Norte, Ana Carolina - 2º Simpósio Brasileiro sobre a Aplicação de

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Norte, Ana Carolina - 2º Simpósio Brasileiro sobre a Aplicação de
ESPÉCIES VEGETAIS COM POTENCIAL ORNAMENTAL PARA
UTILIZAÇÃO EM WETLANDS CONSTRUIDOS
Ana Carolina Cunha Norte*
Engenheira de Meio Ambiente
Secretaria de Defesa, Proteção e Preservação do Meio Ambiente do Município de Sumaré
[email protected]
Luciano Zanella
Instituto de Pesquisas Tecnológicas, São Paulo (SP), Brasil
Centro Tecnológico do Ambiente Construído – Laboratório de Instalações Prediais e Saneamento
[email protected]
Wolney Castilho Alves
Instituto de Pesquisas Tecnológicas, São Paulo (SP), Brasil
Centro Tecnológico do Ambiente Construído – Laboratório de Instalações Prediais e Saneamento
[email protected]
Resumo
A característica fundamental dos sistemas de wetlands construídos é a presença de vegetação como
agente ativo do tratamento. As principais características que levam à escolha de uma espécie
vegetal são sua tolerância às condições de saturação do substrato e a resistência ao clima do local
onde será instalada. A ótima adaptação e a grande difusão geográfica de algumas espécies, como
Phragmites spp e Typha spp, tem as tornado grandes favoritas para aplicação nesta configuração
tecnológica. Considerando-se que um projeto de wetland construído tem potencial de aplicação em
áreas que apresentem trânsito de pessoas é possível utilizar tais sistemas para agregação de valor
paisagístico somado ao tratamento dos efluentes locais para tanto pode-se explorar a rica
biodiversidade brasileira e o grande número de espécies vegetais com características ornamentais,
nativas ou já introduzidas em território nacional que tenham potencial de uso em sistemas de
wetlands construídos. Com base na literatura encontrada e entrevista com consultorias ambientais,
foi elaborada, embora sem ter a pretensão de exaurir todas as possibilidades, uma lista de plantas
consideradas ornamentais para proposição de seu uso em sistemas wetlands construídos no Estado
de São Paulo e demais regiões de clima semelhante. Diversas plantas não possuem ainda estudo
específico de sua capacidade de despoluição dos efluentes, sendo recomendada tal avaliação antes
de sua incorporação em algum projeto.
Palavras-chave: Wetlands construídos, Plantas ornamentais, Tratamento de efluentes.
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2º Simpósio Brasileiro sobre Wetlands Construidos – 11 a 13 de Junho de 2015
1 Introdução
O termo wetland, cuja tradução literal do inglês é “área de terra úmida”, é aplicado ao conjunto de
terrenos que permanecem saturados durante o ano, parcial ou permanentemente. São áreas de
transição entre os ambientes aquáticos e terrestres (ZANELLA, 2008). Como ecossistemas, os
wetlands são reconhecidos por seu rico habitat e grande diversidade de fauna e flora. Além disso,
são sistemas complexos que colaboram com a melhoria de qualidade de água local por meio de
diversos mecanismos: as raízes e caules das plantas subaquáticas, por meio da sua capacidade de
troca e adsorção de íons presentes no meio aquoso, são capazes de filtrar elementos incomuns do
meio inserido, inclusive metais pesados. Além disso, as mesmas raízes e caules servem de habitat
para uma variada e numerosa população de bactérias, as quais contribuem para a redução da
demanda bioquímica de oxigênio (DBO) do meio. As águas tranquilas dos wetlands contribuem
para a sedimentação de sólidos suspensos e, por fim, as plantas contribuem na geração de um
microclima na região ao amenizar forças climáticas como vento, insolação e temperatura (U.S.
ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY, 1998).
Por conta dessas características potenciais de auxílio à despoluição de corpos d’água, buscou-se o
desenvolvimento de sistemas para tratamento de efluentes diversos com base nos wetlands naturais,
mas de forma a otimizar seus pontos positivos e reduzir os negativos. Tal tecnologia recebeu o
nome de “constructed wetlands” ou ainda “treatment wetlands”. No Brasil, o termo “constructed
wetlands” ganhou diversas terminologias diferentes, como wetlands construídos (adotado nesse
trabalho), alagados construídos, banhados construídos, zonas de raízes, leitos de raízes, leitos de
macrófitas, fitoremediação, fito-ETARs, entre outras (ZANELLA, 2008 e SILVA, 2007).
Os wetlands construídos são considerados uma alternativa efetiva de custo baixo quando comparado
a outros sistemas tradicionais de tratamento de efluentes, além disto, pela presença de vegetação,
permitem tirar proveito de aspectos positivos inerentes ao sistema como a integração na paisagem
natural ou a elaboração de sistemas que se beneficiem das vantagens paisagísticas propiciadas pela
adequada escolha da vegetação, o que torna o sistema adequado para sua implantação em parques,
áreas verdes e áreas diversas que permitem o contato próximo de pessoas. Para tirar proveito desta
característica, a concepção deste tipo de sistema pode incorporar uma série de espécies consideradas
ornamentais de modo a empreender tal tecnologia juntamente a uma preocupação que proporcione
valorização paisagística ao meio em que estão inseridos.
2 Utilização de espécies vegetais em wetlands construídos
Prioritariamente, as plantas utilizadas em um sistema wetland construído devem apresentar
tolerância a áreas permanentemente saturadas ou submersas e ao fluxo constante de poluentes do
efluente a ser tratado. Recomenda-se a utilização de espécies nativas por conta de sua adaptação
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facilitada, em detrimento da utilização de espécies exóticas competitivas devido ao risco de
propagação de exemplares fora do sistema construído e sua proliferação descontrolada na região.
Várias espécies podem ser utilizadas simultaneamente em um mesmo sistema. Dependendo das
espécies e condições do meio, entretanto, pode ocorrer a dominância de algumas espécies e o
desaparecimento ou diminuição significativa de outras, até o equilíbrio do sistema ser estabelecido
(ZANELLA, 2008). Wetlands construídos de fluxo horizontal superficial permitem o uso de maior
variedade de espécies de plantas para sua composição, uma vez que proporciona habitat para
vegetação emergente, submersa, flutuante e as fixas de folhas flutuantes.
A tabela 1 apresenta algumas das espécies de utilização mais comum em wetlands construídos de
todo o mundo. Percebe-se nessa lista que algumas espécies são consideradas ornamentais, a
exemplo da Iris ssp, Nymphaea spp e Nelumbo spp.
Tabela 1: Algumas das espécies de macrófitas utilizadas em wetlands construídos
Espécie
Azolla spp
Crescimento
Flutuante
Espécie
Lemna spp
Crescimento
Flutuante
Carex spp
Emergente
Myriophyllum spp
Submersa
Ceratophyllum spp
Submersa
Nelumbo spp
Emergente
Colocasia spp
Emergente
Nuphar spp
Fixa de folhas flutuantes
Cyperus spp
Emergente
Nymphaea spp
Fixa de folhas flutuantes
Egeria spp
Submersa
Phalaris spp
Emergente
Eichhornia spp
Flutuante
Phragmites spp
Emergente
Eleocharis spp
Emergente
Pistia spp
Flutuante
Elodea spp
Submersa
Potamogeton spp
Submersa
Glyceria spp
Emergente
Salvinia spp
Flutuante
Hydrilla spp
Submersa
Schoenoplectus spp
Emergente
Hydrocotyle spp
Flutuante
Scirpus spp
Emergente
Iris spp
Emergente
Spirodela spp
Flutuante
Juncus spp
Emergente
Typha spp
Emergente
Lagorosiphon spp
Flutuante
Wolffia spp
Flutuante
Fonte: adaptado de Zanella (2008)
Na literatura, é crescente o número de estudos em que a eficiência de remoção de poluentes em
sistemas compostos por plantas ornamentais, tanto em monocultura quanto mistos, é avaliada. Em
um estudo comparativo, o autor Zhang utilizou seis macrófitas ornamentais: Acorus calamus,
Acorus gramineus, Arum orientale, Iris pseudacorus, Lythrum salicaria e Reineckia carnea. Todas
apresentam resultados bastante positivos, com destaque para Acorus gramineus e Iris pseudacorus
que, após 15 dias, conseguiram reduzir a DBO em 92,31% e 93,16%, respectivamente (ZHANG et
al, 2007).
Vymazal (2011), em um estudo de diversas literaturas sobre espécies de plantas utilizadas em
wetlands construídos de fluxo horizontal, destaca o uso de espécies ornamentais, principalmente em
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países tropicais e subtropicais (Tabela 2). O autor também chama atenção para um estudo em escala
piloto no México, onde as plantas ornamentais que compunham o sistema (Zantedeschia aethiopica,
Strelitzia reginae, Anthurium andraenum e Agapanthus africanus) também eram exploradas
comercialmente.
Tabela 2 - Espécies ornamentais e locais estudadas na literatura
Espécie
Acorus calamus
Países
Estados Unidos
Espécie
Hibiscus moscheutos
Países
Estados Unidos
Acrostichum danaefolium
México
Hymenocallis littoralis
México
Arundo donax
Marrocos
Iris versicolor
Estados Unidos
Asclepias incarnata
Estados Unidos
Juncus effusus
Canadá, Eslovênia e Portugal
Baumea articulata
Austrália e Nova Zelândia
Juncus inflexus
Eslovênia
Bolboschoenus fluviatilis
Austrália e Estados Unidos
Juncus sp.
Espanha
Brachiaria mutica
El Salvador
Kyllinga erecta
Tanzânia
Canna glauca
América Central
Lepironia articulata
China
Canna sp.
Brasil e Mayotte
Liatris pychnostachya
Estados Unidos
Canna x. generalis
Estados Unidos
Lobelia cardinalis
Estados Unidos
Canna indica
Portugal
Mentha spicata
Estados Unidos
Carex acutiformis
Alemanha, Dinamarca e
Eslovênia
Monochoria vaginalis
China
Canna latifolia
Nepal
Panicum maximum
Equador
Carex gracilis
Eslovênia
Panicum repens
Estados Unidos
Coix lacryma-jobi
Costa Rica
Pennisetum purpureum
América Central
Colocasia esculenta
Índia, México e Tanzânia
Pontederia cordata
Estados Unidos
Cyperus articulatus
Nicarágua
Phylidrum lanuginosum
Austrália
Cyperus flabelliformis
Tailândia
Rudbeckia hirta
Estados Unidos
Cyperus immensus
Quênia
Sagittaria latifolia
Estados Unidos
Cyperus involucratus
Fiji e Nova Zelândia
Scirpus sylvaticus
Estônia
Cyperus isocladus
Brasil
Silphium perfoliatum
Estados Unidos
Cyperus malcacensis
China
Sorghum halapense
Jordânia
Eleocharis sphacelata
Austrália e Nova Zelândia
Spartina alterniflora
Estados Unidos
Echinochloa polystachia
Equador
Spartina pectinata
Alemanha
Epilobium hirsutum
República Tcheca
Stenotaphrum
secundatum
Portugal
Festuca arundinacea
Estados Unidos
Thalia geniculata
El Salvador
Filipendula ulmaria
República Tcheca
Thrinax radiata
México
Glyceria maxima
Nova Zelândia e República
Tcheca
Thysanolaena maxima
Moçambique
Gynerium sagittatum
Jamaica
Triglochin procerum
Austrália
Heliconia psittacorum
Brasil e Colômbia
Zizania caduciflora
China
Heliconia rostrata
México
Zizaniopsis bonariensis
Brasil
Hemerocallis fulva
Estados Unidos
Fonte: adaptado de Vymazal (2011)
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Outras espécies ornamentais encontradas na literatura e que podem ser acrescentadas à lista se
encontram na Tabela 3.
Tabela 3 - Espécies ornamentais e locais estudadas na literatura
Espécie
Acorus
gramineus
Nome popular
Fonte
ZHANG et al,
2007
Espécie
Hedychium
coronarium
Nome popular
Fonte
Lírio-do-brejo
SANTOS et al
Íris-amarelo
ZHANG et al,
2007
Agapanthus
africanus
Agapanto
ZURITA et al,
2009
Iris pseudacorus
Alpinia
purpurata
Alpínia
BEGOSSO et al,
2009
Lythrum
salicaria
Anthurium
andraeanum
Antúrio
ZURITA et al,
2009
Monstera
deliciosa
ZHANG et al,
2007
Reineckia carnea
ZHANG et al,
2007
BEGOSSO et al,
2009
Sagittaria
lancifolia
NERALLA et al,
2000
Arum orientale
Arundina
bambusifolia
Orquídea-bambu
NERALLA et al, Sansevieria
2000
trifasciata
Canna flaccida
ZHANG et al,
2007
Costela-de-adão
Espada-de-sãojorge
ZANELLA,
2008
ZANELLA,
2008
Cyperus papyrus
Papiro
ZANELLA,
2008
Strelitzia reginae Ave-do-paraíso
ZURITA et al,
2009
Equisetum
hyemale
Cavalinha
ZANELLA,
2008
Typha latifolia
Taboa
NERALLA et al,
2000
Copo-de-leite
BELMONT et al,
2004;
ZANELLA,
2008; ZURITA
et al, 2009
Gladiolus sp.
Gladíolo
NERALLA et al, Zantedeschia
2000
aethiopica
Fonte: Autoria própria (2014)
3 Proposição de espécies vegetais ornamentais para sistemas wetlands construídos no Brasil
Tendo em vista o potencial de utilização de wetlands construídos no Brasil, tanto pela grande oferta
de terra como pela sua rica biodiversidade, buscou-se propor uma lista de espécies de plantas com
potencial para avaliação em sistemas de wetlands construídos. O ponto de partida foi a união das
espécies contidas na Tabela 2 e 3, acrescidas de espécies vegetais oriundas de pesquisa realizada
junto a produtores de mudas e consultorias ambientais do Estado de São Paulo que executam
projetos paisagísticos e de wetlands construídos no Brasil. A partir da lista global de espécies
levantadas, buscou-se selecionar espécies com potencial ornamental e que fossem nativas ou já
tivessem sido introduzidas no Estado de São Paulo, local onde a concepção de um projeto estava em
andamento. Para tanto, realizou-se o cruzamento das espécies prospectadas durante à pesquisa, com
aquelas citadas pelo guia de campo elaborado pelos pesquisadores Maria do Carmo E. Amaral e
Volker Bittrich (BITTRICH; AMARAL, 2004), para espécies palustres e aquáticas encontradas no
estado de São Paulo, com as informações contidas no livro “Plantas Ornamentais no Brasil”
(LORENZI; SOUZA, 2001).
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Ressalta-se que a lista apresentada na Tabela 4 trata-se de uma proposição inicial e não visa exaurir
as espécies ornamentais e introduzidas no Estado de São Paulo com potencial para utilização em
sistemas de wetlands construídos, além disso, a maioria das espécies citadas carecem de estudos
científicos para avaliação do seu potencial de tratamento de corpos hídricos poluídos já não foram
encontradas referências na literatura de sua utilização em sistemas de tratamento.
Tabela 4 - Lista de plantas recomendadas para sistemas wetlands construídos no Brasil
Espécie
Crescimento
Origem
Espécie
Crescimento
Origem
*Achyrocline satureioides
Emergente
Nativa
*Hydrocotyle umbellata
Emergente
Exótica
*Acorus calamus
Emergente
Exótica
*Hymenachne sp
Emergente
Nativa
*Acorus calamus variegatus Emergente
Exótica
Impatiens balsamina
Emergente
Exótica
Acorus gramineus
Emergente
Exótica
*Imperata brasiliensis
Emergente
Nativa
Agapanthus africanus
Emergente
Exótica
*Indigofera campestris
Emergente
Nativa
*Ageratum conyzoides
Emergente
Nativa
*Indigofera hirsuta
Emergente
Nativa
*Allamanda cathartica
Emergente
Nativa
*Ipomoea nil
Emergente
Exótica
*Alocasia cucullata
Emergente
Exótica
*Iris pseudacorus
Emergente
Exótica
*Alocasia macrorrhizos
Emergente
Exótica
*Juncus densiflorus
Emergente
Nativa
Alpinia purpurata
Emergente
Exótica
*Juncus effusus
Emergente
Nativa
*Alternanthera
philoxeroides
Emergente
Nativa
*Juncus microcephalus
Emergente
Nativa
Ambrosia polystachya
Emergente
Nativa
*Lemna minor
Flutuante
Exótica
Andropogon bicornis
Emergente
Nativa
*Limnobium spongia
Flutuante
Exótica
Anthurium andraeanum
Emergente
Exótica
*Limnocharis flava
Emergente
Nativa
Arctium minus
Emergente
Exótica
*Ludwigia mullertii
Submersa
Exótica
Arum orientale
Emergente
Exótica
*Ludwigia palustris
Submersa ou
emergente
Exótica
Arundina bambusifolia
Emergente
Exótica
*Ludwigia sedoides
Fixa de folhas
flutuantes
Nativa
Aster squamatus
Emergente
Nativa
*Ludwigia sericea
Emergente
Nativa
*Baccharis dracunculifolia
Emergente
Nativa
Lythrum salicaria
Emergente
Exótica
*Baccharis trimera
Emergente
Nativa
*Marsilea quadrifolia
Fixa de folhas
flutuantes
Exótica
*Baccharis usterii
Emergente
Nativa
*Mimosa pudica
Emergente
Nativa
*Bacopa sp
Emergente
Nativa
*Mirabilis jalapa
Emergente
Exótica
*Begonia cucullata
Emergente
Nativa
Monstera deliciosa
Emergente
Exótica
*Begonia fischeri
Emergente
Nativa
*Montrichardia linifera
Emergente
Nativa
*Blechnum brasiliense
Emergente
Nativa
*Myriophyllum aquaticum Submersa
Nativa
*Cabomba caroliniana
Submersa
Nativa
*Nelumbo nucifera
Emergente
Exótica
*Cabomba furcata
Submersa
Nativa
*Nymphaea alba
Fixa de folhas
flutuantes
Exótica
*Caladium x hortulanum
Emergente
Nativa
*Nymphaea caerulea
Fixa de folhas
flutuantes
Exótica
*Canna denudata
Emergente
Nativa
*Nymphaea King
Fixa de folhas
flutuantes
Híbrida
Continua
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Continuação
Espécie
Crescimento
Origem
Espécie
Crescimento
Origem
Canna flaccida
Emergente
Exótica
*Nymphaea marliacea
rosea
Fixa de folhas
Híbrida
flutuantes
*Canna glauca
Emergente
Nativa
*Nymphaea mexicana
Fixa de folhas
Exótica
flutuantes
*Canna limbata
Emergente
Nativa
*Nymphaea micrantha
Fixa de folhas
Exótica
flutuantes
*Canna x generalis
Emergente
Híbrida
*Nymphaea Queen of
Siam
Fixa de folhas
Híbrida
flutuantes
*Cassia leptocarpa
Emergente
Nativa
*Nymphaea rubra
Fixa de folhas
Exótica
flutuantes
*Catharanthus roseus
Emergente
Exótica
*Nymphaea rubra – rosa
Fixa de folhas
Híbrida
flutuantes
Cestrum corymbosum
Emergente
Nativa
*Nymphaea z. Green
Tiger
Fixa de folhas
Híbrida
flutuantes
Cleome hassleriana
Emergente
Nativa
*Nymphoides cristata
Fixa de folhas
Exótica
flutuantes
*Colocasia esculenta
Emergente
Exótica
*Nymphoides indica
Fixa de folhas
Nativa
flutuantes
*Colocasia esculenta var
illustris
Emergente
Exótica
*Oryza sativa L.
Emergente
Exótica
*Colocasia esculenta var.
aquatilis
Emergente
Exótica
*Pandanus baptisti
Emergente
Exótica
*Colocasia gigantea
Emergente
Exótica
*Pandanus racemosus
Emergente
Exótica
*Costus spicatus
Emergente
Exótica
*Pandanus utilis
Emergente
Exótica
*Costus spiralis
Emergente
Nativa
*Panicum aquaticum
Emergente
Nativa
*Crinum americanum
Emergente
Nativa
*Panicum sabulicola
Emergente
Nativa
*Crinum x powellii
Emergente
Híbrida
*Philodendron
bipinnatifidum
Emergente
Nativa
*Crotalaria incana
Emergente
Nativa
*Philodendron
brasiliense
Emergente
Nativa
Cuphea melvilla
Emergente
Nativa
*Pistia stratiotes
Flutuante
Nativa
*Curcuma alismatifolia
Emergente
Exótica
*Pontederia cordata
Emergente
Nativa
*Cynodon dactylon
Emergente
Nativa
*Pontederia cordata
"Alba"
Emergente
Nativa
*Cyperus alternifolius
Emergente
Nativa
*Pontederia parviflora
Emergente
Nativa
*Cyperus ferox
Emergente
Nativa
*Pothomorphe umbellata
Emergente
Nativa
*Cyperus flavus
Emergente
Nativa
*Praxelis sanctopaulensis Emergente
Nativa
*Cyperus giganteus
Emergente
Nativa
*Pterocaulon lanatum
Emergente
Nativa
*Cyperus haspan
Emergente
Nativa
*Ranunculus papulentus
Submersa
Exótica
*Cyperus involucratus
Emergente
Exótica
Reineckia carnea
Emergente
Exótica
*Cyperus isocladus
Emergente
Exótica
*Saccharum asperum
Emergente
Nativa
*Cyperus laetus
Emergente
Nativa
Sagittaria lancifolia
Emergente
Nativa
*Cyperus lanceolatus
Emergente
Nativa
*Sagittaria latifolia
Emergente
Exótica
*Cyperus luzulae
Emergente
Nativa
*Sagittaria montevidensis Emergente
Nativa
*Cyperus papyrus
Emergente
Nativa
*Sagittaria sagittifolia
Emergente
Exótica
*Cyperus reflexus
Emergente
Nativa
*Salvinia natans
Flutuante
Exótica
Continua
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Continuação
Espécie
Crescimento
Origem
Espécie
Crescimento
Origem
*Cyperus sesquiflorus
Emergente
Nativa
Sansevieria trifasciata
Emergente
Exótica
*Cyperus surinamensis
Emergente
Nativa
*Schizocentron elegans
Emergente
Exótica
*Desmodium barbatum
Emergente
Nativa
*Senecio brasiliensis
Emergente
Nativa
*Dicksonia sellowiana
Emergente
Nativa
*Senecio erisithalifolius
Emergente
Nativa
*Echinodorus cordifolius
Emergente
Exótica
Senecio icoglossus
Emergente
Nativa
*Echinodorus macrophyllus
Emergente
Nativa
*Setaria flava
Emergente
Nativa
*Echinodorus paniculatus
Submersa
Nativa
Solidago chilensis
Emergente
Nativa
*Echinodorus sp
Submersa
-
*Solidago microglossa
Emergente
Nativa
*Eichornia azurrea
Flutuante
Nativa
Strelitzia reginae
Emergente
Exótica
*Eichornia crassipes
Flutuante
Nativa
*Syngonium sp
Emergente
Nativa
*Eichornia paniculata
Flutuante
Nativa
*Tagetes minuta
Emergente
Exótica
*Eleocharis elegans
Emergente
Nativa
*Thalia dealbata
Emergente
Exótica
*Equisetum giganteum
Emergente
Nativa
*Thalia geniculata
Emergente
Nativa
*Equisetum hyemale
Emergente
Exótica
*Tibouchina grandiflora
Emergente
Nativa
*Erigeron bonariensis
Emergente
Nativa
Tibouchina stenocarpa
Emergente
Nativa
*Erythrina cristagalli
Emergente
Nativa
*Trapa natans
Fixa de folhas
Exótica
flutuantes
*Erythrina speciosa
Emergente
Nativa
*Typha angustifolia
Emergente
Nativa
*Euphorbia heterophylla
Emergente
Nativa
*Typha latifolia
Emergente
Nativa
*Euphorbia pilulifera
Emergente
Nativa
*Typha spp
Emergente
Nativa
*Euryale ferox
Flutuante
Exótica
*Typhonodorum
lindleyanum
Emergente
Exótica
Gladiolus sp.
Emergente
-
*Urospatha sagittifolia
Emergente
Nativa
*Grazielia intermedia
Emergente
Nativa
*Vernonia beyrichii
Emergente
Nativa
*Gunnera manicata
Emergente
Nativa
*Vernonia brasiliana
Emergente
Nativa
*Hedychium chrysoleucum
Emergente
Exótica
*Vernonia polyanthes
Emergente
Nativa
*Hedychium coronarium
Emergente
Exótica
*Victoria amazonica
Fixa de folhas
Nativa
flutuantes
*Hedychium gardnerianum
Emergente
Exótica
*Wedelia paludosa
Emergente
Nativa
*Heliconia psittacorum
Emergente
Nativa
*Xanthosoma robustum
Emergente
Nativa
*Heteranthera reniformis
Emergente
Nativa
*Zantedeschia aethiopica
Emergente
Exótica
*Hydrocleys nymphoides
Fixa de folhas
Nativa
flutuantes
* = Já utilizada em projetos de wetlands construídos em projetos de consultorias ambientais brasileiras
Fonte: adaptado de Norte (2014)
Percebe-se, pela extensão da lista, que são inúmeras as possibilidades de composição de sistemas
wetlands construídas, tanto para sistemas com monocultura como mistos. Paisagisticamente, abre-se
o leque de oportunidades de elaboração de sistemas cujas espécies vegetais agreguem valor ao meio
inserido com a inclusão de espécies herbáceas a semi-arbustivas. Ademais, a lista possui espécies
como a família Nymphaea e Canna que apresentam flores de colorações variadas.
Considerando-se que o foco da lista foi a seleção de espécies nativas e exóticas já adaptadas ao
Estado de São Paulo, nota-se que uma lista de espécies para todo o país, ou ainda para um clima
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específico, toma maiores proporções, além de requererem maiores estudos, visto que a maioria das
espécies listadas na Tabela 4 ainda não foi avaliada quando inserida em sistema de wetlands
construído. Abre-se, portanto, a oportunidade para avaliar seu desempenho para os mais diversos
efluentes, composição homogênea ou heterogênea, além da escolha de substrato e fluxo direcional
do efluente.
4 Conclusão
Os wetlands construídos, quando adequadamente projetados, podem ser implementados em uma
área de passagem da população, gerando valorização paisagística do local, além de proporcionar
tratamento de efluentes. O potencial paisagístico dos sistemas de wetlands construídos deve ser
explorado com alterações na concepção dos projetos que levem em conta a utilização de espécies
vegetais com apelo ornamental. Tendo em vista a oferta de área e grande biodiversidade
encontradas no nosso país, faz-se mais que necessário um aprofundamento no estudo desse sistema.
No presente trabalho foram levantadas mais de 180 espécies vegetais com potencial para utilização
em sistemas de wetlands e com apelo ornamental que podem ser utilizadas em sistemas onde exista
acesso próximo da população. As espécies de plantas passíveis de utilização nesse sistema são
inúmeras, porém requerem estudos específicos para uma melhor avaliação do seu desempenho na
despoluição dos mais diversos efluentes.
Referências
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