CÍRCULO LUMINOSO EMITE SOM

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CÍRCULO LUMINOSO EMITE SOM
CÍRCULO LUMINOSO EMITE SOM
“Lenda da Procissão dos Defuntos?”
FICHA DO CASO
DATA: 29 de Agosto de 1991
HORA: 3,00h (aproximadamente)
LOCAL: Quinta d’Armada –Vila Praia de Âncora, concelho de Caminha, Alto Minho
DURAÇÃO DA OBSERVAÇÃO: Cerca de 10.00 minutos
TESTEMUNHA: Alberto José Claro de Moreira
Introdução
O caso que se segue, foi protagonizado apenas por uma testemunha e parece enquadrarse dentro das lendas e mitologia de certas regiões não só Minhotas e da Galiza, mas de
outras regiões(*), não fosse o facto inédito de ter sido gravado um estranho som, para
além de um fenómeno luminoso.
Curiosamente, a testemunha era do relacionamento de todos os investigadores “ovni”,
especialmente os do então CEAFI/CNIFO, pelo facto da sua esposa pertencer a esse
grupo. Por esse motivo, o de ser muito conhecido no meio, a testemunha, Alberto José
Claro de Moreira, artista, pintor, poeta e restaurador, mais conhecido por Claro Fângio
(pseudónimo), na altura com 47 anos, natural de Rio Tinto, Gondomar, pessoa muito
franca, afável, mas reservada, pediu total sigilo sobre o assunto. Assim, de toda a equipa
de investigadores, o único que sabia a verdadeira identidade da testemunha era o
Joaquim Fernandes, director do grupo. Para os restantes membros, a identidade dessa
pessoa era completamente desconhecida.
Infelizmente, Claro Fângio, 7 anos depois desta sua experiência, a 5 de Novembro de
1998, falece inesperada e prematuramente, levando consigo muitas respostas para um
caso tão insólito. Assim e durante mais do que uma década, o caso ficou esquecido ou
pelo menos adormecido, até que, no ano 2002, por mera casualidade, numa visita a casa
de Fina d’Armada, descubro um quadro que me fez recordar esse caso (ver imagem
respectiva).
Depois de algumas perguntas e das respectivas respostas, vim a saber quem tinha sido
de facto a testemunha desse insólito evento. Havia sido seu marido.
Comigo estavam os meus amigos e investigadores, Mário Neves e António Durval e de
um momento para o outro, o caso renasceu.
De salientar que a idoneidade de Claro Fângio é absoluta.
OS FACTOS
Na madrugada do dia 28 para 29 de Agosto de 1991, Claro Fângio e a sua Família
(esposa e filha), encontravam-se na casa da Quinta d’Armada, pertença da família, a
passar uns dias.
Essa quinta situa-se a poucos quilómetros de Vila Praia de Âncora, no concelho de
Caminha, no Alto Minho.
Nesse dia e pela noite fora, decorriam as festas de S. João de Agra, onde o povo se
diverte até altas horas.
Como se estava no Verão e a noite era quente, Claro Fângio, por volta das 03.00h,
resolveu apanhar um pouco de ar fresco.
Saiu da casa pela porta da cozinha, virada a Nordeste e sentou-se num banco de pedra a
uns três metros dessa porta, muito provavelmente para fumar um cigarro.
A noite estava um pouco escura e a Lua não aparecia visível desse local. O silêncio era
quase absoluto e a tranquilidade total.
Poucos metros à sua frente lá estava o seu automóvel estacionado junto a um pequeno
muro (1.20m de altura). À sua esquerda, lá estava junto ao início do muro e junto ao
caminho, a árvore frondosa. Para lá do pequeno muro, estende-se parte da propriedade,
entre uma zona ajardinada e o mato com algumas árvores dispersas e pouco frondosas.
Sua esposa e filha dormiam nos seus quartos tranquilamente.
Subitamente todo o cenário se alterou. O automóvel não estava no sítio o muro
desaparecera e tudo parecia diferente, ao mesmo tempo que, pelo caminho à sua
esquerda se movimentavam silhuetas de pessoas em jeito de cortejo. Eram muitas e
pareceram-lhe gente adulta, homens e mulheres. Não se deu conta de crianças.
Essa gente em fila ou cortejo caminhava em absoluto silêncio no sentido Nordeste, ou
seja, para um local á sua frente.
Vultos de gente que caminhava, não flutuava, pois sentia-lhes os passos e dirigiam-se
para o que descreveu como um disco plano (não tridimensional), que emitia um estanho
som e irradiava uma luminosidade esverdeada.
Essa gente desaparecia junto desse disco ou entrava nele (a dúvida nas palavras de sua
esposa).
Esse cortejo passava pela primeira árvore, pelo muro ou pelo carro, como se estes
obstáculos não existissem. Pareciam fantasmas que se esfumavam perto(?) do fenómeno
luminoso.
Ao ver tudo isto quase em simultâneo, Fângio correu à cozinha, chamando pela esposa,
para buscar um gravador de som de fita magnética e, de novo no exterior, começou a
gravar esse estranho ruído.
Um som ritmado e bem audível. Parecia uma mistura de vários sons; tic-tac, vibração
quase melodiosa, pequenos zumbidos, tudo ao mesmo tempo.
Esse som parecia provir do tal disco de cor esverdeada, que deveria, por estimativa, ter
uns 3.50m ou 4.00m de diâmetro e pairava para lá de uma árvore de ramos quase secos,
a uns 4.00m ou 5.00m do solo. No dia seguinte mediu a distância entre o local onde se
encontrava e essa árvore e concluiu ser de 32.50m.
A dada altura, sem saber bem porquê, Fângio perguntou para essas criaturas, se
desejavam comer algo, mas não obteve qualquer resposta ou reacção.
Segundo afirmou, nunca sentiu qualquer receio e esteve sempre calmo.
Nessa gravação pode ouvir-se ao longe um cão a ladrar.
Durante alguns minutos, Fângio grava esse estranho som até que decide ir acordar a sua
esposa, para que ela assistisse também ao fenómeno.
Entra em casa, mas quando regressa com ela à cozinha e daí ao exterior, passados
escassos minutos, tudo havia terminado.
Tudo estava normal; o automóvel estacionado no mesmo lugar, o muro, a árvore, Tudo
na mesma, como se nada tivesse acontecido.
Apenas existia a gravação como prova do sucedido.
O tempo total da observação foi calculado em 10 (dez) minutos.
Alguns dias depois, Claro Fângio tenta desgravar o som captado, sem que existisse
razão aparente.
Felizmente não conseguiu desgravar totalmente esse som, sendo por isso, ainda hoje,
possível ouvi-lo.
Notas e Conclusões Prévias
Esse estranho som foi enviado pelo sr. Joaquim Fernandes a um reputado astrofísico
Inglês de seu nome, Peter Sturrock, para a Universidade de Standford, nos Estados
Unidos, onde exercia.
O resultado confirmou a estranheza desse som. Um som audível ao ouvido humano, que
se pode traduzir entre os 20 aos 20.000 Hz, tanto que foi possível gravá-lo.
O cão que se ouve na gravação, não ladra furioso ou amedrontado. Ladra como se
estivesse a “marcar” o seu território.
Esta explicação foi mais tarde fornecida por um tratador de cães, ao ser questionado
sobre o assunto, depois de ouvir esse registo.
Pode-se dizer que o caso em apreciação possui características algo semelhantes com
descrições do folc regional português e até do Brasil. Lendas e mitos um pouco por
alguns lugares, como são os casos(*) da região de Braga, Tabuaço, Ponte de Lima, Vila
Real de Trás-os-Montes, Bragança, Guimarães, Viseu, Beja, Ourique, Santarém e
diversas zonas Algarvias, tal como nos Açores.
O fenómeno é quase sempre do mesmo teor:
“Almas penadas” vagueando com vários propósitos ou actos relacionados com a morte e
rituais desse cariz.
Esses fenómenos aparentemente da área do paranormal têm várias designações,
mediante a zona (trabalhos da Etnografia Nacional):
-Procissão das almas/alminhas/alminhas penadas.
-Procissão das almas a penar.
-Procissão dos defuntos.
-Procissão dos mortos.
-Procissão dos fantasmas.
-Procissão das velas.
-Procissão das luzes estranhas.
-Procissão do círio.
-Procissão dos anjinhos.
Segundo as lendas de vários locais:
-Só uma criatura viva e designada vê o fenómeno.
-Na procissão vai sempre um vivo e quem observa tem que virar costas.
-Procissão com luzes de ossos acesos.
-Almas de mortos à meia-noite com luzes. Quem lhes pedir lume, morre.
-Se um vivo se vir nessa procissão, restam-lhe apenas 7 anos de vida.
No evento em questão, existe um caso curioso e intrigante:
A testemunha não se viu nessa procissão, mas faleceu 7 anos depois. A observação
aconteceu em Agosto de 1991 e Claro Fângio faleceu em Novembro de 1998!
Coincidência ou não, esse facto aconteceu e no espaço de 6 meses após esse fenómeno,
morrem 4 pessoas da família.
Naturalmente que se trata de uma simples coincidência e parte do evento pertence a um
possível estado alterado de consciência ou uma disfunção psíquica provocada por aquilo
que não pertence às lendas e mitos, pois nas várias histórias, isso nunca aconteceu.
Trata-se do círculo de luz esverdeado e principalmente ao som estanho.
ESQUEMA:
Quadro de autoria de Claro Fângio mostrando o fenómeno. Ele próprio aparece no
quadro (figura do lado direito empunhando o microfone).
Fim do relatório concluído em:
Assinaturas:
(José M. G. Sottomayor)
(Mário Neves)
(António Durval)

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