HISTÓRIA DA GINÁSTICA
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HISTÓRIA DA GINÁSTICA
GINÁSTICA ARTÍSTICA A Ginástica Artística é um conjunto de exercícios corporais sistematizados, aplicados com fins competitivos, em que se conjugam a força, a agilidade e a elasticidade. O termo ginástica origina-se do grego gymnádzein, que significa “treinar” e, em sentido literal, “exercitar-se nu”, a forma como os gregos praticavam os exercícios. Foram os antigos gregos, os primeiros a praticar a ginástica como atividade esportiva e não apenas como forma de treinamento militar. No Império Romano e durante toda a Idade Média, os exercícios físicos ficaram restritos à função militar, aí incluído à caça e os torneios. Só com o Renascimento os exercícios físicos, beneficiados pela redescoberta dos valores gregos, voltaram a despertar interesse maior. No século XVIII, a ginástica era vista com um carisma artístico, sendo vulgares as exibições de escolas e associações desportivas, desenvolvendo também a sua vertente competitiva. A organização da ginástica nestes moldes e a criação das regras e aparelhos de ginástica aconteceram em 1811 na Alemanha, através da intervenção do professor Friedrick Ludwig Jahn. Este abriu o primeiro campo de ginástica de Berlim e rapidamente a idéia passou para outras cidades alemãs. O número de praticantes deste desporto aumentou exponencialmente, potenciando a exportação da ginástica para outros países. A criação da Federação Internacional de Ginástica em 1881, abriu caminho para a realização das primeiras provas internacionais da modalidade, que foram os Jogos Olímpicos de 1896. A primeira edição dos campeonatos mundiais realizou-se em Antuérpia em 1903. A complexidade dos aparelhos e das modalidades foi aumentando ao longo do tempo, nomeadamente a introdução da competição olímpica feminina em 1928. No Brasil, a ginástica surgiu no início do século XIX, trazida por imigrantes europeus, em geral mestres de dança. As aulas de dança foram o primeiro passo para a prática de ginástica. Os homens, na mesma época, faziam ginástica no Exército, com base em princípios da ginástica sueca. A primeira participação do Brasil no esporte em uma Olimpíada foi em Moscou-1980, com Claudia Magalhães e João Luiz Ribeiro. Em Los Angeles-1984, Gerson Gnoatto e Tatiana Figueiredo, que terminou na 27º colocação, representaram nossa ginástica. Luisa Parente, que ganhou os Jogos Pan Americanos de 1991, também participou das Olimpíadas de 1988 e 1992; No masculino, Guilherme Saggese Pinto terminou em 89º lugar em Seul, enquanto Marco Antônio Monteiro ficou com 84º posição nos jogos de Barcelona. A ginasta Soraya Carvalho conseguiu se classificar para as Olimpíadas de Atlanta-1996, mas não pode competir devido a uma lesão no tornozelo. Nos Jogos de Sydney, em 2000, o Brasil conseguiu levar, pela primeira vez , duas ginastas às Olimpíadas(Daniele Hypólito e Camila Comin). Daniele Hypólito entrou para a história da ginástica brasileira ao obter no Campeonato Mundial de 2001, em Ghent, a 1ª medalha de prata por aparelhos, no solo. Em 2003, a ginasta Daiane dos Santos entra para a história do esporte brasileiro ao se tornar a primeira mulher a conseguir uma medalha de ouro individual. Ela obteve esse feito no Campeonato Mundial em Anaheim, nos EUA, ao sagrar-se campeã na prova de solo, e pela primeira vez o Brasil consegue classificar uma equipe completa no feminino para os Jogos Olímpicos. Diego Hypólito entra para a história da ginástica ao tornar-se campeão mundial de solo, em Melbourne, na Austrália em 2005, e vicecampeão no ano seguinte em Aahrus, na Dinamarca. E a ginasta Jade Barbosa conseguiu mais uma façanha para a ginástica brasileira, elevando o nome do Brasil ao cenário internacional, conquistando a medalha de bronze no individual geral, no Campeonato Mundial, em Stuttgart, 2007, uma das provas mais difíceis, pois a ginasta tem que ser excelente nos quatro aparelhos. Neste mesmo evento, Diego Hypólito sagrou-se bi-campeão na prova de solo masculino, e a equipe feminina, além de conquistar o respeito das grandes potências da ginástica internacional, conseguiu o feito histórico de se classificar em 5º lugar na final por equipes, o melhor resultado já obtido em toda história da ginástica brasileira. Arthur Nabarrete Zanetti (São Caetano do Sul, 16 de abril de 1990) é um ginasta brasileiro que compete em provas de ginástica artística, medalhista de ouro na modalidade de argolas nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, único brasileiro e o primeiro latino-americano a conquistar uma medalha olímpica de ouro em qualquer das categorias de seu esporte. Participou das Universíadas de 2011, na China, quando conquistou a medalha de ouro nas argolas. Meses adiante, no Mundial da modalidade encerrou como vice-campeão, superado pelo chinês Chen Yibing. Nos Jogos Pan-americanos de Guadalajara, foi novamente segundo colocado em sua especialidade, além de conquistar a inédita medalha de ouro por equipes.6 7 Nas Olimpíadas de 2012 conquistou a medalha de ouro na ginástica olímpica, na modalidade argolas em 6 de agosto. No dia 5 de outubro de 2013, Arthur Zanetti conquista a medalha de ouro na modalidade de argolas no campeonato mundial de ginástica, disputado na cidade de Antuérpia, Bélgica. Ele fez uma apresentação quase perfeita, e se consagrou como o maior atleta brasileiro da história da ginástica artística, campeão mundial e olímpico. AS PROVAS Esta condição varia muito de acordo com o nível de cada competição (categorias dos atletas); porém em geral, em cada prova se realizam dois conjuntos de exercícios: um chamado de obrigatório, que é igual para todos os competidores e definido pelo órgão responsável pela competição; e outro criado pelo atleta, chamado de livre, composto por pelo menos onze partes. O primeiro conjunto é julgado exclusivamente do ponto de vista de sua execução, ou seja, a figura do ginasta, a fluência do desempenho e a harmonia entre as partes dos exercícios. No segundo conjunto, avalia-se o grau de dificuldade dos movimentos, bem como a originalidade e a beleza da composição. Cada modalidade de exercício tem regras e regulamentos próprios para a contagem dos pontos, que são distribuídos entre as notas de Dificuldade, Combinações/Ligações, Execução e Originalidade. O ginasta comete falta ao cair do aparelho, perder o equilíbrio, manter as pernas e/ou os braços encurvados, executar movimentos com pouca extensão ou desenvoltura, fazer uma manobra extra para se equilibrar ou concluir subitamente um movimento. ORDEM DOS APARELHOS Nas competições internacionais, a ordem da execução das provas é fixada pela Federação Internacional de Ginástica. Nas provas femininas ela deve ser: salto sobre a mesa, paralelas assimétricas, trave e solo. Para as provas masculinas a ordem deverá ser: solo, cavalo com alças, argolas, salto sobre a mesa, paralelas e barra fixa. PROVAS MASCULINAS: inclui exercício de solo, barra fixa, barras paralelas, cavalo com alça, mesa e argolas. APARELHOS BARRA FIXA: aparelho é composto com fibras sintéticas de vidro, recoberto com madeira e material aderente possuindo maleabilidade para dar maior segurança aos movimentos dos ginastas. A maleabilidade da barra contribui para um amortecimento dos movimentos acrobáticos que o atleta executa durante sua apresentação. A barra está localizada a 2,80 m do solo, tem 2,40 m de comprimento e possui 28 mm de diâmetro na barra propriamente dita. A barra está presa ao chão através de presilhas e cabos de aço, que impedem qualquer movimento das barras verticais, não comprometendo nem a segurança e nem as apresentações dos atletas. A competição masculina conta com o auxílio dos protetores palmares, que impedem lesões nas mãos e ajudam a manter a aderência com o aparelho. A competição tem aproximadamente 50 segundos e inclui giros nas duas direções (para frente e para trás). Nesta prova, o ginasta não pode parar de mover-se e necessita de uma velocidade maior nos giros antes de cada acrobacia para ganhar altura e velocidade rotacional. Para realizar uma boa prova, o atleta necessita cumprir com as seguintes características: Largadas e retomadas – com as quais sai e retoma a barra durante as acrobacias. Giros – dos quais depende para bem realizar os movimentos acrobáticos e manter a postura. Variação de pegadas – com as quais conta pontos. São usadas ao início e término de cada movimento, inclusive durante os giros. Limite de elementos – movimentos acrobáticos necessários durante a prova. As exigências constam no Código de Pontos e os movimentos são listados na Tabela de Elementos. Na saída do aparelho, a acrobacia necessita ter a dificuldade D de realização. Para não ser descontado em sua performance, o ginasta não deve soltar-se do aparelho sem que esteja a realizar um movimento acrobático, dobrar os joelhos e cotovelos quando o movimento não pedir tal postura, hesitar durante um giro, não cumprir com as exigências mínimas acrobáticas e abrir as pernas quando não solicitar o movimento. A respeito dos demais aparelhos da ginástica artística, a barra fixa conta com uma gama variada de exercícios e movimentos, que vão, desde as simples empunhaduras às largadas acrobáticas. Empunhadura cubital: Para se entender esta empunhadura, estenda seus braços para frente com as palmas das mãos voltadas para o chão. Faça a seguir uma rotação dos braços para fora, ficando os cotovelos voltados para cima. Desta forma, é que deve ser empunhada a barra. Esta empunhadura exige flexibilidade para rodar os braços e uma grande exigência incide sobre o pulso. Apoio: Quando os pontos de sustentação do corpo estão sobre o aparelho. O kippe de apoio: É um movimento que leva da suspensão ao apoio. Com o corpo estendido, o ginasta dá um impulso para frente, com empunhadura dorsal. Após passar à vertical, flexiona-se o quadril. No final do impulso para frente, flexiona-se fortemente o quadril e impulsiona-se o peito do pé para a barra. Überschlag: Com empunhadura dorsal, o ginasta dá um impulso estendido a partir da parada de mãos. Pouco antes da vertical, estende-se mais o corpo, para passar pela vertical totalmente estendido e em seguida acelerar o movimento das pernas. Chegando à horizontal, diminui-se a velocidade do impulso das pernas. A cabeça fica em posição normal, e as mãos dão um impulso para se soltarem do aparelho. Continua-se o giro até pousar com segurança nos pés. BARRAS PARALELAS: O aparelho consiste em duas barras de madeira, recobertas com fibra de vidro com 3,50m de comprimento, colocados a uma distância que varia de 42 cm a 52 cm uma da outra dependendo da largura dos ombros do atleta, a uma altura de 1,95 m. Atualmente, os barrotes são cobertos com o mesmo material utilizado na barra fixa. A diferença é que não há cabos de aço que prendam o aparelho ao chão. Os exercícios nas paralelas combinam diversos movimentos, mas principalmente largadas e balanços, chamados elementos de impulso. Em uma série de exercícios neste aparato deverão constar ainda elementos de força e estáticos. As habilidades desenvolvidas pelo ginasta durante a prática são o equilíbrio, a força e a agilidade, e são executados em suspensão e apoio. Como técnica básica neste aparato, está o chamado apoio. Nele, os braços do atleta ficam completamente estendidos, os ombros alinhados que pressionam para baixo, o peito é cavado para dentro e a cabeça, ao centro, dificulta o cumprimento dos aspectos mecânicos, pois o corpo precisa estar sempre na postura correta do apoio. Para uma série ser bem sucedida, o ginasta necessita: Percorrer toda a extensão dos barrotes, seja com largadas e retomadas, seja com movimentos de equilíbrio. Executar movimentos em ambas as barras simultaneamente e em apenas uma delas Executar ao menos uma largada. O movimento acrobático – que envolvem mortais e piruetas – não desconta ponto ao ginasta que não o executa, mas deixa sua rotina com uma nota A (de partida) mais baixa. Manter a postura angular correta: 180º vertical e 90º nas paradas e movimentos de equilíbrio, além da correta execução das largadas. Finalizar sua apresentação com um salto de saída de dificuldade D. Para não sofrer com perda de pontos, o ginasta não deve arrumar suas mãos nas barras quando não estiver executando o próprio movimento, desprender-se do aparelho, perder a postura como dobrar os joelhos e cotovelos, não cumprir com as exigências acrobáticas e plásticas exigidas pelo Código de Pontos, tocar as pernas nas barras em qualquer situação e não finalizar um movimento qualquer passagem ou acrobacia. Como nos demais aparelhos, os exercícios nas barras paralelas realizados são bastante variados. Em geral, as acrobacias executadas são de chegada ao apoio braquial protegida ou não pelas braçadeiras, que ajudam a reduzir o impacto nas aterrisagens dos movimentos e dão ao atleta a possibilidade de um melhor apoio e saída para a continuação de sua performance. Abaixo, alguns movimentos básicos nomeados: Esquadro: Como utilizado nas argolas, o ginasta forma uma figura angular com o corpo, apenas em um dos barrotes. O ginasta firma as mãos e passa as pernas por entre os braços, parando na posição que se assemelha a um esquadro. Luftrolle: O movimento começa com o ginasta erguendo as pernas em posição esticada para se lançar ao impulso. Como em um mortal esticado para trás, o atleta larga as barras e chega em posição esticada, como uma parada de mãos. Este movimento se assemelha ao giro-gigante executado na barra fixa. Stützkehre: O ginasta parte da posição “parada de mãos”, sobre as barras. Lançandose à frente, solta-se de apenas um dos barrotes, faz-se um giro de 180º graus do corpo e torna à “parada de mãos”, dessa vez, virado para o outro lado. Felge: Movimento utilizado para entradas nas barras. Partindo da parte de baixo, o ginasta desenha, lançando as pernas esticadas para cima, uma forma angular com o corpo, de modo a atingir, durante o embalo, um X entre as pernas e os braços. Ao elevar-se, passa-se à “parada de mãos”. CAVALO COM ALÇAS: Originalmente, o aparelho era composto por uma armação de aço e um corpo em formato de cavalo feito de madeira, recoberta por couro. Como composição posterior, a armação e o corpo eram feitos de plásticos de alta resistência. Mais tarde, o aparelho foi revestido com couro ou camurça. Hoje, o material usado é uma espécie de cobertura maleável, semelhante a usada na mesa de saltos e na trave de equilíbrio. Suas alças são feitas de plástico resistente e metal. Todos os cantos eram e são arredondados. As alças ainda são cilíndricas e formam um arco com cantos arredondados e topo horizontal. O cavalo está a 1,15 m do chão. Seu comprimento é de 1,60 m e a largura é de 35 cm. As alças possuem 12 cm de altura e estão ajustavelmente distanciadas entre 40–45 cm. Um exercício típico no cavalo com alças envolve trabalhos tanto com uma, quanto com ambas as pernas. Em geral, os movimentos mais comuns que envolvem uma única perna, chamam-se tesouras, nas quais, apoiado nas alças, o ginasta joga uma perna de cada vez para frente e para trás do corpo do aparelho, utilizando de adequada postura. No entanto, o principal da rotina do atleta, são os trabalhos executados com as duas pernas. O ginasta pode balançar as pernas em um movimento circular perfeito, seja no sentido horário ou no antihorário, na ponta ou “caminhando” sobre toda a extensão do aparelho. Assim, pode-se dizer que uma série típica no cavalo com alça envolve tesouras e movimentos circulares. Os movimentos circulares são feitos com as duas pernas juntas, tendo como os mais comuns destes, as chamadas russas, que consistem em apoio direto sobre o corpo do cavalo enquanto gira-se do tronco para baixo, as pernas estendidas. Para tornar o exercício mais desafiador, os ginastas incluem ainda variações do giro básico, com variações no posicionamento das pernas, das mãos e do tronco (virado para cima ou para a direção do aparelho). A série termina com o desmonte que pode ser feito com um balanço de corpo para fora do aparelho, ou executando uma parada de mão (feita obrigatoriamente sobre impulso e não força) seguida por um salto simples: carpado, grupado ou esticado. Durante toda a série, somente as mãos podem tocar o aparelho. O cavalo com alças é considerado por diversos ginastas como o mais difícil das seis modalidades masculinas. Embora seja consenso que todas as modalidades requerem uma combinação de força muscular e técnica, o cavalo tende a favorecer a técnica. Isso se deve ao fato de que a maioria dos movimentos no cavalo com alças são executados com balanço sobre os ombros e que praticamente não há exercícios estáticos, a não ser a parada de mão. Dessa forma, menos força é necessária do que seria requerida em outros aparelhos. O que de fato requer este aparelho é o equilíbrio e a postura do ginasta. A forma consiste em manter as pernas retas e juntas durante todos os movimentos, exceto nas tesouras, nas paradas de mãos e nos exercícios de giro, semelhantes ao Thomas realizado no solo, no qual o ginasta, apoiado nas mãos, gira, em ângulo, da cintura para baixo com as pernas abertas. Para obter uma nota limpa, ou seja, sem descontos graves, o ginasta precisa realizar exercícios com as pernas afastadas e juntas (os volteios), giros, parada de mãos, percorrer toda extensão do aparelho, executar elementos mistos (nomeados pelos primeiros ginastas executantes) e o desmonte limitado a três saídas distintas: parada de mãos, loop e salto. Os descontos decorrem, assim como nos demais aparelhos, na faixa de 0,1 à 1,0. O ginasta será penalizado: Pela falta de postura das pernas (sempre retas); Por se desgarrar do aparelho; Por subir à parada de mãos na força (invés do impulso); Caso não realize os movimentos obrigatórios; MESA: é disposta a uma altura de 1,25m para a competição feminina e a 1,35m na prova dos homens. A superfície do aparelho possui 120 cm de comprimento e 95 cm de largura. A aproximação à mesa faz-se em uma pista própria para a corrida com 25m de comprimento. Em 2001, o aparelho passou por uma grande reestruturação: De uma forma como simplificada a partir do cavalo com alças, passou à forma atual. Essa mudança é decorrente das melhorias que visam a segurança dos praticantes e atletas. Os saltos dividem-se em cinco grupos, os mais comuns são os mortais para frente, o Tsukahara e o estilo Yurchenko. Em competições oficiais, como os Jogos Olímpicos e os Campeonatos Mundiais, os ginastas executam dois saltos diferentes nas provas por aparelhos e apenas um salto nas disputas do individual geral e por equipes. A escolha do salto fica a cargo do ginasta e de seu técnico. A validação do mesmo se dá quando o ginasta o anuncia à banca, é autorizado por um dos juízes e o realiza sem grandes penalidades, como uma queda. O salto, diferentemente dos demais aparelhos, não possui uma avaliação da dificuldade da rotina. Ele possui um valor de salto já determinado no Código de Pontos. De resto, sua avaliação é como os outros eventos. As fases da disputa estão divididas em cinco: A execução: Esta etapa dá-se quando o ginasta determina sua distância de corrida na esteira de 25m e alcança o trampolim ao pé da mesa para dar impulsão ou iniciar ali sua rotação. O pré-voo: Esta fase se dá imediatamente após o toque do ginasta no trampolim e antes de soltar a mesa. É quando o ginasta sai do trampolim e atinge a mesa de salto. O contato com a mesa: Esta etapa é a do impulso no aparelho. É onde o ginasta procura maior altura para a precisa realização de seu salto. O ideal é que saia desta fase com angulação mais adequada ao movimento que pretende realizar. Em geral, pontos são descontados caso a angulação não seja a ideal. O pós voo: Esta é a fase mais importante do evento. É aqui que o ginasta realiza o movimento que anunciou. Esta é a fase que conta mais pontos. Todo o seu posicionamento é avaliado nesta etapa. A chegada: É a fase onde o ginasta faz contato com o solo (colchões que amortecem eventuais quedas e as próprias chegadas). O ideal desta etapa é que o ginasta crave seu movimento, isto é, concluí-lo sem rotação ou desequilíbrio. Algumas punições: No final da execução na chegada ao solo o ginasta dá um passo à frente para se equilibrar. Falta de altura na execução de um elemento. Queda. Pisar fora da área demarcada para aterrissagem. SOLO: é um aparelho na ginástica artística, disputado como modalidade olímpica por ambos os sexos. Os exercícios no solo fazem parte do concurso geral, onde se selecionam os oito melhores atletas para a final da especialidade. O tablado amortece eventuais quedas e ajuda ao impulso dos saltos. A prova consiste em executar diversos exercícios acrobáticos, com movimentos de equilíbrio, estáticos e de força. Para as provas femininas existe ainda a elegância, expressão coreográfica e a sincronia com a música como exigências. Os exercícios têm uma duração de 50s a 70s para os homens, e 70s a 90s para as mulheres. Os exercícios femininos têm a particularidade de incluir acompanhamento musical, escolhido pelas atletas e pelos treinadores. A única restrição é que a música seja instrumental, podendo conter também voz humana desde que não cantada com letra. Uma coreografia é frequentemente aproveitada para vários exercícios de solo, em particular os realizados no mesmo evento desportivo. O contrário é menos comum: a atleta Dina Kotchetkova da Rússia, foi notada nos Jogos de Atlanta de 1996, por apresentar duas coreografias completamente diferentes para o concurso geral e para a final de solo, por exemplo. O exercício tanto no masculino quanto no feminino possui movimentos próprios. A maioria das coreografias inclui de três a cinco séries acrobáticas. Segundo o Código de Pontos, o ginasta precisa demonstrar competência em diversos elementos obrigatórios. Para as senhoras, estas incluem expressão artística, um giro de pelo menos 540 graus, um duplo salto e séries acrobáticas realizadas para frente e para trás. No exercício masculino são obrigatórias sequências de piruetas, acrobacias e paradas de mãos na lateral do aparelho (quina do tablado). Tanto na ginastica masculina como na feminina os atletas precisam "cravar" todos os movimentos para não serem descontados, pois as acrobacias são avaliadas em força, precisão e equilíbrio, além da parte artística exclusivamente na ginástica feminina. A pontuação depende do grau de dificuldade, expressão artística (na ginástica feminina), demonstração dos elementos obrigatórios e qualidade geral do exercício. São feitas deduções para erros de execução, quedas e faltas, como a saída do perímetro do estrado. Os ginastas podem usar pó de magnésio nas mãos e pés para dar maior aderência. Algumas das faltas que penalizam os atletas são: No final do movimento (rotativo), na chegada ao solo, o ginasta dá um passo à frente para se equilibrar; Sair da área demarcada de 12 x 12m; Falta de altura na execução de um elemento; Falta de sincronia com a música no feminino (terminar sua coreografia antes ou depois do término da mesma); Tais deduções são feitas de 0,1 à 1,0, em valor, para erros pequenos a erros gravíssimos. ARGOLAS: O aparelho é constituído por uma estrutura de onde se suspendem duas argolas, a 2,75 m do solo. A distância entre as argolas é de 50 cm e o seu diâmetro interno é 18 cm. As argolas possuem ainda 28 mm de espessura. A prova consiste em uma série de exercícios de força, equilíbrio e balanço durante as acrobacias. O júri valoriza o controle do aparelho e a dificuldade dos elementos da coreografia, tais como: Movimentos de baixo para cima; Movimentos estáticos; Acrobacias (altas e completas); Saltos no desmonte; Entrada estática no aparelho (com a ajuda do técnico, o ginasta inicia sua rotina com os braços esticados e o corpo totalmente ereto, como compeltando o comprimento das argolas). O ginasta será descontado caso: Desligue-se do aparelho; Balance a fita que prende as argolas à haste de sustentação; Use força invés de impulso nas acrobacias; Não defina um movimento estático (ou seja, não mantenha o tempo mínimo de dois segundos); Não mantenha a postura angular dos ombros durante sua apresentação. A gama de movimentos estáticos nas argolas é tão variada quanto nos demais aparelhos masculinos e femininos. Para as saídas, usam-se os saltos costumeiramente vistos em provas de salto, como o Tsukahara, duplos mortais e o Ray. Durante suas apresentações, os ginastas utilizam de movimentos acrobáticos e estáticos validados pelo Código de Pontos de A à Super-E (F) -, entre eles: Chechi – Saído de uma posição estática horizontal, o ginasta estica-se para baixo, toma impulso e torna a uma posição estática, apoiando o corpo sobre os braços formando um ângulo de 90 graus entre o tronco e as pernas. A partir desta posição, ele realiza um mortal. Homna – Consiste em um mortal e meio, levando ao movimento estático. Cruz (Albert Azaryan) – Partindo da posição inicial ereta (braços esticados e corpo estendido), o ginasta forma uma cruz em ângulo de 90 graus entre os ombros e o tronco. Esta posição deve ser firmada por três segundos para ser validada. Cruz invertida – Partindo do mesmo ponto que a Cruz, o ginasta fica de pontacabeça. Nakayama – Partindo da maltesa (posição horizontal estática), o ginasta desce para a Cruz. Jotchev – Partindo da Cruz invertida, o ginasta estabiliza posição na maltesa. Balabanov – Movimento de desmonte. O ginasta toma impulso com os giros gigantes, chamados russas gigantes. De costas e em posição carpada, ele junta as mãos às pernas e em um duplo mortal frontal, aterrissa. Provas Femininas: envolve exercícios em trave de equilíbrio, barras assimétricas, cavalo sem alça, solo. TRAVE: A trave em si é uma barra revestida com material aderente, situada a 1,25 metros do chão, com cinco metros de comprimento e dez centímetros de largura, onde a atleta deve equilibrar-se e realizar saltos e giros. Até à década de 1980, a superfície da trave era de madeira simplesmente polida. Desde então, o aparelho foi revestido com couro ou camurça. Hoje, o material usado é uma espécie de cobertura maleável, semelhante a usada na mesa de saltos. A ginasta tem noventa segundos para realizar sua série. As séries de ginastas de alto nível incluem saltos, mortais, rondadas, passos e a parte coreográfica. A partir dos anos 1970, a dificuldade dos exercícios de trave começou a aumentar. Olga Korbut e Nadia Comaneci foram às pioneiras das séries acrobáticas no aparelho, aproveitando a transição das traves polidas para as traves revestidas e menos escorregadias. Os exercícios deste evento são coreografados pelas atletas e/ou treinadores. Não há restrições, mas existem diversos elementos obrigatórios como um giro de 360 graus, um salto que inclua uma separação de pernas de 180 graus e a presença de séries acrobáticas para frente e para trás - que precisam ser cumpridos. A ginasta precisa subir e desmontar sozinha, da forma que entender. A subida pode ser por impulsão simples ou através de um salto. Segundo o Código de Pontos, a saída [a] precisa ser realizada com um salto de grau de dificuldade mínimo "C" na C-I (classificatória), C-II (individual geral) e C-IV (equipe), e no mínimo "D" ou superior para a competição C-III (final por aparelhos). A ginasta tem ainda como obrigação em sua rotina, percorrer toda a extensão do aparelho para validar sua apresentação. A atleta pode competir descalça ou com sapatilhas apropriadas, e pode também usar carbonato de magnésio nas mãos e pés. Atualmente a preferência das atletas é por competirem apenas descalça, protegendo com ataduras as partes mais sensíveis e revestindo a palma dos pés com o pó de magnésio. Para ter uma boa pontuação e realizar uma bonita apresentação, a ginasta precisa de: Elementos acrobáticos e ginásticos de diferentes grupos (Os grupos possuem variantes de A à G); Variações no ritmo entre movimentos rápidos e lentos, para frente, lado e para trás; Mudança do trabalho próximo e afastado da trave; Usar movimentos de voo (onde a ginasta realiza dois movimentos acrobáticos ligados) e movimentos mixados (onde a ginasta mistura suas acrobacias com seus movimentos coreográficos) aumenta sua pontuação. A pontuação é determinada pela qualidade e dificuldade da coreografia e pela execução da prova. São feitas deduções caso: A coreografia não incluir os elementos obrigatórios; A atleta demonstrar pouco domínio do aparelho; A atleta se desequilibrar; A atleta cometer falhas de execução; A atleta cair da trave (penalização automática de 1,0 pontos e desqualificação se demorar mais de dez segundos a regressar ao aparelho); O sinal tocar pela segunda vez significa que a ginasta ultrapassou os 90 segundos. BARRAS ASSIMÉTRICAS: são atualmente fabricadas com fibra sintéticas de vidro e recobertas com madeira e material aderente. Geralmente, elas ficam posicionadas, a mais alta a 2,36 m de altura e a menor a 1,57 m. Apesar de suas medidas variarem a barra alta 2,20-2,55 m entre e a barra baixa entre 1,40-1,75 m, seu peso se mantém sempre o mesmo, 98 kg assim como sua largura, de 2,40 m. 2 Suas hastes de base são fabricadas de material metálico e suas cordas de suspensão são fabricadas de material elástico resistente. Este é um aparelho exclusivamente feminino, que derivou das barras paralelas masculinas. A posição das duas barras em diferentes alturas possibilita à ginasta uma gama variada de movimentos, mudanças de empunhaduras e alternância entre as barras. A execução de alguns movimentos também é facilitada através da propriedade de molejo das barras. A ginástica nas paralelas assimétricas é de difícil execução, e exige muita coragem da praticante. Seus movimentos de segurança ficam basicamente sobre a cintura e o tronco, que devem, por consequência, possuir uma maior mobilidade. Para maior segurança da praticante, é necessário verificar uma boa quantidade de colchões e a montagem do aparelho. Para obter uma boa pontuação, a ginasta possui como obrigação em sua rotina: Uma troca com voo de barras do barrote superior para o inferior; Uma segunda troca de barras do barrote inferior para o barrote superior (no mínimo B); Uma largada e retomada (voo na mesma barra); Um elemento dos grupos 03, 06 ou 07 (no mínimo C); Uma saída no mínimo "C" para as competições Classificatória (C-I), na final por Equipes (C-IV) e no Individual geral (C-III) e, no mínimo "D" para a competição por Aparelhos (C-II). Para não ser despontuada, a atleta não pode cometer erros, que variam entre leves e gravíssimos, em um desconto de 0,1 a 1,0, como: Tocar as barras e no caso de uma corrida preparatória mal sucedida, interrompê-la; Passar por baixo da barra sem que o movimento faça parte da rotina em um giro ou rotação; Uma queda durante a saída ou a execução da série; Efetuar balanços intermediários enquanto estiver apresentando as séries; As pausas durante os exercícios; Usar força para completar movimentos de impulso; Falta de alinhamento do corpo. Abaixo, uma pequena lista dos movimentos executáveis nas barras: Subida de oitava para trás. Oitava, de apoio frontal para dorsal, unindo as pernas. Giro cavalgado à frente. Sublance (partindo do movimento de oitava). Kippe ao apoio cavalgado. Kippe dorsal, a partir da suspensão. ELEMENTOS CORPORAIS MARCAÇÕES OU POSES: São definidas como “posturas que indicam o início ou a finalização de um elemento ou seqüência de elementos, durante a execução da série”, que variam de acordo com a composição coreográfica, com os planos corporais (baixo, médio, alto; ventral e dorsal) e da relação destes com os aparelhos. As marcações não são posturas padronizadas, pois cada um pode criar diferentes formas corporais de acordo com: a mensagem que se deseja passar cobre a coreografia; a música, o próximo elemento a ser executado; a utilização do aparelho; etc. PASSOS: Definem-se pela “execução de um deslocamento com transferência do peso do corpo de um pé para o outro sem a perda de contato com o solo”. Após os alunos terem vivenciado diferente formas de andar, é possível criar alternativas como: andar com as pernas estendidas, passo unindo com outro passo, colocando um pé atrás do outro, cruzando as pernas lateralmente (abrindo e fechando), de costas, etc. CORRIDAS: São definidas como a “execução de um deslocamento com transferência de peso do corpo de um pé para o outro, com a perda momentânea de contato com o solo”.Os tipos de corridas mais utilizadas nas modalidades gímnicas competitivas são: com as pernas estendidas, deslocando-se lateralmente, cruzando ou não as pernas; “chassê”(passo uni passo com leve perda de contato com o solo quando os pés se encontram);chamada(idêntico ao chassê, só que com maior amplitude, perda de contato com o solo e elevação de braços); “arrastando” a perna traseira estendida; etc. SALTITOS: São definidos como “movimentos que se caracterizam por uma curta permanência do corpo no ar e uma perda momentânea do contato com o solo. Uma seqüência de saltitos pode caracterizar uma corrida”. Algumas variações de saltitos mais utilizadas nas coreografias de Ginástica são: saltitar com as pernas unidas, estendidas ou flexionadas; saltitar com uma perna e flexionar a outra no ar na altura do joelho (passé); saltitar alternando as pernas durante a fase de vôo; flexionadas (galope), ou estendidas (tesoura); saltitar colocando a perna para trás durante a fase vôo, unidas ou alternadas, etc. TÁTICAS A Ginástica Artística também deve obedecer a algumas táticas que permitem a obtenção de um melhor resultado. É importante ter algumas noções quer se entre em competição individualmente, quer se pertença a uma equipe. Cada ginasta deve ter em mente alguns princípios e conselhos quando inicia uma competição: A primeira pontuação é sempre a mais importante, pois permite uma confiança nas suas capacidades e dá uma boa opinião aos árbitros que esperarão uma boa apresentação nas provas seguintes; As faltas resultam geralmente de falhas na concentração que podem ser facilmente evitadas, diminuindo as deduções na nota final; Os exercícios devem ser executados sem inibições e sem hesitações, pois a imagem projetada para os árbitros pode ser tão importante quanto o desempenho na atribuição dos pontos; Ao longo da prova, é importante manter as forças para executar um exercício final mais difícil ou recuperar facilmente de uma queda ou de uma falta; Mesmo que a prova esteja indo muito mal e tenham sido cometidas diversas faltas, desistir pode implicar uma penalização muito severa para a equipe e por isso uma prova deve ser sempre terminada; Mesmo que o ginasta não seja um dos mais importantes dentro da equipe, o seu esquema deve ser tão trabalhado e tão bem planejado como qualquer outro. Em termos de equipe, também é necessário planejar uma estratégia global e ter em atenção para alguns pontos: A preparação é fundamental, sendo imprescindível que toda a equipe o faça em conjunto e que observe as apresentações dos companheiros para criar um espírito de união; É preciso levar em conta as condições do meio exterior, quer seja em termos do local onde a prova é realizada e dos aparelhos a utilizar; Depois de escolhida a estratégia que vai ser utilizada pela equipe, é importante mantêla até ao final da prova; A escolha da ordem dos ginastas numa equipe deve basear-se em duas idéias: deve-se começar com um ginasta seguro que seja competente e confiante e o melhor ginasta deve ser o último a atuar; Uma equipe deve ter consciência dos seus pontos fortes e pontos fracos de forma a corrigi-los e não permitir que eles sejam mal utilizados levando a uma má pontuação; Todos os ginastas de uma equipe devem possuir e demonstrar segurança, autodomínio e ajuda entre si para que a moral de todos seja elevada; Após uma falha, os ginastas devem tentar melhorar o estado psicológico do colega de equipe, apoiando-o e encorajando-o; Entre os aparelhos, os ginastas devem proceder ao aquecimento necessário para permitir uma boa prova, pois as longas esperas podem prejudicar o desempenho da equipe.
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