Poesia
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JORNALANDO Dezembro 2015/2016 Coordenadoras: Cecília Sucena e Dalila Chumbinho DIA MUNDIAL DA FILOSOFIA, Pág.8 Poesia EXPOSIÇÃO “POLAR”, Pág. 2 FELIZ NATAL E FELIZ ANO NOVO ! CIÊNCIA DE PALMO E MEIO, Pág. 7 1 EXPOSIÇÂO “POLAR – Nos limites da Ciência: A Investigação Portuguesa no Ártico e na Antártida” O Ártico e a Antártica possuem um fascínio próprio. O azul dos icebergues, o branco da neve, a beleza rara dos animais que lá vivem. Contudo, as regiões polares são muito mais do que isso. É no Ártico e na Antártica (região que contém o continente Antártida e o oceano que o circunda, o oceano Antártico) que se investigam questões cruciais para o planeta: Qual o efeito das alterações climáticas nos ecossistemas polares. Quanto é o degelo e quais são os seus efeitos nas correntes oceânicas. Quais as modificações na camada de ozono e quais são as suas consequências. Qual o impacto da acidificação dos oceanos. Estas são algumas das questões para as quais os cientistas de todo o mundo, incluindo de Portugal, procuram repostas. Portugal possui mais de 50 cientistas em 15 equipas de Institutos e Universidades Portuguesas a fazer investigação no Ártico e na Antártida, dedicados a responder a algumas destas questões, colaborando com numerosos países, incluindo o Reino Unido, Espanha, Brasil e Canadá. Esta exposição fotográfica pretende evidenciar a importância das regiões polares para o planeta, através de imagens recolhidas por cientistas Portugueses e pelos seus colegas enquanto trabalham no Ártico e na Antártica, e levarnos até aos limites da ciência. A turma C do 10º ano teve a oportunidade de visitar esta exposição no pavilhão multiusos da escola que os alunos consideraram uma iniciativa fantástica, na medida em que alerta as pessoas para todos os problemas que existem no Ártico e na Antártida e os seus efeitos no mundo. Segundo a aluna Eloise-Mariet Peters, “sabe-se que não são apenas afetados os ecossistemas polares, mas também a vida de outros seres vivos, incluindo os seres humanos. Assim, nunca é de mais dar a conhecer os problemas que se vão agravando nestas regiões devido, muitas vezes, a causas humanas. Quem somos nós para destruir a vida de outros seres, incluindo a nossa? Apesar de haver grandes equipas com cientistas de vários países, incluindo Portugal, dedicados a estas problemáticas, todos nós temos a obrigação de colaborar em tudo o que está ao nosso alcance com o fim de minimizar aspetos, tais como, o degelo, a destruição da camada de ozono e, por sua vez, todas as alterações climáticas que provocam o desaparecimento de espécies animais e de plantas e várias doenças graves nas pessoas como, por exemplo, o cancro de pele. Alertar também para o desaparecimento de algumas praias na costa algarvia devido à subida do nível das águas do mar.” Infelizmente, na opinião da aluna Marta Capão, a grande maioria das pessoas não valoriza estas questões ambientais, vivem como se nada fosse e nada afetasse o seu habitat que, afinal, não é só seu mas de todos nós. Afirma ter gostado da exposição, sobretudo porque a considera um alerta e um “abre olhos” para a realidade. A exposição possibilitou visualizar a paisagem, o clima e a vegetação que existe na Antártica e no Ártico muito diferentes das de Portugal, aspetos que interessaram a aluna Bruna Seguro. Já o David Ascenção ficou deslumbrado, pois “nunca pensei que um lugar cheio de gelo podia ter das melhores paisagens e maravilhas do mundo, destacando o nascer e o pôr-do-sol como sendo das paisagens mais incríveis a que alguma vez assistiu”. 2 Uma página de (des)caminhos Não sei por onde vou, não sei para onde vou, (sei que)… Se me dizem para ir para um sítio, eu não vou. Sigo o meu caminho, o querer vai ter mais rendimento e tento seguir o mais diferente possível. Eu gosto de caminhos diferentes e que rendam muito. Às vezes escolho os caminhos errados, que não rendem nada, e não saio feliz. O mais importante é sair feliz desse caminho que escolheste e, se escolheste o caminho errado, vai tentando, até conseguires. Esforça -te cada vez mais para conseguires aquilo que queres com um sorriso na cara. Lourenço,8ºE Não sei por onde vou, Não sei para onde vou, Mas sei que a vida dá muitas voltas, tal como esta que se está a passar. E temos de estudar para se chegar a algum lado. A minha vida é um monte de mistérios por descobrir. Lembro-me como o mundo era um monte de inocências para mim, como não havia crítica ou defeitos a olho humano, como o amor era uma brincadeira de crianças … Agora tudo mudou, um erro pode ser um motivo de gozo. Porque é que a minha vida não pode ser mais ou menos perfeita, como quando eu era pequena? Gostava de voltar atrás no tempo e ver como era o mundo numa outra perspetiva. Porque não tenho medo de ser quem eu sou. Se os outros não gostam da minha beleza mediana igual à de tantas outras raparigas, então eles que vão procurar outra pessoa para rebaixar, porque esta é a minha escolha e este é o meu caminho. Sofia Passos,8ºE Ainda sou muito pequeno para saber por onde vou ou para onde vou, mas de uma coisa tenho a certeza: quero cumprir os meus sonhos. Serei leal aos meus objetivos, enquanto tiver motivação nunca irei desistir. O meu sonho não tem nada a ver com o sonho de outros rapazes, ser futebolista … Já pensei em sê-lo, mas o que eu quero verdadeiramente é seguir uma carreira militar. Ainda sinto um pouco de medo ao querer seguir o meu sonho. Uma vida fora de um quartel militar não tem nada a ver com uma vida dentro dele. É uma profissão de riscos e estou bem ciente disso. Tenho de estudar muito para seguir este meu sonho. Na escola mostro muito o meu lado preguiçoso, mas não é esse lado que quero mostrar; também mostro o meu lado rebelde, mas sei que preciso de ter disciplina, se não, não há ponta por onde pegar. Eu sei que é isto que quero e sei que vou conseguir, porque sou uma pessoa corajosa. Além deste sonho, quero muito, no futuro, dar uma vida melhor à minha mãe: ela farta-se de trabalhar e, muitas vezes, o dinheiro que tem, em vez de gastar com ela, gasta comigo e com os meus irmãos. Quero dar-lhe uma vida de luxo, eu tenho tudo o que quero mas devido ao suor dela. Sou um rapaz rebelde, divertido, simpático, corajoso e humilde. Sou de estatura média, olhos castanhos e cabelo preto. Não gosto de cumprir regras e gosto de ser livre e de sentir o cheiro da liberdade. Este sou eu, Tomás de Almeida Pinto,8ºE 3 OS MEUS PAIS Neste poema vou dizer como os meus pais são: São alegres, são felizes, depois vocês verão. Começarei pela minha mãe, que divertida ela é! Ela trata bem de mim. Será que acha que sou um bebé? Corajosa e valente, ninguém lhe faz frente. Cabelos longos e alaranjados, que bonitos são! Sempre de bom humor, onde será que busca tanta emoção? Agora o meu pai, que faz musculação (E que grandes os músculos são!) Rio-me com gosto da comédia que ele faz, Quando precisar de rir, sei sempre com quem contar. Acabarei o meu poema neste momento, Nada mais tenho a dizer. Então, adeus e até mais tarde, Agora, outras coisas vou fazer. Rafael Chaves , 8ºB Os Meus Entusiasmos O meu entusiasmo é acredidar que nós conseguimos alcançar tudo com trabalho, esforço e dedicação. Portugal é um país pequeno, mas tem muito boa gente disposta a ajudar e a fazer acreditar que tudo é possível. Eu penso todos os dias no meu futuro e se irei ser um bom cidadão. Gostava de ir para a marinha portuguesa e também de ser médico para ajudar as pessoas e curá-las, para que pudessem viver bem. Sei que Deus vai ajudar-me a tomar a melhor decisão! AMAR ARTE Ao longo da minha vida, Senti que fui escolhida Ao saber apreciar Um desenho ou uma pintura Bonita de se olhar E não me sinto insegura Quando também quero, assim, me expressar Sempre que me sinto inspirada, Ponho-me a desenhar. Com lápis não me sinto enganada, Porque sempre posso apagar. É algo de que sempre gostei E também fui elogiada, Não me gabo de nada, Pois pintora ainda não me tornei. Apenas sempre foi assim, Desde que comecei. Algo que entrou em mim E, por isso, viciei. Não deixa de ser amor Só porque a Arte é diversificada, Nela deixo a meu favor A minha paixão, sem ficar cansada! Estarei sempre com essa vontade no coração E com o lápis na minha mão! Inês Gonçalves, 8ºB A vida tem altos e baixos, mas eu levanto-me, continuo em frente e acredito que sou capaz de ser uma pessoa exemplar e de poder ajudar as pessoas. Tiago Santos, 9ºE 4 PROJETO EscolarIDADES Abandono e maltrato de animais Um problema que me afeta muito é o abandono e maltrato de animais. Eu acho que este problema sempre existiu e sempre será atual porque existirão sempre pessoas no mundo que, ou por causa dos problemas económicos ou porque rapidamente ficam “fartos” do animal, resolvem abandoná-los. Assim, pergunto-me: “se sabem que têm problemas económicos ou já não suportam o animal, por que é que não propõem entregá-lo a um canil/gatil ou o dão para adoção?” Infelizmente, abandonar os animais não é o único problema que existe. A violência que sobre eles se exerce também é um assunto muito sério para mim. O Projeto EscolarIDADES faz a partilha entre alunos da EBSIM e os seniores dos Centros de Convívio da freguesia de Alcabideche. Desta vez, participaram com os seniores num desfile de materiais reutilizados, na Associação de Bem estar Social de Alcabideche, no dia 28 de outubro. Estiveram presentes, além dos alunos da escola EBSIM, a Associação Social de Idosos da Amoreira, a Associação de Apoio Social Amigos da Paz de Bicesse, a Associação Nª Senhora das Neves de Manique de Baixo, a Associação de Idosos e Reformados do Murtal e a anfitriã, Associação de Bem estar Social de Alcabideche, o Museu do Mar, a EMAC, o presidente da Junta de Freguesia, Dr. Rui Costa, e o o Dr. Miguel Arrobas da Câmara Municipal de Cascais. Todos gostaram desta atividade e outras se realizarão. Juntem-se a nós, às terças ou às quintas, das 14h35 às 16h05. Carolina Oliveira, 5ºG e Rafaela Costa, 5ºG, alunas bibliotecárias Eu vou estar sempre contra esta situação. Na minha opinião, as pessoas que maltratam têm uma mente doente. Às vezes, até penso que não deviam existir. Sinceramente, acho que um dia me imagino numa daquelas manifestações contra o abandono e maltrato de animais. As soluções sempre existiram, as pessoas é que não querem ter trabalho com o animal, mas têm de se lembrar que este é um ser vivo como nós. Se pudesse, trazia para minha casa todos os animais que encontro na rua mas, infelizmente, não tenho condições para tal. Joana Cruz, 9ºE 5 FELICIDADE Ser jovem não tem, nem é, necessariamente sinónimo de ser feliz. Durante a nossa juventude, tal como durante toda a nossa vida, vivenciamos momentos de felicidade, mas também de tristeza, medo, euforia, etc. Principalmente estando nós no período da adolescência, que é quando vivemos cada momento com grande intensidade. São múltiplas as sensações e tornam-se algo confusas e assustadoras. É impossível, na minha opinião, definir quais os fatores que determinam a felicidade na adolescência. Cada pessoa é diferente. Para uns seria perfeito não haver escola. Outros preferiam fazer o que quisessem sem ter os pais a controlar. Alguns anseiam pelo amor da sua vida. E tantas outras situações que eu poderia enumerar. Algumas pessoas seriam felizes se um ou dois dos seus desejos se concretizassem, outras têm tantos desejos que não caberiam nesta folha de papel. No fundo, a felicidade não é algo que possa ser definido porque cada um tem o seu conceito de felicidade. O que é ser feliz? Ora aqui está uma boa pergunta, difícil de responder. Na minha opinião, não existe um estado de felicidade absoluta, os sentimentos completam-se, ou seja, não existiria a felicidade se não houvesse tantas outras sensações. Como saberíamos o que é a felicidade, se não houvesse também a tristeza, a dor, a angústia, a saudade, etc, etc, etc.? Como saberíamos como é bom amar, se nunca tivéssemos tido a dor daquela grande desilusão amorosa? Como conseguiríamos entender o lado bom da saudade, se nunca sentíssemos o vazio de uma perda? Como saberíamos o quão confortante é um abraço, se não tivéssemos sentido o desconforto da solidão? Como reconheceríamos a intensidade de uma troca de olhares, sem ter sentido o desejo de os lábios se tocarem? Como ficaríamos radiantes com um simples “olá”, se nunca tivéssemos sentido o desespero de um “adeus”? Por tudo isto e muito mais que me fica por dizer, atrevo-me a afirmar que, para mim, ser feliz é viver. É viver cada momento como se fosse o último, com toda a intensidade, porque, afinal de contas, de que nos serve andar por este mundo se não tivermos algo ou alguém a quem nos apegar? Não querer sentir por termos medo de nos magoarmos, não é viver, é sobreviver. Eu prefiro viver. Prefiro sentir. Prefiro passar pela dor e pela tristeza e poder sentir o amor e a felicidade. Prefiro viver de tudo, do que viver de nadas. E isto, sim, para mim, é ser feliz. 6 CIÊNCIA DE PALMO E MEIO No passado dia 22 de Outubro, alunos das turmas A e B do 12º ano, no âmbito da disciplina de Biologia e do projeto “Ciência de Palmo e Meio”, deslocaramse, com a professora Margarida Ferreira, à Escola Básica Raul Lino do Agrupamento de Escolas Ibn Mucana, com o objetivo de desenvolver uma actividade lúdica sobre o ciclo da água e os estados físicos da matéria com os alunos do ensino pré-escolar das salas amarela e laranja, acompanhados pelas educadoras Amélia Gonçalves Pereira e Cristina Oliveira, respectivamente. Após uma receção muito entusiasmada, os alunos mais novos demonstraram o seu interesse e curiosidade, através de expressões consideradas oportunas e engraçadas: “Existe gelo nas nuvens?” “Eu gosto muito de ser cientista. Eu gosto muito do planeta Terra.” “A água é muito importante, a minha mãe mistura sumo com água.” Em seguida, os “professores” iniciaram a atividade prática experimental “fazendo chover” e explicando as diferentes fases do ciclo da água, através da visualização de vídeos de animação e de simulação com uma maquete interativa, onde se vivenciou uma grande cooperação. Esta aula foi muito produtiva, não só para as crianças, como para os “professores”, uma vez que todos mostraram ter apreendido os conhecimentos transmitidos: “Hoje está sol, então amanhã vai chover.”. As sementes foram lançadas pelos “professores” e a chuva de curiosidade e de conhecimento dos alunos mais novos fê-las germinar, iniciando o processo de crescimento e desenvolvimento científico. Eu finjo e imagino Estar num mundo feliz, Onde não tenha de usar A máscara que fiz. Uma colecção de máscaras Eu guardo no meu coração. Troco-as de vez em quando, Dependendo da situação. Máscaras das emoções Felicidade, tristeza, amor Que escondem as lágrimas Inundadas de dor. Esta máscara que me prende Retira-me a respiração. Esconde quem sou. Esta é a minha maldição. A máscara que uso Não consegue aguentar. As verdades que me atingem Estão-me a quebrar. Fingir não é ser, Imaginar não é viver. Mas vivemos num mundo, Não há nada a fazer… Catarina Costa, 12ºA Os “professores” que participaram na atividade foram: Ângela Fernandes, Carlos Silva, Catarina Costa, Daniela Silva, Geovane Moura, Inês Crespo, Linda Sioga, Madalena Xavier e Nuno Severino. 7 DIA MUNDIAL DE FILOSOFIA dar uma noção clara e objetiva do conceito de Filosofia aos alunos do 3º ciclo, nomeadamente das turmas do 7ºB e 8ºG, de modo a prepará-los para os futuros anos letivos. No passado dia 19 de novembro, celebrou-se o Dia Mundial da Filosofia. As turmas do 11ºA e B realizaram atividades com alunos do ensino básico, para comemorar este dia. Os alunos mostraram-se participativos e colaborantes durante a atividade. Revelaram criatividade e empenharam-se nas atividades propostas. Os alunos do 11ºF, Ion e Ruben, fizeram os cartazes que se afixaram à entrada do pavilhão A, tendo contado com a colaboração da profª Ivone e de alguns dos seus colegas, e os do 11ºC ajudaram a turma B na organização e encaminhamento dos alunos do 9º ano para as respetivas atividades. Esperamos que esta apresentação tenha suscitado interesse por esta área e que todos os alunos venham a dar uso, no futuro, do seu potencial de serem filósofos. Gabriela Monteiro, nº 8, 11ºA Para que a Filosofia esteja sempre viva e nos ajude a despertar… Segue-se uma apreciação de alunas de ambas as Obrigada a todos. turmas. “Todo o Homem é potencialmente filósofo”, já Profª Olga Prata dizia Gramsci, e foi esta a mensagem que a turma do 11ºB tentou transmitir aos alunos do 9ºA e 9ºB no Dia Mundial da Filosofia, de modo a motivar e incentivar os alunos ao interesse pela filosofia e despertá-los para o mundo. Foram apresentados novos conceitos e realizadas diversas atividades. Neste dia especial em que o mundo concordou em honrar a filosofia e os seus discípulos, os nossos potenciais filósofos do 9º ano tiveram que percorrer o “Caminho da Filosofia” de modo a conhecer alguns filósofos importantes e dar a conhecê-los aos seus colegas. Sócrates; Stuart Mill; Kant; Aristóteles; Descartes, entre outros filósofos, foram-lhes apresentados e afirmo que a experiência correu maravilhosamente e em grande parte graças à fantástica postura e interesse por parte dos alunos de ambas as turmas. Esta é definitivamente uma experiência a repetir visto que a sensação de “despertar” que causamos ao próximo é simplesmente indescritível. Stefani Domentean, 11ºB A turma do 11ºA considerou esta experiência memorável e educativa, pois assim conseguimos 8 A minha avó Carta para o meu avô Augusto Nasceste , viveste , lutaste pela vida e hás-de morrer. Estás quase a fazer setenta e quatro anos. Durante a tua vida, sempre lutaste pelo bem de todos, mesmo que isso trouxesse o teu mal. Admiro em ti os teus olhos cansados que já vivenciaram tanta coisa e tantos desastres e continuam cheios de alegria. Estás sempre pronto para me dar um sorriso largo, mesmo quando a tua vida não está no auge . Ir ao Alentejo é poder sentar-me contigo na rua a ouvir as tuas histórias, de quando andavas na tropa e ouvir-te a cantarolar quadras que cantavas no teu tempo. Nada me dá mais gosto do que ouvir a tua voz rouca e cansada a falar comigo, pois isso é o que me mantém entusiasmada quando lá estou , poder ouvir-te. Estás velho, essa é a verdade, e já transpareces o custo de tantos anos a lutar pela vida. As tuas costas começam a dar problemas e os teus joelhos fracos têm menos forças . Mas, mesmo assim, continuas a fazer o que sempre gostaste: todos os fins de semana te levantas às seis da manhã para ir amassar e cozer o pão e tratas da horta como se fosse também tua filha. Peço-te sempre para me acordares para ir contigo, mas nunca o fazes. Quando te pergunto porquê, tu apenas me dizes “ estavas a dormir tão bem que não te quis acordar, era muito cedo.”. Não percebo como podes ser tão amável. O mundo em que vivemos não é maravilha nenhuma e, ainda assim, tu ages como se tudo estivesse e fosse ficar bem. Quando falas, sinto a serenidade dos teus setenta e poucos anos e o palavreado com que foste habituado a falar , sinto-me protegida pelo simples facto de puder falar contigo. O meu maior medo é desiludirte , pois tu nunca me desiludiste . Quando olho para ti, vejo um homem que sabe o que é a fome; sabe o que é lutar; sabe o que é fazer o melhor pelos outros e, mais do que tudo ,vejo um homem saber o que é partilhar e sei que, mesmo tendo pouco, darias esse pouco a alguém só para essa pessoa ser mais feliz. Acho que fazes isso porque já és feliz. Muitos dizem que a felicidade nunca se encontra , no entanto tu fazes-me olhar o mundo de uma maneira diferente , no qual vejo que talvez a felicidade exista mesmo e que ainda há boas pessoas a viver entre nós. Com isto tudo, só quero dizer que te admiro muito, avô, pelo simples facto de fazeres a minha vida melhor com um simples abraço que me dás sempre que me vês. Abraças-me de uma forma que me faz sentir segura. Tenho muito orgulho em ti, avô, és das melhores pessoas que conheço! A minha avó tem 70 anos, chama-se Maria João e nasceu uns dias depois da segunda grande guerra mundial. É uma ótima cozinheira. Todos adoram comer os seus cozinhados, especialmente em alturas festivas. Ela tem imensa paciência para me aturar a mim e ao meu primo. Ajudou-me muito nos estudos sempre que precisei, mesmo quando eu vivia no Porto e ela estava em Évora. A minha avó, que nunca conduzia fora de Évora, sacrificou-se, e agora leva-me a todo lado: ao “skate park”, à escola e aos treinos de basket. Eu podia ter escolhido escrever acerca de outro familiar, mas esta avó foi uma grande ajuda para mim e para a minha mãe nos tempos mais difíceis da crise. Tomás, 9ºE CARTA PARA A MINHA AVÓ MARIA JOSÉ Querida Avó, Apesar de não gostar muito de dizer a sua idade, sei que tem setenta e dois anos, embora não pareça. Parece muito mais nova! A avó é alta, embora com as costas curvadas, magra e gosta de se vestir bem. Nunca a vi triste. Está sempre alegre, bem disposta e gosta de se divertir. Casou-se com o meu avô P., tiveram duas filhas e agora têm duas netas de quem gostam muito. Foi professora durante quarenta anos– com muito orgulho, como costuma dizer. Gostava muito da sua profissão: ensinou no 1º ciclo num colégio particular. Depois, acabou o curso de Filologia Românicas– estudos Portugueses e Franceses e dedicou-se ao 3ªciclo e secundário, ensinando as disciplinas de português e de francês em várias escolas. Gostava muito dos seus alunos, com quem teve sempre uma boa relação. Reformou-se, com muita pena, aos sessenta anos e, como costuma dizer: “Se pudesse, ainda ensinava e nunca me reformaria”. Ainda tem contacto com alguns colegas e alunos de quem tem muitas saudades. E é assim que a vejo, avó, com muito orgulho e carinho! A sua neta, Joana Com muito amor, a tua neta , Juliana. Joana, 8ºE Juliana, 9ºE 9 JORGE JESUS CANTIGAS DE ESCÁRNIO E MALDIZER Deixaste o Benfica, O grande bicampeão, E preferiste o Sporting. Tu não tens mesmo coração. Jesus, Tu maltrataste a luz Quiseste ser lagarto, Cuspiste no próprio prato. Gostas muito de pastilhas, Sejam Chiclets ou Trident. Tens tanto cabelo Que já nem dá para passar o pente. Jesus, Tu maltrataste a luz Quiseste ser lagarto, Cuspiste no próprio prato. Por que raio não nos ajudas É pro Sporting que te mudas Já não és Jesus, Tu és o Judas. Jesus, Tu maltrataste a luz Quiseste ser lagarto, Cuspiste no próprio prato. Que te mordam Uns trinta cães, Que o estado islâmico Te junte aos seus reféns. Jesus, Tu maltrataste a luz Quiseste ser lagarto, Cuspiste no próprio prato. Fizeste um grande trabalho no SLB E a minha palavra mantenho Foste trocar a catedral Por uma casa de banho. Jesus, Tu maltrataste a luz Quiseste ser lagarto, Cuspiste no próprio prato. José Sócrates, estás sem nada, Roubaste o nosso povo, E agora merecias uma bofetada, Se eu pudesse mandava-te para Moscovo. És feio, Que nem um carneiro És feio. Tu quase nunca ias à Assembleia, E quando ias era só plateia, Mas isso deu-me uma ideia, Penso que nasceste numa aldeia. És feio, Que nem um carneiro És feio. Decidiram tirar-te da prisão, Para mim foi uma má decisão, Mas isto é a minha opinião. És feio, Que nem um carneiro, És feio. Agora que estás em casa, E tens uma boa empregada. Agora é que não fazes nada, Bebes é pinacolada. És feio, Que nem um carneiro És feio. Agora a televisão anda atrás de ti, És o mais procurado pela TVI. És feio, Que nem um carneiro És feio. Luís Maio, 10ºC Artur Matos, 10ºC 10