Sítio do Mandu

Transcrição

Sítio do Mandu
Sítio do Mandú, um casarão bandeirista.
Não se sabe ao certo a data exata da construção, mas credita-se como uma construção
tardia, do final do século XVI ou início do XVII; os assoalhos dos aposentos internos
denotam um refinamento não existente anteriormente.
Ainda que não conheça-se sua origem, sabe-se que os potentados em arcos constituídos
no entorno da Vila de Piratininga tinham como objetivo a ocupação do território, a
produção rural, e a segurança das vias de acesso à cidade. O Sítio do Mandu encontra-se
próximo ao ponto da antiga fundação do município, no Caiapiá, e provavelmente serviu
como descanso para os viajantes, na maioria bandeirantes, que usavam o local como
parada estratégica para recompor suas energias e retomar a viagem. Eles passavam pela
região, acessando antigas trilhas indígenas, em direção ao sul do país e interior, em sua
busca de riquezas como índios e reservas minerais de ouro, prata e diamantes.
A palavra “mandú” deriva do tupi, Mandu’aha, e significa “carga ambulante”. O terreno é
composto por uma casa de estilo colonial, com quatro quartos e dois alpendres Um na
frente, fazendo parte da área social, e outro atrás para serviços domésticos.
Há ainda um quarto de hóspedes à esquerda da entrada, e uma capela, à direita, como os
esquemas de construções bandeiristas.
Dentro da casa, podemos ver em um dos quartos, um anexo, sem janelas. As pesquisas
dizem que poderia ser um quarto de enfermos, um lugar para resguardar as mulheres das
visitas, ou até um altar. No andar de cima dos quartos de trás, existe também um "Jirau",
uma espécie de despensa para guardar mantimentos.
Nas paredes da casa, alguns nichos para colocar estátuas de santos.
A mata que existe ao redor não é a original, é a que chamam os biólogos de “secundária”
– que cresceu após a devastação do que previamente existia ali. Constata-se isso pela
forte presença de embaúbas, mamonas e bambuzais. Indícios da devastação e o
correspondente “rejuvenescimento” da Mata Atlântica.
O Sítio já foi pertencente a várias pessoas. Os últimos donos, Eduardo Kneese de Mello e
sua esposa, Wilma Quintanilha, doaram o terreno à União no dia 09 de fevereiro de 1962.
A União o tombou como Patrimônio Histórico em 1971. Na escritura de doação, encontrase: “... uma área de terra localizada no Sítio da Casa velha ou Sítio Grande [Sítio do
Mandú], com aproximadamente 2000 m2, constituída de um retângulo contendo os
remanescentes de uma antiga casa com paredes de taipa e pilão (...) pelo valor de Cr$
50.000,00 [cinqüenta mil cruzeiros]”.
O Departamento de Turismo, com apoio do Programa de Jovens, realiza visitas
monitoradas ao local.
A visita tem início na ponte do Ribeirão das Pedras, com a abordagem de vários temas: a
água (monitoramento de rio), mata ciliar, a questão do lixo, espécies exóticas, espécies
nativas, etc. Ao chegar ao casarão, cada grupo de alunos/visitantes recebe uma planta
baixa do sítio, para que tentem identificar o que era cada cômodo. A visita é muito
interessante, pois aborda o porque das casas bandeiristas estarem sempre localizadas
nos picos ou em lugares altos (para se visualizar quem chega), além de estarem sempre
próximas aos rios.
São explicados detalhes sobre o tipo da construção, em taipa de pilão (estrutura das
paredes em terra), detalhes do telhado (quatro quedas com pequenas curvas para
diminuir a velocidade da água).
Restauro Da Casa Bandeirista Sítio Do Mandú – Cotia/SP
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Restauro, recomposição e proteção da taipa de pilão (topos e embrechamentos);
Restauro/execução de réplicas das esquadrias de madeira e suas ferragens;
Refazimento da cobertura;
Combate e prevenção a insetos xilófagos;
Preparação e instalação de barroteamento e assoalho;
Recuperação/execução de cantaria inclusive entalhes;
Acessibilidade;
Instalações elétricas e hidráulicas;
Paisagismo.
Casa do sítio do Mandú
Exemplar da arquitetura rural paulista do século XVII, distingui se das outras ainda
existentes por apresentar uma varanda posterior e sinais de piso assoalhado, coisa
incomum nestas moradas. A capela interna possui pintura seiscentista na cúpula do altarmor. O Sítio do Mandú, com sua casa grande, tombado pelo IPHAN, constitui marco
importante do ciclo bandeirista jesuístico e depois tropeiro na cidade de Cotia.
Arquitetura Rural
Registrado no Livro Histórico
Volume Folha Inscrição Data
1 055 332 12/01/61
End:Sítio Mandú-Lajeado,cotia-SP CEP:06705-210
Biblografia
 www.iphan.gov.br
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