PROPOSTA DE RECONHECIMENTO DO ARRANJO
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PROPOSTA DE RECONHECIMENTO DO ARRANJO
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI PROPOSTA DE RECONHECIMENTO DO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL OVINOS & TURISMO ALTO CAMAQUÃ Piratini, julho de 2015 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI PROPOSTA DE RECONHECIMENTO DO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL OVINOS & TURISMO ALTO CAMAQUÃ 1. Apresentação O APL Alto Camaquã integra uma atividade primária com uma atividade do setor de serviços, a produção de ovinos e o turismo rural. Uma atividade tradicional e uma que surge nos últimos 10 anos como dotada de grande potencial para gerar renda e empregos em uma região com características históricas, culturais e ecológicas únicas. Ainda que pareçam distantes, no território Alto Camaquã, tais atividades encontram-se em perfeita integração, pois a ovinocultura está na base da cadeia do turismo regional, na medida que aporta a matéria prima para a culinária e para o artesanato, mas também forma a identidade cultural do povo e tem papel determinante na conservação das paisagens, pois é com o pastejo dos animais que se conforma o principal elemento da paisagem regional, a vegetação campestre. Sendo assim, já não é mais possível separar uma da outra, portanto, não resta outra alternativa ao território Alto Camaquã que não seja buscar nos seus elementos históricos e culturais uma estratégia para alavancar a transformação da realidade. O APL Alto Camaquã é a síntese de tudo isso. A espécie ovina foi introduzida no Rio Grande do Sul pelos açorianos no século XVIII, a partir de raças de origem europeia que se adaptaram perfeitamente as condições ambientais locais, embora, como atividade econômica, a criação de ovinos ganhe força apenas no século XX, especialmente a partir dos anos 1940 com a criação da ARCO (1942) e das cooperativas de lã (a partir de 1944). Na região do Alto Camaquã a ovinocultura está presente ha, pelo menos, cento e cinquenta anos, em sistemas mistos de ovinos e bovinos, inicialmente apenas com ovelhas “crioulas”, frutos do cruzamento entre raças tradicionais trazidas pelos jesuítas e raças especializadas introduzidas pelos colonizadores. O aprimoramento das raças tem lugar nos anos 1970 com a introdução de raças especializadas na produção de lã. A valorização do produto lã no período pós-guerra, associada à politicas públicas setoriais criou a melhor fase de produção da ovinocultura no estado (BOLFILL 1996). Aproveitando o grande momento da ovinocultura e na busca por melhores preços foram criadas as primeiras cooperativas de lã, sendo que na região do Alto Camaquã a Cooperativa Bageense de Lãs (COBAGELÃ) teve grande influencia. Nos 40 anos subsequentes, em que perdurou o sistema cooperativo laneiro, a ovinocultura representou, provavelmente, a maior organização de uma cadeia produtiva de produtos primários jamais vista no estado e até mesmo no Brasil. A organização foi decisiva para o aumento da produção de lã acompanhada do aumento de preço e qualidade derivada do eficiente processo de classificação por finura proporcionado pelas cooperativas. No entanto, a situação do mercado da lã no final da década de 1980 e início da década de 1990 levou o setor a uma crise mundial, provocando a partir de 1995 a redução radical na população de ovinos tanto no estado quando na região (Figura 1) e mudanças nos sistemas de produção que passam gradativamente a orientar-se à produção de carne. A partir da emergência da carne ovina como possibilidade rentável de produção, a ovinocultura do Rio Grande do Sul inicia uma lenta transição em seus processos produtivos, com a substituição parcial das raças laneiras para raças especializadas em carne. Tabela 1: Rebanho total de bovinos, ovinos e caprinos nos municípios que participam da região ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI do Alto Camaquã. Município Bagé Caçapava do Sul Rebanho 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Bovino 400.467 300.751 316.781 318.199 320.966 319.906 318.870 319.730 321.178 323.747 332.615 335.932 4.112 1.836 1.893 1.925 1.969 2.025 2.082 2.104 2.123 3.024 3.055 3.088 Ovino 220.153 87.483 93.914 99.853 104.172 103.907 103.643 103.784 108.225 109.523 113.701 115.903 Bovino 207.469 206.362 214.534 230.365 234.577 237.764 240.994 241.220 248.106 254.308 256.877 259.887 3.861 2.852 2.954 3.078 3.151 3.136 3.140 3.148 3.227 3.259 3.293 Caprino Caprino 88.573 69.449 74.556 80.763 85.483 87.182 88.041 88.080 90.946 92.673 95.550 97.657 Bovino 177.965 184.015 169.290 174.707 161.695 140.603 142.532 119.231 120.000 120.100 120.497 130.000 Encruzilhada do Sul Caprino Lavras do Sul Pinheiro Machado Piratini 1.308 1.247 1.184 1.101 1.123 1.150 1.147 1.060 1.080 1.090 1.097 1.090 Ovino 111.569 110.136 100.223 101.626 63.348 66.500 65.973 72.833 73.000 74.000 74.640 75.000 Bovino 186.499 200.402 274.135 295.751 308.544 322.905 326.085 326.215 328.931 337.154 340.589 344.030 701 886 917 1.078 1.109 1.184 1.203 1.215 1.269 1.281 1.295 1.320 Ovino 110.649 114.999 124.386 133.626 139.407 143.847 144.732 144.785 146.045 150.864 153.438 155.160 Bovino 163.091 146.596 152.375 156.596 163.229 154.033 156.017 156.055 159.732 161.489 163.137 164.792 1.548 831 874 918 942 968 989 1.000 1.074 1.084 1.095 1.128 Ovino 129.407 112.220 120.728 130.537 136.087 138.516 139.113 139.153 141.967 146.793 148.292 151.306 Bovino 160.415 153.110 169.987 171.123 195.926 155.450 150.040 183.892 101.116 173.438 174.884 166.274 1.317 1.202 1.057 1.215 1.110 1.740 2.078 2.100 2.343 2.100 1.890 1.489 Ovino 119.612 128.220 95.140 93.570 90.625 87.126 94.857 94.960 110.946 105.398 94.131 85.964 Bovino 82.563 90.038 94.401 101.365 104.677 98.755 99.845 99.900 102.063 104.120 105.684 106.707 Caprino Caprino Caprino Santana da Boa Vista Caprino Ovino TOTAL OVINOS 3.364 Ovino 4.139 4.358 4.523 4.759 4.861 4.917 5.003 5.000 5.438 5.492 5.548 5.606 63.683 62.281 66.847 71.514 74.308 76.455 78.117 78.200 80.049 81.250 84.101 85.830 843.646 684.788 675.794 711.489 693.430 703.533 714.476 721.795 751.178 760.501 763.853 766.820 Figura 1: Comportamento da população de ovinos no RS (total) e nos municípios do Alto Camaquã Na região do Alto Camaquã, no entanto, a comercialização de cordeiros para abate se inicia apenas nos anos 2000, através do programa Herval Premium. Ainda que isso tenha representado a introdução de modificações nos sistemas produtivos tradicionais, como a prática da suplementação alimentar para acabamento do cordeiro e o uso de sal mineral, pode-se dizer que ainda ha a predominância de sistemas com estrutura para a produção de lã. Fato que longe de ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI significar uma irracionalidade econômica, representa a uma racionalidade ecológica. Ou seja, as condições ambientais (solo raso, declive do terreno, presença de mosaicos de mato e campo, etc) não permitem a aplicação dos formatos tecnológicos preconizados pela perspectiva convencional de desenvolvimento agropecuário (baseados na mecanização e uso intensivo de insumos), impossibilitando assim a intensificação produtiva requerida por animais especializados na produção de carne. A produção de carne ovina, neste região se dá principalmente a partir de raças de lã, que são altamente adaptadas às condições locais. Atualmente tal característica é tratada como importante diferencial desta região, dado que o problema não é a raça mas sim a eficiência na produção. Apesar das tendências de substituição do sistema de produção de lã por um sistema especializado na produção de carne os sistemas de produção mantiveram a baixa eficiência produtiva (medida pelo número de cordeiros nascidos) enquanto a cadeia produtiva carece de coordenação, estando, portanto, caracterizada por uma oferta pequena e irregular de matéria prima, desuniformidade dos produtos, apresentação limitada de produtos (cortes tradicionais), baixo grau de entrosamento entre os componentes da cadeia, deficiente nível de organização dos produtores, precária situação sanitária do rebanho, informalidade do abate e falta de assistência técnica aos criadores. Ou seja, No Rio Grande do Sul em geral e no território Alto Camaquã em particular, a cadeia da lã se desarticulou sem que a cadeia da carne ovina tenha se consolidado. No entanto, apesar do quadro, é possível afirmar que atualmente existe um cenário altamente favorável a ovinocultura gaúcha. O pequeno efetivo populacional do rebanho ovino, conformado majoritariamente por pequenos rebanhos (média 80 cabeças / criador), associados a forte identidade cultural ovelheira, a diversidade de raças cuja genética é controlada pelo setor produtivo e, principalmente, pela movimento coordenado de múltiplas organizações que trabalham em prol da ovinocultura do RS, reforçam este novo cenário. Nesse contexto de mudança merece destaque o caso do Alto Camaquã, considerada hoje a experiência mais bem sucedida de organização da cadeia ovina no Brasil. Trata-se de uma organização de pequenos e médios produtores que promove a organização integral da cadeia produtiva, incluindo a produção com preservação ambiental, a relação com o mercado a partir de uma marca territorial coletiva e o fortalecimento da tradição orientado ao desenvolvimento rural de localidades dependentes da pecuária familiar. Se considerarmos ainda as tendências de consumo da carne ovina (Figura 2) no Brasil e de modificações de hábitos dos consumidores quanto aos critérios que definem a escolha (Figura 3) podemos afirmar que a experiência do Alto Camaquã, em termos de produção e organização da cadeia da carne ovina, está totalmente alinhada com o futuro. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Figura 2 – Produção e consumo de carne ovina no Brasil, em mil ton. Figura 3 – Aspectos considerados pelos consumidores na escolha da carne ovina De Bortolli et al., 2010 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI 1.1. Organização e articulação dos agentes e governança do APL Alto Camaquã A coordenação da Rede Alto Camaquã – que em ultima instancia é o embrião do APL Alto Camaquã – é realizada pela Associação para o Desenvolvimento Sustentável do Alto Camaquã. A ADAC é uma sociedade civil sem fins lucrativos que tem entre suas funções: promover a conservação do território Alto Camaquã; estimular a exploração racional das potencialidades; fortalecer as atividades econômicas tradicionais, especialmente o setor agropecuário, promovendo sua sustentabilidade; estimular os setores secundário e terciário da economia regional; promover o potencial turístico regional e incentivar novas atividades econômicas baseado nos critérios de sustentabilidade social, econômica e ambiental. A Associação foi fundada em 2009 e no ano seguinte recebeu o apoio do SEBRAE para construir seu Plano Estratégico. Fazem parte da Rede empresas parceiras e instituições apoiadoras, públicas e privadas. Do setor privado, fazem parte da Rede atualmente 22 Associações locais (comunitárias ou de produção), sendo 17 formalmente constituídas (com CNPJ) e 5 informais (grupos de produtores sem CNPJ), pertencentes aos oito municípios que compõem o território. E ainda os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais dos municípios de Bagé, Pinheiro Machado e Lavras do Sul, os Sindicatos Rurais de Encruzilhada do Sul e Santana da Boa Vista, a FETAG, o SEBRAE, o SENAR, o SENAC, a empresa Santa Edwiges de comercialização de carnes (Bagé), a casa de carnes Minuano (Encruzilhada), a Associação Pampa de Turismo – APATUR, agencias de turismo, hotéis e restaurantes, a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos – ARCO, o Frigorifico ADIALE VITÓRIA, os abatedouros municipais de Caçapava do Sul e Pinheiro Machado.Do setor público a EMBRAPA Pecuária Sul, a EMATER Regional Pelotas, o Instituto Federal Farroupilha – IFFSUL campus Bagé, a Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA campi Bagé, Dom Pedrito e São Gabriel, a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS, a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo do Rio Grande do Sul – SDR, a Secretaria de Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul – SEAP, a Secretaria estadual de Turismo, a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica ELETROBRAS/CGTEE través de seu departamento de Responsabilidade Social, as prefeituras do oito municípios envolvidos. Apoiam a ReAC o Ministério da Agricultura – MAPA, a Universidade de São Paulo (campus Piracicaba) e a Universidade Positivo do Paraná. A Rede se organiza em torno dos seguintes objetivos: 1) fortalecer uma estratégia coletiva de acesso a mercados não tradicionais para os produtos e serviços do território do Alto Camaquã, com foco na carne ovina e no turismo; 2) integrar produtores, transformadores, distribuidores, consumidores, pesquisa, extensão e universidades em prol das estratégias produtivas e comerciais do Alto Camaquã; 3) promover a criatividade e a inovação (organizacional, produtiva, comercial, tecnológica) como processo permanente no âmbito do território tendo a valorização dos atributos ecológicos e culturais do território como base; 4) fortalecer o intercâmbio e garantir o fluxo continuado de informações e conhecimentos entre os distintos agentes do desenvolvimento regional; 5) garantir apoio técnico as iniciativas de produção e diferenciação de produtos e serviços do Alto Camaquã; A Rede é formada por Associações Comunitárias compostas basicamente por pecuaristas familiares, ou seja, agricultores familiares que criam animais ruminantes (bovinos, ovinos e caprinos) usando a base forrageira natural como elemento fundamental de seus sistemas de produção e mantendo reduzidos níveis de inserção nos mercados tradicionais. Devido a forte relação entre a pecuária familiar do Alto Camaquã e os recursos naturais, a ReAC tem seu ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI trabalho de mobilização focado no fortalecimento das relações intra-comunitárias em torno da valorização dos recursos locais, em especial a vegetação campestre, dado que estes recursos são determinante não só para a reprodução social histórica das famílias que vivem da exploração pecuária sobre campos naturais, como também da identidade territorial, elemento central da marca territorial coletiva. A organização da ReAC foi apoiada pelas instituições externas às comunidades, mediante metodologias de construção coletiva de conhecimentos que promovem um novo olhar dos atores locais sobre seus recursos. Promovem o re-conhecer, um conhecer com outro olhar, o olhar das oportunidades representadas por uma produção pecuária que gera inúmeros serviços ecossistêmicos de grande interesse da sociedade. Entre estes serviços podemos mencionar a produção de água, o seqüestro de carbono (campos são mais eficientes que as florestas neste sentido), a manutenção da biodiversidade, a conservação de recursos paisagísticos com potencial turístico, a manutenção de uma cultura, além claro, da produção de proteína de alta qualidade biológica e nutricional: “a carne de campo nativo”. O trabalho de apoio às comunidades avançou para a aproximação e interação entre as Associações Comunitárias pertencentes ao território dentro de cada município e logo na promoção da interação intermunicipal quando se configurou a Rede Territorial. A lógica é organizar a Rede em diferentes níveis de complexidade, ou seja, a comunidade é o primeiro nível (rede local), a relação entre Comunidades conforma a Rede das Redes (territorial) e, posteriormente, quando a Rede Territorial se relaciona com atores externos ao território se configura a Rede das Redes de Redes e assim sucessivamente. Em 22 de março de 2011, em Piratini, aconteceu o 1º Encontro das Associações de Produtores do Alto Camaquã com o objetivo de criar a Rede de Produtores e Empreendedores do Alto Camaquã ou simplesmente Rede Alto Camaquã (ReAC). A reunião, que foi organizada pela Associação para o Desenvolvimento Sustentável do Alto Camaquã (ADAC), EMBRAPA Pecuária Sul, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pinheiro Machado e Prefeitura Municipal de Piratini com apoio da EMATER, contou com a participação de cento e sessenta e oito (168) pessoas, representando 12 Associações Comunitárias que naquele momento apoiaram a iniciativa e firmaram compromisso com a ADAC para promover o aperfeiçoamento dos sistemas de produção a partir do uso eficiente dos recursos naturais e a organização de estratégias de diferenciação e comercialização de produtos e serviços do território. Em agosto de 2011 representantes da ReAC reuniram-se com o Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI para debater a estratégia de registro e uso da marca Alto Camaquã que estava sendo criada visando promover a valorização e diferenciação do conjunto dos produtos e serviços do território. Ainda em agosto de 2011 realizou-se em Piratini a terceira reunião da ReAC com a presença de 65 pessoas representando nove das doze associações filiadas. Foi acordado que a ADAC e associações filiadas seriam as responsáveis pela gestão da marca em parceria e por zelar pela imagem da marca e que a Rede trabalharia para fortalecer a identidade e a imagem do território do Alto Camaquã enquanto espaço que produz a partir da conservação ambiental. Em maio de 2012 a Rede esteve reunida para deliberar sobre a estratégia de uso da marca territorial coletiva e definiu que o universo de produtos identificados como próprios do território seriam organizados em cinco “linhas”: 1) Carnes (ovina, caprina, bovina, bubalina, peixes e aves) 2) Turismo (roteiros , eventos, gastronomia, hospedagem); 3) Arte Rural (artesanato em lã, pele, couro, madeira, osso, fibras vegetais, etc) ; 4) Produtos alimentícios caseiros (doces, pães, bolos, queijo, licores, etc); 5) Produtos primários (animais, mel, lã, feijão, etc). Dentro de cada linha de produtos, alguns seriam eleitos para registro inicial e para desencadear o processo de aprendizado no uso de uma marca coletiva. Na ocasião ficou estabelecido que os primeiros ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI produtos comercializados com a marca Alto Camaquã seriam: 1) Carne de cordeiro ovino; 2) Turismo (roteiros e eventos); 3) Arte Rural (lã e pele); 4) Produtos alimentícios caseiros (bolo de amendoim, cucas, figada); 5) Produtos primários (terneiro e mel). Em junho de 2012 aconteceu a V reunião da ReAC. Foi reavaliada a lista de produtos definida na reunião anterior para logo se iniciar a descrição dos mesmos. Nesta ocasião foram formados o Comitê Técnico da Marca (vinculado a ADAC) e as Comissões Gestoras da Marca Alto Camaquã por Produto. A reavaliação dos produtos redundou na inclusão dos doces a base de leite (doce de leite, ambrosia e rapaduras). Foi possível apenas consolidar uma primeira versão do cordeiro ovino típico e avançar a caracterização do mel, do artesanato em lã, do bolo de amendoim e da figada. Na ocasião foi definido que para melhor desenvolver o aprendizado para operar de forma coletiva todos os esforços seriam concentrados em viabilizar a chegado ao mercado com a carne de cordeiro ovinos pois seria este um produto tradicional do território que a maioria das famílias dispunha. Em 2013 como resultado da organização da cadeia da carne ovina no Alto Camaquã incluindo desde aspectos internos das unidades produtivas e fortalecimento da base social da produção até as estratégias de mercado -, os pecuaristas familiares que compõem a ReAC buscaram a parceria da indústria de carne e de comercializadores com disposição de não simplesmente atuar como compradores, processadores e vendedores de carne, mas sim que tivessem interesse em construir uma “aliança comercial e, mediante a associação de marcas, alcançar de forma conjunta o mercado consumidor. Dentro do universo empresarial chegaram a dois potenciais parceiros, a indústria ADIALE VITORIA CARNES de Encruzilhada do Sul e a empresa especializada no comercio de carne chamada Shopping da Carne localizada em Porto Alegre. Com o objetivo de consolidar a relação entre os produtores pecuaristas familiares do Alto Camaquã, a indústria e a empresa comercializadora de carnes foi organizado, no dia 15 de março de 2013, nas dependências da Embrapa Pecuária Sul, uma reunião de trabalho com a presença dos representantes dos distintos componentes da cadeia juntamente com pesquisadores da Embrapa envolvidos com o tema da carne ovina e processos de diferenciação dos produtos originários do Alto Camaquã. Estiveram presentes ainda representante da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo do Rio Grande do Sul e um técnico da extensão pertencente ao escritório municipal da EMATER de Encruzilhada do Sul. Participaram da reunião 21 pessoas. A realização da reunião de trabalho teve como objetivos: 1) reunir as impressões dos distintos componentes da cadeia da carne ovina no Alto Camaquã com respeito as principais barreiras enfrentadas, 2) promover o inter-conhecimento entre os setores e; 3) estabelecer uma primeira negociação para organizar a “aliança mercadológica” que permita aos pecuaristas familiares do Alto Camaquã chegar ao mercado consumidor mediante o uso da marca coletiva. Entre de abril de 2013 e abril de 2015 a Rede Alto Camaquã comercializou 2.500 cordeiros com entrega semanal. Os preços praticados estiveram acima do mercado. A partir de fevereiro de 2014 a ReAC passou a enfrentar problemas com a logística tanto para transporte dos animais entre as unidades produtivas e a indústria como entre a indústria e o ponto de vendas. No principio o transporte contou com o apoio das administrações públicas locais. Em março de 2014 com a mudança na gestão da ADAC iniciou-se negociações junto ao governo do RS visando obter recursos de financiamento via FEAPER (Fundo Estadual de Apoio aos Pequenos Estabelecimentos Rurais) para a aquisição de dois caminhões, sendo um de transporte de animais e outro para carne. O primeiro caminhão foi entregue no mês de junho de 2014. Neste período os membros da ReAC estiveram revisando suas estratégias comerciais e fizeram a opção por mudar do comercio de animais para o comercio de carnes. Com a aquisição dos caminhões a idéia é assumir o ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI controle desde a produção até a comercialização final. O abate dos animais seria realizado por industrias parceiras mediante o pagamento da “taxas de abate” negociadas e os cortes e as vendas de carne embalada com a marca territorial coletiva seria controlada pelos agricultores. Desde o principio o foco da ReAC tem sido: a) Valorização e conservação dos recursos naturais locais enquanto elementos fundamentais da qualidade dos produtos associada a origem; b) Promoção das relações comerciais entre pequenos e médios produtores, pequenos e médios empresários e pequenos e médios distribuidores no âmbito do território do Alto Camaquã; c) Organização de grupos de produtores e empreendedores do Alto Camaquã (redes locais); d) Promoção da interação entre os diferentes grupos de produtores e empreendedores do Alto Camaquã (rede de redes); e) Fortalecimento das relações entre os setores da produção, transformação e distribuição no âmbito do território do Alto Camaquã (rede das redes de redes). No final do 2014 os produtores do Alto Camaquã receberam o caminhão frigorífico embora até o momento (passados sete meses) ainda não tenha sido possível coloca-lo a serviço da estratégia de negócios proposta. Tal situação decorre da dificuldade em obter recursos visto que o impacto das condições climáticas dos últimos anos tem interferido negativamente na eficiência produtiva dos rebanhos, proporcionando redução na oferta de animais para o abate. Esta situação proporcionou a forte parceria entre a ADAC e a ARCO visando a construção de uma estratégia de Assistência Técnica capaz de superar as limitações técnico-produtivas dos sistemas de produção. Com objetivo semelhante encontra-se em construção a interatividade das iniciativas da ReAC com as ações do SEBRAE/SENAR através do programa Juntos Para Competir ovinos. No que se refere ao turismo, que desde 2008 tem sido apontado como atividade de grande potencial para alavancar a transformação da realidade econômica e social da região, cabe destacar inicialmente que o território Alto Camaquã foi reconhecido e aceito, desde 2010, como membro da Associação Mundial de Montanhas Famosas (WAFM em inglês). A WAFM é uma associação sem fins lucrativos formada por elaboradores de políticas, funcionários do governo e representantes de organizações que gerenciam montanhas famosas do mundo. A associação foi formada na China em 2009 com 12 membros fundadores e tem crescido para incluir agora 25 montanhas da Austrália, Áustria, Brasil, China, Alemanha, Japão, Filipinas, Romênia, África do Sul, Coreia do Sul, Tanzânia e EUA. Desde 2013 um grupo coordenado pelo coordenador de Turismo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Bagé vem desenvolvendo trabalho de diagnóstico das potencialidades e elaborando junto as comunidades rurais do Alto Camaquã um plano de roteirização. A continuação é apresentado o Plano de Ação da ADAC para o Turismo no período 2015/2016. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI 1.2. Justificativa A prática do desenvolvimento rural tem se baseado ao longo da história na aplicação dos mesmos modelos de técnicas e relações com os mercados à todas as regiões, desconsiderando suas particularidades socioculturais, históricas, econômicas e ecológicas. O resultado não poderia ser outro. Uma acentuada desigualdade entre as regiões, onde aquelas que não apresentam os requisitos ambientais e culturais para a intensificação tecnológica da agricultura (mecanização, emprego de sementes modificadas, uso massivo de insumos químicos e energéticos, etc) permaneceram a margem da “modernização da agricultura”. A consequência tem sido a estigmatização de algumas regiões como “pobres e atrasadas” quando na verdade trata-se apenas da inadequação dos modelos padronizados de desenvolvimento às condições locais. A região da Serra do Sudeste do Rio Grande do Sul está entre as regiões que, por não ter condições de incorporar um modelo de desenvolvimento apoiado exclusivamente na “intensificação tecnológica, passaram a ser taxadas de “subdesenvolvidas”. Assumindo que a superação da marginalidade destas regiões - às quais foram dirigidos sem êxito os mesmos modelos de desenvolvimento -, depende da mobilização do seu potencial endógeno, em suas dimensões humanas ou culturais e naturais ou ecológicas, uma equipe da Embrapa Pecuária Sul desencadeou, a partir de 2008, um processo de construção de um modelo alternativo visando a transformação da realidade social e econômica da região conhecida como Alto Camaquã. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Os primeiros movimentos na direção de um novo modelo de desenvolvimento do território Alto Camaquã ocorreram junto aos conselhos municipais de desenvolvimento. Foi no âmbito dos CONDER que primeiro se apreciou a possibilidade de se promover uma estratégia de mudança da realidade tomando como base os recursos já disponíveis. A seguir o tema foi apresentado e debatido junto as comunidades rurais, envolvendo a extensão rural e as administrações públicas, geralmente a partir das secretarias municipais de agricultura. A partir do trabalho com as comunidades foi se desenvolvendo um ampla rede de entidades em prol de uma estratégia que envolveu (conforme modelo abaixo proposto pela Embrapa) a valorização dos recursos locais e a sua conservação, a produção local e participativa de conhecimentos, a organização social (fortalecimento das associações comunitárias e formação da rede territorial), a construção de um selo distintivo para os produtos e o acesso ao mercado. Cada momento deste processo, que funciona como um circulo virtuoso, que opera como um sistema integrado de processos, de maneira que a ação em cada parte funciona como “indutor” do movimento nas demais partes do sistema. Figura 4 – Modelo de desenvolvimento territorial endógeno do Alto Camaquã Desenvolvimento endógeno do Alto Camaquã Sinal distintivo (selo) Organizaçã o social (rede) Mercado Construção conhecimen tos Conservação Valorização local Politicas Públicas Conforme pode-se observar na figura o processo envolveu um conjunto de ações que funcionaram como partes de uma engrenagem maior configurando um sistema. Cabe destacar que o modelo não exige que sejam seguidos passos sequenciais, já que alguns passos podem, inclusive, ocorrer ao mesmo tempo. No entanto, deve-se destacar a necessidade de se passar por todos os momentos com a finalidade de promover uma efetiva mobilização do potencial endógeno local como instrumento de transformação da realidade, de forma a completar um ciclo virtuoso. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI No momento de valorização do local, onde se buscou promover um novo olhar dos atores locais sobre seus recursos, portanto, um re-conhecer (no sentido de “conhecer de novo”), houve a participação de diferentes grupos de pesquisa que, mesmo de forma isolada, deram suas contribuições gerando conhecimentos que favoreciam aos atores locais estabelecer um novo olhar sobre a qualidade de seus recursos e sobre as potencialidades locais. Na organização social foi crucial a participação dos agentes públicos, seja municipais ou estaduais. As prefeituras e, principalmente a Emater e a SDR/RS, cumpriram grande papel ao facilitar o encontro e a troca de experiências entre os atores do território. No momento de elaboração da marca foi determinante a integração entre todos os produtores da Rede e a Embrapa. No momento de chegar ao mercado os produtores estabeleceram relações com o setor da indústria, tendo encontrado na empresa ADIALE VITORIA de Encruzilhada do Sul seu grande parceiro, e não só na prestação de serviço de abates, mas inclusive na conquista de mercados. Nesta fase vários foram os parceiros, com destaque para o Shopping da Carne de Porto Alegre que foi o primeiro parceiro a fazer a distribuição do produto. Em seguida a casa de Carnes Minuano e mais recentemente a Casa de Carnes Santa Edwiges. Passados sete anos a Rede Alto Camaquã completou a primeira volta do ciclo virtuoso, tendo, portanto, retornado ao ponto inicial, ainda que em um nível muito acima do inicial. Neste momento o fator determinante é a qualificação da produção de forma a aumentar a oferta de matéria-prima. Para tanto faz-se imprescindível a qualificação da assistência técnica, algo que está em vias de ser viabilizada através de uma parceria com a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos – ARCO que se habilitou junto aos Ministérios da Agricultura e Desenvolvimento Agrário para prestar tal serviço e ainda induziu junto a este último um edital específico para ATER em ovinos no Alto Camaquã. Ainda que em linhas gerais, entendemos que o esforço de organização, desde a base produtiva até o mercado, por parte de pecuaristas familiares organizados em Rede e donos de uma Marca Coletiva que visa diferenciar produtos a partir de qualidades associadas com sua origem, justificam o reconhecimento do estado como um verdadeiro Arranjo Produtivo Local, que envolve entidades e empresas em todos os setores da cadeia. Mesmo porque, como pode-se observar no modelo da Figura 4, as políticas públicas, de forma geral, tem se movido no sentido contrário de iniciativas de caráter endógeno, visto que promove muitas vezes atividades que desestruturam o “potencial endógeno” das regiões. Ao apoiar a iniciativa do Alto Camaquã o estado estará, ao promover uma estratégia territorial e endógena de desenvolvimento, ao mesmo tempo, gerando acúmulos sobre novas possibilidades para induzir desenvolvimento em regiões “economicamente deprimidas” e demonstrando uma visão inovadora sobre o que é e como pode ser conduzido o desenvolvimento regional. A construção deste documento é prova cabal da estrutura do APL. A organização contou com a participação direta de todas as Associações que se responsabilizaram pode mobilizar a base produtiva no sentido de firmar compromisso, das prefeituras de vários municípios com destaque para Bagé que alocou recursos humanos, da APATUR, da ARCO, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pinheiro Machado, da FETAG e da Embrapa. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI 2. Contextualização e Caracterização do Arranjo 2.1. Caracterização econômica e institucional 2.1.1. Principais características da formação do APL A atual organização do Alto Camaquã é consequência de uma perspectiva de desenvolvimento territorial endógeno aplicado a uma parte da Serra do Sudeste do Rio Grande do Sul que corresponde a região "mais pobre" do estado, designação derivada da falta de êxito na implantação dos modelos de desenvolvimento propostos historicamente. Neste contexto o desenvolvimento endógeno foi tomado como aquele que parte das características socioculturais e dos recursos naturais locais (potencial endógeno) para promover uma nova coerência entre os elementos tradicionais e os externos, tratando de harmonizar as condições ecológicas, socioculturais e econômicas locais com os fluxos de demandas externas, sob controle do local (BORBA, 2002). Ou seja, um desenvolvimento construído principalmente, ainda que não exclusivamente, sobre os recursos localmente disponíveis, tais como as potencialidades da ecologia local, da força de trabalho, conhecimentos e modelos locais para articular produção e consumo. (LONG & VAN der PLOEG, 1994). Ao sustentar que é possível construir, a partir do local, estratégias de mudança de realidade onde a determinação das opções e o controle são locais, se restabeleceu o papel do lugar como referencia. Assim o “local” e suas peculiaridades que aparecem de forma corrente relacionados com indicadores de estancamento e de atraso, verdadeiros resquícios anacrônicos do passado, foram reafirmados como a "medida" para o desenvolvimento local. Antecedentes A referida estratégia se estabeleceu em três fases. Teve início com a tese do "potencial da marginalidade para outro desenvolvimento" (BORBA, 2002). Usando o conceito de "modos de apropriação da natureza" de Victor Manuel Toledo, este estudo demonstrou que a região Serra do Sudeste do Rio Grande do Sul - marginalizada pelos modelos de desenvolvimento tecnocêntricos -, apresentava condições para estabelecer, a menores custos3 de transição, um modelo de desenvolvimento efetivamente sustentável. Contando que para isso se assumisse uma visão mais ecocêntrica (e menos tecnocêntrica). Em síntese se demonstrou que: 1) resgatando uma dimensão histórica da agricultura local; 2) promovendo formatos tecnológicos ajustados às condições ecosociológicas locais; 3) resgatando a diversidade genética e produtiva; 5) valorizando as condições locais da paisagem e o conhecimento; 6) integrando políticas públicas; 7) fomentando a participação através da ação social coletiva; 8) fortalecendo os circuitos curtos de comercialização; 9) controlando o processo de comercialização de produtos de elevada qualidade; 10) assentados em conceitos como localização e construção social da qualidade, aquelas regiões marginalizadas poderiam desenhar um estilo próprio de desenvolvimento sustentável que incorpore o ambiente, a cultura em suas dimensões ecológicas, sociais e econômicas. Enfim, que o “marginal” ou muito de seus aspectos que se encontram em estado estacionário, poderia e deveria ser usado para “outro” estilo de desenvolvimento. Desta forma, o “estado de 3 Especialmente sociais, culturais, ambientais, mas também os de ordem econômico-financeiros. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI atraso” (devido a baixa incorporação tecnológica e relações apenas parciais com mercado) seria transformado em diferencial competitivo, sem opor-se a tecnologia nem tampouco negar o mercado, mas exigindo formatos tecnológicos adequados às condições locais e a construção social dos mercados. Em uma segunda fase, visando testar a ideia de que a pecuária familiar da Serra do Sudeste do Rio Grande do Sul operava a partir de uma relação mais intensa com a natureza que com a economia e que, portanto, tinha baixo impacto ambiental a ponto de usar tal característica como estratégia de valorização e diferenciação de produtos e serviços locais, tratou-se de avaliar as condições de produção do segmento pecuária familiar visando identificar a possibilidade de se promover a sua “ecologização”. Ou seja, a adoção de formatos tecnológicos que potencializassem as supostas condições de baixo impacto ambiental e reduzida dependência de insumos químicos e energéticos desta atividade (BORBA et al, 2009). Conclui-se que seria viável a ecologização desta atividade produtiva, inclusive como estratégia de desenvolvimento territorial, desde que fossem desenvolvidos novos conhecimentos sobre o funcionamento dos ecossistemas locais e sobre as diferentes estratégias de manejo empregadas com vistas a sustentar o processo de transição, bem como a construção e implantação de novas concepções econômicas que dessem conta de contemplar as externalidades, tanto positivas quanto negativas, geradas por diferentes modelos de produção. Dadas as representações que os atores locais demonstraram sobre o valor que atribuíam aos recursos locais, identificou- se como condição necessária que primeiramente as pessoas deveriam ampliar sua consciência sobre o valor de seus recursos, de suas estratégias, seus lugares de vida, suas paisagens, para em seguida assumir o controle sobre as estratégias de desenvolvimento. Tudo isso em dependência da compreensão e da apropriação do processo por parte dos atores locais, pois, somente assim poder-se-ia fortalecer a capacidade de autogestão dos atores envolvidos. Assim partiu-se para a fase da Ecologização da pecuária familiar como estratégia de desenvolvimento territorial. Seguindo a concepção de Borba (2002), segundo a qual o modo de apropriação da natureza praticado nas condições do território do Alto Camaquã deveria ser tomado como o elemento de ligação entre uma nova concepção do desenvolvimento regional e os requerimentos tecnológicos e de organização social para sua efetivação, e tendo como referencia as evidências mencionadas na fase anterior, segundo as quais os sistemas produtivos da pecuária familiar desta região têm entre as característica marcante o fato de dependerem mais das relações com a natureza que da mobilização de recursos da economia, tratou-se de se construir uma proposta para ampliar esta abordagem e considerá-la como base para uma estratégia de desenvolvimento territorial. Assim, a partir de 2007 os esforços foram dirigidos a construção de uma estratégia de desenvolvimento regional que toma como ponto de partida a realidade local, fortalecendo a ação social coletiva, promovendo a diferenciação do “processo produtivo” através da valorização de suas características endógenas (recursos naturais, qualidade ambiental, diversidade biológica, experiências, organização social), apoiado em formatos tecnológicos apropriados à realidade, orientados pelo emprego eficiente dos fluxos naturais de energia (fotossíntese, reciclagem de nutrientes, etc.) e por mecanismos de acesso ao mercado suportados pela noção de circuitos curtos. A iniciativa adotou um conjunto de princípios e estratégias que sustentaram a construção coletiva da mudança. São eles: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Princípios Estratégias Valorização do local (recursos, conhecimentos, paisagens, história, cultura) Perspectiva territorial do desenvolvimento Atores locais como sujeitos da transformação (diálogo de saberes) Pesquisa-ação participativa Transição Agroecológica Equipes Interdisciplinares Soberania e autonomia (famílias e sistemas) Projetos multi-institucionais Mercado como construção social Desenvolvimento endógeno Visão eco-sociológica da realidade Organização em Rede Valorização da multifuncionalidade da Agricultura Familiar Animação da ação coletiva Champredonde & Borba (2015) A partir dos princípios e estratégias apresentadas, a experiência do Alto Camaquã teve inicio, em 2008, com o trabalho de mobilização das comunidades – já organizadas em Associações - em torno das Unidades Experimentais Participativas (UEPAs) que se tratavam de unidades produtivas escolhidas pelos atores locais para a realização de trabalhos de pesquisa visando a promoção de um novo olhar sobre a qualidade dos recursos. Esta fase, que foi chamada de reconhecimento, proporcionou uma nova visão por parte dos pecuaristas familiares sobre a qualidade dos seus recursos, acompanhada de conhecimentos sobre o potencial dos campos. A partir deste conjunto de visão e conhecimentos foi possível promover mudanças no manejo dos recursos naturais e obter resultados produtivos. Como consequência do processo de reconhecimento se promoveu o fortalecimento das Associações envolvidas que aos poucos foram interagindo e dando origem, em 2009, a Associação para o Desenvolvimento Sustentável do Alto Camaquã – ADAC, que tem caráter regional. A ADAC que nasceu com o objetivo de promover o desenvolvimento territorial proporcionou as condições para a consolidação da organização de uma Rede de Associações que passaram a compartilhar objetivos comuns a partir de 2011. No âmbito da Rede do Alto Camaquã (ReAC) se desenvolveu a noção de que o lugar de vida das pessoas envolvidas não era simplesmente ruim ou pobre, mas sim diferente. Uma diferença que poderia se refletir no conjunto de produtos gerados neste espaço. É neste contexto que surge a pergunta: - como podemos garantir que os produtos e serviços desta região sejam reconhecidos como distinto fora do território? Pois dessa discussão surge a Marca Coletiva Alto Camaquã que desde o principio assume uma natureza territorial, ou seja, é uma marca que tem muitos donos (coletiva) mas que não está associada a nenhum produto em específico, mas sim ao espaço de forma que o conjunto dos produtos e serviços originados no território possam chegar ao mercado usando a marca. A partir da marca foram identificados um conjunto de produtos e serviços (que foram classificados em cinco linhas: carnes, produtos transformados, produtos ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI primários, turismo e artesanato). Dentre esses, a carne de cordeiro foi o primeiro produto determinado para chegar ao mercado com a marca coletiva territorial. A estratégia comercial da Rede Alto Camaquã esteve assentada desde o princípio em duas (02) medidas: Associação de marcas Alianças mercadológicas Dessa forma os pecuaristas familiares buscaram evitar uma relação apenas comercial com os setores a jusante da cadeia e estabelecer uma relação de confiança de forma que todos pudessem chegar juntos ao mercado, com vistas a promoção e valorização das relações em um acordo do tipo ganha-ganha onde todos pudessem disfrutar de uma imagem positiva proporcionada pela associação de suas marcas voltadas a apresentação de produtos com qualidade superior. A partir de abril de 2013 os produtores da Rede Alto Camaquã chegaram ao mercado com marca própria. No ano de 2014 passaram a enfrentar problemas de logística e buscaram a superação deste gargalo através da aquisição de caminhões próprios. Para tanto contaram com o apoio do governo do estado do Rio Grande do Sul através do FEAPER. Situação atual Neste momento a ReAC – atualmente está composta por 22 Associações pertencentes aos oito (08) municípios, envolvendo mais de 400 famílias – acaba de completar o primeiro ciclo correspondente aos passos ou momentos definidos na estratégia metodológica. Ou seja, passados seis (07) anos de trabalho a Rede que partiu da valorização dos recursos locais, passou pela construção do conhecimento, fortalecimentos da organização em Rede, construção da Marca Coletiva e chegou ao mercado. Do ponto de vista da estratégia comercial a ReAC completou vinte e quatro (24) meses de vendas de carne de cordeiro e passa a trabalhar na organização de novos produtos para a chegada ao mercado. Entre os novos produtos aparece a lã, o mel e, especialmente, o turismo. No que se refere a carne de cordeiro a ReAC está na dependência do frigorífico parceiro para poder avançar para novos modelos de negócio, incluindo a venda direta ao consumidor na forma de cortes especiais em embaladas em porções menores e rotuladas. Na sequencia a ReAC deve iniciar o segundo ciclo em torno a sua estratégia de trabalho, ou seja, faz-se necessário voltar ao processo de valorização dos recursos locais e fortalecimento das Associações para assim consolidar a Rede, posicionar e valorizar a marca e garantir espaços no mercado. 2.1.2. Aspectos estruturais da cadeia de carne ovina no Alto Camaquã Com a finalidade de demonstrar a importância econômica do APL ovinos para o território Alto Camaquã propomos um exercício teórico sobre as possibilidades de renda com alguns indicadores médios de produção. Considerando o rebanho médio de 80 animais por criador, podemos estimar que cada um possua 50 fêmeas em reprodução. Supondo 85% de taxa de natalidade, 75% de desmame teríamos 480 kg de carne de cordeiro e 250 de carne de ovelhas por unidade produtiva. A receita bruta anual obtenível pelos produtores da região seria da ordem de setenta e dois milhões e quinhentos mil reais com a carne produzida. Se agregássemos a isso o valor da lã comercializada poderíamos chegar aos cem milhões de reais. Esse valor, embora se ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI trate apenas de um referencial teórico, poderia facilmente ser ampliado na medida em que os indicadores de produção forem aprimorados e que as condições de agregação de valor e organização da cadeia produtiva sejam ampliadas. Dada a diferença entre a situação atual - onde os produtores apenas começam a vislumbrar os benefícios da organização das cadeias ovinas (carne e lã) -, e a situação potencial - onde não só teríamos incrementos significativos de efetivo populacional e eficiência produtiva, com maiores ofertas de matérias primas e o envolvimento de maior número de criadores – julgamos possível triplicar a geração de renda destas cadeias. A associação entre a produção e o turismo pode ampliar ainda mais os benefícios, visto que a carne ovina deve ser tratada como um produto gourmet que através de eventos e a integração com o setor de gastronomia e hospedagem podem atrair parte importante dos turistas para esta região. Considerando um modelo teórico da cadeia de carne, que além dos distintos segmentos, salienta a importância da participação dos ambientes organizacional e institucional, a cadeia da carne ovina no Alto Camaquã está organizada atualmente da seguinte forma: Para o caso da análise das cadeias produtivas ovinas assumimos que o foco principal é o setor produtivo, pois é ali onde tem efetivamente início o desenvolvimento da atividade. No entanto, sem que isso signifique negligenciar a interação entre os componentes da cadeia visando o mercado consumidor. O ramos de insumos agro-veterinários não é ponto de estrangulamento para a operação de um APL de ovinos, dado que existem comércios especializados em todos os municípios. No segmento da agroindústria existem 4 frigoríficos de pequeno porte com capacidade de abate variável, sendo que um está inativo no momento. Essa capacidade instalada para abate pode proporcionar adequado beneficiamento e comercialização da carne ovina, seja “in natura” para o mercado regional, seja através do preparo de cortes especiais que podem agregar valor ao produto e viabilizar sua colocação em algum mercado consumidor mais exigente. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Já no tocante a distribuição o território conta com comércios especializados e redes de supermercados em todos os municípios. 2.1.3. Delimitação territorial do arranjo O território Alto Camaquã está constituído por parcelas dos municípios localizados na primeira metade da bacia do rio de mesmo nome, a saber, Bagé (50.4%), Caçapava do Sul (28.8%), Canguçu (72,2%), Encruzilhada do Sul (59.7), Lavras do Sul (50.5%), Piratini (56.5%), Pinheiro Machado (42.7%) e Santana da Boa Vista (76.8%), abrangendo uma área superior aos 13.000 km2. Do ponto de vista ambiental a região apresenta clima temperado e predomínio de ecossistemas constituídos por um mosaico de campos e matas naturais (BEHLING et al., 2009), que representam mais de 80% da cobertura vegetal (32% de matas nativas e 50% de campos naturais) 4, embora venha sofrendo com a expansão de atividades econômicas de alto impacto sobre a paisagem, como é caso da lavoura de árvores e a soja que têm se expandido com apoios governamentais. A alta diversidade de espécies tanto vegetais (3000 a 4000 espécies campestres) quanto animais, muitas delas endêmicas, faz com que a região seja produtora de uma importante conjunto de serviços ambientais de interesse para a sociedade. Com relação a topografia o território Alto Camaquã se caracteriza pelo declive do terreno e solos rasos com afloramentos de rochas e a presença intensa de matas nas ladeiras, vertentes e margens dos cursos de água. 4 Dados da Embrapa Pecuária Sul a partir de imagens de 2013. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI No tocante a dimensão agraria, segundo o censo agropecuário (IBGE, 2006), entre 79 e 87% das unidades produtivas são conduzidas por seus proprietários que são em sua maioria agricultores familiares. Verificase o predomínio de pequenas áreas por unidade produtiva em todos os municípios do território Alto Camaquã, onde mais de 50% possuem até 50 ha e nunca menos que 70% até os 200 ha. A esta analise deve-se agregar o fato de que em função das características de solo e vegetação a maioria das unidades de produção possuem menos de 70% de área útil. Considerando que a maioria dos estabelecimentos rurais são pecuários pode-se afirmar que neste caso trata-se de pecuaristas familiares que são um tipo de agricultor familiar em sua lógica mas que fundamentalmente vivem da produção de ovinos e bovinos sobre campos naturais. Em função de suas características ecológicas, agrarias, culturais e econômicas históricas o Alto Camaquã não teve êxito na incorporação dos modelos técnico-produtivos e de inserção nos mercados propostos pela “modernização da agricultura”, permanecendo à margem deste modelo. Desde uma perspectiva analítica convencional, que aponta o crescimento econômico e os níveis de incorporação tecnológica como indicadores do desenvolvimento, vamos encontrar uma região de baixa dinamicidade econômica, tecnologicamente atrasada, socialmente pobre e culturalmente conservadora. No entanto, quando contemplada desde uma perspectiva Agroecológica, sistêmica, encontramos uma região de rara beleza natural, rica em historia, com elevado grau de conservação ambiental, com formas de produção apoiadas em modos de uso dos recursos naturais do tipo “camponês”, conforme modelo proposto por Toledo et al., 1998. Ou seja a produção da pecuária familiar do Alto Camaquã mantém maior dependência dos recursos naturais renováveis que daqueles mobilizados a partir da economia via mercado, é de baixo impacto ambiental e potencialmente geradora de produtos com qualidades ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI especificas associadas essencialmente à sua origem. Enfim, processos e produtos dotados de identidades historicamente construídas pela interação entre as pessoas e seu lugar de vida. Tal percepção conforma a base para o modelo de desenvolvimento territorial endógeno adotado pela Rede Alto Camaquã que se apoia na valorização dos recursos locais como estratégia de diferenciação de produtos e serviços em função se sua origem associada ao território. Trata-se portanto de um modelo de desenvolvimento com identidade que se apoia no uso conservacionista dos recursos, na valorização da historia e da cultura locais, no reconhecimento da experiência dos atores locais, na construção coletiva de conhecimentos, na inovação como sistema social, na valorização e diferenciação dos produtos e na construção social dos mercados. Em função disso os pecuaristas familiares do Alto Camaquã tem se organizado nos últimos seis anos, com o apoio institucional da Embrapa e da ARCO, no sentido de promover um modelo de desenvolvimento “desde dentro”, valorizando aspectos próprios do território. Nesse contexto a criação de ovinos tem grande relevância, dado que a atividade pecuária corresponde ao principal componente da economia regional e a criação de ovinos encontra-se presente na maioria das unidades de produção, atingindo mais de 9 mil criadores os quais detém cerca de 768 mil animais (aproximadamente 20% do rebanho do Rio Grande do Sul que é de pouco mais de 4 milhões de ovinos). Os rebanhos ovinos deste território apresentam, em média, algo próximo a 80 animais. 2.1.4. Segmentos econômicos que formam a cadeia produtiva; Classe 0153-9 1011-2 9499-5 Segmentos Principais Criação de ovinos (ReAC) Frigorifico de ovinos (ADIALE, Abatedouros municipais, Embrapa, Producarnes, Fita Azul... 5611-2 Atividade associativa (ADAC) Comercio varejista de carnes (Minuano, Santa Edwiges, Supermercado Piratini, Rede Peruzzo em negociação) Restaurantes e similares 5510-8 Hotéis e similares 4722-9 Classe Segmentos Complementares 9420-1 Organização sindical (FETAG e STRs) 7020-4 Consultoria em gestão empresarial (SEBRAE) 8599-6 Treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial (SENAR) 8541-4 Educação profissional de nível técnico (IFFSUL, Escolas técnicas) Pesquisa e desenvolvimento experimental ciências naturais (Embrapa, UFRGS, UNIPAMPA, UFSM, UFPEL) Pesquisa e Desenvolvimento em Ciências sociais e humanas (Embrapa, UFRGS) 7210-0 7220-7 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI 9700-5 4930-2 6424-7 Serviços domésticos Transporte de cargas intermunicipal (potencial apenas, ADAC possui caminhões próprios Bancos cooperativos (SICREDI) 2.1.5. Principais processos para agregação de valor no APL frente à cadeia de valor A estratégia de agregação de valor na cadeia da carne ovina do Alto Camaquã está baseada no seguinte conjunto de medidas: valorização do local, diferenciação do processo e valorização do produto, nova apresentação de produtos (cortes especiais), novos produtos (parceira com a Embrapa no desenvolvimento de produtos que não existem no mercado), integração produção ovina e gastronomia via turismo e marketing territorial. Inicialmente trata-se de transformar recursos em valores territoriais. Segundo CHAMPREDONDE & BORBA 2015, o conceito de recursos territoriais refere-se ao conjunto de elementos presentes em um território que pode ser mobilizado em prol de alcançar um objetivo, ou seja é o potencial endógeno de um território. A transformação de um potencial em valor requer o que Bustos Cara & colaboradores (2004)1 denominam como “...a ativação de recursos (especificidade de base territorial suscetível de ser valorizada) em valores territoriais”. Assim um valor territorial seria “a qualificação positiva atribuível a um produto, um serviço ou a um âmbito de vida, assumido coletivamente pelos habitantes locais e reconhecido em um âmbito mais geral”. A estratégia do Alto Camaquã se deve a constatação de que nas últimas décadas tem havido o crescimento tanto da presença no mercado de produtos que mobilizam imagens de seu terroir, quanto na demanda pelo terroir mesmo mediante a promoção do turismo (Champredonde & Borba, 2015). O processo envolve a mobilização dos agentes locais para que os recursos sejam assumidos coletivamente, ou seja, trabalha-se para o recurso se converta em uma referencia identitaria do território, pois, para que possa haver a valorização externa (consumidores) primeiro se faz necessário que os atores locais atribuam valor ao recurso, o recursos precisa se transformar em patrimônio territorial, estabelecendo-se assim uma relação de mutua dependência entre pessoas, produto e território. Desta forma a auto-valoração ou valoração local e a valorização externa são os principais componentes para que a ação coletiva local se oriente a transformar um recurso local em “valor”. A valorização está atrelada a estratégia de diferenciação via marca coletiva, que juntas constituem a base para conquistar espaços mais qualificados de mercado, entre os quais a relação direta com a gastronomia, via turismo, constitui-se na principal meta do Alto Camaquã. As duas citações mencionadas a seguir expressam bem a base da estratégia de agregação de valor frente integração produção diferenciada-gastronomia. “As possibilidades que oferece a gastronomia como fonte de desenvolvimento rural, nos obriga a situar-nos na transformação de umas pautas alimentares determinadas em recurso social, e portanto, suscetível de ser transformado em valor mediante sua conversão em Patrimônio Cultural” (Duran Salado, 2006). ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI “A relação do homem com o alimento precisa ser revista. Precisamos aproximar o saber do comer, o comer do cozinhar, o cozinhar do produzir, o produzir da natureza; agir em toda a cadeia de valor, com o propósito de fortalecer os territórios a partir de sua biodiversidade, agrodiversidade e sociodiversidade, para garantir alimento bom para todos e para o ambiente.” (chef Alex Atala). Complementarmente a estratégia conta com a mudança do modelo de negócio que deverá evoluir do estado atual de venda de carcaças inteiras para o venda de carne porcionada em cortes especiais com maior valor agregado. Tal avanço ainda não foi processado em função da necessidade de adequação da planta frigorífica onde se realiza os abates. Outros elementos da estratégia são a produção de produtos gourmet e as ações de marketing territorial. A elaboração de produtos finos está na dependência de tecnologia de produtos gerada pela Embrapa. Até o momento os produtores do Alto Camaquã tem fornecido a matéria prima para o desenvolvimento tecnológico e, dentro de uma associação com outras marcas de carne ovina, deve habilitar-se a receber o “segredo industrial”. O marketing do Alto Camaquã tem a particularidade de ser orientado ao território e não aos produtos. Para tanto tem se utilizado de inserções na mídia através de produções realizadas pela Embrapa (matéria de circulação nacional via o programa Dia de Campo na TV), pela TVE (serie de quatro reportagens citadas no documento “Evidencias do APL”)) e mais recentemente na RBS TV por ocasião do recebimento pela ADAC do Troféu Campeador. Somente através da Embrapa, no ano de 2014, o Alto Camaquã teve 83 inserções nas mídias (radio, TV, jornal). Além disso o Alto Camaquã conta com sua página na internet (http://www.altocamaqua.com.br) e perfil no facebook (https://www.facebook.com/territorioaltocamaqua). 2.1.5. Empreendimentos e empregos (do APL): 2.1.5.1. Empreendimentos existentes e pessoal ocupado A principal categoria social envolvida no APL Alto Camaquã é a pecuária familiar. A região, segundo dados da SEAP referentes ao ano de 2014, conta com mais de 9.000 criadores de ovinos, sendo que mais de aproximadamente 90% são pecuaristas familiares. Atualmente a Rede Alto Camaquã reúne cerca de 450 pecuaristas familiares (5%), organizados em 22 Associações de oito municípios. Neste sentido, no APL do Alto Camaquã, a manutenção de pecuaristas familiares na atividade produtiva e a contribuição à sucessão familiar, constituem a principal contribuição à ocupação de pessoas no contexto do território. Considerando que para integrar-se à ReAC os produtores devem estar organizados em Associações (formais ou não), algo que continua em articulação no âmbito do território, estima-se que existe, com a evolução do Arranjo, potencial para envolvimento da totalidade desta categoria de produtores. No setor industrial da cadeia da carne ovina, podemos mencionar como já integradas ao APL, a pequena industria de carnes com sistema estadual de inspeção – CISPOA (Encruzilhada do Sul) e os abatedouros municipais de Caçapava do Sul e de Pinheiro Machado, fiscalizados pelo Sistema de Inspeção Municipal (SIM). Potencialmente, dado que ainda não foram contatados devido a escala atual de produção, existem neste território mais três industrias de carne (Bagé, Canguçu, Caçapava do Sul) com inspeção estadual (com possibilidade de SISBI algo que ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI demanda ação das administrações municipais), que podem integrar-se ao APL na medida que for possível manter uma oferta regular de matéria-prima. O setor de transporte intermunicipal é um setor que pode se beneficiar com a consolidação do APL. Atualmente, em função da escala reduzida, a ADAC tem absoluto controle sobre a logística do transporte pois possui caminhões próprios. Na atualidade encontra-se em negociação uma PPP envolvendo instituições de pesquisa (Embrapa, IFSUL, UNIPAMPA), organizações de produtores (ADAC), empresas comerciais (inclusive de outras regiões) e de assessoria à gestão (SEBRAE), visando a incubação de cinco marcas de carne de cordeiro pela Embrapa e parceiros. A PPP envolveria a criação de uma sociedade, o controle de uma estrutura industrial pelos produtores, serviço de inspeção equivalente ao SIF (SISBI), a qualificação da gestão e a transferência de inovações. Caso se concretize, esta iniciativa poderá se constituir em embrião de organização da cadeia de carne ovina no estado do Rio Grande do Sul e uma referencia em negócios no ramo da carne. Isso envolve pesquisadores, professores, alunos, assessores, administradores, gestores, técnicos, empresas e produtores. No ramo do comércio de carnes a ReAC conta com a parceria da Casa de Carnes Santa Edwiges de Bagé e Casa de Carnes Minuano de Encruzilhada. A intenção é contar, em breve, com pontos de distribuição em todos os municípios do território, bem como estabelecer, em parceria com outras marcas de carne ovina, uma loja especializada em Porto Alegre. Atualmente há negociação com um supermercado de Piratini. A Rede Alto Camaquã (ReAC) já experimentou a participação em mercados de carne em Porto Alegre e região de Lajeado. No caso da lã existe a indústria Paramount Lansul em Bagé. A cadeia da lã carece de melhor organização mas tem potencial para gerar empregos, desde a profissionalização de atividades como a tosquia até a maior oferta para o setor industrial o que poderia gerar novas empresas. Atualmente a Rede Alto Camaquã, através da ADAC, tem convenio de cooperação firmado com a ARCO visando a qualificação da tosquia, incluindo a capacitação de recursos humanos para a realização de tosquia pelo método Tally Hi. Outra possibilidade que está sendo contemplada é a possibilidade abandonar a comercialização de lã “suja” para comercializar lã penteada ou tops. Para tanto está buscando parceiros, tendo já iniciado conversações com a PARAMOUNT LANSUL e a Cooperativa COOFITEC de Santana do Livramento que presta serviço na área de processamento de lã. Ainda dentro da cadeia da lã, outra atividade de grande potencial de geração de renda e ocupação é o artesanato que estima-se, dado que não existem dados oficiais, ocupa milhares de pessoas. Tal atividade deverá, juntamente, com o turismo receber maior atenção por parte do APL. No que se refere ao Turismo, em termos de empreendimentos existentes e pessoal ocupado, pode-se dizer que grande parte dos empreendimentos do território do Alto Camaquã é de pequenas propriedades rurais dedicadas ao turismo rural, de caráter familiar e Associações. São estes: Bagé: Hostel Butique Pampa (3 funcionários); Paradouro das Palmas (só a proprietária); Favorino Collares (3 funcionários); Estância Santa Anália (4 funcionários); Flores das Palmas Artesanato e Gastronomia (15 artesãs), Toca do Sapateiro (1 funcionário); Associação de Pequenos Produtores das Palmas (90 famílias), Associação dos Quilombolas das Palmas (15 famílias), Coobarte – Cooperativa Bageense de Artesanato em Lã (60 artesãos). Caçapava do Sul: Minas Hotel (3 funcionários), Minas Outdoor e Associação de Moradores das Guaritas. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Lavras do Sul: 5 Marias (2 funcionários), Santo Antonio do Estreito (2 funcionários) e São Marcos Turismo Rural (5 funcionários). Pinheiro Machado: Associação de Torrinhas, Associação do Alto Bonito e Gaia Turismo. Piratini: Associação do Barrocão (38 associados). Santana da Boa Vista: Associação da Toca da Tigra. 2.1.5.2. Empreendimentos e pessoal ocupado em comparação com a economia local/regional (%) No total, os oito municípios somam cerca de 300.00 habitantes. Em termos percentuais os empreendimentos do território do Alto Camaquã representam 1% desta população, 5% dos criadores de ovinos e 30% das industrias de pequeno e médio porte. Com relação ao turismo não ha disponibilidade para afirmar quanto representa percentualmente os 20 empreendimentos já organizados no Alto Camaquã. 2.1.5.3. Conexão com outros setores e empregos diretos. A ideia de arranjo do Alto Camaquã busca desde o pricipio promover a integração entre os diferentes setores da economia regional, pois tem na essencia a perspectiva territorial que, entre outras coisas, busca justamente superar a visão setorial da economia, que trata cada segmento de forma isolada. Neste sentido a propria apresentação deste documento é reveladora na medida que contempla a produção ovina e o turismo como atividades integradas. Desta forma busca-se promover o aumento na geração de empregos visto que deverá prosperar a ideia de incluir as comunidades no roteiro turistico. Atualmente não disporíamos de dados reais sobre o numero de postos de trabalho já criados por esta interação. Pode-se dizer apenas que a pecuária gera os principais empregos (na verdade auto-empregos), como potencial para envolvimento de cerca de 20.000 pessoas no território. O turismo rural gera hoje cerca de 200 postos de trabalho e a indústria deve ocupar outros 300. Na medida que avançar a conexão entre produção ovina e turismo com o envolvimento de outros setores como hotelaria e restaurantes estima-se a capacidade do APL para gerar novas oportunidades. 2.1.6. Produção: 2.1.6.1. Quantidade produzida e tendência da produção; A organização territorial em torno da ovinocultura e do turismo representa uma profunda transformação para a economia local. Trata-se do primeiro esforço intencional e deliberado de um conjunto de entidades públicas e privadas em prol destas atividades. Portanto, no caso da organização da carne ovina, com 24 meses de operacionalização foram comercializados 2.500 cordeiros. Ainda que pareça tratar-se de uma cifra insignificante (no ano de 2014 foram abatidos oficialmente 169.000 cordeiros) no contexto do estado, devemos chamar a atenção para o fato de, no caso especifico do território, este volume significa um crescimento exponencial visto que a categoria pecuária familiar até então não participava do mercado formal. O mais importante aspecto é a “vivencia” que os produtores estão tendo na relação com o mercado a partir de uma ação coletiva, baseada na marca territorial. O fato de terem obtido, nos dois anos de experiência, remuneração acima do mercado convencional, revela a tendência de aumento no interesse em tratar os ovinos como “ produto de alto valor econômico”, algo que nos últimos 30 anos não ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI acontecia. Identifica-se um conjunto de elementos que apontam ao crescimento da quantidade produzida. Os empreendimentos turísticos do Alto Camaquã recebem cerca de 1.200 turistas ao ano. Se considerarmos a demanda e o potencial produtivo e de produtos turísticos, podemos afirmar que em todos os setores a tendência é de forte crescimento, mesmo em situação de crise, em função do elevado grau de diferenciação dos produtos do território associados a uma estratégia adequado de marketing territorial. 2.1.7. Renda Um primeiro aspecto a ser considerado é que a participação no arranjo permitiu, em que pese a pequena escala, ganhos da ordem de 10 a 15% sobre o preço de mercado. No que tange a apropriação da renda, e não apenas ao seu crescimento (4 cordeiros equivalem a um salario mínimo regional), pode-se afirmar, embora o APL ainda careça de uma melhor organização de dados, que com exceção do diferencial entre preço de atacado e de varejo, todo o restante permanece em mãos dos agentes econômicos do território, sendo que o produtor fica com 50% do valor relativo ao preço final. Isso se deve a redução do numero de intermediários na cadeia. A meta é extinguir todos os intermediários entre a produção e o consumo. No caso do turismo, por usar somente matéria prima e mão de obra local, sem a necessidade de atravessadores e fornecedores externos, a renda é 100% absorvida pelos empreendedores. Esta renda derivada do turismo rural é um complemento de renda, pois a atividade principal das propriedades é a produção primária. Estima-se que esta renda seja atualmente de 1 salário mínimo ao mês por empreendimento (aproximadamente), com tendências de rápido crescimento. 2.1.8. Participação percentual do APL no total da região e estado Por ser uma cadeia produtiva ainda em formação, com somente 19 empreendimentos atuando com Turismo e apenas 5% dos pecuaristas envolvidos na organização, não haveria a possibilidade de comparação com estado 2.1.9. Instituições de Apoio Agentes Públicos EMBRAPA IFSUL UNIPAMPA UFRGS UFPEL UFSM Prefeituras EMATER Regional Pelotas SEAP Função P&D, tecnologia agropecuária Capacitação técnica Pesquisa Pesquisa Pesquisa Pesquisa Agentes Privados ARCO ATER Políticas públicas, fomento, Serviço de Inspeção Frigoríficos Fita Azul ADAC FETAG STRs ADIALE VITORIA Abatedouros municipais Frigorífico PRODUCARNES SEBRAE Função Representante técnico e político, ATER, assessoria representação politica representação politica local Indústria, mercado Serviço de abate Potencial parceiro assessoria em gestão, assistência técnica Potencial parceiro Organização social e da produção, logística, gestão marca coletiva ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI SDR Políticas públicas, fomento SEBRAE SECRETARIA DE TURISMO do RS MAPA Apoio a cadeia do Turismo SENAR Fomento, politicas públicas, apoio técnico ao bem-estar animal e boas práticas de produção Apoio no tema do bem-estar animal Formação técnica e capacitação Formação técnica e capacitação SENAC Fomento e assessoria ao turismo Casa de Carnes Minuano Comercialização Supermercado Piratini Comercialização Núcleo de Criadores de Ovinos de Pinheiro Núcleo de Criadores Canguçu ABACO APATUR Organização de produtores USP ESCOLA TÉCNICA DE CANCUÇU ESCOLA TÉCNICA ENCRUZILHADA Apoio a gestão, assistência técnica capacitação, diagnóstico Organização de produtores Organização de produtores Organização e apoio do Turismo Hotéis Restaurantes Agencias de Turismo Faculdades IDEAU 2.1.10. Infraestrutura do aglomerado Pontos positivos Organização social dos produtores Comprometimentos dos empresários com a cadeia produtiva Demonstração de interesse dos poderes públicos municipais em apoiar o APL Controle sobre a logística por parte da ADAC Localização em região tradicional no criatório de ovinos Condições ambientais favoráveis a pecuária Capacidade interna da região Envolvimento de grande número de produtores com predomínio de mão de obra familiar 2.1.11. Programas governamentais: 1. Vínculos existentes com programas públicos Pontos negativos Infraestrutura para manejo de animais (mangueiras, brete, cercas, etc.); Manutenção deficiente das estradas e rodovias Malha rodoviária precária Defasagem tecnológicas de equipamentos na indústria Deficiência estrutural da indústria para processamento de carne Baixa adesão dos municípios ao SISBI Longo distancia entre os municípios ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI O Arranjo Produtivo do Alto Camaquã, como já foi enfatizado anteriormente, caracteriza-se por grande numero de pequenos produtores, o qual recebem assistência dos municípios, acesso aos programas da Secretaria Estadual da Agricultura e Pecuária em parceria com a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO) e ainda contaram com o apoio do estado via FEAPER no caso da aquisição de dois caminhões no 2014. 2. Vínculos potenciais com programas públicos É conhecimento que estamos tratando de uma das poucas regiões do Brasil, que até o presente momento estão intocadas, ocorrendo uma convivência plena e equilibrada do homem com o meio ambiente, num modelo de conservação que ao longo de gerações passou de pai para filho, permitindo que o produtor produza em equilíbrio com o ambiente que habita. Portanto acreditamos ser um potencial de trabalho a integração meio ambiente/turismo/culinária e gastronomia local. Será importante, o fomento a Agro industrialização de produtos locais, permitindo o crescimento da renda familiar, bem como a orientação alternativa na educação das escolas rurais, possibilitando aos jovens visualizar o ambiente onde vivem, e sobreviver no mesmo. Estimular a cultura local, seja através do incremento do lazer e ou da orientação social, possibilitando aumentar a auto estima das famílias, além do intercambio de conhecimento nas comunidades rurais. Além disso, o que move a permanência do homem no campo, é a remuneração de sua propriedade, portanto torna-se fundamental a assistência técnica efetiva, com presença constante na propriedade. 2.2 Acesso aos Mercados Interno e Externo 2.2.1. Segmentos de mercado das empresas do APL Em se tratando de produção primaria, a absoluta maioria dos pecuaristas familiares comercializavam seus produtos de maneira informal até o advento do Alto Camaquã. Atualmente algo em torno de 15% já comercializam em mercados formais. A meta é chegar a 100% em cinco anos. No caso da carne, o Alto Camaquã tem comercializado carcaças ou para varejistas (20%) ou atacadistas (80%) mas trabalha com a meta de, em cinco anos, vender carne embalada em porções diretamente aos consumidores, incluindo a via da gastronomia em restaurantes de alta gastronomia, eventos e pontos de venda próprios ou em parceria. Também ha previsão de de organizar um e-commerce para os produtos, começando pela carne. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI 2.2.2. Diversificação de produtos ofertados Arte Rura l Ca rnes Turismo Produtos Produtos prima rios tra nsforma dos Couro Aves Roteiros Mel Biscoitos Lã Bovina Eventos Lã Bolos Madeira Caprina Gastronomia Animais Cucas Crina Ovina Hospedagem Milho Doces Fibras vegetais Peixe Feijão Licores Pele ovina e caprina Suína Pão Queijo Vinho Os produtos marcados em vermelho são os que atualmente tem suas estratégias de produção e comercialização em processo de aprimoramento. Os demais continuam como potenciais. 2.2.3. Perfil de distribuição dos produtos vendidos pelo APL Tipo de consumidor Atual (%) Desejado (%) 5 anos 100 Consumidor final 0 Consumidor industrial 0 0 Varejista 20 0 Atacadista 80 0 Agentes de exportação 0 0 Venda direta ao exterior 0 0 2.2.4. Destino das vendas do APL segundo o local, em percentual: No caso da carne, atualmente, 20% do produto é comercializado na região e 80% nas demais regiões do Estado (Porto Alegre). No caso do Turismo todas as regiões do estado já consolidadas como destino, são concorrentes do Alto Camaquã. Mais próximo podemos citar a concorrência da Costa Doce e a região colonial de Pelotas. No entanto, dado tanto a perspectiva adotada pela ADAC, quanto aos diferenciais em termos de paisagens, historia, cultura, potencial para esportes radicais, alto grau de conservação ambiental e qualidade de produtos, pode-se dizer que o Alto Camaquã é possuidor de um potencial único para o turismo, portanto, a única concorrência seria da região dos Campos de Cima da Serra. 2.2.5 Principais concorrentes das empresas do APL: A principal concorrência da cadeia da carne do Rio Grande do Sul está no Uruguai, visto que o país vizinho exporta ao Brasil carne e animais em pé (vivos). No caso do Turismo todas as ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI regiões do estado já consolidadas como destino, são concorrentes do Alto Camaquã. Mais próximo podemos citar a concorrência da Costa Doce e a região colonial de Pelotas. No entanto, seja na produção ou no turismo, dado tanto a perspectiva adotada pela ADAC, quanto aos diferenciais em termos de alto grau de sustentabilidade dos sistemas de produção, beleza das paisagens, riqueza histórica e cultura, potencial para esportes radicais, alto grau de conservação ambiental e qualidade de produtos, pode-se dizer que o Alto Camaquã é possuidor de um potencial exclusivo para o turismo, portanto, a única concorrência seria da região dos Campos de Cima da Serra. 2.3. Formação e Capacitação Considerando que o maior contingente de atores do APL Alto Camaquã são pecuaristas familiares, principal categoria social que teve desde sempre excluída do sistema formal de educação, podemos afirmar que a metodologia das Unidades Experimentais de Pesquisa Participativa adotadas pela EMBRAPA, foi, até o momento, o principal mecanismo de formação e capacitação de recursos humanos. A metodologia de construção coletiva do conhecimento adotada pela equipe da Embrapa Pecuária Sul tem sua essência na organização da rede de Unidades Experimentais Participativas. A UEPA se constitui como espaço de intercâmbio e ação compartilhada entre os atores locais e externos, com os seguintes objetivos: · Identificar potencialidades, deficiências, oportunidades e ameaças do local; · Construir coletivamente novos conhecimentos apropriados ao local; · Elaborar estratégias de uso sustentável dos recursos naturais locais; · Exercitar o conceito de “sistemas intensivos em conhecimento”; · Monitorar indicadores ambientais (solo, fauna, vegetação, emergia), social (sucessão familiar, situação da terra, uso de mão de obra), e econômicos (contabilidade, custos de produção); · Fortalecer a identidade e a imagem da região/território; · Construir indicadores e avaliar a sustentabilidade; · Planejamento estratégico (estabelecer situação futura desejada); · Promover a ação coletiva (cooperação em prol de objetivos comuns); A UEPA é um espaço de interação entre os atores locais e seu ambiente natural e entre o local e organizações externa (pesquisa, extensão, administração pública, etc.). A interação se dá com produtores organizados, formalmente ou não. O importante é haver um compromisso mútuo entre o grupo local e os atores externos. A única condição para o local refere-se a organização. O debate sobre o manejo dos recursos naturais, considerando o contexto sociocultural do local, requer uma ação coletiva, portanto, só há UEPA se houver trabalho em grupo. A abordagem inicial com os grupos tem foco no uso e manejo dos recursos naturais, situando a análise no contexto do Desenvolvimento Territorial Endógeno. Ou seja, busca-se conceber o manejo ecológico dos recursos como forma de se chegar ao mercado de forma diferenciada, o que no caso da pecuária familiar, significa potencializar características tradicionais dos sistemas socioambientais, especialmente o elevado grau de dependência dos recursos naturais. De forma geral o nível de escolaridade é baixo mas usando metodologias participativas tem sido possível desenvolver novos conhecimentos orientados ao uso eficiente dos recursos locais. Também SEBRAE e SENAR tem desempenhado importante papel na capacitação dos ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI pecuaristas familiares. Universidades como UFRGS (PGDR) e UNIPAMPA, através de trabalhos de pesquisa, tem atuado fortemente na região contribuindo na formação dos setor produtivo. Atualmente está em negociação a participação do IFSUL e das Escolas Técnicas na formação de recursos humanos no âmbito do Alto Camaquã. Em parceria com o IF e Escolas, Embrapa, ARCO, SEBRAE, SENAR e UNIPAMPA estão negociando a possibilidade de se estabelecer uma estratégia mais ampla de formação e capacitação de recursos humanos destinado ao trabalho com ovinos. No que se refere ao setor industrial deve-se mencionar o curso de Técnico em Agroindústria com foco na indústria de carnes, do IFSUL. Existe a possibilidade de uma integração com a EMBRAPA para utilização de estrutura física desta como escola para formar técnicos em agroindústria. Para o setor turístico a principal contribuição a formação de recursos humanos é do SENAC e do SEBRAE. 2.3.1. Demanda de capacitação CURSOS OVINOCULTURA Melhoramento de campo nativo Manejo geral de ovinos Manejo reprodutivo Esquila Tally-hi Manutenção de tesouras de Esquila Formação de Pastagem para Ovinos Manejo pré parto Terminação de cordeiros Avaliação e seleção de carneiros melhoradores Avaliação da Condição corporal Cuidados com as verminoses Preparação de locais para parição Métodos de acasalamento e sistemas de monta N° PARTICIPANTES 8 a 15 8 a 15 8 a 15 8 a 15 8 a 15 8 a 15 8 a 15 8 a 15 8 a 15 8 a 15 8 a 15 8 a 15 8 a 15 CURSOS TURISMO FREQUENCIA Anual Anual Anual Anual Anual Anual Anual Anual Anual Anual Anual Anual Anual N° PARTICIPANTES 5 a 10 5 a 10 5 a 10 5 a 10 5 a 10 5 a 10 5 a 10 Cozinha típica Regional Turismo rural Educação ambiental Artesanato lã, couro e pele Acolhida no meio rural Turismo, trilhas e caminhadas Comercialização de produtos agroalimentares típicos e de artesanato CURSOS DE GESTÃO ASSOCIATIVISMO/COOPERATIVISMO Gestão Rural Sucessão Rural Formação de Líderes Associativismo nas Comunidades Rurais TURMAS 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 TURMAS FREQUENCIA 10 10 10 10 10 10 10 Anual Anual Anual Anual Anual Anual Anual N° PARTICIPANTES TURMAS FREQUENCIA 8 a 15 8 a 15 8 a 15 8 a 15 22 22 22 22 Anual Anual Anual Anual ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI 2.3.2. Mercado de trabalho Como estamos falando principalmente de pecuaristas familiares, categoria que se caracteriza pelo uso majoritário de mão de obra familiar, pode-se afirmar que a sucessão familiar é o mais importante tema em termos de trabalho no campo. Neste sentido a promoção do Desenvolvimento Territorial Endógeno do Alto Camaquã, que busca melhorar as condições ambientais, sociais e econômicas da pecuária familiar, tem sido a principal alternativa para manter a população no campo e garantir o auto-emprego. Tanto a indústria como o setor varejista aponta como problema a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada e reclama que é custoso em tempo e dinheiro, a capacitação de um trabalhador para trabalhar com a carne e que, depois de completar a formação, ha uma tendência de saída dos trabalhadores. No turismo há reduzida disponibilidade de recursos humanos embora as oportunidades de emprego nesta área mostrem tendência de crescimento. 2.4 Cooperação Falar em cooperação no Alto Camaquã não é apenas retórica, é falar da essência do APL. A estrutura baseada em níveis crescentes de complexidade a partir do local, prevê uma organização em uma rede de cooperação. O primeiro nível é o comunitário. A metodologia das UEPAs fortalece a interação entre os atores locais, famílias e vizinhos que se reúnem para refletir sobre suas práticas. Cada comunidade estabelece o ritmo da mudança. Na UEPA a dúvida é traduzida em questionamento que deve ser respondidos in loco, portanto espaço para exercitar alternativas. Poderíamos produzir mais usando apenas os recursos locais? Se for possível como devemos comunicar isso? A reflexão coletiva reforça os laços intracomunitários, mesmo que não se traduza imediatamente em mudanças de atitude em todos os atores locais. O segundo nível de cooperação se expressa na interação entre as redes locais (associações) dentro do território, conformando a Rede Alto Camaquã (constituída por 22 redes locais). O tamanho e a forma do território Alto Camaquã são definidos mais pelo alcance das relações sociais que pelas fronteiras dos oito municípios. O território é um conceito que orienta as ações da rede. Novos atores podem se agregar a esta Rede a qualquer momento, basta compartilhar tal conceito. A cooperação entre as Associações do território permitiu que a Rede Alto Camaquã dispusesse hoje de sua própria marca e de seus próprios caminhões para transporte de animais e carne. Isso foi possível graças a cooperação entre a ADAC e o governo do estado com a colaboração da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, que proporcionou o acesso da ReAC ao FEAPER, com recursos do BADESUL. Mas a principal evidencia de cooperação entre os membros da ReAC é a marca coletiva e a comercialização de produtos cuja escala é formada coletivamente. Da mesma forma a ReAC estabeleceu forte cooperação com representantes dos demais setores da cadeia. A relação da ReAC com a indústria ADIALE VITORIA é pautada pela cooperação. Em abril de 2013 se iniciaram os abates de cordeiro com a marca Alto Camaquã. Em uma negociação mediada pela EMBRAPA, produtores da ReAC negociaram preço, prazo e qualidade para a carne de cordeiros que seriam abatidos no ADIALE e comercializados no ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Shopping da Carne na capital. O parceiro indústria reduziu significativamente o preço da taxa de abate como forma de viabilizar o arranjo. O parceiro do varejo concordou em pagar o preço exigido pelos produtores (R$ 11,00 / kg de carcaça, valor acima do mercado). Da mesma forma a parceria com pontos de venda ao varejo de carne tem se dado em base a cooperação. A produção de conhecimentos sobre o território Alto Camaquã tem envolvido um número importante de instituições públicas e privadas, as quais tem cooperado entre si e com as comunidades. A parceria das Universidades com a Embrapa proporcionou a execução de pelo menos 15 trabalhos acadêmicos, dissertações e teses, orientadas a diferentes aspectos do território. Os membros da ReAC se reúnem periodicamente para troca de experiências e tomadas de decisão. No presente ano já foram realizadas até julho quatro reuniões da Rede Alto Camaquã. A ADAC mantém convênios de cooperação com EMBRAPA, ARCO e as prefeituras de Bagé, Caçapava do Sul, Encruzilhada do Sul, Pinheiro Machado e Piratini e negocia neste momento com Canguçu. 2.4.1. Marca Coletiva do APL A Marca Coletiva Alto Camaquã resultou da seguinte reflexão; independente da intencionalidade dos atores, a região é distinta e dentro da mesma os modelos “convencionais” de desenvolvimento não lograram difundir-se com êxito, portanto - Como seria possível construir modelos alternativos onde as diferenças estivessem intencionalmente “aderidas” a todos os produtos e serviços ali gerados? O emprego dos conhecimentos gerados localmente de forma participativa revelou a possibilidade de incrementar a eficiência produtiva da atividade pecuária, com excelente desempenho ambiental e preservando a biodiversidade e a cultural local. Isto conduziu aos atores locais a interrogar-se sobre como comunicar ao mercado esta especificidade das formas de produção e, por vias de consequência, um produto distinto em função de sua origem. O que permitiu avançar para uma estratégia comercial em base ao uso da MC que comunicasse, ante todo, una imagem regional de “território durável”. Portanto a marca Alto Camaquã assume uma dimensão territorial e passa a ser empregada para comunicar a imagem de um território caracterizado pela qualidade ambiental, a beleza das paisagens, os sistemas produtivos baseados no uso conservacionista dos recursos naturais e a ausência de contaminantes, a diversidade biológica e produtiva, a riqueza cultural e histórica. La Marca Coletiva Territorial Alto Camaquã nasceu para evidenciar, sobretudo, as qualidades do espaço, e em segundo lugar, para promover a diferenciação dos produtos e serviços com origem no território. Desta forma todo o conjunto de produtos e serviços originários do território Alto Camaquã, cuja procedência seja devidamente comprovada, pode usar a marca. A ReAC identificou mais de 30 produtos com potencial de alcançar mercados, os quais foram classificados em cinco classes: carnes (ovina, caprina, bovina, etc.), artesanato (lã, couro, madeira, etc.), turismo (eventos, gastronomia, roteiros, hospedagem, etc.), produtos alimentares transformados (doces, bolos, queijos, etc.), e produtos primários (lã in natura, mel, milho, etc.). Em função de sua ampla presença no território os atores locais elegeram a carne de cordeiro como o primeiro produto para chegar ao mercado com a marca. Algo que acontece desde abril de 2013. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI A Marca Coletiva Alto Camaquã é propriedade da ADAC com direito de uso das associações locais formalmente constituídas e afiliadas à ADAC. As associações, são portanto coresponsáveis pela gestão da marca, ficando a seu encargo a definição de quem entre seus sócios reúne as condições para seu uso. A seguir algumas informações sobre a Marca Alto Camaquã. Formas autorizadas para uso da Marca Coletiva Alto Camaquã Para o caso específico da Carne ovina (NCL 29) Produtos: NCL 24 (tecidos em lã), NCL 29 (carne de ovinos), NCL 30 (mel e doces de frutas) Serviços: NCL 39 (visitas turísticas), NCL 43 (restaurantes, acomodações temporárias) Podem ser comercializadas com a marca coletiva Alto Camaquã carnes ovinas in natura para consumo humano, provenientes de animais de ambos sexos, com peso entre 30 e 40 kg, idade máxima de 14 meses, condição corporal entre 3 e 3.5, nascidos e criados exclusivamente no território, em condições naturais, ao ar livre, com total liberdade, alimentadas principalmente a base de forrageiras oriundas dos campos naturais submetidos à práticas de manejo conservacionista, isentos de doença e resíduos químicos, abatidos exclusivamente em condições sanitárias aprovadas e controladas por representantes do Estado, seja em âmbito municipal, estadual ou federal. As carnes podem ser apresentadas em cortes tradicionais (paleta, costela e pernil) ou em cortes especiais sempre embaladas e rotuladas de forma que ao consumidor seja possível identificar a idade, o sexo e a origem do animal. Os cortes tradicionais serão comercializados em peças individuais e os cortes especiais podem ser em unidades ou em porções padronizados por peso. Para o caso da carne a Marca Alto Camaquã representará garantia de um produto oriundo de sistemas de produção realizados em condições de baixo impacto ambiental e uso predominante de recursos renováveis. São objetivos da marca: Comunicar imagem territorial de produção sustentável; Fortalecer e REDE ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Estimular produtores, indústria e prestadores de serviços a considerar impactos ambientais de suas atividades; Criar oportunidades para ReAC e seus parceiros através da associação de marcas; Proporcionar diferenciação e agregação de valor aos produtos regionais; Conquistar e “fidelizar” consumidores; Garantir informação exata e verdadeira aos consumidores; 2.4.2. Possíveis parcerias a serem desenvolvidas: A principal é entre os membros da ReAC que operam sob o uso de uma marca coletiva (gestão da marca; venda consorciada de produtos; troca de experiências com empreendedores do setor) precisa ser permanentemente reforçada, dado que estamos tratando do primeiro nível de uma rede que cresce em complexidade a partir do local (associação comunitária), avança para o território (em uma rede regional de redes locais). A base de todo o processo do Alto Camaquã é a organização local ou comunitária. A rede territorial (ReAC), através da ADAC, necessita estabelecer intercâmbios permanentes com os demais componentes da cadeia. O incremento da oferta de matérias primas irá demandar novas parcerias; parcerias estas que são potenciais mas que não foram ativadas ainda, como é o caso de duas industrias de médio porte presentes no território e uma rede de supermercados com forte presença no território. São parcerias que devem acontecer nos próximos anos. A ADAC com SEBRAE estão tratando de integrar os produtores organizados pelo programa Juntos Para Competir a ReAC. Esta parceria significará importante contribuição no que se refere a qualificação da Gestão. Ainda que o SENAR seja agente importante dentro do território, ainda não há uma integração das ações. A negociação deverá ser realizada em breve, visando a orientação do processo de capacitação oferecido pelo SENAR aos princípios do APL Ovinos&Turismo Alto Camaquã. Esta previsto o restabelecimento da Rede de Inovação de apoio do APL envolvendo instituições de P&D no território e escolas técnicas. Estamos falando da EMBRAPA, UERGS, UNIPAMPA, IFSUL, Escolas Técnicas de Caçapava do Sul, Canguçu, Encruzilhada e Piratini. O restabelecimento da estratégia de associação de marcas já está proporcionando novas parcerias com outras marcas para acesso a mercados diferenciados. Atualmente a ADAC conversa com três marcas de carne de cordeiro de outras regiões, buscando parceria para novos modelos de negócio. O processo de organização social e produtiva da ovinocultura - com perspectiva territorial e visão de cadeia produtiva - e a chegada ao mercado formal de carnes com marca própria, tem permitido ao pecuaristas familiares do Alto Camaquã experimentar a atividade de produção ovina como negócio. A experiência do Alto Camaquã tem proporcionado aos pecuaristas familiares a participação em mercados formais, em um contexto onde a relação entre produção e e consumo é negociada. Não se trata apenas de aumentar a oportunidade para que “pequenos produtores” possam ofertar no mercado formal, mas sim de estabelecer um novo padrão de relações entre os agentes da cadeia produtiva. Se trata de propor alianças, ou seja, cooperação e comprometimento buscando estabelecer algo que perdure, que esteja fundamentado em compromissos de longo prazo. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Pecuaristas familiares, indústria e distribuidores tem realizado um enorme esforço para trabalhar de forma coordenada, em parceria que se completa para garantir o fluxo entre produção e consumo mediante a associação de marcas, sendo que a marca dos produtores expressa compromisso com a durabilidade ecológica, econômica, social e institucional do processo produtivo (neste caso, co-produção homem-natureza). Neste momento está em andamento um processo de animação dos agentes ligados ao tema do turismo em âmbito local. Deverá ocorrer nos próximos três anos a implantação gradativa do roteiro integrado de turismo&ovinos em escala de território. Isso envolverá um nível inexistente de parcerias. Não está descartada a possibilidade de se reativar uma discussão sobre a criação de um Consorcio intermunicipal voltado do desenvolvimento territorial. 2.4.3. Ações de Cooperação Realizadas e Em Andamento Acesso a Mercados e Inteligência Comercial: Demanda/problema: necessidade de chegar ao mercado a partir da marca territorial coletiva Ação: Associação de marcas. Para chegar ao mercado a Rede Alto Camaquã estabeleceu negociações com representantes de outros setores da cadeia de forma que chegassem ao mercado associando as três marcas, a dos produtores, a da indústria e a do varejista. A seguir o exemplo. Objetivo: Criar oportunidades para ReAC e seus parceiros através da associação de marcas; Proporcionar diferenciação e agregação de valor aos produtos regionais; Executor: Associação para o Desenvolvimento Sustentável do Alto Camaquã – ADAC Contato: Mateus Garcia – [email protected] - cel. (53) 99658530 Data final da ação: janeiro 2014 Recurso: R$ 1.000,00 (confecção dos rótulos) Fonte: ELETROBRAS/CGTEE Metas: Criar alianças mercadológicas Indicadores de impacto: presença no mercado com estratégia de co-branding. O principal impacto foi sobre a imagem. Com esta ação a marca Alto Camaquã associada a carne de cordeiro ficou conhecida na região metropolitana de Porto Alegre. Foram benefícios diretamente cerca de 20 pecuaristas que participaram ativamente das vendas e toda a Rede Alto Camaquã de forma indireta através da divulgação da marca no estado. Situação da Ação: Encerrada ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Financiamento e Investimento Demanda/problema: Gerar conhecimentos para apoiar o “re-conhecimento” da qualidade dos recursos locais por parte dos atores; amplificar a noção de Desenvolvimento Territorial Endógeno do Alto Camaquã Ação: elaboração de cinco projeto que permitiram desencadear na região a organização da Rede Alto Camaquã, a ADAC e a marca coletiva. Objetivo: financiar ações de pesquisa participativa Executor: Embrapa Pecuária Sul – Marcos Borba Contato: 53 32404682 – [email protected] Data final da ação: em andamento Recurso: >R$ 1.000.000 Fonte: EMBRAPA, FAPERGS, CNPq E CGTEE Indicadores de impacto: as ações voltadas a promoção do re-conhecimento do recursos locais e suas qualidades e potenciais permitiu a mudança em práticas de manejo dos campos e melhorias no índices de produção. Tais ações permitiram gerar as bases para o manejo conservacionista dos campos que está na base filosófica do Alto Camaquã. Foram beneficiados os membros da ReAC e de forma indireta produtores de outras regiões foram beneficiados pelas referências geradas. Situação da Ação: Concluída Inovação e Tecnologia Demanda/problema: promover o redesenho dos agroecossistemas e desenvolver estratégias metodológicas adequadas Ação: Rede de pesquisa participativa baseada em Unidades de Experimentação Participativa. Em cada comunidade foi definida pelos atores locais uma unidade de produção que passou a servir como local de discussão e avaliação de alternativas. As referencias produzidas serviram de base para o redesenho dos sistemas de produção da pecuária familiar no território. A metodologia foi empregada em outras regiões. Objetivo: demonstrar a viabilidade econômico-produtivo de sistemas de produção pecuários baseados em campo nativo apoiado por uma estratégia de diferenciação de produtos do território. Executor: Embrapa Pecuária Sul – Marcos Borba Contato: 53 32404682 – [email protected] ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Data final da ação: 2013 Recurso: R$ 600.000,00 Fonte: EMBRAPA Metas: Em três anos modificar as praticas de manejo do campo natural em 60 unidades de produção pecuária no território do Alto Camaquã. Indicadores de impacto: aumento da eficiência produtiva da pecuária familiar realizada sobre campos nativos; incremento da oferta comercializada; valorização do campos pelos pecuaristas familiares do Alto Camaquã. Situação da Ação: Concluída Extensão Produtiva e Inovação Demanda/problema: necessidade de articulação entre as instituições de ensino e pesquisa visando o apoio do desenvolvimento do APL. Ação: Rede de Inovação do Alto Camaquã Objetivo: fazer com que todas as instituições dedicassem esforços intencionais e conscientes em prol do desenvolvimento territorial Executor: Embrapa Pecuária Sul – Marcos Borba, participação UERGS, UNIPAMPA e URCAMP Contato: 53 32404682 – [email protected] Data final da ação: 2012 Recurso: desconhecido Fonte: cada instituição bancou o necessário para a participação de seus representantes nas reuniões e encontros Metas: Buscava-se alcançar a elaboração de projetos com a participação de todas as entidades Indicadores de impacto: Ainda que não tenha sido possível obter resultados da Rede, pois as entidades avançaram nas negociações mas não executaram nenhum trabalho em conjunto por falta de empenho dos gestores, a experiência do Alto Camaquã passou a ser reconhecida por todas as instituições envolvidas. Isso foi determinante para a divulgação da experiência na região. Foram beneficiadas todas as instituições envolvidas. Situação da Ação: Cancelada Gestão Estratégica Demanda/problema: Necessidade de planejar a atuação da ADAC Ação: Elaboração do Plano de Gestão Estratégica, com a assessoria do SEBRAE Objetivo: Definir missão, visão, valores, objetivos e diretrizes estratégicas para orientar a ação da ADAC Executor: ADAC – Mateus Oliveira Garcia Contato: (53) 99658530 – [email protected] Data final da ação: 2011 Recurso: não informado. Foi traduzido em horas de consultoria do SEBRAE. Fonte: SEBRAE Indicadores de impacto: Definição de objetivos; Divisão de funções, atribuições e responsabilidades na busca dos objetivos; Evitar que nos momentos iniciais de existência a Associação desse passos maiores do que poderia. A ação beneficiou diretamente a ADAC e indiretamente todos os seus associados (450). ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Situação da Ação: Concluída Pesquisas e Estudos Demanda/problema: conhecer melhor as estratégias de produção da pecuária familiar e suas relações com o ambiente natural Ação: Pesquisa Objetivo: avaliar a sustentabilidade dos sistemas de produção da pecuária familiar; Embrapa Pecuária Sul – Marcos Borba Contato: 53 32404682 – [email protected] Data final da ação: 2014 Recurso: R$ 300.000,00 Fonte: EMBRAPA, IICA/PROCISUR Metas: descrever os componentes, suas relações, entradas e saídas dos sistemas de produção; estabelecer o grau de impacto ambiental dos sistemas. Indicadores de impacto: O principal indicador é o Índice de Renovabilidade que mostra qual o % de energias utilizadas na produção que provém da natureza na forma de recursos renováveis. Foi possível demonstrar que a pecuária familiar do Alto Camaquã é uma atividade de alta sustentabilidade ambiental, embora tenha problemas de renda. Isso definiu a estratégia de ação da Rede que passou a buscar incrementar a renda da pecuária sem perder sua principal característica de sustentabilidade. A marca coletiva surge para comunicar tal condição. Foram beneficiados os mebros da ReAC. Situação da Ação: Concluída Demanda/problema: falta de integração das ações orientadas ao turismo no Alto Camaquã Ação: Roteirização para o Turismo Objetivo: Estruturar, qualificar e ampliar a oferta de produtos turísticos do Território do Alto Camaquã de forma integrada e organizada. Executor: Juliano Munhoz – coordenação do turismo na Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Bagé Contato: (53) 99577797 – [email protected] Data final da ação: 2014 Recurso: valor total aportado, incluindo contrapartidas Fonte: ELETROBRAS/CGTEE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Bagé, SENAC Metas: Articulação e Inclusão de Atores da Cadeia Produtiva; Levantamento e sistematização informações, estudos e projetos; Elaboração / consulta estudos de mercado potencial e concorrente; Identificação do potencial de competitividade; Indicadores de impacto: Criação e Ampliação e diversificação da oferta turística; Inserção de municípios nas regiões e roteiros turísticos; Consolidação de roteiros turísticos mais competitivos; Atuação de micro e pequenas empresas, no mercado turístico. Até o momento a ação beneficiou todos os atores envolvidos com o turismo regional e diretamente 20 empresas e associações. Situação da Ação: Concluída Formação de Trabalhadores ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Demanda/problema: necessidade de mudança nos níveis de percepção dos atores locais sobre a qualidade e o funcionamento dos ecossistemas locais e sobe a possibilidade de se transformar isso em valores econômicos mas também ecológicos, éticos, como patrimônio, etc Ação: Unidades Experimentais Participativas Objetivo: promover reflexão e aprendizado dos pecuaristas familiares sobre o sistema natural campestre; modificar as práticas de manejo da vegetação e dos animais; fortalecer a interação entre os membros das comunidades e fortalecer suas associações; Executor: EMBRAPA, Marcos Borba Contato: 53 32404682 – [email protected] Data final da ação: 2014 Recurso: R$ 270.000,00 Fonte: EMBRAPA Metas atingidas: 12 UEPAS funcionaram durante 3 anos; formou-se a ReAC; práticas de manejo conservacionista do campo nativo foram adotadas por 30 pecuaristas familiares Indicadores de impacto: o principal impacto foi a mudança nas práticas de manejo dos campos e na obtenção de resultados positivos em termos produtivos. A ação beneficiou diretamente 50 pecuaristas que participaram da ação e indiretamente toda a ReAC. Também indiretamente foram beneficiadas as industrias processadoras de carne em função da inclusão de pecuaristas familiares no mercado formal de carnes. Situação da Ação: Concluída Demanda/problema: necessidade de mão de obra capacitada para atuar como guias turísticos Ação: Cursos do Técnico em Guia de Turismo SENAC Objetivo: capacitar recursos humanos para atuação na condução de turistas Executor: SENAC Contato: 32427233 Data final da ação: 2017 Recurso: não informado Fonte: SENAC Metas atingidas: 170 profissionais capacitados. Indicadores de impacto: 10 turmas, totalizando 140 guias formados no decorrer de 2006 até 2014. Os cursos tem duração média de2 anos. Em agosto de 2015 iniciará mais uma turma com 30 alunos. Situação da Ação: Em andamento. Normas e Regulação Demanda/problema: regulamentar o uso da marca coletiva territorial Ação: regulamento da marca Objetivo: definir padrões de processos e produtos para uso da marca Alto Camaquã Executor: ADAC – Mateus Oliveira Garcia Contato: (53) 9965 8530 – [email protected] Data final da ação: 2014 Recurso: não envolveu recursos financeiros pois grande parte das discussões ocorreram via internet. A decisões foram tomadas em reuniões ordinárias e extraordinárias da ADAC. Fonte: auto financiamento Metas: definir classes de produtos e serviços passíveis de utilizar a marca; critérios para uso da ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI marca associada a carne de cordeiro e turismo. Como pode ser observado no item relativo a marca coletiva, forma definidas três classes de produtos (NCL 24 tecidos em lã, NCL 29 carne de ovinos, NCL 30 mel e doces de frutas) e duas de serviços (NCL 39 -visitas turísticas, NCL 43 restaurantes, acomodações temporárias. Indicadores de impacto: com esta ação foi possível iniciar o longo de processo de padronização dos produtos. Até o momento está em vigor apenas o padrão para a “carne de cordeiro do Alto Camaquã”, conforme informações apresentadas no item “marca coletiva” Situação da Ação: Em Andamento Governança e Cooperação Demanda/problema: Estabelecer espaço de reflexão e decisão compartilhada no âmbito do território Alto Camaquã Ação: O Fórum do Alto Camaquã foi criado como um espaço de construção coletiva. Em reuniões semestrais (maio e outubro) realizadas de forma itinerante entre os municípios, abertas ao público são avaliadas e programadas as ações voltadas ao Desenvolvimento Territorial do Alto Camaquã. Na primeira reunião do Fórum, realizada em Santana da Boa Vista, no dia 8 de agosto de 2008, foram definidos os temas estratégicos que deram origem ao trabalho do Alto Camaquã. Eram eles: pecuária familiar, marca coletiva, turismo, novas estratégias produtivas, educação e fortalecimento das organizações. Objetivo: facultar a todos os atores do território a oportunidade de apresentar sugestões e participar da reflexão e decisões sobre a estratégia de desenvolvimento territorial proposta para o Alto Camaquã; Executor: ADAC – Mateus Garcia Contato: (53) 99658530 – [email protected] Data final da ação: 2014 Recurso: R$ 10.000,00 Fonte: EMBRAPA, ELETROBRAS/CGTEE, FETAG Metas: dispor de um meio para pensar, pactuar e decidir de forma compartilhada sobre os rumos do Alto Camaquã; fortalecer a identidade e a imagem do território; estabelecer situação futura desejada); promover a ação coletiva (cooperação para atingir objetivos). Indicadores de impacto: o principal impacto foi a criação de um espaço de governança territorial que funcionou entre agosto de 2008 e maio de 20014. Beneficiou diretamente os membros da ReAc e indiretamente todos os demais atores institucionais interessados no tema do desenvolvimento regional. Deverá ser retomado em outubro de 2015. Situação da Ação: Em Andamento Plano de Desenvolvimento do APLs Demanda/problema: integrar os atores do território em torno de uma ideia comum relacionada com as potencialidades regionais representadas por aspectos ambientais, sociais, históricos e econômicos muitas vezes tidos como “sinais de atraso” Ação: Organização da Rede Alto Camaquã (ReAC), envolvendo todas as Associações das localidades participantes do projeto Alto Camaquã. Objetivo: identificar potencialidades, deficiências, oportunidades e ameaças do local; exercitar o conceito de “sistemas intensivos em conhecimentos”; Executor: EMBRAPA – Marcos Borba ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Contato: (53) 9972 3159 – [email protected] Data final da ação: processo permanente Recurso: R$ 20.000,00 Fonte: EMBRAPA, CGTEE, FETAG Metas: estabelecer Indicadores de impacto: numero de associações que compõem a Rede; presença de ações coordenadas no âmbito do território; vendas coletivas. Beneficiou aos associados da ADAC Situação da Ação: Em Andamento Sustentabilidade Ambiental Demanda/problema: necessidade de valorizar os recursos forrageiros campestres Ação: Mapear a vegetação em escala territorial a partir de imagens de satelite Objetivo: classificar e monitorar a cobertura vegetal do território Alto Camaquã Executor: EMBRAPA – Danilo Rocha Contato: (53) 32404650 – [email protected] Data final da ação: processo permanente Recurso: R$ 20.000,00 Fonte: EMBRAPA Metas: produzir mapa de vegetação classificada por tipo e área ocupada no território. Indicadores de impacto: o principal impacto desta ação foi a revelação de que o território Alto Camaquã constitui-se na região mais bem preservada do Rio Grande do Sul, informação que reforça a imagem de território durável. Esta ação beneficiou aos membros da ReAC e poderia beneficiar o conjunto dos municípios em caso dos gestores optarem por uma estratégia de desenvolvimento sustentável. Trata-se de importante diferencial competitivo para produtos e serviços deste território. Situação da Ação: Em Andamento Demanda/problema: necessidade de promover mudança de atitude com relação ao recurso agua. Ação: mapeamento das nascentes no território Alto Camaquã Objetivo: captar, descrever e analisar as percepções, ideias, cotidiano econtextos dos atores sociais relacionados ao recurso agua; localizar e classificar quanto a tipo e estado de conservação Executor: Curso de Gestão Ambiental UNIPAMPA São Gabriel – Cibelle Carvalho Contato: (55) 99062252 - [email protected] Data final da ação: 2014 Recurso: R$10.000,00 Fonte: EMBRAPA, CGTEE Metas: conhecer as ideias, percepções e representações dos pecuaristas familiares sobre manejo de campo e água, escassez hídrica, água e qualidade de vida e a influência na produção pecuária. Indicadores de impacto: este estudo reúne subsídios para melhor atrelar estratégias de educação ambiental no território, elementos importantes para oferecerem subsídios nas ações de políticas públicas, extensão e pesquisa, contribuindo assim para o exercício da educação ambiental eficiente. Foram beneficiadas apenas duas localidades do território devido a grande demanda de trabalho. Situação da Ação: Continuidade Pendente de recursos humanos e financeiros. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Infraestrutura e Logística Demanda/problema: necessidade de autonomia com relação a logística Ação: Aquisição de Caminhões via Programa de Regionalização da produção de alimentos, com recursos do BADESUL via FEPAER Objetivo: adquirir dois caminhões de porte médio, sendo uma para transporte de animais e outro para transporte de carne resfriada. Executor: ADAC – Mateus Oliveira Garcia Contato: (53) 99658530 – [email protected] Data final da ação: 2014 Recurso: R$ 300.000,00 Fonte: parceiros que viabilizam financeiramente a ação Metas: obter 100% de autonomia na logística da carne ovina, da produção a comercialização e distribuição de carne; reduzir os custos de transação na cadeia da carne ovina para os produtores do Alto Camaquã. Indicadores de impacto: a totalidade dos animais comercializados pelos pecuaristas familiares no ano de 2014 foi transportada em caminhões próprios o que além de representar menor custo (cobra-se apenas valor da manutenção) a aquisição dos caminhões permitiu aos membros da ReAC romper com a dependência das administrações públicas que eram quem, no inicio, prestavam este serviço. Foram beneficiados todos os membros da ReAC e a ADAC aumentou seu patrimônio. Situação da Ação: caminhão de animais operando normalmente, portanto ação Concluída; a operação do caminhão frigorifico está Pendente de recursos para licenciamento. Ações Estratégicas Médio prazo Demanda/problema: fortalecer a estratégia de associação de marcas onde a marca Alto Camaquã possa ocupar novos espaços de mercado Ação: participar de arranjo jurídico com outras marcas visando obter benefícios como a incubação da marca pela EMBRAPA Objetivo: tomar parte de personalidade jurídica que deverá compor Parceria Público Privada envolvendo Embrapa, ARCO, IFSUL, ADAC e outras quatro empresas presentes no mercado de carne ovina. Executor: ADAC – Mateus Oliveira Garcia Contato: (53) 99658530 – [email protected] Data final da ação: 2016 Recurso: ainda não definido Fonte: a intenção é buscar apoio do MDIC Metas: dispor de assessoria técnico científica da Embrapa e IFSUL para o desenvolvimento de novos produtos a base de carne ovina, com embalagens adequadas com rotulagem; garantir maiores espaços de mercado; fortalecer associação de marcas com outras associações ou empresas. Indicadores de impacto: viabilização da venda em cortes especiais; oportunidade de ofertar produtos exclusivos no mercado; presença em mercados extra-regionais. Os benefícios adviriam especialmente do aumento de renda ao produtor e fortalecimento da ADAC. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Situação da Ação: A Iniciar Longo prazo Demanda/problema: encontrar um formato jurídico capaz de permitir o avanço do APL Alto Camaquã com vantagens Ação: avaliar prospectivamente prós e contras da ReAC constituir-se em uma Cooperativa. Atualmente existe uma cooperativa agrícola em Santana da Boa Vista que está inativa mas sem qualquer tipo de pendencia, seja jurídica, econômica ou trabalhista. Negociações foram iniciados visando avaliar tal possibilidade. Objetivo: dar viabilidade a uma atuação comercial de maior porte para a ReAC, com benefícios fiscais e acesso a crédito. Executor: ADAC – Mateus Oliveira Garcia Contato: (53) 99658530 – [email protected] Data final da ação: 2019 Recurso: não definido Fonte: não definida Metas: Em cinco anos concluir a migração da Associação Civil sem fins lucrativos para uma Cooperativa. Indicadores de impacto: benefícios obtidos para o membros da ReAC na forma acesso a politicas de crédito e assistência via politicas publicas. Situação da Ação: A Iniciar 2.4.4. Ações de Cooperação Previstas Acesso a Mercados e Inteligência Comercial No que se refere ao acesso a mercados e inteligência comercial, três ações de cooperação estão previstas para os próximos anos. A concretização de circuitos curtos para a carne ovina (venda direta ao consumidor), parceria com o movimento dos Chefs brasileiros liderados por Alex Atala voltada a promoção de produtos com identidade associada ao território e a viabilização da estratégia de vendas de carne pela internet (e-commerce) Demanda/problema: Necessidade de estabelecer relação mais direta com os consumidores Ação: Circuitos curtos. Trata-se de organizar pontos de venda próprios, organizar eventos e participar em feiras e definir estratégia de marketing. Objetivo: Reduzir o numero de intermediários na cadeia da carne, visando que os pecuaristas familiares do Alto Camaquã se apropriem de fatias cada vez maiores dos valores gerados. Executor: ADAC – Mateus Oliveira Garcia Contato: (53) 99658530 – [email protected] Data final da ação: processo permanente Recurso: Estima-se a necessidade de R$ 50.000, 00 para estabelecer a estratégia Fonte: ainda não definido Metas: estabelecer um ponto de vendas em cada um dos municípios do território e um ponto de vendas em Porto Alegre em parceria com outras marcas de carne do Pampa. Indicadores de impacto: Volume de carne comercializada diretamente. Beneficio que atinge a todos os membros da ReAC e comerciantes associados ao APL. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Situação da Ação: A Iniciar Demanda/problema: esta demanda não nasce de problemas mas sim de uma oportunidade representada pelo movimento dos chefs de cozinha brasileiros em torno dos produto com identidade associada a territórios. Liderados pelo chef Alex Atala os chefs firmaram um manifesto exaltando a importância dos produtos locais tradicionais com qualidade vinculadas a origem, para a gastronomia brasileira. Ação: A ação consistirá na aproximação com os chefs. Recentemente foi estabelecido contato com o chef responsável pela organização do espaço do bioma Pampa dentro de mercados de Pinheiros, em São Paulo. Neste mercado o chef Atala, por intermédio do Instituto Atá e seus parceiros, está organizando espaços para promoção de produtos com estas características. Nova reunião foi agendada para acontecer durante a Expointer 2015. Objetivo: Dar a conhecer os produtos Alto Camaquã no meio dos profissionais da gastronomia. Executor: ADAC – Mateus Oliveira Garcia Contato: (53) 99658530 – [email protected] Data final da ação: 2016 Recurso: não definido Fonte: não definido Metas: Participar até 2016 de pelo menos 01 evento em São Paulo e outro em Porto Alegre; organizar a Expo Alto Camaquã de 2016 de modo que a gastronomia seja o principal atrativo e convidar chefs de reconhecimento para elaborar pratos com a carne do Alto Camaquã, sempre em associação com o turismo. Indicadores de impacto: o impacto será medido pela aceitação da carne de cordeiro Alto Camaquã pelos profissionais da gastronomia. A ação beneficiará a totalidade do APL. Situação da Ação: A Iniciar Demanda/problema: facilitar o acesso dos consumidores aos produtos Alto Camaquã Ação: Organizar a venda via internet de produtos do território, envolve a habilitação do sitio, a definição de cortes e estratégia de venda por internet. Objetivo: habilitar a venda de carne e produtos turísticos via a pagina www.altocamaqua.com.br Executor: ADAC – Mateus Oliveira Garcia Contato: (53) 99658530 – [email protected] Data final da ação: 2018 Recurso: não definido Fonte: não definido Metas: disponibilizar para comercialização via internet (e-commerce), no prazo de dois anos, o produto carne e os atrativos turísticos Indicadores de impacto: impacto será medido sobre o volume de vendas e a ação beneficiará tanto os produtores de carne quanto os agentes ligados ao turismo. Situação da Ação: A Iniciar Financiamento e Investimento Demanda/problema: necessidade de recursos para implantação de um programa integrado de ovino-turismo em escala territorial ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Ação: Plano para o Desenvolvimento do Turismo, inclui desde a mobilização dos potenciais empreendedores, capacitação, qualificação da infraestrutura, elaboração de projeto e captação de recursos. Objetivo: Implantar o circuito Alto Camaquã de Turismo Rural e de Aventura. Executor: Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Bagé – Juliano Munhoz Contato: (53) 99577797 – [email protected] Data final da ação: 2018 Recurso: R$ 500.000,00 Fonte: não definido Metas: Organizar, no prazo de três anos, roteiro turístico envolvendo, pelo menos, cinco empreendedores e um evento em cada um dos municípios. Indicadores de impacto: produto comercializado, Beneficio direto para os empreendedores e indireto para todo o território devido ao maior fluxo de pessoas. Situação da Ação: A Iniciar Inovação e Tecnologia Demanda/problema: necessidade de maior controle sobre a cadeia produtiva da carne ovina Ação: Parceria Publico Privada para incubação da marca pela Embrapa Objetivo: garantir a incubação da marca Alto Camaquã pela EMBRAPA com a finalidade de obter assessoria para o desenvolvimento de cortes, embalagem, rotulagem e novos produtos a base de carne ovina Executor: ARCO/Edegar Franco, com interveniência da Embrapa, SEBRAE, Prefeitura de Bagé Contato: (53) 99286062 [email protected] Data final da ação: março de 2016 Recurso: aguardando plano de viabilidade econômica que está sendo elaborado pelo SEBRAE Fonte: não definida, o MDIC deverá ser acionado Metas: chegar ao mercado com carne embalada em cortes especiais no prazo de 18 meses Indicadores de impacto: quantidade de carne comercializada em cortes especiais embalada em porções; redução do custo de transporte Situação da Ação: Em andamento Demanda/problema: necessidade de avaliar o bem-estar animal no âmbito dos sistemas de produção ovina do Alto Camaquã Ação: Validar protocolo para avaliação de bem-estar de ovinos Objetivo: classificar os sistemas de produção de ovinos quanto ao nível de bem-estar dos animais Executor: ARCO em parceria com Embrapa, MAPA, USP e Universidade Positivo do Paraná Contato: (53) 99286062 – [email protected] Data final da ação: 2017 Recurso: indefinido mas deve aproximar-se dos R$ 500.000,00 Fonte: em tratativas com a Embrapa, MAPA e ARCO Metas: dispor de um protocolo de avaliação ajustado às condições do Alto Camaquã; software para avaliar e acompanhar; base de dados; agregar valor aos produtos do território Indicadores de impacto: sistema implantado Situação da Ação: Em Andamento ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Extensão Produtiva e Inovação Demanda/problema: necessidade de viabilizar assistência técnica exclusiva para os produtores de ovinos do Alto Camaquã Ação: ATER ovinos do Alto Camaquã. Prevê a indução de uma chamada pública para projetos de ATER via MDA. A ARCO já está devidamente habilitada junto ao MDA para prestar tal serviço. Objetivo: Contratar seis técnicos para dar assistência ao membros da ReAC Executor: ARCO/Edegar Franco Contato: 53) 99286062 [email protected] Data final da ação: outubro de 2015 Recurso: R$ 3.000.000 Fonte: MDA Metas: dispor, no prazo de 12 meses, de seis técnicos para prestar assistência exclusiva aos membros da ReAC Indicadores de impacto: Numero de produtores atendidos. Impacto direto para os membros da ReAC e indireto para a cadeia ovina do RS. Situação da Ação: A Iniciar Gestão Estratégica Demanda/problema: necessidade de atualizar o Plano Estratégico da ADAC Ação: Revisão do Planejamento Estratégico da ADAC Objetivo: Atualizar o planejamento estratégico da ADAC revisando missão, visão, objetivos, diretrizes, valores e planos operacionais. Executor: ADAC – Mateus Oliveira Garcia Contato: (53) 99658530 – [email protected] | Data final da ação: abril de 2016 Recurso: ainda não estimado Fonte: Será negociado com SEBRAE Metas: Elaborar um plano para os próximos dois anos. Indicadores de impacto: descreva o impacto potencial da ação, discriminando o número de beneficiários diretos e indiretos Situação da Ação: informar se “Concluída”, “Em Andamento”, “Pendente”, “Cancelada”, “A Iniciar”, etc. Demanda/problema Ação: Plano de Negócios Objetivo: reavaliar e redefinir os objetivos de do Alto Camaquã enquanto “negócio”, determinando quais passos devem ser dados para reduzir riscos e incertezas. Executor: ADAC – Mateus Oliveira Garcia Contato: 53 99658530 – [email protected] Recurso: ainda não definido Fonte: será negociado com SEBRAE possível apoio Metas: obter mecanismos para avaliar de forma permanente a viabilidade do negocio ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Indicadores de impacto: melhorar o nível de inserção dos produtos Alto Camaquã em mercados que valorizem os produtos nos próximos dois anos. Situação da Ação: A Iniciar Pesquisas e Estudos Demanda/problema: necessidade de obter informações precisas sobre a qualidade da carne de cordeiros do Alto Camaquã, em especial a composição da gordura Ação: Avaliar o perfil de ácidos graxos da carne de cordeiro Objetivo: quantificar a presença de ácidos graxos saturados, insaturados e poli-insaturados Executor: Embrapa – Sergio Juchem Contato: [email protected] Data final da ação: 2018 Recurso: ainda indefinido Fonte: EMBRAPA Metas: Em três anos poder usar o perfil de ácidos graxos como diferencial da carne de cordeiro do Alto Camaquã em um Plano de Marketing da carne de cordeiro do Alto Camaquã. Indicadores de impacto: Plano de marketing elaborado Situação da Ação: Em andamento Formação de Trabalhadores Demanda/problema: necessidade de profissionalizar os recursos humanos para trabalhar com ovinos Ação: Escola de Pastores compreenderá o oferecimento de um curso teórico-prático com duração de seis meses. Objetivo: formar pastores profissionais Executor: Embrapa – Marcos Borba Contato: (53) 3240 4682 – [email protected] Data final da ação: deverá ser implantado em 2016 e tornar-se um processo permanente Recurso: não definido Fonte: Parceria entre MAPA, Embrapa, ARCO, IFSUL, FEPAGRO, SEAP/RS, UNIPAMPA, SEBRAE e SENAR Metas: Formar 40 pastores profissionais por ano com possibilidade Indicadores de impacto: numero de alunos efetivamente matriculados por ano e disponibilidade de mão de obra qualificada. Situação da Ação: A Iniciar Normas e Regulação Demanda/problema: obter registro definitivo da Marca Coletiva Territorial Ação: Deposito no INPI Objetivo: formatação do Regulamento de funcionamento da Marca Coletiva Territorial Executor: ADAC – Mateus Garcia Contato: 53 99658530 – [email protected] Data final da ação: dezembro de 2015 Recurso: taxa do INPI ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Fonte: ADAC Metas: registrar como marca multi-classes Indicadores de impacto: proteção da propriedade da marca Situação da Ação: Em Andamento Governança e Cooperação Demanda/problema: restabelecer o espaço multi-atores de elaboração e reflexão sobre o desenvolvimento do Alto Camaquã Ação: Fórum do Alto Camaquã Objetivos: Promover o desenvolvimento territorial endógeno do Alto Camaquã; Identificar potencialidades (pontos de convergência) para o desenvolvimento territorial; Promover o reconhecimento das potencialidades do território; Promover a cooperação em torno de uma noção compartilhada de desenvolvimento; Promover a interação social entre os diferentes grupos de atores; Fortalecer a identidade territorial; Identificar e promover lideranças locais; Elaborar estratégia territorial de desenvolvimento (fortalecimento APL); Executor: ADAC – Mateus Garcia Contato: 53 99658530 – [email protected] Data final da ação: outubro de 2015 Recurso: R$ 2.500,00 Fonte: FETAG, ADAC Metas: retomar as reuniões semestrais (maio e outubro) do Fórum. A ultima reunião ocorreu em maio de 2014. Indicadores de impacto: Fortalecimento da governança do APL Situação da Ação: A Iniciar Plano de Desenvolvimento dos APL Demanda/problema: falta de politicas públicas de apoio a pequenos e medias industrias frigoríficas Ação: Apoio ao setor industrial do APL. Envolverá a apresentação de um plano de melhorias das plantas frigorificas do território ao MDIC com vistas a obtenção de linhas de crédito para atualização estrutural e tecnológica e capital de giro, com taxas de prazos compatíveis com a escala das industrias. Objetivo: qualificar o abate de cordeiros e o processamento de carnes no âmbito do Alto Camaquã. Executor: ADAC – Mateus Garcia e ARCO – Edegar Franco Contato: (53) 99658530 Mateus Garcia – [email protected] /(53) 99286062 – [email protected] Data final da ação: 2017 Recurso: R$ 10.000,00 Fonte: não definido, depende de negociação com MDIC Metas: ter, no prazo de cinco anos, três industrias frigorificas em operação no Alto Camaquã processando carne ovina em parceria com a Rede Alto Camaquã. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Indicadores de impacto: redução do abate informal e aumento da oferta de carne com a marca Alto Camaquã nos mercados, inclusive fora do Rio Grande do Sul. Beneficio direto aos produtores do Alto Camaquã e a toda a cadeia da carne ovina. Situação da Ação: Pendente de negociação Sustentabilidade Ambiental Demanda/problema: necessidade de se quantificar os serviços ecossistêmicos produzidos no âmbito dos sistemas de produção de ovinos sobre campo natural no Alto Camaquã, com vistas a diferenciação dos produtos no mercado e o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) Ação: Caracterização de Serviços Ambientais no Alto Camaquã. Será apresentada às instituições de pesquisa da região a demanda para que se elaborem projetos de pesquisa com a finalidade de quantificar e monitorar os serviços ambientais. Objetivo: gerar índices para ser usados como instrumento do programa de marketing e gerar subsídios para encaminhar junto ao Comitê da Bacia do Rio Camaquã e a Assembleia Legislativa pleito por PSA. Executor: ADAC – Mateus Garcia Contato: (53) 99658530 – [email protected] Data final da ação: 2020 Recurso: R$ 500.000,00 Fonte: não definido Metas: quantificar a contribuição dos sistemas de produção de ovinos sobre campo nativo em termos de “produção de agua” (infiltração e recarga de aquíferos) e manutenção da biodiversidade; determinar a “pegada” de carbono dos sistemas e ampliar o uso do balanço emergético (emergia é a energia incorporado nos sistemas). Indicadores de impacto: obtenção de dados objetivos capazes de subsidiar o marketing territorial e obtenção do PSA. Beneficio direto aos pecuaristas que adotarem o manejo conservacionista e indireto as cadeias ovinas. Situação da Ação: A Iniciar Infraestrutura e Logística Demanda/problema: necessidade de aproveitar as oportunidades de mercado para a carne ovina representado por expofeiras e eventos promocionais Ação: aquisição de um “kit” composto por um furgão, um freezer, uma balcão frigorifico, uma mesa e uma balança, de forma que seja possível organizar a dinâmica de participação e promoção dos produtos Alto Camaquã ao público consumidor. Associado a questão comercial esta ação proporciona o marketing via a exposição a marca estampada no furgão e no caminhão. Objetivo: garantir a presença da marca Alto Camaquã em eventos Executor: ADAC – Mateus Garcia Contato: (53) 99658530 – [email protected] Data final da ação: 2016 Recurso: R$ 150.000,00 Fonte: não definido Metas: participar de pelo menos cinco eventos por ano. Indicadores de impacto: reconhecimento social da marca e volume de vendas. Beneficio de todos os membros da ADAC. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Situação da Ação: A Iniciar Incentivos Demanda/problema: necessidade de obter apoio do estado para o fortalecimento do APL Alto Camaquã Ação: Reconhecimento imediato da AGDI enquanto APL Ovinos & Turismo Alto Camaquã. A ação envolve a elaboração de documento contendo informações sobre a evolução, situação atual e futura do APL. Objetivo: Cumprir com os requisitos do estado para que o Alto Camaquã seja reconhecido como APL Executor: ADAC – Mateus Oliveira Garcia Contato: (53) 9965 8530 – [email protected] Data final da ação: 2015 Recurso: R$ 150.000,00 curto prazo Fonte: governo - MDIC Metas: reforçar a governança, formação novas lideranças, para atuar em processos coletivos; organizar o fluxo de informações entre os membros da ReAC; recursos humanos para trabalhar as relações interinstitucionais; fortalecer a ação coletiva em torno da Marca Alto Camaquã. Indicadores de impacto: incremento do número de atores na governança do APL; novos lideres formados; informação de forma concomitante em todas associações; ReAC realizando a comercialização coletiva envolvendo, pelo menos, 250 produtores. Ação beneficiará o conjunto dos atores da cadeia ovina no território. Situação da Ação: Em Andamento Ações Estratégicas Médio prazo Demanda/problema: necessidade de coordenar as ações da ovinocultura no âmbito do Rio Grande do Sul Ação: Apoiar a elaboração do Plano de Desenvolvimento da Ovinocultura Gaúcha. Atuar intencionalmente em colaboração com a ARCO visando a elaboração do Plano. Objetivo: contribuir para a melhoria das condições das cadeias da carne e da lã no RS. Executor: ADAC – Mateus Garcia Contato: (53) 9965 8530 – [email protected] Data final da ação: 2015 Recurso: não envolve valores monetários Fonte: Metas: contribuir para o fim da estacionalidade da produção ovina no Rio Grande do Sul. Indicadores de impacto: numero de animais abatidos; consumo de carne; aumento da qualidade e da quantidade de lã processada pela indústria do Rio Grande do Sul. Situação da Ação: Em Andamento Longo prazo Demanda/problema: necessidade de manter o processo de inovação Ação: Rede de Inovação em prol do APL Alto Camaquã Objetivo: descrever o(s) objetivo(s) específico(s) da ação ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Executor: nome da instituição e da pessoa responsável pela execução da ação Contato: telefone e email da pessoa responsável pela ação Data final da ação: data de término ou prevista para o término da ação Recurso: valor total aportado, incluindo contrapartidas Fonte: parceiros que viabilizam financeiramente a ação Metas: resultado(s) a alcançar Indicadores de impacto: descreva o impacto potencial da ação, discriminando o número de beneficiários diretos e indiretos Situação da Ação: A Iniciar 2.5. Coordenação 2.5.1. Coordenação e vínculos para o desenvolvimento do APL A ADAC mantém vínculos formais com a Embrapa, com as prefeituras de Bagé, Encruzilhada, Caçapava e Canguçu (atualmente negocia com as demais). Também a ADAC mantém acordo formal de cooperação com a ARCO. A relação com a Embrapa se concretiza na forma de projetos de pesquisa que são executados em parceria com outras instituições de pesquisa. As relações das Universidades com a Rede Alto Camaquã se dá principalmente através dos cursos de pós graduação. No PGDR da UFRGS já foram desenvolvidas duas dissertações e uma tese de doutorado que tem na experiência do Alto Camaquã seu apoio empírico. Outras duas dissertações foram desenvolvidas no departamento de Ecologia, contribuindo para o conhecimento da diversidade vegetal do território. No departamento de Zootecnia da UFPEL quatro dissertações de mestrado foram executadas, contribuindo com as primeiras avaliações de carcaças e carne de caprinos criados em condições naturais no território. Na UFSM foram desenvolvidas outras duas dissertações, uma no pós-graduação em Extensão Rural e outra no departamento de Engenharia. Contribuições sobre o uso dos recursos naturais por parte dos pecuaristas familiares. Além disso a universidade é parceira da Embrapa em projeto de pesquisa relacionados com a “Caracterização da Carne de ovinos do Alto Camaquã”. A UNIPAMPA tem apoiado através do curso de Gestão Ambiental do campus de São Gabriel e do curso de Zootecnia do campus Dom Pedrito. Através do Laboratório Interdisciplinar de Ciências Ambientais – LICA, a equipe da Gestão Ambiental, através de alunos bolsistas, realizou as primeiros ações de mapeamento das nascentes no território. As equipes dos cursos de Zootecnia tanto da UNIPAMPA quanto da UFPEL são parceiras da Embrapa no projeto de “Caracterização das Carnes de Ovinos do Alto Camaquã”. O SEBRAE é outro agente com atuação importante no território através do programa Juntos Para Competir. O Sebrae trabalha com grupos e mantém vários destes nos municípios do Alto Camaquã. Neste momento ha tratativa no sentido de aproximar os trabalhos do Sebrae, da Embrapa da ARCO. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI 2.5.2. Governança e instâncias decisórias em prol do arranjo; A Rede Alto Camaquã está organizada em níveis de complexidade. O primeiro nível é o da Associação de base comunitária, a rede local. Neste nível o trabalho envolve a valorização dos recursos locais e das experiência das pessoas. Isso se dá mediante a aplicação de metodologias de pesquisa participativa envolvendo Embrapa, produtores, Universidades e Emater. O espaço de interação é constituído pelas UEPAs (Unidades Experimentais Participativas). Os atores locais definem a localização da UEPA em sua comunidade. Neste espaço acontecem reuniões mensais com a participação dos atores locais e externos. A reunião visa o debate e a reflexão sobre aspectos do uso e manejo de recursos, sistemas de criação, funcionamento dos sistemas naturais, formatos tecnológicos, funcionamento dos mercados, etc., mas também é momento de avaliação dos resultados obtidos com modificações no âmbito do sistema de produção. O segundo nível é fruto da interação entre as Associações, o que conforma a Rede Alto Camaquã (ReAC) que é coordenada pela Associação para o Desenvolvimento Sustentável do Alto Camaquã – ADAC. Neste espaço são elaboradas, debatidas e definidas as estratégias da Rede. Ocorrem reuniões ordinárias (4xano) e extraordinárias da ReAC, que são tratadas como assembleias onde todas as decisões são tomadas. Neste espaço participam os membros da ReAC e representantes de entidades ligadas diretamente a promoção e organização. Entre elas a Embrapa, a ARCO, a EMATER. No terceiro nível ocorrem as interações da ReAC – representada pela ADAC – com os demais agentes. A ADAC é quem negocia, em nome dos membros da ReAC, as parcerias com a indústria, comercio, com a pesquisa, com as administrações públicas, com as representações, com as instituições de ensino, empresas de assessoria, etc. Neste nível a articulação se dá através do Fórum do Alto Camaquã, que uma reunião aberta a todos os atores do território e parceiros com o objetivo de pensar juntos o desenvolvimento regional e pactuar ações conjuntas. O Fórum é a máxima instancia de governança do território, envolve os colaboradores e parceiros, que são tratados como membros da Rede Alto Camaquã. Em resumo as instancias são: 1) reuniões das Associações (nível local); 2) reuniões da ReAC onde participam todos os representantes das Associações 3) assembleia da ADAC onde são tomas das decisões relacionadas a gestão, estatuto, etc. 4) reunião do Fórum do Alto Camaquã onde participam todos os agentes do APL 2.5.3. Relações com organizações locais: 2.5.3.1. Contribuição para o desenvolvimento da comunidade; O APL Alto Camaquã nasceu de uma iniciativa orientada a promoção do desenvolvimento rural em uma perspectiva endógena e territorial o que significa que toda e qualquer mudança na realidade é realizada com a participação dos atores locais. As comunidades são dotadas de capacidade de agencia e tem papel ativo na estrutura organizacional. A Associação é o primeiro nível organizativo e decisório. As UEPAs e a construção do conhecimento no contexto das comunidades tem proporcionado o desenvolvimento de lideranças, bem com de novas habilidades não só em termos técnico-produtivos mas, sobretudo, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI no que se refere a participação em grupos, capacidade de expressar ideias, etc. Do ponto de vista econômico o arranjo proporcionou incremento de renda e reconhecimento social as comunidades do Alto Camaquã. Iniciativas de capacitação dirigida aos jovens e mulheres são realizadas, com destaque para a capacitação em Gestão da propriedade rural e Guia de turismo. 2.5.3.2. Disseminação de valores educativos e melhoria das condições sociais. Como já mencionado, a Rede Alto Camaquã cultiva os valores da solidariedade, da colaboração, da cooperação, do comprometimento com as ideias e as pessoas, com a ética. Os princípios da valorização dos recursos naturais e da experiência de sujeito, são essenciais. Não se trata de palavras, sem o exercício destes valores e princípios não teria sido realizado. Pois, como em todas as reuniões, seja, na UEPA, seja nas associações ou no conjunto da ReAC, homens, mulheres, jovens e crianças, convivem com este conjunto de orientações, entendemos que isso proporciona a todos, ao mesmo tempo e de forma continuada, o contato com valores que tem efeito educativo. A Embrapa já organizou a apresentação das ideias do projeto nas escolas da região. Por intermédio do projeto “Embrapa na escola”, foi possível apresentar a jovens e crianças as premissas do Alto Camaquã, na intenção de fortalecer a autoestima de uma população que vivia com o sentimento de inferioridade. Talvez a maior contribuição do Alto Camaquã tenha sido fazer com que mais pessoas entendam o valor da sua historia e do seu lugar de vida. A frase “não somos melhores nem piores que ninguém, somos diferentes” tem sido repetida ao longo dos anos por um número cada vez maior de pessoas. Isso é de grande significância no contexto de uma região que atravessou os tempos pensando simplesmente que era “pobre e atrasada”. Um outro diferencial da experiência Alto Camaquã é que cada individuo é sujeito do processo e não meramente um receptor passivo de benefícios. Ainda que, por diversas questões, nem todos tomem livremente a palavras para se expressar, anda assim, é possível verificar que a metodologia de “construção do conhecimento” contribui significativamente para o desenvolvimento de das pessoas. Em palavras de um pecuarista familiar” Quando começou este projeto eu não sabia nem falar, hoje não só consigo me expressar como tenho condições de ir a uma universidade, e não só entender o que está sendo dito, mas acima de tudo, fazer três ou quatro perguntas”. Entendemos que as palavras do produtor sintetizam grande parte da transformação que a experiência do Alto Camaquã tem proporcionado para as pessoas envolvidas. 2.5.4. Projetos Desenvolvidos no APL PROJETO Avaliação das condições para a ecologização da pecuária familiar na Serra do Sudeste A ecologização da pecuária familiar como estratégia de desenvolvimento territorial do Alto Camaquã Desenvolvimento Territorial do Alto Camaquã Manejo ecológico da vegetação natural campestre no ELABORACAO/ COORDENACAO EMBRAPA FINANCIADOR ANO FAPERGS 2004 EMBRAPA EMBRAPA 2006 EMBRAPA ELETROBRAS/ CGTEE EMBRAPA 2011 EMBRAPA 2009 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI contexto da pecuária familiar do Alto Camaquã Bases cientificas para a caracterização da carne de ovinos e caprinos do Alto Camaquã Estrategias de difrenciación de los productos de la agricultura familiar en base a su vinculo con el territorio Aproveitamento integral e agregação de valor à carne de ovinos de diferentes categorias dos campos sulbrasileiros: da avaliação in vivo à produção de derivados cárneos Estilos de Agricultura e dinâmicas locais de desenvolvimento rural: o caso da pecuária familiar no território Alto Camaquã do Rio Grande do Sul Colonialidade e desenvolvimento: a ressignificação do lugar em “zonas marginalizadas” no sul do Rio Grande do Sul Vulnerabilidades, capacitações e meios de vida dos pecuaristas de corte da Campanha Meridional e Serra do Sudeste do Rio Grande do Sul. Padrões de diversidade da vegetação lenhosa da região do Alto Camaquã, Rio Grande do Sul A transdisciplinary approach to rural development and conservation in the Alto Camaquã basin, Rio Grande do Sul, Brazil Estudo das comunidades vegetais campestres na região do Alto Camaquã, Rio Grande do Sul Saberes e práticas tradicionais: uma análise do modo de apropriação da natureza pelos pecuaristas familiares da Serra do Sudeste/RS A pecuária familiar e a gestão de recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio Camaquã: um estudo de caso no território Alto Camaquã O turismo como estratégia de desenvolvimento territorial do Alto Camaquã EMBRAPA EMBRAPA 2012 EMBRAPA IICA/PROCISUR 2015 EMBRAPA EMBRAPA 2017 UFRGS UFRGS 2009 UFRGS UFRGS 2014 UFRGS UFRGS 2013 UFRGS UFRGS 2013 UFRGS 2009 UFSM UFSM 2012 UFSM UFSM UFSM UFSM 2015 SENAC SENAC 2014 Uinversidade Munique de 2.6. Investimento e Financiamento 2.6.1. Tendência recente do desempenho econômico das empresas do APL Duas questões são importantes considerar. Mesmo que o APL esteja em processo de organização desde 2005, foi somente a partir dos últimos 24 meses que foi possível estabelecer relações comerciais, e também que estamos tratando de produtores de pequena escala. O processo de ajuste entre a lógica de “pecuária como reserva de capital”, principal característica da pecuária familiar, com a de mercado (ainda que socialmente construído) está em andamento, mas distante de se completar. Tal processo requer grandes cuidados pois a lógica não é a de maximização dos ganhos e sim da otimização dos recursos, ou seja, trata-se de ofertar produtos cuja qualidade corresponda ao grau de durabilidade dos sistemas produtivos. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI 2.6.2. Áreas de investimento das empresas do APL Dado que o Arranjo se dá entre agentes que tem ou baixa capacidade de investimento, como a pecuária familiar, ou encontram-se em fase inicial, como é o turismo que começa a dar seus primeiros passos enquanto atividade econômica, até o momento o APL foi organizado e mantido com recursos captados via projetos de pesquisa e desenvolvimento elaborados pelas instituições parceiras. Os recursos provieram dos seguintes órgãos financiadores: EMBRAPA, ELETROBRAS/CGTEE, CNPq, FAPERGS, PROCISUR/IICA. Até então a prioridade tem sido a expansão da capacidade produtiva e organizativa na região e o desenvolvimento tecnológico orientado a sustentabilidade. Esforços foram realizados com referencia ao desenvolvimento de produto, capacitação e marketing (publicidade, feiras, comerciais, etc.). As associações comunitárias que conformam a Rede Alto Camaquã, através da ADAC e via FEAPER investiram no ano de 2014, R$ 300.00,00 na aquisição de dois caminhões, um de transporte de animais e outro frigorífico. 2.6.3. Investimentos futuros Nos próximos anos pretende-se concentrar investimentos na assistência técnica visando qualificar a capacidade produtiva local para gerar oferta capaz de atingir outras regiões, especialmente a região metropolitana. Para tanto deve-se buscar recursos para garantir a participação em um consorcio de marcas que negocial atualmente uma estratégia onde a EMBRAPA funcionaria como incubadora. Significaria não só assessoramento tecnológico mas também a transferência de “segredos industriais” para produtos inéditos no mercado. Também a intenção de investir em estrutura para dispor de ponto de venda próprio em um grande centro urbano, um ponto de venda em cada um dos municípios do território e ainda participação em feiras e organizar eventos gastronômicos dentro de um calendário turístico. Outro aspecto que deverá merecer atenção é o Plano de Marketing Territorial do Alto Camaquã. 2.6.4.Demanda potencial em termos de tipo de crédito a ser ofertado e volume LINHA DE CREDITO Manejo de recursos naturais (conservação de campos, reservação de agua, irrigação de campo pastagens, kits de cerca elétrica Mecanização (tratores de pequeno e médio porte, roçadeiras, conjunto para fenação, plantio direto, etc) Construção de centros de manejo (mangueiras, balança, etc) Recursos para adequações estruturais (desossa, cortes, embalagem, armazenamento) de pequenas industrias de carne às exigências sanitárias e ambientais e atualização tecnológica Recursos para capital de giro destinados a pequenas industrias e comércios especializados em carne Recurso para turismo rural PRAZO (anos) 5 CARENCIA 2 R$ (milhões) 1 10 2 3 5 20 1 2 2 5 12 - 2 10 2 1 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI 2.7. Qualidade e Produtividade No Alto Camaquã a qualidade é tratada como um atributo do processo produtivo, incluindo a relação com os recursos ambientais, e não do produto. A intenção é construir a imagem de que o Alto Camaquã é um território que consciente e intencionalmente optou por uma estratégia de desenvolvimento durável e que os produtos e serviços provenientes deste, são produtos de baixo impacto e uma qualidade que além de objetiva também é intangivelmente associada a sua origem e forma de produção. Dois elementos são importantes neste processo: a marca coletiva que ao mesmo tempo comunica tais características e certifica a origem. No caso do Turismo, o Alto Camaquã, em função se sua estratégia, foi reconhecido pela Associação das Montanhas Mundialmente Famosas (WFMA em inglês) (ver links abaixo). http://wp.clicrbs.com.br/rumosdafronteira/2010/12/08/bage-passa-a-integrar-a-associacaomundial-de-montanhas-famosas/?topo=13,1,1,,,13&status=encerrado http://www.anptur.org.br/novo_portal/anais_anptur/anais_2014/arquivos/DTP/DTP3DTP5/121.pdf http://bs.sede.embrapa.br/2010/destaque6.html Mesmo sendo uma certificação internacional, a estratégia do turismo regional ainda não adotou o fato de ser, juntamente como o Geoparque do Araripe, os Monólitos de Quixadá e Guaramiranga (todos no Ceará), os únicos membros da WFMA na América Latina. Trata-se de um potencial que não foi devidamente ativado. A capacidade instalada contempla potencialmente 9 mil unidades rurais de produção distribuídas em uma região de mais de 35 mil Km2, que envolve mais de 300.000 mil habitantes, três industrias de porte médio, 4 abatedouros municipais e pontos de venda em todos os municípios do território mais a região metropolitana. Um dos principais aspectos da produção primaria do Alto Camaquã é o reduzido uso de insumos. Mesmo que não fosse assim haveria plena disponibilidade de todos tipo de insumos, de sementes a máquinas e equipamentos, passando pela genética animal e vegetal. As industrias demandam energia mas pelo seu porte não tem tido problemas de oferta. O único caso de terceirização parece ser a destinação de vísceras nas industrias de carne, os são destinada por empresas especializadas, nem sempre da região. De qualquer forma o serviço é prestado a contento. 2.8. Tecnologia e Inovação No que se refere a tecnologia o setor de produção ovina do APL apresenta um baixo nível de incorporação. Parte devido a inadequação dos formatos tecnológicos disponíveis que impõem uma intensificação produtiva que é incompatível com as condições econômicas e ambientais do Alto Camaquã. Parte deve-se a reduzida importância que se atribuiu nesta região à ovinocultura nos 30 anos pós crise da lã. A ovinocultura não desapareceu, manteve sua importância social, enquanto fonte de proteína, mas ficou reduzida a subsistência. Decorrente desta combinação de fatores temos que, apesar do grande acervo de tecnologias de produção disponíveis, os ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI produtores do APL estão as estão utilizando. A abordagem do desenvolvimento territorial endógeno do Alto Camaquã atribui valor a esta situação, dado que a falta de êxito da “difusão de tecnologias” permitiu que esta região conservasse um conjunto de elementos que são extremante valiosos nos dias atuais. Trata-se da preservação de uma forma de produção fortemente vinculada ao meio biofísico, a pecuária de campo nativo. A não utilização de insumos químicos (fertilizantes, agrotóxicos, etc) e energéticos (combustível) completa o quadro de sustentabilidade ambiental. O agroecossistema, no entanto apresenta problemas de renda e, portanto, não garante a sucessão familiar. A Embrapa Pecuária Sul, através do grupo de Agroecologia, partindo da questão: “como podemos gerar renda, sem perder o elevado índice de “renovabilidade”, propôs a conservação do campo (mediante estudos realizados com a participação dos pecuaristas familiares), a organização social, a valorização dos produtos e o uso de um selo distintivo como estratégia para transformar a realidade regional. Adotou os princípios da Agroecologia e uma perspectiva territorial. O resultado tem sido um processo de inovação socialmente construído, cuja essência é manejo conservacionista dos campos baseado no descanso de áreas e controle sobre o consumo, de forma que permaneça um resíduo após o pastejo dos animais. Desta forma não só tem sido possível aumentar a oferta de forragem, mas também manter a cobertura do solo, a capacidade de infiltração de agua, a manutenção da biodiversidade, a fauna, a paisagem, o sequestro de carbono, reduzir a erosão, etc. Uma infinidade de serviços ecossistêmicos além da carne. Trata-se de uma pecuária que ao mesmo tempo produz e conserva, o e faz a partir prioritariamente de energia renovável. Os produtos deste sistema se distinguem por um conceito de qualidade que envolve o sistema de produção como um todo e não apenas o produto final. Tal conceito deve ser comunicado coo forma de diferenciar os produtos oriundos deste território. Para isso está a marca coletiva territorial. Com isso queremos dizer que a inovação tecnológica no Alto Camaquã é baseada em tecnologias de processo e não de produção, atreladas a inovação organizacional e metodológica. Na ausência de metodologias apropriadas e organização social, as tecnologias não fazem sentido, como se pode comprovar com o que aconteceu nos últimos 40 anos quando uma grande variedade de tecnologias foram ofertadas sem que fossem incorporadas a maioria dos sistemas de produção. No entanto, após o desenvolvimento metodológico-organizacional e o exercício coletivo da ReAC, incluindo a passagem pelo mercado, os pecuaristas familiares começam a atribuir importância às tecnologias de produção, sem perder de vista a discussão sobre “que tecnologia” é capaz de promover melhorias nos sistemas sem descaracteriza-los quanto a “eficiência ecológica”. A incorporação de tecnologias de produção deverá ocorrer dentro de um contexto de transição agroecológica. Para isso se faz necessária uma assistência técnica capaz de compreender o processo de “construção do conhecimento”, ou seja, compreender que o conhecimento simplesmente não se transfere, deve-se criar um contexto que mobiliza a capacidade local de inovação. A estratégia garante que os produtos do Alto Camaquã não tenham concorrência direta. As práticas e tecnologia construídas no âmbito das UEPAs são disseminadas dentro da ReAC pela interação e troca de experiência dos produtores, pois os sistemas oficiais de difusão tecnológica entre os empreendimentos/produtores do APL é ineficiente. No meio industrial a defasagem tecnológica é marcante. A maioria das industrias de carne e a totalidade da indústria de lã, dispõem de equipamentos tecnologicamente obsoletos. Existe uma indústria no território com boas condições tecnológicas mas ainda não estabeleceu a associação de marcas com o Alto Camaquã. A atualização tecnológica da indústria requer politicas de apoio ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI as pequenas e médias industrias de carne e lã. A defasagem tecnológica por outro lado é um impedimento a inovação de produtos. Para finalizar devemos mencionar o fato de que está em fase de instalação na região um Parque Tecnológica, onde os parceiros da ADAC - IFSUL, UNIPAMPA e EMBRAPA - terão a oportunidade de trabalhar de forma cooperada em prol da inovação no Alto Camaquã. Em conjunto estas instituições – as quais constituem as principais fontes de informação para a ReAC - dispõem de excelente estrutura para o desenvolvimento de P&DI. O Parque ademais deverá possibilitar a amplificação das interações entre instituições de pesquisa e industrias e outras empresas. A Rede Alto Camaquã tem colaborado com o desenvolvimento de novos produtos de carne ovina por parte da EMBRAPA em parceria com a UNIPAMPA, UFPEL, UFSM e UFRGS. Esta em negociação entre a ARCO, a EMBRAPA, o MAPA, a USP e a Universidade Positivo, com apoio da ADAC, a validação de um protocolo de avaliação do bem-estar em ovinos acompanhado pelo desenvolvimento de um software para apoiar a medição. 2.9. Meio ambiente e Saúde A experiência do Alto Camaquã foi construída sobre os princípios da Agroecologia, como a valorização dos recursos e da experiência e conhecimentos dos atores locais mediante o emprego de metodologias participativas de pesquisa, portanto, trata-se de uma construção social. Embora não exista um Plano de Preservação Ambiental os princípios adotados pela Rede Alto Camaquã e a imagem comunicada pela marca coletiva (“Exclusividade com sustentabilidade”) revelam o grau de importância que a conservação ambiental tem para o APL. A principal característica da pecuária familiar é sua dependência dos recursos naturais, em especial o campo nativo. No caso do Alto Camaquã, a conservação dos recursos naturais é seu principal valor, o que faz com seja esta atividade a principal responsável pela conservação ambiental, até porque a natureza é tomada como componente fundamental da identidade territorial. A principal mudança promovida no âmbito das unidades produtivas foi a adoção do manejo conservacionista. Prova disso é o fato de que a região, conforme pode ser observado no mapa abaixo, ainda possui mais de 80% de sua cobertura composta por vegetação nativa, constituindo-se, provavelmente, na região mais bem conservada do Rio Grande do Sul. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI 2.9.1. Gerenciamento do impacto das empresas na comunidade de entorno Como a maioria dos empreendimentos envolvidos no APL são rurais e fazem o manejo conservacionista dos recursos, é de esperar baixo impacto ambiental. Algumas observações apontam que o impacto da pecuária sobre o principal recursos natural, o campo, foi muitas vezes negativo, mas devido a pequena escala de produção e as praticas adotadas, estes impacto eram totalmente reversíveis, bastando apenas modificar o manejo. No caso da indústria, a atual legislação ambiental monitora os impactos, de forma que em caso de inconformidade as empresas tem suas atividades suspensas. 2.10. Relações Sociais e Culturais 2.10.1. Importância do APL para o território Alto Camaquã A crise da ovinocultura dos anos 80/90 do século passado, sem dúvidas, teve impacto sobre a atividade ovina na região do Alto Camaquã, mas devido às condições ambientais - com terrenos que impedem a mecanização e a intensificação produtiva devido a acentuada declividade e solos rasos com afloramento de rochas – e socioeconômicas – predomínio da produção de pequena escala próprias da pecuária familiar em sistemas onde os animais são principalmente reservas de capital – a ovinocultura manteve sua importância econômica e social. Pode-se afirmar que não existe pecuária familiar – principal categoria social do campo na região do Alto Camaquã - sem ovinos no sistema de produção. Assim sendo, a espécie ovina pode ser apontada como importante aspecto da identidade histórica e produtiva desta região há pelo menos 150 anos. No entanto, deve-se destacar que a organização sócio-produtiva deste setor na região do Alto Camaquã é algo recente. Foi somente com o trabalho capitaneado pela Embrapa Pecuária Sul a partir de 2007, que o APL ganha seus primeiros contornos. A integração entre uma perspectiva territorial do espaço, a noção de desenvolvimento com identidade associada à ideia de cadeia produtiva foi o que proporcionou a articulação dos agentes econômicos, sociais, políticos e ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI institucionais em torno da ovinocultura. Salienta-se que a produção de carne ovina foi definida como estratégia inicial da Rede Alto Camaquã, justamente por constituir-se em atividade econômica presente na totalidade das unidades produtivas do território, embora encontrando-se em estado de “sobrevivência”, isto é, estava presente principalmente como provedora para o autoconsumo de carne e venda de algum excedente. O fortalecimento do APL significa incentivar uma cadeia que tem sua base produtiva em mãos de uma categoria social do campo, os pecuaristas familiares, que tem históricos problemas de renda, embora sejam responsáveis pela conservação de importantes serviços ecossistêmicos. A organização em Rede proposta pelo Alto Camaquã tem possibilitado modificar, ainda que lentamente, um dos traços culturais mais acentuados que é o individualismo, fruto de uma ocupação territorial conflituosa que levou as pessoas a buscas deliberadamente o isolamento. A atual Rede composta por 22 Associações dos oito municípios é a primeira experiência a proporcionar a interação entre os atores do território. A totalidade das pessoas que hoje participam da Rede sequer se conheciam há sete anos atrás. A transformação que conduziu a situação atual, onde os atores, de forma coletiva, pensam e pactuam estratégias de interesse comum em escala regional, significa verdadeira revolução social. A concentração da ovinocultura nas mãos da pecuária familiar e a importância da carne ovina na alimentação familiar, reforça o elevado grau de importância social desta atividade. A estratégia de desenvolvimento territorial endógeno do Alto Camaquã, sem perder de vistas estes aspectos, trabalhou nos últimos sete anos visando promover a qualificação dos sistemas de produção a partir do uso eficiente dos recursos localmente disponíveis de forma que o vinculo entre produto e território seja tomado como importante componente da qualidade, que assim deixa de ser uma atributo do produto para ser uma característica do processo de produção. 2.10.2. Eventos Seminário sobre “Cuidados com ovelhas e cordeiros no nascimento” realizado na Embrapa Pecuária Sul em julho de 2014 Seminário de Ovinocultura realizado pela Associação de Produtores de Ovinos de Encruzilhada do Sul - APROES Reuniões do Fórum do Alto Camaquã (sempre em maio e outubro, com exceção de outubro de 2014 e maio de 2015) 50 dias de campo em todas as associações membros da ReAC 5 Oficinas de corte de carnes 5 Expo Alto Camaquã em Bagé OVINOFEST em Lavras do Sul em 2013 e 2014 Jantar Cordeiro e Vinhos em Encruzilhada do Sul (anual) FEOVELHA em Pinheiro Machado (anual) Festa do Churrasco em Bagé (anual) Semana Farroupilha de Piratini (anual) FENOVINOS em Caçapava do Sul (maio 2015) Festa do cordeiro em Canguçu (2014) ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI 2.10.3. Plano de Responsabilidade Social. Não há. 3. Desafios e Oportunidades de Desenvolvimento 3.1. Variáveis importantes para caracterização da situação atual do APL Sociais Numero de pecuaristas familiares envolvidos (450) Nível de organização social (associação, Rede, Fórum) Ambientais Conservação ambiental (ver mapa item meio ambiente e saúde) Práticas de manejo conservacionista dos campos Econômicas Marca coletiva (em registro) Envolvimento entidades públicas Serviços ambientais (falta quantificar) Renda da pecuária familiar (potencial de gerar R$ 200 milhões) Eficiência energética dos sistemas (índices emergéticos) Estratégia metodológica (pesquisa participativa) inclusiva Acesso ao mercado (no mercado desde 2013) 3.2. Pontos positivos e negativos do arranjo. Pontos positivos Pontos negativos Apoio de instituições de P&D e tecnologia Falta de assistência técnica Produtos com demandas crescentes Baixa disponibilidade de mão de obra Envolve atividades econômicas de baixo investimento e alta rentabilidade Forte envolvimento população rural – organização em rede Baixa eficiência produtiva dos rebanhos Integração de agentes econômicos, sociais, políticos Irregularidade da oferta Governança já organizada Abate informal Presença da Associação regional ADAC como articulador dos agentes Ociosidade da indústria Gestão deficiente das unidades de produção pecuária Organização da cadeia da carne ovina Deficiente fluxo de informação entre os membros da ReAC Reconhecimento público Ausência do Estado na fiscalização sanitária e tributária do comercio de carne ovina Deficiente infraestrutura turística Falta de compreensão e apoio das administrações públicas Reduzida capacidade de investimento dos membros do APL Integração entre ovinos e turismo como estratégia de atuação 3.3. Obstáculos a serem superados Curto prazo 1. Falta de assistência técnica Oferta reduzida de matéria-prima Defasagem tecnológica da indústria (infra) ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Sem dúvidas o principal obstáculo do APL. O atual estagio do Alto Camaquã requer uma assistência técnica que apoie o processo de produção de base ecológica que se estabeleceu. Os sistemas de produção da pecuária familiar do Alto Camaquã vem aprimorando a práticas de manejo do campo nativo, usando bases agroecológicas. Atuamente existe deficiência numérica de pessoal na assistência técnica oficial para atender a demanda da Rede Alto Camaquã. Considerando a estratégia metodológica utilizada, baseada em um modelo com vários “momentos” - que incluem valorização do local, conservação dos recursos, construção do conhecimento, organização social, construção do selo distintivo e mercado – que funcionam como uma espiral ascendente. Ou seja, passa por todos os momentos e retorna ao primeiro, sempre em níveis acima do anterior. O modelo permite iniciar o processo de mudança por qualquer um dos momentos, mas como o Alto Camaquã iniciou pela valorização do local, que incluiu o “re-desenho do sistema de produção, e passou por todos os demais, retornou ao momento de amplificar a valorização dos recursos e o redesenho do sistema em uma escala ampliada. O Alto Camaquã tardou sete anos para realizar o primeiro ciclo completo, agora o esperado seria realizar o próximo ciclo em menor tempo, desde que para isso exista apoio de uma equipe técnica capaz de realizar esta “amplificação”. O primeiro ciclo começou com cerca de 60 pecuaristas e foi realizado com apoio das instituições parceiras. O segundo ciclo deverá alcançar, pelo menos, 500 pecuaristas, algo impossível de realizar sem uma Assistência permanente. Esta em negociação, em parceria com a ARCO, a indução de uma chamada pública para serviço de ATER específico para o APL Alto Camaquã. A dificuldade maior é o perfil dos técnicos, pois já não basta fazer recomendações técnicas, se faz necessário incidir sobre os níveis de percepção dos atores envolvidos. Ou seja, torna-se crucial que os técnicos compreendam que “conhecimento não se difunde, se constrói”. 2. Irregularidade da oferta de matéria prima A falta de regularidade se deve ao deficiente planejamento. É possível, utilizando a diversidade de raças de ovinos presentes no território, ajustar a época de acasalamentos e nascimentos de cordeiros para permitir oferta de animais para abate ao longo do ano com, no máximo, 12 meses de idade. Desta forma é possível melhor distribuir a oferta e reforçar as relações de compromisso com os demais elos da cadeia da carne. Com o apoio do estado ao APL seria possível dispor de uma pessoa capaz de coordenar tal planejamento. 3. Eficiência produtiva dos rebanhos No próximo ciclo de produção as taxas de fertilidade, fecundidade, natalidade e sobrevivência de cordeiros terão que ser melhoradas em, pelo menos, 20%. Para tanto é crucial o serviço de ATER específico. 4. Disposição dos frigoríficos para prestação de serviço de abate e a defasagem tecnológica da indústria Na organização da cadeia a partir da ideia de Alianças Mercadológicos, a Rede Alto Camaquã não vende animais para o frigorífico, e sim paga pela realização do serviço. Nem todas as industrias tem interesse nesta modalidade. A ReAC necessita incrementar sua capacidade de oferta para modificar esta relação, mas a defasagem tecnológica das industrias representam um enorme obstáculo, pois impede a inovação em termos de apresentação do produto carne. 5. Fonte de financiamento para fortalecimento da ADAC e Rede ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Torna-se crucial no curto prazo obter recursos para manter a gestão da ADAC, desde os serviços administrativos (contabilidade, necessidade de pessoal) até a manutenção dos caminhões. 6. Reuniões do Fórum do Alto Camaquã O Fórum é um espaço de reflexão e pactuação em que todos os atores do território podem participar. É a instancia de participação de todo o APL. A maior dificuldade é dispor de recursos para organizar as reuniões do Fórum, especialmente para serviços de transporte e alimentação. Médio prazo 1. Gestão da informação e comunicação Atuar em rede e participar de forma coletiva do mercado requer um alto nível de integração entre os parceiros, ao mesmo tempo que gera uma enorme quantidade de dados que precisam ser sistematizados e gerenciados para que seja possível extrair informações uteis para o acompanhamento e avaliação do desempenho da Rede. Por outro lado, cada vez mais, a informação torna-se um insumo fundamental, um verdadeiro fator de produção. Atualmente, devido falta de recursos humanos para organizar dados (banco de dados) e a deficiente estrutura de comunicação de voz e dados na região (ha muitas localidades onde não ha sinal de telefonia móvel), a livre circulação de informações é um dos grande obstáculos enfrentados pela Rede Alto Camaquã. 2. Gestão da ADAC e integração da ReAC – recursos humanos e financeiros Recursos para dispor de uma equipe de apoio gerencial, como um executivo, uma secretaria, um contador. Atualmente a gestão da ADAC é realizada com o apoio da equipe do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pinheiro Machado e todos os deslocamentos dos gestores são realizados com veículos das instituições parceiras, o que limita sensivelmente o trabalho de articulação dos atores já que nem sempre as instituições tem veículos a disposição. Portanto, obter pessoal de apoio e recursos materiais como veículos, computadores, etc., são obstáculos a ser superados. Longo prazo 1. Qualificar técnica e gerencialmente as unidades de produção A organização da cadeia produtiva da carne requer que no âmbito das unidades de produção exista um mínima de organização gerencial de forma que se possa conhecer os custos de produção, como forma de melhor negociar com os demais componentes da cadeia produtiva. Nas questões técnicas também se faz necessário alguns ajustes visando reduzir os níveis de perdas na produção. Como busca-se obter “sistemas intensivos em conhecimento” é fundamental que novos conhecimentos sejam disponibilizados para os produtores de forma permanente. 2. Construção de mercados não-tradicionais Apoiado nos estudos da “sociologia da economia” o Alto Camaquã considera que o mercado longe de ser um ente abstrato que “absorve produtos” -, é uma relação entre pessoas, portanto, uma construção social. Mercados não-tradicionais são aqueles que “demandam produtos e serviços diferenciados”. Um dos obstáculos, que está relacionado com a regularidade da oferta, é identificar e estabelecer relações duradouras com estes espaços. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI 3. Mercado para a lã Ha pelo menos dois anos está em negociação no âmbito da ReAC uma estratégia de venda de lã de forma conjunta. Tal debate se reproduzirá novamente na safra 2015 quando deverá ser encaminhada uma solução. A parte disso a ReAC está negociando com a indústria a possibilidade de se reproduzir a mesma estratégia da carne, ou seja, os produtores pagam pelo serviço de lavagem e fiação de lã e comercializam fio. Custo de processamento é maior mas agregaria muito valor (1 Kg de lã suja poderá valer R$10 a R$12 quando um Kg de fio no mercado certo poderia superar os R$50). 4. Empreendedores envolvidos com o turismo Atualmente apenas 19 empreendimentos voltados ao turismo estão presentes na Rede Alto Camaquã. Ainda que seja um grade avanço, dada a pouca idade da cadeia do turismo na região, pode-se apontar a necessidade de aumentar o número de atores em geral envolvidos com a atividade do turismo como um dos grande obstáculos a superar no longo prazo. Ainda há que se consolidar o turismo como atividade econômica. A organização e o fortalecimento do turismo de eventos associado aos roteiros podem representar grande oportunidade. 5. Recursos para implantar roteiro integrado Associado ao anterior este obstáculo é de grande relevância Torna-se crucial a elaboração de um Plano Turístico territorial com vistas a captação, pois deve-se considerar a baixa capacidade de investimento do setor. 6. Envolvimento institucional por falta de compreensão da concepção de DTE Costuma-se dizer que se o setor público não se envolver o desenvolvimento territorial não deixará de acontecer, mas certamente será mais lento. No caso do Alto Camaquã, parte dos gestores públicos, ainda demonstra dificuldade de compreensão sobre as estratégias de desenvolvimento territorial endógeno adotadas pela ADAC e seus parceiros. No longo prazo, facilitar o entendimento dos homens públicos se tornará uma ação estratégica, pois assim os potenciais benefícios gerados pela estratégia do Alto Camaquã poderão alcançar outros setores do território e contribuir definitivamente para a mudança da realidade regional. 3.4. Desafios a serem alcançados: de curto, médio e longo prazos. 1. Viabilizar ATER capaz de usar metodologias inovadoras para animar processos coletivos, contribuir tecnicamente para o desenvolvimento de Sistemas Intensivos em Conhecimento e apoiar a conservação e fortalecimento da identidade territorial; 2. Obter registro definitivo e posicionar a marca Alto Camaquã no mercado como selo distintivo e obter reconhecimento social (vender um conceito) 3. Definir uma estratégia comercial que garanta a remuneração justa; 4. Manter o processo de produção de conhecimentos (pesquisa) que permitam consolidar a imagem territorial (território durável) 5. Envolver os setores de hospedagem e gastronomia no roteiro de turismo; ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI 6. Fortalecer as alianças mercadológicas para a carne ovina; 7. Incentivar a inovação permanente; 8. Definir indicadores de sustentabilidade e quantificar serviços ecossistêmicos como estratégia de agregação de valor; 9. Desenvolver novos produtos e novas formas de apresentação; 10. Implantar roteiro turístico integrado em escala territorial; 11. Qualificar os empreendimentos turísticos para disseminar o conceito de DTE; 12. Manter a qualidade territorial (conservação ambiental e cultural) que são determinantes para a identidade do território e por vias de consequência a essência da imagem “vendida” externamente. 3.5. Oportunidades a serem conquistadas Curto prazo 1. Demanda crescente por carne ovina com identidade 2. Crescimento do mercado gourmet – vinculo com chefs (manifesto Instituto Atá), integração ao mercado via gastronomia-valorização-qualidade diferenciado 3. Mudança de hábitos de consumo- valorização origem e saudabilidade 4. Disponibilidade das instituições (P&D, Assessoria, representação, etc) e empresas para apoiar APL 5. Momento (crise) favorável a inovação 6. Mobilização nacional e regional em torno da ovinocultura Médio prazo 7. Oferta de novos produtos e novas formas de apresentação de produtos no mercado de carne ovina; 8. Aproveitar o potencial dos produtos artesanais a partir da organização social, da analise dos produtos e do aprimoramento do design; 9. Ativar o potencial turismo rural (paisagens, gastronomia, esportes radicais, observação de fauna) ampliando o número de atores e empreendedores envolvidos; Longo prazo 10. Consolidar a imagem de território durável do Alto Camaquã 11. Criar imagem favorável a atração de novos investidores e consumidores 4. Conclusão Ao finalizar o documento de apresentação do APL Alto Camaquã para reconhecimento por parte do estado do Rio Grande do Sul, via AGDI, e posterior homologação pelo Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comercio Exterior – MDIC, o fazemos na expectativa de ter demonstrado, por um lado evidências concretas da existência de um Arranjo Produtivo Local que integra a produção ovina e o turismo em uma região que mesmo dotada de potencialidades tem tido serias dificuldades para transformar seus potenciais em valores, e por outro a oportunidade para o estado, ao apoiar tal experiência, assumir protagonismo na transformação desta região historicamente marginalizada pelos modelos de desenvolvimento. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI O reconhecimento do APL Alto Camaquã, por parte do estado, com o respectivo apoio deverá gerar o seguintes resultados: 1. Viabilizar a assistência técnica para a produção ovina, com, pelo menos, 01 técnico por município; 2. Formação de 20 novas lideranças para atuar em processos coletivos; 3. Organizar 01 base de dados visando qualificar o fluxo de informações entre os membros da ReAC com garantia de acesso a internet para todas as 22 associações; 4. Contratar de 01 “executivo” para trabalhar as relações interinstitucionais e organizar informações; 5. Capacitar técnico gerencial de 100 produtores por ano via associações locais(coletiva); 6. Inserir da marca no marcado de carnes, gastronomia e turismo; 7. Fortalecer a ação coletiva em torno da Marca Alto Camaquã, através de reuniões mensais com as Associações membros da ReAC; 8. Fortalecer a governança e ampliando o número de agentes participantes da tomada de decisão em 50%, integrando atores de ambas cadeias; 9. Restabelecer o Fórum do Alto Camaquã como espaço de reflexão, proposição e pactuação dos agentes (governança) em torno do DTE. Organizar o Fórum por temas: pecuária familiar; indústria e produtos; marca e mercados e turismo; com reuniões semestrais 10. Introduzir o conceito de “Gestão de Cadeias de Suprimentos”, envolvendo os ovinocultores da ReAC, pelo menos uma indústria e 10 distribuidores de carne; 11. Decidir sobre a pertinência de avançar de uma Associação Civil (ADAC) para uma outra forma de organização (Cooperativa); 12. Estabelecer parcerias de longo prazo para construir uma cadeia completa – da produção ao consumo - para a carne e o turismo; 13. Formatar uma Parceria Público Privada (PPP) voltada para a inovação em apoio ao APL 14. Definir e implantar o Plano integrado territorial de turismo-ovinocultura; Nome completo e assinatura dos responsáveis pela elaboração do projeto: Nome completo: Marcos Borba Instituição: Embrapa Pecuária Sul Assinatura: Nome completo: Mateus Oliveira Garcia Instituição: Associação para o Desenvolvimento Sustentável do Alto Camaquã - ADAC Assinatura: Nome completo: Marcos Sanches Blanco Instituição: Associação para o Desenvolvimento Sustentável do Alto Camaquã - ADAC Assinatura: Nome completo: Julio Fernandes Moreira ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO – AGDI Instituição: Associação Pinheirense de Apicultores Assinatura: Nome completo: Romildo Morais Teixeira Instituição: Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pinheiro Machado Assinatura: Nome completo: Silvana Carvalho Instituição: Coordenadoria de Turismo da Prefeitura Municipal de Bagé Assinatura: Nome completo: Edegar Franco Instituição: Associação Brasileira de Criadores de Ovinos Assinatura: Material bibliográfico de apoio a elaboração da proposta. BORBA, M.F.S.; Trindade, J.P.P.; Cardoso, F.F.; Neske, M.Z.; Audino, L.D.; Pillon, C.N.; Moraes, L.P.; Ramos, A.H.B.; Nogueira, J.; Costa, A. C. da; Ribeiro, M.M.; Schlick, F.E. (a) Ecologização da pecuária familiar na Serra do Sudeste [recurso eletrônico] Bagé: Embrapa Pecuária Sul, 2009. (Documentos / Embrapa Pecuária Sul, ISSN 1982-5390 ; 98) Em: http://www.cppsul.embrapa.br/unidade/publicacoes:list/231 BORBA, M. F. S.; Trindade, J.P.P; Boavista, L. R. (b) Pesquisa participativa para estratégias de manejo sustentável dos recursos forrageiros dos campos naturais: pressupostos e aspectos metodológicos. [recurso eletrônico] / Bagé: Embrapa Pecuária Sul, 2009.(Documentos / Embrapa Pecuária Sul, ISSN 1982-5390; 99. Em: http://www.cppsul.embrapa.br/unidade/publicacoes:list/232 BORBA, M.F.S. & Trindade, J.P.P. (b) Redesenho dos sistemas de produção da pecuária familiar [recurso eletrônico]. Bagé : Embrapa Pecuária Sul, 2011.(Documentos / Embrapa Pecuária Sul, ISSN 19825390;123). http://cppsul.embrapa.br/unidade/publicacoes:list/272 BORBA, M. F. S. & Trindade, J.P.P. (a) Rede de pesquisa participativa: a produção de conhecimentos e o desenvolvimento territorial [recurso eletrônico - Bagé : Embrapa Pecuária Sul, 2011.(Documentos / Embrapa Pecuária Sul, ISSN 1982-5390 ; 124) Em: http://cppsul.embrapa.br/unidade/publicacoes:list/273 CHAMPREDONDE, M. & BORBA, M.F.S. Diferenciar productos locales contribuyendo al desarrollo territorial. Montevideo: IICA, 2015. Em http://procisur.org.uy/images/M_images/LibroDiferenciarProductosLocales.pdf