REQUALIFICAÇÃO DE TRABALHADORES PARA A
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REQUALIFICAÇÃO DE TRABALHADORES PARA A
REQUALIFICAÇÃO DE TRABALHADORES PARA A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO - Um estudo prospectivo Luiz Antonio Joia Professor Adjunto - Universidade do Estado do Rio de Janeiro Diretor de Desenvolvimento da TREND Tecnologia Educacional Ltda. Rua Dom Gerardo, 64/12º andar, 20090-030, Rio de Janeiro, Brasil e-mail: [email protected] Tel: (021) 223-2112 SUMÁRIO Segundo vários autores, a empresa do conhecimento depende fundamentalmente de três fatores: sua estrutura interna, sua estrutrura externa, e a competência dos seus profissionais. Nesse work in progress procura-se entender como requalificar trabalhadores que foram formados dentro de um modelo industrial e taylorista - como resultado de um modelo de ensino em parte falido -, para encontrar espaço dentro da economia do conhecimento. Tem-se observado grandes investimentos na capacitação dos trabalhadores em recursos de informática, de modo a torná-los competentes nessas ferramentas, e aptos a ser inseridos nessa era do conhecimento. No entanto, os resultados têm mostrado que a lateralidade e flexibilidade profissionais inerentes e necessárias à economia do conhecimento não advêm da capacitação dos mesmos, nessa tecnologia. O work in progress procura, portanto, entender como fornecer ao profissional uma requalificação adequada à sociedade do conhecimento que, sem desprezar a tecnologia, enfatize outras habilidades que possam servir de embassamento à passagem desses trabalhadores da era industrial à era do conhecimento. Esse work in progress é sabidamente uma tentativa de resolver o efeito, e não a causa: um sistema educacional falido, taylorizado, cartesiano, compartimentalizado, que não contempla a interdisciplinaridade e tampouco propicia ao aluno a construção do seu próprio conhecimento. Levantamentos de campo foram usados para cotejar as deficiências detetadas nos trabalhadores, com as aspirações dos empregadores, e tentar encontrar uma ponte para superar esse gap. Uma tentativa prática de processo de requalificação para os profissionais poderem se engajar na sociedade do conhecimento é, ao final, apresentada. PALAVRAS CHAVES: Requalificação Profissional; Sociedade do Conhecimento; Pensamento Digital; Sistema Educacional; Inteligência Individual e Organizacional 2 REQUALIFICAÇÃO DE TRABALHADORES PARA A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO - Um estudo prospectivo SOCIEDADE DO CONHECIMENTO Enfrenta-se uma realidade atual na qual o pensamento cartesiano, taylorista, compartimentalizado e seqüencial perde espaço, a uma velocidade impressionante, dentro da sociedade do Conhecimento. A sociedade do Conhecimento se alicerça na criação de um novo modelo mental que, diferentemente do que pregam os conceitos analógico e cartesiano, utiliza o não sincronismo mental e a respectiva capacidade de associação e combinação de idéias, muitas vezes, díspares entre si. Esse novo pensamento - aqui doravante chamado de pensamento digital - se fundamenta na combinação de algumas inteligências até então pouco consideradas pelos educadores. Em 1983, na Harvard University School of Education, produziu-se, num trabalho clássico, uma lista de sete diferentes inteligências, teorizando-se acêrca de um conceito que sempre pareceu óbvio: a inteligência é multi-facetada e multi-dimensional (Gardner, 1983). Algum tempo após, o conceito de inteligência emocional veio se agregar a essa lista de múltiplas inteligências (Goleman, 1996). O objetivo desse work in progress não é o de aprofundar a discussão acêrca da Teoria das Inteligências Múltiplas (Gardner, 1983), mas sim procurar entender como profissionais moldados em escolas de produção taylorizada e desvinculadas da realidade atual, no que tange à importância do conhecimento, podem vir a ter desenvolvidas competências úteis à economia baseada no conhecimento. O pensamento profissional adequado à economia do conhecimento possue características intrínsecas às inteligências analítica (o chamado Q.I.) - habilidade de racionalizar e formalizar conceitos e questões -, numérica - capacidade de lidar com números -, espacial - capacidade de reconhecimento de padrões de comportamento e ação (Handy, 1997), e expositiva - capacidade de se comunicar de forma verbal e escrita. De modo geral, a educação formal preocupa-se somente com as inteligências analítica, numérica e factual (absorção de dados e informações sem necessariamente criar conhecimento). 3 O MODELO ATUAL DE ENSINO É fundamental frisar que esse work in progress procura atacar os efeitos e não as causas da não adequação de trabalhadores à essa nova sociedade e às empresas do conhecimento. A raiz da questão jaz no processo educacional. No entanto, o seu conserto demoraria tanto tempo, que nesse meio tempo, muito certamente, uma nova era já estaria sendo vivenciada. O Taylorismo penetrou em praticamente todos os setores produtivos da nossa sociedade, incluindo as escolas, que passaram a se comportar como verdadeiras linhas de montagem, onde o produto formado ao final do curso era o aluno (Joia, 1997). É mister explicar melhor em que consiste essa linha de montagem “pedagógica”: - Como toda linha de montagem, há necessidade da matéria-prima que é devidamente transformada durante o processo produtivo. No caso da escola, essa matéria-prima é o alunado que adentra as instituições. Porém, diferentemente das linhas de montagem normais, essa matéria-prima pode ser, e normalmente é, bastante heterogênea. Portanto, qualquer Sistema de Gestão da Qualidade rejeitaria essa matéria-prima, ou reprovaria essa linha de montagem para trabalho com esse material, criando um novo modelo de gestão da produção. - A partir daí, o processo de “transformação” da matéria prima em matéria “acabada” se inicia. Para isso, existem os elementos essenciais para a produção (insumos): ementas, professores, giz, quadronegro, sistemas de avaliação (provas, testes etc.). - A “indústria” do ensino tem um principal objetivo: colocar dentro da cabeça do aluno a maior quantidade possível de “dados e informações”, à medida que ele vai avançando na linha de montagem, esperando - mais na maioria da vezes não dando condições - que ele construa o seu próprio conhecimento (construtivismo). - Ao final do processo, moldado segundo diretrizes tais como: currículo mínimo, reatividade do alunado, descontextualização do ensino - face principalmente a uma sociedade que se transforma radical e rapidamente -, o produlo acabado, leia-se aluno formado, é entregue ao cliente final: a sociedade. O desastre está consumado. De uma maneira geral, se houvesse sistemas de controle de qualidade implantados junto ao Cliente final, esse produto na maioria das vezes seria recusado. Sua cabeça cheia de informações , em grande parte inúteis, terá que ser esvaziada pelo empregador, que por um bom tempo o capacitará, ou o que é mais freqüente, esperará que ele aprenda sozinho pela tradição (Mas quem disse que ele 4 aprendeu a aprender?), para que possa ser verdadeiramente útil para as complexas relações do conhecimento que ele não detem, todas advindas da interdisciplinaridade. As Escolas e o Taylorismo Pode-se dizer que, hoje, as escolas (incluindo as universidades, com seu sistema departamental) formam o maior bastião do Taylorismo no mundo. Resultado: nossas escolas, na sua maioria, estão formando alunos despreparados para a sociedade produtiva na qual se inserirão. Basta que se analisem as diferenças entre o que a sociedade quer dos seus estudantes, nos anos 90, e o que almejava na década de 80 ( uma diferença de cerca de apenas dez anos): ANOS 80 ANOS 90 . Formação Técnica Especializada . Experiência em Aprender . Formação Enciclopedista . Cultura Generalista . Atitude sempre Competitiva . Atitude Colaborativa . Competência e Passividade . Empreendedor . Estabilidade . Busca de novas oportunidades Entende-se que as escolas possuam restrições que as impeçam de inovar, quebrando as paredes e procurando integrar as várias disciplinas lecionadas. No entanto, há que se tentar. Mas como fazer isso? Essa, infelizmente, não é matéria específica desse work in progress. Q.I. CORPORATIVO Vive-se atualmente num mundo em que a única constante é a mudança, o que vem tornando os conhecimentos ancilares, descartáveis, inúteis e com uma vida útil cada vez menor. Pode-se citar o exemplo do sistema operacional DOS, ou das linguagens de programação PL1, ALGOL etc. - para os quais foram formados grande número de especialistas que agora não têm nenhuma utilidade para a sociedade, o que os forçou e tem forçado à migrar para outras áreas de conhecimento ( ao que se chama lateralidade profissional). Não se trata de opção; trata-se de sobrevivência. A informatização na empresa não é mais limitada à introdução do computador, estendendo-se aos processos de trabalho da mesma, permitindo sua respectiva inovação e/ou reestruturação. 5 O Q.I. corporativo de uma empresa (Haeckel & Nolan, 1993), usando uma analogia ao conceito de quociente de inteligência pessoal, pode ser avaliado segundo a sua capacidade de conectividade (ligação entre si e com seus parceiros), compartilhamento (de dados e informações entre seus profissionais e parceiros) e estruturação (capacidade de extrair conhecimento a partir da informação e dados brutos). A figura a seguir (Haeckel & Nolan, 1993), (Joia, 1995) ilustra esses conceitos: Compartilhamento habilidade de integrar e compartilhar informação Q.I. Corporativo Conectividade habilidade em acessar conhecimento e informação Estruturação habilidade de extrair significado dos dados Justamente no quesito estruturação, muitas empresas têm um score muito baixo, pela dificuldade que seus profissionais possuem de, a partir de dados e informações, estruturarem o conhecimento necessário. Dados, Informação e Conhecimento Há muita confusão a respeito da diferença entre dados, informação e conhecimento. Dados representam conjunto de fatos discretos e objetivos sobre eventos. Podendo ser entendidos numa organização como registros estruturados de transações (Davenport & Prusak, 1998). Informação é dado que faz diferença, ou como diz Peter Drucker “dados com atributos de relevância e propósito” (Davenport & Prusak, 1998). Geralmente, informação é entendida como mensagem, normalmente sob a forma de documentos ou mensagens visuais e/ou audíveis. Informação é acima de tudo contextual. Já conhecimento está ligado à capacidade de agir (Sveiby, 1997). É intuitivo e portanto difícil de definir. Está ligado a experiências e valores do usuário, sendo acima de tudo ligado a padrões de reconhecimento, analogias e regras implícitas. Na maior parte das vezes está, numa organização, na cabeça de seus profissionais (conhecimento tácito) ou em documentos (conhecimento explícito), 6 Explica-se, então, porque a grande confusão entre gestão da documentação e gestão do conhecimento. As seguintes equações podem ser, portanto usadas: INFORMAÇÃO = DADO + ∑(Atributos, Relevância, Contexto) CONHECIMENTO = INFORMAÇÃO + ∑(Experiência, Valores, Padrões, Regras Implícitas) Modelos Mentais Vivencia-se hoje a transição da era eletro-mecânica para a era digital. O modelo mental do trabalhador comum é o analógico, o que gera dificuldades para o exercício da realidade digital de processos informatizados. Muitos operários não compreendem como uma série de comandos na tela de um micro podem resultar em mudanças numa máquina que não está diante deles e que, anteriormente, era por eles comandada diretamente, através de alavancas. Como não conseguem entender essa lógica, criam uma espécie de rotina mental, decorando, automaticamente, procedimentos. A experiência tem mostrado que cursos livres de informática, por exemplo, não têm sido eficazes na criação de novos skills e expertises para os trabalhadores. Talvez porque a máquina seja o centro de tudo, o que se nos leva a uma visão tecnocêntrica em contraposição à visão antropocêntrica da Tavistock School of Human Relations (Escola Sócio-Técnica), na qual o homem é o centro de tudo. Mais importante do que o quê aprender, é como se aprende, i.e. o processo educacional. Capacidade de aprender coisas novas é, portanto, fundamental nos tempos atuais. Mais do que isso, a capacidade de “desaprender” o que aprendemos se torna muitas vezes necessária, o que pode tornar o processo muitas vezes difícil e penoso, se não fôr bem conduzido. Aprender a aprender, capacidade de resolver problemas que nunca foram enfrentados, ser criativo e usar o pensamento indutivo em contraposição ao pensamento dedutivo que ainda norteia o nosso processo educacional, entre outros, são os grandes desafios atuais dos trabalhadores. Dentro desse cenário, esse work in progress vem se somar a esforços no sentido de reformular completamente o processo de capacitação de mão-de-obra, de modo a torná-la capaz de saber como agir na economia do conhecimento, por exemplo, quando defrontada com monitores de vídeo, teclados e botões, em contraposição aos velhos instrumentos da era industrial. 7 INDICADORES DE CAMPO Segundo pesquisa de campo confidencial, elaborada para determinado universo representativo (indústria, comércio e serviços), chegou-se às seguintes conclusões: a) Apenas metade dos empregados trabalhando nas áreas de indústria, comércio e serviços, do universo analisado, possuem capacidade de comunicação lato-sensu. b) Os índices de capacitação para entrada de dados de forma digital é muito baixo, não chegando a 15% na indústia, 45% no comércio e 35% na prestação de serviços. c) A capacidade do uso de teclados e/ou terminais é extremamente reduzida, sequer alcançando 20% dos profissionais selecionados. d) Índice bem próximo ao anterior também se aplica ao preenchimento de formulários digitais. Contrapondo-se esses dados à expectativa dos empregadores, observa-se: a) As empresas têm expectativas bem nítidas de melhoria nos conhecimentos de Matemática (mais de 60% do total). b) Igualmente alta é a expectativa de melhoria de conhecimento de língua portuguêsa (mais de 70%). c) A pesquisa revela também grande expectativa de melhoria de conhecimentos sobre sistemas informatizados (cerca de 70% nas três áreas). d) Finalmente, um indice de cerca de 75% ocorre quando se trata da melhoria na capacidade de comunicação. O PENSAMENTO DIGITAL Tudo que foi colocado acima como necessidade premente do mundo atual, pode ser sintetizado como o Pensamento digital. Objetiva-se, portanto, usando a Tecnologia da Informação como meio, através de módulos especialmente preparados para tal, dotar os trabalhadores desse novo modelo mental, de modo a que eles possam ser mais úteis à empresa na qual trabalham, e mais, de forma a que eles possam alcançar um estágio que os capacite a enfrentar sozinhos, os novos desafios inerentes à vertiginosa introdução de inovações tecnológicas nas empresas, afetando o seu dia a dia profissional. Os 8 resultados obtidos através da inserção de equipamentos tecnológicos na produção, não têm correspondido à expectativa gerada quando da sua implantação, em função da formação inadequada dos funcionários designados para operar estes equipamentos (Strassmann,1997). A Tecnologia da Informação como meio para tal, acaba por propiciar, como efeito paralelo, a atualização no manejo tecnológico das ferramentas computacionais. No entanto, deve-se lembrar sempre que tal não deve jamais ser um fim em si mesmo, mas tão somente um meio para se alcançar esse Pensamento Digital. Assim, resumidamente, o Pensamento Digital objetiva permitir que o trabalhador: • Incremente grandemente sua capacidade de comunicação (seja verbal ou escrita); • Tenha habilidade de decodificação e estruturação de dados e informações, tranformando-os em conhecimento; • se aproprie de habilidades em matemática básica e aritmética; • identifique e resolva problemas; • detenha os fundamentos para pesquisar, avaliar, criticar e selecionar informações dentro de complexas redes de conhecimento; • seja criativo; • trabalhe em equipe e tenha capacidade de auto-gestão; • trabalhe em ambientes digitais e, muitas vezes, virtuais. O PROCESSO DE CAPACITAÇÃO Procurou-se estruturar uma capacitação que privilegiasse, num primeiro momento, o meio (a tecnologia), para se poder atingir o objetivo maior: o de dotar os trabalhadores de um Pensamento Digital. O processo de ensino-aprendizagem passa, portanto, necessariamente, pelo uso da máquina, que retro-alimenta o loop de aprendizagem (Joia, 1995) (ver figura a seguir). A capacitação no meio (informática) é opcional, na medida em que algumas empresas já treinaram seus profissionais nessa ferramenta. Por outro lado, os módulos subjacentes são fornecidos com o auxílio adequado do meio - o computador. 9 AGIR OBSERVAR DECIDIR ORIENTAR LOOP DE APRENDIZAGEM (OODA) É proposto, tentativamente, um programa de trabalho, não obstante saber-se da necessidade de adaptá-lo para cada realidade empresarial. • Módulo de Domínio do Meio (opcional): Visa dar ao trabalhador condições de usabilidade da ferramente sobre a qual todo o processo se alicerçará. Caso os alunos já tenham sido capacitados em Tecnologia da Informação e Comunicação básicas e fundamentais, esse módulo é dispensável. • Módulo de Criação e Moldagem do Pensamento digital Visa desenvolver as habilidades específicas inerentes ao Pensamento Digital, atavés dos seguintes módulos: 1. Módulo de Habilidades Matemáticas 2. Módulo de Raciocínio Lógico e Criatividade 3. Módulo de Solução de Problemas 4. Módulo de Comunicação (Verbal e Escrita) A figura a seguir dá uma idéia da inter-relação dos módulos: 10 SOLUÇÃO DE PROBLEMAS HABILIDADES MATEMÁTICAS INFORMÁTICA RACIOCÍNIO LÓGICO E CRIATIVIDADE COMUNICAÇÃO PRÓXIMOS PASSOS Esse work in progress se propõe a, nas próximas etapas, detalhar mais claramente o modusoperandi - principalmente associando as Tecnologias da Comunicação e da Informação ao processo de retreinamento -, e a ementa das disciplinas acima mencionadas relativas ao processo de capacitação, de modo a que os trabalhadores possam ser requalificados para a nova era do Conhecimento em que estamos hoje inseridos. O que deve, no entanto ficar claro, é que o simples treinamento de trabalhadores em Informática, através de cursos livres, não os irá capacitar a disputar um espaço no mercado de trabalho baseado no Conhecimento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Davenport T.H. & Prusak L., 1998, Working Knowledge, Harvard Business School Press Gardner, H., 1983, Frames of Mind, London, Heinemann Goleman, D., 1996, Inteligência Emocional, Editora Objetiva Handy, C., 1997, The Hungry Spirit, Hutchinson, Random House, London Haeckel, S. & Nolan, R., 1993, Managing by Wire, Harvard Business Review, September-October, pp.122-132 Joia, L.A, 1995, "De Projetistas a Gerentes de Empreendimento: Reengenharia de Larga-Escala e Tecnologia da Informação como Ferramentas de Mudança", tese de doutoramento, COPPE/UFRJ, 1995. Joia, L.A, 1997, Internet Implementation in Brazilian K-12 Schools, Internet Research: Electronic Networking Applications and Policy, Vol.7 No.4, pp. 301-304 Strassmann, P. ,1997, The Squandered Computer, The Information Economic Press, New Canaan, Connecticut Sveiby, K.E., 1997, The New Organizational Wealth, Berret-Koehler Publishers, Inc.