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Avaliação da Emissão de Gases no Aterro de Seropédica – RJ Priscila Falcão de Sá Borba Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, [email protected] Elisabeth Ritter Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, [email protected] Eduardo Monteiro Martins Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, [email protected] Sergio Machado Corrêa Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Resende, Brasil, [email protected] RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo quantificar a emissão de gases indutores do aumento do efeito estufa (GEE) e compostos orgânicos voláteis monoaromáticos (BTEX) pela camada de cobertura do aterro sanitário de Seropédica no Rio de Janeiro, assim como mensurar a concentração destes gases na atmosfera acima das células do aterro. Para realização deste estudo foram utilizadas duas câmaras de fluxo de 0,66 m2 de área e 33,2 L de volume, que operaram durante 15 minutos e seringas de 60 mL, com as quais, a cada 5 minutos, foram coletados os gases para analise de GEE. Além disso, foi utilizada uma câmara de fluxo de 1 m2 de área e 50 L de volume, a qual foi acoplada uma bomba com 0,7 Lmin-1 de vazão, para a realização da coleta de BTEX através de cartucho de carvão ativo de leito duplo. Amostras de GEE e de BTEX foram coletadas diretamente da atmosfera. As amostras de BTEX foram analisadas por cromatografia de fase gasosa com espectrometria de massas e as de GEE por múltiplos detectores. As taxas de emissão dos GEE observadas variou para o metano entre 0,1 e 714 mg m-2 min-1, de dióxido de carbono entre 0,2 e 148,3 mg m-2 min-1 e uma concentração na atmosfera entre 2,1 e 144 ppm e 408 e 557 ppm, respectivamente. Quanto aos BTEX verificou-se uma média da taxa de emissão de 0,0; 0,032; 0,012; 0,023; 0,011 e 0,0 μg m-2 min-1, respectivamente de Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno, m+p-Xileno, o-Xileno e Cumeno. Para as amostras coletadas na atmosfera, não foram observadas concentrações de Benzeno, acima do limite de detecção do método. As concentrações médias para o Tolueno, Etilbenzeno, o-Xileno, m+p-Xileno e Cumeno foram de 2,03; 1,06; 0,096; 0,49 e 0,84 μg m-³, respectivamente. PALAVRAS-CHAVE: Gás de aterro, GEE, BTEX, emissão, aterro sanitário. 1 INTRODUÇÃO Os aterros sanitários podem ser considerados grandes reatores bioquímicos, tendo como principais matérias prima os resíduos sólidos e a água e como produtos o lixiviado e os gases (TCHOBANOGLOUS, 1993). O produto gasoso gerado pela degradação dos resíduos é chamado biogás, o qual se caracteriza pela mistura de gases como o metano (CH4), dióxido de carbono (CO2), hidrogênio (H2) e sulfeto de hidrogênio (H2S) (GOUVELLO, 2010). De acordo com Bogner et al. (2007), a emissão do CH4 dos resíduos equivale a 18% das emissões antropogênicas de CH4 em todo o mundo, estimando-se a liberação de 35 a 69 toneladas deste gás para a atmosfera através dos 1 aterros sanitários. Além destes principais gases gerados pela degradação dos resíduos, há outros, os quais recebem o nome de compostos traço (AGENCY, 2002) e que abrangem pequenas quantidades de álcoois, hidrocarbonetos aromáticos, compostos halogenados e de enxofre (DURMUSOGLU, 2010). Dentre estes compostos orgânicos voláteis (COV) os mais comummente encontrados em aterros são o benzeno, tolueno, etilbenzeno e os isómeros do xileno (BTEX) (DURMUSOGLU, 2010). Segundo Moreno et al. (2014), dentre os COV emitidos pela degradação de resíduos em aterros comuns, 1,58 % do percentual volumétrico é caracterizados por BTEX. Os BTEX são de extrema importância, visto o grande potencial deletério para a troposfera e a saúde humana, devido as suas propriedades neurotóxicas, carcinogênicas e teratogênicas (DURMUSOGLU, 2010). A fim de conter a passagem destes gases para a atmosfera foram desenvolvidas estruturas de cobertura do resíduo (STAUB et al., 2011) as quais podem ser constituídas por um solo de baixa permeabilidade ou até mesmo materiais geossintéticos. Porém, mesmo com a aplicação destas estruturas, emissões de gases ainda podem ser averiguadas em diversos aterros (OLIVEIRA et al., 2013; LAKHOUIT et al., 2014; SPOKAS et al., 2006; CHAKRABORTY et al., 2011; CHIRIAC et al., 2009). Assim, este estudo tem como objetivo avaliar a existência emissões de GEE e BTEX pela camada de cobertura do aterro sanitário de Seropédica, no Rio de Janeiro. quantidade de cerca de 10 mil toneladas recebidas diariamente e entrou em operação em julho de 2011. Na Figura 1 pode ser visualizada a imagem atualizada desta CTR. O local em estudo, chamado de célula 1, possui uma área superficial de aproximadamente 250 mil m² e altura de cerca de 50 metros, contando ainda com 108 poços verticais, que realizam a drenagem de gasese que até o presente momento não se encontram em captação ativa. Célula 1 Figura 1. Imagem atualizada da CTR de Seropédica. Os resíduos foram dispostos na célula de estudo há cerca de dois a três anos, sendo esta área a primeira a receber os resíduos sólidos destinados ao aterro e a operação neste local está paralisada desde o inicio de 2014. Dentre as caracteristicas do solo utilizado como jazida para a camada de cobertura do aterro, este foi caracterizado como uma areia siltoargilosa com índice de plasticidade de 21,8%, limite de liquidez de 49,7% e limite de plasticidade de 27,9%, assim como densidade das particulas de 2,74 g m-³. 2.2 2 METODOLOGIA 2.1 Local de Estudo A Central de Tratamento de Resíduos Sólidos (CTR) da empresa Ciclus está situada na Estrada Santa Rosa, no município de Seropédica, Rio de Janeiro. Segundo a empresa responsável pela operação do aterro, este recebe resíduos provenientes dos municípios do Rio de Janeiro, Itaguaí e Seropédica, totalizando uma Gases de Efeito Estufa Para a realização da avaliação da emissão dos GEE pela camada de cobertura do aterro foram utilizadas duas câmaras de fluxo de 0,66 m2 de área e 33,2 L de volume (DI BELLA et al., 2011, GECK et al., 2013, BÖRJESSON et al., 1998, BOGNER e BURTON, 1997). Estas câmaras foram conectadas ao solo da camada de cobertura e suas extremidades protegidas com argila e água de forma que não houvesse escape dos gases que deveriam ali ficar confinados. As etapas de cravação das placas podem ser 2 visualizadas através da Figura 2. Os pontos os quais foram cravadas as placas de fluxo foram decididos com base na distância a partir dos poços de drenagem de gases, assim como em prováveis fissuras que podem ser encontradas nas camadas do solo de cobertura, provocada por fenômenos de intemperismo, visto que estas fissuras podem funcionar como um caminho preferencial de emissão de gases. As amostras de gases confinados nas câmaras de fluxo foram coletadas com seringas de polipropileno de 60 mL que possuem válvula de abre-e-fecha, durante 15 minutos, num intervalo de 5 minutos, sendo a primeira coleta no momento em que a placa é cravada no solo. Em cada ponto de coleta das amostras foram coletadas quatro amostras para o cálculo das emissões (BOGNER e BURTON, 1997, BÖRJESSON et al., 1998, CHAKRABORTY et al., 2011, JHA et al., 2008). As amostras coletadas nos diferentes pontos foram analisadas por cromatografia gasosa para determinação das concentrações de CO2 e CH4 (BOGNER e BURTON, 1997, CHAKRABORTY et al., 2011, JHA et al., 2008). 2.1. Câmara de fluxo 2.2. Cravação 2.3. Câmara cravada 2.4. Ponto de cravação Figura 2. Etapas de cravação das câmaras de fluxo. As diferentes concentrações obtidas nos mesmos pontos, devido aos intervalos de 5 minutos em que as amostras foram coletadas, foram utilizadas para definir a concentração em relação ao tempo através de regressão linear (HEGDE et al., 2003). A partir deste resultado foi calculado o fluxo emitido em cada um dos pontos para os GEE. Este cálculo foi realizado utilizando-se a Equação 1: (BISZEK, 2006). F = (V/A)x(ΔC/Δt) (1) Onde F representa a taxa de emissão do gás a ser analisado (mg m-2 min-1), V é o volume da câmara por cima do solo (m3); A é a secção transversal da câmara (m2); ΔC é a diferença de concentração entre o tempo zero e no tempo t (mg m-3) e Δt é o tempo de duração entre dois períodos de amostragem (min). Além disso, também foram coletadas, através de seringas de polipropileno de 60 mL, amostras horárias de ar atmosférico, durante todo o tempo de permanência sobre a célula do aterro. Estas amostras também foram analisadas por cromatografia gasosa e foram determinados os GEE CH4, CO2 e N2O. Através destas coletas buscou-se avaliar a concentração destes GEE na atmosfera logo acima da célula 1 do aterro sanitário de Seropédica. O cromatógrafo utilizado foi o Agilent 7890A com três detectores: detector de condutividade térmica (DCT) para medir CO2 em altos níveis de concentração, O2 e N2. Um detector de captura de elétrons (DCE) foi utilizado para determinar as concentrações de N2O e um detector por ionização de chama (DIC) para medir CH4 e CO2 em baixas concentrações. O sistema cromatográfico utiliza dois canais com colunas empacotadas 1/8” (HayeSep Q80/100). O primeiro canal usa duas válvulas para FID e DCT, em série para medir CO2 usando o metanizador para converter CO2 em CH4. O outro canal com duas válvulas foi usado para medir N2O no micro DCE. Duas précolunas foram usadas para reter compostos pesados e enviar oxigênio e água para o meio externo. O “loop” de 1,0 mL foi mantido na temperatura de 60°C e as válvulas a 100°C. O DIC foi operado a 250°C, DCE a 350°C e DCT a 200°C. Hélio foi usado como fase móvel 21 mL min-1. A calibração foi realizada usando padrões externos (Linde Gas) com GEE nas seguintes concentrações: 351 a 451 µmol mol-1 de CO2, 1,510 a 2,010 µmol mol-1 de CH4 e 0,250 a 0,350 µmol mol-1 de N2O. Os coeficientes de determinação (R2) para as curvas em triplicata foram de 0,99 para CO2, CH4 e 0,98 para N2O. 3 2.3 Compostos Orgânicos Monoaromáticos Para a avaliação da emissão dos BTEX pela camada de cobertura do aterro foi utilizada, também a técnica de câmara de fluxo (PALMIOTTO et al., 2014, MARTÍ et al., 2014, GALLEGO et al., 2014), com dimenssões de 1 m2 de área e 50 L de volume. Esta câmara foi conectada ao solo da camada de cobertura e suas extremidades protegidas com argila e água, de forma que não houvesse escape dos gases. As etapas de cravação da placa estão apresentadas na Figura 3. Os pontos de cravação das placas foram escolhidos da mesma forma como a apresentada para os GEE. As amostras de gases confinados nas câmaras de fluxo foram coletadas empregando-se uma bomba de ar, operada a bateria e que foi calibrada com uma vazão de 700 mL min-1 por um período de uma hora. Além disso, para a coleta da amostra foi conectado à bomba um cartucho de carvão ativado de leito duplo, com 100 mg de leito principal e 50 mg de leito de segurança, da marca SKC, referencia 22601(PALMIOTTO et al., 2014, GALLEGO et al., 2014, CHIRIAC et al., 2011, MORENO et al., 2014, DURMUSOGLU et al., 2010). As amostras coletadas nos diferentes pontos foram levadas ao laboratório e analisadas por cromatografia de fase gasosa, a fim de se obter as concentrações de BTEX e com estas concentrações foram calculadas as taxas de emissão. 3.1. Câmara de fluxo 3.3. Câmara cravada também diretamente do ar atmosférico, utilizando uma bomba operada com uma vazão de 1000 mL min-1 por um período entre quatro a cinco horas, utilizando cartuchos de carvão ativo para adsorção dos gases (ZOU et al., 2003). Estas amostras foram analisadas por cromatografia de fase gasosa e a detecção com detector de espectrometria de massas. Na Figura 4 é apresentado o conjunto para coleta das amostras dos BTEX no ar na altura da respiração. 4.1. Cartucho de Carvão Ativado 4.2. Bomba a bateria Figura 4. Imagem do cartucho de carvão ativado e da bomba utilizados. Para a análise dos BTEX foi utilizado um cromatógrafo a gás Varian 450GC acoplado a um espectrômetro de massas Varian MS220, com uma coluna capilar HP-1, de 30 m de comprimento, 0,32 mm de espessura e 0,25 μm de filme. Na fase móvel foi utilizado o hélio a 1,2 mL min-1, volume de injeção de 1,0 μL sem divisão de amostra e injetor a 200°C. A programação de temperatura da coluna foi de 40°C por 4 min, seguido de rampa de aquecimento de 10°C min-1 até 220°C (GALLEGO et al., 2014, MORENO et al., 2014, CHRYSIKOU et al., 2008). 3 RESULTADOS 3.1 Gases de Efeito Estufa 3.2. Cravação 3.4. Ponto de cravação Figura 3. Etapas de cravação das câmaras de fluxo. Amostras do dos BTEX foram coletadas Nas Figuras 5 e 6 podem ser observados os valores das taxas de emissão de CH4 e CO2 determinadas para cada um dos pontos de coleta sobre a camada de cobertura da célula 1. O ponto P1 apresentou maior emissão de CH4, com um valor de 714,1 g m-2 min-1, enquanto o ponto P5 foi aquele que apresentou maior emissão de CO2, com um valor de 148,3 g m-2 min-1. Dentre os valores mínimos podem ser destacados o ponto P 9, o qual apresentou uma 4 taxa de 0,1 g m-2 min-1 de CH4 e o ponto P 7 com uma taxa de 0,2 g m-2 min-1 de CO2. Vale ressaltar que, em ambos os pontos que apresentaram as maiores concentrações, a cravação da placa de fluxo foi realizada acima de grandes fissuras existentes na camada de cobertura, no momento da coleta de amostras, já as menores emissões foram detectadas em pontos sem fissura alguma. Figura 5. Taxa de emissão de CH4 pela camada de cobertura. concentrações de CH4 e CO2 coletadas no ar atmosférico na célula 1. A maior concentração de CH4 foi obtida na amostra ATM 13, com um valor de 144 ppm, e a menor concentração obtida foi para a amostra ATM 21, com 2 ppm de concentração. Com relação ao CO2, a maior concentração foi obtida pela ATM 6, com um valor de 557 ppm, e a menor pela ATM 20, com um valor de 408 ppm. Vale destacar que as maiores concentrações de ambos os gases foram detectadas em dias ensolarados e com poucas rajadas de vento. Já as menores concentrações foram detectadas no dia 09/10/2014, o qual se caracterizou por fortes rajadas de vento. As Figuras 7 e 8 correlacionam também, as concentrações obtidas no ar acima da célula 1 com a concentração atmosférica habitual, as quais se caracterizam pelas faixas vermelhas em cada uma delas. Com isso, pode ser observado que, dentre as 26 amostras coletadas, 25 das amostras de CH4 e 18 das de CO2 ultrapassaram os valores encontrados na atmosfera. Figura 6. Taxa de emissão de CO2 pela camada de cobertura. Na Tabela 1 são apresentados os valores máximos, mínimos e médios das taxas de emissão ocorridos em cada um dos dias de coleta. Os dias 30/07/2014, 07/08/2014 e 27/11/2014 foram aqueles que foram obtidas as maiores médias de emissão de CO2 e CH4. Figura 7. Concentração de CH4 no ar atmosférico. Tabela 1. Valores máximos, mínimos e médios das taxas de emissões diárias. Figura 8. Concentração de CO2 no ar atmosférico. Nas Figuras 7 e 8 são apresentadas as Vale destacar que as concentrações N2O detectadas acima do aterro não foram significativas em relação a o ar atmosférico em outras localidades. Assim como pode ser visualizado na Figura 9. 5 Figura 9. Concentração de N2O no ar atmosférico. Na Tabela 2 podem ser observados os valores máximos, mínimos e médios das emissões obtidas em cada um dos dias. O dia 27/11/2014 apresentou maior média de CH4 e o dia 30/07/2014 a maior média de CO2. Tabela 2. Valores máximos, mínimos e médios das concentrações diárias. 3.2 Compostos Orgânicos Monoaromáticos Na figura 9 podem ser observados os valores das taxas de emissão dos BTEX encontradas para cada um dos pontos mensurados sobre a camada de cobertura da célula 1. Dentre estes valores, se pode ressaltar a existência de fluxo de benzeno apenas no ponto 7, com 0,074 µg m2 min-1. Ponto o qual se caracterizou por uma grande fissura sobre a camada de cobertura, no momento da coleta. Além disso, neste mesmo ponto foram encontradas as maiores emissões de tolueno (3,34 µg m-2 min-1), etilbenzeno (0,67 µg m-2 min-1), m+p–xileno (0,23 µg m-2 min-1) o-xileno (0,073 µg m-2 min-1) e cumeno (0,036 µg m-2 min-1). Figura 9. Concentração de BTEX no ar atmosférico. Na Figura 10 são apresentadas as concentrações dos BTEX obtidas na atmosfera logo acima da célula 1. Nota-se que em nenhuma delas foi observada a presença do benzeno. Já o tolueno (4,83 µg m3 ), etilbenzeno (2,93 µg m-3), o-xileno (0,48 µg m-3) e m+p-xileno (1,23 µg m-3) apresentaram maiores concentrações na amostra 3. Salienta-se que o dia em que a amostra 3 de ar foi coletada, se caracterizou como ensolarado e com poucos ventos. Contudo, a coleta da amostra de numero 4 se caracterizou pela ocorrência de fortes ventos, o que acabou por refletir na ausência dos BTEX. O cumeno apresentou maior concentração na amostra 5, com valor de 4,21 µg m-3, sendo que este foi o único dia em que a amostra foi coletada em meio a pancadas de chuva. Figura 10. Concentração de BTEX no ar atmosférico. 4 CONCLUSÕES As maiores taxas de emissão, tanto relacionadas aos GEE, quanto os BTEX, foram constatadas em pontos onde havia grandes fissuras na camada de cobertura do aterro, no momento da coleta de amostras. Porém, mesmo em locais 6 em que não havia fissuras, ainda que em menor quantidade, também foram detectadas emissões de tais gases. Através da coleta de amostras de GEE na atmosfera acima do aterro foi possível verificar que as concentrações de CH4 e CO2 nesta região estão acima das encontradas no ar atmosférico fora de aterros sanitários, especialmente para o gás metano. Porém, em relação ao N2O, não foram constatadas concentrações significativas no ar acima do aterro. O benzeno não foi encontrado em nenhuma das amostras de ar analisadas. Já dentre as coletas realizadas em solo, este gás só foi observado no ponto que apresentou uma grande fissura. A partir da coleta de amostras de BTEX no ar acima do aterro, pode ser verificada a existência dos gases tolueno, etilbenzeno, m+p-xileno, oxileno e cumeno, sendo este último detectado apenas em dia chuvoso. REFERÊNCIAS BISZEK, M. (2006) Evaluation of Measurement Methods and Estimation of Biogas Emission from Landfills. p. 27–43. BOGNER, J. E.; BURTON, E. A. 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