Edição 68 - Conselho Regional de Fonoaudiologia

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Edição 68 - Conselho Regional de Fonoaudiologia
2
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 68 • Julho/Agosto de 2006
EDITORIAL
CONSELHO REGIONAL
DE FONOAUDIOLOGIA
2ª. REGIÃO
7º COLEGIADO
PRESIDENTE
Sílvia Tavares de Oliveira
VICE-PRESIDENTE
Sandra Maria Vieira Tristão de Almeida
DIRETORA-SECRETÁRIA
Anamy Cecília César Vizeu
DIRETORA-TESOUREIRA
Márcia Regina da Silva
CONSELHEIROS: Ana Léia Safro Berenstein • Anamy Cecília César Vizeu •
Andrea Wander Bonamigo • Claudia Aparecida Ragusa • Cristina Lemos Barbosa
Furia • Diva Esteves • Dulcirene Souza Reggi • Fernando Caggiano Júnior •
Lica Arakawa Sugueno • Luciana Pereira dos Santos • Márcia Regina da Silva •
Maria Cecília Greco • Mônica Petit Madrid • Roberta Alvarenga Reis • Sandra
Maria Rodrigues Pereira de Oliveira • Sandra Maria Vieira Tristão de Almeida •
Silvia Regina Pierotti • Silvia Tavares de Oliveira • Thelma Regina da Silva Costa
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Rua Dona Germaine Burchard, 331
CEP 05002-061 - SÃO PAULO – SP
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DELEGADA: Ana Camilla Bianchi Pizarro
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JURÍDICO
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SECRETARIA
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SUPERVISÃO
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COMISSÕES
DIVULGAÇÃO
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EDUCAÇÃO
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ÉTICA
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LEGISLAÇÃO E NORMAS
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LICITAÇÃO
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OUVIDORIA
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SAÚDE
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CONVÊNIOS MÉDICOS
convê[email protected]
TOMADA DE CONTAS
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Este ano é muito importante para todos nós,
fonoaudiólogos, pois ele marca a realização de um novo
processo eleitoral, pelo qual serão escolhidos, através do voto
direto, os colegas que representarão a profissão nos próximos
três anos, no âmbito dos Conselhos Regionais e Federal.
A fonoaudiologia atravessa um momento político muito
importante, que cobra a presença de profissionais atuantes,
para a consolidação de nossas conquistas e a busca de novas
realizações que beneficiem o fonoaudiólogo e a comunidade
por ele atendida. Esta é a oportunidade para que os
profissionais venham fazer parte dos Conselhos e, desta
forma, participem ativa e diretamente da história da fonoaudiologia.
Nesta edição da Revista, vocês vão encontrar o edital de convocação e o
cronograma das eleições. Para participar – como eleitor ou candidato – é preciso lêlos com muita atenção. Venham compartilhar da honra que é fazer parte do Conselho!
Nas próximas páginas, apresentamos uma matéria sobre a atuação do
fonoaudiólogo na dislexia. Atualmente, este tema tem sido muito debatido pelos
profissionais da educação e da saúde e a reportagem esclarece pontos relevantes,
através de entrevistas elucidativas com profissionais e portadores de dislexia.
Leia também a entrevista com o Dr. Gilson Carvalho sobre saúde e cidadania.
Com certeza, suas idéias contribuem muito para ampliar a visão do fonoaudiólogo
em relação às questões de saúde pública.
Outro aspecto que chama a atenção nesta edição é a alegria de termos uma
aluna do curso de fonoaudiologia premiada no “V Concurso para Universitários
sobre Programas de Prevenção de Drogas”. Gostaria de parabenizá-la pelo trabalho
e pelo destaque dado à fonoaudiologia com a sua premiação. A realização deste
trabalho aponta para uma fonoaudiologia atuante nos problemas sociais, cuja
importância foi reconhecida nacionalmente. Parabéns
Geórgea! Que você e muitos outros alunos possam
continuar trilhando este caminho que só enaltece a
atuação do fonoaudiólogo perante a sociedade.
Sílvia Tavares de Oliveira
Presidente do CRFa 2ª Região
CAPA
Crianças em tratamento
fonoaudiológico com o Dr. Jaime, no CEFAC.
N° 68 – JULHO/AGOSTO 2006
ISSN – 1679-3048 - TIRAGEM: 12.200 Exemplares
COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO
Luciana Pereira dos Santos - PRESIDENTE
Ana Camilla Bianchi Pizarro
Diva Esteves
Cristina Lemos Barbosa Furia
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SEUS AUTORES.
ÍNDICE
• Crianças disléxicas:
tratamento com fono ajuda na escola
• Mudanças urgentes para a área da saúde
• A importância da informação em Saúde
para a Fonoaudiologia no SUS
• Pesquisa: Perfil do Fonoaudiólogo
• Teses
• Concurso
• Livros
• Estudante de Fono ganha concurso
• Happy hour
• Opinião
• Notas
• Eleição
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DISLEXIA
Crianças disléxicas:
tratamento com fono
ajuda na escola
Nota baixa e fraco desempenho escolar
nem sempre acontecem porque a criança
não gosta de estudar.
Era uma vez uma criança que ia
à escola todos os dias. Ela compreendia perfeitamente as histórias que
a professora contava e sabia muito
bem o que significavam as figuras
que deveria colorir. Um belo dia a
professora, que era uma princesa,
virou uma bruxa. Não que ela tenha
ficado malvada de repente. Mas porque ela simplesmente resolveu
abandonar para sempre as figuras e
as histórias, para dar vez à "coisinhas" incompreensíveis chamadas
"letras" e a uma "coisona" sem sentido chamada "ditado". A partir deste dia, a criança achou que nunca
mais conseguiria aprender. O aprendizado, que era um lindo sonho, pas-
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sou a ser um terrível pesadelo.
A história acima é uma ilustração
da realidade vivida por inúmeras
crianças que sofrem de dislexia. Segundo o Prof. Dr. Jaime Zorzi, Doutor em Educação e Especialista em
Linguagem, a trajetória da criança
disléxica que chega aos consultórios
de fonoaudiologia é sempre a mesma. "O fonoaudiólogo recebe a criança que ia bem, que era saudável, até
sofrer com os dramas trazidos pela
alfabetização, que são a escrita e a
leitura. O perfil é de uma criança insegura, frustrada por não acompanhar o ritmo dos colegas e, muitas
vezes, deprimida".
Definida como um transtorno de
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aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é apontada como o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Segundo
a Organização Mundial da Saúde,
8% da população mundial é
disléxica. Outras pesquisas, como a
da Associação Brasileira de Dislexia
indicam que o número de disléxicos
pode chegar a 15% da população do
mundo.
Estes dados devem ser olhados
com a ressalva de que apenas cerca
de 1% da população mundial foi
diagnosticada. Apesar de ser um distúrbio antigo, somente na ultima
década houve um avanço significativo nos estudos da dislexia e qua-
A dislexia
É importante esclarecer que a dislexia nada tem a ver com baixa inteligência. Trata-se de uma condição hereditária com alterações genéticas que
determinam mudanças de ordem neurológica. A dislexia de Ralph e do
primo foi uma herança genética, também presente na irmã de Roselaine,
que se descobriu disléxica acompanhando o quadro do filho.
O sintoma básico apresentado por crianças disléxicas é a dificuldade de
decodificar e formar palavras, na hora de ler e de escrever, enquanto normalmente não apresentam a mesma dificuldade na expressão oral. Segundo o Dr. Rubens Wajnsztejn, pais e professores devem estar atentos "quando a criança vai bem na parte oral, mas vai mal quando passa para o
papel". Ele alerta que a dislexia pode ser manifestada de diversos modos e
graus. "Nem sempre o disléxico é aquele que não sabe ler". Se diagnosticado o quadro de dislexia, o neurologista aconselha que a criança receba
assistência de psicólogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos: "a
fonoaudiologia é importantíssima porque ela trabalha justamente com a
interpretação dos fonemas. Ela vai trabalhar um déficit do sistema fonológico.
Quando alguém consegue dominar todos os fonemas, está alfabetizado".
Dr. Jaime Zorzi observa que o trabalho desenvolvido por profissionais
em situação extra-escolar não exime a assistência e o amparo que o aluno
disléxico deve receber diariamente na escola. "Existe uma crença de que o
aluno vai ser tratado e vai voltar à escola em condições normais. É errado".
De acordo com ele, o papel da escola e dos professores é fundamental,
porque é no ambiente escolar que o aluno desenvolverá muito de seu aprendizado e vivenciará experiências fundamentais para sua formação afetiva,
social e cognitiva.
É importante registrar que a Constituição Federal garante que o disléxico
receba auxílio da escola. De acordo com a lei, o aluno que apresenta quadro de dislexia deve receber ajuda nas leituras e tem o direito de não fazer
nada por escrito. Tanto escolas como universidades são autorizadas, legalmente, a avaliar apenas oralmente os alunos disléxicos. A lei oferece, portanto, todo o respaldo para que crianças disléxicas possam ter uma educação tranqüila e feliz.
dros de dificuldades escolares. "Até
recentemente o número de estudos
era muito pequeno e havia insegurança para se falar em diagnósticos"
- explica Dr. Rubens Wajnsztejn,
médico neurologista da infância e da
adolescência.
Roselaine Marquetti é mãe de um
disléxico. Hoje, o filho Ralph tem 19
anos, mas desde cedo apresentou
muita dificuldade no aprendizado
escolar. "Ele sofreu um bocado porque, na época, nem se falava em
dislexia". A mãe lembra que a professora da Pré-Escola a convocou
para uma reunião e justificou o comportamento da criança como decorrência de imaturidade.
Depois de um ano, quando Ralph
estava na 1ª série, a direção da escola pediu uma avaliação psicológica
do aluno, porque eles acreditavam
que o mau desempenho nas atividades escolares era conseqüência de
um problema emocional. "Eu revirei o menino do avesso", conta
Roselaine. "Mandei para benzedeira, ia me benzer junto. Era o meu
D. Roselaine, Ralph e suas medalhas
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DISLEXIA
primeiro filho e eu nunca tinha passado por isso. Até que procurei uma
psicóloga". O ano já estava acabando e Ralph apresentava um quadro
de notas muito baixas. "Com a professora particular ele conseguia escrever, mas na escola não. Ele acabou repetindo a 1ª série".
O marido de Roselaine não aceitava a idéia de que Ralph poderia
sofrer de problemas emocionais e
exigiu que ele deixasse de freqüentar as sessões de terapia. "Eu continuei levando o menino na psicóloga
escondida do meu marido. Mas na
3ª série, Ralph continuava com notas baixas e procurei outras alternativas".
Na época, ela e a irmã haviam
percebido que tanto o filho de uma
como o da outra apresentavam os
mesmos sintomas. "Cada uma de
nós tentou diferentes caminhos.
Enquanto eu levava Ralph para as
sessões de psicoterapia, a minha
irmã levou meu sobrinho para a ABD
- Associação Brasileira de Dislexia,
onde o menino foi submetido a exames, que revelaram que ele sofria de
dislexia moderada".
Emocionada, Roselaine lembra
do dia em que leu pela primeira vez
um material sobre dislexia. "Era um
jornalzinho que trazia o depoimento de um empresário que, aos 52
anos de idade, se descobria disléxico.
Li em voz alta para o meu marido.
Na hora identifiquei os sintomas da
dislexia com os sintomas apresentados pelo meu filho. Acho que meu
marido deu credibilidade à história
por ela ter sido contada por um homem bem-sucedido. Ele concordou
que levássemos Ralph até a ABD. Foi
diagnosticado que ele sofria de
dislexia severa, ou seja, grave".
Segundo Roselaine, a partir deste momento, toda a vida de Ralph foi
transformada, das relações familiares às relações com a escola. "Estava
explicado porque ele tirava nota zero
em ditado. Não se podia mais des-
Dr. Rubens: a lei protege o
aluno disléxico.
contar erro de português em prova
de história, de ciências".
A mãe conta que aos 10 anos,
Ralph iniciou um tratamento com
uma psicóloga especialista no caso.
"Ela desenhava bichinho, contava
história. Todas as matérias decorativas, ela gravava em fita cassete. Eu
dizia para ele 'vá dormir ouvindo a
voz da Dra. Marici que você aprende'. Esse é que era o jeito de explicar
as coisas para que ele entendesse".
Além do acompanhamento psicológico, Roselaine ressalta a importância de uma atividade esportiva
para o aumento da auto-estima de
uma criança que, segundo ela, estava anulada. "Ele decidiu, por conta
própria, fazer hipismo. Um primo
que praticava o esporte apareceu
numa revista, todo elegante, montado em um cavalo e ele me falou:
'mãe, eu quero fazer isso também!'".
Para Roselaine, a devolutiva do
exame foi fundamental para libertar
o menino retraído e tímido que, em
determinadas situações, chegava a dizer que queria morrer porque não conseguia aprender. "Hoje, ele está no ritmo dele. Depois de completar o Ensino Fundamental, mesmo pagando
para as meninas escreverem para ele
(risos), o Ralph vai terminar o Ensino
Médio e já venceu uma nova barreira,
que é o trabalho. Trabalha com computadores e é muito bom nisso".
Ralph: agora um
vencedor de verdade.
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Prof. Dr. Jaime Zorzi esclarece a relação
entre dislexia e fonoaudiologia
Dr. Jaime Zorzi é diretor do Cefac - Saúde e Educação, Doutor em Educação pela
UNICAMP, Mestre em Distúrbios da Comunicação pela PUC-SP, ex-Presidente da
Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia e
ex- Diretor Secretário do CRFa. 2ª Região
durante o 5º Colegiado.
Em entrevista cedida à Revista da
Fonoaudiologia, o especialista explica a importância do acompanhamento dos
fonoaudiólogos no processo de aprendizagem de crianças disléxicas. Segundo ele, os
profissionais são fundamentais não somente para a compreensão da palavra escrita,
como também para auxiliar no resgate da
auto-estima destas crianças.
Acompanhe a seguir, a entrevista exclusiva com o médico.
Revista da Fonoaudiologia (RF): O
disléxico tem uma deficiência na
decodificação dos símbolos escritos. Qual
é a relação da fonoaudiologia com a
dislexia?
Dr. Jaime Zorzi (Dr. JZ): A dislexia é um
distúrbio dos processos de linguagem. O especialista em linguagem é o fonoaudiólogo,
portanto, é um profissional altamente indicado para assistir aos disléxicos, desde que
bem preparado para tanto.
RF: Os disléxicos podem apresentar dificuldade também na expressão oral ou a
dificuldade é restrita ao plano da leitura e
da escrita?
Dr. JZ: O problema principal da dislexia
é a dificuldade de decodificação na leitura
e de expressão escrita. Porém, alguns casos podem vir acompanhados também de
dificuldade na expressão oral. Mas o que
define a dislexia é a deficiência apresentada diante da palavra escrita.
da muito mais tempo, porque o esforço é
muito grande e a velocidade de execução é
lenta. Tudo isso pode gerar sentimento de angústia, de frustração e de exaustão.
RF: Em razão desta provável exaustão, o
processo de aprendizado dos disléxicos deve
se dar exclusivamente com linguagens alternativas como o uso de imagens e sons, ou devem ser feitos esforços para que o disléxico
compreenda melhor a palavra escrita?
Dr. JZ: Não se deve deixar de lado a escrita porque existe uma dificuldade de lidar
com ela. Abandonar o processo de aprendizagem da linguagem escrita é comprometer
para sempre a vida da pessoa. O que recomendamos é que as crianças disléxicas tenham ajuda extra-escolar, com profissionais
especializados, como os fonoaudiólogos, ao
mesmo tempo em que haja uma adequação
do ambiente escolar. A escola deve criar condições favoráveis de aprendizagem, aproveitando melhor as capacidades que se encontram preservadas, como a oralidade. Os professores devem ter ciência de que o disléxico
possui uma dificuldade de caráter permanente e duradouro, o que não o impede de aprender a ler e escrever, embora com dificuldades. O professor deve ser compreensivo com
aquilo que é esperado em termos de limitações, como os erros de leitura, a demora nas
cópias e os erros ortográficos. E tem que trabalhar diariamente com os pontos fracos e
fortes do aluno, sempre o valorizando. É imprescindível que a escola assuma esse compromisso porque é em seu ambiente que as
coisas acontecem. Ela não pode esperar que
os problemas sejam resolvidos nos consultórios, isoladamente.
RF: A atividade escrita pode ser exaustiva para um disléxico?
RF: Qual o processo de assistência do
fonoaudiólogo com crianças que apresentam
quadro de dislexia?
Dr. JZ: A atividade escrita acaba sendo exaustiva porque exige muito do
disléxico, exatamente em habilidades que
não estão bem desenvolvidas. Para ele, o
grau de dificuldade é muito superior se
comparado com outras pessoas. Deman-
Dr. JZ: O fonoaudiólogo recebe uma
criança que se desenvolvia aparentemente
bem, que era saudável, até sofrer com os dramas trazidos pela alfabetização, que são a escrita e a leitura. O perfil é de uma criança insegura, frustrada por não acompanhar o rit-
mo dos colegas, por não dar conta das expectativas familiares e escolares, o que
pode deixá-la deprimida e desmotivada. O
fonoaudiólogo, ao trabalhar as dificuldades de linguagem, pode vir a auxiliar esta
criança no que diz respeito ao estado emocional decorrente da dificuldade no processo de aprendizado da escrita. Nós fazemos
um levantamento do perfil de cada criança. O ponto de partida é avaliar a extensão
e o grau de dificuldades apresentadas pelo
disléxico para trabalharmos, de maneira
adequada, suas habilidades de linguagem,
como a compreensão da estrutura sonora
das palavras. O objetivo é fazê-las compreender o sistema alfabético. A criança tem
que perceber que as palavras têm sons, que
eles se apresentam em determinada ordem
e que estes sons estão em outras palavras
e que a eles correspondem símbolos denominados letras. Assim, ao olhar uma palavra, a criança pode identificar as letras que
a compõem, transforma-las em grupos de
sons e, finalmente, sintetizar os grupos de
sons em palavras. Desta forma se dá a leitura. O processo inverso é a escrita.
RF: Na sua opinião, as crianças disléxicas
podem ter uma educação tranqüila e feliz,
ou ela é necessariamente traumática?
Dr. JZ: O risco de ser traumática é muito grande, pois não basta simplesmente
identificar o problema. Deve-se aprender
a cuidar dele. Aparentemente, a preocupação de tentar lidar melhor com a dislexia
tem aumentado. Eu tenho uma visão muito otimista de que uma criança disléxica
possa sim, ter uma educação tranqüila. É
uma questão de atitude e de querer. Os
profissionais que lidam com crianças
disléxicas, sejam educadores, fonoaudiólogos ou psicólogos, devem estar preparados para conseguir estimular capacidades
e, acima de tudo, envolver estas crianças
com a aprendizagem. Se houver serenidade, afinco e crença de que vai funcionar,
funciona.
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SAÚDE PÚBLICA
Para Dr. Gilson Carvalho, médico pediatra e sanitarista de saúde pública,
fazer saúde é promover cidadania.
"Onde nos enquadramos enquanto profissionais de saúde e enquanto cidadãos?" Esta foi uma importante reflexão colocada pelo Dr.
Gilson Carvalho aos ouvintes da palestra que ministrou em abril na
Casa do Fonoaudiólogo, em São
Paulo, a convite do CRFa. 2ª Região. O médico que milita a causa
da saúde pública pelos quatro cantos do Brasil não deixa a pergunta
no ar. Segundo ele, a melhoria do
nosso sistema de saúde está vinculada a uma profunda transformação do País, que tem como chave de
mudança os próprios seres humanos - trabalhadores e gestores, cidadãos e políticos. Betinho dizia
que o "cidadão é o indivíduo que
tem a consciência de seus direitos e
deveres e participa ativamente de
todas as questões da sociedade".
Para o Dr. Gilson, fazer saúde é promover cidadania e só se deve fazer
cidadania com responsabilidade fiscal, social e sanitária.
"É importante que o cidadão
compreenda estes diversos conceitos de responsabilidade para ter
consciência dos direitos e dos deveres que lhe competem", explica o
médico, enfatizando que a respon-
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sabilidade fiscal pode ser usada para
cumprir a legislação do financiamento, que determina que ele seja
tripartite da União, Estados e Municípios, enquanto que a responsabilidade sanitária busca garantir o
direito à saúde seguindo a regulamentação legal e técnica. A responsabilidade social, por outro lado, é
"ver o cidadão como portador do
direito à saúde".
De acordo com Dr. Carvalho,
toda a sociedade deve participar do
universo da saúde, já que lhe é de
direito. Segundo ele, o engajamento
pode se concretizar de diferentes
modos. A participação pela ação é
"fazer bem tudo aquilo que temos
que fazer para nossa sobrevivência
e convivência dos que dependem de
nós e daqueles que precisam de nossa cooperação". A participação pela
proposição é "propor e mostrar saídas". E a participação pelo controle
é "cooperar no controle da sociedade e do Estado nas ações realizadas,
na eficácia e eficiência delas, exercendo o controle social e cobrando
o controle institucional".
As saídas – O médico acredita
na possibilidade de vencer o "velho-
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novo desafio da garantia do direito
à saúde no Brasil" com responsabilidade fiscal, social e sanitária. Ele
aponta cinco saídas para a saúde do
Brasil. "Lembro que não existe precedência entre uma e outra medida. O que existe é a urgência em se
fazer tudo ao mesmo tempo".
A primeira saída apontada por
Dr. Carvalho é o inevitável aumento de recursos. "A realidade, pisando no chão, é que países ricos gastam com saúde o mesmo ou até
quase o dobro de toda a renda por
habitante que tem hoje o Brasil".
Estima-se que o Brasil gaste cerca
de US$ 600 por habitante ao ano,
enquanto os Estados Unidos chegam a gastar mais de US$5.000, de
acordo com dados da OMS – Organização Mundial da Saúde, de 2003.
No entanto, o médico reitera que
a saída para o financiamento da
saúde não é o simples aumento de
recursos. É necessário ter eficiência
nos gastos. Para isso, Dr. Gilson
Carvalho apresenta muitas sugestões: "um tríplice compromisso das
pessoas (ter o saber técnico, a relação humana e o compromisso com
a sociedade) e dos empregadores
(garantir salários, condições de tra-
balho e educação continuada) para
melhorar o processo de recrutamento, seleção, treinamento e
acompanhamento de Recursos Humanos; melhoria e transparência na
administração financeira; adequar
a construção e manutenção de prédios e móveis; comprar melhores
equipamentos, materiais e medicamentos; administrar melhor o sistema de transporte de pacientes e
de apoio; comprar, controlar e pagar melhor os serviços de saúde
complementares; efetivar o controle público institucional e social".
Outra saída inevitável apontada
por Dr. Gilson Carvalho é combater todo e qualquer ato de
corrupção, seja ele direto ou indireto. "A corrupção existe em diversas fases do processo, diminuindo
a arrecadação geral, de onde sai o
dinheiro da saúde", diz o médico,
que acredita que a "corrupção, ilação, renúncia fiscal, apropriação
indébita e finalmente o gasto fraudulento com pagamentos indevidos
e furtados em preço, quantidade ou
qualidade são os vilões do processo".
A quarta premissa abordada pelo
médico é mudar o modelo de se fazer saúde. Para ele, o modelo SUS Sistema Único de Saúde ainda não
foi implantado em sua profundidade de concepção, já que muitos objetivos, funções, diretrizes e princípios declarados na Constituição Federal ainda estão no campo do "legal-virtual". Porém, acredita que
"mudar o SUS é implantar e
implementar o SUS finalmente. Repetir o modelo errado e errático de
foco maior na recuperação da saúde
é repetir erros históricos". "Temos
que focar o novo modelo, a meu ver,
em dois grandes objetivos: reintegralizar a assistência e rehumanizar. Mudar o modelo para o
SUS e mudar a relação interpessoal".
Dr. Carvalho cita Avedis
Donabedian, um dos primeiros líderes a definir a qualidade do atendimento de saúde: "o cuidado de
saúde tem dois componentes - o técnico e o humano e a verdadeira qua-
lidade da ação de saúde mora no coração e na alma do profissional de
saúde".
A quinta e última saída para salvar a saúde pública do Brasil é salvar o próprio Brasil. "Só conseguimos garantir o direito à saúde - premissa do SUS - se ajudarmos a
transformar o Brasil". Dentre as
mudanças de caráter urgente, Dr.
Gilson Carvalho defende o crescimento econômico e social, com mínimo de 5% de aumento anual do
PIB; o aumento de renda salarial;
melhor distribuição de renda; a garantia dos condicionantes e
determinantes da saúde - emprego,
salário, casa, comida, cultura, meioambiente, saneamento e educação.
O médico só acredita em uma fórmula para se conseguir a
dobradinha saúde-felicidade para
todos os cidadãos brasileiros: "educação dos dirigentes públicos e privados, educação dos profissionais,
educação dos prestadores de serviço, educação dos cidadãos usuários
e educação da mídia".
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SUS
Flávia Carrota
A Fonoaudiologia vem ocupando um significativo espaço no desenvolvimento de Políticas Públicas no
âmbito do Sistema Único de Saúde
- SUS.
Considerando a Integralidade
como um dos mais importantes princípios do SUS, o papel do Fonoaudiólogo neste sistema deve transcender
sua atuação além da clínica voltada
apenas para a assistência relacionada à comunicação humana, incluindo-se no desenvolvimento das diversas Políticas Nacionais de Saúde propostas pelo Governo Federal através
do Ministério da Saúde.
A Integralidade implica não somente em olhar o Homem como um
ser pleno, onde sua saúde depende
de fatores determinantes e condicionantes como a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte e o lazer, mas
também em sua assistência desde
ações voltadas para a prevenção e
promoção da saúde, bem como cuidados ambulatoriais e hospitalares
respeitando a complexidade de cada
diagnóstico.
Para o profissional desenvolver
estas ações é necessário que ele se
aproprie dos conceitos básicos do
SUS e utilize suas ferramentas de organização e planejamento do sistema.
A informação é uma das princi-
10
pais ferramentas que possibilitam o
diagnóstico situacional de como
anda a saúde de uma determinada
população, respeitando os limites
territoriais de onde vive.
Esta informação é gerada pelos
próprios profissionais de saúde.
Quando realizada de forma aleatória, sem cuidado com relação a conceitos e sistematização, gera dados
pouco confiáveis que dificultam a
leitura e comparação dos dados com
outras regiões (municípios, estados,
etc.).
Todos os serviços públicos de
saúde têm a obrigatoriedade de informar mensalmente quantos procedimentos realizam e por quais profissionais. Geralmente estes dados
são produzidos por planilhas de
atendimento onde os profissionais
relacionam seus pacientes e procedimentos realizados (avaliação, consultas individuais, consultas grupais,
coletas de exames, atividades
educativas na comunidade, etc.).
Muitas vezes, os profissionais de
saúde não percebem a importância
da coleta destes dados, considerando esta prática uma função administrativa e burocrática que não os auxiliam na execução das suas atividades no dia a dia. Esta falta de percepção não está relacionada à falta
de compromisso ou responsabilidade dos profissionais de saúde, e sim
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à própria dinâmica dos serviços de
saúde. Ao ingressarem no serviço
público, os profissionais não são informados do objetivo desta coleta de
dados e, tão pouco, recebem alguma
devolutiva das informações geradas
por eles. Assim, esta prática se torna
realmente uma tarefa pouco agradável de ser cumprida.
Destas planilhas retiramos não só
números de produtividade, como
quantas consultas foram realizadas,
quantos pacientes foram atendidos
e em quais faixas etárias, mas também dados que possibilitam o estabelecimento de parâmetros e análises da população atendida.
O SUS preconiza que as equipes
dos serviços de saúde se responsabilizem pelo atendimento integral da
população que vive no território de
abrangência daquele serviço. Esta é
a lógica da apropriação destas informações para o planejamento de ações
interdisciplinares que visem sanar os
problemas relacionados às causas de
adoecimento desta população.
Tomemos, por exemplo, um dos
programas propostos pelo Ministério da Saúde determinado Saúde do
Adulto. Neste programa, existe um
sistema de informação (Hiperdia),
que coleta os dados da população de
hipertensos e diabéticos que vivem
na área de abrangência de cada serviço de saúde. Na verdade, trata-se
Conselho Regional de Fonoaudiologia do Estado de São Paulo
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Perfil de Formação Especializada e Inserção no
Mercado de Trabalho do Fonoaudiólogo no Estado de São Paulo
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Desenvolvido através da parceria estabelecida entre o CRFa 2ª Região e o Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão (CEALAG), do Departamento
de Medicina Social da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, este levantamento tem por finalidade elaborar uma caracterização da
inserção no mercado de trabalho em saúde do profissional de fonoaudiologia no estado de São Paulo e conta, para isso, com a sua importante colaboração
no preenchimento do questionário apresentado a seguir.
As informações contidas no questionário preenchido estarão protegidas. O acesso a elas será exclusividade do CRFa 2ª Região e as mesmas serão
utilizadas somente para atualização dos dados cadastrais e para divulgação das análises do perfil do conjunto de profissionais de fonoaudiologia.
Qualquer dúvida entre em contato com o coordenador da pesquisa, Cássio Silveira, no endereço eletrônico [email protected], ou envie seu
questionamento para [email protected]. Você pode ainda deixar recado para Margarete (coordenadora de campo de pesquisa) no telefone (11)
3873-3788.
Por favor preencha as informações abaixo e assine. Envie sua resposta por fax (11) 3873-3788 ou pelo correio utilizando o envelope que você recebeu com
a revista. Se preferir, responda as perguntas no site www.fonosp.org.br.
Local e data:
/
/
Nome completo (por extenso)
.
Assinatura
Nome do(a) Fonoaudiólogo(a):
Formação Acadêmica
8. Instituição onde realizou o curso de graduação em Fonoaudiologia:
CRFa:
9. Ano de conclusão do curso de graduação em Fonoaudiologia:
Perfil Sócio Demográfico
1. Nacionalidade:
nascimento:
(
) Brasileira
(
) Estrangeira. País de
(
2. Naturalidade:
Cidade:
Estado:
3. Residência:
Nº
Complemento
Bairro
Cidade
Estado
4. Data de Nascimento:
CEP
/
/
(
) Casado / União estável
) Viúvo
6. Sexo:
) Não
(
) Sim
* Entende-se por trabalho de Iniciação Científica aqueles que têm orientação
teórico-metodológica do corpo docente e que estejam inscritos em
programas oficiais de instituições como Conselho Nacional de Pesquisa
(CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp),
etc.
11. Recebeu bolsa de estudos para realização da iniciação
científica?
(
) Não
(
) Sim
11.1 Realizou residência em fonoaudiologia?
5. Estado Civil:
(
10. Realizou trabalho de iniciação científica?
(
(
(
) Feminino
7. Número de Filhos:
(
) Solteiro
) Separado / Divorciado
(
) Masculino
) Não
(
) Sim
11.2 Se realizou residência, nome da instituição:
12. Número de cursos de especialização realizados ou em
andamento:
*Os cursos de especialização, também chamados de cursos de pós-graduação
lato sensu, têm duração mínima de 360 horas, não computando o tempo de
estudo individual ou em grupo, sem assistência docente e aquele destinado à
elaboração de monografia ou trabalho de conclusão de curso.
22. Qual agência de financiamento para o Doutorado?
( ) Não recebeu
( ) CNPq
( ) Capes
( ) Fapesp ( ) Não realizou Pós-Graduação Stricto-Sensu
( ) Outra. Especifique:
*No caso de ser indicada a categoria “Outra”, citar a fonte financiadora dos
estudos. Por exemplo, funcionários do setor público ou privado que tenham
sido dispensados com seus salários, fundações nacionais e internacionais, etc.
13. Áreas:
Área 1:
23. Ano de conclusão do Doutorado:
Reconhecido pelo CFFa?
(
) Não
(
) Sim
24. Área de concentração do Doutorado:
(
) Não
(
) Sim
25. Instituição onde realizou o Doutorado:
(
) Não
(
) Sim
Área 2:
Reconhecido pelo CFFa?
Área 3:
Cidade:
Reconhecido pelo CFFa?
Estado:
Atuação Profissional
14. Número de programas de aprimoramento profissional
realizados:
*Programa de Aprimoramento Profissional - PAP destina-se à
complementação da formação de recém-graduados da área de saúde, exceto
médicos, mediante treinamento em serviço em instituições de saúde universitárias ou não - de elevado padrão científico e técnico. A duração dos
programas varia de um a dois anos e a carga horária semanal é de 40 horas
de atividades, 20% delas consistindo em trabalho teórico em aulas,
seminários e revisões bibliográficas, e as demais em treinamento em serviço.
26. Atua na área de fonoaudiologia?
( ) Não
(
) Sim
27. Está atualmente desempregado como fonoaudiólogo(tendo
procurado emprego nos últimos 12 meses)?
( ) Não
(
) Sim
28. Atua em outra área profissional?
( ) Não
(
) Sim
29. Motivo da não atuação na área de fonoaudiologia:
15. Áreas de aprimoramento:
(
(
(
(
Área 1:
Área 2:
Área 3:
Para aqueles que não têm atuação na área,
não responder ao restante do questionário.
16. Realizou algum curso de Pós-Graduação stricto-sensu?
(
(
) Não
) Sim, ambos
( ) Sim, Mestrado
( ) Sim, Doutorado
( ) Mestrado em andamento
17. Recebeu bolsa de estudos para realizar a Pós-Graduação
stricto-sensu?
(
(
) Não
) Sim, ambos
( ) Sim, Mestrado
( ) Não realizou
(
) Sim, Doutorado
18. Qual agência de financiamento para o Mestrado?
(
(
) Não recebeu
( ) CNPq
( ) Capes
) Fapesp ( ) Não realizou Pós-Graduação Stricto-Sensu
(
) Outra. Especifique:
) Não conseguiu emprego como fonoaudiólogo
) Outros
) Motivos pessoais (maternidade, doença, problemas familiares)
) Não se aplica
30. Número de atividades profissionais (vínculos) na atuação em
Fonoaudiologia:
* Indicar o número de atividades na área profissional. Por exemplo, se um
profissional trabalha em seu consultório e no ambulatório de um hospital, o
mesmo soma duas atividades (02).
Descrição das situações de trabalho
31. Primeira Situação:
Organização (se consultório, escrever “consultório) :
*No caso de ser indicada a categoria “Outra”, citar a fonte financiadora dos
estudos. Por exemplo, funcionários do setor público ou privado que tenham
sido dispensados com seus salários, fundações nacionais e internacionais, etc.
Município:
Departamento:
Natureza Jurídica:
19. Ano de conclusão do Mestrado:
(
(
(
(
(
20. Área de concentração do Mestrado:
21. Instituição onde realizou o Mestrado:
Cidade:
2
Estado:
) Pública governamental federal
) Pública governamental estadual
) Pública governamental municipal
) Pública não governamental
) Privada
*Considerar as categorias a partir das seguintes referências: pública
governamental é toda organização vinculada ao serviço público nos níveis
municipal, estadual ou federal, seja ela uma autarquia ou pertencente à
administração direta; pública não governamental é toda organização de
direito privado mas voltada às ações filantrópicas (sem fins lucrativos), tais
como, associações, sociedades, fundações e as denominadas genericamente
de organizações não governamentais; privada é toda organização regida pelo
direito privado e tem fins lucrativos.
(
) Todas as idades
(
) Nenhuma faixa específica
32. Segunda Situação:
Organização (se consultório, escrever “consultório) :
Município:
Departamento:
Setor Econômico:
(
) Primário
(
) Secundário (
) Terciário
* Compreende-se por setor primário a agricultura, por secundário a indústria
e por setor terciário os serviços e o comércio.
Produção (o que a organização produz. Por exemplo,
serviços em saúde, assessoria, serviços em educação, etc).:
Ano início:
Cargo:
* Indicar o cargo dentro da hierarquia específica da organização. Por
exemplo, cargo de chefia de setor (indicar o setor), cargo de fonoaudióloga
consultante, professora assistente.
Função:
* Entende-se por função as atividades desenvolvidas na organização. Por
exemplo, consultas, administração, atividade docente, etc.
) Assalariado
) Proprietário
) Trabalho Voluntário
( ) Liberal
( ) Autônomo
( ) Contrato Temporário
( ) Sem contrato
* Considerar as categorias a partir das seguintes referências: assalariado é
aquele que tem contrato de trabalho estipulando tempo de trabalho, produção
e salário; liberal é aquele que exerce sua atividade principal
independentemente de qualquer controle de organização pública ou privada;
autônomo é aquele que mesmo exercendo suas atividades em consultório
particular, estabelece convênios com empresas prestadoras de serviços em
saúde (seguradoras, medicina de grupo e medicina empresarial), tendo portanto
parte de seu trabalho controlado; proprietário é aquele que possui empresa na
área de saúde, seja ele proprietário exclusivo, sócio ou acionista; no caso de
contrato temporário, somente indicar se este estiver em vigor; trabalho
voluntário é aquele desenvolvido sem remuneração ou benefício algum.
Renda Mensal:
(
(
(
(
) Até 5 salários mínimos
) De 10 a 15 sal. mínimos
) De 20 a 25 sal. mínimos
) Zero
(
(
(
) De 5 a 10 sal. mínimos
) De 15 a 20 sal. mínimos
) Acima de 25 sal. mínimos
* Considerar o salário mínimo em vigor no país: R$ 350,00 (Trezentos e
Cinqüenta Reais)
Número de horas semanais:
Área de atuação em fonoaudiologia (preencher somente a principal):
(
(
(
) Linguagem
( ) Voz
(
) Audiologia
( ) Generalista
) Docência. Especifique a disciplina:
Sexo da clientela:
(
(
(
(
(
) Pública governamental federal
) Pública governamental estadual
) Pública governamental municipal
) Pública não governamental
) Privada
* Considerar as categorias a partir das seguintes referências: pública
governamental é toda organização vinculada ao serviço público nos níveis
municipal, estadual ou federal, seja ela uma autarquia ou pertencente à
administração direta; pública não governamental é toda organização de direito
privado mas voltada às ações filantrópicas (sem fins lucrativos), tais como,
associações, sociedades, fundações e as denominadas genericamente de
organizações não governamentais; privada é toda organização regida pelo direito
privado e tem fins lucrativos.
Setor Econômico:
(
) Primário
(
) Secundário
(
) Terciário
* Compreende-se por setor primário a agricultura, por secundário a indústria
e por setor terciário os serviços e o comércio.
Tipo de Vínculo:
(
(
(
Natureza Jurídica:
(
(
) Motricidade Oral
) Masculino ( ) Feminino
) Distribuição equilibrada
Faixa etária mais assistida:
( ) 0 a 2 anos
( ) 2 a 11 anos ( ) 12 a 19 anos
( ) 20 a 59 anos
( ) 60 anos ou mais
Produção (o que a organização produz. Por exemplo,
serviços em saúde, assessoria, serviços em educação, etc).:
Ano início:
Cargo:
* Indicar o cargo dentro da hierarquia específica da organização. Por
exemplo, cargo de chefia de setor (indicar o setor), cargo de fonoaudióloga
consultante, professora assistente.
Função:
* Entende-se por função as atividades desenvolvidas na organização. Por
exemplo, consultas, administração, atividade docente, etc.
Tipo de Vínculo:
(
(
(
) Assalariado
( ) Liberal
( ) Autônomo
) Proprietário
( ) Contrato Temporário
) Trabalho Voluntário
( ) Sem contrato
* Considerar as categorias a partir das seguintes referências: assalariado é
aquele que tem contrato de trabalho estipulando tempo de trabalho, produção
e salário; liberal é aquele que exerce sua atividade principal
independentemente de qualquer controle de organização pública ou privada;
autônomo é aquele que mesmo exercendo suas atividades em consultório
particular, estabelece convênios com empresas prestadoras de serviços em
saúde (seguradoras, medicina de grupo e medicina empresarial), tendo portanto
parte de seu trabalho controlado; proprietário é aquele que possui empresa na
área de saúde, seja ele proprietário exclusivo, sócio ou acionista; no caso de
contrato temporário, somente indicar se este estiver em vigor; trabalho
voluntário é aquele desenvolvido sem remuneração ou benefício algum.
Renda Mensal:
(
(
(
(
) Até 5 salários mínimos
) De 10 a 15 sal. mínimos
) De 20 a 25 sal. mínimos
) Zero
(
(
(
) De 5 a 10 sal. mínimos
) De 15 a 20 sal. mínimos
) Acima de 25 sal. mínimos
3
* Considerar o salário mínimo em vigor no país: R$ 350,00 (Trezentos e
Cinqüenta Reais)
Número de horas semanais:
Área de atuação em fonoaudiologia (preencher somente a principal):
(
(
(
) Linguagem
( ) Voz
(
) Audiologia
( ) Generalista
) Docencia. Especifique a disciplina:
Sexo da clientela:
) Motricidade Oral
( ) Masculino
( ) Feminino
( ) Distribuição equilibrada
Renda Mensal:
Faixa etária mais assistida:
(
(
) 0 a 2 anos
) 20 a 59 anos
* Considerar as categorias a partir das seguintes referências: assalariado é
aquele que tem contrato de trabalho estipulando tempo de trabalho,
produção e salário; liberal é aquele que exerce sua atividade principal
independentemente de qualquer controle de organização pública ou privada;
autônomo é aquele que mesmo exercendo suas atividades em consultório
particular, estabelece convênios com empresas prestadoras de serviços em
saúde (seguradoras, medicina de grupo e medicina empresarial), tendo
portanto parte de seu trabalho controlado; proprietário é aquele que possui
empresa na área de saúde, seja ele proprietário exclusivo, sócio ou acionista;
no caso de contrato temporário, somente indicar se este estiver em vigor;
trabalho voluntário é aquele desenvolvido sem remuneração ou benefício
algum.
(
(
(
(
( ) 2 a 11 anos ( ) 12 a 19 anos
( ) 60 anos ou mais
33. Terceira Situação:
) Até 5 salários mínimos
) De 10 a 15 sal. mínimos
) De 20 a 25 sal. mínimos
) Zero
( ) De 5 a 10 sal. mínimos
( ) De 15 a 20 sal. mínimos
( ) Acima de 25 sal. mínimos
* Considerar o salário mínimo em vigor no país: R$ 350,00 (Trezentos e
Cinqüenta Reais)
Organização (se consultório, escrever “consultório) :
Município:
Departamento:
Número de horas semanais:
Natureza Jurídica:
( ) Linguagem
( ) Voz
(
( ) Audiologia
( ) Generalista
( ) Docencia. Especifique a disciplina:
(
(
(
(
(
Área de atuação em fonoaudiologia (preencher somente a principal):
) Pública governamental federal
) Pública governamental estadual
) Pública governamental municipal
) Pública não governamental
) Privada
Sexo da clientela:
( ) Primário
) Masculino
( ) Feminino
) Distribuição equilibrada
Faixa etária mais assistida:
* Considerar as categorias a partir das seguintes referências: pública
governamental é toda organização vinculada ao serviço público nos níveis
municipal, estadual ou federal, seja ela uma autarquia ou pertencente à
administração direta; pública não governamental é toda organização de
direito privado mas voltada às ações filantrópicas (sem fins lucrativos), tais
como, associações, sociedades, fundações e as denominadas genericamente
de organizações não governamentais; privada é toda organização regida pelo
direito privado e tem fins lucrativos.
Setor Econômico:
(
(
) Motricidade Oral
(
) Secundário
( ) Terciário
* Compreende-se por setor primário a agricultura, por secundário a indústria
e por setor terciário os serviços e o comércio.
(
(
) 0 a 2 anos (
) 20 a 59 anos (
) 2 a 11 anos ( ) 12 a 19 anos
) 60 anos ou mais
35. Local da primeira atividade profissional:
( ) Igual ao da residência
( ) Fora do local da residência
( ) Em ambos
36. Número de municípios em que desenvolve atividade
profissional:
37. Renda familiar:
Produção (o que a organização produz. Por exemplo,
serviços em saúde, assessoria, serviços em educação, etc).:
Ano início:
Cargo:
* Indicar o cargo dentro da hierarquia específica da organização. Por
exemplo, cargo de chefia de setor (indicar o setor), cargo de fonoaudióloga
consultante, professora assistente.
Função:
* Entende-se por função as atividades desenvolvidas na organização. Por
exemplo, consultas, administração, atividade docente, etc.
Tipo de Vínculo:
( ) Assalariado
( ) Liberal
( ) Autônomo
( ) Proprietário
( ) Contrato Temporário
( ) Trabalho Voluntário
( ) Sem contrato
4
( ) Até 5 salários mínimos
( ) De 10 a 15 sal. mínimos
( ) De 20 a 25 sal. mínimos
( ) De 5 a 10 sal. mínimos
( ) De 15 a 20 sal. mínimos
( ) Acima de 25 sal. mínimos
* Considerar o salário mínimo em vigor no país: R$ 350,00 (Trezentos e
Cinqüenta Reais)
38. Comentários e Sugestões
de um cadastro desta população para
disponibilizar medicamentos e possibilitar o planejamento de ações que
visam a prevenção e o desenvolvimento de atividades de promoção a
saúde com o objetivo de melhoria na
qualidade de vida e mudança de hábitos destas pessoas. Em muitos serviços, estes usuários hipertensos e
diabéticos não são cadastrados, não
se dimensionando o risco desta população ser acometida por agravos
originados da complicação da hipertensão e diabete, como por exemplo,
infarto ou acidente vascular encefálico (AVE). Daí a importância do
Fonoaudiólogo estar integrado a
este trabalho, pois muitos casos de
Afasia poderiam ser evitados através da realização de atividades
educativas buscando a mudança de
hábitos e comportamento desta população. Quanto mais profissionais
atuarem em conjunto (médico, enfermeiro, nutricionista, fonoaudiólogo, psicólogo) melhores os resultados do trabalho.
Este foi apenas um exemplo, pois
o Fonoaudiólogo tem muito a contribuir com a Saúde Pública. Poderíamos citar inúmeros programas
onde sua participação se torna um
diferencial na garantia da
integralidade, como Saúde Mental,
Saúde Bucal, Saúde da Mulher (gestantes, incentivo ao aleitamento
materno), Saúde da Criança e outros. Muito se faz, mas a falta da informação destas ações impossibilita
o conhecimento da magnitude do
envolvimento da Fonoaudiologia
nas Políticas Públicas de Saúde.
Flávia Carotta ([email protected]) é
fonoaudióloga formada pela Universidade São
Camilo (1991), mestre em Distúrbios da Comunicação
pela PUC-SP (1997) e especializada em Administração Hospitalar - Gerência de Serviços de Saúde pela
USP (2001). É diretora técnica do Serviço da
Unidade de Avaliação e Controle - UAC da Secretaria
de Estado da Saúde - Direção Regional de Saúde V
Osasco - Dir V. Também integra o Comitê Regional
de Saúde Mental da Dir V e o Conselho Municipal de
Saúde de Juquitiba, como representante da Dir V. No
município do Embu, em São Paulo, já atuou no
Centro de Atenção Psicossocial, de 1992 a 1999 e em
Unidade Básica de Saúde, de 2001 a 2003. A partir
de 2003 foi Assistente Técnica da Secretaria
Municipal de Saúde e fez parte do Conselho Gestor de
uma Unidade de Saúde, representando a Secretaria.
Repensando a informação
A Comissão de Saúde do CRFa.
2ª Região tem realizado, desde
2001, encontros, fóruns e reuniões
com o intuito de conhecer melhor
o fonoaudiólogo que atua no SUS,
seus anseios e dificuldades. Já foram discutidos e elaborados documentos, sempre em parceria com
profissionais e outras entidades representativas da categoria, na tentativa de orientar a atuação e, fundamentalmente, subsidiar o profissional para discutir temas de interesse com outras categorias profissionais e com os gestores dos serviços de saúde públicos ou privados.
Neste sentido, foi elaborado o documento sobre a inserção da
Fonoaudiologia no PSF - Programa
de Saúde da Família, sobre a Tabela SUS - Sistema Único de Saúde,
parâmetros da assistência, procedimentos, entre outros. Desde 2004,
estão sendo realizados contatos
com os fonoaudiólogos e prefeituras para identificar onde estão e
como atuam os nossos profissionais.
Infelizmente, esse não é um trabalho fácil... Muitos não retornam, outros enviam informações equivocadas, muitas situações mudam rapidamente! Diante destas dificuldades, ficamos pensando na problemática em relação à informação,
enfrentada por um sistema de saúde com as dimensões do SUS. Foi
por isso que convidamos a fonoaudióloga Flávia Carrota para apresentar algumas reflexões sobre o tema.
Esperamos que essas informações
tenham auxiliado o fonoaudiólogo
a refletir sobre a sua prática, a sua
realidade e colocamo-nos à disposição para ampliar a discussão! Contamos com a participação de todos
com sugestões de outros temas para
artigos ou eventos. Entrem em contato conosco!
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 68 • Julho/Agosto de 2006
15
TESE
Tese defendida pela fonoaudióloga Cristiane Faccio Gomes
para obtenção de grau de Doutor em Pediatria na
Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP, 2005.
Orientadora: Profa. Dra. Ercília Maria Caroni Trezza - Pediatra
Co-Orientador: Dr. Emílio Cezar Mamede Murade - Ortopedista
Avaliação eletromiográfica dos músculos masseter,
temporal e bucinador
de lactentes em situação
de aleitamento natural e artificial.
Considerando as especificidades
da eletromiografia com eletrodos de
captação de superfície na avaliação
da atividade muscular e a escassez
de trabalhos que demonstrem as diferenças entre as atividades dos
músculos responsáveis pela sucção
no aleitamento materno, aleitamento por mamadeira e por copo em
lactentes, este trabalho tem como
objetivo:
a) determinar uma padronização
da participação dos músculos
masseter, temporal e bucinador no
grupo de aleitamento materno com
lactentes a termo e sadios e
b) mensurar e comparar a atividade muscular dos músculos
masseter, temporal e bucinador
quando em aleitamento materno,
aleitamento por mamadeira e por
copo, no que se refere à amplitude e
média de contração. Para tanto, utiliza-se o estudo transversal, com
participação de sessenta lactentes
nascidos a termo e sem intercorrências, entre dois e três meses de
idade, divididos em três grupos:
1) vinte lactentes em aleitamento materno exclusivo,
2) vinte lactentes em aleitamento misto com uso de mamadeira e
3) vinte lactentes em aleitamento exclusivo com uso de copo.
Foi realizada eletromiografia
com eletrodos de captação de superfície durante a alimentação do
lactente. O teste estatístico utilizado foi Krushal-Wallis complemen-
16
tado com as comparações múltiplas
entre pares de grupos e todas as discussões foram realizadas no nível de
5% de significância.
Verifica-se, inicialmente, que na
padronização do grupo de aleitamento materno obtém-se maior participação do músculo temporal, seguido do
masseter, ficando o bucinador com
menores valores tanto no que se refere à amplitude quanto à média de contração muscular, revelando que, de
acordo com a literatura, no aleitamento materno, o lactente apresenta condições para o adequado crescimento
das estruturas e desenvolvimento das
funções do Sistema Estomatognático.
Ao mensurar e comparar os resultados da atividade muscular dos músculos estudados em comparação ao
tipo de aleitamento, obtém-se resultados estatisticamente maiores no
grupo de aleitamento por copo em relação ao grupo de aleitamento por
mamadeira, tanto na amplitude quanto na média de contração do músculo
masseter.
No que se refere ao músculo temporal, há resultados estatisticamente
maiores na amplitude de contração no
grupo de aleitamento materno quando comparado ao grupo de aleitamento por mamadeira e, no que se refere à
média de contração, o grupo de aleitamento por copo apresenta resultados
superiores aos do grupo de aleitamento por mamadeira.
Quanto ao músculo bucinador,
observam-se resultados estatistica-
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 68 • Julho/Agosto de 2006
mente maiores no grupo de aleitamento por mamadeira com relação
ao aleitamento materno, sendo que
tal diferença ocorre apenas na amplitude de contração, já que não há
diferenças estatisticamente significantes entre os grupos para a variável média de contração.
Quanto ao número de feixes participantes durante a sucção dos
lactentes nos diferentes grupos de
aleitamento, observa-se, com relação
ao músculo masseter, haver participação de maior número de feixes
musculares no aleitamento por copo
do que no aleitamento por mamadeira, sendo esta diferença estatisticamente significante.
No que se refere ao músculo temporal, há diferenças estatisticamente
maiores no número de feixes participantes no grupo de aleitamento materno do que no aleitamento por mamadeira e, quanto ao músculo
bucinador, não se observaram diferenças estatisticamente significantes.
Conclui-se, portanto, que as semelhanças entre a atividade muscular do grupo de aleitamento materno e aleitamento por copo permitem sugerir o uso do copo como
método alternativo e temporário
na alimentação de lactentes, ao
contrário da mamadeira, devido à
hiperfunção do músculo bucinador, que pode acarretar alterações
no crescimento das estruturas e
desenvolvimento das funções do
Sistema Estomatognático.
CONCURSO
Concurso realizado pela Prefeitura Municipal
de São Paulo tem prazo prorrogado
ATA DA 3ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE (CMS/SP)
SÃO PAULO, 08 de junho de 2006
"As Conselheiras titulares representantes dos trabalhadores (das Entidades Sindicais Gerais e Conselhos de Fiscalização Profissional) do CMS/SP relataram que a Secretaria Municipal de Saúde tem concursos que irão vencer no mês de julho de 2006, para as
categorias de Auxiliar de enfermagem, enfermeiro, psicólogo, farmacêutico, fisioterapeuta, médico veterinário e biólogo e são concursos sem prazo para prorrogação, então solicitaram que se nomeie o mais rápido possível para as vagas existentes. Há também
concursos que devem ter prorrogadas suas homologações e deverão ser nomeados os excedentes para as vagas existentes. São
pertencentes às categorias de: Técnicos de Saúde de Higiene Dental, Auxiliar de Consultório Dentário, Técnico de Saúde de Laboratório, Técnico de Saúde de Farmácia, Auxiliar Técnico de Saúde Histologia e Citologia, Auxiliar Técnico de Saúde operador de
Eletrocardiógrafo, Cirurgião Dentista, Fonoaudiólogo, Nutricionista, Químico, Terapeuta Ocupacional, Médico SAMU, Médico Vigilância, Médicos (várias especialidades)."
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 68 • Julho/Agosto de 2006
17
LIVROS
Dra. Maria Isabel Vicari
lança livro para ser lido por
crianças com TDAH
Um livro com histórias
criadas por pacientes
de fonoaudiologia
A Editora Thot Cognição e Linguagem lança “Melhorando a atenção e
controlando a agitação”, de Maria Isabel Vicari. Trata-se de uma novidade no
mercado editorial brasileiro, porque foi escrito para ser lido pelas próprias
crianças com TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade.
Divertido e cheio de ilustrações, o livro explica de uma maneira fácil e
clara os sinais e sintomas desse transtorno. “Há duas personagens com as
quais as crianças podem se identificar: o Carlos, que é o hiperativo e a Fabiana,
que é desatenta. As histórias falam dos sentimentos deles e das pessoas com
quem convivem, sugerem como fazer e manter os amigos, já que essas crianças
possuem grande problema de socializar-se”, explica a autora.
O livro traz algumas dicas com a intenção de facilitar a vida, a organização
e o planejamento, assim como melhorar o autocontrole dessas crianças.
Também propõe tarefas que as ajudem a compreender as dificuldades
presentes, além de outras para lhes proporcionar meios de melhorar os seus
prejuízos. “O livro traz, por exemplo, um calendário mensal e outro semanal,
com ilustrações e sugestões de como usá-los para melhorar a organização de
suas tarefas e tempo de descanso. Tudo isso é colocado de maneira muito
simples. O objetivo central é fazer a criança parar para pensar, que é o seu
principal desafio”.
No final do livro, que possui 87 páginas, há uma série de exercícios e
jogos apropriados para crianças e
adolescentes com TDAH, de diferentes
níveis de dificuldade. A autora lembra que
apesar de ilustrado, todas as figuras são
em preto e branco para o leitor não ter
distração. “Melhorando a atenção e
controlando a agitação” é um livro
indicado para crianças a partir de 4 anos
de idade e também para adolescentes. As
crianças não alfabetizadas podem
compreender as histórias com o auxílio da
leitura dos pais.
A editora Thot Cognição e
Linguagem acaba de lançar "Era
uma voz", das fonoaudiólogas
Gisele Gasparini, Renata Azevedo
e Mara Behlau. A grande
novidade apresentada pelas
autoras é o saboroso registro de
contos criados por crianças
atendidas no ambulatório de
Fonoaudiologia da UNIFESP EPM, em São Paulo.
Segundo as autoras, crianças
com problemas de voz podem ter
dificuldades para falar, serem
compreendidas e ouvidas. "Às
vezes fazem força para a voz sair,
muitas vezes gritam e podem até
ficar sem voz. Algumas crianças
sentem uma "coceirinha" na garganta, como se fosse um bichinho,
mas não tem bichinho nenhum!".
As especialistas acreditam que um dos desafios do tratamento
da disfonia infantil é tornar os conceitos abstratos e complexos
relacionados com a produção vocal mais acessíveis ao entendimento
da criança. É aí que as histórias entram em ação. Elas garantem que
o uso de contexto lingüístico com pistas concretas e pictóricas tem
se mostrado bastante efetivo no tratamento da disfonia infantil, pois
o foco dessa abordagem está na ação e nas imagens provocadas
pela palavra escrita.
Neste livro, o leitor terá o prazer de conhecer histórias inéditas
como "Mujão, o leão", "Neusa, a nervosinha" e muitas outras que
contam problemas com os quais meninos e meninas tiveram de
conviver, mas também os caminhos que encontraram para superá-los.
“Melhorando a atenção e controlando
a agitação”
Autora: Dra. Maria Isabel Vicari
Editora: Thot Cognição e Linguagem
Preço: R$ 38,00
Era uma voz
Autoras: Gisele Gasparini, Renata Azevedo e Mara Behlao
Editora: Thot Cognição e Linguagem - (11) 4193-3500
www.thot.com.br
Preço sugerido: R$ 33,00
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 68 • Julho/Agosto de 2006
PRÊMIO
Estudante de Fono ganha concurso
A aluna Geórgea dos Santos Francisco, do 4º ano de Fonoaudiologia da FATEA- Lorena/SP, foi premiada no "V Concurso para Universitários sobre Programas de Prevenção de Drogas", em Brasília.
O concurso foi promovido pelo CIEE - Centro de Integração Empresa Escola, SENAD - Secretaria Nacional
Antidrogas e GREA - Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas da USP - Universidade de São Paulo,
em abril de 2006. O objetivo do concurso foi engajar a comunidade estudantil na Campanha Nacional Antidrogas nas Escolas Superiores.
A aluna inscreveu seu Trabalho de Conclusão de Curso, orientado pela professora Mirian de Castro
Rodrigues, sob o tema "Alterações de Linguagem em Usuários de Substâncias Psicoativas: Possibilidades
de Atuação Fonoaudiológica". No trabalho, Geórgea - que acredita que o uso de drogas se tornou um
problema de saúde pública - demonstra as possíveis alterações de linguagem encontradas em usuários de
drogas como o álcool, a maconha e a cocaína. Ela comprovou a importância da atuação do fonoaudiólogo
em equipes de tratamento e de prevenção ao uso de drogas, promovendo a melhoria da comunicação
dessas pessoas.
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 68 • Julho/Agosto de 2006
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HAPPY HOUR
Programa imperdível: happy hour no Conselho
Se você perdeu o happy hour de abril ou o de junho, em
Ribeirão Preto, anime-se. A Revista da Fonoaudiologia apresenta um resumo das palestras, para que você fique em dia.
Um dos temas foi Reabilitação Vestibular, apresentada pela
mestre, clínica em Audiologia, Otoneurologia e Reabilitação
Vestibular, fonoaudióloga Erika Barioni Mantello. Ela é especialista em Audiologia pela UNIFRAN/CFFA, com curso de Aperfeiçoamento em Audiologia e Reabilitação Vestibular pelo
HCFMRP-USP e doutoranda em Investigação Biomédica pela
FMRP-USP na área de Geriatria.
O outro foi sobre Traumas de Face, demonstrado pela Profª.
Dra. Luciana Vitaliano Voi Trawitzki, docente do Curso de
Fonoaudiologia, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto USP. Ela é Mestre em Odontologia, na área de Fisiologia Oral,
pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP e
Doutora em Biociências aplicada à Clínica Médica, pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP.
Confira a programação do Happy hour em São Paulo para
o segundo semestre e não deixe de comparecer.
Boa leitura!
Reabilitação Vestibular e seus tratamentos
Erika Barioni Mantello
Diversas são as citações literárias sobre a prevalência da tontura: o
sintoma mais comum do mundo, a terceira queixa mais freqüente da
medicina, presente em 5 a 10% da população mundial. Ela acomete mais
de 33% das pessoas em alguma época de suas vidas é a sétima queixa
mais encontrada nas mulheres e quarta nos homens, afligindo 47% dos
homens e 61% das mulheres com mais de 70 anos. É a reclamação mais
comum após os 75 anos de idade, presente em 65% dos indivíduos com
mais de 65 anos, relatada por 81 a 91% dos idosos atendidos em
ambulatórios geriátricos.
O labirinto, tanto na porção auditiva como na vestibular, é uma
estrutura muito sensível a problemas clínicos sediados em outras partes do
corpo, portanto, em vários casos as labirintopatias podem ter diferentes
origens, o que também justifica a alta incidência de problemas vestibulares.
O tratamento exclusivamente etiológico pode não ser suficiente para
a evolução favorável do paciente vertiginoso, que terá melhores resultados
com uma abordagem terapêutica abrangente, a RV - Reabilitação Vestibular
supervisionada, junto com uma orientação nutricional, modificação de
mudança dos hábitos agravantes e ainda, dependendo do caso, um
aconselhamento psicológico para cuidar da depressão, ansiedade e pânico,
secundários à tontura.
“A RV é bastante antiga, tendo sido descrita pela primeira vez por
Cawthorne em 1944, mas foi somente a partir dos trabalhos de Norré em
1980 e 1988 que começou a ser conhecida”. Trata-se de um programa de
exercícios físicos associados a um conjunto de medidas e mudanças de
hábitos que visam acelerar a compensação vestibular.
Ela tem se mostrado uma importante e efetiva estratégia no tratamento
de indivíduos com desordens de equilíbrio corporal, proporcionando uma
acentuada melhora na qualidade de vida. A RV vem sendo empregada com
sucesso no Brasil há mais de duas décadas.
As várias técnicas de RV têm sua indicação precisa de acordo com a
duração do quadro clínico (crônico ou agudo), com os déficits vestibulares
apresentados (uni ou bilateral, periférico ou central), ou ainda de acordo
com a etiologia (tontura crônica, crise aguda, doença de Ménière e na VPPB).
20
Vários autores criaram protocolos de tratamento da RV que são usados
até hoje, outros sofreram modificações de autores da atualidade, como o
treino de coordenação de equilíbrio de Norré e de Weerdt (1979) e os
exercícios para incrementar a adaptação vestibular e estabilização do olhar
de Herdman (1996), o protocolo da AOOI - Associazione Otologi Ospedalieri
Italiani (1983), a estimulação optovestibular de Ganança (1989), o
tratamento para tontura aguda de Cesarani e Alpini (1992), a estimulação
do Reflexo Vestíbulo Ocular de Davis e O´Leary (1995), protocolo de Zee
(1985), entre outros.
Várias pesquisas demonstram a importância da aplicação de programas
individualizados de terapia, nos quais o fonoaudiólogo indica os exercícios
específicos a cada caso nas diferentes etapas do treinamento de equilíbrio;
intervindo também no próprio domicílio do paciente (verificar textura, cor,
tipo de piso, tapetes, ceras para limpeza, iluminação noturna, escadas, entre
outros itens que podem prevenir ou facilitar a queda do paciente em sua
própria casa), mediante orientação e mudança de hábitos, além do
acompanhamento dos casos após a alta.
A RV deve atender às necessidades individuais do paciente vertiginoso
e deve ser dirigida para as deficiências funcionais, identificadas em uma
avaliação otoneurológica abrangente. Portanto, diante da multiplicidade
de técnicas e associações terapêuticas, evidencia-se a necessidade de definir
o diagnóstico do paciente para que se possa intervir de modo mais coerente,
rápido e eficaz.
A RV hoje é considerada a melhor opção terapêutica das labirintopatias
em que exista sua indicação, pois além de levar a ótimos resultados, é de
fácil realização, pode ser feita em casa, dispensa uso de medicamentos na
maioria dos casos e não necessita de equipamentos especiais.
Assim destaca-se a importância do estudo e divulgação da RV como
terapêutica para a tontura, junto aos profissionais da saúde que ainda o
desconhecem, especialmente nas áreas da geriatria, otorrinolaringologia e
fonoaudiologia, promovendo o conhecimento necessário para um
diagnóstico e tratamento adequados.
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 68 • Julho/Agosto de 2006
HAPPY HOUR
Fonoaudiologia nos traumas da face
Profª. Dra. Luciana Vitaliano Voi Trawitzki
Atuo em casos de traumas de face no Centro Integrado de Estudos
das Deformidades da Face (CIEDEF), do Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (HCFMRPUSP), desde julho de 1997, com a fundação desse Centro, onde são
atendidos, além dos traumas de face, outros casos de deformidades
craniofaciais, pelo serviço de Fonoaudiologia. Vinte casos são atendidos
em média, por semana, em serviço ambulatorial. Os indivíduos que sofrem
de traumas de face são normalmente jovens, na faixa etária de 20 a 30
anos, do sexo masculino, vítimas de acidentes de trânsito. As alterações
mais freqüentes são: assimetrias faciais, hipomobilidade mandibular,
ineficiência mastigatória e modificações na fala e na deglutição.
O processo de reabilitação miofuncional orofacial é de grande ajuda,
associado ou não ao tratamento cirúrgico. Em casos de fraturas
mandibulares, em crianças, torna-se essencial para minimizar conseqüências
no crescimento e no desenvolvimento craniofacial.
A reabilitação fonoaudiológica, em casos de traumas de face, visa à
recuperação da motricidade e sensibilidade orofacial e o seu enfoque
terapêutico vai depender das seqüelas miofuncionais orofaciais
apresentadas. De uma forma geral, trabalha-se normalmente com
relaxamento; circulação; alívio da dor; sensibilidade; mobilidade mandibular
e muscular; alimentação; cicatrização; aspectos posturais e funcionais
orofaciais. O tratamento deve envolver uma equipe multiprofissional, visto
que o comprometimento desses pacientes pode ser bastante abrangente.
É importante que o paciente compreenda a necessidade do seguimento
fonoaudiológico e esteja motivado para a reabilitação. Ele será orientado a
realizar o treinamento específico para o seu caso, diariamente, em intervalos
e períodos pré-estabelecidos. Sempre que o paciente retorna às sessões
são feitas reavaliações sistemáticas, verificando a evolução do quadro e se
este está compatível com o esperado. Caso contrário, é fundamental a
discussão com a equipe e pode ser realizado um novo plano de atuação
fonoaudiológica, ou até mesmo uma nova intervenção com outros
profissionais.
OPINIÃO
Fim dos sindicatos
SANDRA MURAT PAIVA DOS SANTOS
Presidente do Sindicato da Baixada Santista
Está comprovado pela História até mesmo no reino animal: a união em grupos fortalece e leva, no geral, à vitória
nas lutas. A organização social também evidencia melhores possibilidades de sobrevivência e, sobretudo, o
amadurecimento dos indivíduos que compartilham esforços e experiências, quando conseguem concretizar uma associação.
Nossa profissão cresceu muito e a categoria parecia estar “pronta” para mostrar sua força de coesão, quando associouse em Sindicatos: era a comprovação de sua consciência, do que lhe é próprio e necessário.
Os Sindicatos estruturaram-se, tendo à frente colegas movidas pelo ideal da valorização do exercício profissional, certas
de que incondicionalmente poderiam contar com o apoio e participação de seus pares. Dedicaram, até aqui, seu tempo e
seus esforços frente às negociações trabalhistas, envolvendo piso salarial, valoração de procedimentos (tabela de honorários),
bem como abertura de novas frentes e possibilidades no mercado de trabalho (todas estas funções inerentes e específicas
desta instituição corporativa). O sonho de uma Federação quase foi concretizado!
Hoje, os fonoaudiólogos estão prestes a sair deste cenário. Os Sindicatos de Fonoaudiologia do Brasil estão “agonizando”,
“fechando”, “morrendo”, por total falta de adesão e associação de forças: não temos quem caminhe conosco e quem nos dê
o fôlego para continuar ativos. Faltam recursos financeiros, falta participação. Para onde foi aquela consciência classista,
corporativa? Vários foram os apelos, mas pouca foi a escuta.
O Sindicato dos Fonoaudiólogos do Estado de São Paulo encerrou suas atividades no início deste ano e, agora, parece
estar chegando a vez do Sindicato da Baixada Santista. E o destino dos demais parece não ser diferente.
Ao invés de uma categoria forte em sua identidade profissional, ciente de seus direitos e interesses, vamos regredir
para o “caminhar cada um por si”, na contramão das outras profissões que se unem cada vez mais para vencer as adversidades.
Chegou a hora da decisão: ou recuperamos a sensatez e a solidariedade, ou vamos sucumbir à derrota de vermos uma
profissão sem referencial de piso salarial, estabelecimento de jornada de trabalho digna, novos postos no cenário trabalhista.
Seremos uma categoria super especializada, sem espaço para demonstrar do que somos capazes e nossas potencialidades.
Se, por mais uma vez, você for chamado a remontar este “exército”, não fique surdo ao apelo: agregue-se a nós, traga
sua ajuda em prol da Fonoaudiologia!
(13) 3831-8352 / (13) 9721-1118 • [email protected]
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 68 • Julho/Agosto de 2006
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NOTAS
Oportunidade: negocie seu ISS
O CRFa 2ª Região informa que a Prefeitura de São
Paulo instituiu, através da Lei nº 14.129, o PPI - Programa de Parcelamento Incentivado, que tem como finalidade promover a regularização de débitos tributários,
gerados até 31 de dezembro de 2004. O prazo para
adesão ao PPI é até o dia 30 de agosto.
O fonoaudiólogo que aderir terá os seguintes benefícios: redução de 75% da multa e de 100% dos
juros de mora, no caso de pagamento em parcela única ou redução de 50% da multa e de 100% dos juros
de mora, no caso de pagamento parcelado.
Vale salientar que, em 2003, o CRFa. obteve liminar
no Mandado de Segurança impetrado em face da Secretaria de Finanças, referente ao aumento abusivo do ISS. A
Prefeitura entrou com recurso e, até a presente data, não
há decisão final proferida pelo Tribunal Regional Federal.
No entanto, a Secretaria de Finanças, naquele mesmo ano, reavaliou a lei e a alterou, reduzindo assim o
valor do imposto.
O Fonoaudiólogo que ainda não regularizou a sua
situação junto à Secretaria de Finanças do Município,
referente ao ISS/2003, poderá aderir ao PPI.
Mais informações: https://www3.prefeitura.sp.gov.br/ppi_portal/
ou diretamente na Prefeitura, situada no Vale do Anhangabaú, 206.
Defesa do SUS
ganha fórum
suprapartidário
No dia 25 de abril, por iniciativa do Deputado Carlos Neder, na Assembléia Legislativa de São Paulo,
ocorreu o lançamento do Fórum Suprapartidário em defesa do SUS e da Seguridade Social, que tem por
objetivo formular e apresentar sugestões sobre as políticas de saúde e seguridade social para o Estado de
São Paulo. O Fórum possui caráter permanente e conta com a participação da sociedade civil. O CRFa. 2ª
Região/SP aderiu ao Fórum e pretende participar ativamente das discussões.
Atenção!
• Extravio de Cédula Profissional
Daniela de Paula Lessa Santos
CRFa. 10741
• Extravio de
Carimbo Profissional
Luciana Braz Conti
CRFa. 11596
Daniela Gonçalves Nogueira
CRFa. 10309
• Extravio de Cédula Profissional
e Carimbo Profissional
Janayra de Souza Monges
CRFa. 9595
Karina Gouveia
CRFa. 12090
Tatiane Silva Reis Neves
CRFa. 11334
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 68 • Julho/Agosto de 2006
ELEIÇÃO
Eleição 2006
CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª REGIÃO
TRIÊNIO 2007/2010
Está chegando a hora de votar no CRFa. 2ª Região. E para que o seu
voto seja válido, é necessário estar em dia com o Conselho. Se você
possui débitos, entre em contato com a Tesouraria. Informações
sobre as resoluções e o regime eleitoral podem ser adquiridas no
site www.fonosp.org.br. Não deixe de ler o Edital nesta página.
Anote as datas do processo eleitoral em sua agenda e participe:
Agosto - 2006
01/08/2006 - Data para publicação do Edital de Convocação.
31/08/2006 - Data limite para inscrição de chapas.
Setembro - 2006
15/09/2006 - Data para publicação do Edital das chapas
concorrentes.
Outubro - 2006
26/10/2006 - Data de envio de material aos profissionais.
Novembro - 2006
28/11/2006 - Data limite para recebimento dos votos por
correspondência.
29/11/2006 - Apuração dos votos.
Dezembro - 2006
01/12/2006 - Publicação no D.O.U. do resultado do pleito.
Janeiro - 2007
13/01/2007 - Data limite para recebimento das justificativas por
ausência de voto.
Abril - 2007
01/04/2007 - Posse das chapas vencedoras.
EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ELEIÇÕES
A Presidente da Comissão Eleitoral, no uso de suas atribuições e nos termos do artigo
24 do Regimento Eleitoral, convoca os Fonoaudiólogos do Estado de São Paulo:
- A participarem da Eleição – Triênio 2.007/2.010, que se realizará no dia 29/11/
2006;
- O exercício do voto é obrigatório, nos moldes do artigo 8º da Lei 6965/81;
- A data limite para a inscrição de chapas junto à Comissão Eleitoral será até as 17
horas do dia 31/08/2006;
- Possíveis impugnações das chapas inscritas serão feitas no prazo de 03 dias úteis,
contados da afixação do edital das chapas inscritas e aprovadas, nos termos do
art. 33 do Regimento Eleitoral;
- A composição das chapas será feita por 10 membros efetivos e 10 suplentes,
sendo que, preferencialmente, pelo menos 1/5 do Colegiado deverá ser composto
por representantes de outros municípios, fora da sede;
- O prazo final para o recebimento dos votos postados por correspondência, sob a
modalidade de Aviso de Recebimento (AR), será o dia 28 de novembro do ano
corrente, sendo que o profissional é o responsável pelo atraso do envio do voto, no
caso deste não ser postado pelo menos 10 (dez) dias antes da eleição. (Resolução
CFFa. nº 325/06, que dispõe sobre o cronograma das eleições nos Conselhos
Regionais de Fonoaudiologia e art. 40 do Regimento Eleitoral);
- O Regimento Eleitoral encontra-se à disposição dos interessados na sede do CRFa. 2ª
Região, situada na Rua Dona Germaine Burchard, 331 - Água Branca - São Paulo/SP.
São Paulo, 28 de julho de 2006.
Patrícia Simonetti
Presidente da Comissão Eleitoral
Publicado no DOU nº 146, de 01/08/2006, pág. 119, Seção III.
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