Segurança alimentar - EESC European Economic and Social
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Segurança alimentar - EESC European Economic and Social
! o s f a n i gu E S lín E C 22 em ISSN 1830-6365 Maio de 2011/4 — Edição especial PT CESE info EDITORIAL Caro leitor, A segurança alimentar mundial é um direito fundamental. Contudo, esse direito é muitas vezes violado no interesse dos mercados globais, nos quais os agricultores locais (na sua maior parte mulheres, nos países em vias de desenvolvimento) são muitas vezes esquecidos ou relegados para segundo plano. Os desafios à segurança alimentar são múltiplos e complexos e requerem soluções inovadoras e de longo prazo. A pobreza, as alterações climáticas, a subida dos preços dos alimentos, a escassez de água, a especulação nos mercados, os direitos de propriedade, políticas agrícolas mais justas, todas estas questões terão de ser resolvidas para garantir a segurança alimentar. Não podemos esquecer os motins de 2008, desencadeados por um aumento súbito dos preços dos alimentos, ou as promessas que a Europa fez na cimeira do G8 em L’Aquila, em 2009, em matéria de agricultura sustentável. Hoje em dia os pobres estão a gastar 70% dos seus rendimentos em comida. E assistimos mais uma vez a um aumento repentino dos preços dos alimentos. A consequência directa disso é que, desde o ano passado, mais de 40 milhões de pessoas foram condenadas a uma pobreza abjecta. Ora, isto é inaceitável. Estas são as consequências de os países não investirem o suficiente na agricultura e nas zonas rurais, na ajuda ao desenvolvimento, na inovação e na investigação. O CESE está empenhado em mobilizar as pessoas para uma Europa sustentável. Está igualmente apostado em mobilizar as pessoas para um mundo sustentável. É por isso que no final de Janeiro apelei a que os ministros da Agricultura da Europa e do resto do mundo envolvessem a sociedade civil nos debates sobre comércio e segurança alimentar mundial. Instei a que concluíssem a Ronda de Doha para o Desenvolvimento no âmbito da OMC e que melhorassem o acesso dos países em vias de desenvolvimento aos mercados. Recomendamos que os Estados-Membros apliquem o Consenso Europeu sobre o Desenvolvimento para que a UE se torne num parceiro fundamental na reforma de um sistema que associe a FAO, o Programa Alimentar Mundial e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola. Queremos que a UE promova uma maior integração regional em África. E queremos, talvez mais do que tudo, acabar com o flagelo da pobreza e dar um novo ímpeto aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Para isso, a UE deve estar sinceramente disposta a escutar os anseios dos pobres e dos pequenos agricultores, a fim de aproveitar a sua experiência no que diz respeito ao solo, à água e às necessidades das comunidades a nível local. Comité Económico e Social Europeu Uma ponte entre a Europa e a sociedade civil organizada Um passo em frente importante para a democracia participativa na Europa Em 22 de Março, o Grupo III do Comité Económico e Social Europeu organizou um seminário sobre As perspectivas da democracia participativa na Europa, que foi um grande sucesso. Este evento reuniu oradores e representantes das instituições da UE e das organizações da sociedade civil europeias. Em conclusão da reunião extraordinária do Grupo dos Interesses Diversos, de 22 de Março, sobre as perspectivas para a democracia participativa, Luca Jahier, presidente do Grupo III, afirmou que «foram estabelecidas as fundações para o novo caminho a seguir: o processo de diálogo civil é ambicioso e complexo. A participação neste diálogo é não só um direito, mas também um dever que se baseia no compromisso recíproco entre as estruturas institucionais da UE e as organizações da sociedade civil.» 6 de Maio de 2011, 2 3 4 5 6 CESE, «A tua Europa, a tua voz» 7 de Maio de 2011, Será igualmente possível aos visitantes conversar com membros do CESE, oriundos de todo o continente, e partilhar com eles as suas perspectivas para a Europa, as suas ideias, expectativas e receios. Serão organizadas visitas às instalações do Comité, o que ajudará os visitantes a perceberem melhor o papel do CESE. Estarão também representadas várias das organizações não governamentais envolvidas no Ano Europeu do Voluntariado. Dia de Portas Abertas 23 de Maio de 2011, «Alimentação para todos — Para um pacto global» 23 e 24 de Maio, CESE, Quinta reunião do Fórum Europeu sobre Integração Falemos de construção sustentável Segurança alimentar: desafios mundiais Segurança alimentar: PAC — Finalmente a transparência? A plenária em poucas palavras: revitalizar o mercado único Ano Europeu do Voluntariado: ambição e disciplina — no desporto e no trabalho Ao resumir os debates desse dia, Luca Jahier considerou que, tendo em O compêndio Democracia participativa: retrospectiva da história escrita pelo CESE, o roteiro para a democracia participativa na Europa e outros documentos resultantes do evento estão disponíveis no sítio Web do Grupo III em ● http://bit.ly/Article11. (jvt) Dia de Portas Abertas de 2011 Staffan Nilsson Presidente do Comité Económico e Social Europeu NESTA EDIÇÃO No final do evento, Jillian van Turnhout, vice-presidente do Grupo III, apresentou um Roteiro para a democracia participativa na Europa, baseado nas interacções dos participantes durante o seminário. Estas propostas, tanto para o CESE como para as demais instituições da UE e para os Estados-Membros, devem ser traduzidas em acções e haver prazos concretos para a sua realização. conta os custos impensáveis que representa uma não-Europa, o relançamento do «método comunitário» no domínio do diálogo civil deverá ser o próximo passo: «O CESE tem agora de organizar o seu trabalho de forma a que conduza à elaboração de um livro verde sobre a aplicação prática do diálogo civil, tal como foi feito para a iniciativa de cidadania». Como referido por Staffan Nilsson, presidente do CESE, a estrutura e o modo de funcionamento do Comité são, em si, uma forma de participação cívica, e tal como assinalado no compêndio intitulado Democracia participativa: retrospectiva da história escrita pelo CESE, que foi apresentado durante a reunião, ao longo dos últimos quinze anos, o CESE tornou-se um local para inovações importantes e experiências Por isso, junte-se a nós na conferência do CESE de 23 de Maio sobre segurança alimentar, cujo título exprime igualmente a nossa visão: Alimentação para todos: para um pacto global. Discuta connosco e com a Presidência do G20, a FAO, a Comissão Europeia e a Oxfam as questões da segurança alimentar. E ajude-nos a fazer mudanças em que também nós possamos acreditar! AGENDA em formas estáveis de diálogo civil estruturado, tendo em vista a construção de uma «casa da sociedade civil organizada». Este ano, o Comité Económico e Social Europeu convida as pessoas a descobrirem as energias renováveis, através do desafio do «trilho do explorador». Estão previstas ao longo do dia várias actividades para toda a família para sensibilizar para este tema e informá-las sobre as novas fontes de energia — hídrica, geotérmica, eólica e solar — num ambiente descontraído e divertido. Local: Comité Económico e Social Europeu (CESE), rue Belliard, 99, ● 1040 Bruxelas. (fgr) «Quando o CESE Info estava a entrar no prelo chegou a notícia do falecimento inesperado do conselheiro Sukhdev Sharma (UK-Grupo III). No número de Junho será incluído um artigo apropriado sobre este infausto acontecimento.» Haverá uma actividade para todos: um livro de actividades para levar para casa e pintura facial por artistas maquilhadores para crianças de todas as idades! Os mais desportistas poderão testar a sua agilidade numa ponte de corda, enquanto os estudantes e intelectuais podem competir num concurso sobre as inovações energéticas e a União Europeia. Venha visitar-nos no sábado, 7 de Maio de 2011! O Dia de Portas Abertas terá início às 10 da manhã e terminará às 18 horas. www.eesc.europa.eu 1 Seminário conjunto CESE-Japão sobre responsabilidade social das empresas e estratégias para fomentar o crescimento económico NOTÍCIAS DOS MEMBROS Membros checos do CESE reúnem-se com a embaixadora da República Checa junto da UE. Este evento foi um dos tradicionais seminários conjuntos organizados regularmente pelo Grupo de Contacto CESE-Japão e os parceiros japoneses. Em 3 de Março de 2011, representantes europeus e japoneses de empresas, sindicatos, universidades e organizações não governamentais reuniram-se nas instalações do CESE, em Bruxelas, para comparar as respectivas estratégias de promoção do crescimento económico e debater o possível impacto da crise económica global na responsabilidade social das empresas. Os participantes concluíram que havia uma relação entre a responsabilidade social das empresas e a crise. A falta de responsabilidade social das empresas pode ser encarada como uma das causas da actual crise económica, mas pode também ser vista como remédio para as falhas de mercado (incluindo as que provocaram a crise económica que atravessamos, como o risco moral, a informação assimétrica e oculta e o problema dos comportamentos oportunistas), devendo ser entendida como uma das ferramentas que podem ajudar as empresas a fazer face às consequências da crise. Como a responsabilidade social das empresas também continua a ser uma estratégia fundamental na via do desenvolvimento sustentável, tanto a nível local como global, existe também uma estreita relação entre a responsabilidade social das empresas e o crescimento eco- nómico. A UE e o Japão defrontam-se com desafios semelhantes: concorrência das economias emergentes, evolução demográfica, alterações climáticas, condicionalismos macroeconómicos, necessidade de apoiar e promover a inovação, etc. Estes desafios, sobretudo o investimento em I&D, devem continuar a ser os principais temas para a troca de pontos de vistas e de experiências entre a UE ● e o Japão. (mk) Falemos de construção sustentável ©Tom Merton/OJO Images/gettyimages consomem menos energia podem ajudar a tratar questões tais como a pobreza e segurança energéticas e a diversificação das nossas fontes de energia. Além disso, podem contribuir para a criação de muitos empregos novos na economia «verde» e para a consecução dos objectivos de eficiência energética da UE. Let’s Speak Sustainable Construction! 11 April 2011 La u nc h o f t h e Multilingual Gloss a r y EESC 9:30 am – 1 pm Jacques Delors Building, 99, rue Belliard, 1040 Brussels Room JDE 62 European Economic and Social Committee Os métodos sustentáveis de design e construção de edifícios podem resolver muitos dos desafios económicos, sociais e ambientais com que a Europa se depara hoje em dia. Uma vez que o nosso continente depende muito de importações de países terceiros para o seu aprovisionamento energético, as técnicas e materiais de construção que O novo glossário multilingue Falemos de construção sustentável é o resultado concreto de uma iniciativa conjunta do CESE, do Conselho da Europa dos Arquitectos e da Plataforma Europeia para o Cimento foi lançado em 11 de Abril de 2011 durante a Semana Europeia da Energia Sustentável, enquanto ferramenta prática para todos os envolvidos na construção sustentável. A primeira edição da versão em papel inclui inglês, francês, alemão e espanhol. Em breve, serão publicadas no sítio Web do CESE as versões com as restantes línguas oficiais. Esta publicação inovadora vem no seguimento de uma versão original «wiki» em inglês e representa um esforço terminológico de monta, empreendido corajosamente pelos funcionários da Direcção de Tradução conjunta do CESE e do CR. No entanto, tal como a própria construção sustentável, o seu vocabulário é e continuará a ser um trabalho em evolução. Conforme afirmou Staffan Nilsson, presidente do CESE, há outras razões, para além das barreiras linguísticas, que explicam o facto de a construção sustentável ainda não estar generalizada na UE. Não é só uma questão de dívida pública e de crise no sector financeiro, mas de milhões de agregados familiares na UE que auferem rendimentos baixos, estão em risco de pobreza energética e não têm acesso adequado a bons métodos de eficiência energética. Deve assinalar-se também a escassez de pessoal devidamente habilitado, qualificado e experiente no sector da construção. O CESE apelou a mais informação e oportunidades de formação no domínio das tecnologias sustentáveis, especialmente nos sectores da construção, dos transportes ● e no sector público. (ac) Em 16 de Fevereiro, os membros checos do CESE reuniram-se com Milena Vicenová, embaixadora da República Checa junto da UE, e com os representantes da CEBRE (representação dos empresários checos junto da UE). Foram abordadas questões como uma maior cooperação entre os membros do CESE e a Representação Permanente da República Checa junto da UE sobre temas europeus importantes, como a Estratégia Europa 2020, o Acto para o Mercado Único, a política energética, a Agenda para Novas Qualificações e Novos Empregos, o Ano Europeu do Voluntariado e a Carta dos Direitos Fundamentais ● da UE. (ds) Pierre-Jean Coulon reeleito para liderar a luta pelo direito à energia Pierre-Jean Coulon, membro francês do CESE, foi recentemente reeleito presidente da ONG Droit à l’énergie SOS Futur (Direito à Energia SOS Futuro). O principal objectivo desta organização, que reúne 400 organizações de mais de 70 países de todo o mundo, pode ler-se no próprio nome: lutar pelo reconhecimento do direito à energia como um direito básico do ser humano. A ONG exerce pressão junto de organizações internacionais e europeias para que incorporem este princípio nas suas actividades e na legislação. Parabéns! (mb) ● Um assunto muito polaco! Jan Tombiński, embaixador da Polónia junto da UE, convidou os membros do CESE polacos para um jantar onde lhes apresentou as prioridades da Presidência polaca que será assumida por Varsóvia em Julho próximo. Este encontro deu azo a um debate informal sobre a possível cooperação entre o governo polaco e o Comité. A Presidência polaca solicitou ao CESE a elaboração de pareceres sobre quatro domínios políticos: emprego, empresas verdes, relações externas e transportes. O embaixador Tombiński disse ficar na expectativa dos valiosos contributos ● da sociedade civil nestas matérias. (mb) Brevemente no CESE Alimentação para todos — Para um pacto global Conferência do CESE, 23 de Maio de 2011 O CESE realizará uma importante conferência de um dia sobre segurança alimentar em 23 de Maio de 2011. A conferência terá início às 9h30 e decorrerá no edifício do CESE na rue Belliard, 99, 1040 Bruxelas, na sala JDE62. Foram organizados quatro seminários: 1. Segurança alimentar e funcionamento dos mercados agrícolas globais 2 2. Segurança alimentar como direito 3. Segurança alimentar: necessidade de coerência entre as políticas agrícola, de comércio e de desenvolvimento 4. Segurança alimentar nos países em desenvolvimento. Entre os participantes contam-se delegações e representantes da FAO, do Programa Alimentar das Nações Unidas, da Presidência do G20, da Comissão Europeia e da Oxfam. Os oradores incluem o presidente do CESE, Staffan Nilsson, e o relator especial das Nações Unidas sobre o direito à alimentação, Olivier De Schutter, e muitos outros. Quinta reunião do Fórum Europeu sobre Integração Em 23 e 24 de Maio, o CESE organiza a quinta edição do Fórum Europeu da Integração. O Comité, em colaboração com a Comissão Europeia, gere esta plata- forma, que tem como objectivo proporcionar às organizações da sociedade civil uma oportunidade para exprimirem os seus pontos de vista sobre questões ligadas à integração dos migrantes e, em particular, sobre a agenda da UE para a integração. Isto permitirá às instituições europeias estabelecerem uma visão global sobre a integração, contando com o envolvimento das partes interessadas de todos os níveis. O Comité dá ainda um contributo político importante para os trabalhos do Fórum, através do Grupo de Estudo Permanente para a Imigração e a Integração, instituído na Secção Especializada de Emprego, Assuntos Sociais e Cidadania, e da sua represen● tação na Mesa do Fórum. (bw) CESE info — Maio de 2011/4 — Edição especial l R a i c NTA e sp IME e L o A ã iç ÇA d E AN R U G E S ISSN 1830-6365 Maio de 2011/4 — Edição especial PT CESE info Comité Económico e Social Europeu Uma ponte entre a Europa e a sociedade civil organizada Segurança alimentar: desafios mundiais Em casa onde não há pão... Em 2050, a Terra terá nove mil milhões de habitantes e todos eles exigirão a sua quota-parte de água e alimentos, recursos que serão, por seu turno, cada vez mais preciosos. O número de pessoas que passa fome já se eleva, hoje, a mil milhões. Ao mesmo tempo, toneladas de cereais apodrecem em armazéns ou são utilizadas para atingir controversas quotas de biocombustíveis ou, mesmo, para alimentar milhões de bovinos. A volatilidade dos preços alimentares contribuiu para desencadear as insurreições no Norte de África. Em 2009, um estudo conjunto da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (IFAD) e do Grupo do Banco Mundial alertou para as consequências nefastas que a falta de políticas de segurança alimentar teria para os países árabes e norte-africanos. a procura de energia e a urbanização. Os desafios mundiais ao nível da segurança alimentar são multifacetados, pelo que as soluções terão de ser igualmente variadas e adaptadas. «Eliminar ou até reduzir a insegurança alimentar é um compromisso a longo prazo e um objectivo difícil de atingir. A nível mundial, ainda é muito cedo para perceber os resultados práticos dos compromissos assumidos recentemente», acrescenta. No entanto, apesar do sucesso de numerosas iniciativas, como a Facilidade Alimentar da UE, grande parte dos desafios mundiais de longo prazo ligados à segurança alimentar continua sem resposta. Subjacente a estes desafios está a pobreza, porventura o parâmetro principal e também o mais injusto nesta equação global. Sandy Boyle, membro do CESE e presidente da secção de Relações Externas, está naturalmente preocupado. Na sua opinião, uma série de dificuldades poderá pôr em causa o já frágil equilíbrio entre segurança alimentar e desenvolvimento. E explica: «Nos próximos anos, há três desafios principais que poderão ampliar a insegurança alimentar», enumerando o aumento da população, a procura de produtos agrícolas provenientes de economias emergentes e as alterações climáticas. No entender de Sandy Boyle, estes desafios são intensificados por fenómenos como a especulação, a escassez de água, No entanto, as iniciativas e os projectos positivos que foram levados a cabo nos países em vias de desenvolvimento mostraram que os esforços concertados, quando aliados a uma vontade política, podem dar, como aliás já deram, resultados surpreendentes. O Malavi, por exemplo, atribui 16% do orçamento de Estado à agricultura e introduziu iniciativas para apoiar pequenos agricultores. O país não só atingiu a auto-suficiência alimentar, como conseguiu também «permanecer à margem do aumento dos preços dos géneros alimentícios nos mercados internacionais», de acordo com o relatório do CESE sobre Garantir a sustentabilidade da segurança alimentar nos países ACP. Porém, a responsabilidade pela segurança alimentar a nível mundial e pelos respectivos desafios também recai sobre os países desenvolvidos. No mês de Fevereiro, bancos, fundos de cobertura de riscos e fundos de pensões tentaram pressionar os ministros das Finanças do G20 a não regulamentar os mercados dos produtos alimentares. As organizações internacionais, incluindo o CESE, exigem mais transparência e supervisão dos mercados financeiros de produtos alimentares. Isto passa igualmente por proibir, entre outras coisas, a aquisição de reservas alimentares e terra arável por instituições financeiras. Até à data, não houve grande sucesso. E, desde Junho passado, 44 milhões de pessoas foram levadas a uma situação de pobreza extrema, como resultado directo do aumento dos preços dos géneros alimentícios. Ainda assim, as promessas ecoam. Em 2009, na Cimeira do G8, realizada em Áquila, Itália, foi assumido o compromisso de conceder, ao longo de três anos, 20 mil milhões de euros ao desenvolvimento da agricultura. Mas o advento da crise financeira mundial desmantelou, de certa forma, esta iniciativa. «Até ao momento, dos 22 mil milhões de dólares prometidos em Áquila, apenas uma pequena parte foi atribuída e nada indica que os objectivos venham a ser cumpridos. Na verdade, tem-se aplicado verbas em programas que não são propriamente uma ajuda, como, por exemplo, os biocombustíveis», afirma Sandy Boyle. Acrescenta ainda que a UE tem de assegurar o cumprimento das promessas feitas ● pelos Estados-Membros. O estudo afirma que esses países importam, em média, pelo menos 50% das calorias alimentares que consomem. Também são os maiores importadores líquidos de cereais. Sujeitas a flutuações drásticas dos preços dos produtos agrícolas, muitas pessoas enfrentaram dificuldades para alimentar as suas famílias. O parecer do CESE sobre Comércio e segurança alimentar também preveniu que a especulação com produtos agrícolas poderia ter «graves consequências no aumento da insegurança alimentar.» O índice de preços da FAO aumentou quase 60% entre 2007 e 2008. As insurreições rebentaram pouco depois. Cerca de 7% do PIB do Egipto era usado para subsidiar os alimentos e a energia importados. O Egipto, a nação árabe mais populosa e o principal consumidor mundial de pão, ameaçou reduzir esses subsídios. O baladi, um pão circular achatado que está na base do regime alimentar egípcio, quadruplicou subitamente de preço. Milhares de pessoas protestaram nas ruas em 2008. Foram destruídos automóveis e incendiados edifícios até à intervenção em massa da polícia. Cenas semelhantes ocorreram na Argélia em 1 de Janeiro de 2011. Quando a polícia argelina começou a lançar gás lacrimogéneo sobre os manifestantes na capital, o preço do óleo de cozinha, do açúcar e da farinha já tinha mais do que duplicado. Para acalmar os ânimos, o governo prometeu aumentar o aprovisionamento de trigo mole no mercado local em 18%, mas sem grande êxito. Em 5 de Janeiro, a FAO anunciou que os preços dos géneros alimentares na região tinham atingido «níveis recorde» em Dezembro de 2010, superando os de 2008. E apenas três dias antes da fuga do presidente Hosni Mubarak do Egipto, o seu ministro do Comércio declarou que o país protegeria os seus cidadãos contra o aumento maciço dos preços dos alimentos. Hoje, numa grande parte da região, não é ainda possível garantir a segurança do aprovisionamento alimentar para populações que estão a atravessar transições históricas. E muitos voltam — uma ● vez mais — a conhecer a fome. Mercados agrícolas globais Quando, em Fevereiro passado, o Banco Mundial revelou que o aumento dos preços dos produtos desde Junho de 2010 tinha conduzido à pobreza 44 milhões de habitantes nos países de baixo e médio rendimento, temeu-se, subitamente, a repetição da crise alimentar de 2007-2008 e dos violentos protestos que rebentaram em todo o mundo. A crise de 2007-2008 deveu-se, em boa parte, aos especuladores. Com a crise bancária mundial, muitos investidores abandonaram o imobiliário comercial e os valores mobiliários e viraram-se para as matérias-primas, causando uma forte subida dos preços. O parecer exploratório do CESE sobre Comércio e Segurança Alimentar, publicado em Dezembro de 2009 (REX/273), reclama uma regulação mais apertada do comércio de matérias-primas para evitar a especulação sobre produtos agrícolas, e pronuncia-se a favor da tributação das transacções financeiras internacionais, «podendo as receitas ser destinadas às intervenções para a segurança alimentar.» Em reacção ao recente aumento dos preços, o Parlamento Europeu adoptou, em Fevereiro, uma resolução instando a Comissão a considerar a possibilidade de conferir à nova Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados maiores poderes de prevenção dos abusos praticados nos mercados das matérias-primas e a «assegurar que a negociação de derivados de géneros alimentícios se limite, na medida do possível, aos investidores directamente ligados aos mercados agrícolas.» Os analistas prevêem que a tendência para o aumento dos preços continuará na medida em que as alterações climáticas e a pressão sobre o petróleo, a água e os solos ameaçam o abastecimento de bens alimentares e que, ao mesmo tempo, o aumento da população exige cada vez mais alimentos, em particular carne e produtos lácteos. Segundo as organizações de agricultores, a resposta ao aumento da CESE info — Maio de 2011/4 — Edição especial procura está no incremento da produção. «A UE é um grande exportador e, provavelmente, tem que reflectir sobre como tornar-se ainda maior. Devemos procurar aproveitar esta vantagem para tornar mais competitivos os agricultores europeus e produzir mais alimentos com um impacto menor». Tom Hind é prudente em relação às tentativas de combate à especulação. «Regular os mercados de futuros é bom se isso aumentar a transparência, mas, se prejudicar a liquidez, poderá lesar os agricultores», afirma. Para outros observadores, a questão não é tanto a produção mas o acesso aos mercados: quatro em cada cinco das pessoas mais pobres são agricultores em zonas rurais, sem condições para adquirirem instrumentos, produtos e conhe- cimentos necessários para melhorar a fertilidade dos solos, aumentar as colheitas e vender a produção. Acresce que a produção está fortemente concentrada (a maior parte do arroz provém de apenas quatro países, o trigo de dois: Austrália e Rússia), pelo que uma crise num grande centro de produção tem repercussões consideráveis nos preços ● a nível mundial. 3 A segurança alimentar nos países em desenvolvimento Paraíso do biocombustível na Europa O mundo produz alimentos suficientes para alimentar toda a sua população. No entanto, a segurança alimentar enfrenta obstáculos como uma repartição desigual dos recursos, subsídios e balanças comerciais nada equitativos. Afirma que a UE está a tentar sonegar o «direito às sementes» aos agricultores e dá-lo aos produtores de sementes. A União conta com cinco das principais empresas de sementes do mundo, que podem impor sementes geneticamente modificadas a agricultores que não as querem. «As sementes geneticamente modificadas provenientes da UE também afectam negativamente os animais locais», diz Madi Sharma, acrescentando que a delegação falara com vários vendedores ambulantes e agricultores locais. Alguns países produzem alimentos em excesso que são pura e simplesmente desperdiçados. Outras nações mais pobres não conseguem vender os seus produtos devido aos direitos aduaneiros excessivos e a barreiras comerciais injustas. Em Março, Madi Sharma, membro do CESE, deslocou-se à Índia com uma delegação do CESE para analisar o impacto do acordo de comércio livre com a Europa na segurança alimentar. A partir de Nova Deli, Madi Sharma explica ao CESE Info que a política do acordo de comércio livre da UE «pode destruir a produção alimentar indiana e os meios de subsistência dos agricultores locais». «Temos de garantir que o acordo de comércio livre não afecta a segurança alimentar ou os meios de subsistência. Precisamos de transparência», declara. Segundo Madi Sharma, a DG Comércio da Comissão Europeia não consultou a sociedade civil sobre o assunto, nomeadamente o CESE e a sociedade civil indiana. «Viemos por iniciativa própria para ver o que se está a passar no terreno.» Mesmo assim, os agricultores locais de cinquenta e sete países em desenvolvimento conseguiram aumentar em cerca de 80% o rendimento das suas próprias culturas. A agro-ecologia, que aplica a ciência ecológica à concepção de sis- temas agrícolas, duplicou o rendimento das culturas em vinte países africanos num período médio de sete anos. Ao substituir os pesticidas e os fertilizantes pelos conhecimentos locais adaptados ao enquadramento natural, os agricultores seguem um caminho que difere das práticas agro-industriais de larga escala. O objectivo é que as colheitas cheguem ao mercado. Isso implica, porém, um apoio público muito maior e uma mudança nas práticas comerciais internacionais, para além de transparência nos acordos de comércio livre. A agro-ecologia beneficia os agricultores, não as multinacionais, que demonstram pouco interesse numa prática que não pode ser «patenteada e que não abre os mercados a produtos químicos nem a sementes melhoradas», afirma Olivier de Schutter, relator especial das Nações Unidas sobre o direito à alimentação. Uma regulação mais estrita não fomenta necessariamente o mercado livre nem práticas económicas liberais, em especial quando se trata de alimentos, que, segundo o parecer do CESE sobre segurança alimentar, são um direito humano. E a isso não é possível atribuir ● um preço. Segundo a FAO, as metas de consumo e os incentivos financeiros dos governos para os biocombustíveis estão entre as forças impulsionadoras que motivam a aquisição de terras em África. Além disso, em 2008, o Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia assinalou que a mudança na utilização indirecta das terras poderia conduzir à libertação de gases com efeito de estufa suficientes para anular a poupança dos combustíveis convencionais da UE. • Todos os anos, se perdem 40 000 milhas quadradas de terra arável para a produção de biocombustíveis. • Em 2020, 9,5% da energia utilizada nos transportes da Europa será proveniente de biocombustíveis e 92% desses combustíveis virão do cultivo de géneros alimentícios. • Será necessária uma superfície equivalente ao dobro do tamanho da Bélgica para satisfazer a procura. • 23 Estados-Membros esperam, em 2020, importar 50% do bioetanol e 41% do biodiesel de que necessi● tam. Políticas da UE enfraquecem segurança alimentar Peritos alertam a UE para o facto de as suas políticas comerciais, agrícolas e ambientais estarem a minar os seus esforços para assegurar a segurança alimentar mundial. PAC — Finalmente a transparência? As conversações sobre a reforma da política agrícola comum (PAC) ganharam novo impulso com a reacção do CESE e de outras instituições à comunicação da Comissão publicada em Novembro último. Neste contexto, paira a ameaça de uma nova crise alimentar global, face às inundações e condições meteorológicas adversas que estão a danificar as culturas de trigo, milho e soja na Austrália e nos EUA, além de um alerta de fome emitido para a África Oriental devido a uma redução de 30% da precipitação média em Outubro e Dezembro de 2010. A Europa percorreu um longo caminho desde a antiga PAC, com os seus excedentes de produção e o dumping nos mercados mundiais. Mas, até que ponto pode a Europa de hoje declarar que está a ajudar, e não a impedir, um futuro sustentável para a produção alimentar? «Na Europa, a segurança alimentar não é um problema; a PAC deveria abordar a falta de segurança alimentar a nível mundial,» afirma Mario Campli, presidente da secção especializada de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Ambiente. No seu parecer, publicado em meados de Março e coordenado por Franco Chiriaco, o CESE apresentou uma resposta amplamente positiva à proposta da Comissão, mas solicitou à mesma que clarificasse a relação entre objectivos políticos, instrumentos e financiamento. Segundo Mario Campli, é necessário facultar mais pormenores, em particular sobre «que instrumentos, para além das ajudas directas, irão fazer face à volatilidade dos mercados». Ainda na sua opinião, este elemento da reforma poderia contribuir directamente para a segurança alimentar em todo o mundo, mas «a proposta não é clara». A proposta favoreceria a segurança alimentar indirectamente pelo seu apoio 4 aos pagamentos directos, que dissociam os subsídios da produção e permitem aos agricultores responderem directamente ao mercado, bem como pela supressão do cálculo dos subsídios com base num período histórico de referência. Segundo Mario Campli, esta situação gera um campo de acção mais igualitário entre os Estados-Membros e os vários tipos de agricultores e torna a PAC menos proteccionista. Afirma ainda que a ligação dos pagamentos directos a medidas ambientais contribui também indirectamente para a segurança alimentar mundial, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis e melhor gestão. Os agricultores não são tão favoráveis às propostas. O grupo de pressão Copa-Cogeca advertiu que o destaque dado à ecologização «aumentará os custos de produção para os agricultores, ameaçando a sua competitividade e o seu potencial de produção», disse Pekka Pesonen, secretário-geral da organização, ao CESE Info. Sugeriu mesmo que a segurança alimentar da própria Europa poderia estar comprometida. «É necessário que a PAC dê mais importância ao reforço do papel económico dos agricultores na produção de géneros alimentícios, a fim de garantir a segurança alimentar para 500 milhões de consumidores da UE e manter 28 milhões de empregos no sector agrícola da UE,» acrescentou. Se a reforma vai trazer ou não mais transparência à PAC depende, na opinião de Mario Campli, da forma como as alterações propostas serão adoptadas no pacote legislativo concreto, previsto para este ano. Por exemplo, o CESE apoia a recomendação de limitar os pagamentos a «agricultores activos», mas apela à Comissão que elabore uma definição de agricultor activo. Segundo o CESE, um agricultor activo deveria estar envolvido na produção e comercialização de produtos agrícolas, incluindo a comercialização directa a nível local, e na criação de bens e serviços públicos de interesse social. O Comité apoia igualmente a proposta de impor um determinado limiar nas ajudas aos agricultores. Resta saber se esta medida permanecerá na proposta legislativa, já que os ministros da Agricultura dos Estados-Membros a rejeitaram. Se não for o caso, os maiores beneficiários do financiamento da PAC — actualmente, 20% dos agricultores recebem 80% das ajudas — parecem ter assegurado, para já, o seu financia● mento pelos contribuintes. No seu parecer exploratório sobre Comércio e segurança alimentar (REX/273), o CESE apelou à reforma das estruturas e das políticas de governação do comércio em consonância com políticas de desenvolvimento: «Um comércio regulado deve integrar na sua dinâmica de decisão e aplicação os princípios do direito à alimentação e os Estados devem abster-se de assumir obrigações internacionais que vão contra esses princípios». Segundo Mute Schimpf, activista na área da alimentação da associação Friends of the Earth Europe, as políticas agrícolas e comerciais ameaçam a segurança alimentar — e o desenvolvimento — de três formas: em primeiro lugar, ao exigirem dos agricultores de países em desenvolvimento que cumpram normas extremamente exigentes para acederem ao mercado da UE; em segundo lugar, ao subsidiarem as exportações da UE em detrimento da produção local (e ao não introduzirem um calendário para a eliminação gradual destes subsídios); e, em terceiro lugar, ao apoiarem normas comerciais que lesam os pequenos produtores. «Dois terços da produção alimentar mundial são consumidos localmente. As nossas normas comerciais foram concebidas para o mercado global, mas este representa apenas uma minoria do sector. A política comercial europeia deve fomentar os mercados locais para que os pequenos agricultores possam participar no nível local.» Marco Contiero, director das políticas de engenharia genética e agricultura sustentável da secção europeia da Greenpeace, alerta também para o risco de se apostar na liberalização do comércio e no aumento de produtividade alimentar para responder às necessidades de uma população mundial muito mais numerosa. «Devíamos começar por perguntar sobre como podemos alimentar o mundo hoje, antes de perguntar como vamos alimentar o mundo em 2050. É certo que devemos aumentar a produtividade; não nos Estados Unidos, na UE e no Canadá, mas sim nos países em desenvolvimento. Nestes países, os agricultores registam o nível de segurança alimentar mais baixo: em média, perdem 30% da produção alimentar após a colheita. Temos de melhorar a infra-estrutura», afirmou, e «inverter o declínio nas ajudas mundiais para o desenvolvimento verificado nas últimas décadas». As políticas ambientais da UE também são uma parte do problema, alerta Contiero. «As políticas sobre os biocombustíveis nos Estados Unidos e na UE levarão à desflorestação, à degradação dos solos e ao aumento dos preços dos alimentos. Se queremos tratar de forma séria a questão da segurança alimentar, temos de avaliar o impacto das políticas de biocombustíveis e do consumo de carne e procurar limitá-lo em ambos os casos», insistiu. No seu parecer exploratório de 2010, o CESE insistiu também no seguinte: «as organizações internacionais dedicadas às questões ambientais e da saúde humana devem desencorajar hábitos alimentares marcados pelo consumo excessivo de proteína animal». Apelando a uma conclusão célere da Ronda de Desenvolvimento de Doha da OMC, o Comité recomendou «que a UE consolide as concessões já feitas aos países em desenvolvimento em vez de procurar ● mais concessões para si própria». CESE info — Maio de 2011/4 — Edição especial A tua Europa, a tua voz — Membros do CESE visitam escolas NOTÍCIAS BREVES CESE aceita reduzir o seu orçamento A segunda edição da reunião plenária para os jovens A tua Europa, a tua voz terá lugar em Bruxelas, de 5 a 7 de Maio de 2011. Em conjunto com mais de 150 colegas oriundos de escolas de toda a UE, redigirão um parecer sobre a Juventude em Movimento, uma nova iniciativa europeia destinada a ajudar os jovens a adquirirem os conhecimentos e as competências de que necessitam para encontrar um emprego. Para que todos os participantes se possam preparar melhor para este acontecimento, alguns membros do CESE visitam escolas seleccionadas nos seus próprios países, a fim de dar aos alunos uma visão geral da União Europeia, do Comité e do papel da sociedade civil organizada. Agora os alunos devem apresentar alterações que, uma vez aprovadas, serão integradas no texto final do parecer que o CESE irá adoptar na reunião plenária para os jovens, a realizar em Maio. Após uma intensa sessão de dois dias em Maio, que envolve debates e negociações permanentes e a procura constante de consenso, os alunos serão associados ao dia de portas abertas do CESE e par- Please enjoy — don’t destroy Alan Hick, Kathleen Walker Shaw, Maggie Hughes e filha, Martin Westlake Em 2008, Robbie Hughes foi violentamente atacado e espancado na ilha de Creta, onde se encontrava de férias com amigos. A sua mãe, Maggie, viajou de imediato de avião ao seu encontro para ajudá-lo a atravessar este trágico pesadelo num país que lhe era desconhecido. Apesar de toda a gente ter tentado ao máximo ampará-la e compreendê-la, Maggie rapidamente se apercebeu de que não havia uma estrutura de auxílio ou de aconselhamento para as vítimas que lhe pudesse dar apoio. No meio de um labirinto institucional, linguístico e jurídico, decidiu que a sua experiência traumática seria o ponto de partida para uma campanha Please enjoy — don’t destroy de ajuda e apoio organizado às vítimas e às famílias de pessoas feridas no estrangeiro. A britânica Kathleen Walker Shaw, membro do Grupo dos Trabalhadores do CESE, entrou em contacto com Maggie Hughes convidando-a a vir a Bruxelas, numa altura em que a Comissão Europeia se preparava para apresentar uma proposta legislativa de apoio às vítimas de crimes praticados no estrangeiro. Kathleen Walker Shaw acompanhou-a guiando-a pelos meandros da estrutura da UE e ajudando-a a organizar reuniões com instituições europeias, incluindo com o CESE. Na sessão plenária de Março do Parlamento Europeu, a comissária Reding A REUNIÃO PLENÁRIA EM POUCAS PALAVRAS Revitalizar o mercado único Na presença de Michel Barnier, comissário responsável pelo Mercado Interno e Serviços, a última plenária do CESE louvou a iniciativa do comissário de relançar e revitalizar o mercado único. O orçamento global do CESE eleva-se ● a 130,5 milhões de euros. (mb) ticiparão em inúmeras actividades, jogos e concursos divertidos. Deste modo, terão a oportunidade de encontrar amigos e fazer novas amizades com jovens de outros países da UE, isto é, terão a possibilidade única de alargar horizontes e desenvolver contactos que se poderão manter pela vida fora. (ac)● homenageou Maggie Hughes durante a apresentação do pacote legislativo de apoio às vítimas e seus direitos. Na carta que dirigiu aos comissários, Maggie Hughes insistiu na necessidade de assegurar «tratamento igual às vítimas de crimes em termos de cuidados e apoio» e apelou a que as medidas fossem «práticas, abrangentes e, sobretudo, eficazes». Apesar de Robbie, jogador de futebol profissional, nunca se vir a recuperar plenamente, a sua paixão pelo futebol mantém-se intacta e espera-se que jogue pela equipa nacional inglesa nos jogos paraolímpicos de Londres, em 2012. «Quando o Robbie entrar em campo no estádio olímpico em 2012, gostava de ter a certeza, no meu coração, de que foram feitos progressos para evitar que outras pessoas passem pelas mesmas terríveis experiências que passámos, apenas pela insuficiência de medidas e de estruturas de apoio às vítimas de crimes. Eu penso que V. Exas. também», foram estas as palavras de uma mãe em carta aos ● comissários. (mb) Jacek Krawczyk, vice-presidente do CESE responsável pelo Orçamento O CESE aprovou um parecer exemplar, elaborado por três relatores: Benedicte Federspiel (Grupo dos Interesses Diversos, Dinamarca), Martin Siecker (Grupo dos Trabalhadores, Países Baixos) e Ivan Voleš (Grupo dos Empregadores, República Checa). Cada um representava uma componente distinta do CESE e, em pouco tempo, conseguiram chegar a um substancial consenso qualitativo sobre um tema complexo. O parecer destaca a importância de uma abordagem integrada, sugerindo que as propostas da Comissão devem funcionar em consonância com segmentos individualizados do mercado único (e não tanto visá-los). O contributo da sociedade civil é um elemento indispensável para a revitalização do mercado único. Afinal, ela representa os utentes do mercado único que, em última análise, vão determinar ● o sucesso do relançamento. (ma) Apoiar os agricultores O CESE não tem ilusões quanto à dimensão dos desafios que o sector agrícola enfrenta. A demografia do sector reflecte preocupações quanto à acessibilidade da agricultura: para cada nove agricultores O Grupo de Empregadores recebeu Maria Damanaki, comissária europeia de Assuntos Marítimos e Pescas, para um debate sobre a economia marítima Em Março, o CESE adoptou o seu projecto de orçamento para 2012 que constituirá uma redução em termos reais no financiamento da instituição, caso seja aprovado pela autoridade orçamental. «O aumento da despesa em 2012 limita-se a 1,5%, o que, tendo em conta uma taxa de inflação estimada em cerca de 2%, constituiria uma redução em termos reais.» Recordando tratar-se de uma altura em que estão a ser aplicadas medidas de austeridade nos Estados-Membros, Jacek Krawczyk, vice-presidente do CESE responsável pelo Orçamento, explicou que o CESE, enquanto órgão da UE representante da sociedade civil organizada, decidiu claramente, e por unanimidade, agir em conformidade e dar o exemplo. A redução da despesa do CESE é a resposta ao apelo feito há poucas semanas por Janusz Lewandowski, comissário europeu responsável pelo Orçamento, em que encorajava todas as instituições a reduzir a despesa para um nível inferior ao da taxa de inflação. A poupança resulta da decisão da Mesa do CESE de utilizar os recursos humanos existentes e de se concentrar na eficiência administrativa. Neste contexto, Jacek Krawczyk insistiu na importância crucial de uma «revisão contínua dos recursos de mais de 55 anos há apenas um com menos de 35 anos. Tendo em vista este problema, o CESE emitiu um parecer com o duplo objectivo de salvaguardar e encorajar o crescimento da agricultura em toda a Europa. O parecer, elaborado por Franco Chiriaco (Grupo dos Empregadores, Itália), conclui que continuar a apoiar os agricultores é determinante para o futuro da segurança alimentar e da protecção do ambiente. A actual comunicação da Comissão sobre a PAC é considerada inadequada por não clarificar os objectivos, os instru● mentos e o financiamento pós-2013. (ma) Crescimento inteligente esquecido Michel Barnier, comissário responsável pelo Mercado Interno e Serviços existentes, incluindo as possibilidades de reafectação, de sinergias e de priorização». Está a ser dada prioridade a uma consolidação orçamental míope em detrimento de um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, segundo parecer elaborado por Michael Smyth (Grupo dos Interesses Diversos, Reino Unido). A Comissão é criticada pela sua Análise Anual do Crescimento, que serviu de guia às políticas económicas e fiscais nacionais. O parecer do Michael Smyth, membro do CESE CESE defende que se perdeu uma oportunidade de promover a Estratégia Europa 2020 através de políticas de crescimento inteligente. A solução preconizada pela Comissão centra-se numa consolidação orçamental draconiana como pré-requisito para o crescimento, sem procurar galvanizar o potencial do mercado único. Deveria ser dada mais atenção aos motores de crescimento que permitirão aos Estados-Membros consolidarem os seus orçamentos ao mesmo tempo que perseguem uma via sustentável. (ma) ● Inovar para prosperar A inovação está no cerne da estratégia europeia para alcançar a prosperidade. Sem se deixar intimidar pelos vários desafios de monta a enfrentar, a União da Inovação pode contribuir para ultrapassar muitos obstáculos. Na reunião plenária de Março, Gerd Wolf (Grupo dos Interesses Diversos, Alemanha) apresentou um Henri Malosse, presidente do Grupo de Empregadores do CESE, deu as boas-vindas a Maria Damanaki, comissária europeia de Assuntos Marítimos e Pescas, no debate sobre o futuro da estratégia europeia para a economia marítima, em 15 de Março de 2011. A Comissária realçou a importância do potencial económico dos mares europeus e aflorou a questão do «crescimento azul», ou seja, a utilização sustentável dos mares, que ocupa uma posição proeminente na Estratégia Europa 2020. Frisou ainda o papel crucial dos empregadores que podem servir de interface entre a Comissão Europeia e os investidores nacionais na promoção de uma política marítima que ofereça o máximo de possibilidades de desenvolvimento a longo prazo. Enunciou as prioridades da política marítima da UE, incluindo investimentos na investigação científica, e analisou as necessidades das áreas de transportes, turismo e pescas. (mm) ● parecer sobre a União da Inovação, uma iniciativa emblemática no quadro da Estratégia Europa 2020 que tem por objectivo reforçar a política de inovação em toda a Europa. O Comité congratula-se e apoia a abordagem da Comissão à União da Inovação, considerando-a uma parte essencial da Estratégia Europa 2020. As Parcerias Europeias de Inovação também recebem o apoio do CESE e têm por objectivo responder a desafios sociais específicos existentes em toda a UE, associando a investigação à inovação, a fim de criar oportunidades. Já foi lançada uma Parceria Europeia da Inovação sobre envelhecimento activo e saudável, um bom exemplo para parcerias ● futuras. (ma) Reforçar a segurança energética O CESE aprovou um parecer que suscitava algumas questões a respeito da segurança da UE em matéria energética. O parecer, elaborado pelo relator Edgardo Iozia (Grupo dos Trabalhadores, Itália), analisa escrupulosamente a dependência energética da UE de zonas instáveis e não democráticas, e conclui que, a longo prazo, essa situação implica um grande risco para a segurança. O Comité apoia a nomeação de um alto representante para a política energética, para que a Europa Edgardo Iozia, membro do CESE possa falar a uma só voz. Encoraja também que se melhorem não só as redes energéticas, reforçando parcerias estratégicas com os países fornecedores, mas também as relações com os países vizinhos, através dos quais transitam muitos dos abastecimentos energéticos. As instituições da UE devem envidar esforços de forma concertada para enfrentar a questão da energia, tendo como base a solidariedade. O Comité exorta o Conselho, o Parlamento Europeu e a Comissão a utilizarem a diplomacia no âmbito da energia como um instrumento para proteger os trabalhadores, as empresas ● e a qualidade de vida dos cidadãos da UE. (ma) Para mais informações ver: http://www.eesc.europa.eu/?i=portal.en.opinions p CESE info — Maio de 2011/4 — Edição especial 5 Mulheres traçam o caminho a seguir: Malta Reconhecendo o trabalho de muitas activistas destemidas, cuja visão em diferentes partes do mundo desbravou o caminho para a igualdade do género, não sem dificuldades e sofrimento pessoal, o Conselho Nacional das Mulheres (NCW) apelou a uma análise da situação maltesa para garantir que a ideia de que as «mulheres traçam o caminho a seguir» pode ser posta em prática. Segundo alguns estudos, a questão da representação política ainda é vista de maneiras muito diferentes, dependendo se é colocada a um homem ou a uma mulher. Há demasiados homens que consideram desnecessário um equilíbrio no parlamento ou nas autarquias locais e os seus argumentos variam entre «as mulheres devem cuidar da família» e «as mulheres não têm tempo». No caso das autarquias locais, 32,8% dos que afirmaram que não deveria existir um equilíbrio justificaram-no declarando que os homens são mais competentes. O desafio reside no modo de abordar a desigualdade no poder e/ou o abuso de poder. Muitas vezes, as exigências de uma sociedade patriarcal, ou de dominação masculina, como a nossa incentivam e reforçam o desequilíbrio no poder. A emancipação e a autonomia das mulheres, bem como a melhoria do seu estatuto social, económico e político, são essenciais para se alcançar um governo e uma administração transparentes e responsáveis, bem como um desenvolvimento sustentável em todas as áreas da vida. Frequentemente, devido à falta de autoconfiança ou de atitudes e comportamentos culturalmente entranhados e à falta de estruturas de apoio, perde-se o potencial de muitas mulheres competentes. Contudo, as histórias de sucesso de um número crescente de mulheres empresárias em Malta mostram claramente uma dimensão diferente da determinação das mulheres em serem bem-sucedidas. Os padrões de trabalho tradicionais de muitos partidos políticos e estruturas governamentais continuam a colocar obstáculos à participação das mulheres na vida pública. As mulheres podem ser desencorajadas de procurar um cargo político por atitudes e práticas discriminatórias, pelas responsabilidades familiares e pelos custos elevados que envolvem a procura e a manutenção de um cargo político. As mulheres activas na política ou com cargos de responsabilidade decisória em organismos governamentais e administrativos contribuem para redefinir prioridades políticas, dando atenção a novos temas na agenda política, que reflectem e abordam preocupações, valores e experiências relacionados especificamente com a questão do género, e fornecendo novas perspectivas sobre temas políticos tradicionais. A incapacidade de resolver devidamente o desequilíbrio do género no nosso sistema de educação também não tem ajudado. A desigualdade do género continua a ser perpetuada pela forma como as mulheres são retratadas nos meios de comunicação, nomeadamente nas notícias: as mulheres são quase sempre apresentadas como vítimas e quase nunca como vencedoras, excepto no desporto. Deveríamos também dedicar-nos a resolver os problemas das mulheres de grupos vulneráveis, como as que se encontram no trabalho doméstico ilegal. A OIT declarou, na introdução de um relatório recente, que o trabalho doméstico remunerado continua a ser uma forma de emprego praticamente invisível em muitos países. As políticas que abordam a situação das famílias monoparentais necessitam de incluir políticas activas do mercado de trabalho e incentivos para encorajar a inserção no mercado de trabalho e reduzir o risco de pobreza. A elevada taxa de incidência de violência doméstica em Malta requer uma estratégia nacional eficaz. O NCW insiste na necessidade urgente de uma abordagem integrada e multidisciplinar e lançará uma campanha destinada aos homens e rapazes em geral para que estes façam frente à violência contra as mulheres, incentivando-os a ter uma reacção proactiva, em vez de defensiva, e a não tolerar ou perpetuar a violência contra mulheres e raparigas. Simultaneamente, a campanha pretende dirigir-se aos homens e rapazes que exercem violência contra mulheres e raparigas, com o intuito de os impedir de recorrer à violência. Para mais informações: www.ncwmalta.com Grace Attard, presidente da NCW, ● membro do CESE NOTÍCIAS BREVES CESE lança novas ferramentas de comunicação Tem dificuldades em acordar de manhã? Precisa de um café? Ora bem, todas as terças-feiras, no nosso sítio Web venha tomar um «Café com Anna Maria», pretexto para a vice-presidente e um membro do CESE conversarem sobre um tema estimulante, seleccionado com todo o cuidado. Robusta, concentrada e cheia de aroma, como um autêntico café expresso, esta conversa dar-lhe-á a energia de que necessita para o resto do dia. Alguma vez se questionou sobre a opinião do presidente do CESE relativamente a algumas das notícias que fazem manchete no mundo? Se sim, não vá mais longe! Staffan Nilsson dá regularmente a sua opinião pessoal sobre um tema, desde a governação económica até aos tumultos no mundo árabe, o que dá uma nova visão concisa e clara do que realmente importa, em cima dos acontecimentos. Mas não é tudo! Com o CESE cada vez mais ligado ao mundo dos meios de comunicação social, agora já nos pode encontrar no Facebook e no Twitter. ● Conecte-se e divirta-se! (mb) O papel da política da família nas mutações demográficas Em 21 de Março, o CESE realizou uma audição sobre O papel da política da CESE info Editora: Marzena Kisielewska (mk) Milen Minchev (mm) Pierluigi Brombo (pb) Barbara Gessler (bg) Tomasz Jasiński — membro do CESE representante no Comité Editorial (Grupo dos Trabalhadores, Polónia). Coordenação geral: Contribuíram para esta edição: Nadja Kačičnik Dana Stechova (ds) Grace Attard (ga) Jillian van Turnhout (jvt) Anna Comi (ac) Antoine Cochet (ac) Barbara Walentynowicz (bw) Fabiola Giraldo Restrepo (fgr) Maciej Bury (mb) Mark Antell (ma) Endereço: Comité Económico e Social Europeu Edifício Jacques Delors, rue Belliard, 99, B-1040 Bruxelles, Bélgica Tel.: (+32 2) 546.93.96 or 546.95.86 Fax: (+32 2) 546.97.64 E-mail: [email protected] Internet: http://www.eesc.europa.eu/ família nas mutações demográficas: partilhar boas práticas entre os Estados-Membros. Consultaram-se partes interessadas em relação a assuntos da família, visando melhorar as políticas e promover a partilha de boas práticas entre os Estados-Membros. A Presidência húngara solicitou ao CESE que desse o seu parecer nesta matéria e debatesse o papel da família no contexto das mutações demográficas. Os resultados da audição informaram a conferência da Presidência húngara sobre as mutações demográficas e a reunião do Conselho Informal sobre as políticas da família, em Budapeste, na qual o Comité apresentou os resultados da audição e o seu próprio contributo. Além disso, a Presidência húngara pretende incluir o parecer do CESE nas conclusões formais do Conselho EPSCO ● de Junho. (pb) Ambição e disciplina — No desporto e no trabalho Gabriela Szabo foi uma das primeiras atletas no mundo a alcançar os títulos nos campeonatos europeu, mundial e olímpico. Com 21 medalhas de ouro e 12 de prata, esta profissional do atletismo é actualmente vice-presidente da Federação de Atletismo da Roménia e está a doutorar-se em motricidade humana na A.N.E.F.S. em Bucareste. O CESE Info falou em exclusivo com ela. CESE Info: Pode falar-nos das competências que aprendeu com o atletismo e como as utiliza na sua vida profissional? Para além das capacidades físicas, acredito verdadeiramente que o desporto desenvolve outros talentos úteis para as nossas actividades pessoais e profissionais. A prática do desporto traz mais vantagens ao atleta do que se pensa. Eu aprendi lições importantes, como a ambição e o poder do pensamento positivo. Aprende-se a ser competitivo e, mais importante, a concentrarmo-nos novamente depois de termos falhado uma vez. O desporto ensina-nos a ser resistentes, organizados, rigorosos e motivados. É como se diz num filme bem conhecido: «Tentar não chega. Ou se faz ou não se faz.» Por último, aprendemos a importância de se ser íntegro. Se soubermos ser competitivos mas íntegros, estamos prontos para qualquer situação. CESE Info: A que atribui o seu sucesso e que conselho daria a jovens que queiram seguir um percurso semelhante? No desporto, as boas carreiras são sustentadas por uma força de vontade extraordinária. Eu sempre quis ser a melhor e sempre competi, principalmente, com os meus próprios objectivos, e não com as outras atletas. O meu conselho é que as pessoas mantenham sempre este entusiasmo e persigam o seu sonho, sejam quais forem as dificuldades. O desporto exige muita dedicação e determinação, trabalho árduo e ambição, e daí saem grandes resultados. Além disso, os jovens devem aprender a ser disciplinados, a evitar excessos e tudo o que possa pôr em risco a sua integridade. CESE Info: Muitas vezes, associa-se o voluntariado à cidadania activa. Muitas pessoas dedicam algum do seu tempo a apoiar actividades desportivas. De que forma considera que esses esforços contribuem para a cidadania activa? Os voluntários são pessoas que participam na sociedade civil e fazem muito pelos atletas e pela sociedade em geral. Ao praticar desporto e ao participar em eventos desportivos, as pessoas põem em prática as suas competências de cidadania, o que activa a sua noção de cidadania, através da criação de relações com outras pessoas, e promove, ao mesmo tempo, uma participação activa na evo- lução da sociedade. No fundo, as pessoas aprendem competências de cidadania ao assumir uma maior responsabilidade pelos outros, no cumprimento da sua missão de voluntários. Através do voluntariado, as pessoas participam mais de perto na tomada de decisões sobre questões importantes da cidadania activa, como assuntos relacionados com a política, o trabalho, a sociedade civil e do foro privado. CESE Info: O desporto é, de longe, o sector com mais voluntários, na sua maioria homens. Como podemos envolver mais mulheres em actividades de voluntariado relacionadas com o desporto? Penso que as mulheres podem orgulhar-se das suas muitas realizações no mundo do desporto. Acho que podemos envolvê-las mais se as informarmos das vantagens do voluntariado nesta área e se lhes mostrarmos o que já foi alcançado neste domínio. Por exemplo, a organização que fundei, Sport for Life, encoraja activamente raparigas e mulheres a voluntariar-se, apelando aos seus interesses específicos. CESE Info: Este é o ano do voluntariado. Acha benéfico que a Europa apoie uma iniciativa deste género? E, se sim, quais considera serem as vantagens ou desvantagens? Acho que a iniciativa da Comissão é muito positiva e traz muitos benefícios. Os mais importantes são promover mais o trabalho sem fins lucrativos, aproximar mais os voluntários da sociedade em geral e reconhecer o seu trabalho árduo. Enquanto presidente da Sport for Life, encaro isto como uma grande oportunidade para motivar voluntários e encorajar a sua participação, já que eles alcançaram resultados importantes nos últimos anos. Além disso, esta é uma boa oportunidade para celebrar tudo o que fizemos até à data. Não tenho dúvidas de que este Ano Europeu do Voluntariado só tem vantagens. Não vejo nenhum ● inconveniente. CESE info em 22 línguas: http://www.eesc.europa.eu/?i=portal.en.eesc-info /www w. O CESE Info é publicado nove vezes por ano, por ocasião das reuniões plenárias do CESE. Maio de 2011/4 — Edição especial As versões impressas do CESE Info em alemão, inglês e francês podem ser obtidas gratuitamente junto do Serviço de Imprensa do Comité Económico e Social Europeu. Além disso, o CESE Info encontra-se disponível em 22 línguas, em formato PDF, no sítio do Comité na Internet: Página Internet: www.eesc.europa.eu/?i=portal.en.eesc-info O CESE Info não pode ser considerado como o relato oficial dos trabalhos do CESE, que se encontra no Jornal Oficial da União Europeia e noutras publicações do Comité. A reprodução — com menção de CESE Info como fonte — é autorizada (mediante envio de cópia ao editor). Tiragem: 15 500 exemplares. O próximo número sairá em Junho de 2011. QE-AA-11-004-PT-N Dia Internacional da Mulher — Cem anos depois
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