para o “pequeno opúsculo” de frei estanislau
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para o “pequeno opúsculo” de frei estanislau
BEM-AVENTURADO ESTANISLAU PAPCZYŃSKI, FUNDADOR DOS MARIANOS Em Portugal, a figura do Bem-aventurado Estanislau é pouco conhecida, embora tenha sido publicada, já em 1757, a sua biografia em português, do Pe. João Teixeira Coelho de S. Paio. Em 2001, publicámos um pequeno opúsculo com a biografia do Venerável Estanislau e a oração para pedir a beatificação. Por oacisião da beatificação, publicamos o mesmo opúsculo, reactualizando-o com o milagre e o anúcio da beatificação. A publicação actual é depois da beatificação. Além da breve biografia e do milagre obtido pela intercessão do Pe. Estanislau Papczynski, contém a notícia da solenidade da beatificação, com a palavra do Cardeal Tarzício Berone e do Papa Bento XVI, a oração para a canonização e a referência à Congregação dos Marianos da Imaculada Conceição, fundada pelo Bem-aventurado Estanislau. Que a figura do novo Bem-aventurado suscite em todos nós a vontade de sermos fiéis à nossa vocação cristã e possa despertar novas vocações marianas. 1. UMA VIDA, UMA MISSÃO Um jovem aventureiro O Bem-aventurado Estanislau Papczyński nasceu a 18 de Maio de 1631, em Podegrodzie, diocese de Cracóvia, na Polónia. Era o mais novo de seis irmãs e um irmão. Seus pais, Tomás e Sofia, camponeses de condição social humilde, baptizaramno no mesmo dia em que nasceu e deram-lhe o nome de João. Tem uma infância, adolescência e juventude bastante atribuladas. Como criança, manifesta pouca aptidão para as letras. Graças às orações assíduas feitas por ele à Mãe do Céu, obtém um imprevisto desenvolvimento das faculdades intelectuais e termina com óptimo aproveitamento a Escola Primária. Aos 15 anos, João vai estudar para Jarosław, no colégio dos Jesuítas, onde esteve apenas 10 semanas. Depois das férias de Verão, não se sabe porque razão (talvez por espírito de aventura), sem licença dos pais, acompanhado por um colega da sua terra, parte para Lwów, onde, não podendo entrar no colégio jesuíta dessa cidade, por falta de recomendação e preparação adequada, trabalha, durante cerca de dois anos, dando explicações aos filhos de uns nobres, para poder sobreviver. Adoecendo gravemente, fica sem trabalho, sem alojamento e sem alimento. Obrigado a levar uma vida de mendigo, sofreu muito durante o austero Inverno. No início da Primavera, começa a sentir-se melhor. O pai, tendo sido informado da situação do filho, manda alguém para o trazer de regresso a casa. Foi grande a alegria do reencontro. João, acolhido pelo pai, qual filho pródigo do Evangelho, em quatro semanas, consegue recuperar plenamente a saúde. Depois de três anos de aventura bem temperada pela dor, João, com 19 anos de idade, continua os estudos, primeiro, em Podoliniec, no Instituto das Escolas Pias, onde completa a Gramática, e, depois, em Lwów (desta vez recebido sem dificuldade no mesmo colégio dos Jesuítas), onde fez os estudos humanísticos. Faz o curso de Retórica, e com ele conclui a Escola Secundária, no colégio dos Jesuítas, em Rawa Mazowiecka. No mesmo colégio, em 1654, conclui o curso bienal de Filosofia. 1 A sua primeira vocação: Piarista Foi, provavelmente, aos 19 anos, durante os seus estudos em Podoliniec, no Instituto dos Piaristas, que João se sentiu chamado para ser religioso nessa congregação. A sua vocação foi amadurecendo e, a 2 de Julho de 1654, já com 23 anos, depois de ter rejeitado uma proposta de casamento que os pais lhe faziam, decide entrar para o Instituto das Escolas Pias da Mãe de Deus (Piaristas), recebendo o nome de Estanislau de Jesus Maria. Faz o primeiro ano de noviciado em Podoliniec, no fim do qual é mandado para Varsóvia, a fim de estudar Teologia. Naquele tempo a Polónia tinha sido invadida pelas tropas suecas. Certo dia, o noviço Estanislau foi agredido por um soldado sueco, protestante. Quando este puxou da espada para o matar (provavelmente, só porque viu nele, pelo hábito que vestia, um representante da Igreja Católica), Estanislau apresentou-lhe o pescoço para receber o golpe fatal, na esperança de poder dar a própria vida pela verdadeira fé. O soldado deulhe três golpes, os quais, porém, não lhe causaram senão uma intensa dor. Durante os dois últimos meses do segundo ano de noviciado, preparou-se para fazer os votos, que emitiu a 22 de Julho de 1656. Ainda antes de ser ordenado padre, foi professor de Retórica durante 5 anos nos colégios da sua Congregação. A 12 de Março de 1661 é ordenado sacerdote. Continua como professor de Retórica até 1669. Sobre o assunto escreve um livro intitulado Introdução à Rainha das Artes, que foi publicado, pela primeira vez, em 1663, sendo muito apreciado. Exerceu primorosamente o ofício de pregador, conquistando depressa o renome de “Orador famoso”. Também se distinguiu como ministro da Reconciliação, tendo entre os seus penitentes o Núncio apostólico na Polónia, António Pignatelli, que mais tarde se tornou o Papa Inocêncio XII, e, provavelmente, João Gembicki, bispo de Plock, e também o senador João Sobieski, futuro rei da Polónia. Embora possuído destes dons tão excelentes, era um homem muito humilde. Por defender que a eleição de todos os superiores da Província polaca da Congregação dos Piaristas fosse feita pelo Capítulo Provincial, de acordo com a legislação da Igreja e por defender a fiel observância da regra nas comunidades da sua Província, entrou em conflito com os superiores, tendo sido considerado um “perturbador da Província”. Nestas circunstâncias, escreve mais duas obras: O Orador Crucificado e Cristo Sofredor. As constantes e graves perseguições promovidas pelos superiores à sua pessoa, o relaxamento da observância da vida religiosa entre os Piaristas, o desejo de estabelecer a paz e a tranquilidade entre os membros divididos, por causa dele, em duas facções opostas e o impedimento imposto pelos superiores à sua actividade literária foram as principais razões que levaram o Pe. Estanislau a sair da Congregação dos Piaristas, em 1670. Mas, no acto formal da saída, o Pe. Estanislau acrescentou uma solene proclamação (Oblatio) da sua plena adesão à segunda vocação religiosa, ou seja, a de iniciar um novo Instituto religioso, o dos Clérigos Marianos da Imaculada Conceição, e de viver nele segundo o espírito dos conselhos evangélicos, até à morte. A sua segunda vocação: Fundador da Ordem dos Marianos da Imaculada Conceição 2 A grande aventura e missão do Beato Estanislau de Jesus Maria Papczyński foi, sem dúvida, a fundação da Ordem dos Marianos da Imaculada Conceição. Depois de muitas dificuldades passadas para obter a dispensa dos votos simples e do juramento de perseverança no Instituto dos Piaristas, em Setembro de 1671, veste o hábito branco em honra da Imaculada Conceição, pela qual era um apaixonado. Enquanto esperava o beneplácito da Santa Sé para o novo Instituto, Pe. Estanislau exerceu o ministério de capelão em Lubocz, na corte do nobre Tiago Karski (de 1671 a 1673). Durante o tempo livre, escreveu uma das suas mais importantes obras: O Templo Místico de Deus e elaborou a Regra do novo Instituto: Norma de Vida. Os eremitas de Korabiew, orientados por Estanislau Krajewski, aceitaram o projecto do Pe. Estanislau consignado na Norma de Vida, da fundação do Instituto da Imaculada Conceição. A 24 de Outubro de 1673, o bispo, ao visitar os eremitas, sabendo da vida indisciplinada de alguns, estabeleceu que a comunidade de Korabiew não só se deveria reger pela Norma de Vida de Pe. Estanislau, mas também por certos Estatutos, dados por ele, que impunham um teor de vida rigorosamente disciplinado e estritamente contemplativo. Todos os eremitas, pouco habituados a uma vida mortificada, saíram da comunidade, ficando apenas o Pe. Estanislau e Krajewski. Embora não fosse intenção do Venerável servo de Deus fundar um Instituto contemplativo, aceitou docilmente as determinações do bispo e adaptou a Norma de Vida às mesmas. Dentro de pouco tempo, o Bem-aventurado Estanislau ganhou fama de santidade entre o povo, que começou a acorrer ao ermo de Korabiew. Porém, eram poucos os candidatos que entravam no austero Instituto Mariano, e eram ainda menos os que perseveravam. Em 1675, dá-se a revolta e a fuga de Krajewski. O Bem-aventurado Estanislau, tendo ficado apenas com um companheiro, teve uma profunda crise que o levou a interrogar-se se era realmente da vontade de Deus continuar a fundação do Instituto. Para se certificar dessa mesma vontade, pediu para ser readmitido aos Piaristas, mas a resposta foi negativa. Tendo continuado a obra a que se sentia chamado, recebeu, entretanto, um certo encorajamento porque alguns “piíssimos” e “doutíssimos” candidatos se juntaram a ele. A 30 de Abril de 1677, o número dos marianos já era suficiente para abrir uma nova Casa. Essa foi aberta em Nova Jerusalém (hoje, Góra Kalvária, perto de Varsóvia), para onde se transferiu o Bem-aventurado Estanislau, por expresso desejo do bispo, Estêvão Wierzbowski, que o estimava muito e o queria junto dele como confessor e conselheiro espiritual. A 21 de Abril de 1679, o bispo procede à erecção canónica do novo Instituto. A Congregação dos “Clérigos Recolectos da Bem-aventurada Virgem Maria concebida sem pecado” era erecta com o estatuto de eremita (contemplativa), para a qual o Pe. Estanislau foi nomeado superior vitalício. A respeito do seu fim específico, é elogiado o zelo com o qual Frei Estanislau se dedica, totalmente e perante todos, com os seus companheiros, ao sufrágio das almas mais necessitadas do Purgatório. É, provavelmente, deste tempo a sua obra Inspecção do Coração. Com a morte de D. Estêvão Wierzbowski, os marianos perderam o seu grande protector e defensor contra os ataques dos adversários. O novo bispo, Witwicki, tendo dado ouvido fácil às acusações destes, esteve prestes a suprimir a congregação. Em 1688, ficando apenas com um companheiro e sentindo a hostilidade do novo bispo, Bem-aventurado Estanislau pôs, mais uma vez, em questão se era da vontade de Deus a continuação da Congregação, escrevendo ao Superior Geral dos Piaristas a perguntar se deveria continuar a sua obra ou regressar aos Piaristas. Não sabemos que resposta obteve, mas tudo indica que foi encorajado a perseverar na vocação mariana. 3 Em 1690, o Bem-aventurado Estanislau vai a Roma a fim de tratar da aprovação pontifícia do Instituto, para assim o pôr a salvo dos perigos que o ameaçavam. Depois de perder a esperança de obter a aprovação com base nas próprias Constituições, decidiu escolher uma Regra já aprovada pela Santa Sé e agregar-se a uma Ordem já existente. Escolheu a Ordem da Imaculada Conceição de Santa Beatriz da Silva (portuguesa) e a Regra da mesma. A sua escolha não foi aceite por se tratar de uma Ordem feminina e por a Regra não ter sido adaptada a institutos masculinos. A pedido do Bem-aventurado Estanislau, os Franciscanos aceitaram a nova Congregação sob a sua protecção, decisão que teria de ser aprovada pela Santa Sé, o que não aconteceu por ter morrido, entretanto, o Papa Alexandre VII; e por o Bem-aventurado Estanislau, por motivos de saúde, ter regressado à Polónia antes da eleição do novo Papa. Entretanto, o bispo Witwicki, desde o fim de 1691, começa a ter uma atitude mais benévola para com os Marianos. A crise estava a passar e o número dos Marianos ia aumentando. Mesmo assim, o Capítulo Geral decidiu fazer nova tentativa para obter a aprovação pontifícia do Instituto. Para essa missão foi mandado a Roma o Pe. Joaquim Kozłowski. Este, não tendo conseguido obter a aprovação da Norma de Vida como Regra dos Marianos, escolheu a Regra das Dez Virtudes da Bem-aventurada Virgem Maria, com a consequente agregação à Ordem dos Franciscanos. Assim sendo, a Congregação dos Marianos obtém aprovação pontifícia a 24 de Novembro de 1699, pelo Papa Inocêncio XII, como Congregação de vida apostólica activa, segundo a vontade do Fundador, com a tríplice missão: - Defender o mistério da Imaculada Conceição (Este dogma ainda não tinha sido definido. Foi esta a primeira Congregação masculina dedicada à Imaculada Conceição); - Oferecer sufrágios pelas almas do Purgatório (particularmente pelos falecidos na guerra e dizimados pela peste); - Prestar auxílio aos párocos (particularmente na catequese do povo simples). Bem-aventurado Estanislau foi um intrépido apóstolo da abstinência das bebidas alcoólicas e determinou que essa fosse também uma característica da sua Ordem. Além da sua dedicação às obras de misericórdia espirituais, particularmente a do socorro às almas mais necessitadas do Purgatório, foi conhecido como um homem de “máxima caridade para com os irmãos” e apelidado de “Pai dos pobres”, “Pai dos necessitados e dos órfãos”. O Pe. Joaquim regressou à Polónia na Primavera de 1701. A 14 de Abril do mesmo ano, Bem-aventurado Estanislau e os seus companheiros, convocados em Capítulo, aceitaram a Regra das Dez Virtudes Evangélicas de Maria e declararam-se prontos a emitir os votos solenes sob a mesma Regra. A 16 de Junho de 1701, o Venerável servo de Deus faz a sua profissão perante o Núncio Francisco Pignatelli, em Varsóvia, em que promete observar a Regra das Dez Virtudes, acrescentando a cláusula: “que não contrarie o espírito do Nosso Instituto”. De seguida, recebe a profissão dos seus súbitos. Bem-aventurado Estanislau de Jesus Maria Papczyński pode finalmente exclamar: “Agora, Senhor, podeis deixar partir o vosso servo em paz...”. E assim aconteceu: o servo de Deus morreu, com fama de santidade, a 17 de Setembro desse mesmo ano, em Góra Kalwaria, onde está sepultado, na capela da Ceia do Senhor. 2. PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO 4 O seu processo de beatificação, cujos primeiros passos foram dados pela solicitude do Venerável Frei Casimiro, iniciou-se em 1767, em Varsóvia. Depois de mais de século e meio de interrupção, por causa das perseguições políticas e religiosas, foi retomado em 1953, em Roma. Como fruto desse processo, o Santo Padre João Paulo II declarou solenemente a heroicidade das suas virtudes, a 13 de Junho de 1992, com as seguintes palavras: Consta que o Servo de Deus Estanislau de Jesus Maria Papczyński praticou as virtudes teologais, Fé, Esperança e Caridade, quer para com Deus quer para com o próximo, bem como as cardeais, Prudência, Justiça, Temperança e Fortaleza, e suas anexas, em grau heróico, no caso e para o efeito de que se trata. Faltava um milagre por intercessão do Servo de Deus Estanislau para que ele fosse elevado às honras dos altares. E aconteceu! No dia 16 de Dezembro de 2006, vigília do III domingo do Advento, chamado “Gaudete” (“Alegrai-vos”), chegou a feliz notícia: o Santo Padre Bento XVI reconheceu o milagre obtido pela intercessão do Venerável Estanislau e pediu ao Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, Cardeal José Saraiva Martins, que se publicasse. MILAGRE ATRIBUIDO À INTERCESSÃO DO VENERÉVEL ESTANISLAU PAPCZYNSKI, FUNDADOR DOS MARIANOS “Eis a extraordinária história que – após uma minuciosa verificação – a Santa Sé reconheceu como milagre: Uma jovem ficou grávida. Desde as primeiras semanas da gravidez surgiu o perigo de perder a criança. A jovem mãe teve que ir para o hospital onde passou por um efectivo tratamento. O estado da sua saúde melhorou. Com base nos exames feitos no último dia antes da alta, através de Ultra-sonografia, constataram-se os batimentos cardíacos da criança, como também o seu tamanho. Porém, a alegria não durou muito. Já no dia seguinte os sintomas de perigo de aborto espontâneo voltaram. O próximo exame de ultra-som trouxe um diagnóstico muito triste. Devido à paragem da acção cardíaca, o tamanho do feto diminuiu e o médico constatou que a criança estava morta. Recomendou à mãe que parasse de tomar os medicamentos de sustentação da gravidez. No dia seguinte foi feito mais um exame que comprovou o diagnóstico anterior. O médico esperava que dentro de pouco tempo acontecesse um aborto espontâneo. Caso isso não se realizasse, planeou uma cirurgia de extracção do feto sem vida. Fazendo exames preparatórios, para sua surpresa e a da própria mãe, detectou os batimentos cardíacos do feto. Levando em conta os dois diagnósticos anteriores, parecia-lhe que isso era impossível. Decidiu então repetir o exame num outro aparelho, e o seu efeito confirmou que a criança estava viva. Sete meses depois a família pôde alegrar-se pelo nascimento da criança que veio ao mundo sadia e está a crescer normalmente. Esta alegre notícia foi-nos dada pelo parente e, ao mesmo tempo, padrinho de baptismo da feliz mãe, o qual veio ao túmulo do Padre Fundador, a fim de agradecer a Deus por esta graça alcançada por intercessão do Servo de Deus Padre Papczynski. Antes, quando ele ficou a saber das complicações na gravidez da sua afilhada e sobre o seu internamento hospitalar, iniciou uma novena, por intercessão do nosso Padre Fundador, na intenção da criança. Os supramencionados factos aconteceram durante os dias desta novena. No decorrer da novena também outros membros da sua família aderiram à oração, de forma que este final feliz de todo o drama foi atribuído por eles – sem sombra de dúvida – à intercessão do nosso Fundador. 5 O padrinho de baptismo há anos é um zeloso venerador do nosso Fundador. Vários anos atrás, durante a sua peregrinação ao Santuário de Monte Claro, parou em Marianki, lugar do túmulo do Padre Papczynski, onde o grupo de peregrinos teve o seu momento de descanso. Lá, naquela ocasião, ouviu o relato das graças que os fiéis recebem por intercessão do nosso Fundador. Pôde constatar imediatamente o quanto isso era verdadeiro. Entre várias graças, talvez a mais importante seja a referente ao vício de alcoolismo. A pessoa em questão conseguiu libertar-se do vício imediatamente após o pedido de intercessão nessa intenção. Não é estranho, então, que aquele senhor tenha pedido também a intercessão do Padre Estanislau a favor da sua afilhada de baptismo e da filha. Juntamente com toda a família em que aconteceu o milagre, nós, Congregação dos Marianos, agradecemos a Deus por esta grande graça de retorno à vida desta criança no seio da sua mãe. Ao mesmo tempo, pedimos ao nosso Fundador a sua constante intercessão junto do Senhor sobretudo pelas crianças ainda não nascidas”. Pe. Wojciech Skóra Postulador Geral 3. BEATIFICAÇÃO Pe. Estanislau de Jesus Maria Papcynski foi beatificado no dia 16 de Setembro de 2007, no santuário de Líchen, Polónia, pertencente aos Marianos, durante a Eucaristia, às 12 horas, presidida pelo Cardeal Tarcísio Bertone, Secretario de Estado do Vaticano. Após o pedido do Arcebispo da Diocese de Poznan, D. Estanislau Gadecki – diocese onde se iniciou o processo de beatificação – o Cardeal Bertone, em nome do Papa Bento XVI, leu o fórmula de beatificação: “Com o nosso poder apostólico, permitimos que, a partir de agora, ao Reverendo Servo de Deus Estanislau Paczynski, seja atribuído o título de bem-aventurado e que a sua festa seja celebrada, nos lugares e do modo determinado pelo direito canónico, no dia 18 de Maio”. A assembleia cristã, de cerca de 120 mil pessoas de todo o mundo, especialmente da Polónia, que enchia a esplanada em frente da basílica de Líchen, acolheu o dom do novo Bem-aventurado com uma calorosa salva de palmas e o coro cantou um aleluia solene. Seguiu-se a Eucaristia. Durante a homilia, o Cardeal Bertone, Saudando o Presidente da República Polaca, Lech Kaczyński, ali presente, disse: “Hoje cumpre-se o desejo do parlamento da Res Pubblica das duas Nações [Polonia- Lituania], o qual no ano 1764 apresentou à Sé Apostólica o pedido de elevar às honras dos altares ‘Estanislau Papczyński, um polaco famoso pelos seus milagres’”. Depois, partindo das leituras daquele domingo (XXIV do Tempo Comum), que falavam sobre a misericórdia de Deus para com o homem pecador, afirmou: “a Misericordia de Deus è a boa notícia que não nos devemos cansar de proclamar e testemunhar neste nosso tempo difícil”. Deus “precisa de santos e chama-nos a ser santos, isto é, verdadeiros amigos de Cristo e arautos do seu Evangelho. Autêntico amigo de Cristo e seu infatigável apóstolo foi o bem-aventurado Estanislau de Jesus e Maria Papczyński”. O Cardeal referiu-se, de seguida, ao percurso de vida do novo Bem-aventurado até a fundação da Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição, guiado sempre por Maria e venerando-a, de modo especial, no seu mistério da Imaculada Conceição, no qual admirava o poder da redenção realizada por Cristo. Por este mistério estava disposto a dar a sua vida. 6 O Cardeal Bertrone disse que no Bem-aventurado Estanislau ardia una forte paixão pela salvação das pessoas, como se pode ver nestas palavras que dirige aos seus ouvintes: “Regressa, portanto, ao teu Pai! Porque andas vagueando pelo país longínquo das paixões, privado dos sentimentos de amor do Sumo Bem? Vai para o Pai! Cristo chama-te, vai a Ele!”. Seguindo o exemplo do Bom Samaritano, sarava as feridas da alma, consolava, infundindo esperança e serenidade, conduzia as pessoas ao sacramento do perdão, ajudando-as a recuperar a sua dignidade cristã. O amor de Deus impelia o Bem-aventurado Estanislau a evangelizar os pobres, o povo simples, aqueles que eram socialmente descriminados e cuja vida espiritual era descuidada. “O amor do Bem-aventurado Estanislau pelo homem estendia-se também aos defuntos, afirmou o Cardeal. Depois de ter tido a experiência mística do sofrimento de quantos se encontram no purgatório, rezava por eles com fervor e exortava a todos a fazer o mesmo. Juntamente com a difusão do culto da Imaculada Conceição e com o anúncio da Palavra de Deus, a oração pelos defuntos tornou-se assim um dos fins principais da sua Congregação”. Nesse sentido, o novo Bem-aventurado interpela-nos: é preciso pensar na morte e no modo como gastamos a nossa vida durante o tempo que passamos na terra. Ele encoraja-nos a acolher e a respeitar sempre a vida como dom de Deus, desde o momento da sua concepção até à morte natural. “Qual sinal significativo para o mundo de hoje é o milagre da ‘inexplicável reassunção duma gravidez entre a 7.ª e a 8.ª semana de gestação’ obtido pela intercessão do Padre Papczyński. O Senhor da vida humana é Deus!” “O segredo da vida é a caridade: o inefável amor de Deus, que supera a fragilidade humana, move o coração do homem a amar a vida, a amar o próximo e até os inimigos, continuou o Cardeal Bertone na sua homilia. Aos seus filhos espirituais o novo Bem-aventurado entregou desde o início este testemunho: ‘Um homem sem a caridade, um religioso sem a caridade, é uma sombra sem sol, um corpo sem alma, é, simplesmente, nada. O que a alma é no corpo é a caridade na Igreja, nas ordens religiosas e nas casas religiosas’. Não admira, portanto, constatar que, entre tantas contrariedades e cruzes, diversos dos seus discípulos se tenham distinguido pela sua perfeição evangélica. Basta recordar o Venerével Servo de Deus P. Casimiro Wyszyński (1700-1755), ardente promotor do culto mariano, o Bem-aventurado Arcebispo Jorge Matulaitis-Matulewicz (1871-1927), providencial renovador e reformador da Congregação dos Padres Marianos e padroeiro da riconciliação entre as nações polaca e lituana; os Bem-aventurados mártires di Rosica (Bielorússia), Jorge Kaszyra (19041943) e António Leszczewicz (1890-1943), os quais, durante a segunda guerra mundial deram livremente a vida pela fé em Cristo e por amor aos homens. Até nos momentos dramáticos de perseguição, a obra do Bem-aventurado Estanislau não foi destruída. O Bem-aventurado Jorge Matulaitis-Matulewicz deu-lhe um novo impulso, testemunhando, mais uma vez, que o Amor tudo vence. “Caros Padres e Irmãos Marianos, concluiu o Cardeal, a vós é hoje confiada a preciosa herança espiritual do vosso Fundador: acolhei-a e sede por toda a parte, como ele, infatigáveis anunciadores do amor misericordioso de Deus, mantendo fixo o olhar em Maria Imaculada, a fim de que se cumpra em cada um de vós o projecto de Deus”. Na Eucaristia da beatificação participaram cerca de 120 mil pessoas, cerca de 120 padres e 64 bispos. Entre eles estava o Primaz da Polónia, Cardeal Józef Glemp, o presidente da Conferência Episcopal Polaca, Arcebispo Józef Michalik, e o Cardeal Estanislau Dziwisz, bispo de Cracóvia (que foi Secretário de João Paulo II). De Portugal participaram 2 bispos – D. António Montes Moreira OFM, da Diocese de Bragança-Miranda, e D. António José Rafael, bispo emérito da mesma 7 diocese – , acompanhados por 5 membros da comunidade dos Marianos e um casal. Além disso, participaram também na beatificação um grupo de 41 portugueses (Cooperadores Marianos), em peregrinação à Polónia organizada pelos Marianos de Balsamão por ocasião da beatificação do Fundador. O Santuário de Nossa Senhora Líchen, onde se realizou a beatificação do Pe. Estanislau Papczynski, pertencente à Congregação dos Padres Marianos, tem uma nova basílica. É a maior igreja da Polónia, a oitava da Europa e 12. ª do mundo. Só demorou 10 anos a construir graças à generosidade de milhões de polacos, seja dos que estão no país seja dos que estão fora dele. A Basílica é um voto da Igreja Católica polaca para o Grande Jubileu de 2000 anos de cristianismo. Foi dedicada a 12 de Junho de 2004. João Paulo II conferiu-lhe o título de basílica menor. Os 43 Padres Marianos que aí vivem desenvolvem um vasto trabalho pastoral: acolhimento aos peregrinos (1.500.000 peregrinos por ano), sacramento da reconciliação, celebração da Eucaristia. Aí funciona o Centro de Formação Mariana Salvatoris Mater, que publica 3 revistas e organiza encontros e retiros. Há também um Centro de apoio à família e aos dependentes alcoólicos. No dia seguinte à beatificação, dia 17 de Setembro, aniversário da morte do novo Bem-aventurado, realizou-se a Eucaristia de acção de graças pela beatificação, em Góra Kalwária, junto do túmulo do Bem-aventurado Estanislau. A Eucaristia, que foi campal, teve início às 17 horas e foi presidida pelo Cardeal Frank Rodé, Prefeito da Congregação para os institutos religiosos e sociedades de vida apostólica. Contou também com a presença de muitos bispos e sacerdotes e uma grande assembleia de fiéis. O PAPA BENTO XVI REFERIU-SE AO BEM-AVENTURADO ESTANISLAU PAPCZYNSKI, NO MOMENTO DA ORAÇÃO DO ANGELUS, EM ROMA: "Esta manhã na Polónia, no Santuário de Líchen, o Cardeal Tarcisio Bertone, meu Secretário de Estado, em meu nome, proclamou Bem-aventurado o Padre Estanislau Papczynski, Fundador da Congregação dos Clérigos Marianos. Dirijo uma cordial saudação aos fiéis reunidos para esta feliz circunstância e aos numerosos devotos do novo Bem-aventurado, que nele veneram um sacerdote exemplar na pregação, na formação dos leigos, pai dos pobres e apóstolo da oração de sufrágio pelos defuntos." 4. ORAÇÃO PELA CANONIZAÇÃO DO BEM-AVENTURADO ESTANISLAU A canonização é uma confirmação da santidade do bem-aventurado e dá-lhe o carácter de universalidade. Para a canonização do Bem-aventurado Estanislau é necessário mais um milagre obtido por sua intercessão. Por isso, apresentamos, de seguida, a oração pela sua canonização. (Fazer uma novena – fazer 9 dias seguidos esta oração – para pedir a cura física de uma doença incurável ou a graça de uma cura espiritual) 8 Ó Santíssima e Indivisível Trindade, que habitais nos corações dos vossos servos fiéis e os premiais com a glória celeste, nós Vos pedimos que concedais ao Bem-aventurado Estanislau, o qual, sob a guia da Imaculada Conceição, prestou um fiel serviço à Igreja, com ardente zelo apostólico, a graça de ser proclamado santo. Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amen. Oração para pedir a graça especial da cura física de uma doença incurável ou a graça de uma cura espiritual Ó Deus, Pai de Misericórdia, que no coração do Bem-aventurado Estanislau inspirastes um grande zelo pela prática das obras de misericórdia corporais e espirituais, dignai-Vos conceder-me (conceder-nos), por sua intercessão, a graça (dizer o favor que se suplica), que humildemente Vos peço (pedimos). Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do espírito Santo. Amen. PAI NOSSO... AVÉ MARIA... GLÓRIA AO PAI... A fim de contribuir para a canonização do Bem-aventurado Estanislau, obtida a graça da cura física de uma doença incurável, comunique-a para: VICE-POSTULAÇÃO Convento de Balsamão – Macedo de Cavaleiros 5340-091 CHACIM Tel. 278 468 010; Fax: 278 468 028 E-mail: [email protected] 5. CONGREGAÇÃO CONCEIÇÃO DOS MARIANOS DA IMACULADA A Congregação dos Padres Marianos, Fundada pelo Bem-aventurado Estanislau Papczynski, veio para Portugal em 1754 com o Venerável Servo de Deus Pe. Casimiro Wyszynski, donde foi expulsa, como todas as ordens religiosas, em 1834. Os Marianos regressaram a Portugal, já como Congregação renovada pelo Bem-aventurado Jorge, em 1954. Actualmente, os Marianos têm em Portugal duas casa religiosas: no Convento de Balsamão, em Trás-os-Montes, Diocese de Bragança-Miranda, e em Fátima (constituindo o Vicariato Português de Santa Maria), e contam com 12 membros. No mundo, estão presentes em 18 países e contam com cerca de 500 membros. O objectivo do nosso Instituto é viver o Evangelho à luz do mistério da Imaculada Conceição e imprimir o dinamismo deste mistério na acção evangelizadora que desenvolvemos. Este mistério é o dom, absolutamente gratuito, da salvação de Deus oferecido a Maria, que Ela acolheu com fé e viveu com alegria, louvor, gratidão, amor, humildade, entrega generosa, colaboração plena e total fidelidade. É também à luz do mistério da Imaculada Conceição, como libertação radical do pecado e plenitude de salvação, que vamos em auxílio dos nossos irmãos defuntos, para que, livres das penas devidas aos seus pecados, possam gozar da plenitude da felicidade em Cristo. 9 Nós, os Marianos, não temos uma actividade especificamente carismática, mas, abertos às necessidades da Igreja e do homem de hoje, servimos a mesma Igreja e o mesmo homem em qualquer actividade que o Espírito Santo nos inspirar. Habitualmente a nossa acção desenvolve-se no campo da educação e evangelização dos jovens e no exercício do ministério pastoral. Actualmente, em Portugal, dentro do limite das nossas capacidades, estamos empenhados nos seguintes campos de apostolado: Apostolado da Misericórdia de Deus, Pastoral Juvenil e Vocacional, Pastoral Paroquial, Pastoral do Acolhimento, Diálogo entre a cultura e a fé. São estes os nossos endereços e contactos: MARIANOS DA IMACULADA CONCEIÇÃO Convento de Balsamão – Macedo de Cavaleiros 5 340-091 CHACIM Tel. 278 468 010; Fax: 278 468 028 E-mail: [email protected] Site: www.marianos.pt SEMINÁRIO DOS MARIANOS Rua S. Paulo, 2 2495-435 FÁTIMA Tel.: 249 531 389; Fax 249 533 257 E-mail: [email protected] Queres ser Mariano da Imaculada Conceição? Contacta-nos. ___________ Nada obsta: 1. 1. 2008 Pe. Basileu Pires, MIC IMPRIMATUR Bragança, 27 de Janeiro de 2008, Festa do Bem-aventurado Jorge, Renovador dos Marianos. + ANTÓNIO MONTES MOREIRA, Bispo de Bragança-Miranda. 10
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