentos de
religião e evangelização. Então a rede vida separou uma parte da sua exibição com missa, terço
Informativa - Revista ANEC | política
57
política
“O nosso sonho é fazer uma grande junção entre o poder de alcance da emissora com o poder da rede católica de ensino.
Nós gostaríamos de aproveitar o grande manancial de riqueza, de
sabedoria, cultura, de formação, que as escolas católicas possuem”
e reflexão da palavra. Que é basicamente o que
sustenta o católico dentro da sua prática religiosa. Mas o católico é muito mais do que isso, assim como todas as outras religiões, ele também
vive em sociedade, por isso a grade de programação quer influenciar na sociedade através da
sua formação. Para isso investimos no diálogo
com a sociedade. A nossa proposta é coerente
em relação a valores, através do jornalismo, mostra esporte e muito mais. E desta maneira acho
que está reservado para a Rede Vida um espaço
na sociedade. Costumamos dizer que a família é
valor para todas as religiões e, portanto a Rede
Vida, ao longo desses anos, tem se caracterizado como o canal da família porque permite que
qualquer família possa assisti-la.
ANEC – Qual o papel da educação católica
de aproveitar o grande manancial de riqueza,
de sabedoria, cultura, de formação, que as
escolas católicas possuem, sendo valorizadas
dentro da Rede Vida de Televisão. E a rede
também se abastecendo deste imenso valor das
escolas católicas para ela poder crescer na sua
grade de programação e no seu conteúdo. Nós
entendemos que no futuro, existe a TV digital,
portanto haverá capacidade para nós termos o
ensino católico à distância. Em um país como
o nosso, com o poder que a televisão tem, nós
podemos ter uma grande interação com as
escolas católicas que estão distribuídas em todo
o Brasil. Mais do que isso, se a Rede Vida quer ser
diferenciada na sua grade de programação ela
também precisa ser diferenciada no que tange
a educação, porque através da rede podemos
transformar o Brasil.
no projeto da Rede Vida?
João Monteiro de Barros Neto – Nós temos
um grande sonho! Hoje a Rede Vida chega a mais
de 110 milhões de brasileiros, está presente em
96% das sedes de dioceses brasileiras e chega
hoje em todos os estados e em todas as capitais.
O nosso sonho é fazer uma grande junção entre
o poder de alcance da emissora com o poder
da rede católica de ensino. Nós gostaríamos
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Informativa - Revista ANEC | política
Informativa - Revista ANEC | política
59
educação superior
Pernambucanos tem pouco
conhecimento sobre a própria
Cultura
Pesquisa revela que pernambucanos preferem feijoada e comidas de milho,
Brennand, Ariano, Alceu e o Frevo
Q
ual o nível de conhecimento do morador da Região Metropolitana
do Recife sobre a sua própria cultura? Para responder a esta pergunta, o Gemepe, Grupo de Estudo do Macroambiente Empresarial de
Pernambuco, foi às ruas e entrevistou 650 moradores da RMR, Região
Metropolitana de Recife, entre os dias 01 a 10 de julho. A maior parte
dos entrevistados (44,94%) declarou ter um nível de conhecimento médio
sobre o assunto. Outros 38,45% assumiram ter pouco, enquanto 10% afirmaram não conhecer nossas tradições. Apenas 6,65% disseram conhecer
muito a cultura pernambucana.
A pesquisa também revela que as respostas dos entrevistados são diretamente proporcionais ao seu nível de renda e grau de escolaridade.
Indivíduos com grau de instrução superior completo, por exemplo, demonstraram ter maior conhecimento sobre o assunto (52,38%) do que os
demais. As classes D e E apresentaram o maior percentual de desconhecimento (nenhum) cultural do estado: 44,44%. As mulheres destacaram-se
positivamente, com 57,14% das respostas.
Apesar do desconhecimento sobre a cultura pernambucana, as respostas melhoram quando o assunto é a valorização da mesma. Apesar de
uma parcela significativa dos consultados declararem pouco ou nenhum
conhecimento sobre a cultura pernambucana, um percentual elevado dos
entrevistados disse valorizar muito (40,19%) e em nível médio (38,45%) a
cultura local. Apenas 21,36% afirmaram pouca ou nenhuma valorização.
O público mais jovem foi o que mais afirmou não valorizar a nossa cultura.
Na faixa etária dos 16 aos 25 anos, o resultado foi de aproximadamente
33%. Admitir valorizar muito a riqueza cultural do Estado foi destaque
entre os consultados com maior grau de instrução (74,01%).
60
Informativa - Revista ANEC | educação superior
BRENNAND
Testando, mais especificamente, o nível de conhecimento dos
entrevistados, o Gemepe perguntou se os moradores da RMR
conhecem seus artistas plásticos,
pintores e escritores. Os resultados demonstraram uma profunda
desinformação neste segmento.
Aproximadamente 67% dos entrevistados não conhecem algum
artista plástico pernambucano.
Mesmo entre os que responderam
afirmativamente (33%), 19% não
conseguiram citar nomes. Entre
os mais citados, o grande destaque foi para Francisco Brennand
(57,54%), acompanhado por Romero Britto (10,61%), Silvio Botelho (2,79%), Cícero Dias (2,23%) e
Wellington Virgolino (2,23%).
Quanto aos pintores, aproximadamente 77% dos pesquisados
afirmaram não conhecê-los. Novamente, dentre os 33% que responderam positivamente, 12,3%
não recordavam de nomes. Romero Britto, desta vez, foi o campeão com
28,4% das citações. Aproximadamente 17% lembraram-se de Gil Vicente,
14,6% destacaram Lúcia Pereira, enquanto Cícero Dias foi mencionado
por 4,62%, João Câmara por 3,85% e Francisco Brennand por 3,08% dos
entrevistados.
ARIANO
O melhor resultado quanto aos escritores pernambucanos. Aproximadamente 43% afirmaram conhecer algum deles. O grande destaque,
entretanto, foi para o paraibano Ariano Suassuna, com a expressiva indicação de 48,16% dos consultados. Os mais citados em seguida foram Gilberto Freire (11,76%), Osman Lins (5,51%); João Cabral de Melo e Neto
(4,78%) e Luzilá Gonçalves (2,21%). Ainda entre os que afirmaram conhecer escritores pernambucanos, 13,97% não souberam citar nomes.
FREVO
Para saber quais elementos os pernambucanos consideram melhor representar sua cultura, o Gemepe apresentou questões a respeito de ritmo
musical, cantores e comidas locais. Em relação ao ritmo musical, o Frevo
foi eleito espontaneamente pelos entrevistados como o que melhor representa a cultura do Estado, com 54,11% das indicações. Em seguida, o
Forró com 26,27% e o Maracatu com 14,56%.
MILHO
No aspecto gastronômico, as Comidas de Milho foram consideradas
as que melhor representam a culinária pernambucana, com 37,03% das
Informativa - Revista ANEC | educação superior
respostas. A Feijoada, apesar de
não ser um prato típico do Estado,
obteve uma votação expressiva de
24,37%. O Bolo de Rolo foi lembrado por 8,39% dos entrevistados. A carne de sol (6,49%), o Bolo
Souza Leão (6,33%) e o Arrumadinho (4,75%) também receberam
indicações.
ALCEU
No item que julgava o(a) profissional que melhor representa a
cultura musical de Pernambuco,
o músico Alceu Valença obteve a
maior votação, com aproximadamente 42% das indicações. O “Rei
do Baião”, Luiz Gonzaga, ficou
com o segundo lugar (22,47%).
Seguem no ranking, Chico Science
(6,49%), Lenine (5,06%), Antônio
Carlos Nóbrega (3,80%), a cantora
paraibana Elba Ramalho (2,69%) e,
fechando a lista dos destaques, o
cantor Reginaldo Rossi (2,37%).
61
educação superior
Ensino a distância:
uma realidade crescente no
Brasil
Alethéa Casal - Assessoria de Comunicação
PUC Minas Virtual
N
ão tinha a menor idéia do que era ensino a distância, e,
além disso, tinha uma imagem errada a respeito desta
modalidade de ensino”. A afirmação de Ricardo Salomão,
aluno do curso de graduação a distância em Ciências Contábeis da
PUC Minas Virtual, demonstra o desconhecimento que a sociedade
brasileira ainda tem em relação ao ensino a distância. Ele ingressou
no curso no primeiro semestre de 2007. E seu aprendizado tem sido
tão positivo que ele foi o aluno Destaque Acadêmico do seu curso
no primeiro e no segundo semestre de 2008. “Percebo a importância que o ensino a distância tem ganhado no Brasil; muita gente,
assim como eu, não teria condições de estudar novamente, não
fosse esta possibilidade”, frisa.
Ricardo não é o único a perceber a importância que o ensino a
distância tem ganhado no Brasil. Segundo a Secretaria de Educação
a Distância do Ministério da Educação (Seed/MEC), houve um crescimento de 571% no número de cursos de graduação a distância
entre 2003 e 2006 no Brasil. Neste período, o número de matrículas
cresceu 315% e o número de concluintes, 544%. “Muitos têm medo
da qualidade de um curso a distância. Mas, na PUC Minas, o sistema
adotado é tão bom, tão próximo da excelência, que o aprendizado
se dá tranqüilamente”, comenta Ricardo.
E o Ministério da Educação tem atuado buscando assegurar a
qualidade do ensino a distância no Brasil. Em meados de novembro, o Ministério determinou a desativação de 1.337 centros de
educação a distância, com a suspensão de vestibulares ou redução
de novas vagas, e prazo de um ano para que as universidades promovam melhorias, sob ameaça de descredenciamento. As medidas
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Informativa - Revista ANEC | educação superior
atingiram quatro instituições de ensino, submetidas a um pente-fino
do MEC, por terem um grande número de alunos e serem alvo de
denúncias de irregularidades e falhas de conteúdo e de avaliação.
Peculiaridades
A trajetória de Ricardo exemplifica muitas das características do
ensino a distância no Brasil. Casado, pai de duas filhas, com outra
formação superior e já no mercado de trabalho, Ricardo procurou o
ensino a distância para complementar sua formação, crescer profissionalmente e ampliar seus conhecimentos. “O mercado demanda
cada vez mais qualificação dos profissionais e, hoje em dia, não
basta ter uma formação especifica em determinada área, o mercado prefere as pessoas polivalentes. E o ensino a distância tem
sido, para mim e muitos colegas, uma excelente ferramenta para
este fim”, analisa Ricardo, que mora e trabalha no Rio de Janeiro e
tem como pólo de apoio presencial do seu curso a cidade de Juiz
de Fora.
Dados da Seed/MEC mostram que, assim como Ricardo, a maioria dos alunos de ensino a distância no Brasil é casada, com filhos
e mais velha do que os alunos de ensino presencial. Na PUC Minas
Virtual, 55% dos alunos da graduação a distância em Ciências Contábeis têm mais de 30 anos. Outros dados também demonstram
que a maioria destes alunos tem renda menor e vem de escola pública. “Nestas condições, percebemos a importância da educação a
distância como forte instrumento de inclusão social”, sinaliza o professor Enilton Ferreira Rocha, coordenador da Associação Brasileira
de Ensino a Distância (ABED) em Belo Horizonte.
Informativa - Revista ANEC | educação superior
Novos papéis
A modalidade de ensino a
distância introduz modificações
bastante profundas no papel
do professor e do aluno. “O
professor passa a ser um criador de conteúdos, orientador
da aprendizagem, parceiro na
construção do curso”, destaca a
professora Maria Beatriz.
O papel do aluno também
muda bastante. “De uma atitude mais passiva, pois, na forma
tradicional de aprendizagem a
iniciativa do ensino cabe mais
ao professor, o aluno passa a
ser o principal sujeito de sua
própria aprendizagem”, afirma
a diretora da PUC Minas Virtual.
“Eu cheguei a conclusão, logo
no início do curso, que o segredo do ensino a distância é a disciplina, muito mais do que em
um curso presencial. Eu me disciplinei para estudar, pelo menos, duas horas por dia, todos
os dias. E, nos fins de semana,
63
educação superior
dou uma esticada, umas três horas. Se existe alguma palavra-chave
no ensino a distância, esta palavra-chave é a disciplina” assegura
Ricardo Salomão.
Em sintonia com a realidade
Educação a distância não é novidade. A história remete aos antigos cursos por correspondência, que aconteceram a partir do século XVIII nos Estados Unidos. No Brasil, o Instituto Universal Brasileiro, iniciado em 1940, é uma das instituições mais antigas a manter
cursos por correspondência. Com o avanço da tecnologia, vários
meios hoje em dia se combinam para oferecer uma educação a distância de qualidade, que vai muito além dos cursos por correspondência.
A educação a distância foi introduzida oficialmente no sistema
de ensino brasileiro em 1996, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases. A PUC Minas, apenas três anos depois, criou a PUC
Minas Virtual, sua Diretoria de Ensino a Distância. “O futuro da educação no Brasil está no ensino a distância. Nossa população, cada
vez mais velha, demonstra que o foco da educação no país tem que
começar a mudar, buscando aqueles que foram excluídos quando
mais jovens e aqueles que buscam ampliar seus conhecimentos por
exigência do mercado de trabalho”, afirma a professora Maria Beatriz.
Aprendendo para ensinar
A ascensão do ensino a distância leva muitos professores a buscarem cursos que auxiliem a trabalhar com esta modalidade de en-
64
Informativa - Revista ANEC | educação superior
sino. “Muitos professores tem
formação e experiência ampla
no ensino tradicional, mas não
têm preparo para lidar com o
ensino na distância. Para atuar
nos cursos de graduação a distância, é exigência do MEC que
os professores tenham especialização em EAD”, reitera a professora Maria Beatriz.
A PUC Minas Virtual oferece
a especialização em Educação a
Distância: Concepção e Planejamento. Para a professora Beatriz, a capacitação de pessoal
para trabalhar com EAD é umas
das funções da PUC Minas Virtual. “A qualidade da educação
a distância depende mais das
pessoas do que da tecnologia.
E, aqui na PUC Minas Virtual,
temos uma equipe experiente
e preparada para lidar com esta
modalidade de ensino”, alega a
professora.
Informativa - Revista ANEC | educação superior
65
educação superior
PUC-PR firma parcerias para aproximar
alunos
do mercado de trabalho
Fernanda Jacometti - Revista Vida Universitária/PUCPR
U
m dos papéis da instituição de ensino é mostrar ao aluno como é
o mercado de trabalho e em quais áreas ele pode atuar. Para isso,
nada melhor do que levar as próprias empresas para dentro da universidade, e a PUCPR faz isso por meio de parcerias. O grupo Produtrônica,
formado pelos cursos de Engenharia de Produção e Mecatrônica e o programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção e Sistemas, com o apoio
de empresa Elipse Software, realiza uma série de ações que beneficiam tanto
os alunos da instituição quanto as empresas.
São oferecidos cursos, palestras técnicas, temas de projetos finais e pesquisas em cooperação. Os assuntos giram em torno da área de automação
industrial, na qual a empresa atua. A parceria também prevê vagas de estágio para os alunos da PUCPR. Os currículos são entregues na própria universidade e as entrevistas do processo de seleção são realizadas com funcionários da empresa.
Felipe Kluska, do 10° período de Engenharia Mecatrônica, foi um dos
beneficiados. Em busca de estágio em empresas de destaque, Felipe encontrou a oportunidade este ano. Atualmente, o estudante atua no suporte
técnico da filial da Elipse no Paraná e diz que existe a possibilidade de ser
efetivado. “A oportunidade representa muito para mim e a parceria foi fundamental. A proximidade entre a instituição acadêmica e a empresa dá mais
valor aos estudantes, tanto na questão de confiabilidade no desempenho,
quanto na procedência e capacidade técnica”, disse.
O diretor do curso de Engenharia Mecatrônica, Eduardo Rocha Loures,
conta que desde o início do acordo, em 2007, mais de 30 alunos foram beneficiados. “Na prática a parceria acrescenta uma qualificação sólida na área de
Supervisão e Controle de Processos, ramo que representa uma grande parte
da demanda profissional em Engenharia Mecatrônica”, afirmou.
66
Informativa - Revista ANEC | educação superior
A gerente da filial da Elipse no
Paraná, Ana Carolina Bueno Franco,
diz que a parceria também é importante para a empresa. “Recebemos
alunos preparados e atualizados
com as novidades do mercado de
trabalho”, explicou. Ana Carolina
também foi aluna da PUCPR e, assim
como Felipe, começou na empresa
como estagiária.
Outras parceiras
Além da parceria com a Elipse
Software, a PUCPR tem acordos
com as empresas Sew, que oferece
palestras gratuitas e suporte para
projetos de alunos, Akiyama, Pratti
Donaduzzi, que realiza projetos com
Agência PUC Inovação, Phoenix
Contact, Festo, SA e Paragon.
Assistência na área da
para aqueles que
saúde
mais precisam
O
Centro de Promoção e Reabilitação em Saúde e Integração
Social – Promove São Camilo foi criado em setembro de 2002
com o objetivo de oferecer assistência de qualidade à população em situação de vulnerabilidade social. A base do serviço é o enaltecimento dos valores da saúde e a busca da integração social, prioritariamente para as pessoas com deficiência. Por mês, o Promove São Camilo
realiza cerca de 6.340 atendimentos e recebe em média 940 pacientes.
Pautados nos preceitos do Carisma Camiliano e da Bioética, os usuários e seus acompanhantes recebem atenção individualizada e contínua,
sendo orientados sobre a evolução do tratamento, a atualização do plano
terapêutico e suas implicações na convivência familiar e comunitária.
O Promove São Camilo serve também como campo de estágio para
os alunos do centro universitário, o que permite uma aproximação com o
ambiente de trabalho na área da Saúde. O espaço oferece atendimento
nas seguintes áreas: Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia,
Nutrição, Farmácia, Enfermagem, Psicologia e Serviço Social. Os interessados participam de triagem no Serviço Social.
Esse conjunto de iniciativas e a constante procura por novas práticas
que qualifiquem ainda mais seus serviços, conferem ao Promove São Camilo o status de referência em seu campo de atuação.
Centro Universitário São Camilo: mais de 40 anos de tradição na área
da Educação
Desde 1963, o Centro Universitário São Camilo realiza atividades educacionais na área da Saúde, sendo atualmente referência nacional nessa
área e também em Gestão e Educação.
Sua missão é promover o desenvolvimento do ser humano por meio
Informativa - Revista ANEC | educação superior
da educação e da saúde, segundo
os valores camilianos.
Em São Paulo, a instituição tem
cerca de 10 mil alunos e mais de
1.000 colaboradores. Oferece 16
cursos de graduação e também
atua no ensino fundamental, médio, profissionalizante e na pósgraduação, com cursos de especialização, MBA e o Mestrado em
Bioética, o primeiro curso na área a
ser aprovado pela CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior.
Seus alunos e professores contam com três campi na capital paulista (Pompéia, Ipiranga 1 e Ipiranga 2) e com a Estação Ambiental
São Camilo (Campus Avançado),
localizada em Itanhaém.
Entre seus projetos sociais,
destacam-se o Programa de
Assistência Educacional – que
concede bolsas de estudo assistenciais parciais e integrais – e o
Promove São Camilo, localizado
no bairro do Ipiranga.
67
educação superior
Projeto mapeia parte do
Atlântico para
exploração de petróleo
Mariana Vicili
68
Informativa - Revista ANEC | educação superior
I
magine o Oceano Atlântico Sul (a
partir da linha do Equador) dividido em milhares de pedaços, cada
um contendo informações dos últimos 140 milhões de anos sobre o local como clima, correntes marítimas,
localização no tempo e no espaço e
produtividade orgânica. Esse é apenas um resumo do grande projeto
que está sendo feito pelo Centro de
Excelência em Pesquisa sobre Armazenamento de Carbono (Cepac)
e pelo Programa de Pós-Graduação
em Ciência da Computação da PUCRS, em parceria com a Petrobras
por meio do Programa de Fronteiras
Exploratórias (Profex).
O projeto Paleoprospec tem
como objetivo desenvolver modelos
numéricos que simulem a evolução
paleogeográfica e paleoclimática do
Atlântico Sul, com ênfase na probabilidade de estabelecimento de condições favoráveis para a deposição
e preservação de sedimentos ricos
em matéria orgânica e, consequentemente, a ocorrência de potenciais
A - Triássico Inferior (~237 Ma)
B - Jurássico (~152 Ma)
Massas Continentais Arqueanas (Protocontinente)
Porcões Continentais Agregadas
C - Cretáceo (~94 Ma)
Porções Contimentais Submersas
rochas geradoras de petróleo (sedimentos que possuíram elevado teor de
matéria orgânica). Um enorme banco de dados será montado com
esses dados que, com novas estimativas, serão cruzados para tentar descobrir locais com maiores chances de se localizar petróleo.
Estão sendo coletadas informações disponíveis na comunidade científica, como no Deep Sea Drilling Project (programa que investiga a evolução
das bacias oceânicas) e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional
(NOAA), dos EUA, entre outras fontes. Segundo o vice-coordenador do projeto, professor João Marcelo Ketzer, encontrar petróleo é uma tarefa muito difícil e cara. A perfuração da camada Pré-Sal na Bacia de Campos, por
exemplo, custará à Petrobras centenas de milhões de reais somente em perfurações. Poder prever locais com maior probabilidade de sucesso pode ser
muito vantajoso para a estatal brasileira em termos financeiros e de tempo.
Ketzer conta que há dois ou três projetos semelhantes no mundo realizados
por outras empresas petrolíferas e universidades estrangeiras, mas que nunca se pensou em fazer esse tipo de integração de dados antes. Clarice Lamb,
da Petrobras, é a coordenadora executiva do convênio entre as instituições e
Adriano Viana coordena o Profex.
Para armazenar e desenvolver essa grande quantidade de dados será
necessário o uso de computação de alto desempenho, e é aí que está o desafio dos professores, alunos e pesquisadores da Faculdade de Informática
(Facin) da PUCRS. O coordenador do projeto e professor da Facin, Paulo
Fernandes, conta que serão utilizados servidores especiais de processamento e armazenamento. Segundo Fernandes, o grupo da Informática é um dos
únicos no mundo com experiência para a realização desse trabalho, que envolve a modelagem numérica e simulações sobre dados descrevendo dezenas de milhões de situações. Mas não é só a necessidade de alta tecnologia
o obstáculo a ser superado nesse
projeto. Fazer com que os hoje 25
participantes da pesquisa, geólogos
e informatas, falem a mesma língua,
é o objetivo de seminários semanais
que têm sido realizados para que
as equipes se entendam melhor e
conheçam um pouco mais de cada
área.
Quando o mapa de probabilidades estiver pronto, primeiramente
será verificado se as descobertas
fazem sentido geológico, para que,
num segundo momento, possa ser
utilizado pela Petrobras para auxiliar
na exploração e locação de futuros
poços. A princípio o projeto, que se
iniciou em março, terá a duração de
dois anos, mas os dados podem ser
refinados ao longo do tempo.
_______________________________
Mapa mostrando a fragmentação do Supercontinente
Gondwana e formação do Oceano Atlântico (modif.de
Scotese, C. & Golonka, J., 1992. PALEOMAP
Paleogeographic Atlas, Dept. of Geology, University of
Texas, Texas. 34p.
Informativa - Revista ANEC | educação superior
69
educação superior
Professora da
PUC-SP
é premiada em
congresso nacional
A
fé é a grande base de sustentação emocional dos pais (portadores do vírus HIV) na esperança que seus filhos recémnascidos não sejam infectados. Esta é a principal conclusão
do estudo realizado pela profa. Janie Maria de Almeida, docente do
curso de Enfermagem e coordenadora da especialização em Enfermagem Obstétrica, ambos da PUC-SP.
A pesquisa “Expectativa e ações de pais soropositivos para o
HIV à espera do diagnóstico do filho”, realizada pela professora,
recebeu o prêmio Ana Grijó, conferido ao melhor trabalho da categoria Mulher, Cultura e Saúde, do 6º Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal, realizado entre os dias 24 e 26/6,
em Teresina (PI).
O trabalho premiado é resultado da tese de doutorado defendida pela professora na USP, em 2008, sob a orientação de Neide
de Souza Praça. Nele, a docente analisou as atitudes e os comportamentos das mães e pais no seu cotidiano de enfrentamento à Aids. Com enfoque nos aspectos culturais ligados ao período
de diagnóstico dos recém-nascidos de 11 gestantes portadoras do
HIV atendidas pelo programa Transmissão Vertical Zero (implantado
pela Prefeitura Municipal de Sorocaba em julho de 1997) e de sete
pais, dos quais quatro eram soronegativos.
O foco principal da pesquisa foi observar quais eram as ações,
sentimentos e reações dos pais durante os 18 meses, período que
requer a adoção de medidas para o tratamento e acompanhamento do bebê, numa situação em que não se sabe se o bebê se tornará mais uma vítima do HIV. Segundo a pesquisadora, 85% dos
70
Informativa - Revista ANEC | educação superior
“A fé é a grande base de sustentação emocional dos pais
(portadores do vírus HIV) na esperança que seus filhos
recém-nascidos não sejam infectados”
soropositivos brasileiros com
até 13 anos de idade infectaram-se pela transmissão vertical
(da mãe para o recém-nascido,
principalmente no momento do
parto).
A principal conclusão da
pesquisa foi que a fé religiosa
é a grande base de segurança
e força para os pais enfrentarem a situação. “Esse foi o aspecto cultural mais expressivo
que emergiu das narrativas dos
pais”. Segundo o relato da pesquisadora, as expressões mais
ouvidas foram “é Deus que
vai curar (salvar) nosso filho”
e “Deus dá a sabedoria para a
evolução da ciência”. Do grupo
de 11 mulheres, nove eram católicas e duas evangélicas.
PRECONCEITO
Desse grupo, todas as mulheres foram infectadas por via
sexual e três só descobriram ser
portadoras do HIV após engravidarem. Para obter os elementos necessários para a pesquisa
foi preciso estabelecer uma relação de muita confiança com
os entrevistados. “Afinal, o HIV
envolve questões particulares,
individuais e tabus como sexualidade, dependência química,
morte e moral”, explica a pesquisadora. “Mesmo depois de
25 anos da epidemia de Aids, a
patologia ainda é revestida de
muito preconceito”, lamenta.
Em dois casos, as famílias do
marido não sabiam da soropositividade da gestante. “Um dos
problemas enfrentados pela
grávida soropositiva é que ela
trafega na contramão da sociedade”, revela Janie. Por não poder optar pelo parto natural ou
amamentar com o seu próprio
leite, condições que aumentam
de maneira preponderante o risco de contaminar o recém-nas-
Informativa - Revista ANEC | educação superior
cido, a mãe portadora do HIV
vai contra tudo aquilo que as
políticas de saúde determinam
e os especialistas orientam. “É
uma experiência traumatizante e emocionalmente dolorosa
para a mãe”, afirma a professora. “Quando a família não sabe
da sua condição, não consegue
entender suas razões e acaba,
muitas vezes, criticando-a e tornando a situação ainda mais difícil”, explica.
71
educação superior
Criatividade também
pode ser ensinada e aprendida
Professores:
Diretoria de Comunicação e marketing da UCB – colaboração Ane Gottlieb/OPM
Mito do “geniozinho criativo” só atrapalha. Figura do professor é vista como fundamental
para transformar alunos em pensadores criativos e independentes, mas poucos docentes têm
formação adequada para atuar como “facilitadores” no processo.
C
riatividade não é uma qualidade essencial apenas de estudantes
de cursos como Publicidade e Propaganda. Em tempo de pressões competitivas, mudanças e incertezas há necessidade, cada vez
maior, de formar profissionais com capacidades criativas em todas as áreas.
O profissional que sai da universidade, tendo cultivado essa característica,
tem mais chances de se destacar no mercado de trabalho, pois é visto como
alguém apto a dar soluções para problemas imediatos e imprevisíveis, uma
vantagem em qualquer profissão.
A maioria dos professores universitários, porém, segundo a pesquisadora
Eunice Alencar, ainda não tem formação voltada para a área da criatividade e
desconhece o que é pesquisado sobre o assunto. A professora Eunice é PhD
em Psicologia pela University of Purdue, nos Estados Unidos, atua como professora do Mestrado e do Doutorado em Educação da Universidade Católica
de Brasília e é especialista em criatividade no contexto educacional.
O conhecimento teórico e técnico dado pelas universidades não basta,
quando se trata de desenvolver a criatividade. É necessário que haja estímulos dentro do ambiente acadêmico que ajudem no crescimento dessa
habilidade. A figura do professor é vista como fundamental para o desenvolvimento dessa capacidade nos estudantes. Com professores “facilitadores”,
os alunos têm uma possibilidade maior de se tornarem pensadores criativos
e independentes.
Facilitador x inibidor – Com mais de 130artigos publicados em periódi-
72
Informativa - Revista ANEC | educação superior
cos, sobre, por exemplo, “Como
desenvolver o potencial criativo de
nossos alunos” (2007), Eunice conseguiu caracterizar, entre outras coisas,
atitudes dos professores que facilitam e que inibem o crescimento da
criatividade no aluno.
Ela aponta três fatores primordiais, presentes nos profissionais
que facilitam o processo criativo,
que usam de diferentes práticas pedagógicas, que preparam o conteúdo antes de entrar em sala de aula
e que se relacionam bem com os
discentes.
Os professores que trabalham
atividades diversificadas incentivam
os alunos a questionarem, refletirem
e participarem. Importa também
ter o conteúdo sempre na ponta da
língua, previamente pensado para
ministrar as aulas e ser sempre ami-
“A maioria dos professores não têm formação voltada para a área da
criatividade e desconhecem o que é pesquisado sobre o assunto.”
gável, tratar com respeito e cordialidade os alunos.
Já aqueles que colocam o conteúdo de maneira mecânica, que são
simples tradutores de textos e que
têm um mau relacionamento com
os alunos, ignorando suas contribuições, ridicularizando-os, causam
temor e ansiedade, inibindo a criatividade.
Derrubar o mito – A criatividade não é mais vista pela sociedade
como uma característica exclusivamente inata ou provinda da inspiração, apresentada em gênios e artistas, e que não pode ser ensinada ou
aprendida. Hoje ela é caracterizada
de outra maneira.
Para o crescimento dessa característica, devem ser considerados
aspectos que ajudam no conhecimento criativo, como o comprometimento, a dedicação, o ambiente e o
contexto sócio-histórico-cultural da
pessoa. O mito de que a criatividade
pertence a poucos só inibe aqueles
que querem crescer nesse aspecto.
O que os alunos dizem
1
Professor estimulador:
Aberto a críticas e ideias divergentes
Pontual e assíduo
Tem senso de humor
Autoconfiante
Professor inibidor:
Autoritário
Instável
Arrogante e grosseiro
Inseguro
_______________________________
1 Fonte: O perfil do professor facilitador e do professor inibidor da criatividade segundo estudantes de pós-graduação da UCB (2000).
Informativa - Revista ANEC | educação superior
73
educação superior
Unisinos festeja 40
anos
com Bolero de Ravel
Assessoria de comunicação - Unisinos
74
Informativa - Revista ANEC | educação superior
A
o som do clássico Bolero, de Maurice Ravel, a Unisinos festejou suas
quatro décadas de funcionamento como universidade em uma festa
que lotou a Galeria Cultural da Biblioteca de personalidades. Entre
os convidados, funcionários, professores, alunos e empresários. A comemoração foi na noite de sexta, 31 de julho, Dia de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus.
“Acredito que é sempre relevante em Dia de Santo Inácio de Loyola podermos confraternizar. Nesta data, lembramos daqueles que se dedicaram,
na década de 1960, a dar início à universidade e, na esteira deles, dos que
a lideram hoje, com votos de que o trabalho possa prosseguir”, disse o superior-geral da província do Brasil Meridional João Geraldo Kolling, também
presidente da Associação Antonio Viera, mantenedora da Unisinos.
A governadora Yeda Crusius, que não pode comparecer à cerimônia, enviou um vídeo para ser exibido na abertura da solenidade, após missa celebrada pelo arcebispo de Novo Hamburgo, Dom Zeno Hastenteufel. “A
Unisinos ajudou o Estado a desenvolver capacidade humana e profissional,
sendo responsável pela formação técnica e ética. É uma referência em ensino
e educação. Parabéns aos 40 anos de dedicação a um Estado melhor.” Logo após, o reitor Marcelo Fernandes de Aquino tomou o microfone
para apresentar uma breve síntese dos trabalhos realizados nos últimos anos
e os planos para o próximo mandato ao lado do vice-reitor José Ivo Follmann. Antes, no entanto, ele fez questão de saudar, entre os convidados, o
primeiro reitor da universidade, João Oscar Nedel, e Aloysio Bohnen, que
estiveram à frente da Unisinos por 20 anos.
Juntos, salientou Marcelo de Aquino, eles ajudaram a conduzir a Unisinos
na parceria de construção do consenso republicano. “A Unisinos se apresenta como parceira das políticas públicas de estado, buscando uma educação
que abra os bens da sociedade do conhecimento a toda a sociedade”, lembrou o reitor. “A República começa quando recuamos dos nossos interesses
privados e construímos o bem comum”, completou.
Em termos internos, o dever de casa da comunidade acadêmica
para a próxima década, lembrou ele, é o aprimoramento da gestão de
Informativa - Revista ANEC | educação superior
projetos e processos. Para isso,
é preciso banir a mediocridade e
focar na audácia na construção de
competências. Essa lógica deverá
ser aplicada, em especial, em três
linhas estratégicas: parcerias, empreendedorismo e inovação. Se,
nós, com tradição humanista, não
tivermos ousadia para fazer a inflexão tecnológica, seremos levados
a rodo”, pontuou. “E, finalmente,
temos, no nosso posicionamento
estratégico o compromisso”, reforçou. O discurso mais formal de
prestação das contas passadas e
dos projetos futuros deu espaço
à dança solta e empolgante do
grupo de dança e percussão Baturidança, do Programa Esporte
Integral, e ao som cadenciado dos
instrumentos da Orquestra Unisinos. Um dos momentos mais emocionantes foi a interpretação do
Bolero de Ravel. A obra de ritmo
invariável, melodia uniforme e repetitiva foi um pedido pessoal do
reitor. Antes do início do coquetel, o grupo liderado pelo maestro
Evandro Matté deu um presente
especial aos convidados: tocou
“parabéns” à Unisinos. 75
educação superior
Gestão:
Fazendo a lição de casa
Lana Canepa - Jornalista da ANEC
O
Ensino Superior enfrenta uma mudança expressiva provocada
pelos novos padrões da vida moderna. A competitividade, imposta pelas disputas de um espaço digno no mercado obriga os
gestores e educadores a repensarem os caminhos das Instituições. E um
desses caminhos, para melhorar a eficiência da gestão e excelência no
ensino, é a Tecnologia da Informação. Os efeitos afetam os resultados no
processo do ensino e também no processo de gestão do negócio. Muitos exemplos já podem ser citados para motivar os que apostam nesta
técnica.
A Universidade Católica de Brasília enfrentava problemas, principalmente de dependência excessiva da burocracia e falta de eficiência nas
questões operacionais. O Diretor Administrativo da Instituição, Professor
Leonardo Nunes Ferreira, afirma que eles contavam com informações pretéritas para tomar decisões no presente. O resultado era que a Instituição
não conseguia fazer um acompanhamento mais efetivo de orçamento e
fluxo de caixa. “As pessoas imaginam que os indicadores de desempenho
na área administrativa são apenas financeiros. Nós montamos um modelo
que contempla indicadores de ordem financeira e não financeira e por
meio da Gesplan, empresa que planejou a nova estratégia de trabalho,
se consegue fazer a sinergia. Portanto, atualmente, temos indicadores
financeiros, pedagógicos e da gestão das pessoas”.
Ainda de acordo com Leonardo Nunes a experiência teve ótimo resultado. O processo de mudança já esta consolidado e a eficiência operacional cresceu 80%. A economia de recursos também apresentou indicadores positivos, girando entre 20% e 30%.
Uma queda brusca de receita muitas vezes é atrelada a questões
relacionadas à inadimplência e evasão dos alunos. Esta conclusão vem
76
Informativa - Revista ANEC | educação superior
“É importante lembrar que todos os projetos que fracassaram em
tentativas de implementação de tecnologia para a gestão acabam assim
porque se tentou adaptar demais a tecnologia ao modus operandi atual”
do setor administrativo, mas o
fenômeno da evasão pode não
ser meramente econômico. Passa por uma questão de postura
do professor, de adequação do
estudante à universidade e estes
são fatores atrelados ao ensino. É
preciso buscar então, uma sinergia entre as áreas administrativas
e pedagógicas.
E estas soluções são pensadas, por exemplo, por empresas
contratadas para investir em projetos de Planejamento e Orçamento, Gestão de Performance e
Gestão Financeira. Umas dessas
empresas que conseguiu destaque no mercado é a Gesplan, o
diretor executivo, José Sergio
Gesser, conta a receita de sucesso. “Eu diria que o primeiro passo
é a alta gestão e estar consciente.
Trabalhar as pessoas e os processos para receber as novidades.
Por fim vem a tecnologia. Se você
trabalhou bem as pessoas e bem
os processos, a tecnologia passa
a ser uma etapa mais simples. Um ingrediente para que a coisa não desande é você ficar atento a ideia de que a tecnologia tem alguns ajustes, mas ela deve ser assumida naquele padrão que trouxe um modelo
de gestão baseado em melhores práticas. É importante lembrar que
todos os projetos que fracassaram em tentativas de implementação de
tecnologia para a gestão acabam assim porque se tentou adaptar demais a tecnologia ao modus operandi atual. Então o importante é que
as pessoas realmente devem quebrar os seus paradigmas para utilizar
a tecnologia da maneira adequada ao novo”.
Gesser lembra que na área do ensino, diferente do que acontece
em outras indústrias um desafio é que os gestores são os próprios professores. Eles estão muito ligados à área do ensino em sala de aula e,
às vezes, pouco estimulados para fazer contas e acompanhar o resultado. “Então, esta dinâmica, esta disciplina, tem que estar assumida. Senão você esta fadado ao fracasso porque é o mesmo de implementar
uma tecnologia que vai ser colocada em cima da geladeira para ficar
olhando e não usando”.
Outro exemplo que deu certo aconteceu na UNISINOS, Universidade do Vale do Rio dos Sinos. O Pró Reitor da Instituição, Célio Pedro
Wolfarth, afirma que a estrutura administrativa estava muito pesada e
afetava a agilidade em tomar decisões. A Universidade passou por um
processo de transformação do seu modelo de gestão. Saímos de um
modelo tradicional para uma estrutura muito menor de administração,
17 diretorias foram extintas. “Este trabalho começou a ser feito em
2003, e já no ano seguinte foi colocado em prática. Nós tínhamos várias Reitorias e Pró Reitorias e a estrutura foi revista. Em termo de redução de custo o resultado atingiu a marca de mais de 30%, deu certo”.
Informativa - Revista ANEC | educação superior
77
educação superior
Solidariedade:
atendimento jurídico de graça para os carentes
Assessoria de comunicação - NUPRAJUR
78
Informativa - Revista ANEC | educação superior
“Uma vez que uma pessoa chega para o atendimento, ela passa pela
triagem, e na mesma semana entra em contato com os advogados que
montam o processo e dão os devidos encaminhamentos”
O
Núcleo de Práticas Jurídicas da Faculdade Salesiana de
Santa Teresa de Corumbá (NUPRAJUR) vem obtendo excelentes resultados no que se refere aos atendimentos à população mais carente da cidade tanto na área civel como na penal.
Para o coordenador do NUPRAJUR, e presidente da OAB em
Corumbá, Professor Alcindo Cardoso do Valle Junior, o Nuprajur é
um excelente laboratório da atuação jurídica, onde os acadêmicos
vivenciam o dia a dia da prática forense nas áreas civel e criminal.
Os acadêmicos do curso de Direito da Faculdade são orientados e
acompanhados por profissionais capacitados para realizarem o trabalho de atendimento a população. Além disso, diz ele, o NUPRAJUR
proporciona à comunidade carente das cidades de Corumbá e Ladário, atendimento jurídico gratuito e de qualidade, ressaltando uma
grande interação do curso de Direito da FSST com a sociedade local.
A assistente social, Renata Papa, que desde o início trabalha
na triagem social do Núcleo acredita que o trabalho realizado é
fundamental para a população carente. No NUPRAJUR, diz ela, o
atendimento é imediato. “Uma vez que uma pessoa chega para o
atendimento, ela passa pela triagem, e na mesma semana entra em
contato com os advogados que montam o processo e dão os devidos encaminhamentos.”
Para a senhora Severina Fernandes Sampaio, que veio solicitar
atendimento, o Núcleo é algo bom para a sociedade. “Desde o primeiro momento fui muito bem atendida. É uma chance de termos
todos os nossos direitos esclarecidos de uma forma direta.” acrescentou. A senhora Elaine Hofman procurou o núcleo para retificar
o atestado de óbito de seu pai. “Aqui o atendimento é na hora.
Informativa - Revista ANEC | educação superior
Além disso, o serviço é de qualidade.”
Cintia Helena Rodriguez Gomes, secretária do NUPRAJUR,
faz atendimentos e auxilia os
orientadores dos estagiários do
curso de Direito. Para ela, o
atendimento representa para os
acadêmicos um importante laboratório, principalmente por
trabalharem com casos que eles
vão, certamente, enfrentar no
mercado de trabalho. Em relação ao serviço prestado, acrescenta, “Oferecemos no NUPRAJUR um serviço mais rápido e
a custo zero, contribuindo assim com a Defensoria Pública.”
O NUPRAJUR é hoje a expressão concreta do compromisso educativo e social que os
salesianos e toda a comunidade acadêmica da Faculdade de
Santa Teresa tem com a população da cidade de Corumbá e
Ladário.
79
informativo publicitário
80
Informativa - Revista ANEC | informativo publicitário
Informativa - Revista ANEC | informativo publicitário
81
educação básica
Colégio Maria Auxiliadora ensina
voluntariado e criatividade
Assessoria de comunicação - CEMA
A
primeira iniciativa foi destinada aos alunos do 5º Ano do
Centro Educacional Maria Auxiliadora. Em Brasília eles
participaram de uma atividade diferente com a proposta
de estimular a criatividade dos alunos. Eles conheceram algumas
fábulas, e seus autores, e expressaram opiniões e comentários
sobre o assunto. O resultado foi a criação de novas fábulas por
meio da linguagem gráfica ou escrita. O projeto favoreceu o desenvolvimento lúdico dos alunos, tais como: desenhos, produções de textos e dramatizações. A reunião de todo o trabalho
foi apresentada na Feira do Livro. Educadores, alunos e pais se
uniram na apresentação de uma peça de teatro para o público.
Voluntários da diversão
A segunda iniciativa foi realizada com os alunos do Ensino
Fundamental II e Ensino Médio do Centro Educacional Maria Auxiliadora. Os estudantes elaboraram, a partir da escolha e do
conhecimento de uma instituição carente, um projeto. Eles planejaram um dia especial para a instituição de assistência social e
pensaram em tudo que seria necessário para que o plano fosse
cumprido. “Percebemos que estavam alegres, não só pela diversão, mas pelo carinho de cada um de nós. Foi excelente realizar
o projeto, praticando a solidariedade de maneira mais divertida
e satisfatória.” (Aluna : Giovana – 1ª série EM)
Esta é a forma mais simples e eficiente de mostrar aos jovens
o papel do voluntariado e como a educação tem um papel essencial na formação de um cidadão.
82
Informativa - Revista ANEC | educação básica
Semana
Cultural
faz escola respirar
arte
Assessoria de comunicação - Colegio Marista Ipanema
O
s corredores do Colégio Marista Ipanema, as salas de aula
e o Salão de Atos viraram uma grande exposição artística
e literária no mês de julho. Foi a II Semana Cultural do Marista Ipanema que aconteceu de 13 a 18/07 nos ambientes da escola
situada na zona sul de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
O tema da Semana Cultural foi o Ano da França no Brasil. O
evento apresentou releituras de pintores famosos realizada pela
Educação Infantil e 1ª séries, Hora do Conto com escritores, exposições de fotografias e trabalhos pelo Ensino Fundamental e Médio,
filmes, gastronomia com pais, palestras, café cultural, recreio musical, teatro, entre outras atrações.
No mesmo período, aconteceu a III Feira do Livro que prestou
homenagem a São Marcelino Champagnat, fundador da Congregação Marista, e os 10 anos de sua canonização. A patrona da Feira
foi a escritora gaúcha Marô Barbieri que tem mais de 15 livros entre
literatura infantil e infanto-juvenil.
A Semana Cultural e a III Feira do Livro estiveram abertas a toda
a comunidade reforçando que o ambiente escolar não é apenas um
local de aprendizagem e sim de convívio para a família e o estudante. O Colégio Marista Ipanema preza pela educação e cultura
através de eventos focados no conhecimento e na troca de ideias.
Por isso, trouxe escritores que falaram da importância da leitura
na formação do indivíduo, levou música aos jovens e adultos através
do Recreio Musical e do Café Cultural, poesia para iniciantes e oficinas para quem gosta de histórias. A II Semana Cultural abriu a todos
os participantes um pouco da história da França e do fundador da
Congregação Marista, São Marcelino Champagnat. Ou seja, foram
Informativa - Revista ANEC | educação básica
momentos onde a arte inspirou
a educação.
O Colégio Marista Ipanema
está localizado no bairro Ipanema, zona sul de Porto Alegre e
iniciou suas atividades em 2007,
oferecendo turmas para Educação Infantil e Ensinos Fundamental e Médio. Hoje, com 550
alunos, a escola também oferece oficinas extraclasse e Turno
Integral.
83
educação básica
Celebrando nossa história:
80 anos de presença no Brasil
Prof. Francisco Morales Cano
Diretor Educacional Corporativo
“Somos caminhantes, peregrinos em trânsito. Devemos, pois, sentir-nos insatisfeitos com o que somos, se quisermos
chegar ao que aspiramos. Se nos agrada o que somos, deixaremos de avançar. Se o crermos suficiente, não daremos um
passo a mais. Sigamos, pois, em marcha, indo para frente, caminhando para a meta. Não tratemos de parar no caminho,
ou de voltar a vista para trás, nem de desviar-nos da rota. Quem para, não avança. Quem se apega ao passado, volta as
costas para a meta. Quem que se desvia, perde a esperança de chegar.” (Santo Agostinho, Sermo 169,15,18 )
84
Informativa - Revista ANEC | educação básica
O
s Freis Agostinianos da Ordem de Santo Agostinho, pertencentes
ao Vicariato Nossa Senhora da Consolação do Brasil, celebram,
em 2009, 80 anos de presença no Brasil e 75 anos do Colégio
Santo Agostinho de Belo Horizonte - MG.
A chegada dos primeiros religiosos provenientes da Província Matritense, da Espanha, ocorreu no dia 29 de setembro de 1929. “Aqueles religiosos não se davam conta do que poderia vir a significar aquele enorme
sacrifício e esforço que estavam fazendo, atravessando o oceano Atlântico,
em navegação precária e arriscada para o seu tempo, para chegarem num
outro continente. Quais teriam sido os sonhos e esperanças que os motivaram naquela missão inicial? O espírito missionário, sustentado pela fé
e amor ao Evangelho e à Ordem, com certeza faziam parte da bagagem
que traziam. Também a esperança de novas vocações e o desejo de salvar
outras, arriscadas pela guerra civil que se avizinhava no país de origem, faziam parte deste projeto inicial. Eles plantaram as primeiras sementes que
germinaram rapidamente e possibilitaram os primeiros frutos, fundando
paróquias e colégios e colocando-se à disposição das Igrejas locais e suas
necessidades pastorais”. (Frei Luiz Antonio Pinheiro-OSA)
Das muitas obras que surgiram desta presença, temos na educação de
crianças, jovens e adultos um de nossos pilares mais importantes. As unidades do Colégio Santo Agostinho de Belo Horizonte, Contagem e Nova
Lima, no Estado de Minas Gerais, se destacam pela qualidade no ensino
conquistada pela valorização da pessoa humana e seus múltiplos potenciais. Não diferente a educação e a profissionalização de tantas pessoas
através da Escola Profissionalizante Santo Agostinho; da Obra Social AIACOM (Armazém de Idéias e Ações Comunitárias), na cidade do Rio de Janeiro; do Projeto Social Santo Agostinho, na cidade de Bragança Paulista
– SP; dos cursos pré-vestibulares e da alfabetização de jovens e adultos
oferecidos gratuitamente à população de baixa renda.
Formar gente é a razão de 75 anos do Colégio Santo Agostinho
Foi assim: Um pequeno grupo de jovens padres espanhóis aceitou o
desafio de deixar a convulsionada e pobre Espanha, na década de 1930,
Informativa - Revista ANEC | educação básica
para aventurar-se no desconhecido,
misterioso e longínquo Brasil. O
objetivo era evangelizar, espalhar
valores e ideais cristãos e firmar a
presença agostiniana nas terras de
Santa Cruz.
Mar, navio, longos dias, águas
bravas, medos, sonhos, ideais, mas
muita confiança e um espírito indomável. Ao final, Ele vinha na frente.
É assim: Hoje, quando se completam 75 anos do lançamento da
semente que foi a implantação do
Colégio Santo Agostinho em Belo
Horizonte, passados os anos, projetos trabalhados, sonhos realizados,
é dever de justiça a homenagem e
o pleito de admiração para com os
homens e a Instituição Agostiniana
que, num arrebato de desprendimento e sã loucura, fizeram possível
esta empreitada.
Assim será: Tarefa a ser cumprida por todos. Comunidade
educativa aberta e desafiadora,
lugar de encontro e diálogo de
pessoas, construção de vidas e
futuros, sonhos impossíveis a realizar, mística, fermento, homens
e mulheres juntos!
Assim foi, assim é e assim será!
Parabéns a todos pelos 75 anos
do Colégio Santo Agostinho!
85
educação básica
VIVENCIANDO A SOLIDARIEDADE:
“SERVIR PARA SER MAIS!”
Sinésio Fernandes
Coordenador da Pastoral e SOR – Serviço de Orientação Religiosa
Colégio Catarinense/ Florianópolis/SC
86
Informativa - Revista ANEC | educação básica
“O amor a Deus, o amor ao outro e a justiça têm sua mesma fonte, o
Evangelho e, por isso, não podem ser vividos separadamente”
C
omo relacionar solidariedade e currículo escolar? Como aproximar experiências pastorais e reflexão em sala de aula, formação acadêmica e visão de mundo? Como articular o trabalho
solidário com o projeto pedagógico do Colégio?
Estas são apenas algumas questões que o Colégio Catarinense,
como Instituição Educativa da Companhia de Jesus, se depara no seu
cotidiano. O Setor de Pastoral procura fazer este diálogo e esta aproximação, afinal, em um colégio de inspiração inaciana todos os educadores são também evangelizadores e cooperam na formação humana,
social e crítica de seus alunos.
A Solidariedade é uma virtude humanizadora. Ela amplia o grau de
consciência e a sensibilidade social. A cultura da solidariedade envolve ações pontuais, mutirões solidários, campanhas humanitárias, vivências e voluntariado, mas, sobretudo, uma nova racionalidade que
ultrapassa a lógica da exclusão. Os valores que emergem das leis do
mercado, do sistema econômico, são a competitividade, a eficiência e
a modernização, permeiam estas leis a busca excessiva do consumismo, o individualismo e a indiferença social.
É, pois, tarefa da educação ir modificando criticamente esse modo
de pensar, viver, comunicar-se em que as leis de mercado, a dinâmica
do provisório imposta pelas inovações sofisticadas dêem lugar ao “desenvolvimento integral do ser humano”. A Escola surge como meio e
sujeito do conhecimento para promover a reflexão e a reconstrução
do ser humano, apontar para novos valores éticos, morais e sociais,
que são os alicerces de uma nova sociedade e de um desenvolvimento
que contemple a todos e não privilegie uma minoria. O conhecimento
deve ser fonte de libertação, de realização e de autonomia.
Informativa - Revista ANEC | educação básica
O Reino anunciado por Jesus
Cristo, supõe um compromisso eficaz com a justiça. A justiça
do Reino realiza-se no presente.
Numa sociedade de exclusão,
de pobreza, de corrupção, de
acumulação de capital, que não
se preocupa com a pessoa, não
existe felicidade. Os pobres só
podem ser felizes quando deixam
de ser pobres, isto é, quando
podem participar da sociedade
humana, vivendo ou lutando por
sua dignidade. O amor a Deus, o
amor ao outro e a justiça têm sua
mesma fonte, o Evangelho e, por
isso, não podem ser vividos separadamente. Da mesma forma, a
mudança pessoal, em termos de
fé, em termos de visão de mundo
não acontece isoladamente; junto com a transformação da pessoa deve acontecer a transformação de estruturas.
Se o ser humano é o caminho para Deus, para Inácio de
Loyola, o ponto de encontro
87
educação básica
do ser humano está no mundo.
Traduzindo para o campo da
educação, este princípio significa que o encontro do ser
humano com Deus se dá no
campo da cultura. Fé e cultura
estão intimamente relacionadas. Portanto, a educação deve
ser profundamente humanista.
O conhecimento deve ajudar
o aluno a buscar o significado
do que aprendeu para a vida, a
perguntar-se sobre as implicações, conseqüências e influências do que estudou sobre a sociedade, capacitando-o, assim,
para a ação.
A excelência humana está
ligada à capacidade de perceber a realidade em que vive o
homem, marcada pela fragmentação dos valores da pessoa, da
ciência, da cultura, que o leva
a viver de forma individualista,
88
gerando uma sociedade para
si. Como se percebe em nossa
sociedade, aumenta o número
de pessoas à margem dos bens,
dos benefícios sociais e da felicidade. Diante dessa situação
de injustiça, é necessário ter a
capacidade de indignar-se, mas
a indignação exige algumas características para ser de fato humana: Competência, Consciência, Compaixão e Compromisso.
A competência implica na
formação de lideranças dentro
de um mundo fragmentado e
competitivo. Só existem líderes
se existir excelência humana e
acadêmica. Esta qualidade, na
educação jesuítica, é funcional:
é uma forma de servir mais e
melhor. Num mundo de competitividade selvagem e falta
de solidariedade crescente,
essa característica é inegoci-
Informativa - Revista ANEC | educação básica
ável. Por isso, a Escola como
um todo deve caminhar para a
construção de uma “cultura da
solidariedade”, aproximando os
conhecimentos adquiridos em
sala de aula com a realidade e o
contexto social em que se situa,
gerando nos alunos um processo de reflexão e consciência. E
mais do que isso, provocando
a mudança de atitudes e um
compromisso ético com a “fé
que promove a justiça”. Em outras palavras, formar “homens e
mulheres para os outros e com
os outros”. Esta formulação de
Pedro Arrupe, completada por
Peter-Hans Kolvenbach é marca
registrada da pedagogia inaciana. Superar o egoísmo para ir
ao encontro das necessidades
do outro é garantia de felicidade, de paz e fraternidade para
todos. É o caminho mais segu-
“ Só existem líderes se existir excelência humana e acadêmica. Esta
qualidade, na educação jesuítica, é funcional: é uma forma de servir
mais e melhor”
ro para a construção da própria
identidade.
Por isso, além do trabalho
em sala de aula, em manhãs,
tardes e noites de formação,
também são desenvolvidas
ações e projetos que possibilitam a vivência concreta da solidariedade. A partir do 4º Ano
do Ensino Fundamental até a 3ª
Série do Ensino Médio acontecem os projetos solidários em
entidades que desenvolvem algum trabalho social. Os alunos
participam de convivências com
pessoas idosas e deficientes; visitam creches, comunidades de
dependentes químicos e orfanatos; inserem-se em atividades
lúdicas e formativas na Pastoral
da Criança, no chamado “dia
do peso”. De uma sensibilização inicial nos primeiros anos,
parte-se para um processo de
reflexão e conscientização nos
anos intermediários, com o intuito de provocar, nas últimas
séries de formação, o exercício
consciente da cidadania e do
amor ao próximo.
Não queremos que os alunos
sejam somente “os melhores”
intelectualmente, mas se destaquem em nossa sociedade
como líderes que venham “fazer a diferença”, cooperando
para a edificação de um mundo
mais humano e fraterno. O Outro, o mais pobre e o excluído
não pode ser “um estranho”
para um aluno ou um ex-aluno
de um colégio jesuíta. Deve-se
impulsioná-lo a agir concretamente, rompendo barreiras e
preconceitos, formando uma
rede de “inquietos”, de pessoas que não se acomodam diante das injustiças. Este é o nosso
Informativa - Revista ANEC | educação básica
ideal de formação e de evangelização. Muitos já são os frutos
que estamos colhendo e muitos
ainda virão. É preciso “crer na
força da semente”!
89
educação básica
Colégio Claretiano:
70 anos de educação para toda a vida!
Assessoria de comunicação - Colégio Claretiano
O
s Missionários Claretianos chegaram ao Brasil em 19 de
novembro de 1895 e se estabeleceram em São Paulo, no
bairro da Santa Cecília, à rua Jaguaribe, onde a princípio
instalaram a gráfica da Revista Ave Maria, que depois tornou-se a
Editora Ave Maria. Em 1905, a Congregação decidiu instalar uma
escola fundamental, para o ensino básico dos trabalhadores da região, com o nome de Escola Coração de Maria. Essa escola funcionou até 1910, quando deixou de existir por falta de alunos, ficando
o prédio exclusivamente para a Editora.
Em 1935, a gráfica da Editora mudou-se para outro prédio, na
Rua Martim Francisco. Com a desocupação do prédio da Rua Jaguaribe abre-se a possibilidade de novamente se instalar uma escola na região, decisão que a Congregação assume em 1939.
No dia 22 de agosto de 1939, foi aprovado o Estatuto que tornava realidade a implantação do Colégio Claretiano, que abriu o primeiro ano letivo em fevereiro de 1940, tendo o Pe. Raimundo Pujol
e o Pe. Crescêncio Iruarrizaga como seus primeiros professores. A
partir dessa data, o Colégio Claretiano foi conquistando seu espaço
na comunidade educacional.
Em 9 de março de 1950 o Colégio recebeu autorização para o
funcionamento do segundo ciclo, chamado curso ginasial. Em 14 de
junho de 1965 foi concedida também a abertura do curso noturno
de Educação de Adultos (1ª a 4ª série do Fundamental).
Ao longo dos 70 anos de sua existência o Colégio Claretiano
busca viver sua missão inspirada nos valores éticos e cristãos e no
carisma claretiano voltado para a formação integral da pessoa humana, capacitando-a para o exercício profissional e para o compro-
90
Informativa - Revista ANEC | educação básica
misso com a vida. Essa missão é
caracterizada pela investigação
da verdade, o ensino e a difusão
da cultura, que dão pleno significado à vida.
O Colégio Claretiano passou
por uma grande evolução durante esse período, crescendo e
se aprimorando, fazendo do ensino o meio de construir conhecimento e cidadania. E hoje, se
destaca por oferecer educação
de qualidade, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio,
investindo em instalações modernas, na qualificação de professores e colaboradores e em
recursos pedagógicos atualizados. A educação humanista claretiana propõe uma pedagogia
e uma didática que estejam em
harmonia com o ser e o aprender do aluno, formadoras do
espírito de cooperação e de solidariedade inerentes ao cristão.
O projeto educativo claretiano desenvolve também a cons-
ciência voltada para a realidade
do mundo dos carentes e necessitados através da sua inserção
e colaboração com ações dentro
da comunidade local e com projetos sociais concretos: Creches,
CJ (Centro de Juventude), além
da Missão Claretiana em Moçambique (África), coordenada
pela comunidade aqui instalada.
Essas e outras iniciativas encontram o apoio do Colégio tanto
na área pedagógica quanto na
disponibilização do seu espaço
físico e equipamentos, como as
quadras de esportes, laboratório de informática, etc.
Em 1998, juntamente com o Colégio Claretiano,
abriu-se espaço para a Faculdade Claretiana, com o curso
de Ciências da Religião, reconhecido pelo MEC em março de
2004, e em 2005 foi instalado
também o EAD (Ensino a Distância), integrando o projeto educativo dos claretianos na cidade
Informativa - Revista ANEC | educação básica
de São Paulo que, com esta disposição, perseverança e afinco,
vem construindo sua tradição
ao mesmo tempo em que realiza sua missão evangelizadora
tendo a educação como instrumento.
91
educação básica
Colégio prepara
jovens empreendedores
Assessoria de comunicação - Colegio Marista Conceição
92
Informativa - Revista ANEC | educação básica
O
Colégio Marista Conceição, de Passo Fundo RS, está realizando desde o início do ano o Programa Miniempresa da Associação Junior Achievement. A associação existe em todo o Brasil
e serve para estimular o empreendedorismo nos jovens. O trabalho é
feito com alunos da 2ª série do Ensino Médio.
O programa Miniempresa é desenvolvido em quinze semanas. As
jornadas semanais têm duração de três horas e meia e são realizadas
no Conceição, todas as segundas-feiras à noite. Os alunos do colégio
são assessorados por profissionais voluntários da área empresarial, que
realizam um importante trabalho de orientação em marketing, finanças,
recursos humanos e produção.
O grupo é formado por 20 alunos. Depois de eleger a presidente e
quatro diretores das áreas de marketing, finanças, recursos humanos e
produção, os jovens selecionaram o produto a ser comercializado: cobertor de soft, com proteção para os pés. Os alunos fizeram pesquisas,
realizaram estudos de viabilidade do negócio e capitalizaram a empresa
Soft Dreams através da venda de ações.
Na fase de produção, o grupo está confeccionando os cobertores,
e desenvolvendo a estratégia de marketing para realizar as vendas. Pagam impostos, recebem salários e comissões de venda, fazem a contabilidade e são auditados. Ao final das quinze semanas, farão o balanço,
distribuindo os lucros aos acionistas, e aí então fecham a miniempresa.
Para o aluno Sidnei Junior, nomeado diretor de marketing da
miniempresa, este trabalho “está sendo ótimo já no começo, e tem
tudo para ser um grande sucesso, além de proporcionar experiência
aos estudantes”.
Informativa - Revista ANEC | educação básica
Os cobertores já tem a demanda necessária para fechar o
ano com bons lucros. A procura
pelos produtos é tanta, que até
já foram desenvolvidos cobertores personalizados com os times
de futebol gaúchos.
No decorrer do Programa, a
Junior Achievement proporciona aos jovens oportunidades de
contato com o mercado, a fim de
vivenciarem a realidade empresarial e perceberem o funcionamento de uma organização. São
realizadas palestras com empresários, visitas a empresas e participação em feiras.
A coordenadora dos jovens
empreendedores, professora Eliana Glória Missel, afirma que o objetivo está sendo atingido, pois
“oportuniza ao aluno a experiência de passar por todos os processos de uma empresa, queira ele
ser empreendedor ou não”.
93
educação básica
Fórum para Educadores e Pais:
espaço de debates e soluções
Ir. Analuísa Venturini - Diretora
Alícia Semira Pasquali - Orientadora Pedagógica
94
Informativa - Revista ANEC | educação básica
“ O Fórum chega, hoje, à sua sexta edição e tem atingido proporções cada
vez maiores de participação, reunindo educadores, orientadores, psicólogos,
psicopedagogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais, médicos, empresários e
outros profissionais”
O
Fórum para Educadores e Pais, uma iniciativa do Colégio
São Bento, foi criado com o objetivo de congregar pais,
educadores e profissionais de áreas afins, em torno de uma
mesma discussão, ou seja, num grande debate sobre as questões
voltadas à formação da criança e do adolescente do mundo moderno, bem como refletir sobre o papel da escola e da família, no cumprimento dessa finalidade, com todas as implicações desse processo.
Lançado no ano de 2004, o Fórum chega, hoje, à sua sexta edição e tem atingido proporções cada vez maiores de participação,
reunindo educadores, orientadores, psicólogos, psicopedagogos,
fonoaudiólogos, assistentes sociais, médicos, empresários e outros
profissionais que demonstram grande interesse, nos debates proporcionados.
Das temáticas abordadas ao longo desses seis anos de existência,
o Fórum sempre trouxe à tona questões do contexto educacional
que, na verdade, trazem certas inquietudes dos profissionais incumbidos da tarefa de educar, mas, também, preocupações dos pais
comprometidos com a formação dos filhos.
Assim, em 2004, o primeiro Fórum teve, como eixo central de
discussão, o tema “ Família e Escola: Comungando Valores e Saberes”, que convidava os participantes a refletirem sobre a mediação
da família e da escola, enquanto parceiras no processo educativo
de crianças e adolescentes, através dos apontamentos apresentados
por Maria de Lurdes Zanatta e Luiz Carlos Prates.
No ano de 2005, o tema que permeou o debate do segundo Fórum foi a “Educação Contemporânea, na Formação da Criança e
do Adolescente“. Palestrantes como Gildo Volpato, Onete Ramos
Informativa - Revista ANEC | educação básica
Santiago, Maria Tereza Maldonado e Carla Marchesini estiveram
conduzindo as discussões, no
sentido de mostrar à família e à
escola a necessidade de construírem, juntas, um novo olhar, com
outras medidas e posturas que
pudessem contribuir com a educação da criança e do adolescente do mundo global, dando-lhes
a consideração e o respeito merecidos.
“A Era da Competência: Transformando Informação em Conhecimento“ foi o tema que sustentou a reflexão do terceiro Fórum,
no ano de 2006, levando pais e
educadores a repensarem a educação em torno da competência,
visto que, no mundo da modernidade, a informação é apenas um
dado entre muitos; por isso, necessita ser ressignificada para ser
transformada em conhecimento
que possa ser usado em favor
das necessidades humanas. Pierluigi Piazzi, Sônia Maria Parente,
95
educação básica
Neuza Amorim Fleury Machado
e Clarisse Leal foram os mediadores desse debate.
Em 2007, na quarta edição do
Fórum, que trazia, no âmago de
sua discussão, o tema “Excelência em Educação - Um Desafio
Atual“, o debate inflamou-se ainda mais, com a presença marcante e o discurso fundamentado de
Eduardo Ferreira Santos, Içami
Tiba, Caio Feijó e Clóvis Amorim
que, com propriedade, fizeram
com que os participantes refletissem sobre a necessidade do
trabalho educativo estar apoiado sobre o pilar da excelência e,
portanto, na idéia da instituição
educativa imprimir uma marca
de qualidade, na educação oferecida à crianças, jovens e adolescentes de famílias que haviam
confiado àquela instituição, tão
comprometedora tarefa.
“Trabalhando em favor de
uma cultura sustentável, na sociedade do conhecimento “ foi
96
o tema gerador das discussões
do quinto Fórum, no ano de
2008, que teve por meta, refletir sobre a educação da criança
e do adolescente, do nosso tempo, numa sociedade que se denomina do conhecimento, mas
que, por outro lado, necessita
garantir sua própria sustentabilidade. Na mesa dos debates,
estiveram Augusto Cury, Isabel
Parolin, Marcos Méier e Márcio
Sônego, que contribuíram, significativamente, em suas abordagens, com respostas que muitos
participantes procuravam para
suas indagações e, por essa razão, com as expectativas de um
público de, aproximadamente,
novecentas pessoas.
Hoje, o Fórum para Educadores e Pais do Colégio São
Bento não é mais o mesmo, pois
cresceu no debate e no nível de
participação, atingindo um público de mais de mil participantes. Em sua sexta edição apre-
Informativa - Revista ANEC | educação básica
sentará no ano de 2009, como
temática central dos debates:
“Desconstruindo modelos mercadológicos de formação: Uma
atitude necessária à família e à
escola”.
Desta forma, importa dizer
que discutir o processo de formação da criança e do adolescente, na era mercadológica da
modernidade, é uma atitude necessária às instituições familiar e
escolar, uma vez que o acesso,
cada vez maior, à informação e
aos bens de consumo tem produzido um ser humano dotado
de cultura, mas, por outro lado,
nem sempre sensível ao seu semelhante, defensor da vida e
portador de valores éticos e morais.
Assim sendo, urge a necessidade da família e da escola
repensarem, juntas, todo esse
paradoxo e, sobretudo, os valores que permeiam o seu modelo
educativo, já que as relações en-
“ é preciso que tanto a escola quanto a família
repensem as bases de seu modelo educativo”
tre pais e filhos e a sociedade, de modo geral, têm sido baseadas,
muitas vezes, na tese custo/benefício, onde os indivíduos só agem
da forma esperada, se receberem algo em troca, evidenciando, claramente, a lógica do mercado: O consumismo e o lucro.
Diante desta situação, é preciso que tanto a escola quanto a família repensem as bases de seu modelo educativo, uma vez que
são instituições imprescindíveis, na formação ético-moral dos indivíduos e, por essa razão, apesar de estarem inseridas no mercado,
não podem servir aos valores do capital, mas precisam humanizar os
homens que o detém.
É para toda essa discussão que o VI Fórum convida os pais, os
educadores e os profissionais, preocupados com a formação de
crianças, jovens e adolescentes, para um grande debate e uma profunda reflexão sobre aqueles conceitos que têm se enraizado em
nossa sociedade, de forma crescente, provocando sérias alterações
nos valores que sustentam a vida das famílias e das escolas e, de
modo particular, a vida de seus filhos, nossos estudantes, através da
contribuição de Mário Sérgio Cortella, José Carlos Serrano Freire,
Pierluigi Piazzi e Geninho Góes, facilitadores e provocadores dos
debates dessa edição.
Neste ano, o Fórum se realiza no dia 12 de setembro, no SISO’S
HALL, em Criciúma.
Fica aí, a história do Fórum para Educadores e Pais do Colégio
São Bento sempre permeado por uma vontade de todos os que
constituem esse movimento de formação, de fazer sempre mais e
cada vez melhor, nas edições dos Fóruns dos próximos anos.
Informativa - Revista ANEC | educação básica
97
educação básica
Educar na escola de Emilie
Por Patrizia Bergamaschi
E
milie de Villeneuve, autora e inspiradora do ideal que hoje nos
reúne, congrega e anima, nasceu numa pequena cidade do sul
da França, em 1811.
Muito atenta aos múltiplos apelos dos mais frágeis, carentes e excluídos da
sua sociedade, ela funda, em 1836, com apenas 25 anos, a Congregação das
Irmãs de Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Castres.
Servir é seu desejo único, expressão concreta de seu amor por Deus. Deus
encarnado. E Emilie entende que servir é acolher, ajudar, ouvir, curar, alimentar, defender, consolar, proteger, amar. Mas também servir é ensinar, promover, valorizar, resgatar, inserir, partilhar, construir, educar.
É, pois, nos passos de Emilie, que as comunidades educativas da Rede
Azul querem agir e continuar caminhando, sempre em busca, sempre almejando horizontes mais claros e iluminadores.
Como Emilie e por causa de Emilie, vemos a realidade como campo de
semeadura e de esperança, espaço e tempo de investimento da criatividade
e da generosidade que impulsiona o verdadeiro crescimento humano.
Como Emilie e por causa de Emilie, entendemos que a educação nos projeta muito além das fronteiras de uma cidade e nos torna cidadãos do mundo,
comprometidos com a história que se constrói hoje, a partir de nossos gestos,
de nossas opções, de nossos posicionamentos a favor da vida, de nossa solidariedade ética e fraterna. Mas também com a história que se constrói para o
amanhã, a partir de nossas escolhas de paz e de preservação, de cuidado e de
conservação da vida em todo o planeta, para todos os povos.
Como Emilie e por causa de Emilie, apostamos na educação para
dar fermento à vida, para garantir os saberes já construídos desde os
porões do tempo, para aguçar o nato desejo de conhecer, descobrir,
inventar, pesquisar, criar, recriar.
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Informativa - Revista ANEC | educação básica
Acreditamos na educação para
estar ao lado das crianças em seu
desvendar do mundo, em suas aventuras pela escrita e pela leitura, em
suas incursões que analisam a vida, o
planeta e os fenômenos.
Lutamos pela educação para
caminhar com os jovens em busca
de seus próprios destinos, de suas
próprias estradas, de seu lugar na
sociedade que anseiam seja mais
justa, mais participativa, mais solidária. Queremos contribuir com a formação do futuro cientista, do futuro
educador, do futuro político, dos futuros pais, com o futuro da Terra e da
humanidade.
Por causa de Emilie, não achamos
que nossa luta e nosso trabalho sejam grandes demais, nem que resvalem pela utopia, pelo idealismo
teimoso. Por causa de Emilie, aqui
estamos, com intenção de ficar.
Neste ano de sua beatificação,
que ela nos sustente, nos inspire e
caminhe conosco pelos novos caminhos que nunca recusou a trilhar.
Um
show de cultura e solidariedade
Por Diogo Pedrotti
A
prendizados que se levam para a vida toda é marca das unidades maristas. Na Escola Marista Medianeira de Erechim-RS, a
solidariedade é um saber que se aprende no dia-a-dia, e também em projetos como o “Maristarde Solidária”, que alia arte, cultura
e consciência social.
Ações solidárias presentes através de atividades diversas permitem às crianças e aos jovens, vivenciar a evangelização e propiciar o
comprometimento do educando para assumir responsabilidades, enfocando sua formação e sua vida de cristão e de cidadão. O projeto
Maristarde Solidária concretiza estes ideais e foi mais um momento
especial de ação solidária, envolvendo os educandos e a comunidade
durante o mês de julho.
Os alunos da escola apresentaram um momento cultural através de
peças teatrais do tradicional Festival de Inverno da escola, que acontece desde 2001. As peças deste ano foram apresentadas aos alunos
da Educação Infantil e Ensino Fundamental do Colégio Estadual Prof.
Mantovani, da Escola Normal José Bonifácio e da Escola de Educação
Infantil Ruther Von Muhlen. O ingresso para prestigiar o evento foi
1kg de alimento não-perecível. Aproximadamente 700kg de alimentos foram arrecadados nos dois dias da Maristarde Solidária da Escola
Medianeira. As arrecadações foram doadas para famílias carentes e
para a Pastoral das famílias, atendidas pela Cáritas da Catedral São
José de Erechim. Assim, representantes da Pastoral da Catedral São
José estiveram presentes na escola, para receberem através da direção e alunos, as doações realizadas pelos estudantes que prestigiaram
os dois dias de cultura e solidariedade.
Segundo a vice-diretora Idília Taglietti, idealizadora e coordenado-
Informativa - Revista ANEC | educação básica
ra do projeto”A Maristarde Solidária é uma bela ação de criança
para criança. Com a colaboração
dos alunos das escolas que prestigiaram as tardes artístico-culturais, e com as lindas apresentações feitas pelos alunos da Escola
Marista Medianeira, realizamos
uma ação solidária que ficou marcada no coração das crianças.
Dessa forma, acreditamos contribuir na formação de uma geração
solidária e preocupada com o futuro do país”.
99
informativo publicitário
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Informativa - Revista ANEC | informativo publicitário
Informativa - Revista ANEC | informativo publicitário
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conversa com as mantenedoras
Conversa com as Mantenedoras
ANEC entrevista a Diretora- Presidente da Sociedade
Civil Casas de Educação: Maria Auxiliadora Machado
(Ir. Maria Ângela). Nascida em Diamantina/MG, ela fez
os estudos secundários em Belo Horizonte, no Colégio
Sagrado Coração de Maria e estudos superiores na
Universidade Católica do Paraná. Em 1956, fez os
primeiros votos religiosos no Instituto das Religiosas
do Sagrado Coração de Maria. Exerceu o magistério
e diversas funções: diretora, secretária, tesoureira,
em vários colégios. Na Sociedade Civil também foi
secretária, tesoureira e diretora-presidente em alguns
mandatos. Atualmente, exerce a função de diretorapresidente, eleita na assembléia geral de novembro de
2007, para um mandato de 3 anos.
1) Qual é a história da mantenedora? Como foi a
fundação? Quais personagens foram importantes?
A história começa com a fundação do Instituto das
Religiosas do Sagrado Coração de Maria, em 1849,
na França, pelo Padre João Antonio Gailhac e Ir. St.
Jean Cure, que logo expandiu seu trabalho missionário, encontrando-se hoje em três Continentes e 13
países.
No início do século XX, em Portugal, o desencadear de uma violenta revolução no país culminou com
o decreto de expulsão de todos os sacerdotes e religiosos e, no nosso caso, provocou a volta de muitas
Religiosas às suas famílias, a abertura de uma comunidade na Espanha e o regresso de várias Religiosas à
França, à sua cidade de origem, Béziers. A responsável pelas Religiosas em Portugal, Ir. Maria de Aquino,
cheia de zelo, ousadia e ardor missionário, teve a ins-
102
piração de uma fundação no Brasil. Expôs seu desejo
à Superiora Geral que a enviou, então, com mais duas
companheiras em março de 1911. Com o apoio das
autoridades eclesiásticas iniciaram, imediatamente,
atividades educacionais, abrindo educandários nas
cidades de Ubá/MG e do Rio de Janeiro. Mais tarde,
com a vinda de outras Religiosas do exterior e o surgimento de vocações religiosas no Brasil, o Instituto
foi se expandindo para outros Estados.
Em atenção às exigências legais da época, a Ir.
Maria de Aquino (Emilia Vieira Ribeiro), tomou a iniciativa da fundação, sob a forma jurídica de sociedade civil, do “Instituto de Educação”, cuja ata foi assinada no dia 04 de junho de 1925.
Anos depois, foi alterada a sua denominação. Assim, a Sociedade Civil Casas de Educação (SCCE) é
a pessoa jurídica do Instituto das Religiosas do Sa-
Informativa - Revista ANEC | conversa com as mantenedoras
grado Coração de Maria –Província Brasileira. Hoje,
a mantenedora tem sua sede em Belo Horizonte, Minas Gerais, e se organiza legalmente como uma associação de caráter beneficente, educacional, cultural,
de assistência social e promoção humana.
2) Quais foram os maiores avanços da Congregação nos últimos anos?
Procurando responder aos sinais dos tempos,
o Instituto das RSCM vem expandindo sua missão.
Além do trabalho em Escolas, Universidades e em
Projetos sociais, assumiu uma representação na ONU
enquanto uma “ONG-RSCM” (Organização Não Governamental das Religiosas do Sagrado Coração de
Maria) para a defesa dos direitos humanos, focalizada especialmente na situação da mulher. Um outro
grupo de religiosas faz a coordenação e animação da
Rede “JPIC” – Justiça, Paz e Integridade da Criação
que, com a participação de leigos, vem trabalhando
atualmente, de maneira particular, na erradicação do
tráfico de seres humanos.
No Brasil, a SCCE vem desenvolvendo uma ação
permanente de formação dos/as seus /suas colaboradores/as na perspectiva de garantir uma ação educacional, social e de gestão sustentável, aliando os
ideais fundantes aos desafios da modernidade.
3) Para enfrentar o cenário de dificuldades sociais brasileiras, quais são as principais áreas de
atuação e projetos?
Nos últimos anos, a Sociedade Civil, mantenedora
da “Rede Sagrado”, com cinco Colégios “Sagrado
Coração de Maria”, no Rio de Janeiro/RJ, Belo Horizonte e Ubá/MG, Brasília/DF e Vitória/ES, consolidou
sua ação na área da educação e avançou na atuação
no âmbito social, através do fortalecimento de Obras
Sociais. Vem desenvolvendo Projetos Socioassistenciais para a promoção e proteção social de crianças e
adolescentes em situação de vulnerabilidade social,
através das seguintes unidades:
Em Curvelo/MG– Centro Educacional Comunitário Bom Pastor
Em Belo Horizonte/MG Brasília/DF e Vitória/ES –
Projeto Vida Padre Gailhac
Na perspectiva da promoção humana e exercício
da cidadania oferece, além do acesso à educação,
oportunidades de elevação de escolaridade através
da modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos)
nos Colégios do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, assim como um Curso Pré-vestibular no Colégio de Ubá.
Diante da realidade social brasileira, na tentativa
de uma resposta que atenda às necessidades presentes e traga frutos para o futuro, a Sociedade Civil vem
atuando não só nos colégios e obras sociais mantidas, mas atua também inequivocamente, em parceria, na área da promoção e defesa de direitos, junto a
crianças, adolescentes e jovens em situação social de
risco nas periferias de grandes cidades e zona rural.
Atua também junto a outras instituições como a Pastoral do Povo da Rua, Pastoral Carcerária e em vários
outros Movimentos Sociais.
3) A certificação de entidades filantrópicas é
uma dificuldade hoje? Quais mudanças deveriam
ser feitas para garantir a eficiência neste aspecto?
Esta discussão traz elementos históricos que, talvez, não possamos aprofundar aqui. Mas, é necessário ressaltar a relevância de se ter em mente o papel
Informativa - Revista ANEC | conversa com as mantenedoras
103
conversa com as mantenedoras
das entidades da sociedade civil na perspectiva de
uma ação complementar e em parceria com o Estado. É importante a criação de um campo de
intercessão que estabeleça claros parâmetros e
um marco legal que, de fato, possibilite o trabalho secular que as entidades beneficentes vêm
desenvolvendo.
O controle social público colocado como eixo
que orienta a certificação das entidades beneficentes de assistência social, anteriormente designadas entidades filantrópicas, deve considerar as
especificidades dessas entidades, na perspectiva
de viabilizar esse trabalho tão relevante e não no
sentido de estabelecer campos de incertezas e
um marco legal inconsistente.
5) Qual a visão sobre a gestão e identidade
das entidades católicas? Estão perdendo espaço para outras entidades?
Na área social, existem muitos trabalhos importantes e eficientes realizados numa ação colaborativa e complementar por evangélicos e por
ONGs. Não vejo, com isto, concorrência ou ameaça de perda de espaço das entidades católicas,
uma vez que as necessidades são complexas e
múltiplas e as respostas também precisam ser
diversas. Por outro lado, sinto que existe, por
trás de muitas entidades particulares, a busca de
poder em si e um grande interesse na promoção pessoal e não uma atitude e ação realmente
104
identificadas com o ideal filantrópico.
6) Qual a sua avaliação acerca do trabalho que
a ANEC desenvolve junto às mantenedoras católicas?
Julgo a ANEC uma entidade importantíssima no
seu papel institucional de defesa da educação católica. Deposito grande esperança de que a ANEC
vá se tornando, de fato, uma forte e consistente representante das entidades católicas nos dias atuais,
com visão de futuro e com orientações seguras, com
quem as entidades possam contar. Precisa continuar crescendo na capacidade de congregar, fortalecer e defender as entidades nos seus sagrados objetivos de trabalhar, com tranqüilidade e segurança,
tendo seus direitos preservados e garantidos pela
constituição federal. Direitos esses, muitas vezes,
ignorados e ameaçados pelo poder público. Afinal
nosso ideal católico pressupõe uma ação coletiva,
comunitária e, nos dias de hoje, o trabalho em rede
é um caminho sem volta.
Informativa - Revista ANEC | conversa com as mantenedoras
Informativa - Revista ANEC | conversa com as mantenedoras
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considerações finais
Mais uma
conquista
O
ser humano é movido por desafios, grandes ou pequenos, eles
são diários e superá-los é o combustível que nos tira da cama de
manhã. É por esses desafios que nos tornamos pessoas melhores, mais conscientes e completas. Qual é o seu desafio hoje? O nosso é
mostrar que não importa o tamanho da dificuldade que precisa ser superada ou da solução que deve ser criada, estamos aqui para pensarmos juntos no caminho para transformar a sociedade. Uma vez meu pai me disse
que precisamos acreditar no agora porque o passado já ficou para trás, é
história, o futuro ainda é um mistério, mas o presente é uma dádiva, por
isso tem este nome. Essa foi uma das lições que eu aprendi. Investir toda a
energia no que podemos fazer, e agora, não amanhã. Esta lição é a chave
da solidariedade, investir no agora para construir um futuro melhor e é isso
que queremos mostrar na sexta edição da nossa revista. Que a educação
católica brasileira tem soldados espalhados em todo o país em prol da luta
por um presente mais bonito. O que nós queremos é que nossos jovens
aprendam desde cedo que o coração aberto para a caridade é a saída para
uma grande lição de humildade. Então junte-se a nós e faça o seu dever
de casa!
Lana Canepa
Assessoria de Comunicação da ANEC
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Informativa - Revista ANEC | considerações finais
Você acredita no futuro?
A
ANEC acredita!
Para nós a educação pode
transformar o mundo.
SRTVS Quadra 701, Bloco O, Sala 135
Edifício Centro Multiempresarial
(61) 3533-5050
(61) 3226-5655
Coleção Ponto de Encontro. A MENOR DISTÂNCIA
ENTRE VOCÊ E OS MAIORES AUTORES NACIONAIS.
Ponto de Encontro
é a coleção de Língua Portuguesa que
promove a integração dos alunos do 6o ao 9o ano com as
obras dos grandes talentos da nossa literatura. A partir desses
textos, são desenvolvidas as propostas de leitura, interpretação,
produção textual, análise linguística e muito mais. E aprender
com essas companhias é muito mais prazeroso. Não falte a esse
encontro tão especial.
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