Começodifícilterminaempizza

Transcrição

Começodifícilterminaempizza
Quarta-feira 24
“Vinte e cinco anos depois que
assumimos o negócio, meu pai se
mostra muito orgulhoso de nós e diz
que não conseguiria fazer o mesmo”
C-1
A TRIBUNA
setembro de 2014
www.atribuna.com.br
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Negócios
& Oportunidades
Frederico Cidral EMPRESÁRIO
Começo difícil termina em pizza
Demissão do pai fez a família investir na Kokimbos, que hoje tem três unidades e um bufê; rede atende pelo menos 10 mil clientes por mês
FOTOS ALEXSANDER FERRAZ
MATHEUS MÜLLER
DA REDAÇÃO
Farinha de trigo, água morna,
fermento biológico fresco, óleo
desoja, sal e açúcar. Esses poderiam ser apenas os ingredientes utilizados no preparo da
massa de uma pizza. Mas, para
a família Cidral, os elementos
têm um significado diferente.
Eles serviram como uma oportunidade de mudança e até hoje ajudam os proprietários a
ganhar a vida à frente da
Kokimbos, que acaba de completar 25 anos de fundação.
A história deles no comércio
teveiníciocom ospaisdeFrederico e Felipe Cidral – atuais sócios da Kokimbos com o primo
Rogério Lupião Lopes – após o
chefe da família, Paulo Jorge
Cidral, ter sido demitido do empregonaCosipaem1986.
Com a esposa e três filhos
para sustentar, ele não tinha
tempo para pensar e agiu.
Usou suas economias e investiu na abertura de um açougue,
onde permaneceu por seis meses. Em seguida, montou um
bar na Rua São Paulo. “O primeiro negócio era difícil, pois
lucrava pouco”, diz Frederico.
No bar, onde tinha um sócio, o
negócio não deu certo.
Somente em 1989 que Paulo
Jorge comprou o ponto onde é
a Kokimbos, na Avenida dos
Bancários, 64, na Ponta da
Praia, em Santos. “Lá funcionava um bar, que servia almoço e
jantar. Foi ele (pai) que transformou o espaço em uma pizzaria”, afirma Frederico.
Segundoele,onomedoestabelecimentoéumaherançadoantigo dono. “O ex-proprietário do
espaçonasceuemCoquimbo,no
Chile, e resolveu americanizar
ao colocar os dois Ks”. Por conta
da burocracia para alterar o nome,adenominaçãofoimantida.
O empresário conta que a
ideia da pizzaria surgiu devido
à falta delas no bairro. “Compramos um forno a lenha e
uma churrasqueira. No começo, também servíamos churrasco (hoje oferecem picanha)”.
Entretanto, ele lembra que ninguém da família sabia como
fazer uma pizza.
“Meu pai contratou um profissional que ficou conosco somente um mês. Ele largou o
emprego porque não acreditou
que fosse dar certo. Vendíamos
uma ou duas pizzas, mas todo
começo é muito difícil”.
Nessa época, Frederico tinha
17 anos e Felipe, 15. Sem muita
opção eles resolveram ajudar o
pai no forno a lenha. “Para mim
foi onde tudo começou. Nós fomos aprendendo a preparar. As
primeiras pizzas saíram meio
quadradas,masdeucerto”.
Ele acredita que esse envolvimento familiar nos negócios,
desde o preparo das pizzas e
atendimento no salão às entregas, tenha sido o “grande pulo
do gato”. “Os clientes nos viam
Conhecimento
“Os empresários
precisam conhecer
o negócio que
desejam abrir. Não
adianta largar um
emprego sem saber
sobre a área que
vai entrar. No
nosso caso, não
conhecíamos nada
e foi muito difícil.
Por isso, corremos
atrás de cursos. É
necessário
também um plano
de negócios para
saber se é viável”
Felipe Cidral (esq), Rogério Lupião e Frederico pretendem ampliar a Kokimbos após nova reestruturação, com unidade na Capital e franquia
Frederico Cidral, empresário
Saiba mais
Massa
Os pizzaiolos faziam a massa com
400 gramas. Hoje são 179. “A pizza
é leve e equilibrada, aprendemos
com o tempo”, diz Frederico, que
tem em seu cardápio 80 sabores.
Responsabilidade
social
A empresa doa, todo ano, mil
pedaços de pizzas à população no Dia
da Pizza (10 de julho). A Kokimbos
realiza mensalmente o Pizza na
Creche, quando oferece o alimento e
entretenimento a crianças carentes.
A pizzaria também participa do Dia
Nacional do Doador de Sangue (25 de
novembro). Aqueles que doam nesse
dia recebem uma pizza.
Crescimento
Os sócios querem colocar a
Kokimbos entre as melhores
pizzarias do Brasil. Já pensaram em
uma unidade em São Paulo e na
abertura de franquias. Eles têm
estudado esse formato para
estruturar melhor o negócio.
trabalhar, o produto era bom e
começou uma divulgação boca
a boca que fez o negócio dar
certo. Com o tempo também
buscamos aprender e nos aperfeiçoamos com cursos”.
RESPONSABILIDADE
Cinco anos após a abertura da
casa, Paulo Jorge resolveu vender o ponto. “A casa estava com
um movimento muito bom,
mas meu pai estava cansado.
Sob comando dos irmãos e primo, a gestão foi
profissionalizada. Os donos se capacitaram,
testaram estratégias e abriram novas unidades
Nós tínhamos poucos funcionários e ele, muito perfeccionista, assumia tudo”.
Como Frederico e Felipe participavam ativamente do negócio, a Kokimbos foi oferecida
primeiro a eles. “Nessa época
eu estudava Engenharia e meu
irmão, administração. Nós fizemos uma reunião no quintal de
casa e, como eu adorava aquilo,
topei. E o Felipe também”.
Para ele, o fato do pai ter
vendido ao invés de passado o
negócio aos filhos tem motivo.
“Ele quis que valorizássemos e
tivéssemos responsabilidade.
Pagamos em um ano e meio”.
EXPANSÃO
Em 1994, ao assumirem a
Kokimbos, fizeram uma série
de modificações. “Reformamos, introduzimos máquinas
de cartão, motoboy, sistema de
informática. Enfim, profissio-
nalizamos a empresa que era
familiar”.
A modernização funcionou.
Os clientes que frequentavam
o estabelecimento pediam por
outras unidades. “Em 2002
nós queríamos abrir uma nova
Kokimbos e meu primo, Rogério, que morava em São Paulo,
queria vir para Santos. Montamos a segunda casa na Azevedo Sodré e ele entrou de sócio”.
Depois a unidade mudou para
a Rua da Paz, 61, no
Boqueirão, devido ao alto aluguel cobrado. “Foi melhor do
que esperávamos. É nosso
ponto de maior movimento”.
Em2005,veioaterceiraunidade na Rua Euclides da
Cunha,284,naPompeia,“Vinteecincoanosdepoisqueassumimos o negócio, meu pai se
mostramuitoorgulhosodenós
e diz que não conseguiria fazer
omesmo”,concluiFrederico.
Boa Ideia
Crianças
A Federação Mundial de Anunciantes anunciou nesta semana
que os CEOs (principal executivo) das empresas líderes globais nas vendas de alimentos e
bebidas não alcóolicas, membros da International Food &
Beverage Alliance, estão centrando foco no mercado infantil. Eles pretendem voltar suas
baterias para o marketing voltado às crianças.
Mais barato e melhor
Enquanto brasileiros reclamam
da qualidade e preços da telefonia, americanos e canadenses
riem à toa. Usuários desses dois
países pagam as menores tarifas,
mas se conectam mais, o que fez
o faturamento subir, segundo a
GSMA, que representa as operadoras mundiais. A receita do sucesso está na alta velocidade para grandes parcelas da população – nos EUA, 97% já têm 4G.
A Ben & Jerry’s
A marca de sorvete premium da
Unilever vai estrear no Brasil. A
rede da Unilever inaugura neste
domingo a primeira loja, que
fica na Oscar Freire, na Capital.
O ponto tem 318 m2 distribuídos
em dois andares e capacidade
para acomodar 80 pessoas sentadas. Será a maior unidade da
rede no mundo. Os sorvetes custam R$ 10 (uma bola), R$ 14
(duas bolas) e R$ 17 (três bolas).
REPRODUÇÃO
Major League
O próximo ano marca a 20a temporada da Major
League Soccer (MLS) – liga de futebol americana criadaapósaCopadoMundode1994,disputadanopaís.A
liga considera a data um marco para o início de uma
nova fase de desenvolvimento da competição, que pretende ser uma das principais ligas do futebol mundial
até 2022. E para começar essa mudança foi lançada
uma nova identidade de marca com as cores dos Estados Unidos. O logo traz elementos que representam os
dois lados de um campo e a energia e a velocidade do
futebol, além de três estrelas alusivas aos três pilares da
liga:clube,paísecomunidade.

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