kunz carpintaria

Transcrição

kunz carpintaria
baseado no Livro de Daniel
leinaD ed orviL on odaesab
Conta
mais uma!
Os desafios das parábolas do Reino
para cristãos da atualidade.
baseado no Livro de Daniel
leinaD ed orviL on odaesab
Série de Estudos para Pequenos Grupos
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Federação das Uniões da Mocidade Adventista da Promessa – Fumap.
Proibida a reprodução, mesmo que parcial, por qualquer meio e processo,
sem a prévia autorização escrita da FUMAP. É permitida
a citação de pequenos trechos, desde que citada a fonte.
Organização Eleilton William de Souza Freitas
Autores Alexandro Jorge da Silva
Andrei Charles Sampaio Soares
Cláudia Duarte
Diego da Silva Barros
Eleilton William de Souza Freitas
Franilson Gurgelim
Jailton Sousa Silva
Líbia Bitencourt Seabra
Luis Cesar Galvão Camargo
Luiz Eduardo Souza Nunes
Marciel Diniz de Oliveira
Mateus Silva de Almeida
Roberto de Oliveira Soares
Sílvio Gonçalves
Revisão Denise Belisário
Projeto Gráfico e Capa Luis Cesar Galvão Camargo
Impressão Gráfica e Editora A Voz do Cenáculo
São Paulo, SP
FALE CONOSCO Federação das Uniões da Mocidade
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
04
ESTUDO 01. LANÇANDO A SEMENTE
05
ESTUDO 02. SOCIEDADE MISTA
08
ESTUDO 03. FAÇA A DIFERENÇA
11
ESTUDO 04. O MAIS IMPORTANTE PRIMEIRO
14
ESTUDO 05. FAÇA A VONTADE DO REI
17
ESTUDO 06. REBELDIA CONTINUADA
20
ESTUDO 07. PREGUE A MENSAGEM!
23
ESTUDO 08. TESOURO EM DOBRO!
26
ESTUDO 09. QUANTO AMOR!
29
ESTUDO 10. TUDO É FRUTO DA GRAÇA
32
ESTUDO 11. O CONVITE FOI FEITO
35
ESTUDO 12. O MAIOR DOS MILAGRES
38
ESTUDO 13. SEMPRE O MELHOR PARA O REI
41
ESTUDO 14. O DIA DA SEPARAÇÃO
44
ESTUDO 15. NÃO SEJA DESCUIDADO
47
ESTUDO 16. TUDO JÁ ESTÁ PRONTO!
50
BIBLIOGRAFIA
53
03
APRESENTAÇÃO
Paul Earnhart acertadamente comenta que a palavra “parábola”, forma
aportuguesada da palavra grega parabole, vem de um verbo grego que significa
“atirar para o lado”. Segundo ele, uma parábola é uma história que coloca uma
coisa ao lado de outra com o propósito de ensinar. É uma comparação,
colocando o conhecido ao lado do desconhecido. Jesus usou muito esse
método. Ele contou várias parábolas durante o seu ministério. Todas elas
ensinando coisas relacionadas ao reino de Deus. Nesta série de lições para
Pequenos Grupos, com o título “Conta mais uma! Desafios das parábolas do reino
para os cristãos da atualidade”, serão estudadas 16 dessas empolgantes histórias
contadas por Jesus.
A Fumap acredita no projeto dos Pequenos Grupos e por isso continua
produzindo material para a realização do mesmo. Esta lição é uma prova disso. E
por que acreditamos nos Pequenos Grupos (PG)? Por causa dos seus nobres
objetivos. Os objetivos básicos do PG são estes: promover o estudo da Bíblia e
oferecer uma oportunidade para o fortalecimento dos relacionamentos. O ideal
é que os estudos aconteçam uma vez por semana, e nos lares dos próprios
jovens. O desafio lançado pela Fumap é que cada Umap tenha ao menos um PG.
E esse desafio continua. Você, que lê este texto, reúna a galera uma vez por
semana e estudem juntos a Palavra de Deus.
A Fumap agradece a cada colaborador que contribuiu para que estas lições
fossem escritas. Que o Senhor possa abençoar cada cidadão do reino por meio
do estudo de sua Palavra. Que, de fato, entendamos e vivamos todos os desafios
das parábolas do reino!
Viva o Reino!
Bom estudo!
Equipe Fumap.
04
Fumap | Viva o Reino!
ESTUDO
01
LANÇANDO A SEMENTE
A semente
O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à
terra. (Mc 4:26)
I. Descrição da Parábola
Na parábola da semente (Mc 4:26-29), Jesus mostra o reino como algo
simples, através de uma atividade que fazia parte do dia a dia do povo daquela
época. Ele constrói o seguinte cenário: o reino de Deus é comparável a um
homem que lançou a semente à terra e esperou pacientemente que ela brotasse
e crescesse. A rotina do agricultor não é “perturbada pela ansiedade a respeito
da semente plantada”.1 Dormindo ou acordado, o agricultor segue a vida, pois
sabe que a semente vai brotar e crescer, mesmo que não tenha ideia de como
isso se dá.
Jesus não está querendo enfatizar que esse agricultor era preguiçoso. Ele
não é indiferente com a semeadura, mas com a semente. Apesar de não
conhecer os secretos processos da natureza, que até hoje deixam perplexos
agricultores e cientistas, ele faz o seu trabalho.2 E o faz com a certeza de que a
terra “produz por si mesma”. O agricultor sabe que essa semente germinará e se
transformará em uma planta que dá fruto. Jesus também deixa claro que esse
fruto será colhido no tempo certo, pois ele ficará maduro. O semeador “sabe
que a colheita demorará, mas, com certeza, virá”.3
II. Ensino central da Parábola
Mas, afinal de contas, o que é igual ao reino de Deus nessa parábola? É
justamente toda a ação: lançar a semente na terra, esperar essa semente
germinar e produzir frutos. O reino está presente tanto na semente como na
colheita; agora ele está presente, em parte, na semente, mas no futuro estará
1. Mulholland (1999:86).
2. Kunz (2014:69).
3. Mulholland (1999:86).
Conta mais uma! | Série de Estudos para Pequenos Grupos
05
presente na totalidade, será espiga cheia! Oculto “agora, totalmente manifesto
depois”.4 Este é o ponto central da parábola: a manifestação do reino de Deus. Os
cidadãos do reino precisam ter a paciência de um agricultor.
Não podemos controlar a semente depois que foi depositada na terra.
Podemos depositá-la na terra, essa é a nossa tarefa. Porém, precisamos ter fé de
que Deus fará com que a semente se desenvolva para que no tempo certo seja
colhido o seu fruto. Jesus quer que seus ouvintes semeiem e continuem
confiantes que a colheita virá! O reino é “de Deus”. Ele o está construindo de
acordo com sua vontade. Um dia ele virá em plenitude!
III. O que isso tem a ver comigo?
O reino é o governo de Deus, que ele está restaurando sobre o mundo inteiro.
Essa restauração começou de maneira concreta através de Jesus. Hoje, ele já está
presente no mundo como uma realidade concreta: pessoas “são convidadas a
recebê-lo; homens e mulheres recebem a ordem de semear”.5 Contudo, um dia ele
virá em plenitude para derrotar todo o poder do mal. Enquanto esse dia não
chega, como agricultor, continuemos o nosso trabalho com a confiança de que a
colheita futura acontecerá. Deus quer nos usar no estabelecimento do seu reino!
O reino de Deus chega, de maneira concreta, aonde quer que pessoas aceitem
o seu governo e aonde o poder de Jesus vença o mal, que assume diferentes
formas: sofrimento, doença, morte, possessão demoníaca, pecado pessoal e
imoralidade, a impiedosa justiça própria daqueles que afirmam conhecer a Deus, a
manutenção de privilégios especiais de classe, a destruição de relacionamentos
humanos, a rebeldia contra Deus, etc.6 Você foi convocado para envolver-se nessa
batalha e fazer o que está ao seu alcance. E mesmo que pareça que o mal vencerá,
não duvide: um dia a semente vai virar espiga cheia de grãos! Jesus está vindo para
reaver completamente tudo o que é dele!
VAMOS REFLETIR?
01. A parábola da semente, contada por Jesus em Marcos 4:26-29, é sobre
um agricultor preguiçoso? Qual o cenário da parábola?
4. Ibid.
5. Ibid.
6. Goheen (2014:103).
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02. Qual é o ensino central dessa parábola? Por que Jesus enfatiza que a
semente cresce “não sabendo o agricultor como”? O que isso significa?
03. Qual o nosso papel, ou desafio, diante do ensino central dessa parábola
contada por Jesus? O que podemos fazer para contribuir para o
estabelecimento do reino de Deus?
04. Para esta semana, o que estaríamos dispostos a fazer, diante de tudo o
que foi comentado neste estudo?
NOSSA ORAÇÃO
“Senhor, usa-nos para continuar semeando o evangelho do reino.
Ajuda-nos a continuar confiando que tu estás estabelecendo esse reino,
e que um dia ele se manifestará de modo pleno, vencendo todo inimigo
do seu governo.”
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07
ESTUDO
02
SOCIEDADE MISTA
O trigo e o joio
O reino dos céus é semelhante a um homem que semeia boa
semente no seu campo. (Mt 13:24)
I. Descrição da Parábola
O ministério de Jesus foi marcado pela mensagem do reino e para ilustrá-lo o
Mestre contava parábolas – pequenas histórias que ensinam uma verdade. Na
parábola do joio e do trigo, Jesus compara o reino de Deus com um homem que
semeou boa semente (de trigo) em seu campo, onde o inimigo também semeou
a sua erva daninha, o joio, disfarçadamente (Mt 13:24-30).
Jesus conta que os servos daquele homem quiseram arrancar o joio, mas
foram impedidos, pois poderiam arrancar também o trigo. Semeadas no mesmo
campo, as sementes cresceram juntas, compartilhando do mesmo solo, dos
mesmos nutrientes, da mesma água, do mesmo sol, até o dia da colheita. Dia em
que o joio e o trigo serão separados definitivamente.
II. Ensino central da Parábola
Joio e trigo são plantas que se parecem muito. Mas, atenção, joio é joio e
trigo é trigo. Note que em Mateus 13:36-43 o próprio Jesus explica a parábola
aos seus discípulos: ele chama o trigo (a boa semente) de “filhos do reino” e o
joio é chamado de “filhos do maligno”. Não existe um terceiro grupo de pessoas.
Os “filhos do reino” são aqueles cujo Senhor já começou a reinar, enquanto que
os filhos do maligno são aqueles que ainda são monopolizados pelo diabo,
tornando-se seus escravos e assumindo mais e mais do seu modo de ser.7
O campo onde estão os filhos do reino e os filhos do maligno é o mundo.
Veja que ambos crescem juntos nesse campo. Embora o reino de Deus esteja
presente, vivemos misturados aos ímpios na sociedade. O mal ainda está ativo
no mundo, pois o reino de Deus ainda não veio em plenitude. Por isso mesmo,
7. Rienecker (1998:232).
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Fumap | Viva o Reino!
os filhos do reino e os filhos do maligno convivem juntos. O detalhe é que no dia
da colheita, o joio será arrancado e lançado no fogo para ser queimado, enquanto
o trigo será recolhido para o celeiro.
III. O que isso tem a ver comigo?
Quem pode dizer quem é trigo e quem é joio? Só o Senhor, pois o Senhor
conhece os que são seus (2 Tm 2:19). Não cabe a nós julgar. Não somos nós que
faremos a colheita. Nossa tarefa não é identificar quem são os falsos, mas viver
como verdadeiros filhos do reino. Esse é um dos grandes desafios de vivermos
como cidadãos do reino numa sociedade mista.
A separação definitiva para um ambiente onde estarão somente os filhos do
reino ocorrerá com o regresso daquele que plantou as boas sementes (o Filho de
Deus), quando o reino será estabelecido em plenitude. E é importante saber que o
Rei está voltando! O dia da colheita se aproxima! Com a colheita vem a plenitude
do reino de Deus e a restauração completa da sociedade e desta era má. De
acordo com a Bíblia, isso não acontecerá por causa de um longo caminho de
aperfeiçoamento histórico da humanidade, mas de uma intervenção sobrenatural
de Deus! Ele virá para tirar todo tipo de joio!
VAMOS REFLETIR?
01. Comente a parábola do joio e do trigo de Mateus 13:24-30, com o grupo.
02. Com base na explicação do próprio Jesus, em Mateus 13:36-43,
identifique com o grupo os personagens da parábola. Quem é quem?
03. Comente sobre a sociedade mista em que vivemos. Quem pode dizer
quem é trigo e quem é joio? O que podemos fazer até que chegue o dia
da colheita, mesmo vivendo num mundo mau?
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04. Você acredita que a sociedade vai melhorar naturalmente, através do
desenvolvimento da ciência, tecnologia, ideologias, etc., até o ponto de
poder ser estabelecida na terra uma sociedade perfeita, graças ao
homem? Se não, o que precisa acontecer para vivermos num mundo
perfeito, onde reina justiça?
NOSSA ORAÇÃO
“Senhor, enquanto estivermos vivendo neste mundo e nesta sociedade,
não estaremos isentos da convivência com os valores do reino inimigo,
por isso, ajuda-nos a viver nela como trigo, sinalizando o reino que um
dia virá de modo pleno!”
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ESTUDO
03
FAÇA A DIFERENÇA
A semente de mostarda e o fermento
Outra história: “O reino de Deus é como a semente de mostarda
plantada por um agricultor.” (...) Mais uma história: “O reino de
Deus é como o fermento que uma mulher põe na massa para fazer
muitos pães.” (Mt 13:31-33 – A Mensagem)
I. Descrição da Parábola
Imagine estas cenas: "sementes minúsculas nas mãos de um agricultor" e
"um pouco de fermento misturado com farinha de trigo nas mãos de uma dona
de casa". São essas cenas simples, com coisas simples, para gente simples, que
foram utilizadas por Jesus, em Mateus 13:31-33, para nos ensinar sobre o reino
de Deus, tema central do evangelho. Um agricultor semeando era algo muito
comum na época de Jesus. A semente de mostarda era um pequeno ponto
marrom na ponta dos dedos do agricultor, mas “resulta numa árvore que pode
chegar até quatro metros”.8
Uma dona de casa fazendo pão também era algo muito comum na época de
Jesus. A dona de casa hebreia não “podia comprar um bocado de fermento na
mercearia da esquina. Ela tinha de pegar um pedaço de massa já fermentada e
colocá-la na massa ainda não levedada”.9 Era um pedacinho de uma massa já
fermentada de uma fornada anterior que era juntada a três medidas de farinha e
sovada para poder crescer. E esse pedacinho era capaz de fazer crescer a nova
massa feita. Alguns calculam que três medidas de farinha davam algo em torno
de 20 Kg!10
II. Ensino central da Parábola
O ponto central do ensino das duas parábolas é um só: o contraste entre o
começo e o término, entre a pequenez inicial e a grandeza final, um “contraste entre os
começos insignificantes do Reino e sua manifestação final em Majestade e Poder”.11
8. Kivitz (2012:190).
9. Ladd (2008:61).
10. Rienecker (1998:230).
11. Coenen; Brown (2000:2310).
Conta mais uma! | Série de Estudos para Pequenos Grupos
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Jesus estava ensinando que o “reino de Deus é quase imperceptível, até mesmo
irrelevante, mas, com o tempo, ganha uma densidade que todos podem notar”.12
Quando o reino de Deus se manifesta, começa pequeno, assim como foi o
nascimento de Jesus, num estábulo, crescendo em uma pequena aldeia da Galileia
com pouco mais de 50 famílias. Quem poderia dar alguma coisa por aquele
carpinteiro de Nazaré? O que ele poderia realizar com mais uma dúzia de judeus que
o seguiram? Mas não desanimemos, “dia virá em que o reino de Deus ocupará toda a
terra, da mesma forma que o fermento enche a tigela. Os propósitos de Deus não
serão frustrados”.13 Não se deixe enganar pela aparente insignificância do reino!
III. O que isso tem a ver comigo?
Abraham Kuyper disse que “não há um único centímetro quadrado em todos
os domínios da existência humana sobre o qual Cristo, que é soberano sobre tudo,
não clame: é meu!”14 Todas as coisas pertencem a Deus. Por direito ele é dono de
tudo. Mas nem todos hoje reconhecem seu domínio. Como seguidores de Cristo,
somos desafiados a influenciar, a trazer a vida e a realidade de nossos amigos e
familiares para dentro das fronteiras do reino de Deus.
O reino de Deus já está entre nós. Mesmo que o mal pareça prevalecer. Mesmo
que os valores do reino das trevas grassem na sociedade. O reino já está entre nós.
Deus já está restaurando o seu governo e domínio sobre todas as coisas. Nós já
somos aqueles que o receberam como rei. Já devemos dar sinais desse reino neste
tempo caótico em que vivemos. A presença do domínio de Deus está destinada a
adentrar todo ambiente onde o mal impera, assim como o fermento adentra e
transforma a farinha. Os poderes do mal farão de tudo para resistir ao reino. Mas
um dia Jesus vem para reaver o que é dele. Um dia todos verão que o reino de
Deus é grandioso.
VAMOS REFLETIR?
01. Faça um resumo das parábolas contadas por Jesus em Mateus 13:31-33.
Destaque alguns detalhes delas dentro do contexto de Jesus.
12. Kivitz (2012:190).
13. Ladd (2008:65).
14. Kivitz (2012:191).
12
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02. Qual o principal ensino dessas parábolas contadas por Jesus?
03. Você poderia dar alguns exemplos de valores do reino das trevas que
estão presentes de modo muito claro em nossa sociedade? Às vezes não
parece que o mal vencerá? Às vezes não parece que nossa luta é em vão?
04. Sendo nós cidadãos do reino, o que podemos fazer para influenciar os
relacionamentos da escola, família e trabalho com os valores do reino de
Deus enquanto aguardamos que este se mostre em todo seu poder?
NOSSA ORAÇÃO
“Senhor, somos gratos pelo teu agir nas pequenas coisas. Não nos
deixes desanimar diante dos valores das trevas presentes na sociedade.
Tu estás trabalhando para trazer o reino como ele é, em sua glória e
esplendor. Ajuda-nos a aguardá-lo com expectativa!”
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ESTUDO
O MAIS IMPORTANTE PRIMEIRO
04
O tesouro escondido e a pérola de grande valor
O reino dos céus é como um tesouro escondido num campo. (...) O
reino dos céus também é como um negociante que procura pérolas
preciosas. (Mt 13:44-46)
I. Descrição da Parábola
Jesus comparou o reino de Deus com um tesouro escondido em um campo
que, ao ser encontrado e avaliado, causa intensa alegria em quem o achou,
gerando uma atitude de desapego a tal ponto de se vender tudo o que se tem para
obtê-lo (Mt 13:44). Como sempre, o Mestre estava usando uma ilustração de algo
comum entre seus ouvintes. Não era raro, naquele tempo, as pessoas enterrarem
suas riquezas. Em razão das muitas guerras pelas quais a Palestina passou, as
pessoas enterravam suas riquezas para preservá-las. No caso de uma fuga rápida
ou morte inesperada, o tesouro ficava lá, às vezes décadas até ser encontrado.15
Segundo as leis normais da época, se o tesouro é desprovido de identificação,
pertence ao proprietário da terra.16 Por isso, o homem procurou tornar-se
proprietário da terra para ter direito ao tesouro. Na sequência, Jesus também
comparou o reino de Deus com um comerciante que busca boas pérolas (Mt
13:45). Ele mencionou um comerciante que, encontrando uma pérola de grande
valor, vende tudo o que possui para obtê-la. As pérolas na Antiguidade eram
artigos muito cobiçados. Ouviu-se falar de pérolas que valiam milhões!17
II. Ensino central da Parábola
Nas duas parábolas mencionadas, Jesus procura deixar claro o fato de que
para obter o bem desejado é necessário abrir mão de alguma coisa. Na verdade,
abrir mão de muita coisa. Essencialmente, o reino de Deus é algo muito valioso,
inestimável, cuja descoberta deveria ser motivo para abandonar tudo, pois nada
se compara ao seu valor.
15. Kivitz (2012:192).
16. Stern (2007:200).
17. Kunz (2014:84).
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Fumap | Viva o Reino!
O principal ensino dessa dupla de parábolas é justamente este: o reino deve
estar sempre em “primeiro lugar”, pois tem muito valor. Devemos colocá-lo em
máxima prioridade, pois o seu valor é inestimável; se custar ao indivíduo tudo
quanto ele tem, ainda assim se constitui um pequeno preço.18 Sabendo disso,
saibamos reconhecer o que tem real valor.
III. O que isso tem a ver comigo?
O reino é realmente algo importante para você? Apesar de recebermos o reino
de Deus pela graça, sem custo, independente de méritos, não o recebemos para
cruzar os braços e aguardar sua consumação. Justamente porque o recebemos
pela graça e diante do seu grande valor, precisamos nos comprometer e nos
dedicarmos aos seus valores, que devem ser prioridade em nossa vida.
Desfrutar o reino de Deus requer renúncias radicais, e isso não é fácil.
Diariamente precisamos peneirar as ofertas que recebemos e separar o que tem
valor eterno do que não tem. Se não dedicamos tempo a quem mais entende dos
valores do reino a que pertencemos, não teremos condições de nos alegrarmos
com o privilégio de fazermos parte desse reino. Assimilar esses valores e praticálos será sempre nosso grande desafio.
VAMOS REFLETIR?
01. O que as pessoas costumam fazer quando lidam com algo que é muito
importante para elas? Você poderia citar exemplos?
02. Faça um resumo das duas parábolas contadas por Jesus em Mateus
13:44-46. Qual o principal ensino de Jesus nessas parábolas que contou?
18. Ladd (2008:95).
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15
03. Você acha que o excesso de opções deste tempo plural em que vivemos
pode ser prejudicial ao definirmos nossas prioridades? Quais os
benefícios de ter nossa prioridade estabelecida?
04. Leia Mateus 6:33 e fale sobre os desafios de colocar em prática esse
mandamento de Jesus.
NOSSA ORAÇÃO
“Senhor, que nunca falte em meus lábios e em meu coração o
reconhecimento do valor absoluto do teu reino. Além disso, que nunca
falte em meus pés e em minhas mãos a prontidão em priorizá-lo e viver
os seus valores.”
16
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ESTUDO
05
FAÇA A VONTADE DO REI
Os dois filhos
Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as meretrizes
entram adiante de vós no reino de Deus. (Mt 21:31)
I. Descrição da Parábola
A parábola dos “dois filhos” é mais uma da série de parábolas contadas por
Jesus para ilustrar e ensinar aos seus ouvintes sobre o reino de Deus. Nela o
Mestre fala acerca de um homem que possuía um campo onde plantava uvas.
Esse homem era pai de dois filhos e, certa vez, ordenou aos seus filhos que
fossem trabalhar na sua vinha.
Ambos ouviram o pedido do pai e tiveram reações diferentes. Um dos filhos
desprezou a orientação, dizendo que não iria trabalhar. No entanto,
arrependido, decidiu obedecê-lo e se dispôs ao trabalho. Ao contrário do
irmão, que, aparentemente obediente e apto para o trabalho, respondeu de
modo positivo ao pai: “Sim, senhor!” Contudo, não foi trabalhar. Desobedeceu!
II. Ensino central da Parábola
Antes de contar a parábola dos “dois filhos”, Jesus havia saído de uma discussão
acerca da autenticidade do batismo de João – o batismo do arrependimento para
remissão dos pecados. É nesse contexto que Jesus conta a parábola. Portanto, seu
objetivo era rebater os ataques dos fariseus e líderes religiosos que o censuravam e
questionavam sua autoridade. Lembramos que João Batista e Jesus anunciavam a
mensagem do arrependimento: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus
(Mt 3:2; 4:17).
Ao ouvirem essa mensagem, publicanos e prostitutas se arrependiam dos seus
pecados (Mt 21:31). Pecadores tornavam-se cidadãos do reino! Por outro lado, os
fariseus, aparentemente religiosos e obedientes, rejeitaram o Rei e a sua pregação (Mt
21:32). O primeiro filho retrata os religiosos professos, cuja justiça própria os impede
de responder bem a qualquer chamada de arrependimento. O segundo filho
Conta mais uma! | Série de Estudos para Pequenos Grupos
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representa os publicanos e pecadores, que de início estavam longe de serem justos, e
depois se arrependeram.19 Qual dos dois grupos fazia a vontade do Pai?
III. O que isso tem a ver comigo?
Há algum tempo muito se falou sobre a metanoia, que é a transformação da
mente e acontece quando há arrependimento e fé em Jesus. Foi isso que
aconteceu com os pecadores que ouviram a mensagem do reino: homens e
mulheres foram transformados quando fizeram a vontade do Rei, diferente dos
fariseus que mantiveram uma postura arrogante e não deram ouvidos à pregação.
O rei Jesus desceu dos céus, habitou entre nós, inaugurou seu reino na terra e
nos concedeu o direito e privilégio de vivermos como cidadãos do reino. Com o
ensino da parábola aprendemos que para fazer parte do reino é necessário
arrepender-se, e que arrependimento gera obediência, pois essa é a vontade do
rei Jesus! Seguir a “Jesus não é meramente uma questão de intenções, convicções
ou crenças. É uma questão de comprometimento, de envolvimento, de obediência
a Deus”.20
VAMOS REFLETIR?
01. Fale sobre as atitudes dos dois filhos apresentados na parábola após
receberem a ordem do pai. O que todo pai sentiria em relação à atitude
dos filhos?
02. Qual foi o objetivo de Jesus ao contar a parábola? O que ele estava
querendo ensinar?
19. Tasker (1980:161-162).
20. Kivitz (2012:202).
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03. Qual é a vontade do rei Jesus em relação ao pecador? Qual é a relação
entre arrependimento e obediência?
04. O que significa, na prática, fazer a vontade de Jesus? Pense em
exemplos concretos.
NOSSA ORAÇÃO
“Senhor, obrigado por eu estar entre aqueles que se arrependeram e se
esforçam para fazer a tua vontade. Que não nos ocupemos em falar
muito. Que o nosso modo de viver se encarregue de mostrar a tua luz a
outras pessoas.”
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ESTUDO
06
REBELDIA CONTINUADA
Os lavradores maus
Havia um proprietário de terras que plantou uma vinha. Colocou
uma cerca ao redor dela, cavou um tanque para prensar as uvas e
construiu uma torre. Depois arrendou a vinha a alguns lavradores e
foi fazer uma viagem. (Mt 21:33)
I. Descrição da Parábola
Jesus contou uma parábola sobre agricultores maus (Mt 21:33-41). A
parábola fala do dono de uma terra que plantou uma vinha, arrendou-a a alguns
lavradores e viajou para outro país. Uma vinha demorava em torno de 4 a 5 anos
até que as videiras começassem a produzir. Não era algo com um retorno
financeiro imediato.21 Na época da colheita, entretanto, o fazendeiro enviou seus
empregados para receber sua parte nos lucros.
Daí vem a grande surpresa da história. Os arrendatários se recusaram a pagar
o lucro da colheita. Eles espancaram alguns dos funcionários do fazendeiro que
foram cobrar a parte dos lucros que lhe era devida, e até chegaram a matar um
deles para que a vinha permanecesse em suas mãos. Eles estavam agindo como
se fossem donos legítimos da propriedade, o que não era verdade. Por último,
então, o fazendeiro resolveu enviar seu próprio filho, a fim de que os lavradores
reconhecessem a autoridade do herdeiro das terras. Mas, eles assassinaram o
filho. Que coisa mais terrível, não é mesmo?
II. Ensino central da Parábola
Esta parábola reproduz a história de Israel. Os próprios fariseus entenderam
que a parábola era direcionada a eles (Mt 21:45). Nesta história o dono da vinha
representa o próprio Deus, os lavradores representam o povo judeu que
rejeitou sua aliança, os servos que foram mortos representam os profetas, e o
filho faz referência à pessoa de Jesus. O povo de Israel foi um povo rebelde.
A “Bíblia registra a insistência de Deus em chamar Israel. E também revela o
endurecimento do coração de Israel, que por sua vez insistia em se afastar de
21. Kistemaker apud Kunz (2014:177).
20
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Deus e correr atrás dos ídolos”.22 O ápice da sua rebeldia foi a trama para matar
Jesus. Diante dessa rebeldia, o arrendatário daria sua vinha para outros
agricultores cuidarem (Mt 21:41). O povo de Israel rejeitou Jesus, mas outros o
receberiam (Mt 21:43).
III. O que isso tem a ver comigo?
A rebeldia é coisa séria. Quando você escuta a palavra "rebeldia" do que se
lembra? Daquela novela que influenciou multidões a dizerem: “eu sou RBD”? Daquela
bronca que levou dos pais? De liberdade? Porque para muitos rebeldia é sinal de
independência. Ou talvez pense que ser rebelde é lutar por seus direitos? De fato ser
rebelde virou moda, mas e nas palavras de Jesus? Nas palavras de Jesus a rebeldia,
principalmente contra Deus, é séria.
O reino de Deus foi tirado da jurisdição do povo rebelde e entregue a outro povo
(Mt 21:43). A comunidade que é promotora do reino de Deus, hoje, chama-se igreja.
Se você faz parte dela, é alguém que já reconheceu a Cristo como Senhor, está entre
aqueles que abandonaram a rebelião contra Deus, que é a maior das rebeliões! Mas,
como não fomos totalmente transformados, ainda há focos de rebeldia em nós, e
com a ajuda de Deus devemos lutar contra eles. Lutar contra os nossos e ajudar outras
pessoas a abandonarem a rebelião contra Deus, reconhecendo-o como Senhor! Este
Deus cheio de graça ainda continua oferecendo oportunidades para isso.
VAMOS REFLETIR?
01. Há algum benefício em ser rebelde? Conhece pessoas rebeldes? Lembrase de alguma rebeldia sua? Como seus pais reagiram?
02. Do que trata a parábola contada por Jesus? Qual seu principal ensino?
22. Kivitz (2012:204).
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21
03. Converse com o grupo sobre como Deus lida com os rebeldes; para
facilitar, identifique a graça (Mt 21:33), a misericórdia (Mt 21:34-37) e o
juízo divino (Mt 21:42-44) na parábola contada por Jesus.
04. Cite exemplos de rebeldia contra Deus em nossa sociedade. Qual a única
solução contra a rebeldia (Mt 3:2,8; Lc 15:7)? Nós, como ex-rebeldes,
ainda temos de lutar contra a rebeldia? Qual nosso papel diante da
sociedade rebelde do nosso tempo?
NOSSA ORAÇÃO
“Senhor, nós te louvamos por teu grande amor e misericórdia. Mesmo
diante da rebeldia do teu povo, em toda a história, o Senhor não desistiu
dele. Ajuda-nos a lutar contra nossa rebeldia e a ajudar outros a
abandonar a deles.”
22
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ESTUDO
07
PREGUE A MENSAGEM
O semeador
Jesus falou muitas coisas por parábolas, dizendo: E o semeador saiu
a semear... (Mt 13:3 – NVI)
I. Descrição da Parábola
Assentado dentro de um barco, à beira-mar, Jesus ensinou a uma multidão.
Ele falou sobre um semeador que saiu a semear (Mt 13:1-9), e, enquanto fazia
seu trabalho, parte das sementes caiu à beira do caminho e as aves do céu
comeram. Outra parte caiu em solo rochoso, mas, embora tenha nascido
rápido, queimou-se com o calor do sol e falta de raízes. Outras sementes caíram
entre espinhos, mas foram sufocadas com o crescimento destes.
Finalmente, uma parte caiu em boa terra e a produção foi excelente. Depois,
Jesus explicou que a semente é a mensagem do reino e os solos que não
produziram frutos são como as pessoas que ouvem a Palavra, mas não
entendem. Alguns a recebem com alegria, mas não resistem às pressões da
vida e outros são aqueles em que a Palavra é sufocada pelo fascínio do mundo.
Entretanto, há aqueles que ouvem, entendem e frutificam. Esses são a boa terra.
II. Ensino central da Parábola
Embora Jesus tenha falado sobre plantio de sementes, ele não pretendia ensinar
sobre agricultura, mas sobre a pregação do “evangelho do reino”. De acordo com o
que Jesus ensinou, o reino está entre nós, mas não com poder irresistível. Os homens
podem rejeitá-lo e, de fato, muitos têm feito isso. O reino não se impõe pela força,
deve ser recebido voluntariamente pelas pessoas. E onde o evangelho do reino é
recebido produz muito fruto.23
Neste ensino de Jesus, duas verdades estão evidentes. A primeira delas é que as
pessoas recebem o evangelho do reino de maneira diferente. Alguns não entendem
sua mensagem, outros a tratam com superficialidade e não lhe dão exclusividade em
23. Kunz (2014:65).
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23
seus corações. Mas sempre haverá os que creem e a recebem. A segunda verdade é
que a semente é boa. A Palavra de Deus é sempre boa e pode fazer a vida de alguém
frutificar abundantemente. Em nenhum momento, o ensino apresenta problema com
a semente, porque ela simboliza a Palavra de Deus, que é viva e eficaz (Hb 4:12).
III. O que isso tem a ver comigo?
O princípio ensinado por Jesus é bastante simples: o semeador simplesmente
saiu e semeava. Muitas vezes nos preocupamos demais com técnicas e
desempenho pessoal para atrair pessoas ao reino de Deus. Os melhores cantores,
os melhores pregadores, o melhor equipamento. Não se apoie nos métodos,
confie na qualidade da semente. O evangelho é poder de Deus!
Não dá para ficarmos parados olhando o tempo e as oportunidades passarem
(Ec 11:4). É preciso sair e semear a mensagem do reino. É provável que você
enfrente rejeição e incredulidade, pois Jesus também enfrentou (Mt 13:15,58). Mas
não deixe de semear! Com certeza você encontrará pessoas que receberão a
Palavra com sinceridade e testemunharemos os frutos de uma abundante colheita.
VAMOS REFLETIR?
01. O que Jesus pretendia ensinar com essa parábola? Quais são as duas
verdades que o Mestre pretendeu ensinar?
02. Depois de ler Hebreus 4:12, fale ao grupo sobre onde deve estar nossa
confiança ao pregar a mensagem.
03. Leia Eclesiastes 11:4 e Colossenses 4:3-6 e compartilhe sobre como ser
um bom semeador. Em que momento se deve pregar o evangelho? Em
que locais?
24
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04. Dos quatro tipos de solo, três tornaram-se improdutivos. Isso não
deveria desanimar o semeador? Explique (Mateus 13:23).
NOSSA ORAÇÃO
“Senhor, nós te agradecemos a oportunidade de estarmos entre os
quais o evangelho do reino frutificou. Um dia esse evangelho chegou a
nós e abandonamos o nosso estado de rebelião contra ti. Ajuda-nos a
levar essa semente a outros.”
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25
ESTUDO
08
TESOURO EM DOBRO!
Coisas novas e velhas
... Por isso todo escriba versado no reino dos céus é semelhante a
um pai de família que tira do seu depósito coisas novas e coisas
velhas. (Mt 13:51-52)
I. Descrição da Parábola
As parábolas são os “contos” do reino onde Jesus tira lições do dia a dia para
revelar verdades do reino dos céus. Neste estudo, meditaremos na parábola do
escriba instruído (Mt 13:51-52). Quem era o escriba? O escriba, na época de Jesus,
era um professor da lei, alguém qualificado para ensinar. Era quem estudava,
interpretava e apresentava aplicações daquele conhecimento.24 Mas, na parábola
contada, Jesus não está pensando num mero escriba, mas num que é discípulo
do reino de Deus.
Na parábola, o tal “escriba discípulo do reino dos céus” é comparado a um pai
de família que tira do seu tesouro “coisas novas e coisas velhas” (v. 52). O pai de
família era o chefe da casa, alguém com autoridade reconhecida, que controlava
os bens da família. Para todos os “de sua casa ele supria o que era justo, e na hora
certa”.25 O que isso significa? Vejamos na sequência.
II. Ensino central da Parábola
Para entendermos o ensino da parábola, precisamos lembrar que ela
começa com um “por isso”. Cristo havia perguntado se os discípulos
entenderam as parábolas contadas anteriormente. Suas respostas foram
positivas (v.51). Diante dessa resposta é que Jesus afirma que o escriba que é
instruído no reino de Deus se parece com um pai de família. Observe que os
discípulos de Jesus afirmaram ter entendido seu ensino sobre o reino, através
de todas as parábolas que ele havia contado neste capítulo (Mt 13). Eles é que
são chamados de professores. Este “escriba instruído no reino” é o discípulo de
Cristo que entendeu sua Palavra, sabe viver e ensinar verdades dela.
24. Wiersbe (2006:60).
25. Lockyer (1999:238).
26
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Os discípulos de Jesus estão “na obrigação de usar os meios disponíveis em
seu ministério, tal como o pai de família tira diversas coisas que fornecem aquilo
que sua família precisa”.26 Ele ensina “coisas velhas e coisas novas”, uma possível
referência à totalidade da revelação de Deus. A grande “casa do tesouro” de todo
discípulo de Jesus é a Palavra de Deus do Antigo e Novo Testamentos.27 Este texto
“ressalta a continuidade entre o AT e as palavras e atos de Jesus (13:52)”.28
III. O que isso tem a ver comigo?
Entenderam estas coisas? Será que podemos responder positivamente como os
discípulos responderam a nosso Senhor? Uma vez que entendemos a mensagem do
reino e abraçamos Jesus como nosso rei, é nossa responsabilidade viver e ensinar essa
verdade como bons professores da mensagem do reino de Deus. É óbvio que existem
algumas pessoas que foram chamadas por Deus para atuarem na área do ensino, mas
em alguma medida todos nós temos a responsabilidade de ensinar a Palavra de Deus
quando necessário. O Pequeno Grupo do qual participamos é uma ferramenta
importante nesse sentido.
Devemos, então, ensinar a Palavra tendo Cristo como centro. A Bíblia é um todo
coerente, “da lei e da tradição de Israel, passando pelos profetas e, necessariamente,
por Jesus, a luz que ilumina toda a revelação de Deus”.29 Devemos tirar os bons
tesouros da Palavra de Deus, as novidades da “velha verdade”! Não há o que inventar!
Vivendo numa sociedade com valores invertidos, nunca foi tão necessária a presença
de discípulos de Jesus disseminando as verdades do reino! Com toda certeza, você
que entendeu essa verdade deve conhecer alguém precisando ouvi-la. O que
estamos esperando para colocar a mão na massa?
VAMOS REFLETIR?
01. Você entende ser importante o papel de um professor? E de um pai de
família? Poderia elencar algumas razões?
26. Champlin (1979:413).
27. Rienecker (1998:240).
28. Adeyemo (1166).
29. Kivitz (2012:195).
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27
02. Sobre o que trata a parábola contada por Jesus em Mateus 13:51-52?
Faça uma narração da mesma, identificando os personagens e detalhes.
03. Qual a verdade principal dessa parábola? O que Jesus estava querendo
ensinar para os seus discípulos?
04. Como podemos colocar em prática a verdade principal da parábola?
Você entende ser importante o papel do ensino das verdades do
evangelho em nossos dias? Ele é importante só para quem está de fora
da comunidade cristã ou também o é para os cristãos?
NOSSA ORAÇÃO
“Senhor, obrigado por termos entendido as verdades do teu reino.
Como escribas discípulos do reino, desejamos que a nossa boca seja
usada para levar essas verdades aos teus filhos e àqueles que ainda não
te conhecem.”
28
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ESTUDO
09
QUANTO AMOR!
O credor incompassivo
Por isso o reino dos céus pode ser comparado a certo rei que quis
ajustar contas com seus servos. (Mt 18:23)
I. Descrição da Parábola
Na parábola do credor incompassivo (Mt 18:23-35), Jesus contou a história
de um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos devedores. Um deles
lhe devia dez mil talentos, algo em torno de 60 milhões de denários. O denário
era o valor pago por um dia de trabalho braçal na época de Jesus. Esse servo
estava encrencado, pois não tinha condições de pagar tal dívida. Por isso, o rei
ordenou que o servo, sua família e seus bens deveriam ser vendidos para que a
dívida fosse paga. O servo implorou por mais um pouco de tempo e seu pedido
foi atendido pelo rei, que perdoou a sua dívida.
Ao sair da presença do rei, esse mesmo servo encontrou um conservo que
lhe devia somente cem denários. Em vez de perdoá-lo, ele agarrou e sufocou o
devedor, exigindo o pagamento do débito. O conservo implorou por um pouco
mais de tempo, mas o servo não aceitou seu pedido, ordenando a prisão do seu
devedor até o pagamento da dívida. No momento em que o rei soube dessa
situação, ficou enfurecido, ordenou a prisão do servo e o entregou aos
torturadores até que a dívida fosse paga.
II. Ensino central da Parábola
O ensino dessa parábola é claro. O rei é o próprio Deus. O servo endividado
até o pescoço, os seres humanos. A dívida, o próprio pecado, nossa rebeldia diante do
rei. Nenhum de nós tinha condições de pagar nossa dívida diante de Deus. A
“misericórdia e o perdão compassivo de Deus são a única alternativa possível ao
homem. Entretanto, exige-se a mesma atitude daquele que foi perdoado, em relação
ao seu próximo”.30
30. Kunz (2014:96).
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29
O débito do homem com Deus é muito maior que qualquer dívida entre duas
pessoas. Por isso, se o próprio Senhor perdoou as ofensas do homem, a obrigação
deste, por sua vez, é perdoar as ofensas de quem o feriu. Mas, ainda não acabou: essa
parábola mostrou que a falta de perdão da parte do homem vai acarretar desastrosas
consequências para a sua vida. Veja o que aconteceu com o servo incompassivo! Isso
é muito mais sério do que às vezes se pensa.
III. O que isso tem a ver comigo?
“E eu? O que tenho a ver com essa parábola e com essa coisa de perdoar? Se
alguém me magoar, se 'pisar no meu calo', eu não sei se perdoo não. Sou até uma
pessoa muito boa. Até me ferirem... Se isso acontecer, já era...” Essas frases podem
nos fazer refletir sobre algo muito importante apresentado na parábola do credor
incompassivo: independente da maneira como alguém me feriu, devo refletir
sobre como está minha capacidade de perdoar.
Fique ligado! O perdão não é uma escolha, é uma obrigação para todos nós!
Não há dívida que não possamos perdoar, pois muito maior era a nossa dívida com
Deus, e ele nos perdoou totalmente. O perdão de Deus para minha vida deve ser
um grande incentivo para perdoarmos uns aos outros. Não há débito que eu não
possa perdoar: é uma questão de decisão. Afinal de contas, alguém aqui deseja ser
lançado na prisão da falta de perdão e ser torturado pelo ódio, pelo rancor e pela
amargura? Pense nisso e perdoe, sabendo que você foi perdoado primeiro!
VAMOS REFLETIR?
01. Essa parábola vai abordar o perdão em duas esferas: o perdão de Deus
concedido a nós e o perdão com o qual perdoamos uns aos outros. De
que maneira eles estão relacionados?
02. Considerando sua vida atual, se você estivesse na mesma situação que o
servo estava, qual seria a sua atitude? O que isso demonstra a respeito
do seu amor pelo próximo?
30
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03. Para você, o que significou o fato do servo que não perdoou ser preso e
ser torturado? Sem perdoar, de que maneira somos presos e torturados?
04. Se você fosse resumir o ensinamento dessa parábola em poucas frases
a um amigo seu que não consegue perdoar, o que você falaria?
NOSSA ORAÇÃO
“Senhor, ajuda-me a sempre valorizar o teu perdão, afinal de contas,
tinha uma dívida impagável por mim mesmo. Obrigado por tua
misericórdia. Ajuda-me, também, a perdoar, pois é isso que esperas que
os perdoados façam.”
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31
ESTUDO
10
TUDO É FRUTO DA GRAÇA!
Os trabalhadores da vinha
Pois o reino dos céus é como um proprietário que saiu de manhã
cedo para contratar trabalhadores para a sua vinha. (Mt 20:1 - NVI)
I. Descrição da Parábola
Ainda é madrugada e ele já está de pé. Trata-se do dono de uma propriedade
que precisa contratar pessoas para ajudarem na colheita de uva. Ele vai até certo
mercado, aonde os desempregados vão a fim de achar oportunidade de
emprego.31 Encontra alguns homens e acerta um dia de trabalho (cf. Lv 19.13). São
agora 9h e o dono contrata mais alguns homens desocupados que receberão o
que for justo. O mesmo ato se repete até chegarem os últimos contratados às 17h.
Fim do expediente. Os últimos contratados são pagos com um denário,
salário equivalente a um dia de trabalho e, para o espanto dos primeiros
contratados, todos recebem a mesma quantia. Tamanho ato de bondade gera
inveja nos trabalhadores. Talvez eles já planejem a greve do sindicato dos
colhedores de uva, porém são repreendidos. O dono lhes diz que não foi injusto,
apenas quis ser bom (Mt 20:14). "Bom" vem do grego "agathos", que significa
mais do que justiça, indicando generosidade.32
II. Ensino central da Parábola
Vale considerar que as discussões entre os discípulos (no capítulo dezoito)
sobre quem era o maior dentre eles indicam que a parábola era dirigida aos
discípulos de Jesus.33 A pergunta do apóstolo Pedro em Mt 19:27, "O que
ganharemos por te seguir?", é respondida positivamente: eles seriam, sim,
recompensados (Mt 19:29). No entanto, "muitos que agora são os primeiros serão
os últimos; e muitos que são os últimos serão os primeiros" (Mt 19:30, NBV). Jesus
reforça a mesma ideia mais à frente, depois de contar a parábola (Mt 20:16).
31. Gower (2002:196).
32. Champlin (2014:555).
33. Snodgrass (2012:527).
32
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Cá entre nós, a questão não é se os homens que trabalharam pouco fizeram
tanto quanto os outros, nem se a disposição deles era a mesma.34 Na verdade, "A
parábola nos instrui que o tratamento que Deus dispensa às pessoas, o seu juízo,
não é baseado em avaliações humanas, tampouco em padrões humanos de
justiça”.35 Igualmente, "Nenhum homem pode ter a pretensão de ser 'credor' de
Deus, e considerar Deus como seu 'devedor'"36, pois tudo é fruto da graça! Os
discípulos deveriam aprender isso. No “reino de Deus o homem vale pela
dignidade e não pela produtividade. O reino de Deus não funciona segundo a
lógica do mérito, mas da graça”.37
III. O que isso tem a ver comigo?
E nós? Será que já aprendemos essa lição? Você acha que Deus o ama mais por
causa da atividade que você executa para ele? Acha que ele deve se relacionar com os
seres humanos com base no grau de produtividade de cada um? Cuidemos! A bem
da verdade, nosso sistema de recompensa pode estar completamente equivocado, a
ponto de nos esquecermos da graça e fazermos cálculos com base em méritos.
Cuidado! Devemos ser cautelosos ao analisar outros trabalhadores e comparar
resultados.38 O valor dos seres humanos não é baseado em seus níveis de produção,
mas porque são pessoas criadas à imagem de Deus!
Além disso, Deus não é obrigado a nos recompensar ou abençoar mais do que a
outros, uma vez que tudo vem do seu favor imerecido. Paremos de negociar o favor
divino, afinal: "A graça nos ensina que Deus nos ama pelo que Ele é, não pelo que nós
somos".39 O verdadeiro mérito sempre será de Cristo. Portanto, nada de sindicato.
Agarremo-nos à magnífica graça de Deus e lhe agradeçamos o privilégio de servi-lo.
Nunca nos esqueçamos: Nosso Senhor é mais do que justo, ele é generoso.
VAMOS REFLETIR?
01. Aponte os motivos da inveja sentida pelos trabalhadores que foram
contratados no começo do dia. Como o dono da propriedade reagiu?
34. Carson (2010:489).
35. Snodgrass (2012:529).
36. Rohden (2014:124).
37. Kivitz (2012:201).
38. Wiersbe (2006:96).
39. Yancey (2007:265).
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33
02. Leia Mt 19:30 e reflita na frase: “Muitos que agora são os primeiros
serão os últimos; e muitos que são os últimos serão os primeiros”.
03. Com base na terceira parte do estudo, comente a seguinte afirmação: “A
graça nos ensina que Deus nos ama pelo que ele é, não pelo que nós somos”.
04. Cite algumas circunstâncias em que corremos o risco de agirmos
baseados em méritos humanos e não na graça de Cristo.
NOSSA ORAÇÃO
“Senhor, ajuda-nos a reconhecer a tua enorme generosidade por nós.
Não nos deixes pensar que somos merecedores do teu amor por causa
daquilo que fazemos. Ensina-nos a viver acima da meritocracia e a
reconhecer a lógica da graça do teu reino.”
34
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ESTUDO
11
O CONVITE FOI FEITO
As bodas e as vestes
Jesus continuou contando parábolas. O reino de Deus, disse ele, é
como um rei que promoveu um banquete de casamento para seu
filho. (Mt 22:1-2 - AM)
I. Descrição da Parábola
Jesus contou a história de um poderoso rei que organizou uma mega festa
para celebrar o casamento de seu filho (Mt 22:1-14). Ele cuidou de cada detalhe
para que nada saísse errado e na ocasião daquele grande dia aquela data pudesse
ser inesquecível tanto para o seu filho quanto para os convidados. O roteiro da
época era o seguinte: os convites eram entregues em mãos dias antes da festa, e
os convidados lembrados do acontecimento no dia da mesma.40 Quando os
servos do rei foram aos convidados para entregar o convite à festa, eles
recusaram-no (v.3).
Mesmo assim, o rei continuou os preparativos. E no dia da festa, mandou de
novo os seus servos, e novamente os convidados se recusaram a recebê-los e
espancaram até a morte os servos do rei. Ao saber do ocorrido, o rei se irou e
mandou destruir os assassinos. E, como a festa já estava pronta, convidou todos
aqueles que quisessem vir. Pessoas de todos os tipos, boas e más, foram em
grande número! O rei, ao entrar no local do banquete, ficou surpreso e percebeu
alguém com roupas inadequadas para a celebração. Na época, assim que
“entravam, as pessoas recebiam vestes nupciais, roupas adequadas para participar
do banquete”.41 Por alguma razão, essa pessoa não quis usá-las, não falou o
motivo, e por isso rapidamente foi expulsa pelos seguranças e jogada para fora.
II. Ensino central da Parábola
Essa parábola é dirigida à liderança do povo judeu. Os israelitas são representados
pelos convidados originais do banquete. Deus é o rei; e o filho do rei, o próprio Jesus.
Eles rejeitaram o convite de Deus. Eles deveriam saber que a paciência de Deus não
40. Kunz (2014:181).
41. Kivitz (2012:205).
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35
dura para sempre, “e quando a sua misericórdia não encontra o arrependimento, o
resultado é o juízo”.42 Alguns não deram muita importância para o convite do rei, de
forma que ele precisou chamar outras pessoas que não estavam na lista. Ao mesmo
tempo em que os judeus não querem receber o convite de Deus, este é aberto a
todos aqueles que desejam entrar no reino.
O segundo grupo de convidados representa os gentios. No meio desse último
grupo, um homem foi para a festa de qualquer jeito. Ele também foi reprovado. Na
festa de “Deus participamos do jeito dele e não do nosso”.43 É possível que essa pessoa
mencionada na parábola represente alguém que, mesmo convidado para o reino,
ainda está dividido. Não se rendeu completamente. Não vestiu as novas roupas, isto é,
não foi transformado. Ele continua com sua própria veste. Acha que pode chegar até
Deus com sua própria roupa, continua vivendo os valores da velha vida. Por isso,
muitos são chamados, mas poucos escolhidos (v.14). Existem pessoas que nunca
conseguem render-se completamente a Cristo, que insistem em tentar se
autojustificar diante de Deus. Os escolhidos são aqueles que se rendem!
III. O que isso tem a ver comigo?
Nós estamos entre aqueles que foram chamados para participar do banquete
de Deus, do casamento do seu filho. Fomos convidados para fazer parte do reino
de Deus. É uma questão de escolha e atitude, você aceita o convite e decide
caminhar com ele todos os dias da sua vida, no presente até o dia da festa final.
Cristo voltará em breve para buscar aqueles que o esperaram fielmente (Ap
22:7). Essa é a promessa que ele mesmo nos fez. Precisamos continuar firmes para
que possamos celebrar com o noivo da festa que está preparada para os que se
vestiram com roupas adequadas para o banquete real, isto é, aqueles que
receberam a nova vida em Cristo e se tornaram cidadãos do seu reino!
Acreditemos que tudo o que Cristo fez por nós é suficiente!
VAMOS REFLETIR?
01. Você já foi convidado a uma festa muito importante e se vestiu com
roupas inapropriadas? Já presenciou algo do tipo? A parábola de hoje
fala sobre isso? Conte-a.
42. Kunz (2014:183).
43. Kivitz (2012:205).
36
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02. Qual o principal ensino da parábola estudada? Com quem podemos
identificar os personagens?
03. Quais são os maiores desafios que essa parábola nos impõe? Você conhece
alguém que ainda não conseguiu render-se completamente a Jesus?
04. O que Jesus quis dizer quando afirmou: “Porque muitos são chamados, mas
poucos escolhidos”? Do que adiantará no futuro alguém estar quase salvo?
NOSSA ORAÇÃO
“Senhor, nós lhe agradecemos o fato de estarmos entre aqueles que
receberam o convite para fazer parte do teu reino. Obrigado pela nova vida
que recebemos. Ajuda, Senhor, aqueles que ainda estão com o coração
dividido, que insistem na antiga vida, mesmo diante do teu convite.”
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37
ESTUDO
12
O MAIOR DOS MILAGRES
Camelo e agulha
Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!
(Mt 19:23)
I. Descrição da Parábola
O encontro de Jesus com o jovem rico é narrado em três dos quatro
evangelhos (Mt 19:23-26; Mc 10:23-27; Lc 18:24-27), e em todos eles, na
sequência, temos uma das menores parábolas de Jesus sobre o reino de Deus: a
parábola do camelo e da agulha. Ela se constitui de apenas uma frase: É mais fácil
passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos
céus (Mt 19:24 - NVI).
Várias interpretações já foram dadas para esse texto, mas preferimos ficar com
a que entende que os termos “camelo” e “agulha” são literais. Jesus faz uma
comparação com exagero. O camelo era o animal de maior porte na Palestina, e o
fundo de uma agulha, o menor orifício de um objeto familiar.44 O Mestre
intencionalmente faz a comparação do maior animal com a menor abertura para
evocar a “impressão do impossível”.45
II. Ensino central da Parábola
O que Jesus quis ensinar aos seus discípulos com essa parábola? Em primeiro
lugar, lembremos que a parábola vem depois do incidente com o jovem rico que
queria saber “o que fazer para herdar a vida eterna”. Depois que ele vai embora,
Jesus conta essa parábola, que também responde essa pergunta. Depois de
contar a parábola, o texto diz que os discípulos de Jesus ficaram “perplexos” com a
comparação e perguntaram: Neste caso, quem pode ser salvo? (Mt 19:25). E por
que os discípulos tiveram essa reação? Exatamente porque os judeus viam as
riquezas como uma comprovação da bênção de Deus na vida de uma pessoa.46
44. Mounce (1996:195).
45. Kunz (2014:158).
46. Rienecker (1998:331).
38
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Tente seguir a lógica dos discípulos: se o rico (na mente deles, alguém abençoado
por Deus) não pode se salvar, então, quem pode? Jesus lhes responde: Para o homem
é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis (Mt 19:26). Noutras palavras,
Jesus está mostrando que a salvação é um presente da graça de Deus. Sem o poder
de Deus, de fato, ninguém pode se salvar, ninguém pode ser um cidadão do reino de
Deus! Ninguém sem ajuda pode entrar no reino. Nem os ricos, “com todo seu
potencial para realizar obras”,47 têm direitos no reino e podem entrar nele por si sós. É
bom que se diga, então, que Jesus não está falando contra riqueza ou ricos, mas
contra colocar a confiança na riqueza. Muitos ricos, como Zaqueu (Lc 19:1-10),
entraram no reino; não por causa da riqueza, mas por causa da graça de Deus!
III. O que isso tem a ver comigo?
Você conhece alguém que confia demais em si mesmo? Conhece alguém que
confia demais naquilo que tem? Se você é um cidadão do reino de Deus, precisa
correr para bem longe desses caminhos. Uma pessoa autossuficiente não consegue
admitir as suas falhas e limitações. O nosso desafio diante dessa parábola é
reconhecer que por nós mesmos não podemos entrar no reino de Deus. A salvação é
sempre um milagre da graça de Deus.
Devemos, também, tomar cuidado com a ilusão que a riqueza nos proporciona.
O mestre trouxe uma palavra de alerta para os ricos, para que não se deixem iludir
com as distrações da riqueza e fixem os seus olhos nas realidades do reino de Deus.
Que ele abra os olhos dos ricos que estão nessa condição (confiando demais nas
riquezas) e de todos aqueles que por motivos outros estão cegos para as realidades
espirituais, longes do reino!
VAMOS REFLETIR?
01. Qual o pano de fundo da parábola da agulha e do camelo? Jesus havia
acabado de se encontrar com quem? O que aconteceu nesse encontro?
Leia Mateus 19:16-22.
47. Kunz (2014:158).
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02. Do que trata a parábola do camelo e da agulha? Qual seu principal ensino?
03. Jesus é contra a riqueza ou contra os ricos? Qual o alerta que ele dá através
dessa parábola?
04. Qual o nosso maior desafio diante dessa parábola? A entrada no reino
de Deus é algo que fazemos por merecer? Depende de nós? Quem pode
ser salvo por si mesmo?
NOSSA ORAÇÃO
“Senhor, livra-me da ilusão das riquezas. Reconheço que por mim
mesmo não poderia ser um cidadão do teu reino. A salvação, que nos
livra da rebelião e nos coloca sob teu governo, é sempre um presente
da graça.”
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ESTUDO
13
SEMPRE O MELHOR PARA O REI
Os dez servos e as dez minas
Jesus passou a contar-lhes uma parábola, porque estava perto de
Jerusalém e o povo pensava que o reino de Deus ia se manifestar
imediatamente. (Lc 19:11 – NVI)
I. Descrição da Parábola
Jesus contou uma parábola sobre um homem de família nobre que foi para
uma terra distante ser coroado rei e depois voltar (Lc 19:12). O lugar sobre o qual o
homem nobre governaria era o lugar de onde ele estava saindo. O “depois voltar”
indica isso. O problema é que ele não era oficialmente reconhecido como rei. Ele
precisava de autoridade e saiu para conseguir tal autoridade e depois voltar.48
Antes de partir, entretanto, dividiu dez minas, equivalente a três meses de salário,49
a dez de seus servos para negociarem até sua volta. Mas os seus conterrâneos o
odiavam e opuseram-se, enviando após o nobre um protesto que dizia: Não
queremos que este reine sobre nós; tornando-se, portanto, seus inimigos.
Como prometido, entretanto, aquele homem voltou como rei. No retorno do
rei, os servos foram convocados por ele para prestar contas do dinheiro. Três deles
são mencionados; o primeiro e o segundo lucraram 1.000% e 500%,50 os dois
foram elogiados e promovidos pelo rei, receberam cidades para governar
proporcional aos seus ganhos. O terceiro não negociou a mina e foi punido,
ficando pobre, transferindo seu dinheiro ao primeiro, que melhor administrou a
renda. Aos inimigos do rei, a sentença foi pena de morte.
II. Ensino central da Parábola
Percebemos qual o propósito de Jesus ao contar essa parábola em Lucas 19:11:
porque estava perto de Jerusalém e o povo pensava que o reino de Deus ia se
manifestar de imediato. Aqui está o ponto “x” para entender esta parábola. Jesus veio
inaugurar o reino de Deus. Essa foi sua mensagem. O governo de Deus estava sendo
48. Ladd (2008:21).
49. Kistemaker (1992:286).
50. Morris (1986:258).
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restaurado através do seu ministério. Contudo, ele falou sobre uma época em que
esse reino viria de maneira plena. Não seria imediatamente, como pensavam os
discípulos. Por isso, ele falou que o homem nobre foi para uma “terra distante”, para
dar essa ideia. A viagem do nobre é usada por Jesus parar referir-se a sua própria
iminente saída do mundo51 (cf. Jo 14:2,3 e 28). Antes de sair, entretanto, prometeu
voltar, pois, embora eternamente rei, trará seu reino em plenitude só na sua volta!
O grande ensino da parábola é que, durante a sua ausência, neste tempo em
que aguardamos seu regresso e a vinda do seu reino em plenitude, ele “dará ampla
oportunidade para o serviço como para a rebeldia”.52 Os cidadãos do reino são
desafiados a servi-lo enquanto aguardam a consumação do reino. E a hora de seu
retorno com grande poder e glória torna-se para os discípulos um momento de
prestar contas, e para os inimigos uma hora de juízo.53 A conclusão da parábola é
chocante. Mas é uma verdade que não podemos ignorar. A primeira vinda de Jesus
ao mundo compele cada homem a uma tomada de decisão. É uma questão de vida
ou morte. No final da parábola, Jesus contou a respeito do dia em que os anjos
“tirarão do seu reino tudo o que faz tropeçar e todos os que praticam o mal. Então
os justos brilharão como sol no reino de seu Pai” (Mt 13:41,43).54 Isso acontecerá no
final dos tempos.
III. O que isso tem a ver comigo?
A afirmação Não queremos que esse homem reine sobre nós (Lc 19:14) é triste.
Mostra o ser humano em rebelião contra o Rei. O ser humano que não quer
reconhecer Jesus como seu Senhor. Nosso desafio é fazer o contrário. Devemos
ardentemente desejar que todas as nossas aspirações, pensamentos, palavras e
feitos estejam sob o controle da vontade de Cristo.55 Devemos, portanto, oferecer
sempre o melhor para o Rei.
Esperemos o Rei engajados em seu reino! Você tem feito isso? Tem se
comprometido com a vontade do Rei para sua vida? Mais do que nunca é hora de
pregarmos para que mais seres humanos passem a reconhecer Jesus como Rei!
Mais do que nunca é hora de servirmos o Rei com todas as nossas forças, seja
comendo a nossa pizza, seja em nossa classe na faculdade.
51. Rienecker (2005:390).
52. Kunz (2014:172).
53. Ibid.
54. Ladd (2008:18).
55. Hendriksen (2003:437).
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VAMOS REFLETIR?
01. Leia Lucas 19:11-27 e faça um breve resumo da parábola contada por Jesus.
02. Por que Jesus contou a parábola em questão? O que o povo estava
pensando sobre o reino de Deus? Leia Lucas 19:11. Quando será a
manifestação do reino de Deus? Qual o ensino principal da parábola?
03. Você já recebeu algo para fazer que não tenha conseguido fazer da
maneira que desejava? Como podemos viver sempre fazendo o melhor
para o Rei? Dê exemplos práticos do dia a dia.
04. Você concorda que o final dessa parábola é chocante? Que verdade ela
revela? Qual a nossa responsabilidade diante destes que estão em rebelião
contra o governo de Deus?
NOSSA ORAÇÃO
“Senhor, acreditamos que um dia trarás teu reino de maneira plena e
aguardamos com expectativa esse evento. Até lá, sabemos da nossa
responsabilidade com teu reino. Ajuda-nos a fazer sempre o melhor!”
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ESTUDO
14
O DIA DA SEPARAÇÃO
A rede
Igualmente, o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada
ao mar. (Mt 13:47)
I. Descrição da Parábola
Jesus gostava de contar parábolas, histórias que extraem sabedoria do dia a
dia. No evangelho de Mateus, numa dessas parábolas, Jesus comparou o reino de
Deus com uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda espécie (13:47).
Observe que interessante… O reino de Deus foi comparado com uma “rede”.
Nessa parábola, como em todas as outras, ele apresenta algo extremamente
comum para os seus ouvintes. Nessa rede, temos peixes “bons” e peixes “ruins”. E
o que fazia um peixe ser “bom” ou “ruim” para os pescadores? Possivelmente
Jesus falava de valores comerciais.
Na época dele, os pescadores mais experientes procuravam um lugar com um
bom cardume de peixes para pescar. Contudo, os pescadores não poderiam
controlar aquilo que viria na rede. Ela apanhava peixes próprios e impróprios para
o consumo. Muitas espécies eram consideradas imundas pelos judeus, de acordo
com as normas de alimentação do livro de Levíticos e Deuteronômio. Peixes sem
barbatanas e escamas deveriam ser lançados de volta à água, assim como os
peixes pequenos.56 Eles não tinham valor comercial. É essa cena que Jesus quis que
seus discípulos imaginassem.
II. Ensino central da Parábola
Como já afirmamos, Jesus comparou o reino de Deus com uma “rede” que
pega todo tipo de peixe. Mas, em que sentido o peixe “ruim” tem acesso à rede? É
que, com a chegada do reino de Deus através de Jesus, todas as pessoas têm
acesso a ele. As bênçãos trazidas por Jesus estão disponíveis a todos. Enquanto o
reino de Deus estiver atuando na história, toda a humanidade desfruta em alguma
56. Kunz (2014:87).
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medida suas dádivas. Deus derrama chuva aos bons e aos maus! A diferença é que
muitas pessoas não reconhecem isso e, por esse motivo, a despeito da generosidade
de Deus, não conseguem render graças a ele. Aliás, às vezes vivem como se ele não
existisse, e alguns até acham que ele não existe mesmo.
Mas um dia isso tudo vai mudar. Utilizando o exemplo do dia a dia, o texto
mostra que chega uma hora em que a rede é arrastada para a praia e, nesse
momento, acontece a separação dos peixes. No final da história, por ocasião do
regresso de Cristo, para trazer o reino em plenitude, os anjos separarão os maus
dentre os bons (Mt 13:49). Nesse dia, todos os peixes, os bons e os ruins, que
desfrutaram os benefícios da grande rede, serão separados e postos de lados
diferentes. Quem vai fazer esse julgamento? Deus. Os anjos só o executarão. Não
somos nós que julgamos.
III. O que isso tem a ver comigo?
A separação é certa! Até esse dia chegar, os filhos do reino devem viver com o
coração grato ao rei; devem deixar o julgamento para Deus; devem viver com a
expectativa de que um dia o reino glorioso de Deus virá para dar fim a toda maldade;
devem aguardar o dia em que todos reconhecerão Jesus como Rei! Enquanto
aguardamos, vivamos já comprometidos com Jesus, o Rei.
Seu reino já invadiu a história. Ele está em toda parte. Tem dado sinais através dos
seus cidadãos, que buscam viver em paz, que aprenderam a repartir ao deixarem de
lado o egoísmo e a ganância, que pregam e vivem o amor em vez do ódio, que instam
as pessoas a reconhecerem a realidade do reino e agradecerem a Deus sua
generosidade e graça.
VAMOS REFLETIR?
01. Você já pescou alguma vez? Conhece alguém que já participou de uma
pescaria? Numa pescaria, só pegamos o que queremos? O que isso tem a
ver com a parábola contada por Jesus?
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02. Em que sentido os peixes ruins fazem parte da rede do reino de Deus?
03. Qual o principal ensino da parábola da rede?
04. Quais são os nossos desafios diante da mensagem da parábola? Cite
exemplos práticos.
NOSSA ORAÇÃO
“Senhor, na grande rede do reino de Deus ainda nadam juntos peixes
bons e ruins. Mas um dia ela será arrastada para a praia e ambos serão
separados. Ajuda-nos, Senhor, até esse dia. Cremos: ele chegará.”
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ESTUDO
15
NÃO SEJA DESCUIDADO
As dez damas de honra
O reino dos céus será, pois, semelhante a dez virgens que pegaram
suas candeias e saíram para encontrar-se com o noivo. (Mt 25:1)
I. Descrição da Parábola
É possível que você já tenha visto alguma encenação sobre essa parábola,
afinal ela é uma das mais conhecidas histórias de Jesus. Nela Jesus conta sobre dez
virgens que pegaram suas candeias (uma espécie de lamparina) e foram
encontrar-se com o noivo. Esse costume era comum na cultura judaica onde o
casamento acontecia em duas etapas. Primeiro, o noivo e seus amigos iam até a
casa da noiva buscá-la. Em seguida, o noivo levava a noiva para a sua casa onde era
realizada a festa de casamento.57
As virgens da parábola eram “madrinhas” ou “damas de honra” da noiva que
aguardavam o noivo para acompanhá-lo junto com a noiva até o local da festa.
Mas, na história o noivo demorou mais do que o previsto e todas pegaram no
sono, as dez, sem exceção. E quando o noivo chegou, apenas cinco delas puderam
acompanhá-lo e entrar para a festa porque haviam levado azeite de reserva para
as suas candeias.
II. Ensino central da Parábola
A moral dessa história contada por Jesus é: “não seja descuidado”. Jesus está
voltando para trazer o reino de Deus. Ele compara esse evento com uma alegre festa
de casamento da qual os descuidados não podem participar. Assim Jesus está
ensinando que aquele que o aguarda deve estar preparado independente do dia e
da hora de sua vinda (v.13).
Sua história também ensina que mesmo diante do “aparente atraso” do noivo,
que é Cristo, devemos aguardar constante e avidamente pelo seu regresso. Note que
a história diz que cinco damas eram prudentes porque se prepararam, enquanto as
57. Wiersbe (2006:119).
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47
outras cinco não se prepararam o suficiente. Portanto, com a convicção da sua volta,
devemos viver com prudência e vigilância.
III. O que isso tem a ver comigo?
Você deve saber que um bom médico precisa de anos de estudos para exercer
a medicina. De forma semelhante, é necessário dedicação e cuidado em todas as
áreas da vida para sermos bem-sucedidos. É por isso que nos preparamos para o
vestibular, para o Enem, para o concurso público, para a entrevista de trabalho,
para o casamento, etc.
A vida espiritual também exige cuidado. Você acredita que Jesus voltará?
Muitos dos que dizem acreditar na volta de Jesus Cristo estão “sonolentos”,
“adormecidos” espiritualmente. Não seja descuidado! Cuide da sua fé, cuide da
sua santidade, cuide dos dons e do ministério que Deus lhe deu e aguarde firme a
volta do Senhor.
VAMOS REFLETIR?
01. Comente sobre como você se prepara diante dos mais diversos desafios
da vida, como: vestibular, entrevista de trabalho, concurso público,
casamento, etc.
02. Sobre o que trata a parábola contada por Jesus em Mateus 25:1-13? Qual
seu ensino principal?
03. Quanto à vida espiritual, como você tem se preparado para se encontrar
com aquele que disse que depois de preparar todas as coisas voltaria e nos
levaria com ele (João 14:3)?
48
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04. Você consegue pensar em alguns cuidados fundamentais que devem fazer
parte da vida daqueles que almejam estar com Cristo por ocasião de sua
vinda? Nesse sentido, quais áreas de sua vida merecem mais atenção?
NOSSA ORAÇÃO
“Senhor, tu estás voltando, e nós acreditamos nisso e o aguardamos.
Ajuda-nos a viver de modo sábio e prudente, e a estarmos preparados
para quando esse evento acontecer. Queremos caminhar contigo para a
festa do reino. Tem misericórdia de nós!”
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49
ESTUDO
16
TUDO JÁ ESTÁ PRONTO!
A grande ceia
Feliz é aquele que comer no banquete do reino de Deus. (Lc 14:15)
I. Descrição da Parábola
Imagine a situação: você é o anfitrião de uma grande festa e, com muito
esforço, faz os convites e os envia com antecedência aos convidados. Porém, após
tudo estar preparado para o início da festa, os convidados desistem de participar,
lançando mão das desculpas mais esfarrapadas. Complicado, não é mesmo? O
que fazer nessas horas?
Essa situação é semelhante à da parábola da grande ceia. Após convidar as
pessoas para o grande jantar que havia preparado, o anfitrião foi obrigado a lidar
com a recusa de seus convidados em participar daquele momento especial. O
anfitrião, então, não pensou duas vezes e disse ao seu empregado: ...vá lá fora nas
entradas e caminhos, e todos que encontrar, convide e obrigue-os a entrar, para que
a casa fique cheia (Lc 14:23).
II. Ensino central da Parábola
O que Jesus quer dizer com essa parábola? Simples: “rejeitar o misericordioso
convite de Deus para a salvação pela graça por meio da fé terá como resultado a
exclusão das bênçãos e dos deleites do novo céu e da nova terra, o reino em sua
consumação”.58 Isso é um erro que muitos cometeram no passado. Infelizmente,
tantos outros fazem o mesmo no presente.
Israel rejeitou a Cristo. João denuncia isso em seu evangelho: os seus não o
receberam (Jo 1:11b). Contudo, a rejeição não foi suficiente para impedir que o
plano de Deus seguisse adiante: ...aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito
de se tornarem filhos de Deus (v.12). O convite de Deus se expande também aos
não judeus (Rm 15:12).
58. Hendriksen (2003:272).
50
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III. O que isso tem a ver comigo?
Deus não desistiu de seu plano. A mesa está posta para a realização da
grande ceia. O convite já foi preparado e enviado aos convidados. Por sua morte,
Cristo chama todas as pessoas para que creiam em seu nome e desfrutem a vida
eterna (Jo 3:16). Acredite: o convite é para você, para o seu amigo, para os seus
parentes e vizinhos!
Já pensou no quão maravilhoso será viver no reino consumado de Deus,
onde a maldade já não existirá e o sofrimento terá fim? Sim, há um lugar
preparado para nós (Jo 14:1-3). Por isso, não rejeitemos o convite de nosso
anfitrião. De modo perseverante, olhemos para o alvo a fim de ganharmos o
prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus (Fp 3:14).
VAMOS REFLETIR?
01. Leia Lucas 14:18-20 e comente sobre as desculpas que os convidados
usaram para rejeitar o convite para a grande ceia. Será que hoje em dia há
quem faça o mesmo, recusando-se a crer em Jesus, deixando de segui-lo?
02. Diante da recusa dos convidados em participar da grande ceia, que fez
o anfitrião? Que lição você pode tirar dessa atitude?
03. O que Jesus quis ensinar com a parábola da grande ceia? A quem o seu
convite se estende? Comente após ler João 1:11-12.
04. Por sua morte, Cristo o convidou a crer em seu nome e a desfrutar a vida
eterna (João 3:16). Você já tomou essa decisão? Se sim, o que mudou em
sua vida?
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51
NOSSA ORAÇÃO
“Senhor, gratos somos a ti por teu gracioso convite: fomos convidados
para o grande banquete do reino de Deus! Seria uma terrível tragédia
em nossa vida ficar de fora desse banquete. Obrigado, pois, mesmo
diante da recusa de muitos, o Senhor não desistiu desse convite.”
52
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