Projetos - Niee

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Projetos - Niee
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
FORMAÇÃO DE PROFESSORES, VIA INTERNET, NO USO DA INFORMÁTICA
NA EDUCAÇÃO ESPECIAL
José Armando Valente
Depto. Multimeios e Nied - Unicamp & Ced - PucSP
Resumo
José Armando Valente
O artigo descreve as bases que fundamentam o trabalho de formação de professores no uso da informática na educação especial, como parte do Projeto de Informática na
Educação Especial (PROINESP) da SEESP/MEC e FENAPAES. Esta formação foi totalmente a distância, via Internet, usando a abordagem do “estar junto virtual”. A interação via
Internet permitiu a realização de atividades de formação bem como auxiliar os professores
na implantação da informática em suas respectivas instituições.
INTRODUÇÃO
O Projeto de Informática na Educação Especial (PROINESP) da Secretaria de Educação Especial (SEESP) do Ministério da Educação, realizado em conjunto com a Federação Nacional das APAES (FENAPAES) teve como objetivo a implantação de infra-estrutura
de tecnologias da informação e comunicação (TIC) nas instituições de educação especial e
a formação dos professores destas instituições para o uso das TIC como parte das atividades de sala de aula.
Este artigo descreve as bases que fundamentam o trabalho de formação de professores para o uso das TIC, que foi realizada totalmente a distância, via Internet. O curso de
formação foi desenvolvido por docentes, pesquisadores do Núcleo de Informática Aplicada
à Educação (NIED) da Unicamp e do Núcleo de Informática na Educação Especial (NIEE)
da UFRGS. A interação via Internet permitiu aos pesquisadores “estarem junto” aos professores, auxiliando-os na realização das atividades de formação bem como na implantação
da informática em suas respectivas instituições.
O artigo descreve brevemente o que é a Internet, a abordagem de Educação a
Distância (EAD) conhecida como o “estar junto virtual”, o curso de formação e os principais
resultados alcançados.
O QUE É INTERNET
A Internet é uma extensa rede de redes de computadores. A rede mais básica pode
ser constituída ao redor de um Provedor. Este provedor, geralmente é uma instituição que
permite que computadores pessoais (p1, p2, ...) ou de outras instituições (inst1, inst2, ...)
com suas redes locais de computadores (c1, c2,...) se conectem aos seus computadores,
formando uma rede. Os provedores existentes ao redor do planeta (prov1, prov2,....), por
sua vez, estão interligados, constituindo uma outra rede, denominada de Internet – interligação
de redes, como mostrado na figura 1.
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Figura 1 – interligação de redes de redes de computadores, constituindo a Internet
A Internet oferece diversas ferramentas de acesso à informação como correio eletrônico (e-mail), grupo de discussão (chat groups), recursos para transferência de arquivos
(FTP ou File Transfer Protocol) que atualmente são integrados no Word Wide Web (WWW).
A WWW é hoje a mais conhecida e disseminada ferramenta a ponto de as pessoas confundirem a Web com a Internet. O meio para tornar disponível uma informação na Web é via
páginas Web. Cada indivíduo ou instituição pode criar suas páginas Web, armazenando-as
no seu próprio computador ou nos computadores do provedor.
Assim, a Internet e, principalmente a Web, cria verdadeiros desafios de ordem pedagógica. Ela pode contribuir tanto para armazenar e disseminar informação ou como meio
para permitir que pessoas possam interagir e, com isto, trocar idéias, resolver desafios e
construir novos conhecimentos. No entanto, é importante lembrar que a ênfase está no
aspecto pedagógico do seu uso e não na Internet em si.
USOS DA INTERNET NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Existem diferentes maneiras de se usar a Internet na Educação a Distância (EAD):
a abordagem “broadcast”, a virtualização da sala de aula tradicional e o “estar junto virtual”
(Valente, 2002). O que difere estas abordagens é o grau de interação entre o docente do
curso e o aprendiz. Na abordagem “broadcast” a informação é enviada ao aprendiz, via
Internet, e não existe nenhuma interação entre ele e o docente. Sem interação, fica difícil de
saber se o aprendiz foi capaz de se apropriar da informação, convertendo-a em conhecimento.
Na virtualização da sala de aula tradicional prevê-se um mínimo de interação entre
o docente e o aprendiz. No entanto, a interação é semelhante ao que acontece em uma sala
de aula presencial, em que o docente solicita um exercício ou uma tarefa que faça uso dos
conceitos em estudo. O aprendiz realiza a tarefa e envia a resposta ao docente para que
seja avaliada. Portanto, a interação pode se resumir a fazer uma pergunta e receber uma
resposta. Certamente isto é insuficiente para entender se o aprendiz foi capaz de atribuir
significado à informação disponível.
O “estar junto virtual” envolve múltiplas interações no sentido de acompanhar e
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assessorar constantemente o aprendiz para poder entender o que ele faz e, assim, propor
desafios que o auxiliam a atribuir significado ao que está desenvolvendo. Estas interações
criam meios para o aprendiz aplicar, transformar e buscar outras informações e, assim,
construir novos conhecimentos. O acompanhamento do aprendiz e a atuação do docente
do curso são feitos por meio da Internet e a interação estabelecida usa a rede para realizar
um ciclo de atividades identificadas como descrição-execução-reflexão-depuração-descrição (Valente, 1999a).
Para que a abordagem do “estar junto virtual” possa ser efetiva o aprendiz deve
estar engajado na resolução de um problema ou na elaboração de um projeto. Em tais
situações, se surgem dificuldades ou dúvidas, elas podem ser resolvidas com o suporte do
docente, via rede. Isto significa que as trocas entre docente e aprendiz são contextualizadas
pelo projeto que está sendo desenvolvido.
O desenvolvimento do projeto e a presença virtual do docente permitem a criação
de um ciclo de interações que não só ajuda na realização do projeto em si, mas também na
geração de novos conhecimentos. Por meio do projeto o aprendiz pode agir, produzir resultados que podem servir como objeto de novas reflexões. Por sua vez, estas reflexões podem gerar outras indagações e problemas que devem ser compartilhados com outras pessoas a fim de encontrar meios de resolvê-los. Neste caso, o aprendiz pode enviar suas
questões ou uma breve descrição do que está ocorrendo para que o docente reflita sobre
elas e envie seu comentário por meio de um material para leitura ou por meio de outras
questões que podem auxiliar o aprendiz a resolver suas dúvidas. O aprendiz recebe os
comentários e tenta colocá-los em ação, o que, provavelmente, acaba gerando novas
dúvidas, que podem ser resolvidas com o suporte do docente. Assim, estabelece-se um
ciclo que mantém o aprendiz no processo de realizar atividades que até então não haviam sido pensadas, produzindo conhecimento a respeito de como desenvolver tais ações,
mas agora com o suporte de especialistas. Assim, a Internet pode propiciar ao docente
o “estar junto virtualmente” do aprendiz a fim de auxilia-lo no processo de construção de
conhecimento. A figura 2 ilustra o “estar junto virtual”.
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Figura 2: Ciclo que se estabelece na interação aprendiz-docente no “estar junto” via Internet
A FORMAÇÃO A DISTÂNCIA DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
A abordagem do “estar junto” virtual tem sido utilizada na formação de professores
reflexivos, capazes de utilizar a informática em sua prática pedagógica (Prado & Valente,
2002). A formação de professores de educação especial tem os mesmos propósitos. Ela
visa capacitar estes professores para que sejam capazes de usar as TIC integradas às
atividades de sala de aula, permitindo, por sua vez, que seus alunos possam usar estes
recursos para construir conhecimento. Esta formação deve fornecer condições para que o
professor construa diferentes tipos de conhecimentos, que estão inter-relacionados e que
não acontecem necessariamente de modo seqüencial e estanque como apresentados a
seguir:
- Entender os potenciais das TIC como recurso para resolução de tarefas e construção de novos conhecimentos. Isto acontece quando o professor usa diferentes software
para resolver diversas tarefas, sendo que cada uma destas experiências é utilizada como
objeto de reflexão, permitindo a ele entender como está aprendendo e qual o papel da
informática no processo de construir o conhecimento;
- Saber utilizar as TIC em atividades pedagógicas. Isto implica dois tipos de conhecimentos. Um, sobre como a informática pode ser usada na elaboração de projetos envolvendo conceitos disciplinares. Outro, sobre como interagir com o aluno e orientá-lo no desenvolvimento de projetos que tenham sentido para ele, proporcionando o prazer e o desafio no processo de aprender. O trabalho com projetos possibilita a transição de um sistema
fragmentado de ensino para uma abordagem integradora de conteúdos e interdisciplinar. A
interação com alunos possibilita ao professor aprender como criar condições para promover
a construção de conhecimento, bem como, saber equacionar as necessidades e os interesses de seus alunos com os objetivos pedagógicos que se dispõe a atingir;
- Saber atuar no contexto da sua comunidade escolar. Para tanto, o professor deve
vivenciar experiências que contextualizam o conhecimento que ele constrói durante sua
formação para a sua realidade de sala de aula e do ambiente de trabalho. O contexto da
escola e a prática do professor são aspectos constituintes das atividades de formação. Sem
esta contextualização, o professor não tem condições de superar barreiras de ordem administrativa e pedagógica e, portanto, de reconstruir a sua prática. Além disto, o contexto
permite a construção de um conhecimento localizado que poderá ser ampliado à medida
que este conhecimento é descontextualizado para outras situações semelhantes.
- Compreender a sua atuação. Isto implica desenvolver autonomia para relativizar,
preservar, redimensionar e transformar os aspectos constituintes da prática pedagógica.
Para isto é fundamental que o professor em formação vivencie também o momento da
descontextualização. Este momento permite ao professor transcender uma compreensão
localizada na sua sala de aula para uma compreensão mais global e profunda, relacionada
com princípios e propósitos norteadores do trabalho educacional.
Nesta perspectiva, a formação não pode restringir-se à passagem de informações
sobre o uso pedagógico da informática. Ela deve acontecer contemplando o cotidiano do
professor, de modo que a experiência no uso da informática na sua prática pedagógica seja
tratada como objeto de reflexão e de construção de novos conhecimentos. Estas foram as
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bases do curso Proinesp.
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CURSO DE FORMAÇÃO PROINESP
O “Curso de Formação de Professores, a Distância e em Serviço, em Informática na
Educação Especial” ou Curso de Formação Proinesp, a teve como objetivos:
a) Formar, em serviço e via Internet, os professores de instituições de educação
especial no uso pedagógico das TIC;
b) Auxiliar os professores na implantação, nas respectivas instituições, de atividades de uso das TIC, integradas às atividades curriculares que desenvolvem.
O curso visou a formação de professores de instituições de Educação Especial que
participaram do Projeto Proinesp, aqui denominado professor em formação. Estas instituições já tinham instalado os laboratórios de informática e a Internet. De cada instituição
foram escolhidos quatro professores, não necessariamente com conhecimentos sobre
informática, porém com interesse em aprender sobre como usar as TIC em suas práticas de
sala de aula e dispostos a disseminar o uso das TIC na instituição, criando condições para
que outros colegas pudessem adquirir estes conhecimentos (efeito multiplicador).
Para poder participar do curso era fundamental que o professor em formação tivesse no mínimo 20 horas por semana para se dedicar às tarefas do curso e estivesse atuando
em sala de aula. Como tarefas do curso, o professor em formação desenvolveu projetos
individuais usando as TIC e leituras para discussões coletivas, planejou e realizou atividades práticas de uso das TIC com alunos, e relatou os resultados dos projetos individuais e
com seus alunos. Os resultados dos projetos eram discutidos pelo docente ou pelos colegas do curso e, com isto, o professor em formação recebeu o suporte necessário – prático
ou teórico – para poder dar continuidade e melhorar os diferentes projetos que desenvolveu. Desta maneira, ele tinha a oportunidade de vivenciar situações que permitiram a construção de seu conhecimento contextualizado na realidade da sua sala de aula e/ou de sua
instituição.
O Curso de Formação Proinesp foi realizado duas vezes, sendo o Proinesp I em
2000 e o Proinesp II em 2001. Ambos consistiram de 210 horas de atividades, sendo 90
horas presenciais e 120 horas a distância, divididas em seis disciplinas. Estas duas partes
do curso podem ser descritas como:
Atividade presencial
Tanto no Proinesp I quanto no Proinesp II o objetivo desta atividade foi a de propiciar aos professores em formação a familiarização com as TIC, de modo que pudessem usálas na realização de atividades a distância, via Internet. Foram previstas 90 horas de atividades presenciais, realizadas nos Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE) do Proinfo (nas
localidades em que existiam NTE instalados) ou em empresas locais que prestam serviços
de capacitação em informática (o Projeto previu uma verba para cobrir estes gastos). A
parte presencial do curso consistiu de oficinas onde foram abordados os seguintes conteúdos:
• Introdução ao Windows (30h): domínio da função Iniciar, ações básicas do Windows
1
O TelEduc ‚ um ambiente de suporte para o ensino e aprendizagem a distƒncia, desenvolvido no N£cleo de Inform tica
Aplicada … Educa‡Æo (NIED) em parceria com o Instituto de Computa‡Æo ambos da Unicamp (http://hera.nied.unicamp.br/
teleduc)
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Explorer, Programa de compactação (por exemplo: Winzip) e Vírus e antivírus;
• Introdução ao Word (30h): elaboração de textos no Word, domínio das funções de
Arquivo do Word, e compreensão das principais funções do Editar, do Exibir, do
Inserir, do Formatar e das Ferramentas do Word;
• Introdução à Internet (30h); domínio de funções básicas do Browser Explorer,
envio e recebimento de mail com arquivos attachados e download de arquivos
em PDF.
Atividades à distância
O Proinesp I e o Proinesp II abordaram o mesmo conteúdo com algumas diferenças
em termos de disciplinas. Nesta parte do curso os professores em formação, foram divididos em turmas de aproximadamente 23 participantes cada. Cada turma contou com um
docente e um monitor que acompanharam a realização das atividades em todas as disciplinas.
Os professores em formação, usaram os recursos disponíveis nos laboratórios montados nas respectivas instituições, acessaram a Internet e por intermédio do ambiente de
educação a distância, TelEduc1 , interagiram com o docente e o monitor da sua respectiva
turma. Por intermédio do Teleduc puderam realizar ações como: enviar e receber e-mails,
participar de grupos de discussão e chats, receber tarefas e enviar seus resultados, receber
orientações a respeito das atividades a serem desenvolvidas com os alunos e sobre como
implantar a informática em sua instituição.
Nas atividades a distância foram enfatizadas a integração de diferentes conteúdos
computacionais e pedagógicos no trabalho que os professores em formação desenvolveram no seu projeto individual ou no projeto que seus alunos realizaram. As disciplinas e
respectivos conteúdos abordados no Proinesp I e no Proinesp II foram:
Proinesp I
• Introdução à linguagem e metodologia Logo (30h): uso da dinâmica de programação para refletir sobre uma experiência de aprendizagem pessoal, e para
redimensionar esta reflexão para o processo de aprendizagem de alunos com
necessidades educativas especiais; desenvolvimento de conceitos como definição de procedimentos, iteração, manipulação de objetos, som e figuras, e animação;
• Word pedagógico (30h): uso do Word integrado com outros software, no desenvolvimento de projetos pedagógicos relacionados aos diferentes assuntos
curriculares que os professores em formação desenvolvem com seus alunos em
sala de aula;
• Discussão de interfaces para deficientes (10h): análise e discussão sobre
tecnologias adaptativas/assistivas, exploração de leituras, navegação em sites específicos e manuseio de interfaces disponibilizadas (em rede e pelo curso), possibilitando sua utilização com alunos especiais, observadas as devidas adequações e
necessidades;
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• Introdução à Internet e seu uso pedagógico (20h): apropriação e exploração de
recursos da Internet, navegação em sites relacionados com educação especial,
criação de páginas simples, e vivência de interações síncronas como recurso
pedagógico;
• Elaboração de projeto pedagógico (30h): trabalho em grupo, envolvendo os quatro professores de cada entidade, para desenvolver um projeto pedagógico para
dar continuidade ao trabalho de informática na sua respectiva instituição. A elaboração deste projeto é acompanhada pelos docentes e colegas no sentido de reflexão coletiva sobre o problema escolhido, a abordagem, a viabilidade, e soluções
alternativas.
Proinesp II
• Discussão sobre interfaces para deficientes (10h): análise/discussão sobre
tecnologias adaptativas/assistivas, exploração de leituras, navegação em sites
específicos e manuseio de interfaces disponibilizadas (em rede e pelo curso),
possibilitando sua utilização com alunos especiais, observadas as devidas adequações e necessidades;
• Uso pedagógico da Internet (40h): apropriação e exploração de recursos da
Internet, navegação em sites relacionados com educação especial, criação de
páginas simples, exploração de ferramentas para avaliação de acessibilidade de
páginas web, exploração e vivência de interações síncronas como recurso pedagógico;
• Análise de software educacional (10h): análise de software desde os mais
direcionados como os tutoriais, até as ferramentas abertas, passando por software
de simulação e de exploração de assuntos específicos, procurando sempre levar
em consideração o propósito educacional estabelecido no trabalho com alunos e
na avaliação da aprendizagem;
• Introdução à linguagem e metodologia Logo (30h): uso da dinâmica de programação para refletir sobre uma experiência de aprendizagem pessoal, e para
redimensionar esta reflexão para o processo de aprendizagem de alunos com
necessidades educativas especiais; desenvolvimento de conceitos como definição de procedimentos, iteração, manipulação de objetos, som e figuras, e animação;
• Integração de diferentes software em projetos pedagógicos (20h): desenvolvimento, por cada professor em formação, de um projeto pedagógico utilizando um
ou mais software com um ou mais alunos, colocando em ação os seus conhecimentos adquiridos e criando situações para a reflexão sobre os resultados obtidos;
• Elaboração de projeto pedagógico (10h): trabalho em grupo, envolvendo os quatro professores de cada entidade, para desenvolver um projeto pedagógico
2 Esta avaliação presencial foi realizada somente com os participantes do Proinesp II, seguindo as normas em vigor na
Unicamp para cursos de extensão.
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para dar continuidade ao trabalho de informática na sua respectiva instituição. A elaboração deste projeto é acompanhada pelos docentes e colegas no
sentido de reflexão coletiva sobre o problema escolhido, a abordagem, a viabilidade, e soluções alternativas.
Acompanhamento e avaliação dos participantes do curso
As atividades dos professores em formação foram acompanhadas pelos docentes
e monitores do curso. Semanalmente era elaborado um relatório relativo à participação do
professor em formação e este relatório era disponibilizado no ambiente TelEduc para que
ele pudesse acompanhar o seu desempenho. Este tipo de acompanhamento permitiu uma
avaliação contínua de cada participante.
Assim, a performance de cada professor em formação foi avaliada com base na:
a) Acompanhamento contínuo do professor em cada uma das disciplinas. Esta avaliação contínua foi feita pelo docente do curso com base na participação individual do professor, observando se foram cumpridos os objetivos estabelecidos em
cada disciplina e na qualidade dos trabalhos realizados;
b) Avaliação presencial que o professor em formação realizou, sob supervisão do
diretor da sua instituição. Esta avaliação consistiu de uma atividade escrita que o
professor realizou na presença do diretor, em seguida enviada pelo diretor, via
correio, para o docente do curso2 .
A avaliação final do professor em formação foi composta de 70% da avaliação contínua e 30% da presencial. Foi considerado aprovado quem realizou 85% das atividades
solicitadas e obteve média final igual ou maior do que 7 (sete).
Seminário presencial
Após o término do curso a distância foi realizado o Seminário sobre Informática na
Educação Especial Proinesp, envolvendo representantes da SEESP, da FENAPAES, docentes do curso e professores das instituições participantes do Proinesp.
O seminário presencial teve três objetivos. Primeiro, reunir presencialmente os diferentes elementos participantes do Projeto Proinesp para que se conhecessem. Segundo,
permitir que os professores pudessem apresentar sua instituição e mostrar o trabalho de
informática na educação que estava sendo desenvolvido pelos professores formados. Com
base nos trabalhos apresentados auxiliar os professores na melhoria dos mesmos e na
disseminação da informática na instituição. Durante o Seminário eram discutidas com os
professores as estratégias que eles adotariam na criação de ações de formação de seus
colegas para que pudessem se apropriar das TIC e usa-las com seus respectivos alunos.
Terceiro, apresentar ou demonstrar alguns software ou resultados de pesquisa que pudessem ser utilizados com diferentes populações de alunos com necessidades educacionais
especiais como, por exemplo, recursos computacionais disponíveis para alunos cegos.
A condição para que os professores pudessem participar do Seminário era a elaboração de uma apresentação sobre o que estava sendo realizado em termos de informática
na educação, tanto com alunos quanto em termos de ações de formação de professores na
instituição.
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PRINCIPAIS RESULTADOS
O Proinesp I foi desenvolvido por docentes do NIED da Unicamp em duas fases: a
primeira fase, de nove semanas, de 08 de maio a 07 de julho de 2000, e a segunda fase, de
três semanas, de 18 de setembro a 03 de outubro de 2000. Atendeu quarenta (40) instituições, sendo vinte e oito (28) APAEs, dez (10) Pestalozzis, o INES e o IBC.
Foram matriculados no curso 156 professores destas instituições, divididos em 7
turmas, sendo que cada uma tinha aproximadamente 23 participantes. Do total de professores que iniciaram o curso, 132 foram aprovados, 12 foram reprovados e 12 professores, de
três instituições, não conseguiram acompanhar o curso por danos na rede local da escola
ou no acesso à Internet. Considerando o número de professores que acompanharam o
curso (144), 91,6% foram aprovados e 8,4% reprovados, sendo que o aproveitamento global do curso foi de 84.6% – considerando o número de professores que iniciaram o curso
(156) e os que foram aprovados (132).
O Seminário do Proinesp I foi realizado no período de 3 a 6 de outubro de 2000, em
Brasília. Compareceram professores de 22 APAEs, de 5 Pestalozzis e do INES, que apresentaram trabalhos desenvolvidos por alunos e/ou propostas de ações de formação de
colegas da instituição.
O Proinesp II foi desenvolvido por docentes do NIED da Unicamp e do NIEE da
UFRGS ao longo de 12 semanas, de 03 de setembro a 23 de novembro. Atendeu noventa
e cinco (95) instituições, sendo setenta e cinco (75) APAEs, nove (9) Pestalozzis, três (3)
Associações, três (3) Centros de Educação Especial e cinco (5) Institutos.
Foram matriculados no curso 389 professores destas instituições, divididos em 17
turmas, sendo que cada uma tinha aproximadamente 23 participantes. Do total de professores que iniciaram o curso, 344 foram aprovados, 34 foram reprovados e 11 professores, de
quatro instituições, não conseguiram acompanhar o curso por danos na rede local da escola
ou no acesso à Internet. Considerando o número de professores que acompanharam o
curso (378), 91,0% foram aprovados e 9,0% reprovados, sendo que o aproveitamento global do curso foi de 88,4% – considerando o número de professores que iniciaram o curso
(389) e os que foram aprovados (344).
O Seminário de Proinesp II foi realizado no período de 28 a 30 de novembro, em
Fortaleza. Participaram deste evento 121 professores de 72 instituições. Eles apresentaram
trabalhos de alunos ou de formação de professores da instituição na forma de pôsteres.
Estes trabalhos foram comentados individualmente por ocasião da visita aos stands da
mostra do pôster e em sessão plenária, procurando destacar temas ou aspectos interessantes de cada um, com o objetivo de melhora-los ou servir de exemplo de ações que
poderiam ser utilizados em outras instituições.
Os principais resultados e uma visão geral do Proinesp II pode ser encontrado no
site http://www.nied.unicamp.br/~proinesp.
DISCUSSÕES
As atividades de formação a distância realizadas no Projeto Proinesp permitiu que
docentes dos centros de pesquisa pudessem estar junto virtualmente dos professores das
instituições de educação especial, auxiliando-os no processo de domínio de diversos co10
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nhecimentos, como sobre as TIC, sobre o uso pedagógico destes recursos, sobre o desenvolvimentos de projetos e sobre a implantação da informática na educação na instituição.
Neste sentido, vale a pena mencionar três resultados importantes: primeiro, o grau de aproveitamento do curso; segundo, o fato de o curso, além de auxiliar na formação dos professores, ajudar a implantar um serviço na instituição; terceiro, a constatação de que o Projeto
não procura somente implantar na instituição a informática, mas mudanças de ordem pedagógica que são passíveis de serem realizadas graças à presença das TIC.
Tanto o Proinesp I quanto o Proinesp II teve um grau de aproveitamento bom, considerando o fato de o curso ter sido a distância e acontecer em serviço. Isto se deve a uma
série de compromissos que o professor em formação assume ao fazer parte do curso.
Primeiro, o curso é parte de um projeto de implantação da informática na escola. Além da
instalação do laboratório de informática na instituição, quatro professores devem ser formados não só para realizar atividades de uso das TIC na sua prática como auxiliar a formação
de colegas da instituição. Segundo, o curso exige que o professor em formação trabalhe
com alunos. Esta atividade, além de servir para o professor aprender como integrar as TIC
em sua prática pedagógica serve também para revelar importantes habilidades que os alunos com necessidades educacionais especiais têm e que não eram conhecidas. Foi muito
comum durante o curso e, mesmo durante o Seminário, os professores em formação mencionarem que estavam surpresos com o fato de certos alunos estarem realizando por intermédio das TIC atividades que jamais haviam sido feitas. Isto constituiu em um importante
incentivo para o professor em formação continuar o curso, mesmo reconhecendo que havia
alguma dificuldade com o assunto, com o fato de não estar familiarizado com cursos a
distância ou de não ter tempo suficiente para estudar e continuar a trabalhar.
Um outro subproduto do curso foi o fato de o professor em formação estar usando
o laboratório de informática da instituição. Embora o laboratório tenha sido instalado, isto
não significa necessariamente que pode ser usado. Em muitas instituições, por questões
diversas, a direção ou mesmo os funcionários, acaba mantendo o laboratório fechado ou
dificultando seu uso. Como o curso demanda que o professor em formação use este laboratório nas atividades com os alunos e na formação de seus colegas, diversas idiossincrasias
são solucionadas para que o laboratório seja usado. Com isto, as TIC passam passa a ser
utilizadas pelos alunos e gradativamente a instituição vai se apropriando da informática,
incorporando-a nas atividades que professores e alunos realizam em sala de aula.
Finalmente, a Informática na Educação Especial que está sendo implantada nas
instituições enfatiza o fato de o professor de sala de aula ter conhecimento sobre os potenciais
educacionais das TIC e ser capaz de alternar e integrar, adequadamente, atividades tradicionais
de ensino-aprendizagem e atividades que usam os recursos de informática. O curso incentiva
esta nova atitude do professor e procura auxilia-lo na criação de condições para que seu aluno
construa conhecimento em ambientes de aprendizagem que incorporam o uso do computador.
No entanto, a implantação desta abordagem educacional na instituição requer mudanças profundas de ordem administrativa e pedagógica: a alteração do papel atribuído ao
erro (não mais para ser punido, mas para ser depurado), a não fragmentação das disciplinas, a promoção da autonomia do professor e dos alunos e a flexibilização de um sistema
educacional rígido, centralizador e controlador. Estas mudanças de ordem pedagógica e
administrativa são enormes e difíceis de serem enfrentadas com o vigor que elas demandam, principalmente nas instituições de educação especial.
Primeiro deixa de existir a diferença entre educação normal e educação especial.
As instituições que trabalham com crianças que apresentam necessidades educacionais
especiais passam a ser vistas como ambientes de construção de conhecimento em que
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cada aluno, do mais talentoso até o mais comprometido sensório e intelectualmente, está
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CURRICULUM VITAE
Nome: José Armando Valente
Nascimento: 21 de Abril de 1948, em Jaboticabal, São Paulo - Brasil
EDUCAÇÃO
Doutorado Departamento de Engenharia Mecânica e
1983
Divisão para o Estudo e Pesquisa em Educação
Massachusetts Institute of Technology (MIT)
Cambridge, Massachusetts - USA
Mestrado
Programa Interdisciplinar de Ciência e Educação
1979
Massachusetts Institute of Technology (MIT)
Cambridge, Massachusetts - USA
Mestrado
Ciência da Computação
1974
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Campinas, São Paulo - Brasil
Graduação Engenharia Mecânica
1970
Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP)
São Carlos, São Paulo - Brasil
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
1999Professor do Departamento de Multimeios do Instituto de Artes
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Campinas, São Paulo - Brasil
1997Professor Visitante do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
São Paulo, São Paulo - Brasil
2001Vice-Coordenador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED)
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Campinas, São Paulo - Brasil
1986-2001 Coordenador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED)
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Campinas, São Paulo - Brasil
1983-1986 Vice-Coordenador do Núcleo de Informática Biomédica (NIB)
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Campinas, São Paulo - Brasil
1976-1983 Professor Visitante e Aluno de Pós-Graduação
Massachusetts Institute of Technology
Cambridge, Massachusetts - USA
1971-1976 Professor Associado do Departamento de Ciência da Compução
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Campinas, São Paulo - Brasil
PUBLICAÇÕES SELECIONADA
“Aprendizagem continuada ao longo da vida: o exemplo da terceira idade”. Capítulo do livro
Longevidade: um novo desafio para a educação. Vitória Kachar (org.), São Paulo: Cortez
Editora, 2001, p.27-44.
Aprendendo para a vida: os computadores na sala de aula. Livro publicado em co-autoria
com Fernanda Maria Pereira Freire. São Paulo: Cortez Editora, 2001, 239 p.
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“Educação a distância: uma oportunidade para mudança no ensino. Capítulo do livro ead.br:
Educação a distância no Brasil na era da Internet. Carmem Maia (org.) São Paulo: Anhembi
Morumbi Editora, 2000, p. 97-122.
“Criando oportunidades de aprendizagem continuada ao longo da vida”. Artigo publicado na
Pátio Revista Pedagógica, ano IV, Nº15, Nov 2000/Jan 2001, p. 8-12.
“O Computador na Sociedade do Conhecimento” (org.). Campinas: Núcleo de Informática
Aplicada à Educação, Universidade Estadual de Campinas, 1999, 156 p.
ORIENTAÇÃO DE TESE
Completado: 14 doutorados
13 mestrados
Em andamento:
4 doutorados
2 mestrados
OUTRAS ATIVIDADES
1992 Membro
The New York Academy of Science
1989 -
Membro
Sociedade Brasileira de Informática Educativa
1985 -
Membro
The American Association for Artificial Intelligence
José Armando Valente
29 de Dezembro de 2001
13
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
LUCILA MARIA COSTI SANTAROSA
DRA. EM CIÊNCIAS HUMANAS - EDUCAÇÃO.
PROFESSORA DOS CURSOS DE PÓS- GRADUAÇÃO EM
EDUCAÇÃO(MESTRADO E DOUTORADO) E DOUTORADO EM
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO GRANDE DO SUL.
Lucila Maria C. Santarosa
COORDENADORA DE PESQUISA DO NÚCLEO DE INFORMÁTICA NA
EDUCATÇÃO ESPECIAL - NIEE DA PRORHESC/ UFRGS-A/C 1996
CONSULTORA DO MEC NA SECRETARIA DE EDUCaCAO ESPECIAL -SEESP NO PROGRAMA DE INFORMÁTICA NA EDUCACAO ESPECIAL- PROINESP a/c DE 1998
ATÉ A PRESENTE DATA
COORDENADORA DO CENTRO DE INFORMÁTICA EDUCATIVA DA UFRGSCIES/EDUCOM/FACED DESDE 1984 A 1996.
COORDENADORA DO CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA
EDUCAÇÃO- UFRGS E CURSOS DE EXTENSÃO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
ESPECIAL NO BRASIL E PARAGUAY.
PROFESSORA DE VÁRIOS CURSOS QUE ENVOLVEM FORMAÇÃO DE DOCENTES EM INFORMÁTICA NA EDUCACAO GERAL E ESPECIAL EM ÂMBITO NACIONAL
(PROINFO) E INTERNACIONAL.
PROFESSORA DE VÁRIAS DISCIPLINAS LIGADAS À INFORMÁTICA NA
EDUCACAO EM CURSOS DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO.
REPRESENTANTE DO BRASIL NA RED IBERO-AMERICANA DE INFORMÁTICA
EDUCATIVA - RIBIE - DESDE 1989 ATÉ A PRESENTE DATA, ALÉM DE SUB-COORDENADORA DA RIBIE 1990-1992.
MEMBRO DA EQUIPE DE PROJETO INTERCÂMBIO INTERNACIONAL DE
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL E REPRESENTANTE DO BRASIL APOIADO
PELO CYTED -ESPANHA 1992-1994.
MEMBRO DO COMITÉ: REPRESENTANDO O BRASIL NA REVISTA ÊDE
INFORMÁTICA EDUCATIVA - COLÔMBIA - E DA REVISTA ZEUS: INFORMÁTICA E VÍDEO
- ESPANHA E NA RESVISTA DE INFORMATICA NA EDUCACAO - SBC - IE – BRASIL,
PGIE - BRASIL
PRESIDENTE DO COMITE DE PROGRAMA DO III CONGRESSO DA RIBIE’96BARRANQUILLA/COLOMBIA
PRESIDENTE DO COMITÊ DE ORGANIZAÇÃO DO IV CONGRESSO RIBIE’98 BRASÍLIA/ BRASIL
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III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
MEMBRO DE COMITES DE CIENTÍFICOS DE VARIOS EVENTOS NACIONAIS E
INTERNACIONAIS ( RIBIE, CIIEE)
CONSULTORA AD-HOC DO CENTRO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO BRASIL - CNPq E DA FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO RIO GRANDE DO SUL – FAPERGS, entre outras.
PESQUISADORA NÍVEL IA DO CNPq.
COMO PRODUÇÃO CIENTÍFICA:
10 LIVROS PUBLICADOS EM AUTORIA E CO-AUTORIA;
9 CAPÍTULOS DE LIVROS;
50 TRABALHOS PUBLICADOS EM REVISTAS E ANAIS DE CONGRESSOS INTERNACIONAIS: 17 AUTORA E 33 EM CO-AUTORIA;
89 TRABALHOS PUBLICADOS EM REVISTAS E ANAIS DE CONGRESSOS NACIONAIS: 33 AUTORA E 53 EM CO-AUTORIA;
225 COMUNICAÇÕES ( palestras e trabalhos apresentados) EM CONGRESSOS
NACIONAIS E INTERNACIONAIS;
ALÉM DE ORIENTAÇÃO DE TESES E PARTICIPAÇÃO EM BANCAS DE TESES
E CONCURSOS PÚBLICOS.
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III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
PROJETO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL
PROINESP
NEILA CAMPOS*
O PROINESP, Projeto de Informática na Educação Especial é um projeto da Secretária de Educação Especial/Ministério da Educação, instituído para beneficiar as escolas,
mantidas por Organizações Não-Governamentais de caráter filantrópico, sem fins lucrativos, que realizam atendimentos ao aluno com necessidades educacionais especiais, como
as APAEs, das Sociedades Pestalozzi e dos Institutos de Cegos.
Desenvolvido em parceria com a Federação Nacional das APAES, responsável pela
execução, implantação e acompanhamento, este projeto é uma das primeiras experiências
de grande porte na promoção do acesso dos alunos com necessidades educacionais especiais às Tecnologias de Informação e Comunicação, interligando virtualmente, escolas especiais de diferentes estados do Brasil e capacitando professores, em cursos presenciais e
à distância, via Internet.
A implantação dos Laboratórios de Informática envolve:
• Assinatura de convênio entre o FNDE e entidades representativas das escolas
selecionadas.
• Repasse de recursos do FNDE à entidades representativas para a aquisição conjunta dos equipamentos (computadores, servidores de rede, além dos periféricos e
impressora Braille) e mobiliários, conforme as especificações técnicas levantadas
pelo MEC/SEESP.
• Repasse do recurso do FNDE às entidades representativas para o financiamento
de cursos de Capacitação presencial e à distância, via Internet, dos professores
das escolas contempladas.
• Promoção pela SEESP/MEC de um Seminário sobre Informática na Educação Especial, para apresentação, pelos professores capacitados, do projeto para o uso
pedagógico das Tecnologias da Informação e Comunicação e avaliação do curso à
distância, via Internet.
• Acompanhamento e avaliação, por meio de formulários a serem preenchidos pelas
escolas contemplas.
A contrapartida da escola participante consiste em:
• Oferecer infra-estrutura básica (rede elétrica, rede lógica e linha de telefone).
• Providenciar acesso à Internet.
• Assegurar manutenção dos equipamentos.
• Adquirir software educacional e material de expediente.
• Indicar 04 professores para o processo de capacitação.
• Apoiar aos professores.
No período entre 1999 e 2002, o Projeto de Informática na Educação Especial contemplou 212 escolas, espalhadas nos 26 Estados brasileiros, capacitando mais de 1.000
professores em cursos presencial e à distância, via Internet e atendendo mais de 15.000
alunos nestes laboratórios.
*Neila Maria Melo Campos - Assessora de Automação e Projetos da Federação Nacional das APAES - Especialista em
Educação Especial e Políticas Públicas - Professora e Psicóloga
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ONGRESSO
O Projeto de Informática na Educação Especial foi desenvolvido para ampliar o acesso dos alunos com necessidades educacionais especiais as TIC –Tecnologias de Informação e Comunicação. Neste contexto, o objetivo maior do PROINESP é incentivar o uso
pedagógico da Informática na Educação dos alunos com necessidades educacionais especiais matriculados em instituições especializadas não governamentais, que, por não integrarem a rede pública de ensino, não podem ser beneficiados por ações do Programa Nacional de Informática na Educação - PROINFO.
A Federação Nacional das APAEs, enquanto executora do PROINESP e dividindo responsabilidade com a SEESP/MEC no esforço de alcançar os objetivos propostos,
elaborou um questionário, com dados de identificação e questões sobre a qualidade
dos equipamentos adquiridos, os procedimentos de instalação dos laboratórios e
acesso à Internet, atendimento aos alunos e projetos desenvolvidos, impacto deste atendimento na/para a comunidade escolar, cumprimento da contrapartida da
escola beneficiada, o qual foi encaminhado às escolas que participam deste projeto.
Os conteúdos dos questionários foram sistematizados e, a partir das várias contribuições recebidas, produzimos material para avaliação das ações desencadeadas e análise
dos procedimentos de implantação dos laboratórios de informática. Assim como foi possível
visualizar o processo inicial das atividades com os alunos, as expectativas/perspectivas/
resultados provocados com a promoção da inclusão digital ao alunado da educação especial em diferentes regiões do País.
Foram analisados os questionários respondidos pelas escolas contempladas com o
Projeto de informática na Educação Especial - PROINESP, em 2000 (34) e 2001(96). As
escolas contempladas em 2002 (89) não participaram, uma vez que ainda estão em procedimento de instalação das ferramentas computacionais.
Percebemos, nesta avaliação, que cada escola participante desenvolve diferentes
programas, respeitando e valorizando as diversidades regionais e as especificidades dos
alunos atendidos pela educação especial. Os resultados refletem as necessidades/
potencialidades dos alunos, a busca da melhoria da qualidade de vida do aluno com necessidades educacionais especiais, a inclusão social e o desenvolvimento da cidadania.
Os professores participantes da capacitação revelam nos questionários, a necessidade de estabelecer, em conjunto com todos os professores da escola, critérios de seleção
de conteúdos mais adequados às demandas educacionais e sociais dos seus alunos, assim
como o desejo de aprofundar/ampliar seus conhecimentos com a continuidade do curso de
capacitação à distância, via Internet, em parceria com a UNICAMP/NIED. Sugerem ainda a
criação de um portal, pela SEESP/MEC, ou pela Federação Nacional as APAES, abrigando
conteúdos dos projetos desenvolvidos, experiências inovadoras, textos e referências bibliográficas, além de links para os Laboratórios de Informática e espaço para debates, entre
alunos, professores e técnicos.
As famílias dos alunos atendidos nos Laboratórios de Informática refletem o início de
um caminho para a mudança do paradigma da deficiência, dando ênfase para a
potencialidade de cada indivíduo.
Este primeiro instrumento de análise da implantação deste Projeto revela as possibilidades de novas experiências educacionais, de acesso ao espaço computacional/virtual
para a democratização do conhecimento, da redução da exclusão social para os alunos
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III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
com necessidades especiais. Além de propiciar a SEESP/MEC e à Federação Nacional das
APAES parâmetros para realizarem alterações, correções de implantação, ampliação, enriquecimento das ações e qualidade dos serviços oferecidos.
NEILA MARIA MELO CAMPOS
DADOS PESSOAIS
Endereço: SQS 303, Bloco K, Aptº. 503 – CEP. 70.336.110 - Brasília / DF
Telefone: (61) 9987.4248 / 223.9042
E-mail: [email protected]
FORMAÇÃO ACADEMICA
1999 Universidade Federal do Mato Grosso do Sul/UFMS - Campo Grande/MS
Pós-graduação em Fundamentos da Educação Especial e Políticas Públicas
1985 Centro de Ensino Unificado de Brasília – CEUB - Brasília/DF
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do DF.
Curso de Psicologia
Licenciatura em Psicologia.
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
EMPRESA Federação Nacional das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais FENAPAEs
Cargo:
Assessora de Automação e Projetos
Período:
Junho/99 - atual
EMPRESA Federação Brasileira das Associações Síndrome de Down
Cargo:
Assessora técnica
Período:
1º sem. 1999
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EMPRESA Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal
Fundação Educacional do Distrito Federal/FEDF - Brasília DF
Período:
1998 – 1975
Cargo:
Gerente da Seção de Diagnóstico e Apoio Psicopedagógico e Social
Centro Integrado de Ensino Especial/Se/GDF
Técnica da Equipe de Diagnóstico e Avaliação Psicopedagógica
EMPRESA
Universidade de Brasília/UNB – Faculdade de Ciências da Saúde
Período: 1986 -1990
Núcleo de Estudos, Pesquisa e Atendimento e Assistência à Saúde Mental –
NESPASM..
ATIVIDADES EXTRACURRICULARES
¾
Palestrante no I Congresso Internacional de Telemática na Educação – Fortaleza - CE/
2001
¾
Coordenadora e palestrante no II Seminário de Informática na Educação Especial –
Fortaleza - CE/2001.
¾
Palestrante no XX Congresso Nacional das APAEs – Fortaleza - CE/2000
¾
Participante do II Congresso Ibero-americano de Informática Educativa - Córdoba/
Espanha/1999.
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PROJETO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL,
UMA EXPERIÊNCIA BRASILEIRA
Autores: Renausto Alves Amanajás e Diana Freitas Silva Neri – SEESP/MEC
Lucila Maria Costi Santarosa (consultora)
O Projeto de Informática na Educação Especial – Proinesp é uma iniciativa da Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação do Brasil com o objetivo de estender aos alunos com necessidades especiais o acesso às novas Tecnologias de Informação
e Comunicação. Nesse sentido, são destinados recursos para a implantação de laboratórios de informática em escolas de Educação Especial não-governamentais e sem fins lucrativos, tais como APAEs, Sociedades Pestalozzi, instituições para a educação de cegos e
surdos, etc. Além da compra de equipamentos de informática para a implantação dos laboratórios, o Projeto financia a capacitação de professores das escolas participantes.
• Cronologia
Desde 1997, a Secretaria de Educação Especial já demonstrava preocupação com
a questão do acesso das pessoas com necessidades especiais às Tecnologias de Informação e Comunicação emergentes. Com base nas diretrizes do Programa Nacional de
Informática na Educação – Proinfo, foi redigido, naquele ano, o “Projeto Nacional de
Informática na Educação Especial – Escola Virtual para Portadores de Necessidades Especiais”, documento que tinha o objetivo de sistematizar as ações futuras da Secretaria nesta
área. Sua concretização, no entanto, deu-se apenas em 1999, com a implantação do Projeto de Informática na Educação Especial – Proinesp. Da primeira edição do Proinesp, desenvolvida entre os anos 1999-2000, participaram 38 escolas distribuídas em 15 estados brasileiros. A segunda edição, implementada no período 2000-2001, contou com a participação
de 96 escolas de 23 estados. A terceira edição do Proinesp envolveu 89 escolas, totalizando
223 instituições de ensino já contempladas nas três edições do Projeto.
• Composição dos Laboratórios
O Proinesp prevê a instalação de laboratórios de informática em três modulações
distintas, compostas por 13, 9 e 6 computadores, respectivamente. Além dos computadores, as três modulações incluem equipamentos periféricos como impressora, scanner de
mesa e câmera fotográfica digital. Também são custeados pelo Proinesp itens de mobiliário
para o laboratório e programas de computador como Office e anti-vírus.
• Capacitação de Professores
Cada escola envolvida no projeto indica quatro professores para participarem do
processo de capacitação. O processo é dividido em duas etapas: um curso presencial de
introdução à Informática e um curso via Internet de Informática aplicada à Educação Especial, com duração de 120 horas. O objetivo da primeira etapa do processo é nivelar o conhecimento dos professores sobre a Informática de um modo geral. Já no curso via Internet, o
objetivo é orientar os professores quanto ao uso pedagógico da Informática. Por constituirse numa experiência de aprendizado em serviço, o curso a distância permite a imediata
aplicação da nova metodologia com os alunos. Os professores capacitados comprometemse a repassar aos colegas os conteúdos apreendidos em ambas as etapas da formação.
Coincidindo com a conclusão do curso via Internet, a SEESP promove anualmente o Semi1
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
nário sobre Informática na Educação Especial, com o objetivo de estimular a troca de experiências entre os professores envolvidos no Projeto.
• Contrapartida das Escolas
Cada escola incluída no Proinesp assina um Termo de Compromisso por meio do
qual assume, entre outras responsabilidades, a tarefa de providenciar estrutura física adequada à instalação dos equipamentos, acesso à Internet, seguro total das máquinas, reposição sistemática do material de consumo, aquisição de software educacionais, etc. Mais
que uma mera formalidade, os compromissos assumidos caracterizam a efetiva relação de
parceria entre a Secretaria de Educação Especial e as escolas participantes do Proinesp,
na luta pela Educação de Qualidade para Todos.
Renausto Alves Amanajás
Prof. Adjunto 4 da Universidade Federal do Pará
Chefe da DAEE – SECRETARIA ESPECIAL DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - SEESPMEC
2
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TELEMÁTICA: UM NOVO CANAL DE COMUNICAÇÃO PARA DEFICIENTES AUDITIVOS*
1.Introdução
1.1. Telemática e Educação
Alvina Themis Lara
As tecnologias da Informação e comunicação, e em especial a Telemática, têm
merecido destaque no cenário do progresso mundial, como um dos mais promissores recursos para aproximar pessoas e desenvolver o potencial cognitivo dos seres humanos.
A Telemática possibilita uma nova visão de mundo, um descortinar de horizontes e
inegavelmente uma nova forma de comunicação, em que as pessoas ditas “diferentes”
podem se apossar de conhecimentos até então inatingíveis e romper barreiras tanto do
ponto de vista pessoal como social.
A difusão dos usos telemáticos, indubitavelmente, permite o acesso da informação
atualizada. Além de possibilitar aos países menos desenvolvidos o acesso às pesquisas e
aos conhecimentos produzidos pelos cientistas de qualquer parte do planeta, dota esse
conhecimento de um prazo de validade cada vez mais diminuto. Em pouco tempo, às vezes
meses, pesquisas e teorias tornam-se desatualizadas, acelerando o ritmo das transformações sociais que passam a necessitar de uma atualização constante.
O correio eletrônico é uma das aplicações da telemática que vem se difundindo
rapidamente neste fim de século. Ele surgiu na passagem dos anos setenta aos oitenta e
permite a troca de informações, através de mensagens, entre pessoas dispersas geograficamente, via uma rede de computadores ligados por uma linha telefônica comum, por fibra
ótica, por rádio ou satélite. O correio eletrônico conjuga as vantagens do telefone com as do
correio tradicional, superando com sucesso algumas das desvantagens destes meios de
comunicação. Em primeiro lugar, o envio de mensagens por estes meios eletrônicos é, sem
dúvida, mais rápido do que pelo correio tradicional; além disso, permite as consultas das
mensagens por parte do emissor e receptor sempre que for necessário, o que não acontece
com o telefone. Mais ainda, é possível enviar uma mensagem a vários destinatários ou a um
grupo identificado dentro do sistema de utilizadores, sem ter que reescrever ou duplicar a
referida mensagem. Considere-se, também, que o destinatário ou receptor é avisado, ao
consultar seu sistema, da existência de novas mensagens, podendo enviar resposta automática sem indicação do destinatário, pois o sistema faz o devido endereçamento. Finalmente, os sistemas permitem a emissão de mensagens não apenas sob o formato de textos, mas através de outras formas de codificação e compactação.
A aplicação da telemática difundiu-se nos países desenvolvidos, sendo utilizada
principalmente pelas universidades. No Brasil, sua implantação é bem recente (1986) nas
diversas universidades e órgãos de pesquisa. A sua difusão acelerada foi resultante da
eficácia das comunicações entre seus usuários e a redução dos custos de processamento
e comunicação a longa distância (Hoppen, Oliveira E Araújo, 1992).
*Doutora Alvina Themis Silveira Lara (coordenação executiva). Participaram na execução desse projeto: Doutora Lucila
Maria Costi Santarosa (coordenação geral), Doutora Maria Lília Dias de Castro (apoio lingüístico) e Celise Pacheco
Monteiro (fonoaudióloga).
1
III CONGRES
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ONGRESSO
As escolas começaram a utilizá-lo a partir de 1980, simultaneamente na Europa e
nos Estados Unidos, visando a um maior intercâmbio entre seus diretores, professores e
alunos. (Anoro, 1990).
A comunicação entre as escolas fica extremamente dinâmica e torna-se uma prática pedagógica importante, uma vez que oportuniza aos seus participantes a multi e a
interdisciplinaridade; estimula e fomenta o funcionamento de processos no tratamento da
informação, além de construir um ambiente de amplitude indeterminado, pois, a cada novo
contato ou mensagem, cria-se uma mudança ambiental, tanto em nível cognitivo como
psicossocial.
De acordo com Moreira, Betrin e Berrocal (1992), as experiências realizadas, através do correio eletrônico escolar (CEE), permitem o desenvolvimento das capacidades de
criação e invenção, descobrimento de atividades a serem compartilhadas e ainda oportunizam
a manifestação de outros aspectos da personalidade.
No Brasil poucas experiências fazem parte dos resultados dos trabalhos da
Informática com os deficientes auditivos, e ressaltam alguns pontos positivos registrando:
mudança na dimensão cognitiva, afetiva e social, maior rapidez na resolução de problemas
e organização de estratégias para chegar às soluções; aquisição e desenvolvimento de
conceitos; ampliação do vocabulário; maior familiaridade com a comunicação escrita; enriquecimento da linguagem escrita; melhora da concentração dos sujeitos e maior rapidez de
pensamento; maior e melhor interação entre o grupo de sujeitos e facilitadores; maior autonomia, segurança, iniciativa e interesse nas atividades realizadas; maior nível de motivação
e persistência (Valente, 1990; Santarosa et alii, 1990; Santarosa e Hony, 1992).
2. Objetivos do Estudo
- Estudar as possibilidades de uso de meios telemáticos, particularmente o correio
eletrônico, no processo de comunicação e interação entre crianças e jovens surdos.
- Desenvolver alternativas de comunicação e acesso à informação para surdos através de redes telemáticas.
- Realizar experiências de intercâmbio e troca de informações entre surdos dentro
do país e em outros países, visando a produção de materiais cooperativos em ambientes de
aprendizagem telemático.
- Desenvolver estratégias de intervenção na área da linguagem verbal escrita que
auxiliem os deficientes auditivos a suprir as dificuldades de comunicação através de redes
telemáticas.
- Observar e avaliar os efeitos do ambiente de aprendizagem telemático no processo de comunicação e produção de informação dos surdos.
3. Metodologia
A experiência caracterizou-se por estudos de casos com observação, acompanhamento e avaliação de sujeitos surdos no processo de interação e comunicação em ambiente telemático. A pesquisa contou com nove sujeitos deficientes auditivos selecionados entre
instituições especializadas na educação de surdos de Porto Alegre com idades que varia2
III CONGRES
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ONGRESSO
vam de nove a vinte e quatro anos, freqüentando o Laboratório de Informática uma vez por
semana, durante três horas por dia, num período de 18 meses. As atividades foram desenvolvidas com base em estratégias de intervenção, visando principalmente a comunicação
escrita, inicialmente, em ambiente-texto (sistema TELIX), e após ambiente-gráfico
(NETSCAPE). No processo de intercâmbio foram enviadas e recebidas várias mensagens
para amigos portugueses e, também, virtuais, criados como estratégias de intervenção para
mobilizar maior produção textual e trabalhar áreas especificas de acordo com as necessidades do grupo. As mensagens variaram de temas, conforme os interesses e as situações
vivenciadas.
Durante o diálogo estabelecido nas interações foi utilizada a língua de sinais, bem como,
todos os demais recursos que possibilitou um melhor entendimento e compreensão das mensagens. Ex: Leitura-orofacial, gestos, comunicação via digitação usando vídeo/teclado.
Materiais cooperativos também foram desenvolvidos como jornais telemáticos e
livros de histórias, buscando parcerias interativas com amigos portugueses. Nesta perspectiva foram trabalhadas estratégias referentes aos aspectos de Expressão e Conteúdo.
No plano da Expressão foram desenvolvidas estratégias relacionadas à: correção
ortográfica, estrutura frasal e emprego da preposição. No plano do conteúdo as propostas
de interação foram de cunho: descritivo, narrativo e dissertativo.
4. Resultados
As atividades desenvolvidas dentro do projeto constataram um grande interesse
por parte dos sujeitos em organizar trocas de experiências com outros deficientes auditivos
à distância, através da elaboração de mensagens enviadas pelo Correio Eletrônico. Manifestaram também, de maneira geral, um grande empenho em se comunicar com a ajuda do
computador, interagindo com as máquinas e realizando as atividades propostas.
Houve em algumas situações ajuda mútua entre os colegas, estabelecendo-se segundo Vygotsky (1967) os princípios básicos da ZDP e uma aprendizagem gradativa
mediatizada, referente à linguagem computacional.
Alguns sujeitos, durante as interações, manifestaram de forma mais ostensiva seu
comportamento de não aceitação da surdez. No entanto com o passar dos encontros, podemos observar uma acentuada melhora em termos de desempenho social e afetivo do grupo.
Em relação especificamente ao desenvolvimento cognitivo, os resultados apareceram, principalmente, em relação à:
• utilização correta de pronomes demonstrativos;
• concordância verbal e nominal;
• emprego correto de conjunções e preposições;
• utilização correta da acentuação e ortografia;
3
III CONGRES
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ONGRESSO
• ênfase no desenvolvimento na expressão temporal e espacial;
• maior domínio no plano lingüístico da expressão escrita.
Destacamos ainda a dimensão sócio afetiva, com significativo crescimento nas relações interpessoais, evidenciado pela iniciativa, autonomia e autoconfiança.
Entendemos com esse trabalho que novos conhecimentos possam ser construidos,
enfatizando uma maior compreensão do significado do desenvolvimento das pessoas com
necessidades especiais, bem como a exploração de recursos tecnológicos de acesso à
informação contribuindo assim, para diminuir as desigualdades sociais, vislumbrando a possibilidade de um mundo mais justo.
5. Bibliografia
ANORO, Miguel P. A. A. (1990) >Telemática e Correo Eletronico Escolar. Apuntes de
Educacion Madrid. Anaya, vol. 36, Enero - Marzo, p. 2.
CHOMSKY, N. (1994). Language and problems of knowledge. Cambridge. Massachusetts:
FERNANDES, Eulália. (1990). Problemas Lingüísticos e Cognitivos do surdo. Rio de Janeiro.
GREGORIO, Maria. Jesus. (1989). La paralisia cerebral y la comunicación. Psicomotricidade.
Madrid: no 31, Febrero - Marzo, p. 55 - 57.
HOPPEN, Norberto. OLIVEIRA, Jose. P. M. de Araujo. ERASTOTENES, E. R. (1992) O uso
do Correio Eletrônico como suporte ao trabalho cooperativo: uma experiência real.
UFRGS, PPGA, Porto Alegre. Série documentos para estudos.
KOCHAM, Bárbara (1990). O computador como instrumento de escrita. O computador no
ensino/aprendizagem da língua. Portugal: GEP, p. 21 - 28.
LURIA, A. R. (1986). Pensamentos e linguagem: as últimas conferências de Luria. Porto
Alegre: Artes e científicos/EDUSP.
MORERA, Xavier A. BETRIN, Dolores. BERROCAL, Joan C. (1992) Como iniciar-se en el Correo
Eletronico. Apuntes de Educacion. Madrid: Anaya. U. 36. Enero - Marzo, p. 13 - 15.
SANTAROSA et alii (1990). Metodologia Logo: Experiência Interativa em Microcomputador
com Deficientes Auditivos. Porto Alegre. Anais da 42o Reunião da SBPC.
SANTAROSA, L. M. C. e HONY, P. (1992). Construção de Materiais de Apoio Pedagógico à
Comunicação/Interação de portadores de deficiência auditiva. Memórias del Congresso Ibero americano de Informática Educativa, Tomo II. Santo Domingo - República
Dominicana. p. 76 - 94.
VALENTE, J. A. (1994). Liberando a Mente: Computadores na Educação Especial. Campinas, Unicamp.
VYGOTSKY, L. (1967). Pensamiento y lenguage. Madrid: Editorial Lautaro.
4
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ONGRESSO
CURRICULUM VITAE
NOME: Alvina Themis Silveira Lara
ENDEREÇO: Rua Comendador Rheingantz, 94 / 202
CEP: 90450-020
CIDADE: Porto Alegre
ESTADO: RS
TELEFONE: (51) 3330.3650 / 9984.4476
E-MAIL: [email protected]
FORMAÇÃO
GRADUAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
MESTRADO
DOUTORADO
ÁREA
Pedagogia- S. Escolar
Metodologia do Ensino
Superior
Educação - Aconselhamento Psicopedagógico
Educação
INSTITUIÇÃO
PUCRS
UFRGS
ANO DE CONCLUSÃO
1978
1983
PUCRS
1991
PUCRS
1998
ATIVIDADES PROFISSIONAIS
CARGO ou FUNÇÃO
PERÍODO
Delegada de Educação da 1° DE e da 37° DE - Porto Alegre
1988
Supervisora Técnica da Secretaria da Educação/RS
1988
Assessora Técnica da FADERS
1989
Chefe da Unidade de Deficientes Auditivos - FADERS
1991
Gerente Educacional da FADERS
1991
Coordenadora Adjunta do Depto. de E. Especial da Secretaria da Educação
1991
Vice-Presidente da ONG REDESPECIAL – Brasil
1999
Coordenadora da Habilitação de Educação Especial – PUCRS
2002
ATIVIDADES DOCENTES
DISCIPLINAS LECIONADAS / PUCRS
PERÍODO
Dinâmica e Supervisão de Estágio D. Mentais I e II
1984/1987
Serviços de Educação Especial
1988/1991
5
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ONGRESSO
Introdução à Educação Especial
1988/2002
Estrutura e Funcionamento da E. Especial
1988/2002
Currículos e Programas da E. Especial
1988/2002
Supervisão de Estágio em Educação Especial
1998/2002
Prática de Ensino Educação Especial
2000/2002
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ONGRESSO
USO DAS TIC NA
EDUCAÇÃO DE SURDOS
Profa. Dra. Márcia de Borba Campos
[email protected]
Faculdade de Informática
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Roteiro
• Educação de Surdos
Márcia de B. Campos
• Informática na Educação de Surdos
• Considerações finais
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
Abordagens educacionais
- Visão behaviorista
- Visão construtivista
- Visão sócio-construtivista
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO DE SURDOS
Posicionamento
Educação de Surdos
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SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
Educação de Surdos
Educação de Surdos
Oralista
Oralista
Não apresentou resultados atraentes para o desenvolvimento da linguagem e da
Comunidade Surda
“O oralismo e a supressão dos sinais resultaram numa deterioração dramática das
conquistas educacionais das crianças surdas e no grau de instrução do surdo em geral. (...)
Muitos dos surdos hoje em dia são iletrados funcionais.“ (Sacks, 1990. p.45)
Bimodal
Uso da língua de sinais, fazendo um uso simultâneo com a fala
Alterações estruturais nas duas línguas
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Bilingüista
• O surdo é um membro de uma comunidade com língua e cultura próprias
• A LS - como L1 - deve ser utilizada para garantir o desenvolvimento cognitivo e o
ensino de conhecimentos gerais
• O ensino da língua da comunidade ouvinte deve estar baseado em estratégias de
ensino de L2
• Tanto o oralismo quanto o bimodalismo constituem grande parte da história da
educação dos surdos no Brasil e no mundo
a liberação do uso da LS e a conscientização dos surdos como uma
Comunidade Surda, com uma língua e cultura próprias, houve a percepção do
quanto foram prejudicados com as propostas educacionais desenvolvidas até
então
Informática na Educação de Surdos
Existe uma caminhada em Informática na Educação de surdos?
• Treinamento computadorizado para elocução de vogais para deficientes auditivos
• SpeechViewer - Visualizador Fonético
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• Informática e Educação Especial - uso de processamento de voz para deficientes
auditivos
• Programa de Iniciación a la Lectura Labial
• SELOS
• Estudos de imagens falantes: estimulação do ensino e treinamento de leitura labial
e língua de sinais – LIBRAS VIA CD-ROM em crianças surdas
• Protótipo hipermídia como ferramenta de auxílio à aquisição de vocabulário em
portadores de deficiência auditiva
• Construção de materiais de apoio pedagógico à comunicação/interação de portadores de deficiência auditiva com o microcomputador e a linguagem Logo
• Mecanismos cognitivos - interação de crianças surdas em rede telemática
• Dicionário (vídeo)
• Tradutores
• Learn to Sign
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• The American Sign Language Dictionary
• The American Sign Language Dictionary
• SignWriter
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• SignDic
• SignEd
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• SignSim
Requisitos: Português
• SignSim
Requisitos: Língua de sinais
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• SignTalk
• SignHTML
• Software para Educação de Surdos
- Categoria: dicionário, tradutor, editor, comunicação
- Apresentação dos sinais: por meio do alfabeto manual ou na língua de sinais
- Forma de apresentação dos sinais: ilustrações, vídeo, texto explicativo de como o
sinal é realizado ou escrita de sinais
- Animação
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- Representação dos movimento
- Expressão facial: se faz uso da expressão facial
• Software para Educação de Surdos
- Construção de novos sinais
- Possibilidade de alterar sinais
- Tradução de palavras ou textos
- Consulta aos sinais: por palavras, categorias, ordem alfabética, ou pela estrutura
dos sinais
- Possibilidade de imprimir as informações: se é possível imprimir as informações
que estão na tela do software ou algum arquivo construído pelo software em questão
• Software para Educação de Surdos
- Possibilidade de salvar as ações do usuário: por exemplo, sinais que o usuário já
consultou, textos que o usuário criou
- Forma de interação homem-máquina: se é possível por meio do teclado, do mouse
- Permite interação interpessoal: se, através do software, é possível algum tipo de
interação, de troca entre usuários.
Informática na Educação de Surdos
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Márcia de Borba Campos
Doutora em Informática na Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS). Mestre em Ciência da Computação pela UFRGS. Bacharel em Informática
pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Professora da Faculdade de Informática da PUCRS, com dedicação exclusiva, atua
nos cursos de graduação em Ciência da Computação, em Pedagogia Multimeios e Informática
Educativa, e em Psicopedagogia desta mesma Universidade.
Professora co-orientadora do Pós-Graduação em Educação da PUCRS. Professora orientadora da Graduação em Pedagogia Multimeios e Informática Educativa.
Responsável pela linha de pesquisa em Informática na Educação Especial, do Grupo de Pesquisa em Informática na Educação da FACIN/PUCRS, cadastrado no CNPq.
Coordenadora do projeto “Ambiente de ensino-aprendizagem computadorizado bilíngüe – Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa”; Coordenadora do projeto “Integrando ferramentas computacionais bilíngües para Surdos”, ambos financiados pela
FAPERGS e pela PUCRS. Pesquisadora responsável, junto à PUCRS, pelo projeto “Inovações tecnológicas para pessoas com deficiências: produção, avaliação e utilização de
ajudas técnicas e recursos informáticos”, tendo como parceiros a UFRGS e a RedespecialBrasil.
Participou da implantação do projeto Campus Global da PUCRS, no que se refere a
aulas virtuais. Atualmente, participa do grupo de pesquisadores da Unidade de Educação a
Distância da PUCRS, com projeto e desenvolvimento de ambientes a distância para a educação bilíngüe de surdos e formação de professores de surdos.
Participou como professora/formadora no curso “Informática na Educação Especial”, promovido à distância pela Secretaria de Educação Especial (SEESP) do Ministério da
Educação (MEC), no âmbito do Projeto PROINESP - Programa de Informática na Educação
Especial, em 2001.
É membro da comissão científica do III Congresso Ibero-Americano de Informática
na Educação Especial: Novo Século, Novas Tecnologias, Novas Formas de Aprender.
É membro da comissão de programa do XIII Simpósio Brasileiro de Informática na
Educação que, em 2002, tem como tema “Metodologias, Tecnologias e Aprendizagem dentro do cenário de Informática na Educação”.
É vice-presidente da ONG Redespecial-Brasil, uma organização não-governamental a serviço das pessoas com necessidades educacionais especiais por meio das Tecnologias
da Informação e Comunicação.
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PAINEL
HISTÓRIA DA UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO NO INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE
SURDOS
Sandra Alonso de Oliveira Pinto
[email protected], [email protected], [email protected]
Tel/fax: (21) 2285-7393
Histórico
Sandra A. de O. Pinto
A Informática Educativa teve início no INES, em 1985, com o projeto “Ciranda” da Embratel. Dispunha de uma sala, cinco computadores CP500 utilizados
em programas instrucionistas que visavam a construção de uma metodologia que pudesse
atender ao Deficiente Auditivo. Esse projeto solidificou a Língua de Sinais como instrumento facilitador da comunicação.
Em 1989, o INES realizou o projeto “Programa de Introdução da Linguagem Logo
na Educação do Deficiente Auditivo”, embasado no projeto “Disseminação na Educação de
Crianças Excepcionais”, desenvolvido pelo NIED – Núcleo de Informática Aplicada à Educação da Universidade de Campinas. O objetivo principal era desenvolver uma metodologia
Logo na Educação com Deficientes Auditivos. Foram capacitados três professores, adquiridos três computadores MSX, três televisores coloridos e uma impressora. Os atendimentos
foram realizados com alunos da 3ª e 4ª série do 1º Grau. Constatou-se que a Tartaruga
passou a ser um objeto de interação entre a criança-computador. (Valente, 1991, p. 246).
Em 1995, o INES, cônscio da importância da Informática Educativa para seus alunos, modernizou e expandiu o espaço que dispunha, participando do projeto “Horizonte”, da
IBM. Foi adquirido vinte e quatro computadores 486 da IBM, ligados em rede, e mais um
laboratório, passando a atender turmas das Classes de Alfabetização à 8ª série do Ensino
Fundamental. Além do Logo, passou-se a oportunizar novos programas. Onze professores
foram capacitados pelos cursos da IBM.
Em 1998, o INES criou o projeto “O Surdo e o Mundo”, cujos principais objetivos
consistiam em oportunizar novos conhecimento, facilitar a comunicação, capacitar e qualificar o surdo para atuar no mercado de trabalho, em condições de igualdade através das
novas tecnologias. Reorganizou seu espaço físico. adquiriu dezenove computadores Pentium
200 ligados em rede, dois projetores multimídia, dois Kits multimídia, dois quadros brancos
e duas impressoras HP 890, que foram distribuídos em dois laboratórios. Nessa oportunidade, foi criado um terceiro Laboratório para o Ensino Profissionalizante, com o aproveitamento de oito computadores 486 da IBM, que ficaram fora da rede. Mais uma vez, foi necessário
capacitar os professores
Os atendimentos estenderam-se as turmas do Ensino Médio, Jovens e Adultos e
Atendimento Diferenciado (turmas de surdos com outras necessidades educativas especiais).
Em 1999, no Ensino Profissionalizante, iniciou o curso de “Montagem e Manuten1
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ção de Microcomputadores”, concluído com sucesso e hoje já implantado.
Em 2000 passamos a atender a Educação Infantil com o objetivo de favorecer o
desenvolvimento da criatividade, das funções intelectivas vinculadas às habilidades
perceptivas necessárias ao aprendizado da leitura e da escrita.
Em 2002 o INES disponibilizou um quarto laboratório, adquiriu novos equipamentos
apropriados ao atendimento da Educação Infantil e das primeiras séries do Ensino Fundamental (Mesas Educacionais Combo I e Alfabeto), a ser implantado.
Atendimentos:
Nas turmas do Ensino Fundamental, Médio e Jovens e Adultos são realizados dois
atendimentos semanais de 45 minutos.
Na Educação Infantil são realizados um atendimento semanal de 45 minutos.
Nas turmas de Atendimento Diferenciado são realizados dois atendimentos semanais de 1 hora e 30 minutos.
Atualmente oito professores atendem uma média de quinhentos alunos.
Proposta Pedagógica
Nosso trabalho se fundamenta nas teorias: Sócio-histórico (Vygotsky 1987),
Construtivismo (Piaget 1975) e Construcionismo (Papert 1994).
Vygotsky (Ibid.) acredita que o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque
forma conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com
outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria consciência.
Piaget (Ibid.) acredita que a criança é concebida como um ser dinâmico, que a todo
momento interage com a realidade, operando assim, ativamente com objetos e pessoas.
Essa interação com o ambiente faz com que essa criança construa seus esquemas e estruturas cognitivas.
Papert (Ibid.) incorpora muitos aspectos das idéias de Piaget, teve seu interesse
focado nos mecanismos do processo de aprendizagem do ser humano. Sua idéia era criar
um ambiente de aprendizagem onde o conhecimento não é passado para o aluno, mas
onde esse aluno, interagindo com os objetos desse ambiente, pudesse manipular e desenvolver outros conceitos. Em seu livro “Logo: computadores e educação”, Papert sugere que
se as crianças são construtoras do conhecimento, elas necessitam de materiais para construir, materiais que são encontrados no ambiente onde vivem. ( Apud Valente, 1991, p. 4)
A Informática Educativa no INES ao oportunizar a utilização da telemática no processo educacional é criar mais uma possibilidade da pessoa surda trabalhar sua diferença
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ao contactar com uma nova linguagem, que lhe permitirá o desenvolvimento cognitivo e
lingüístico. Essa conquista deve ser realizada através da construção do conhecimento de
forma interativa, estimular o desenvolvimento da autonomia, da comunicação, da criatividade,
da organização do pensamento e do espírito crítico.
Em nosso ambiente informatizado e lúdico, o alunado utiliza programas pedagógicos que possibilitam seu desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento de habilidades e
conhecimentos que servirão de base para a aprendizagem futura de conceitos mais complexos.
Procuramos observar as necessidades das turmas e as particularidades individuais
de cada aluno, traçando a conduta pedagógica que mais se adapta a cada realidade. O
interesse dos alunos sempre é levado em conta. Visando primordialmente atender suas
necessidades com relação a comunicação, seja ela, sinalizada, oral ou escrita.
A comunicação com nossos alunos, é realizada através da Língua Portuguesa (oral
e escrita) e em LIBRAS.
Os professores da Educação Infantil, do primeiro seguimento do Ensino Fundamental e de Jovens e Adultos acompanham suas turmas aos atendimentos, interferem em
conjunto com o professor do laboratório, no processo educacional, orientando e articulando
diferentes processos de elaboração e construção, dando sugestões, resolvendo dúvidas e
propondo novos desafios, interagindo com os alunos numa atuação mediadora.
O professor regente, além de pesquisar e elaborar seus trabalhos pedagógicos,
muitas vezes, ministra suas aulas nos laboratórios, utilizando os recursos visuais da
telemática, gerando situações de aprendizagem com melhor qualidade, visto que o sentido
visual contribui significativamente para o desenvolvimento cognitivo da pessoa surda.
Utilizamos diferentes programas educacionais e desenvolvemos projetos pedagógicos
que abordam temas interdisciplinares trabalhados pelos professores da instituição, tais com:
Jogos
A utilização dos jogos pedagógicos contribuem para o desenvolvimento da coordenação motora, orientação espacial, lateralidade, direção e sentido, percepção visual, atenção concentrada, criatividade, dentre outros.
Office
Nossos alunos criam desenhos no Paint sobre um tema, de acordo com a série, os
alunos inserem seus desenhos no Word ou PowerPoint. Estimulamos que escrevam algo
sobre seus desenhos, procedimento adotado desde a Educação Infantil. Esse trabalho vai
criando desenvoltura conforme a série atendida. Inicia-se com a identificação de letras,
reprodução de palavras conhecidas, produção de palavras, pequenas frases, produção de
pequenos textos até a produção de textos mais complexos.
Logo
Através da Linguagem de programação LOGO, o aluno reflete sobre o resultado e
aprende a reformular novas soluções. O “erro” deixa de ser punido e passa a ser uma
reflexão que os leva a entender melhor suas ações e conceitualizações. No Logo o aluno
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aprende ensinando o computador, isto é, definindo novos comandos que implementam uma
determinada tarefa. O aluno é que ensina a máquina e não a máquina que ensina o aluno.
(Valente, 1991. p. 41).
Os professores regentes ficam satisfeitos ao observar a produção de seus alunos,
ao atingirem conceitos abstratos que requerem raciocínio lógico matemático, orientação espacial, coordenação viso-motora e outras habilidades, utilizando o LOGO. Provocando uma quebra de paradigma e gerando mudanças significativas na prática pedagógica desses professores.
A tal respeito, em 2000, durante o curso de capacitação de professores realizado
pelo PROINESP, uma professora de matemática que participou do curso, observou o crescimento obtido com a turma inserida no projeto, onde a mesma utilizou os recursos do Logo
para atribuir conceitos e enriquecer suas aulas de geometria. Os resultados foram surpreendentes, os alunos superaram o conteúdo programático.
A aplicabilidade do Logo nas turmas de Atendimento Diferenciado, também no curso do PROINESP, nos fizeram observar a riqueza que se encontrava por trás de cada criança. Percebemos a imensa satisfação dos mesmos em construir e reconstruir o seu conhecimento, raciocinando e questionando sobre o que havia sido proposto, e por fim, ao chegarem na etapa final sentindo-se produtivos e capazes.
Um aluno dessa turma que não permitia-se ao toque, ao iniciarmos o trabalho corporal que desenvolvemos com os comandos básicos da Tartaruga, o mesmo, começou a
interagir com todos os participantes, alunos e professores, permitindo-se ao toque e desempenhando com prazer as atividades propostas.
Internet
O INES, proporciona a seus alunos acesso aos recursos da telemática, objetivando
familiarizá-los aos meios tecnológicos necessários a vida cotidiana e contribuindo para a
formação de cidadãos participativos.
Além da rapidez que se processa a produção de conhecimento e a circulação de
informações do mundo atual, impondo novas demandas para a vida em sociedade, surgindo como uma nova forma de comunicação e pesquisa, a Internet, é uma poderosa ferramenta de apoio psicopedagógico, proporcionando um novo ambiente de aprendizagem de
leitura e escrita em Língua Portuguesa para a pessoa surda.
Essa comunicação se realiza através:
- Pager – os alunos do INES até 1997, necessitavam de uma pessoa ouvinte para
transmitir a mensagem a telefonista. Com a Internet, eles digitam a mensagem, o
número do destinatário a enviam.
- E-mail – cadastramos nossos alunos nos sites que oferecem correio eletrônico
gratuito para adquirirem um e-mail. Propomos temas que estimulam a comunicação, objetivando o desenvolvimento da leitura e escrita.
- Chat – iniciamos o Intranet com temas motivadores. Os professores participam
ativamente dinamizando a conversação. O bate-papo é realizado entre alunos da
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turma e os professores e, sempre que possível, participam do chat alunos de
outra turma em outro laboratório.
Internet, inicialmente nossos alunos comunicavam-se entre si, em salas fechadas;
posteriormente, a comunicação estendeu-se para as salas abertas à comunidade virtual.
O resultado obtido com estas atividades superou nossas expectativas.
Incentivamos a utilização de telefones celulares que permitem a conversação através da escrita via torpedo e e-mail.
Sentimos que a Língua Portuguesa escrita, passou a ser significativa e prazerosa
em suas vidas, quando observarmos nossos alunos se comunicando virtualmente sem se
envergonharem, indicando que foi superada uma barreira que os inibia.
Constatamos que nossos alunos passaram com freqüência, a consultar dicionários
de Língua Portuguesa, e a nos perguntar qual o significado das palavras em determinadas
frases.
Quando estão em horário livre, nossos alunos utilizam os laboratórios para navegação, pesquisa, acessar e-mail ou participar das salas de bate-papo.
Nossos alunos a usam o dicionário da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS,
disponibilizado no site do INES, www.ines.org.br. Os mesmos, o utilizam para pesquisas,
trocas de experiências com os colegas, enriquecem seu vocabulário acessando através das
palavras digitadas em Língua Portuguesa ou pelas configurações de mãos. Com isso, adquirem novos conceitos e aumentam o conhecimento da LIBRAS.
Considerações Finais
Antes de iniciar qualquer trabalho é importante que o aluno tenha um tempo para
explorar o software que será utilizado, e que o professor conheça e domine o software que
irá utilizar, podendo assim problematizar os conteúdos escolares.
Tudo nos leva a crer que esse contato visual-virtual, proporcionado pela telemática,
contribui para o enriquecimento lingüístico, estimulando o aprofundamento na aprendizagem da leitura e da escrita em Língua Portuguesa.
A Internet tem influenciado significativamente para o surgimento de novos paradigmas
educacionais.
Sentimos que, diante de um ambiente de aprendizagem informatizado, nosso aluno
surdo interage com os amigos de turma, com os professores e com a comunidade virtual,
onde manifesta seus sentimentos de maneira construtiva, podendo através de um trabalho
constante superar algumas de suas dificuldades.
Nossa equipe, mantém-se em constante reciclagem, observa e registra o dia a dia
dos atendimentos, aguarda sugestões, dissemina o conhecimento aos demais professores
da Instituição, procurando sensibilizá-los à cerca da importância da Informática Educativa
em sua vida profissional e sinalizando os benefícios que seus alunos alcançarão. Com isso,
acreditamos que possamos transformar essa possibilidade em realidade e contribuir para
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uma mudança significativa na educação da pessoa surda.
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REFERÊNCIAS
PAPERT, S. Logo: Computadores e educação. São Paulo: Brasiliense, 1985.
PAPERT, S. A máquina das crianças. Repensando a escola na era da informática. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1994.
PCN: Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos parâmetros curriculares nacionais/ Secretaria de Educação Fundamental – Brasília, MEC/SEF, 1998.
PIAGET, J. A construção do real na criança. Rio de Janeiro: Zahar/MEC, 1975.
PIAGET, J. A equilibração das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
VALENTE, J.A. Liberando a mente: computadores na educação. Campinas, SP. Graf. Central da UNICAMP, 1991.
VALENTE, J.A. O professor no ambiente logo: formação e atuação. Campinas, SP. UNICAMP/
NIED, 1996.
VALENTE, J.A. O computador na sociedade do conhecimento. Campinas, SP. UNICAMP/
NIED, 1999.
VIGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
VIGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
Sandra Alonso de Oliveira Pinto
Formação
Professora de 1º e 2º graus do Colégio de Aplicação do Instituto Nacional de Educação de Surdos – CAP/INES
Advogada
Fonoaudióloga
Especialista em Psicomotricidade
Professora especializada na área da surdez
Professora Interprete em Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS
Professora de Informática Educativa do Curso de Estudos Adicionais para Professores na área da Deficiência Auditiva – CEAD/INES
Experiência Profissional
Componente das bancas examinadoras do concurso para professor substituto do
INES.
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Assessoria Técnica na área da Informática Educativa:
- Seminário Estadual sobre Surdez – Blumenau/SC, outubro de 2000.
- Seminário sobre Educação e Surdez – Teresina/PI, de 04 a 05 de maio de 2001.
- Seminário sobre Educação e Surdez – Belém/PA, 08 e 09 de maio de 2001
- Seminário sobre Educação e Surdez – São Luís/MA, 11 a 12 de maio de 2001.
- Seminário Interestadual sobre Educação e Surdez – Porto Velho/RO, 13 a 15 de
agosto de 2001.
- Seminário Intermunicipal de Educação e Surdez – Friburgo/RJ, dezembro de 2001.
- Palestrante no Curso de Multiplicadores em Informática na Educação, Orientado
para a Educação Especial, realizado pelo MEC/SEESP/SEED (PROINFO), em Brasília, no
período de 20 de setembro a 08 de outubro de 1999.
- Palestrante da Mesa Redonda sobre Informática Educativa na Educação Especial
no IV COINFE – Congresso Estadual de Informática na Educação, em 25/11/2000.
- Palestrante no II Curso de Nivelamento oferecido pelo INES, 16 e 17 de junho de
2000.
- Programa de Implante Coclear Multicanal do Centro de Pesquisas Audiológicas –
Centrinho – Bauru/SP, outubro de 1999.
- Fonoaudiologia e Surdez, módulos I,II,III,IV, ministrado pela Dra. Lorena Kozlowski,
no INES, em 1999.
- I Curso de Prevenção ao Uso Indevido de Drogas realizado pelo GRUPUID/INES,
em 2000.
- Curso de Multiplicadores em Informática na Educação, Orientado para a Educação Especial, realizado pelo MEC/SEESP/SEED (PROINFO), Brasília, DF., setembro/outubro de 2000.
- Curso de Extensão de Capacitação de Professores em Educação e Informática,
realizado no período de 24/04/2000 a 24/10/2000, com duração de 120 horas, promovido
pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/Federação Nacional das APAEs/ Fundação de Apoio a Pesquisa, ao Ensino e à Cultura e, realizado com o apoio Pedagógico e
Técnico do Núcleo de Informática Aplicada à Educação – NIED/Universidade Estadual de
Campinas.
- I, II e III Cursos de Nivelamento do INES, 1999, 2000, 2001.
- Curso de Capacitação de Professores Intérpretes de Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS) do Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos (MEC/SEESP), no Rio de
Janeiro, no período de 26/11/01 a 10/12/01, com a participação da FENEIS, sob a responsabilidade pedagógica do INES.
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TELA 1
PROJETO DE INTERFACE
CONCEITO
• Fatia de software responsável pela interação entre sistema e usuário
• Bem subjetivo em função de diferentes perfis
Bernard Condorfet Porto
INTERFACE GRÁFICA: SISTEMA WINDOWS
• Metáfora entre o objeto visualizado e a atividade relacionada
• Possibilidade de manipulação a partir de um click do mouse
• Super amigável só para quem enxerga
• Cego não usa mouse e muito menos o monitor !
MECANISMOS DE INTERAÇÃO PARA UM DV
• Entrada: teclado e/ou scanner
• Saída: placa de som e/ou e impressora Braille
TELA 2
POSSIBILIDADES DE INTERAÇÃO POR UM DV
SÍNTESE DE VOZ OU IMPRESSÃO BRAILLE
• Converte os dados transferindo-os da memória ao dispositivo de saída
LEITORES DE TELA
• Capturam os dados reconhecendo-os diretamente da memória de vídeo
INTERFACE ESPECIALIZADA
• Se molda ao usuário levando em conta aspectos idiossincráticos
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RECONHECIMENTO DE VOZ E AMPLIFICADORES DE IMAGEM
• Ambos são pouco utilizados
TELA 3
REQUISITOS BÁSICOS PARA UM DV
ALTAMENTE CONFIGURÁVEL: NECESSIDADES INDIVIDUAIS
• Velocidade da fala, detalhamento da informação, alarmes...
FORNECER FEEDBACK IMEDIATO: NOTIFICAÇÃO DA AÇÃO
• Evitar falsa impressão: alguma outra informação? “travou”?
QUALIDADE QUANTO ÀS METÁFORAS: OBJETIVIDADE E CLAREZA
• Pode ser dito uma só vez: “Aguarde um pouco, irei processar”
DIRIGIR A ATENÇÃO PARA O ALVO CORRENTE DA AÇÃO
• Evitar ações indesejadas: interromper processo em andamento
TELA 4
A IMPLEMENTAÇÃO DE UM NOVO PRODUTO DE SOFTWARE
A ESCOLHA DE UMA DAS METODOLOGIAS
1)
Desenvolver o aplicativo em si
2)
Readaptar apenas sua interface
EXEMPLIFICANDO ALGUMAS EXPERIÊNCIAS
• Complexa em relação ao navegador Webvox
• Satisfatória em relação aos jogos infantis
DESENVOLVIMENTO DO SCRIPTVOX
• Possibilita aos usuários resolverem suas próprias dificuldades
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• Possibilita a interação em ambientes gráficos
• Necessidade apenas na definição de comandos textuais
EX: ACESSANDO O DICIONÁRIO AURÉLIO
• Readaptação apenas de sua interface
TELA 5
PROJETO DE INTERFACE ADAPTADA
ALGUNS DESENVOLVIMENTOS A PARTIR DO SCRIPTVOX
• acesso a rede dialup
• acesso ao mixer geral
• acesso a inúmeros OCR
• dentre outros...
INTERFACE ADAPTADA PARA O WORD 7.0
APRESENTAÇÃO DO TEXTO DEVIDAMENTE FORMATADO
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CURRICULUM VITAE
1. DADOS PESSOAIS:
NOME: BERNARD CONDORCET PORTO
DATA DE NASCIMENTO: 15 DE SETEMBRO DE 1963
CONTATO: RESIDÊNCIA: 021–2619-6787
UNIVERSIDADE: 021-2598-3198 CELULAR: 021-9792-1595
2. GRADUAÇÃO:
CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO.FACULDADES
AMERICANO.EM : JUNHO DE 1993.
INTEGRADAS
ANGLO
3. PÓS-GRADUAÇÃO: MESTRADO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO.TESE
SOB O TÍTULO: WEBVOX: UM NAVEGADOR PARA A WORD WIDE WEB DESTINADO
PARA DEFICIENTES VISUAIS.
CENTRO DE CIÊNCIAS MATEMÁTICAS E DA NATUREZA.
INSTITUTO DE MATEMÁTICA.
NÚCLEO DE COMPUTAÇÃO ELETRÔNICA.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO
DE JANEIRO.EM : MARÇO DE 2001.
4. PROJETOS E ATUAÇÕES PROFISSIONAIS: ATUA DESDE JUNHO DE 1997
JUNTO AO “PROJETO DOSVOX”, COMO ANALISTA DE SISTEMAS, DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE E “HOMEPAGES” ACESSÍVEIS.
- CENTRO DE APOIO EDUCACIONAL AO CEGO (CAEC)/NÚCLEO DE COMPUTAÇÃO ELETRÔNICA (NCE)/ UFRJ-.
ATUA DESDE AGOSTO DE 1999 JUNTO À “REDE SACI” (SOLIDARIEDADE,
APOIO, COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO), NAS ÁREAS DE SUPORTE TÉCNICO, DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE ALÉM DE MINISTAR INÚMEROS CURSOS. - UFRJ/
USP -.
ATUA DESDE ABRIL DE 2001 JUNTO AO “PROJETO INTERVOX”, NAS ÁREAS
DE PESQUISA E APLICAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS QUANDO DIRIGIDO À DEFICIENTES VISUAIS. - CNPQ/UFRJ -.
5. EVENTOS E PARTICIPAÇÕES: COORDENAÇÃO GERAL E PROFESSOR DO
CURSO DE “INTERNET E PROGRAMAÇÃO”. - INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT. DATA: DE AGOSTO À DEZEMBRO DE 2000. PARTICIPOU COMO PALESTRANTE NO
“CONGRESSO INTERNACIONAL DE REABILITAÇÃO”, OCORRIDO NA CIDADE DO RIO
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DE JANEIRO. - RIO CENTRO. – DATA: OUTUBRO DE 2000. PARTICIPOU COMO MEMBRO DE GRUPOS DE TRABALHO NO EVENTO “OFICINA PARA A INCLUSÃO DIGITAL”,
OCORRIDO EM BRASÍLIA E PROMOVIDO PELO GOVERNO FEDERAL. - CENTRO DE
CONVENÇÕES ULYSSES GUIMARÃES.- DATA: MAIO DE 2001.6. ARTIGOS E PUBLICAÇÕES: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, TENDO CLASSIFICADO O ARTIGO “ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS CEGAS PELO COMPUTADOR:
UMA UTOPIA OU UMA NOVA REALIDADE EDUCACIONAL”, OCORRIDO NA CIDADE DE
FOZ DE IGUAÇU.DATA:SETEMBRO DE 1998.
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO, TENDO CLASSIFICADO COMO MELHOR ARTIGO DESTE EVENTO O TRABALHO “WEBVOX II / INTERVOX
: UM NAVEGADOR E CONSTRUTOR DE PÁGINAS WEB DESTINADO À DEFICIENTES
VISUAIS”, OCORRIDO NA CIDADE DE MACEIÓ. DATA: NOVEMBRO DE 2000. 3º
SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE INFORMÁTICA EDUCATIVA, TENDO CLASSIFICADO
O ARTIGO “WEBVOX: UMA FERRAMENTA DE NAVEGAÇÃO NA WEB DESENVOLVIDA
PARA DEFICIENTES VISUAIS”, OCORRIDO EM PORTUGAL, NA CIDADE DE LISBOA.
DATA: JULHO DE 2001.
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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
A chegada da informática adaptada às necessidades do deficiente visual no Brasil, deu-se já na década de 70. De lá para cá são
muitas as conquistas. É indiscutível a importância deste avanço para
o processo formativo do deficiente visual, para facilitar-lhe a interação
e a comunicação com o seu meio, para proporcionar-lhe uma crescente autonomia e para a ampliação do seu bem-estar psicossocial
e sua integração social.
João Bosco D. Santa Rosa
Hoje vivemos a era da globalização. O mundo inteiro se comunica numa velocidade
jamais vista na história e para isso a tecnologia da computação é uma das ferramentas
chave. Todos estão em busca do conhecimento necessário para o domínio, ainda que apenas o suficiente, desta tecnologia, para que se possa participar ativamente nesse processo.
O deficiente visual participa também dessa dinâmica graças ao desenvolvimento de
recursos apropriados que já lhe permitem o acesso à tecnologia. Esses recursos, utilizados
na sua amplitude e sendo adequados às necessidades de cada situação do deficiente visual, possibilitam um domínio e independência na execução de tarefas, eliminando barreiras
de comunicação no mundo virtual.
Dentre esses recursos devem ser lembrados em primeiro lugar os programas leitores de tela com seus respectivos sintetizadores de voz, como Dosvox, Virtual Vision, Bridge
e Jaws. Vale salientar, que cada um destes leitores têm peculiaridades que permitem maior
ou menor acessibilidade aos aplicativos do Windows.
Um outro recurso de fundamental importância é o transcritor Braille. Para os que
ainda não conhecem lembramos que um transcritor tem a propriedade de transpor a escrita
em caracteres comuns para o Braille. Também circulam vários softwares para este fim,
como o Braille Fácil, Duxbury, Winbraille e outros, merecendo destaque o TGD (Tactile
Graphic Designer), utilizado para transposição e criação de gráficos.
Também existem em circulação vários modelos e marcas de display Braille, um
periférico que acoplado ao computador permite ao deficiente visual a leitura da tela. Neles, os
dedos são colocados sobre uma barra onde são reproduzidos os pontos que compõem a grafia.
Completando o conjunto de todas essas interfaces criadas para facilitar a interação
dos deficientes visuais com a informática, já foi desenvolvida também a impressora Braille.
Do mesmo modo que os recursos anteriores, já circulam em vários modelos e marcas no
mercado.
Por outro lado, embora existam interfaces previstas para o deficiente visual utilizar a
informática como meio de informação e comunicação, infelizmente elas não interagem com
todos os ambientes do Windows, pois, em sua maioria, estes estão se tornando cada vez
mais gráficos, principalmente nos sites que são desenvolvidos para a Internet. Seria de
grande importância que fossem desenvolvidas, nesses casos, formas de expressão que
permitissem o acesso desses sites aos deficientes visuais, assim como a criação de softwares
pedagógicos destinados a educação infantil, que contemplem a criança portadora de cegueira.
O acesso ao computador pelo deficiente visual tende a tornar-se cada vez mais
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freqüente devido à sua chegada ao ambiente escolar. A presença do computador tende a
assegurar tanto a melhoria da qualidade de ensino, como traz para as escolas o acesso ao
mundo virtual. Todavia, em educação especial, o aluno necessita de profissionais atualizados,
aptos a facilitar o aprendizado de forma qualitativa e individualizada, com informações que
o preparem para enfrentar as transformações que ocorrem na sociedade pois o mundo hoje
exige de todas as pessoas, principalmente para o mercado de trabalho, mais informação,
mais qualificação e maior desempenho.
As portas que a tecnologia da informática abre para os deficientes visuais, definitivamente fortalecem o processo educativo, ampliam as possibilidades de comunicação, habilitam-nos para o trabalho, para o aperfeiçoamento cultural e proporcionam-lhes oportunidades de lazer. Navegar na Internet, por exemplo, é bem mais proveitoso quando se tem
um objetivo, como acessar sites instrutivos ou participar de cursos ministrados a distância.
Mas não basta ter um computador em casa ou na escola para que tudo esteja
resolvido. Como acontece em relação a todos os meios de comunicação, é preciso uma
posição crítica, uma opinião formada sobre as possibilidades, mas também sobre suas
limitações e inconveniências. É necessário questionar as informações recebidas, não podendo ser aceitas sempre como definitivas. Além do mais, na escola, o computador será
bem mais útil se o conhecimento da tecnologia estiver aliado a objetivos educacionais. É um
trabalho que precisa ser desenvolvido com objetividade para não ficar na tecnologia pela
tecnologia. O sucesso deste trabalho exigirá como fundamento a vivência, o planejamento,
o empenho, a resposta aos desafios.
João Bôsco Dias Santa Rosa, tem ministrado cursos na área de informática adaptada às necessidades do deficiente visual em parcerias do Mec com instituições de ensino
superior, apresentou palestras em seminários, tem trabalho publicado nos anais do l Simpósio
Brasileiro sobre o Sistema Braille e atualmente coordena o Centro de Tecnologia e Informática
do Instituto de Cegos da Bahia.
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João Bosco Dias Santa Rosa
Natural de Boquim, no Estado de Sergipe, onde nasceu em março de 1955. Reside
atualmente em Salvador, na Bahia, para onde se transferiu desde a infância, quando iniciou
seus estudos no Instituto de Cegos da Bahia. Ao término do primeiro grau escolar, iniciou
seus estudos profissionalizantes no Centro de Formação Profissional Luís Tarquínio, do
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, em Salvador. Nas oficinas do SENAI,
ao longo de um ano e meio, tornou-se o pioneiro no Brasil como portador de cegueira
congênita, a realizar todos os estágios do curso de eletricidade, tais como residencial,
industrial e máquinas elétricas que incluem bobinagem de motores e transformadores. Logo
após, realizou o seu primeiro estágio nas oficinas elétricas da Petrobrás entre os meses de
janeiro e julho de 1974, findo o qual, mediante concurso público, foi admitido por aquela
empresa como eletricista, tendo trabalhado entre 1975 a 1998. Simultaneamente ao exercício profissional, cursou eletrotécnica na Escola de Engenharia Eletromecânica da Bahia
tendo concluído em 1980. Ao longo de sua vida profissional fez vários cursos de aperfeiçoamento na área de eletricidade. Desde 1993, no entanto, voltou os seus interesses profissionais para a área da informática, tendo concluído a sua vinculação com a Petrobrás na
categoria de programador. Como atividades de extensão tem proferido palestras sobre aspectos ligados à adaptação profissional de deficientes visuais em instituições de ensino
superior, ministrou cursos de eletricidade para deficientes visuais em Salvador e Recife;
participou do IX Congresso Brasileiro de Educação de Deficientes Visuais na qualidade de
coordenador da mesa Informática e outras Tecnologias, realizado em Guarapari-ES; participou do Curso de Especialização em Informática para Educação de Deficientes Visuais,
como ministrante da disciplina Informática, ( 80 horas/aula) em parceria com a Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul, participou do V Encontro Brasileiro de Usuário de Dosvox
na qualidade de moderador de uma das mesas no curso de Internet Básico, realizado no
Rio de Janeiro -RJ, ministrou o curso de Informática aplicada na produção Braille, Instalação, Configuração e Operação de Impressora Braille Computadorizada (40 horas/aula), promovido pelo SEDUC/CPP/EEE/CAP – Cuiabá - MT; participou como docente do Curso de
Capacitação na Área de Educação de Deficientes Visuais promovido pelo Instituto de Cegos da Bahia; ministrou o curso de Introdução da Informática na Produção Braillle (40 horas/
aula) promovido pela Fundação Lions Clube de Santo Antônio de Jesus-BA; participou do
curso de Monitoria de Informática para Deficientes Visuais (40 horas/aula) promovido pela
Fundação Bradesco; participou do I Simpósio Brasileiro sobre Sistema Braille na qualidade
de apresentador do painel “Sistema de Síntese de Voz e Softwares para Edição e Impressão Braille” cujo trabalho encontra-se devidamente registrado e publicado nos anais do
referido simpósio; participou do II Seminário sobre Informática na Educação Especial –
Proinesp realizado pelo Ministério da Educação – Secretaria de Educação Especial e Federação Nacional das APAEs, na cidade de Fortaleza-CE; participou como conferencista do
tema A Informática como Facilitadora do Processo de Inclusão do Portador de Deficiência
Visual na Jornada: Fortalecendo Parcerias promovida pelo Instituto de Cegos da Bahia/
Centro de Intervenção Precoce; atualmente tem ministrado cursos de iniciação à informática,
dosvox e virtual vision para deficientes visuais e coordena o Centro de Tecnologia e Informática
– CETIM junto ao Instituto de Cegos da Bahia.
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ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS CEGAS COM AJUDA DO COMPUTADOR
por José Antonio Borges e Berta Regina Meirinho Paixão
(NCE/UFRJ - Sec. Estadual de Educação do RJ)
1. Tecnologia a serviço da pessoa cega
A alfabetização convencional de crianças cegas é feita através do aprendizado do
método Braille [1]. A utilização do método Braille leva para os cegos, em muitos casos,
muitas vantagens sobre quaisquer outras soluções tecnológicas.[5]
Por outro lado, a criação dos artefatos tecnológicos, como o rádio e TV, o gravador
e o computador trouxe novas perspectivas educacionais para todos, incluindo as pessoas
cegas. Em particular o computador hoje pode oferecer facilidades que permitem ao cego
escrever e ler virtualmente tudo. O sistema mais usado no Brasil é o DOSVOX [4], criado na
UFRJ, através do qual um cego pode, usando um microcomputador comum, escrever, ler e
imprimir textos (tanto em tinta quanto em Braille), ler através de scanner um texto impresso
em tinta e acessar a Internet, tudo isso utilizando padrões de computação compatíveis com
os programas que as pessoas que enxergam usam. Com um sistema como o DOSVOX, um
aluno faz seu trabalho e o professor comum e os seus colegas compreendem.
Como consequência deste resultado, surgiu em várias pessoas a idéia de que é
conveniente introduzir o computador no processo de alfabetização de cegos. Diversos professores nas instituições reconhecidas pela sua qualidade, como o Instituto Benjamin
Constant a Sociedade de Assistencia aos Cegos de Fortaleza, já levam periodicamente
seus alunos para “brincar” com o computador. Em particular, com a necessidade da inclusão da criança cega em classes convencionais, o uso do computador com DOSVOX se
torna uma alternativa atraente que tem sido tentada em muitas escolas em todo Brasil.
2. Como uma criança é alfabetizada com a ajuda do DOSVOX
O projeto se baseia no uso de uma série de programas destinados a cumprir as
diversas etapas do processo alfabetizatório[2]. Esses programas podem ser pensados como
jogos didáticos para motivação e “autodescoberta” [3] utilizando tecnologia multimídia. O
computador fala e canta com a criança. A criança interage com os programas através do
teclado convencional, com algumas teclas recobertas (opcionalmente) por impressões Braille
em papel colado, visando orientar o posicionamento dos dedos da criança, além de, como
efeito colateral, a criança perceber empiricamente a relação letra-código.
Os programas são executados (ou jogados, falando de forma mais radical) por um
grupo de crianças, algumas cegas, outras com deficiência visual, outras com visão normal.
Duas crianças cegas não usam o mesmo computador, embora seja possível um cego e
outro vidente na mesma máquina. A informação na tela é a minima possível, e o principal
item é o som, embora uma criança que enxergue assimile também os grafemas do alfabeto
convencional, mostrados na tela em letras grandes. Para permitir que a criança cega conheça o formato das letras, fato importante na socialização com a criança vidente, é desejável
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disponibilizar-se também um conjunto de letras de plástico para uso de ambos. Essas letras
tem colado na traseira o código Braille equivalente.
Embora existam diversos programas no sistema DOSVOX que são efetivamente
usados neste processo, existe uma espinha dorsal composta por programas de complexidade crescente de operação. Eles são usados num primeiro momento, em seqüência, e
quando o aluno atinge um nível mínimo de domínio do computador e da alfabetização, de
forma intercambiada.
O primeiro programa (Letravox) trabalha visando o reconhecimento simultâneo das
letras e das teclas. Este programa associa cada tecla do teclado a uma piadinha, músicas e
textos com conteúdo subliminarmente fonético (por exemplo, eu sou A, avião). São usadas
palavras chaves não triviais, para trabalhar a nível mnemônico. Diversas letras tem conteúdos conexos, permitindo a criação de sequências lógicas de idéias pela ativação seqüencial
de teclas.
O segundo programa (Letrix) permite que a criança forme palavras livremente. A
criança tecla uma palavra, a máquina fala a palavra teclada, e se for uma palavra “registrada”, ele conta uma piadinha criada pelo professor, associada à palavra. Este programa
também sabe falar os números. Através das habilidades desenvolvidas nas fases anteriores a criança será incentivada a “inventar palavras “ e descobrir como o computador as
pronuncia, e escrever tantas outras sugeridas pelas brincadeiras do computador. Não existe
censura e a criança pode perfeitamente escrever um palavrão que a máquina vai processar
a fala corretamente. O Letrix permite à criança descobrir o som das famílias silábicas e
encontros vocálicos, sempre de maneira agradável , através de brincadeiras com o teclado.
O processo de formação de sílabas é estimulado naturalmente. Não existem erros na formação de sílabas, e mesmo uniões “estranhas” de letras tais como “rs” ou “kp” são tão
tratadas (faladas) pelo programa com a mesma correção que as usuais “pa”, “pe” ou “pi”. A
criança pode também associar uma escrita qualquer a um som, gravado através de um
microfone.
O terceiro programa (Contavox) é um jogo de tabuada, que incentiva a criança a
aprender a aritmética básica. Embora muito simples, ele permite que o professor introduza
o uso das operações aritméticas de forma gradual eliminando diversas dificuldades inerentes ao processo de decorar a tabuada.
Além desses programas uma série de outros pode ser usada, incluindo jogos da
forca, da memória, editor de textos, bate-papo em rede, e uma série de outros. As atividades podem ser perfeitamente executadas em classes que possuem crianças cegas, com
visão subnormal e visão normal, pois o item mais importante do processo utilizado nestes
programas é o som.
3. Algumas observações sobre alfabetização de cegos apoiada pelo DOSVOX
Foi-nos reportado pelas professoras que em diversas turmas havia a necessidade
de uma definição melhor da integração do ensino de Braille com o uso do computador. Essa
tarefa pode ser estimulada com a instalação de uma impressora Braille para impressão
mecanizada do material produzido pelos alunos na sala de aula. Infelizmente, o alto custo
deste equipamento inibe a adoção desta alternativa na maioria das escolas.
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Ainda não se tem uma avaliação comparativa formal, mas pode-se com certeza
afirmar que as crianças e professoras estão muito motivadas e a adaptação das crianças
cegas ao computador é muito rápida, notando-se quase sempre uma diminuição no tempo
de aprendizado em quase todas as fases da alfabetização, em relação à aprendizagem
unicamente em Braille.
Finalmente, consideramos que usar o computador para um cego é primordial para a
sua integração no mundo atual, pois através dele uma pessoa cega consegue “ler e ser lido”
praticamente sem restrições. Desta forma, fazer com que as crianças possam utilizá-lo
desde bem cedo é provavelmente uma das formas mais efetivas de favorecer a integração
futura destas pessoas no ambiente de estudo e trabalho integrado do qual tanto se tem
falado nos últimos tempos.
Bibliografia
[1] Cartilha Braille - Instituto Benjamin Constant - 1997
[2] Multieducação - Núcleo Curricular Básico - Secretaria Municipal de Educação do Rio de
Janeiro
[3] Freinet, Celestin - As técnicas Freinet da Escola Moderna. Lisboa, Estampa, 1975.
Leontiev, Luria, Vigotski - Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem - São Paulo, Scipione,
1988
[4] Borges, J.A. – DOSVOX - Um Novo Acesso dos Cegos à Cultura e ao Trabalho - Revista
Benjamin Constant, Rio de Janeiro, n. 03, maio de 1996, pág. 24-29, também em http:/
/caec.nce.ufrj.br
[5] Belarmino, J. – As Novas Tecnologias e a «Desbrailização»: Mito ou Realidade? – anais
do II Seminário Nacional de Bibliotecas Braille- maio de 2001, também em http://
intervox.nce.ufrj.br/~joana/textos/tecni08.html
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José Antonio dos Santos Borges, M.Sc. pela COPPE-UFRJ, atualmente em
doutoramento pelo NCE/UFRJ é chefe do Projeto DOSVOX do Núcleo de Computação
Eletrônica da UFRJ.
Tem graduação em Piano (Conservatório Brasileiro de Música, 1978) e Informática
(UFRJ - 1980), com mestrado em Engenharia de Sistemas e Computação (COPPE - UFRJ
- 1988). Está atualmente em doutoramento no NCE/UFRJ na área de Computadores e
Sociedade.
Sua experiência profissional inclui projeto de sistemas operacionais, projeto de sistemas CAD para eletrônica, microeletrônica e computação gráfica tridimensional, multimídia,
síntese de voz e computação para auxílio a deficiências.
Na UFRJ atua em gerência e consultoria de projetos na área de computação gráfica, multimídia e computação para deficientes. Tem ampla experiência em gerência de projetos
de CAD e projeto de CD-ROMs.
É professor convidado do Curso de Informática da UFRJ, onde lecionou as cadeiras
de Computação Gráfica e Multimídia. É professor auxiliar da Universidade Estácio de Sá no
Rio de Janeiro, onde leciona a disciplina de Organização de Computadores. Realiza orientação acadêmica de diversos estudantes para produção de teses de licenciatura e de
mestrado.
Atua como instrutor nos cursos de especialização MOT e IS-EXPERT do NCE/UFRJ,
onde leciona as disciplinas de Multimídia e Linguagens Visuais com Orientação a Objeto.
Atuou como instrutor em diversos seminários de alto nível no Brasil, México, Argentina e República Dominicana, nas áreas de microeletrônica e de computação gráfica. É
professor Honorário da Universidad de Guadalajara, México.
Foi um dos ganhadores do «Prix Möbius» de 1995 do CNRS/França com o CDROM «Conhecendo as Letrinhas com o Menino Curioso». Foi o projetista de software do
CD-Rom «As aventuras de Bia na Ilha Encantada» com Bia Bedran.
É atualmente o coordenador do Projeto DOSVOX, Sistema Operacional para Deficientes Visuais, o primeiro sistema comercial que sintetizou vocalmente textos genéricos na
língua portuguesa. Foi o criador de diversos sistemas para auxílio a deficientes, incluídos aí
o DOSVOX (para deficientes visuais), Teclado Amigo (para deficientes motores), Motrix
(para tetraplégicos) entre outros. É associado ao Projeto SACI, onde atua como consultor
na área de computação para deficientes.
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DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS PARA UMA ESCOLA DIGITAL E INCLUSIVA
Elisa Tomoe Moriya Schlünzen
[email protected]
++55(18) 221-8333
No artigo serão descritas pesquisas desenvolvidas desde
1997, usando as Tecnologias de Informação e Comunicação para
Elisa Tomoe M. Schlüzen
melhorar o processo ensino-aprendizagem de crianças portadoras
de necessidades especiais. A estratégia usada na nova prática pedagógica foi o desenvolvimento de projetos, permitindo aos alunos construir conceitos de maneira significativa e
contextualizada, gerando a necessidade e o desejo de aprender, criando um ambiente
Construcionista, Contextualizado e Significativo. Assim, a aprendizagem emergiu do interesse e do contexto do aluno, possibilitando que os conceitos fossem vividos, formalizados
e aprendidos de maneira globalizada, criando situações desafiadoras, atendendo às diferentes necessidades especiais. As pesquisas foram realizadas em vários ambientes: salas
de aula da escola especial da Associação de Assistência à Criança Deficiente; uma sala
especial de escola pública estadual e em laboratório acadêmico, atuando diretamente com
crianças portadoras de necessidades especiais. Os resultados alcançados mostraram que
os novos ambientes de aprendizagem permitiram uma maneira mais prazerosa de ensinar,
de dar significado à aprendizagem, de contemplar o currículo, de avaliar o desenvolvimento
da criança, de integrar e contextualizar os conceitos, valorizando o potencial e habilidades
dos alunos especiais. Finalmente, estes trabalhos permitiram que os nossos seres especiais conquistassem a inclusão social e digital, abrindo a perspectiva de sonharmos com uma
escola inclusiva.
Introdução
A atividade de ensinar é geralmente concebida como transmissão de conteúdos
disciplinares aos alunos, com realização de exercícios repetitivos, memorização, caracterizando uma forma peculiar e empobrecida do que se costuma chamar de ensino tradicional
ou instrucionista.
Na educação especial, de acordo com Valente (1991), as metodologias usadas
enfatizam o processo de diagnóstico-remediação e a análise de tarefas, sofrendo influência
médica e para-médica. Os programas educacionais nesta área enfatizavam a remediação
dos aspectos perceptuais como meio de superar os aspectos cognitivos. No método de
análise de tarefas, o diagnóstico enfatiza os aspectos psico-pedagógicos, baseado nos
métodos tradicionais de ensino, porém, simplificando as atividades, subdividindo-as em
partes menores e mais simples.
Inhelder (apud Braga 1996, p 63), em um estudo sobre a aplicação dos pressupostos básicos da teoria de Piaget, concluiu que os princípios gerais do desenvolvimento (a
seqüência em que os conhecimentos estão sendo aprendidos) são semelhantes para a
criança normal e para a deficiente, considerando os conceitos invariantes funcionais, esquemas, operações mentais e estágios propostos por Piaget. Vygotsky (1993) acrescenta
que a criança deficiente teria seus próprios caminhos para processar o mundo. Para ele, a
necessidade especial da criança faz com que ela se desenvolva por meio de um processo
criativo (físico e psicológico) definindo-o como caminhos isotrópicos. Ou seja, a criança
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portadora de necessidades especiais pode encontrar seus caminhos por rotas próprias,
porém em tempo e formas diferentes.
Braga (1996) salienta que, para Vygotsky, o futuro das crianças com necessidades
especiais depende muito da possibilidade que elas venham a ter de interação com o meio
social. Russo (1994, p. 37) mostra que, no decorrer da história das pessoas que são portadoras de necessidades especiais, forma-se uma delimitação secundária para a deficiência,
que se caracteriza pela ausência de experiências socioculturais que lhes é imposta durante
sua trajetória de vida. Assim, muitas vezes as características da delimitação secundária
tornam-se tão fortes nas características pessoais destes indivíduos, que passam a fazer
parte do quadro de suas patologias e ajudam até a defini-las, por exemplo: alienação, comportamentos ritualísticos, dificuldades na socialização, entre outras.
No entanto, a abordagem instrucionista tem se mostrado totalmente ineficiente, uma
vez que o aluno é obrigado a permanecer em uma sala de aula recebendo informações de
um educador, geralmente de forma pobre, fragmentada e descontextualizada. Assim, com
as experiências teórico-práticas vivenciadas, posso afirmar que uma das grandes dificuldades de incluir alunos com essas necessidades deve-se à abordagem metodológica
instrucionista praticada nas escolas: todos devem saber tudo, respeitando um mesmo tempo, ritmo e caminhos, buscando-se promover na escola uma homogeneização de seres
heterogêneos. Portanto, incluir crianças especiais, sob a perspectiva metodológica
instrucionista, é uma atitude a ser repensada.
Dessa forma, acredito que os educadores necessitam mudar as práticas pedagógicas possibilitando o desenvolvimento ético, artístico, social e cognitivo do aluno, levandome a acreditar na possibilidade de criar um ambiente de aprendizagem que favoreça o
processo educacional também das crianças com necessidades especiais.
Assim, se a Educação Especial tem os mesmos objetivos que a Educação normal e
se o desenvolvimento interpsicológico favorece o intrapsicológico, por que não encontramos formas que permitam que as crianças com necessidades especiais possam ser incluídas em salas de aulas normais? No entanto, se a escola que temos hoje não consegue
formar nem as crianças consideradas normais, como fazer para que ela consiga dar espaço
para as nossas crianças especiais, sem frustrá-las? Como poderemos sonhar em receber
os desfavorecidos?
Vygotsky (1993) sinaliza para uma mudança enfatizando a necessidade de uma
revisão dos currículos e métodos de ensino da escola especial, substituindo a abordagem
quantitativa por uma abordagem qualitativa baseada em novos princípios educacionais.
Neste sentido, Perrenoud (1999) afirma que uma abordagem para construir competências,
tanto de professores como de alunos, seria a voltada para o desenvolvimento de projetos.
Para tanto, o educador deve rever sua maneira de ensinar e propiciar a aprendizagem, aceitando os caminhos isotrópicos dos portadores de necessidades especiais, abrindo a possibilidade dos alunos especiais serem realmente incluídos no ambiente educacional. Pois, a escola como uma instituição social é um ambiente propício para oferecer a
possibilidade de interação da criança com o meio social. Ela pode ser o início para que a
sociedade receba estes seres especiais, oportunizando para que eles encontrem os seus
caminhos isotrópicos e inserindo-os na sociedade. Esta oportunidade pode ocorrer na relação com os seus amigos com ou sem necessidades especiais, no contato com os ambientes dos quais eles foram privados pela sua própria condição, oportunizando-lhes interagirem,
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experienciando e vivenciando como qualquer outro ser.
Porém, como mencionei anteriormente, o método de ensino não prepara o aluno
para viver na sociedade atual, apresentando um material pobre, não desenvolvendo qualquer tipo de competência1 com os educandos, nos termos propostos por Perrenoud (1999).
Almeida (1999) salienta que para Papert devem ser consideradas as iniciativas,
expectativas, necessidades, ritmos de aprendizagem e interesses individuais dos alunos.
Com relação ao professor, ele valoriza as intervenções em atividades que não são meras
seqüências de conteúdos sistematizados e nem são também simples experimentações espontâneas.
Com estas constatações, busquei possibilidades para a criação de ambientes que
pudessem propiciar o desenvolvimento das crianças com necessidades especiais, considerando que as novas tecnologias poderiam contribuir para corrigir a ruptura que a necessidade da criança impõe. Assim, realizei uma reflexão sobre um processo educacional diferente
da metodologia instrucionista vigente. Desejava encontrar uma forma de permitir às crianças aprenderem por seus próprios caminhos, onde as suas necessidades não sejam evidenciadas e sim as suas habilidades e potencialidades. Nessa reflexão, compreendi que o
professor antes de tudo precisava respeitar o caminho do aluno e transformar-se em mediador deste desenvolvimento. Além disso, o computador poderia ser um instrumento facilitador
da construção da aprendizagem como também ocorre com as crianças normais.
Neste processo, deve estar claro que a tecnologia não pode ser apenas usada
como a reabilitação da criança. Segundo Mantoan (1998, p. 375), os projetos e estudos desta
natureza servem para compensar as dificuldades de adaptação, cobrindo déficit de visão, audição, comunicação, mobilidade e compreensão. Assim, reduzem as incapacidades, atenuam os
déficits, fazendo falar, andar, ouvir, ver e aprender. Porém, a autora levanta as seguintes questões:
• O que é falar sem o ensejo e o desejo de nos comunicarmos uns com os outros?
• O que é andar se não podemos traçar os nossos próprios caminhos para buscar o
que desejamos, para explorar o mundo que nos cerca?
• O que é aprender sem uma visão crítica, sem viver a aventura fantástica da construção do conhecimento?
• O que é criar, aplicar o que sabemos, sem as amarras dos treinos e dos condicionamentos?
Logo, um dos grandes desafios para os pesquisadores em Informática e Educação
é descobrir como usar o computador, somado aos recursos metodológicos apropriados de
1
Competência é a capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos,
mas sem limitar-se a eles (Perrenoud, 1999).
2
Construcionista porque o aluno usa o computador como uma ferramenta para produzir um produto palpável na construção do seu conhecimento e que é de seu interesse (Valente, 1997);
Contextualizado porque o tema do projeto parte do contexto da criança, desenvolvendo-se a partir da vivência dos alunos,
relacionando-o com a sua realidade;
Significativo quando os alunos se deparam com os conceitos das disciplinas curriculares e o professor media a formalização
dos conceitos, cada aluno deve conseguir dar significado ao que esta sendo aprendido, atuando conforme suas habilidades, resolvendo o problema de acordo com aquilo que mais se identifica.
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maneira a possibilitar aos educandos, com necessidades especiais, a superarem ou
minimizarem as barreiras com o mundo, sem que seu comprometimento se evidencie. Para
modificar essa realidade, verifiquei que a criação de um ambiente Construcionista,
Contextualizado e Significativo2 - CCS, usando como estratégia o desenvolvimento de projetos, pode ser uma alternativa para a construção de uma escola verdadeiramente inclusiva.
Neste sentido, sempre tendo em mente a importância do educador saber articular o
uso do computador e dos benefícios potencializadores que ele traz para a educação e para
a sua prática pedagógica, desenvolvi pesquisas em três ambientes distintos: em uma escola especial, em um laboratório acadêmico e em uma escola da rede pública de ensino, cujo
trabalho será descrito a seguir.
Ambientes Construcionistas, Contextualizados e Significativos - CCS
A experiência de construir ambientes CCS iniciou em 1997 na Associação de Assistência à Criança Deficiente – AACD, na cidade de São Paulo, onde pude investigar3 os
princípios básicos que orientariam o professor para desenvolver uma metodologia que usa
o computador para criar estes ambientes para crianças com necessidades especiais físicas, despertando as potencialidades e habilidades do aluno, usando como estratégia o
desenvolvimento de projetos (Schlünzen, 2000). A pesquisa consistia em realizar uma formação em serviço no ambiente em que as educadoras atuavam. Assim, junto com três
professoras, buscamos propiciar um ambiente onde as crianças pudessem aprender os conceitos de forma lúdica, conhecerem-se melhor, promovendo contato e vivência com a sociedade, e que as habilidades e potencialidades de cada um fossem valorizadas e o uso do computador ganhasse sentido.
Dando continuidade ao trabalho, no ano de 2001 orientei duas pesquisas4 na área,
sendo que uma delas verificava o processo de inclusão e a outra foi desenvolvida no laboratório didático do Grupo de Pesquisa e Suporte em Educação e Tecnologia – GPSETE da
Faculdade de Ciência e Tecnologia – FCT/Unesp de Presidente Prudente – SP, dando atendimento a uma aluna portadora de Paralisia Cerebral. Este trabalho consistia em investigar
como o aluno portador de necessidades especiais poderia descobrir-se, por meio do desenvolvimento de projetos, partindo de seus sonhos desejos e interesses, usando as Tecnologias
de Informação e Comunicação.
No ano de 2002 estou orientando cinco (5) alunas que freqüentam os cursos de
Pedagogia e Licenciatura em Matemática da FCT/Unesp para continuar a pesquisa que usa
as tecnologias para a inclusão digital e social dos portadores de necessidades especiais.
Esta pesquisa foi ampliada para alunos que apresentam outros tipos de necessidades como:
visão subnormal, descontrole motor, dificuldades educativas, de audição e de fala. Atualmente, estamos recebendo seis (6) alunos, que residem em Presidente Pudente-SP/Brasil
3 As reflexões apontadas a seguir são resultados da pesquisa de doutorado, no Programa de Pós-Graduação da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, no período de março de 1997 a novembro de 2000, com crianças portadoras de
necessidades especiais físicas.
4 Pesquisas sobre: a “Inclusão do Portador de Necessidades Educativas Especiais no Cotidiano Escolar” financiada pela
Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, que visava verificar se de fato cumpre-se a lei em
termos de inclusão de alunos portadores de necessidades especiais (Portela & Schlünzen, 2001); “O Computador como
instrumento Potencializador de Habilidades e Facilitador no Processo de Inclusão de Portadores de Necessidades Especiais”, financiada pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, que objetivava usar as
Tecnologias de Informação e Comunicação em busca de um desenvolvimento totalizador e a inclusão social e digital de
alunos portadores de necessidades especiais (Portela & Schlünzen, 2002)
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e região. Além disso, montamos um grupo de pesquisa do qual participam profissionais de
instituições filantrópicas, professores e alunos dos cursos mencionados. Neste trabalho,
buscamos referências para orientarmos profissionais que apresentam interesse em usar a
Tecnologia para o desenvolvimento do portador de necessidades especiais.
Com intuito de investigar como a pedagogia de projetos com uso das novas
tecnologias poderia favorecer a inclusão do portador de necessidades especiais, contatei
escolas estaduais que recebem alunos especiais, por meio da indicação da diretoria de
ensino de Presidente Prudente-SP. Das escolas consultadas, apenas uma era adequada
aos objetivos que pretendia, apesar da escola ainda não ter computadores disponíveis para
os alunos nas salas de aula. Entretanto, a sala especial da escola recebeu um computador
e a professora responsável por ela mostrou-se bastante interessada. Dessa forma, acreditei
que seria importante realizarmos as nossas pesquisa nesta sala, usando a abordagem
metodológica desenvolvida. Com objetivo de melhorar o processo ensino-aprendizagem da
sala de aula especial e propiciar a inclusão social e digital de seus alunos, estamos realizando uma formação continuada e em serviço da professora para o desenvolvimento de projetos. Na pesquisa, estão envolvidas duas alunas do curso de Pedagogia, uma recém formada no curso de Licenciatura em Matemática e uma aluna do curso de Pós-Graduação em
Educação da Unesp de Presidente Prudente.
No mesmo programa, a partir de 2002, iniciei a coorientação de uma pesquisa do
mestrado cujo título é “A Escola Inclusiva”. No trabalho de campo, a mestranda está realizando um diagnóstico sobre a ocorrência da inclusão dos sujeitos da pesquisa na escola.
No próximo semestre, ela iniciará a formação em serviço dos professores das escolas que
farão parte do universo da pesquisa, no uso das tecnologias para a criação do ambiente
CCS.
Finalmente, na disciplina “Formação de Professores para uma Escola Digital e Inclusiva” que ofereço no programa de pós-graduação em Educação da FCT/Unesp, sempre
com a preocupação de criar o ambiente CCS para os alunos que freqüentam a disciplina,
decidimos, conjuntamente, desenvolver um portal cujo nome é “Educação Digital para Todos”. O objetivo do portal nasceu da falta de ambientes educacionais para proporcionar a
formação de educadores e garantir melhores condições para a inclusão das crianças com
necessidades especiais. O portal então, visa dar apoio aos profissionais que estão encontrando dificuldades de incluírem os desfavorecidos, lembrando que já existem leis que garantem o acesso de pessoas especiais em empresas, escolas e instituições.
Resultado das Pesquisas
Nos ambientes CCS criados, onde foram usados como estratégia o desenvolvimento dos projetos, o computador pôde potencializar a comunicação, a criação e a produção
dos alunos, sendo também usado como um instrumento de diagnóstico e de avaliação
formativa, uma vez que permitia verificar a capacidade intelectual da criança portadora de
necessidades especiais. Além disso, por meio da formalização, representação, execução e
depuração de suas idéias (Valente, 1993), os próprios alunos descobriram e corrigiram os
seus erros com maior facilidade, depurando e refletindo sobre todo o seu processo de construção do conhecimento. Com o computador, o educando conseguiu realizar as tarefas de
maneira independente, sem o auxílio de outras pessoas, superando ou minimizando as
barreiras com o mundo sem que o seu comprometimento se evidenciasse. O uso do compu5
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tador foi articulado ao cotidiano em que os sujeitos da pesquisa estavam vivendo, propiciando a construção do conhecimento e a busca de informações. O aluno pôde construir algo
palpável (Valente, 1997) e significativo dentro do projeto que os alunos estavam desenvolvendo, ampliando o trabalho desenvolvido para as dimensões afetivas e valorativas. Assim,
cada educador pôde articular o uso desta ferramenta e todos os benefícios que ele traz para
a Educação Especial à sua prática pedagógica.
Nestes ambientes, foi possível também trazer o dia-a-dia para o local em que o
processo ensino-aprendizagem estava ocorrendo, permitindo aplicações práticas e a aprendizagem com a experiência, com a realidade e necessidade do aluno (Masetto, 1998). Dessa
forma, o educador descobriu uma maneira mais prazerosa de ensinar, de dar significado à
aprendizagem, integrando e contextualizando os conceitos. O conhecimento foi construído
e a Educação deixou de ser a definida por Freire (1970) como “Bancária”, na qual o aluno é
um ser passivo em quem são depositadas as informações. O ensino deixou de ser centrado
no professor que fala, dirigindo-se para o aluno que precisa interagir com o mundo a sua
volta.
Nas pesquisas em que o desenvolvimento dos projetos foi realizado em uma sala
de aula, o professor aproveitou toda a riqueza dos momentos que surgiram para conseguir
contemplar o currículo. Com sua experiência docente, percebeu os conceitos que podiam
ser desenvolvidos e atentar para sua formalização, colaborando com a construção dos conceitos a partir dos temas escolhidos, vividos e abordados. Logo, o currículo foi organizado e
construído a partir dos problemas e preocupações que interessavam aos alunos. Isto é
diferente dos currículos acadêmicos e fragmentados por disciplinas, como Hernandez (1998)
ressalta que ocorre na maioria das escolas. Para contemplar o currículo a cada atividade, o
professor fazia um levantamento e uma reflexão dos conceitos que foram abordados junto
com os alunos, o que permitiu verificar que, mesmo não tendo ocorrido de maneira linear,
ele conseguiu contemplar os mais diversos conteúdos, com a vivência dos alunos. Nos
momentos de reflexão e sistematização, verificava-se também o que poderia ser explorado,
delineando as novas atividades por meio de um processo reflexivo.
Além disso, a metodologia favoreceu às crianças terem consciência de seu crescimento e habilidades, permitindo que o aluno percebesse e verificasse suas capacidades,
descobrindo sua auto-imagem para atuar em sociedade. Logo, foi possível realizar uma
auto-avaliação com os alunos, permitindo a ele demonstrar suas percepções e com isso,
ampliar o diagnóstico, a avaliação e a atuação do educador.
Portanto, o professor conseguiu realizar uma avaliação formativa dos alunos
(Perrenoud, 1999) ou mediadora (Hoffmann, 1993), porque pôde analisar as várias manifestações sociais, emocionais, afetivas e cognitivas deles em situação de aprendizagem.
Assim, conseguimos perceber as facilidades ou os problemas de elaboração, de raciocínio,
de proporção, de articulação, de sociabilidade. Isto permitiu o educador conhecê-lo de uma
maneira mais completa, podendo decidir e atuar para ajudá-lo a melhorar, a desenvolver-se
e a descobrir as suas habilidades, competências (Perrenoud 1999), inteligências (Gardner,
1995), potencialidades e seus caminhos isotrópicos (Vygotsky, 1993; Braga, 1996).
Na sala de aula os alunos atuavam muito, individualmente e coletivamente e o que
produziam não estava direcionado apenas para a expectativa do educador, mas sim relacionado com seus interesses. Nesta avaliação contínua, foram observados os aspectos: emocionais, sociais e cognitivos. Consideramos o desempenho de cada aluno e sua evolução
individual e coletiva no decorrer do ano letivo.
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Na escola, os ambientes favoreceram ainda mais os trabalhos em grupo, o que
contribuiu para que um completasse as idéias e dificuldades do outro. A aprendizagem não
ocorreu apenas com os professores em uma relação individual e de dependência (Masetto,
1998), havendo uma grande parceria com os amigos, professores e demais profissionais
envolvidos. Dessa forma, cada aluno pôde contribuir com suas idéias a partir de sua
criatividade, interesses e desejos, não sendo um espectador das mudanças que estavam
ocorrendo (Fazenda 1995), tornando-se o ser ativo do processo de ensino-aprendizagem.
Houve também uma mudança na relação do professor com os pais, uma vez que
agora eles compartilhavam do desenvolvimento do aluno e colaboravam com depoimentos.
Dessa forma, foi muito importante a interação das pessoas diretamente ligadas aos alunos,
para que o professor pudesse dialogar e obter informações para avaliar de maneira mais
precisa o desenvolvimento deles também no convívio familiar e social. Nas análises das
educadoras, elas declararam que ao observar as grandes evoluções, o progresso e a satisfação que as crianças apresentavam em cada uma de suas conquistas, vivenciadas no
desenvolvimento dos projetos, é praticamente impossível negar os benefícios do ambiente
CCS e dos recursos computacionais.
Logo, pude verificar que é possível melhorar o processo ensino-aprendizagem de
crianças com necessidades especiais, as quais construíram conhecimento, aprenderam de
forma contextualizada e significativa. O computador foi o potencializador de suas habilidades, o currículo foi construído durante as atividades desenvolvidas, houve mudanças na
prática pedagógica do professor e nas relações com os pais, entre outros resultados expressivos. Neste ambiente, o ritmo e o tempo, as habilidades, as potencialidades e as dificuldades de cada criança foram respeitadas, possibilitando que cada uma encontrasse seu
caminho isotrópico.
Considerações Finais
Na pesquisa, “Inclusão do Portador de Necessidades Educativas Especiais no Cotidiano Escolar” (Portela & Schlunzen, 2001), verificamos que a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional - LDB nº 9394/96 apresenta-se como um marco muito significativo na
Educação Brasileira, uma vez que ela prevê a inclusão e a ampliação do atendimento educacional, em rede pública, aos educandos com necessidades especiais nos níveis de Educação Infantil e Superior. Esta lei é fundamental e abre uma perspectiva para essas crianças.
No entanto, apesar dos esforços de pessoas e autoridades dedicadas nas esferas
municipais, estaduais e federais, que buscam melhorar as condições das crianças especiais, a tão desejada inclusão não acontece ainda. Nesta mesma pesquisa, observou-se a
existência de um descompasso entre a teoria/prática no que se refere à inclusão, ou seja,
existe um distanciamento entre a lei que a garante e a prática nas escolas que a nega. As
principais dificuldades que impedem a operacionalização da inclusão no ambiente são: a
falta de formação e preparo do professor; a necessidade de mudança na prática pedagógica e, conseqüentemente, no processo educacional; a falta de critério para selecionar os
professores que venham a atuar junto a esses alunos, sem considerar a sua vocação ou
5 IV Congresso Ibero-Americano de Informática na Educação – Ribie 98. Brasília –Brasil.
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histórico de vida; a prática do professor, que geralmente busca atender a dificuldade do
aluno e não explorar a sua potencialidade; a falta de preparo dos próprios alunos da sala
para receber um aluno especial; a falta de adaptação na estrutura física do ambiente.
Contudo, pude constatar que existem pessoas no Ministério da Educação e Cultura
– MEC que trabalham para que nossos cidadãos especiais possam ser realmente incluídos.
Além disso, em parceria com o MEC, existem pesquisadores renomados da mais alta capacidade dedicando suas pesquisas para garantir uma melhor inclusão dos portadores de
necessidades especiais. Esta afirmação se confirma após ter participado de um congresso
internacional5 , no ano de 1998, em Brasília ao receber uma carta da secretária da Educação Especial, que solicitava a união das universidades e escolas, para conquistarmos a
inclusão. Neste momento, nasceu em mim um grande desejo de poder contribuir mesmo
que de forma humilde para a grandeza deste trabalho.
Completando este trabalho, participei do Programa Nacional de Informática – Proinfo
em 1999 em Faxinal do Céu-PR/Brasil. O meu trabalho deu-se em dois papéis: como especialista para avaliar os projetos dos educadores, e como debatedora para relatar sobre o
trabalho que vinha desenvolvendo na AACD, sobre o uso da tecnologia no desenvolvimento
de projetos em sala de aula. Na época, iniciava-se a estratégia em desenvolver projetos, os
professores brasileiros apresentavam seus trabalhos e projetos de maneira tímida e quase sem
chão. Para a minha surpresa, quando tive a grata satisfação de participar novamente do ProInfo
de 2001 (Fortaleza-CE/Brasil), pude verificar que os trabalhos dos educadores estavam sendo
realizados com mais segurança. Todos muito próximos daquilo que acredito propiciar a inclusão.
Tudo isto permitiu-me vislumbrar que estas crianças poderiam ser incluídas em
uma escola normal que fizesse uso desta nova metodologia, sustentando a tese de Mantoan
(1997) sobre o aprimoramento da qualidade do ensino regular e a adição de princípios
educacionais válidos para todos os alunos, resultando, naturalmente, na perspectiva de
uma inclusão escolar com o uso das novas tecnologias.
Dessa forma, acredito que se a comunidade educacional aliar-se com a comunidade científica com o apoio do ministério, assumindo um compromisso para formar os educadores para modificarem suas práticas pedagógicas, possibilitando que eles apropriem-se
do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no desenvolvimento de projetos
criando o ambiente CCS poderemos abrir a grande possibilidade dos portadores de necessidades especiais encontrarem os seus caminhos isotrópicos, sendo realmente incluídos,
participando de forma efetiva na escola, deixando as pessoas contagiadas com o brilho de
seus olhares pela força de suas superações. Para tanto, devemos criar um ambiente onde
o aluno deixe de ser dirigido e saia da passividade, tornando-se o ser ativo, participativo,
criativo, crítico e independente. A ele deve-se dar a oportunidade de descobrir a sua identidade, os seus desejos pessoais e profissionais construindo o seu projeto de vida, deixando
florescer suas habilidades, emoções. Transformando em conhecimento as informações que
são significativas para ele, formalizando cada conceito que é importante e descobrindo a
relação com tudo que está aprendendo, a partir de seus interesses individuais no seu con6 Construtivista: compreende o conhecimento como algo que está sempre em construção. Interacionista: porque reconhece que sujeito e objetos são organismos vivos, ativos, abertos, em constante intercâmbio com o meio ambiente. Sóciocultural: compreende que o ser se faz na relação, que o conhecimento é produzido na iteração com o mundo físico e social
com base no contato do indivíduo com sua realidade. Transcendente: significa a tentativa de ir mais além, ultrapassar-se,
superar-se, entrar em comunhão com a totalidade indivisível, compreender-se como parte integrante do universo. (Moraes,
1997).
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texto, tornando-se um cidadão preparado para atuar no mundo em que vive. No entanto,
para o aluno atuar por inteiro, é necessário que ele se conheça e entenda as suas dificuldades, busque superá-las sem se punir ou ser punido.
Finalmente, após todas estas constatações, sinto a necessidade da escola regular
mudar seu paradigma educacional e oferecer oportunidade para estas crianças de se relacionarem com outros alunos, desenvolvendo suas potencialidades, sentindo-se incluídas e
acolhidas. Portanto, nasce um novo desejo, formar os professores para construirmos juntos
um ambiente CCS para ser compartilhado por crianças “normais” e com necessidades especiais. Onde os alunos possam inserir-se em um processo ensino-aprendizagem
construtivista, interacionista, socio-cultural e transcedente6 (Moraes, 1997). Acredito assim,
que a inclusão trará grandes benefícios para o processo educacional, pois para que ela
ocorra realmente, o ensino deverá ser de qualidade para todos.
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INFORMAÇÕES CURRICULARES
Nome: Elisa Tomoe Moriya Schlünzen
Professora Doutora na Universidade Estadual Paulista - Unesp
Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual Paulista – Unesp
Instituição: Universidade Estadual Paulista – Unesp
Faculdade de Ciências e Tecnologia – FCT
Departamento de Matemática
Formação Acadêmica:
• Doutora em Educação (2000) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
- PUC
• Mestre em Engenharia Elétrica (1994) - Universidade Estadual de Campinas –
UNICAMP
• Especialista em Computação (1987) – Universidade de São Paulo – USP – São
Carlos-SP
• Licenciada em Matemática (1985) - Universidade Estadual Paulista – Unesp
Áreas de Pesquisa: Informática na Educação e na Educação Especial, Formação
de Professores, Educação à Distância.
Publicações: Autora de três capítulos de livro, com mais de vinte artigos na área
publicados nacional e internacionalmente.
Outras informações:
• Sub-Coordenadora do Núcleo de Educação Corporativa da FCT/UNESP.
• Membro do Grupo de Pesquisa em Formação de Professores da FCT/UNESP Campus de Presidente Prudente.
• Professora Orientadora no Programa de Educação Continuada – PEC – Formação Universitária, financiado pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e sob a
responsabilidade da Unesp, USP e PUC-SP.
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EDUCAÇÃO ESPECIAL E PROJETOS PEDAGÓGICOS BASEADOS NA APLICAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC)
Fernanda Maria Pereira Freire
Nied - Unicamp
[email protected]
1 Introdução
Fernanda M. P. Freire
Desde os anos 80, quando no Brasil despontaram os primeiros estudos sobre a
aplicação da filosofia de ensino-aprendizagem Logo junto a sujeitos com paralisia cerebral
(Papert, 1980/85; Valente, 1991), tem-se constatado que as Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC) podem desencadear um importante processo de transformação clínicopedagógica nas escolas especiais. Com o avanço tecnológico crescente as TIC têm facilitado o acesso e a socialização da produção de conhecimentos culturalmente construídos e
que se encontrava fora do alcance de pessoas com necessidades especiais (Jannuzzi,
1998). Entretanto, parece-nos que a aplicação das TIC pode ir além, contribuindo de forma
incisiva para o desenvolvimento do potencial cognitivo, criativo e humano. Por esse motivo,
torna-se imprescindível que a utilização das TIC esteja comprometida com uma proposta
educativa que visa o aprendizado desse alunado, permitindo-lhes colocar em ação conhecimentos, talentos e, também, dificuldades.
A concepção e viabilização do trabalho clínico e educacional por meio de Projetos
tem se revelado uma alternativa bastante produtiva tanto no Ensino Regular quanto no
Especial (Freire, 2001). A idéia de Projeto reafirma, uma vez mais, a relevância de a ação
educativa - voltada para finalidades de avaliação e/ou de acompanhamento - ser
contextualizada (Coudry, 1986/88). Somente um trabalho dessa natureza oferece condições para que o sujeito possa, efetivamente, realizar uma atividade de aprendizagem.
Assim, concebe-se a relação ensino-aprendizagem, instalada pelo Projeto Pedagógico, como produto de um processo histórico-cultural decorrente de diferentes práticas sociais e discursivas1 que nele têm lugar. Em outras palavras, os Projetos Pedagógicos baseados na aplicação das TIC constituem um conjunto articulado de conteúdos, meios, materiais
e discursos circulantes a respeito de um tema comum, que requer colaboração, partilha,
reciprocidade, troca de experiência entre seus protagonistas (Freire e Coudry, 1998). Tratase, portanto, de uma práxis social em que contam as relações subjetivas e pessoais (Freire,
1999).
2 Projeto Pedagógico2 e TIC
Não é novidade dizer que a massificação do ato de ensinar e aprender é ainda mais
indesejável no contexto da Educação Especial. É muito importante que esse aluno possa
relacionar-se com o grupo social no qual está inserido (sua classe, sua comunidade) compartilhando seus conhecimentos e aprendendo com a experiência de outras pessoas; este1
Denomina-se de prática discursiva qualquer situação de uso efetivo da linguagem da qual participam interlocutores que
têm uma língua comum, com diferentes propósitos, fazendo uso de diferentes configurações textuais (diálogo, narrativas,
relatos etc.) e que coloca em relação aspectos sociais e textuais do discurso (Maingueneau, 1987/89, p. 56).
2
Optamos pela denominação Projeto Pedagógico embora seja possível, do nosso ponto de vista, trabalhar com essa
mesma noção com finalidades clínicas ou terapêuticas.
1
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ja preparado para as mudanças que continuamente ocorrem na vida; tenha possibilidade de
crescimento pessoal; desenvolva segurança social e emocional e, acima de tudo, tenha
chance de se (re)descobrir por meio de suas relações interpessoais ultrapassando atitudes
que prejudicam a aprendizagem e o convívio.
Não se pode negligenciar o papel que desempenham os materiais e meios na
interação didática: daí a importância das TIC no processo ensino-aprendizagem3 . O Projeto
Pedagógico baseado na aplicação das TIC potencializa, a nosso ver, a articulação de conhecimentos de áreas diversas, promovendo o trabalho intra e inter-social visando a
integração significativa de disciplinas e conhecimentos; o envolvimento de alunos e professores em atividades socialmente relevantes; a interpretação de fenômenos sócio-culturais
da comunidade e o resgate de valores a serem vividos pela escola por meio de uma atuação
prática (Freire e Prado, 2000).
Pelo fato de ser extremamente dinâmico permite ajustes definidos pelo aproveitamento das histórias dos alunos por um lado, e pelos objetivos que se pretende atingir em
dado momento, por outro. A elaboração, execução, avaliação e reformulação do Projeto
Pedagógico garante escolhas apropriadas: atividades, materiais educacionais, dinâmicas,
programas e software educacionais4 .
A noção de Projeto que orienta nossos estudos inspira-se, em algumas idéias
Construcionistas elaboradas por Seymour Papert. O Construcionismo5 , por exemplo, confere especial importância ao desenvolvimento de materiais que permitam uma atividade
reflexiva por parte do aprendiz e de ambientes de aprendizagem que favoreçam aprendizagens pessoalmente significativas. Nesses ambientes de aprendizagem atribui-se um papel
especial à diversidade de contextos de aprendizagem, à escolha de temas de interesse
pelos aprendizes e à qualidade da interação entre os participantes desse ambiente (Freire e
Prado, 1995). Papert (1994) diz que a aprendizagem acontece de forma especialmente
satisfatória quando o aluno produz algo que pode se tornar público, seja uma poesia, um
programa computacional, uma pintura. Esse aspecto é de extrema relevância, o processo
de fazer, refletir e discutir, desencadeia situações discursivas nas quais os sujeitos opinam,
questionam, confrontam diferentes pontos de vista.
Em outras palavras, os participantes do Projeto Pedagógico colocam em relação
diferentes sistemas de referências que são, então, continuamente (re)construídos por eles.
Esses sistemas são, segundo Franchi (1977/92), formulações históricas elaboradas por
meio do exercício da linguagem que organizam de certo(s) modo(s) a cultura, as ciências e
3
Igualmente importante para compreender/intervir didatica e/ou clinicamente é o conceito de Vygotsky de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZPD) - “a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução
independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a
orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes” (Vygotsky, 1988 p. 97) - e que pode ser útil
para orientar a ação do professor/clínico.
4
No caso dos Projetos Pedagógicos que usam o computador saber integrar uma linguagem de programação, por exemplo,
com cd-roms e software educativos, aplicativos e a própria Internet a determinados conteúdos de interesse dos alunos ainda
é um grande desafio, sem falar em outros meios não tecnológicos extremamente importantes. Essa integração exige que o
educador conheça em profundidade, tanto os recursos computacionais de que dispõe quanto o conteúdo que pretende
desenvolver com seu auxílio.
5
O Construcionismo foi ‘fundado’ por Seymour Papert ao desenvolver a linguagem Logo, influenciado por algumas idéias
epistemológicas e educacionais do Construtivismo piagetiano (Papert, 1986, 1991, 1994). Nosso ponto de conflito está,
portanto, no papel dedicado à linguagem (à interlocução) no processo ensino-aprendizagem e, consequentemente, na formulação e reformulação de conhecimentos. A leitura que empreendemos do Construcionismo de Papert confere à linguagem um
papel fundamental na elaboração de conhecimentos historicamente elaborados, embora ele próprio não o explicite claramente (para maiores detalhes ver Freire, 1999).
2
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as relações sociais de uma dada comunidade discursiva. Assim, o aprendiz vê-se continuamente frente a frente com outras perspectivas, levando-o a “construir um sentido rearticulando
seus saberes deslocados em função dos novos conteúdos aprendidos” (Geraldi, 1997, p.
20).
3 Considerações
A escola - e a escola especial não tem sido diferente - tem sido o lugar do semsentido, do non-sense (Coudry e Mayrink-Sabinson, 2001). Tarefas muitas vezes absurdas
servem ao propósito de configurar uma avaliação escolar e/ou clínica que tem, muitas vezes, o poder de rotular a (in)capacidade de sujeitos, menosprezando o fato de que “os
indivíduos reais que encontramos se afastam mais ou menos desse modelo (referindo-se a
padrões definidos estatisticamente) e é precisamente nisto que consiste sua individualidade” (Canguilhem, 1995, p.:121 parênteses da autora).
O Projeto Pedagógico pode ser visto como um processo criativo (e criador) da escola, uma espécie de transposição didática na qual ocorre “um conjunto de transformações
que um determinado corpo de conhecimento invariavelmente sofre, com o objetivo de ser
ensinado, o que implica, invariavelmente, deslocamentos, rupturas e transformações diversas em relação aos conhecimentos científicos que são transpostos” (Bronckart, Giger, 1998)
e que ganham, portanto, novas significações.
Finalmente, cabe salientar que o Projeto Pedagógico - como instrumento organizador
e articulador de conteúdos, materiais e sujeitos - apoia-se em três princípios didáticos interrelacionados: o da legitimidade (não se pode propor qualquer tema ou conteúdo), o da
pertinência (que contribuições tais métodos e temas/conteúdos trazem para aquele contexto educativo particular) e o da solidarização (garantindo a integração coerente entre
temas, conteúdos, materiais) (Schneuwly, 2002). Tem, pois, como meta que o aluno possa
aprender do ponto de vista cognitivo (considerando o que ele já sabe a respeito do assunto),
afetivo (quando a aprendizagem é dirigida internamente em função de um interesse pessoal, condizente com a história de vida do sujeito), social (dada a relevância que o sujeito
confere ao conhecimento) e cultural (considerando-se a inserção de tal aprendizado em um
conjunto de sistemas e valores historicamente construído pela comunidade da qual faz
parte): múltiplas faces de todo e qualquer processo educativo.
Bibliografia:
Bronckart, J. P.; Giger, I. P. (1998) La transposition didactique. Histoire et perspectives d’une
problématique fondatrice. Pratiques, maio, s/n:s/p (xerox de documento original).
Canguilhem, G. (1995) O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
Coudry, M. I. H. (1986/88) Diário de Narciso - discurso e afasia. São Paulo, SP: Martins
Fontes.
Coudry, M. I. H.; Mayrink-Sabinson, M. L. (2001) Probrema e dificulidade. Texto apresentado no II Seminário sobre Letramento e Alfabetização, a partir do tema Erro e
deficit:considerações sobre a patologização do erro, durante o 13º COLE, realizado na
Unicamp, 18 de julho de 2001.
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ONGRESSO
Franchi, C. (1977/92) Linguagem – Atividade Constitutiva. In: Cadernos de Estudos
Lingüísticos. Campinas, SP: nº 22, p. 9-39.
Freire, F. M. P. (1999) Enunciação e discurso: a linguagem de programação Logo no discurso do afásico. Campinas, SP: Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp (Dissertação).
Freire, F. M. P., Coudry, M. I. H. (1998) A Linguagem Computacional Logo no Contexto
Patológico. In: Foz, F. B., Piccarone, M. L. C. D., Bursztyn, C. S. (org.) A tecnologia
informática na fonoaudiologia. São Paulo, SP: Plexus Editora, p. 78-96.
Freire, F. M. P. ; Prado, M. E. B. B. (2000) O computador em sala de aula: articulando
saberes. Campinas, SP: Gráfica Central da Unicamp. (265 p.)
____________________________ (1995) Professores Construcionistas: a Formação em
Serviço. In: Anais do VII Congresso Internacional de Logo e I Congresso de Informática
Educativa do Mercosul. Porto Alegre, RS, p. 229-236.
Freire, F. M. P.; Valente, J. A. (2001) Aprendendo para a vida: os computadores na sala de
aula. São Paulo, SP: Editora Cortez. (239 p.)
Geraldi, J. W. (1997) Da redação à produção de textos. In: Geraldi, J. W., Citelli, B. Aprender
e Ensinar com Textos de Alunos. São Paulo, SP: Cortex Editora, p. 17-24.
Jannuzzi, G. S. M. (1998) Diversidade Humana: disseminação e apropriação do saber. Anais
do III Congresso Ibero-americano de Educação Especial. Foz do Iguaçu, vol. 1, (p. 2930).
Maingueneau, D (1987/89) Novas Tendências em Análise do Discurso. Campinas, SP: Pontes.
Papert, S. (1994) A Máquina das Crianças: Repensando a Escola na Era da Informática.
Porto Alegre, RS: Artes Médicas.
________ (1991) Situating Constructionism. In: Harel, I., Papert, S. (ed.) Construcionism.
Norwood, New Jersey: Ablex Publishing Corporation, p. 1-12.
________ (1986) Constructionism: a new opportunity for elementary science education.
Proposal to The National Science Foundation. Massachusetts: Cambridge.
________ (1980/85) Logo: Computadores e Educação. São Paulo, SP: Editora Brasiliense.
Schneuwly, B. A didática de línguas, ou como compreender os processos de ensino levando-se em conta os conteúdos ensinados. Conferência de Abertura do 12º Inpla: As
Interlocuções na Lingüística Aplicada ocorrida em abril de 2002. São Paulo, SP: PUCSP.
Valente, J. A (1991) A capacidade da criança com paralisia cerebral de resolver o teste de
seriação. In: Valente, J. A. (org.) Liberando a Mente: Computadores na Educação Especial. Campinas, SP: Gráfica Central da UNICAMP, p. 129-143.
Vygotsky, L. S. (1988) A Formação Social da Mente. São Paulo, SP: Martins Fontes.
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III CONGRES
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FERNANDA MARIA PEREIRA FREIRE
Formação:
Fonoaudióloga pela PUC-Campinas - 1983
Mestre em Lingüística pelo IEL - Unicamp - 1999
Doutoranda na área de Neurolingüística do IEL - Unicamp (2001-)
Atuação Profissional:
Pesquisadora do Núcleo de Informática Aplicada à Educação - Unicamp (1987 -)
Docente do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências da Saúde da Unimep (2000
- 2001)
Docente em Reabilitação do Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação Profº Dr. Gabriel
Porto da FCM - Unicamp (1985 - 1987)
Colaboração em Projetos de Pesquisa em andamento:
§ Projeto Integrado em Neurolingüística: Contribuições da pesquisa neurolingüística
para a avaliação do discurso verbal e não verbal - CNPq (1993 - )
IEL - Coordenação Geral: Profª Drª Maria Irma Hadler Coudry
§ Projeto de Formação de Professores via telemática – OEA (1998 - )
(NIED - Coordenação Geral: Profº Drº José Armando Valente)
Publicações 2000-2002
Freire, F. M. P.; Valente, J. A . (2001) Aprendendo para a vida: os computadores na sala de
aula. São Paulo: Editora Cortez, p. 239
Freire, F. M. P. ; Prado, M. E. B. B. (2000) O computador em sala de aula: articulando
saberes. Campinas, SP: Gráfica Central da Unicamp, p. 265
Freire, F. M. P. (2000) Enunciação e Discurso: a linguagem de programação Logo no discurso
do afásico. Sínteses - Revista dos Cursos de Pós-graduação. Campinas, SP: IEL, Unicamp.
Vol. V, p. 183-200.
Freire, F. M. P.; Rocha, H. V. (2002) Informática na Educação Especial: cursos a distância
para professores. In: a sair nos anais do VI Congreso Internacional Exigencias de la
Diversidad. Santiago de Compostela, Espanha.
Freire, F. M. P. (2000) O uso da linguagem de programação Logo na avaliação do discurso
de sujeitos afásicos. Actas del Congreso Iberoamericano - 3º de Comunicación Alternativa
y aumentativa y 1º de Tecnologias de Apoyo para la Discapacidad. Madrid, Espanha. p.
29-31.
Oeiras, J. Y. Y.; Rocha, H. V; Freire, F. M. P.; Romani, L. A. S. (2001) Contribuições de
conceitos de comunicação mediada por computadores e visualização de informação para
o desenvolvimento de ambientes de aprendizagem colaborativa. In: Anais do Simpósio
Brasileiro de Informática na Educação. Vitória, ES.
Rocha, H. V.; Oeiras, J. Y. Y.; Freire, F. M. P.; Romani, L. A. S. (2001) Design de
ambientes para EAD: (re)significações do usuário. In: Anais do 4º Workshop sobre
fatores humanos em sistemas computacionais. Florianópolis, SC.
Freire, F. M. P; Coudry, M. I. H. (2001) Gestualidade e Demência: O uso discursivo da
linguagem Logo. In: Anais do Grupo de Estudos Lingüísticos, realizado em Marília, SP.
Freire, F. M. P. (2000) Contribuições da linguagem de programação Logo para a avaliação e
seguimento de sujeitos com dificuldades lingüístico-cognitivas. Anais do no II Congresso
Brasileiro de Tecnologia e (Re)Habilitação Cognitiva - SBNp/SENAC. São Paulo - SP.
Freire, F. M. P. (2000) Fluxo relacional entre linguagem e gesto: um caso de afasia semântica.
In: Anais do 4º Encontro Celsul. Curitiba, PR.
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Gesueli, Z. M.; Freire, F. M. P.; Siulva, I. R. (2002) Recursos verbais e não verbais usados
por crianças surdas na elaboração de HQs eletrônicas. In: Anais do 12º InPLa - As
interlocuções na Lingüística Aplicada. São Paulo, SP. (resumo)
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Painel
PROJETOS PEDAGÓGICOS UTILIZANDO A INFORMÁTICA NA
EDUCAÇÃO ESPECIAL
Marlene da Silva Soares
[email protected] ou [email protected]
Fone: (61) 340-5260 Fax : (51) 3232-8592
Marlene da S. Soares
A Universidade de Brasília desenvolve Projetos Pedagógicos utilizando a Informática
na Educação Especial.
Com laboratórios de recursos pedagógicos, realizam-se atendimentos aos Portadores de Necessidades Especiais (PNEs) através das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).
Utiliza-se o computador em atividades diferenciadas atendendo demandas de alunos da Universidade e da comunidade em geral.
O Laboratório de Deficientes Visuais tem uma razoável produção em Braille atendendo necessidades variadas de estudantes e profissionais.
A Universidade de Brasília vem gradativamente expandindo seu trabalho no atendimento aos portadores de necessidades educativas especiais utilizando a informática em
projetos pedagógicos diferenciados.
A Área de Educação Especial desenvolve suas atividades em vários segmentos,
com laboratórios de recursos pedagógicos e informática presta atendimento aos deficientes
visuais e em parceria com a Secretaria de Educação do Distrito Federal desenvolve um
projeto de atendimento aos alunos com Altas Habilidades de escolas da rede oficial do
Plano Piloto.
Nesses processos os alunos da graduação e pós da Graduação da Faculdade de
Educação, Psicologia, Comunicação, entre outras, realizam observações, avaliações e intervenções.
O projeto de atendimento às crianças superdotadas e talentosas atende, atualmente, 52 alunos, duas vezes por semana, num período de oito horas semanais. As crianças
que participam do programa são oriundas de escolas públicas e particulares de todo Distrito
Federal, desde a 1a série do ensino fundamental até o ensino médio. São desenvolvidas
diferentes atividades, incluindo cursos de extensão para os alunos das Salas de Recursos
da própria UnB, bem como das demais cidades satélites, além de visitas a museus, bibliotecas e espaços públicos do Campus. O corpo docente é composto por (2) dois professores e
(1) um psicólogo. O programa recebe estagiários e bolsistas de diferentes cursos de graduação e pós-graduação.
O programa inclui: iniciação, capacitação, enriquecimento na área de informática
com a realização de cursos introdutórios em programas como Corel Draw, Word Art, Excel,
1
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etc. Para a realização das atividades de informática, dispomos de computadores e impressoras ligados à Internet, onde os alunos podem consultar diferentes sites e colher informações relevantes para a execução de pesquisas e projetos individuais. Atividades práticas
em laboratórios, museus e departamentos da UnB, enriquecimento extracurricular em áreas como criatividade, artes e botânica, dentre outras, fazem parte do programa.
Há na Universidade um Programa de Apoio e Atendimento Acadêmico, objetivando
viabilizar o ingresso e a permanência de estudantes com necessidades especiais na instituição de ensino superior.
O Laboratório de atendimento à Deficientes Visuais disponibiliza o uso de seus
equipamentos aos alunos da UnB e à comunidade em geral. A procura pelo apoio ofertado
é sistemática para alguns alunos e eventual para outros.
Nesse laboratório temos um professor coordenador e outro acompanhando os trabalhos desenvolvidos por 6 (seis) bolsistas, alunos de vários cursos da Universidade, como
Pedagogia, Ciência da Computação, Matemática, Direito e Ciências Sociais.
Temos ainda alunos voluntários que desenvolvem horas semanais em atividades
específicas de acordo com as demandas.
No Laboratório de Deficientes Visuais temos computadores com Dos Vox (software
interativo que tem como principal função dar suporte às pessoas portadoras de deficiências
visuais na utilização das ferramentas de editoração, leitura, escrita ,etc.), impressora em
Braille, impressoras laser, kits com reglete ábaco, papel especial e bengala, réguas especiais para visão subnormal, lentes para aumento de textos, máquinas de escrever - uma
elétrica e a outra manual - para cegos, teclado falado, calculadoras para visão subnormal e
gravadores.
O Laboratório de atendimento aos Deficientes Visuais presta serviços de produção
de materiais em Braille, atendendo solicitações de montagem de cardápios, provas, folders,
materiais para eventos, relatórios, cartilhas e outros dispositivos de suporte aos alunos cegos.
Nesse laboratório, cegos desenvolvem atividades utilizando o computador para a
digitação de trabalhos.
Um exemplo de atividade desenvolvida pelo Laboratório de Deficientes Visuais é o
de uma aluna portadora de visão subnormal, já em curso de pós-graduação. Esta aluna
apresentava dificuldades em realizar as atividades acadêmicas, pois não sabia utilizar o
computador como ferramenta de trabalho. Eram constantes os problemas, aborrecimentos
e frustrações que esta aluna enfrentava. Procurou o auxílio do Laboratório de Atendimento
aos Deficientes Visuais, sendo então encaminhada a um aluno do curso de Pedagogia.
Após conversa informal descrevendo o processo de aprendizagem que seria desenvolvido
deu-se início a prática.
Com um enfoque teórico o bolsista trabalhou uma introdução à informática fornecendo detalhes significativos da lógica do computador, sendo este um quesito fundamental para compreender a operacionalização da máquina. Explicou toda a parte de hardware,
como ligar o estabilizador de qualquer máquina, a CPU , o monitor, possibilitando, com isso
a utilização de equipamentos de informática. Dessa forma a aluna vivenciou um verdadeiro
2
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processo de inclusão.
Depois de bem trabalhadas estas etapas foi dada a continuidade ao processo de
aprendizagem. Trabalhou-se o conhecimento do teclado. Tecla por tecla. Como a aluna era
portadora de visão subnormal o trabalho inicialmente foi cansativo e um tanto tenso, visto
que é uma característica de alguns deficientes visuais a irritabilidade. Além de trabalhar
didaticamente o computador, buscou-se trabalhar o equilíbrio emocional.
Trabalhando 10 horas semanais com muita vontade de vencer, ao completar um
mês desse processo, já se observava significativo progresso. A memorização de todo o
teclado, maior autonomia e segurança na utilização do computador.
Nessa etapa iniciou-se o trabalho utilizando o Dos Vox, um software que auxilia os
usuários de computador com deficiência visual a trabalhar com programas feitos para videntes, como por exemplo o editor de texto, o leitor de texto, a Internet e outros aplicativos.
Este programa é sonoro, isto significa que o usuário Deficiente Visual (DV), não precisa ter
alguém por perto para ajudá-lo. A aluna começou a vivenciar o que é sentir-se independente.
O trabalho com essa deficiente visual emocionou o bolsista e toda a equipe de
apoio do Laboratório, quando conseguiu, sem auxílio de outros, digitar seu primeiro trabalho. Fez comentários como: “não preciso mais pedir ajuda e posso realizar meus trabalhos
com mais segurança e independência”.
Atualmente a aluna não precisa mais de orientação constante e passou a desenvolver suas atividades como usuária do laboratório.
Outro caso relevante foi de um aluno cego que recebeu no Laboratório todo suporte
para permanência na Universidade. Conseguiu realizar o curso de Relações Internacionais
em sete semestres. Ao longo desse período, cursou disciplinas ofertadas nos cursos de
verão, sempre buscando o apoio dos equipamentos e bolsistas disponíveis no laboratório
de atendimento aos deficientes visuais. Professores encaminhavam provas para digitação
em Braille e nesse compasso o referido aluno realizou uma trajetória acadêmica com
sucesso.
Temos a certeza que os Portadores de Necessidades Educativas Especiais podem
minimizar as diferenças quando a Instituição oferece apoio adequado no ingresso e na
permanência para que sua trajetória acadêmica possa transcorrer de maneira tranqüila o
mais próximo de seus pares.
O Portador de Necessidades Educativas Especiais tem amparo legal para receber
atendimento diferenciado e a Instituição tem o dever de providenciar o suporte justo e
adequado ao tipo de deficiência e as necessidades que se impõem.
Somente nessa dinâmica poderão os alunos Portadores de Necessidades Especiais realizar um percurso exitoso, vencendo as limitações e vivenciando um verdadeiro
processo de inclusão.
Esse será sem dúvida um grande exercício de cidadania para o sujeito deficiente e
para os demais colegas da turma que terão ao longo da jornada de seus cursos uma rica
vivência de processos diferenciados para suprir ou minimizar as diferenças impostas pela
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limitação em situações temporárias ou definitivas.
É importante finalizar sinalizando o dever das Instituições em oportunizar ao corpo docente e discente informações básicas para uma atuação adequada a cada tipo de
necessidade especial. Como educadores não podemos assumir uma posição indiferente
aos eventuais problemas e dificuldades que se nos apresentam em sala de aula.
Nossas Instituições descuidam-se em grande parte das dimensões humanas, dando excessiva atenção aos processos cognitivos e nesse afã perdemos o momento como
uma oportunidade que a Educação em direitos humanos tem para envolver e educar um
público bem mais abrangente.
Projetos Pedagógicos utilizando a informática poderão oportunizar uma gama
ampla de ajuda para todos os segmentos da educação Especial, para tanto, o profissional
da educação deverá estar habilitado ao uso desses recursos que sem dúvida diminuirão as
diferenças dos Portadores de Necessidades Educativas Especiais e os demais alunos em
sala de aula, ocorrendo uma vivência de cidadania plena. O cultivo das relações interpessoais
a educação da afetividade e o aprender a conviver é fundamentado na resolução positiva
dos conflitos.O educador intermediará e administrará esse processo em sala de aula desenvolvendo Projetos Pedagógicos com suporte da informática, ampliando as possibilidades dos Portadores de Necessidades Educativas Especiais, não apenas no espaço acadêmico mas abrindo espaços para crescimento de sua trajetória pessoal ou profissional.
Bibliografia:
BOBBIO, N. El tiempo de los derechos. Madrid: Sistema, 1991.
CONNEL, R.W. Escuelas y justicia social. Madrid: Morata, 1997.
FREIRE, P. Educación y derechos humanos: estratégias didácticas y organizativas. Madrid:
Popular, 1999.
Problemas a discutir:
1) Como as Instituições de Ensino Superior (IFES) estão administrando o problema dos
PNE’s?
2) Como está sendo proposto o vestibular , principalmente, ao cego e ao surdo?
3) Como está sendo o acompanhamento dos alunos que conseguem vencer o 1o obstáculo,
ingressando nas IFES?
4) Os professores estão preparados para receber e atender adequadamente essa clientela?
5) Há algum trabalho sistemático ou eventual para assessorar os professores?
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IDENTIFICAÇÃO
Marlene da Silva Soares
Residência: SQN 107 - Bloco E - Apt. 116
Brasília - DF
70743-050
Fones: (061) 340 52 60 e 9971 0923
FORMAÇÃO ACADÊMICA
• Pedagogia – Habilitação em Supervisão Escolar - Faculdade de Educação –
UFRGS
• Especialização em Psicopedagogia Terapêutica – Faculdade de Educação UFRGS
• Especialização em Alfabetização – Faculdade de Educação - PUC/RS
• Especialização em Planejamento da Educação Especial – Faculdade de Educação - UFRJ
• Mestrado em Planejamento da Educação – Faculdade de Educação – UFRGS
ATUAÇÃO PROFISSIONAL
• Professora Assistente – Faculdade de Educação – Universidade de Brasília
• Membro do Conselho – Faculdade de Educação – Universidade de Brasília
• Membro do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - CEPE – Universidade de
Brasília
• Coordenadora da Área de Educação Especial – Faculdade de Educação – Universidade de Brasília
• Coordenadora dos Laboratórios de Educação Especial – Faculdade de Educação
– Universidade de Brasília
• Membro do Banco de Consultores ad hoc da Fundação de Apoio à Pesquisa do
Distrito Federal - FAPDF
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INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:
Perspectivas de Mudanças Pedagógicas na Escola Especial1
Roberta Galasso2
Introdução
Roberta Galasso Nardi
O objetivo da presente pesquisa foi o de analisar as perspectivas de mudanças
verificadas na abordagem educacional de uma Escola Especial, introduzidas por meio da
implantação de um Projeto de Informática Aplicada à Educação. São relatadas e analisadas, cronologicamente, as múltiplas e graduais modificações introduzidas na abordagem
educacional de uma Escola Especial, de acordo com as diferentes fases da implantação do
referido Projeto. Os seguintes aspectos do processo de mudança investigado mostraramse especialmente relevantes: a exploração inicial da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) como um recurso promissor na Educação Especial; a introdução gradual dos
computadores nas atividades diárias em sala de aula; a necessidade de discussões permanentes, pela equipe da Escola, sobre as conquistas feitas em cada fase do processo de
mudança e sobre os objetivos subseqüentes; o desenvolvimento de formação continuada,
em serviço, para os professores, com vistas à concretização e ao aperfeiçoamento das
novas práticas pedagógicas, baseadas em projetos de trabalho; a busca constante de
referenciais teóricos que dessem base à reformulação do currículo escolar; a necessidade
de uma nova atitude, por parte de professores, alunos e gestores da Escola, em relação ao
novo método de ensino/aprendizagem; a necessidade de uma gestão democrática na Escola Especial, entre outros. Os resultados da análise demonstram que a Tecnologia da
Informação e Comunicação representa um recurso inestimável para a construção do conhecimento, para pessoas com necessidades especiais decorrentes da deficiência física.
Assim como se verificou neta Escola, a introdução da informática pode desencadear mudanças substanciais no processo educacional como um todo, desde que sejam adotados,
pela equipe escolar, uma nova atitude e novos objetivos e práticas pedagógicas. O princípio
subjacente ao processo de mudança verificado na Escola é de que o objetivo do processo
educacional consiste no desenvolvimento de competências, da autonomia e da cidadania
do aluno com necessidades especiais. A ênfase do processo educacional não mais reside
na limitação decorrente da deficiência física, da qual os alunos têm consciência, mas nas
possibilidades que têm de construir o conhecimento e desenvolverem-se como cidadãos
autônomos e participativos. Esta nova abordagem educacional potencializa a efetiva inclusão da pessoa com necessidades especiais na Sociedade da Tecnologia da Informação.
Metodologia
A base de dados da pesquisa constituiu-se das ações do cotidiano, das práticas,
diálogos, comentários, depoimentos e discussões do grupo de professores, cujos elementos foram registrados mediante anotações sistemáticas de caráter cronológico. Foram sele1
Nardi, G. R. INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: Perspectivas deMudanças Pedagógicas na Escola Especial1- [Dissertação de Mestrado –Pontifícia Universidade Católica ]. São Paulo, 2001.
2
Doutoranda pelo Programa de Educação: Currículo- Linha de pesquisa Formação de Professores- Novas Tecnologias –
PUC/SP
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cionados os aspectos e movimentos mais marcantes da trajetória percorrida pela Escola,
considerados como indicadores/propiciadores do processo de mudança verificado, o que
permitiu, posteriormente, a análise do processo como um todo.
Isto representou uma verdadeira reconstrução da trajetória percorrida a partir do
ano de 1993, quando teve início a implantação do projeto de informática na Escola. Nesse
sentido, buscou-se recuperar e analisar os momentos significativos do processo, tais como
a implantação de computadores em sala de aula; as propostas temáticas de trabalhos de
informática na educação; os resultados dos projetos; a revisão da utilização do espaço
físico; o desvelamento das possibilidades dos alunos com necessidades especiais e o processo de construir o conhecimento.
O projeto
A proposta tinha como objetivo, já de início, nortear as ações pedagógicas com
base na abordagem construcionista.
Construcionismo é o nome dado à abordagem educacional proposta por Seymour
Papert (1994), segundo a qual é indispensável, para a construção do conhecimento, a criação de ambientes de aprendizagem que envolvam o aluno, o computador, o professor e
demais instrumentos do processo de construção do conhecimento. Nesta perspectiva, “o
computador funciona como elemento de interação que propicia o desenvolvimento da autonomia do aluno, não direcionando a sua ação, mas auxiliando-o na construção de conhecimentos de distintas áreas do saber (ALMEIDA, 1999:29), mediante explorações e descobertas. Assim, ao lidar com objetos do interesse do aluno, o processo de construção de
conhecimento adquire sentido.
As metas estabelecidas pelo projeto de informática aplicada à educação exigiram a
formação em serviço dos professores, envolvendo: a linguagem de programação Logo3 ;
implantação de computadores em sala de aula; elaboração de projetos pedagógicos de
informática; discussões sobre a integração da informática nas atividades desenvolvidas em
sala de aula, e a elaboração conjunta, pelos professores, de ações voltadas para a utilização da nova linguagem. Como norte do processo estava a prática do ciclo reflexivo de
aprendizagem4 e a intenção de desenvolver as atividades de uma maneira contextualizada
e significativa, voltada para os interesses dos alunos.
Conforme se afirmou anteriormente, a proposta educacional da Escola baseava-se,
então, em concepções tradicionais de ensino. Nesse sentido, a implantação do projeto de
informática gerou momentos interessantes e angustiantes, relevantes todos eles, em que
se tratava de “encontrar” soluções momentâneas para as dificuldades experimentadas frente à deficiência. Porém, já se achavam presentes, ainda que talvez não completamente
conscientizados, aspectos importantes de um processo educacional renovado, para o qual
o projeto de informática levantou pistas adicionais.
3
Linguagem de Programação criada por Seymour Papert no Massachusetts Institute of Technology - MIT (PAPERT,
1985).
4
‘Ciclo reflexivo’, segundo Valente, é aquele no qual o aluno pode “descrever suas idéias, o computador pode executar
essa descrição e o aluno pode depurar sua idéia original, tanto em termos de conceitos quanto de estratégias” (VALENTE,
1993, p. 36).
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Ao mesmo tempo, portanto, em que tal projeto era visto como uma solução para o
aluno com necessidades especiais físicas, apresentava-se diante do professor como um
elemento complicador, uma vez que “a perspectiva adotada traz situações inusitadas, que
requerem engajamento, flexibilização de objetivos e avaliação contínua, visando a criação
de ambientes de aprendizagem que favoreçam a construção do conhecimento” (FREIRE &
PRADO, 1998).
A seguir apresenta-se a cronologia das ações e mudanças ocorridas na escola:
1993
Implantação do projeto de informática
) Início do projeto
) Aspectos teóricos e práticos da Linguagem Logo
1994
Primeiras Iniciativas
) Atendimentos Individualizados
) Implantação de computadores em salas de aula-piloto
1995
Expansão
) Extensão para as demais salas de aula
) Antecedentes dos projetos temáticos
) Projetos temáticos utilizando o computador como ferramenta
) Professor suporte5
1996
Extensão e Multiplicação.
) Extensão do projeto para as demais unidades da AACD
) I Curso de Informática na Educação
) I Feira de Informática na Educação
1997
Contribuições Científicas
) Criação de um ambiente construcionista, contextualizado e significativo;
usando como estratégia o desenvolvimento de projetos de trabalho; tese
de doutoramento (SCHLÜNZEN, 2000) participaram da construção do
ambiente de pesquisa dois professores e coordenadores das áreas pedagógica e de informática.
5
O professor-suporte tinha como propósito auxiliar o professor nos aspectos pedagógicos e computacionais envolvidos
na proposta de trabalho em sala de aula.
3
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1998
Formação Continuada e acompanhamento dos projetos
pedagógicos desenvolvidos em sala de aula
) Oficinas de Informática na Educação para professores da AACD
) 1º Encontro de Professores, mostra interna dos projetos para o corpo
docente.
1999
Busca teórica
) Oficinas de Informática na Educação para professores da AACD
) Proposta de mudança no processo educacional
) Busca de subsídios teóricos - Cátedra Paulo Freire, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
) Continuidade da proposta baseada na Pedagogia de Projetos
) 2º Encontro de professores
2000
Teoria e Prática
) Construção dos novos referenciais curriculares
) Encontro para professores: Mudança na Escola
2001
Compartilhando saberes
) Publicação do projeto desenvolvido, no livro Aprendendo para a vida: os
computadores em sala de (FREIRE & VALENTE, 2001)
Considerações Finais
A transformação verificada na abordagem educacional da Escola Especial da AACD,
investigada por meio da presente pesquisa, foi fruto de um processo complexo, de caráter
coletivo e gradual, marcado por movimentos contraditórios. No decorrer de todo o processo,
a necessidade de repensar, rever e recriar diferentes elementos do processo educacional
concretizou-se mediante acertos e avanços, alternados de muitos retrocessos e erros, mas
os resultados obtidos mostram-se bastante gratificantes.
A análise da trajetória percorrida demonstra, em primeiro lugar, que falar em mudança implica rever e analisar as ideologias, concepções e teorias que dão o norte para o
trabalho pedagógico. Um trabalho cooperativo e transformador só pode nascer de uma
nova cultura, para que, ao reverem-se as ações e práticas pedagógicas, não se recaia no
equívoco de simplesmente travestir o velho com roupagem nova.
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III CONGRES
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Como foi possível observar ao longo desde trabalho, práticas reflexivas, projetos de
trabalho, pedagogia diferenciada, trabalho em equipe, autonomia, entre outros, constituem
os elementos estruturais da formação de um novo professor. Voltar os olhos para o passado
e, dele, para o presente, permitiu-nos analisar a evolução de cada integrante do corpo docente
e sua crescente preocupação com os referencias de competências descritos por PERENOUD
(2000).
Foi possível observar, também, que um dos requisitos para a mudança educacional é a
discussão de todos os elementos do cotidiano escolar, uma vez que mesmo aqueles tidos como
“certos” ou “imutáveis”, podem ser transformados e gerar benefícios para a aprendizagem.
Para que tenhamos sucesso na prática educativa, as metas e os objetivos de tal
mudança necessitam ser estabelecidos e discutidos com a participação de todos os integrantes da equipe escolar e demais interessados, para que o trabalho possa estender-se à
comunidade, da qual a escola é parte integrante.
Outro elemento que precisa ser repensado, no cotidiano da escola, são os referenciais
curriculares, em sua qualidade de seleção cultural, de elo entre teoria e prática educacionais, em relação ao qual é preciso que a escola adquira autonomia. Sua elaboração e
construção não deveria partir dos órgãos administrativos, mas sim do cotidiano escolar.
Porém, é importante que o professor domine o conteúdo cultural a ser trabalhado, pois
planejar o currículo exige competência quanto aos conteúdos que possivelmente serão abordados. É imprescindível, além disso, possibilitando uma aprendizagem significativa, interessante, estabelecendo sempre o maior número possível de relações com os temas da
atualidade e com aplicações da vida cotidiana, originando, assim, experiências variadas.
A necessidade de uma educação centrada na condição humana e em sua diversidade social, étnica, cultural, política e econômica, faz parte do novo paradigma educacional,
que nos aponta um aluno com necessidades especiais quanto a diferentes maneiras de
aprender, resolver problemas e compreender, e cujos talentos devem ser contemplados
mediante a incorporação de momentos de criação no contexto escolar. “O compromisso
com a vivência do tempo criativo enfatiza a valorização de tudo o que possa estar em si
mesmo, no seu valor profissional, na força do aprender como centro do trabalho pedagógico, no aluno como pessoa em fase de desenvolvimento” (QUELUZ, 2001:141).
Reafirma-se, finalmente, que o projeto de repensar a escola especial não pode
limitar-se a iniciativas de caráter institucional. Necessita envolver, acima de tudo, uma nova
consciência social sobre as necessidades e possibilidades dos portadores de necessidades
especiais, além de uma verdadeira reconstrução de identidades por parte de todos os envolvidos no processo educacional.
Felizmente se contam hoje com diferentes movimentos direcionados para a inclusão da pessoa com necessidades especiais, junto aos diversos segmentos da sociedade.
Porém, apesar de verificarem-se algumas mudanças, a estrutura educacional ainda vigente
não beneficia a pessoa com necessidades especiais, que muitas vezes é simplesmente
excluída da escola regular.
Repensar a qualidade de ensino da escola regular, bem como princípios educacionais
que possam valer para todos são aspectos fundamentais para a inclusão do deficiente físico.
Entretanto, é também necessário, além de mudanças estruturais que atendam aos
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aspectos apontados, repensar o papel da escola especial nesse processo de inclusão da
pessoa com necessidades especiais. Até muito recentemente, as escolas especiais limitavam-se a prestar serviços voltados para a manutenção da população deficiente, no âmbito
de uma visão assistencialista. Acreditamos que as mudanças ocorridas na Escola Especial
da AACD possam constituir um referencial para o questionamento do papel da educação
especial e contribuir para o processo de inclusão.
Falar-se em processo de inclusão significa adotar a atitude de “estar com”. Estar
com aqueles que apresentam comprometimentos físicos graves, significa dar-lhes os atendimentos específicos de que necessitam, maximizando seu bem-estar. Porém, a grande
maioria dos alunos portadores de necessidades especiais é capaz de aprender o que é
ensinado nas escolas, desde que estas estejam dotadas de recursos para atender a diversidade de necessidades que caracteriza essa clientela.
Por fim, é necessário que deixemos de pensar somente na educação especial em si
mesma e comecemos a pensá-la em meio ao contexto maior da Educação, pois essa
dicotomia contribui enormemente para o distanciamento entre “deficientes e “não deficientes”, e não para um educação democrática e igualitária.
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, M.E. O computador na escola: Contextualizando a formação de professores: Praticar a teoria, refletir a prática [Tese de Doutoramento –Pontifícia Universidade Católica ]. São Paulo, 2000.
FREIRE, F. M.P. & PRADO, M. E. B.B. O preparo do professor para usar o computador
no âmbito da educação especial. Resumos do V Congresso Estadual Paulista sobre
Formação de Educadores, Formação do Educador e Avaliação Educacional. Águas
de São Pedro, 1998.
FREIRE, F. M.P. & VALENTE, J. A. (orgs.) Aprendendo para a vida: Os computadores na
sala de aula. São Paulo: Cortez Editora, 2001.
PAPERT, S. A Máquina das Crianças. Porto Alegre: ArtMed, 1994.
PERRENOUD, P. 10 Novas competências para ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 2000.
QUELUZ, A.G. Tempo. In: FAZENDA, I. (org.). Um dicionário em construção. São Paulo:
Cortez Editora, 2001.
SCHLÜNZEN, E. T. M. Mudanças nas práticas pedagógicas do professor: criando um
ambiente construcionista contextualizado e significativo para crianças com necessidades especiais físicas. [Tese de Doutoramento –Pontifícia Universidade Católica ]. São Paulo, 2000.
VALENTE, J. A. Formação de Profissionais na área de Informática em Educação. In:
VALENTE, J. A. (org.) Computadores e conhecimento: repensando a educação. Campinas: Gráfica da UNICAMP, 1993.
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Roberta Galasso Nardi
Brasileira, 33 anos
Rua Dr Silvino Canuto Abreu 386/42
Campo Belo
cep 04624-050
Telefones: 5093-2149/9407-3935
e-mail: [email protected] e [email protected]
Formação
¾ Doutoranda pelo Programa de Educação: Currículo- Linha de pesquisa Formação de
Professores- Novas Tecnologias – PUC/SP
¾ Mestre em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação: Currículo -Formação de Professores- Novas Tecnologias - PUC/SP
¾ Graduação em Pedagogia- Centro Universitário Assunção
Trajetória Profissional
♦ Lar Escola São Francisco- Centro de reabilitação
Coordenadora Pedagógica- 1988
Responsável por aspectos técnicos-metodológicas da dinâmica escolar.
♦ AACD- Associação de Assistência a Criança Deficiente
Coordenadora de Informática na Educação -1990
Responsável pelo uso pedagógico das TIC- Tecnologias da Informação e Comunicação.
♦ PEC- PUC/SP
Professora Assistente - 2002
♦ Centro Universitário São Camilo -SP
Professora nos Cursos de Letras e Pedagogia -2002
Extensão Cultural
Congressos- participação como expositora
¾ Oficina: Construção de Página na Internet- 12 h, 2001
¾ Oficina: Uso da INTERNET em sala de aula-20 h, 2000.
¾ Congresso Internacional – “UM OLHAR SOBRE PAULO FREIRE”.Évora/Portugal-2000.Um Ideal Vivenciado na formação de professores.
¾ Seminário Mudança na Escola-São Paulo-setembro 2000-O computador como agente
de mudança na sociedade do conhecimento.
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¾ Congresso Internacional- III Encontro Mundial de Educação Especial- III Conferência
Iberoamericana de Estimulación Prenatal y Temprana. Buenos Aires/ Argentina-1999Um Ideal Vivenciado na formação de professores na Educação Especial.
¾ Oficina: Os diferentes software e seu uso pedagógico-8 h,1999.
¾ Oficina: Micromundos-20 h. 1998.
¾ XII Congresso Nacional da Associação Brasileira de Paralisia Cerebral-São PAULO, 1998.Mini curso- Informática na Educação. Uma abordagem com o uso do Logo.
¾ II Encontro Mundial de Educação Especial e Preescolar. La Habana/Cuba-1998. Computador um recurso no contexto educacional.
¾ III Congresso Ibero Americano de Educação Especial-Foz do Iguaçu/ Brasil 1998. Computador um recurso no processo de ensino aprendizagem da criança portadora de paralisia cerebral.
¾ Educador 97, São Paulo, 1997.
¾ VII Congresso Internacional LOGO e I Encontro de Informática Educativa do Mercosul.
Uma experiência com o uso do Logo. Porto Alegre 1995
Publicações ( artigos)
¾ Perspectivas de mudança na abordagem educacional da AACD a partir da proposta de informática na educação especial. In: FREIRE, F. M.P. & VALENTE, J. A. (orgs.)
Aprendendo para a vida: Os computadores na sala de aula. São Paulo: Cortez Editora, 2001.
¾ Olhar. In: FAZENDA, I. (org.). Um dicionário em construção. São Paulo: Cortez Editora, 2001.
¾ Contribuições de Paulo Freire na formação de professores da educação especial
em busca da autonomia dos educandos. In: Ana Maria Saul: Paulo Freire e a formação de educadores: múltiplos olhares 2000.
¾ Computador: um recurso no contexto de sala de aula com crianças portadoras de
paralisia cerebral. In: SOUZA, A.M.C. & FERRARETO, I. Paralisia Cerebral – Aspectos práticos. São Paulo: Memnon, 1998
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Redespecial-Brasil
Profa. Dra. Alvina Themis Silveira Lara
Roteiro
Apresentação
Histórico
Objetivos
Projetos
Atividades
Metodologia de trabalho
Site
Apresentação
A Redespecial-Brasil é uma organização nãogovernamental a serviço das Pessoas com
Necessidades Educacionais Especiais
por meio das Tecnologias da
Informação e Comunicação
Apresentação
A ONG é constituída de Pessoas com
Necessidades Educacionais Especiais (PNEE),
Familiares, Pesquisadores, Educadores,
Especialistas em Educação, Educação
Especial, Informática, Informática na
Educação Especial, Psicólogos,
Fonoaudiólogos, Empresários, Advogados,
dentre outros
Histórico
Ano de consolidação: 1999
Trajetória - 1º CIIEE, NIEE/UFRGS, GIE/PUCRS
Grupo de discussão
Equipe de trabalho
Histórico
Grupo de trabalho
Estatuto
Sócios fundadores
Primeira diretoria
Equipe de trabalho
Primeira Diretoria
Presidente: Lucila Maria Costi Santarosa
Vice Presidente: Alvina Themis Silveira Lara
Primeira Secretária: Márcia de Borba Campos
Segunda Secretária: Fernanda da R. N.Murr
Primeiro Tesoureiro: Flávio Koff Coulon
Segundo Tesoureiro: Ana Vilma Tijiboy
Equipe de trabalho
Diretoria Atual
Presidente: Lucila Maria Costi Santarosa
Vice-Presidente: Márcia de Borba Campos
Primeira Secretária: Berenice Machado
Segunda Secretária: Patrícia Beatriz de Macedo
Primeiro Tesoureiro: Flávio Koff Coulon
Segunda Tesoureira: Luisa Hogetop
Objetivos
Lutar pelo estabelecimento de políticas
públicas nacionais que atendam aos
interesses e ao desenvolvimento de PNEE e
contra a discriminação, o preconceito e
outros comportamentos lesivos aos direitos
civis e humanos das PNEE
Objetivos
Desenvolver pesquisas e estudos que
contribuam para a construção de conhecimento
e produção de inovações tecnológicas,
relacionadas a ajudas técnicas e recursos
informáticos tanto a nível de software quanto de
hardware para PNEE
Assessorar projetos e programas no
âmbito das TIC na EE, visando melhoria
da qualidade de vida das PNEE
Objetivos
Estabelecer canais de comunicação,
disseminação, socialização e parcerias para o
desenvolvimento da área da EE, da
reabilitação e inclusão social e profissional
das PNEE, através do intercâmbio e difusão
por meio de cursos, workshops, congressos,
palestras, seminários e encontros
Objetivos
Atuar como grupo catalisador e difusor
de informações das TIC para a EE
constituindo um espaço de documentação,
produção e publicação de materiais
técnicos, visando aperfeiçoamento e
atualização de pesquisadores, professores e
familiares das PNEE
Objetivos
Contatar, colaborar e conveniar com
instituições governamentais e não
governamentais, nacionais e internacionais,
visando concretizar os objetivos da
Redespecial-BR, sem perda de sua
autonomia e respeitando os princípios
fundamentais da organização
Atividades
Pesquisa teórica
Desenvolvimento de software
Formação de recurso humano
Atendimento
Construção e manutenção da biblioteca virtual
. . .
Como?
MEC/SEESP
FACIN/PUCRS
UFSM
NIEE/UFRGS
REDESPECIALBRASIL
ULBRA
Cooperativa
CRÊSER
Projetos
Ambiente de ensino e aprendizagem
computadorizado bilíngüe – LIBRAS e
Língua Portuguesa
Faculdade de Informática - PUCRS
ONG REDESPECIAL-BRASIL
Projetos
Biblioteca virtual de acessibilidade na
WEB e ajudas técnicas
NIEE - UFRGS
ONG REDESPECIAL-BRASIL
Projetos
Escrita colaborativa via WEB: o
Equitext – interface para portadores
de necessidades educativas especiais
UFSM
ONG REDESPECIAL-BRASIL
Projetos
Produções científicas em Informática
na Educação Especial
NIEE - UFRGS, PUCRS
ONG REDESPECIAL-BRASIL
Projetos
MOISE – modelo organizativo
internacional de serviço para pessoas
com necessidades educativas
especiais
NIEE - UFRGS
ONG REDESPECIAL-BRASIL
Projetos
Ambientes virtuais de aprendizagem
na formação de professores na área
de Informática na Educação Especial
MEC/SEESP
ONG REDESPECIAL-BRASIL
Projetos
Formação de professores na área de
Informática na Educação Especial
Cooperativa CRÊSER/RS
Escola Municipal Tristão Sucupira Viana/RS
AACD - Porto Alegre
ONG REDESPECIAL-BRASIL
Projetos
Atendimento de PNEE com o uso das TIC´s
Cooperativa CRÊSER/RS
Núcleo de Desenvolvimento Infantil/UFSM
ULBRA
ONG REDESPECIAL-BRASIL
Metodologia de trabalho
Comissões
-
Divulgação
Captação de Sócios
Estudos e Pesquisas
Intercâmbio e Assessoramento
Atendimento
Captação de Recursos
Cursos
Eventos
Site
Site
Site
Considerações finais
Venha visitar o nosso site e participe desta
rede onde você poderá encontrar
publicações, instituições, projetos de
pesquisa, listas de discussão, informativos,
indicações e download de software, etc.
Esperamos por você!
http://www.redespecial.org.br/
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CURRICULUM VITAE
NOME: Alvina Themis Silveira Lara
ENDEREÇO: Rua Comendador Rheingantz, 94 / 202
CEP: 90450-020
CIDADE: Porto Alegre
ESTADO: RS
TELEFONE: (51) 3330.3650 / 9984.4476
E-MAIL: [email protected]
FORMAÇÃO
GRADUAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
MESTRADO
DOUTORADO
ÁREA
Pedagogia- S. Escolar
Metodologia do Ensino
Superior
Educação - Aconselhamento Psicopedagógico
Educação
INSTITUIÇÃO
PUCRS
UFRGS
ANO DE CONCLUSÃO
1978
1983
PUCRS
1991
PUCRS
1998
ATIVIDADES PROFISSIONAIS
CARGO ou FUNÇÃO
PERÍODO
Delegada de Educação da 1° DE e da 37° DE - Porto Alegre
1988
Supervisora Técnica da Secretaria da Educação/RS
1988
Assessora Técnica da FADERS
1989
Chefe da Unidade de Deficientes Auditivos - FADERS
1991
Gerente Educacional da FADERS
1991
Coordenadora Adjunta do Depto. de E. Especial da Secretaria da Educação
1991
Vice-Presidente da ONG REDESPECIAL – Brasil
1999
Coordenadora da Habilitação de Educação Especial – PUCRS
2002
ATIVIDADES DOCENTES
DISCIPLINAS LECIONADAS / PUCRS
PERÍODO
Dinâmica e Supervisão de Estágio D. Mentais I e II
1984/1987
Serviços de Educação Especial
1988/1991
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Introdução à Educação Especial
1988/2002
Estrutura e Funcionamento da E. Especial
1988/2002
Currículos e Programas da E. Especial
1988/2002
Supervisão de Estágio em Educação Especial
1998/2002
Prática de Ensino Educação Especial
2000/2002
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PLATAFORMA E-LEARNING ACCESIBLE
Carlos de Castro Lozano
Se presenta una plataforma e-Learning para RedEspecial.
¿Qué es el sistema e-Learning RedEspecial?
La plataforma e-Learning RedEspecial es un sistema de formación abierta no
presencial basado en el uso de las tecnologías telemáticas, multimedia y de metodologías
de aprendizaje de última generación.
El sistema e-Learning RedEspecial es una nueva forma de aprender que utiliza las
nuevas tecnologías y un nuevo modelo pedagógico de forma que el alumno siempre se
sentirá que está atendido. Así pues, nuestro sistema se adapta a cualquier situación o característica del alumno de forma que el objetivo del curso, que es llegar a poseer los
conocimientos necesarios sobre la materia a tratar, siempre se conseguirá.
¿Quiénes son los posibles usuarios del sistema e-Learning RedEspecial?
La plataforma e-Learning RedEspecial es una tecnología, y como tal, va avanzando
día a día en función de las necesidades y los recursos tecnológicos de nuestra sociedad.
Así pues el sistema e-Learning RedEspecial se adapta en cada caso en función de la
infraestructura que tenga sus posibles usuarios: Centros de Formación de ONGs y de
Instituciones, Universidades, PYMES, Centros de Formación privados y usuarios finales ya
sean mayores, discapacitados y personas del entorno de estos.
¿Qué infraestructura se necesita para impartir o recibir un curso REDESPECIAL?
Existen tres formas de realizar los cursos e-Learning RedEspecial
1. Si el alumno no tiene ordenador pero no puede estar esclavizado a un horario fijo
entonces podrá escoger la opción Academic: el alumno dispone del curso multimedia en
CD-ROM elegido y de un aula de ordenadores en red (Telecentro) a la que puede asistir el
tiempo que considere necesario a cualquier hora. También dispone de un tutor que le realizará un seguimiento temporal y de una serie de profesores a los que puede consultar previa
cita.
2. Si el alumno posee ordenador multimedia pero no tiene conexión a Internet podrá
escoger la opción CD-home: el alumno dispone del curso multimedia en CD-ROM elegido y
se le asigna un tutor al que puede consultar vía teléfono o fax. El seguimiento y las conexiones
con el sistema e-Learning lo realizará desde su centro examinador más cercano.
3. Si el alumno tiene ordenador multimedia y está conectado a Internet podrá escoger
la opción VirtualNet: el alumno podrá conectarse al sistema e-Learning RedEspecial a través de las páginas Web del Consorcio Fernando de los Rios (http://fdelosriosweb.cica.es).
En los tres casos, al alumno se le asignará un Centro examinador (Telecentro) que
podrá utilizar independientemente de la infraestructura que tenga.
Una vez matriculado un alumno en un curso de la plataforma RedEspecial se le
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asignará un Centro examinador y un tutor, se le enviará material de autoestudio en formato
CD-ROM y se le dará acceso al Campus Virtual para establecer contactos con los profesores
o con otros alumnos de esta modalidad, descargar material complementario, etc. Entre los
servicios disponibles en el Campus Virtual podemos destacar: correo electrónico, charla
(chat, acceso a otros materiales didácticos, pantalla compartida, catálogo de cursos, secretaría
y administración virtual, biblioteca y cafetería virtual etc.
Herramienta autor multimedia: GuiónEditor y HAMWeb
Una de las herramientas que se pone a disposición de tutores y en algunos cursos,
de los propios alumnos es el sistema autor HAM compuesto por las herramientas GuiónEditor
y HAMWeb.
HAM es un sistema autor para generar cursos multimedia según el modelo didáctico Teledomedia.
La principal característica de estas herramientas es su fácil uso. No es necesario
tener conocimiento alguno de informática para poder desarrollar un curso con ella.
Tan solo se debe organizar el curso en temas y lecciones y estas en conceptos. Se
realizarán los guiones de los contenidos de cada concepto y se producirán los medias (textos, imágenes, sonido, animaciones, vídeo, realidad virtual etc.). HAMWeb se encargará de
la producción automática en páginas Web en base a los guiones y medias creados.
Elementos funcionales del I-SISTEMA E-LEARNING REDESPECIAL
El material básico usado en la construcción de estos sistemas, habrá de ser una
estructura modular, escalable y adaptable a las necesidades concretas de cada ámbito de
aplicación.
Podemos representar un esquema funcional del SISTEMA E-LEARNING
REDESPECIAL como:
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Interfaz de usuario. Basado en el uso de protocolos estándar de INTERNET. Por
un lado, en el campo de la Teleformación se utilizará el WWW como herramienta para
difusión de contenidos didácticos y el HTML combinado con el protocolo CGI y el lenguaje
Java así como la tecnología ASP de Microsoft.
Modulo Gestor de Datos. Basado en un gestor de datos (relacional u orientado a
objetos) y que será el núcleo que permitirá organizar la información con la que trabaja el
Sistema e-Learning RedEspecial. Básicamente, tratará dos tipos de información, aunque el
carácter genérico de este módulo nos permitirá ampliar la gestión de datos tanto como
requiera nuestro ámbito de aplicación.
Módulo autor; GuiónEditor y HAM-Web. Heramientas Autor Multimedia para la
generación automática de materiales didácticos en páginas Web.
Permitirá al profesor la creación de unidades curriculares de forma sencilla. Entre
sus funcionalidades básicas cabe destacar:
• edición de documentos html.
• creación de materiales audiovisuales para uso bajo demanda. (mediante el módulo
de comunicación audiovisual)
• creación de protocolos de evaluación del alumno. (mediante el módulo de
evaluación).
• creación de canales de comunicación (síncronos y asíncronos).
• creación de espacios de trabajo en grupo. (mediante el módulo de Trabajo
Colaborativo)
Comunicación textual. Facilitará la creación de canales y/o materiales de
comunicación textual, para su uso en tiempo real (Chat), o de forma asíncrona (correo
electrónico).
Gestor de Materiales Formativos. Será el encargado de organizar los materiales
que componen las distintas unidades curriculares: hiperdocumentos, imágenes, audio, vídeo,
cursos etc. Estará relacionado con el Catalogo de Cursos.
Gestión, Seguimiento y Evaluación. Su misión consistirá en realizar las tareas
administrativas correspondientes a la gestión de los alumnos (acceso a cursos, bajas, ...) y
al seguimiento de las actividades del alumno durante la realización de un curso (mapas de
navegación, listado de actividades, ...).
Asimismo, facilitará las tareas del profesor/instructor en el proceso de evaluación de
los alumnos. Creará diagnósticos basados en los datos recogidos por el módulo de
seguimiento y las evaluaciones diseñadas mediante el módulo de autor.
Catálogo de Cursos. Módulo a través del cual se puede seleccionar un curso (ya
sea en CD o en páginas Web) y ejecutarlo de tal forma que los datos de seguimiento generado
por estos cursos son enviado al módulo de seguimiento.
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No solamente se presentará una lista de los Cursos disponibles, sino que se incluye
toda la logística necesaria para acceder a la información relacionada con los mismos, efectuar la búsqueda o descarga de sus contenidos y facilitar su ejecución posterior.
Comunicación Audiovisual. La implementación se ha basado en el uso de software
comercial o de dominio público, dependiendo de las características del ámbito de aplicación.
Podemos distinguir:
Comunicación audiovisual en Tiempo Real. Se han diseñado los módulos
correspondientes a comunicación unicast y a comunicación multicast. En el caso unicast se
ha integrado la aplicación NetMeeting de Microsoft. En la videoconferencia multicast se ha
optado por el uso de las herramientas propias de Mbone (VEC).
Comunicación Audiovisual bajo demanda. En este caso se ha optado por el uso de
aplicaciones de vídeostreaming inyectadas por un servidor a la velocidad requerida por el
cliente, lo que permite flexibilizar los requisitos de línea necesarios para recibir una emisión
en condiciones (RTC, RDSI, Frame Relay, ...). El software elegido para implementar este
tipo de comunicación ha sido «Quicktime”, RealVideo.
Trabajo Colaborativo. Permitirá la creación de espacios de trabajo virtuales compartidos -tanto para profesores como para alumnos- que facilitaran los procesos de
aprendizaje Colaborativo.
Recursos Auxiliares. Incluirá todos aquellos recursos que se consideren necesarios
como herramientas auxiliares en el I-SISTEMA E-LEARNING REDESPECIAL. Por ejemplo:
1. Listas de distribución.
2. Agendas
3. Tablón de Anuncios
4. Notícias o Foros de debate
5. Biblioteca virtual
6. Cafetería virtual
7. Sala de juegos
8. Tiendas virtuales
9. Sistema de Ayuda
10. Buscadores, etc.
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Gestión Administrativa. Permitirá llevar un control automatizado de la Administración
del Centro. Relacionado con el módulo de gestión de seguimiento y actividades docentes y
con otras aplicaciones propias de la administración de un centro de formación (Contabilidad,
facturación, marketing etc) tratará de unificar en un mismo interfaz todas las opciones de
consultas y acceso a todo este tipo de información.
Gestión y administración del sistema servidor. Permitirá realizar a través de páginas Web todas las tareas de administración de un servidor I-SISTEMA E-LEARNING
REDESPECIAL.
Agentes y tutores inteligentes. El sistema utilizará agentes inteligentes (bots) que
guiarán o informarán al usuario sobre las diferentes eventos que se presenten en el I-SISTEMA E-LEARNING REDESPECIAL. Podrán desempeñar distintas tareas, entre ellas servir de guías por las distintos módulos del I-SISTEMA E-LEARNING REDESPECIAL, actuar
como dependientes en tiendas virtuales facilitando así las transacciones comerciales mediante el comercio electrónico o simplemente apoyar al usuario cuando este lo solicite.
De igual modo, estos actuarán de manera transparente al usuario en tareas de
administración, búsqueda de datos,... Pero sobre todo podrán actuar como tutores inteligentes de forma que se adapten al ritmo de aprendizaje del alumno y le aconseje y ayude en
sus tareas académicas cuando éste no pueda disponer de un tutor o profesor real.
En principio los agentes inteligentes (bots) utilizarán sistemas basados tanto en
inteligencia algorítmica, como en inteligencia artificial. Estos “bots” tendrán acceso a diferentes bases de datos, que servirán como soporte para que el bot pueda ofrecer información
a los usuarios del I-SISTEMA E-LEARNING REDESPECIAL.
Mundo virtual. El mundo estará organizado al igual que una gran centro de formación
o campus universitario, de modo que existirán tanto grandes edificios habitables, así como
grandes zonas comerciales destinadas a los negocios, empresas, centros formativos, de
reuniones, de ocio, oficinas orientadas al teletrabajo, oficinas de empleo.
Esta definición nos muestra un nuevo punto de vista de un mundo virtual. La gran
innovación presentada es el enfoque del sistema de comunicación así como de las
posibilidades de interacción usuario-mundo y usuario-usuario, esto es, la ampliación de las
tecnologías interactivas presentes en los mundos virtuales actuales, los cuales carecen de
este tipo de tecnología, o bien no se encuentran plenamente desarrolladas
La plataforma gráfica que se utilizará para el mundo virtual es OpenGL, un estándar
en la industria de los gráficos 3D. OpenGL, a diferencia de otros modelos de descripción de
objetos 3D, es universal para todas las plataformas, por lo que cualquier programa realizado
en OpenGL es perfectamente adaptable a varios sistemas diferentes, tales como Unix, MacOS
y Windows. Además de esta ventaja, OpenGL es soportado por las tarjetas aceleradoras de
3D presentes en el mercado de los ordenadores personales, por lo cual tiene bastante
popularidad entre los usuarios.
Con respecto a los objetos, y la carga que su representación pueda generar en el
programa cliente, se plantea la necesidad de definir un estándar de máxima cantidad de
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vértices y polígonos por objeto, además de que se debe definir un máximo de objetos por
zona del mundo. De esta forma se evitará que la generación del mundo sea demasiado
lenta.
Se presenta, con la plataforma e-Learning RedEspecial, un Curso para preparación
de tutores “on line” (Teleformador) con el siguiente programa:
CURSO TELEFORMADOR
1. Objetivos
El alumno al finalizar el curso será capaz de planificar y desarrollar acciones formativas
en un entorno virtual de teleformación, aplicando las estrategias, técnicas y recursos
adecuados a los participantes y al entorno de teleformación.
• Saber contextualizar la formación virtual en los nuevos escenarios de formación.
• Conocer y dominar las herramientas que proporcionan las NTIC para aprovechar
sus posibilidades educativas.
• Analizar plataformas y experiencias de Teleformación descubriendo sus
posibilidades y sus carencias.
• Elaborar propuestas que integren todos los recursos educativos que estén en la
red.
• Gestionar y dinamizar los espacios virtuales de aprendizaje individuales y colectivos , desarrollando una labor tutorial proactiva.
• Adecuar las técnicas y metodologías a los nuevos recursos, aplicando criterios de
innovación y creatividad.
• Conocer las posibilidades que entrañan las nuevas tecnologías de la información
y de la comunicación e integrarlas en los espacios educativos para enriquecer los aprendizajes
y dar igualdad de oportunidades, adquiriendo a su vez, un amplio conocimiento y habilidades para trabajar con los sistemas de teleformación.
• Fomentar el trabajo colaborativo para al diseño de un campus virtual, favoreciendo
el debate sobre dilemas y tomar decisiones de grupo.
Objetivos particulares:
• Conocer las estrategias y técnicas didácticas en los sistemas e Learning
• Conocer los distintos modelos de sistemas eLearning.
6
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
• Conocer el nuevo rol del profesor en la Formación On Line.
• Conocer las plataformas de teleformación.
• Conocer las herramientas para la gestión y generación de cursos en Internet.
• Realizar una práctica de implantación de un Plan de Formación On Line.
• Realizar una práctica de guionización y producción de un curso en páginas Web.
2. Actividades
‰ Presentación del modelo de enseñanza “on line”.
‰ Presentación del sistema e-learning
‰ Definición de los roles para un proyecto de teleformación
‰ Análisis de posibles mejoras o modificaciones
3. Temario
Tema I: Definición, ventajas y evolución de los sistemas e-learning.
Tema II: Factores en la implantación de centros virtuales de formación
Tema III: Fases en la implantación de un Plan de formación en línea.
Tema IV: Herramientas de la plataforma de teleformación.
Unidad 1: Secretaría Virtual
Unidad 2: Gestión del sitio Web
Unidad 3: Sistema de teleformación
Unidad 4: Herramientas de autor para generación automática de contenidos en CD
y páginas Web.
Unidad 5: Sistemas de Autoevaluación y Evaluación.
Duración: 200 horas Calendario: Por proponer
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III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
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9 DATOS PERSONALES
NOMBRE.
EDAD:
LUGAR Y FECHA DE NACIMIENTO:
1954
DIRECCIÓN:
TELÉFONO:
CORREO ELECTRÓNICO
Carlos de Castro Lozano
47 años
Cazalla de Sierra 21-11C/ Donantes de sangre 1
957 483564
[email protected]
9 TITULOS ACADÉMICOS
Año 1979
Licenciado en Ciencias Matemáticas. Univ. Sevilla
Año 1986
Doctor en Ciencias Biológicas. Univ. Córdoba
Año 1986
Profesor Titular Matemáticas. Univ. Córdoba
Año 1991
Catedrático en Ingeniería de Sistemas y Automática de la
Escuela Universitaria Politécnica. Univ. Córdoba.
9 ACTIVIDADES ACADÉMICAS DE CARÁCTER DOCENTE
Años 1979-1980
Profesor Colegio Santa Cecilia Sevilla.
Años 1980-1981
Córdoba.
Profesor Instituto Bachiller Fuensanta.
Años 1981-1982
Profesor Encargado de Curso. Facultad de Ciencias.
Univ. Córdoba.
Años 1982-1985
Profesor No Numerario. Facultad de Ciencias. Univ.
Córdoba.
Años 1985-1991
Profesor Titular EUP. Univ. Córdoba.
Años 1981-2002
Catedrático de EEUU de la Escuela Politécnica Superior.
Univ. Córdoba.
9
III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
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9 ACTIVIDADES ACADÉMICAS DE CARÁCTER CIENTÍFICO
-
Director del Grupo de Investigación EATCO de la Junta de Andalucía.
-
Director del Area Multimedia del Servicio de Informática de la Universidad de Córdoba.
-
Director del Centro Tecnológico Industrial (CTI ) de los Servicios Centralizados de la
Universidad de Córdoba.
-
Consejero Delegado y socio propietario de la empresa UCOCTI S.L. Empresa de la
Corporación empresarial de la Univ. Córdoba.
-
Asesor del Proyecto “Plan Alhambra aplicado a la Educación Especial”. Consejería de
Educación de la Junta de Andalucía.
-
Miembro del Consejo Rector del Centro Informático y Científico Andaluz (CICA).
9 ACTIVIDADES PROFESIONALES DE CARÁCTER CIENTÍFICO Y
EMPRESARIAL
Años 1989-1993
Director Gerente y socio propietario de la
empresa EATCO S.A.
Años 1989-1993
Director Científico de la Empresa Aula de
Informática Aplicada S.A.
Años 1989-2002
Director Gerente y socio propietario de la
empresa DOMEDIA PROYECTOS S.L..
Director Científico del Grupo de empresas
GARBEN
Miembro del Consejo de Dirección del
mismo.
Años 1993-2000
Años 2001-2002
Consejero Delegado y socio propietario de la
empresa UCOCTI S.L. de la Universidad de
Córdoba.
Años 2002-
Director científico, socio propietario y
Vicepresidente
del
Consejo
de
Administración de la empresa participada por
Cajasur y la Univ. Córdoba: Ciencia,
Tecnología e Innovación S.L.
III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
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9 PARTICIPACIÓN EN PROYECTOS O CONTRATOS DE I+D FINANCIADOS DE
ESPECIAL RELEVANCIA CON EMPRESAS Y/O ADMINISTRACIONES
Investigador principal del proyecto: GENERACIÓN DE LOGICALES EN
TECLADO DE CONCEPTO. EATCO para MEC-MINER-CDTI. Años 1987-1988
Investigador principal del proyecto: DESARROLLO EN MEMORIA OPTICA DE
UN SISTEMA MULTIMEDIA SOBRE EL TEMA: HISTORIA DE ANDALUCIA
CONTEMPORANEA Y SU IMPLEMENTACION EN CENTROS Y
UNIVERSIDADES. EATCO para la Consejería de Educación y Ciencia. Junta de
Andalucía. Años 1989-1991.
Investigador principal del proyecto: INTERFACE AUDIO-TACTIL PARA
CIEGOS Y DEFICIENTES VISUALES. EATCO para la ONCE. Años 1988-1989
Investigador principal del proyecto: DESARROLLO DE SOFTWARE Y
HARDWARE APLICADO A LAS MINUSVALIAS. EATCO para INSERSO. Años
1990-1993
Investigador principal del proyecto: DESARROLLO EN MEMORIA OPTICA(CDROM) CON TECNOLOGIA DVI DE UN SISTEMA INTERACTIVO DE
ENSEÑANZA DE LA ANATOMIA: ANATRON. EATCO para AIA y CDTI . Años
1990-1.991.
Investigador principal del proyecto: DISEÑO Y DESARROLLO DE UN SISTEMA
DE VISION ARTIFICIAL PARA MEJORA DE PROCESOS EN FUNCION ,
COLADA , LAMINACION, EN LA FABRICACION DEL ALAMBRON DE
COBRE EN COLADA CONTINUA. EATCO para Junta de Andalucía-Metalcable
S.A. Año 1991.
Asesor científico del proyecto: DESARROLLO DE UN PROGRAMA
INFORMATICO PARA EL CONTROL Y SEGUIMIENTO DE LA INTEGRACION
SOCIAL Y LABORAL DE LOS MINUSVALIDOS PSIQUICOS DE LOS
CENTROS DE PROMI: AGES. EATCO para HORIZON DE LA CEE – PROMIA.I.A. Años 1991-1993.
Investigador principal del proyecto: ESTUDIO Y EVALUACION DE
NECESIDADES, EXPERIMENTACION DE POSIBLES SOLUCIONES DENTRO
DEL CAMPO DE LAS TECNOLOGIAS INFORMATICAS, PARA COLECTIVO
DE PERSONAS DISCAPACITADAS. EATCO para INSERSO. Año 1994.
Investigador principal del proyecto: DESARROLLO DE UN SISTEMA DE
ENSEÑANZA A DISTANCIA MULTIMEDIA SOBRE DISEÑO GRAFICO.
EATCO para A.I.M-TELEFONICA SISTEMAS- Instituto Nacional de EmpleoEUROFORM. Años 1994-1995.
Investigador principal del proyecto: DESARROLLO DE SISTEMAS DE
CONTROL Y GESTION DE SERVICIOS EN EDIFICIOS INTELIGENTES .
EATCO-CTI para PROYECTO GAME DE LA CEE. En colaboración con MAINSA
y CNM. Año 1995.
III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
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Investigador principal del proyecto: OPTIMIZACION DEL PROCESO DE
LIMPIEZA DE LAS SUPERFICIOS DE INTERCAMBIO DE CALOR. EATCO
para ENECO, S.A. Año 1995.
Dirección científica del proyecto: DESARROLLO DE UN SISTEMA
INTERACTIVO MULTIMEDIA SOBRE EL PROYECTO ATLAS. A.I.M. para
Telefónica Sistemas. Año 1995.
Investigador principal del proyecto: CURSOS INTERACTIVO MULTIMEDIA DE
DISEÑO GRAFICO (5 CD-ROM). EATCO para AIM- INEM. Año 1995.
Investigador principal del proyecto: CURSO INTERACTIVO MULTIMEDIA EN
CD-ROM SOBRE ACTOS Y PROCEDIMIENTOS ADMINISTRATIVOS. EATCO
para el Instituto Andaluz de Administraciones Públicas. Años 1995-1996.
Investigador principal del proyecto: CURSO INTERACTIVO MULTIMEDIA EN
CD-ROM SOBRE TELEMATICA. EATCO para Garben –TELEFONICA. Año
1996.
Investigador principal del proyecto: DESARROLLO DE 5 CURSOS
MULTIMEDIA EN CD-ROM SOBRE WINDOWS 3.11 Y EL PAQUETE OFFICE
97 DE MICROSOFT. EATCO-CTI para CECA-GARBEN. Años 1996-1998.
Investigador principal del proyecto: PROYECTO CD-ROM INTERACTIVO UN
VIAJE AL FUTURO. EATCO para Garben - BANCO DE SANTANDER. Año
1996.
Director científico del proyecto: CURSO INTERACTIVO DEL S.I.S en CD-ROM.
GARBEN. Año 1996.
Investigador principal del proyecto: OPTIMIZACION DE PROTOTIPOS DE
SISTEMAS INFORMATICOS ADAPTADOS A LAS MINUSVALIAS. EATCO
para INSERSO. Año 1996.
Investigador principal del proyecto: CURSOS DE FORMACION PROFESIONAL
OCUPACIONAL. EATCO-CTI para la DELEGACION PROVINCIAL
DE
TRABAJO E INDUSTRIA de la Junta de Andalucía. Años 1997-2000.
Investigador
principal
del
proyecto:
DESARROLLO
DE
SISTEMAS
VIRTUALES DE FORMACION MULTIMEDIA. EATCO y CTI para
GARBEN CONSULTORES S.L. Años 1997-2000.
Director científico del proyecto: SIMULADOR DE AVERIA DEL TREN 2000
(2 CD-ROM). Garben para FORCEM-METRO DE MADRID. Años 1997-1998
Investigador principal del proyecto: HERRAMIENTA AUTOR PARA LA
III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
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GENERACIÓN DE CURSOS MULTIMEDIA INTERACTIVOS EN CD-ROM. CTI
para A.I.M-Telefónica Sistemas. Años 1997-1998.
Investigador principal del proyecto: HERRAMIENTA AUTOR MULTIMEDIA. CTI
para Garben-Forem. Años 1997-1998.
Director científico del proyecto: CURSO MULTIMEDIA INTERACTIVO EN CDROM SOBRE INTERNET. Garben para CISICRET. Año 1998.
Director científico del proyecto: EL EURO HISTORIA Y CONSECUENCIAS (CDROM)
GARBEN para BBV, BCH, ARGENTARIA, BANCO SANTANDER Y DTI
CONSULTORES. Año 1998.
Director científico del proyecto: INTEGRA. SISTEMA TUTOR TELEMÁTICO.
GARBEN. Año 1998.
Investigador principal del proyecto: ENCICLOPEDIA EN FASCICULOS Y CDROM: PC-2000. Garben para ABC. Año 1998.
Director científico del proyecto: EL EURO EN LA GESTIÓN DE LAS PYMES.
Garben para CECA y sus Cajas Confederadas, Año 1998.
Director científico del proyecto: SISTEMA DE INFORMACIÓN WEB. GARBEN Mº de Administraciones Públicas. Año 1998.
Investigador principal del proyecto: DESARROLLO DE CURSOS MULTIMEDIA
SOBRE GRADUADO ESCOLAR (18 CD-ROM ). CTI para IASS-ADAPTConsejería de Educación J. Andalucía. Años 1998-1999.
Investigador principal del proyecto: SISTEMA DE TELEFORMACIÓN
CONFEDERACIÓN DE EMPRESARIOS DE ANDALUCÍA. CTI-Garben para
GDT. Año 1999.
Investigador principal del proyecto: SISTEMA DE TELEFORMACIÓN
CONFEDERACIÓN DE EMPRESARIOS DEL COMERCIO DE ANDALUCÍA.
CTI-Garben para Descartes Multimedia S.L. Año 1999.
Investigador principal del proyecto: CURSOS TELEFORWEB DE OFIMÁTICA
EN PAGINAS WEB (6 CDS) . Garben para BBVA. Año 2000.
Director científico del proyecto: CURSO SOBRE COOPERACIÓN
EMPRESARIAL EN CD-ROM. Garben para Grupo Conforsa. Año 2000.
Investigador principal del proyecto: PORTAL ALSA. CTI para Relational Tools.
Año 2000.
Investigador principal del proyecto: PORTAL HABITANIA. CTI para Relational
Tools. Año 2000
Investigador principal del proyecto: PORTAL INMOBILIARIO FERROVIAL. CTI
III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
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para Relational Tools. Años 2000-2001.
Investigador principal del proyecto: PORTAL PARA EL PROGRAMA “LA
LLAMADA DEL SUR” DE CANAL SUR. CTI para Itaca ProduccionesRedacción7-RTVA. Años 2000-2001.
Investigador principal del proyecto: SISTEMA DE TRANSFERENCIAS POR
INTERNET PARA MONEYGRAM ESPAÑA. UCOCTI- CambiosSol, EuroSol.
Años 2000-2002.
Investigador principal del proyecto: CURSOS TELEFORWEB DE OFIMÁTICA
EN PAGINAS WEB (6 CURSOS), Domedia para Garben-BBVA. Año 2000.
Investigador principal del proyecto: HERRAMIENTA AUTOR PARA EL
DESARROLLO DE CURSOS EN WEB (HAMWEB)”. Domedia Proyectos. Años
2000-2001.
Investigador principal del proyecto: SISTEMA DE TRANSFERENCIAS POR
INTERNET PARA MONEYGRAM ESPAÑA. UCOCTI-DOMEDIA-- CambiosSol,
EuroSol. Años 2000-2002
Investigador principal del proyecto: PAGINA WEB DEL LA EXPOSICIÓN DE
LOS OMEYAS.UCOCTI para Fundación Legado Andaluzí. Año 2001.
Investigador principal del proyecto: CURSOS TELEFORWEB DE OFIMÁTICA
EN PAGINAS WEB (6 CURSOS), Domedia para Garben-BBVA. Año 2000.
Investigador principal del proyecto: HERRAMIENTA AUTOR PARA EL
DESARROLLO DE CURSOS EN WEB (HAMWEB)”. Domedia Proyectos. Años
2000-2001.
Investigador principal del proyecto: APLICACIÓN PARA GUIONIZACIÓN DE
CURSOS MULTIMEDIA EN CD Y WEB (GUIONEDITOR). Domedia Proyectos.
Años 2000-2001
Investigador principal del proyecto: SISTEMA DE TRANSFERENCIAS POR
INTERNET PARA MONEYGRAM ESPAÑA. UCOCTI- CambiosSol, EuroSol.
Años 2000-2002.
Investigador principal del proyecto: CURSOS TELEFORWEB DE OFIMÁTICA
EN PAGINAS WEB (6 CURSOS), Domedia para Garben-BBVA. Año 2000.
Investigador principal del proyecto: HERRAMIENTA AUTOR PARA EL
DESARROLLO DE CURSOS EN WEB (HAMWEB)”. Domedia Proyectos. Años
2000-2001.
Investigador principal del proyecto: APLICACIÓN PARA GUIONIZACIÓN DE
CURSOS MULTIMEDIA EN CD Y WEB (GUIONEDITOR). Domedia Proyectos.
III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
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Años 2000-2001.
Investigador principal del proyecto: HERRAMIENTAS PARA EL DISEÑO Y
MANTENIMIENTO DE COMUNIDADES VIRTUALES Y SISTEMAS ELEARNING. Domedia Proyectos. Años 2000-2002. Domedia Proyectos. Años
2000-2001.
9 RESPONSABLE DE LOS SIGUIENTES CONTRATOS Y CONVENIOS:
‰
Convenio de Colaboración con la Consejería de Educación y Ciencia y el Instituto Andaluz de
Servicios Sociales, para la elaboración de un paquete Software denominado Teleforgradis.
‰
Acuerdo Marco de Cooperación entre la Universidad de Córdoba y Garben Proyectos
Informáticos para el desarrollo y comercialización de productos orientados al mercado de la
formación.
‰
Convenio Específico de colaboración entre Aplicaciones Informáticas Multimedia y la
Universidad de Córdoba para el Desarrollo de Sistemas Virtuales de Formación Multimedia.
‰
Convenio Marco de Colaboración mutua en materia educativa y formativa entre la Universidad
de Córdoba y la Organización Nacional de Ciegos Españoles (O.N.C.E.), Por el Cuál el Centro
Tecnológico Industrial se compromete a promover y emprender campañas de Información y
Sensibilización tendentes a dar a conocer la realidad.
1. Convenio de colaboración con el IMSERSO para la Investigación, Desarrollo software y
ayudas técnicas para personas con discapacidad.
1. Convenio de Colaboración con el Imserso para la Impartición de Master y Curso de
Especialización sobre Integración Sociolaboral del Minusválido.
‰
Proyecto denominado Centro de Enseñanza Virtual, financiado por La Confederación de
Empresarios Andaluces.
‰
Proyecto denominado Aula Virtual de Español para el Instituto Cervantes.
‰
Aportación tecnológica al Programa de Canal Sur Televisión, “ La Llamada del Sur”
III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
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9 PATENTES Y MODELOS DE UTILIDAD
INVENTORES (p. o. de firma):Carlos de Castro Lozano, José Luis Olivares Olmedilla y
Victor Pallarés López
TÍTULO: SISTEMA AMPLIADOR DE FUNCIONES O CONCEPTOS PARA ORDENADOR.
N.º DE SOLICITUD:8802199
ENTIDAD TITULAR: Universidad de Córdoba-CAJASUR
EMPRESA/S QUE LA ESTÁ/N EXPLOTANDO: PROMI, GARBEN
INVENTORES (p. o. de firma):Carlos de Castro Lozano, Cayetano J. E. Segura Martínez, José
Luis Olivares Olmedilla y Victor Pallarés López
TÍTULO: METRO ELECTRONICO DIGITAL
N.º DE SOLICITUD:8903846
ENTIDAD TITULAR: Universidad de Córdoba (caducado)
INVENTORES (p. o. de firma):Carlos de Castro Lozano, Cayetano Segura Martínez, Victor
Pallarés López, José Luis Olivares Olmedilla, Luis Miguel Cámara Díaz, Edgar Gayo Castro,
Tomás Morales leal y José Luis Cruz Soto.
TÍTULO: SISTEMA DE OPTOACOPLAMIENTO DE SEÑALES DIGITALES ELECTRICAS PARA
PROTECCION Y AISLAMIENTO DE APARATOS ELECTRONICOS DE SOBRETENSIONES
ESTACIONARIAS Y TRANSITORIAS
N.º DE SOLICITUD: p9202335
ENTIDAD TITULAR: Universidad de Córdoba
EMPRESA/S QUE LA ESTÁ/N EXPLOTANDO: ABB
INVENTORES (p.o. de firma): Carlos de Castro Lozano, Cayetano Segura martinez, Victor
Pallarés López, José Luis Olivares Olmedilla, Luis Miguel Cámara Díaz, Edgar Gayo, Tomás
Morales leal y Jose Luis Cruz Soto.
TÍTULO: TRAZADOR BUCAL POR ORDENADOR
N.º DE SOLICITUD: P9301765
ENTIDAD TITULAR: Universidad de Córdoba (caducado)
9 PRODUCTOS SOFTWARE REGISTRADOS
AUTORES: EATCO-CTI-GARBEN
TÍTULO: TELEFORMEDIA,.
DESCRIPCIÓN: Es un sistema de formación abierta no presencial basado en el
uso de las tecnologías telemáticas, multimedia y de metodologías de aprendizaje
de última generación. Teleformedia consta de una serie de cursos en CD-Rom y
en páginas Web. Actualmente se tiene producido mas de 40 cursos que a
explotar y distribuir.
La empresa Garben, dueña de los derechos de explotación del producto la que
la que ha realizado las ventas que en este último a entidades como CEA, CECA,
III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
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FOREM, BBVA, ESCA, ATENTO, OCASO, CCC, ABC etc., se encuentran entre
sus clientes. ENTIDAD TITULAR: GRUPO GARBEN
AUTORES: EATCO-CTI-GARBEN
TÍTULO: CEV. Centro de Enseñanza Virtual,.
DESCRIPCIÓN: Es un sistema de aplicaciones basadas en Internet que permite la simular un
centro de actividades de alumnos y profesores para la realización de cursos por Internet. El CEV
contiene una serie de servicios que pueden ser de acceso local (al ordenador personal del
alumno) o de acceso en línea (conectado a Internet); dichos servicios permiten la realización tanto
de actividades individuales como interactivas.
La empresa Garben, dueña de los derechos de explotación del producto la que
la que ha realizado las ventas que en este último trimestre a entidades como
CEA, CECA, FOREM, BBVA, ESCA, ATENTO, OCASO, CCC, ABC etc., se
encuentran entre sus clientes.
ENTIDAD TITULAR: GRUPO GARBEN
AUTORES: DOMEDIA
TÍTULO: HAMCD
DESCRIPCIÓN: Es una herramienta autor para generar cursos multimedia según el modelo
didáctico de Teleformedia. Con esta herramienta DOMEDIA, EATCO y el CTI de la Universidad
de Córdoba han desarrollado los cursos en CD-ROM de la serie Teleformedia (Introducción a la
Informática, Internet, Windows 98, Paquete Office 97 y 2000, Inglés, Paquete Diseño Gráfico por
ordenador, Graduado Escolar, etc.).
ENTIDAD TITULAR: DOMEDIA PROYECTOS.
AUTORES: DOMEDIA
TÍTULO: HAMWEB
DESCRIPCIÓN: Herramienta autor para el desarrollo de cursos en páginas Web. Con esta
herramienta Garben, y el CTI de la Universidad de Córdoba han desarrollado los cursos de la
serie Teleformedia en páginas Web (Introducción a la Informática, Internet, Windows 98, Paquete
Office 97 y 2000, Inglés, Paquete Diseño Gráfico por ordenador, Inglés, etc.).
ENTIDAD TITULAR: DOMEDIA PROYECTOS.
AUTORES: DOMEDIA
TÍTULO: GuiónEditor
DESCRIPCIÓN: Aplicación. basada en plantillas, para la guionización de cursos
interactivos multimedia
ENTIDAD TITULAR: DOMEDIA PROYECTOS.
AUTORES: DOMEDIA
TÍTULO: Sistema e-Learning TELEDOMEDIA
DESCRIPCIÓN: Sistema e-Learning basado en plantillas personalizables, para la planificación,
III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
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diseño, realización, seguimiento control y mantenimiento de Planes de Formación a distancia a
través de Internet, Intranet y Extranet.
ENTIDAD TITULAR: DOMEDIA PROYECTOS.
AUTORES: DOMEDIA
TÍTULO: Tienda Virtual e-Shop
DESCRIPCIÓN: Aplicación Web basada en plantilla para el diseño, diseño, realización,
seguimiento control y mantenimiento de tiendas virtuales
ENTIDAD TITULAR: DOMEDIA PROYECTOS.
AUTORES: UCOCTI
TÍTULO: Inmobiliaria Virtual
DESCRIPCIÓN: Aplicación Web basada en plantillas para el diseño, diseño, realización,
seguimiento control y mantenimiento Inmobiliarias virtuales.
ENTIDAD TITULAR: CTI S:L.
AUTORES: EATCO-CTI-UCOCTI
TÍTULO: Inmobiliaria Virtual
DESCRIPCIÓN: El proyecto CIMCA (Cueva Inmersiva para una Marioneta con
Control Automático por ordenador) es un sistema de telepresencia sincronizado
con sistemas de inmersión basado en Realidad Virtual. CIMCA es uno de los
primeros proyectos a nivel mundial que unifica estas dos tecnologías, la
telerobotica y los sistemas de inmersión. En el CIMCA, el usuario interactua con
el sistema a través de un joystick de forma que cualquier movimiento de éste
supone un movimiento de la marioneta inmersa en el mundo virtual. Con este
sistema se pueden representar obras de teatros o cuentos donde un personaje
es la propia marioneta y el resto de los personajes son virtuales e interactuan
con la marioneta dentro de unos escenarios virtuales en 3D.
ENTIDAD TITULAR: CTI S:L.
III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
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9 PUBLICACIONES Y CONGRESOS
Es autor de numerosas publicaciones en revistas científicas, capitulos de libros,
libros y productos multimedia interactivos en CD-ROM y páginas Web.
Ha impartido numerosas conferencias, ponencias en Congresos y Jornadas
Nacionales e Internacionales.
Ha organizado numerosas Jornadas, Congresos y Foros nacionales e
internacionales. Podemos destacar, entre otros:
•
Organizador de las I Jornadas Nacionales Informática y Educación.
Universidad de Córdoba. Año 89.
•
Organizador de las I y II Jornadas Nacionales de Autoedición, Diseño
y Tratamiento de la Imagen . Años 90-91.
•
Asesor científico de las Jornadas «Modos de Participación y Desarrollo
de la Mujer en la Economía Social». Junio 1996.
•
Asesor científico en Córdoba del proyecto .Tejiendo Redes entre
Formadoras, Red INTRANET para mujeres profesionales de la
formación promovido por el Instituto Catalán de Tecnología. Junio 96.
•
Asesor científico y ponente del Seminario La Economía Social cara al
año 2.000. Jornada “El reto tecnológico”. Osuna Marzo-99. Organiza
Universidad de Córdoba, Dirección General de Cooperativas y CepesAndalucía.
•
Organizador
del
II Congreso Latinoamericano de Informática
Educativa Especial (Foro Internacional sobre Cooperación en
Tecnología Adaptativa) organizado por la Universidad de Córdoba.
Impulsora de I Foro Mujer y Discapacidad en el marco del Congreso.
CIIEE 2000.Febrero 2000.
•
Asesor científico en la elaboración del CDROM
sobre Acciones
creativas en la empresa y materiales para implementar empresas más
eficientes. Financiado por el área de Economía y
Hacienda del
Ayuntamiento de Sevilla. Marzo-Mayo 2000.
•
Asesor científico del Foro Desarrollo, redes e innovación. Junio 2000.
Organizan Universidad de Córdoba y Universidad de Buenos Aires.
III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
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9 PREMIOS Y RECONOCIMIENTO
‰
Revista Actualidad Española
‰
100 mejores ideas Teleformedia
‰
Medalla de Andalucía año 2000 al CTI de la Universidad de Córdoba
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
MAITE CAPRA PUERTAS
PRESIDENTA REDESPECIAL DE COST@ RICA
Para Costa Rica unirse a la gran RedEspecial Iberoamericana,
fue y sigue siendo una acción con intencionalidades muy claras: conformar una red humana de aprendizaje que apunta a desarrollar padres
líderes que no solo están mediando el trabajo de integración y
comunicación con sus hijos a través de las Nuevas Tecnologías, sino
que están dispuestos a profundizar conceptualmente, en temas que
les permiten una mayor comprensión de la educación de las
poblaciones con necesidades especiales, una mayor comprensión del
sentido de la integración y del lugar que ocupa la tecnología como
herramienta de productividad, comunicación, aprendizaje y diversión.
Maite C. Puertas
Estimular la comprensión es una labor compleja, pero necesaria cuando se habla
de procesos educativos. El conocimiento, la habilidad y la comprensión, son la materia
prima de la educación, sin embargo hay que cuestionarse ¿qué tipo de conocimiento?,
¿qué tipo de habilidades? y ¿qué tipo de comprensión? Las dos primeras preguntas parecen
más obvias, sin embargo la tercera es la que nos ocupa en la Red, pues no es fácil pensar
y actuar con flexibilidad a partir de lo que se sabe y tampoco es fácil aprender ha hacerlo.
La intención de concentrar los esfuerzos en la comprensión, está fundamentada en la necesidad de mejorar las formas de pensar, en la necesidad de construir
representaciones adecuadas o modelos conceptuales que beneficien la resolución de
los diversos problemas que se les van presentando a los padres, en la posibilidad de
hacerse preguntas conducentes a respuestas propositivas y en desarrollar el hábito de
autoexaminarse cuando se presentan situaciones complejas para que las reacciones
se den en diversas y flexibles.
La comprensión sobrepasa las formas tradicionales de actuar permitiéndole al padre de familia explicar, justificar, extrapolar, vincular y aplicar lo que sabe, esto significa que
le da la posibilidad de ir más allá del conocimiento y la habilidad básica. La comprensión
genera procesos activos y constructivos, permite saber hacia dónde se va, utilizando los
tiempos y recursos de manera muy eficiente.
Tanto padres como educadores de las poblaciones especiales son docentes, ambos responsables del aprendizaje, adaptación e integración de los mismos niños, ambos
comparten los mismos propósitos, por ello el tema de la comprensión es básico con estos
grupos. Estos padres están en la disposición de atender parte de las necesidades de sus
hijos, utilizando la tecnología como medio para facilitar procesos de integración, aprendizaje,
comunicación y producción, por ello comprender el potencial y la evolución de la tecnología,
es de vital importancia.
El abordaje de esta propuesta inicia con los padres, inicia con el desarrollo de
“desempeños de comprensión”.
Los desempeños de comprensión son “actividades que requieren de las personas
la utilización del conocimiento, de nuevas maneras o en situaciones inéditas. En estas
actividades, los participantes reconfiguran, expanden y aplican lo que ya saben y además
extrapolan y construyen a partir de sus conocimientos previos. Estos desempeños ayudan
a los padres a construir y demostrar su comprensión”.
1
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
Para desarrollar desempeños de comprensión, se hace necesario exponer a las
personas a las situaciones reales, que se involucren en las actividades para que vayan más
allá de la información y puedan crear a partir de la reconfiguración, la expansión y la aplicación
de sus conocimientos. El desarrollo de desempeños tiene como punto de partida el
establecimiento de algunas rutinas que requieren tiempo, porque son más complejas que
simples tareas de memorización, hay que incluir cuestionamientos y definir algunos tópico
generativos a tratar, que sean significativos para los padres.
Los tópicos generativos son “aquellos temas, conceptos, cuestiones, ideas…. Que
proporcionan profundidad, significación, conexiones y una variedad de perspectivas suficientes para apoyar el desarrollo de la comprensión. Deben ser interesantes para los participantes y que tengan la cualidad de ser transversales y accesibles”.
La RedEspecial de Costa Rica está trabajando con este enfoque denominado
Enseñanza para la Comprensión y ello implica un esfuerzo sostenido y dedicado por parte
de quienes participan. Este enfoque favorece el desarrollo integral de la persona, se convierte
en una herramienta con la cual resolver problemas, en una metodología con la cual mediar,
en un marco para pensar.
Elegir los tópicos generativos no es fácil y debe ser labor del colectivo. Algunas
consideraciones que hay que tener presentes son:
♦ ¿Qué incluimos en nuestras prácticas, actividades, reuniones?
♦ ¿Qué material es más productivo?
♦ ¿Cómo creamos redes de ideas?
♦ ¿Qué tipo de aprendizaje (para la comprensión) suscita mayor curiosidad?
Algunos tópicos generativos que se trabajan con los padres son:
♦ Procesos y etapas por los que pasan las poblaciones especiales y sus familias.
♦ La tecnología como elemento prostético.
♦ Equipos interdisciplinarios.
♦ Interpretación de textos especializados.
♦ Alternativas de atención.
♦ La integración.
♦ Materiales generativos.
♦ Adecuaciones, entre otros.
La preparación integral de estos padres dará como resultado un grupo sólido, capaz
de crear, en un mediano plazo, otros grupos de apoyo en sus zonas residenciales de manera
2
III CONGRES
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que puedan agrupar a nuevos padres de familia.
La RedEspecial de Costa Rica se ha destacado por trabajar prioritariamente con
padres de familia, con la finalidad de especializar el eje de atención y concentrar las ideas
esenciales con un grupo que desarrolle un sentido de pertenencia, amparados en las
experiencias que comparten como padres de un niño que requiere atención especializada.
La idea de darle fuerza a la formación conceptual, basados en la Enseñanza para la
Comprensión, encuentra su asidero en la posibilidad de que sean los padres bien capacitados, los que mejor comprendan el proceso integral de sus hijos y puedan ser interlocutores
válidos con sus propios hijos, docentes, médicos, especialistas y la comunidad en general.
Los padres líderes que forman parte de la Red, tienen algunas características que
los identifican como tal y los acreditan para estar inmersos en este proceso.
Estas características se pueden distribuir en tres categorías a saber:
♦ Area tecnológica
♦ Area Pedagógica/conceptual
♦ Disponibilidad.
Area tecnológica: todos los padres cuentan con tecnología en la casa, factor que
les permite trabajar en las propuestas que se plantean dentro del grupo de estudio, probar
software educativo, enviar y recibir los trabajos de sus hijos a la escuela, diseñar las tareas
escolares, entre otros. Adquirir fluidez tecnológica no es algo que haya sido fácil para los
miembros de este grupo, sin embargo hemos avanzado a partir de estrategias de motivación,
demostraciones y prácticas que cada cual se ha puesto como meta personal.
Las reuniones de líderes (denominadas sesiones de aprendizaje) se llevan a cabo
aproximadamente cada cinco semanas de manera presencial y entre sesiones se utiliza el
correo electrónico cuando se hace necesaria la comunicación. Este es otro aspecto que se
ha trabajado en el área tecnológica.
Otra forma en que los padres utilizan la tecnología es registrando cada sesión de
aprendizaje. Un padre de familia se hace responsable de documentar lo que pasó en la
reunión, lo digita y trae las copias correspondientes para retomar los puntos que sean
necesarios y darle seguimiento al proceso. Esta es la materia prima con la cual empezamos
un proceso de sistematización que les permitirá no solo dar cuenta de la formación que
como líderes están construyendo, sino que aprenden a sistematizar para comprender porqué
pasó lo que pasó con las diferentes experiencias que ellos viven con sus hijos.
La proyección para las próximas sesiones de aprendizaje es trabajar fuertemente
en el uso de la Internet como medio de aprendizaje, comunicación y búsqueda.
Area pedagógica/conceptual: la lectura, socialización y análisis sistemática de
libros ha sido uno de los principios del grupo de padres líderes. Iniciamos con el libro de
Rafael Sánchez Ordenador y Discapacidad que por su contenido despertó mucho interés
y se maximizó la visión que se tenía de la tecnología.
Textos como: La Mariposa y la
Escafandra de Jean-Dominique Bauby y La Mirada Mental de Angel Rivière, son los que
están en proceso de lectura en este momento. Las lecturas se hacen a partir de una guía
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que se estructura para que los focos de interés estén concentrados en los puntos de interés
común.
Invitar personalidades que conocen sobre el tema tecnología aplicada a la Educación
Especial, ha sido parte de este crecimiento conceptual. El Ingeniero Luis Campos trabajó
con los padres de familia interesados en adaptaciones, el Dr. Edgardo Maya, padre de una
niña especial ,Colombiano, especialista en Bioenergía ha trabajado con los padres aplicando filtros de ADN y otras técnicas a los niños, el Dr Mark Priesthey de la Universidad de
LEEDS en Inglaterra y responsable del Área de Investigación en Discapacidad, ofreció apoyo
con el tema Nuevos paradigmas de la Inclusión y Rina Gross, costarricense, Terapeuta de
Lenguaje ha tratado el tema de la Modificabilidad Cognitiva de Feurestein.
Finalmente cabe destacar los intercambios que se promueven en las reuniones.
En éstas hay un espacio para comentar sobre los procesos de integración de los hijos, las
principales preocupaciones educativas, las adaptaciones que se requieren, entre otros. Esta
exposición es atendida por todos con el propósito de llevarse la tarea de pensar en el
planteamiento o problema que cada quien externa y en la reunión siguiente cada uno aporta
alternativas de solución, de esta manera se construyen redes de apoyo muy dinámicas y
eficientes.
Disponibilidad: Este grupo, da prioridad a este proceso de crecimiento personal
y privilegia los ejercicios, la lectura, las jornadas presenciales, por encima de otras actividades. Esto ha permitido que el grupo se haya desarrollado de manera sólida y se hayan
establecido nexos afectivos y de apoyo. Las tareas, actividades y lecturas son
responsablemente hechas y compartidas en su momento.
Algunas preguntas elaboradas por los padres, se han ido conformando en los Tópicos generadores que han guiado nuestras Jornadas de Aprendizaje:
♦ ¿Qué cosas son prioritarias en la vida de mi hijo/a?
♦ ¿Cómo convenzo a los docentes que mi hijo/a que si es capaz y que puede
integrarse?
♦ ¿Estoy llegando integralmente a mi hijo con las propuestas que le hago, las
formas con que me comunico, en que medio las actividades?
♦ ¿Cómo saber lo que está realmente comprendiendo mi hijo?
♦ ¿Podrá generalizar o utilizar en adelante lo que le estamos enseñando?
♦ ¿Será significativo?
♦ ¿Estoy utilizando la tecnología de manera eficiente con mi hijo/a?
Preguntas que nos seguimos haciendo y que son orientadoras de este proceso
innovador de atención a padres de niños con Necesidades Especiales.
A manera de síntesis, el Modelo de la Enseñanza para la Comprensión, la Formación
Conceptual y el Eje Tecnológico, son los puntales que nos unen como grupo de aprendizaje
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y crecimiento. La RedEspecial de Costa Rica está desarrollando una labor que no se
concentra en la cantidad de personas o acciones atendidas o lanzadas, sino en la calidad
del trabajo, el compromiso y el enfoque que se decidió dar a esta iniciativa.
Bibliografía.
1.
Blythe, T (1999) La enseñanza para la comprensión. Guía para el docente. Buenos
Aires. Editorial Paidos.
2.
Perkins, D (1986) Marcos para pensar. USA.
3.
Perkins, D (2001) La enseñanza para la comprensión: Vinculación entre la
Investigación y la Práctica. Argentina. Editorial Paidos
Maite Capra Puertas
[email protected]
Apartado postal 1210-1000
Formación:
¾ Bachiller en Ciencias de la Educación Especial con énfasis en Retardo Mental,
Universidad de Costa Rica.
¾ Bachillerato en La Enseñanza de la Informática Educativa en I y II Ciclo,
Universidad Independiente de Costa Rica.
¾ Licenciada en Educación Especial con Énfasis en Incapacidad Múltiple.
Universidad de Costa Rica.
¾ Post-Grado “La Práctica de los Valores en Contextos Educativos”. Universidad
de Barcelona.
¾ Egresada del curso de post-grado Latu-Sensu en Psicología Cognitiva
Aplicada a Ambientes Informatizados. Universidad de Río Grande del Sur Brasil.
¾ Egresada del programa MEd. en Informática Educativa, Hartford University,
Connecticut, EE.UU. (Falta cumplir con el requisito del TOEFL para obtener el
título).
¾ Magister en Docencia con Énfasis en la Enseñanza de la Informática. Universidad
Independiente de Costa Rica.
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Actividad Laboral Actual:
Asesora Pedagógica de Informática Educativa. Programa de Informática Educativa
del Ministerio de Educación Pública y la Fundación Omar. (Costa Rica).
Profesora Universidad Interamericana de Costa Rica.
Presidenta de la RedEspecial de Costa Rica. Miembro directivo de la RedEspecial
Iberolatinoamericana.
Principal Actividad Académica Actual:
Diseño, Ejecución y Evaluación de Capacitaciones para Docentes en Informática
Educativa y Directores de Escuelas con laboratorios de Informática Educativa, bajo un enfoque
constructivista.
Participación en Múltiples Congresos Nacionales e Internacionales como ponente.
Elaboración de documentos rectores que definen la “vida pedagógica” del Programa de Informática Educativa.
Elaboración del Proyecto “Vida Cotidiana” para abordar el tema Valores en la escuela
Pública primaria de Costa Rica.
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O uso do computador como ferramenta de apoio ao processo educativo
Autor: Claudia Barreto de Arruda
Instituição: APAE – Fortaleza
e-mail: [email protected]
Fax: (85) 273 1441
Introdução:
Claudia Barreto de Arruda
Este trabalho visa apresentar as experiências educativas realizadas no Laboratório
de Informática da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais APAE-Fortaleza,
mantenedora da Minha Escola Profissionalizante que atende alunos portadores de deficiência mental moderada.
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Fortaleza é uma instituição
filantrópica, sem fins lucrativos, fundada em 26 de abril de 1972 procurando sempre proporcionar o desenvolvimento da Pessoa Portadora de Necessidades Educativas especiais.
O objetivo da instituição é proporcionar a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento das potencialidades dos alunos, promovendo desse modo o acesso interativo por
meio do Laboratório de Informática.
O laboratório de Informática da APAE – Fortaleza dá continuidade a uma semente
que foi lançada em 1996 e foi possível de ser realizada através do PROINESP – Projeto de
Informática na Educação Especial, com a aquisição de novos equipamentos enviados pelo
MEC.
Portanto, este trabalho possibilita a interação entre alunos e professores, melhorando o atendimento e a qualidade das atividades pedagógicas desenvolvidas na instituição.
Objetivos:
Geral: Analisar a utilização do computador como ferramenta de apoio ao processo
educativo.
Específicos:
Proporcionar o desenvolvimento cognitivo, psicomotor e da linguagem.
Desenvolver trabalhos que favoreçam a integração social.
Desenvolver as habilidades intelectuais da pessoa portadora de necessidades
educativas especiais.
Elaborar trabalhos em forma de textos, desenhos, histórias, que favoreçam a compreensão do educando, resultando na interação social.
Oportunizar ao aluno adquirir e produzir conhecimentos para superar suas deficiên1
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cias intelectuais.
Desenvolver os aspectos Educacionais da proposta pedagógica da APAE-Fortaleza através das atividades construtivistas auxiliando os conteúdos para professores e alunos.
Despertar no aluno o desejo de buscar, conhecer e interagir com o outro na perspectiva de intercâmbio, troca e cooperação.
Deficiência Mental: Conceitos
Na proposta atual, a deficiência mental é definida como: “funcionamento intelectual
abaixo da média (teste psicométricos de QI) coexistindo com limitações relativas a duas ou
mais das seguintes áreas de habilidades sociais, participação familiar, uso comunitário,
autonomia, saúde e segurança, funcionamento acadêmico, de lazer e de trabalho, manifestando-se antes dos dezoito anos de idade (Tradução e Síntese do Manual da AAMR –
Associação Americana de Retardo Mental, Erenice Natália S. de Carvalho apud Luckasson.
1992:01)
Características da Criança Deficiente Mental
Picq y Vayer (1978:174) afirma que “o que caracteriza a debilidade mental é sua
natureza congênita, ou pelo menos extremamente precoce, associada a um déficit mais ou
menos global. É sua instalação antes que a criança tenha adquirido o tempo de criar suas
primeiras ligações ideomotoras”. Essas características são traduzidas por um desenvolvimento mais lento da inteligência, como também limitado do que apresentam as crianças
normais da mesma idade.
Segundo Gallager (1985:04) a criança deficiente Mental é diferente da criança normal nos seguintes aspectos: características mentais, capacidades sensoriais, características neuromotoras ou físicas, comportamento social, capacidade de comunicação, deficiências múltiplas.
As práticas escolares devem então ser alteradas e adaptadas para que essas crianças consigam desenvolver ao máximo sua capacidade.
A criança deficiente mental ainda apresenta outras características gerais como:
- memória e capacidade limitada para repetir idéias;
- capacidade reduzida de usar a linguagem e descrever relações temporais ou causas;
- pouca atenção e tolerância à frustração limitada devido certamente a sua longa
história de fracasso.
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Aprendizagem
Para Vygotsky (1991) aprendizagem é um processo de construção que se dá na
interação com o meio que o cerca. Meio esse expresso inicialmente pela família, depois
pela escola, ambos permeados pela sociedade em que se inserem.
Desenvolvimento Cognitivo
“O desenvolvimento cognitivo consiste num processo de sucessivas mudanças qualitativas das estruturas cognitivas ou esquemas derivando cada estrutura e sua respectiva
mudança, lógica e inevitavelmente, da estrutura que precede” (PIAGET,1990).
O desenvolvimento cognitivo dessas crianças, não mantém o mesmo ritmo em
relação ao crescimento físico, nome que se dá segundo Zazzo (apud, Rocha, 1985) de
“heteronomia” que é a defasagem entre a idade mental e a cronológica, e essa defasagem
deve ser levada em consideração de uma maneira muito especial.
A Informática na Educação
“A Informática na Educação significa a integração do computador no processo de
aprendizagem dos conteúdos curriculares de todos os níveis e modalidades de educação”
(VALENTE, 2001:31). Portanto, o computador é uma ferramenta que pode auxiliar o aluno
deficiente mental no raciocínio e manipulação de informações.
É um recurso fundamental como elemento de interação com o outro na perspectiva
de intercâmbio, troca, cooperação, favorecendo o desenvolvimento do aluno em todas as
dimensões cognitivas e sócio-afetivas.
Ao mesmo tempo também permite ao professor trabalhar o conteúdo curricular de
forma interdisciplinar, gradativa e sob um novo olhar pedagógico, permitindo que o aluno
possa interagir, comunicar-se com o outro sem prender-se às suas limitações, promovendo
dessa forma sua inclusão social.
Metodologia
O Laboratório de Informática da APAE-Fortaleza é dotado de 13 computadores do
tipo PC, todos conectados em rede na Internet 24 horas, uma câmera, duas impressoras
sendo uma a laser e outra a jato de tinta, um escanner e uma máquina fotográfica digital.
Estão sendo beneficiados com o programa 321 alunos da APAE de Fortaleza com
Deficiência Mental Moderada, levando-os ao acesso da informática educativa, visando ao
desenvolvimento cognitivo, sócio-afetivo e de comunicação, tendo-se em consideração para
que desse modo o aluno obtenha melhor desempenho em suas atividades escolares, vários
critérios como: Atenção, Concentração, Tolerância, Coordenação Motora, Percepção, Compreensão e Criatividade, para que desse modo o aluno obtenha melhor desempenho em
suas atividades escolares.
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O trabalho direcionado ao conteúdo escolar com quatro professoras, sendo uma
coordenadora, atende 21 salas de aula, contempla os alunos desde a educação infantil,
iniciando pelo Jardim, primeiro e segundo Ciclo, a Educação de Jovens e Adultos, 06 salas
do Núcleo de Treinamento Profissional e 02 salas do Centro Ocupacional Nova Casa em
uma faixa etária que vai de 05/06 anos a 50 anos de idade.
Durante os atendimentos são utilizados softwares educacionais como Micromundos,
HQ da Turma da Mônica, Coelho Sabido, 500 anos de Folclore.
Sites educativos, www.duendes.com.br; www.recreioline.com.br; www.iguinho.com.br;
www.canalkids.com.br; www.uol.com.br/ecokids/; www.bananakids.com.br.
Os softwares são utilizados de início para familiarização com as ferramentas do
mesmo, a fim de que o aluno comece a compreender sua linguagem, como usá-lo e como
o processo de construção pode ser simples para criar cenários e elaborar textos.
Nos sites educacionais foram explorados temas de Carnaval, Páscoa, Dia do Livro,
Dia do Índio, Dia das Mães e festas juninas.
Uma das dificuldades apresentadas refere-se ao fato de que a maioria dos alunos
não sabe ler, gerando com isso uma barreira a ser ultrapassada pelos mesmos e um maior
empenho do professor.
Os alunos são atendidos por turma, junto com a professora da sala de aula de uma
a duas vezes por semana, nesse atendimento é enfatizada também a possibilidade de
aprender de forma diferente, sobre pessoas, sobre si mesmo, mudando o enfoque de como
se vêem e de como são vistos por outras pessoas.
Resultados
Os alunos apresentam um bom desempenho, devendo-se dar destaque aos que
iniciaram o atendimento a partir do Jardim, pois demonstram mais desenvoltura e grande
interesse em participar das atividades.
Observa-se também uma modificação do comportamento: maior interesse, desperta a atenção, concentração, uma melhora na criatividade e no desenvolvimento da linguagem.
A dificuldade maior dos alunos encontra-se em relação à leitura e no manuseio do
mouse, fato observado quando o aluno foi solicitado a construir e realizar as atividades
pedidas nos softwares para escrita de palavras, criação de textos, ler e ao apresentar dificuldade de coordenação motora quando exigido o controle do mouse para inserir, arrastar
figuras e utilizar as ferramentas exigidas.
Os softwares como Micromundos, Histórias em Quadrinhos da Turma da Mônica,
desperta no aluno reações positivas e muito interesse em utilizar as ferramentas disponíveis, a criação de histórias com as figuras, desenvolvendo dessa forma sua criatividade e
habilidade.
Dessa maneira, os alunos tiveram a oportunidade de criar, desenvolver o raciocínio
construindo seu conhecimento.
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Conclusão
Para nós a informática educativa é um trabalho novo e também um desafio de
proporcionar ao aluno através dela a oportunidade de aprender, desenvolver suas habilidades e sua auto-estima.
Toda essa experiência mostra que usar o computador com a pessoa portadora de
necessidades educativas especiais torna-se mais uma alternativa para a construção da
aprendizagem.
O professor passa a ter um olhar diferente em relação ao aluno, buscando o significado de ensinar e aprender, voltadas para as necessidades e potencialidades de cada um.
Durante todo esse trabalho os alunos desenvolveram habilidades que facilitaram
sua interação com o ambiente, adquirindo dessa forma autonomia.
Surgiu assim uma nova oportunidade de aprendizagem que resgata um ambiente
onde o conhecimento não é apenas transmitido para o aluno, mas onde ele interage com os
objetos deste ambiente desenvolvendo outros conceitos e idéias, favorecendo o processo
de alfabetização, o aprimoramento ortográfico, a expressão oral e organização do pensamento entre outros.
O aluno é quem comanda o computador de acordo com seus interesses, controlando o processo de aprendizagem, cabendo apenas ao professor propor mudanças ajustando-as ao nível da capacidade do aluno fornecendo novas informações, explorando e construindo o contexto das atividades.
BIBLIOGRAFIA:
KIRK & GALLAGHER – Educação da criança excepcional, São Paulo, Martins Fontes,
1987
LUCKASSON, Ruth A. – “Mental Retardation Definition, Classification and System of Support”
American Association on Mental Retardation, Washington – AAMR, 1992.
PICQ Y VAYER – Aplicação aos diferentes tipos de inadaptação.4 ed.,São Paulo,
Manolo, 1985
PIAGET, Jean – Epistemologia Genética. São Paulo, Martins Fontes,1990
ROCHA, Zaldo – Curso de Psiquiatria Infantil. Petrópolis, Vozes, 1985
VALENTE, Armando e FREIRE, Fernanda Maria Pereira (org.). São Paulo: Cortez, 2001
VYGOTSKY, L. S. – Formação Social da Mente: São Paulo, Martins Fontes, 1991
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Nome: Claudia Barreto de Arruda
Naturalidade: Fortaleza
Endereço residencial
Rua: Rua Livreiro Edésio, 612 apto. 101
Bairro: Dionísio Torres
CEP: 60 135 620
Fone: 85 227 89 03
Graduação
Curso: Pedagogia
Instituição: Associação do Ensino Unificado do Distrito Federal
Local: Brasília
Data: 1979
Registro: MEC 2360
Pós-graduação
Curso: Educação Especial – Deficiência Mental e Distúrbio de aprendizagem
Instituição: Universidade Federal do Ceará – 1979
Curso: Psicologia Aplicada a Educação – Psicopedagogia
Instituição: Universidade Federal do Ceará
Experiência Profissional
Professora de Educação Especial – Centro de ensino especial 02 de Brasília
Local: Brasília – DF
Data: 1976 a 1979
Professora da Apae
Local: Fortaleza
Data: 1995 a 1999
Professora e Coordenadora do Laboratório de Informática da APAE
Local: Fort. – Ce
Data: 2001 até a presente data
Coordenadora Estadual de Articulação e Capacitação de Recursos da Federação
das Apaes do Estado do Ceará
Local: Fort. – Ce
Data: 1999 até a presente data
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EXPERIÊNCIAS EDUCACIONAIS COM O USO DAS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Experiência da Escola de Educação Especial da APAE – Bauru/SP
Prof.ª Leda Rodrigues*
Fga. Grace C. Ferreira**
* Professora Coordenadora do Laboratório de Informática da APAE (Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais) – Bauru/SP - Brasil
** Fonoaudióloga clínica e educacional da APAE – Bauru/SP - Brasil
Reconhecida como Escola de Educação Especial em 1972
pelo MEC, a APAE de Bauru vem desenvolvendo suas atividades Leda Maria B. da C. Rodrigues
técnico-pedagógicas com o principal objetivo de atender pessoas
portadoras de deficiências e, portanto, portadoras de necessidades educacionais especiais,
de modo a proporcionar as condições necessárias para o seu amplo desenvolvimento psicosócio-educacional.
No ano de 2001, a APAE de Bauru foi indicada a participar da segunda edição do
Projeto de Informática na Educação Especial (PROINESP II), uma iniciativa da Secretaria
de Educação Especial do MEC, que visa ampliar o acesso dos alunos com deficiências às
tecnologias de informação e comunicação, incentivando o seu uso por meio da capacitação
de professores e da disponibilização de recursos.
Financiado pelo MEC, com recursos do FNDE (Fundo Nacional do Desenvolvimento Educacional), o Laboratório de Informática da APAE-Bauru iniciou suas atividades em
agosto de 2001, com os objetivos voltados para a capacitação de professores e para a
implementação dos programas pedagógicos já desenvolvidos na Escola.
A implantação da Rede Telemática e o seu desenvolvimento se baseiam na necessidade de criação de novos modelos educacionais; da transformação do professor em instrumento de mediação do conhecimento, apto ao uso de novas tecnologias e, assim, podendo manipular as diversas formas de linguagens; e também da necessidade de se incluir
os portadores de necessidades especiais na sociedade.
Segundo a proposta pedagógica que norteia o funcionamento do Laboratório de
Informática, os objetivos resumem-se em: proporcionar criação de novos modelos de educação; promover diminuição da exclusão na sociedade e garantia de igualdade de oportunidades educacionais; oportunizar experiência interativa com o computador na construção de
conceitos lingüísticos e matemáticos; implementar programas de alfabetização; implementar
programas de comunicação aumentativa e alternativa; desencadear programas de préprofissionalização para o domínio de sistemas utilitários e aplicativos; e propiciar formação
de grupos de inter-comunicação (intra-Laboratório e Internet).
Os alunos usuários do Laboratório de Informática são alunos regularmente matriculados na Escola de Educação Especial nos níveis educacionais de Educação Infantil e En1
Segundo Classificação do DSM-IV/1995.
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sino Fundamental, sendo todos portadores de deficiências mental (leve a profunda1 ) e/ou
físicas e sensoriais, conseqüentes de estados neurológicos compatíveis com encefalopatias
crônicas infantis progressivas e não progressivas, síndromes neurológicas e/ou genéticas,
atrasos globais no desenvolvimento e transtornos invasivos do desenvolvimento.
O atendimento do aluno no Laboratório de Informática segue um Programa
Seqüencial de Habilidades em TICs (PSH –TICs), que tem padronizada uma hierarquia de
habilidades (fases de domínio) a serem adquiridas e desenvolvidas com o uso das TICs. As
habilidades propostas são agrupadas no que chamamos de FASES. A inclusão do aluno
nas diferentes Fases é definida: 1. pelo nível de competência pessoal-social e habilidades
próprias do seu estágio de desenvolvimento neuro-psico-motor; 2. idades cronológica e
mental; 3. nível educacional; e 4. competência de base com o uso das TICs. Isto permite
adequar os objetivos educacionais com as TICs às necessidades de um grupo de alunos
(sala de aula), e respeitando as diferenças individuais. Deste modo, o aluno tem sua freqüência no Laboratório cuidadosamente conduzida.
As atividades com as TICs são desenvolvidas de maneira específica, adequada a
cada modalidade e nível de ensino, respeitando as capacidades e limitações individuais, os
objetivos pedagógicos pré-estabelecidos e a sua colocação no PSH - TICs. Seguindo uma
seqüência de complexidade, as atividades se apresentam: utilização de softwares educativos
(tutoriais e interativos); utilização do Software Micromundos (em duas Fases de domínio distintas); utilização do Paint Brush; construção de histórias em quadrinhos; utilização de editor de
texto; utilização de e-mail (intra-Laboratório e Internet); utilização de MSChat (intra-Laboratório).
As práticas pedagógicas no Laboratório de Informática firmam-se nos seguintes
objetivos:
1. Desenvolvimento dos processos cognitivos: processos de atenção e de memória; processos perceptuais visuais e auditivos; organização espacial e temporal
(seqüência lógica etc.)
2. Desenvolvimento da comunicação: práticas colaborativas; estratégias de manipulação lingüística no processo de mediação da expressão verbal; estimulação
do desenvolvimento da linguagem receptiva.
3. Alfabetização
- Construção de conceitos matemáticos: quantidade, seqüência numérica, proporção etc.
- Construção de conceitos lingüísticos: concretos e abstratos e desenvolvimento lexical (vocabulário).
- Desenvolvimento dos níveis da linguagem verbal: sintaxe, semântica, fonética-fonologia e pragmática.
- Desenvolvimento dos níveis da linguagem escrita: relação fonema-grafema,
sintaxe, semântica, regras gramaticais, ortografia, construção e organização
de narrativas.
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Abaixo, seguem exemplos de estratégias pedagógicas conduzidas com o auxílio das
TICs.
Exemplo 1
Título da Atividade: Animais
Área de Trabalho: Desenvolvimento lexical
Alunos: portadores de DM severa; NA (nível de apoio): limitado e extenso
Nível educacional: Ensino Fundamental
Objetivos pedagógicos: evocação lexical (nomeação), memorização, categorização,
campo semântico.
Estratégia de Ação
Sala de aula: foram realizadas pesquisas individuais e em grupo sobre os animais,
categorizando-os em selvagens e domésticos, com o auxílio de revistas, desenhos prépreparados e livros relacionados.
Vivência: ida ao Zoológico para reconhecimento dos animais (do trabalho em sala
de aula) e conhecimento de novos, bem como a exploração de seus hábitos de vida e
descrição diferencial entre eles.
Laboratório de Informática: exploração do software Brincando no Sótão da vovóTM2 ,
no campo “Animais do Mundo”, para: reconhecimento dos animais; categorização de cor,
pelagem, habitat, nos grupos selvagem e doméstico, formação de conceitos (grande/pequeno;
maior/menor; perto/longe); conceitos numéricos e de quantidade; verificação de aprendizagem.
Exemplo 2
Título da Atividade: Órgãos dos Sentidos.
Área de Trabalho: Ciências.
Alunos: portadores de DM leve; NA: extenso.
Nível educacional: Ensino Fundamental – Educação de Jovens e Adultos
Objetivos pedagógicos: identificar, descrever e nomear os órgãos sensoriais e suas
funções (visão, olfação, tato, gustação e audição).
Estratégia de Ação
Sala de aula: exposição oral do professor e identificação pessoal (em si e no outro)
dos órgãos dos sentidos.
2
Software Brincando no Sótão da Vovó. Produzido por Softkey Multimedia Inc. (Londres, Inglaterra); Publicado por
Brasoft Educacional Produtos de Informática LTDA.
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Laboratório de Informática: utilização do aplicativo Paint Brush para confecção de
desenhos relacionados ao tema e conseqüente verificação de aprendizagem.
Exemplo de produção gráfica no Paint Brush:
Figura 1: Aluno A.G. (Deficiência Mental Leve, nível de apoio extenso)
Exemplo 3
Título da Atividade: Dengue
Área de Trabalho: Ciências/Atualidades.
Divisão de Trabalho: 5 salas de aula.
Alunos: portadores de DM leve e moderada; NA: limitado e extenso.
Nível educacional: Ensino Fundamental – Educação de Jovens e Adultos
Objetivos pedagógicos: proporcionar conhecimento da doença Dengue, incluindo
sinais e sintomas clínicos, as repercussões sociais, os fatores ambientes predisponentes
(criadouros), bem como desenvolver conscientização no aspecto da Cidadania.
Estratégia de Ação
Sala de aula: realizada promoção de conhecimento inicial sobre a epidemia, com
exposição oral do professor, pesquisa e seleção de material informativo, discussão geral e
planejamento das ações de prevenção.
Na escola: foram realizadas incursões a locais de possíveis formação de criadouros;
4
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apresentação teatral ilustrativa das situações de risco - em ocasião de reunião de pais e
mestres - pela Oficina Inverso de Teatro e Dança (APAE – Bauru); formação de grupos de
fiscalização na escola e nos lares.
Laboratório de Informática: utilização do aplicativo Paint Brush para confecção de
desenhos relacionados ao tema; pesquisa de informações atualizadas sobre a doença na
Internet, e conseqüente verificação de aprendizagem.
Exemplo de produção gráfica no Paint Brush:
FIGURA 1.
FIGURA 2
FIGURA 3
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FIGURA 4
DISCUSSÃO E RESULTADOS
As três atividades ilustradas exemplificam os objetivos pedagógicos da atuação no
Laboratório de Informática que assume o papel de recurso educacional para desenvolvimento do aprendizado.
Considerando as avaliações de desempenho escolar, anterior ao uso das TICs, e
as performances atuais com a sua utilização, podemos destacar como resultados parciais
algumas importantes modificações nas práticas pedagógicas vigentes, a saber:
1. Ampliação das estratégias educacionais;
2. Facilitação das possibilidades de expressão gráfica;
3. Estímulo à interação comunicativa;
4. Desenvolvimento com maior ênfase do pensamento criativo;
5. Socialização da comunicação;
6. Ampliação das funções comunicativas (nomear, informar, descrever, solicitar, dialogar);
7. Aumento das práticas colaborativas;
8. Melhora da auto-estima e auto-imagem;
9. Superação das limitações motoras (adaptações ao ambiente virtual);
10.
Avanços no raciocínio matemático (pelo auxílio dos recursos tridimensionais
com alta redundância de informação);
11.
Avanços no processo de manutenção de atenção;
12.
Avanços no grau de memorização;
13.
Promoção de independência pessoal;
14.
Fixação de aprendizagem;
15.
Transformação da imagem do aluno pela sua família.
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É importante destacar que a transformação da imagem do aluno pela sua família foi
– e está sendo – uma realidade de grande importância no contexto das relações sócioafetivas, com repercussões positivas no relacionamento entre Família e Escola. Segundo
Moura e Silva (2001), “...A relação familiar sofre ajustes, pois os alunos são respeitados por
dominarem o código, e para os pais, a capacidade de seus filhos de entenderem e usarem
a Informática é vista como ampliação de limites que pareciam intransponíveis.”
Os resultados que estão sendo notados nos proporciona refletir sobre a relevância
indiscutível da necessidade de expor o aluno a várias linguagens de recepção e produção
de conhecimento, em vista dos ganhos de desempenho escolar e, por isso, de otimização
do seu potencial de desenvolvimento global.
Pautados nos objetivos das práticas pedagógicas, quais sejam o desenvolvimento
dos processos cognitivos e da comunicação e a alfabetização, os resultados que estão
sendo obtidos no Laboratório de Informática da APAE-Bauru confirmam a eficiência do
programa com as TICs e a importância de sua inclusão como recurso estratégico nos planejamentos pedagógicos.
Entendemos que o conhecimento construído na tela do computador é a imagem
concreta do processamento cognitivo do aluno. Ao enxergar isso, o aluno compreende-se
melhor. E a tarefa do educador é mediar este processo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MOURA e SILVA, Z.P. Projeto de Implantação da Rede Telemática, APAE de Bauru, 2001.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALMEIDA, M.E. “ProInfo: Informática e formação de professores / Secretaria de Educação
a Distância.Volume 1 e 2, Brasília: Ministério da Educação. SEED, 2000.
APAE-BAURU, Projeto Político-Pedagógico da Escola de Educação Especial da APAE de
Bauru, 2001.
BRASIL, “Subsídios para organização e funcionamento de serviços de educação especial:
área de deficiência mental”, MEC/SEESP, 1995.
INTEGRAÇÃO, Ano 13 – Nº 23/2001 –Ministério da Educação e Cultural / Secretaria de
Educação Especial, 2001.
MOURA e SILVA, Z.P. Projeto de Implantação da Rede Telemática, APAE de Bauru, 2001.
VALENTE, J.A.; FREIRE, F.M.P. “Aprendendo para a vida: os computadores na sala de
aula”, São Paulo: Cortez, 2001.
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Leda Maria Borges da Cunha Rodrigues
Rua Nicolau Delgallo, 15-65 – Jardim Ferraz
Bauru – SP - CEP: 17056-250 – Telefone: (14) 3276-3781
e-mail: [email protected]
FORMAÇÃO ACADÊMICA
- Habilitação Profissional Plena em Magistério
Período: 1989 à 1992
Local: Bauru-SP
APRESENTAÇÃO
VII – Reunião da Comissão para implementação da parceria Brasil/Estados Unidos
Painel: “O uso das tecnologias na sala de aula: Práticas Pedagógicas.”
Local: Brasília – DF
Data: 18 e 19 de março de 2002.
CURSOS, PALESTRAS E SEMINÁRIOS
- II Seminário sobre Informática na Educação Especial
Período: 28 à 30 de novembro de 2001
Local: Fortaleza – CE
- Cursos de Extensão em formação de professores a distância e em serviço, em Informática
na Educação Especial
Carga horária: 120 h
Conclusão: Novembro/2001 Local: Escola Extensão UNICAMP
- Criação de Web Sites
Carga horária: 30 h
Conclusão: 2001
Local: SENAC - Bauru
- Sexualidade e Deficiência no contexto escolar
Carga horária: 8 h
Conclusão: 2001
Local: APAE - Bauru
- Montagem e Manutenção de Microcomputadores
Carga horária: 54 h Conclusão: 2000
Local: SENAI - Bauru
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- Básico em Editoração Eletrônica
Carga horária: 80 h Conclusão: 1999
Local: SENAC - Bauru
- Noções Básicas de Informática aplicada a Educação Especial em Paralisia Cerebral
Carga horária: 8 h
Conclusão: 1995
Local: AACD – São Paulo
- Programação em Microcomputador
Carga horária: 150 h
Conclusão: 1993
Local: SENAC – Bauru
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE de Bauru
Admissão: 01/10/1992
Função: Professora
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A TELEMÁTICA NO DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS:
VIVÊNCIAS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO CRPD
Teófilo Alves Galvão Filho
e-mail: [email protected]
telefax: (71) 310-1180
I – Introdução
O Programa “Informática na Educação Especial” do Centro de Reabilitação e Prevenção de Deficiências (CRPD), unidade das Obras Sociais Irmã Dulce, Salvador-Bahia,
inaugurado em 1993, tem como missão promover, utilizando os recursos de um ambiente
computacional e telemático, o desenvolvimento das potencialidades cognitivas de alunos
portadores de necessidades educacionais especiais. E, com isso, torná-los mais autônomos no equacionamento e solução dos próprios problemas, capacitando-os a uma melhor
interação com as pessoas e a realidade que os cerca. Dele participam alunos com deficiência física, sensorial e/ou deficiência mental.
Para atingir esses objetivos, optou-se, no trabalho, por um paradigma que valorize as capacidades, iniciativa e criatividade do aluno, entendido como o sujeito na construção de seus próprios conhecimentos. Em função disso, chegou-se à aprendizagem através
de projetos, a chamada “pedagogia de projetos”.
“...diferentes conteúdos podem ser desenvolvidos através de projetos, definidos juntos
por alunos e professor, mas a partir das necessidades e interesses dos alunos, utilizando os
mais variados recursos computacionais abertos, facilmente encontrados e manipulados hoje,
quando se construiu e se está inserido em uma cultura de informática.” (GALVÃO FILHO,
2001)
Conteúdos de diferentes áreas são trabalhados de forma interdisciplinar, no desenvolvimento de um mesmo projeto. Nas palavras de Prado:
“De um modo geral, o desenvolvimento de um projeto computacional pode abranger vários domínios na sua constituição, propiciando uma interação entre as diversas áreas
do conhecimento. Assim, a atividade de produzir um projeto computacional evidencia características de uma aprendizagem interdisciplinar.” (PRADO, 1999)
Na construção de projetos, professor e alunos engajam-se numa relação cooperativa de interações e intercâmbios, participando o aluno com todas as suas vivências e conhecimentos anteriores sobre os temas tratados, e o professor ajudando a explicitar os conceitos que vão sendo intuitiva ou intencionalmente manipulados no desenvolvimento dos trabalhos e das novas descobertas. E pensando em termos de rede, de Internet, essa parceria
extrapola a relação restrita entre aluno e professor, para ampliar-se sem fronteiras em direção a inúmeras outras interações, fontes, parcerias, convergindo para o que Pierre Lévy
chama de aprendizagem cooperativa. Nessa perspectiva, ressalta Lévy que:
“Os professores aprendem ao mesmo tempo que os estudantes e atualizam continuamente tanto os seus saberes ‘disciplinares’ como suas competências pedagógicas.”...
“A partir daí, a principal função do professor não pode mais ser uma difusão dos conhecimentos, que agora é feita de forma mais eficaz por outros meios. Sua competência deve
deslocar-se no sentido de incentivar a aprendizagem e o pensamento.” (LÉVY, 1999)
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II - A Telemática na construção de projetos no CRPD
No CRPD, a construção de projetos pedagógicos com a telemática, ou seja, por
meio “da manipulação e utilização da informação através do uso combinado de computador
e meios de telecomunicação” (Dicionário Aurélio), acontece em dois tipos de projetos:
- os projetos cooperativos,
- e os projetos individuais.
Através de projetos cooperativos temáticos, têm sido trabalhados e aprofundados
diferentes temas e conceitos, como, por exemplo: a epidemia da Dengue, a construção do
Metrô de Salvador, a Copa do Mundo, o Meio Ambiente, etc.
No desenvolvimento desses projetos os alunos utilizam diferentes recursos
computacionais e telemáticos, tais como: mecanismos de busca, pesquisas na WEB, troca
de mensagens de e-mail, publicação dos resultados em websites, debates através de listas
de discussão e outros.
O nível de complexidade dos projetos pode variar, desde o mais simples e elementar, até um nível mais complexo e sofisticado, sempre em função do potencial cognitivo e
capacidade de abstração do aluno, mas, ao mesmo tempo, num nível que o desafie a produzir saltos de qualidade em seus conhecimentos e capacidades atuais.
Também como projeto cooperativo, foi criada uma Lista de Discussão para os alunos e professores do Programa, onde são debatidos diferentes assuntos, relacionados ou
não aos demais projetos desenvolvidos.
Outro projeto cooperativo recente foi o início da publicação on line do “Jornal do
CRPD”, que já existia na versão impressa há 4 anos, cuja pauta, diagramação e redação é
de responsabilidade de um grupo (aberto e variável) de alunos, com o acompanhamento de
duas professoras do Programa.
Todos esses projetos cooperativos têm sido desenvolvidos tanto em forma presencial,
com também à distância, através dos recursos telemáticos. Como destacam Almeida e
Fonseca Junior, é justamente com esses projetos cooperativos e telemáticos que a educação se apropria de um dos recursos mais humanizantes das Novas Tecnologias. Enfatizam
que:
“A grandeza da informática não está na capacidade que ela tem de aumentar o
poder centralizado nem na sua força para isolar as pessoas em torno da máquina”... “A
grandeza da informática encontra-se no imenso campo que abre à cooperação. É uma
porta para a amizade, para a criação de atividades cooperativas, para a cumplicidade de
críticas solidárias aos governos e os poderes opressores ou injustos. Enfim, as redes
informatizadas propiciam a solidariedade e a criação e desenvolvimento de projetos em
parcerias.” (ALMEIDA e FONSECA JÚNIOR, 2000)
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III - Interação e aprendizagem através da construção de homepages pessoais
Em consonância com essa filosofia e metodologia de trabalho, a aprendizagem
através de projetos, chegou-se, no início do ano de 2001, à proposta da construção e lançamento na rede das páginas pessoais e trabalhos dos alunos (ver em http://
infoesp.vila.bol.com.br).
Se apresentará aqui, de forma mais detalhada, o desenvolvimento desse projeto,
iniciado como uma modalidade de projeto individual, mas que gerou, e continua gerando,
interações ricas e diversificadas, que aportam significativamente no crescimento e aprendizado dos alunos.
Inicialmente, o objetivo principal era proporcionar-lhes novos canais de comunicação e interação com diferentes pessoas. Mas, no decorrer do caminho, verificou-se que
essas espectativas foram ultrapassadas. Diversas outras realidades e possibilidades se
foram abrindo, ampliando expressivamente o leque de metas e resultados que foram sendo
alcançados.
Foi possível perceber três momentos bem diferenciados no desenvolvimento desse projeto:
O primeiro momento foi todo o processo de construção das páginas. Nessa etapa,
houve uma dificuldade inicial decorrente da falta de uma noção mais clara, por parte dos
alunos, sobre o que significava a rede e quais as possibilidades e alcances reais da Internet.
Embora todos os alunos envolvidos no projeto, uns mais, outros menos, já houvessem
começado a ter alguma experiência na rede, vários ainda não percebiam, de forma mais
clara, suas dimensões, possibilidades e recursos. Naquele momento, com apenas um computador do laboratório conectado, procurou-se intensificar, na medida do possível, suas
oportunidades de interação na Internet.
E foram começando a surgir as idéias de cada um, para as suas páginas.
No processo de construção propriamente dito, além do aprendizado gradativo na
utilização do software específico para montagem de homepages, percebeu-se que os alunos começavam a trabalhar, intuitivamente, com conceitos de diferentes domínios. Desde
as decisões iniciais sobre cores, fundos, layout, organização de textos e imagens, gifs animados, até o conteúdo dos assuntos tratados em cada página, segundo as preferências e
opções de cada um. Foi possível verificar, na prática, a rica experiência de um aprendizado
interdisciplinar, normalmente presente no processo de construção de conhecimentos através de projetos. Nesta fase também foi possível constatar a importância, para o aprendizado, das interações, tanto entre os alunos, quantos entre alunos e professores.
Um segundo momento importante foi quando cada aluno colocou no ar a sua
página. Poder acessá-la já na rede, e ter na mão o endereço que a personalizava e a
situava como um espaço só seu, foi um momento crucial a nível de crescimento da autoestima e do sentimento de vitória, de sucesso e realização pessoal, na medida em que
ficavam satisfeitos com o resultado dos seus esforços.
Um dos resultados mais evidentes e imediatos desse sentimento, nessa etapa, foi a
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motivação renovada e ampliada para o estudo e aprendizado por parte dos alunos, acelerando o seu processo de desenvolvimento.
Nesse momento, procurou-se evidenciar para os alunos que a publicação das
homepages era apenas mais uma etapa concluída, e não o ponto final do projeto. Desejouse também deixar claro, para quem acessava às páginas, que o objetivo principal não era
alcançar uma suposta “perfeição”, nem ortográfica, nem estilística, nem estética, mas sim o
prazer da comunicação e da interação. Os alunos têm sido estimulados a que, em decorrência de seus próprios processos de aprendizagem, façam, gradativamente, eles mesmos as
correções e melhorias em suas páginas e trabalhos, o que tem gerado um processo continuado e permanentemente inacabado, como todo o processo de desenvolvimento humano.
A terceira etapa é a que se refere às conseqüências e resultados da publicação
e a continuidade do processo interativo: os alunos iniciaram, então, diversos novos
relacionamentos, através das trocas de e-mail.
A partir do lançamento e divulgação das páginas, várias mensagens começaram a
chegar para os alunos, de diferentes cidades e estados. Era o “feedback” que cada um
recebia, e que fazia com que “re-visitasse” a sua própria página com um novo olhar.
Para alguns, foi a oportunidade de compreender, de forma mais concreta, os alcances e possibilidades reais da Internet e da publicação de sua página.
Por exemplo, um aluno recebeu um e-mail de uma pessoa do sul do país, elogiando
o seu trabalho, as suas iniciativas e idéias, divulgadas em sua homepage. Ele ficou muito
contente com a mensagem, mas perguntou à sua professora:
“Mas por quê essa pessoa escreveu para mim?...”
Sintomaticamente, essa pergunta revelava uma percepção ainda parcial e incipiente
do aluno, sobre o alcance e possibilidades de repercussão de sua publicação. A partir das
mensagens recebidas e das perguntas que os alunos começavam a se fazer, era possível
perceber seus progressos na construção de uma percepção mais ampliada e realista do
sentido e possibilidades da telemática, da comunicação via Internet.
E continuam a chegar diversas outras mensagens, todas com repercussões positivas para cada um. Aqui alguns exemplos de trechos dessas mensagens, enviadas de diversos lugares, para diferentes alunos:
“A tua vida serve de exemplo para muitas pessoas que se acham ‘normais’, mas
desistiram de lutar, sufocados e desanimados pelas amarguras da vida...”
“Gostei demais do teu texto e da tua página em geral... Peguei um desenho animado que está na tua página e dei o arquivo para minha filha...”
“...fiquei maravilhada com sua vida e história de amor...”
“Amei o site do CRPD e a sua página está linda. Vou fazer propaganda para os
meus amigos internautas...”
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“Sou mãe de um menininho de 6 anos muito especial como você... Gostei muito de
sua página... Se precisar de alguma ajuda, é só mandar um e-mail.”
E assim, diversas outras mensagens. Não é difícil imaginar a ressonância das mesmas no interior de cada aluno que as recebia...
A repercussão desse novo canal de comunicação e interação para os alunos, já
vem trazendo reflexos positivos em todo o processo de aprendizado e desenvolvimento de
cada um. A renovada motivação para o aprendizado, o aumento da auto-estima, o desejo
de comunicar-se mais e melhor, enfim, são alguns dos frutos desse projeto em construção.
Como exemplo disso, parece significativo esse pequeno texto, escrito por um aluno, aqui
reproduzido literalmente, sem correções:
“AMIZADE NA INTERNET. Eu fico muito feliz quando recebo e-mail de pessoas
mim dando parabéns pela a minha página na internet. Quando recebo os e-mail eu leio e
respondo e assim eu faço amizade na internet. essas pessoa gostam do trabalho e acham
interessante, eu mim sinto importante.”
Todo este caminho aponta para a necessidade de dar prosseguimento e
aprofundamento cada vez maior ao trabalho, que, por sua própria metodologia e filosofia,
preenche uma lacuna entre as atividades essenciais para o desenvolvimento e autonomia
da pessoa portadora de necessidades educacionais especiais, em nossa comunidade, num
mundo que cada vez mais exige do cidadão uma participação ativa e criadora.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Fernando José de e FONSECA JÚNIOR, Fernando. Aprendendo com projetos.
Brasília, PROINFO/MEC, 2000.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo, Ed. 34, 1999.
GALVÃO FILHO, Teófilo A. Educação Especial e novas tecnologias: o aluno construindo
sua autonomia. Revista INTEGRAÇÃO, Brasília, MEC, ano 13, n. 23, p. 24-28, 2001.
PRADO, Maria Elisabette B. B. O uso do computador na formação do professor. Brasília,
PROINFO/MEC, 1999.
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Teófilo Alves Galvão Filho
- Professor e Coordenador do Programa “Informática na Educação Especial” do
Centro de Reabilitação e Prevenção de Deficiências (CRPD), das Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador-Bahia, o qual implantou há 9 anos (http://infoesp.vila.bol.com.br). Esse
Programa recebeu em 2001 a Certificação como Tecnologia Social conferida pelo Prêmio
de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil em parceria com a UNESCO, passando a compor o Banco de Tecnologias Social (www.tecnologiasocial.org.br) dessa Fundação;
- Mestrando em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), pesquisando
sobre ”ambientes computacionais e telemáticos no desenvolvimento da lecto-escrita com
alunos portadores de paralisia cerebral institucionalizados”;
- Especialista em “Informática na Educação”, com pós-graduação cursada pela Universidade Federal de Alagoas, no Núcleo de Informática na Educação Superior (NIES/
UFAL);
- Engenheiro Civil, graduado pela Universidade Católica de Pelotas (UCPEL/RS);
- Professor da disciplina “Educação Especial e Novas Tecnologias da Informação e da
Comunicação ” em Cursos de Especialização nas seguintes instituições de ensino superior:
• Universidade do Estado da Bahia (UNEB) - Salvador
• Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) – Ilhéus
• Centro de Estudos de Pós-Graduação Olga Mettig (CEPOM) da Faculdade de
Educação da Bahia (FEBA) - Salvador
- Autor de artigos e pesquisas publicados na área da Educação Especial e Tecnologias
da Informação e da Comunicação.
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Projetos Educacionais de Utilização da Informática na Educação Especial:
A Experiência do NTE de Campo Grande/MS.
Vivina Dias Sól Queiroz1
Introdução
A Educação Especial ao se organizar em função do currículo escolar precisa ter
como meta a aprendizagem de seus alunos, sendo o professor um parceiro nessa caminhada, o que muitas vezes não acontece, pois as ações pedagógicas ao invés de serem
direcionadas para o bom ensino transformam-se em normas rígidas que relegam os alunos
à condição de repetidores daquilo que é repassado.
Uma proposta de projeto com o auxílio das novas tecnologias deve favorecer o
envolvimento desses alunos visando o desenvolvimento intelectual, em função dos diversos recursos que lhes serão oferecidos de forma prazerosa.
O atendimento às Pessoas com Necessidades Educativas Especiais, pelo Núcleo
de Tecnologia Educacional de Campo Grande tem sido feito principalmente através de palestras, encontros, seminários e cursos para professores de escolas públicas em geral, e no
desenvolvimento de projetos educacionais que oportunizem esses sujeitos desenvolverem
suas potencialidades utilizando o computador como ferramenta auxiliar no seu processo de
construção do conhecimento. Dentre essas atividades, destacam-se as seguintes:
1- Orientação e acompanhamento da implantação da “Sala de Informática Educacional Construindo a Cidadania” da Escola Estadual 26 de Agosto, que atende 120
(cento e vinte) alunos com dificuldades de aprendizagem, deficientes mentais,
paralisados cerebrais, incluídos ou não no Ensino Regular, cujo objetivo é trabalhar a informática na perspectiva da inclusão social desses sujeitos.
2- Orientação e Acompanhamento do Projeto: A Inclusão do Paralisado Cerebral
no Ensino Médio com o auxílio da Informática.
3- Parceria com a Sociedade Pestalozzi de Campo Grande para o desenvolvimento
de Projetos Colaborativos como Forma de Interação entre Alunos da Educação
Básica e da Educação Especial.
4- Parceria com a Unidade de Apoio à Inclusão dos Portadores de Necessidades
Especiais, através do desenvolvimento de projetos com alunos; capacitação dos
pedagogos e psicólogos da Unidade para o uso do computador na Educação
Especial; oferecimento de cursos do DOSVOX para professores da rede pública
que trabalham com alunos Deficientes Visuais, e cursos de informática aos Portadores de Deficiência Auditiva e Deficiência Física, integrados ou não no mercado de trabalho, que necessitem receber esse atendimento.
1 Diretora do Núcleo de Tecnologia Educacional de Campo Grande e Professora da Universidade Para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal-UNIDERP.
AP
AE - ANAIS
APAE
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5- Parceria com o Centro Municipal de Tecnologia Educacional de Campo Grande,
no tocante a assessorias e palestras aos multiplicadores e professores, para o
desenvolvimento de projetos com a Informática na Educação Especial aos alunos matriculados na rede municipal de ensino;
6- Capacitação, Orientação e Acompanhamento de professores das escolas
jurisdicionadas ao NTE de Campo Grande que trabalham em Salas de Recursos,
Classes Especiais e Ensino Regular que tenha o aluno com necessidades
educativas especiais incluído no Ensino Regular.
7- Participação em Cursos de Formação de Professores para a Educação Especial,
através da docência de disciplinas voltadas para a Informática na Educação Especial, Palestras e Orientações de Monografias.
População Alvo:
Professores e Alunos das Escolas Públicas em geral que:
- estejam trabalhando com a Informática voltada para a Educação Especial;
- tenham interesse em desenvolver projetos utilizando a informática;
- queiram ter acesso ao computador;
- tenham necessidade pessoal ou profissional de utilização do computador.
- Acadêmicos que queiram desenvolver projetos nessa área.
Metodologia de Trabalho:
O trabalho, com a Informática, orientado para a Educação Especial vem sendo
desenvolvido pelo NTE de Campo Grande, desde os tempos do CIEd/MS2 . Nesse sentido,
as ações desenvolvidas têm procedimentos variados, conforme a especificidade de cada
trabalho.
A “Sala de Informática Educacional Construindo a Cidadania” da Escola Estadual
26 de Agosto, atende alunos com necessidades educativas especiais (DM, DA, PC) e com
dificuldades de aprendizagem.
Atualmente tem 120 (cento e vinte) alunos, sendo 50% da própria escola que
freqüentam Suplência, Sala de Recursos, Classe Especial, Ciclo I e II e 50% provenientes
da comunidade, outras escolas estaduais e instituições, inclusos e/ou não inclusos no Ensino Regular. A sala é equipada com 5 computadores multimídia, 5 impressoras jato de tinta,
e o atendimento é realizado por 2 (duas) professoras que utilizam alguns softwares como o
Kid Pix, Desafios, Megalogo, Turma da Mônica, Menino Curioso, etc.
2 Trabalhos Realizados pelo CIEd/MS com alunos portadores de Necessidades Especiais. In: VALENTE, José Armando.
Liberando a Mente: Computadores na Educação Especial, 1991, p.p. 270-272.
AP
AE - ANAIS
APAE
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Os alunos tem 2 aulas semanais com 50 minutos de duração cada, e trabalham em
dupla, sempre um aluno deficiente e um aluno com dificuldades de aprendizagem. A orientação do NTE às professoras é realizada quinzenalmente, no horário de planejamento das
mesmas. Nesse momento, são colocadas as dúvidas, as angústias, os aspectos positivos e
negativos observados no período, bem como, as dificuldades encontradas durante as intervenções realizadas com as duplas. A partir do diálogo estabelecido entre as professoras e a
equipe do NTE, é feito o planejamento das atividades coletivas e/ou individuais, tendo como
meta o desenvolvimento das potencialidades dos sujeitos atendidos na Sala.
As parcerias firmadas visam a sensibilização e a promoção do acesso ao computador por parte dos Professores e das Pessoas com Necessidades Educativas Especiais.
Nesse sentido, são proferidas palestras, oferecidos cursos e orientações a todos que buscam o Núcleo de Tecnologia Educacional de Campo Grande.
Nessa perspectiva, o Projeto Inclusão do Paralisado Cerebral no Ensino Médio
com o auxílio da Informática, tem possibilitado ao aluno sua permanência no NTE 3 vezes
por semana, durante 03 horas semanais, no horário das aulas de Educação Física, Artes e
Projeto, ocasião em que o mesmo com o auxílio da professora que o acompanha realiza
suas atividades escolares de pesquisa e de produção. Os dados observados estão sendo
analisados e estruturados sob forma de monografia de conclusão de curso de especialização da referida professora sob a nossa orientação.
O Projeto Colaborativo como Forma de Interação entre Alunos da Educação Básica
e da Educação Especial, em parceria com a Sociedade Pestalozzi de Campo Grande terá
como ponto de partida a Semana do Meio Ambiente em que peças teatrais referentes ao
tema serão encenadas e apresentadas no V Festival de Teatro “O ambiente em cena” promovido pelo Instituto Municipal de Planejamento Urbano e de Meio Ambiente - PLANURB,
ocasião em que alunos do NTE e da Sociedade Pestalozzi participarão como expectadores,
para a partir daí darmos início à construção de projetos de aprendizagem, onde os alunos
possam elaborá-lo, desenvolvê-lo e concluí-lo, partindo de sua expectativa e necessidade
para a escolha de um tema que poderá pertencer ao currículo oficial ou originar-se de suas
experiências pessoais ou da experiência vivenciada no V Festival de Teatro. As ferramentas computacionais estarão sendo introduzidas à medida que o desenvolvimento do projeto
necessitar, como por exemplo a sua elaboração utilizando o processador de textos Word.
O ambiente de comunicação virtual se dará através da criação de e-mail, para troca
de experiências, aquisições de materiais, possibilitando desenvolver o diálogo entre os grupos e o conhecimento de novas culturas. Outra proposta é a interação desses grupos
através de e-mail e bate-papo para troca de experiências e de informações com o grupo dos
idosos que fazem parte do Projeto As Novas Tecnologias e a Educação para a Cidadania, desenvolvido as 3ª e 5ª feiras das 13h30min às 15h30min no NTE.
Quanto às escolas que fazem parte do PROINFO e que possuem salas de recursos, classes especiais, alunos com necessidades educativas especiais incluidos no Ensino
Regular, são desenvolvidos projetos visando o desenvolvimento e a aprendizagem desses
alunos. Dentre os alunos incluídos, os deficientes visuais fazem uso do DOSVOX, enquanto
os demais, utilizam os aplicativos disponíveis nos laboratórios de informática como: o Word,
Excel e Power Point, conforme a atividade a ser desenvolvida.
Uma experiência com a utilização do DOSVOX, realizada por uma professora da
Rede Municipal de Ensino sob a nossa orientação trouxeram resultados imediatos como:
AP
AE - ANAIS
APAE
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melhor aproveitamento dos conteúdos curriculares por parte da aluna, interação com as
outras crianças e com professora, divulgação do trabalho na REME (Rede Municipal de
Ensino), através da sensibilização dos professores que atuam nas salas de recurso, com a
realização de encontros, palestras e mini cursos.
Considerações Parciais
Por ser um instrumento multifacetado, muitas pesquisas e estudos vêm demonstrando o potencial do computador na Educação Especial. Dentre as possibilidades de sua
utilização, os trabalhos de modo geral, enfocam principalmente os aspectos cognitivos e
afetivos.
Nos trabalhos realizados pelo NTE, percebe-se essa tendência. As observações
expressas nas falas dos professores e professoras revelam que o aluno com necessidades
educativas especiais, em interação com o computador, tem conseguido desenvolver
atividades que dificilmente conseguiriam sem a mediação desse instrumento.
A fala das professoras que atuam na “Sala de Informática Educacional Construindo
a Cidadania” da Escola Estadual 26 de Agosto, também apontam para esses aspectos. Em
suas opiniões, o serviço oferecido pela Sala, representa a única oportunidade de acesso ao
computador para a maioria dos alunos que a freqüentam. O progresso por eles alcançado,
muitas vezes não perceptível de imediato aos olhos de quem não tem conhecimento da
Educação Especial, passa pela afetividade com a elevação da auto-estima, maior confiança
em si mesmos, facilidade de relacionamento, até aquisição de conceitos lógicos como: cores, tamanho, espessura, nomenclaturas, etc.
Nas demais escolas, os depoimentos dos professores e professoras têm corroborado essas falas. É muito comum nos relatarem de como os alunos com necessidades
educativas especiais “melhoraram” depois que passaram a freqüentar o laboratório de
informática; de como eles gostam de trabalhar no computador.
Percebe-se também o interesse de um maior número de pessoas, que trabalham
com a Educação Especial, em aprender e querer utilizar os computadores no processo de
ensino e aprendizagem desses sujeitos.
Por ser uma causa que acreditamos, é nosso objetivo que todos as pessoas com
necessidades educativas especiais e com algum tipo de deficiência, assim como seus professores, professoras e familiares, tenham acesso aos computadores e tirem o máximo de
proveito dessa tecnologia, inclusive chamando para o debate a forma como a escola está
organizada e como tem desempenhado sua função no sentido de propiciar a efetiva inclusão do aluno com deficiência, seja ela, física, motora, mental, auditiva ou visual.
AP
AE - ANAIS
APAE
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SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – 2002
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CURRICULUM VITAE
I . Nome: Vivina Dias Sól Queiroz
Endereço: Av: Marquês de Pombal, 1851- Bl C Aptº 01
CEP: 79041.913
Cidade: Campo Grande Estado: MS
Telefone Residencial : (067)341-2728 Telefone Celular (067) 9982-8122
Telefone Comercial: 341 –2735 -341 –5162 (fone e fax) RG: 220.508 SSP/MS
CPF:273.312.611-34Email:[email protected] e [email protected]
II . Formação Acadêmica:
Mestre em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, com a
dissertação intitulada: Educação, Computadores e Deficiência Mental: Interações Possíveis, defendida em abril de 1997.
III - Atividade Profissional Atual:
- Diretora do Núcleo de Tecnologia Educacional de Campo Grande e Professora
da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal- UNIDERP.
III . Produção Científica
3.1.Apresentação de trabalhos em Congressos:
Computadores e Educação, I Congresso de Psicologia da UCDB- Outubro de 1995Campo Grande-MS.
O Computador na Educação do Deficiente Mental,I Congresso de Psicologia da
UCDB- Outubro de 1995- Campo Grande-MS.
Um Estudo Sobre o Papel do Computador na Educação, VIII ENDIPE- Encontro
Nacional de Didática e Prática de Ensino- Maio de 1996- Florianópolis- SC
O Computador na Educação do Deficiente Mental: Expectativas e Realidade, I Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação do Centro Oeste- Junho de 1996,
Campo Grande-MS - Educação, Computadores e Deficiência Mental: Interações Possíveis,
dissertação de conclusão de Mestrado, Campo Grande-MS, UFMS, 1997.
3.2.- Publicações:
Artigo: Computadores na Escola: Premissas Docentes e Institucionais em Campo
Grande-MS, em co-autoria com ROSA, Paulo R. S. da, MIANUTTI, João e SALES Antonio.
Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, V. 75 nº 179/180/181. P. 301-371. Jan/
dez.1994. p.p. 341 a 354.
Resumo de Comunicação: O Computador na Educação do Deficiente Mental: Expectativas e Realidade (Anais do I Encontro de Pesquisa e Pos-Graduação em Educação
do Centro Oeste, Gráfica da UFMS, Campo Grande/MS, 1996, p. 39)
Capítulo de livro e Artigo: Interagindo e Aprendendo: Possibilidades de Interação
do Portador de Deficiência Mental em um Ambiente Informatizado. In: URT, Sônia da Cunha (org). Psicologia e Práticas Educacionais. Campo Grande, EDUFMS, 2000, p. 205-224.
Artigo: A Informática na Educação Especial e o Papel dos Professores no uso
deste Recurso Tecnológico.In: Revista Mensagem da APAE. Nº 90 julho a setembro/2000,
pp 24-26
3.3 Pesquisas concluídas:
Título: A Introdução da Informática nas Escolas da Rede Estadual de Ensino e as
AP
AE - ANAIS
APAE
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ONGRESSO
Relações com a Organização do Trabalho Docente.
Início: 01/04/2001
Término: 30/03/2002
Função: Colaboradora
Título: Nos Trilhos da História: Inventário Arquitetônico da Ferrovia Noroeste do
Brasil em Campo Grande.
Início: 01/04/2001
Término: 30/03/2002
Função: Colaboradora
3.4. Pesquisa em Andamento: Um estudo da informatização das escolas públicas
(estaduais e municipais) em Campo Grande.
IV- Palestras Proferidas:
- A Informática na Educação- Jornada Pedagógica da EEPEPG “Álvaro Martins
Neto”- Campo Grande-MS- Outubro-1992.
- Os Aspectos Psicopedagógicos de um Ambiente de Aprendizagem
Informatizado- EPPEPSG “ABC”- Campo Grande - MS - Maio-1997.
- A Trajetória Pedagógica do Centro de Informática Educacional de Mato Grosso do Sul- Grupo de Estudos de Informática Aplicada a Educação do Curso de Pedagogia
da UFMS. Campo Grande- MS Agosto- 1997
- Educação, Tecnologia e Formação de Professores- EDUCANDO/SUCESUSetembro- Campo Grande -1997
- Educação, Computadores e Deficiência Mental: Interações Possíveis- Centro Integrado de Educação Especial- Campo Grande, Outubro - 1998.
- Informática na Educação: Uma abordagem Necessária- lª Semana Acadêmica de Computação - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - Dourados- Junho 1999.
- Informática na Educação e Formação de Professores: Abertura do Curso de
Capacitação em Informática Educativa para Professores da Rede Pública de Ensino, no
Município de Três Lagoas, promovido pelo Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas- Setembro - 1999
- A Importância dos Recursos Tecnológicos na Educação. EE “Olinda Conceição Teixeira Bacha”, Campo Grande-MS, 25/03/2000.
- Perspectivas da Informática para o Portador de Necessidades EspeciaisEDUCANDO/SUCESU- Campo Grande - abril –2000.
A Informática na Educação Especial e o Papel dos Professores no uso desse
Recurso Tecnológico. Evento: “O Fazer Pedagógico-Técnico dos Professores na Coordenação das Salas de Informática”, da Rede Municipal de Ensino, Campo Grande-MS,
AP
AE - ANAIS
APAE
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O COMPUTADOR: UM ALIADO NA MINHA VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL
“A experiência é para, mim, a suprema
autoridade. A minha própria experiência é a pedra de toque de toda a validade. Nenhuma idéia
de qualquer pessoa, nem nenhum das minhas
próprias idéias, tem, a autoridade que reveste a
minha experiência”.
Angela Vigolo
Carl R. Rogers.
Nasci em 1964 e, até as quatro anos, desfrutei de uma infância repleta de atividades
comuns a todas as crianças desta idade. Foram estes primeiros anos de vida que me propiciaram uma boa base para o que teria de enfrentar mais adiante. A vida me ofereceria um
novo caminho que, na ocasião, eu ainda não tinha alcance das dificuldades que teria de
enfrentar.
Tornei-me paraplégica devido a tuberculose óssea (mal de Koch). Passei por inúmeras cirurgias e, hoje em dia, tenho comprometimento nos membros inferiores. Uso cadeira de rodas para locomover-me. Estas limitações me trazem algumas dificuldades, além
disso vivo em um país repleto de barreiras arquitetônicas.
Meu primeiro contato com o computador foi no primeiro emprego, onde trabalhava
com banco de dados em uma empresa distribuidora de remédios. Minha tarefa era de inserir novos dados, controlar o estoque, acompanhar a entrada e saída de produtos. Achava
maravilhoso o que aquela máquina podia fazer, como ela mantinha tudo guardado dentro
dela, como era fácil lidar com ela (depois de aprender, é claro), o quanto ela economizava
em papel pois, quando errava algo, corrigia-se ali na hora. Como era diferente das máquinas de escrever! No entanto, naquela época, não fazia idéia das outras facilidades que esta
máquina iria proporcionar na minha vida.
Após, ingressei na faculdade no curso de Pedagogia Educação Especial. Neste
momento, me deparei, novamente, com o problema do acesso. Utilizar a biblioteca era
impossível pois ficava no topo de uma escadaria. Consequentemente, dependia da boa
vontade dos meus colegas para consultar, retirar livros e revistas, necessários para a realização do curso. Descobri que era, justamente, neste aspecto de deslocamento que o computador se apresentava, para mim, como uma excelente alternativa. Utilizando esta
tecnologia, superei estas barreiras pois não necessitava locomover-me fisicamente de um
lugar para o outro para pesquisar, buscar informações importantes para minha formação
acadêmica. Fui descobrindo, cada vez mais, as vantagens de utilização desta máquina, o
quanto de informação poderia obter com ela e de uma forma autônoma.
Através da Internet, também obtive contato com outras realidades parecidas com a
minha, fato este que acabou por me trazer muita força e vontade de seguir adiante. Mantenho contatos com amigos virtuais feitos desde a época em que comecei a utilizar a rede, a
qual ainda utilizo para estudos e trocas de informações. Mais recentemente, fiz um curso a
distância, Formação de Professores, a Distância e em Serviço, em Informática na Educação Especial, adquirindo conhecimentos que hoje utilizo.
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O computador, também, está presente em minha vida profissional pois trabalho
com Informática e Educação no Núcleo de Informática na Educação Especial (NIEE), na
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Assim, tenho a possibilidade de
constatar o quanto este instrumento é importante quando usado para o desenvolvimento
cognitivo e social dos meus alunos (DV, Síndrome de Down, DA, pessoas com comprometimento motor diversos, etc).
Ao longo do tempo, também, presencio os avanços existentes nesta área sempre
oferecendo novos instrumentos que vem facilitar o desenvolvimento geral das pessoas que
a utilizam. Comigo isto não é diferente. Comprometida com minha atuação profissional
Informática na Educação Especial, procuro aprimorar meus conhecimentos nesta área para
poder oferecer novidades que venham facilitar o desenvolvimento sócio-cognitivo e o acesso dos alunos às informações e utilização da própria máquina.
Atualmente, faço parte da Redespecial - Brasil, uma organização não-governamental a serviço das Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais. por meio das
Tecnologias da Informação e Comunicação.
Gostaria de terminar minha intervenção hoje, compartilhando com vocês uma convicção muito pessoal. Considero a vida uma constante descoberta, um conflito incessante,
um instigante enigma que nos desafia a cada instante. Viver é tentar harmonizar-se com
este universo, muitas vezes árido e, para tanto, é preciso de muita coragem e amor.
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Ângela L. Vígolo Mendes
EXPERIÊNCIA
1999–2000
PEFJAT
Porto Alegre - RS
Programa de Ensino Fundamental Jovens e Adultos Trabalhadores - UFRGS
„
Sala de Recurso
„
Regência em sala de aula nível 1 e 2
1996 em diante NIEE - UFRGS Porto Alegre - RS
Núcleo de Ibnformática na Educação Especial
„
Trabalho pedagógico realizado com crianças e adultos c om necessidades educativas
especiais unindo informática e educação
FORMAÇÃO
1996–2000
„
PUCRS
Porto Alegre - RS
Pedagogia Educação Especial
„
Formação de Professores, a Distância e em Serviço, em Informática na Educação
Especial novembro de 2002 - 120h
„
Informática Aplicadsa a Educação 23/7 a 16/8 2002 - 90h
„
Capacitação de Doscente – UFRGS – 40h
ƒ
Curso sobre Pós-Alfabetização GEEMPIANA 24 a 26/2000 – 40h – GEEMPA
ƒ
III Congresso Ibero-Americano de Educação Especial: Diversidade na Educação
Um desafio para o Novo Milênio- 4 a 7/1998
ƒ
Palestra Todo Podem Aprender Inclusive Sindrômicos de Down - 19/1999 - 3h Faculdade de Educação PUCRS
ƒ
III Congresso Ibero-Americano de Educação Especial: Diversidade na Educação
Um desafio para o Novo Milênio- 4 a 7/1998
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TELA 1
O NAVEGADOR WEBVOX
SUA INTERFACE DE COMUNICAÇÃO
• Se faz através de uma comunicação TCP/IP
• Baseado no protocolo HTTP 1.0 (RFC1945)
• Visa ser compatível sobretudo com o Internet Explorer e Netscape
• A implementação faz uso da biblioteca WINSOCK.DLL
• As Units, em Turbo Pascal, tem como base esta biblioteca
SEU COMPILADOR HTML
• Baseado no estudo de apostilas
• Como também na análise do código de inúmeras páginas
• Armazena o código html num “vetor de etiquetas”
• A medida que “lê a página”, atribui então sua funcionalidade
TELA 2
NAVEGANDO ATRAVÉS DO WEBVOX
ANALISANDO SEU PROJETO DE INTERFACE
• Escolhe-se a velocidade e nível de detalhamento da informação
• Rapidamente informa a ação executada
• Terminologia simplificada e coerente com todo ambiente DOSVOX
• Informa o processo em andamento Ex: download
ASPECTOS INERENTES A SUA OPERACIONALIDADE
• Utiliza basicamente 2 modos
• Menu principal opções quanto ao acesso à URL; ao disco; etc
• Menu de leitura opções quanto ao acesso ao conteúdo em si
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O ACESSO AO CONTEÚDO A PARTIR DE UM NAVEGADOR GRÁFICO
O ACESSO AO MESMO CONTEÚDO A PARTIR DO WEBVOX
TELA 3
A PERFORMANCE OU DINÂMICA NA INTERAÇÃO
FATORES EXTERNOS
• Qualidade do projeto de interface
• Qualidade do projeto de homepage
EXPERIÊNCIA INDIVIDUAL
• Conhecimento e domínio da ferramenta em si
• Capacidade em “driblar” eventuais dificuldades
TALENTO INDIVIDUAL
• Mesmo em condições idênticas, varia o nível de entendimento
CURRICULUM VITAE
1.DADOS PESSOAIS:
NOME: BERNARD CONDORCET PORTO
DATA DE NASCIMENTO: 15 DE SETEMBRO DE 1963
CONTATO: RESIDÊNCIA: 021–2619-6787
UNIVERSIDADE: 021-2598-3198 CELULAR: 021-9792-1595
2.GRADUAÇÃO:
CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO.FACULDADES
AMERICANO.EM : JUNHO DE 1993.
INTEGRADAS
ANGLO
3. PÓS-GRADUAÇÃO:MESTRADO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO.TESE
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SOB O TÍTULO: WEBVOX: UM NAVEGADOR PARA A WORD WIDE WEB DESTINADO
PARA DEFICIENTES VISUAIS.
CENTRO DE CIÊNCIAS MATEMÁTICAS E DA NATUREZA.
INSTITUTO DE MATEMÁTICA.
NÚCLEO DE COMPUTAÇÃO ELETRÔNICA.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO
DE JANEIRO.EM : MARÇO DE 2001.
4. PROJETOS E ATUAÇÕES PROFISSIONAIS: ATUA DESDE JUNHO DE 1997
JUNTO AO “PROJETO DOSVOX”, COMO ANALISTA DE SISTEMAS, DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE E “HOMEPAGES” ACESSÍVEIS.
- CENTRO DE APOIO EDUCACIONAL AO CEGO (CAEC)/NÚCLEO DE COMPUTAÇÃO ELETRÔNICA (NCE)/ UFRJ-.
ATUA DESDE AGOSTO DE 1999 JUNTO À “REDE SACI” (SOLIDARIEDADE, APOIO,
COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO), NAS ÁREAS DE SUPORTE TÉCNICO, DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE ALÉM DE MINISTAR INÚMEROS CURSOS. - UFRJ/USP.
ATUA DESDE ABRIL DE 2001 JUNTO AO “PROJETO INTERVOX”, NAS ÁREAS
DE PESQUISA E APLICAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS QUANDO DIRIGIDO À DEFICIENTES VISUAIS. - CNPQ/UFRJ -.
5. EVENTOS E PARTICIPAÇÕES: COORDENAÇÃO GERAL E PROFESSOR DO
CURSO DE “INTERNET E PROGRAMAÇÃO”. - INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT. DATA: DE AGOSTO À DEZEMBRO DE 2000. PARTICIPOU COMO PALESTRANTE NO
“CONGRESSO INTERNACIONAL DE REABILITAÇÃO”, OCORRIDO NA CIDADE DO RIO
DE JANEIRO. - RIO CENTRO. – DATA: OUTUBRO DE 2000. PARTICIPOU COMO MEMBRO DE GRUPOS DE TRABALHO NO EVENTO “OFICINA PARA A INCLUSÃO DIGITAL”,
OCORRIDO EM BRASÍLIA E PROMOVIDO PELO GOVERNO FEDERAL. - CENTRO DE
CONVENÇÕES ULYSSES GUIMARÃES.- DATA: MAIO DE 2001.6. ARTIGOS E PUBLICAÇÕES: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, TENDO CLASSIFICADO O ARTIGO “ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS CEGAS PELO COMPUTADOR:
UMA UTOPIA OU UMA NOVA REALIDADE EDUCACIONAL”, OCORRIDO NA CIDADE DE
FOZ DE IGUAÇU.DATA:SETEMBRO DE 1998.
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO, TENDO CLASSIFICADO COMO MELHOR ARTIGO DESTE EVENTO O TRABALHO “WEBVOX II /
INTERVOX : UM NAVEGADOR E CONSTRUTOR DE PÁGINAS WEB DESTINADO À
DEFICIENTES VISUAIS”, OCORRIDO NA CIDADE DE MACEIÓ. DATA: NOVEMBRO DE
2000. 3º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE INFORMÁTICA EDUCATIVA, TENDO CLASSIFICADO O ARTIGO “WEBVOX: UMA FERRAMENTA DE NAVEGAÇÃO NA WEB DESENVOLVIDA PARA DEFICIENTES VISUAIS”, OCORRIDO EM PORTUGAL, NA CIDADE DE
LISBOA. DATA: JULHO DE 2001.
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PAINEL
SUPERANDO LIMITES COM O AUXÍLIO DAS TECNOLOGIAS
Nadja Soares de Pinho Pessôa
e-mail: [email protected] - Tel/fax: 85-2215985
Tetraplégica aos dezenove anos, em conseqüência de uma lesão
medular, cursara o primeiro semestre do curso de Arquitetura da Universidade Federal do Ceará em 1979. Passado o período de reabilitação, seis
Nadja S. de P. Pessôa
meses em que tivemos que reaprender a utilizar os membros superiores
de forma a poder satisfazer algumas necessidades físico-motoras e vencer as desvantagens funcionais adquiridas com a tetraplegia. Foram feitas algumas órteses, que chamamos adaptações e que nos possibilitaram, a principio, escovar os dentes e pentear os cabelos, levar o copo à boca, usar talheres e datilografar em máquina elétrica.
De volta ao Curso de Arquitetura, em 1981, constatamos nossa impossibilidade de
dar seqüência aos estudos na área de Arquitetura. Na primeira aula de estatística, a avaliação de sondagem passada pela professora não poderia ser feita em casa e, como os muitos
cálculos exigiam destreza na escrita e uma coordenação motora que eu não mais possuía,
vi-me obrigada a voltar para casa e encarar de frente a nova realidade: desistir do Curso de
Arquitetura.
A máquina elétrica nos permitia escrever com alguma facilidade. Ela seria o instrumento que me possibilitaria fazer um novo curso. Optei pelo curso de Letras, visando trabalhar profissionalmente como tradutora de Alemão. Trabalho que realizei durante quase dez
anos com o suporte tecnológico da máquina elétrica.
Novas adaptações precisavam ser pensadas para minha maior comodidade. Assim, estando em casa, realizava o trabalho de datilógrafa sentada em minha cama, projetada por meu pai de forma a atender algumas das minhas necessidades. Sempre preocupado
em facilitar minha vida e me proporcionar uma maior autonomia, meu pai idealizou e projetou também uma mesa com rodízios que se encaixava na cama. Nesta mesa ficavam a
máquina elétrica, o porta-texto e os dicionários. Afixado à mesa, um interruptor para acionar
uma campainha sempre que eu necessitava recorrer à ajuda de alguém. Todos já consideravam minha máquina elétrica uma peça de museu e, com freqüência, alvejavam-me com
perguntas do tipo: por que você não compra um computador? Então, eu começava a desfiar
um rosário de explicações que começavam por:
é Existem alguns comandos do computador que exigem a digitação simultânea de
duas ou três teclas. Como poderia eu acioná-los se dispúnhamos apenas de adaptações
com dois lápis que desempenhavam a função de dois dedos?
é Perguntávamos sempre ao nosso investigador, geralmente alguém afeito ao campo da informática, se não conhecia alguma solução para que pudéssemos utilizar o computador apesar da limitação supracitada.
Aqueles mais interessados saíam em busca de soluções que deveriam me levar
adquirir um computador. Enquanto elas não chegavam, a máquina elétrica continuava minha companheira fiel. O trabalho era feito com esmero, traduções iam e vinham, assim
como também trabalhos e monografias eram datilografados. Já com a máquina elétrica,
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III CONGRES
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evidenciava-se a superação de algumas de minhas desvantagens funcionais. Um trabalho
datilografado por mim nada deixava a desejar se comparado a qualquer outro, feito por
exímio datilógrafo(a) que utilizasse os dez dedos.
Em 1990, mudamo-nos para o apartamento em que hoje residimos. Neste mesmo
ano adquirimos um elevador hidráulico que permite que um só pessoa faça as minhas transferências da cama para a cadeira e vice-versa. Um ano depois ganhei de minha família uma
cadeira elétrica alemã. A minha Genius, da Meyra, com uma tecnologia de ponta
avançadíssima.
Em 1994, surgiu uma oportunidade para fazer, gratuitamente, um curso básico de
informática e aprender a utilizar os programas Windows, Word e Excel. Ao falar de minhas
limitações para utilizar o mouse e algumas funções do teclado, o professor do curso disse
que, ao final, todas as dificuldades seriam vencidas. Infelizmente, isso não correspondeu à
realidade e, mais uma vez, tivemos frustradas nossas expectativas. Terminei o curso, após
construir alguns conhecimentos para o uso do Windows e Word. De cara descobri no Word
alguns recursos que me seriam de grande valia no trabalho de tradutora, entretanto persistiam a impossibilidade de utilizar o mouse e efetuar comandos que exigissem digitar duas
ou três teclas simultaneamente. Para tanto, precisava sempre recorrer à ajuda do professor
ou do colega ao lado. Frustrada nesta primeira tentativa, desisti de pensar na compra e
utilização de um PC e voltei para minha máquina elétrica.
Em 1997, ao ser aprovada para o Curso de Especialização em Tradução de Alemão
da Universidade Federal do Ceará – UFC, vi-me diante da necessidade de acessar a Internet
e passar a fazer parte deste ciberespaço que elimina as distâncias aproximando realidades
e culturas as mais diversas.
Ainda com as mesmas dificuldades para interagir com o computador, adquiri o meu
primeiro PC. Meu pai fez, artesanalmente, uma adaptação para que a tecla shift ficasse
presa quando o comando exigisse a digitação simultânea dessa e de outra tecla. (Aqui é
preciso ressaltar que eu já não tinha mais movimentos no braço direito e, portanto,
datilografava com uma adaptação apenas, que equivalia a um dedo.)
A adaptação para pressionar o shift consistia em um interruptor preso à mesa na
altura da tecla (shift) e paralelo a essa. Para prendê-la, eu baixava o interruptor com o
braço. Para soltá-la, pressionava o interruptor e assim soltava a tecla. Esse fora mais um
dos preciosíssimos insight de meu pai, que me valeu durante um bom tempo.
Até que um dia... surge em nossa vida um engenheiro eletrônico, Dr. Edilson Gurgel
Santos. Nós o procuramos para resolver um problema elétrico que minha cadeira apresentara. Ao descobrir as habilidades e competências de Edílson, meu pai quis exibir as suas.
Levou-o até meu quarto para mostrar os controles, feitos por eles, para acionar o ventilador
e a campainha. Exibiu também ainda a cama movida por controle eletrônico e, por fim, a
última e mais premiada de suas invenções: o interruptor para acionamento da tecla shift.
Encabulado e cabisbaixo, Edílson observava tudo atentamente. Antes de sair, contudo, disse baixinho:
- É, essa foi uma boa idéia. Mas, eu acho que existe um programa que resolve
isso. Quer que eu tente encontrar? – perguntou.
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- Claro! - disse eu.
- Bem, amanha vou pedir ao meu chefe para gastar alguns pulsos a mais na empresa e entrar na Internet.
Nesta época, acessar a Internet só mesmo através de grandes empresas. No dia
seguinte, Edílson me liga logo pela manhã.
- Nadja, consegui o programa. Quer que eu vá instalá-lo?
- Lógico, assim que você puder.
- Só tem um probleminha... ele é em inglês.
Silêncio do meu lado.
- Mas, o básico eu te ensino e você pega logo.
- Então, traga.
O programa que o engenheiro instalou nada mais era do que as opções de acessibilidade do Windows, disponibilizado pela Microsoft, certamente desde a criação do programa e de seu lançamento no mercado. O que nos Estados Unidos era uma questão banal ou
corriqueira, dado o grande número de pessoas com deficiência e o respeito e a seriedade
com que são tratadas as questões referentes à deficiência, no Brasil foi muito difícil descobrir, mesmo junto a pessoas com grandes conhecimentos no campo da Informática. Até
hoje, vejo que ainda é muito pequeno o número de pessoas que conhecem e trabalham
com esses recursos, mesmo aqueles que estudam Educação Especial e trabalham nessa
área.
Instalado o software, vi resolvidas, num passe de mágica, todas as minhas dificuldades em relação à utilização do mouse e do teclado. Passei então a uma exploração maior
da máquina. E, à medida que me aprofundava e construía novos conhecimentos, descobria
também novas formas para fazer uso do computador. A passagem da máquina elétrica para
o computador implicou em novas adaptações físicas. A mesa para encaixar na cama continuava a mesma, só que agora em cima dela vinham até mim: monitor, CPU, impressora,
teclado e estabilizador. Toda essa parafernália, em cima de uma mesa frágil com rodízios
pequenos, tornou-se muito pesada para estar sendo transportada de duas a quatro vezes
por dia. Começamos a avaliar então a possibilidade de comprarmos um laptop, pela leveza
e praticidade que essa máquina sugeria. Algum tempo depois, ganhei de meu pai um
notebook.
Mais uma vez, foi preciso fazer novas adaptações físicas. Ao invés da mesa que se
encaixava na cama, o laptop era colocado em cima de uma bandeja para servir café-damanhã na cama, diminuindo assim muito do peso que as pessoas que me auxiliam tinham
que carregar. Conectado a internet, meu laptop me leva mundo afora e me acompanha
aonde quer que eu vá. A utilização dos diversos programas recursos que o computador
oferece me fez enveredar pelos caminhos da Informática Educativa. Completando os equipamentos de meu quarto-escritório, conto ainda com um telefone com fone de cabeça. Em
geral, as ligações são feitas pela discagem direta do Windows. As adaptações físicas precisam ser repensadas conforme os ambientes de trabalho. Portanto, além da mesinha de
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acrílico que trago permanentemente na cadeira e me serve de apoio em várias circunstâncias, precisei de uma outra, feita de madeira por meu pai, para colocar o teclado dos micros
na escola e no NTE.
No NTE, disponho ainda de TV Colder, que me permite apresentar a aula em
PowerPoint ou diretamente na TV, e de microfone.
Licenciada em Letras (Português e Alemão), Especialista em Tradução de Alemão,
professora regente do Centro de Multimeios da E.E.M. Gov. Adauto Bezerra, Especialista
em Informática na Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS e
professora de Informática Educativa no Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) do Centro
de Referência do Professor, sou fundadora e uma das coordenadoras do Movimento Vida,
Independência, Dignidade, Direito e Ação - VIDA para pessoas com deficiência, em Fortaleza - Ceará.
Relato de uma vida marcada por uma lesão medular. As adaptações constantes e
superação de limites tornam-se mais fáceis quando se tem o apoio da família e condições
financeiras favoráveis. As tecnologias, nesses casos, podem contribuir muito para se superar as desvantagens funcionais resultantes de uma deficiência.
Currículo
Experiência
2001 Centro de Referência do Professor – CRP
Fortaleza-CE
9 Professora do Núcleo de Tecnologia Educacional - NTE
2000 Escola de Ensino Médio Gov. Adauto Bezerra
Fortaleza - CE
9 Professora Parceira no Curso a Distância de Formação Continuada de Multiplicadores
- PROINFO/SEED/MEC em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS
1999-2002
Escola de Ensino Médio Gov. Adauto Bezerra
Fortaleza - CE
9 Professora Regente no Centro de Multimeios.Desenvolve projetos de aprendizagem e orienta professores e alunos na utilização das novas Tecnologias de Informação e
Comunicação.
1999
Casa da Esperança
Fortaleza - CE
9 Coordenadora do Módulo Específico sobre Deficiência Físico-motora do Projeto
Amigo Qualificado (80 horas), promovido pela Casa da Esperança em parceria com a
Fraternidade Cristã de Doentes e Deficientes - FCD e o Programa de Capacitação Solidária.
Participou como coordenadora do Módulo Específico sobre Deficiência Físico-motora, elaborou todo o material didático referente ao mesmo e orientou os demais instrutores desse
módulo.
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1999
Casa da Esperança
Fortaleza - CE
9 Instrutora do Módulo Específico sobre Deficiência Físico-motora do Projeto Amigo
Qualificado (80 horas), promovido pela Casa da Esperança em parceria com a Fraternidade
Cristã de Doentes e Deficientes - FCD e o Programa de Capacitação Solidária Participou
como instrutora do Módulo Específico sobre Deficiência Físico-motora.
1998-1999
Escola de Ensino Médio Gov. Adauto Bezerra
Fortaleza - CE
9 Professora Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Ministrou aulas em quatro turmas
de 1.ª série do Ensino Médio.
1987-1996
Fundo Cristão para Crianças
Fortaleza - CE
9 Tradutora autônoma de Alemão. Traduziu, do alemão para o português, correspondência, boletins informativos e artigos de jornais e revistas.
1987-1989
Associação dos Deficientes Motores do Ceará
Fortaleza - CE
9 Membro do Conselho Deliberativo
1991-1995
Associação dos Deficientes Motores do Ceará
Fortaleza - CE
9 Vice-Presidente. Participou de fóruns e seminários voltados para a Educação Especial.
Empreendeu esforços junto aos Poderes Públicos Estadual e Municipal em busca da
legitimação dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência e do resgate de sua cidadania.
1994
Fundo Cristão para Crianças
Fortaleza - CE
9 Intérprete de Alemão. Exerceu a função de Intérprete de um grupo de 40 alemães, por
um período de 40 horas em julho de 1994, como prestação de serviço para o Fundo Cristão
para Crianças.
Concurso
2000
Rede Municipal de Ensino
Fortaleza – CE
9 Aprovada em Concurso Público para professores da Rede Municipal de Ensino de Fortaleza. Publicação no Diário Oficial do Município de Fortaleza: 29 de março de 2001
1988
Rede Estadual de Ensino do Ceará
Fortaleza - CE
9 Aprovada em Concurso Público para Professores da Rede Estadual de Ensino do Ceará
apta a ministrar aulas de Língua Portuguesa, Literatura e Redação, em edital publicado no
Diário Oficial do Ceará.
CAPACITAÇÕES E SEMINÁRIOS
2001
Centro de Convenções Edson Queiroz
Fortaleza – CE
5
III CONGRES
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ONGRESSO
9 Participou do I DEF CIÊNCIA & INTEGRAÇÃO como debatedora no Painel “Integração:
A Plena Inclusão da Criança e do Adolescente Portadoras de Deficiência”, que teve como
palestrante a Sra. Marilene Ribeiro dos Santos, Secretária da Educação Especial do Ministério da Educação, promovido pelo Movimento Vida, Independência, Dignidade, Direito e
Ação para pessoas com deficiência – VIDA e Instituto Raízes, no período de 11 a 14 de
dezembro.
2001
Centro de Convenções Edson Queiroz
Fortaleza – CE
9 Participou do I Congresso Internacional de Telemática na Educação e do VII Encontro Nacional do ProInfo, realizado no período de 22 a 26 de outubro. Ministrou o minicurso:
“Acessibilidade ao computador por pessoas portadoras de deficiência”, junto com a Prof.ª
Silvia Sales, mestranda em Educação Especial na Faculdade de São Carlos. Apresentou o
relato de experiência: “RELATO DE UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA NO CENTRO DE
MULTIMEIOS DA ESCOLA DE ENSINO MÉDIO GOVERNADOR ADAUTO BEZERRA (CENTRO DE DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÃO – CEDI), EM FORTALEZA – CE”.
2000 Integração e Gerenciamento das Tecnologias de Informação e Comunicação Caponga
- CE
9 Componente da mesa redonda que apresentou o Panorama dos Programas de
Educação a Distância no âmbito da Secretaria da Educação Básica do Estado do Ceará SEDUC.Relatou sua experiência como Professora Regente, no turno da tarde, do Centro de
Multimeios na Escola de Ensino Médio Governador Adauto Bezerra, enfatizando os pontos
positivos e as dificuldades encontradas para o exercício da função.
2000
SEDUC/CREDE 21
Fortaleza –CE
9 Concluiu o Curso de “Informática Educativa III”, realizado no Núcleo de Tecnologia
Educacional - NTE de Fortaleza, no período de 31/3/2000 a 16/6/2000.
1999
Núcleo de Tecnologia Educacional - NTE de Fortaleza
Fortaleza – CE
9 Participou da “Percepção Pedagógica: Debates, Análises e Interatividade” sobre
Informática na Educação, do Programa Salto para o Futuro, da TV Escola, realizado no
NTE/Fortaleza, no período de 16 a 26 de novembro.
6
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INSTITUIÇÃO: DEFNET CENTRO DE INFORMÁTICA E INFORMAÇÕES
SOBRE PARALISIAS CEREBRAIS
RIO DE JANEIRO – RJ
Autor: Jorge Márcio Pereira de Andrade
Resumo:
A sociedade contemporânea, chamada de Sociedade da Informação, na qual pode-se estar incluídos/excluídos, principalmente pelos rápi- Jorge M. P. de Andrade
dos avanços tecnológicos, sobretudo no campo da informação e da comunicação de massa, vem criando e potencializando redes informatizadas. Estas redes podem estar a serviço das pessoas com deficiência e, em especial, no campo da educação,
onde seu potencial de comunicação pode transpor algumas barreiras impostas aos cidadãos socialmente segregados.
O novo tempo das redes fora do tempo cronológico revoluciona nossas vidas e
nossos coletivos sociais, que se tornam verdadeiras comunidades virtuais onde circulam
desde relações interpessoais até os grandes dilemas universais ou planetários, constituindo um novo imaginário social e coletivo.
Este é um novo campo de experimentação e de análise para os que se preocupam
com o futuro, principalmente com os usos éticos e responsáveis das novas tecnologias.
Palavras-chaves: Redes de Informação, Educação Especial, Novas Tecnologias,
Redes Telemáticas, Internet, Inclusão Digital, Exclusão Digital, Pessoas com Deficiências.
INTRODUÇÃO:
Uma das concepções mais atuais de rede, além das redes de televisão, é a da rede
computadores interconectados, a chamada Internet, que constituiria uma trama de comunicações interplanetárias em escala jamais alcançada pela humanidade. Pode-se dizer que
atualmente vive-se um sistema de virtualidade real construída a partir de um sistema de
mídia onipresente, com interligações em tempo real, com a participação de todos os tipos
de informação.
Partindo de uma concepção de redes de informação e telemáticas, como um sistema rizomático1 de interpenetração de informações, reunindo pessoas com deficiências e
sem deficiências, pode-se propor algumas considerações sobre as possibilidades de futuro
para as redes de comunicação, via Internet e outras mídias. Temos a urgente tarefa da
construção de uma sociedade onde haja o respeito à diferenças e às diversidades, com
equiparação de direitos e oportunidades, a construção coletiva da Sociedade com Inclusão
Social e a eliminação de todas as formas de exclusão e segregação.
Pode-se então, apostar em uma possibilidade de construção de redes de cidadania
ativa e, em especial, de redes de defesa de direitos das pessoas com deficiências e neces1 Rizoma, rizomático: o termo ‘rizoma’ foi tomado por empréstimo, por Deleuze e Guattari, à botânica que define os
sistemas de caules subterrâneos de plantas flexíveis que dão brotos e raízes adventícias em sua parte inferior. Trata-se
de sistemas em rizoma ou “em treliça” que podem derivar infinitamente, estabelecer conexões transversais sem que se
possa centrá-los ou cercá-los. Vide: Guattari, Felix & Rolnik, Suely. Micropolítica- Cartografias do Desejo. Petropólis, RJ:
Vozes, 1986, pág.123, 322.
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sidades especiais, como um dos caminhos afirmativos e políticos da construção deste mundo melhor e menos desigual. Neste movimento, as redes são imprescindíveis.
As redes construídas socialmente pelos cidadãos e cidadãs, que são afetados pela
exclusão digital, podem ser um paradigma de mudança, e tomadas como uma ação educativa
para a implantação do processo de inclusão escolar e social. Este processo começa com as
escolas, virtuais ou não, à distância ou presenciais, envolvendo os educadores, os educandos
com e sem deficiências, assim como a comunidade e família, para juntos construir, os alicerces para os múltiplos caminhos que levam a movimentos sociais afirmativos. Estes movimentos, por sua vez, tornam-se geradores de novas redes, dentro e fora do ciberespaço,
que irão se expandir em novas redes que se multipliquem livre e infinitamente, confirmando
o desejo de que se tornem multiplicadoras e rizomáticas.
As novas tecnologias da comunicação e da informação (TIC) têm um fundamental
papel na atual configuração da globalização e do mundo de capitalismo integrado em que
vivemos. Estas são o alicerce para a confirmação moderna do papel das redes. A nova
sociedade já foi definida como uma “Sociedade em Rede”, assim nomeada por Castells:
“Redes constituem a nova morfologia social de nossas sociedades, e a difusão da
lógica de redes modificade forma substancial a operação e os resultados dos processos
produtivos e da experiência , poder e cultura. Embora a forma de organização social em
redes tenha existido em outros tempos e espaços, o novo paradigma da tecnologia da
informação fornece a base material para sua expansão penetrante em toda estrutura social.”2
Portanto, como afirma o autor, estas redes não são um “invenção” da modernidade,
mas uma necessidade que atravessa os tempos e a história das sociedades. Porém, somente após os anos 50, com a novas técnicas de comunicação de massa, em especial com
o advento da televisão, é que tanto os homens de ciência como os usuários das redes
passaram a discutir e avaliar os usos ideológicos e políticos sociais destas.
Já afirmamos anteriormente que: “ vivemos sob o signo moderno da velocidade, e
as inovações tecnológicas, pela sua atual rapidez de criação substituível, descartável e
renovável, são para muitos algo de ‘assustador’ ou gerador de ‘temor’, e não raro ouvimos
falar em “tecnofobia” e, para alguns, em excessiva “tecnofilia”. As tecnologias novas ou
antigas não devem ser tratadas como o advento do apocalipse da humanidade. Elas podem
ser transformadas em uma busca consciente da criação de aberturas para o futuro, como
sonhos a serem realizados coletivamente, possíveis utopias criativas”. 3
As redes, dentro de uma visão atual, podem surgir como espaços virtuais, que são
nosso principal interesse, com redes telemáticas, ou redes concretas que estão mais para
os supermercados e os modos de produção industrial de nossos tempos. Quando ligadas a
movimentos sociais, a exemplo dos movimentos de defesa dos direitos das pessoas com
deficiências, tornam-se , segundo Scherer-Warren: “redes multiorganizativas, resultantes
2 Castells, Manuel. A Sociedade em Rede (A era da informação, economia, sociedade e cultura; v.1). São Paulo, SP: Paz
e Terra, 1999, p.497-99.
3 Andrade, Jorge Márcio Pereira de. Novas Tecnologias, Comunicação e Educação Inclusiva. Curso de Capacitação de
Recursos Humanos na área de Necessidades Especiais – Trabalhando com a Mídia, promovido pela Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down. Recife, PE, de 23 a 28 de maio de 2000. Publicado no site: www.defnet.org.br
, In Ágora Virtual.
2
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de vínculos e militâncias múltiplas enraizadas em comunidades locais, cuja capacidade
organizativa tanto dependerá das possibilidades de mobilizar recursos, aproveitar oportunidades políticas, exercer influências, como de construir identidades culturais e políticas” 4
Deve-se propor que estes processos de articulação de redes possa ser ampliado
com a introdução de uma concepção menos “enraizada” para os atores sociais de sua
constituição e gênese social. Acreditamos que uma introdução de não-centralidade
organizacional e não-hierarquização de poder para as redes, por exemplo entre as organizações e entidades representativas de pessoas com deficiências, com um intercâmbio livre
de informações e conhecimentos, poderá facilitar o surgimento de um movimento mais
libertário e criativo no uso das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs),
abrindo a possibilidade de sua socialização e universalização para combater a chamada
Exclusão Digital.
Há, portanto, uma nova configuração para o que chamaremos de “redes nascentes”, com todo seu potencial instituinte e analisador, com uma proposta mais “rizomática”5
de difusão de dados e de articulação na Internet, entre seus participantes, passivos ou
ativos, onde as informações e os conhecimentos, em formato de hipertexto, possam ser
compreendidos a partir de qualquer ponto nodal (nó) de uma rede em trama rizomática.
Pois, conforme o pensamento de Guattari e Deleuze, nos afirma Franco:
“ Internet é um fluxo multimídia incessante, cujas principais características são a
mutação e a multiplicidade. Um não-lugar que se apresenta continuamente nas telas dos
computadores. Através da Internet emergem novas formas de expressão... Sendo uma rede,
a Internet está em consonância com um pensamento rizomático que rompe com a linearidade
da escrita, ao mesmo tempo que é a interface entre a inteligência viva e a máquina. A
Internet é o elo que interliga aqueles que vão pensar em rede e com a rede...”6
Esta percepção e compreensão dos usuários e criadores, assim como possíveis
gestores das mídias digitais, nos coloca uma questão de articular a subjetividade, sua produção no mundo do Capitalismo Integrado (chamado de globalizado econômica e politicamente), com o conhecimento, através das ciências e das práticas político-multiculturais.
Há implicado neste conceber o novo mundo utópico proposto, das ecologias humanas, também uma nova “ética” entre os atores sociais, que devem ser situados historicamente no momento atual, tempos de encruzilhadas, ciladas e labirintos, alguns deles criados pelas utilizações excludentes das novas tecnologias. As redes se tornam, então, um
modelo de coletivização em que os seus atores participantes têm tanto verticalidade como
horizontalidade em suas relações de poder, estando abertos ao pluralismo de idéias, às
diferenças étnicas e culturais, às questões de gênero e condição humana, bem como ao
que é muita vezes é negado às pessoas com deficiências: o direito de pertencer e participar
de todas as atividades sociais. Entra em cena a Inclusão/Exclusão Social.
4 Scherer-Warren, Ilse. Redes e espaços virtuais – uma agenda para a pesquisa de ações coletivas na era da informação.
In site:www.cfh.ufsc.br/~cso5421/REDESEV2.html). Consulta em 25/05/02.
5 Um dos princípios enunciados por Guattari e Deleuze sobre certas características do “rizoma” é aplicável ao atual
modelo de hipertexto usado na Internet: “ 1 e 2º Princípios de conexão e heterogeneidade: qualquer ponto de um rizoma
pode ser conectado a qualquer outro e deve sê-lo...”. Os autores nos remetem à imagem de árvores e suas raízes que se
fixam em um único ponto, estimulando-nos para o modelo rizomático: “ um rizoma não começa nem conclui, ele se encontra
sempre no meio, entre as coisas, inter-ser, intermezzo. A árvore é filiação, mas o rizoma é aliança, unicamente aliança...”. In
Deleuze, Gilles & Guattari, Félix. Rizoma (introducion). Valencia, Espanha: Pré-textos, 1977.
6 Franco, Marcelo Araújo. Ensaio sobre as tecnologias digitais da inteligência. Campinas, SP: Papirus, 1997, pág.107.
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A proliferação de novos caminhos para a expressão da cidadania de pessoas com
deficiências e necessidades especiais já conquistou seu espaço na Internet brasileira. Há,
porém que indicar para questionamento o crescimento de atividades em sistema de redes
dentro de uma perspectiva interacionista. Temos um crescimento de novos sites e de elos
de comunicação entre sites dedicados sobre, para e das próprias pessoas com deficiências, porém estes ainda estão, na sua maioria, em campos restritos de áreas dedicadas a um
tipo específico de deficiência. Assim, sua presença num universo vertiginoso, em permanente expansão que é a Internet, passa pela mesma questão dos outros tipos de sites e
redes de comunicação via Internet: a sua permanência, duração e aprimoramento no
ciberespaço.
AS REDES EM MULTIPLICAÇÃO
As tecnologias não são nem más, nem boas, assim como nem sempre o processo
de incluir não deixa de excluir. Quase sempre há que pensar e rever nossos preconceitos ao
criarmos alguns conceitos. Em se tratando das redes, precisamos pensá-las como oriundas
primariamente de um desejo humano de expansão e multiplicação.
Podemos colocar, para fins apenas de questionamento e indagação, que teríamos,
dentro de uma visão institucionalista, a gênese destas redes no chamado mundo globalizado,
como sendo oriundas de um cenário político-econômico.
Há uma gênese social e outra teórica para os movimentos coletivos que se transformam em rede, principalmente as redes que se institucionalizam no novo campo do Terceiro
Setor, das Organizações Não- Governamentais.
Segundo Scherer-Warren7 , as organizações não-governamentais (ONGs) tem três
principais campos de atuação: a filantropia, o desenvolvimento e a cidadania. Esta autora
nos elucida, aos estudar os movimentos sociais, que as ONGs vêm saindo de uma postura
de assistencialismos rumo à solidariedade, quando se substituem as ações filantrópicas e
caritativas pelos novos modelos de empreendimento e organização dentro do Terceiro Setor,
construindo-se ações sociais de defesa dos direitos dos marginalizados e excluídos, não
permanecendo em uma prática meramente emergencial, muito embora, no Brasil, no campo das entidades de assistência privada das pessoas com deficiências, este percurso ainda
esteja longe de se completar.
Atualmente há um campo de atuação das organizações e entidades ligadas às
pessoas com deficiências, bem como às pessoas sem deficiências, que vêm apresentando
resultados ativos no uso das redes: a educação. O campo educacional é um dos mais
desenvolvidos como ação social pelo Terceiro Setor em nosso país, visto que se considera
este um terreno fértil para o crescimento de novos conhecimentos sobre os usos éticos das
chamadas tecnologias educacionais. As experiências de aliança entre educação, educadores e a Internet está alicerçando novos campos de saber e de práticas pedagógicas. Nessas
novas formas de exercício do ensino-aprendizagem, as mídias, a cada dia mais, têm assumido um papel relevante, onde jornais, o rádio e a televisão, todos impregnados pela ondas
da Internet, se tornam ferramentas de multiplicar a educação. Neste campo também se
multiplicam, geométrica ou rizomáticamente, as redes.
7 Scherer-Warren, Ilse. Cidadania sem fronteiras – ações coletivas na era da globalização. São Paulo, SP: Hucitec, 1999.
4
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Pode se dizer que as redes podem e devem estar conectadas em um processo de
movimento social emergente, e, em uma sociedade da complexidade de nossos tempos,
passam a funcionar como redes submersas, não visíveis, embora atuantes e multiplicadoras.
È neste tipo de ação molecular que precisamos apostar, numa silenciosa revolução molecular,
que estas redes podem realizar para que exista o chamado desenvolvimento auto-sustentável, e, principalmente, o surgimento de uma consciência de cidadania planetária. Um novo
conceito de ser cidadão do mundo, onde ser global é tão importante como ser local, comunitário, participativo e crítico dos usos de todas as tecnologias.
Para o autor, as redes, na compreensão de sua possibilidade de gerar multiplicadores
sociais, podem ser classificadas em:
1. redes construídas
2. redes em construção
3. redes insurgentes.
As redes construídas podem ser entendidas como as redes que se materializam
pela sua realidade técnica. Nestas incluem-se as que usam as mídias (rádio, televisão,
imprensa, Internet) para manter em ação interativa seus atores, estando sempre ligadas a
uma forma hegemônica de distribuição das informações. Chamaremos de “redes em construção” as tramas multiplicadoras de informação, que se fundam a partir de um movimento
social, local ou global, ligado a uma ‘causa’ ou ‘questão’, mantendo-se em permanente
estado de desterritorialização, portanto necessitando de uma reconstrução contínua de suas
bases e de seus atores-participantes. Quanto às chamadas “redes insurgentes”, à semelhança dos movimentos sociais instituintes, por seu caráter político e extemporâneo, há um
desejo ativo de mudança dos paradigmas informacionais, bem como uma ruptura que fragmenta e modifica os modos de transmissão da informação. Porém, por ser considerada
subvertedora da ordem estabelecida, a exemplo das “rádios livres”, passam a ser alvo de
um movimento de captura pelas forças hegemônicas instituídas, onde se propõe a sua
“oficialização” e, conseqüentemente, sua possibilidade de estagnação da força
desestabilizadora, caindo, a maioria das vezes, num modelo de rede construída.
Considera-se a Internet como um modelo de rede, além de sua concretude como
rede técnica de computadores espalhados por todo planeta, que aspira se tornar uma ‘rede
insurgente’. Porém o que estamos assistindo/navegando é a sua possível naturalização
como uma rede oficial, à mercê dos novos colonizadores do campo das informações
globalizadas.
A Internet é hoje reconhecida como a ‘rede das redes’ por sua extensão, crescimento, hiperconexões e multiplicidade de pontos nodais, características importantes para o funcionamento de um modelo de redes virtuais, sendo criado ao Ciberespaço8 . Neste novo
território das virtualidades, surge também um novo conceito de cidadania, o cibernautas ou
cidadãos cibernéticos, ou mais resumidamente os net-zen (contração das palavras citizen e
internet). Abre-se aqui um novo conceito de inclusão/exclusão. A Internet, embora uma
8 Ciberespaço – termo retomado em 1999 pelo filósofo Pierre Levy a partir de uma ficção científica, O Neuromante
(1984), do romancista William Gibson, usado para definir o novo espaço de comunicação gerado pela interconexão
planetária dos computadores em rede.
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ferramenta de crescimento e expansão social maior que todas as outras mídias modernas,
ainda é um recurso tecnológico que, por necessitar, por exemplo, de linhas telefônicas,
exclue da revolução digital a maior parte dos habitantes da Terra. Segundo dados, apenas
5 a 6% de toda a população mundial está ‘conectada’ à World Wide Web (www), nossa
grande teia hipermídia de comunicações globalizada e, infelizmente, ainda excludente. Temos, portanto, reproduzidas a novas classes sociais de cidadãos: os “on-line” e os “off-line”.
REDES DE INFORMAÇÃO, INCLUSÃO DIGITAL E PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS
Para combater o que se chamou inicialmente de Digital Divide, que denominamos
em português de ‘segregação ou brecha digital’, é que diversos países, inclusive o Brasil,
estão procurando formas de socializar e democratizar as ferramentas ligadas à informática
e as novas tecnologias da comunicação e informação. No caso específico da Internet. já
temos o programa estabelecido dentro do chamado Livro Verde para a Sociedade da Informação no Brasil (www.socinfo.org.br/livro_verde.htm). Este documento é uma iniciativa governamental, leia-se Ministério da Ciência e Tecnologia, para produzir um documento
norteador do futuro da implantação e uso das tecnologias digitais no Brasil.
Em maio de 2001 realizou-se a primeira Oficina para a Inclusão Digital9 , em Brasília,
DF, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães. Este encontro foi promovido pela Secretaria de Comunicação do Governo da Presidência da República e da Secretaria de Logística
e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, contando com o apoio de Organizações Não-Governamentais (ONGs), como a Sampa.org, Comitê para a Democratização da Informática (CDI), Rede de Informações para o Terceiro Setor (RITS), e muitas outras, além do governo do Distrito Federal e de algumas empresas do ramo da informática. O
evento tinha como fundamento a discussão da Inclusão Digital e as políticas públicas que
deveriam ser implementadas com os recursos oriundos do Fundo de Universalização dos
Serviços de Telecomunicações (FUST), que é composto por 1% do faturamento das operadoras de telefonia (fixa e celular), de TV a cabo e outros serviços de telecomunicações do
país. Estiveram presentes também representantes de entidades, tanto governamentais (
SEESP/MEC, Instituto Nacional de Educação de Surdos, por exemplo), como de Ongs,
como a Federação Nacional das APAEs, incluindo-se nossa associação, o DEFNET, Centro
de Informática e Informações sobre Paralisias Cerebrais.
Tendo como principal premissa geral que “a exclusão digital aprofunda a exclusão
sócio-econômica”, foram elaboradas algumas diretrizes e propostas, sendo algumas
diretamente ligadas às pessoas com deficiências, tanto no que diz respeito a sua inclusão
digital, como no campo da área dos equipamentos especiais e acessibilidade, afirmando
nas premissas que:
“ 119. A inclusão digital, em função das possibilidades que oferece às pessoas
portadoras de deficiência, tem um importância maior para essas pessoas do que para as
demais.
120. O acesso deve ser compreendido não apenas como acesso à rede de
informações,mas também como eliminação de barreiras arquitetônicas, de comunicação e
de acesso físico, equipamentos e programas adequados, bem como conteúdo e apresentação da informação em formatos alternativos.
9 Ver site: www.inclusaodigital.org.br.
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121. Todas as normas técnicas e documentos regulamentadores na área de criação
e desenvolvimento de equipamentos e programas, sejam eles específicos ou não às pessoas portadoras de deficiências, deverão contar com a participação de representantes de
usuários das diversas áreas de deficiência. O acesso físico dessas pessoas deverá ser
garantido pelo órgão regulamentador” 10 .
Ficam claras nestas premissas as questões da heterogeneidade das diversas formas de deficiências, suas singularidades e a necessidade de uma ação especifica para
cada uma, assim como uma reafirmação de urgentes ações afirmativas dirigidas a estes
cidadãos. Interessa, em especial, ainda, a afirmação de que o ‘acesso‘ não deve se restringir apenas às redes de informação, bem como a imprescindível alternativa dos conteúdos e
da apresentação das informações, posto que estas deveriam ser de livre acesso para
todos. Mas a mais importante afirmação é a da necessidade de participação ativa das próprias pessoas com deficiências no processo de estabelecimento de normas técnicas e documentos, cabendo ainda uma ressalva para que estes cidadãos também possam vir a
ocupar os campos de atuação para a implementação destas normas.
Portanto, temos ao menos proposições para a participação ativa das pessoas com
deficiências, que cada vez mais estão alinhavando suas parcerias e suas articulações para
um efetiva participação social e política. Porém, estas iniciativas, de mérito e resultado de
muitas lutas, ainda estão restritas ao campo de atuação associativo, um campo que ainda
está se descolando das ações caritativas e filantrópicas, além de ser um campo de atuação
privado e civil, que só muito recentemente está podendo aprimorar-se como parte do chamado Terceiro Setor, com parcerias empresariais e estatais.
È no campo das iniciativas do Terceiro Setor, com os movimentos sociais ligados às
Organizações não-governamentais, com já nos referimos anteriormente, que houve um crescimento das ações em direção à cidadania e o respeito aos Direitos Humanos, tanto de
cidadãos com deficiência como sem deficiências. Neste campo de atuação tem se destacado algumas iniciativas ligadas ao uso de novas tecnologias com a finalidade de criação de
redes de informação, tomando a informação não como conhecimento mas como um dos
principais meios de acessá-lo, distribuí-lo e tornar o conhecimento o mais socializado possível.11
Nesta direção é que se criam, no combate à pobreza do conhecimento, redes como
a Cidade do Conhecimento, criada pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de
São Paulo, SP, com a finalidade ser uma rede de comunicação entre o mundo escolar e o
mundo do trabalho. Criando redes nas quais ocorreria a produção compartilhada e cooperativa de conhecimento entre esses dois mundos, sua missão é melhorar e ampliar as oportunidades de emprego no país por meio de tecnologias de informação e comunicação. Além
disso, a Cidade do Conhecimento passa a ser ela própria um campo de pesquisa sobre o uso
social das redes.12
Mas esta cidade virtual é apenas um passo e um projeto para ajudar a combater a
exclusão digital. Há ainda que trabalhar para a universalização de todas as tecnologias,
10 Tecnologia ao Alcance de Todos – Oficina para a Inclusão Digital (Documento da Plenária Final), Brasília, DF: Revista
Mais Brasil, Maio/Junho de 2001, Ano IV, nº 38, págs. 41, 55.
11 Um exemplo digno de nota é o trabalho desenvolvido pela ONG Rede de Informações para o Terceiro Setor (RITS),
que tem um excelente e amplo trabalho em prol da democratização das informações e vem trabalhando para a Inclusão
Digital na Internet brasileira. Ver o site: www.rits.org.br .
12 Cidade do Conhecimento do IEA-USP, visitar o site: www.usp.br/iea/cidade .
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para todos os segmentos e classes sociais no Brasil. Somos ainda, segundo o Censo Escolar de 2000, um país onde somente 9% das escolas do ensino fundamental têm um laboratório de informática e apenas 6,7 % destas acessam a Internet.
EDUCAÇÃO ESPECIAL E SUAS REDES
Para o campo específico da atuação de novas tecnologias na Educação Especial
também vêm crescendo as iniciativas de criação de redes. Há iniciativas pioneiras de investigação científica, ligadas a universidades públicas, como o Núcleo de Informática na Educação Especial (NIEE), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que foi e é um dos
primeiros a aplicar novas tecnologias, em experimentação laboratorial, criando redes
telemáticas para pessoas com deficiências, com demonstração de resultados através de
seu site na Internet.13 Este centro de pesquisas vem realizando também atividades de pesquisa na produção de softwares educacionais, dentro de uma visão lúdica, visando o desenvolvimento cognitivo e sócio-afetivo. Mas sua principal articulação com nosso tema está na
inserção dentro da Rede Iberoamericana de Informática na Educação, num projeto de
cooperação científica que reúne 21 países em sistema de rede para pesquisa, formação de
recursos humanos e produção de software e hardware. Este modelo de cooperação também já atinge outras universidades públicas brasileiras, onde novas redes de trocas entre
pesquisadores, inclusive com a participação direta de pessoas com deficiências, estão em
busca de estratégias para aprimorar o ensino-aprendizagem, bem como na pesquisa de
meios facilitadores e de acessibilidade com tecnologias Assistivas ou auxiliares, todas voltadas para o processo de inclusão social e escolar de pessoas com deficiências.
Espera-se que o entrecruzamento das redes, tanto construídas como em construção, bem como com redes insurgentes, no campo da Educação Especial, possa continuar
insistindo no processo de remoção das barreiras, de toda ordem ou tipo, que se colocam no
caminho da inclusão de pessoas com deficiências na sociedade. Há porém que lembrar que
num país onde 80,9 % das residências brasileiras ainda não possuem um computador,
assim como, nas escolas brasileiras ainda estamos longe de uma real presença de novas
tecnologias nas salas de aula, a começar pelo computador, ainda caminhamos lentamente
para a urgente Inclusão Digital.
Para a superar os abismos entre os que podem estar conectados ao mundo digital,
por exemplo através da Internet, os 5 a 6 % de brasileiros, e os ‘sem-computador’, onde se
situa uma parcela considerável das pessoas com deficiências, é que se está tentando criar
redes e implantando experiências-piloto nas escolas, tanto as especiais como as regulares,
assim como nas comunidades com os telecentros.
Portanto, no espaço privilegiado para a educação, potencialmente transformador
de mentalidades, é que novas redes de informação estariam voltando sua práticas sociais,
lembrando, como nos diz Carvalho:
“O impacto das novas tecnologias sobre nosso dia-a-dia exige comunhão entre o
poder da técnica e a consciência da importância social, política, além de pedagógica, de
nossas escolas, para evitarmos que a racionalidade técnica prepondere, desumanizando a
escola, transformando-a em espaço de decisões tecnicistas.”14
13 Núcleo de Informática na Educação Especial (NIEE), criado junto à UFRGS , pela Profª. Dr.ª Lucila Maria Costi
Santarosa, cujo histórico se encontra em: www.niee.ufrgs.br/historico/hist1.html
14 Carvalho, Rosita Edler. A incorporação das tecnologias na educação especial para a construção do conhecimento. In
Silva, Shirley & Vizim, Marli. Educação Especial: Múltiplas leituras e diferentes significados. Campinas, SP: Mercado de
Letras/ Associação de Leitura do Brasil (ALB), 2001.
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ONGRESSO
Neste sentido, para combater o império das técnicas, é que necessitamos de um
processo de capacitação e aprimoramento dos educadores, que, na sua posição modificada de participante de um processo de ensino-aprendizagem, deixam ser meros instrutores
ou gerenciadores do conhecimento. Num tempo em que estas redes, construídas
telematicamente, não mais distinguem no processo de comunicação os educandos com ou
sem necessidades educativas especiais, os educadores se vêm afetados por essas novas
coordenadas comunicativas: a acessibilidade, a interatividade, a flexibilidade, a variação
espaço-temporal, a participação grupal, etc.... Diante destas mudanças provocadas, quando se utilizam novas tecnologias em educação, também os educadores passam a necessitar de um processo de alfabetização digital, sempre com a pesquisa e a busca de novos
conhecimentos, a fim de sedimentar seu desejo de formar cidadãos críticos e conectados
com o mundo.
Alguns autores nos mostram as mudanças de papéis e de status que o lugar do
professor, tanto na educação regular como na especial, vem apresentando. Estas mudanças se tornam ainda mais necessárias para cuidar da heterogeneidade e diversidade que
são apresentadas pelas pessoas com deficiências. Para cada área de deficiências, por
exemplo no caso dos cegos, há recursos específicos, como os sintetizadores de voz, que
podem modificar a ação pedagógica. Um cego, dotado de recursos como o DOSVOX ou
uma impressora Braille, numa sala de aula, passa a ter um papel ativo de controle e busca
de informações, e o professor deixará de ser a única fonte de informações para se tornar um
facilitador, mais uma interface no processo ensino-aprendizagem. Aplicam-se aqui as novas tendências pedagógicas voltadas para o construtivismo e o construcionismo. Surgem
os novos modelos pedagógicos que se apoiam nas tecnologias digitais interativas e
multimediatizadas. Abrem-se as portas do ciberespaço para o surgimento e a multiplicação
de redes.
Uma das redes, construídas e em construção, para a capacitação de professores
está inserida no Projeto de Informática na Educação Especial, o Proinesp, da Secretaria de
Educação Especial (SEESP) do Ministério da Educação (MEC), que segue os passos do
Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo) da Secretaria de Educação à
Distância (SEED), que vem abranger “ a rede pública de ensino de 1º e 2º graus de todas as
unidades da federação”. O projeto da SEESP tem como proposta “contemplar escolas ligadas a instituições não-governamentais que atendem portadores de necessidades educativas
especiais”, que freqüentam escolas especializadas mantidas estas entidades, no momento
ligadas às APAEs e Pestalozzi. Propõe-se o financiamento para a criação e estruturação de
laboratórios de informática nestas escolas, “visando ao desenvolvimento dos alunos portadores de necessidades especiais e à formação continuada de professores”. Refere-se, ainda, no Proinesp à necessidade da realização de cursos de formação de professores e de
sua capacitação no uso pedagógico das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
Estas redes, ao nosso ver, podem ser ampliadas e fortalecidas se expandirem para
além dos limites da escola especial. Considera-se necessário continuar evidenciando todas
as barreiras existentes para pessoas com deficiências, com uma busca do acesso às informações e os conhecimentos, bem como aos direitos destes cidadãos e cidadãs, que afirmem as propostas inclusivistas associadas a políticas públicas. Estaremos defendendo
ativamente sua cidadania, com uma ressonância concreta na Sociedade da Informação.
A utilização de novas tecnologias em Educação Especial, tanto pelos alunos como
pelos professores, será favorecedora de um crescimento criativo caso suas fronteiras seguirem as da expansão da Internet, ou seja, sem limitações apenas ao campo da Educação
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Especial. Seguindo o princípio fundamental de utilização acessível, democratizada e com
respeito às diferenças de cada sujeito ou coletividade, que sejam aplicados os conceitos de
Universal Design a todas fontes de informação e suas redes de comunicação. Precisa-se
também observar alguns elementos para uma política de inclusão e alfabetização tecnológica,
segundo Silveira, respeitando que:
• “A aprendizagem é um processo permanente e personalizado.
• Navegar na rede é uma forma de obtenção de informações que pode gerar conhecimento.
• È direito das comunidades obter a orientação presencial de seus jovens e adultos
para refletir criticamente e um espaço de saber flutuante, contínuo e permanentemente
renovável.
• A aprendizagem em rede é cooperativa.
• Ao interagir, obtendo e gerando hipertextos, se está praticando e desenvolvendo
uma inteligência coletiva.
• È fundamental reconhecer, enaltecer e disseminar pela rede os saberes desenvolvidos pela comunidade.
• Cada cidadã e cidadão deve buscar desenvolver na rede múltiplas competências.
• É preciso assegurar à população o conhecimento básico da informática e incentivar o progresso permanente da autoaprendizagem “.15
Portanto, a exploração e a descoberta favorecida pelas redes, técnicas ou virtuais,
tornadas acessíveis e com Desenho Universal, a exemplo da Internet, como mais um espaço para a troca de conhecimentos em educação e exercício de cidadania, contribuirá para a
formação dos educandos com necessidades especiais, independentemente do grau ou tipo
de sua deficiência ou impedimento. Reafirma-se que todas mudanças estarão na dependência das políticas públicas, da comunhão de esforços das instituições dedicadas à defesa
dos Direitos Humanos e da participação ativa, rizomática e micropolítica de todos na democratização dos meios tecnológicos de informação e comunicação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Andrade, Jorge Márcio Pereira de. Novas Tecnologias, Comunicação e Educação Inclusiva.
Curso de Capacitação de Recursos Humanos na área de Necessidades Especiais –
Trabalhando com a Mídia promovido pela Federação Brasileira das Associações de
Síndrome de Down. Recife, PE, de 23 a 28 de maio de 2000. Publicado no site:
www.defnet.org.br , In Ágora Virtual.
15 Silveira, Sérgio Amadeu. Exclusão Digital – a miséria na era da informação. São Paulo, SP: Fundação Perseu Abramo,
2001.
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Castells, Manuel. A Sociedade em Rede (A era da informação, economia, sociedade e
cultura; v.1). São Paulo, SP: Paz e Terra, 1999, p.497-99.
Carvalho, Rosita Edler. A incorporação das tecnologias na educação especial para a construção do conhecimento. In Silva, Shirley & Vizim, Marli. Educação Especial: Múltiplas
leituras e diferentes significados. Campinas, SP: Mercado de Letras/ Associação de
Leitura do Brasil (ALB), 2001.
Deleuze, Gilles & Guattari, Félix. Rizoma (introduccion). Valencia, Espanha: Pré-textos, 1977.
Franco, Marcelo Araujo. Ensaio sobre as tecnologias digitais da inteligência. Campinas, SP:
Papirus, 1997, pág.107.
Guattari, Felix & Rolnik, Suely. Micropolítica- Cartografias do Desejo. Petropólis, RJ: Vozes,
1986, pág.123, 322
Scherer-Warren, Ilse. Cidadania sem fronteiras – ações coletivas na era da globalização.
São Paulo, SP: Hucitec, 1999.
Scherer-Warren, Ilse. Redes e espaços virtuais – uma agenda para a pesquisa de ações
coletivas na era da informação. In site:www.cfh.ufsc.br/~cso5421/REDESEV2.html).
Consulta em 25/05/02.
Tecnologia ao Alcance de Todos – Oficina para a Inclusão Digital (Documento da Plenária
Final), Brasília, DF: Revista Mais Brasil, Maio/Junho de 2001, Ano IV, n.º 38, págs. 41, 55.
Apresentando a realidade dos movimentos sociais ligados a pessoas com deficiência como articuladores de redes de informação para a Educação Especial, numa perspectiva do atual panorama de Inclusão/Exclusão Digital, o autor propõe uma compreeensão das
redes, sua gênese e papéis sociais a desempenhar na defesa dos Direitos Humanos e da
equiparação de oportunidades para as pessoas com deficiência na Sociedade da Informação.
CURRICULUM VITAE
Dr. Jorge Márcio Pereira de Andrade
Dados Pessoais
Natural - Cambuquira, MG
Nacionalidade - Brasileiro
Estado Civil - Divorciado
Profissão - Médico
Especialidade - Psiquiatra, Psicoterapeuta, Analista Institucional
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Pós-Graduação e Especialização - Instituto de Psiquiatria da UFRJ
Residência Médica - Hospital Geral de Bonsucesso (INSS)
Experiência Analítica - Núcleo de Psicanálise e Análise Institucional
Contatos:
Consultório- Largo do Machado, 29 sala 411, Catete, Rio de Janeiro.
Telefax: 55 (021) 285 7145
Residência- Rua 10 de Setembro, 94 ap. 401 , Centro, Campinas, SP.
Tel.: 55 (021) 557 7092
celular: (21) 92 125913
e-mail: [email protected] ou [email protected]
homepage: http://www.defnet.org.br
Experiência Profissional:
- Atua há 25 anos em Clínica Psiquiátrica e Psicanalítica em consultório particular.
- Fundador e ex-Psiquiatra chefe do Serviço de Psiquiatria Infantil da Clínica de
Reabilitação Psicomotora Vicente Moretti (Bangu, RJ)
- Ex-Presidente do Núcleo de Psicanálise e Análise Institucional , RJ.
- Professor de Cursos de Análise Institucional.
- Ex-membro da Equipe Clínico-Grupal de atendimento psicoterápico a vítimas de
Tortura, Grupo Tortura Nunca Mais-RJ, (patrocínio ONU).
- Criador do Projeto GEO ORGOS e do site do DEFNET na Internet
- Fundador do DEFNET - Centro de Informática e Informações sobre Paralisias
Cerebrais, em 28/06/96, do qual é Presidente e Diretor.
- Medalha e Comenda Prof. Dr. Albert Sabin ( Respeito aos Direitos Humanos- São
Paulo - março de 1997)
- Pesquisador da utilização de INTERNET em Educação Inclusiva e no campo de
Novas Tecnologias da Informação.
- Professor convidado pela FEPESMIG-Varginha, MG, para ministrar aulas para
educadores no processo de Capacitação em Inclusão Escolar.
- Coordenador da Escola de Informática e Cidadania para Pessoas com Deficiência, do DEFNET, em parceria com o Brasil Cidadão.org e Comitê para a Democratização da
Informática(CDI).
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REDE DE INFORMAÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO ESPECIAL REDES
TRABALHANDO EM CONEXÃO
Identidade são infinitos os possíveis arranjos de uma
teia como pode a aranha manter identidade enquanto cria a
teia num lugar determinado? se a teia fosse cuidadosamente planejada a aranha nunca encontraria o lugar ideal para
tecê-la: e se a teia fosse perfeitamente adaptável, se liberdade e possibilidade não tivesse limite a teia perderia sua
própria identidade
Marta Gil
A.R. Ammond
Concepção de rede
Sistema de nós e elos, capaz de organizar pessoas e instituições de forma igualitária e democrática, em torno de um objetivo comum
Semelhante à teia de aranha: um modelo orgânico, vivo, flexível, em constante
crescimento e mutação, que funciona em mão dupla e que constrói sua identidade traçando
um caminho e mantendo a tensão entre os pólos da liberdade e da possibilidade, do respeito à individualidade e da preservação dos valores comuns sistema aberto ao ambiente:
coleta, difusão, compartilhamento e expansão
Pirâmide
x
Rede
• hierarquia
• poder e controle
• centralização
• horizontalidade
• cooperação e co-responsabilidade
• facilitadores
• descentralização
Benefícios do trabalho em rede
• potencializar diferentes “vocações” e especialidades
• ampliar a rede de contatos
• contribuir para a tomada de decisões, através da informação e do conhecimento
• construir o caminho, andando
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• as pessoas ficam “antenadas”
• solidariedade e cooperação
• autonomia com “dependência”
• interação
• encurta distâncias
• diversão
Objetivos circulação de informações formação de seus membros laços de solidariedade ações em conjunto
Desafios trabalho coletivo/cooperativo
x
individualização do trabalho
complementaridade
x
competição
É um trabalho cooperativo, realizado e desenvolvido por pessoas, mas não é a rede
do “fulano”, do “beltrano” ou do “sicrano”. E muito menos é a rede desta ou daquela instituição/organização.
Redes de Informação para a Educação Especial
www.saci.org.br
Rede SACI Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação
Ö Atua como facilitadora da comunicação e da difusão de informações e conhecimentos sobre a temática da Deficiência, estimulando a inclusão social e digital e,
conseqüentemente, o exercício da cidadania da pessoa portadora de deficiência
(PPD).
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Ö Seu público-alvo preferencial é a PPD: deficiência mental, visual, auditiva, física,
múltipla e orgânica.
Ö O conteúdo informacional refere-se à Deficiência.
Ö Portanto, a Rede atende a vários segmentos envolvidos com esta temática: familiares, profissionais atuantes na área, formadores de opinião, formuladores de
políticas públicas, empresários e pesquisadores.
Missão da Rede SACI
Incentivar o protagonismo e a inclusão social da PPD, através do estímulo à criação
de condições de acessibilidade, do compartilhamento de informações sobre Deficiência e
da disponibilização de ferramentas em meio digital
Objetivos da Rede SACI
Ö Promover, na sociedade, a cultura de acessibilidade à PPD
Ö Informar e mobilizar a sociedade brasileira quanto à questão da Deficiência
Ö Democratizar o acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s)
para as PPD’s.
Rede SACI
Conselho
Consultivo
Comitê
Técnico
Núcleo Gestor
Suporte Técnico Secretaria Executiva
USP/CECAE
UFRJ
CIC’s
Usuários
Apoiadores
Parceiros
Colaboradores
Provedor de Suporte Informação
Conteúdo
Acessibilidade
Amankay/USP
Virtual
RNP
eRehab Laboratório ( São Paulo - SP)
CIC’s Com.Viver (Ribeirão Preto - SP)
CIC CADEVI (São Paulo - SP)
CIC Integrar (Uberlândia - MG)
Marcos Conceituais
Inclusão social e digital
Declaração dos direitos da PPD
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(ONU e Salamanca )
Critérios de acessibilidade virtual (W3C) Normas técnicas de acessibilidade física (ABNT)
Convenção 159 (OIT)
Áreas Temáticas
A Rede SACI atua na interseção das seguintes áreas temáticas: Informação, Ferramentas Computacionais e Acessibilidade Virtual.
Não basta existir um grande número de informações se a pessoa portadora de
deficiência não tiver softwares para acessá-las.
Não basta acesso a essas informações, através dos softwares se os sites, principalmente os de interesse público, não forem acessíveis à navegação pelas PPDs.
Produtos e Serviços da Rede SACI
• Internet
E-mail/Webmail
Repórter SACI
Notícias Diárias sobre Deficiência
Listas Temáticas e Lista de Comunicação com o Usuário
Softwares adaptados
Kit 1 - para portadores de deficiência visual
Kit 2 - para portadores de dificuldades motoras
Bate-papo SACI
Depoimentos e páginas pessoais
Bases de Dados (próprias e de outras instituições)
Agendas de Eventos e de Cursos
Anúncios Classificados e Informações de Utilidade Pública
Banco de Talentos e Oportunidades de Trabalho
Acesso a sites nacionais e internacionais sobre Deficiência
Acesso a jornais e revistas eletrônicas
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Produtos e Serviços da Rede SACI
• CIC’s - Centros de Informação e Convivência
Cursos para utilização de softwares adaptados
Navegação gratuita na Internet
Testagem e avaliação de softwares/hardwares adaptados
Ferramentas Inclusivas da Rede SACI
Ferramentas de utilização
Download gratuito de:
• Kit 1 - para deficientes visuais - síntese do Dosvox
• Kit 2 - para deficientes motores graves
• manuais de utilização e adaptação
• helpdesk (telefone e e-mail)
Ferramentas de comunicação
• Bate-papo SACI
• Fórum de discussão
Trajetória da Rede SACI
1999
Implantação e lançamento da Rede e do site - 150 usuários cadastrados
2000
implantação de dois CICs (RJ e SP)
disponibilização do kit SACI 1
disponibilização da ferramenta de fórum de discussão
disponibilização da ferramenta de bate-papo SACI
I Workshop sobre Indicadores de Acessibilidade
1.300 usuários cadastrados
2001
implantação de 3 CICs (Ribeirão Preto e São Paulo)
disponibilização do kit SACI 2
nova versão do site, adequada à baixa visão
2.177 usuários cadastrados no Brasil
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2002
3.170 usuários
Contatos Internacionais
Ö GUIA - Grupo Português pelas Iniciativas em Acessibilidade: web, ajudas técnicas e telecomunicações
Ö Acessibilidade - lista de discussão sediada em Portugal, com link para a Comunidade Européia
Ö Rede de Integración Especial (RedEspecial) - Rede Argentina sobre Deficiência
Ö Accesible - Site argentino sobre Acessibilidade Física
Distribuição de usuários cadastrados na Rede SACI, por categoria
ago/99 a abr/2002
Tipo de Usuário
Total
Portador de deficiência
1530
Não Portador de Deficiência
1640
Total
3170
Distribuição de usuários cadastrados na Rede SACI, por tipo de deficiência ago/99
a abr/2002
• Tipo de Deficiência
%
• Visual
58,16
• Física
32,90
• Auditiva
4,34
• Orgânica
1,13
• Múltipla
1,13
• Mental
0,78
• Não Especificado
1,56
• Total
100,0
Distribuição de usuários não portadores de deficiência cadastrados na Rede SACI,
por categoria ago/99 a out/2001
• Tipo de Usuário
Total
%
• Profissional
536
48,73
• Interessado
361
32,82
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• Familiar
113
10,27
• Estudante
89
8,09
• Instituição
1
0,09
1100
100,0
• Total
Para a maioria das pessoas, a tecnologia torna a vida mais fácil.
Para uma pessoa com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis.
Tecnologia Assistiva
Toda e qualquer ferramenta ou recurso utilizado com o propósito de proporcionar
uma independência e autonomia à pessoa com deficiência. Pode variar de um par de óculos ou uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado.
“Nós não devemos deixar que as incapacidades das pessoas nos impossibilitem de reconhecer as suas habilidades.
As características mais importantes das crianças e jovens com deficiência
são as suas habilidades.”
Hallahan e Kauffman, 1994
“A deficiência é uma dentre todas aspossibilidades do ser humano. Portanto, deve
se considerada como um fato natural que nós mostramos e de que falamos, do mesmo
modo que fazemos em relação a todas as outras potencialidades humanas.”
NESCO, 1977
A Rede SACI e a Educação
• Notícias sobre Educação Inclusiva
• Listas de discussão
• Bibliografia específica
• Sites relacionados
• Consultoria para vídeos e textos
• Depoimentos
• Pesquisas individualizadas
• Ferramentas: softwares adaptados, chat e fórum de discussão
• Divulgação de revistas e livros especializados
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Formas de comunicação
• Site
• E-mail
• Correio
• Fax
• Telefone
• Visita
Formas de interação com a Rede SACI
• Serviços e produtos gratuitos
• Possibilidade de criar outros serviços e produtos, a partir da identificação de demandas
Possibilidade de abrir outros canais de comunicação inter usuários
A Rede SACI (www.saci.org.br) atua nas áreas da Comunicação e da Informação
sobre a temática da Deficiência, especialmente no que se refere à Educação e Trabalho,
fundamentais para a inclusão social das pessoas com deficiência.
Curriculum Vitae
Marta Gil
Escolaridade
• 1974 - graduação no Curso de Ciências Sociais - Faculdade de Filosofia, Letras
e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
curso de História (incompleto) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
Especialização profissional
Planejamento, montagem, gerenciamento e desenvolvimento de sistemas de informação e documentação em rede
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III CONGRES
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Comunicação e Disseminação de Informação na área da Deficiência
Pesquisa sociológica nas áreas de Educação e Trabalho
Experiências profissionais
• Desde 1990 é colaboradora junto à CECAE – Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária e de Atividades Especiais da Universidade de São Paulo,
atuando como:
• Gerente executiva da Rede SACI – Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação, desde agosto de 1999
• Coordenadora da REINTEGRA - Rede de Informações Integradas sobre Deficiências, projeto do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas e sediado junto à
USP/CECAE, através de convênio firmado entre as duas entidades, desde 1990.
Outras atividades de destaque:
• Desde 1997 tem atuado como consultora junto à Secretaria de Educação à Distância do Ministério da Educação para publicações e séries de vídeos educacionais sobre a questão da Deficiência
• 1997 - Membro da Comissão Científica da IPA - Brasil - Associação Internacional
pelo Direito da Criança a Brincar
• 1996 - Presidente do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas
• Desde 1989 Fellow da Ashoka Innovators for the Public, fundação sem fins lucrativos sediada em Washington, DC. Bolsa concedida por 4 anos pelo projeto apresentado (REINTEGRA)
• 1976/1982 - Coordenadora da pesquisa “Caracterização sociológica de indivíduos portadores de cegueira e deficiência visual”, em âmbito nacional, patrocinada
pela Fundação Projeto Rondon
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III CONGRESSO I BERO-AMERICANO
DE
I NFORMÁTICA
NA
E DUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DO BRASIL
SECRETARIA DE ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS
DEPARTAMENTO DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
COORDENADORIA NACIONAL PARA INTEGRAÇÃO DA PESSOA PORTADORA
DE DEFICIÊNCIA
CORDE
A INFORMAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE INCLUSÃO SOCIAL
SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE DEFICIÊNCIA
www.mj.gov.br/dpdh.htm
[email protected]
Niusarete M. Lima
O SICORDE assume, após o Decreto nº 3.298/99, Capítulo X, Art. 55, o papel de
catalizador e disseminador de informações sobre políticas e ações na área da deficiência,
sendo estruturado para integrar as unidades de informação e compartilhar recursos
coordenados pelas redes nacionais de informações da área.
Objetivo Geral
† Viabilizar o cumprimento da Lei 7.853/89 e do Decreto 3298/99
† Atenção integral à Pessoa Portadora de Deficiência
Objetivos Básicos (Lei 7.853/89)
† Operacionalizar uma base de atendimento aos Portadores de Deficiência, ou seja,
possibilitar, na medida do possível, uma leitura completa e objetiva da situação do
Portador de Deficiência, por parte das entidade que atuam na área;
† Sugerir a aplicação de medidas mais adequadas com vistas ao ressarcimento do
direito violado;
† Subsidiar as autoridades competentes na formulação e gestão de políticas de
atendimento ao Portador de Deficiência.
Diretrizes da CORDE / MJ / BR
† Emanadas do CONADE
† Política de atenção integral ao Portador de Deficiência
† Implementar um Banco de Dados e Sistemas para:
Î Acompanhamento e avaliação;
1
III CONGRESSO I BERO-AMERICANO
DE
I NFORMÁTICA
NA
E DUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
Î Apoio ao funcionamento das entidades que atendem à Pessoa Portadora de
Deficiência.
Î Apoiar a implementação de Bancos de Dados e Sistemas no âmbito Estadual e
Municipal
SISTEMA CORDE DE INFORMAÇÕES - SICORDE
PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS
• META DO PNDH I e II
“DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES NA ÁREA DA PESSOA PORTADORA DE
DEFICIÊNCIA“
• DECRETO 3298/99
CRIA O SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE DEFICIÊNCIA
SEDH/MJ
CORDE
CONSELHOS
MINISTÉRIOS PÚBLICOS
ESTADUAIS
s
ca
líti
Po
es
çõ
sA
da
xo
Flu
Flu
xo
da
sI
nfo
rm
aç
õe
s
Ciclo de Informações e de Decisões
ENTIDADES
COMUNIDADE
2
III CONGRESSO I BERO-AMERICANO
DE
I NFORMÁTICA
NA
E DUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
Sistema Informatizado
PREMISSAS BÁSICAS
† Confidencialidade nas informações pessoais
† Segurança contra acessos não autorizados
† Autonomia dos Órgãos Envolvidos
† Instrumento aberto e de fácil utilização
† Viabilizar o cumprimento da missão
Î da CORDE
Î dos Órgãos Federais, Estaduais e Municipais
Î das entidades que atuam na área
Sistema Informatizado
REQUISITOS BÁSICOS
† Para CORDE
Î Divulgação correta dos Direitos
Î Adoção das Medidas / Encaminhamentos Adequados
Î Facilitar o dia a dia das entidades e Pessoas Portadoras de Deficiência
Î Possibilitar intercâmbio de informações
† Para a CORDE
Î Visão geral de todo o processo
Î Acesso às informações consolidadas em nível Regional e Nacional
Î Troca de informações / Orientações
Î Otimização na aplicação dos recursos
† Para Entidades Estaduais e Municipais
Î Gerência das autorizações de acesso
Î Acesso à informações Consolidadas / Estatísticas / . . .
3
III CONGRESSO I BERO-AMERICANO
DE
I NFORMÁTICA
NA
E DUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
Î Possibilitar troca de informações
Î Possibilitar passagem de orientações
Outras Facilidades
† Orientação a Usuários/regionalmente
† Correio Eletrônico
† Grupos de Discussão
† Informação na INTERNET
SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE DEFICIÊNCIA
SICORDE
Porque foi criado o SICORDE?
• informação muito dispersa, em diferentes bancos de dados
• necessidade de se fazer a coleta, tratamento e disponibilização, com dados
confiáveis, para que se possa elevar o nível de conhecimento da Sociedade e do
estado quanto ao problema da deficiência no Brasil
• dificuldades que se tem, quanto ao conhecimento da legislação vigente sobre os
direitos da pessoa portadora de deficiência.
Porque foi criado o SICORDE?
• Existência de um grande número de textos normativos no Brasil, ensejando, com
certa frequência, problemas da mais variada órdem, tanto para aqueles que lidam
no dia a dia com legislação quanto aqueles que dela precisam se servir.
• O acervo legislativo cresce diariamente e o número de leis, decretos-leis, medidas
provisórias, decretos e outros textos legais que entram em vigor é bem maior em
comparação com o número desses mesmos documentos que são revogados.
Porque foi criado o SICORDE?
• Dificuldades quando se pretende compatibilizar documentos análogos já existentes.
• Necessidade de agilizar atendimento ao cidadão
• Necessidade de um Sistema automatizado que possibilite e facilite o bom
entendimento desses dispositivos legais, especificamente na área da pessoa
portadora de deficiência, não obstante bases de dados mais abrangentes já
existentes.
• Otimizar os recursos disponíveis
4
III CONGRESSO I BERO-AMERICANO
DE
I NFORMÁTICA
NA
E DUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
Porque foi criado o SICORDE?
COMPROMISSOS GOVERNAMENTAIS E INTERNACIONAIS
• responder à proposta de ação governamental do Programa Nacional dos Direitos
Humanos, que recomenda a criação de sistemas de informações na forma de Base
de Dados concernentes a pessoas portadoras de deficiência;
• resgatar compromissos assumidos pela CORDE, em 1993, em nome do Governo
Brasileiro, com a Rede Iberoamericana de Cooperação Técnica para o
Desenvolvimento de Políticas de Atenção a Pessoas Idosas e Pessoas portadoras
de deficiência, coordenada pelo IMSERSO do Ministério do Trabalho e Ação Social
da Espanha.
MISSÃO DO SICORDE
• DISSEMINADOR DE INFORMAÇÕES SOBRE POLÍTICAS E AÇÕES NA ÁREA
DA DEFICIÊNCIA.
• INSTRUMENTALIZAR A CORDE E OS ÓRGAOS PARCEIROS, ASSIM COMO A
SOCIEDADE EM GERAL COM DADOS CONCRETOS E ATUALIZADOS E
CONFIÁVEIS PARA O ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO À PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA,
DE FORMA MAIS ABRANGENTE E EFICAZ.
PARCERIAS
• parceria de organismos governamentais e não governamentais, se propondo a
apoiar iniciativas que viabilizem a disseminação da informação de forma confiável,
permitindo o acesso da mesma à sociedade em geral, quer seja via internet, ou de
qualquer outra forma.
O PAPEL DOS PARCEIROS
• Os parceiro da CORDE deverão ter presente que:
ƒ um Sistema de Informações numa organização requer uma série de ações
gerenciais, técnicas e operacionais, capazes de criar as condições favoráveis e
necessárias a adoção de princípios, procedimentos administrativos e métodos
de trabalho que sirvam de parâmetros para quantificar e avaliar seus projetos e
atividades.
O PAPEL DOS PARCEIROS
• Os parceiro da CORDE deverão ter presente que:
ƒ a informação é fundamental para esclarecer as pessoas sobre as medidas de
prevenção de deficiência, para a capacitação e atualização dos profissionais
que atuam nas diferentes áreas relacionadas, para a orientação às pessoas
deficientes ou suas famílias e para apoiar a inclusão social desses indivíduos
5
III CONGRESSO I BERO-AMERICANO
DE
I NFORMÁTICA
NA
E DUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ƒ A INTERNET É UM MEIO RÁPIDO, EFICIENTE E BARATO PARA A CRIAÇÃO
DE UMA REDE DE INFORMAÇÕES, NO ENTANTO, A INFORMAÇÃO
VEICULADA DEVE SER DE FONTE FIDEDIGNA PARA QUE ATINJA OS
OBJETIVOS A QUE SE PROPÕE O SICORDE.
COMO FUNCIONA O SICORDE?
PREVÊ BASES DE DADOS
• LEGISLAÇÃO
• AJUDAS TÉCNICAS
• CADASTRAL
• BIBLIOGRÁFICA
• ESPECIALISTAS
• PROJETOS
• LEGISLAÇÃO
Dispositivos legais nas Esferas Federal, estadual e Municipal e a nível Internacional
que tragam alguma referência a Pessoa Portadora de Deficiência.
• CADASTRAL
Cadastro de Instituições que atendam ou assegurem diretos à pessoa Portadora de
Deficiência
• AJUDAS TÉCNICAS
Informações e orientações sobre equipamentos - órteses e próteses - fornecedores
- endereços
• ESPECIALISTAS
• Cadastro de profissionais habilitados que atuam na pessoa Portadora de
Deficiência
• BIBLIOGRÁFICA
• Informações sobre bibliografias e publicações relativas a área da pessoa portadora
de deficiência (sinópses e/ou texto integral)
6
III CONGRESSO I BERO-AMERICANO
DE
I NFORMÁTICA
NA
E DUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
Estrutura do SICORDE
SOCIEDADE
INFORMADA
SICORDE
NUCLEOS
REGIONAIS
CONSELHOS
SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE DEFICIÊNCIA
SICORDE
• PRODUTOS
– Distribuição de publicações técnicas
– Orientação via email, fax, fone, presencial
– Assessoria aos Núcleos Regionais
– Banco de dados de Legislação Federal disponibilizado na Internet
– Banco de Dados da Legislação dos Estados e Municípios Cadastro de Intituições
disponibilizado na Internet
– Assessoria Jurídica via Núcleos Regionais – Ministérios Públicos Estaduais.
– Home page com informações gerais na área da deficiência.
7
Postos Regionais do Sicorde
AP – MINISTÉRIO PUBLICO
TO – MINISTÉRIO PUBLICO
MS – MINISTÉRIO PUBLICO
MA – MINISTÉRIO PUBLICO
GO – MINISTÉRIO PUBLICO
RJ – CVI
DF – PRODIDE/MPDF
CORDE/DF
RO - MINISTÉRIO PÚBLICO
PA - MINISTÉRIO PÚBLICO
RN - CORDE/RN
PB - FUNAD
PE - MINISTÉRIO PÚBLICO
AL - SEC. DE EDUCAÇÃO
BA - APAE SALVADOR
MG -CAADE
SP - MINISTÉRIO PÚBLICO
- SORRI BRASIL E USC
PR - FENAPAE
SC - FCEE
RS – FADERS
AM - MINISTÉRIO PÚBLICO
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DO BRASIL
SECRETARIA DE ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS
DEPARTAMENTO DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
COORDENADORIA NACIONAL PARA INTEGRAÇÃO DA PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA
CORDE
SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE DEFICIÊNCIA
Esplanada dos Ministérios Bloco “T” Anexo II - sala 200
CEP: 70.064-900 - Brasília - DF
Fone: (0XX61) 218 3669
FAX: (0XX61) 225 3419
[email protected]
www.mj.gov.br/dpdh.htm
III CONGRESSO I BERO-AMERICANO
DE
I NFORMÁTICA
NA
E DUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
NOME: NIUSARETE MARGARIDA LIMA
NATURALIDADE: FRUTAL/MG
NACIONALIDADE: BRASILEIRA
PSICÓLOGA
Especialista em Integração da Pessoa Portadora de Deficiência pela Universidade
de Salamanca – Espanha
Especialista em Gestão da Informação
Especialista em Gestão Social
Especialista em Elaboração, Avaliação E Gestão De Projetos Sociais
Conselheira Suplente no Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de
Deficiência – CONADe
Representante da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos na Comissão Nacional
de Saúde Mental do Ministério da Saúde
Coordenadora do Sistema Nacional de Informação sobre Deficiência – SICORDE
Coordenadora Nacional em Exercício da Coordenadoria Nacional para Integração da
Pessoa Portadora de Deficiência –CORDE
10
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Departamento de Informática na Educação a Distância
PROGRAMA NACIONAL DE
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
Cláudio Francisco de Souza Salles
PROGRAMA NACIONAL DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
9 Apresentação
9 Objetivos
¾ Metas Iniciais e Alcançadas
¾ Estratégias
¾ Estrutura Organizacional
¾ Capacitação
APRESENTAÇÃO
Criação
Portaria MEC nº 522, de 09 de abril de 1997
Abrangência
Rede estadual e municipal de ensino fundamental e médio
Coordenação
MEC/SEED, em parceria com as secretarias de educação do DF, dos Estados e dos
Municípios
OBJETIVOS
Promover o desenvolvimento e o uso das novas tecnologias da comunicação e da
informação como ferramenta de enriquecimento pedagógico, visando:
• melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem;
•
propiciar uma educação voltada para o progresso científico e tecnológico;
1
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
•
preparar o aluno para o exercício da cidadania numa sociedade desenvolvida;
•
valorizar o professor
METAS INICIAIS
¾ Atender 7,5 milhões de alunos em 6.000 escolas
¾ Implantar 200 Núcleos de Tecnologia Educacional
¾ Capacitar 1.000 multiplicadores
¾ Capacitar 25.000 professores
¾ Formar 6.600 técnicos de suporte
¾ Preparar 16.500 dirigentes
¾ Instalar 105.000 computadores
¾ Interligar escolas e NTE
¾ Estruturar sistema de acompanhamento/avaliação
METAS ALCANÇADAS
¾ 4 milhões de alunos em 2.852 escolas
¾ 258 NTE implantados
¾ 1.419 multiplicadores capacitados
¾ 58.640 professores capacitados
¾ 303 técnicos de suporte formados
¾ 2.500 gestores
¾ 37.204 computadores instalados
¾ Sistema de acompanhamento/avaliação em fase de implementação
ESTRATÉGIAS
Articulação
ƒ CONSED: Diretrizes Gerais
ƒ
Estados/Municípios: Operacionalização
Adesão
2
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
ƒ Estado/Município: Programa Estadual/Municipal
ƒ Escola: Projeto Pedagógico
Descentralização
ƒ Coordenação Estadual
ƒ Núcleos de Tecnologia Educacional - NTE
Parceria
ƒ Comunidade Pedagógica
ƒ Comunidade Tecnológica
ƒ Universidades/Escolas Técnicas
Transparência
ƒ Debates Públicos
ƒ Divulgação: folder, Internet, documentação
ORGANIZAÇÃO
MEC/SEED
Secretaria de
Educação
(Est./Mun.)
DIED/ProInfo
Coordenação
ProInfo
CETE
NTE
Escolas
C E T E - Centro de Experimentação em Tecnologia Educacional
3
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
Localizado no edifício sede do MEC
Objetiva viabilizar a evolução harmônica das ações do ProInfo, mediante:
•
estabelecimento de redes
•
apoio aos NTE
•
divulgação de produtos
•
disseminação de informações
•
promoção do uso das novas tecnologias
NTE
Estrutura descentralizada de apoio ao processo de incorporação das novas
tecnologias nas escolas, onde educadores e técnicos em informática são responsáveis pelas ações de:
9 sensibilização e motivação;
9 apoio ao processo de planejamento;
9 capacitação e atualização;
9 assessoria pedagógica e suporte técnico;
9 acompanhamento e avaliação.
Norte:
24
Centro-Oeste:
26
Nordeste:
81
Sudeste:
87
Sul:
39
TOTAL DE NTE INSTALADOS: 258
4
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
ESCOLAS
Adesão
Condições de adesão:
¾ elaboração de projeto de uso pedagógico das novas tecnologias
¾ preparar instalação física
¾ capacitar professores
CAPACITAÇÃO
CLIENTELA
TIPO DE
CAPACITAÇÃO
Multiplicador
‰ Pedagógica
Professor
‰ Técnica
Técnico de
Suporte
‰ Gerencial
Gestor
5
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
ESTRATÉGIA
Professor capacitando professor
Universidades
Formadores
NTE
Multiplicadores
Escolas
Professores
EQUIPAMENTOS
DIRETRIZES
¾ Compra centralizada para garantir melhores preços
¾ Compatibilidade com o padrão IBM/PC, dominante no mercado nacional
¾ Tecnologia robusta, para aumentar o tempo de vida útil
¾ Garantia de funcionamento total por 5 anos
¾ Interligação em rede e à Internet
¾ Instalação de laboratórios nas escolas para permitir o acesso de mais alunos e
facilitar o uso pela comunidade
6
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
PROGRAMA NACIONAL DE
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
• Telefone: (55-61) 410-8961
• Fax: (55-61) 410-9182
• e-mail: [email protected]
• Sites:
http://www.mec.gov.br/seed/proinfo
http://www.proinfo.gov.br
Programa Nacional de Informática na Educação – seu desenvolvimento e situação
atual
CURRÍCULO
Cláudio Francisco de Souza Salles
Principais cursos:
• Engenheiro de Minas pela Universidade Federal do Rio Grande Sul – UFRGS
• Professor do Ensino Técnico Licenciado pela Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul – PUCRGS
• Especialista em Supervisão do Ensino de 3o Grau pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul – UFRGS
• Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental pela Escola Nacional
de Administração Pública – ENAP
Últimas funções:
• Coordenador de Informática do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA
• Gerente do Projeto de Informatização do IBAMA (projeto e implantação da Rede
Nacional de Computadores do IBAMA, parte do Programa Nacional do Meio
Ambiente – PNMA)
• Assessor do Secretário Executivo do Ministério da Educação e do Desporto MEC
• Diretor do Programa Nacional de Informática na Educação - PROINFO
7
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
Rafael Sanches Montoya
A lo largo de los últimos años, distintos gobiernos autónomos del Reino
de España han puesto en marcha proyectos e investigaciones sobre el uso de
las nuevas tecnologías por parte de los estudiantes con necesidades
educativas especiales. Estas iniciativas se presentarán estructuradas en 3
apartados: Atención Temprana, Integración escolar, Apoyo al profesorado y
Transición de la escuela al mundo laboral. Como marco general se toman las
orientaciones y trabajos de la “Agencia Europea para el Desarrollo de la
Educación Especial” financiado por todos los países de la Unión Europea”.
1
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
Painel: Apoio Empresarial ao Desenvolvimento de Projetos com o Uso das
tecnologias de Informação e Comunicação na Educação Especial.
Dulcejane Souza Vaz
Súmula:
O texto propõe apresentar uma proposta inovadora de como uma fundação empresarial pode contribuir para a inclusão social de pessoas portadoras de deficiência através de
02 eixos básicos: produção e disseminação do conhecimento e apoio ao desenvolvimento
de novas tecnologias que atuem como soluções para a inserção social desse universo.
Duas premissas nortearam a construção desta proposta:
a) a inclusão/integração somente ocorre com a produção do conhecimento e com
uma ampla divulgação das informações geradas;
b) uma mudança sustentável da realidade exige que as intervenções sociais sejam
planejadas e implementadas na escala em que o problema se apresenta.
Apresentação:
A Fundação Banco do Brasil está implementando um novo programa que visa contribuir para a inclusão social de grupos considerados vulneráveis, tendo com foco, no biênio
2002-2003, as pessoas portadoras de deficiência 1 .
Para se chegar a uma proposta compatível com a vocação da Fundação, o primeiro
grande desafio foi definir qual o modelo que atendesse as seguintes premissas: transformação sustentável da realidade social, promoção da cidadania e atuação na escala do problema.
A pergunta sempre presente em nossas buscas era: Como atuar na causa e fazer
diferença, sem sobreposição às ações do Governo e sociedade civil?
Foi nesse contexto, que desenvolvemos uma proposta inovadora de um programa
social, que rompe com o modelo tradicional de apoio financeiro direto às instituições de/
para portadores de deficiência ao propor investir na produção e disseminação do conhecimento, através de 05 pilares:
1. PESQUISA - para dimensionar e qualificar o universo dos portadores de deficiência, incentivar uma rede permanente de pesquisadores do tema, bem como
subsidiar novas políticas públicas;
2. CONSELHOS DE DIREITO - para incentivar a implantação de conselhos estaduais e municipais de pessoas portadoras de deficiência e fortalecê-los, tendo como
pressuposto básico que o tema deficiência é um eixo transversal a todos os demais conselhos de direito;
1 Neste texto, adotamos o mesmo conceito ampliado aplicado pelo Censo Demográfico 2000 para definição de pessoas
portadoras de deficiência, que inclui também diversos graus de incapacidade de enxergar, ouvir, locomover-se. Este
conceito é compatível com a International Classification of Functioning Disability and Health (2001) divulgada pela Organização Mundial de Saúde.
1
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
3. CAMPANHA EDUCATIVA - para contribuir para a redução do preconceito e a
desinformação da sociedade, desvinculando deficiência de incapacidade;
4. GUIA SOBRE DEFICIÊNCIA - para contribuir para a universalização do acesso
aos diversos serviços e informações sobre saúde, educação, legislação, orientação familiar e acessibilidade.
5. PROJETOS-LABORATÓRIO – para incentivar o desenvolvimento e a disseminação de tecnologias que sejam promotoras de inclusão social.
Diante do exposto, podemos afirmar que o Programa Diversidade apresenta 02
eixos básicos: informação e projetos-laboratório.
Mas, por quê investir primeiro em um projeto de pesquisa?
Impossível pensar num projeto que propõe trabalhar o conhecimento que não considere uma proposta de pesquisa como ponto de partida. Notou-se uma necessidade enorme de saber: Quantos são? O que fazem? Qual o nível de escolaridade? Qual o nível de
acesso aos serviços públicos? Qual o nível salarial? Qual a sua relação com os familiares?
Que políticas de incentivo existem para inclusão desse universo? A política de cotas é mesmo eficaz? E inúmeras outras questões que carecem de respostas, críticas e consolidação.
Poder-se-ia argumentar que o Censo Demográfico 2000 é capaz de responder a
todas essas questões ou, então, propor uma pesquisa de campo específica para o assunto.
Mas uma pesquisa de campo implica em custos elevados e, como pouco se sabe sobre o
perfil desse universo, a chance de realizar um investimento dispendioso e de pouca eficácia
é muito grande. Além disso, o IPEA, o IBGE e a CORDE, em reuniões sobre o assunto,
mostraram-nos que, no País, existe um volume considerável de dados sobre a deficiência.
Para ilustrar, o primeiro Censo do Brasil (Inquérito de 1872) já apresenta dados sobre deficiências sensoriais. O que carecemos é de organizar esse estoque de informações, cruzar
os diversos bancos de dados, interpretar os números e disponibilizá-los para a sociedade
de forma objetiva, amigável e acessível.
Este é primeiro desafio do Diversidade: construir um “mapa do conhecimento sobre
a deficiência”, valendo-se dos diversos bancos de dados disponíveis: Censos Demográficos
de 1991 e 2000, PNADS, RAIS, CAT, LOAS, entre outros.
E, para isto, estamos realizando uma pesquisa intitulada ”Retratos da Deficiência
no Brasil”, que abrange duas dimensões:
1 - Estatística - cujos objetivos específicos são:
9 traçar o perfil do universo dos portadores de deficiência;
9 elaborar banco nacional de dados;
9 levantar questionamentos, ainda não contemplados nos censos, que permitam
melhor identificação do perfil do universo das pessoas portadoras de deficiência;
9 elaborar conjunto de sugestões para subsídios a novas políticas públicas
2
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
2 - Bibliográfica – cujos objetivos específicos são:
9 levantar informações da produção acadêmica sobre deficiência, publicadas no
Brasil entre 1990-2001;
9 disseminar e democratizar o acesso às fontes de informação;
9 incentivar novos estudos sobre o tema.
Os produtos esperados desse projeto são 03:
9 cadastro nacional em CD ROM;
9 Monografia “Retrato da Deficiência no Brasil”,
9 Bibliografia “Estudos sobre a Deficiência no Brasil”.
A execução do projeto de pesquisa está sob a responsabilidade do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas – RJ e a data estimada para a conclusão dos
estudos e divulgação dos resultados é fevereiro de 2003.
A respeito do segundo eixo do nosso Programa - Projetos-Laboratório - estamos
agora em busca de identificar potenciais tecnologias que poderiam receber o apoio da Fundação Banco do Brasil para o seu desenvolvimento, validação e divulgação como soluções
promotoras de inclusão social de pessoas portadoras de deficiência, seja na área de educação, saúde, trabalho, entre outras.
Uma vez que o exercício da cidadania somente se materializa com a consciência de
que somos sujeitos detentores de direitos, investir no desenvolvimento humano é fundamental
para uma mudança sustentável da realidade, assumindo a área de tecnologia da informação
papel fundamental para a democratização do conhecimento e, por conseqüência, da inclusão
social.
Por outro lado, não basta disponibilizar novas ferramentas para educação, é necessário romper os muros existentes - e às vezes invisíveis - e viabilizar que o processo educacional ocorra num ambiente inclusivo e plural, onde pessoas, com necessidades especiais
ou não, compartilhem experiências, saberes e aprendam mutuamente, ainda que esta proposta seja um grande desafio para garantir a todos indivíduos a apropriação do conteúdo
básico que a escolarização deve proporcionar.
Por fim, coloco-me à disposição para sugestões e comentários, informando o nosso
site: www.cidadania-e.com.br e nosso e-mail [email protected].
3
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
DADOS PESSOAIS
DULCEJANE DE SOUZA VAZ
SQSW 100, Bloco B / apto. 311 – Sudoeste – 70067-012 - Brasília (DF)
Fones: (61) 341.1431 / 9637-8611
CARGO ATUAL:
Diretora da Fundação Banco do Brasil, responsável pela gestão de projetos na área
de saúde e assistência social, entre eles:
• Criança e Vida, que promove ações para combater a mortalidade infantil por
câncer;
• Diversidade, que busca promover a inclusão social da pessoa portadora de deficiência;
• Justiça Itinerante, que propõe ampliar o acesso das comunidades de baixa renda
aos serviços jurisdicionais;
• articulações com governo, empresas privadas e organizações do terceiro setor,
para viabilização de ações integradas para o desenvolvimento social sustentável.
FORMAÇÃO ACADÊMICA
1998 - Especialização em Finanças Para Gerência e Desenvolvimento de Negócios
– FEA/USP.
1991 - Bacharel em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais – Belo Horizonte (MG).
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
Out/99 - Fev/ 01 – MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL
Secretaria de Previdência Social – SPS- Cargo: Chefe de Gabinete
Coordenação de projetos relacionados à formulação de políticas públicas para a
área de previdência, relacionamento com organismos internacionais (FMI, Banco Mundial,
BID, CEPAL), organização de eventos, gerenciamento de equipe administrativa, destacando-se:
• Gerente Técnica da SPS para o programa de empréstimo junto ao Banco Mundial, destinado à modernização do sistema previdenciário brasileiro;
• Coordenação do Workshop “Previdência, Assistência Social e o Combate à Pobreza” – março/2000, em Brasília;
4
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
• Coordenação do “I Fórum de Dirigentes de Fundos Estaduais de Previdência” –
junho/2000, Rio de Janeiro;
• Coordenação do Seminário Internacional “Reforma da Previdência: Tendências e
Perspectivas”, dez/2000, no Rio de Janeiro.
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL – BANCO DO BRASIL
1998/Set/99 – UNIDADE ESTRATÉGICA DE NEGÓCIOS COM O GOVERNO DF
Cargo: Analista Sênior
Prospecção de mercado e desenvolvimento de produtos e serviços customizados
para estados, municípios e empresas públicas, elaboração de diretrizes e estratégias para o segmento de Governo e responsável pela condução dos seguintes
projetos:
• estratégias para a implementação de fundos de previdência para servidores públicos;
• linhas de crédito para a modernização da gestão pública;
• alternativas para o equilíbrio fiscal dos estados e municípios.
1995/98 – UNIDADE ESTRATÉGICA DE NEGÓCIOS INTERNACIONAIS - SP
Cargo: Assessora
Estruturação e negociação de Operações Comerciais de Trade Finance (Importação e Exportação) e Financeiras da Área Internacional, relacionamento com
o mercado, Organismos Internacionais e Agências Oficiais de Crédito.
1993/94 – DEPARTAMENTO DE NORMAS DE CÂMBIO/COMÉRCIO EXTERIOR DF
Cargo: Assessora
Análise e condução de operações comerciais, financeiras e câmbio
manual
(taxas livres e flutuante), assessoria às agências internas e externas para assuntos relativos ao câmbio e comércio internacional.
1988/92 – Agência BELO HORIZONTE - CENTRO (MG)
5
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
Cargo: Operadora de mercado de câmbio
Responsável pela negociação e contratação de operações comerciais,
financeiras e interbancárias.
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL (OUTRAS)
1998/1999 - Instrutora do Curso “Gestão de Negócios Internacionais”, Banco do
Brasil.
1997/1998 - Professora do módulo “Práticas de Comércio Exterior” – no curso de
pós- graduação da Faculdade Álvares Penteado -SP.
1996/1998 - Idealizadora e professora dos Cursos “Operações de Câmbio e Comércio Exterior” e “Negócios na Área Internacional”, Centro de Formação Profissional Sindicato dos Bancários do Estado de São Paulo.
6
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
VISUAL INFO
INFORMÁTICA PARA
PORTADORES DE DEFICIÊNCIA VISUAL
Nivaldo Tadeu Marcusso
AGENDA
• A Fundação Bradesco
• A Origem do Projeto
• A Tecnologia
• A Implantação e o Atendimento
• Evolução do Projeto
• Demonstração
HISTÓRICO
A Fundação Bradesco, entidade sem fins lucrativos, fundada em 1956 por Amador
Aguiar, declarada de utilidade pública federal em 30.7.1981, com o objetivo de proporcionar
educação e profissionalização às crianças, jovens e adultos, sobretudo para os mais carentes.
A primeira escola foi inaugurada em
29.6.1962, na Cidade de Deus,
em Osasco, com 300 alunos
e 7 professores.
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III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
HISTÓRICO
Hoje são 38 escolas (incluindo 2 Internatos), com previsão de atendimento em
2002 para mais de 103 mil alunos, em 25 Estados brasileiros e no Distrito Federal.
A 39ª escola já está
em construção
no Estado de Roraima.
PROJETO EDUCACIONAL DA
FUNDAÇÃO BRADESCO
Norte
Boa Vista/RR (em construção)
Cacoal/RO
Canuanã/TO
Conceição do Araguaia/PA
Macapá/AP
Manaus/AM
Paragominas/PA
Rio Branco/AC
- Formado em engenharia eletrônica, com MBA em Conhecimento, Tecnologia e Inovação e
especialização em Tecnologia Educacional. Experiência de 15 anos nas áreas de informática,
tecnologia educacional e segurança da informação, com especialização e visitas às Universidades UNED, Harvard, MIT, Bentley, IGNOU e outras.
Atualmente é o responsável pelo Departamento de Tecnologia Educacional e de Informação da Fundação Bradesco.
2
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
PROGRAMA LUZ DAS LETRAS
“DELETANDO O ANALFABETISMO”
“Uma proposta educacional na qual a principal mídia é o computador, o professor é um mediador e o aluno um colaborador ativo. A ênfase
educacional é a leitura por meio do pensamento crítico, avaliando a interpretação, interagindo continuamente, numa relação sinergética entre
tecnologia e abordagem de ensino. Software com interface didático-pedagógica, desenvolvido para a educação de jovens, adultos e idosos.”
A proposta é educar para conscientização, alfabetizando pelo computador e reduzindo o “digital divide”. O Programa, inicialmente concebido Simone Flauzino
para atender a um requisito básico de direitos humanos, tal como foi desenhado acabou
colateralmente por atender a outro princípio do Global Compact: “desenvolver iniciativas
para promover maior responsabilidade ambiental”. Projetado para utilizar micro computadores Pentium 100, que são considerados sucata tecnológica e muitas vezes retornam à natureza como resíduo, o Luz das Letras concede um uso nobre a tais equipamentos. Além
disso, o programa reduziu a necessidade do uso de papel em cerca de 90%, eliminando o
uso de livros e apostilas, que são substituídos pelo próprio software e pela pesquisa na
Internet. O programa também minimizou o consumo per capita de energia, ao reduzir a 1/6
o tempo necessário para a alfabetização. Apesar da energia consumida com as máquinas,
o efeito compensatório pela redução da carga horária e os horários alternativos que o projeto
INFRA-ESTRUTURA
Verifica-se em todos os Estados brasileiros a existência de infra-estrutura adequada e disponível para a implantação do programa, tanto na Copel e em outras centrais elétricas,
quanto em escolas municipais e estaduais, instituições, associações civis e religiosas e
ONGs. Além disso, a facilidade de obtenção de mais equipamentos é grande pela
disponibilização de equipamentos pelas empresas em função da atualização do parque
de informática.
LABORATÓRIOS
Cada sala de aula será equipada com 5 estações de instrução, uma estação do
professor e uma impressora jato de tinta. Todos os equipamentos de informática estarão
ligados em um Rede Local Windows 95, no qual a estação do professor será de arquivos e
servidor de impressão.
Todos os computadores deverão possuir as mesmas características de hardware,
conforme configuração já mencionada.
A configuração recomendada do microcomputador da estação do professor será a
seguinte: Pentium II 333 MHz; RAM 64 MB; HD 4.0 GB; monitor policromático 15”; teclado;
mouse; placa de rede NE 2000; kit multimídia. Os softwares a serem instalados serão o
Windows 95 e o Luz das Letras.
A impressora poderá ser Desk Jet, com configuração de impressão de 600 dpi; 5 ppm.
os resultados
1
III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
Quantitativos, para a Comunidade e o Meio Ambiente
• 294 microcomputadores 486 DX2, que seriam sucateados, foram disponibilizados
pela Copel e estão sendo aplicados em período integral para bi-alfabetizar pessoas que estavam completamente à margem do conhecimento elaborado e culto, exigido pelo mundo das informações. Estas pessoas, antes, apenas limpavam ou transportavam estas máquinas;
• 139 microcomputadores entre 486 DX2 e Pentium 100, otimizados por instituições privadas e governamentais, estão sendo usados no projeto.
• Já foram poupadas aproximadamente 8,5 toneladas de papel, com base em uma
equação simples de consumo:
1 aluno do Luz das Letras consome 230g de papel para cumprir o 1º módulo
1 aluno no ensino regular consome cerca de 4,5 kg de papel para dar conta do
mesmo conteúdo
• 2.000 alunos estão sendo bi-alfabetizados nos Estados do Paraná, Santa Catarina,
São Pulo, Rio de Janeiro e Goiás. Praticamente todos já não são mais analfabetos absolutos e sabem se estão tomando o ônibus certo, ou comprando o item
que realmente querem no supermercado. Sua distribuição geográfica está demonstrada nos mapas a seguir:
Qualitativos, para a Comunidade e o Meio Ambiente
• MOTIVAÇÃO – Como todo trabalho é individualizado buscando o bem estar do
aluno, este sente-se valorizado, confiante, com senso de responsabilidade e com
segurança no que diz respeito à novidade. Seu comportamento se modifica comprovando a aprendizagem: ele passa a ter uma melhor qualidade de vida, pois
não se sente mais marginalizado. Sua auto-estima é recuperada e melhorada,
ele passa a desejar, a cada dia, explorar mais o computador em busca de melhoria
profissional e também apresenta avanços em seus relacionamentos sociais, pois
não tem mais vergonha de conversar e expor suas idéias. Há o estímulo à curiosidade (exploração do novo) e o fortalecimento da autonomia (tomadas de decisões, escolhas mais rápidas).
• EVASÃO – É praticamente nula devido ao estímulo e interesse da parte dos
orientadores e alunos. Devido a verdadeira troca de experiências e empatia da
inter e da intrarrelação social que há entre as duas partes, os alunos esperam
ansiosos pelo momento da aula. Há um sentimento de verdadeira confiança e
união que faz com que exista tranqüilidade em compartilhar a vitórias e possíveis
frustrações ocorridas durante o aprendizado
• O progresso e o interesse dos alunos é surpreendente. Eles buscam a todo momento novos questionamentos e desafios, devido ao foco que é dado aos conteúdos e a alta capacidade de concentração que o computador permite. O rendimento está superando as expectativas baseadas na prática do ensino tradicional
de alfabetização.
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III CONGRES
SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002
ONGRESSO
• O receio pela máquina é inexistente. O melhor de tudo é que temos alunos buscando informações e possibilidades de poder ter acesso ao computador fora dos
horários de aulas.
• Alunos que por motivo pessoal ou de serviço precisam faltar, quando retornam
conseguem participar das aulas sem atropelos ou frustrações, pois todo o trabalho é individualizado.
• Quando o aluno muda para outro laboratório, não há necessidade de adaptação.
Se ele estiver mais adiantado ele se sente seguro o suficiente para, inclusive,
auxiliar o professor, o que no ensino convencional seria uma falácia.
• Uma de nossas primeiras alunas, que era copeira, já pôde ser promovida a serviços administrativos, por que tem noções de informática. Outro, que iniciou no
projeto como zelador, hoje também exerce função administrativa.
• No primeiro módulo estão previstos conteúdos que norteiam e possibilitam a capacidade do letramento. No Projeto Piloto, constatamos que alunos que se enquadravam como analfabetos absolutos no nível pré-silábico, conseguiram ler
um texto escrito em caixa alta com 8 horas/aula e a média desse resultado pôde
ser detectada com 15 horas/aula, ou seja, a partir da 16ª aula, dos 35 alunos
envolvidos em dois laboratórios incubadores, somente 3 alunos ainda não haviam passado para o nível silábico.
RESULTADOS PARA A EMPRESA
Além da motivação interna, que deverá se refletir quantitativamente nas pesquisas
de monitoramento e anual de clima organizacional (junho e novembro, respectivamente), o
retorno intangível para a imagem da empresa junto a seus clientes já é sensível, principalmente no interior.
Dado o pioneirismo do projeto e o otimismo com os primeiros resultados, o investimento no projeto já praticamente se pagou, em termos da cobertura da mídia, local, regional
e até nacional já alcançada.
A. FORMAÇÃO ACADÊMICA
Graduação – Strito Senso - Engenharia da Produção: Mídia e Conhecimento –
UFSC - Florianópolis– 2001 / 2002
Graduação – Lato senso – Supervisão Avaliação e Planejamento – UNICENTRO
– Guarapuava – 1999 / 2000.
Graduação – Pedagogia – Habilitação em Administração – Faculdades Positivo –
Curitiba – 1988 / 1991.
Ensino Médio – Magistério com Educação Infantil – Divina Providência – Curitiba –
1985 / 1987.
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B. ATIVIDADES DIDÁTICAS
Cargo/função: Supervisora/ Pedagoga
Instituição: COPEL – Curitiba - PR
Tipo de atividade: Supervisão Pedagógica
Cargo/função: Professora
Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR – Curitiba - PR
Cargo/função: Professora
Instituição: Faculdade Opet – Curitiba - PR
Cargo/Função: Professora
Instituição/Local: Escola Colméia
Tipo: particular
Cargo/Função: Professora/Diretora
Instituição/Local: Escola Municipais e Creches de Curitiba
Tipo: Municipal
Cargo/Função: Professora/Supervisora
Instituição/Local: Escolas da Copel e Diretoria de Marketing
C. PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS
Case : Copel – Companhia Paranaense de Energia
Luz das Letras: O Passado e o Cibernético no Presente
Publicação pela USP na Estação Ciência
Inclusão Digital e a Sociedade do Conhecimento
Publicação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Revista Educação e
Movimento - AECPR
Uma Proposta Midiática de um Software para a Alfabetização de Jovens e Adultos
Publicação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Revista Educação e
Movimento - AECPR
Uma Nova Pedagogia desenhando a Nova Organização.
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