Projetos - Niee
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III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO FORMAÇÃO DE PROFESSORES, VIA INTERNET, NO USO DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL José Armando Valente Depto. Multimeios e Nied - Unicamp & Ced - PucSP Resumo José Armando Valente O artigo descreve as bases que fundamentam o trabalho de formação de professores no uso da informática na educação especial, como parte do Projeto de Informática na Educação Especial (PROINESP) da SEESP/MEC e FENAPAES. Esta formação foi totalmente a distância, via Internet, usando a abordagem do “estar junto virtual”. A interação via Internet permitiu a realização de atividades de formação bem como auxiliar os professores na implantação da informática em suas respectivas instituições. INTRODUÇÃO O Projeto de Informática na Educação Especial (PROINESP) da Secretaria de Educação Especial (SEESP) do Ministério da Educação, realizado em conjunto com a Federação Nacional das APAES (FENAPAES) teve como objetivo a implantação de infra-estrutura de tecnologias da informação e comunicação (TIC) nas instituições de educação especial e a formação dos professores destas instituições para o uso das TIC como parte das atividades de sala de aula. Este artigo descreve as bases que fundamentam o trabalho de formação de professores para o uso das TIC, que foi realizada totalmente a distância, via Internet. O curso de formação foi desenvolvido por docentes, pesquisadores do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED) da Unicamp e do Núcleo de Informática na Educação Especial (NIEE) da UFRGS. A interação via Internet permitiu aos pesquisadores “estarem junto” aos professores, auxiliando-os na realização das atividades de formação bem como na implantação da informática em suas respectivas instituições. O artigo descreve brevemente o que é a Internet, a abordagem de Educação a Distância (EAD) conhecida como o “estar junto virtual”, o curso de formação e os principais resultados alcançados. O QUE É INTERNET A Internet é uma extensa rede de redes de computadores. A rede mais básica pode ser constituída ao redor de um Provedor. Este provedor, geralmente é uma instituição que permite que computadores pessoais (p1, p2, ...) ou de outras instituições (inst1, inst2, ...) com suas redes locais de computadores (c1, c2,...) se conectem aos seus computadores, formando uma rede. Os provedores existentes ao redor do planeta (prov1, prov2,....), por sua vez, estão interligados, constituindo uma outra rede, denominada de Internet – interligação de redes, como mostrado na figura 1. 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Figura 1 – interligação de redes de redes de computadores, constituindo a Internet A Internet oferece diversas ferramentas de acesso à informação como correio eletrônico (e-mail), grupo de discussão (chat groups), recursos para transferência de arquivos (FTP ou File Transfer Protocol) que atualmente são integrados no Word Wide Web (WWW). A WWW é hoje a mais conhecida e disseminada ferramenta a ponto de as pessoas confundirem a Web com a Internet. O meio para tornar disponível uma informação na Web é via páginas Web. Cada indivíduo ou instituição pode criar suas páginas Web, armazenando-as no seu próprio computador ou nos computadores do provedor. Assim, a Internet e, principalmente a Web, cria verdadeiros desafios de ordem pedagógica. Ela pode contribuir tanto para armazenar e disseminar informação ou como meio para permitir que pessoas possam interagir e, com isto, trocar idéias, resolver desafios e construir novos conhecimentos. No entanto, é importante lembrar que a ênfase está no aspecto pedagógico do seu uso e não na Internet em si. USOS DA INTERNET NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Existem diferentes maneiras de se usar a Internet na Educação a Distância (EAD): a abordagem “broadcast”, a virtualização da sala de aula tradicional e o “estar junto virtual” (Valente, 2002). O que difere estas abordagens é o grau de interação entre o docente do curso e o aprendiz. Na abordagem “broadcast” a informação é enviada ao aprendiz, via Internet, e não existe nenhuma interação entre ele e o docente. Sem interação, fica difícil de saber se o aprendiz foi capaz de se apropriar da informação, convertendo-a em conhecimento. Na virtualização da sala de aula tradicional prevê-se um mínimo de interação entre o docente e o aprendiz. No entanto, a interação é semelhante ao que acontece em uma sala de aula presencial, em que o docente solicita um exercício ou uma tarefa que faça uso dos conceitos em estudo. O aprendiz realiza a tarefa e envia a resposta ao docente para que seja avaliada. Portanto, a interação pode se resumir a fazer uma pergunta e receber uma resposta. Certamente isto é insuficiente para entender se o aprendiz foi capaz de atribuir significado à informação disponível. O “estar junto virtual” envolve múltiplas interações no sentido de acompanhar e 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO assessorar constantemente o aprendiz para poder entender o que ele faz e, assim, propor desafios que o auxiliam a atribuir significado ao que está desenvolvendo. Estas interações criam meios para o aprendiz aplicar, transformar e buscar outras informações e, assim, construir novos conhecimentos. O acompanhamento do aprendiz e a atuação do docente do curso são feitos por meio da Internet e a interação estabelecida usa a rede para realizar um ciclo de atividades identificadas como descrição-execução-reflexão-depuração-descrição (Valente, 1999a). Para que a abordagem do “estar junto virtual” possa ser efetiva o aprendiz deve estar engajado na resolução de um problema ou na elaboração de um projeto. Em tais situações, se surgem dificuldades ou dúvidas, elas podem ser resolvidas com o suporte do docente, via rede. Isto significa que as trocas entre docente e aprendiz são contextualizadas pelo projeto que está sendo desenvolvido. O desenvolvimento do projeto e a presença virtual do docente permitem a criação de um ciclo de interações que não só ajuda na realização do projeto em si, mas também na geração de novos conhecimentos. Por meio do projeto o aprendiz pode agir, produzir resultados que podem servir como objeto de novas reflexões. Por sua vez, estas reflexões podem gerar outras indagações e problemas que devem ser compartilhados com outras pessoas a fim de encontrar meios de resolvê-los. Neste caso, o aprendiz pode enviar suas questões ou uma breve descrição do que está ocorrendo para que o docente reflita sobre elas e envie seu comentário por meio de um material para leitura ou por meio de outras questões que podem auxiliar o aprendiz a resolver suas dúvidas. O aprendiz recebe os comentários e tenta colocá-los em ação, o que, provavelmente, acaba gerando novas dúvidas, que podem ser resolvidas com o suporte do docente. Assim, estabelece-se um ciclo que mantém o aprendiz no processo de realizar atividades que até então não haviam sido pensadas, produzindo conhecimento a respeito de como desenvolver tais ações, mas agora com o suporte de especialistas. Assim, a Internet pode propiciar ao docente o “estar junto virtualmente” do aprendiz a fim de auxilia-lo no processo de construção de conhecimento. A figura 2 ilustra o “estar junto virtual”. 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Figura 2: Ciclo que se estabelece na interação aprendiz-docente no “estar junto” via Internet A FORMAÇÃO A DISTÂNCIA DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL A abordagem do “estar junto” virtual tem sido utilizada na formação de professores reflexivos, capazes de utilizar a informática em sua prática pedagógica (Prado & Valente, 2002). A formação de professores de educação especial tem os mesmos propósitos. Ela visa capacitar estes professores para que sejam capazes de usar as TIC integradas às atividades de sala de aula, permitindo, por sua vez, que seus alunos possam usar estes recursos para construir conhecimento. Esta formação deve fornecer condições para que o professor construa diferentes tipos de conhecimentos, que estão inter-relacionados e que não acontecem necessariamente de modo seqüencial e estanque como apresentados a seguir: - Entender os potenciais das TIC como recurso para resolução de tarefas e construção de novos conhecimentos. Isto acontece quando o professor usa diferentes software para resolver diversas tarefas, sendo que cada uma destas experiências é utilizada como objeto de reflexão, permitindo a ele entender como está aprendendo e qual o papel da informática no processo de construir o conhecimento; - Saber utilizar as TIC em atividades pedagógicas. Isto implica dois tipos de conhecimentos. Um, sobre como a informática pode ser usada na elaboração de projetos envolvendo conceitos disciplinares. Outro, sobre como interagir com o aluno e orientá-lo no desenvolvimento de projetos que tenham sentido para ele, proporcionando o prazer e o desafio no processo de aprender. O trabalho com projetos possibilita a transição de um sistema fragmentado de ensino para uma abordagem integradora de conteúdos e interdisciplinar. A interação com alunos possibilita ao professor aprender como criar condições para promover a construção de conhecimento, bem como, saber equacionar as necessidades e os interesses de seus alunos com os objetivos pedagógicos que se dispõe a atingir; - Saber atuar no contexto da sua comunidade escolar. Para tanto, o professor deve vivenciar experiências que contextualizam o conhecimento que ele constrói durante sua formação para a sua realidade de sala de aula e do ambiente de trabalho. O contexto da escola e a prática do professor são aspectos constituintes das atividades de formação. Sem esta contextualização, o professor não tem condições de superar barreiras de ordem administrativa e pedagógica e, portanto, de reconstruir a sua prática. Além disto, o contexto permite a construção de um conhecimento localizado que poderá ser ampliado à medida que este conhecimento é descontextualizado para outras situações semelhantes. - Compreender a sua atuação. Isto implica desenvolver autonomia para relativizar, preservar, redimensionar e transformar os aspectos constituintes da prática pedagógica. Para isto é fundamental que o professor em formação vivencie também o momento da descontextualização. Este momento permite ao professor transcender uma compreensão localizada na sua sala de aula para uma compreensão mais global e profunda, relacionada com princípios e propósitos norteadores do trabalho educacional. Nesta perspectiva, a formação não pode restringir-se à passagem de informações sobre o uso pedagógico da informática. Ela deve acontecer contemplando o cotidiano do professor, de modo que a experiência no uso da informática na sua prática pedagógica seja tratada como objeto de reflexão e de construção de novos conhecimentos. Estas foram as 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO bases do curso Proinesp. 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO CURSO DE FORMAÇÃO PROINESP O “Curso de Formação de Professores, a Distância e em Serviço, em Informática na Educação Especial” ou Curso de Formação Proinesp, a teve como objetivos: a) Formar, em serviço e via Internet, os professores de instituições de educação especial no uso pedagógico das TIC; b) Auxiliar os professores na implantação, nas respectivas instituições, de atividades de uso das TIC, integradas às atividades curriculares que desenvolvem. O curso visou a formação de professores de instituições de Educação Especial que participaram do Projeto Proinesp, aqui denominado professor em formação. Estas instituições já tinham instalado os laboratórios de informática e a Internet. De cada instituição foram escolhidos quatro professores, não necessariamente com conhecimentos sobre informática, porém com interesse em aprender sobre como usar as TIC em suas práticas de sala de aula e dispostos a disseminar o uso das TIC na instituição, criando condições para que outros colegas pudessem adquirir estes conhecimentos (efeito multiplicador). Para poder participar do curso era fundamental que o professor em formação tivesse no mínimo 20 horas por semana para se dedicar às tarefas do curso e estivesse atuando em sala de aula. Como tarefas do curso, o professor em formação desenvolveu projetos individuais usando as TIC e leituras para discussões coletivas, planejou e realizou atividades práticas de uso das TIC com alunos, e relatou os resultados dos projetos individuais e com seus alunos. Os resultados dos projetos eram discutidos pelo docente ou pelos colegas do curso e, com isto, o professor em formação recebeu o suporte necessário – prático ou teórico – para poder dar continuidade e melhorar os diferentes projetos que desenvolveu. Desta maneira, ele tinha a oportunidade de vivenciar situações que permitiram a construção de seu conhecimento contextualizado na realidade da sua sala de aula e/ou de sua instituição. O Curso de Formação Proinesp foi realizado duas vezes, sendo o Proinesp I em 2000 e o Proinesp II em 2001. Ambos consistiram de 210 horas de atividades, sendo 90 horas presenciais e 120 horas a distância, divididas em seis disciplinas. Estas duas partes do curso podem ser descritas como: Atividade presencial Tanto no Proinesp I quanto no Proinesp II o objetivo desta atividade foi a de propiciar aos professores em formação a familiarização com as TIC, de modo que pudessem usálas na realização de atividades a distância, via Internet. Foram previstas 90 horas de atividades presenciais, realizadas nos Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE) do Proinfo (nas localidades em que existiam NTE instalados) ou em empresas locais que prestam serviços de capacitação em informática (o Projeto previu uma verba para cobrir estes gastos). A parte presencial do curso consistiu de oficinas onde foram abordados os seguintes conteúdos: • Introdução ao Windows (30h): domínio da função Iniciar, ações básicas do Windows 1 O TelEduc ‚ um ambiente de suporte para o ensino e aprendizagem a distƒncia, desenvolvido no N£cleo de Inform tica Aplicada … Educa‡Æo (NIED) em parceria com o Instituto de Computa‡Æo ambos da Unicamp (http://hera.nied.unicamp.br/ teleduc) 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Explorer, Programa de compactação (por exemplo: Winzip) e Vírus e antivírus; • Introdução ao Word (30h): elaboração de textos no Word, domínio das funções de Arquivo do Word, e compreensão das principais funções do Editar, do Exibir, do Inserir, do Formatar e das Ferramentas do Word; • Introdução à Internet (30h); domínio de funções básicas do Browser Explorer, envio e recebimento de mail com arquivos attachados e download de arquivos em PDF. Atividades à distância O Proinesp I e o Proinesp II abordaram o mesmo conteúdo com algumas diferenças em termos de disciplinas. Nesta parte do curso os professores em formação, foram divididos em turmas de aproximadamente 23 participantes cada. Cada turma contou com um docente e um monitor que acompanharam a realização das atividades em todas as disciplinas. Os professores em formação, usaram os recursos disponíveis nos laboratórios montados nas respectivas instituições, acessaram a Internet e por intermédio do ambiente de educação a distância, TelEduc1 , interagiram com o docente e o monitor da sua respectiva turma. Por intermédio do Teleduc puderam realizar ações como: enviar e receber e-mails, participar de grupos de discussão e chats, receber tarefas e enviar seus resultados, receber orientações a respeito das atividades a serem desenvolvidas com os alunos e sobre como implantar a informática em sua instituição. Nas atividades a distância foram enfatizadas a integração de diferentes conteúdos computacionais e pedagógicos no trabalho que os professores em formação desenvolveram no seu projeto individual ou no projeto que seus alunos realizaram. As disciplinas e respectivos conteúdos abordados no Proinesp I e no Proinesp II foram: Proinesp I • Introdução à linguagem e metodologia Logo (30h): uso da dinâmica de programação para refletir sobre uma experiência de aprendizagem pessoal, e para redimensionar esta reflexão para o processo de aprendizagem de alunos com necessidades educativas especiais; desenvolvimento de conceitos como definição de procedimentos, iteração, manipulação de objetos, som e figuras, e animação; • Word pedagógico (30h): uso do Word integrado com outros software, no desenvolvimento de projetos pedagógicos relacionados aos diferentes assuntos curriculares que os professores em formação desenvolvem com seus alunos em sala de aula; • Discussão de interfaces para deficientes (10h): análise e discussão sobre tecnologias adaptativas/assistivas, exploração de leituras, navegação em sites específicos e manuseio de interfaces disponibilizadas (em rede e pelo curso), possibilitando sua utilização com alunos especiais, observadas as devidas adequações e necessidades; 7 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO • Introdução à Internet e seu uso pedagógico (20h): apropriação e exploração de recursos da Internet, navegação em sites relacionados com educação especial, criação de páginas simples, e vivência de interações síncronas como recurso pedagógico; • Elaboração de projeto pedagógico (30h): trabalho em grupo, envolvendo os quatro professores de cada entidade, para desenvolver um projeto pedagógico para dar continuidade ao trabalho de informática na sua respectiva instituição. A elaboração deste projeto é acompanhada pelos docentes e colegas no sentido de reflexão coletiva sobre o problema escolhido, a abordagem, a viabilidade, e soluções alternativas. Proinesp II • Discussão sobre interfaces para deficientes (10h): análise/discussão sobre tecnologias adaptativas/assistivas, exploração de leituras, navegação em sites específicos e manuseio de interfaces disponibilizadas (em rede e pelo curso), possibilitando sua utilização com alunos especiais, observadas as devidas adequações e necessidades; • Uso pedagógico da Internet (40h): apropriação e exploração de recursos da Internet, navegação em sites relacionados com educação especial, criação de páginas simples, exploração de ferramentas para avaliação de acessibilidade de páginas web, exploração e vivência de interações síncronas como recurso pedagógico; • Análise de software educacional (10h): análise de software desde os mais direcionados como os tutoriais, até as ferramentas abertas, passando por software de simulação e de exploração de assuntos específicos, procurando sempre levar em consideração o propósito educacional estabelecido no trabalho com alunos e na avaliação da aprendizagem; • Introdução à linguagem e metodologia Logo (30h): uso da dinâmica de programação para refletir sobre uma experiência de aprendizagem pessoal, e para redimensionar esta reflexão para o processo de aprendizagem de alunos com necessidades educativas especiais; desenvolvimento de conceitos como definição de procedimentos, iteração, manipulação de objetos, som e figuras, e animação; • Integração de diferentes software em projetos pedagógicos (20h): desenvolvimento, por cada professor em formação, de um projeto pedagógico utilizando um ou mais software com um ou mais alunos, colocando em ação os seus conhecimentos adquiridos e criando situações para a reflexão sobre os resultados obtidos; • Elaboração de projeto pedagógico (10h): trabalho em grupo, envolvendo os quatro professores de cada entidade, para desenvolver um projeto pedagógico 2 Esta avaliação presencial foi realizada somente com os participantes do Proinesp II, seguindo as normas em vigor na Unicamp para cursos de extensão. 8 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO para dar continuidade ao trabalho de informática na sua respectiva instituição. A elaboração deste projeto é acompanhada pelos docentes e colegas no sentido de reflexão coletiva sobre o problema escolhido, a abordagem, a viabilidade, e soluções alternativas. Acompanhamento e avaliação dos participantes do curso As atividades dos professores em formação foram acompanhadas pelos docentes e monitores do curso. Semanalmente era elaborado um relatório relativo à participação do professor em formação e este relatório era disponibilizado no ambiente TelEduc para que ele pudesse acompanhar o seu desempenho. Este tipo de acompanhamento permitiu uma avaliação contínua de cada participante. Assim, a performance de cada professor em formação foi avaliada com base na: a) Acompanhamento contínuo do professor em cada uma das disciplinas. Esta avaliação contínua foi feita pelo docente do curso com base na participação individual do professor, observando se foram cumpridos os objetivos estabelecidos em cada disciplina e na qualidade dos trabalhos realizados; b) Avaliação presencial que o professor em formação realizou, sob supervisão do diretor da sua instituição. Esta avaliação consistiu de uma atividade escrita que o professor realizou na presença do diretor, em seguida enviada pelo diretor, via correio, para o docente do curso2 . A avaliação final do professor em formação foi composta de 70% da avaliação contínua e 30% da presencial. Foi considerado aprovado quem realizou 85% das atividades solicitadas e obteve média final igual ou maior do que 7 (sete). Seminário presencial Após o término do curso a distância foi realizado o Seminário sobre Informática na Educação Especial Proinesp, envolvendo representantes da SEESP, da FENAPAES, docentes do curso e professores das instituições participantes do Proinesp. O seminário presencial teve três objetivos. Primeiro, reunir presencialmente os diferentes elementos participantes do Projeto Proinesp para que se conhecessem. Segundo, permitir que os professores pudessem apresentar sua instituição e mostrar o trabalho de informática na educação que estava sendo desenvolvido pelos professores formados. Com base nos trabalhos apresentados auxiliar os professores na melhoria dos mesmos e na disseminação da informática na instituição. Durante o Seminário eram discutidas com os professores as estratégias que eles adotariam na criação de ações de formação de seus colegas para que pudessem se apropriar das TIC e usa-las com seus respectivos alunos. Terceiro, apresentar ou demonstrar alguns software ou resultados de pesquisa que pudessem ser utilizados com diferentes populações de alunos com necessidades educacionais especiais como, por exemplo, recursos computacionais disponíveis para alunos cegos. A condição para que os professores pudessem participar do Seminário era a elaboração de uma apresentação sobre o que estava sendo realizado em termos de informática na educação, tanto com alunos quanto em termos de ações de formação de professores na instituição. 9 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO PRINCIPAIS RESULTADOS O Proinesp I foi desenvolvido por docentes do NIED da Unicamp em duas fases: a primeira fase, de nove semanas, de 08 de maio a 07 de julho de 2000, e a segunda fase, de três semanas, de 18 de setembro a 03 de outubro de 2000. Atendeu quarenta (40) instituições, sendo vinte e oito (28) APAEs, dez (10) Pestalozzis, o INES e o IBC. Foram matriculados no curso 156 professores destas instituições, divididos em 7 turmas, sendo que cada uma tinha aproximadamente 23 participantes. Do total de professores que iniciaram o curso, 132 foram aprovados, 12 foram reprovados e 12 professores, de três instituições, não conseguiram acompanhar o curso por danos na rede local da escola ou no acesso à Internet. Considerando o número de professores que acompanharam o curso (144), 91,6% foram aprovados e 8,4% reprovados, sendo que o aproveitamento global do curso foi de 84.6% – considerando o número de professores que iniciaram o curso (156) e os que foram aprovados (132). O Seminário do Proinesp I foi realizado no período de 3 a 6 de outubro de 2000, em Brasília. Compareceram professores de 22 APAEs, de 5 Pestalozzis e do INES, que apresentaram trabalhos desenvolvidos por alunos e/ou propostas de ações de formação de colegas da instituição. O Proinesp II foi desenvolvido por docentes do NIED da Unicamp e do NIEE da UFRGS ao longo de 12 semanas, de 03 de setembro a 23 de novembro. Atendeu noventa e cinco (95) instituições, sendo setenta e cinco (75) APAEs, nove (9) Pestalozzis, três (3) Associações, três (3) Centros de Educação Especial e cinco (5) Institutos. Foram matriculados no curso 389 professores destas instituições, divididos em 17 turmas, sendo que cada uma tinha aproximadamente 23 participantes. Do total de professores que iniciaram o curso, 344 foram aprovados, 34 foram reprovados e 11 professores, de quatro instituições, não conseguiram acompanhar o curso por danos na rede local da escola ou no acesso à Internet. Considerando o número de professores que acompanharam o curso (378), 91,0% foram aprovados e 9,0% reprovados, sendo que o aproveitamento global do curso foi de 88,4% – considerando o número de professores que iniciaram o curso (389) e os que foram aprovados (344). O Seminário de Proinesp II foi realizado no período de 28 a 30 de novembro, em Fortaleza. Participaram deste evento 121 professores de 72 instituições. Eles apresentaram trabalhos de alunos ou de formação de professores da instituição na forma de pôsteres. Estes trabalhos foram comentados individualmente por ocasião da visita aos stands da mostra do pôster e em sessão plenária, procurando destacar temas ou aspectos interessantes de cada um, com o objetivo de melhora-los ou servir de exemplo de ações que poderiam ser utilizados em outras instituições. Os principais resultados e uma visão geral do Proinesp II pode ser encontrado no site http://www.nied.unicamp.br/~proinesp. DISCUSSÕES As atividades de formação a distância realizadas no Projeto Proinesp permitiu que docentes dos centros de pesquisa pudessem estar junto virtualmente dos professores das instituições de educação especial, auxiliando-os no processo de domínio de diversos co10 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO nhecimentos, como sobre as TIC, sobre o uso pedagógico destes recursos, sobre o desenvolvimentos de projetos e sobre a implantação da informática na educação na instituição. Neste sentido, vale a pena mencionar três resultados importantes: primeiro, o grau de aproveitamento do curso; segundo, o fato de o curso, além de auxiliar na formação dos professores, ajudar a implantar um serviço na instituição; terceiro, a constatação de que o Projeto não procura somente implantar na instituição a informática, mas mudanças de ordem pedagógica que são passíveis de serem realizadas graças à presença das TIC. Tanto o Proinesp I quanto o Proinesp II teve um grau de aproveitamento bom, considerando o fato de o curso ter sido a distância e acontecer em serviço. Isto se deve a uma série de compromissos que o professor em formação assume ao fazer parte do curso. Primeiro, o curso é parte de um projeto de implantação da informática na escola. Além da instalação do laboratório de informática na instituição, quatro professores devem ser formados não só para realizar atividades de uso das TIC na sua prática como auxiliar a formação de colegas da instituição. Segundo, o curso exige que o professor em formação trabalhe com alunos. Esta atividade, além de servir para o professor aprender como integrar as TIC em sua prática pedagógica serve também para revelar importantes habilidades que os alunos com necessidades educacionais especiais têm e que não eram conhecidas. Foi muito comum durante o curso e, mesmo durante o Seminário, os professores em formação mencionarem que estavam surpresos com o fato de certos alunos estarem realizando por intermédio das TIC atividades que jamais haviam sido feitas. Isto constituiu em um importante incentivo para o professor em formação continuar o curso, mesmo reconhecendo que havia alguma dificuldade com o assunto, com o fato de não estar familiarizado com cursos a distância ou de não ter tempo suficiente para estudar e continuar a trabalhar. Um outro subproduto do curso foi o fato de o professor em formação estar usando o laboratório de informática da instituição. Embora o laboratório tenha sido instalado, isto não significa necessariamente que pode ser usado. Em muitas instituições, por questões diversas, a direção ou mesmo os funcionários, acaba mantendo o laboratório fechado ou dificultando seu uso. Como o curso demanda que o professor em formação use este laboratório nas atividades com os alunos e na formação de seus colegas, diversas idiossincrasias são solucionadas para que o laboratório seja usado. Com isto, as TIC passam passa a ser utilizadas pelos alunos e gradativamente a instituição vai se apropriando da informática, incorporando-a nas atividades que professores e alunos realizam em sala de aula. Finalmente, a Informática na Educação Especial que está sendo implantada nas instituições enfatiza o fato de o professor de sala de aula ter conhecimento sobre os potenciais educacionais das TIC e ser capaz de alternar e integrar, adequadamente, atividades tradicionais de ensino-aprendizagem e atividades que usam os recursos de informática. O curso incentiva esta nova atitude do professor e procura auxilia-lo na criação de condições para que seu aluno construa conhecimento em ambientes de aprendizagem que incorporam o uso do computador. No entanto, a implantação desta abordagem educacional na instituição requer mudanças profundas de ordem administrativa e pedagógica: a alteração do papel atribuído ao erro (não mais para ser punido, mas para ser depurado), a não fragmentação das disciplinas, a promoção da autonomia do professor e dos alunos e a flexibilização de um sistema educacional rígido, centralizador e controlador. Estas mudanças de ordem pedagógica e administrativa são enormes e difíceis de serem enfrentadas com o vigor que elas demandam, principalmente nas instituições de educação especial. Primeiro deixa de existir a diferença entre educação normal e educação especial. As instituições que trabalham com crianças que apresentam necessidades educacionais especiais passam a ser vistas como ambientes de construção de conhecimento em que 11 cada aluno, do mais talentoso até o mais comprometido sensório e intelectualmente, está III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO CURRICULUM VITAE Nome: José Armando Valente Nascimento: 21 de Abril de 1948, em Jaboticabal, São Paulo - Brasil EDUCAÇÃO Doutorado Departamento de Engenharia Mecânica e 1983 Divisão para o Estudo e Pesquisa em Educação Massachusetts Institute of Technology (MIT) Cambridge, Massachusetts - USA Mestrado Programa Interdisciplinar de Ciência e Educação 1979 Massachusetts Institute of Technology (MIT) Cambridge, Massachusetts - USA Mestrado Ciência da Computação 1974 Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Campinas, São Paulo - Brasil Graduação Engenharia Mecânica 1970 Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP) São Carlos, São Paulo - Brasil EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL 1999Professor do Departamento de Multimeios do Instituto de Artes Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Campinas, São Paulo - Brasil 1997Professor Visitante do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) São Paulo, São Paulo - Brasil 2001Vice-Coordenador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED) Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Campinas, São Paulo - Brasil 1986-2001 Coordenador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED) Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Campinas, São Paulo - Brasil 1983-1986 Vice-Coordenador do Núcleo de Informática Biomédica (NIB) Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Campinas, São Paulo - Brasil 1976-1983 Professor Visitante e Aluno de Pós-Graduação Massachusetts Institute of Technology Cambridge, Massachusetts - USA 1971-1976 Professor Associado do Departamento de Ciência da Compução Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Campinas, São Paulo - Brasil PUBLICAÇÕES SELECIONADA “Aprendizagem continuada ao longo da vida: o exemplo da terceira idade”. Capítulo do livro Longevidade: um novo desafio para a educação. Vitória Kachar (org.), São Paulo: Cortez Editora, 2001, p.27-44. Aprendendo para a vida: os computadores na sala de aula. Livro publicado em co-autoria com Fernanda Maria Pereira Freire. São Paulo: Cortez Editora, 2001, 239 p. 12 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO “Educação a distância: uma oportunidade para mudança no ensino. Capítulo do livro ead.br: Educação a distância no Brasil na era da Internet. Carmem Maia (org.) São Paulo: Anhembi Morumbi Editora, 2000, p. 97-122. “Criando oportunidades de aprendizagem continuada ao longo da vida”. Artigo publicado na Pátio Revista Pedagógica, ano IV, Nº15, Nov 2000/Jan 2001, p. 8-12. “O Computador na Sociedade do Conhecimento” (org.). Campinas: Núcleo de Informática Aplicada à Educação, Universidade Estadual de Campinas, 1999, 156 p. ORIENTAÇÃO DE TESE Completado: 14 doutorados 13 mestrados Em andamento: 4 doutorados 2 mestrados OUTRAS ATIVIDADES 1992 Membro The New York Academy of Science 1989 - Membro Sociedade Brasileira de Informática Educativa 1985 - Membro The American Association for Artificial Intelligence José Armando Valente 29 de Dezembro de 2001 13 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO LUCILA MARIA COSTI SANTAROSA DRA. EM CIÊNCIAS HUMANAS - EDUCAÇÃO. PROFESSORA DOS CURSOS DE PÓS- GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO(MESTRADO E DOUTORADO) E DOUTORADO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Lucila Maria C. Santarosa COORDENADORA DE PESQUISA DO NÚCLEO DE INFORMÁTICA NA EDUCATÇÃO ESPECIAL - NIEE DA PRORHESC/ UFRGS-A/C 1996 CONSULTORA DO MEC NA SECRETARIA DE EDUCaCAO ESPECIAL -SEESP NO PROGRAMA DE INFORMÁTICA NA EDUCACAO ESPECIAL- PROINESP a/c DE 1998 ATÉ A PRESENTE DATA COORDENADORA DO CENTRO DE INFORMÁTICA EDUCATIVA DA UFRGSCIES/EDUCOM/FACED DESDE 1984 A 1996. COORDENADORA DO CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO- UFRGS E CURSOS DE EXTENSÃO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL E PARAGUAY. PROFESSORA DE VÁRIOS CURSOS QUE ENVOLVEM FORMAÇÃO DE DOCENTES EM INFORMÁTICA NA EDUCACAO GERAL E ESPECIAL EM ÂMBITO NACIONAL (PROINFO) E INTERNACIONAL. PROFESSORA DE VÁRIAS DISCIPLINAS LIGADAS À INFORMÁTICA NA EDUCACAO EM CURSOS DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO. REPRESENTANTE DO BRASIL NA RED IBERO-AMERICANA DE INFORMÁTICA EDUCATIVA - RIBIE - DESDE 1989 ATÉ A PRESENTE DATA, ALÉM DE SUB-COORDENADORA DA RIBIE 1990-1992. MEMBRO DA EQUIPE DE PROJETO INTERCÂMBIO INTERNACIONAL DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL E REPRESENTANTE DO BRASIL APOIADO PELO CYTED -ESPANHA 1992-1994. MEMBRO DO COMITÉ: REPRESENTANDO O BRASIL NA REVISTA ÊDE INFORMÁTICA EDUCATIVA - COLÔMBIA - E DA REVISTA ZEUS: INFORMÁTICA E VÍDEO - ESPANHA E NA RESVISTA DE INFORMATICA NA EDUCACAO - SBC - IE – BRASIL, PGIE - BRASIL PRESIDENTE DO COMITE DE PROGRAMA DO III CONGRESSO DA RIBIE’96BARRANQUILLA/COLOMBIA PRESIDENTE DO COMITÊ DE ORGANIZAÇÃO DO IV CONGRESSO RIBIE’98 BRASÍLIA/ BRASIL 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO MEMBRO DE COMITES DE CIENTÍFICOS DE VARIOS EVENTOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS ( RIBIE, CIIEE) CONSULTORA AD-HOC DO CENTRO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO BRASIL - CNPq E DA FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO RIO GRANDE DO SUL – FAPERGS, entre outras. PESQUISADORA NÍVEL IA DO CNPq. COMO PRODUÇÃO CIENTÍFICA: 10 LIVROS PUBLICADOS EM AUTORIA E CO-AUTORIA; 9 CAPÍTULOS DE LIVROS; 50 TRABALHOS PUBLICADOS EM REVISTAS E ANAIS DE CONGRESSOS INTERNACIONAIS: 17 AUTORA E 33 EM CO-AUTORIA; 89 TRABALHOS PUBLICADOS EM REVISTAS E ANAIS DE CONGRESSOS NACIONAIS: 33 AUTORA E 53 EM CO-AUTORIA; 225 COMUNICAÇÕES ( palestras e trabalhos apresentados) EM CONGRESSOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS; ALÉM DE ORIENTAÇÃO DE TESES E PARTICIPAÇÃO EM BANCAS DE TESES E CONCURSOS PÚBLICOS. 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO PROJETO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL PROINESP NEILA CAMPOS* O PROINESP, Projeto de Informática na Educação Especial é um projeto da Secretária de Educação Especial/Ministério da Educação, instituído para beneficiar as escolas, mantidas por Organizações Não-Governamentais de caráter filantrópico, sem fins lucrativos, que realizam atendimentos ao aluno com necessidades educacionais especiais, como as APAEs, das Sociedades Pestalozzi e dos Institutos de Cegos. Desenvolvido em parceria com a Federação Nacional das APAES, responsável pela execução, implantação e acompanhamento, este projeto é uma das primeiras experiências de grande porte na promoção do acesso dos alunos com necessidades educacionais especiais às Tecnologias de Informação e Comunicação, interligando virtualmente, escolas especiais de diferentes estados do Brasil e capacitando professores, em cursos presenciais e à distância, via Internet. A implantação dos Laboratórios de Informática envolve: • Assinatura de convênio entre o FNDE e entidades representativas das escolas selecionadas. • Repasse de recursos do FNDE à entidades representativas para a aquisição conjunta dos equipamentos (computadores, servidores de rede, além dos periféricos e impressora Braille) e mobiliários, conforme as especificações técnicas levantadas pelo MEC/SEESP. • Repasse do recurso do FNDE às entidades representativas para o financiamento de cursos de Capacitação presencial e à distância, via Internet, dos professores das escolas contempladas. • Promoção pela SEESP/MEC de um Seminário sobre Informática na Educação Especial, para apresentação, pelos professores capacitados, do projeto para o uso pedagógico das Tecnologias da Informação e Comunicação e avaliação do curso à distância, via Internet. • Acompanhamento e avaliação, por meio de formulários a serem preenchidos pelas escolas contemplas. A contrapartida da escola participante consiste em: • Oferecer infra-estrutura básica (rede elétrica, rede lógica e linha de telefone). • Providenciar acesso à Internet. • Assegurar manutenção dos equipamentos. • Adquirir software educacional e material de expediente. • Indicar 04 professores para o processo de capacitação. • Apoiar aos professores. No período entre 1999 e 2002, o Projeto de Informática na Educação Especial contemplou 212 escolas, espalhadas nos 26 Estados brasileiros, capacitando mais de 1.000 professores em cursos presencial e à distância, via Internet e atendendo mais de 15.000 alunos nestes laboratórios. *Neila Maria Melo Campos - Assessora de Automação e Projetos da Federação Nacional das APAES - Especialista em Educação Especial e Políticas Públicas - Professora e Psicóloga 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO O Projeto de Informática na Educação Especial foi desenvolvido para ampliar o acesso dos alunos com necessidades educacionais especiais as TIC –Tecnologias de Informação e Comunicação. Neste contexto, o objetivo maior do PROINESP é incentivar o uso pedagógico da Informática na Educação dos alunos com necessidades educacionais especiais matriculados em instituições especializadas não governamentais, que, por não integrarem a rede pública de ensino, não podem ser beneficiados por ações do Programa Nacional de Informática na Educação - PROINFO. A Federação Nacional das APAEs, enquanto executora do PROINESP e dividindo responsabilidade com a SEESP/MEC no esforço de alcançar os objetivos propostos, elaborou um questionário, com dados de identificação e questões sobre a qualidade dos equipamentos adquiridos, os procedimentos de instalação dos laboratórios e acesso à Internet, atendimento aos alunos e projetos desenvolvidos, impacto deste atendimento na/para a comunidade escolar, cumprimento da contrapartida da escola beneficiada, o qual foi encaminhado às escolas que participam deste projeto. Os conteúdos dos questionários foram sistematizados e, a partir das várias contribuições recebidas, produzimos material para avaliação das ações desencadeadas e análise dos procedimentos de implantação dos laboratórios de informática. Assim como foi possível visualizar o processo inicial das atividades com os alunos, as expectativas/perspectivas/ resultados provocados com a promoção da inclusão digital ao alunado da educação especial em diferentes regiões do País. Foram analisados os questionários respondidos pelas escolas contempladas com o Projeto de informática na Educação Especial - PROINESP, em 2000 (34) e 2001(96). As escolas contempladas em 2002 (89) não participaram, uma vez que ainda estão em procedimento de instalação das ferramentas computacionais. Percebemos, nesta avaliação, que cada escola participante desenvolve diferentes programas, respeitando e valorizando as diversidades regionais e as especificidades dos alunos atendidos pela educação especial. Os resultados refletem as necessidades/ potencialidades dos alunos, a busca da melhoria da qualidade de vida do aluno com necessidades educacionais especiais, a inclusão social e o desenvolvimento da cidadania. Os professores participantes da capacitação revelam nos questionários, a necessidade de estabelecer, em conjunto com todos os professores da escola, critérios de seleção de conteúdos mais adequados às demandas educacionais e sociais dos seus alunos, assim como o desejo de aprofundar/ampliar seus conhecimentos com a continuidade do curso de capacitação à distância, via Internet, em parceria com a UNICAMP/NIED. Sugerem ainda a criação de um portal, pela SEESP/MEC, ou pela Federação Nacional as APAES, abrigando conteúdos dos projetos desenvolvidos, experiências inovadoras, textos e referências bibliográficas, além de links para os Laboratórios de Informática e espaço para debates, entre alunos, professores e técnicos. As famílias dos alunos atendidos nos Laboratórios de Informática refletem o início de um caminho para a mudança do paradigma da deficiência, dando ênfase para a potencialidade de cada indivíduo. Este primeiro instrumento de análise da implantação deste Projeto revela as possibilidades de novas experiências educacionais, de acesso ao espaço computacional/virtual para a democratização do conhecimento, da redução da exclusão social para os alunos 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO com necessidades especiais. Além de propiciar a SEESP/MEC e à Federação Nacional das APAES parâmetros para realizarem alterações, correções de implantação, ampliação, enriquecimento das ações e qualidade dos serviços oferecidos. NEILA MARIA MELO CAMPOS DADOS PESSOAIS Endereço: SQS 303, Bloco K, Aptº. 503 – CEP. 70.336.110 - Brasília / DF Telefone: (61) 9987.4248 / 223.9042 E-mail: [email protected] FORMAÇÃO ACADEMICA 1999 Universidade Federal do Mato Grosso do Sul/UFMS - Campo Grande/MS Pós-graduação em Fundamentos da Educação Especial e Políticas Públicas 1985 Centro de Ensino Unificado de Brasília – CEUB - Brasília/DF Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do DF. Curso de Psicologia Licenciatura em Psicologia. EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL EMPRESA Federação Nacional das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais FENAPAEs Cargo: Assessora de Automação e Projetos Período: Junho/99 - atual EMPRESA Federação Brasileira das Associações Síndrome de Down Cargo: Assessora técnica Período: 1º sem. 1999 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO EMPRESA Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal Fundação Educacional do Distrito Federal/FEDF - Brasília DF Período: 1998 – 1975 Cargo: Gerente da Seção de Diagnóstico e Apoio Psicopedagógico e Social Centro Integrado de Ensino Especial/Se/GDF Técnica da Equipe de Diagnóstico e Avaliação Psicopedagógica EMPRESA Universidade de Brasília/UNB – Faculdade de Ciências da Saúde Período: 1986 -1990 Núcleo de Estudos, Pesquisa e Atendimento e Assistência à Saúde Mental – NESPASM.. ATIVIDADES EXTRACURRICULARES ¾ Palestrante no I Congresso Internacional de Telemática na Educação – Fortaleza - CE/ 2001 ¾ Coordenadora e palestrante no II Seminário de Informática na Educação Especial – Fortaleza - CE/2001. ¾ Palestrante no XX Congresso Nacional das APAEs – Fortaleza - CE/2000 ¾ Participante do II Congresso Ibero-americano de Informática Educativa - Córdoba/ Espanha/1999. 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO PROJETO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL, UMA EXPERIÊNCIA BRASILEIRA Autores: Renausto Alves Amanajás e Diana Freitas Silva Neri – SEESP/MEC Lucila Maria Costi Santarosa (consultora) O Projeto de Informática na Educação Especial – Proinesp é uma iniciativa da Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação do Brasil com o objetivo de estender aos alunos com necessidades especiais o acesso às novas Tecnologias de Informação e Comunicação. Nesse sentido, são destinados recursos para a implantação de laboratórios de informática em escolas de Educação Especial não-governamentais e sem fins lucrativos, tais como APAEs, Sociedades Pestalozzi, instituições para a educação de cegos e surdos, etc. Além da compra de equipamentos de informática para a implantação dos laboratórios, o Projeto financia a capacitação de professores das escolas participantes. • Cronologia Desde 1997, a Secretaria de Educação Especial já demonstrava preocupação com a questão do acesso das pessoas com necessidades especiais às Tecnologias de Informação e Comunicação emergentes. Com base nas diretrizes do Programa Nacional de Informática na Educação – Proinfo, foi redigido, naquele ano, o “Projeto Nacional de Informática na Educação Especial – Escola Virtual para Portadores de Necessidades Especiais”, documento que tinha o objetivo de sistematizar as ações futuras da Secretaria nesta área. Sua concretização, no entanto, deu-se apenas em 1999, com a implantação do Projeto de Informática na Educação Especial – Proinesp. Da primeira edição do Proinesp, desenvolvida entre os anos 1999-2000, participaram 38 escolas distribuídas em 15 estados brasileiros. A segunda edição, implementada no período 2000-2001, contou com a participação de 96 escolas de 23 estados. A terceira edição do Proinesp envolveu 89 escolas, totalizando 223 instituições de ensino já contempladas nas três edições do Projeto. • Composição dos Laboratórios O Proinesp prevê a instalação de laboratórios de informática em três modulações distintas, compostas por 13, 9 e 6 computadores, respectivamente. Além dos computadores, as três modulações incluem equipamentos periféricos como impressora, scanner de mesa e câmera fotográfica digital. Também são custeados pelo Proinesp itens de mobiliário para o laboratório e programas de computador como Office e anti-vírus. • Capacitação de Professores Cada escola envolvida no projeto indica quatro professores para participarem do processo de capacitação. O processo é dividido em duas etapas: um curso presencial de introdução à Informática e um curso via Internet de Informática aplicada à Educação Especial, com duração de 120 horas. O objetivo da primeira etapa do processo é nivelar o conhecimento dos professores sobre a Informática de um modo geral. Já no curso via Internet, o objetivo é orientar os professores quanto ao uso pedagógico da Informática. Por constituirse numa experiência de aprendizado em serviço, o curso a distância permite a imediata aplicação da nova metodologia com os alunos. Os professores capacitados comprometemse a repassar aos colegas os conteúdos apreendidos em ambas as etapas da formação. Coincidindo com a conclusão do curso via Internet, a SEESP promove anualmente o Semi1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO nário sobre Informática na Educação Especial, com o objetivo de estimular a troca de experiências entre os professores envolvidos no Projeto. • Contrapartida das Escolas Cada escola incluída no Proinesp assina um Termo de Compromisso por meio do qual assume, entre outras responsabilidades, a tarefa de providenciar estrutura física adequada à instalação dos equipamentos, acesso à Internet, seguro total das máquinas, reposição sistemática do material de consumo, aquisição de software educacionais, etc. Mais que uma mera formalidade, os compromissos assumidos caracterizam a efetiva relação de parceria entre a Secretaria de Educação Especial e as escolas participantes do Proinesp, na luta pela Educação de Qualidade para Todos. Renausto Alves Amanajás Prof. Adjunto 4 da Universidade Federal do Pará Chefe da DAEE – SECRETARIA ESPECIAL DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - SEESPMEC 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO TELEMÁTICA: UM NOVO CANAL DE COMUNICAÇÃO PARA DEFICIENTES AUDITIVOS* 1.Introdução 1.1. Telemática e Educação Alvina Themis Lara As tecnologias da Informação e comunicação, e em especial a Telemática, têm merecido destaque no cenário do progresso mundial, como um dos mais promissores recursos para aproximar pessoas e desenvolver o potencial cognitivo dos seres humanos. A Telemática possibilita uma nova visão de mundo, um descortinar de horizontes e inegavelmente uma nova forma de comunicação, em que as pessoas ditas “diferentes” podem se apossar de conhecimentos até então inatingíveis e romper barreiras tanto do ponto de vista pessoal como social. A difusão dos usos telemáticos, indubitavelmente, permite o acesso da informação atualizada. Além de possibilitar aos países menos desenvolvidos o acesso às pesquisas e aos conhecimentos produzidos pelos cientistas de qualquer parte do planeta, dota esse conhecimento de um prazo de validade cada vez mais diminuto. Em pouco tempo, às vezes meses, pesquisas e teorias tornam-se desatualizadas, acelerando o ritmo das transformações sociais que passam a necessitar de uma atualização constante. O correio eletrônico é uma das aplicações da telemática que vem se difundindo rapidamente neste fim de século. Ele surgiu na passagem dos anos setenta aos oitenta e permite a troca de informações, através de mensagens, entre pessoas dispersas geograficamente, via uma rede de computadores ligados por uma linha telefônica comum, por fibra ótica, por rádio ou satélite. O correio eletrônico conjuga as vantagens do telefone com as do correio tradicional, superando com sucesso algumas das desvantagens destes meios de comunicação. Em primeiro lugar, o envio de mensagens por estes meios eletrônicos é, sem dúvida, mais rápido do que pelo correio tradicional; além disso, permite as consultas das mensagens por parte do emissor e receptor sempre que for necessário, o que não acontece com o telefone. Mais ainda, é possível enviar uma mensagem a vários destinatários ou a um grupo identificado dentro do sistema de utilizadores, sem ter que reescrever ou duplicar a referida mensagem. Considere-se, também, que o destinatário ou receptor é avisado, ao consultar seu sistema, da existência de novas mensagens, podendo enviar resposta automática sem indicação do destinatário, pois o sistema faz o devido endereçamento. Finalmente, os sistemas permitem a emissão de mensagens não apenas sob o formato de textos, mas através de outras formas de codificação e compactação. A aplicação da telemática difundiu-se nos países desenvolvidos, sendo utilizada principalmente pelas universidades. No Brasil, sua implantação é bem recente (1986) nas diversas universidades e órgãos de pesquisa. A sua difusão acelerada foi resultante da eficácia das comunicações entre seus usuários e a redução dos custos de processamento e comunicação a longa distância (Hoppen, Oliveira E Araújo, 1992). *Doutora Alvina Themis Silveira Lara (coordenação executiva). Participaram na execução desse projeto: Doutora Lucila Maria Costi Santarosa (coordenação geral), Doutora Maria Lília Dias de Castro (apoio lingüístico) e Celise Pacheco Monteiro (fonoaudióloga). 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO As escolas começaram a utilizá-lo a partir de 1980, simultaneamente na Europa e nos Estados Unidos, visando a um maior intercâmbio entre seus diretores, professores e alunos. (Anoro, 1990). A comunicação entre as escolas fica extremamente dinâmica e torna-se uma prática pedagógica importante, uma vez que oportuniza aos seus participantes a multi e a interdisciplinaridade; estimula e fomenta o funcionamento de processos no tratamento da informação, além de construir um ambiente de amplitude indeterminado, pois, a cada novo contato ou mensagem, cria-se uma mudança ambiental, tanto em nível cognitivo como psicossocial. De acordo com Moreira, Betrin e Berrocal (1992), as experiências realizadas, através do correio eletrônico escolar (CEE), permitem o desenvolvimento das capacidades de criação e invenção, descobrimento de atividades a serem compartilhadas e ainda oportunizam a manifestação de outros aspectos da personalidade. No Brasil poucas experiências fazem parte dos resultados dos trabalhos da Informática com os deficientes auditivos, e ressaltam alguns pontos positivos registrando: mudança na dimensão cognitiva, afetiva e social, maior rapidez na resolução de problemas e organização de estratégias para chegar às soluções; aquisição e desenvolvimento de conceitos; ampliação do vocabulário; maior familiaridade com a comunicação escrita; enriquecimento da linguagem escrita; melhora da concentração dos sujeitos e maior rapidez de pensamento; maior e melhor interação entre o grupo de sujeitos e facilitadores; maior autonomia, segurança, iniciativa e interesse nas atividades realizadas; maior nível de motivação e persistência (Valente, 1990; Santarosa et alii, 1990; Santarosa e Hony, 1992). 2. Objetivos do Estudo - Estudar as possibilidades de uso de meios telemáticos, particularmente o correio eletrônico, no processo de comunicação e interação entre crianças e jovens surdos. - Desenvolver alternativas de comunicação e acesso à informação para surdos através de redes telemáticas. - Realizar experiências de intercâmbio e troca de informações entre surdos dentro do país e em outros países, visando a produção de materiais cooperativos em ambientes de aprendizagem telemático. - Desenvolver estratégias de intervenção na área da linguagem verbal escrita que auxiliem os deficientes auditivos a suprir as dificuldades de comunicação através de redes telemáticas. - Observar e avaliar os efeitos do ambiente de aprendizagem telemático no processo de comunicação e produção de informação dos surdos. 3. Metodologia A experiência caracterizou-se por estudos de casos com observação, acompanhamento e avaliação de sujeitos surdos no processo de interação e comunicação em ambiente telemático. A pesquisa contou com nove sujeitos deficientes auditivos selecionados entre instituições especializadas na educação de surdos de Porto Alegre com idades que varia2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO vam de nove a vinte e quatro anos, freqüentando o Laboratório de Informática uma vez por semana, durante três horas por dia, num período de 18 meses. As atividades foram desenvolvidas com base em estratégias de intervenção, visando principalmente a comunicação escrita, inicialmente, em ambiente-texto (sistema TELIX), e após ambiente-gráfico (NETSCAPE). No processo de intercâmbio foram enviadas e recebidas várias mensagens para amigos portugueses e, também, virtuais, criados como estratégias de intervenção para mobilizar maior produção textual e trabalhar áreas especificas de acordo com as necessidades do grupo. As mensagens variaram de temas, conforme os interesses e as situações vivenciadas. Durante o diálogo estabelecido nas interações foi utilizada a língua de sinais, bem como, todos os demais recursos que possibilitou um melhor entendimento e compreensão das mensagens. Ex: Leitura-orofacial, gestos, comunicação via digitação usando vídeo/teclado. Materiais cooperativos também foram desenvolvidos como jornais telemáticos e livros de histórias, buscando parcerias interativas com amigos portugueses. Nesta perspectiva foram trabalhadas estratégias referentes aos aspectos de Expressão e Conteúdo. No plano da Expressão foram desenvolvidas estratégias relacionadas à: correção ortográfica, estrutura frasal e emprego da preposição. No plano do conteúdo as propostas de interação foram de cunho: descritivo, narrativo e dissertativo. 4. Resultados As atividades desenvolvidas dentro do projeto constataram um grande interesse por parte dos sujeitos em organizar trocas de experiências com outros deficientes auditivos à distância, através da elaboração de mensagens enviadas pelo Correio Eletrônico. Manifestaram também, de maneira geral, um grande empenho em se comunicar com a ajuda do computador, interagindo com as máquinas e realizando as atividades propostas. Houve em algumas situações ajuda mútua entre os colegas, estabelecendo-se segundo Vygotsky (1967) os princípios básicos da ZDP e uma aprendizagem gradativa mediatizada, referente à linguagem computacional. Alguns sujeitos, durante as interações, manifestaram de forma mais ostensiva seu comportamento de não aceitação da surdez. No entanto com o passar dos encontros, podemos observar uma acentuada melhora em termos de desempenho social e afetivo do grupo. Em relação especificamente ao desenvolvimento cognitivo, os resultados apareceram, principalmente, em relação à: • utilização correta de pronomes demonstrativos; • concordância verbal e nominal; • emprego correto de conjunções e preposições; • utilização correta da acentuação e ortografia; 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO • ênfase no desenvolvimento na expressão temporal e espacial; • maior domínio no plano lingüístico da expressão escrita. Destacamos ainda a dimensão sócio afetiva, com significativo crescimento nas relações interpessoais, evidenciado pela iniciativa, autonomia e autoconfiança. Entendemos com esse trabalho que novos conhecimentos possam ser construidos, enfatizando uma maior compreensão do significado do desenvolvimento das pessoas com necessidades especiais, bem como a exploração de recursos tecnológicos de acesso à informação contribuindo assim, para diminuir as desigualdades sociais, vislumbrando a possibilidade de um mundo mais justo. 5. Bibliografia ANORO, Miguel P. A. A. (1990) >Telemática e Correo Eletronico Escolar. Apuntes de Educacion Madrid. Anaya, vol. 36, Enero - Marzo, p. 2. CHOMSKY, N. (1994). Language and problems of knowledge. Cambridge. Massachusetts: FERNANDES, Eulália. (1990). Problemas Lingüísticos e Cognitivos do surdo. Rio de Janeiro. GREGORIO, Maria. Jesus. (1989). La paralisia cerebral y la comunicación. Psicomotricidade. Madrid: no 31, Febrero - Marzo, p. 55 - 57. HOPPEN, Norberto. OLIVEIRA, Jose. P. M. de Araujo. ERASTOTENES, E. R. (1992) O uso do Correio Eletrônico como suporte ao trabalho cooperativo: uma experiência real. UFRGS, PPGA, Porto Alegre. Série documentos para estudos. KOCHAM, Bárbara (1990). O computador como instrumento de escrita. O computador no ensino/aprendizagem da língua. Portugal: GEP, p. 21 - 28. LURIA, A. R. (1986). Pensamentos e linguagem: as últimas conferências de Luria. Porto Alegre: Artes e científicos/EDUSP. MORERA, Xavier A. BETRIN, Dolores. BERROCAL, Joan C. (1992) Como iniciar-se en el Correo Eletronico. Apuntes de Educacion. Madrid: Anaya. U. 36. Enero - Marzo, p. 13 - 15. SANTAROSA et alii (1990). Metodologia Logo: Experiência Interativa em Microcomputador com Deficientes Auditivos. Porto Alegre. Anais da 42o Reunião da SBPC. SANTAROSA, L. M. C. e HONY, P. (1992). Construção de Materiais de Apoio Pedagógico à Comunicação/Interação de portadores de deficiência auditiva. Memórias del Congresso Ibero americano de Informática Educativa, Tomo II. Santo Domingo - República Dominicana. p. 76 - 94. VALENTE, J. A. (1994). Liberando a Mente: Computadores na Educação Especial. Campinas, Unicamp. VYGOTSKY, L. (1967). Pensamiento y lenguage. Madrid: Editorial Lautaro. 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO CURRICULUM VITAE NOME: Alvina Themis Silveira Lara ENDEREÇO: Rua Comendador Rheingantz, 94 / 202 CEP: 90450-020 CIDADE: Porto Alegre ESTADO: RS TELEFONE: (51) 3330.3650 / 9984.4476 E-MAIL: [email protected] FORMAÇÃO GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO MESTRADO DOUTORADO ÁREA Pedagogia- S. Escolar Metodologia do Ensino Superior Educação - Aconselhamento Psicopedagógico Educação INSTITUIÇÃO PUCRS UFRGS ANO DE CONCLUSÃO 1978 1983 PUCRS 1991 PUCRS 1998 ATIVIDADES PROFISSIONAIS CARGO ou FUNÇÃO PERÍODO Delegada de Educação da 1° DE e da 37° DE - Porto Alegre 1988 Supervisora Técnica da Secretaria da Educação/RS 1988 Assessora Técnica da FADERS 1989 Chefe da Unidade de Deficientes Auditivos - FADERS 1991 Gerente Educacional da FADERS 1991 Coordenadora Adjunta do Depto. de E. Especial da Secretaria da Educação 1991 Vice-Presidente da ONG REDESPECIAL – Brasil 1999 Coordenadora da Habilitação de Educação Especial – PUCRS 2002 ATIVIDADES DOCENTES DISCIPLINAS LECIONADAS / PUCRS PERÍODO Dinâmica e Supervisão de Estágio D. Mentais I e II 1984/1987 Serviços de Educação Especial 1988/1991 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Introdução à Educação Especial 1988/2002 Estrutura e Funcionamento da E. Especial 1988/2002 Currículos e Programas da E. Especial 1988/2002 Supervisão de Estágio em Educação Especial 1998/2002 Prática de Ensino Educação Especial 2000/2002 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO USO DAS TIC NA EDUCAÇÃO DE SURDOS Profa. Dra. Márcia de Borba Campos [email protected] Faculdade de Informática Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Roteiro • Educação de Surdos Márcia de B. Campos • Informática na Educação de Surdos • Considerações finais INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO Abordagens educacionais - Visão behaviorista - Visão construtivista - Visão sócio-construtivista INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO DE SURDOS Posicionamento Educação de Surdos 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Educação de Surdos Educação de Surdos Oralista Oralista Não apresentou resultados atraentes para o desenvolvimento da linguagem e da Comunidade Surda “O oralismo e a supressão dos sinais resultaram numa deterioração dramática das conquistas educacionais das crianças surdas e no grau de instrução do surdo em geral. (...) Muitos dos surdos hoje em dia são iletrados funcionais.“ (Sacks, 1990. p.45) Bimodal Uso da língua de sinais, fazendo um uso simultâneo com a fala Alterações estruturais nas duas línguas 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Bilingüista • O surdo é um membro de uma comunidade com língua e cultura próprias • A LS - como L1 - deve ser utilizada para garantir o desenvolvimento cognitivo e o ensino de conhecimentos gerais • O ensino da língua da comunidade ouvinte deve estar baseado em estratégias de ensino de L2 • Tanto o oralismo quanto o bimodalismo constituem grande parte da história da educação dos surdos no Brasil e no mundo a liberação do uso da LS e a conscientização dos surdos como uma Comunidade Surda, com uma língua e cultura próprias, houve a percepção do quanto foram prejudicados com as propostas educacionais desenvolvidas até então Informática na Educação de Surdos Existe uma caminhada em Informática na Educação de surdos? • Treinamento computadorizado para elocução de vogais para deficientes auditivos • SpeechViewer - Visualizador Fonético 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO • Informática e Educação Especial - uso de processamento de voz para deficientes auditivos • Programa de Iniciación a la Lectura Labial • SELOS • Estudos de imagens falantes: estimulação do ensino e treinamento de leitura labial e língua de sinais – LIBRAS VIA CD-ROM em crianças surdas • Protótipo hipermídia como ferramenta de auxílio à aquisição de vocabulário em portadores de deficiência auditiva • Construção de materiais de apoio pedagógico à comunicação/interação de portadores de deficiência auditiva com o microcomputador e a linguagem Logo • Mecanismos cognitivos - interação de crianças surdas em rede telemática • Dicionário (vídeo) • Tradutores • Learn to Sign 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO • The American Sign Language Dictionary • The American Sign Language Dictionary • SignWriter 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO • SignDic • SignEd 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO • SignSim Requisitos: Português • SignSim Requisitos: Língua de sinais 7 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO • SignTalk • SignHTML • Software para Educação de Surdos - Categoria: dicionário, tradutor, editor, comunicação - Apresentação dos sinais: por meio do alfabeto manual ou na língua de sinais - Forma de apresentação dos sinais: ilustrações, vídeo, texto explicativo de como o sinal é realizado ou escrita de sinais - Animação 8 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO - Representação dos movimento - Expressão facial: se faz uso da expressão facial • Software para Educação de Surdos - Construção de novos sinais - Possibilidade de alterar sinais - Tradução de palavras ou textos - Consulta aos sinais: por palavras, categorias, ordem alfabética, ou pela estrutura dos sinais - Possibilidade de imprimir as informações: se é possível imprimir as informações que estão na tela do software ou algum arquivo construído pelo software em questão • Software para Educação de Surdos - Possibilidade de salvar as ações do usuário: por exemplo, sinais que o usuário já consultou, textos que o usuário criou - Forma de interação homem-máquina: se é possível por meio do teclado, do mouse - Permite interação interpessoal: se, através do software, é possível algum tipo de interação, de troca entre usuários. Informática na Educação de Surdos 9 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Márcia de Borba Campos Doutora em Informática na Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre em Ciência da Computação pela UFRGS. Bacharel em Informática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professora da Faculdade de Informática da PUCRS, com dedicação exclusiva, atua nos cursos de graduação em Ciência da Computação, em Pedagogia Multimeios e Informática Educativa, e em Psicopedagogia desta mesma Universidade. Professora co-orientadora do Pós-Graduação em Educação da PUCRS. Professora orientadora da Graduação em Pedagogia Multimeios e Informática Educativa. Responsável pela linha de pesquisa em Informática na Educação Especial, do Grupo de Pesquisa em Informática na Educação da FACIN/PUCRS, cadastrado no CNPq. Coordenadora do projeto “Ambiente de ensino-aprendizagem computadorizado bilíngüe – Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa”; Coordenadora do projeto “Integrando ferramentas computacionais bilíngües para Surdos”, ambos financiados pela FAPERGS e pela PUCRS. Pesquisadora responsável, junto à PUCRS, pelo projeto “Inovações tecnológicas para pessoas com deficiências: produção, avaliação e utilização de ajudas técnicas e recursos informáticos”, tendo como parceiros a UFRGS e a RedespecialBrasil. Participou da implantação do projeto Campus Global da PUCRS, no que se refere a aulas virtuais. Atualmente, participa do grupo de pesquisadores da Unidade de Educação a Distância da PUCRS, com projeto e desenvolvimento de ambientes a distância para a educação bilíngüe de surdos e formação de professores de surdos. Participou como professora/formadora no curso “Informática na Educação Especial”, promovido à distância pela Secretaria de Educação Especial (SEESP) do Ministério da Educação (MEC), no âmbito do Projeto PROINESP - Programa de Informática na Educação Especial, em 2001. É membro da comissão científica do III Congresso Ibero-Americano de Informática na Educação Especial: Novo Século, Novas Tecnologias, Novas Formas de Aprender. É membro da comissão de programa do XIII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação que, em 2002, tem como tema “Metodologias, Tecnologias e Aprendizagem dentro do cenário de Informática na Educação”. É vice-presidente da ONG Redespecial-Brasil, uma organização não-governamental a serviço das pessoas com necessidades educacionais especiais por meio das Tecnologias da Informação e Comunicação. 10 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO PAINEL HISTÓRIA DA UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS Sandra Alonso de Oliveira Pinto [email protected], [email protected], [email protected] Tel/fax: (21) 2285-7393 Histórico Sandra A. de O. Pinto A Informática Educativa teve início no INES, em 1985, com o projeto “Ciranda” da Embratel. Dispunha de uma sala, cinco computadores CP500 utilizados em programas instrucionistas que visavam a construção de uma metodologia que pudesse atender ao Deficiente Auditivo. Esse projeto solidificou a Língua de Sinais como instrumento facilitador da comunicação. Em 1989, o INES realizou o projeto “Programa de Introdução da Linguagem Logo na Educação do Deficiente Auditivo”, embasado no projeto “Disseminação na Educação de Crianças Excepcionais”, desenvolvido pelo NIED – Núcleo de Informática Aplicada à Educação da Universidade de Campinas. O objetivo principal era desenvolver uma metodologia Logo na Educação com Deficientes Auditivos. Foram capacitados três professores, adquiridos três computadores MSX, três televisores coloridos e uma impressora. Os atendimentos foram realizados com alunos da 3ª e 4ª série do 1º Grau. Constatou-se que a Tartaruga passou a ser um objeto de interação entre a criança-computador. (Valente, 1991, p. 246). Em 1995, o INES, cônscio da importância da Informática Educativa para seus alunos, modernizou e expandiu o espaço que dispunha, participando do projeto “Horizonte”, da IBM. Foi adquirido vinte e quatro computadores 486 da IBM, ligados em rede, e mais um laboratório, passando a atender turmas das Classes de Alfabetização à 8ª série do Ensino Fundamental. Além do Logo, passou-se a oportunizar novos programas. Onze professores foram capacitados pelos cursos da IBM. Em 1998, o INES criou o projeto “O Surdo e o Mundo”, cujos principais objetivos consistiam em oportunizar novos conhecimento, facilitar a comunicação, capacitar e qualificar o surdo para atuar no mercado de trabalho, em condições de igualdade através das novas tecnologias. Reorganizou seu espaço físico. adquiriu dezenove computadores Pentium 200 ligados em rede, dois projetores multimídia, dois Kits multimídia, dois quadros brancos e duas impressoras HP 890, que foram distribuídos em dois laboratórios. Nessa oportunidade, foi criado um terceiro Laboratório para o Ensino Profissionalizante, com o aproveitamento de oito computadores 486 da IBM, que ficaram fora da rede. Mais uma vez, foi necessário capacitar os professores Os atendimentos estenderam-se as turmas do Ensino Médio, Jovens e Adultos e Atendimento Diferenciado (turmas de surdos com outras necessidades educativas especiais). Em 1999, no Ensino Profissionalizante, iniciou o curso de “Montagem e Manuten1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO ção de Microcomputadores”, concluído com sucesso e hoje já implantado. Em 2000 passamos a atender a Educação Infantil com o objetivo de favorecer o desenvolvimento da criatividade, das funções intelectivas vinculadas às habilidades perceptivas necessárias ao aprendizado da leitura e da escrita. Em 2002 o INES disponibilizou um quarto laboratório, adquiriu novos equipamentos apropriados ao atendimento da Educação Infantil e das primeiras séries do Ensino Fundamental (Mesas Educacionais Combo I e Alfabeto), a ser implantado. Atendimentos: Nas turmas do Ensino Fundamental, Médio e Jovens e Adultos são realizados dois atendimentos semanais de 45 minutos. Na Educação Infantil são realizados um atendimento semanal de 45 minutos. Nas turmas de Atendimento Diferenciado são realizados dois atendimentos semanais de 1 hora e 30 minutos. Atualmente oito professores atendem uma média de quinhentos alunos. Proposta Pedagógica Nosso trabalho se fundamenta nas teorias: Sócio-histórico (Vygotsky 1987), Construtivismo (Piaget 1975) e Construcionismo (Papert 1994). Vygotsky (Ibid.) acredita que o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque forma conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria consciência. Piaget (Ibid.) acredita que a criança é concebida como um ser dinâmico, que a todo momento interage com a realidade, operando assim, ativamente com objetos e pessoas. Essa interação com o ambiente faz com que essa criança construa seus esquemas e estruturas cognitivas. Papert (Ibid.) incorpora muitos aspectos das idéias de Piaget, teve seu interesse focado nos mecanismos do processo de aprendizagem do ser humano. Sua idéia era criar um ambiente de aprendizagem onde o conhecimento não é passado para o aluno, mas onde esse aluno, interagindo com os objetos desse ambiente, pudesse manipular e desenvolver outros conceitos. Em seu livro “Logo: computadores e educação”, Papert sugere que se as crianças são construtoras do conhecimento, elas necessitam de materiais para construir, materiais que são encontrados no ambiente onde vivem. ( Apud Valente, 1991, p. 4) A Informática Educativa no INES ao oportunizar a utilização da telemática no processo educacional é criar mais uma possibilidade da pessoa surda trabalhar sua diferença 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO ao contactar com uma nova linguagem, que lhe permitirá o desenvolvimento cognitivo e lingüístico. Essa conquista deve ser realizada através da construção do conhecimento de forma interativa, estimular o desenvolvimento da autonomia, da comunicação, da criatividade, da organização do pensamento e do espírito crítico. Em nosso ambiente informatizado e lúdico, o alunado utiliza programas pedagógicos que possibilitam seu desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos que servirão de base para a aprendizagem futura de conceitos mais complexos. Procuramos observar as necessidades das turmas e as particularidades individuais de cada aluno, traçando a conduta pedagógica que mais se adapta a cada realidade. O interesse dos alunos sempre é levado em conta. Visando primordialmente atender suas necessidades com relação a comunicação, seja ela, sinalizada, oral ou escrita. A comunicação com nossos alunos, é realizada através da Língua Portuguesa (oral e escrita) e em LIBRAS. Os professores da Educação Infantil, do primeiro seguimento do Ensino Fundamental e de Jovens e Adultos acompanham suas turmas aos atendimentos, interferem em conjunto com o professor do laboratório, no processo educacional, orientando e articulando diferentes processos de elaboração e construção, dando sugestões, resolvendo dúvidas e propondo novos desafios, interagindo com os alunos numa atuação mediadora. O professor regente, além de pesquisar e elaborar seus trabalhos pedagógicos, muitas vezes, ministra suas aulas nos laboratórios, utilizando os recursos visuais da telemática, gerando situações de aprendizagem com melhor qualidade, visto que o sentido visual contribui significativamente para o desenvolvimento cognitivo da pessoa surda. Utilizamos diferentes programas educacionais e desenvolvemos projetos pedagógicos que abordam temas interdisciplinares trabalhados pelos professores da instituição, tais com: Jogos A utilização dos jogos pedagógicos contribuem para o desenvolvimento da coordenação motora, orientação espacial, lateralidade, direção e sentido, percepção visual, atenção concentrada, criatividade, dentre outros. Office Nossos alunos criam desenhos no Paint sobre um tema, de acordo com a série, os alunos inserem seus desenhos no Word ou PowerPoint. Estimulamos que escrevam algo sobre seus desenhos, procedimento adotado desde a Educação Infantil. Esse trabalho vai criando desenvoltura conforme a série atendida. Inicia-se com a identificação de letras, reprodução de palavras conhecidas, produção de palavras, pequenas frases, produção de pequenos textos até a produção de textos mais complexos. Logo Através da Linguagem de programação LOGO, o aluno reflete sobre o resultado e aprende a reformular novas soluções. O “erro” deixa de ser punido e passa a ser uma reflexão que os leva a entender melhor suas ações e conceitualizações. No Logo o aluno 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO aprende ensinando o computador, isto é, definindo novos comandos que implementam uma determinada tarefa. O aluno é que ensina a máquina e não a máquina que ensina o aluno. (Valente, 1991. p. 41). Os professores regentes ficam satisfeitos ao observar a produção de seus alunos, ao atingirem conceitos abstratos que requerem raciocínio lógico matemático, orientação espacial, coordenação viso-motora e outras habilidades, utilizando o LOGO. Provocando uma quebra de paradigma e gerando mudanças significativas na prática pedagógica desses professores. A tal respeito, em 2000, durante o curso de capacitação de professores realizado pelo PROINESP, uma professora de matemática que participou do curso, observou o crescimento obtido com a turma inserida no projeto, onde a mesma utilizou os recursos do Logo para atribuir conceitos e enriquecer suas aulas de geometria. Os resultados foram surpreendentes, os alunos superaram o conteúdo programático. A aplicabilidade do Logo nas turmas de Atendimento Diferenciado, também no curso do PROINESP, nos fizeram observar a riqueza que se encontrava por trás de cada criança. Percebemos a imensa satisfação dos mesmos em construir e reconstruir o seu conhecimento, raciocinando e questionando sobre o que havia sido proposto, e por fim, ao chegarem na etapa final sentindo-se produtivos e capazes. Um aluno dessa turma que não permitia-se ao toque, ao iniciarmos o trabalho corporal que desenvolvemos com os comandos básicos da Tartaruga, o mesmo, começou a interagir com todos os participantes, alunos e professores, permitindo-se ao toque e desempenhando com prazer as atividades propostas. Internet O INES, proporciona a seus alunos acesso aos recursos da telemática, objetivando familiarizá-los aos meios tecnológicos necessários a vida cotidiana e contribuindo para a formação de cidadãos participativos. Além da rapidez que se processa a produção de conhecimento e a circulação de informações do mundo atual, impondo novas demandas para a vida em sociedade, surgindo como uma nova forma de comunicação e pesquisa, a Internet, é uma poderosa ferramenta de apoio psicopedagógico, proporcionando um novo ambiente de aprendizagem de leitura e escrita em Língua Portuguesa para a pessoa surda. Essa comunicação se realiza através: - Pager – os alunos do INES até 1997, necessitavam de uma pessoa ouvinte para transmitir a mensagem a telefonista. Com a Internet, eles digitam a mensagem, o número do destinatário a enviam. - E-mail – cadastramos nossos alunos nos sites que oferecem correio eletrônico gratuito para adquirirem um e-mail. Propomos temas que estimulam a comunicação, objetivando o desenvolvimento da leitura e escrita. - Chat – iniciamos o Intranet com temas motivadores. Os professores participam ativamente dinamizando a conversação. O bate-papo é realizado entre alunos da 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO turma e os professores e, sempre que possível, participam do chat alunos de outra turma em outro laboratório. Internet, inicialmente nossos alunos comunicavam-se entre si, em salas fechadas; posteriormente, a comunicação estendeu-se para as salas abertas à comunidade virtual. O resultado obtido com estas atividades superou nossas expectativas. Incentivamos a utilização de telefones celulares que permitem a conversação através da escrita via torpedo e e-mail. Sentimos que a Língua Portuguesa escrita, passou a ser significativa e prazerosa em suas vidas, quando observarmos nossos alunos se comunicando virtualmente sem se envergonharem, indicando que foi superada uma barreira que os inibia. Constatamos que nossos alunos passaram com freqüência, a consultar dicionários de Língua Portuguesa, e a nos perguntar qual o significado das palavras em determinadas frases. Quando estão em horário livre, nossos alunos utilizam os laboratórios para navegação, pesquisa, acessar e-mail ou participar das salas de bate-papo. Nossos alunos a usam o dicionário da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, disponibilizado no site do INES, www.ines.org.br. Os mesmos, o utilizam para pesquisas, trocas de experiências com os colegas, enriquecem seu vocabulário acessando através das palavras digitadas em Língua Portuguesa ou pelas configurações de mãos. Com isso, adquirem novos conceitos e aumentam o conhecimento da LIBRAS. Considerações Finais Antes de iniciar qualquer trabalho é importante que o aluno tenha um tempo para explorar o software que será utilizado, e que o professor conheça e domine o software que irá utilizar, podendo assim problematizar os conteúdos escolares. Tudo nos leva a crer que esse contato visual-virtual, proporcionado pela telemática, contribui para o enriquecimento lingüístico, estimulando o aprofundamento na aprendizagem da leitura e da escrita em Língua Portuguesa. A Internet tem influenciado significativamente para o surgimento de novos paradigmas educacionais. Sentimos que, diante de um ambiente de aprendizagem informatizado, nosso aluno surdo interage com os amigos de turma, com os professores e com a comunidade virtual, onde manifesta seus sentimentos de maneira construtiva, podendo através de um trabalho constante superar algumas de suas dificuldades. Nossa equipe, mantém-se em constante reciclagem, observa e registra o dia a dia dos atendimentos, aguarda sugestões, dissemina o conhecimento aos demais professores da Instituição, procurando sensibilizá-los à cerca da importância da Informática Educativa em sua vida profissional e sinalizando os benefícios que seus alunos alcançarão. Com isso, acreditamos que possamos transformar essa possibilidade em realidade e contribuir para 5 uma mudança significativa na educação da pessoa surda. III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO REFERÊNCIAS PAPERT, S. Logo: Computadores e educação. São Paulo: Brasiliense, 1985. PAPERT, S. A máquina das crianças. Repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. PCN: Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos parâmetros curriculares nacionais/ Secretaria de Educação Fundamental – Brasília, MEC/SEF, 1998. PIAGET, J. A construção do real na criança. Rio de Janeiro: Zahar/MEC, 1975. PIAGET, J. A equilibração das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. VALENTE, J.A. Liberando a mente: computadores na educação. Campinas, SP. Graf. Central da UNICAMP, 1991. VALENTE, J.A. O professor no ambiente logo: formação e atuação. Campinas, SP. UNICAMP/ NIED, 1996. VALENTE, J.A. O computador na sociedade do conhecimento. Campinas, SP. UNICAMP/ NIED, 1999. VIGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984. VIGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987. Sandra Alonso de Oliveira Pinto Formação Professora de 1º e 2º graus do Colégio de Aplicação do Instituto Nacional de Educação de Surdos – CAP/INES Advogada Fonoaudióloga Especialista em Psicomotricidade Professora especializada na área da surdez Professora Interprete em Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS Professora de Informática Educativa do Curso de Estudos Adicionais para Professores na área da Deficiência Auditiva – CEAD/INES Experiência Profissional Componente das bancas examinadoras do concurso para professor substituto do INES. 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Assessoria Técnica na área da Informática Educativa: - Seminário Estadual sobre Surdez – Blumenau/SC, outubro de 2000. - Seminário sobre Educação e Surdez – Teresina/PI, de 04 a 05 de maio de 2001. - Seminário sobre Educação e Surdez – Belém/PA, 08 e 09 de maio de 2001 - Seminário sobre Educação e Surdez – São Luís/MA, 11 a 12 de maio de 2001. - Seminário Interestadual sobre Educação e Surdez – Porto Velho/RO, 13 a 15 de agosto de 2001. - Seminário Intermunicipal de Educação e Surdez – Friburgo/RJ, dezembro de 2001. - Palestrante no Curso de Multiplicadores em Informática na Educação, Orientado para a Educação Especial, realizado pelo MEC/SEESP/SEED (PROINFO), em Brasília, no período de 20 de setembro a 08 de outubro de 1999. - Palestrante da Mesa Redonda sobre Informática Educativa na Educação Especial no IV COINFE – Congresso Estadual de Informática na Educação, em 25/11/2000. - Palestrante no II Curso de Nivelamento oferecido pelo INES, 16 e 17 de junho de 2000. - Programa de Implante Coclear Multicanal do Centro de Pesquisas Audiológicas – Centrinho – Bauru/SP, outubro de 1999. - Fonoaudiologia e Surdez, módulos I,II,III,IV, ministrado pela Dra. Lorena Kozlowski, no INES, em 1999. - I Curso de Prevenção ao Uso Indevido de Drogas realizado pelo GRUPUID/INES, em 2000. - Curso de Multiplicadores em Informática na Educação, Orientado para a Educação Especial, realizado pelo MEC/SEESP/SEED (PROINFO), Brasília, DF., setembro/outubro de 2000. - Curso de Extensão de Capacitação de Professores em Educação e Informática, realizado no período de 24/04/2000 a 24/10/2000, com duração de 120 horas, promovido pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/Federação Nacional das APAEs/ Fundação de Apoio a Pesquisa, ao Ensino e à Cultura e, realizado com o apoio Pedagógico e Técnico do Núcleo de Informática Aplicada à Educação – NIED/Universidade Estadual de Campinas. - I, II e III Cursos de Nivelamento do INES, 1999, 2000, 2001. - Curso de Capacitação de Professores Intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) do Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos (MEC/SEESP), no Rio de Janeiro, no período de 26/11/01 a 10/12/01, com a participação da FENEIS, sob a responsabilidade pedagógica do INES. 7 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO TELA 1 PROJETO DE INTERFACE CONCEITO • Fatia de software responsável pela interação entre sistema e usuário • Bem subjetivo em função de diferentes perfis Bernard Condorfet Porto INTERFACE GRÁFICA: SISTEMA WINDOWS • Metáfora entre o objeto visualizado e a atividade relacionada • Possibilidade de manipulação a partir de um click do mouse • Super amigável só para quem enxerga • Cego não usa mouse e muito menos o monitor ! MECANISMOS DE INTERAÇÃO PARA UM DV • Entrada: teclado e/ou scanner • Saída: placa de som e/ou e impressora Braille TELA 2 POSSIBILIDADES DE INTERAÇÃO POR UM DV SÍNTESE DE VOZ OU IMPRESSÃO BRAILLE • Converte os dados transferindo-os da memória ao dispositivo de saída LEITORES DE TELA • Capturam os dados reconhecendo-os diretamente da memória de vídeo INTERFACE ESPECIALIZADA • Se molda ao usuário levando em conta aspectos idiossincráticos 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO RECONHECIMENTO DE VOZ E AMPLIFICADORES DE IMAGEM • Ambos são pouco utilizados TELA 3 REQUISITOS BÁSICOS PARA UM DV ALTAMENTE CONFIGURÁVEL: NECESSIDADES INDIVIDUAIS • Velocidade da fala, detalhamento da informação, alarmes... FORNECER FEEDBACK IMEDIATO: NOTIFICAÇÃO DA AÇÃO • Evitar falsa impressão: alguma outra informação? “travou”? QUALIDADE QUANTO ÀS METÁFORAS: OBJETIVIDADE E CLAREZA • Pode ser dito uma só vez: “Aguarde um pouco, irei processar” DIRIGIR A ATENÇÃO PARA O ALVO CORRENTE DA AÇÃO • Evitar ações indesejadas: interromper processo em andamento TELA 4 A IMPLEMENTAÇÃO DE UM NOVO PRODUTO DE SOFTWARE A ESCOLHA DE UMA DAS METODOLOGIAS 1) Desenvolver o aplicativo em si 2) Readaptar apenas sua interface EXEMPLIFICANDO ALGUMAS EXPERIÊNCIAS • Complexa em relação ao navegador Webvox • Satisfatória em relação aos jogos infantis DESENVOLVIMENTO DO SCRIPTVOX • Possibilita aos usuários resolverem suas próprias dificuldades 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO • Possibilita a interação em ambientes gráficos • Necessidade apenas na definição de comandos textuais EX: ACESSANDO O DICIONÁRIO AURÉLIO • Readaptação apenas de sua interface TELA 5 PROJETO DE INTERFACE ADAPTADA ALGUNS DESENVOLVIMENTOS A PARTIR DO SCRIPTVOX • acesso a rede dialup • acesso ao mixer geral • acesso a inúmeros OCR • dentre outros... INTERFACE ADAPTADA PARA O WORD 7.0 APRESENTAÇÃO DO TEXTO DEVIDAMENTE FORMATADO 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO CURRICULUM VITAE 1. DADOS PESSOAIS: NOME: BERNARD CONDORCET PORTO DATA DE NASCIMENTO: 15 DE SETEMBRO DE 1963 CONTATO: RESIDÊNCIA: 021–2619-6787 UNIVERSIDADE: 021-2598-3198 CELULAR: 021-9792-1595 2. GRADUAÇÃO: CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO.FACULDADES AMERICANO.EM : JUNHO DE 1993. INTEGRADAS ANGLO 3. PÓS-GRADUAÇÃO: MESTRADO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO.TESE SOB O TÍTULO: WEBVOX: UM NAVEGADOR PARA A WORD WIDE WEB DESTINADO PARA DEFICIENTES VISUAIS. CENTRO DE CIÊNCIAS MATEMÁTICAS E DA NATUREZA. INSTITUTO DE MATEMÁTICA. NÚCLEO DE COMPUTAÇÃO ELETRÔNICA.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO.EM : MARÇO DE 2001. 4. PROJETOS E ATUAÇÕES PROFISSIONAIS: ATUA DESDE JUNHO DE 1997 JUNTO AO “PROJETO DOSVOX”, COMO ANALISTA DE SISTEMAS, DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE E “HOMEPAGES” ACESSÍVEIS. - CENTRO DE APOIO EDUCACIONAL AO CEGO (CAEC)/NÚCLEO DE COMPUTAÇÃO ELETRÔNICA (NCE)/ UFRJ-. ATUA DESDE AGOSTO DE 1999 JUNTO À “REDE SACI” (SOLIDARIEDADE, APOIO, COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO), NAS ÁREAS DE SUPORTE TÉCNICO, DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE ALÉM DE MINISTAR INÚMEROS CURSOS. - UFRJ/ USP -. ATUA DESDE ABRIL DE 2001 JUNTO AO “PROJETO INTERVOX”, NAS ÁREAS DE PESQUISA E APLICAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS QUANDO DIRIGIDO À DEFICIENTES VISUAIS. - CNPQ/UFRJ -. 5. EVENTOS E PARTICIPAÇÕES: COORDENAÇÃO GERAL E PROFESSOR DO CURSO DE “INTERNET E PROGRAMAÇÃO”. - INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT. DATA: DE AGOSTO À DEZEMBRO DE 2000. PARTICIPOU COMO PALESTRANTE NO “CONGRESSO INTERNACIONAL DE REABILITAÇÃO”, OCORRIDO NA CIDADE DO RIO 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO DE JANEIRO. - RIO CENTRO. – DATA: OUTUBRO DE 2000. PARTICIPOU COMO MEMBRO DE GRUPOS DE TRABALHO NO EVENTO “OFICINA PARA A INCLUSÃO DIGITAL”, OCORRIDO EM BRASÍLIA E PROMOVIDO PELO GOVERNO FEDERAL. - CENTRO DE CONVENÇÕES ULYSSES GUIMARÃES.- DATA: MAIO DE 2001.6. ARTIGOS E PUBLICAÇÕES: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, TENDO CLASSIFICADO O ARTIGO “ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS CEGAS PELO COMPUTADOR: UMA UTOPIA OU UMA NOVA REALIDADE EDUCACIONAL”, OCORRIDO NA CIDADE DE FOZ DE IGUAÇU.DATA:SETEMBRO DE 1998. SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO, TENDO CLASSIFICADO COMO MELHOR ARTIGO DESTE EVENTO O TRABALHO “WEBVOX II / INTERVOX : UM NAVEGADOR E CONSTRUTOR DE PÁGINAS WEB DESTINADO À DEFICIENTES VISUAIS”, OCORRIDO NA CIDADE DE MACEIÓ. DATA: NOVEMBRO DE 2000. 3º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE INFORMÁTICA EDUCATIVA, TENDO CLASSIFICADO O ARTIGO “WEBVOX: UMA FERRAMENTA DE NAVEGAÇÃO NA WEB DESENVOLVIDA PARA DEFICIENTES VISUAIS”, OCORRIDO EM PORTUGAL, NA CIDADE DE LISBOA. DATA: JULHO DE 2001. 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO A chegada da informática adaptada às necessidades do deficiente visual no Brasil, deu-se já na década de 70. De lá para cá são muitas as conquistas. É indiscutível a importância deste avanço para o processo formativo do deficiente visual, para facilitar-lhe a interação e a comunicação com o seu meio, para proporcionar-lhe uma crescente autonomia e para a ampliação do seu bem-estar psicossocial e sua integração social. João Bosco D. Santa Rosa Hoje vivemos a era da globalização. O mundo inteiro se comunica numa velocidade jamais vista na história e para isso a tecnologia da computação é uma das ferramentas chave. Todos estão em busca do conhecimento necessário para o domínio, ainda que apenas o suficiente, desta tecnologia, para que se possa participar ativamente nesse processo. O deficiente visual participa também dessa dinâmica graças ao desenvolvimento de recursos apropriados que já lhe permitem o acesso à tecnologia. Esses recursos, utilizados na sua amplitude e sendo adequados às necessidades de cada situação do deficiente visual, possibilitam um domínio e independência na execução de tarefas, eliminando barreiras de comunicação no mundo virtual. Dentre esses recursos devem ser lembrados em primeiro lugar os programas leitores de tela com seus respectivos sintetizadores de voz, como Dosvox, Virtual Vision, Bridge e Jaws. Vale salientar, que cada um destes leitores têm peculiaridades que permitem maior ou menor acessibilidade aos aplicativos do Windows. Um outro recurso de fundamental importância é o transcritor Braille. Para os que ainda não conhecem lembramos que um transcritor tem a propriedade de transpor a escrita em caracteres comuns para o Braille. Também circulam vários softwares para este fim, como o Braille Fácil, Duxbury, Winbraille e outros, merecendo destaque o TGD (Tactile Graphic Designer), utilizado para transposição e criação de gráficos. Também existem em circulação vários modelos e marcas de display Braille, um periférico que acoplado ao computador permite ao deficiente visual a leitura da tela. Neles, os dedos são colocados sobre uma barra onde são reproduzidos os pontos que compõem a grafia. Completando o conjunto de todas essas interfaces criadas para facilitar a interação dos deficientes visuais com a informática, já foi desenvolvida também a impressora Braille. Do mesmo modo que os recursos anteriores, já circulam em vários modelos e marcas no mercado. Por outro lado, embora existam interfaces previstas para o deficiente visual utilizar a informática como meio de informação e comunicação, infelizmente elas não interagem com todos os ambientes do Windows, pois, em sua maioria, estes estão se tornando cada vez mais gráficos, principalmente nos sites que são desenvolvidos para a Internet. Seria de grande importância que fossem desenvolvidas, nesses casos, formas de expressão que permitissem o acesso desses sites aos deficientes visuais, assim como a criação de softwares pedagógicos destinados a educação infantil, que contemplem a criança portadora de cegueira. O acesso ao computador pelo deficiente visual tende a tornar-se cada vez mais 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO freqüente devido à sua chegada ao ambiente escolar. A presença do computador tende a assegurar tanto a melhoria da qualidade de ensino, como traz para as escolas o acesso ao mundo virtual. Todavia, em educação especial, o aluno necessita de profissionais atualizados, aptos a facilitar o aprendizado de forma qualitativa e individualizada, com informações que o preparem para enfrentar as transformações que ocorrem na sociedade pois o mundo hoje exige de todas as pessoas, principalmente para o mercado de trabalho, mais informação, mais qualificação e maior desempenho. As portas que a tecnologia da informática abre para os deficientes visuais, definitivamente fortalecem o processo educativo, ampliam as possibilidades de comunicação, habilitam-nos para o trabalho, para o aperfeiçoamento cultural e proporcionam-lhes oportunidades de lazer. Navegar na Internet, por exemplo, é bem mais proveitoso quando se tem um objetivo, como acessar sites instrutivos ou participar de cursos ministrados a distância. Mas não basta ter um computador em casa ou na escola para que tudo esteja resolvido. Como acontece em relação a todos os meios de comunicação, é preciso uma posição crítica, uma opinião formada sobre as possibilidades, mas também sobre suas limitações e inconveniências. É necessário questionar as informações recebidas, não podendo ser aceitas sempre como definitivas. Além do mais, na escola, o computador será bem mais útil se o conhecimento da tecnologia estiver aliado a objetivos educacionais. É um trabalho que precisa ser desenvolvido com objetividade para não ficar na tecnologia pela tecnologia. O sucesso deste trabalho exigirá como fundamento a vivência, o planejamento, o empenho, a resposta aos desafios. João Bôsco Dias Santa Rosa, tem ministrado cursos na área de informática adaptada às necessidades do deficiente visual em parcerias do Mec com instituições de ensino superior, apresentou palestras em seminários, tem trabalho publicado nos anais do l Simpósio Brasileiro sobre o Sistema Braille e atualmente coordena o Centro de Tecnologia e Informática do Instituto de Cegos da Bahia. 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO João Bosco Dias Santa Rosa Natural de Boquim, no Estado de Sergipe, onde nasceu em março de 1955. Reside atualmente em Salvador, na Bahia, para onde se transferiu desde a infância, quando iniciou seus estudos no Instituto de Cegos da Bahia. Ao término do primeiro grau escolar, iniciou seus estudos profissionalizantes no Centro de Formação Profissional Luís Tarquínio, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, em Salvador. Nas oficinas do SENAI, ao longo de um ano e meio, tornou-se o pioneiro no Brasil como portador de cegueira congênita, a realizar todos os estágios do curso de eletricidade, tais como residencial, industrial e máquinas elétricas que incluem bobinagem de motores e transformadores. Logo após, realizou o seu primeiro estágio nas oficinas elétricas da Petrobrás entre os meses de janeiro e julho de 1974, findo o qual, mediante concurso público, foi admitido por aquela empresa como eletricista, tendo trabalhado entre 1975 a 1998. Simultaneamente ao exercício profissional, cursou eletrotécnica na Escola de Engenharia Eletromecânica da Bahia tendo concluído em 1980. Ao longo de sua vida profissional fez vários cursos de aperfeiçoamento na área de eletricidade. Desde 1993, no entanto, voltou os seus interesses profissionais para a área da informática, tendo concluído a sua vinculação com a Petrobrás na categoria de programador. Como atividades de extensão tem proferido palestras sobre aspectos ligados à adaptação profissional de deficientes visuais em instituições de ensino superior, ministrou cursos de eletricidade para deficientes visuais em Salvador e Recife; participou do IX Congresso Brasileiro de Educação de Deficientes Visuais na qualidade de coordenador da mesa Informática e outras Tecnologias, realizado em Guarapari-ES; participou do Curso de Especialização em Informática para Educação de Deficientes Visuais, como ministrante da disciplina Informática, ( 80 horas/aula) em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, participou do V Encontro Brasileiro de Usuário de Dosvox na qualidade de moderador de uma das mesas no curso de Internet Básico, realizado no Rio de Janeiro -RJ, ministrou o curso de Informática aplicada na produção Braille, Instalação, Configuração e Operação de Impressora Braille Computadorizada (40 horas/aula), promovido pelo SEDUC/CPP/EEE/CAP – Cuiabá - MT; participou como docente do Curso de Capacitação na Área de Educação de Deficientes Visuais promovido pelo Instituto de Cegos da Bahia; ministrou o curso de Introdução da Informática na Produção Braillle (40 horas/ aula) promovido pela Fundação Lions Clube de Santo Antônio de Jesus-BA; participou do curso de Monitoria de Informática para Deficientes Visuais (40 horas/aula) promovido pela Fundação Bradesco; participou do I Simpósio Brasileiro sobre Sistema Braille na qualidade de apresentador do painel “Sistema de Síntese de Voz e Softwares para Edição e Impressão Braille” cujo trabalho encontra-se devidamente registrado e publicado nos anais do referido simpósio; participou do II Seminário sobre Informática na Educação Especial – Proinesp realizado pelo Ministério da Educação – Secretaria de Educação Especial e Federação Nacional das APAEs, na cidade de Fortaleza-CE; participou como conferencista do tema A Informática como Facilitadora do Processo de Inclusão do Portador de Deficiência Visual na Jornada: Fortalecendo Parcerias promovida pelo Instituto de Cegos da Bahia/ Centro de Intervenção Precoce; atualmente tem ministrado cursos de iniciação à informática, dosvox e virtual vision para deficientes visuais e coordena o Centro de Tecnologia e Informática – CETIM junto ao Instituto de Cegos da Bahia. 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS CEGAS COM AJUDA DO COMPUTADOR por José Antonio Borges e Berta Regina Meirinho Paixão (NCE/UFRJ - Sec. Estadual de Educação do RJ) 1. Tecnologia a serviço da pessoa cega A alfabetização convencional de crianças cegas é feita através do aprendizado do método Braille [1]. A utilização do método Braille leva para os cegos, em muitos casos, muitas vantagens sobre quaisquer outras soluções tecnológicas.[5] Por outro lado, a criação dos artefatos tecnológicos, como o rádio e TV, o gravador e o computador trouxe novas perspectivas educacionais para todos, incluindo as pessoas cegas. Em particular o computador hoje pode oferecer facilidades que permitem ao cego escrever e ler virtualmente tudo. O sistema mais usado no Brasil é o DOSVOX [4], criado na UFRJ, através do qual um cego pode, usando um microcomputador comum, escrever, ler e imprimir textos (tanto em tinta quanto em Braille), ler através de scanner um texto impresso em tinta e acessar a Internet, tudo isso utilizando padrões de computação compatíveis com os programas que as pessoas que enxergam usam. Com um sistema como o DOSVOX, um aluno faz seu trabalho e o professor comum e os seus colegas compreendem. Como consequência deste resultado, surgiu em várias pessoas a idéia de que é conveniente introduzir o computador no processo de alfabetização de cegos. Diversos professores nas instituições reconhecidas pela sua qualidade, como o Instituto Benjamin Constant a Sociedade de Assistencia aos Cegos de Fortaleza, já levam periodicamente seus alunos para “brincar” com o computador. Em particular, com a necessidade da inclusão da criança cega em classes convencionais, o uso do computador com DOSVOX se torna uma alternativa atraente que tem sido tentada em muitas escolas em todo Brasil. 2. Como uma criança é alfabetizada com a ajuda do DOSVOX O projeto se baseia no uso de uma série de programas destinados a cumprir as diversas etapas do processo alfabetizatório[2]. Esses programas podem ser pensados como jogos didáticos para motivação e “autodescoberta” [3] utilizando tecnologia multimídia. O computador fala e canta com a criança. A criança interage com os programas através do teclado convencional, com algumas teclas recobertas (opcionalmente) por impressões Braille em papel colado, visando orientar o posicionamento dos dedos da criança, além de, como efeito colateral, a criança perceber empiricamente a relação letra-código. Os programas são executados (ou jogados, falando de forma mais radical) por um grupo de crianças, algumas cegas, outras com deficiência visual, outras com visão normal. Duas crianças cegas não usam o mesmo computador, embora seja possível um cego e outro vidente na mesma máquina. A informação na tela é a minima possível, e o principal item é o som, embora uma criança que enxergue assimile também os grafemas do alfabeto convencional, mostrados na tela em letras grandes. Para permitir que a criança cega conheça o formato das letras, fato importante na socialização com a criança vidente, é desejável 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO disponibilizar-se também um conjunto de letras de plástico para uso de ambos. Essas letras tem colado na traseira o código Braille equivalente. Embora existam diversos programas no sistema DOSVOX que são efetivamente usados neste processo, existe uma espinha dorsal composta por programas de complexidade crescente de operação. Eles são usados num primeiro momento, em seqüência, e quando o aluno atinge um nível mínimo de domínio do computador e da alfabetização, de forma intercambiada. O primeiro programa (Letravox) trabalha visando o reconhecimento simultâneo das letras e das teclas. Este programa associa cada tecla do teclado a uma piadinha, músicas e textos com conteúdo subliminarmente fonético (por exemplo, eu sou A, avião). São usadas palavras chaves não triviais, para trabalhar a nível mnemônico. Diversas letras tem conteúdos conexos, permitindo a criação de sequências lógicas de idéias pela ativação seqüencial de teclas. O segundo programa (Letrix) permite que a criança forme palavras livremente. A criança tecla uma palavra, a máquina fala a palavra teclada, e se for uma palavra “registrada”, ele conta uma piadinha criada pelo professor, associada à palavra. Este programa também sabe falar os números. Através das habilidades desenvolvidas nas fases anteriores a criança será incentivada a “inventar palavras “ e descobrir como o computador as pronuncia, e escrever tantas outras sugeridas pelas brincadeiras do computador. Não existe censura e a criança pode perfeitamente escrever um palavrão que a máquina vai processar a fala corretamente. O Letrix permite à criança descobrir o som das famílias silábicas e encontros vocálicos, sempre de maneira agradável , através de brincadeiras com o teclado. O processo de formação de sílabas é estimulado naturalmente. Não existem erros na formação de sílabas, e mesmo uniões “estranhas” de letras tais como “rs” ou “kp” são tão tratadas (faladas) pelo programa com a mesma correção que as usuais “pa”, “pe” ou “pi”. A criança pode também associar uma escrita qualquer a um som, gravado através de um microfone. O terceiro programa (Contavox) é um jogo de tabuada, que incentiva a criança a aprender a aritmética básica. Embora muito simples, ele permite que o professor introduza o uso das operações aritméticas de forma gradual eliminando diversas dificuldades inerentes ao processo de decorar a tabuada. Além desses programas uma série de outros pode ser usada, incluindo jogos da forca, da memória, editor de textos, bate-papo em rede, e uma série de outros. As atividades podem ser perfeitamente executadas em classes que possuem crianças cegas, com visão subnormal e visão normal, pois o item mais importante do processo utilizado nestes programas é o som. 3. Algumas observações sobre alfabetização de cegos apoiada pelo DOSVOX Foi-nos reportado pelas professoras que em diversas turmas havia a necessidade de uma definição melhor da integração do ensino de Braille com o uso do computador. Essa tarefa pode ser estimulada com a instalação de uma impressora Braille para impressão mecanizada do material produzido pelos alunos na sala de aula. Infelizmente, o alto custo deste equipamento inibe a adoção desta alternativa na maioria das escolas. 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Ainda não se tem uma avaliação comparativa formal, mas pode-se com certeza afirmar que as crianças e professoras estão muito motivadas e a adaptação das crianças cegas ao computador é muito rápida, notando-se quase sempre uma diminuição no tempo de aprendizado em quase todas as fases da alfabetização, em relação à aprendizagem unicamente em Braille. Finalmente, consideramos que usar o computador para um cego é primordial para a sua integração no mundo atual, pois através dele uma pessoa cega consegue “ler e ser lido” praticamente sem restrições. Desta forma, fazer com que as crianças possam utilizá-lo desde bem cedo é provavelmente uma das formas mais efetivas de favorecer a integração futura destas pessoas no ambiente de estudo e trabalho integrado do qual tanto se tem falado nos últimos tempos. Bibliografia [1] Cartilha Braille - Instituto Benjamin Constant - 1997 [2] Multieducação - Núcleo Curricular Básico - Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro [3] Freinet, Celestin - As técnicas Freinet da Escola Moderna. Lisboa, Estampa, 1975. Leontiev, Luria, Vigotski - Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem - São Paulo, Scipione, 1988 [4] Borges, J.A. – DOSVOX - Um Novo Acesso dos Cegos à Cultura e ao Trabalho - Revista Benjamin Constant, Rio de Janeiro, n. 03, maio de 1996, pág. 24-29, também em http:/ /caec.nce.ufrj.br [5] Belarmino, J. – As Novas Tecnologias e a «Desbrailização»: Mito ou Realidade? – anais do II Seminário Nacional de Bibliotecas Braille- maio de 2001, também em http:// intervox.nce.ufrj.br/~joana/textos/tecni08.html 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO José Antonio dos Santos Borges, M.Sc. pela COPPE-UFRJ, atualmente em doutoramento pelo NCE/UFRJ é chefe do Projeto DOSVOX do Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ. Tem graduação em Piano (Conservatório Brasileiro de Música, 1978) e Informática (UFRJ - 1980), com mestrado em Engenharia de Sistemas e Computação (COPPE - UFRJ - 1988). Está atualmente em doutoramento no NCE/UFRJ na área de Computadores e Sociedade. Sua experiência profissional inclui projeto de sistemas operacionais, projeto de sistemas CAD para eletrônica, microeletrônica e computação gráfica tridimensional, multimídia, síntese de voz e computação para auxílio a deficiências. Na UFRJ atua em gerência e consultoria de projetos na área de computação gráfica, multimídia e computação para deficientes. Tem ampla experiência em gerência de projetos de CAD e projeto de CD-ROMs. É professor convidado do Curso de Informática da UFRJ, onde lecionou as cadeiras de Computação Gráfica e Multimídia. É professor auxiliar da Universidade Estácio de Sá no Rio de Janeiro, onde leciona a disciplina de Organização de Computadores. Realiza orientação acadêmica de diversos estudantes para produção de teses de licenciatura e de mestrado. Atua como instrutor nos cursos de especialização MOT e IS-EXPERT do NCE/UFRJ, onde leciona as disciplinas de Multimídia e Linguagens Visuais com Orientação a Objeto. Atuou como instrutor em diversos seminários de alto nível no Brasil, México, Argentina e República Dominicana, nas áreas de microeletrônica e de computação gráfica. É professor Honorário da Universidad de Guadalajara, México. Foi um dos ganhadores do «Prix Möbius» de 1995 do CNRS/França com o CDROM «Conhecendo as Letrinhas com o Menino Curioso». Foi o projetista de software do CD-Rom «As aventuras de Bia na Ilha Encantada» com Bia Bedran. É atualmente o coordenador do Projeto DOSVOX, Sistema Operacional para Deficientes Visuais, o primeiro sistema comercial que sintetizou vocalmente textos genéricos na língua portuguesa. Foi o criador de diversos sistemas para auxílio a deficientes, incluídos aí o DOSVOX (para deficientes visuais), Teclado Amigo (para deficientes motores), Motrix (para tetraplégicos) entre outros. É associado ao Projeto SACI, onde atua como consultor na área de computação para deficientes. 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS PARA UMA ESCOLA DIGITAL E INCLUSIVA Elisa Tomoe Moriya Schlünzen [email protected] ++55(18) 221-8333 No artigo serão descritas pesquisas desenvolvidas desde 1997, usando as Tecnologias de Informação e Comunicação para Elisa Tomoe M. Schlüzen melhorar o processo ensino-aprendizagem de crianças portadoras de necessidades especiais. A estratégia usada na nova prática pedagógica foi o desenvolvimento de projetos, permitindo aos alunos construir conceitos de maneira significativa e contextualizada, gerando a necessidade e o desejo de aprender, criando um ambiente Construcionista, Contextualizado e Significativo. Assim, a aprendizagem emergiu do interesse e do contexto do aluno, possibilitando que os conceitos fossem vividos, formalizados e aprendidos de maneira globalizada, criando situações desafiadoras, atendendo às diferentes necessidades especiais. As pesquisas foram realizadas em vários ambientes: salas de aula da escola especial da Associação de Assistência à Criança Deficiente; uma sala especial de escola pública estadual e em laboratório acadêmico, atuando diretamente com crianças portadoras de necessidades especiais. Os resultados alcançados mostraram que os novos ambientes de aprendizagem permitiram uma maneira mais prazerosa de ensinar, de dar significado à aprendizagem, de contemplar o currículo, de avaliar o desenvolvimento da criança, de integrar e contextualizar os conceitos, valorizando o potencial e habilidades dos alunos especiais. Finalmente, estes trabalhos permitiram que os nossos seres especiais conquistassem a inclusão social e digital, abrindo a perspectiva de sonharmos com uma escola inclusiva. Introdução A atividade de ensinar é geralmente concebida como transmissão de conteúdos disciplinares aos alunos, com realização de exercícios repetitivos, memorização, caracterizando uma forma peculiar e empobrecida do que se costuma chamar de ensino tradicional ou instrucionista. Na educação especial, de acordo com Valente (1991), as metodologias usadas enfatizam o processo de diagnóstico-remediação e a análise de tarefas, sofrendo influência médica e para-médica. Os programas educacionais nesta área enfatizavam a remediação dos aspectos perceptuais como meio de superar os aspectos cognitivos. No método de análise de tarefas, o diagnóstico enfatiza os aspectos psico-pedagógicos, baseado nos métodos tradicionais de ensino, porém, simplificando as atividades, subdividindo-as em partes menores e mais simples. Inhelder (apud Braga 1996, p 63), em um estudo sobre a aplicação dos pressupostos básicos da teoria de Piaget, concluiu que os princípios gerais do desenvolvimento (a seqüência em que os conhecimentos estão sendo aprendidos) são semelhantes para a criança normal e para a deficiente, considerando os conceitos invariantes funcionais, esquemas, operações mentais e estágios propostos por Piaget. Vygotsky (1993) acrescenta que a criança deficiente teria seus próprios caminhos para processar o mundo. Para ele, a necessidade especial da criança faz com que ela se desenvolva por meio de um processo criativo (físico e psicológico) definindo-o como caminhos isotrópicos. Ou seja, a criança 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO portadora de necessidades especiais pode encontrar seus caminhos por rotas próprias, porém em tempo e formas diferentes. Braga (1996) salienta que, para Vygotsky, o futuro das crianças com necessidades especiais depende muito da possibilidade que elas venham a ter de interação com o meio social. Russo (1994, p. 37) mostra que, no decorrer da história das pessoas que são portadoras de necessidades especiais, forma-se uma delimitação secundária para a deficiência, que se caracteriza pela ausência de experiências socioculturais que lhes é imposta durante sua trajetória de vida. Assim, muitas vezes as características da delimitação secundária tornam-se tão fortes nas características pessoais destes indivíduos, que passam a fazer parte do quadro de suas patologias e ajudam até a defini-las, por exemplo: alienação, comportamentos ritualísticos, dificuldades na socialização, entre outras. No entanto, a abordagem instrucionista tem se mostrado totalmente ineficiente, uma vez que o aluno é obrigado a permanecer em uma sala de aula recebendo informações de um educador, geralmente de forma pobre, fragmentada e descontextualizada. Assim, com as experiências teórico-práticas vivenciadas, posso afirmar que uma das grandes dificuldades de incluir alunos com essas necessidades deve-se à abordagem metodológica instrucionista praticada nas escolas: todos devem saber tudo, respeitando um mesmo tempo, ritmo e caminhos, buscando-se promover na escola uma homogeneização de seres heterogêneos. Portanto, incluir crianças especiais, sob a perspectiva metodológica instrucionista, é uma atitude a ser repensada. Dessa forma, acredito que os educadores necessitam mudar as práticas pedagógicas possibilitando o desenvolvimento ético, artístico, social e cognitivo do aluno, levandome a acreditar na possibilidade de criar um ambiente de aprendizagem que favoreça o processo educacional também das crianças com necessidades especiais. Assim, se a Educação Especial tem os mesmos objetivos que a Educação normal e se o desenvolvimento interpsicológico favorece o intrapsicológico, por que não encontramos formas que permitam que as crianças com necessidades especiais possam ser incluídas em salas de aulas normais? No entanto, se a escola que temos hoje não consegue formar nem as crianças consideradas normais, como fazer para que ela consiga dar espaço para as nossas crianças especiais, sem frustrá-las? Como poderemos sonhar em receber os desfavorecidos? Vygotsky (1993) sinaliza para uma mudança enfatizando a necessidade de uma revisão dos currículos e métodos de ensino da escola especial, substituindo a abordagem quantitativa por uma abordagem qualitativa baseada em novos princípios educacionais. Neste sentido, Perrenoud (1999) afirma que uma abordagem para construir competências, tanto de professores como de alunos, seria a voltada para o desenvolvimento de projetos. Para tanto, o educador deve rever sua maneira de ensinar e propiciar a aprendizagem, aceitando os caminhos isotrópicos dos portadores de necessidades especiais, abrindo a possibilidade dos alunos especiais serem realmente incluídos no ambiente educacional. Pois, a escola como uma instituição social é um ambiente propício para oferecer a possibilidade de interação da criança com o meio social. Ela pode ser o início para que a sociedade receba estes seres especiais, oportunizando para que eles encontrem os seus caminhos isotrópicos e inserindo-os na sociedade. Esta oportunidade pode ocorrer na relação com os seus amigos com ou sem necessidades especiais, no contato com os ambientes dos quais eles foram privados pela sua própria condição, oportunizando-lhes interagirem, 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO experienciando e vivenciando como qualquer outro ser. Porém, como mencionei anteriormente, o método de ensino não prepara o aluno para viver na sociedade atual, apresentando um material pobre, não desenvolvendo qualquer tipo de competência1 com os educandos, nos termos propostos por Perrenoud (1999). Almeida (1999) salienta que para Papert devem ser consideradas as iniciativas, expectativas, necessidades, ritmos de aprendizagem e interesses individuais dos alunos. Com relação ao professor, ele valoriza as intervenções em atividades que não são meras seqüências de conteúdos sistematizados e nem são também simples experimentações espontâneas. Com estas constatações, busquei possibilidades para a criação de ambientes que pudessem propiciar o desenvolvimento das crianças com necessidades especiais, considerando que as novas tecnologias poderiam contribuir para corrigir a ruptura que a necessidade da criança impõe. Assim, realizei uma reflexão sobre um processo educacional diferente da metodologia instrucionista vigente. Desejava encontrar uma forma de permitir às crianças aprenderem por seus próprios caminhos, onde as suas necessidades não sejam evidenciadas e sim as suas habilidades e potencialidades. Nessa reflexão, compreendi que o professor antes de tudo precisava respeitar o caminho do aluno e transformar-se em mediador deste desenvolvimento. Além disso, o computador poderia ser um instrumento facilitador da construção da aprendizagem como também ocorre com as crianças normais. Neste processo, deve estar claro que a tecnologia não pode ser apenas usada como a reabilitação da criança. Segundo Mantoan (1998, p. 375), os projetos e estudos desta natureza servem para compensar as dificuldades de adaptação, cobrindo déficit de visão, audição, comunicação, mobilidade e compreensão. Assim, reduzem as incapacidades, atenuam os déficits, fazendo falar, andar, ouvir, ver e aprender. Porém, a autora levanta as seguintes questões: • O que é falar sem o ensejo e o desejo de nos comunicarmos uns com os outros? • O que é andar se não podemos traçar os nossos próprios caminhos para buscar o que desejamos, para explorar o mundo que nos cerca? • O que é aprender sem uma visão crítica, sem viver a aventura fantástica da construção do conhecimento? • O que é criar, aplicar o que sabemos, sem as amarras dos treinos e dos condicionamentos? Logo, um dos grandes desafios para os pesquisadores em Informática e Educação é descobrir como usar o computador, somado aos recursos metodológicos apropriados de 1 Competência é a capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles (Perrenoud, 1999). 2 Construcionista porque o aluno usa o computador como uma ferramenta para produzir um produto palpável na construção do seu conhecimento e que é de seu interesse (Valente, 1997); Contextualizado porque o tema do projeto parte do contexto da criança, desenvolvendo-se a partir da vivência dos alunos, relacionando-o com a sua realidade; Significativo quando os alunos se deparam com os conceitos das disciplinas curriculares e o professor media a formalização dos conceitos, cada aluno deve conseguir dar significado ao que esta sendo aprendido, atuando conforme suas habilidades, resolvendo o problema de acordo com aquilo que mais se identifica. 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO maneira a possibilitar aos educandos, com necessidades especiais, a superarem ou minimizarem as barreiras com o mundo, sem que seu comprometimento se evidencie. Para modificar essa realidade, verifiquei que a criação de um ambiente Construcionista, Contextualizado e Significativo2 - CCS, usando como estratégia o desenvolvimento de projetos, pode ser uma alternativa para a construção de uma escola verdadeiramente inclusiva. Neste sentido, sempre tendo em mente a importância do educador saber articular o uso do computador e dos benefícios potencializadores que ele traz para a educação e para a sua prática pedagógica, desenvolvi pesquisas em três ambientes distintos: em uma escola especial, em um laboratório acadêmico e em uma escola da rede pública de ensino, cujo trabalho será descrito a seguir. Ambientes Construcionistas, Contextualizados e Significativos - CCS A experiência de construir ambientes CCS iniciou em 1997 na Associação de Assistência à Criança Deficiente – AACD, na cidade de São Paulo, onde pude investigar3 os princípios básicos que orientariam o professor para desenvolver uma metodologia que usa o computador para criar estes ambientes para crianças com necessidades especiais físicas, despertando as potencialidades e habilidades do aluno, usando como estratégia o desenvolvimento de projetos (Schlünzen, 2000). A pesquisa consistia em realizar uma formação em serviço no ambiente em que as educadoras atuavam. Assim, junto com três professoras, buscamos propiciar um ambiente onde as crianças pudessem aprender os conceitos de forma lúdica, conhecerem-se melhor, promovendo contato e vivência com a sociedade, e que as habilidades e potencialidades de cada um fossem valorizadas e o uso do computador ganhasse sentido. Dando continuidade ao trabalho, no ano de 2001 orientei duas pesquisas4 na área, sendo que uma delas verificava o processo de inclusão e a outra foi desenvolvida no laboratório didático do Grupo de Pesquisa e Suporte em Educação e Tecnologia – GPSETE da Faculdade de Ciência e Tecnologia – FCT/Unesp de Presidente Prudente – SP, dando atendimento a uma aluna portadora de Paralisia Cerebral. Este trabalho consistia em investigar como o aluno portador de necessidades especiais poderia descobrir-se, por meio do desenvolvimento de projetos, partindo de seus sonhos desejos e interesses, usando as Tecnologias de Informação e Comunicação. No ano de 2002 estou orientando cinco (5) alunas que freqüentam os cursos de Pedagogia e Licenciatura em Matemática da FCT/Unesp para continuar a pesquisa que usa as tecnologias para a inclusão digital e social dos portadores de necessidades especiais. Esta pesquisa foi ampliada para alunos que apresentam outros tipos de necessidades como: visão subnormal, descontrole motor, dificuldades educativas, de audição e de fala. Atualmente, estamos recebendo seis (6) alunos, que residem em Presidente Pudente-SP/Brasil 3 As reflexões apontadas a seguir são resultados da pesquisa de doutorado, no Programa de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, no período de março de 1997 a novembro de 2000, com crianças portadoras de necessidades especiais físicas. 4 Pesquisas sobre: a “Inclusão do Portador de Necessidades Educativas Especiais no Cotidiano Escolar” financiada pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, que visava verificar se de fato cumpre-se a lei em termos de inclusão de alunos portadores de necessidades especiais (Portela & Schlünzen, 2001); “O Computador como instrumento Potencializador de Habilidades e Facilitador no Processo de Inclusão de Portadores de Necessidades Especiais”, financiada pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, que objetivava usar as Tecnologias de Informação e Comunicação em busca de um desenvolvimento totalizador e a inclusão social e digital de alunos portadores de necessidades especiais (Portela & Schlünzen, 2002) 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO e região. Além disso, montamos um grupo de pesquisa do qual participam profissionais de instituições filantrópicas, professores e alunos dos cursos mencionados. Neste trabalho, buscamos referências para orientarmos profissionais que apresentam interesse em usar a Tecnologia para o desenvolvimento do portador de necessidades especiais. Com intuito de investigar como a pedagogia de projetos com uso das novas tecnologias poderia favorecer a inclusão do portador de necessidades especiais, contatei escolas estaduais que recebem alunos especiais, por meio da indicação da diretoria de ensino de Presidente Prudente-SP. Das escolas consultadas, apenas uma era adequada aos objetivos que pretendia, apesar da escola ainda não ter computadores disponíveis para os alunos nas salas de aula. Entretanto, a sala especial da escola recebeu um computador e a professora responsável por ela mostrou-se bastante interessada. Dessa forma, acreditei que seria importante realizarmos as nossas pesquisa nesta sala, usando a abordagem metodológica desenvolvida. Com objetivo de melhorar o processo ensino-aprendizagem da sala de aula especial e propiciar a inclusão social e digital de seus alunos, estamos realizando uma formação continuada e em serviço da professora para o desenvolvimento de projetos. Na pesquisa, estão envolvidas duas alunas do curso de Pedagogia, uma recém formada no curso de Licenciatura em Matemática e uma aluna do curso de Pós-Graduação em Educação da Unesp de Presidente Prudente. No mesmo programa, a partir de 2002, iniciei a coorientação de uma pesquisa do mestrado cujo título é “A Escola Inclusiva”. No trabalho de campo, a mestranda está realizando um diagnóstico sobre a ocorrência da inclusão dos sujeitos da pesquisa na escola. No próximo semestre, ela iniciará a formação em serviço dos professores das escolas que farão parte do universo da pesquisa, no uso das tecnologias para a criação do ambiente CCS. Finalmente, na disciplina “Formação de Professores para uma Escola Digital e Inclusiva” que ofereço no programa de pós-graduação em Educação da FCT/Unesp, sempre com a preocupação de criar o ambiente CCS para os alunos que freqüentam a disciplina, decidimos, conjuntamente, desenvolver um portal cujo nome é “Educação Digital para Todos”. O objetivo do portal nasceu da falta de ambientes educacionais para proporcionar a formação de educadores e garantir melhores condições para a inclusão das crianças com necessidades especiais. O portal então, visa dar apoio aos profissionais que estão encontrando dificuldades de incluírem os desfavorecidos, lembrando que já existem leis que garantem o acesso de pessoas especiais em empresas, escolas e instituições. Resultado das Pesquisas Nos ambientes CCS criados, onde foram usados como estratégia o desenvolvimento dos projetos, o computador pôde potencializar a comunicação, a criação e a produção dos alunos, sendo também usado como um instrumento de diagnóstico e de avaliação formativa, uma vez que permitia verificar a capacidade intelectual da criança portadora de necessidades especiais. Além disso, por meio da formalização, representação, execução e depuração de suas idéias (Valente, 1993), os próprios alunos descobriram e corrigiram os seus erros com maior facilidade, depurando e refletindo sobre todo o seu processo de construção do conhecimento. Com o computador, o educando conseguiu realizar as tarefas de maneira independente, sem o auxílio de outras pessoas, superando ou minimizando as barreiras com o mundo sem que o seu comprometimento se evidenciasse. O uso do compu5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO tador foi articulado ao cotidiano em que os sujeitos da pesquisa estavam vivendo, propiciando a construção do conhecimento e a busca de informações. O aluno pôde construir algo palpável (Valente, 1997) e significativo dentro do projeto que os alunos estavam desenvolvendo, ampliando o trabalho desenvolvido para as dimensões afetivas e valorativas. Assim, cada educador pôde articular o uso desta ferramenta e todos os benefícios que ele traz para a Educação Especial à sua prática pedagógica. Nestes ambientes, foi possível também trazer o dia-a-dia para o local em que o processo ensino-aprendizagem estava ocorrendo, permitindo aplicações práticas e a aprendizagem com a experiência, com a realidade e necessidade do aluno (Masetto, 1998). Dessa forma, o educador descobriu uma maneira mais prazerosa de ensinar, de dar significado à aprendizagem, integrando e contextualizando os conceitos. O conhecimento foi construído e a Educação deixou de ser a definida por Freire (1970) como “Bancária”, na qual o aluno é um ser passivo em quem são depositadas as informações. O ensino deixou de ser centrado no professor que fala, dirigindo-se para o aluno que precisa interagir com o mundo a sua volta. Nas pesquisas em que o desenvolvimento dos projetos foi realizado em uma sala de aula, o professor aproveitou toda a riqueza dos momentos que surgiram para conseguir contemplar o currículo. Com sua experiência docente, percebeu os conceitos que podiam ser desenvolvidos e atentar para sua formalização, colaborando com a construção dos conceitos a partir dos temas escolhidos, vividos e abordados. Logo, o currículo foi organizado e construído a partir dos problemas e preocupações que interessavam aos alunos. Isto é diferente dos currículos acadêmicos e fragmentados por disciplinas, como Hernandez (1998) ressalta que ocorre na maioria das escolas. Para contemplar o currículo a cada atividade, o professor fazia um levantamento e uma reflexão dos conceitos que foram abordados junto com os alunos, o que permitiu verificar que, mesmo não tendo ocorrido de maneira linear, ele conseguiu contemplar os mais diversos conteúdos, com a vivência dos alunos. Nos momentos de reflexão e sistematização, verificava-se também o que poderia ser explorado, delineando as novas atividades por meio de um processo reflexivo. Além disso, a metodologia favoreceu às crianças terem consciência de seu crescimento e habilidades, permitindo que o aluno percebesse e verificasse suas capacidades, descobrindo sua auto-imagem para atuar em sociedade. Logo, foi possível realizar uma auto-avaliação com os alunos, permitindo a ele demonstrar suas percepções e com isso, ampliar o diagnóstico, a avaliação e a atuação do educador. Portanto, o professor conseguiu realizar uma avaliação formativa dos alunos (Perrenoud, 1999) ou mediadora (Hoffmann, 1993), porque pôde analisar as várias manifestações sociais, emocionais, afetivas e cognitivas deles em situação de aprendizagem. Assim, conseguimos perceber as facilidades ou os problemas de elaboração, de raciocínio, de proporção, de articulação, de sociabilidade. Isto permitiu o educador conhecê-lo de uma maneira mais completa, podendo decidir e atuar para ajudá-lo a melhorar, a desenvolver-se e a descobrir as suas habilidades, competências (Perrenoud 1999), inteligências (Gardner, 1995), potencialidades e seus caminhos isotrópicos (Vygotsky, 1993; Braga, 1996). Na sala de aula os alunos atuavam muito, individualmente e coletivamente e o que produziam não estava direcionado apenas para a expectativa do educador, mas sim relacionado com seus interesses. Nesta avaliação contínua, foram observados os aspectos: emocionais, sociais e cognitivos. Consideramos o desempenho de cada aluno e sua evolução individual e coletiva no decorrer do ano letivo. 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Na escola, os ambientes favoreceram ainda mais os trabalhos em grupo, o que contribuiu para que um completasse as idéias e dificuldades do outro. A aprendizagem não ocorreu apenas com os professores em uma relação individual e de dependência (Masetto, 1998), havendo uma grande parceria com os amigos, professores e demais profissionais envolvidos. Dessa forma, cada aluno pôde contribuir com suas idéias a partir de sua criatividade, interesses e desejos, não sendo um espectador das mudanças que estavam ocorrendo (Fazenda 1995), tornando-se o ser ativo do processo de ensino-aprendizagem. Houve também uma mudança na relação do professor com os pais, uma vez que agora eles compartilhavam do desenvolvimento do aluno e colaboravam com depoimentos. Dessa forma, foi muito importante a interação das pessoas diretamente ligadas aos alunos, para que o professor pudesse dialogar e obter informações para avaliar de maneira mais precisa o desenvolvimento deles também no convívio familiar e social. Nas análises das educadoras, elas declararam que ao observar as grandes evoluções, o progresso e a satisfação que as crianças apresentavam em cada uma de suas conquistas, vivenciadas no desenvolvimento dos projetos, é praticamente impossível negar os benefícios do ambiente CCS e dos recursos computacionais. Logo, pude verificar que é possível melhorar o processo ensino-aprendizagem de crianças com necessidades especiais, as quais construíram conhecimento, aprenderam de forma contextualizada e significativa. O computador foi o potencializador de suas habilidades, o currículo foi construído durante as atividades desenvolvidas, houve mudanças na prática pedagógica do professor e nas relações com os pais, entre outros resultados expressivos. Neste ambiente, o ritmo e o tempo, as habilidades, as potencialidades e as dificuldades de cada criança foram respeitadas, possibilitando que cada uma encontrasse seu caminho isotrópico. Considerações Finais Na pesquisa, “Inclusão do Portador de Necessidades Educativas Especiais no Cotidiano Escolar” (Portela & Schlunzen, 2001), verificamos que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB nº 9394/96 apresenta-se como um marco muito significativo na Educação Brasileira, uma vez que ela prevê a inclusão e a ampliação do atendimento educacional, em rede pública, aos educandos com necessidades especiais nos níveis de Educação Infantil e Superior. Esta lei é fundamental e abre uma perspectiva para essas crianças. No entanto, apesar dos esforços de pessoas e autoridades dedicadas nas esferas municipais, estaduais e federais, que buscam melhorar as condições das crianças especiais, a tão desejada inclusão não acontece ainda. Nesta mesma pesquisa, observou-se a existência de um descompasso entre a teoria/prática no que se refere à inclusão, ou seja, existe um distanciamento entre a lei que a garante e a prática nas escolas que a nega. As principais dificuldades que impedem a operacionalização da inclusão no ambiente são: a falta de formação e preparo do professor; a necessidade de mudança na prática pedagógica e, conseqüentemente, no processo educacional; a falta de critério para selecionar os professores que venham a atuar junto a esses alunos, sem considerar a sua vocação ou 5 IV Congresso Ibero-Americano de Informática na Educação – Ribie 98. Brasília –Brasil. 7 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO histórico de vida; a prática do professor, que geralmente busca atender a dificuldade do aluno e não explorar a sua potencialidade; a falta de preparo dos próprios alunos da sala para receber um aluno especial; a falta de adaptação na estrutura física do ambiente. Contudo, pude constatar que existem pessoas no Ministério da Educação e Cultura – MEC que trabalham para que nossos cidadãos especiais possam ser realmente incluídos. Além disso, em parceria com o MEC, existem pesquisadores renomados da mais alta capacidade dedicando suas pesquisas para garantir uma melhor inclusão dos portadores de necessidades especiais. Esta afirmação se confirma após ter participado de um congresso internacional5 , no ano de 1998, em Brasília ao receber uma carta da secretária da Educação Especial, que solicitava a união das universidades e escolas, para conquistarmos a inclusão. Neste momento, nasceu em mim um grande desejo de poder contribuir mesmo que de forma humilde para a grandeza deste trabalho. Completando este trabalho, participei do Programa Nacional de Informática – Proinfo em 1999 em Faxinal do Céu-PR/Brasil. O meu trabalho deu-se em dois papéis: como especialista para avaliar os projetos dos educadores, e como debatedora para relatar sobre o trabalho que vinha desenvolvendo na AACD, sobre o uso da tecnologia no desenvolvimento de projetos em sala de aula. Na época, iniciava-se a estratégia em desenvolver projetos, os professores brasileiros apresentavam seus trabalhos e projetos de maneira tímida e quase sem chão. Para a minha surpresa, quando tive a grata satisfação de participar novamente do ProInfo de 2001 (Fortaleza-CE/Brasil), pude verificar que os trabalhos dos educadores estavam sendo realizados com mais segurança. Todos muito próximos daquilo que acredito propiciar a inclusão. Tudo isto permitiu-me vislumbrar que estas crianças poderiam ser incluídas em uma escola normal que fizesse uso desta nova metodologia, sustentando a tese de Mantoan (1997) sobre o aprimoramento da qualidade do ensino regular e a adição de princípios educacionais válidos para todos os alunos, resultando, naturalmente, na perspectiva de uma inclusão escolar com o uso das novas tecnologias. Dessa forma, acredito que se a comunidade educacional aliar-se com a comunidade científica com o apoio do ministério, assumindo um compromisso para formar os educadores para modificarem suas práticas pedagógicas, possibilitando que eles apropriem-se do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no desenvolvimento de projetos criando o ambiente CCS poderemos abrir a grande possibilidade dos portadores de necessidades especiais encontrarem os seus caminhos isotrópicos, sendo realmente incluídos, participando de forma efetiva na escola, deixando as pessoas contagiadas com o brilho de seus olhares pela força de suas superações. Para tanto, devemos criar um ambiente onde o aluno deixe de ser dirigido e saia da passividade, tornando-se o ser ativo, participativo, criativo, crítico e independente. A ele deve-se dar a oportunidade de descobrir a sua identidade, os seus desejos pessoais e profissionais construindo o seu projeto de vida, deixando florescer suas habilidades, emoções. Transformando em conhecimento as informações que são significativas para ele, formalizando cada conceito que é importante e descobrindo a relação com tudo que está aprendendo, a partir de seus interesses individuais no seu con6 Construtivista: compreende o conhecimento como algo que está sempre em construção. Interacionista: porque reconhece que sujeito e objetos são organismos vivos, ativos, abertos, em constante intercâmbio com o meio ambiente. Sóciocultural: compreende que o ser se faz na relação, que o conhecimento é produzido na iteração com o mundo físico e social com base no contato do indivíduo com sua realidade. Transcendente: significa a tentativa de ir mais além, ultrapassar-se, superar-se, entrar em comunhão com a totalidade indivisível, compreender-se como parte integrante do universo. (Moraes, 1997). 8 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO texto, tornando-se um cidadão preparado para atuar no mundo em que vive. No entanto, para o aluno atuar por inteiro, é necessário que ele se conheça e entenda as suas dificuldades, busque superá-las sem se punir ou ser punido. Finalmente, após todas estas constatações, sinto a necessidade da escola regular mudar seu paradigma educacional e oferecer oportunidade para estas crianças de se relacionarem com outros alunos, desenvolvendo suas potencialidades, sentindo-se incluídas e acolhidas. Portanto, nasce um novo desejo, formar os professores para construirmos juntos um ambiente CCS para ser compartilhado por crianças “normais” e com necessidades especiais. Onde os alunos possam inserir-se em um processo ensino-aprendizagem construtivista, interacionista, socio-cultural e transcedente6 (Moraes, 1997). Acredito assim, que a inclusão trará grandes benefícios para o processo educacional, pois para que ela ocorra realmente, o ensino deverá ser de qualidade para todos. REFERÊNCIAS ALMEIDA, M.E. (1999). Informática e formação de professores. Brasília: Ministério da Educação – MEC. BRAGA, L.W. (1996). Cognição e paralisia cerebral: Piaget e Vygotsky em questão. Salvador: Editora SarahLetras. FAZENDA, I.C.A.(1995). Interdisciplinaridade: historia, teoria e pesquisa. Campinas: Papirus. FREIRE, P. (1970). Pedagogia do oprimido. São Paulo: Editora Paz e Terra. GARDNER, H. (1995). Inteligências múltiplas. Porto Alegre: Editora Artes Médicas. HOFFMANN, J. M. L. (1993). Avaliação mediadora: Uma prática em construção da préescola à universidade. Porto Alegre: Editora Mediação. HERNANDEZ, F. (1998). Transgressão e mudança na educação: Os projetos de trabalho. Porto Alegre: Editora Artes Médicas. MANTOAN, M.T.E. (1997). A integração de pessoas com deficiência: Contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon: Editora SENAC. ___________, M.T.E. (1998). A tecnologia aplicada à educação, na perspectiva inclusiva. Em F.C. Capovilla, M.J. Gonçalves & E. C. Macedo (org.) 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Manuscrito não publicado, Núcleo de Informática Aplicada à Educação -Nied - Universidade Estadual de Campinas. VYGOTSKY, L.S. (1993). Problems of abnormal psychology and learning disabilities: The fundamentals of defectology. New York: Plenum. 10 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO INFORMAÇÕES CURRICULARES Nome: Elisa Tomoe Moriya Schlünzen Professora Doutora na Universidade Estadual Paulista - Unesp Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual Paulista – Unesp Instituição: Universidade Estadual Paulista – Unesp Faculdade de Ciências e Tecnologia – FCT Departamento de Matemática Formação Acadêmica: • Doutora em Educação (2000) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC • Mestre em Engenharia Elétrica (1994) - Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP • Especialista em Computação (1987) – Universidade de São Paulo – USP – São Carlos-SP • Licenciada em Matemática (1985) - Universidade Estadual Paulista – Unesp Áreas de Pesquisa: Informática na Educação e na Educação Especial, Formação de Professores, Educação à Distância. Publicações: Autora de três capítulos de livro, com mais de vinte artigos na área publicados nacional e internacionalmente. Outras informações: • Sub-Coordenadora do Núcleo de Educação Corporativa da FCT/UNESP. • Membro do Grupo de Pesquisa em Formação de Professores da FCT/UNESP Campus de Presidente Prudente. • Professora Orientadora no Programa de Educação Continuada – PEC – Formação Universitária, financiado pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e sob a responsabilidade da Unesp, USP e PUC-SP. 11 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO EDUCAÇÃO ESPECIAL E PROJETOS PEDAGÓGICOS BASEADOS NA APLICAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) Fernanda Maria Pereira Freire Nied - Unicamp [email protected] 1 Introdução Fernanda M. P. Freire Desde os anos 80, quando no Brasil despontaram os primeiros estudos sobre a aplicação da filosofia de ensino-aprendizagem Logo junto a sujeitos com paralisia cerebral (Papert, 1980/85; Valente, 1991), tem-se constatado que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) podem desencadear um importante processo de transformação clínicopedagógica nas escolas especiais. Com o avanço tecnológico crescente as TIC têm facilitado o acesso e a socialização da produção de conhecimentos culturalmente construídos e que se encontrava fora do alcance de pessoas com necessidades especiais (Jannuzzi, 1998). Entretanto, parece-nos que a aplicação das TIC pode ir além, contribuindo de forma incisiva para o desenvolvimento do potencial cognitivo, criativo e humano. Por esse motivo, torna-se imprescindível que a utilização das TIC esteja comprometida com uma proposta educativa que visa o aprendizado desse alunado, permitindo-lhes colocar em ação conhecimentos, talentos e, também, dificuldades. A concepção e viabilização do trabalho clínico e educacional por meio de Projetos tem se revelado uma alternativa bastante produtiva tanto no Ensino Regular quanto no Especial (Freire, 2001). A idéia de Projeto reafirma, uma vez mais, a relevância de a ação educativa - voltada para finalidades de avaliação e/ou de acompanhamento - ser contextualizada (Coudry, 1986/88). Somente um trabalho dessa natureza oferece condições para que o sujeito possa, efetivamente, realizar uma atividade de aprendizagem. Assim, concebe-se a relação ensino-aprendizagem, instalada pelo Projeto Pedagógico, como produto de um processo histórico-cultural decorrente de diferentes práticas sociais e discursivas1 que nele têm lugar. Em outras palavras, os Projetos Pedagógicos baseados na aplicação das TIC constituem um conjunto articulado de conteúdos, meios, materiais e discursos circulantes a respeito de um tema comum, que requer colaboração, partilha, reciprocidade, troca de experiência entre seus protagonistas (Freire e Coudry, 1998). Tratase, portanto, de uma práxis social em que contam as relações subjetivas e pessoais (Freire, 1999). 2 Projeto Pedagógico2 e TIC Não é novidade dizer que a massificação do ato de ensinar e aprender é ainda mais indesejável no contexto da Educação Especial. É muito importante que esse aluno possa relacionar-se com o grupo social no qual está inserido (sua classe, sua comunidade) compartilhando seus conhecimentos e aprendendo com a experiência de outras pessoas; este1 Denomina-se de prática discursiva qualquer situação de uso efetivo da linguagem da qual participam interlocutores que têm uma língua comum, com diferentes propósitos, fazendo uso de diferentes configurações textuais (diálogo, narrativas, relatos etc.) e que coloca em relação aspectos sociais e textuais do discurso (Maingueneau, 1987/89, p. 56). 2 Optamos pela denominação Projeto Pedagógico embora seja possível, do nosso ponto de vista, trabalhar com essa mesma noção com finalidades clínicas ou terapêuticas. 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO ja preparado para as mudanças que continuamente ocorrem na vida; tenha possibilidade de crescimento pessoal; desenvolva segurança social e emocional e, acima de tudo, tenha chance de se (re)descobrir por meio de suas relações interpessoais ultrapassando atitudes que prejudicam a aprendizagem e o convívio. Não se pode negligenciar o papel que desempenham os materiais e meios na interação didática: daí a importância das TIC no processo ensino-aprendizagem3 . O Projeto Pedagógico baseado na aplicação das TIC potencializa, a nosso ver, a articulação de conhecimentos de áreas diversas, promovendo o trabalho intra e inter-social visando a integração significativa de disciplinas e conhecimentos; o envolvimento de alunos e professores em atividades socialmente relevantes; a interpretação de fenômenos sócio-culturais da comunidade e o resgate de valores a serem vividos pela escola por meio de uma atuação prática (Freire e Prado, 2000). Pelo fato de ser extremamente dinâmico permite ajustes definidos pelo aproveitamento das histórias dos alunos por um lado, e pelos objetivos que se pretende atingir em dado momento, por outro. A elaboração, execução, avaliação e reformulação do Projeto Pedagógico garante escolhas apropriadas: atividades, materiais educacionais, dinâmicas, programas e software educacionais4 . A noção de Projeto que orienta nossos estudos inspira-se, em algumas idéias Construcionistas elaboradas por Seymour Papert. O Construcionismo5 , por exemplo, confere especial importância ao desenvolvimento de materiais que permitam uma atividade reflexiva por parte do aprendiz e de ambientes de aprendizagem que favoreçam aprendizagens pessoalmente significativas. Nesses ambientes de aprendizagem atribui-se um papel especial à diversidade de contextos de aprendizagem, à escolha de temas de interesse pelos aprendizes e à qualidade da interação entre os participantes desse ambiente (Freire e Prado, 1995). Papert (1994) diz que a aprendizagem acontece de forma especialmente satisfatória quando o aluno produz algo que pode se tornar público, seja uma poesia, um programa computacional, uma pintura. Esse aspecto é de extrema relevância, o processo de fazer, refletir e discutir, desencadeia situações discursivas nas quais os sujeitos opinam, questionam, confrontam diferentes pontos de vista. Em outras palavras, os participantes do Projeto Pedagógico colocam em relação diferentes sistemas de referências que são, então, continuamente (re)construídos por eles. Esses sistemas são, segundo Franchi (1977/92), formulações históricas elaboradas por meio do exercício da linguagem que organizam de certo(s) modo(s) a cultura, as ciências e 3 Igualmente importante para compreender/intervir didatica e/ou clinicamente é o conceito de Vygotsky de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZPD) - “a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes” (Vygotsky, 1988 p. 97) - e que pode ser útil para orientar a ação do professor/clínico. 4 No caso dos Projetos Pedagógicos que usam o computador saber integrar uma linguagem de programação, por exemplo, com cd-roms e software educativos, aplicativos e a própria Internet a determinados conteúdos de interesse dos alunos ainda é um grande desafio, sem falar em outros meios não tecnológicos extremamente importantes. Essa integração exige que o educador conheça em profundidade, tanto os recursos computacionais de que dispõe quanto o conteúdo que pretende desenvolver com seu auxílio. 5 O Construcionismo foi ‘fundado’ por Seymour Papert ao desenvolver a linguagem Logo, influenciado por algumas idéias epistemológicas e educacionais do Construtivismo piagetiano (Papert, 1986, 1991, 1994). Nosso ponto de conflito está, portanto, no papel dedicado à linguagem (à interlocução) no processo ensino-aprendizagem e, consequentemente, na formulação e reformulação de conhecimentos. A leitura que empreendemos do Construcionismo de Papert confere à linguagem um papel fundamental na elaboração de conhecimentos historicamente elaborados, embora ele próprio não o explicite claramente (para maiores detalhes ver Freire, 1999). 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO as relações sociais de uma dada comunidade discursiva. Assim, o aprendiz vê-se continuamente frente a frente com outras perspectivas, levando-o a “construir um sentido rearticulando seus saberes deslocados em função dos novos conteúdos aprendidos” (Geraldi, 1997, p. 20). 3 Considerações A escola - e a escola especial não tem sido diferente - tem sido o lugar do semsentido, do non-sense (Coudry e Mayrink-Sabinson, 2001). Tarefas muitas vezes absurdas servem ao propósito de configurar uma avaliação escolar e/ou clínica que tem, muitas vezes, o poder de rotular a (in)capacidade de sujeitos, menosprezando o fato de que “os indivíduos reais que encontramos se afastam mais ou menos desse modelo (referindo-se a padrões definidos estatisticamente) e é precisamente nisto que consiste sua individualidade” (Canguilhem, 1995, p.:121 parênteses da autora). O Projeto Pedagógico pode ser visto como um processo criativo (e criador) da escola, uma espécie de transposição didática na qual ocorre “um conjunto de transformações que um determinado corpo de conhecimento invariavelmente sofre, com o objetivo de ser ensinado, o que implica, invariavelmente, deslocamentos, rupturas e transformações diversas em relação aos conhecimentos científicos que são transpostos” (Bronckart, Giger, 1998) e que ganham, portanto, novas significações. Finalmente, cabe salientar que o Projeto Pedagógico - como instrumento organizador e articulador de conteúdos, materiais e sujeitos - apoia-se em três princípios didáticos interrelacionados: o da legitimidade (não se pode propor qualquer tema ou conteúdo), o da pertinência (que contribuições tais métodos e temas/conteúdos trazem para aquele contexto educativo particular) e o da solidarização (garantindo a integração coerente entre temas, conteúdos, materiais) (Schneuwly, 2002). Tem, pois, como meta que o aluno possa aprender do ponto de vista cognitivo (considerando o que ele já sabe a respeito do assunto), afetivo (quando a aprendizagem é dirigida internamente em função de um interesse pessoal, condizente com a história de vida do sujeito), social (dada a relevância que o sujeito confere ao conhecimento) e cultural (considerando-se a inserção de tal aprendizado em um conjunto de sistemas e valores historicamente construído pela comunidade da qual faz parte): múltiplas faces de todo e qualquer processo educativo. Bibliografia: Bronckart, J. P.; Giger, I. P. (1998) La transposition didactique. Histoire et perspectives d’une problématique fondatrice. Pratiques, maio, s/n:s/p (xerox de documento original). Canguilhem, G. (1995) O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitária. Coudry, M. I. H. (1986/88) Diário de Narciso - discurso e afasia. São Paulo, SP: Martins Fontes. Coudry, M. I. H.; Mayrink-Sabinson, M. L. (2001) Probrema e dificulidade. Texto apresentado no II Seminário sobre Letramento e Alfabetização, a partir do tema Erro e deficit:considerações sobre a patologização do erro, durante o 13º COLE, realizado na Unicamp, 18 de julho de 2001. 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Franchi, C. (1977/92) Linguagem – Atividade Constitutiva. In: Cadernos de Estudos Lingüísticos. Campinas, SP: nº 22, p. 9-39. Freire, F. M. P. (1999) Enunciação e discurso: a linguagem de programação Logo no discurso do afásico. Campinas, SP: Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp (Dissertação). Freire, F. M. P., Coudry, M. I. H. (1998) A Linguagem Computacional Logo no Contexto Patológico. In: Foz, F. B., Piccarone, M. L. C. D., Bursztyn, C. S. (org.) A tecnologia informática na fonoaudiologia. São Paulo, SP: Plexus Editora, p. 78-96. Freire, F. M. P. ; Prado, M. E. B. B. (2000) O computador em sala de aula: articulando saberes. Campinas, SP: Gráfica Central da Unicamp. (265 p.) ____________________________ (1995) Professores Construcionistas: a Formação em Serviço. In: Anais do VII Congresso Internacional de Logo e I Congresso de Informática Educativa do Mercosul. Porto Alegre, RS, p. 229-236. Freire, F. M. P.; Valente, J. A. (2001) Aprendendo para a vida: os computadores na sala de aula. São Paulo, SP: Editora Cortez. (239 p.) Geraldi, J. W. (1997) Da redação à produção de textos. In: Geraldi, J. W., Citelli, B. Aprender e Ensinar com Textos de Alunos. São Paulo, SP: Cortex Editora, p. 17-24. Jannuzzi, G. S. M. (1998) Diversidade Humana: disseminação e apropriação do saber. Anais do III Congresso Ibero-americano de Educação Especial. Foz do Iguaçu, vol. 1, (p. 2930). Maingueneau, D (1987/89) Novas Tendências em Análise do Discurso. Campinas, SP: Pontes. Papert, S. (1994) A Máquina das Crianças: Repensando a Escola na Era da Informática. Porto Alegre, RS: Artes Médicas. ________ (1991) Situating Constructionism. In: Harel, I., Papert, S. (ed.) Construcionism. Norwood, New Jersey: Ablex Publishing Corporation, p. 1-12. ________ (1986) Constructionism: a new opportunity for elementary science education. Proposal to The National Science Foundation. Massachusetts: Cambridge. ________ (1980/85) Logo: Computadores e Educação. São Paulo, SP: Editora Brasiliense. Schneuwly, B. A didática de línguas, ou como compreender os processos de ensino levando-se em conta os conteúdos ensinados. Conferência de Abertura do 12º Inpla: As Interlocuções na Lingüística Aplicada ocorrida em abril de 2002. São Paulo, SP: PUCSP. Valente, J. A (1991) A capacidade da criança com paralisia cerebral de resolver o teste de seriação. In: Valente, J. A. (org.) Liberando a Mente: Computadores na Educação Especial. Campinas, SP: Gráfica Central da UNICAMP, p. 129-143. Vygotsky, L. S. (1988) A Formação Social da Mente. São Paulo, SP: Martins Fontes. 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO FERNANDA MARIA PEREIRA FREIRE Formação: Fonoaudióloga pela PUC-Campinas - 1983 Mestre em Lingüística pelo IEL - Unicamp - 1999 Doutoranda na área de Neurolingüística do IEL - Unicamp (2001-) Atuação Profissional: Pesquisadora do Núcleo de Informática Aplicada à Educação - Unicamp (1987 -) Docente do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências da Saúde da Unimep (2000 - 2001) Docente em Reabilitação do Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação Profº Dr. Gabriel Porto da FCM - Unicamp (1985 - 1987) Colaboração em Projetos de Pesquisa em andamento: § Projeto Integrado em Neurolingüística: Contribuições da pesquisa neurolingüística para a avaliação do discurso verbal e não verbal - CNPq (1993 - ) IEL - Coordenação Geral: Profª Drª Maria Irma Hadler Coudry § Projeto de Formação de Professores via telemática – OEA (1998 - ) (NIED - Coordenação Geral: Profº Drº José Armando Valente) Publicações 2000-2002 Freire, F. M. P.; Valente, J. A . (2001) Aprendendo para a vida: os computadores na sala de aula. São Paulo: Editora Cortez, p. 239 Freire, F. M. P. ; Prado, M. E. B. B. (2000) O computador em sala de aula: articulando saberes. Campinas, SP: Gráfica Central da Unicamp, p. 265 Freire, F. M. P. (2000) Enunciação e Discurso: a linguagem de programação Logo no discurso do afásico. Sínteses - Revista dos Cursos de Pós-graduação. Campinas, SP: IEL, Unicamp. Vol. V, p. 183-200. Freire, F. M. P.; Rocha, H. V. (2002) Informática na Educação Especial: cursos a distância para professores. In: a sair nos anais do VI Congreso Internacional Exigencias de la Diversidad. Santiago de Compostela, Espanha. Freire, F. M. P. (2000) O uso da linguagem de programação Logo na avaliação do discurso de sujeitos afásicos. Actas del Congreso Iberoamericano - 3º de Comunicación Alternativa y aumentativa y 1º de Tecnologias de Apoyo para la Discapacidad. Madrid, Espanha. p. 29-31. Oeiras, J. Y. Y.; Rocha, H. V; Freire, F. M. P.; Romani, L. A. S. (2001) Contribuições de conceitos de comunicação mediada por computadores e visualização de informação para o desenvolvimento de ambientes de aprendizagem colaborativa. In: Anais do Simpósio Brasileiro de Informática na Educação. Vitória, ES. Rocha, H. V.; Oeiras, J. Y. Y.; Freire, F. M. P.; Romani, L. A. S. (2001) Design de ambientes para EAD: (re)significações do usuário. In: Anais do 4º Workshop sobre fatores humanos em sistemas computacionais. Florianópolis, SC. Freire, F. M. P; Coudry, M. I. H. (2001) Gestualidade e Demência: O uso discursivo da linguagem Logo. In: Anais do Grupo de Estudos Lingüísticos, realizado em Marília, SP. Freire, F. M. P. (2000) Contribuições da linguagem de programação Logo para a avaliação e seguimento de sujeitos com dificuldades lingüístico-cognitivas. Anais do no II Congresso Brasileiro de Tecnologia e (Re)Habilitação Cognitiva - SBNp/SENAC. São Paulo - SP. Freire, F. M. P. (2000) Fluxo relacional entre linguagem e gesto: um caso de afasia semântica. In: Anais do 4º Encontro Celsul. Curitiba, PR. 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Gesueli, Z. M.; Freire, F. M. P.; Siulva, I. R. (2002) Recursos verbais e não verbais usados por crianças surdas na elaboração de HQs eletrônicas. In: Anais do 12º InPLa - As interlocuções na Lingüística Aplicada. São Paulo, SP. (resumo) 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Painel PROJETOS PEDAGÓGICOS UTILIZANDO A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL Marlene da Silva Soares [email protected] ou [email protected] Fone: (61) 340-5260 Fax : (51) 3232-8592 Marlene da S. Soares A Universidade de Brasília desenvolve Projetos Pedagógicos utilizando a Informática na Educação Especial. Com laboratórios de recursos pedagógicos, realizam-se atendimentos aos Portadores de Necessidades Especiais (PNEs) através das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Utiliza-se o computador em atividades diferenciadas atendendo demandas de alunos da Universidade e da comunidade em geral. O Laboratório de Deficientes Visuais tem uma razoável produção em Braille atendendo necessidades variadas de estudantes e profissionais. A Universidade de Brasília vem gradativamente expandindo seu trabalho no atendimento aos portadores de necessidades educativas especiais utilizando a informática em projetos pedagógicos diferenciados. A Área de Educação Especial desenvolve suas atividades em vários segmentos, com laboratórios de recursos pedagógicos e informática presta atendimento aos deficientes visuais e em parceria com a Secretaria de Educação do Distrito Federal desenvolve um projeto de atendimento aos alunos com Altas Habilidades de escolas da rede oficial do Plano Piloto. Nesses processos os alunos da graduação e pós da Graduação da Faculdade de Educação, Psicologia, Comunicação, entre outras, realizam observações, avaliações e intervenções. O projeto de atendimento às crianças superdotadas e talentosas atende, atualmente, 52 alunos, duas vezes por semana, num período de oito horas semanais. As crianças que participam do programa são oriundas de escolas públicas e particulares de todo Distrito Federal, desde a 1a série do ensino fundamental até o ensino médio. São desenvolvidas diferentes atividades, incluindo cursos de extensão para os alunos das Salas de Recursos da própria UnB, bem como das demais cidades satélites, além de visitas a museus, bibliotecas e espaços públicos do Campus. O corpo docente é composto por (2) dois professores e (1) um psicólogo. O programa recebe estagiários e bolsistas de diferentes cursos de graduação e pós-graduação. O programa inclui: iniciação, capacitação, enriquecimento na área de informática com a realização de cursos introdutórios em programas como Corel Draw, Word Art, Excel, 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO etc. Para a realização das atividades de informática, dispomos de computadores e impressoras ligados à Internet, onde os alunos podem consultar diferentes sites e colher informações relevantes para a execução de pesquisas e projetos individuais. Atividades práticas em laboratórios, museus e departamentos da UnB, enriquecimento extracurricular em áreas como criatividade, artes e botânica, dentre outras, fazem parte do programa. Há na Universidade um Programa de Apoio e Atendimento Acadêmico, objetivando viabilizar o ingresso e a permanência de estudantes com necessidades especiais na instituição de ensino superior. O Laboratório de atendimento à Deficientes Visuais disponibiliza o uso de seus equipamentos aos alunos da UnB e à comunidade em geral. A procura pelo apoio ofertado é sistemática para alguns alunos e eventual para outros. Nesse laboratório temos um professor coordenador e outro acompanhando os trabalhos desenvolvidos por 6 (seis) bolsistas, alunos de vários cursos da Universidade, como Pedagogia, Ciência da Computação, Matemática, Direito e Ciências Sociais. Temos ainda alunos voluntários que desenvolvem horas semanais em atividades específicas de acordo com as demandas. No Laboratório de Deficientes Visuais temos computadores com Dos Vox (software interativo que tem como principal função dar suporte às pessoas portadoras de deficiências visuais na utilização das ferramentas de editoração, leitura, escrita ,etc.), impressora em Braille, impressoras laser, kits com reglete ábaco, papel especial e bengala, réguas especiais para visão subnormal, lentes para aumento de textos, máquinas de escrever - uma elétrica e a outra manual - para cegos, teclado falado, calculadoras para visão subnormal e gravadores. O Laboratório de atendimento aos Deficientes Visuais presta serviços de produção de materiais em Braille, atendendo solicitações de montagem de cardápios, provas, folders, materiais para eventos, relatórios, cartilhas e outros dispositivos de suporte aos alunos cegos. Nesse laboratório, cegos desenvolvem atividades utilizando o computador para a digitação de trabalhos. Um exemplo de atividade desenvolvida pelo Laboratório de Deficientes Visuais é o de uma aluna portadora de visão subnormal, já em curso de pós-graduação. Esta aluna apresentava dificuldades em realizar as atividades acadêmicas, pois não sabia utilizar o computador como ferramenta de trabalho. Eram constantes os problemas, aborrecimentos e frustrações que esta aluna enfrentava. Procurou o auxílio do Laboratório de Atendimento aos Deficientes Visuais, sendo então encaminhada a um aluno do curso de Pedagogia. Após conversa informal descrevendo o processo de aprendizagem que seria desenvolvido deu-se início a prática. Com um enfoque teórico o bolsista trabalhou uma introdução à informática fornecendo detalhes significativos da lógica do computador, sendo este um quesito fundamental para compreender a operacionalização da máquina. Explicou toda a parte de hardware, como ligar o estabilizador de qualquer máquina, a CPU , o monitor, possibilitando, com isso a utilização de equipamentos de informática. Dessa forma a aluna vivenciou um verdadeiro 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO processo de inclusão. Depois de bem trabalhadas estas etapas foi dada a continuidade ao processo de aprendizagem. Trabalhou-se o conhecimento do teclado. Tecla por tecla. Como a aluna era portadora de visão subnormal o trabalho inicialmente foi cansativo e um tanto tenso, visto que é uma característica de alguns deficientes visuais a irritabilidade. Além de trabalhar didaticamente o computador, buscou-se trabalhar o equilíbrio emocional. Trabalhando 10 horas semanais com muita vontade de vencer, ao completar um mês desse processo, já se observava significativo progresso. A memorização de todo o teclado, maior autonomia e segurança na utilização do computador. Nessa etapa iniciou-se o trabalho utilizando o Dos Vox, um software que auxilia os usuários de computador com deficiência visual a trabalhar com programas feitos para videntes, como por exemplo o editor de texto, o leitor de texto, a Internet e outros aplicativos. Este programa é sonoro, isto significa que o usuário Deficiente Visual (DV), não precisa ter alguém por perto para ajudá-lo. A aluna começou a vivenciar o que é sentir-se independente. O trabalho com essa deficiente visual emocionou o bolsista e toda a equipe de apoio do Laboratório, quando conseguiu, sem auxílio de outros, digitar seu primeiro trabalho. Fez comentários como: “não preciso mais pedir ajuda e posso realizar meus trabalhos com mais segurança e independência”. Atualmente a aluna não precisa mais de orientação constante e passou a desenvolver suas atividades como usuária do laboratório. Outro caso relevante foi de um aluno cego que recebeu no Laboratório todo suporte para permanência na Universidade. Conseguiu realizar o curso de Relações Internacionais em sete semestres. Ao longo desse período, cursou disciplinas ofertadas nos cursos de verão, sempre buscando o apoio dos equipamentos e bolsistas disponíveis no laboratório de atendimento aos deficientes visuais. Professores encaminhavam provas para digitação em Braille e nesse compasso o referido aluno realizou uma trajetória acadêmica com sucesso. Temos a certeza que os Portadores de Necessidades Educativas Especiais podem minimizar as diferenças quando a Instituição oferece apoio adequado no ingresso e na permanência para que sua trajetória acadêmica possa transcorrer de maneira tranqüila o mais próximo de seus pares. O Portador de Necessidades Educativas Especiais tem amparo legal para receber atendimento diferenciado e a Instituição tem o dever de providenciar o suporte justo e adequado ao tipo de deficiência e as necessidades que se impõem. Somente nessa dinâmica poderão os alunos Portadores de Necessidades Especiais realizar um percurso exitoso, vencendo as limitações e vivenciando um verdadeiro processo de inclusão. Esse será sem dúvida um grande exercício de cidadania para o sujeito deficiente e para os demais colegas da turma que terão ao longo da jornada de seus cursos uma rica vivência de processos diferenciados para suprir ou minimizar as diferenças impostas pela 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO limitação em situações temporárias ou definitivas. É importante finalizar sinalizando o dever das Instituições em oportunizar ao corpo docente e discente informações básicas para uma atuação adequada a cada tipo de necessidade especial. Como educadores não podemos assumir uma posição indiferente aos eventuais problemas e dificuldades que se nos apresentam em sala de aula. Nossas Instituições descuidam-se em grande parte das dimensões humanas, dando excessiva atenção aos processos cognitivos e nesse afã perdemos o momento como uma oportunidade que a Educação em direitos humanos tem para envolver e educar um público bem mais abrangente. Projetos Pedagógicos utilizando a informática poderão oportunizar uma gama ampla de ajuda para todos os segmentos da educação Especial, para tanto, o profissional da educação deverá estar habilitado ao uso desses recursos que sem dúvida diminuirão as diferenças dos Portadores de Necessidades Educativas Especiais e os demais alunos em sala de aula, ocorrendo uma vivência de cidadania plena. O cultivo das relações interpessoais a educação da afetividade e o aprender a conviver é fundamentado na resolução positiva dos conflitos.O educador intermediará e administrará esse processo em sala de aula desenvolvendo Projetos Pedagógicos com suporte da informática, ampliando as possibilidades dos Portadores de Necessidades Educativas Especiais, não apenas no espaço acadêmico mas abrindo espaços para crescimento de sua trajetória pessoal ou profissional. Bibliografia: BOBBIO, N. El tiempo de los derechos. Madrid: Sistema, 1991. CONNEL, R.W. Escuelas y justicia social. Madrid: Morata, 1997. FREIRE, P. Educación y derechos humanos: estratégias didácticas y organizativas. Madrid: Popular, 1999. Problemas a discutir: 1) Como as Instituições de Ensino Superior (IFES) estão administrando o problema dos PNE’s? 2) Como está sendo proposto o vestibular , principalmente, ao cego e ao surdo? 3) Como está sendo o acompanhamento dos alunos que conseguem vencer o 1o obstáculo, ingressando nas IFES? 4) Os professores estão preparados para receber e atender adequadamente essa clientela? 5) Há algum trabalho sistemático ou eventual para assessorar os professores? 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO IDENTIFICAÇÃO Marlene da Silva Soares Residência: SQN 107 - Bloco E - Apt. 116 Brasília - DF 70743-050 Fones: (061) 340 52 60 e 9971 0923 FORMAÇÃO ACADÊMICA • Pedagogia – Habilitação em Supervisão Escolar - Faculdade de Educação – UFRGS • Especialização em Psicopedagogia Terapêutica – Faculdade de Educação UFRGS • Especialização em Alfabetização – Faculdade de Educação - PUC/RS • Especialização em Planejamento da Educação Especial – Faculdade de Educação - UFRJ • Mestrado em Planejamento da Educação – Faculdade de Educação – UFRGS ATUAÇÃO PROFISSIONAL • Professora Assistente – Faculdade de Educação – Universidade de Brasília • Membro do Conselho – Faculdade de Educação – Universidade de Brasília • Membro do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - CEPE – Universidade de Brasília • Coordenadora da Área de Educação Especial – Faculdade de Educação – Universidade de Brasília • Coordenadora dos Laboratórios de Educação Especial – Faculdade de Educação – Universidade de Brasília • Membro do Banco de Consultores ad hoc da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal - FAPDF 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: Perspectivas de Mudanças Pedagógicas na Escola Especial1 Roberta Galasso2 Introdução Roberta Galasso Nardi O objetivo da presente pesquisa foi o de analisar as perspectivas de mudanças verificadas na abordagem educacional de uma Escola Especial, introduzidas por meio da implantação de um Projeto de Informática Aplicada à Educação. São relatadas e analisadas, cronologicamente, as múltiplas e graduais modificações introduzidas na abordagem educacional de uma Escola Especial, de acordo com as diferentes fases da implantação do referido Projeto. Os seguintes aspectos do processo de mudança investigado mostraramse especialmente relevantes: a exploração inicial da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) como um recurso promissor na Educação Especial; a introdução gradual dos computadores nas atividades diárias em sala de aula; a necessidade de discussões permanentes, pela equipe da Escola, sobre as conquistas feitas em cada fase do processo de mudança e sobre os objetivos subseqüentes; o desenvolvimento de formação continuada, em serviço, para os professores, com vistas à concretização e ao aperfeiçoamento das novas práticas pedagógicas, baseadas em projetos de trabalho; a busca constante de referenciais teóricos que dessem base à reformulação do currículo escolar; a necessidade de uma nova atitude, por parte de professores, alunos e gestores da Escola, em relação ao novo método de ensino/aprendizagem; a necessidade de uma gestão democrática na Escola Especial, entre outros. Os resultados da análise demonstram que a Tecnologia da Informação e Comunicação representa um recurso inestimável para a construção do conhecimento, para pessoas com necessidades especiais decorrentes da deficiência física. Assim como se verificou neta Escola, a introdução da informática pode desencadear mudanças substanciais no processo educacional como um todo, desde que sejam adotados, pela equipe escolar, uma nova atitude e novos objetivos e práticas pedagógicas. O princípio subjacente ao processo de mudança verificado na Escola é de que o objetivo do processo educacional consiste no desenvolvimento de competências, da autonomia e da cidadania do aluno com necessidades especiais. A ênfase do processo educacional não mais reside na limitação decorrente da deficiência física, da qual os alunos têm consciência, mas nas possibilidades que têm de construir o conhecimento e desenvolverem-se como cidadãos autônomos e participativos. Esta nova abordagem educacional potencializa a efetiva inclusão da pessoa com necessidades especiais na Sociedade da Tecnologia da Informação. Metodologia A base de dados da pesquisa constituiu-se das ações do cotidiano, das práticas, diálogos, comentários, depoimentos e discussões do grupo de professores, cujos elementos foram registrados mediante anotações sistemáticas de caráter cronológico. Foram sele1 Nardi, G. R. INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: Perspectivas deMudanças Pedagógicas na Escola Especial1- [Dissertação de Mestrado –Pontifícia Universidade Católica ]. São Paulo, 2001. 2 Doutoranda pelo Programa de Educação: Currículo- Linha de pesquisa Formação de Professores- Novas Tecnologias – PUC/SP 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO cionados os aspectos e movimentos mais marcantes da trajetória percorrida pela Escola, considerados como indicadores/propiciadores do processo de mudança verificado, o que permitiu, posteriormente, a análise do processo como um todo. Isto representou uma verdadeira reconstrução da trajetória percorrida a partir do ano de 1993, quando teve início a implantação do projeto de informática na Escola. Nesse sentido, buscou-se recuperar e analisar os momentos significativos do processo, tais como a implantação de computadores em sala de aula; as propostas temáticas de trabalhos de informática na educação; os resultados dos projetos; a revisão da utilização do espaço físico; o desvelamento das possibilidades dos alunos com necessidades especiais e o processo de construir o conhecimento. O projeto A proposta tinha como objetivo, já de início, nortear as ações pedagógicas com base na abordagem construcionista. Construcionismo é o nome dado à abordagem educacional proposta por Seymour Papert (1994), segundo a qual é indispensável, para a construção do conhecimento, a criação de ambientes de aprendizagem que envolvam o aluno, o computador, o professor e demais instrumentos do processo de construção do conhecimento. Nesta perspectiva, “o computador funciona como elemento de interação que propicia o desenvolvimento da autonomia do aluno, não direcionando a sua ação, mas auxiliando-o na construção de conhecimentos de distintas áreas do saber (ALMEIDA, 1999:29), mediante explorações e descobertas. Assim, ao lidar com objetos do interesse do aluno, o processo de construção de conhecimento adquire sentido. As metas estabelecidas pelo projeto de informática aplicada à educação exigiram a formação em serviço dos professores, envolvendo: a linguagem de programação Logo3 ; implantação de computadores em sala de aula; elaboração de projetos pedagógicos de informática; discussões sobre a integração da informática nas atividades desenvolvidas em sala de aula, e a elaboração conjunta, pelos professores, de ações voltadas para a utilização da nova linguagem. Como norte do processo estava a prática do ciclo reflexivo de aprendizagem4 e a intenção de desenvolver as atividades de uma maneira contextualizada e significativa, voltada para os interesses dos alunos. Conforme se afirmou anteriormente, a proposta educacional da Escola baseava-se, então, em concepções tradicionais de ensino. Nesse sentido, a implantação do projeto de informática gerou momentos interessantes e angustiantes, relevantes todos eles, em que se tratava de “encontrar” soluções momentâneas para as dificuldades experimentadas frente à deficiência. Porém, já se achavam presentes, ainda que talvez não completamente conscientizados, aspectos importantes de um processo educacional renovado, para o qual o projeto de informática levantou pistas adicionais. 3 Linguagem de Programação criada por Seymour Papert no Massachusetts Institute of Technology - MIT (PAPERT, 1985). 4 ‘Ciclo reflexivo’, segundo Valente, é aquele no qual o aluno pode “descrever suas idéias, o computador pode executar essa descrição e o aluno pode depurar sua idéia original, tanto em termos de conceitos quanto de estratégias” (VALENTE, 1993, p. 36). 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Ao mesmo tempo, portanto, em que tal projeto era visto como uma solução para o aluno com necessidades especiais físicas, apresentava-se diante do professor como um elemento complicador, uma vez que “a perspectiva adotada traz situações inusitadas, que requerem engajamento, flexibilização de objetivos e avaliação contínua, visando a criação de ambientes de aprendizagem que favoreçam a construção do conhecimento” (FREIRE & PRADO, 1998). A seguir apresenta-se a cronologia das ações e mudanças ocorridas na escola: 1993 Implantação do projeto de informática ) Início do projeto ) Aspectos teóricos e práticos da Linguagem Logo 1994 Primeiras Iniciativas ) Atendimentos Individualizados ) Implantação de computadores em salas de aula-piloto 1995 Expansão ) Extensão para as demais salas de aula ) Antecedentes dos projetos temáticos ) Projetos temáticos utilizando o computador como ferramenta ) Professor suporte5 1996 Extensão e Multiplicação. ) Extensão do projeto para as demais unidades da AACD ) I Curso de Informática na Educação ) I Feira de Informática na Educação 1997 Contribuições Científicas ) Criação de um ambiente construcionista, contextualizado e significativo; usando como estratégia o desenvolvimento de projetos de trabalho; tese de doutoramento (SCHLÜNZEN, 2000) participaram da construção do ambiente de pesquisa dois professores e coordenadores das áreas pedagógica e de informática. 5 O professor-suporte tinha como propósito auxiliar o professor nos aspectos pedagógicos e computacionais envolvidos na proposta de trabalho em sala de aula. 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO 1998 Formação Continuada e acompanhamento dos projetos pedagógicos desenvolvidos em sala de aula ) Oficinas de Informática na Educação para professores da AACD ) 1º Encontro de Professores, mostra interna dos projetos para o corpo docente. 1999 Busca teórica ) Oficinas de Informática na Educação para professores da AACD ) Proposta de mudança no processo educacional ) Busca de subsídios teóricos - Cátedra Paulo Freire, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) ) Continuidade da proposta baseada na Pedagogia de Projetos ) 2º Encontro de professores 2000 Teoria e Prática ) Construção dos novos referenciais curriculares ) Encontro para professores: Mudança na Escola 2001 Compartilhando saberes ) Publicação do projeto desenvolvido, no livro Aprendendo para a vida: os computadores em sala de (FREIRE & VALENTE, 2001) Considerações Finais A transformação verificada na abordagem educacional da Escola Especial da AACD, investigada por meio da presente pesquisa, foi fruto de um processo complexo, de caráter coletivo e gradual, marcado por movimentos contraditórios. No decorrer de todo o processo, a necessidade de repensar, rever e recriar diferentes elementos do processo educacional concretizou-se mediante acertos e avanços, alternados de muitos retrocessos e erros, mas os resultados obtidos mostram-se bastante gratificantes. A análise da trajetória percorrida demonstra, em primeiro lugar, que falar em mudança implica rever e analisar as ideologias, concepções e teorias que dão o norte para o trabalho pedagógico. Um trabalho cooperativo e transformador só pode nascer de uma nova cultura, para que, ao reverem-se as ações e práticas pedagógicas, não se recaia no equívoco de simplesmente travestir o velho com roupagem nova. 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Como foi possível observar ao longo desde trabalho, práticas reflexivas, projetos de trabalho, pedagogia diferenciada, trabalho em equipe, autonomia, entre outros, constituem os elementos estruturais da formação de um novo professor. Voltar os olhos para o passado e, dele, para o presente, permitiu-nos analisar a evolução de cada integrante do corpo docente e sua crescente preocupação com os referencias de competências descritos por PERENOUD (2000). Foi possível observar, também, que um dos requisitos para a mudança educacional é a discussão de todos os elementos do cotidiano escolar, uma vez que mesmo aqueles tidos como “certos” ou “imutáveis”, podem ser transformados e gerar benefícios para a aprendizagem. Para que tenhamos sucesso na prática educativa, as metas e os objetivos de tal mudança necessitam ser estabelecidos e discutidos com a participação de todos os integrantes da equipe escolar e demais interessados, para que o trabalho possa estender-se à comunidade, da qual a escola é parte integrante. Outro elemento que precisa ser repensado, no cotidiano da escola, são os referenciais curriculares, em sua qualidade de seleção cultural, de elo entre teoria e prática educacionais, em relação ao qual é preciso que a escola adquira autonomia. Sua elaboração e construção não deveria partir dos órgãos administrativos, mas sim do cotidiano escolar. Porém, é importante que o professor domine o conteúdo cultural a ser trabalhado, pois planejar o currículo exige competência quanto aos conteúdos que possivelmente serão abordados. É imprescindível, além disso, possibilitando uma aprendizagem significativa, interessante, estabelecendo sempre o maior número possível de relações com os temas da atualidade e com aplicações da vida cotidiana, originando, assim, experiências variadas. A necessidade de uma educação centrada na condição humana e em sua diversidade social, étnica, cultural, política e econômica, faz parte do novo paradigma educacional, que nos aponta um aluno com necessidades especiais quanto a diferentes maneiras de aprender, resolver problemas e compreender, e cujos talentos devem ser contemplados mediante a incorporação de momentos de criação no contexto escolar. “O compromisso com a vivência do tempo criativo enfatiza a valorização de tudo o que possa estar em si mesmo, no seu valor profissional, na força do aprender como centro do trabalho pedagógico, no aluno como pessoa em fase de desenvolvimento” (QUELUZ, 2001:141). Reafirma-se, finalmente, que o projeto de repensar a escola especial não pode limitar-se a iniciativas de caráter institucional. Necessita envolver, acima de tudo, uma nova consciência social sobre as necessidades e possibilidades dos portadores de necessidades especiais, além de uma verdadeira reconstrução de identidades por parte de todos os envolvidos no processo educacional. Felizmente se contam hoje com diferentes movimentos direcionados para a inclusão da pessoa com necessidades especiais, junto aos diversos segmentos da sociedade. Porém, apesar de verificarem-se algumas mudanças, a estrutura educacional ainda vigente não beneficia a pessoa com necessidades especiais, que muitas vezes é simplesmente excluída da escola regular. Repensar a qualidade de ensino da escola regular, bem como princípios educacionais que possam valer para todos são aspectos fundamentais para a inclusão do deficiente físico. Entretanto, é também necessário, além de mudanças estruturais que atendam aos 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO aspectos apontados, repensar o papel da escola especial nesse processo de inclusão da pessoa com necessidades especiais. Até muito recentemente, as escolas especiais limitavam-se a prestar serviços voltados para a manutenção da população deficiente, no âmbito de uma visão assistencialista. Acreditamos que as mudanças ocorridas na Escola Especial da AACD possam constituir um referencial para o questionamento do papel da educação especial e contribuir para o processo de inclusão. Falar-se em processo de inclusão significa adotar a atitude de “estar com”. Estar com aqueles que apresentam comprometimentos físicos graves, significa dar-lhes os atendimentos específicos de que necessitam, maximizando seu bem-estar. Porém, a grande maioria dos alunos portadores de necessidades especiais é capaz de aprender o que é ensinado nas escolas, desde que estas estejam dotadas de recursos para atender a diversidade de necessidades que caracteriza essa clientela. Por fim, é necessário que deixemos de pensar somente na educação especial em si mesma e comecemos a pensá-la em meio ao contexto maior da Educação, pois essa dicotomia contribui enormemente para o distanciamento entre “deficientes e “não deficientes”, e não para um educação democrática e igualitária. BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, M.E. O computador na escola: Contextualizando a formação de professores: Praticar a teoria, refletir a prática [Tese de Doutoramento –Pontifícia Universidade Católica ]. São Paulo, 2000. FREIRE, F. M.P. & PRADO, M. E. B.B. O preparo do professor para usar o computador no âmbito da educação especial. Resumos do V Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores, Formação do Educador e Avaliação Educacional. Águas de São Pedro, 1998. FREIRE, F. M.P. & VALENTE, J. A. (orgs.) Aprendendo para a vida: Os computadores na sala de aula. São Paulo: Cortez Editora, 2001. PAPERT, S. A Máquina das Crianças. Porto Alegre: ArtMed, 1994. PERRENOUD, P. 10 Novas competências para ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 2000. QUELUZ, A.G. Tempo. In: FAZENDA, I. (org.). Um dicionário em construção. São Paulo: Cortez Editora, 2001. SCHLÜNZEN, E. T. M. Mudanças nas práticas pedagógicas do professor: criando um ambiente construcionista contextualizado e significativo para crianças com necessidades especiais físicas. [Tese de Doutoramento –Pontifícia Universidade Católica ]. São Paulo, 2000. VALENTE, J. A. Formação de Profissionais na área de Informática em Educação. In: VALENTE, J. A. (org.) Computadores e conhecimento: repensando a educação. Campinas: Gráfica da UNICAMP, 1993. 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Roberta Galasso Nardi Brasileira, 33 anos Rua Dr Silvino Canuto Abreu 386/42 Campo Belo cep 04624-050 Telefones: 5093-2149/9407-3935 e-mail: [email protected] e [email protected] Formação ¾ Doutoranda pelo Programa de Educação: Currículo- Linha de pesquisa Formação de Professores- Novas Tecnologias – PUC/SP ¾ Mestre em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação: Currículo -Formação de Professores- Novas Tecnologias - PUC/SP ¾ Graduação em Pedagogia- Centro Universitário Assunção Trajetória Profissional ♦ Lar Escola São Francisco- Centro de reabilitação Coordenadora Pedagógica- 1988 Responsável por aspectos técnicos-metodológicas da dinâmica escolar. ♦ AACD- Associação de Assistência a Criança Deficiente Coordenadora de Informática na Educação -1990 Responsável pelo uso pedagógico das TIC- Tecnologias da Informação e Comunicação. ♦ PEC- PUC/SP Professora Assistente - 2002 ♦ Centro Universitário São Camilo -SP Professora nos Cursos de Letras e Pedagogia -2002 Extensão Cultural Congressos- participação como expositora ¾ Oficina: Construção de Página na Internet- 12 h, 2001 ¾ Oficina: Uso da INTERNET em sala de aula-20 h, 2000. ¾ Congresso Internacional – “UM OLHAR SOBRE PAULO FREIRE”.Évora/Portugal-2000.Um Ideal Vivenciado na formação de professores. ¾ Seminário Mudança na Escola-São Paulo-setembro 2000-O computador como agente de mudança na sociedade do conhecimento. 7 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO ¾ Congresso Internacional- III Encontro Mundial de Educação Especial- III Conferência Iberoamericana de Estimulación Prenatal y Temprana. Buenos Aires/ Argentina-1999Um Ideal Vivenciado na formação de professores na Educação Especial. ¾ Oficina: Os diferentes software e seu uso pedagógico-8 h,1999. ¾ Oficina: Micromundos-20 h. 1998. ¾ XII Congresso Nacional da Associação Brasileira de Paralisia Cerebral-São PAULO, 1998.Mini curso- Informática na Educação. Uma abordagem com o uso do Logo. ¾ II Encontro Mundial de Educação Especial e Preescolar. La Habana/Cuba-1998. Computador um recurso no contexto educacional. ¾ III Congresso Ibero Americano de Educação Especial-Foz do Iguaçu/ Brasil 1998. Computador um recurso no processo de ensino aprendizagem da criança portadora de paralisia cerebral. ¾ Educador 97, São Paulo, 1997. ¾ VII Congresso Internacional LOGO e I Encontro de Informática Educativa do Mercosul. Uma experiência com o uso do Logo. Porto Alegre 1995 Publicações ( artigos) ¾ Perspectivas de mudança na abordagem educacional da AACD a partir da proposta de informática na educação especial. In: FREIRE, F. M.P. & VALENTE, J. A. (orgs.) Aprendendo para a vida: Os computadores na sala de aula. São Paulo: Cortez Editora, 2001. ¾ Olhar. In: FAZENDA, I. (org.). Um dicionário em construção. São Paulo: Cortez Editora, 2001. ¾ Contribuições de Paulo Freire na formação de professores da educação especial em busca da autonomia dos educandos. In: Ana Maria Saul: Paulo Freire e a formação de educadores: múltiplos olhares 2000. ¾ Computador: um recurso no contexto de sala de aula com crianças portadoras de paralisia cerebral. In: SOUZA, A.M.C. & FERRARETO, I. Paralisia Cerebral – Aspectos práticos. São Paulo: Memnon, 1998 8 Redespecial-Brasil Profa. Dra. Alvina Themis Silveira Lara Roteiro Apresentação Histórico Objetivos Projetos Atividades Metodologia de trabalho Site Apresentação A Redespecial-Brasil é uma organização nãogovernamental a serviço das Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais por meio das Tecnologias da Informação e Comunicação Apresentação A ONG é constituída de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (PNEE), Familiares, Pesquisadores, Educadores, Especialistas em Educação, Educação Especial, Informática, Informática na Educação Especial, Psicólogos, Fonoaudiólogos, Empresários, Advogados, dentre outros Histórico Ano de consolidação: 1999 Trajetória - 1º CIIEE, NIEE/UFRGS, GIE/PUCRS Grupo de discussão Equipe de trabalho Histórico Grupo de trabalho Estatuto Sócios fundadores Primeira diretoria Equipe de trabalho Primeira Diretoria Presidente: Lucila Maria Costi Santarosa Vice Presidente: Alvina Themis Silveira Lara Primeira Secretária: Márcia de Borba Campos Segunda Secretária: Fernanda da R. N.Murr Primeiro Tesoureiro: Flávio Koff Coulon Segundo Tesoureiro: Ana Vilma Tijiboy Equipe de trabalho Diretoria Atual Presidente: Lucila Maria Costi Santarosa Vice-Presidente: Márcia de Borba Campos Primeira Secretária: Berenice Machado Segunda Secretária: Patrícia Beatriz de Macedo Primeiro Tesoureiro: Flávio Koff Coulon Segunda Tesoureira: Luisa Hogetop Objetivos Lutar pelo estabelecimento de políticas públicas nacionais que atendam aos interesses e ao desenvolvimento de PNEE e contra a discriminação, o preconceito e outros comportamentos lesivos aos direitos civis e humanos das PNEE Objetivos Desenvolver pesquisas e estudos que contribuam para a construção de conhecimento e produção de inovações tecnológicas, relacionadas a ajudas técnicas e recursos informáticos tanto a nível de software quanto de hardware para PNEE Assessorar projetos e programas no âmbito das TIC na EE, visando melhoria da qualidade de vida das PNEE Objetivos Estabelecer canais de comunicação, disseminação, socialização e parcerias para o desenvolvimento da área da EE, da reabilitação e inclusão social e profissional das PNEE, através do intercâmbio e difusão por meio de cursos, workshops, congressos, palestras, seminários e encontros Objetivos Atuar como grupo catalisador e difusor de informações das TIC para a EE constituindo um espaço de documentação, produção e publicação de materiais técnicos, visando aperfeiçoamento e atualização de pesquisadores, professores e familiares das PNEE Objetivos Contatar, colaborar e conveniar com instituições governamentais e não governamentais, nacionais e internacionais, visando concretizar os objetivos da Redespecial-BR, sem perda de sua autonomia e respeitando os princípios fundamentais da organização Atividades Pesquisa teórica Desenvolvimento de software Formação de recurso humano Atendimento Construção e manutenção da biblioteca virtual . . . Como? MEC/SEESP FACIN/PUCRS UFSM NIEE/UFRGS REDESPECIALBRASIL ULBRA Cooperativa CRÊSER Projetos Ambiente de ensino e aprendizagem computadorizado bilíngüe – LIBRAS e Língua Portuguesa Faculdade de Informática - PUCRS ONG REDESPECIAL-BRASIL Projetos Biblioteca virtual de acessibilidade na WEB e ajudas técnicas NIEE - UFRGS ONG REDESPECIAL-BRASIL Projetos Escrita colaborativa via WEB: o Equitext – interface para portadores de necessidades educativas especiais UFSM ONG REDESPECIAL-BRASIL Projetos Produções científicas em Informática na Educação Especial NIEE - UFRGS, PUCRS ONG REDESPECIAL-BRASIL Projetos MOISE – modelo organizativo internacional de serviço para pessoas com necessidades educativas especiais NIEE - UFRGS ONG REDESPECIAL-BRASIL Projetos Ambientes virtuais de aprendizagem na formação de professores na área de Informática na Educação Especial MEC/SEESP ONG REDESPECIAL-BRASIL Projetos Formação de professores na área de Informática na Educação Especial Cooperativa CRÊSER/RS Escola Municipal Tristão Sucupira Viana/RS AACD - Porto Alegre ONG REDESPECIAL-BRASIL Projetos Atendimento de PNEE com o uso das TIC´s Cooperativa CRÊSER/RS Núcleo de Desenvolvimento Infantil/UFSM ULBRA ONG REDESPECIAL-BRASIL Metodologia de trabalho Comissões - Divulgação Captação de Sócios Estudos e Pesquisas Intercâmbio e Assessoramento Atendimento Captação de Recursos Cursos Eventos Site Site Site Considerações finais Venha visitar o nosso site e participe desta rede onde você poderá encontrar publicações, instituições, projetos de pesquisa, listas de discussão, informativos, indicações e download de software, etc. Esperamos por você! http://www.redespecial.org.br/ III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO CURRICULUM VITAE NOME: Alvina Themis Silveira Lara ENDEREÇO: Rua Comendador Rheingantz, 94 / 202 CEP: 90450-020 CIDADE: Porto Alegre ESTADO: RS TELEFONE: (51) 3330.3650 / 9984.4476 E-MAIL: [email protected] FORMAÇÃO GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO MESTRADO DOUTORADO ÁREA Pedagogia- S. Escolar Metodologia do Ensino Superior Educação - Aconselhamento Psicopedagógico Educação INSTITUIÇÃO PUCRS UFRGS ANO DE CONCLUSÃO 1978 1983 PUCRS 1991 PUCRS 1998 ATIVIDADES PROFISSIONAIS CARGO ou FUNÇÃO PERÍODO Delegada de Educação da 1° DE e da 37° DE - Porto Alegre 1988 Supervisora Técnica da Secretaria da Educação/RS 1988 Assessora Técnica da FADERS 1989 Chefe da Unidade de Deficientes Auditivos - FADERS 1991 Gerente Educacional da FADERS 1991 Coordenadora Adjunta do Depto. de E. Especial da Secretaria da Educação 1991 Vice-Presidente da ONG REDESPECIAL – Brasil 1999 Coordenadora da Habilitação de Educação Especial – PUCRS 2002 ATIVIDADES DOCENTES DISCIPLINAS LECIONADAS / PUCRS PERÍODO Dinâmica e Supervisão de Estágio D. Mentais I e II 1984/1987 Serviços de Educação Especial 1988/1991 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Introdução à Educação Especial 1988/2002 Estrutura e Funcionamento da E. Especial 1988/2002 Currículos e Programas da E. Especial 1988/2002 Supervisão de Estágio em Educação Especial 1998/2002 Prática de Ensino Educação Especial 2000/2002 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO PLATAFORMA E-LEARNING ACCESIBLE Carlos de Castro Lozano Se presenta una plataforma e-Learning para RedEspecial. ¿Qué es el sistema e-Learning RedEspecial? La plataforma e-Learning RedEspecial es un sistema de formación abierta no presencial basado en el uso de las tecnologías telemáticas, multimedia y de metodologías de aprendizaje de última generación. El sistema e-Learning RedEspecial es una nueva forma de aprender que utiliza las nuevas tecnologías y un nuevo modelo pedagógico de forma que el alumno siempre se sentirá que está atendido. Así pues, nuestro sistema se adapta a cualquier situación o característica del alumno de forma que el objetivo del curso, que es llegar a poseer los conocimientos necesarios sobre la materia a tratar, siempre se conseguirá. ¿Quiénes son los posibles usuarios del sistema e-Learning RedEspecial? La plataforma e-Learning RedEspecial es una tecnología, y como tal, va avanzando día a día en función de las necesidades y los recursos tecnológicos de nuestra sociedad. Así pues el sistema e-Learning RedEspecial se adapta en cada caso en función de la infraestructura que tenga sus posibles usuarios: Centros de Formación de ONGs y de Instituciones, Universidades, PYMES, Centros de Formación privados y usuarios finales ya sean mayores, discapacitados y personas del entorno de estos. ¿Qué infraestructura se necesita para impartir o recibir un curso REDESPECIAL? Existen tres formas de realizar los cursos e-Learning RedEspecial 1. Si el alumno no tiene ordenador pero no puede estar esclavizado a un horario fijo entonces podrá escoger la opción Academic: el alumno dispone del curso multimedia en CD-ROM elegido y de un aula de ordenadores en red (Telecentro) a la que puede asistir el tiempo que considere necesario a cualquier hora. También dispone de un tutor que le realizará un seguimiento temporal y de una serie de profesores a los que puede consultar previa cita. 2. Si el alumno posee ordenador multimedia pero no tiene conexión a Internet podrá escoger la opción CD-home: el alumno dispone del curso multimedia en CD-ROM elegido y se le asigna un tutor al que puede consultar vía teléfono o fax. El seguimiento y las conexiones con el sistema e-Learning lo realizará desde su centro examinador más cercano. 3. Si el alumno tiene ordenador multimedia y está conectado a Internet podrá escoger la opción VirtualNet: el alumno podrá conectarse al sistema e-Learning RedEspecial a través de las páginas Web del Consorcio Fernando de los Rios (http://fdelosriosweb.cica.es). En los tres casos, al alumno se le asignará un Centro examinador (Telecentro) que podrá utilizar independientemente de la infraestructura que tenga. Una vez matriculado un alumno en un curso de la plataforma RedEspecial se le 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO asignará un Centro examinador y un tutor, se le enviará material de autoestudio en formato CD-ROM y se le dará acceso al Campus Virtual para establecer contactos con los profesores o con otros alumnos de esta modalidad, descargar material complementario, etc. Entre los servicios disponibles en el Campus Virtual podemos destacar: correo electrónico, charla (chat, acceso a otros materiales didácticos, pantalla compartida, catálogo de cursos, secretaría y administración virtual, biblioteca y cafetería virtual etc. Herramienta autor multimedia: GuiónEditor y HAMWeb Una de las herramientas que se pone a disposición de tutores y en algunos cursos, de los propios alumnos es el sistema autor HAM compuesto por las herramientas GuiónEditor y HAMWeb. HAM es un sistema autor para generar cursos multimedia según el modelo didáctico Teledomedia. La principal característica de estas herramientas es su fácil uso. No es necesario tener conocimiento alguno de informática para poder desarrollar un curso con ella. Tan solo se debe organizar el curso en temas y lecciones y estas en conceptos. Se realizarán los guiones de los contenidos de cada concepto y se producirán los medias (textos, imágenes, sonido, animaciones, vídeo, realidad virtual etc.). HAMWeb se encargará de la producción automática en páginas Web en base a los guiones y medias creados. Elementos funcionales del I-SISTEMA E-LEARNING REDESPECIAL El material básico usado en la construcción de estos sistemas, habrá de ser una estructura modular, escalable y adaptable a las necesidades concretas de cada ámbito de aplicación. Podemos representar un esquema funcional del SISTEMA E-LEARNING REDESPECIAL como: 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Interfaz de usuario. Basado en el uso de protocolos estándar de INTERNET. Por un lado, en el campo de la Teleformación se utilizará el WWW como herramienta para difusión de contenidos didácticos y el HTML combinado con el protocolo CGI y el lenguaje Java así como la tecnología ASP de Microsoft. Modulo Gestor de Datos. Basado en un gestor de datos (relacional u orientado a objetos) y que será el núcleo que permitirá organizar la información con la que trabaja el Sistema e-Learning RedEspecial. Básicamente, tratará dos tipos de información, aunque el carácter genérico de este módulo nos permitirá ampliar la gestión de datos tanto como requiera nuestro ámbito de aplicación. Módulo autor; GuiónEditor y HAM-Web. Heramientas Autor Multimedia para la generación automática de materiales didácticos en páginas Web. Permitirá al profesor la creación de unidades curriculares de forma sencilla. Entre sus funcionalidades básicas cabe destacar: • edición de documentos html. • creación de materiales audiovisuales para uso bajo demanda. (mediante el módulo de comunicación audiovisual) • creación de protocolos de evaluación del alumno. (mediante el módulo de evaluación). • creación de canales de comunicación (síncronos y asíncronos). • creación de espacios de trabajo en grupo. (mediante el módulo de Trabajo Colaborativo) Comunicación textual. Facilitará la creación de canales y/o materiales de comunicación textual, para su uso en tiempo real (Chat), o de forma asíncrona (correo electrónico). Gestor de Materiales Formativos. Será el encargado de organizar los materiales que componen las distintas unidades curriculares: hiperdocumentos, imágenes, audio, vídeo, cursos etc. Estará relacionado con el Catalogo de Cursos. Gestión, Seguimiento y Evaluación. Su misión consistirá en realizar las tareas administrativas correspondientes a la gestión de los alumnos (acceso a cursos, bajas, ...) y al seguimiento de las actividades del alumno durante la realización de un curso (mapas de navegación, listado de actividades, ...). Asimismo, facilitará las tareas del profesor/instructor en el proceso de evaluación de los alumnos. Creará diagnósticos basados en los datos recogidos por el módulo de seguimiento y las evaluaciones diseñadas mediante el módulo de autor. Catálogo de Cursos. Módulo a través del cual se puede seleccionar un curso (ya sea en CD o en páginas Web) y ejecutarlo de tal forma que los datos de seguimiento generado por estos cursos son enviado al módulo de seguimiento. 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO No solamente se presentará una lista de los Cursos disponibles, sino que se incluye toda la logística necesaria para acceder a la información relacionada con los mismos, efectuar la búsqueda o descarga de sus contenidos y facilitar su ejecución posterior. Comunicación Audiovisual. La implementación se ha basado en el uso de software comercial o de dominio público, dependiendo de las características del ámbito de aplicación. Podemos distinguir: Comunicación audiovisual en Tiempo Real. Se han diseñado los módulos correspondientes a comunicación unicast y a comunicación multicast. En el caso unicast se ha integrado la aplicación NetMeeting de Microsoft. En la videoconferencia multicast se ha optado por el uso de las herramientas propias de Mbone (VEC). Comunicación Audiovisual bajo demanda. En este caso se ha optado por el uso de aplicaciones de vídeostreaming inyectadas por un servidor a la velocidad requerida por el cliente, lo que permite flexibilizar los requisitos de línea necesarios para recibir una emisión en condiciones (RTC, RDSI, Frame Relay, ...). El software elegido para implementar este tipo de comunicación ha sido «Quicktime”, RealVideo. Trabajo Colaborativo. Permitirá la creación de espacios de trabajo virtuales compartidos -tanto para profesores como para alumnos- que facilitaran los procesos de aprendizaje Colaborativo. Recursos Auxiliares. Incluirá todos aquellos recursos que se consideren necesarios como herramientas auxiliares en el I-SISTEMA E-LEARNING REDESPECIAL. Por ejemplo: 1. Listas de distribución. 2. Agendas 3. Tablón de Anuncios 4. Notícias o Foros de debate 5. Biblioteca virtual 6. Cafetería virtual 7. Sala de juegos 8. Tiendas virtuales 9. Sistema de Ayuda 10. Buscadores, etc. 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Gestión Administrativa. Permitirá llevar un control automatizado de la Administración del Centro. Relacionado con el módulo de gestión de seguimiento y actividades docentes y con otras aplicaciones propias de la administración de un centro de formación (Contabilidad, facturación, marketing etc) tratará de unificar en un mismo interfaz todas las opciones de consultas y acceso a todo este tipo de información. Gestión y administración del sistema servidor. Permitirá realizar a través de páginas Web todas las tareas de administración de un servidor I-SISTEMA E-LEARNING REDESPECIAL. Agentes y tutores inteligentes. El sistema utilizará agentes inteligentes (bots) que guiarán o informarán al usuario sobre las diferentes eventos que se presenten en el I-SISTEMA E-LEARNING REDESPECIAL. Podrán desempeñar distintas tareas, entre ellas servir de guías por las distintos módulos del I-SISTEMA E-LEARNING REDESPECIAL, actuar como dependientes en tiendas virtuales facilitando así las transacciones comerciales mediante el comercio electrónico o simplemente apoyar al usuario cuando este lo solicite. De igual modo, estos actuarán de manera transparente al usuario en tareas de administración, búsqueda de datos,... Pero sobre todo podrán actuar como tutores inteligentes de forma que se adapten al ritmo de aprendizaje del alumno y le aconseje y ayude en sus tareas académicas cuando éste no pueda disponer de un tutor o profesor real. En principio los agentes inteligentes (bots) utilizarán sistemas basados tanto en inteligencia algorítmica, como en inteligencia artificial. Estos “bots” tendrán acceso a diferentes bases de datos, que servirán como soporte para que el bot pueda ofrecer información a los usuarios del I-SISTEMA E-LEARNING REDESPECIAL. Mundo virtual. El mundo estará organizado al igual que una gran centro de formación o campus universitario, de modo que existirán tanto grandes edificios habitables, así como grandes zonas comerciales destinadas a los negocios, empresas, centros formativos, de reuniones, de ocio, oficinas orientadas al teletrabajo, oficinas de empleo. Esta definición nos muestra un nuevo punto de vista de un mundo virtual. La gran innovación presentada es el enfoque del sistema de comunicación así como de las posibilidades de interacción usuario-mundo y usuario-usuario, esto es, la ampliación de las tecnologías interactivas presentes en los mundos virtuales actuales, los cuales carecen de este tipo de tecnología, o bien no se encuentran plenamente desarrolladas La plataforma gráfica que se utilizará para el mundo virtual es OpenGL, un estándar en la industria de los gráficos 3D. OpenGL, a diferencia de otros modelos de descripción de objetos 3D, es universal para todas las plataformas, por lo que cualquier programa realizado en OpenGL es perfectamente adaptable a varios sistemas diferentes, tales como Unix, MacOS y Windows. Además de esta ventaja, OpenGL es soportado por las tarjetas aceleradoras de 3D presentes en el mercado de los ordenadores personales, por lo cual tiene bastante popularidad entre los usuarios. Con respecto a los objetos, y la carga que su representación pueda generar en el programa cliente, se plantea la necesidad de definir un estándar de máxima cantidad de 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO vértices y polígonos por objeto, además de que se debe definir un máximo de objetos por zona del mundo. De esta forma se evitará que la generación del mundo sea demasiado lenta. Se presenta, con la plataforma e-Learning RedEspecial, un Curso para preparación de tutores “on line” (Teleformador) con el siguiente programa: CURSO TELEFORMADOR 1. Objetivos El alumno al finalizar el curso será capaz de planificar y desarrollar acciones formativas en un entorno virtual de teleformación, aplicando las estrategias, técnicas y recursos adecuados a los participantes y al entorno de teleformación. • Saber contextualizar la formación virtual en los nuevos escenarios de formación. • Conocer y dominar las herramientas que proporcionan las NTIC para aprovechar sus posibilidades educativas. • Analizar plataformas y experiencias de Teleformación descubriendo sus posibilidades y sus carencias. • Elaborar propuestas que integren todos los recursos educativos que estén en la red. • Gestionar y dinamizar los espacios virtuales de aprendizaje individuales y colectivos , desarrollando una labor tutorial proactiva. • Adecuar las técnicas y metodologías a los nuevos recursos, aplicando criterios de innovación y creatividad. • Conocer las posibilidades que entrañan las nuevas tecnologías de la información y de la comunicación e integrarlas en los espacios educativos para enriquecer los aprendizajes y dar igualdad de oportunidades, adquiriendo a su vez, un amplio conocimiento y habilidades para trabajar con los sistemas de teleformación. • Fomentar el trabajo colaborativo para al diseño de un campus virtual, favoreciendo el debate sobre dilemas y tomar decisiones de grupo. Objetivos particulares: • Conocer las estrategias y técnicas didácticas en los sistemas e Learning • Conocer los distintos modelos de sistemas eLearning. 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO • Conocer el nuevo rol del profesor en la Formación On Line. • Conocer las plataformas de teleformación. • Conocer las herramientas para la gestión y generación de cursos en Internet. • Realizar una práctica de implantación de un Plan de Formación On Line. • Realizar una práctica de guionización y producción de un curso en páginas Web. 2. Actividades Presentación del modelo de enseñanza “on line”. Presentación del sistema e-learning Definición de los roles para un proyecto de teleformación Análisis de posibles mejoras o modificaciones 3. Temario Tema I: Definición, ventajas y evolución de los sistemas e-learning. Tema II: Factores en la implantación de centros virtuales de formación Tema III: Fases en la implantación de un Plan de formación en línea. Tema IV: Herramientas de la plataforma de teleformación. Unidad 1: Secretaría Virtual Unidad 2: Gestión del sitio Web Unidad 3: Sistema de teleformación Unidad 4: Herramientas de autor para generación automática de contenidos en CD y páginas Web. Unidad 5: Sistemas de Autoevaluación y Evaluación. Duración: 200 horas Calendario: Por proponer 7 III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ____________________________________________________________________________ 9 DATOS PERSONALES NOMBRE. EDAD: LUGAR Y FECHA DE NACIMIENTO: 1954 DIRECCIÓN: TELÉFONO: CORREO ELECTRÓNICO Carlos de Castro Lozano 47 años Cazalla de Sierra 21-11C/ Donantes de sangre 1 957 483564 [email protected] 9 TITULOS ACADÉMICOS Año 1979 Licenciado en Ciencias Matemáticas. Univ. Sevilla Año 1986 Doctor en Ciencias Biológicas. Univ. Córdoba Año 1986 Profesor Titular Matemáticas. Univ. Córdoba Año 1991 Catedrático en Ingeniería de Sistemas y Automática de la Escuela Universitaria Politécnica. Univ. Córdoba. 9 ACTIVIDADES ACADÉMICAS DE CARÁCTER DOCENTE Años 1979-1980 Profesor Colegio Santa Cecilia Sevilla. Años 1980-1981 Córdoba. Profesor Instituto Bachiller Fuensanta. Años 1981-1982 Profesor Encargado de Curso. Facultad de Ciencias. Univ. Córdoba. Años 1982-1985 Profesor No Numerario. Facultad de Ciencias. Univ. Córdoba. Años 1985-1991 Profesor Titular EUP. Univ. Córdoba. Años 1981-2002 Catedrático de EEUU de la Escuela Politécnica Superior. Univ. Córdoba. 9 III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ____________________________________________________________________________ 9 ACTIVIDADES ACADÉMICAS DE CARÁCTER CIENTÍFICO - Director del Grupo de Investigación EATCO de la Junta de Andalucía. - Director del Area Multimedia del Servicio de Informática de la Universidad de Córdoba. - Director del Centro Tecnológico Industrial (CTI ) de los Servicios Centralizados de la Universidad de Córdoba. - Consejero Delegado y socio propietario de la empresa UCOCTI S.L. Empresa de la Corporación empresarial de la Univ. Córdoba. - Asesor del Proyecto “Plan Alhambra aplicado a la Educación Especial”. Consejería de Educación de la Junta de Andalucía. - Miembro del Consejo Rector del Centro Informático y Científico Andaluz (CICA). 9 ACTIVIDADES PROFESIONALES DE CARÁCTER CIENTÍFICO Y EMPRESARIAL Años 1989-1993 Director Gerente y socio propietario de la empresa EATCO S.A. Años 1989-1993 Director Científico de la Empresa Aula de Informática Aplicada S.A. Años 1989-2002 Director Gerente y socio propietario de la empresa DOMEDIA PROYECTOS S.L.. Director Científico del Grupo de empresas GARBEN Miembro del Consejo de Dirección del mismo. Años 1993-2000 Años 2001-2002 Consejero Delegado y socio propietario de la empresa UCOCTI S.L. de la Universidad de Córdoba. Años 2002- Director científico, socio propietario y Vicepresidente del Consejo de Administración de la empresa participada por Cajasur y la Univ. Córdoba: Ciencia, Tecnología e Innovación S.L. III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ____________________________________________________________________________ 9 PARTICIPACIÓN EN PROYECTOS O CONTRATOS DE I+D FINANCIADOS DE ESPECIAL RELEVANCIA CON EMPRESAS Y/O ADMINISTRACIONES Investigador principal del proyecto: GENERACIÓN DE LOGICALES EN TECLADO DE CONCEPTO. EATCO para MEC-MINER-CDTI. Años 1987-1988 Investigador principal del proyecto: DESARROLLO EN MEMORIA OPTICA DE UN SISTEMA MULTIMEDIA SOBRE EL TEMA: HISTORIA DE ANDALUCIA CONTEMPORANEA Y SU IMPLEMENTACION EN CENTROS Y UNIVERSIDADES. EATCO para la Consejería de Educación y Ciencia. Junta de Andalucía. Años 1989-1991. Investigador principal del proyecto: INTERFACE AUDIO-TACTIL PARA CIEGOS Y DEFICIENTES VISUALES. EATCO para la ONCE. Años 1988-1989 Investigador principal del proyecto: DESARROLLO DE SOFTWARE Y HARDWARE APLICADO A LAS MINUSVALIAS. EATCO para INSERSO. Años 1990-1993 Investigador principal del proyecto: DESARROLLO EN MEMORIA OPTICA(CDROM) CON TECNOLOGIA DVI DE UN SISTEMA INTERACTIVO DE ENSEÑANZA DE LA ANATOMIA: ANATRON. EATCO para AIA y CDTI . Años 1990-1.991. Investigador principal del proyecto: DISEÑO Y DESARROLLO DE UN SISTEMA DE VISION ARTIFICIAL PARA MEJORA DE PROCESOS EN FUNCION , COLADA , LAMINACION, EN LA FABRICACION DEL ALAMBRON DE COBRE EN COLADA CONTINUA. EATCO para Junta de Andalucía-Metalcable S.A. Año 1991. Asesor científico del proyecto: DESARROLLO DE UN PROGRAMA INFORMATICO PARA EL CONTROL Y SEGUIMIENTO DE LA INTEGRACION SOCIAL Y LABORAL DE LOS MINUSVALIDOS PSIQUICOS DE LOS CENTROS DE PROMI: AGES. EATCO para HORIZON DE LA CEE – PROMIA.I.A. Años 1991-1993. Investigador principal del proyecto: ESTUDIO Y EVALUACION DE NECESIDADES, EXPERIMENTACION DE POSIBLES SOLUCIONES DENTRO DEL CAMPO DE LAS TECNOLOGIAS INFORMATICAS, PARA COLECTIVO DE PERSONAS DISCAPACITADAS. EATCO para INSERSO. Año 1994. Investigador principal del proyecto: DESARROLLO DE UN SISTEMA DE ENSEÑANZA A DISTANCIA MULTIMEDIA SOBRE DISEÑO GRAFICO. EATCO para A.I.M-TELEFONICA SISTEMAS- Instituto Nacional de EmpleoEUROFORM. Años 1994-1995. Investigador principal del proyecto: DESARROLLO DE SISTEMAS DE CONTROL Y GESTION DE SERVICIOS EN EDIFICIOS INTELIGENTES . EATCO-CTI para PROYECTO GAME DE LA CEE. En colaboración con MAINSA y CNM. Año 1995. III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ____________________________________________________________________________ Investigador principal del proyecto: OPTIMIZACION DEL PROCESO DE LIMPIEZA DE LAS SUPERFICIOS DE INTERCAMBIO DE CALOR. EATCO para ENECO, S.A. Año 1995. Dirección científica del proyecto: DESARROLLO DE UN SISTEMA INTERACTIVO MULTIMEDIA SOBRE EL PROYECTO ATLAS. A.I.M. para Telefónica Sistemas. Año 1995. Investigador principal del proyecto: CURSOS INTERACTIVO MULTIMEDIA DE DISEÑO GRAFICO (5 CD-ROM). EATCO para AIM- INEM. Año 1995. Investigador principal del proyecto: CURSO INTERACTIVO MULTIMEDIA EN CD-ROM SOBRE ACTOS Y PROCEDIMIENTOS ADMINISTRATIVOS. EATCO para el Instituto Andaluz de Administraciones Públicas. Años 1995-1996. Investigador principal del proyecto: CURSO INTERACTIVO MULTIMEDIA EN CD-ROM SOBRE TELEMATICA. EATCO para Garben –TELEFONICA. Año 1996. Investigador principal del proyecto: DESARROLLO DE 5 CURSOS MULTIMEDIA EN CD-ROM SOBRE WINDOWS 3.11 Y EL PAQUETE OFFICE 97 DE MICROSOFT. EATCO-CTI para CECA-GARBEN. Años 1996-1998. Investigador principal del proyecto: PROYECTO CD-ROM INTERACTIVO UN VIAJE AL FUTURO. EATCO para Garben - BANCO DE SANTANDER. Año 1996. Director científico del proyecto: CURSO INTERACTIVO DEL S.I.S en CD-ROM. GARBEN. Año 1996. Investigador principal del proyecto: OPTIMIZACION DE PROTOTIPOS DE SISTEMAS INFORMATICOS ADAPTADOS A LAS MINUSVALIAS. EATCO para INSERSO. Año 1996. Investigador principal del proyecto: CURSOS DE FORMACION PROFESIONAL OCUPACIONAL. EATCO-CTI para la DELEGACION PROVINCIAL DE TRABAJO E INDUSTRIA de la Junta de Andalucía. Años 1997-2000. Investigador principal del proyecto: DESARROLLO DE SISTEMAS VIRTUALES DE FORMACION MULTIMEDIA. EATCO y CTI para GARBEN CONSULTORES S.L. Años 1997-2000. Director científico del proyecto: SIMULADOR DE AVERIA DEL TREN 2000 (2 CD-ROM). Garben para FORCEM-METRO DE MADRID. Años 1997-1998 Investigador principal del proyecto: HERRAMIENTA AUTOR PARA LA III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ____________________________________________________________________________ GENERACIÓN DE CURSOS MULTIMEDIA INTERACTIVOS EN CD-ROM. CTI para A.I.M-Telefónica Sistemas. Años 1997-1998. Investigador principal del proyecto: HERRAMIENTA AUTOR MULTIMEDIA. CTI para Garben-Forem. Años 1997-1998. Director científico del proyecto: CURSO MULTIMEDIA INTERACTIVO EN CDROM SOBRE INTERNET. Garben para CISICRET. Año 1998. Director científico del proyecto: EL EURO HISTORIA Y CONSECUENCIAS (CDROM) GARBEN para BBV, BCH, ARGENTARIA, BANCO SANTANDER Y DTI CONSULTORES. Año 1998. Director científico del proyecto: INTEGRA. SISTEMA TUTOR TELEMÁTICO. GARBEN. Año 1998. Investigador principal del proyecto: ENCICLOPEDIA EN FASCICULOS Y CDROM: PC-2000. Garben para ABC. Año 1998. Director científico del proyecto: EL EURO EN LA GESTIÓN DE LAS PYMES. Garben para CECA y sus Cajas Confederadas, Año 1998. Director científico del proyecto: SISTEMA DE INFORMACIÓN WEB. GARBEN Mº de Administraciones Públicas. Año 1998. Investigador principal del proyecto: DESARROLLO DE CURSOS MULTIMEDIA SOBRE GRADUADO ESCOLAR (18 CD-ROM ). CTI para IASS-ADAPTConsejería de Educación J. Andalucía. Años 1998-1999. Investigador principal del proyecto: SISTEMA DE TELEFORMACIÓN CONFEDERACIÓN DE EMPRESARIOS DE ANDALUCÍA. CTI-Garben para GDT. Año 1999. Investigador principal del proyecto: SISTEMA DE TELEFORMACIÓN CONFEDERACIÓN DE EMPRESARIOS DEL COMERCIO DE ANDALUCÍA. CTI-Garben para Descartes Multimedia S.L. Año 1999. Investigador principal del proyecto: CURSOS TELEFORWEB DE OFIMÁTICA EN PAGINAS WEB (6 CDS) . Garben para BBVA. Año 2000. Director científico del proyecto: CURSO SOBRE COOPERACIÓN EMPRESARIAL EN CD-ROM. Garben para Grupo Conforsa. Año 2000. Investigador principal del proyecto: PORTAL ALSA. CTI para Relational Tools. Año 2000. Investigador principal del proyecto: PORTAL HABITANIA. CTI para Relational Tools. Año 2000 Investigador principal del proyecto: PORTAL INMOBILIARIO FERROVIAL. CTI III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ____________________________________________________________________________ para Relational Tools. Años 2000-2001. Investigador principal del proyecto: PORTAL PARA EL PROGRAMA “LA LLAMADA DEL SUR” DE CANAL SUR. CTI para Itaca ProduccionesRedacción7-RTVA. Años 2000-2001. Investigador principal del proyecto: SISTEMA DE TRANSFERENCIAS POR INTERNET PARA MONEYGRAM ESPAÑA. UCOCTI- CambiosSol, EuroSol. Años 2000-2002. Investigador principal del proyecto: CURSOS TELEFORWEB DE OFIMÁTICA EN PAGINAS WEB (6 CURSOS), Domedia para Garben-BBVA. Año 2000. Investigador principal del proyecto: HERRAMIENTA AUTOR PARA EL DESARROLLO DE CURSOS EN WEB (HAMWEB)”. Domedia Proyectos. Años 2000-2001. Investigador principal del proyecto: SISTEMA DE TRANSFERENCIAS POR INTERNET PARA MONEYGRAM ESPAÑA. UCOCTI-DOMEDIA-- CambiosSol, EuroSol. Años 2000-2002 Investigador principal del proyecto: PAGINA WEB DEL LA EXPOSICIÓN DE LOS OMEYAS.UCOCTI para Fundación Legado Andaluzí. Año 2001. Investigador principal del proyecto: CURSOS TELEFORWEB DE OFIMÁTICA EN PAGINAS WEB (6 CURSOS), Domedia para Garben-BBVA. Año 2000. Investigador principal del proyecto: HERRAMIENTA AUTOR PARA EL DESARROLLO DE CURSOS EN WEB (HAMWEB)”. Domedia Proyectos. Años 2000-2001. Investigador principal del proyecto: APLICACIÓN PARA GUIONIZACIÓN DE CURSOS MULTIMEDIA EN CD Y WEB (GUIONEDITOR). Domedia Proyectos. Años 2000-2001 Investigador principal del proyecto: SISTEMA DE TRANSFERENCIAS POR INTERNET PARA MONEYGRAM ESPAÑA. UCOCTI- CambiosSol, EuroSol. Años 2000-2002. Investigador principal del proyecto: CURSOS TELEFORWEB DE OFIMÁTICA EN PAGINAS WEB (6 CURSOS), Domedia para Garben-BBVA. Año 2000. Investigador principal del proyecto: HERRAMIENTA AUTOR PARA EL DESARROLLO DE CURSOS EN WEB (HAMWEB)”. Domedia Proyectos. Años 2000-2001. Investigador principal del proyecto: APLICACIÓN PARA GUIONIZACIÓN DE CURSOS MULTIMEDIA EN CD Y WEB (GUIONEDITOR). Domedia Proyectos. III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ____________________________________________________________________________ Años 2000-2001. Investigador principal del proyecto: HERRAMIENTAS PARA EL DISEÑO Y MANTENIMIENTO DE COMUNIDADES VIRTUALES Y SISTEMAS ELEARNING. Domedia Proyectos. Años 2000-2002. Domedia Proyectos. Años 2000-2001. 9 RESPONSABLE DE LOS SIGUIENTES CONTRATOS Y CONVENIOS: Convenio de Colaboración con la Consejería de Educación y Ciencia y el Instituto Andaluz de Servicios Sociales, para la elaboración de un paquete Software denominado Teleforgradis. Acuerdo Marco de Cooperación entre la Universidad de Córdoba y Garben Proyectos Informáticos para el desarrollo y comercialización de productos orientados al mercado de la formación. Convenio Específico de colaboración entre Aplicaciones Informáticas Multimedia y la Universidad de Córdoba para el Desarrollo de Sistemas Virtuales de Formación Multimedia. Convenio Marco de Colaboración mutua en materia educativa y formativa entre la Universidad de Córdoba y la Organización Nacional de Ciegos Españoles (O.N.C.E.), Por el Cuál el Centro Tecnológico Industrial se compromete a promover y emprender campañas de Información y Sensibilización tendentes a dar a conocer la realidad. 1. Convenio de colaboración con el IMSERSO para la Investigación, Desarrollo software y ayudas técnicas para personas con discapacidad. 1. Convenio de Colaboración con el Imserso para la Impartición de Master y Curso de Especialización sobre Integración Sociolaboral del Minusválido. Proyecto denominado Centro de Enseñanza Virtual, financiado por La Confederación de Empresarios Andaluces. Proyecto denominado Aula Virtual de Español para el Instituto Cervantes. Aportación tecnológica al Programa de Canal Sur Televisión, “ La Llamada del Sur” III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ____________________________________________________________________________ 9 PATENTES Y MODELOS DE UTILIDAD INVENTORES (p. o. de firma):Carlos de Castro Lozano, José Luis Olivares Olmedilla y Victor Pallarés López TÍTULO: SISTEMA AMPLIADOR DE FUNCIONES O CONCEPTOS PARA ORDENADOR. N.º DE SOLICITUD:8802199 ENTIDAD TITULAR: Universidad de Córdoba-CAJASUR EMPRESA/S QUE LA ESTÁ/N EXPLOTANDO: PROMI, GARBEN INVENTORES (p. o. de firma):Carlos de Castro Lozano, Cayetano J. E. Segura Martínez, José Luis Olivares Olmedilla y Victor Pallarés López TÍTULO: METRO ELECTRONICO DIGITAL N.º DE SOLICITUD:8903846 ENTIDAD TITULAR: Universidad de Córdoba (caducado) INVENTORES (p. o. de firma):Carlos de Castro Lozano, Cayetano Segura Martínez, Victor Pallarés López, José Luis Olivares Olmedilla, Luis Miguel Cámara Díaz, Edgar Gayo Castro, Tomás Morales leal y José Luis Cruz Soto. TÍTULO: SISTEMA DE OPTOACOPLAMIENTO DE SEÑALES DIGITALES ELECTRICAS PARA PROTECCION Y AISLAMIENTO DE APARATOS ELECTRONICOS DE SOBRETENSIONES ESTACIONARIAS Y TRANSITORIAS N.º DE SOLICITUD: p9202335 ENTIDAD TITULAR: Universidad de Córdoba EMPRESA/S QUE LA ESTÁ/N EXPLOTANDO: ABB INVENTORES (p.o. de firma): Carlos de Castro Lozano, Cayetano Segura martinez, Victor Pallarés López, José Luis Olivares Olmedilla, Luis Miguel Cámara Díaz, Edgar Gayo, Tomás Morales leal y Jose Luis Cruz Soto. TÍTULO: TRAZADOR BUCAL POR ORDENADOR N.º DE SOLICITUD: P9301765 ENTIDAD TITULAR: Universidad de Córdoba (caducado) 9 PRODUCTOS SOFTWARE REGISTRADOS AUTORES: EATCO-CTI-GARBEN TÍTULO: TELEFORMEDIA,. DESCRIPCIÓN: Es un sistema de formación abierta no presencial basado en el uso de las tecnologías telemáticas, multimedia y de metodologías de aprendizaje de última generación. Teleformedia consta de una serie de cursos en CD-Rom y en páginas Web. Actualmente se tiene producido mas de 40 cursos que a explotar y distribuir. La empresa Garben, dueña de los derechos de explotación del producto la que la que ha realizado las ventas que en este último a entidades como CEA, CECA, III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ____________________________________________________________________________ FOREM, BBVA, ESCA, ATENTO, OCASO, CCC, ABC etc., se encuentran entre sus clientes. ENTIDAD TITULAR: GRUPO GARBEN AUTORES: EATCO-CTI-GARBEN TÍTULO: CEV. Centro de Enseñanza Virtual,. DESCRIPCIÓN: Es un sistema de aplicaciones basadas en Internet que permite la simular un centro de actividades de alumnos y profesores para la realización de cursos por Internet. El CEV contiene una serie de servicios que pueden ser de acceso local (al ordenador personal del alumno) o de acceso en línea (conectado a Internet); dichos servicios permiten la realización tanto de actividades individuales como interactivas. La empresa Garben, dueña de los derechos de explotación del producto la que la que ha realizado las ventas que en este último trimestre a entidades como CEA, CECA, FOREM, BBVA, ESCA, ATENTO, OCASO, CCC, ABC etc., se encuentran entre sus clientes. ENTIDAD TITULAR: GRUPO GARBEN AUTORES: DOMEDIA TÍTULO: HAMCD DESCRIPCIÓN: Es una herramienta autor para generar cursos multimedia según el modelo didáctico de Teleformedia. Con esta herramienta DOMEDIA, EATCO y el CTI de la Universidad de Córdoba han desarrollado los cursos en CD-ROM de la serie Teleformedia (Introducción a la Informática, Internet, Windows 98, Paquete Office 97 y 2000, Inglés, Paquete Diseño Gráfico por ordenador, Graduado Escolar, etc.). ENTIDAD TITULAR: DOMEDIA PROYECTOS. AUTORES: DOMEDIA TÍTULO: HAMWEB DESCRIPCIÓN: Herramienta autor para el desarrollo de cursos en páginas Web. Con esta herramienta Garben, y el CTI de la Universidad de Córdoba han desarrollado los cursos de la serie Teleformedia en páginas Web (Introducción a la Informática, Internet, Windows 98, Paquete Office 97 y 2000, Inglés, Paquete Diseño Gráfico por ordenador, Inglés, etc.). ENTIDAD TITULAR: DOMEDIA PROYECTOS. AUTORES: DOMEDIA TÍTULO: GuiónEditor DESCRIPCIÓN: Aplicación. basada en plantillas, para la guionización de cursos interactivos multimedia ENTIDAD TITULAR: DOMEDIA PROYECTOS. AUTORES: DOMEDIA TÍTULO: Sistema e-Learning TELEDOMEDIA DESCRIPCIÓN: Sistema e-Learning basado en plantillas personalizables, para la planificación, III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ____________________________________________________________________________ diseño, realización, seguimiento control y mantenimiento de Planes de Formación a distancia a través de Internet, Intranet y Extranet. ENTIDAD TITULAR: DOMEDIA PROYECTOS. AUTORES: DOMEDIA TÍTULO: Tienda Virtual e-Shop DESCRIPCIÓN: Aplicación Web basada en plantilla para el diseño, diseño, realización, seguimiento control y mantenimiento de tiendas virtuales ENTIDAD TITULAR: DOMEDIA PROYECTOS. AUTORES: UCOCTI TÍTULO: Inmobiliaria Virtual DESCRIPCIÓN: Aplicación Web basada en plantillas para el diseño, diseño, realización, seguimiento control y mantenimiento Inmobiliarias virtuales. ENTIDAD TITULAR: CTI S:L. AUTORES: EATCO-CTI-UCOCTI TÍTULO: Inmobiliaria Virtual DESCRIPCIÓN: El proyecto CIMCA (Cueva Inmersiva para una Marioneta con Control Automático por ordenador) es un sistema de telepresencia sincronizado con sistemas de inmersión basado en Realidad Virtual. CIMCA es uno de los primeros proyectos a nivel mundial que unifica estas dos tecnologías, la telerobotica y los sistemas de inmersión. En el CIMCA, el usuario interactua con el sistema a través de un joystick de forma que cualquier movimiento de éste supone un movimiento de la marioneta inmersa en el mundo virtual. Con este sistema se pueden representar obras de teatros o cuentos donde un personaje es la propia marioneta y el resto de los personajes son virtuales e interactuan con la marioneta dentro de unos escenarios virtuales en 3D. ENTIDAD TITULAR: CTI S:L. III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ____________________________________________________________________________ 9 PUBLICACIONES Y CONGRESOS Es autor de numerosas publicaciones en revistas científicas, capitulos de libros, libros y productos multimedia interactivos en CD-ROM y páginas Web. Ha impartido numerosas conferencias, ponencias en Congresos y Jornadas Nacionales e Internacionales. Ha organizado numerosas Jornadas, Congresos y Foros nacionales e internacionales. Podemos destacar, entre otros: • Organizador de las I Jornadas Nacionales Informática y Educación. Universidad de Córdoba. Año 89. • Organizador de las I y II Jornadas Nacionales de Autoedición, Diseño y Tratamiento de la Imagen . Años 90-91. • Asesor científico de las Jornadas «Modos de Participación y Desarrollo de la Mujer en la Economía Social». Junio 1996. • Asesor científico en Córdoba del proyecto .Tejiendo Redes entre Formadoras, Red INTRANET para mujeres profesionales de la formación promovido por el Instituto Catalán de Tecnología. Junio 96. • Asesor científico y ponente del Seminario La Economía Social cara al año 2.000. Jornada “El reto tecnológico”. Osuna Marzo-99. Organiza Universidad de Córdoba, Dirección General de Cooperativas y CepesAndalucía. • Organizador del II Congreso Latinoamericano de Informática Educativa Especial (Foro Internacional sobre Cooperación en Tecnología Adaptativa) organizado por la Universidad de Córdoba. Impulsora de I Foro Mujer y Discapacidad en el marco del Congreso. CIIEE 2000.Febrero 2000. • Asesor científico en la elaboración del CDROM sobre Acciones creativas en la empresa y materiales para implementar empresas más eficientes. Financiado por el área de Economía y Hacienda del Ayuntamiento de Sevilla. Marzo-Mayo 2000. • Asesor científico del Foro Desarrollo, redes e innovación. Junio 2000. Organizan Universidad de Córdoba y Universidad de Buenos Aires. III CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ____________________________________________________________________________ 9 PREMIOS Y RECONOCIMIENTO Revista Actualidad Española 100 mejores ideas Teleformedia Medalla de Andalucía año 2000 al CTI de la Universidad de Córdoba III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO MAITE CAPRA PUERTAS PRESIDENTA REDESPECIAL DE COST@ RICA Para Costa Rica unirse a la gran RedEspecial Iberoamericana, fue y sigue siendo una acción con intencionalidades muy claras: conformar una red humana de aprendizaje que apunta a desarrollar padres líderes que no solo están mediando el trabajo de integración y comunicación con sus hijos a través de las Nuevas Tecnologías, sino que están dispuestos a profundizar conceptualmente, en temas que les permiten una mayor comprensión de la educación de las poblaciones con necesidades especiales, una mayor comprensión del sentido de la integración y del lugar que ocupa la tecnología como herramienta de productividad, comunicación, aprendizaje y diversión. Maite C. Puertas Estimular la comprensión es una labor compleja, pero necesaria cuando se habla de procesos educativos. El conocimiento, la habilidad y la comprensión, son la materia prima de la educación, sin embargo hay que cuestionarse ¿qué tipo de conocimiento?, ¿qué tipo de habilidades? y ¿qué tipo de comprensión? Las dos primeras preguntas parecen más obvias, sin embargo la tercera es la que nos ocupa en la Red, pues no es fácil pensar y actuar con flexibilidad a partir de lo que se sabe y tampoco es fácil aprender ha hacerlo. La intención de concentrar los esfuerzos en la comprensión, está fundamentada en la necesidad de mejorar las formas de pensar, en la necesidad de construir representaciones adecuadas o modelos conceptuales que beneficien la resolución de los diversos problemas que se les van presentando a los padres, en la posibilidad de hacerse preguntas conducentes a respuestas propositivas y en desarrollar el hábito de autoexaminarse cuando se presentan situaciones complejas para que las reacciones se den en diversas y flexibles. La comprensión sobrepasa las formas tradicionales de actuar permitiéndole al padre de familia explicar, justificar, extrapolar, vincular y aplicar lo que sabe, esto significa que le da la posibilidad de ir más allá del conocimiento y la habilidad básica. La comprensión genera procesos activos y constructivos, permite saber hacia dónde se va, utilizando los tiempos y recursos de manera muy eficiente. Tanto padres como educadores de las poblaciones especiales son docentes, ambos responsables del aprendizaje, adaptación e integración de los mismos niños, ambos comparten los mismos propósitos, por ello el tema de la comprensión es básico con estos grupos. Estos padres están en la disposición de atender parte de las necesidades de sus hijos, utilizando la tecnología como medio para facilitar procesos de integración, aprendizaje, comunicación y producción, por ello comprender el potencial y la evolución de la tecnología, es de vital importancia. El abordaje de esta propuesta inicia con los padres, inicia con el desarrollo de “desempeños de comprensión”. Los desempeños de comprensión son “actividades que requieren de las personas la utilización del conocimiento, de nuevas maneras o en situaciones inéditas. En estas actividades, los participantes reconfiguran, expanden y aplican lo que ya saben y además extrapolan y construyen a partir de sus conocimientos previos. Estos desempeños ayudan a los padres a construir y demostrar su comprensión”. 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Para desarrollar desempeños de comprensión, se hace necesario exponer a las personas a las situaciones reales, que se involucren en las actividades para que vayan más allá de la información y puedan crear a partir de la reconfiguración, la expansión y la aplicación de sus conocimientos. El desarrollo de desempeños tiene como punto de partida el establecimiento de algunas rutinas que requieren tiempo, porque son más complejas que simples tareas de memorización, hay que incluir cuestionamientos y definir algunos tópico generativos a tratar, que sean significativos para los padres. Los tópicos generativos son “aquellos temas, conceptos, cuestiones, ideas…. Que proporcionan profundidad, significación, conexiones y una variedad de perspectivas suficientes para apoyar el desarrollo de la comprensión. Deben ser interesantes para los participantes y que tengan la cualidad de ser transversales y accesibles”. La RedEspecial de Costa Rica está trabajando con este enfoque denominado Enseñanza para la Comprensión y ello implica un esfuerzo sostenido y dedicado por parte de quienes participan. Este enfoque favorece el desarrollo integral de la persona, se convierte en una herramienta con la cual resolver problemas, en una metodología con la cual mediar, en un marco para pensar. Elegir los tópicos generativos no es fácil y debe ser labor del colectivo. Algunas consideraciones que hay que tener presentes son: ♦ ¿Qué incluimos en nuestras prácticas, actividades, reuniones? ♦ ¿Qué material es más productivo? ♦ ¿Cómo creamos redes de ideas? ♦ ¿Qué tipo de aprendizaje (para la comprensión) suscita mayor curiosidad? Algunos tópicos generativos que se trabajan con los padres son: ♦ Procesos y etapas por los que pasan las poblaciones especiales y sus familias. ♦ La tecnología como elemento prostético. ♦ Equipos interdisciplinarios. ♦ Interpretación de textos especializados. ♦ Alternativas de atención. ♦ La integración. ♦ Materiales generativos. ♦ Adecuaciones, entre otros. La preparación integral de estos padres dará como resultado un grupo sólido, capaz de crear, en un mediano plazo, otros grupos de apoyo en sus zonas residenciales de manera 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO que puedan agrupar a nuevos padres de familia. La RedEspecial de Costa Rica se ha destacado por trabajar prioritariamente con padres de familia, con la finalidad de especializar el eje de atención y concentrar las ideas esenciales con un grupo que desarrolle un sentido de pertenencia, amparados en las experiencias que comparten como padres de un niño que requiere atención especializada. La idea de darle fuerza a la formación conceptual, basados en la Enseñanza para la Comprensión, encuentra su asidero en la posibilidad de que sean los padres bien capacitados, los que mejor comprendan el proceso integral de sus hijos y puedan ser interlocutores válidos con sus propios hijos, docentes, médicos, especialistas y la comunidad en general. Los padres líderes que forman parte de la Red, tienen algunas características que los identifican como tal y los acreditan para estar inmersos en este proceso. Estas características se pueden distribuir en tres categorías a saber: ♦ Area tecnológica ♦ Area Pedagógica/conceptual ♦ Disponibilidad. Area tecnológica: todos los padres cuentan con tecnología en la casa, factor que les permite trabajar en las propuestas que se plantean dentro del grupo de estudio, probar software educativo, enviar y recibir los trabajos de sus hijos a la escuela, diseñar las tareas escolares, entre otros. Adquirir fluidez tecnológica no es algo que haya sido fácil para los miembros de este grupo, sin embargo hemos avanzado a partir de estrategias de motivación, demostraciones y prácticas que cada cual se ha puesto como meta personal. Las reuniones de líderes (denominadas sesiones de aprendizaje) se llevan a cabo aproximadamente cada cinco semanas de manera presencial y entre sesiones se utiliza el correo electrónico cuando se hace necesaria la comunicación. Este es otro aspecto que se ha trabajado en el área tecnológica. Otra forma en que los padres utilizan la tecnología es registrando cada sesión de aprendizaje. Un padre de familia se hace responsable de documentar lo que pasó en la reunión, lo digita y trae las copias correspondientes para retomar los puntos que sean necesarios y darle seguimiento al proceso. Esta es la materia prima con la cual empezamos un proceso de sistematización que les permitirá no solo dar cuenta de la formación que como líderes están construyendo, sino que aprenden a sistematizar para comprender porqué pasó lo que pasó con las diferentes experiencias que ellos viven con sus hijos. La proyección para las próximas sesiones de aprendizaje es trabajar fuertemente en el uso de la Internet como medio de aprendizaje, comunicación y búsqueda. Area pedagógica/conceptual: la lectura, socialización y análisis sistemática de libros ha sido uno de los principios del grupo de padres líderes. Iniciamos con el libro de Rafael Sánchez Ordenador y Discapacidad que por su contenido despertó mucho interés y se maximizó la visión que se tenía de la tecnología. Textos como: La Mariposa y la Escafandra de Jean-Dominique Bauby y La Mirada Mental de Angel Rivière, son los que están en proceso de lectura en este momento. Las lecturas se hacen a partir de una guía 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO que se estructura para que los focos de interés estén concentrados en los puntos de interés común. Invitar personalidades que conocen sobre el tema tecnología aplicada a la Educación Especial, ha sido parte de este crecimiento conceptual. El Ingeniero Luis Campos trabajó con los padres de familia interesados en adaptaciones, el Dr. Edgardo Maya, padre de una niña especial ,Colombiano, especialista en Bioenergía ha trabajado con los padres aplicando filtros de ADN y otras técnicas a los niños, el Dr Mark Priesthey de la Universidad de LEEDS en Inglaterra y responsable del Área de Investigación en Discapacidad, ofreció apoyo con el tema Nuevos paradigmas de la Inclusión y Rina Gross, costarricense, Terapeuta de Lenguaje ha tratado el tema de la Modificabilidad Cognitiva de Feurestein. Finalmente cabe destacar los intercambios que se promueven en las reuniones. En éstas hay un espacio para comentar sobre los procesos de integración de los hijos, las principales preocupaciones educativas, las adaptaciones que se requieren, entre otros. Esta exposición es atendida por todos con el propósito de llevarse la tarea de pensar en el planteamiento o problema que cada quien externa y en la reunión siguiente cada uno aporta alternativas de solución, de esta manera se construyen redes de apoyo muy dinámicas y eficientes. Disponibilidad: Este grupo, da prioridad a este proceso de crecimiento personal y privilegia los ejercicios, la lectura, las jornadas presenciales, por encima de otras actividades. Esto ha permitido que el grupo se haya desarrollado de manera sólida y se hayan establecido nexos afectivos y de apoyo. Las tareas, actividades y lecturas son responsablemente hechas y compartidas en su momento. Algunas preguntas elaboradas por los padres, se han ido conformando en los Tópicos generadores que han guiado nuestras Jornadas de Aprendizaje: ♦ ¿Qué cosas son prioritarias en la vida de mi hijo/a? ♦ ¿Cómo convenzo a los docentes que mi hijo/a que si es capaz y que puede integrarse? ♦ ¿Estoy llegando integralmente a mi hijo con las propuestas que le hago, las formas con que me comunico, en que medio las actividades? ♦ ¿Cómo saber lo que está realmente comprendiendo mi hijo? ♦ ¿Podrá generalizar o utilizar en adelante lo que le estamos enseñando? ♦ ¿Será significativo? ♦ ¿Estoy utilizando la tecnología de manera eficiente con mi hijo/a? Preguntas que nos seguimos haciendo y que son orientadoras de este proceso innovador de atención a padres de niños con Necesidades Especiales. A manera de síntesis, el Modelo de la Enseñanza para la Comprensión, la Formación Conceptual y el Eje Tecnológico, son los puntales que nos unen como grupo de aprendizaje 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO y crecimiento. La RedEspecial de Costa Rica está desarrollando una labor que no se concentra en la cantidad de personas o acciones atendidas o lanzadas, sino en la calidad del trabajo, el compromiso y el enfoque que se decidió dar a esta iniciativa. Bibliografía. 1. Blythe, T (1999) La enseñanza para la comprensión. Guía para el docente. Buenos Aires. Editorial Paidos. 2. Perkins, D (1986) Marcos para pensar. USA. 3. Perkins, D (2001) La enseñanza para la comprensión: Vinculación entre la Investigación y la Práctica. Argentina. Editorial Paidos Maite Capra Puertas [email protected] Apartado postal 1210-1000 Formación: ¾ Bachiller en Ciencias de la Educación Especial con énfasis en Retardo Mental, Universidad de Costa Rica. ¾ Bachillerato en La Enseñanza de la Informática Educativa en I y II Ciclo, Universidad Independiente de Costa Rica. ¾ Licenciada en Educación Especial con Énfasis en Incapacidad Múltiple. Universidad de Costa Rica. ¾ Post-Grado “La Práctica de los Valores en Contextos Educativos”. Universidad de Barcelona. ¾ Egresada del curso de post-grado Latu-Sensu en Psicología Cognitiva Aplicada a Ambientes Informatizados. Universidad de Río Grande del Sur Brasil. ¾ Egresada del programa MEd. en Informática Educativa, Hartford University, Connecticut, EE.UU. (Falta cumplir con el requisito del TOEFL para obtener el título). ¾ Magister en Docencia con Énfasis en la Enseñanza de la Informática. Universidad Independiente de Costa Rica. 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Actividad Laboral Actual: Asesora Pedagógica de Informática Educativa. Programa de Informática Educativa del Ministerio de Educación Pública y la Fundación Omar. (Costa Rica). Profesora Universidad Interamericana de Costa Rica. Presidenta de la RedEspecial de Costa Rica. Miembro directivo de la RedEspecial Iberolatinoamericana. Principal Actividad Académica Actual: Diseño, Ejecución y Evaluación de Capacitaciones para Docentes en Informática Educativa y Directores de Escuelas con laboratorios de Informática Educativa, bajo un enfoque constructivista. Participación en Múltiples Congresos Nacionales e Internacionales como ponente. Elaboración de documentos rectores que definen la “vida pedagógica” del Programa de Informática Educativa. Elaboración del Proyecto “Vida Cotidiana” para abordar el tema Valores en la escuela Pública primaria de Costa Rica. 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO O uso do computador como ferramenta de apoio ao processo educativo Autor: Claudia Barreto de Arruda Instituição: APAE – Fortaleza e-mail: [email protected] Fax: (85) 273 1441 Introdução: Claudia Barreto de Arruda Este trabalho visa apresentar as experiências educativas realizadas no Laboratório de Informática da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais APAE-Fortaleza, mantenedora da Minha Escola Profissionalizante que atende alunos portadores de deficiência mental moderada. A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Fortaleza é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, fundada em 26 de abril de 1972 procurando sempre proporcionar o desenvolvimento da Pessoa Portadora de Necessidades Educativas especiais. O objetivo da instituição é proporcionar a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento das potencialidades dos alunos, promovendo desse modo o acesso interativo por meio do Laboratório de Informática. O laboratório de Informática da APAE – Fortaleza dá continuidade a uma semente que foi lançada em 1996 e foi possível de ser realizada através do PROINESP – Projeto de Informática na Educação Especial, com a aquisição de novos equipamentos enviados pelo MEC. Portanto, este trabalho possibilita a interação entre alunos e professores, melhorando o atendimento e a qualidade das atividades pedagógicas desenvolvidas na instituição. Objetivos: Geral: Analisar a utilização do computador como ferramenta de apoio ao processo educativo. Específicos: Proporcionar o desenvolvimento cognitivo, psicomotor e da linguagem. Desenvolver trabalhos que favoreçam a integração social. Desenvolver as habilidades intelectuais da pessoa portadora de necessidades educativas especiais. Elaborar trabalhos em forma de textos, desenhos, histórias, que favoreçam a compreensão do educando, resultando na interação social. Oportunizar ao aluno adquirir e produzir conhecimentos para superar suas deficiên1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO cias intelectuais. Desenvolver os aspectos Educacionais da proposta pedagógica da APAE-Fortaleza através das atividades construtivistas auxiliando os conteúdos para professores e alunos. Despertar no aluno o desejo de buscar, conhecer e interagir com o outro na perspectiva de intercâmbio, troca e cooperação. Deficiência Mental: Conceitos Na proposta atual, a deficiência mental é definida como: “funcionamento intelectual abaixo da média (teste psicométricos de QI) coexistindo com limitações relativas a duas ou mais das seguintes áreas de habilidades sociais, participação familiar, uso comunitário, autonomia, saúde e segurança, funcionamento acadêmico, de lazer e de trabalho, manifestando-se antes dos dezoito anos de idade (Tradução e Síntese do Manual da AAMR – Associação Americana de Retardo Mental, Erenice Natália S. de Carvalho apud Luckasson. 1992:01) Características da Criança Deficiente Mental Picq y Vayer (1978:174) afirma que “o que caracteriza a debilidade mental é sua natureza congênita, ou pelo menos extremamente precoce, associada a um déficit mais ou menos global. É sua instalação antes que a criança tenha adquirido o tempo de criar suas primeiras ligações ideomotoras”. Essas características são traduzidas por um desenvolvimento mais lento da inteligência, como também limitado do que apresentam as crianças normais da mesma idade. Segundo Gallager (1985:04) a criança deficiente Mental é diferente da criança normal nos seguintes aspectos: características mentais, capacidades sensoriais, características neuromotoras ou físicas, comportamento social, capacidade de comunicação, deficiências múltiplas. As práticas escolares devem então ser alteradas e adaptadas para que essas crianças consigam desenvolver ao máximo sua capacidade. A criança deficiente mental ainda apresenta outras características gerais como: - memória e capacidade limitada para repetir idéias; - capacidade reduzida de usar a linguagem e descrever relações temporais ou causas; - pouca atenção e tolerância à frustração limitada devido certamente a sua longa história de fracasso. 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Aprendizagem Para Vygotsky (1991) aprendizagem é um processo de construção que se dá na interação com o meio que o cerca. Meio esse expresso inicialmente pela família, depois pela escola, ambos permeados pela sociedade em que se inserem. Desenvolvimento Cognitivo “O desenvolvimento cognitivo consiste num processo de sucessivas mudanças qualitativas das estruturas cognitivas ou esquemas derivando cada estrutura e sua respectiva mudança, lógica e inevitavelmente, da estrutura que precede” (PIAGET,1990). O desenvolvimento cognitivo dessas crianças, não mantém o mesmo ritmo em relação ao crescimento físico, nome que se dá segundo Zazzo (apud, Rocha, 1985) de “heteronomia” que é a defasagem entre a idade mental e a cronológica, e essa defasagem deve ser levada em consideração de uma maneira muito especial. A Informática na Educação “A Informática na Educação significa a integração do computador no processo de aprendizagem dos conteúdos curriculares de todos os níveis e modalidades de educação” (VALENTE, 2001:31). Portanto, o computador é uma ferramenta que pode auxiliar o aluno deficiente mental no raciocínio e manipulação de informações. É um recurso fundamental como elemento de interação com o outro na perspectiva de intercâmbio, troca, cooperação, favorecendo o desenvolvimento do aluno em todas as dimensões cognitivas e sócio-afetivas. Ao mesmo tempo também permite ao professor trabalhar o conteúdo curricular de forma interdisciplinar, gradativa e sob um novo olhar pedagógico, permitindo que o aluno possa interagir, comunicar-se com o outro sem prender-se às suas limitações, promovendo dessa forma sua inclusão social. Metodologia O Laboratório de Informática da APAE-Fortaleza é dotado de 13 computadores do tipo PC, todos conectados em rede na Internet 24 horas, uma câmera, duas impressoras sendo uma a laser e outra a jato de tinta, um escanner e uma máquina fotográfica digital. Estão sendo beneficiados com o programa 321 alunos da APAE de Fortaleza com Deficiência Mental Moderada, levando-os ao acesso da informática educativa, visando ao desenvolvimento cognitivo, sócio-afetivo e de comunicação, tendo-se em consideração para que desse modo o aluno obtenha melhor desempenho em suas atividades escolares, vários critérios como: Atenção, Concentração, Tolerância, Coordenação Motora, Percepção, Compreensão e Criatividade, para que desse modo o aluno obtenha melhor desempenho em suas atividades escolares. 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO O trabalho direcionado ao conteúdo escolar com quatro professoras, sendo uma coordenadora, atende 21 salas de aula, contempla os alunos desde a educação infantil, iniciando pelo Jardim, primeiro e segundo Ciclo, a Educação de Jovens e Adultos, 06 salas do Núcleo de Treinamento Profissional e 02 salas do Centro Ocupacional Nova Casa em uma faixa etária que vai de 05/06 anos a 50 anos de idade. Durante os atendimentos são utilizados softwares educacionais como Micromundos, HQ da Turma da Mônica, Coelho Sabido, 500 anos de Folclore. Sites educativos, www.duendes.com.br; www.recreioline.com.br; www.iguinho.com.br; www.canalkids.com.br; www.uol.com.br/ecokids/; www.bananakids.com.br. Os softwares são utilizados de início para familiarização com as ferramentas do mesmo, a fim de que o aluno comece a compreender sua linguagem, como usá-lo e como o processo de construção pode ser simples para criar cenários e elaborar textos. Nos sites educacionais foram explorados temas de Carnaval, Páscoa, Dia do Livro, Dia do Índio, Dia das Mães e festas juninas. Uma das dificuldades apresentadas refere-se ao fato de que a maioria dos alunos não sabe ler, gerando com isso uma barreira a ser ultrapassada pelos mesmos e um maior empenho do professor. Os alunos são atendidos por turma, junto com a professora da sala de aula de uma a duas vezes por semana, nesse atendimento é enfatizada também a possibilidade de aprender de forma diferente, sobre pessoas, sobre si mesmo, mudando o enfoque de como se vêem e de como são vistos por outras pessoas. Resultados Os alunos apresentam um bom desempenho, devendo-se dar destaque aos que iniciaram o atendimento a partir do Jardim, pois demonstram mais desenvoltura e grande interesse em participar das atividades. Observa-se também uma modificação do comportamento: maior interesse, desperta a atenção, concentração, uma melhora na criatividade e no desenvolvimento da linguagem. A dificuldade maior dos alunos encontra-se em relação à leitura e no manuseio do mouse, fato observado quando o aluno foi solicitado a construir e realizar as atividades pedidas nos softwares para escrita de palavras, criação de textos, ler e ao apresentar dificuldade de coordenação motora quando exigido o controle do mouse para inserir, arrastar figuras e utilizar as ferramentas exigidas. Os softwares como Micromundos, Histórias em Quadrinhos da Turma da Mônica, desperta no aluno reações positivas e muito interesse em utilizar as ferramentas disponíveis, a criação de histórias com as figuras, desenvolvendo dessa forma sua criatividade e habilidade. Dessa maneira, os alunos tiveram a oportunidade de criar, desenvolver o raciocínio construindo seu conhecimento. 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Conclusão Para nós a informática educativa é um trabalho novo e também um desafio de proporcionar ao aluno através dela a oportunidade de aprender, desenvolver suas habilidades e sua auto-estima. Toda essa experiência mostra que usar o computador com a pessoa portadora de necessidades educativas especiais torna-se mais uma alternativa para a construção da aprendizagem. O professor passa a ter um olhar diferente em relação ao aluno, buscando o significado de ensinar e aprender, voltadas para as necessidades e potencialidades de cada um. Durante todo esse trabalho os alunos desenvolveram habilidades que facilitaram sua interação com o ambiente, adquirindo dessa forma autonomia. Surgiu assim uma nova oportunidade de aprendizagem que resgata um ambiente onde o conhecimento não é apenas transmitido para o aluno, mas onde ele interage com os objetos deste ambiente desenvolvendo outros conceitos e idéias, favorecendo o processo de alfabetização, o aprimoramento ortográfico, a expressão oral e organização do pensamento entre outros. O aluno é quem comanda o computador de acordo com seus interesses, controlando o processo de aprendizagem, cabendo apenas ao professor propor mudanças ajustando-as ao nível da capacidade do aluno fornecendo novas informações, explorando e construindo o contexto das atividades. BIBLIOGRAFIA: KIRK & GALLAGHER – Educação da criança excepcional, São Paulo, Martins Fontes, 1987 LUCKASSON, Ruth A. – “Mental Retardation Definition, Classification and System of Support” American Association on Mental Retardation, Washington – AAMR, 1992. PICQ Y VAYER – Aplicação aos diferentes tipos de inadaptação.4 ed.,São Paulo, Manolo, 1985 PIAGET, Jean – Epistemologia Genética. São Paulo, Martins Fontes,1990 ROCHA, Zaldo – Curso de Psiquiatria Infantil. Petrópolis, Vozes, 1985 VALENTE, Armando e FREIRE, Fernanda Maria Pereira (org.). São Paulo: Cortez, 2001 VYGOTSKY, L. S. – Formação Social da Mente: São Paulo, Martins Fontes, 1991 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Nome: Claudia Barreto de Arruda Naturalidade: Fortaleza Endereço residencial Rua: Rua Livreiro Edésio, 612 apto. 101 Bairro: Dionísio Torres CEP: 60 135 620 Fone: 85 227 89 03 Graduação Curso: Pedagogia Instituição: Associação do Ensino Unificado do Distrito Federal Local: Brasília Data: 1979 Registro: MEC 2360 Pós-graduação Curso: Educação Especial – Deficiência Mental e Distúrbio de aprendizagem Instituição: Universidade Federal do Ceará – 1979 Curso: Psicologia Aplicada a Educação – Psicopedagogia Instituição: Universidade Federal do Ceará Experiência Profissional Professora de Educação Especial – Centro de ensino especial 02 de Brasília Local: Brasília – DF Data: 1976 a 1979 Professora da Apae Local: Fortaleza Data: 1995 a 1999 Professora e Coordenadora do Laboratório de Informática da APAE Local: Fort. – Ce Data: 2001 até a presente data Coordenadora Estadual de Articulação e Capacitação de Recursos da Federação das Apaes do Estado do Ceará Local: Fort. – Ce Data: 1999 até a presente data 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIE 2002 ONGRESSO EXPERIÊNCIAS EDUCACIONAIS COM O USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO Experiência da Escola de Educação Especial da APAE – Bauru/SP Prof.ª Leda Rodrigues* Fga. Grace C. Ferreira** * Professora Coordenadora do Laboratório de Informática da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) – Bauru/SP - Brasil ** Fonoaudióloga clínica e educacional da APAE – Bauru/SP - Brasil Reconhecida como Escola de Educação Especial em 1972 pelo MEC, a APAE de Bauru vem desenvolvendo suas atividades Leda Maria B. da C. Rodrigues técnico-pedagógicas com o principal objetivo de atender pessoas portadoras de deficiências e, portanto, portadoras de necessidades educacionais especiais, de modo a proporcionar as condições necessárias para o seu amplo desenvolvimento psicosócio-educacional. No ano de 2001, a APAE de Bauru foi indicada a participar da segunda edição do Projeto de Informática na Educação Especial (PROINESP II), uma iniciativa da Secretaria de Educação Especial do MEC, que visa ampliar o acesso dos alunos com deficiências às tecnologias de informação e comunicação, incentivando o seu uso por meio da capacitação de professores e da disponibilização de recursos. Financiado pelo MEC, com recursos do FNDE (Fundo Nacional do Desenvolvimento Educacional), o Laboratório de Informática da APAE-Bauru iniciou suas atividades em agosto de 2001, com os objetivos voltados para a capacitação de professores e para a implementação dos programas pedagógicos já desenvolvidos na Escola. A implantação da Rede Telemática e o seu desenvolvimento se baseiam na necessidade de criação de novos modelos educacionais; da transformação do professor em instrumento de mediação do conhecimento, apto ao uso de novas tecnologias e, assim, podendo manipular as diversas formas de linguagens; e também da necessidade de se incluir os portadores de necessidades especiais na sociedade. Segundo a proposta pedagógica que norteia o funcionamento do Laboratório de Informática, os objetivos resumem-se em: proporcionar criação de novos modelos de educação; promover diminuição da exclusão na sociedade e garantia de igualdade de oportunidades educacionais; oportunizar experiência interativa com o computador na construção de conceitos lingüísticos e matemáticos; implementar programas de alfabetização; implementar programas de comunicação aumentativa e alternativa; desencadear programas de préprofissionalização para o domínio de sistemas utilitários e aplicativos; e propiciar formação de grupos de inter-comunicação (intra-Laboratório e Internet). Os alunos usuários do Laboratório de Informática são alunos regularmente matriculados na Escola de Educação Especial nos níveis educacionais de Educação Infantil e En1 Segundo Classificação do DSM-IV/1995. 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIE 2002 ONGRESSO sino Fundamental, sendo todos portadores de deficiências mental (leve a profunda1 ) e/ou físicas e sensoriais, conseqüentes de estados neurológicos compatíveis com encefalopatias crônicas infantis progressivas e não progressivas, síndromes neurológicas e/ou genéticas, atrasos globais no desenvolvimento e transtornos invasivos do desenvolvimento. O atendimento do aluno no Laboratório de Informática segue um Programa Seqüencial de Habilidades em TICs (PSH –TICs), que tem padronizada uma hierarquia de habilidades (fases de domínio) a serem adquiridas e desenvolvidas com o uso das TICs. As habilidades propostas são agrupadas no que chamamos de FASES. A inclusão do aluno nas diferentes Fases é definida: 1. pelo nível de competência pessoal-social e habilidades próprias do seu estágio de desenvolvimento neuro-psico-motor; 2. idades cronológica e mental; 3. nível educacional; e 4. competência de base com o uso das TICs. Isto permite adequar os objetivos educacionais com as TICs às necessidades de um grupo de alunos (sala de aula), e respeitando as diferenças individuais. Deste modo, o aluno tem sua freqüência no Laboratório cuidadosamente conduzida. As atividades com as TICs são desenvolvidas de maneira específica, adequada a cada modalidade e nível de ensino, respeitando as capacidades e limitações individuais, os objetivos pedagógicos pré-estabelecidos e a sua colocação no PSH - TICs. Seguindo uma seqüência de complexidade, as atividades se apresentam: utilização de softwares educativos (tutoriais e interativos); utilização do Software Micromundos (em duas Fases de domínio distintas); utilização do Paint Brush; construção de histórias em quadrinhos; utilização de editor de texto; utilização de e-mail (intra-Laboratório e Internet); utilização de MSChat (intra-Laboratório). As práticas pedagógicas no Laboratório de Informática firmam-se nos seguintes objetivos: 1. Desenvolvimento dos processos cognitivos: processos de atenção e de memória; processos perceptuais visuais e auditivos; organização espacial e temporal (seqüência lógica etc.) 2. Desenvolvimento da comunicação: práticas colaborativas; estratégias de manipulação lingüística no processo de mediação da expressão verbal; estimulação do desenvolvimento da linguagem receptiva. 3. Alfabetização - Construção de conceitos matemáticos: quantidade, seqüência numérica, proporção etc. - Construção de conceitos lingüísticos: concretos e abstratos e desenvolvimento lexical (vocabulário). - Desenvolvimento dos níveis da linguagem verbal: sintaxe, semântica, fonética-fonologia e pragmática. - Desenvolvimento dos níveis da linguagem escrita: relação fonema-grafema, sintaxe, semântica, regras gramaticais, ortografia, construção e organização de narrativas. 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIE 2002 ONGRESSO Abaixo, seguem exemplos de estratégias pedagógicas conduzidas com o auxílio das TICs. Exemplo 1 Título da Atividade: Animais Área de Trabalho: Desenvolvimento lexical Alunos: portadores de DM severa; NA (nível de apoio): limitado e extenso Nível educacional: Ensino Fundamental Objetivos pedagógicos: evocação lexical (nomeação), memorização, categorização, campo semântico. Estratégia de Ação Sala de aula: foram realizadas pesquisas individuais e em grupo sobre os animais, categorizando-os em selvagens e domésticos, com o auxílio de revistas, desenhos prépreparados e livros relacionados. Vivência: ida ao Zoológico para reconhecimento dos animais (do trabalho em sala de aula) e conhecimento de novos, bem como a exploração de seus hábitos de vida e descrição diferencial entre eles. Laboratório de Informática: exploração do software Brincando no Sótão da vovóTM2 , no campo “Animais do Mundo”, para: reconhecimento dos animais; categorização de cor, pelagem, habitat, nos grupos selvagem e doméstico, formação de conceitos (grande/pequeno; maior/menor; perto/longe); conceitos numéricos e de quantidade; verificação de aprendizagem. Exemplo 2 Título da Atividade: Órgãos dos Sentidos. Área de Trabalho: Ciências. Alunos: portadores de DM leve; NA: extenso. Nível educacional: Ensino Fundamental – Educação de Jovens e Adultos Objetivos pedagógicos: identificar, descrever e nomear os órgãos sensoriais e suas funções (visão, olfação, tato, gustação e audição). Estratégia de Ação Sala de aula: exposição oral do professor e identificação pessoal (em si e no outro) dos órgãos dos sentidos. 2 Software Brincando no Sótão da Vovó. Produzido por Softkey Multimedia Inc. (Londres, Inglaterra); Publicado por Brasoft Educacional Produtos de Informática LTDA. 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIE 2002 ONGRESSO Laboratório de Informática: utilização do aplicativo Paint Brush para confecção de desenhos relacionados ao tema e conseqüente verificação de aprendizagem. Exemplo de produção gráfica no Paint Brush: Figura 1: Aluno A.G. (Deficiência Mental Leve, nível de apoio extenso) Exemplo 3 Título da Atividade: Dengue Área de Trabalho: Ciências/Atualidades. Divisão de Trabalho: 5 salas de aula. Alunos: portadores de DM leve e moderada; NA: limitado e extenso. Nível educacional: Ensino Fundamental – Educação de Jovens e Adultos Objetivos pedagógicos: proporcionar conhecimento da doença Dengue, incluindo sinais e sintomas clínicos, as repercussões sociais, os fatores ambientes predisponentes (criadouros), bem como desenvolver conscientização no aspecto da Cidadania. Estratégia de Ação Sala de aula: realizada promoção de conhecimento inicial sobre a epidemia, com exposição oral do professor, pesquisa e seleção de material informativo, discussão geral e planejamento das ações de prevenção. Na escola: foram realizadas incursões a locais de possíveis formação de criadouros; 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIE 2002 ONGRESSO apresentação teatral ilustrativa das situações de risco - em ocasião de reunião de pais e mestres - pela Oficina Inverso de Teatro e Dança (APAE – Bauru); formação de grupos de fiscalização na escola e nos lares. Laboratório de Informática: utilização do aplicativo Paint Brush para confecção de desenhos relacionados ao tema; pesquisa de informações atualizadas sobre a doença na Internet, e conseqüente verificação de aprendizagem. Exemplo de produção gráfica no Paint Brush: FIGURA 1. FIGURA 2 FIGURA 3 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIE 2002 ONGRESSO FIGURA 4 DISCUSSÃO E RESULTADOS As três atividades ilustradas exemplificam os objetivos pedagógicos da atuação no Laboratório de Informática que assume o papel de recurso educacional para desenvolvimento do aprendizado. Considerando as avaliações de desempenho escolar, anterior ao uso das TICs, e as performances atuais com a sua utilização, podemos destacar como resultados parciais algumas importantes modificações nas práticas pedagógicas vigentes, a saber: 1. Ampliação das estratégias educacionais; 2. Facilitação das possibilidades de expressão gráfica; 3. Estímulo à interação comunicativa; 4. Desenvolvimento com maior ênfase do pensamento criativo; 5. Socialização da comunicação; 6. Ampliação das funções comunicativas (nomear, informar, descrever, solicitar, dialogar); 7. Aumento das práticas colaborativas; 8. Melhora da auto-estima e auto-imagem; 9. Superação das limitações motoras (adaptações ao ambiente virtual); 10. Avanços no raciocínio matemático (pelo auxílio dos recursos tridimensionais com alta redundância de informação); 11. Avanços no processo de manutenção de atenção; 12. Avanços no grau de memorização; 13. Promoção de independência pessoal; 14. Fixação de aprendizagem; 15. Transformação da imagem do aluno pela sua família. 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIE 2002 ONGRESSO É importante destacar que a transformação da imagem do aluno pela sua família foi – e está sendo – uma realidade de grande importância no contexto das relações sócioafetivas, com repercussões positivas no relacionamento entre Família e Escola. Segundo Moura e Silva (2001), “...A relação familiar sofre ajustes, pois os alunos são respeitados por dominarem o código, e para os pais, a capacidade de seus filhos de entenderem e usarem a Informática é vista como ampliação de limites que pareciam intransponíveis.” Os resultados que estão sendo notados nos proporciona refletir sobre a relevância indiscutível da necessidade de expor o aluno a várias linguagens de recepção e produção de conhecimento, em vista dos ganhos de desempenho escolar e, por isso, de otimização do seu potencial de desenvolvimento global. Pautados nos objetivos das práticas pedagógicas, quais sejam o desenvolvimento dos processos cognitivos e da comunicação e a alfabetização, os resultados que estão sendo obtidos no Laboratório de Informática da APAE-Bauru confirmam a eficiência do programa com as TICs e a importância de sua inclusão como recurso estratégico nos planejamentos pedagógicos. Entendemos que o conhecimento construído na tela do computador é a imagem concreta do processamento cognitivo do aluno. Ao enxergar isso, o aluno compreende-se melhor. E a tarefa do educador é mediar este processo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MOURA e SILVA, Z.P. Projeto de Implantação da Rede Telemática, APAE de Bauru, 2001. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ALMEIDA, M.E. “ProInfo: Informática e formação de professores / Secretaria de Educação a Distância.Volume 1 e 2, Brasília: Ministério da Educação. SEED, 2000. APAE-BAURU, Projeto Político-Pedagógico da Escola de Educação Especial da APAE de Bauru, 2001. BRASIL, “Subsídios para organização e funcionamento de serviços de educação especial: área de deficiência mental”, MEC/SEESP, 1995. INTEGRAÇÃO, Ano 13 – Nº 23/2001 –Ministério da Educação e Cultural / Secretaria de Educação Especial, 2001. MOURA e SILVA, Z.P. Projeto de Implantação da Rede Telemática, APAE de Bauru, 2001. VALENTE, J.A.; FREIRE, F.M.P. “Aprendendo para a vida: os computadores na sala de aula”, São Paulo: Cortez, 2001. 7 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIE 2002 ONGRESSO Leda Maria Borges da Cunha Rodrigues Rua Nicolau Delgallo, 15-65 – Jardim Ferraz Bauru – SP - CEP: 17056-250 – Telefone: (14) 3276-3781 e-mail: [email protected] FORMAÇÃO ACADÊMICA - Habilitação Profissional Plena em Magistério Período: 1989 à 1992 Local: Bauru-SP APRESENTAÇÃO VII – Reunião da Comissão para implementação da parceria Brasil/Estados Unidos Painel: “O uso das tecnologias na sala de aula: Práticas Pedagógicas.” Local: Brasília – DF Data: 18 e 19 de março de 2002. CURSOS, PALESTRAS E SEMINÁRIOS - II Seminário sobre Informática na Educação Especial Período: 28 à 30 de novembro de 2001 Local: Fortaleza – CE - Cursos de Extensão em formação de professores a distância e em serviço, em Informática na Educação Especial Carga horária: 120 h Conclusão: Novembro/2001 Local: Escola Extensão UNICAMP - Criação de Web Sites Carga horária: 30 h Conclusão: 2001 Local: SENAC - Bauru - Sexualidade e Deficiência no contexto escolar Carga horária: 8 h Conclusão: 2001 Local: APAE - Bauru - Montagem e Manutenção de Microcomputadores Carga horária: 54 h Conclusão: 2000 Local: SENAI - Bauru 8 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIE 2002 ONGRESSO - Básico em Editoração Eletrônica Carga horária: 80 h Conclusão: 1999 Local: SENAC - Bauru - Noções Básicas de Informática aplicada a Educação Especial em Paralisia Cerebral Carga horária: 8 h Conclusão: 1995 Local: AACD – São Paulo - Programação em Microcomputador Carga horária: 150 h Conclusão: 1993 Local: SENAC – Bauru EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE de Bauru Admissão: 01/10/1992 Função: Professora 9 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO A TELEMÁTICA NO DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS: VIVÊNCIAS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO CRPD Teófilo Alves Galvão Filho e-mail: [email protected] telefax: (71) 310-1180 I – Introdução O Programa “Informática na Educação Especial” do Centro de Reabilitação e Prevenção de Deficiências (CRPD), unidade das Obras Sociais Irmã Dulce, Salvador-Bahia, inaugurado em 1993, tem como missão promover, utilizando os recursos de um ambiente computacional e telemático, o desenvolvimento das potencialidades cognitivas de alunos portadores de necessidades educacionais especiais. E, com isso, torná-los mais autônomos no equacionamento e solução dos próprios problemas, capacitando-os a uma melhor interação com as pessoas e a realidade que os cerca. Dele participam alunos com deficiência física, sensorial e/ou deficiência mental. Para atingir esses objetivos, optou-se, no trabalho, por um paradigma que valorize as capacidades, iniciativa e criatividade do aluno, entendido como o sujeito na construção de seus próprios conhecimentos. Em função disso, chegou-se à aprendizagem através de projetos, a chamada “pedagogia de projetos”. “...diferentes conteúdos podem ser desenvolvidos através de projetos, definidos juntos por alunos e professor, mas a partir das necessidades e interesses dos alunos, utilizando os mais variados recursos computacionais abertos, facilmente encontrados e manipulados hoje, quando se construiu e se está inserido em uma cultura de informática.” (GALVÃO FILHO, 2001) Conteúdos de diferentes áreas são trabalhados de forma interdisciplinar, no desenvolvimento de um mesmo projeto. Nas palavras de Prado: “De um modo geral, o desenvolvimento de um projeto computacional pode abranger vários domínios na sua constituição, propiciando uma interação entre as diversas áreas do conhecimento. Assim, a atividade de produzir um projeto computacional evidencia características de uma aprendizagem interdisciplinar.” (PRADO, 1999) Na construção de projetos, professor e alunos engajam-se numa relação cooperativa de interações e intercâmbios, participando o aluno com todas as suas vivências e conhecimentos anteriores sobre os temas tratados, e o professor ajudando a explicitar os conceitos que vão sendo intuitiva ou intencionalmente manipulados no desenvolvimento dos trabalhos e das novas descobertas. E pensando em termos de rede, de Internet, essa parceria extrapola a relação restrita entre aluno e professor, para ampliar-se sem fronteiras em direção a inúmeras outras interações, fontes, parcerias, convergindo para o que Pierre Lévy chama de aprendizagem cooperativa. Nessa perspectiva, ressalta Lévy que: “Os professores aprendem ao mesmo tempo que os estudantes e atualizam continuamente tanto os seus saberes ‘disciplinares’ como suas competências pedagógicas.”... “A partir daí, a principal função do professor não pode mais ser uma difusão dos conhecimentos, que agora é feita de forma mais eficaz por outros meios. Sua competência deve deslocar-se no sentido de incentivar a aprendizagem e o pensamento.” (LÉVY, 1999) 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO II - A Telemática na construção de projetos no CRPD No CRPD, a construção de projetos pedagógicos com a telemática, ou seja, por meio “da manipulação e utilização da informação através do uso combinado de computador e meios de telecomunicação” (Dicionário Aurélio), acontece em dois tipos de projetos: - os projetos cooperativos, - e os projetos individuais. Através de projetos cooperativos temáticos, têm sido trabalhados e aprofundados diferentes temas e conceitos, como, por exemplo: a epidemia da Dengue, a construção do Metrô de Salvador, a Copa do Mundo, o Meio Ambiente, etc. No desenvolvimento desses projetos os alunos utilizam diferentes recursos computacionais e telemáticos, tais como: mecanismos de busca, pesquisas na WEB, troca de mensagens de e-mail, publicação dos resultados em websites, debates através de listas de discussão e outros. O nível de complexidade dos projetos pode variar, desde o mais simples e elementar, até um nível mais complexo e sofisticado, sempre em função do potencial cognitivo e capacidade de abstração do aluno, mas, ao mesmo tempo, num nível que o desafie a produzir saltos de qualidade em seus conhecimentos e capacidades atuais. Também como projeto cooperativo, foi criada uma Lista de Discussão para os alunos e professores do Programa, onde são debatidos diferentes assuntos, relacionados ou não aos demais projetos desenvolvidos. Outro projeto cooperativo recente foi o início da publicação on line do “Jornal do CRPD”, que já existia na versão impressa há 4 anos, cuja pauta, diagramação e redação é de responsabilidade de um grupo (aberto e variável) de alunos, com o acompanhamento de duas professoras do Programa. Todos esses projetos cooperativos têm sido desenvolvidos tanto em forma presencial, com também à distância, através dos recursos telemáticos. Como destacam Almeida e Fonseca Junior, é justamente com esses projetos cooperativos e telemáticos que a educação se apropria de um dos recursos mais humanizantes das Novas Tecnologias. Enfatizam que: “A grandeza da informática não está na capacidade que ela tem de aumentar o poder centralizado nem na sua força para isolar as pessoas em torno da máquina”... “A grandeza da informática encontra-se no imenso campo que abre à cooperação. É uma porta para a amizade, para a criação de atividades cooperativas, para a cumplicidade de críticas solidárias aos governos e os poderes opressores ou injustos. Enfim, as redes informatizadas propiciam a solidariedade e a criação e desenvolvimento de projetos em parcerias.” (ALMEIDA e FONSECA JÚNIOR, 2000) 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO III - Interação e aprendizagem através da construção de homepages pessoais Em consonância com essa filosofia e metodologia de trabalho, a aprendizagem através de projetos, chegou-se, no início do ano de 2001, à proposta da construção e lançamento na rede das páginas pessoais e trabalhos dos alunos (ver em http:// infoesp.vila.bol.com.br). Se apresentará aqui, de forma mais detalhada, o desenvolvimento desse projeto, iniciado como uma modalidade de projeto individual, mas que gerou, e continua gerando, interações ricas e diversificadas, que aportam significativamente no crescimento e aprendizado dos alunos. Inicialmente, o objetivo principal era proporcionar-lhes novos canais de comunicação e interação com diferentes pessoas. Mas, no decorrer do caminho, verificou-se que essas espectativas foram ultrapassadas. Diversas outras realidades e possibilidades se foram abrindo, ampliando expressivamente o leque de metas e resultados que foram sendo alcançados. Foi possível perceber três momentos bem diferenciados no desenvolvimento desse projeto: O primeiro momento foi todo o processo de construção das páginas. Nessa etapa, houve uma dificuldade inicial decorrente da falta de uma noção mais clara, por parte dos alunos, sobre o que significava a rede e quais as possibilidades e alcances reais da Internet. Embora todos os alunos envolvidos no projeto, uns mais, outros menos, já houvessem começado a ter alguma experiência na rede, vários ainda não percebiam, de forma mais clara, suas dimensões, possibilidades e recursos. Naquele momento, com apenas um computador do laboratório conectado, procurou-se intensificar, na medida do possível, suas oportunidades de interação na Internet. E foram começando a surgir as idéias de cada um, para as suas páginas. No processo de construção propriamente dito, além do aprendizado gradativo na utilização do software específico para montagem de homepages, percebeu-se que os alunos começavam a trabalhar, intuitivamente, com conceitos de diferentes domínios. Desde as decisões iniciais sobre cores, fundos, layout, organização de textos e imagens, gifs animados, até o conteúdo dos assuntos tratados em cada página, segundo as preferências e opções de cada um. Foi possível verificar, na prática, a rica experiência de um aprendizado interdisciplinar, normalmente presente no processo de construção de conhecimentos através de projetos. Nesta fase também foi possível constatar a importância, para o aprendizado, das interações, tanto entre os alunos, quantos entre alunos e professores. Um segundo momento importante foi quando cada aluno colocou no ar a sua página. Poder acessá-la já na rede, e ter na mão o endereço que a personalizava e a situava como um espaço só seu, foi um momento crucial a nível de crescimento da autoestima e do sentimento de vitória, de sucesso e realização pessoal, na medida em que ficavam satisfeitos com o resultado dos seus esforços. Um dos resultados mais evidentes e imediatos desse sentimento, nessa etapa, foi a 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO motivação renovada e ampliada para o estudo e aprendizado por parte dos alunos, acelerando o seu processo de desenvolvimento. Nesse momento, procurou-se evidenciar para os alunos que a publicação das homepages era apenas mais uma etapa concluída, e não o ponto final do projeto. Desejouse também deixar claro, para quem acessava às páginas, que o objetivo principal não era alcançar uma suposta “perfeição”, nem ortográfica, nem estilística, nem estética, mas sim o prazer da comunicação e da interação. Os alunos têm sido estimulados a que, em decorrência de seus próprios processos de aprendizagem, façam, gradativamente, eles mesmos as correções e melhorias em suas páginas e trabalhos, o que tem gerado um processo continuado e permanentemente inacabado, como todo o processo de desenvolvimento humano. A terceira etapa é a que se refere às conseqüências e resultados da publicação e a continuidade do processo interativo: os alunos iniciaram, então, diversos novos relacionamentos, através das trocas de e-mail. A partir do lançamento e divulgação das páginas, várias mensagens começaram a chegar para os alunos, de diferentes cidades e estados. Era o “feedback” que cada um recebia, e que fazia com que “re-visitasse” a sua própria página com um novo olhar. Para alguns, foi a oportunidade de compreender, de forma mais concreta, os alcances e possibilidades reais da Internet e da publicação de sua página. Por exemplo, um aluno recebeu um e-mail de uma pessoa do sul do país, elogiando o seu trabalho, as suas iniciativas e idéias, divulgadas em sua homepage. Ele ficou muito contente com a mensagem, mas perguntou à sua professora: “Mas por quê essa pessoa escreveu para mim?...” Sintomaticamente, essa pergunta revelava uma percepção ainda parcial e incipiente do aluno, sobre o alcance e possibilidades de repercussão de sua publicação. A partir das mensagens recebidas e das perguntas que os alunos começavam a se fazer, era possível perceber seus progressos na construção de uma percepção mais ampliada e realista do sentido e possibilidades da telemática, da comunicação via Internet. E continuam a chegar diversas outras mensagens, todas com repercussões positivas para cada um. Aqui alguns exemplos de trechos dessas mensagens, enviadas de diversos lugares, para diferentes alunos: “A tua vida serve de exemplo para muitas pessoas que se acham ‘normais’, mas desistiram de lutar, sufocados e desanimados pelas amarguras da vida...” “Gostei demais do teu texto e da tua página em geral... Peguei um desenho animado que está na tua página e dei o arquivo para minha filha...” “...fiquei maravilhada com sua vida e história de amor...” “Amei o site do CRPD e a sua página está linda. Vou fazer propaganda para os meus amigos internautas...” 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO “Sou mãe de um menininho de 6 anos muito especial como você... Gostei muito de sua página... Se precisar de alguma ajuda, é só mandar um e-mail.” E assim, diversas outras mensagens. Não é difícil imaginar a ressonância das mesmas no interior de cada aluno que as recebia... A repercussão desse novo canal de comunicação e interação para os alunos, já vem trazendo reflexos positivos em todo o processo de aprendizado e desenvolvimento de cada um. A renovada motivação para o aprendizado, o aumento da auto-estima, o desejo de comunicar-se mais e melhor, enfim, são alguns dos frutos desse projeto em construção. Como exemplo disso, parece significativo esse pequeno texto, escrito por um aluno, aqui reproduzido literalmente, sem correções: “AMIZADE NA INTERNET. Eu fico muito feliz quando recebo e-mail de pessoas mim dando parabéns pela a minha página na internet. Quando recebo os e-mail eu leio e respondo e assim eu faço amizade na internet. essas pessoa gostam do trabalho e acham interessante, eu mim sinto importante.” Todo este caminho aponta para a necessidade de dar prosseguimento e aprofundamento cada vez maior ao trabalho, que, por sua própria metodologia e filosofia, preenche uma lacuna entre as atividades essenciais para o desenvolvimento e autonomia da pessoa portadora de necessidades educacionais especiais, em nossa comunidade, num mundo que cada vez mais exige do cidadão uma participação ativa e criadora. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Fernando José de e FONSECA JÚNIOR, Fernando. Aprendendo com projetos. Brasília, PROINFO/MEC, 2000. LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo, Ed. 34, 1999. GALVÃO FILHO, Teófilo A. Educação Especial e novas tecnologias: o aluno construindo sua autonomia. Revista INTEGRAÇÃO, Brasília, MEC, ano 13, n. 23, p. 24-28, 2001. PRADO, Maria Elisabette B. B. O uso do computador na formação do professor. Brasília, PROINFO/MEC, 1999. 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Teófilo Alves Galvão Filho - Professor e Coordenador do Programa “Informática na Educação Especial” do Centro de Reabilitação e Prevenção de Deficiências (CRPD), das Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador-Bahia, o qual implantou há 9 anos (http://infoesp.vila.bol.com.br). Esse Programa recebeu em 2001 a Certificação como Tecnologia Social conferida pelo Prêmio de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil em parceria com a UNESCO, passando a compor o Banco de Tecnologias Social (www.tecnologiasocial.org.br) dessa Fundação; - Mestrando em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), pesquisando sobre ”ambientes computacionais e telemáticos no desenvolvimento da lecto-escrita com alunos portadores de paralisia cerebral institucionalizados”; - Especialista em “Informática na Educação”, com pós-graduação cursada pela Universidade Federal de Alagoas, no Núcleo de Informática na Educação Superior (NIES/ UFAL); - Engenheiro Civil, graduado pela Universidade Católica de Pelotas (UCPEL/RS); - Professor da disciplina “Educação Especial e Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação ” em Cursos de Especialização nas seguintes instituições de ensino superior: • Universidade do Estado da Bahia (UNEB) - Salvador • Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) – Ilhéus • Centro de Estudos de Pós-Graduação Olga Mettig (CEPOM) da Faculdade de Educação da Bahia (FEBA) - Salvador - Autor de artigos e pesquisas publicados na área da Educação Especial e Tecnologias da Informação e da Comunicação. 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – 2002 ONGRESSO Projetos Educacionais de Utilização da Informática na Educação Especial: A Experiência do NTE de Campo Grande/MS. Vivina Dias Sól Queiroz1 Introdução A Educação Especial ao se organizar em função do currículo escolar precisa ter como meta a aprendizagem de seus alunos, sendo o professor um parceiro nessa caminhada, o que muitas vezes não acontece, pois as ações pedagógicas ao invés de serem direcionadas para o bom ensino transformam-se em normas rígidas que relegam os alunos à condição de repetidores daquilo que é repassado. Uma proposta de projeto com o auxílio das novas tecnologias deve favorecer o envolvimento desses alunos visando o desenvolvimento intelectual, em função dos diversos recursos que lhes serão oferecidos de forma prazerosa. O atendimento às Pessoas com Necessidades Educativas Especiais, pelo Núcleo de Tecnologia Educacional de Campo Grande tem sido feito principalmente através de palestras, encontros, seminários e cursos para professores de escolas públicas em geral, e no desenvolvimento de projetos educacionais que oportunizem esses sujeitos desenvolverem suas potencialidades utilizando o computador como ferramenta auxiliar no seu processo de construção do conhecimento. Dentre essas atividades, destacam-se as seguintes: 1- Orientação e acompanhamento da implantação da “Sala de Informática Educacional Construindo a Cidadania” da Escola Estadual 26 de Agosto, que atende 120 (cento e vinte) alunos com dificuldades de aprendizagem, deficientes mentais, paralisados cerebrais, incluídos ou não no Ensino Regular, cujo objetivo é trabalhar a informática na perspectiva da inclusão social desses sujeitos. 2- Orientação e Acompanhamento do Projeto: A Inclusão do Paralisado Cerebral no Ensino Médio com o auxílio da Informática. 3- Parceria com a Sociedade Pestalozzi de Campo Grande para o desenvolvimento de Projetos Colaborativos como Forma de Interação entre Alunos da Educação Básica e da Educação Especial. 4- Parceria com a Unidade de Apoio à Inclusão dos Portadores de Necessidades Especiais, através do desenvolvimento de projetos com alunos; capacitação dos pedagogos e psicólogos da Unidade para o uso do computador na Educação Especial; oferecimento de cursos do DOSVOX para professores da rede pública que trabalham com alunos Deficientes Visuais, e cursos de informática aos Portadores de Deficiência Auditiva e Deficiência Física, integrados ou não no mercado de trabalho, que necessitem receber esse atendimento. 1 Diretora do Núcleo de Tecnologia Educacional de Campo Grande e Professora da Universidade Para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal-UNIDERP. AP AE - ANAIS APAE 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – 2002 ONGRESSO 5- Parceria com o Centro Municipal de Tecnologia Educacional de Campo Grande, no tocante a assessorias e palestras aos multiplicadores e professores, para o desenvolvimento de projetos com a Informática na Educação Especial aos alunos matriculados na rede municipal de ensino; 6- Capacitação, Orientação e Acompanhamento de professores das escolas jurisdicionadas ao NTE de Campo Grande que trabalham em Salas de Recursos, Classes Especiais e Ensino Regular que tenha o aluno com necessidades educativas especiais incluído no Ensino Regular. 7- Participação em Cursos de Formação de Professores para a Educação Especial, através da docência de disciplinas voltadas para a Informática na Educação Especial, Palestras e Orientações de Monografias. População Alvo: Professores e Alunos das Escolas Públicas em geral que: - estejam trabalhando com a Informática voltada para a Educação Especial; - tenham interesse em desenvolver projetos utilizando a informática; - queiram ter acesso ao computador; - tenham necessidade pessoal ou profissional de utilização do computador. - Acadêmicos que queiram desenvolver projetos nessa área. Metodologia de Trabalho: O trabalho, com a Informática, orientado para a Educação Especial vem sendo desenvolvido pelo NTE de Campo Grande, desde os tempos do CIEd/MS2 . Nesse sentido, as ações desenvolvidas têm procedimentos variados, conforme a especificidade de cada trabalho. A “Sala de Informática Educacional Construindo a Cidadania” da Escola Estadual 26 de Agosto, atende alunos com necessidades educativas especiais (DM, DA, PC) e com dificuldades de aprendizagem. Atualmente tem 120 (cento e vinte) alunos, sendo 50% da própria escola que freqüentam Suplência, Sala de Recursos, Classe Especial, Ciclo I e II e 50% provenientes da comunidade, outras escolas estaduais e instituições, inclusos e/ou não inclusos no Ensino Regular. A sala é equipada com 5 computadores multimídia, 5 impressoras jato de tinta, e o atendimento é realizado por 2 (duas) professoras que utilizam alguns softwares como o Kid Pix, Desafios, Megalogo, Turma da Mônica, Menino Curioso, etc. 2 Trabalhos Realizados pelo CIEd/MS com alunos portadores de Necessidades Especiais. In: VALENTE, José Armando. Liberando a Mente: Computadores na Educação Especial, 1991, p.p. 270-272. AP AE - ANAIS APAE 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – 2002 ONGRESSO Os alunos tem 2 aulas semanais com 50 minutos de duração cada, e trabalham em dupla, sempre um aluno deficiente e um aluno com dificuldades de aprendizagem. A orientação do NTE às professoras é realizada quinzenalmente, no horário de planejamento das mesmas. Nesse momento, são colocadas as dúvidas, as angústias, os aspectos positivos e negativos observados no período, bem como, as dificuldades encontradas durante as intervenções realizadas com as duplas. A partir do diálogo estabelecido entre as professoras e a equipe do NTE, é feito o planejamento das atividades coletivas e/ou individuais, tendo como meta o desenvolvimento das potencialidades dos sujeitos atendidos na Sala. As parcerias firmadas visam a sensibilização e a promoção do acesso ao computador por parte dos Professores e das Pessoas com Necessidades Educativas Especiais. Nesse sentido, são proferidas palestras, oferecidos cursos e orientações a todos que buscam o Núcleo de Tecnologia Educacional de Campo Grande. Nessa perspectiva, o Projeto Inclusão do Paralisado Cerebral no Ensino Médio com o auxílio da Informática, tem possibilitado ao aluno sua permanência no NTE 3 vezes por semana, durante 03 horas semanais, no horário das aulas de Educação Física, Artes e Projeto, ocasião em que o mesmo com o auxílio da professora que o acompanha realiza suas atividades escolares de pesquisa e de produção. Os dados observados estão sendo analisados e estruturados sob forma de monografia de conclusão de curso de especialização da referida professora sob a nossa orientação. O Projeto Colaborativo como Forma de Interação entre Alunos da Educação Básica e da Educação Especial, em parceria com a Sociedade Pestalozzi de Campo Grande terá como ponto de partida a Semana do Meio Ambiente em que peças teatrais referentes ao tema serão encenadas e apresentadas no V Festival de Teatro “O ambiente em cena” promovido pelo Instituto Municipal de Planejamento Urbano e de Meio Ambiente - PLANURB, ocasião em que alunos do NTE e da Sociedade Pestalozzi participarão como expectadores, para a partir daí darmos início à construção de projetos de aprendizagem, onde os alunos possam elaborá-lo, desenvolvê-lo e concluí-lo, partindo de sua expectativa e necessidade para a escolha de um tema que poderá pertencer ao currículo oficial ou originar-se de suas experiências pessoais ou da experiência vivenciada no V Festival de Teatro. As ferramentas computacionais estarão sendo introduzidas à medida que o desenvolvimento do projeto necessitar, como por exemplo a sua elaboração utilizando o processador de textos Word. O ambiente de comunicação virtual se dará através da criação de e-mail, para troca de experiências, aquisições de materiais, possibilitando desenvolver o diálogo entre os grupos e o conhecimento de novas culturas. Outra proposta é a interação desses grupos através de e-mail e bate-papo para troca de experiências e de informações com o grupo dos idosos que fazem parte do Projeto As Novas Tecnologias e a Educação para a Cidadania, desenvolvido as 3ª e 5ª feiras das 13h30min às 15h30min no NTE. Quanto às escolas que fazem parte do PROINFO e que possuem salas de recursos, classes especiais, alunos com necessidades educativas especiais incluidos no Ensino Regular, são desenvolvidos projetos visando o desenvolvimento e a aprendizagem desses alunos. Dentre os alunos incluídos, os deficientes visuais fazem uso do DOSVOX, enquanto os demais, utilizam os aplicativos disponíveis nos laboratórios de informática como: o Word, Excel e Power Point, conforme a atividade a ser desenvolvida. Uma experiência com a utilização do DOSVOX, realizada por uma professora da Rede Municipal de Ensino sob a nossa orientação trouxeram resultados imediatos como: AP AE - ANAIS APAE 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – 2002 ONGRESSO melhor aproveitamento dos conteúdos curriculares por parte da aluna, interação com as outras crianças e com professora, divulgação do trabalho na REME (Rede Municipal de Ensino), através da sensibilização dos professores que atuam nas salas de recurso, com a realização de encontros, palestras e mini cursos. Considerações Parciais Por ser um instrumento multifacetado, muitas pesquisas e estudos vêm demonstrando o potencial do computador na Educação Especial. Dentre as possibilidades de sua utilização, os trabalhos de modo geral, enfocam principalmente os aspectos cognitivos e afetivos. Nos trabalhos realizados pelo NTE, percebe-se essa tendência. As observações expressas nas falas dos professores e professoras revelam que o aluno com necessidades educativas especiais, em interação com o computador, tem conseguido desenvolver atividades que dificilmente conseguiriam sem a mediação desse instrumento. A fala das professoras que atuam na “Sala de Informática Educacional Construindo a Cidadania” da Escola Estadual 26 de Agosto, também apontam para esses aspectos. Em suas opiniões, o serviço oferecido pela Sala, representa a única oportunidade de acesso ao computador para a maioria dos alunos que a freqüentam. O progresso por eles alcançado, muitas vezes não perceptível de imediato aos olhos de quem não tem conhecimento da Educação Especial, passa pela afetividade com a elevação da auto-estima, maior confiança em si mesmos, facilidade de relacionamento, até aquisição de conceitos lógicos como: cores, tamanho, espessura, nomenclaturas, etc. Nas demais escolas, os depoimentos dos professores e professoras têm corroborado essas falas. É muito comum nos relatarem de como os alunos com necessidades educativas especiais “melhoraram” depois que passaram a freqüentar o laboratório de informática; de como eles gostam de trabalhar no computador. Percebe-se também o interesse de um maior número de pessoas, que trabalham com a Educação Especial, em aprender e querer utilizar os computadores no processo de ensino e aprendizagem desses sujeitos. Por ser uma causa que acreditamos, é nosso objetivo que todos as pessoas com necessidades educativas especiais e com algum tipo de deficiência, assim como seus professores, professoras e familiares, tenham acesso aos computadores e tirem o máximo de proveito dessa tecnologia, inclusive chamando para o debate a forma como a escola está organizada e como tem desempenhado sua função no sentido de propiciar a efetiva inclusão do aluno com deficiência, seja ela, física, motora, mental, auditiva ou visual. AP AE - ANAIS APAE 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – 2002 ONGRESSO CURRICULUM VITAE I . Nome: Vivina Dias Sól Queiroz Endereço: Av: Marquês de Pombal, 1851- Bl C Aptº 01 CEP: 79041.913 Cidade: Campo Grande Estado: MS Telefone Residencial : (067)341-2728 Telefone Celular (067) 9982-8122 Telefone Comercial: 341 –2735 -341 –5162 (fone e fax) RG: 220.508 SSP/MS CPF:273.312.611-34Email:[email protected] e [email protected] II . Formação Acadêmica: Mestre em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, com a dissertação intitulada: Educação, Computadores e Deficiência Mental: Interações Possíveis, defendida em abril de 1997. III - Atividade Profissional Atual: - Diretora do Núcleo de Tecnologia Educacional de Campo Grande e Professora da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal- UNIDERP. III . Produção Científica 3.1.Apresentação de trabalhos em Congressos: Computadores e Educação, I Congresso de Psicologia da UCDB- Outubro de 1995Campo Grande-MS. O Computador na Educação do Deficiente Mental,I Congresso de Psicologia da UCDB- Outubro de 1995- Campo Grande-MS. Um Estudo Sobre o Papel do Computador na Educação, VIII ENDIPE- Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino- Maio de 1996- Florianópolis- SC O Computador na Educação do Deficiente Mental: Expectativas e Realidade, I Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação do Centro Oeste- Junho de 1996, Campo Grande-MS - Educação, Computadores e Deficiência Mental: Interações Possíveis, dissertação de conclusão de Mestrado, Campo Grande-MS, UFMS, 1997. 3.2.- Publicações: Artigo: Computadores na Escola: Premissas Docentes e Institucionais em Campo Grande-MS, em co-autoria com ROSA, Paulo R. S. da, MIANUTTI, João e SALES Antonio. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, V. 75 nº 179/180/181. P. 301-371. Jan/ dez.1994. p.p. 341 a 354. Resumo de Comunicação: O Computador na Educação do Deficiente Mental: Expectativas e Realidade (Anais do I Encontro de Pesquisa e Pos-Graduação em Educação do Centro Oeste, Gráfica da UFMS, Campo Grande/MS, 1996, p. 39) Capítulo de livro e Artigo: Interagindo e Aprendendo: Possibilidades de Interação do Portador de Deficiência Mental em um Ambiente Informatizado. In: URT, Sônia da Cunha (org). Psicologia e Práticas Educacionais. Campo Grande, EDUFMS, 2000, p. 205-224. Artigo: A Informática na Educação Especial e o Papel dos Professores no uso deste Recurso Tecnológico.In: Revista Mensagem da APAE. Nº 90 julho a setembro/2000, pp 24-26 3.3 Pesquisas concluídas: Título: A Introdução da Informática nas Escolas da Rede Estadual de Ensino e as AP AE - ANAIS APAE 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – 2002 ONGRESSO Relações com a Organização do Trabalho Docente. Início: 01/04/2001 Término: 30/03/2002 Função: Colaboradora Título: Nos Trilhos da História: Inventário Arquitetônico da Ferrovia Noroeste do Brasil em Campo Grande. Início: 01/04/2001 Término: 30/03/2002 Função: Colaboradora 3.4. Pesquisa em Andamento: Um estudo da informatização das escolas públicas (estaduais e municipais) em Campo Grande. IV- Palestras Proferidas: - A Informática na Educação- Jornada Pedagógica da EEPEPG “Álvaro Martins Neto”- Campo Grande-MS- Outubro-1992. - Os Aspectos Psicopedagógicos de um Ambiente de Aprendizagem Informatizado- EPPEPSG “ABC”- Campo Grande - MS - Maio-1997. - A Trajetória Pedagógica do Centro de Informática Educacional de Mato Grosso do Sul- Grupo de Estudos de Informática Aplicada a Educação do Curso de Pedagogia da UFMS. Campo Grande- MS Agosto- 1997 - Educação, Tecnologia e Formação de Professores- EDUCANDO/SUCESUSetembro- Campo Grande -1997 - Educação, Computadores e Deficiência Mental: Interações Possíveis- Centro Integrado de Educação Especial- Campo Grande, Outubro - 1998. - Informática na Educação: Uma abordagem Necessária- lª Semana Acadêmica de Computação - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - Dourados- Junho 1999. - Informática na Educação e Formação de Professores: Abertura do Curso de Capacitação em Informática Educativa para Professores da Rede Pública de Ensino, no Município de Três Lagoas, promovido pelo Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas- Setembro - 1999 - A Importância dos Recursos Tecnológicos na Educação. EE “Olinda Conceição Teixeira Bacha”, Campo Grande-MS, 25/03/2000. - Perspectivas da Informática para o Portador de Necessidades EspeciaisEDUCANDO/SUCESU- Campo Grande - abril –2000. A Informática na Educação Especial e o Papel dos Professores no uso desse Recurso Tecnológico. Evento: “O Fazer Pedagógico-Técnico dos Professores na Coordenação das Salas de Informática”, da Rede Municipal de Ensino, Campo Grande-MS, AP AE - ANAIS APAE 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO O COMPUTADOR: UM ALIADO NA MINHA VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL “A experiência é para, mim, a suprema autoridade. A minha própria experiência é a pedra de toque de toda a validade. Nenhuma idéia de qualquer pessoa, nem nenhum das minhas próprias idéias, tem, a autoridade que reveste a minha experiência”. Angela Vigolo Carl R. Rogers. Nasci em 1964 e, até as quatro anos, desfrutei de uma infância repleta de atividades comuns a todas as crianças desta idade. Foram estes primeiros anos de vida que me propiciaram uma boa base para o que teria de enfrentar mais adiante. A vida me ofereceria um novo caminho que, na ocasião, eu ainda não tinha alcance das dificuldades que teria de enfrentar. Tornei-me paraplégica devido a tuberculose óssea (mal de Koch). Passei por inúmeras cirurgias e, hoje em dia, tenho comprometimento nos membros inferiores. Uso cadeira de rodas para locomover-me. Estas limitações me trazem algumas dificuldades, além disso vivo em um país repleto de barreiras arquitetônicas. Meu primeiro contato com o computador foi no primeiro emprego, onde trabalhava com banco de dados em uma empresa distribuidora de remédios. Minha tarefa era de inserir novos dados, controlar o estoque, acompanhar a entrada e saída de produtos. Achava maravilhoso o que aquela máquina podia fazer, como ela mantinha tudo guardado dentro dela, como era fácil lidar com ela (depois de aprender, é claro), o quanto ela economizava em papel pois, quando errava algo, corrigia-se ali na hora. Como era diferente das máquinas de escrever! No entanto, naquela época, não fazia idéia das outras facilidades que esta máquina iria proporcionar na minha vida. Após, ingressei na faculdade no curso de Pedagogia Educação Especial. Neste momento, me deparei, novamente, com o problema do acesso. Utilizar a biblioteca era impossível pois ficava no topo de uma escadaria. Consequentemente, dependia da boa vontade dos meus colegas para consultar, retirar livros e revistas, necessários para a realização do curso. Descobri que era, justamente, neste aspecto de deslocamento que o computador se apresentava, para mim, como uma excelente alternativa. Utilizando esta tecnologia, superei estas barreiras pois não necessitava locomover-me fisicamente de um lugar para o outro para pesquisar, buscar informações importantes para minha formação acadêmica. Fui descobrindo, cada vez mais, as vantagens de utilização desta máquina, o quanto de informação poderia obter com ela e de uma forma autônoma. Através da Internet, também obtive contato com outras realidades parecidas com a minha, fato este que acabou por me trazer muita força e vontade de seguir adiante. Mantenho contatos com amigos virtuais feitos desde a época em que comecei a utilizar a rede, a qual ainda utilizo para estudos e trocas de informações. Mais recentemente, fiz um curso a distância, Formação de Professores, a Distância e em Serviço, em Informática na Educação Especial, adquirindo conhecimentos que hoje utilizo. 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO O computador, também, está presente em minha vida profissional pois trabalho com Informática e Educação no Núcleo de Informática na Educação Especial (NIEE), na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Assim, tenho a possibilidade de constatar o quanto este instrumento é importante quando usado para o desenvolvimento cognitivo e social dos meus alunos (DV, Síndrome de Down, DA, pessoas com comprometimento motor diversos, etc). Ao longo do tempo, também, presencio os avanços existentes nesta área sempre oferecendo novos instrumentos que vem facilitar o desenvolvimento geral das pessoas que a utilizam. Comigo isto não é diferente. Comprometida com minha atuação profissional Informática na Educação Especial, procuro aprimorar meus conhecimentos nesta área para poder oferecer novidades que venham facilitar o desenvolvimento sócio-cognitivo e o acesso dos alunos às informações e utilização da própria máquina. Atualmente, faço parte da Redespecial - Brasil, uma organização não-governamental a serviço das Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais. por meio das Tecnologias da Informação e Comunicação. Gostaria de terminar minha intervenção hoje, compartilhando com vocês uma convicção muito pessoal. Considero a vida uma constante descoberta, um conflito incessante, um instigante enigma que nos desafia a cada instante. Viver é tentar harmonizar-se com este universo, muitas vezes árido e, para tanto, é preciso de muita coragem e amor. 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Ângela L. Vígolo Mendes EXPERIÊNCIA 1999–2000 PEFJAT Porto Alegre - RS Programa de Ensino Fundamental Jovens e Adultos Trabalhadores - UFRGS Sala de Recurso Regência em sala de aula nível 1 e 2 1996 em diante NIEE - UFRGS Porto Alegre - RS Núcleo de Ibnformática na Educação Especial Trabalho pedagógico realizado com crianças e adultos c om necessidades educativas especiais unindo informática e educação FORMAÇÃO 1996–2000 PUCRS Porto Alegre - RS Pedagogia Educação Especial Formação de Professores, a Distância e em Serviço, em Informática na Educação Especial novembro de 2002 - 120h Informática Aplicadsa a Educação 23/7 a 16/8 2002 - 90h Capacitação de Doscente – UFRGS – 40h Curso sobre Pós-Alfabetização GEEMPIANA 24 a 26/2000 – 40h – GEEMPA III Congresso Ibero-Americano de Educação Especial: Diversidade na Educação Um desafio para o Novo Milênio- 4 a 7/1998 Palestra Todo Podem Aprender Inclusive Sindrômicos de Down - 19/1999 - 3h Faculdade de Educação PUCRS III Congresso Ibero-Americano de Educação Especial: Diversidade na Educação Um desafio para o Novo Milênio- 4 a 7/1998 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO TELA 1 O NAVEGADOR WEBVOX SUA INTERFACE DE COMUNICAÇÃO • Se faz através de uma comunicação TCP/IP • Baseado no protocolo HTTP 1.0 (RFC1945) • Visa ser compatível sobretudo com o Internet Explorer e Netscape • A implementação faz uso da biblioteca WINSOCK.DLL • As Units, em Turbo Pascal, tem como base esta biblioteca SEU COMPILADOR HTML • Baseado no estudo de apostilas • Como também na análise do código de inúmeras páginas • Armazena o código html num “vetor de etiquetas” • A medida que “lê a página”, atribui então sua funcionalidade TELA 2 NAVEGANDO ATRAVÉS DO WEBVOX ANALISANDO SEU PROJETO DE INTERFACE • Escolhe-se a velocidade e nível de detalhamento da informação • Rapidamente informa a ação executada • Terminologia simplificada e coerente com todo ambiente DOSVOX • Informa o processo em andamento Ex: download ASPECTOS INERENTES A SUA OPERACIONALIDADE • Utiliza basicamente 2 modos • Menu principal opções quanto ao acesso à URL; ao disco; etc • Menu de leitura opções quanto ao acesso ao conteúdo em si 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO O ACESSO AO CONTEÚDO A PARTIR DE UM NAVEGADOR GRÁFICO O ACESSO AO MESMO CONTEÚDO A PARTIR DO WEBVOX TELA 3 A PERFORMANCE OU DINÂMICA NA INTERAÇÃO FATORES EXTERNOS • Qualidade do projeto de interface • Qualidade do projeto de homepage EXPERIÊNCIA INDIVIDUAL • Conhecimento e domínio da ferramenta em si • Capacidade em “driblar” eventuais dificuldades TALENTO INDIVIDUAL • Mesmo em condições idênticas, varia o nível de entendimento CURRICULUM VITAE 1.DADOS PESSOAIS: NOME: BERNARD CONDORCET PORTO DATA DE NASCIMENTO: 15 DE SETEMBRO DE 1963 CONTATO: RESIDÊNCIA: 021–2619-6787 UNIVERSIDADE: 021-2598-3198 CELULAR: 021-9792-1595 2.GRADUAÇÃO: CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO.FACULDADES AMERICANO.EM : JUNHO DE 1993. INTEGRADAS ANGLO 3. PÓS-GRADUAÇÃO:MESTRADO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO.TESE 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO SOB O TÍTULO: WEBVOX: UM NAVEGADOR PARA A WORD WIDE WEB DESTINADO PARA DEFICIENTES VISUAIS. CENTRO DE CIÊNCIAS MATEMÁTICAS E DA NATUREZA. INSTITUTO DE MATEMÁTICA. NÚCLEO DE COMPUTAÇÃO ELETRÔNICA.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO.EM : MARÇO DE 2001. 4. PROJETOS E ATUAÇÕES PROFISSIONAIS: ATUA DESDE JUNHO DE 1997 JUNTO AO “PROJETO DOSVOX”, COMO ANALISTA DE SISTEMAS, DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE E “HOMEPAGES” ACESSÍVEIS. - CENTRO DE APOIO EDUCACIONAL AO CEGO (CAEC)/NÚCLEO DE COMPUTAÇÃO ELETRÔNICA (NCE)/ UFRJ-. ATUA DESDE AGOSTO DE 1999 JUNTO À “REDE SACI” (SOLIDARIEDADE, APOIO, COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO), NAS ÁREAS DE SUPORTE TÉCNICO, DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE ALÉM DE MINISTAR INÚMEROS CURSOS. - UFRJ/USP. ATUA DESDE ABRIL DE 2001 JUNTO AO “PROJETO INTERVOX”, NAS ÁREAS DE PESQUISA E APLICAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS QUANDO DIRIGIDO À DEFICIENTES VISUAIS. - CNPQ/UFRJ -. 5. EVENTOS E PARTICIPAÇÕES: COORDENAÇÃO GERAL E PROFESSOR DO CURSO DE “INTERNET E PROGRAMAÇÃO”. - INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT. DATA: DE AGOSTO À DEZEMBRO DE 2000. PARTICIPOU COMO PALESTRANTE NO “CONGRESSO INTERNACIONAL DE REABILITAÇÃO”, OCORRIDO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. - RIO CENTRO. – DATA: OUTUBRO DE 2000. PARTICIPOU COMO MEMBRO DE GRUPOS DE TRABALHO NO EVENTO “OFICINA PARA A INCLUSÃO DIGITAL”, OCORRIDO EM BRASÍLIA E PROMOVIDO PELO GOVERNO FEDERAL. - CENTRO DE CONVENÇÕES ULYSSES GUIMARÃES.- DATA: MAIO DE 2001.6. ARTIGOS E PUBLICAÇÕES: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, TENDO CLASSIFICADO O ARTIGO “ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS CEGAS PELO COMPUTADOR: UMA UTOPIA OU UMA NOVA REALIDADE EDUCACIONAL”, OCORRIDO NA CIDADE DE FOZ DE IGUAÇU.DATA:SETEMBRO DE 1998. SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO, TENDO CLASSIFICADO COMO MELHOR ARTIGO DESTE EVENTO O TRABALHO “WEBVOX II / INTERVOX : UM NAVEGADOR E CONSTRUTOR DE PÁGINAS WEB DESTINADO À DEFICIENTES VISUAIS”, OCORRIDO NA CIDADE DE MACEIÓ. DATA: NOVEMBRO DE 2000. 3º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE INFORMÁTICA EDUCATIVA, TENDO CLASSIFICADO O ARTIGO “WEBVOX: UMA FERRAMENTA DE NAVEGAÇÃO NA WEB DESENVOLVIDA PARA DEFICIENTES VISUAIS”, OCORRIDO EM PORTUGAL, NA CIDADE DE LISBOA. DATA: JULHO DE 2001. 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO PAINEL SUPERANDO LIMITES COM O AUXÍLIO DAS TECNOLOGIAS Nadja Soares de Pinho Pessôa e-mail: [email protected] - Tel/fax: 85-2215985 Tetraplégica aos dezenove anos, em conseqüência de uma lesão medular, cursara o primeiro semestre do curso de Arquitetura da Universidade Federal do Ceará em 1979. Passado o período de reabilitação, seis Nadja S. de P. Pessôa meses em que tivemos que reaprender a utilizar os membros superiores de forma a poder satisfazer algumas necessidades físico-motoras e vencer as desvantagens funcionais adquiridas com a tetraplegia. Foram feitas algumas órteses, que chamamos adaptações e que nos possibilitaram, a principio, escovar os dentes e pentear os cabelos, levar o copo à boca, usar talheres e datilografar em máquina elétrica. De volta ao Curso de Arquitetura, em 1981, constatamos nossa impossibilidade de dar seqüência aos estudos na área de Arquitetura. Na primeira aula de estatística, a avaliação de sondagem passada pela professora não poderia ser feita em casa e, como os muitos cálculos exigiam destreza na escrita e uma coordenação motora que eu não mais possuía, vi-me obrigada a voltar para casa e encarar de frente a nova realidade: desistir do Curso de Arquitetura. A máquina elétrica nos permitia escrever com alguma facilidade. Ela seria o instrumento que me possibilitaria fazer um novo curso. Optei pelo curso de Letras, visando trabalhar profissionalmente como tradutora de Alemão. Trabalho que realizei durante quase dez anos com o suporte tecnológico da máquina elétrica. Novas adaptações precisavam ser pensadas para minha maior comodidade. Assim, estando em casa, realizava o trabalho de datilógrafa sentada em minha cama, projetada por meu pai de forma a atender algumas das minhas necessidades. Sempre preocupado em facilitar minha vida e me proporcionar uma maior autonomia, meu pai idealizou e projetou também uma mesa com rodízios que se encaixava na cama. Nesta mesa ficavam a máquina elétrica, o porta-texto e os dicionários. Afixado à mesa, um interruptor para acionar uma campainha sempre que eu necessitava recorrer à ajuda de alguém. Todos já consideravam minha máquina elétrica uma peça de museu e, com freqüência, alvejavam-me com perguntas do tipo: por que você não compra um computador? Então, eu começava a desfiar um rosário de explicações que começavam por: é Existem alguns comandos do computador que exigem a digitação simultânea de duas ou três teclas. Como poderia eu acioná-los se dispúnhamos apenas de adaptações com dois lápis que desempenhavam a função de dois dedos? é Perguntávamos sempre ao nosso investigador, geralmente alguém afeito ao campo da informática, se não conhecia alguma solução para que pudéssemos utilizar o computador apesar da limitação supracitada. Aqueles mais interessados saíam em busca de soluções que deveriam me levar adquirir um computador. Enquanto elas não chegavam, a máquina elétrica continuava minha companheira fiel. O trabalho era feito com esmero, traduções iam e vinham, assim como também trabalhos e monografias eram datilografados. Já com a máquina elétrica, 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO evidenciava-se a superação de algumas de minhas desvantagens funcionais. Um trabalho datilografado por mim nada deixava a desejar se comparado a qualquer outro, feito por exímio datilógrafo(a) que utilizasse os dez dedos. Em 1990, mudamo-nos para o apartamento em que hoje residimos. Neste mesmo ano adquirimos um elevador hidráulico que permite que um só pessoa faça as minhas transferências da cama para a cadeira e vice-versa. Um ano depois ganhei de minha família uma cadeira elétrica alemã. A minha Genius, da Meyra, com uma tecnologia de ponta avançadíssima. Em 1994, surgiu uma oportunidade para fazer, gratuitamente, um curso básico de informática e aprender a utilizar os programas Windows, Word e Excel. Ao falar de minhas limitações para utilizar o mouse e algumas funções do teclado, o professor do curso disse que, ao final, todas as dificuldades seriam vencidas. Infelizmente, isso não correspondeu à realidade e, mais uma vez, tivemos frustradas nossas expectativas. Terminei o curso, após construir alguns conhecimentos para o uso do Windows e Word. De cara descobri no Word alguns recursos que me seriam de grande valia no trabalho de tradutora, entretanto persistiam a impossibilidade de utilizar o mouse e efetuar comandos que exigissem digitar duas ou três teclas simultaneamente. Para tanto, precisava sempre recorrer à ajuda do professor ou do colega ao lado. Frustrada nesta primeira tentativa, desisti de pensar na compra e utilização de um PC e voltei para minha máquina elétrica. Em 1997, ao ser aprovada para o Curso de Especialização em Tradução de Alemão da Universidade Federal do Ceará – UFC, vi-me diante da necessidade de acessar a Internet e passar a fazer parte deste ciberespaço que elimina as distâncias aproximando realidades e culturas as mais diversas. Ainda com as mesmas dificuldades para interagir com o computador, adquiri o meu primeiro PC. Meu pai fez, artesanalmente, uma adaptação para que a tecla shift ficasse presa quando o comando exigisse a digitação simultânea dessa e de outra tecla. (Aqui é preciso ressaltar que eu já não tinha mais movimentos no braço direito e, portanto, datilografava com uma adaptação apenas, que equivalia a um dedo.) A adaptação para pressionar o shift consistia em um interruptor preso à mesa na altura da tecla (shift) e paralelo a essa. Para prendê-la, eu baixava o interruptor com o braço. Para soltá-la, pressionava o interruptor e assim soltava a tecla. Esse fora mais um dos preciosíssimos insight de meu pai, que me valeu durante um bom tempo. Até que um dia... surge em nossa vida um engenheiro eletrônico, Dr. Edilson Gurgel Santos. Nós o procuramos para resolver um problema elétrico que minha cadeira apresentara. Ao descobrir as habilidades e competências de Edílson, meu pai quis exibir as suas. Levou-o até meu quarto para mostrar os controles, feitos por eles, para acionar o ventilador e a campainha. Exibiu também ainda a cama movida por controle eletrônico e, por fim, a última e mais premiada de suas invenções: o interruptor para acionamento da tecla shift. Encabulado e cabisbaixo, Edílson observava tudo atentamente. Antes de sair, contudo, disse baixinho: - É, essa foi uma boa idéia. Mas, eu acho que existe um programa que resolve isso. Quer que eu tente encontrar? – perguntou. 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO - Claro! - disse eu. - Bem, amanha vou pedir ao meu chefe para gastar alguns pulsos a mais na empresa e entrar na Internet. Nesta época, acessar a Internet só mesmo através de grandes empresas. No dia seguinte, Edílson me liga logo pela manhã. - Nadja, consegui o programa. Quer que eu vá instalá-lo? - Lógico, assim que você puder. - Só tem um probleminha... ele é em inglês. Silêncio do meu lado. - Mas, o básico eu te ensino e você pega logo. - Então, traga. O programa que o engenheiro instalou nada mais era do que as opções de acessibilidade do Windows, disponibilizado pela Microsoft, certamente desde a criação do programa e de seu lançamento no mercado. O que nos Estados Unidos era uma questão banal ou corriqueira, dado o grande número de pessoas com deficiência e o respeito e a seriedade com que são tratadas as questões referentes à deficiência, no Brasil foi muito difícil descobrir, mesmo junto a pessoas com grandes conhecimentos no campo da Informática. Até hoje, vejo que ainda é muito pequeno o número de pessoas que conhecem e trabalham com esses recursos, mesmo aqueles que estudam Educação Especial e trabalham nessa área. Instalado o software, vi resolvidas, num passe de mágica, todas as minhas dificuldades em relação à utilização do mouse e do teclado. Passei então a uma exploração maior da máquina. E, à medida que me aprofundava e construía novos conhecimentos, descobria também novas formas para fazer uso do computador. A passagem da máquina elétrica para o computador implicou em novas adaptações físicas. A mesa para encaixar na cama continuava a mesma, só que agora em cima dela vinham até mim: monitor, CPU, impressora, teclado e estabilizador. Toda essa parafernália, em cima de uma mesa frágil com rodízios pequenos, tornou-se muito pesada para estar sendo transportada de duas a quatro vezes por dia. Começamos a avaliar então a possibilidade de comprarmos um laptop, pela leveza e praticidade que essa máquina sugeria. Algum tempo depois, ganhei de meu pai um notebook. Mais uma vez, foi preciso fazer novas adaptações físicas. Ao invés da mesa que se encaixava na cama, o laptop era colocado em cima de uma bandeja para servir café-damanhã na cama, diminuindo assim muito do peso que as pessoas que me auxiliam tinham que carregar. Conectado a internet, meu laptop me leva mundo afora e me acompanha aonde quer que eu vá. A utilização dos diversos programas recursos que o computador oferece me fez enveredar pelos caminhos da Informática Educativa. Completando os equipamentos de meu quarto-escritório, conto ainda com um telefone com fone de cabeça. Em geral, as ligações são feitas pela discagem direta do Windows. As adaptações físicas precisam ser repensadas conforme os ambientes de trabalho. Portanto, além da mesinha de 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO acrílico que trago permanentemente na cadeira e me serve de apoio em várias circunstâncias, precisei de uma outra, feita de madeira por meu pai, para colocar o teclado dos micros na escola e no NTE. No NTE, disponho ainda de TV Colder, que me permite apresentar a aula em PowerPoint ou diretamente na TV, e de microfone. Licenciada em Letras (Português e Alemão), Especialista em Tradução de Alemão, professora regente do Centro de Multimeios da E.E.M. Gov. Adauto Bezerra, Especialista em Informática na Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS e professora de Informática Educativa no Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) do Centro de Referência do Professor, sou fundadora e uma das coordenadoras do Movimento Vida, Independência, Dignidade, Direito e Ação - VIDA para pessoas com deficiência, em Fortaleza - Ceará. Relato de uma vida marcada por uma lesão medular. As adaptações constantes e superação de limites tornam-se mais fáceis quando se tem o apoio da família e condições financeiras favoráveis. As tecnologias, nesses casos, podem contribuir muito para se superar as desvantagens funcionais resultantes de uma deficiência. Currículo Experiência 2001 Centro de Referência do Professor – CRP Fortaleza-CE 9 Professora do Núcleo de Tecnologia Educacional - NTE 2000 Escola de Ensino Médio Gov. Adauto Bezerra Fortaleza - CE 9 Professora Parceira no Curso a Distância de Formação Continuada de Multiplicadores - PROINFO/SEED/MEC em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS 1999-2002 Escola de Ensino Médio Gov. Adauto Bezerra Fortaleza - CE 9 Professora Regente no Centro de Multimeios.Desenvolve projetos de aprendizagem e orienta professores e alunos na utilização das novas Tecnologias de Informação e Comunicação. 1999 Casa da Esperança Fortaleza - CE 9 Coordenadora do Módulo Específico sobre Deficiência Físico-motora do Projeto Amigo Qualificado (80 horas), promovido pela Casa da Esperança em parceria com a Fraternidade Cristã de Doentes e Deficientes - FCD e o Programa de Capacitação Solidária. Participou como coordenadora do Módulo Específico sobre Deficiência Físico-motora, elaborou todo o material didático referente ao mesmo e orientou os demais instrutores desse módulo. 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO 1999 Casa da Esperança Fortaleza - CE 9 Instrutora do Módulo Específico sobre Deficiência Físico-motora do Projeto Amigo Qualificado (80 horas), promovido pela Casa da Esperança em parceria com a Fraternidade Cristã de Doentes e Deficientes - FCD e o Programa de Capacitação Solidária Participou como instrutora do Módulo Específico sobre Deficiência Físico-motora. 1998-1999 Escola de Ensino Médio Gov. Adauto Bezerra Fortaleza - CE 9 Professora Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Ministrou aulas em quatro turmas de 1.ª série do Ensino Médio. 1987-1996 Fundo Cristão para Crianças Fortaleza - CE 9 Tradutora autônoma de Alemão. Traduziu, do alemão para o português, correspondência, boletins informativos e artigos de jornais e revistas. 1987-1989 Associação dos Deficientes Motores do Ceará Fortaleza - CE 9 Membro do Conselho Deliberativo 1991-1995 Associação dos Deficientes Motores do Ceará Fortaleza - CE 9 Vice-Presidente. Participou de fóruns e seminários voltados para a Educação Especial. Empreendeu esforços junto aos Poderes Públicos Estadual e Municipal em busca da legitimação dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência e do resgate de sua cidadania. 1994 Fundo Cristão para Crianças Fortaleza - CE 9 Intérprete de Alemão. Exerceu a função de Intérprete de um grupo de 40 alemães, por um período de 40 horas em julho de 1994, como prestação de serviço para o Fundo Cristão para Crianças. Concurso 2000 Rede Municipal de Ensino Fortaleza – CE 9 Aprovada em Concurso Público para professores da Rede Municipal de Ensino de Fortaleza. Publicação no Diário Oficial do Município de Fortaleza: 29 de março de 2001 1988 Rede Estadual de Ensino do Ceará Fortaleza - CE 9 Aprovada em Concurso Público para Professores da Rede Estadual de Ensino do Ceará apta a ministrar aulas de Língua Portuguesa, Literatura e Redação, em edital publicado no Diário Oficial do Ceará. CAPACITAÇÕES E SEMINÁRIOS 2001 Centro de Convenções Edson Queiroz Fortaleza – CE 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO 9 Participou do I DEF CIÊNCIA & INTEGRAÇÃO como debatedora no Painel “Integração: A Plena Inclusão da Criança e do Adolescente Portadoras de Deficiência”, que teve como palestrante a Sra. Marilene Ribeiro dos Santos, Secretária da Educação Especial do Ministério da Educação, promovido pelo Movimento Vida, Independência, Dignidade, Direito e Ação para pessoas com deficiência – VIDA e Instituto Raízes, no período de 11 a 14 de dezembro. 2001 Centro de Convenções Edson Queiroz Fortaleza – CE 9 Participou do I Congresso Internacional de Telemática na Educação e do VII Encontro Nacional do ProInfo, realizado no período de 22 a 26 de outubro. Ministrou o minicurso: “Acessibilidade ao computador por pessoas portadoras de deficiência”, junto com a Prof.ª Silvia Sales, mestranda em Educação Especial na Faculdade de São Carlos. Apresentou o relato de experiência: “RELATO DE UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA NO CENTRO DE MULTIMEIOS DA ESCOLA DE ENSINO MÉDIO GOVERNADOR ADAUTO BEZERRA (CENTRO DE DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÃO – CEDI), EM FORTALEZA – CE”. 2000 Integração e Gerenciamento das Tecnologias de Informação e Comunicação Caponga - CE 9 Componente da mesa redonda que apresentou o Panorama dos Programas de Educação a Distância no âmbito da Secretaria da Educação Básica do Estado do Ceará SEDUC.Relatou sua experiência como Professora Regente, no turno da tarde, do Centro de Multimeios na Escola de Ensino Médio Governador Adauto Bezerra, enfatizando os pontos positivos e as dificuldades encontradas para o exercício da função. 2000 SEDUC/CREDE 21 Fortaleza –CE 9 Concluiu o Curso de “Informática Educativa III”, realizado no Núcleo de Tecnologia Educacional - NTE de Fortaleza, no período de 31/3/2000 a 16/6/2000. 1999 Núcleo de Tecnologia Educacional - NTE de Fortaleza Fortaleza – CE 9 Participou da “Percepção Pedagógica: Debates, Análises e Interatividade” sobre Informática na Educação, do Programa Salto para o Futuro, da TV Escola, realizado no NTE/Fortaleza, no período de 16 a 26 de novembro. 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO INSTITUIÇÃO: DEFNET CENTRO DE INFORMÁTICA E INFORMAÇÕES SOBRE PARALISIAS CEREBRAIS RIO DE JANEIRO – RJ Autor: Jorge Márcio Pereira de Andrade Resumo: A sociedade contemporânea, chamada de Sociedade da Informação, na qual pode-se estar incluídos/excluídos, principalmente pelos rápi- Jorge M. P. de Andrade dos avanços tecnológicos, sobretudo no campo da informação e da comunicação de massa, vem criando e potencializando redes informatizadas. Estas redes podem estar a serviço das pessoas com deficiência e, em especial, no campo da educação, onde seu potencial de comunicação pode transpor algumas barreiras impostas aos cidadãos socialmente segregados. O novo tempo das redes fora do tempo cronológico revoluciona nossas vidas e nossos coletivos sociais, que se tornam verdadeiras comunidades virtuais onde circulam desde relações interpessoais até os grandes dilemas universais ou planetários, constituindo um novo imaginário social e coletivo. Este é um novo campo de experimentação e de análise para os que se preocupam com o futuro, principalmente com os usos éticos e responsáveis das novas tecnologias. Palavras-chaves: Redes de Informação, Educação Especial, Novas Tecnologias, Redes Telemáticas, Internet, Inclusão Digital, Exclusão Digital, Pessoas com Deficiências. INTRODUÇÃO: Uma das concepções mais atuais de rede, além das redes de televisão, é a da rede computadores interconectados, a chamada Internet, que constituiria uma trama de comunicações interplanetárias em escala jamais alcançada pela humanidade. Pode-se dizer que atualmente vive-se um sistema de virtualidade real construída a partir de um sistema de mídia onipresente, com interligações em tempo real, com a participação de todos os tipos de informação. Partindo de uma concepção de redes de informação e telemáticas, como um sistema rizomático1 de interpenetração de informações, reunindo pessoas com deficiências e sem deficiências, pode-se propor algumas considerações sobre as possibilidades de futuro para as redes de comunicação, via Internet e outras mídias. Temos a urgente tarefa da construção de uma sociedade onde haja o respeito à diferenças e às diversidades, com equiparação de direitos e oportunidades, a construção coletiva da Sociedade com Inclusão Social e a eliminação de todas as formas de exclusão e segregação. Pode-se então, apostar em uma possibilidade de construção de redes de cidadania ativa e, em especial, de redes de defesa de direitos das pessoas com deficiências e neces1 Rizoma, rizomático: o termo ‘rizoma’ foi tomado por empréstimo, por Deleuze e Guattari, à botânica que define os sistemas de caules subterrâneos de plantas flexíveis que dão brotos e raízes adventícias em sua parte inferior. Trata-se de sistemas em rizoma ou “em treliça” que podem derivar infinitamente, estabelecer conexões transversais sem que se possa centrá-los ou cercá-los. Vide: Guattari, Felix & Rolnik, Suely. Micropolítica- Cartografias do Desejo. Petropólis, RJ: Vozes, 1986, pág.123, 322. 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO sidades especiais, como um dos caminhos afirmativos e políticos da construção deste mundo melhor e menos desigual. Neste movimento, as redes são imprescindíveis. As redes construídas socialmente pelos cidadãos e cidadãs, que são afetados pela exclusão digital, podem ser um paradigma de mudança, e tomadas como uma ação educativa para a implantação do processo de inclusão escolar e social. Este processo começa com as escolas, virtuais ou não, à distância ou presenciais, envolvendo os educadores, os educandos com e sem deficiências, assim como a comunidade e família, para juntos construir, os alicerces para os múltiplos caminhos que levam a movimentos sociais afirmativos. Estes movimentos, por sua vez, tornam-se geradores de novas redes, dentro e fora do ciberespaço, que irão se expandir em novas redes que se multipliquem livre e infinitamente, confirmando o desejo de que se tornem multiplicadoras e rizomáticas. As novas tecnologias da comunicação e da informação (TIC) têm um fundamental papel na atual configuração da globalização e do mundo de capitalismo integrado em que vivemos. Estas são o alicerce para a confirmação moderna do papel das redes. A nova sociedade já foi definida como uma “Sociedade em Rede”, assim nomeada por Castells: “Redes constituem a nova morfologia social de nossas sociedades, e a difusão da lógica de redes modificade forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e da experiência , poder e cultura. Embora a forma de organização social em redes tenha existido em outros tempos e espaços, o novo paradigma da tecnologia da informação fornece a base material para sua expansão penetrante em toda estrutura social.”2 Portanto, como afirma o autor, estas redes não são um “invenção” da modernidade, mas uma necessidade que atravessa os tempos e a história das sociedades. Porém, somente após os anos 50, com a novas técnicas de comunicação de massa, em especial com o advento da televisão, é que tanto os homens de ciência como os usuários das redes passaram a discutir e avaliar os usos ideológicos e políticos sociais destas. Já afirmamos anteriormente que: “ vivemos sob o signo moderno da velocidade, e as inovações tecnológicas, pela sua atual rapidez de criação substituível, descartável e renovável, são para muitos algo de ‘assustador’ ou gerador de ‘temor’, e não raro ouvimos falar em “tecnofobia” e, para alguns, em excessiva “tecnofilia”. As tecnologias novas ou antigas não devem ser tratadas como o advento do apocalipse da humanidade. Elas podem ser transformadas em uma busca consciente da criação de aberturas para o futuro, como sonhos a serem realizados coletivamente, possíveis utopias criativas”. 3 As redes, dentro de uma visão atual, podem surgir como espaços virtuais, que são nosso principal interesse, com redes telemáticas, ou redes concretas que estão mais para os supermercados e os modos de produção industrial de nossos tempos. Quando ligadas a movimentos sociais, a exemplo dos movimentos de defesa dos direitos das pessoas com deficiências, tornam-se , segundo Scherer-Warren: “redes multiorganizativas, resultantes 2 Castells, Manuel. A Sociedade em Rede (A era da informação, economia, sociedade e cultura; v.1). São Paulo, SP: Paz e Terra, 1999, p.497-99. 3 Andrade, Jorge Márcio Pereira de. Novas Tecnologias, Comunicação e Educação Inclusiva. Curso de Capacitação de Recursos Humanos na área de Necessidades Especiais – Trabalhando com a Mídia, promovido pela Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down. Recife, PE, de 23 a 28 de maio de 2000. Publicado no site: www.defnet.org.br , In Ágora Virtual. 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO de vínculos e militâncias múltiplas enraizadas em comunidades locais, cuja capacidade organizativa tanto dependerá das possibilidades de mobilizar recursos, aproveitar oportunidades políticas, exercer influências, como de construir identidades culturais e políticas” 4 Deve-se propor que estes processos de articulação de redes possa ser ampliado com a introdução de uma concepção menos “enraizada” para os atores sociais de sua constituição e gênese social. Acreditamos que uma introdução de não-centralidade organizacional e não-hierarquização de poder para as redes, por exemplo entre as organizações e entidades representativas de pessoas com deficiências, com um intercâmbio livre de informações e conhecimentos, poderá facilitar o surgimento de um movimento mais libertário e criativo no uso das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs), abrindo a possibilidade de sua socialização e universalização para combater a chamada Exclusão Digital. Há, portanto, uma nova configuração para o que chamaremos de “redes nascentes”, com todo seu potencial instituinte e analisador, com uma proposta mais “rizomática”5 de difusão de dados e de articulação na Internet, entre seus participantes, passivos ou ativos, onde as informações e os conhecimentos, em formato de hipertexto, possam ser compreendidos a partir de qualquer ponto nodal (nó) de uma rede em trama rizomática. Pois, conforme o pensamento de Guattari e Deleuze, nos afirma Franco: “ Internet é um fluxo multimídia incessante, cujas principais características são a mutação e a multiplicidade. Um não-lugar que se apresenta continuamente nas telas dos computadores. Através da Internet emergem novas formas de expressão... Sendo uma rede, a Internet está em consonância com um pensamento rizomático que rompe com a linearidade da escrita, ao mesmo tempo que é a interface entre a inteligência viva e a máquina. A Internet é o elo que interliga aqueles que vão pensar em rede e com a rede...”6 Esta percepção e compreensão dos usuários e criadores, assim como possíveis gestores das mídias digitais, nos coloca uma questão de articular a subjetividade, sua produção no mundo do Capitalismo Integrado (chamado de globalizado econômica e politicamente), com o conhecimento, através das ciências e das práticas político-multiculturais. Há implicado neste conceber o novo mundo utópico proposto, das ecologias humanas, também uma nova “ética” entre os atores sociais, que devem ser situados historicamente no momento atual, tempos de encruzilhadas, ciladas e labirintos, alguns deles criados pelas utilizações excludentes das novas tecnologias. As redes se tornam, então, um modelo de coletivização em que os seus atores participantes têm tanto verticalidade como horizontalidade em suas relações de poder, estando abertos ao pluralismo de idéias, às diferenças étnicas e culturais, às questões de gênero e condição humana, bem como ao que é muita vezes é negado às pessoas com deficiências: o direito de pertencer e participar de todas as atividades sociais. Entra em cena a Inclusão/Exclusão Social. 4 Scherer-Warren, Ilse. Redes e espaços virtuais – uma agenda para a pesquisa de ações coletivas na era da informação. In site:www.cfh.ufsc.br/~cso5421/REDESEV2.html). Consulta em 25/05/02. 5 Um dos princípios enunciados por Guattari e Deleuze sobre certas características do “rizoma” é aplicável ao atual modelo de hipertexto usado na Internet: “ 1 e 2º Princípios de conexão e heterogeneidade: qualquer ponto de um rizoma pode ser conectado a qualquer outro e deve sê-lo...”. Os autores nos remetem à imagem de árvores e suas raízes que se fixam em um único ponto, estimulando-nos para o modelo rizomático: “ um rizoma não começa nem conclui, ele se encontra sempre no meio, entre as coisas, inter-ser, intermezzo. A árvore é filiação, mas o rizoma é aliança, unicamente aliança...”. In Deleuze, Gilles & Guattari, Félix. Rizoma (introducion). Valencia, Espanha: Pré-textos, 1977. 6 Franco, Marcelo Araújo. Ensaio sobre as tecnologias digitais da inteligência. Campinas, SP: Papirus, 1997, pág.107. 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO A proliferação de novos caminhos para a expressão da cidadania de pessoas com deficiências e necessidades especiais já conquistou seu espaço na Internet brasileira. Há, porém que indicar para questionamento o crescimento de atividades em sistema de redes dentro de uma perspectiva interacionista. Temos um crescimento de novos sites e de elos de comunicação entre sites dedicados sobre, para e das próprias pessoas com deficiências, porém estes ainda estão, na sua maioria, em campos restritos de áreas dedicadas a um tipo específico de deficiência. Assim, sua presença num universo vertiginoso, em permanente expansão que é a Internet, passa pela mesma questão dos outros tipos de sites e redes de comunicação via Internet: a sua permanência, duração e aprimoramento no ciberespaço. AS REDES EM MULTIPLICAÇÃO As tecnologias não são nem más, nem boas, assim como nem sempre o processo de incluir não deixa de excluir. Quase sempre há que pensar e rever nossos preconceitos ao criarmos alguns conceitos. Em se tratando das redes, precisamos pensá-las como oriundas primariamente de um desejo humano de expansão e multiplicação. Podemos colocar, para fins apenas de questionamento e indagação, que teríamos, dentro de uma visão institucionalista, a gênese destas redes no chamado mundo globalizado, como sendo oriundas de um cenário político-econômico. Há uma gênese social e outra teórica para os movimentos coletivos que se transformam em rede, principalmente as redes que se institucionalizam no novo campo do Terceiro Setor, das Organizações Não- Governamentais. Segundo Scherer-Warren7 , as organizações não-governamentais (ONGs) tem três principais campos de atuação: a filantropia, o desenvolvimento e a cidadania. Esta autora nos elucida, aos estudar os movimentos sociais, que as ONGs vêm saindo de uma postura de assistencialismos rumo à solidariedade, quando se substituem as ações filantrópicas e caritativas pelos novos modelos de empreendimento e organização dentro do Terceiro Setor, construindo-se ações sociais de defesa dos direitos dos marginalizados e excluídos, não permanecendo em uma prática meramente emergencial, muito embora, no Brasil, no campo das entidades de assistência privada das pessoas com deficiências, este percurso ainda esteja longe de se completar. Atualmente há um campo de atuação das organizações e entidades ligadas às pessoas com deficiências, bem como às pessoas sem deficiências, que vêm apresentando resultados ativos no uso das redes: a educação. O campo educacional é um dos mais desenvolvidos como ação social pelo Terceiro Setor em nosso país, visto que se considera este um terreno fértil para o crescimento de novos conhecimentos sobre os usos éticos das chamadas tecnologias educacionais. As experiências de aliança entre educação, educadores e a Internet está alicerçando novos campos de saber e de práticas pedagógicas. Nessas novas formas de exercício do ensino-aprendizagem, as mídias, a cada dia mais, têm assumido um papel relevante, onde jornais, o rádio e a televisão, todos impregnados pela ondas da Internet, se tornam ferramentas de multiplicar a educação. Neste campo também se multiplicam, geométrica ou rizomáticamente, as redes. 7 Scherer-Warren, Ilse. Cidadania sem fronteiras – ações coletivas na era da globalização. São Paulo, SP: Hucitec, 1999. 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Pode se dizer que as redes podem e devem estar conectadas em um processo de movimento social emergente, e, em uma sociedade da complexidade de nossos tempos, passam a funcionar como redes submersas, não visíveis, embora atuantes e multiplicadoras. È neste tipo de ação molecular que precisamos apostar, numa silenciosa revolução molecular, que estas redes podem realizar para que exista o chamado desenvolvimento auto-sustentável, e, principalmente, o surgimento de uma consciência de cidadania planetária. Um novo conceito de ser cidadão do mundo, onde ser global é tão importante como ser local, comunitário, participativo e crítico dos usos de todas as tecnologias. Para o autor, as redes, na compreensão de sua possibilidade de gerar multiplicadores sociais, podem ser classificadas em: 1. redes construídas 2. redes em construção 3. redes insurgentes. As redes construídas podem ser entendidas como as redes que se materializam pela sua realidade técnica. Nestas incluem-se as que usam as mídias (rádio, televisão, imprensa, Internet) para manter em ação interativa seus atores, estando sempre ligadas a uma forma hegemônica de distribuição das informações. Chamaremos de “redes em construção” as tramas multiplicadoras de informação, que se fundam a partir de um movimento social, local ou global, ligado a uma ‘causa’ ou ‘questão’, mantendo-se em permanente estado de desterritorialização, portanto necessitando de uma reconstrução contínua de suas bases e de seus atores-participantes. Quanto às chamadas “redes insurgentes”, à semelhança dos movimentos sociais instituintes, por seu caráter político e extemporâneo, há um desejo ativo de mudança dos paradigmas informacionais, bem como uma ruptura que fragmenta e modifica os modos de transmissão da informação. Porém, por ser considerada subvertedora da ordem estabelecida, a exemplo das “rádios livres”, passam a ser alvo de um movimento de captura pelas forças hegemônicas instituídas, onde se propõe a sua “oficialização” e, conseqüentemente, sua possibilidade de estagnação da força desestabilizadora, caindo, a maioria das vezes, num modelo de rede construída. Considera-se a Internet como um modelo de rede, além de sua concretude como rede técnica de computadores espalhados por todo planeta, que aspira se tornar uma ‘rede insurgente’. Porém o que estamos assistindo/navegando é a sua possível naturalização como uma rede oficial, à mercê dos novos colonizadores do campo das informações globalizadas. A Internet é hoje reconhecida como a ‘rede das redes’ por sua extensão, crescimento, hiperconexões e multiplicidade de pontos nodais, características importantes para o funcionamento de um modelo de redes virtuais, sendo criado ao Ciberespaço8 . Neste novo território das virtualidades, surge também um novo conceito de cidadania, o cibernautas ou cidadãos cibernéticos, ou mais resumidamente os net-zen (contração das palavras citizen e internet). Abre-se aqui um novo conceito de inclusão/exclusão. A Internet, embora uma 8 Ciberespaço – termo retomado em 1999 pelo filósofo Pierre Levy a partir de uma ficção científica, O Neuromante (1984), do romancista William Gibson, usado para definir o novo espaço de comunicação gerado pela interconexão planetária dos computadores em rede. 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO ferramenta de crescimento e expansão social maior que todas as outras mídias modernas, ainda é um recurso tecnológico que, por necessitar, por exemplo, de linhas telefônicas, exclue da revolução digital a maior parte dos habitantes da Terra. Segundo dados, apenas 5 a 6% de toda a população mundial está ‘conectada’ à World Wide Web (www), nossa grande teia hipermídia de comunicações globalizada e, infelizmente, ainda excludente. Temos, portanto, reproduzidas a novas classes sociais de cidadãos: os “on-line” e os “off-line”. REDES DE INFORMAÇÃO, INCLUSÃO DIGITAL E PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS Para combater o que se chamou inicialmente de Digital Divide, que denominamos em português de ‘segregação ou brecha digital’, é que diversos países, inclusive o Brasil, estão procurando formas de socializar e democratizar as ferramentas ligadas à informática e as novas tecnologias da comunicação e informação. No caso específico da Internet. já temos o programa estabelecido dentro do chamado Livro Verde para a Sociedade da Informação no Brasil (www.socinfo.org.br/livro_verde.htm). Este documento é uma iniciativa governamental, leia-se Ministério da Ciência e Tecnologia, para produzir um documento norteador do futuro da implantação e uso das tecnologias digitais no Brasil. Em maio de 2001 realizou-se a primeira Oficina para a Inclusão Digital9 , em Brasília, DF, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães. Este encontro foi promovido pela Secretaria de Comunicação do Governo da Presidência da República e da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, contando com o apoio de Organizações Não-Governamentais (ONGs), como a Sampa.org, Comitê para a Democratização da Informática (CDI), Rede de Informações para o Terceiro Setor (RITS), e muitas outras, além do governo do Distrito Federal e de algumas empresas do ramo da informática. O evento tinha como fundamento a discussão da Inclusão Digital e as políticas públicas que deveriam ser implementadas com os recursos oriundos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), que é composto por 1% do faturamento das operadoras de telefonia (fixa e celular), de TV a cabo e outros serviços de telecomunicações do país. Estiveram presentes também representantes de entidades, tanto governamentais ( SEESP/MEC, Instituto Nacional de Educação de Surdos, por exemplo), como de Ongs, como a Federação Nacional das APAEs, incluindo-se nossa associação, o DEFNET, Centro de Informática e Informações sobre Paralisias Cerebrais. Tendo como principal premissa geral que “a exclusão digital aprofunda a exclusão sócio-econômica”, foram elaboradas algumas diretrizes e propostas, sendo algumas diretamente ligadas às pessoas com deficiências, tanto no que diz respeito a sua inclusão digital, como no campo da área dos equipamentos especiais e acessibilidade, afirmando nas premissas que: “ 119. A inclusão digital, em função das possibilidades que oferece às pessoas portadoras de deficiência, tem um importância maior para essas pessoas do que para as demais. 120. O acesso deve ser compreendido não apenas como acesso à rede de informações,mas também como eliminação de barreiras arquitetônicas, de comunicação e de acesso físico, equipamentos e programas adequados, bem como conteúdo e apresentação da informação em formatos alternativos. 9 Ver site: www.inclusaodigital.org.br. 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO 121. Todas as normas técnicas e documentos regulamentadores na área de criação e desenvolvimento de equipamentos e programas, sejam eles específicos ou não às pessoas portadoras de deficiências, deverão contar com a participação de representantes de usuários das diversas áreas de deficiência. O acesso físico dessas pessoas deverá ser garantido pelo órgão regulamentador” 10 . Ficam claras nestas premissas as questões da heterogeneidade das diversas formas de deficiências, suas singularidades e a necessidade de uma ação especifica para cada uma, assim como uma reafirmação de urgentes ações afirmativas dirigidas a estes cidadãos. Interessa, em especial, ainda, a afirmação de que o ‘acesso‘ não deve se restringir apenas às redes de informação, bem como a imprescindível alternativa dos conteúdos e da apresentação das informações, posto que estas deveriam ser de livre acesso para todos. Mas a mais importante afirmação é a da necessidade de participação ativa das próprias pessoas com deficiências no processo de estabelecimento de normas técnicas e documentos, cabendo ainda uma ressalva para que estes cidadãos também possam vir a ocupar os campos de atuação para a implementação destas normas. Portanto, temos ao menos proposições para a participação ativa das pessoas com deficiências, que cada vez mais estão alinhavando suas parcerias e suas articulações para um efetiva participação social e política. Porém, estas iniciativas, de mérito e resultado de muitas lutas, ainda estão restritas ao campo de atuação associativo, um campo que ainda está se descolando das ações caritativas e filantrópicas, além de ser um campo de atuação privado e civil, que só muito recentemente está podendo aprimorar-se como parte do chamado Terceiro Setor, com parcerias empresariais e estatais. È no campo das iniciativas do Terceiro Setor, com os movimentos sociais ligados às Organizações não-governamentais, com já nos referimos anteriormente, que houve um crescimento das ações em direção à cidadania e o respeito aos Direitos Humanos, tanto de cidadãos com deficiência como sem deficiências. Neste campo de atuação tem se destacado algumas iniciativas ligadas ao uso de novas tecnologias com a finalidade de criação de redes de informação, tomando a informação não como conhecimento mas como um dos principais meios de acessá-lo, distribuí-lo e tornar o conhecimento o mais socializado possível.11 Nesta direção é que se criam, no combate à pobreza do conhecimento, redes como a Cidade do Conhecimento, criada pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, SP, com a finalidade ser uma rede de comunicação entre o mundo escolar e o mundo do trabalho. Criando redes nas quais ocorreria a produção compartilhada e cooperativa de conhecimento entre esses dois mundos, sua missão é melhorar e ampliar as oportunidades de emprego no país por meio de tecnologias de informação e comunicação. Além disso, a Cidade do Conhecimento passa a ser ela própria um campo de pesquisa sobre o uso social das redes.12 Mas esta cidade virtual é apenas um passo e um projeto para ajudar a combater a exclusão digital. Há ainda que trabalhar para a universalização de todas as tecnologias, 10 Tecnologia ao Alcance de Todos – Oficina para a Inclusão Digital (Documento da Plenária Final), Brasília, DF: Revista Mais Brasil, Maio/Junho de 2001, Ano IV, nº 38, págs. 41, 55. 11 Um exemplo digno de nota é o trabalho desenvolvido pela ONG Rede de Informações para o Terceiro Setor (RITS), que tem um excelente e amplo trabalho em prol da democratização das informações e vem trabalhando para a Inclusão Digital na Internet brasileira. Ver o site: www.rits.org.br . 12 Cidade do Conhecimento do IEA-USP, visitar o site: www.usp.br/iea/cidade . 7 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO para todos os segmentos e classes sociais no Brasil. Somos ainda, segundo o Censo Escolar de 2000, um país onde somente 9% das escolas do ensino fundamental têm um laboratório de informática e apenas 6,7 % destas acessam a Internet. EDUCAÇÃO ESPECIAL E SUAS REDES Para o campo específico da atuação de novas tecnologias na Educação Especial também vêm crescendo as iniciativas de criação de redes. Há iniciativas pioneiras de investigação científica, ligadas a universidades públicas, como o Núcleo de Informática na Educação Especial (NIEE), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que foi e é um dos primeiros a aplicar novas tecnologias, em experimentação laboratorial, criando redes telemáticas para pessoas com deficiências, com demonstração de resultados através de seu site na Internet.13 Este centro de pesquisas vem realizando também atividades de pesquisa na produção de softwares educacionais, dentro de uma visão lúdica, visando o desenvolvimento cognitivo e sócio-afetivo. Mas sua principal articulação com nosso tema está na inserção dentro da Rede Iberoamericana de Informática na Educação, num projeto de cooperação científica que reúne 21 países em sistema de rede para pesquisa, formação de recursos humanos e produção de software e hardware. Este modelo de cooperação também já atinge outras universidades públicas brasileiras, onde novas redes de trocas entre pesquisadores, inclusive com a participação direta de pessoas com deficiências, estão em busca de estratégias para aprimorar o ensino-aprendizagem, bem como na pesquisa de meios facilitadores e de acessibilidade com tecnologias Assistivas ou auxiliares, todas voltadas para o processo de inclusão social e escolar de pessoas com deficiências. Espera-se que o entrecruzamento das redes, tanto construídas como em construção, bem como com redes insurgentes, no campo da Educação Especial, possa continuar insistindo no processo de remoção das barreiras, de toda ordem ou tipo, que se colocam no caminho da inclusão de pessoas com deficiências na sociedade. Há porém que lembrar que num país onde 80,9 % das residências brasileiras ainda não possuem um computador, assim como, nas escolas brasileiras ainda estamos longe de uma real presença de novas tecnologias nas salas de aula, a começar pelo computador, ainda caminhamos lentamente para a urgente Inclusão Digital. Para a superar os abismos entre os que podem estar conectados ao mundo digital, por exemplo através da Internet, os 5 a 6 % de brasileiros, e os ‘sem-computador’, onde se situa uma parcela considerável das pessoas com deficiências, é que se está tentando criar redes e implantando experiências-piloto nas escolas, tanto as especiais como as regulares, assim como nas comunidades com os telecentros. Portanto, no espaço privilegiado para a educação, potencialmente transformador de mentalidades, é que novas redes de informação estariam voltando sua práticas sociais, lembrando, como nos diz Carvalho: “O impacto das novas tecnologias sobre nosso dia-a-dia exige comunhão entre o poder da técnica e a consciência da importância social, política, além de pedagógica, de nossas escolas, para evitarmos que a racionalidade técnica prepondere, desumanizando a escola, transformando-a em espaço de decisões tecnicistas.”14 13 Núcleo de Informática na Educação Especial (NIEE), criado junto à UFRGS , pela Profª. Dr.ª Lucila Maria Costi Santarosa, cujo histórico se encontra em: www.niee.ufrgs.br/historico/hist1.html 14 Carvalho, Rosita Edler. A incorporação das tecnologias na educação especial para a construção do conhecimento. In Silva, Shirley & Vizim, Marli. Educação Especial: Múltiplas leituras e diferentes significados. Campinas, SP: Mercado de Letras/ Associação de Leitura do Brasil (ALB), 2001. 8 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Neste sentido, para combater o império das técnicas, é que necessitamos de um processo de capacitação e aprimoramento dos educadores, que, na sua posição modificada de participante de um processo de ensino-aprendizagem, deixam ser meros instrutores ou gerenciadores do conhecimento. Num tempo em que estas redes, construídas telematicamente, não mais distinguem no processo de comunicação os educandos com ou sem necessidades educativas especiais, os educadores se vêm afetados por essas novas coordenadas comunicativas: a acessibilidade, a interatividade, a flexibilidade, a variação espaço-temporal, a participação grupal, etc.... Diante destas mudanças provocadas, quando se utilizam novas tecnologias em educação, também os educadores passam a necessitar de um processo de alfabetização digital, sempre com a pesquisa e a busca de novos conhecimentos, a fim de sedimentar seu desejo de formar cidadãos críticos e conectados com o mundo. Alguns autores nos mostram as mudanças de papéis e de status que o lugar do professor, tanto na educação regular como na especial, vem apresentando. Estas mudanças se tornam ainda mais necessárias para cuidar da heterogeneidade e diversidade que são apresentadas pelas pessoas com deficiências. Para cada área de deficiências, por exemplo no caso dos cegos, há recursos específicos, como os sintetizadores de voz, que podem modificar a ação pedagógica. Um cego, dotado de recursos como o DOSVOX ou uma impressora Braille, numa sala de aula, passa a ter um papel ativo de controle e busca de informações, e o professor deixará de ser a única fonte de informações para se tornar um facilitador, mais uma interface no processo ensino-aprendizagem. Aplicam-se aqui as novas tendências pedagógicas voltadas para o construtivismo e o construcionismo. Surgem os novos modelos pedagógicos que se apoiam nas tecnologias digitais interativas e multimediatizadas. Abrem-se as portas do ciberespaço para o surgimento e a multiplicação de redes. Uma das redes, construídas e em construção, para a capacitação de professores está inserida no Projeto de Informática na Educação Especial, o Proinesp, da Secretaria de Educação Especial (SEESP) do Ministério da Educação (MEC), que segue os passos do Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo) da Secretaria de Educação à Distância (SEED), que vem abranger “ a rede pública de ensino de 1º e 2º graus de todas as unidades da federação”. O projeto da SEESP tem como proposta “contemplar escolas ligadas a instituições não-governamentais que atendem portadores de necessidades educativas especiais”, que freqüentam escolas especializadas mantidas estas entidades, no momento ligadas às APAEs e Pestalozzi. Propõe-se o financiamento para a criação e estruturação de laboratórios de informática nestas escolas, “visando ao desenvolvimento dos alunos portadores de necessidades especiais e à formação continuada de professores”. Refere-se, ainda, no Proinesp à necessidade da realização de cursos de formação de professores e de sua capacitação no uso pedagógico das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Estas redes, ao nosso ver, podem ser ampliadas e fortalecidas se expandirem para além dos limites da escola especial. Considera-se necessário continuar evidenciando todas as barreiras existentes para pessoas com deficiências, com uma busca do acesso às informações e os conhecimentos, bem como aos direitos destes cidadãos e cidadãs, que afirmem as propostas inclusivistas associadas a políticas públicas. Estaremos defendendo ativamente sua cidadania, com uma ressonância concreta na Sociedade da Informação. A utilização de novas tecnologias em Educação Especial, tanto pelos alunos como pelos professores, será favorecedora de um crescimento criativo caso suas fronteiras seguirem as da expansão da Internet, ou seja, sem limitações apenas ao campo da Educação 9 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Especial. Seguindo o princípio fundamental de utilização acessível, democratizada e com respeito às diferenças de cada sujeito ou coletividade, que sejam aplicados os conceitos de Universal Design a todas fontes de informação e suas redes de comunicação. Precisa-se também observar alguns elementos para uma política de inclusão e alfabetização tecnológica, segundo Silveira, respeitando que: • “A aprendizagem é um processo permanente e personalizado. • Navegar na rede é uma forma de obtenção de informações que pode gerar conhecimento. • È direito das comunidades obter a orientação presencial de seus jovens e adultos para refletir criticamente e um espaço de saber flutuante, contínuo e permanentemente renovável. • A aprendizagem em rede é cooperativa. • Ao interagir, obtendo e gerando hipertextos, se está praticando e desenvolvendo uma inteligência coletiva. • È fundamental reconhecer, enaltecer e disseminar pela rede os saberes desenvolvidos pela comunidade. • Cada cidadã e cidadão deve buscar desenvolver na rede múltiplas competências. • É preciso assegurar à população o conhecimento básico da informática e incentivar o progresso permanente da autoaprendizagem “.15 Portanto, a exploração e a descoberta favorecida pelas redes, técnicas ou virtuais, tornadas acessíveis e com Desenho Universal, a exemplo da Internet, como mais um espaço para a troca de conhecimentos em educação e exercício de cidadania, contribuirá para a formação dos educandos com necessidades especiais, independentemente do grau ou tipo de sua deficiência ou impedimento. Reafirma-se que todas mudanças estarão na dependência das políticas públicas, da comunhão de esforços das instituições dedicadas à defesa dos Direitos Humanos e da participação ativa, rizomática e micropolítica de todos na democratização dos meios tecnológicos de informação e comunicação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Andrade, Jorge Márcio Pereira de. Novas Tecnologias, Comunicação e Educação Inclusiva. Curso de Capacitação de Recursos Humanos na área de Necessidades Especiais – Trabalhando com a Mídia promovido pela Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down. Recife, PE, de 23 a 28 de maio de 2000. Publicado no site: www.defnet.org.br , In Ágora Virtual. 15 Silveira, Sérgio Amadeu. Exclusão Digital – a miséria na era da informação. São Paulo, SP: Fundação Perseu Abramo, 2001. 10 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Castells, Manuel. A Sociedade em Rede (A era da informação, economia, sociedade e cultura; v.1). São Paulo, SP: Paz e Terra, 1999, p.497-99. Carvalho, Rosita Edler. A incorporação das tecnologias na educação especial para a construção do conhecimento. In Silva, Shirley & Vizim, Marli. Educação Especial: Múltiplas leituras e diferentes significados. Campinas, SP: Mercado de Letras/ Associação de Leitura do Brasil (ALB), 2001. Deleuze, Gilles & Guattari, Félix. Rizoma (introduccion). Valencia, Espanha: Pré-textos, 1977. Franco, Marcelo Araujo. Ensaio sobre as tecnologias digitais da inteligência. Campinas, SP: Papirus, 1997, pág.107. Guattari, Felix & Rolnik, Suely. Micropolítica- Cartografias do Desejo. Petropólis, RJ: Vozes, 1986, pág.123, 322 Scherer-Warren, Ilse. Cidadania sem fronteiras – ações coletivas na era da globalização. São Paulo, SP: Hucitec, 1999. Scherer-Warren, Ilse. Redes e espaços virtuais – uma agenda para a pesquisa de ações coletivas na era da informação. In site:www.cfh.ufsc.br/~cso5421/REDESEV2.html). Consulta em 25/05/02. Tecnologia ao Alcance de Todos – Oficina para a Inclusão Digital (Documento da Plenária Final), Brasília, DF: Revista Mais Brasil, Maio/Junho de 2001, Ano IV, n.º 38, págs. 41, 55. Apresentando a realidade dos movimentos sociais ligados a pessoas com deficiência como articuladores de redes de informação para a Educação Especial, numa perspectiva do atual panorama de Inclusão/Exclusão Digital, o autor propõe uma compreeensão das redes, sua gênese e papéis sociais a desempenhar na defesa dos Direitos Humanos e da equiparação de oportunidades para as pessoas com deficiência na Sociedade da Informação. CURRICULUM VITAE Dr. Jorge Márcio Pereira de Andrade Dados Pessoais Natural - Cambuquira, MG Nacionalidade - Brasileiro Estado Civil - Divorciado Profissão - Médico Especialidade - Psiquiatra, Psicoterapeuta, Analista Institucional 11 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Pós-Graduação e Especialização - Instituto de Psiquiatria da UFRJ Residência Médica - Hospital Geral de Bonsucesso (INSS) Experiência Analítica - Núcleo de Psicanálise e Análise Institucional Contatos: Consultório- Largo do Machado, 29 sala 411, Catete, Rio de Janeiro. Telefax: 55 (021) 285 7145 Residência- Rua 10 de Setembro, 94 ap. 401 , Centro, Campinas, SP. Tel.: 55 (021) 557 7092 celular: (21) 92 125913 e-mail: [email protected] ou [email protected] homepage: http://www.defnet.org.br Experiência Profissional: - Atua há 25 anos em Clínica Psiquiátrica e Psicanalítica em consultório particular. - Fundador e ex-Psiquiatra chefe do Serviço de Psiquiatria Infantil da Clínica de Reabilitação Psicomotora Vicente Moretti (Bangu, RJ) - Ex-Presidente do Núcleo de Psicanálise e Análise Institucional , RJ. - Professor de Cursos de Análise Institucional. - Ex-membro da Equipe Clínico-Grupal de atendimento psicoterápico a vítimas de Tortura, Grupo Tortura Nunca Mais-RJ, (patrocínio ONU). - Criador do Projeto GEO ORGOS e do site do DEFNET na Internet - Fundador do DEFNET - Centro de Informática e Informações sobre Paralisias Cerebrais, em 28/06/96, do qual é Presidente e Diretor. - Medalha e Comenda Prof. Dr. Albert Sabin ( Respeito aos Direitos Humanos- São Paulo - março de 1997) - Pesquisador da utilização de INTERNET em Educação Inclusiva e no campo de Novas Tecnologias da Informação. - Professor convidado pela FEPESMIG-Varginha, MG, para ministrar aulas para educadores no processo de Capacitação em Inclusão Escolar. - Coordenador da Escola de Informática e Cidadania para Pessoas com Deficiência, do DEFNET, em parceria com o Brasil Cidadão.org e Comitê para a Democratização da Informática(CDI). 12 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO REDE DE INFORMAÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO ESPECIAL REDES TRABALHANDO EM CONEXÃO Identidade são infinitos os possíveis arranjos de uma teia como pode a aranha manter identidade enquanto cria a teia num lugar determinado? se a teia fosse cuidadosamente planejada a aranha nunca encontraria o lugar ideal para tecê-la: e se a teia fosse perfeitamente adaptável, se liberdade e possibilidade não tivesse limite a teia perderia sua própria identidade Marta Gil A.R. Ammond Concepção de rede Sistema de nós e elos, capaz de organizar pessoas e instituições de forma igualitária e democrática, em torno de um objetivo comum Semelhante à teia de aranha: um modelo orgânico, vivo, flexível, em constante crescimento e mutação, que funciona em mão dupla e que constrói sua identidade traçando um caminho e mantendo a tensão entre os pólos da liberdade e da possibilidade, do respeito à individualidade e da preservação dos valores comuns sistema aberto ao ambiente: coleta, difusão, compartilhamento e expansão Pirâmide x Rede • hierarquia • poder e controle • centralização • horizontalidade • cooperação e co-responsabilidade • facilitadores • descentralização Benefícios do trabalho em rede • potencializar diferentes “vocações” e especialidades • ampliar a rede de contatos • contribuir para a tomada de decisões, através da informação e do conhecimento • construir o caminho, andando 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO • as pessoas ficam “antenadas” • solidariedade e cooperação • autonomia com “dependência” • interação • encurta distâncias • diversão Objetivos circulação de informações formação de seus membros laços de solidariedade ações em conjunto Desafios trabalho coletivo/cooperativo x individualização do trabalho complementaridade x competição É um trabalho cooperativo, realizado e desenvolvido por pessoas, mas não é a rede do “fulano”, do “beltrano” ou do “sicrano”. E muito menos é a rede desta ou daquela instituição/organização. Redes de Informação para a Educação Especial www.saci.org.br Rede SACI Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação Ö Atua como facilitadora da comunicação e da difusão de informações e conhecimentos sobre a temática da Deficiência, estimulando a inclusão social e digital e, conseqüentemente, o exercício da cidadania da pessoa portadora de deficiência (PPD). 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Ö Seu público-alvo preferencial é a PPD: deficiência mental, visual, auditiva, física, múltipla e orgânica. Ö O conteúdo informacional refere-se à Deficiência. Ö Portanto, a Rede atende a vários segmentos envolvidos com esta temática: familiares, profissionais atuantes na área, formadores de opinião, formuladores de políticas públicas, empresários e pesquisadores. Missão da Rede SACI Incentivar o protagonismo e a inclusão social da PPD, através do estímulo à criação de condições de acessibilidade, do compartilhamento de informações sobre Deficiência e da disponibilização de ferramentas em meio digital Objetivos da Rede SACI Ö Promover, na sociedade, a cultura de acessibilidade à PPD Ö Informar e mobilizar a sociedade brasileira quanto à questão da Deficiência Ö Democratizar o acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) para as PPD’s. Rede SACI Conselho Consultivo Comitê Técnico Núcleo Gestor Suporte Técnico Secretaria Executiva USP/CECAE UFRJ CIC’s Usuários Apoiadores Parceiros Colaboradores Provedor de Suporte Informação Conteúdo Acessibilidade Amankay/USP Virtual RNP eRehab Laboratório ( São Paulo - SP) CIC’s Com.Viver (Ribeirão Preto - SP) CIC CADEVI (São Paulo - SP) CIC Integrar (Uberlândia - MG) Marcos Conceituais Inclusão social e digital Declaração dos direitos da PPD 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO (ONU e Salamanca ) Critérios de acessibilidade virtual (W3C) Normas técnicas de acessibilidade física (ABNT) Convenção 159 (OIT) Áreas Temáticas A Rede SACI atua na interseção das seguintes áreas temáticas: Informação, Ferramentas Computacionais e Acessibilidade Virtual. Não basta existir um grande número de informações se a pessoa portadora de deficiência não tiver softwares para acessá-las. Não basta acesso a essas informações, através dos softwares se os sites, principalmente os de interesse público, não forem acessíveis à navegação pelas PPDs. Produtos e Serviços da Rede SACI • Internet E-mail/Webmail Repórter SACI Notícias Diárias sobre Deficiência Listas Temáticas e Lista de Comunicação com o Usuário Softwares adaptados Kit 1 - para portadores de deficiência visual Kit 2 - para portadores de dificuldades motoras Bate-papo SACI Depoimentos e páginas pessoais Bases de Dados (próprias e de outras instituições) Agendas de Eventos e de Cursos Anúncios Classificados e Informações de Utilidade Pública Banco de Talentos e Oportunidades de Trabalho Acesso a sites nacionais e internacionais sobre Deficiência Acesso a jornais e revistas eletrônicas 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Produtos e Serviços da Rede SACI • CIC’s - Centros de Informação e Convivência Cursos para utilização de softwares adaptados Navegação gratuita na Internet Testagem e avaliação de softwares/hardwares adaptados Ferramentas Inclusivas da Rede SACI Ferramentas de utilização Download gratuito de: • Kit 1 - para deficientes visuais - síntese do Dosvox • Kit 2 - para deficientes motores graves • manuais de utilização e adaptação • helpdesk (telefone e e-mail) Ferramentas de comunicação • Bate-papo SACI • Fórum de discussão Trajetória da Rede SACI 1999 Implantação e lançamento da Rede e do site - 150 usuários cadastrados 2000 implantação de dois CICs (RJ e SP) disponibilização do kit SACI 1 disponibilização da ferramenta de fórum de discussão disponibilização da ferramenta de bate-papo SACI I Workshop sobre Indicadores de Acessibilidade 1.300 usuários cadastrados 2001 implantação de 3 CICs (Ribeirão Preto e São Paulo) disponibilização do kit SACI 2 nova versão do site, adequada à baixa visão 2.177 usuários cadastrados no Brasil 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO 2002 3.170 usuários Contatos Internacionais Ö GUIA - Grupo Português pelas Iniciativas em Acessibilidade: web, ajudas técnicas e telecomunicações Ö Acessibilidade - lista de discussão sediada em Portugal, com link para a Comunidade Européia Ö Rede de Integración Especial (RedEspecial) - Rede Argentina sobre Deficiência Ö Accesible - Site argentino sobre Acessibilidade Física Distribuição de usuários cadastrados na Rede SACI, por categoria ago/99 a abr/2002 Tipo de Usuário Total Portador de deficiência 1530 Não Portador de Deficiência 1640 Total 3170 Distribuição de usuários cadastrados na Rede SACI, por tipo de deficiência ago/99 a abr/2002 • Tipo de Deficiência % • Visual 58,16 • Física 32,90 • Auditiva 4,34 • Orgânica 1,13 • Múltipla 1,13 • Mental 0,78 • Não Especificado 1,56 • Total 100,0 Distribuição de usuários não portadores de deficiência cadastrados na Rede SACI, por categoria ago/99 a out/2001 • Tipo de Usuário Total % • Profissional 536 48,73 • Interessado 361 32,82 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO • Familiar 113 10,27 • Estudante 89 8,09 • Instituição 1 0,09 1100 100,0 • Total Para a maioria das pessoas, a tecnologia torna a vida mais fácil. Para uma pessoa com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis. Tecnologia Assistiva Toda e qualquer ferramenta ou recurso utilizado com o propósito de proporcionar uma independência e autonomia à pessoa com deficiência. Pode variar de um par de óculos ou uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado. “Nós não devemos deixar que as incapacidades das pessoas nos impossibilitem de reconhecer as suas habilidades. As características mais importantes das crianças e jovens com deficiência são as suas habilidades.” Hallahan e Kauffman, 1994 “A deficiência é uma dentre todas aspossibilidades do ser humano. Portanto, deve se considerada como um fato natural que nós mostramos e de que falamos, do mesmo modo que fazemos em relação a todas as outras potencialidades humanas.” NESCO, 1977 A Rede SACI e a Educação • Notícias sobre Educação Inclusiva • Listas de discussão • Bibliografia específica • Sites relacionados • Consultoria para vídeos e textos • Depoimentos • Pesquisas individualizadas • Ferramentas: softwares adaptados, chat e fórum de discussão • Divulgação de revistas e livros especializados 7 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Formas de comunicação • Site • E-mail • Correio • Fax • Telefone • Visita Formas de interação com a Rede SACI • Serviços e produtos gratuitos • Possibilidade de criar outros serviços e produtos, a partir da identificação de demandas Possibilidade de abrir outros canais de comunicação inter usuários A Rede SACI (www.saci.org.br) atua nas áreas da Comunicação e da Informação sobre a temática da Deficiência, especialmente no que se refere à Educação e Trabalho, fundamentais para a inclusão social das pessoas com deficiência. Curriculum Vitae Marta Gil Escolaridade • 1974 - graduação no Curso de Ciências Sociais - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo curso de História (incompleto) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo Especialização profissional Planejamento, montagem, gerenciamento e desenvolvimento de sistemas de informação e documentação em rede 8 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Comunicação e Disseminação de Informação na área da Deficiência Pesquisa sociológica nas áreas de Educação e Trabalho Experiências profissionais • Desde 1990 é colaboradora junto à CECAE – Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária e de Atividades Especiais da Universidade de São Paulo, atuando como: • Gerente executiva da Rede SACI – Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação, desde agosto de 1999 • Coordenadora da REINTEGRA - Rede de Informações Integradas sobre Deficiências, projeto do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas e sediado junto à USP/CECAE, através de convênio firmado entre as duas entidades, desde 1990. Outras atividades de destaque: • Desde 1997 tem atuado como consultora junto à Secretaria de Educação à Distância do Ministério da Educação para publicações e séries de vídeos educacionais sobre a questão da Deficiência • 1997 - Membro da Comissão Científica da IPA - Brasil - Associação Internacional pelo Direito da Criança a Brincar • 1996 - Presidente do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas • Desde 1989 Fellow da Ashoka Innovators for the Public, fundação sem fins lucrativos sediada em Washington, DC. Bolsa concedida por 4 anos pelo projeto apresentado (REINTEGRA) • 1976/1982 - Coordenadora da pesquisa “Caracterização sociológica de indivíduos portadores de cegueira e deficiência visual”, em âmbito nacional, patrocinada pela Fundação Projeto Rondon 9 III CONGRESSO I BERO-AMERICANO DE I NFORMÁTICA NA E DUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DO BRASIL SECRETARIA DE ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS DEPARTAMENTO DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS COORDENADORIA NACIONAL PARA INTEGRAÇÃO DA PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA CORDE A INFORMAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE INCLUSÃO SOCIAL SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE DEFICIÊNCIA www.mj.gov.br/dpdh.htm [email protected] Niusarete M. Lima O SICORDE assume, após o Decreto nº 3.298/99, Capítulo X, Art. 55, o papel de catalizador e disseminador de informações sobre políticas e ações na área da deficiência, sendo estruturado para integrar as unidades de informação e compartilhar recursos coordenados pelas redes nacionais de informações da área. Objetivo Geral Viabilizar o cumprimento da Lei 7.853/89 e do Decreto 3298/99 Atenção integral à Pessoa Portadora de Deficiência Objetivos Básicos (Lei 7.853/89) Operacionalizar uma base de atendimento aos Portadores de Deficiência, ou seja, possibilitar, na medida do possível, uma leitura completa e objetiva da situação do Portador de Deficiência, por parte das entidade que atuam na área; Sugerir a aplicação de medidas mais adequadas com vistas ao ressarcimento do direito violado; Subsidiar as autoridades competentes na formulação e gestão de políticas de atendimento ao Portador de Deficiência. Diretrizes da CORDE / MJ / BR Emanadas do CONADE Política de atenção integral ao Portador de Deficiência Implementar um Banco de Dados e Sistemas para: Î Acompanhamento e avaliação; 1 III CONGRESSO I BERO-AMERICANO DE I NFORMÁTICA NA E DUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 Î Apoio ao funcionamento das entidades que atendem à Pessoa Portadora de Deficiência. Î Apoiar a implementação de Bancos de Dados e Sistemas no âmbito Estadual e Municipal SISTEMA CORDE DE INFORMAÇÕES - SICORDE PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS • META DO PNDH I e II “DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES NA ÁREA DA PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA“ • DECRETO 3298/99 CRIA O SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE DEFICIÊNCIA SEDH/MJ CORDE CONSELHOS MINISTÉRIOS PÚBLICOS ESTADUAIS s ca líti Po es çõ sA da xo Flu Flu xo da sI nfo rm aç õe s Ciclo de Informações e de Decisões ENTIDADES COMUNIDADE 2 III CONGRESSO I BERO-AMERICANO DE I NFORMÁTICA NA E DUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 Sistema Informatizado PREMISSAS BÁSICAS Confidencialidade nas informações pessoais Segurança contra acessos não autorizados Autonomia dos Órgãos Envolvidos Instrumento aberto e de fácil utilização Viabilizar o cumprimento da missão Î da CORDE Î dos Órgãos Federais, Estaduais e Municipais Î das entidades que atuam na área Sistema Informatizado REQUISITOS BÁSICOS Para CORDE Î Divulgação correta dos Direitos Î Adoção das Medidas / Encaminhamentos Adequados Î Facilitar o dia a dia das entidades e Pessoas Portadoras de Deficiência Î Possibilitar intercâmbio de informações Para a CORDE Î Visão geral de todo o processo Î Acesso às informações consolidadas em nível Regional e Nacional Î Troca de informações / Orientações Î Otimização na aplicação dos recursos Para Entidades Estaduais e Municipais Î Gerência das autorizações de acesso Î Acesso à informações Consolidadas / Estatísticas / . . . 3 III CONGRESSO I BERO-AMERICANO DE I NFORMÁTICA NA E DUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 Î Possibilitar troca de informações Î Possibilitar passagem de orientações Outras Facilidades Orientação a Usuários/regionalmente Correio Eletrônico Grupos de Discussão Informação na INTERNET SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE DEFICIÊNCIA SICORDE Porque foi criado o SICORDE? • informação muito dispersa, em diferentes bancos de dados • necessidade de se fazer a coleta, tratamento e disponibilização, com dados confiáveis, para que se possa elevar o nível de conhecimento da Sociedade e do estado quanto ao problema da deficiência no Brasil • dificuldades que se tem, quanto ao conhecimento da legislação vigente sobre os direitos da pessoa portadora de deficiência. Porque foi criado o SICORDE? • Existência de um grande número de textos normativos no Brasil, ensejando, com certa frequência, problemas da mais variada órdem, tanto para aqueles que lidam no dia a dia com legislação quanto aqueles que dela precisam se servir. • O acervo legislativo cresce diariamente e o número de leis, decretos-leis, medidas provisórias, decretos e outros textos legais que entram em vigor é bem maior em comparação com o número desses mesmos documentos que são revogados. Porque foi criado o SICORDE? • Dificuldades quando se pretende compatibilizar documentos análogos já existentes. • Necessidade de agilizar atendimento ao cidadão • Necessidade de um Sistema automatizado que possibilite e facilite o bom entendimento desses dispositivos legais, especificamente na área da pessoa portadora de deficiência, não obstante bases de dados mais abrangentes já existentes. • Otimizar os recursos disponíveis 4 III CONGRESSO I BERO-AMERICANO DE I NFORMÁTICA NA E DUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 Porque foi criado o SICORDE? COMPROMISSOS GOVERNAMENTAIS E INTERNACIONAIS • responder à proposta de ação governamental do Programa Nacional dos Direitos Humanos, que recomenda a criação de sistemas de informações na forma de Base de Dados concernentes a pessoas portadoras de deficiência; • resgatar compromissos assumidos pela CORDE, em 1993, em nome do Governo Brasileiro, com a Rede Iberoamericana de Cooperação Técnica para o Desenvolvimento de Políticas de Atenção a Pessoas Idosas e Pessoas portadoras de deficiência, coordenada pelo IMSERSO do Ministério do Trabalho e Ação Social da Espanha. MISSÃO DO SICORDE • DISSEMINADOR DE INFORMAÇÕES SOBRE POLÍTICAS E AÇÕES NA ÁREA DA DEFICIÊNCIA. • INSTRUMENTALIZAR A CORDE E OS ÓRGAOS PARCEIROS, ASSIM COMO A SOCIEDADE EM GERAL COM DADOS CONCRETOS E ATUALIZADOS E CONFIÁVEIS PARA O ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO À PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA, DE FORMA MAIS ABRANGENTE E EFICAZ. PARCERIAS • parceria de organismos governamentais e não governamentais, se propondo a apoiar iniciativas que viabilizem a disseminação da informação de forma confiável, permitindo o acesso da mesma à sociedade em geral, quer seja via internet, ou de qualquer outra forma. O PAPEL DOS PARCEIROS • Os parceiro da CORDE deverão ter presente que: um Sistema de Informações numa organização requer uma série de ações gerenciais, técnicas e operacionais, capazes de criar as condições favoráveis e necessárias a adoção de princípios, procedimentos administrativos e métodos de trabalho que sirvam de parâmetros para quantificar e avaliar seus projetos e atividades. O PAPEL DOS PARCEIROS • Os parceiro da CORDE deverão ter presente que: a informação é fundamental para esclarecer as pessoas sobre as medidas de prevenção de deficiência, para a capacitação e atualização dos profissionais que atuam nas diferentes áreas relacionadas, para a orientação às pessoas deficientes ou suas famílias e para apoiar a inclusão social desses indivíduos 5 III CONGRESSO I BERO-AMERICANO DE I NFORMÁTICA NA E DUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 A INTERNET É UM MEIO RÁPIDO, EFICIENTE E BARATO PARA A CRIAÇÃO DE UMA REDE DE INFORMAÇÕES, NO ENTANTO, A INFORMAÇÃO VEICULADA DEVE SER DE FONTE FIDEDIGNA PARA QUE ATINJA OS OBJETIVOS A QUE SE PROPÕE O SICORDE. COMO FUNCIONA O SICORDE? PREVÊ BASES DE DADOS • LEGISLAÇÃO • AJUDAS TÉCNICAS • CADASTRAL • BIBLIOGRÁFICA • ESPECIALISTAS • PROJETOS • LEGISLAÇÃO Dispositivos legais nas Esferas Federal, estadual e Municipal e a nível Internacional que tragam alguma referência a Pessoa Portadora de Deficiência. • CADASTRAL Cadastro de Instituições que atendam ou assegurem diretos à pessoa Portadora de Deficiência • AJUDAS TÉCNICAS Informações e orientações sobre equipamentos - órteses e próteses - fornecedores - endereços • ESPECIALISTAS • Cadastro de profissionais habilitados que atuam na pessoa Portadora de Deficiência • BIBLIOGRÁFICA • Informações sobre bibliografias e publicações relativas a área da pessoa portadora de deficiência (sinópses e/ou texto integral) 6 III CONGRESSO I BERO-AMERICANO DE I NFORMÁTICA NA E DUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 Estrutura do SICORDE SOCIEDADE INFORMADA SICORDE NUCLEOS REGIONAIS CONSELHOS SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE DEFICIÊNCIA SICORDE • PRODUTOS – Distribuição de publicações técnicas – Orientação via email, fax, fone, presencial – Assessoria aos Núcleos Regionais – Banco de dados de Legislação Federal disponibilizado na Internet – Banco de Dados da Legislação dos Estados e Municípios Cadastro de Intituições disponibilizado na Internet – Assessoria Jurídica via Núcleos Regionais – Ministérios Públicos Estaduais. – Home page com informações gerais na área da deficiência. 7 Postos Regionais do Sicorde AP – MINISTÉRIO PUBLICO TO – MINISTÉRIO PUBLICO MS – MINISTÉRIO PUBLICO MA – MINISTÉRIO PUBLICO GO – MINISTÉRIO PUBLICO RJ – CVI DF – PRODIDE/MPDF CORDE/DF RO - MINISTÉRIO PÚBLICO PA - MINISTÉRIO PÚBLICO RN - CORDE/RN PB - FUNAD PE - MINISTÉRIO PÚBLICO AL - SEC. DE EDUCAÇÃO BA - APAE SALVADOR MG -CAADE SP - MINISTÉRIO PÚBLICO - SORRI BRASIL E USC PR - FENAPAE SC - FCEE RS – FADERS AM - MINISTÉRIO PÚBLICO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DO BRASIL SECRETARIA DE ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS DEPARTAMENTO DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS COORDENADORIA NACIONAL PARA INTEGRAÇÃO DA PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA CORDE SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE DEFICIÊNCIA Esplanada dos Ministérios Bloco “T” Anexo II - sala 200 CEP: 70.064-900 - Brasília - DF Fone: (0XX61) 218 3669 FAX: (0XX61) 225 3419 [email protected] www.mj.gov.br/dpdh.htm III CONGRESSO I BERO-AMERICANO DE I NFORMÁTICA NA E DUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 NOME: NIUSARETE MARGARIDA LIMA NATURALIDADE: FRUTAL/MG NACIONALIDADE: BRASILEIRA PSICÓLOGA Especialista em Integração da Pessoa Portadora de Deficiência pela Universidade de Salamanca – Espanha Especialista em Gestão da Informação Especialista em Gestão Social Especialista em Elaboração, Avaliação E Gestão De Projetos Sociais Conselheira Suplente no Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência – CONADe Representante da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos na Comissão Nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde Coordenadora do Sistema Nacional de Informação sobre Deficiência – SICORDE Coordenadora Nacional em Exercício da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência –CORDE 10 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Departamento de Informática na Educação a Distância PROGRAMA NACIONAL DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO Cláudio Francisco de Souza Salles PROGRAMA NACIONAL DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO 9 Apresentação 9 Objetivos ¾ Metas Iniciais e Alcançadas ¾ Estratégias ¾ Estrutura Organizacional ¾ Capacitação APRESENTAÇÃO Criação Portaria MEC nº 522, de 09 de abril de 1997 Abrangência Rede estadual e municipal de ensino fundamental e médio Coordenação MEC/SEED, em parceria com as secretarias de educação do DF, dos Estados e dos Municípios OBJETIVOS Promover o desenvolvimento e o uso das novas tecnologias da comunicação e da informação como ferramenta de enriquecimento pedagógico, visando: • melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem; • propiciar uma educação voltada para o progresso científico e tecnológico; 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO • preparar o aluno para o exercício da cidadania numa sociedade desenvolvida; • valorizar o professor METAS INICIAIS ¾ Atender 7,5 milhões de alunos em 6.000 escolas ¾ Implantar 200 Núcleos de Tecnologia Educacional ¾ Capacitar 1.000 multiplicadores ¾ Capacitar 25.000 professores ¾ Formar 6.600 técnicos de suporte ¾ Preparar 16.500 dirigentes ¾ Instalar 105.000 computadores ¾ Interligar escolas e NTE ¾ Estruturar sistema de acompanhamento/avaliação METAS ALCANÇADAS ¾ 4 milhões de alunos em 2.852 escolas ¾ 258 NTE implantados ¾ 1.419 multiplicadores capacitados ¾ 58.640 professores capacitados ¾ 303 técnicos de suporte formados ¾ 2.500 gestores ¾ 37.204 computadores instalados ¾ Sistema de acompanhamento/avaliação em fase de implementação ESTRATÉGIAS Articulação CONSED: Diretrizes Gerais Estados/Municípios: Operacionalização Adesão 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Estado/Município: Programa Estadual/Municipal Escola: Projeto Pedagógico Descentralização Coordenação Estadual Núcleos de Tecnologia Educacional - NTE Parceria Comunidade Pedagógica Comunidade Tecnológica Universidades/Escolas Técnicas Transparência Debates Públicos Divulgação: folder, Internet, documentação ORGANIZAÇÃO MEC/SEED Secretaria de Educação (Est./Mun.) DIED/ProInfo Coordenação ProInfo CETE NTE Escolas C E T E - Centro de Experimentação em Tecnologia Educacional 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Localizado no edifício sede do MEC Objetiva viabilizar a evolução harmônica das ações do ProInfo, mediante: • estabelecimento de redes • apoio aos NTE • divulgação de produtos • disseminação de informações • promoção do uso das novas tecnologias NTE Estrutura descentralizada de apoio ao processo de incorporação das novas tecnologias nas escolas, onde educadores e técnicos em informática são responsáveis pelas ações de: 9 sensibilização e motivação; 9 apoio ao processo de planejamento; 9 capacitação e atualização; 9 assessoria pedagógica e suporte técnico; 9 acompanhamento e avaliação. Norte: 24 Centro-Oeste: 26 Nordeste: 81 Sudeste: 87 Sul: 39 TOTAL DE NTE INSTALADOS: 258 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO ESCOLAS Adesão Condições de adesão: ¾ elaboração de projeto de uso pedagógico das novas tecnologias ¾ preparar instalação física ¾ capacitar professores CAPACITAÇÃO CLIENTELA TIPO DE CAPACITAÇÃO Multiplicador Pedagógica Professor Técnica Técnico de Suporte Gerencial Gestor 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO ESTRATÉGIA Professor capacitando professor Universidades Formadores NTE Multiplicadores Escolas Professores EQUIPAMENTOS DIRETRIZES ¾ Compra centralizada para garantir melhores preços ¾ Compatibilidade com o padrão IBM/PC, dominante no mercado nacional ¾ Tecnologia robusta, para aumentar o tempo de vida útil ¾ Garantia de funcionamento total por 5 anos ¾ Interligação em rede e à Internet ¾ Instalação de laboratórios nas escolas para permitir o acesso de mais alunos e facilitar o uso pela comunidade 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO PROGRAMA NACIONAL DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO • Telefone: (55-61) 410-8961 • Fax: (55-61) 410-9182 • e-mail: [email protected] • Sites: http://www.mec.gov.br/seed/proinfo http://www.proinfo.gov.br Programa Nacional de Informática na Educação – seu desenvolvimento e situação atual CURRÍCULO Cláudio Francisco de Souza Salles Principais cursos: • Engenheiro de Minas pela Universidade Federal do Rio Grande Sul – UFRGS • Professor do Ensino Técnico Licenciado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRGS • Especialista em Supervisão do Ensino de 3o Grau pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS • Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental pela Escola Nacional de Administração Pública – ENAP Últimas funções: • Coordenador de Informática do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA • Gerente do Projeto de Informatização do IBAMA (projeto e implantação da Rede Nacional de Computadores do IBAMA, parte do Programa Nacional do Meio Ambiente – PNMA) • Assessor do Secretário Executivo do Ministério da Educação e do Desporto MEC • Diretor do Programa Nacional de Informática na Educação - PROINFO 7 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Rafael Sanches Montoya A lo largo de los últimos años, distintos gobiernos autónomos del Reino de España han puesto en marcha proyectos e investigaciones sobre el uso de las nuevas tecnologías por parte de los estudiantes con necesidades educativas especiales. Estas iniciativas se presentarán estructuradas en 3 apartados: Atención Temprana, Integración escolar, Apoyo al profesorado y Transición de la escuela al mundo laboral. Como marco general se toman las orientaciones y trabajos de la “Agencia Europea para el Desarrollo de la Educación Especial” financiado por todos los países de la Unión Europea”. 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Painel: Apoio Empresarial ao Desenvolvimento de Projetos com o Uso das tecnologias de Informação e Comunicação na Educação Especial. Dulcejane Souza Vaz Súmula: O texto propõe apresentar uma proposta inovadora de como uma fundação empresarial pode contribuir para a inclusão social de pessoas portadoras de deficiência através de 02 eixos básicos: produção e disseminação do conhecimento e apoio ao desenvolvimento de novas tecnologias que atuem como soluções para a inserção social desse universo. Duas premissas nortearam a construção desta proposta: a) a inclusão/integração somente ocorre com a produção do conhecimento e com uma ampla divulgação das informações geradas; b) uma mudança sustentável da realidade exige que as intervenções sociais sejam planejadas e implementadas na escala em que o problema se apresenta. Apresentação: A Fundação Banco do Brasil está implementando um novo programa que visa contribuir para a inclusão social de grupos considerados vulneráveis, tendo com foco, no biênio 2002-2003, as pessoas portadoras de deficiência 1 . Para se chegar a uma proposta compatível com a vocação da Fundação, o primeiro grande desafio foi definir qual o modelo que atendesse as seguintes premissas: transformação sustentável da realidade social, promoção da cidadania e atuação na escala do problema. A pergunta sempre presente em nossas buscas era: Como atuar na causa e fazer diferença, sem sobreposição às ações do Governo e sociedade civil? Foi nesse contexto, que desenvolvemos uma proposta inovadora de um programa social, que rompe com o modelo tradicional de apoio financeiro direto às instituições de/ para portadores de deficiência ao propor investir na produção e disseminação do conhecimento, através de 05 pilares: 1. PESQUISA - para dimensionar e qualificar o universo dos portadores de deficiência, incentivar uma rede permanente de pesquisadores do tema, bem como subsidiar novas políticas públicas; 2. CONSELHOS DE DIREITO - para incentivar a implantação de conselhos estaduais e municipais de pessoas portadoras de deficiência e fortalecê-los, tendo como pressuposto básico que o tema deficiência é um eixo transversal a todos os demais conselhos de direito; 1 Neste texto, adotamos o mesmo conceito ampliado aplicado pelo Censo Demográfico 2000 para definição de pessoas portadoras de deficiência, que inclui também diversos graus de incapacidade de enxergar, ouvir, locomover-se. Este conceito é compatível com a International Classification of Functioning Disability and Health (2001) divulgada pela Organização Mundial de Saúde. 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO 3. CAMPANHA EDUCATIVA - para contribuir para a redução do preconceito e a desinformação da sociedade, desvinculando deficiência de incapacidade; 4. GUIA SOBRE DEFICIÊNCIA - para contribuir para a universalização do acesso aos diversos serviços e informações sobre saúde, educação, legislação, orientação familiar e acessibilidade. 5. PROJETOS-LABORATÓRIO – para incentivar o desenvolvimento e a disseminação de tecnologias que sejam promotoras de inclusão social. Diante do exposto, podemos afirmar que o Programa Diversidade apresenta 02 eixos básicos: informação e projetos-laboratório. Mas, por quê investir primeiro em um projeto de pesquisa? Impossível pensar num projeto que propõe trabalhar o conhecimento que não considere uma proposta de pesquisa como ponto de partida. Notou-se uma necessidade enorme de saber: Quantos são? O que fazem? Qual o nível de escolaridade? Qual o nível de acesso aos serviços públicos? Qual o nível salarial? Qual a sua relação com os familiares? Que políticas de incentivo existem para inclusão desse universo? A política de cotas é mesmo eficaz? E inúmeras outras questões que carecem de respostas, críticas e consolidação. Poder-se-ia argumentar que o Censo Demográfico 2000 é capaz de responder a todas essas questões ou, então, propor uma pesquisa de campo específica para o assunto. Mas uma pesquisa de campo implica em custos elevados e, como pouco se sabe sobre o perfil desse universo, a chance de realizar um investimento dispendioso e de pouca eficácia é muito grande. Além disso, o IPEA, o IBGE e a CORDE, em reuniões sobre o assunto, mostraram-nos que, no País, existe um volume considerável de dados sobre a deficiência. Para ilustrar, o primeiro Censo do Brasil (Inquérito de 1872) já apresenta dados sobre deficiências sensoriais. O que carecemos é de organizar esse estoque de informações, cruzar os diversos bancos de dados, interpretar os números e disponibilizá-los para a sociedade de forma objetiva, amigável e acessível. Este é primeiro desafio do Diversidade: construir um “mapa do conhecimento sobre a deficiência”, valendo-se dos diversos bancos de dados disponíveis: Censos Demográficos de 1991 e 2000, PNADS, RAIS, CAT, LOAS, entre outros. E, para isto, estamos realizando uma pesquisa intitulada ”Retratos da Deficiência no Brasil”, que abrange duas dimensões: 1 - Estatística - cujos objetivos específicos são: 9 traçar o perfil do universo dos portadores de deficiência; 9 elaborar banco nacional de dados; 9 levantar questionamentos, ainda não contemplados nos censos, que permitam melhor identificação do perfil do universo das pessoas portadoras de deficiência; 9 elaborar conjunto de sugestões para subsídios a novas políticas públicas 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO 2 - Bibliográfica – cujos objetivos específicos são: 9 levantar informações da produção acadêmica sobre deficiência, publicadas no Brasil entre 1990-2001; 9 disseminar e democratizar o acesso às fontes de informação; 9 incentivar novos estudos sobre o tema. Os produtos esperados desse projeto são 03: 9 cadastro nacional em CD ROM; 9 Monografia “Retrato da Deficiência no Brasil”, 9 Bibliografia “Estudos sobre a Deficiência no Brasil”. A execução do projeto de pesquisa está sob a responsabilidade do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas – RJ e a data estimada para a conclusão dos estudos e divulgação dos resultados é fevereiro de 2003. A respeito do segundo eixo do nosso Programa - Projetos-Laboratório - estamos agora em busca de identificar potenciais tecnologias que poderiam receber o apoio da Fundação Banco do Brasil para o seu desenvolvimento, validação e divulgação como soluções promotoras de inclusão social de pessoas portadoras de deficiência, seja na área de educação, saúde, trabalho, entre outras. Uma vez que o exercício da cidadania somente se materializa com a consciência de que somos sujeitos detentores de direitos, investir no desenvolvimento humano é fundamental para uma mudança sustentável da realidade, assumindo a área de tecnologia da informação papel fundamental para a democratização do conhecimento e, por conseqüência, da inclusão social. Por outro lado, não basta disponibilizar novas ferramentas para educação, é necessário romper os muros existentes - e às vezes invisíveis - e viabilizar que o processo educacional ocorra num ambiente inclusivo e plural, onde pessoas, com necessidades especiais ou não, compartilhem experiências, saberes e aprendam mutuamente, ainda que esta proposta seja um grande desafio para garantir a todos indivíduos a apropriação do conteúdo básico que a escolarização deve proporcionar. Por fim, coloco-me à disposição para sugestões e comentários, informando o nosso site: www.cidadania-e.com.br e nosso e-mail [email protected]. 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO DADOS PESSOAIS DULCEJANE DE SOUZA VAZ SQSW 100, Bloco B / apto. 311 – Sudoeste – 70067-012 - Brasília (DF) Fones: (61) 341.1431 / 9637-8611 CARGO ATUAL: Diretora da Fundação Banco do Brasil, responsável pela gestão de projetos na área de saúde e assistência social, entre eles: • Criança e Vida, que promove ações para combater a mortalidade infantil por câncer; • Diversidade, que busca promover a inclusão social da pessoa portadora de deficiência; • Justiça Itinerante, que propõe ampliar o acesso das comunidades de baixa renda aos serviços jurisdicionais; • articulações com governo, empresas privadas e organizações do terceiro setor, para viabilização de ações integradas para o desenvolvimento social sustentável. FORMAÇÃO ACADÊMICA 1998 - Especialização em Finanças Para Gerência e Desenvolvimento de Negócios – FEA/USP. 1991 - Bacharel em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Belo Horizonte (MG). EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL Out/99 - Fev/ 01 – MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL Secretaria de Previdência Social – SPS- Cargo: Chefe de Gabinete Coordenação de projetos relacionados à formulação de políticas públicas para a área de previdência, relacionamento com organismos internacionais (FMI, Banco Mundial, BID, CEPAL), organização de eventos, gerenciamento de equipe administrativa, destacando-se: • Gerente Técnica da SPS para o programa de empréstimo junto ao Banco Mundial, destinado à modernização do sistema previdenciário brasileiro; • Coordenação do Workshop “Previdência, Assistência Social e o Combate à Pobreza” – março/2000, em Brasília; 4 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO • Coordenação do “I Fórum de Dirigentes de Fundos Estaduais de Previdência” – junho/2000, Rio de Janeiro; • Coordenação do Seminário Internacional “Reforma da Previdência: Tendências e Perspectivas”, dez/2000, no Rio de Janeiro. EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL – BANCO DO BRASIL 1998/Set/99 – UNIDADE ESTRATÉGICA DE NEGÓCIOS COM O GOVERNO DF Cargo: Analista Sênior Prospecção de mercado e desenvolvimento de produtos e serviços customizados para estados, municípios e empresas públicas, elaboração de diretrizes e estratégias para o segmento de Governo e responsável pela condução dos seguintes projetos: • estratégias para a implementação de fundos de previdência para servidores públicos; • linhas de crédito para a modernização da gestão pública; • alternativas para o equilíbrio fiscal dos estados e municípios. 1995/98 – UNIDADE ESTRATÉGICA DE NEGÓCIOS INTERNACIONAIS - SP Cargo: Assessora Estruturação e negociação de Operações Comerciais de Trade Finance (Importação e Exportação) e Financeiras da Área Internacional, relacionamento com o mercado, Organismos Internacionais e Agências Oficiais de Crédito. 1993/94 – DEPARTAMENTO DE NORMAS DE CÂMBIO/COMÉRCIO EXTERIOR DF Cargo: Assessora Análise e condução de operações comerciais, financeiras e câmbio manual (taxas livres e flutuante), assessoria às agências internas e externas para assuntos relativos ao câmbio e comércio internacional. 1988/92 – Agência BELO HORIZONTE - CENTRO (MG) 5 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Cargo: Operadora de mercado de câmbio Responsável pela negociação e contratação de operações comerciais, financeiras e interbancárias. EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL (OUTRAS) 1998/1999 - Instrutora do Curso “Gestão de Negócios Internacionais”, Banco do Brasil. 1997/1998 - Professora do módulo “Práticas de Comércio Exterior” – no curso de pós- graduação da Faculdade Álvares Penteado -SP. 1996/1998 - Idealizadora e professora dos Cursos “Operações de Câmbio e Comércio Exterior” e “Negócios na Área Internacional”, Centro de Formação Profissional Sindicato dos Bancários do Estado de São Paulo. 6 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO VISUAL INFO INFORMÁTICA PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA VISUAL Nivaldo Tadeu Marcusso AGENDA • A Fundação Bradesco • A Origem do Projeto • A Tecnologia • A Implantação e o Atendimento • Evolução do Projeto • Demonstração HISTÓRICO A Fundação Bradesco, entidade sem fins lucrativos, fundada em 1956 por Amador Aguiar, declarada de utilidade pública federal em 30.7.1981, com o objetivo de proporcionar educação e profissionalização às crianças, jovens e adultos, sobretudo para os mais carentes. A primeira escola foi inaugurada em 29.6.1962, na Cidade de Deus, em Osasco, com 300 alunos e 7 professores. 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO HISTÓRICO Hoje são 38 escolas (incluindo 2 Internatos), com previsão de atendimento em 2002 para mais de 103 mil alunos, em 25 Estados brasileiros e no Distrito Federal. A 39ª escola já está em construção no Estado de Roraima. PROJETO EDUCACIONAL DA FUNDAÇÃO BRADESCO Norte Boa Vista/RR (em construção) Cacoal/RO Canuanã/TO Conceição do Araguaia/PA Macapá/AP Manaus/AM Paragominas/PA Rio Branco/AC - Formado em engenharia eletrônica, com MBA em Conhecimento, Tecnologia e Inovação e especialização em Tecnologia Educacional. Experiência de 15 anos nas áreas de informática, tecnologia educacional e segurança da informação, com especialização e visitas às Universidades UNED, Harvard, MIT, Bentley, IGNOU e outras. Atualmente é o responsável pelo Departamento de Tecnologia Educacional e de Informação da Fundação Bradesco. 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO PROGRAMA LUZ DAS LETRAS “DELETANDO O ANALFABETISMO” “Uma proposta educacional na qual a principal mídia é o computador, o professor é um mediador e o aluno um colaborador ativo. A ênfase educacional é a leitura por meio do pensamento crítico, avaliando a interpretação, interagindo continuamente, numa relação sinergética entre tecnologia e abordagem de ensino. Software com interface didático-pedagógica, desenvolvido para a educação de jovens, adultos e idosos.” A proposta é educar para conscientização, alfabetizando pelo computador e reduzindo o “digital divide”. O Programa, inicialmente concebido Simone Flauzino para atender a um requisito básico de direitos humanos, tal como foi desenhado acabou colateralmente por atender a outro princípio do Global Compact: “desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental”. Projetado para utilizar micro computadores Pentium 100, que são considerados sucata tecnológica e muitas vezes retornam à natureza como resíduo, o Luz das Letras concede um uso nobre a tais equipamentos. Além disso, o programa reduziu a necessidade do uso de papel em cerca de 90%, eliminando o uso de livros e apostilas, que são substituídos pelo próprio software e pela pesquisa na Internet. O programa também minimizou o consumo per capita de energia, ao reduzir a 1/6 o tempo necessário para a alfabetização. Apesar da energia consumida com as máquinas, o efeito compensatório pela redução da carga horária e os horários alternativos que o projeto INFRA-ESTRUTURA Verifica-se em todos os Estados brasileiros a existência de infra-estrutura adequada e disponível para a implantação do programa, tanto na Copel e em outras centrais elétricas, quanto em escolas municipais e estaduais, instituições, associações civis e religiosas e ONGs. Além disso, a facilidade de obtenção de mais equipamentos é grande pela disponibilização de equipamentos pelas empresas em função da atualização do parque de informática. LABORATÓRIOS Cada sala de aula será equipada com 5 estações de instrução, uma estação do professor e uma impressora jato de tinta. Todos os equipamentos de informática estarão ligados em um Rede Local Windows 95, no qual a estação do professor será de arquivos e servidor de impressão. Todos os computadores deverão possuir as mesmas características de hardware, conforme configuração já mencionada. A configuração recomendada do microcomputador da estação do professor será a seguinte: Pentium II 333 MHz; RAM 64 MB; HD 4.0 GB; monitor policromático 15”; teclado; mouse; placa de rede NE 2000; kit multimídia. Os softwares a serem instalados serão o Windows 95 e o Luz das Letras. A impressora poderá ser Desk Jet, com configuração de impressão de 600 dpi; 5 ppm. os resultados 1 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO Quantitativos, para a Comunidade e o Meio Ambiente • 294 microcomputadores 486 DX2, que seriam sucateados, foram disponibilizados pela Copel e estão sendo aplicados em período integral para bi-alfabetizar pessoas que estavam completamente à margem do conhecimento elaborado e culto, exigido pelo mundo das informações. Estas pessoas, antes, apenas limpavam ou transportavam estas máquinas; • 139 microcomputadores entre 486 DX2 e Pentium 100, otimizados por instituições privadas e governamentais, estão sendo usados no projeto. • Já foram poupadas aproximadamente 8,5 toneladas de papel, com base em uma equação simples de consumo: 1 aluno do Luz das Letras consome 230g de papel para cumprir o 1º módulo 1 aluno no ensino regular consome cerca de 4,5 kg de papel para dar conta do mesmo conteúdo • 2.000 alunos estão sendo bi-alfabetizados nos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Pulo, Rio de Janeiro e Goiás. Praticamente todos já não são mais analfabetos absolutos e sabem se estão tomando o ônibus certo, ou comprando o item que realmente querem no supermercado. Sua distribuição geográfica está demonstrada nos mapas a seguir: Qualitativos, para a Comunidade e o Meio Ambiente • MOTIVAÇÃO – Como todo trabalho é individualizado buscando o bem estar do aluno, este sente-se valorizado, confiante, com senso de responsabilidade e com segurança no que diz respeito à novidade. Seu comportamento se modifica comprovando a aprendizagem: ele passa a ter uma melhor qualidade de vida, pois não se sente mais marginalizado. Sua auto-estima é recuperada e melhorada, ele passa a desejar, a cada dia, explorar mais o computador em busca de melhoria profissional e também apresenta avanços em seus relacionamentos sociais, pois não tem mais vergonha de conversar e expor suas idéias. Há o estímulo à curiosidade (exploração do novo) e o fortalecimento da autonomia (tomadas de decisões, escolhas mais rápidas). • EVASÃO – É praticamente nula devido ao estímulo e interesse da parte dos orientadores e alunos. Devido a verdadeira troca de experiências e empatia da inter e da intrarrelação social que há entre as duas partes, os alunos esperam ansiosos pelo momento da aula. Há um sentimento de verdadeira confiança e união que faz com que exista tranqüilidade em compartilhar a vitórias e possíveis frustrações ocorridas durante o aprendizado • O progresso e o interesse dos alunos é surpreendente. Eles buscam a todo momento novos questionamentos e desafios, devido ao foco que é dado aos conteúdos e a alta capacidade de concentração que o computador permite. O rendimento está superando as expectativas baseadas na prática do ensino tradicional de alfabetização. 2 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO • O receio pela máquina é inexistente. O melhor de tudo é que temos alunos buscando informações e possibilidades de poder ter acesso ao computador fora dos horários de aulas. • Alunos que por motivo pessoal ou de serviço precisam faltar, quando retornam conseguem participar das aulas sem atropelos ou frustrações, pois todo o trabalho é individualizado. • Quando o aluno muda para outro laboratório, não há necessidade de adaptação. Se ele estiver mais adiantado ele se sente seguro o suficiente para, inclusive, auxiliar o professor, o que no ensino convencional seria uma falácia. • Uma de nossas primeiras alunas, que era copeira, já pôde ser promovida a serviços administrativos, por que tem noções de informática. Outro, que iniciou no projeto como zelador, hoje também exerce função administrativa. • No primeiro módulo estão previstos conteúdos que norteiam e possibilitam a capacidade do letramento. No Projeto Piloto, constatamos que alunos que se enquadravam como analfabetos absolutos no nível pré-silábico, conseguiram ler um texto escrito em caixa alta com 8 horas/aula e a média desse resultado pôde ser detectada com 15 horas/aula, ou seja, a partir da 16ª aula, dos 35 alunos envolvidos em dois laboratórios incubadores, somente 3 alunos ainda não haviam passado para o nível silábico. RESULTADOS PARA A EMPRESA Além da motivação interna, que deverá se refletir quantitativamente nas pesquisas de monitoramento e anual de clima organizacional (junho e novembro, respectivamente), o retorno intangível para a imagem da empresa junto a seus clientes já é sensível, principalmente no interior. Dado o pioneirismo do projeto e o otimismo com os primeiros resultados, o investimento no projeto já praticamente se pagou, em termos da cobertura da mídia, local, regional e até nacional já alcançada. A. FORMAÇÃO ACADÊMICA Graduação – Strito Senso - Engenharia da Produção: Mídia e Conhecimento – UFSC - Florianópolis– 2001 / 2002 Graduação – Lato senso – Supervisão Avaliação e Planejamento – UNICENTRO – Guarapuava – 1999 / 2000. Graduação – Pedagogia – Habilitação em Administração – Faculdades Positivo – Curitiba – 1988 / 1991. Ensino Médio – Magistério com Educação Infantil – Divina Providência – Curitiba – 1985 / 1987. 3 III CONGRES SO IBERO-AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIIEE 2002 ONGRESSO B. ATIVIDADES DIDÁTICAS Cargo/função: Supervisora/ Pedagoga Instituição: COPEL – Curitiba - PR Tipo de atividade: Supervisão Pedagógica Cargo/função: Professora Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR – Curitiba - PR Cargo/função: Professora Instituição: Faculdade Opet – Curitiba - PR Cargo/Função: Professora Instituição/Local: Escola Colméia Tipo: particular Cargo/Função: Professora/Diretora Instituição/Local: Escola Municipais e Creches de Curitiba Tipo: Municipal Cargo/Função: Professora/Supervisora Instituição/Local: Escolas da Copel e Diretoria de Marketing C. PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS Case : Copel – Companhia Paranaense de Energia Luz das Letras: O Passado e o Cibernético no Presente Publicação pela USP na Estação Ciência Inclusão Digital e a Sociedade do Conhecimento Publicação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Revista Educação e Movimento - AECPR Uma Proposta Midiática de um Software para a Alfabetização de Jovens e Adultos Publicação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Revista Educação e Movimento - AECPR Uma Nova Pedagogia desenhando a Nova Organização. 4
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