II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso
Transcrição
II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso
Abertura Boas Vindas Tema do Congresso Comissões Sessões Programação Áreas II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores Títulos Trabalho Completo MULTILETRAMENTOS NA SALA DE AULA Maria Helenice De Paiva Almeida Eixo 7 - Propostas curriculares e materiais pedagógicos no ensino e na formação de professores - Relato de Experiência - Apresentação Oral O presente artigo pretende realizar um estudo sistemático do gênero propaganda em aulas de língua inglesa, não só por se tratar de um gênero bastante presente no cotidiano escolar e extraescolar dos alunos, mas também por apresentar aspectos linguístico-textuais, semânticos, pragmáticos e discursivos relevantes no processo de desenvolvimento da sua competência discursiva e comunicativa. De acordo com Dolz e Schneuwly (2004) existe um arsenal bastante diversificado de atividades e de exercícios que relacionam intimamente leitura e escrita, oral e escrita, e que enriquecem consideravelmente o trabalho em sala de aula; dando, assim, a cada aluno a possibilidade de ter acesso, por diferentes vias, às noções e aos instrumentos, aumentando, desse modo, suas chances de sucesso. Palavraschave: Gênero Propaganda; Multiletramento; Ensino de Língua Inglesa. 10353 Ficha Catalográfica MULTILETRAMENTOS NA SALA DE AULA Maria Helenice de Paiva Almeida. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. PUCSP. Governo Estadual de São Paulo Introdução A introdução da tecnologia em sala de aula marca a inclusão definitiva e necessária da escola no contexto tecnológico intrínseco à sociedade contemporânea, na qual a informação se propaga de forma rápida, interativa e por meios de textos multimodais. Preparei uma sequência didática para o Ensino Médio (língua inglesa) e apliquei essa sequência didática (SD) em sala de aula, de modo a investigar a construção de Zonas de Desenvolvimento Proximal (ZPDs) entre os alunos. As sequências didáticas visam ao ensino-aprendizagem focado em gêneros nas aulas de línguas do ensino médio. Por gêneros entendem-se como concepção proposta por Bakhtin (1953/2000), como tipos relativamente estáveis de enunciados, elaborados em uma esfera social, caracterizados por tema, estilo e pela construção formal que os compõem e a valorização que os orienta. Para a elaboração da SD pautei-me na concepção genebrina de Dolz e Scheneuwly (2004) que entendem o gênero como um instrumento que determina os esquemas de utilização dos sujeitos e a percepção da situação na qual é levado a agir. Precisamente, uma sequência didática tem a finalidade de ajudar o aluno a dominar melhor um gênero de texto, permitindo-lhe, assim, escrever ou falar de uma maneira mais adequada numa dada situação de comunicação. Serve, portanto, para dar acesso aos alunos a práticas novas ou dificilmente domináveis. Caracterização da escola A pesquisa foi desenvolvida em uma Escola Estadual do Vale do Paraíba, a qual possui Ensino Médio. A Escola prioriza as atividades didáticas centradas na Proposta Curricular da Secretaria Estadual de Ensino (SEE). Paralelamente desenvolve atividades voltadas para a educação ambiental, assim como as relações interpessoais. Tem como princípios essenciais o respeito, compreensão, e comprometimento. A equipe pedagógica busca fundamentar suas ações em conceitos educacionais inovadores, buscando utilizar recursos tecnológicos como apoio para o processo ensino aprendizagem. A Escola tem uma boa estrutura; o prédio é amplo, todo de concreto, com o pátio e a quadra poliesportiva ambos cobertos, as salas de aulas são espaçosas, com boa iluminação natural e ventilada. A biblioteca possui um bom acervo que está parcialmente informatizado, porém suas acomodações não são boas. A cantina apresenta os requisitos 1 10354 básicos com boas condições de higiene. O prédio é rodeado por uma área verde que vem sendo cuidada por funcionários e grupo de alunos. Funciona nos três períodos, sendo seis salas no período matutino, duas no período noturno. A Escola foi inaugurada em 1983 e atualmente conta com 328 alunos, 45 professores, 9 funcionários, dois coordenadores e dois diretores. Alunos: A turma escolhida foi o 1º. Ano do Ensino Médio tendo como principal objetivo desenvolver e analisar criticamente um projeto de ensino-aprendizagem de inglês, apoiado no conceito de atividade social, como base para que os alunos se apropriem da língua em foco. A característica mais marcante da turma em questão é a integração com colegas e professores com o intuito de aprender muito em todas as disciplinas. As matérias em que os alunos mais sentem dificuldades são Física e Química e as que mais gostam são Inglês e Biologia. A interação dos alunos com os professores é boa, apesar de ainda existir indisciplina e falta de respeito por parte de alguns alunos, tanto para com professores quanto para com outros alunos. Os alunos têm duas aulas de inglês semanais de cinquenta minutos de duração. Esta sala possui 29 alunos, faixa etária de 17 anos de idade, são adolescentes interessados, mas são dispersos e com muita dificuldade de aprendizagem. Os alunos expressam o interesse por aprender a língua inglesa, pois sonham em trabalhar nos EUA, em mudar de vida aqui no Brasil mesmo com um emprego melhor, em conseguir um aumento onde trabalham, almejam algo melhor na vida. Por isso escolhi essa turma, por empatia, pois é uma sala com vinte e nove alunos, heterogênea em relação à aquisição de conhecimentos, muito participativa e interessada. Fundamentação Teórica A necessidade de diálogo entre as novas linguagens tecnológicas e os processos de ensino-aprendizagem de língua portuguesa e inglesa ampliou a busca por espaços educacionais abertos de circulação de conhecimento tanto por parte de professores como de alunos, para que em princípio, as práticas de aula se tornassem mais efetivas para esses alunos. Surge a necessidade de a escola incluir nos currículos a grande variedade de culturas já presentes nas salas de aula de um mundo globalizado e caracterizado pela intolerância na convivência cultural, com a alteridade. O conceito de multiletramento aponta para dois tipos específicos e importantes de multiplicidade presentes em nossa sociedade, principalmente urbanas, na contemporaneidade: a multiplicidade cultural das populações e a multiplicidade semiótica de constituição dos textos por meio das quais ela se informa e se comunica. Cope e Kalantzis (2009) salientam a importância da criação de contextos de aprendizagem que despertem a sensibilidade dos aprendizes para o mundo global digital. 2 10355 Os autores enfatizam que aprendizados cotidianos são diferentes de aprendizados escolares. Isso significa que, para eles, os aprendizados cotidianos envolvem movimentos endógenos, involuntários, inconscientes, amorfos, casuais (fortuitos), indiretos. Já os aprendizados desenvolvidos em contexto escolar são oxógenos, conscientes, sistemáticos, explícitos, estruturados, orientados. Cope e Kalantzis( 2009) sugerem, frente às novas formas de aprendizagem e, consequentemente, novas possibilidades de ensino contemporâneas, que se busque formular uma pedagogia para os multiletramentos, levando em conta ações pedagógicas específicas, que valorizem todas as formas de linguagem (verbal e não verbal), cujo foco deve ser o aprendiz, que passava a ser o protagonista nesse processo dinâmico de transformação e de produção de conhecimento e não mais um simples reprodutor de saberes. De acordo com os autores Cope e Kalantzis (2009), essa proposta deve considerar a aprendizagem de leitura e de escrita de textos multimodais que incorporem outras linguagens, sendo que novas práticas de comunicação / interação em diferentes linguagens convocam os multiletramentos. Novos modos de significar, de fazer sentido e de fazer circular discursos na sociedade contemporânea convocam os multiletramentos. Knobel e Lankshear (2007), afirmam que as práticas sociais de uso da linguagem estão, obrigatoriamente, ligadas a contextos específicos e à busca dos sentidos que circulam naquele contexto. Conteúdos significativos são construídos nas práticas sociais de linguagem que circulam no ambiente digital. Muitos desses conteúdos significativos são perceptíveis e compartilhados nas interações entre os participantes virtuais. Conforme Rojo (2012, p. 26) precisamos pensar um pouco em como as novas tecnologias da informação podem transformar nossos hábitos institucionais de ensinar e aprender. Em vez de impedir /disciplinar o uso de internetês na internet (e fora dela), posso investigar por que e como esse modo de se expressar por escrito funciona. Em vez de proibir o celular em sala de aula, posso usá-lo para a comunicação, a navegação, a pesquisa, a filmagem a fotografia. Vivemos em um mundo em que se espera (empregadores, professores, cidadão, dirigentes) que as pessoas saibam guiar suas próprias aprendizagens na direção do possível, do necessário e do desejável, que tenham autonomia e saibam como e o que aprender, que tenham flexibilidade e consigam colaborar com urbanidade. Em consonância com as posições de Rojo ( 2012 ) Cope e Kalantzis (2009), e Knobel e Lankshear (2007) , elaborei uma sequência didática que pode contribuir para que a educação linguística amplie suas práticas de ensino à multiletramentos. 3 10356 luz do conceito de O foco da metodologia da “sequência didática” Dolz e Scheneuwly (2004) é ensinar ao aluno um determinado gênero textual. Para isso, é organizado sistematicamente um conjunto de atividades escolares que têm como propósito levar o aluno a se apropriar do gênero estudado. Elas são divididas em quatro etapas: “Apresentação da situação”, “A primeira produção”, “Os módulos” e “A produção final”. Para desenvolver a “sequência didática”, foi selecionado o gênero “propaganda”. O texto publicitário ou propaganda é um dos gêneros mais usados no ensino de leitura e produção de textos. Está presente por meio de inúmeros portadores, seja na mídia impressa (jornais, revistas, cartazes, prospectos, folhetos), seja na eletrônica (cinema, televisão, internet). Um dos motivos é que o gênero em questão apresenta-se, em geral, rico em elementos de linguagem não verbal, que, se bem explorados, podem ajudar significativamente o leitor no processo de compreensão do texto. Basta lembrar que diferentes efeitos de sentido podem ser alcançados por meio do planejamento gráfico, que inclui: cores, tipo de letra, imagens, distribuição dos elementos na página, relação entre imagem e texto verbal. Outra razão que justificaria a seleção da propaganda entre os gêneros usados na escola para o trabalho com textos diz respeito aos seus usos sociais. Frequentemente, em situações concretas de comunicação, estamos em contato com textos publicitários, nas suas mais variadas formas e suportes, e precisamos estar preparados para responder adequadamente aos propósitos desse gênero. Se, como dizem Schneuwly & Dolz (2004), é por meio do gênero que se estabelece a articulação entre as práticas sociais e os objetos escolares, o aluno deve ser confrontado com gêneros que sejam (ou venham a ser) relevantes para a sua vida social. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) propõem que a leitura e a produção de textos sejam desenvolvidas de uma maneira adequada e útil ao universo escolar e à realidade social do aluno. Para isso, tomam como base os gêneros discursivos, a partir das ideias de Bakhtin (1953/2000). Dolz & Schneuwly (2004) consideram que o desenvolvimento da autonomia do aluno no processo de leitura e produção textual é uma consequência do domínio do funcionamento da linguagem em situações de comunicação e que por meio dos gêneros discursivos é que as práticas de linguagem incorporam-se nas atividades dos alunos. Segundo Schneuwly & Dolz (2004, p.52), os gêneros textuais são “megainstrumentos criados para agirmos em situações de linguagem e uma de suas particularidades é o fato de serem constitutivos da situação – ou seja, sem romance, não há leitura e escrita de romance”. Os autores vão ao encontro das proposições de Bakhtin (1953/2000) ao considerar que o gênero se define essencialmente por três aspectos: os conteúdos que são dizíveis por meio deles (conteúdos temáticos); a estrutura particular dos textos pertencentes ao gênero (estilo) e as configurações específicas das unidades 4 10357 de linguagem e os conjuntos particulares de sequências textuais de tipos de discursos que formam sua estrutura (construção composicional). Bakhtin (1953/2000) afirma que a língua, nas mais diversas situações de uso e em qualquer camada social, possui um tipo de gênero próprio para se adaptar a uma determinada situação e alcançar determinado fim. O autor considera os gêneros textuais como sendo, portanto, “formas relativamente estáveis de enunciados, construídos por cada esfera social de utilização, de acordo com suas condições específicas e suas finalidades, caracterizados pelos aspectos acima mencionados” (p. 279). Para o autor, a utilização da língua varia como as esferas da atividade humana. A escolha desse gênero textual justificou-se devido ao fato de os alunos já o conhecerem, mas de não terem pleno domínio de sua elaboração e organização. Nesse sentido, o trabalho proposto pretendia ampliar o conhecimento dos alunos sobre o gênero, levando-os ao domínio pleno de sua estrutura. Visou também ao desenvolvimento da capacidade crítica e criativa dos alunos, elemento importante no processo de formação do sujeito. Do ponto de vista do ensino-aprendizagem, a escolha do gênero e os posicionamentos teóricos adotados para abordá-lo em sala de aula objetivaram trazer novas perspectivas para o ensino da língua inglesa e da língua materna, conferindo novos sentidos ao ensino da leitura e da escrita. Portanto, pode-se afirmar que tais visões teóricas constituem-se em ferramentas importantes que auxiliam o professor em sua tarefa de observar a necessidade de aprendizagem dos alunos e de lhes propor alternativas eficazes, e motivadoras de aprendizagem. Descrição da experiência O relato que será apresentado refere-se à sequência didática de estudo do gênero “propaganda”, desenvolvida com uma turma do Ensino Médio (língua inglesa) no período de setembro a novembro de 2013. Sequência didática para o ensino Médio organizou-se do seguinte modo: 1. Apresentação da situação No primeiro momento apresentou-se a proposta de leitura e produção de texto que seria realizada naquela e nas próximas aulas. Os alunos foram informados de que leriam alguns textos, assistiriam alguns vídeos e que produziriam uma propaganda para ser postada no facebook da escola. O assunto é “Addiction” o objetivo era apresentar vídeos, textos sobre o assunto para assim estimular nos alunos a capacidade de relacionar textos. A primeira parte da sequência didática foi dividida em três módulos, conforme apresentados a seguir. 5 10358 Módulo 1 – Atividades anteriores à leitura do texto O objetivo desta aula é realizar um diálogo com os alunos a respeito do que eles sabem em relação ao tema. Esta atividade consiste em fazer um aquecimento, antes de iniciarmos as atividades relacionadas ao estudo do gênero em questão e possibilitar a interação verbal, a escuta e a réplica ativa Bakhtin (1953/2000), com vistas à criação de vínculo e proximidade entre professora e alunos. Os alunos assistiram aos vídeos: http://www.youtube.com/watch?v=HfWa38trn5A http://www.youtube.com/watch?v=zNOLG4MSGGQ http://www.youtube.com/watch?v=Dnw6JeOxMU8 http://www.youtube.com/watch?v=m5Bvck1ZxRQ http://www.youtube.com/watch?v=aOCHdmi2VlU http://www.youtube.com/watch?v=qatkbKFPfvc http://www.youtube.com/watch?v=CGm5zkYCHkQ Realizada a primeira discussão, na qual foram discutidos tipos de drogas lícitas e ilícitas. Após a leitura, os alunos conseguiram estabelecer as relações intertextuais entre os vídeos e o contexto histórico, social e cultural dos mesmos, buscando relacioná-lo ao e diferenciá-lo do contexto do dia a dia. Logo em seguida a discussão, os alunos foram para o laboratório de informática para pesquisar sobre algum tipo de droga: marijuana, nicotine, LSD, ecstasy, cacaine, heroin, crack, etc. Módulo 2 – Introdução do gênero propaganda Na segunda aula, foi feita uma sondagem com os alunos sobre a estrutura do gênero propaganda, a fim de diagnosticar os seus conhecimentos prévios sobre o gênero e de introduzir as noções necessárias sobre a estrutura e os suportes onde eles aparecem socialmente. a. Identificação dos elementos da propaganda. b. Reconhecimento da estrutura do propaganda. c. Discussão sobre a relação entre a propaganda no meio convencional ou facebook. d. Uso do laboratório de informática para pesquisas sobre o assunto. Módulo 3 – Leitura e análise do texto “Addiction: Drugs, brains, and behavior – the science of addiction” Na terceira aula, foi apresentado aos discentes o texto “Addiction”, o qual foi dividido entre os alunos para que fizessem uma leitura. A classe foi dividida em grupos e 6 10359 cada grupo recebeu quatro questões distintas. Foi solicitado ao grupo que as discutissem e depois expusessem as conclusões para a turma. As questões abordavam as seguintes questões de leitura: a. Contextualização do texto. b. Integração do conteúdo do texto a seu conhecimento de mundo. c. Dedução de palavras desconhecidas e compreensão de informações explícitas e implícitas. d. Dar opiniões e resolver a compreensão do texto. 2. A primeira produção Após o (re) conhecimento do gênero “propaganda” e das diversas leituras críticas realizadas, os alunos foram motivados a produzirem uma propaganda em grupo no laboratório de informática. Essa primeira produção representou um primeiro diagnóstico para avaliar as habilidades dos alunos na produção do gênero “propaganda”. 3. Os módulos De posse das produções dos alunos, foi possível diagnosticar as habilidades desenvolvidas no processo de apropriação do gênero por meio da leitura. As produções dos alunos mostraram relativa capacidade de produção do gênero, o que requereu a proposição de módulos para desenvolvimento de algumas habilidades relativas à produção da propaganda, em particular, e de escrita, de modo geral. Os alunos apresentaram o projeto em inglês sob prévia orientação do professor-pesquisador. A apresentação foi feita para os alunos da própria classe e depois postaram as propagandas no facebook da escola. Considerações finais Trabalhar com a proposta de leitura e, mais especificamente, com a leitura dos gêneros textuais que permeiam a vida social dos nossos alunos não é tarefa fácil, pois as aulas de leitura requerem uma maior disponibilidade do professor para pesquisas, a fim de torná-las mais dinâmicas, interativas e atraentes para os alunos. Sabe-se que ler é, antes de qualquer coisa, construir significados para um texto a partir de vários conhecimentos prévios: não só o conhecimento linguístico, mas também o conhecimento de mundo e o textual. Procurei mostrar aos alunos que a leitura não é um “vale tudo”, no qual ele pode atribuir o significado que quiser ao texto. O nosso desafio como professor de linguagem é desenvolver nos alunos habilidades e estratégias de leitura que os levem a ativar seus conhecimentos prévios e a interagir com as informações do texto a partir de um contexto enunciativo. Através das experiências 7 10360 adquiridas com esse trabalho, constata-se que os alunos se interessam mais pela leitura quando lhes são apresentados textos que fazem parte de suas vidas, pois o gênero estudado propicia uma ampla exploração de recursos visuais, além de possuir um leque de fenômenos de linguagem que podem ser explorados a partir de seu estudo, como a intertextualidade, a paródia, as linguagens verbal e não verbal. A sequência didática proposta nesse artigo poderá ser melhor aperfeiçoada pelos colegas professores de linguagem, visto que meu trabalho representa uma ínfima contribuição para uma reflexão mais aprofundada no estudo do gênero propaganda e dos demais gêneros textuais na sala de aula. À luz das teorias de gêneros, pretendo propor e analisar outras aulas sobre o gênero em foco, tendo a preocupação de contribuir com a instrumentalização do professor ao fornecer-lhe subsídios teóricos e práticos de modo que disponha de ferramentas para expandir e desenvolver seu trabalho com os gêneros textuais. Com isso, poderemos auxiliar o aluno no desenvolvimento de suas competências discursiva e comunicativa, tendo em vista que o objetivo maior da escola é desenvolver no educando um nível de letramento ‘ótimo’ a fim de que ele possa adquirir maior segurança ao utilizar a língua inglesa e a sua língua nas mais diversas situações formais de interação comunicativa oral e escrita. Referência BAKHTIN, Mikhail (1953). Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 277-287. BRASIL. Ministério de Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. 1º e 2º ciclos: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997. DOLZ, Joaquim; NOVERRAZ, Michèle; SCHNEUWLY, Bernard. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização: Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. 2. ed. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004.p. 81-108. DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita – elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. 2. ed. Tradução e organização: Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004. p. 35-60. COPE, Bill; KALANTZIS, Mary. “Multiliteracies”: New Literacies, New Learning a University of Illinois Urbana-Champaign, Online Publication Date: 01 July 2009. 8 10361 LANKSHEAR, C. and KNOBEL, M. New Literacies: Everyday Practices and Classroom Learning. 2nd ed. New York: Open University Press,2007. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. Terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental – Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998. SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. São Paulo: Mercado de Letras, 2004. ANEXOS: 9 10362 10 10363 Propagandas elaboradas pelos alunos. Alcohol is addictive is not the next victim! NOME: Lari e José Think about it .... Lara e Jesse 1 EM 1ºE M Please Do not smoke weed! Thank your health Do not let the drink let your imagination go too far .... not worth it, do not start or be schizophrenic! Silva Aline Símile Helli e Marco 1EM 11 10364 1ºEM Drugs? One way to death! Choose life, choose Jesus. Do not let the drink let your imagination go too far .... Silva Aline Símile 1ºEM Keity e Valeria 12 10365 1°EM