Verme subconjuntival da espécie Loa Loa: Primeiro relato do
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Verme subconjuntival da espécie Loa Loa: Primeiro relato do
Verme subconjuntival da espécie Loa Loa: Primeiro relato do caso no Brasil Por Claudia Sofia Lopes E studo realizado pelo grupo de pesquisadores no Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP - e no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo - USP – Monte Negro (RO) , relatam o primeiro caso de infestação ocular por Loa loa no Brasil . Loíase é a doença caracterizada pela infestação de Loa loa, um verme pertencente à ordem Spirurida, superfamília Filaroidea (2).. Este grupo inclui todos os vermes vulgarmente conhecido como "filárias", agentes causadores de um grupo de doenças chamado filarioses (doença parasitária, considerada como doença tropical infecciosa ). Entre estes, três espécies são conhecidas por afetar o olho: Loa loa, Onchocerca volvulus e Mansonella perstans. Loa loa é originalmente encontrada nas florestas tropicais da África ocidental e central, e é popularmente conhecida como "verme africano do olho ", devido a uma manifestação ocular peculiar da doença. O verme é transmitido pela picada de insetos do gênero Chrysops que são semelhantes às moscas e conhecidos popularmente como “mutucas”, sendo descrita em outros lugares fora da África, em imigrantes africanos ou viajantes. O caso foi descoberto através de uma paciente Africana (Camarões) de 33 anos, residente em São Paulo, Brasil. Até então assintomática, relatou aos médicos que sentia algo de estranho presente no olho esquerdo. No exame com lâmpada de fenda, um verme opalescente em movimento foi visto no espaço subconjuntival no olho esquerdo. Assim, foi identificado um adulto masculino Loa loa medindo 33 milímetros de comprimento e 0,4 milímetros de largura. A identificação do parasito na paciente foi através da coleta de sangue, usando dois métodos diferentes: filtração por membranas, isto é ,uma técnica que utiliza uma barreira física, sob a forma de membrana porosa ou filtro, para separar as partículas num fluído, e gota espessa (coleta de sangue por meio de punça digital) e visualização em microscópio. O paciente apresentou microfilaraemia positiva, o que pressupõe a existência de pelo menos outra fêmea adulta grávida. Às vezes, as pessoas infectadas não apresentam sintomas. Os vermes podem incubar por meses e até anos antes de começar a migrar, esta é a razão por que alguns doentes (tal como no caso presente) pode ser assintomático durante anos após a primeira exposição ao agente (1). Após a confirmação do diagnóstico de loíase, a paciente recebeu 400 mg por via oral de albendazol (indicado no tratamento de infestações causadas por vermes), durante 3 semanas e 60 mg de prednisona (indicado nestes casos) reduzida ao longo de 3 semanas. Este é o primeiro caso descrito no Brasil. Mas, há relatos da presença desta doença em pacientes residentes nos Estados Unidos, Alemanha, Coreia e Austrália ,Espanha, Itália, Noruega. Leia o artigo completo: Subconjunctival Loa loa worm: first case report in Brazil. Arq. Bras. Oftalmol. [online]. 2012, vol.75, n.1, pp. 67-70. ISSN 0004-2749. http://www.scielo.br/pdf/abo/v75n1/15.pdf. Texto produzido por Claudia Sofia Lopes, aluna da FFLCH-USP e bolsista do projeto Aprender com Cultura e Extensão do ICB-USP.