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TRIO DE MARCAS DISTINTAS
TRÊS MOMENTOS
DECISIVOS DE MACAU
Os fãs do Grande Prémio de Macau podem esperar por um momento muito especial, neste fim-de semana, quando os carros
de corrida, representando três momentos chave da história do evento, derem entrada no Circuito da Guia.
COOPER MK VIII 500 F3 – 1954
Por ocasião da realização da primeira edição do Grande
Prémio de Macau, o Cooper Mark VIII 500, então a última
palavra em carros de competição de F3 da consagrada
marca da construtora de automóveis do Reino Unido,
dominava a categoria em toda a Europa.
Fundada em 1946, com o objectivo de fabricar dois carros
para John Cooper e Eric Brandon, a Cooper Car Company foi
reconhecida como a maior e mais bem sucedida construtora
de automóveis de Fórmula 3 de 500cc desse tempo. Com
êxito confirmado, também, na Fórmula 2, tornou-se ainda
mais famosa após as duas vitórias consecutivas de Sir Jack
Brabham nos campeonatos mundiais de Fórmula 1, em
1959 e 1960.
Com o seu motor central e armação especial, o Cooper MK
VIII F3 era um carro revolucionário, aerodinâmico e com uma
excelente distribuição de peso. O tanque leve, de oito galões,
em alumínio, encaixava entre as pernas do piloto permitindo
uma maior estabilidade a alta velocidade e nas curvas. A já
conhecida afinação da suspensão do Cooper manteve-se
no Mark VIII, consistindo em molas de lâminas transversais e
braços horizontais em todos os quatro cantos.
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Segundo os especialistas, os Cooper F3 de 500cc, então
equipados com motores de motociclos e instalados mesmo
atrás do assento do piloto, conduziram directamente à
revolução dos motores à retaguarda de Fórmula 1, no início
dos anos 60.
Durante a temporada de 1954, os Mark VIII fizeram um
enorme sucesso e, nesse ano, os Cooper contabilizaram 37
das 48 inscrições nas corridas de Fórmula 3. Les Leston foi
o campeão, enquanto Stirling Moss conduziu com êxito o
seu Beart-Cooper noutras corridas seleccionadas.
Leston e Moss faziam parte, na altura, de um grupo dos
mais destacados pilotos dos Cooper 500, enquanto
Graham Hill, Bernie Ecclestone e Ken Tyrrell começavam as
suas carreiras num carro que viria a ter um papel crucial no
desenvolvimento de veículos monolugares de corrida.
O Cooper MK VIII 500 F3 de 1954 terá ao volante, este fimde-semana, o proprietário, Nigel Challis, um engenheiro
de construção civil, que compete regularmente com o
carro em eventos históricos da Europa. Esta peça clássica
do automobilismo tem uma longa história de sucesso em
competição: o primeiro dono, Ken Wharton, venceu quatro
EM CIMA: 1954 COOPER MK VIII
À DIREITA: 1983 RALT-ALFA
ROMEO RT3
vezes o campeonato de RAC British Hillclimb. Denominado
de ‘Rubberduck’ pelo terceiro proprietário, Jim Payne, o
carro esteve parado entre 1988 e 2002, até ser adquirido por
Challis, que o devolveu ao clube dos circuitos de corridas de
sprint e montanha. Em 2009, Stirling Moss assinou o capô!
Actualmente, o carro pertence à Pascal Gerbout de Paris,
fabricante de peças de automóveis, que o recuperou na
versão original, com um motor Alfa Romeo, e que vai já
na terceira época de participação em competições de
Clássicos de F3.
RALT-ALFA ROMEO RT3 – 1983
A introdução da Fórmula 3 no Grande Prémio de Macau
em 1983 constitui um marco entre o antes e depois do
evento. Com a vitória enfática de Senna, anunciando o
início da carreira do piloto em Fórmula 1, começou a forjarse a reputação de Macau como trampolim para o estrelato
internacional.
O ano da espectacular estreia da Fórmula 3 no Grande
Prémio de Macau foi palco de dura competição, ao longo
de toda a época, entre duas das futuras estrelas do
automobilismo: Ayrton Senna e Martin Brundle. A dupla
dominou a época britânica de F3 em 1983, enquanto o
austríaco Gerhard Berger corria no campeonato europeu.
DALLARA VOLKSWAGEN F312 DE 2012
Nessa época, quase todos competiam na categoria com os
Ralt RT3, que tinham sido actualizados com tanques laterais
e suspensão geométrica alterada. Os carros de Senna e
Brundle estavam equipados com um motor Toyota e o de
Berger com um motor Alfa Romeo.
O Grande Prémio de Fórmula 3 inaugural, que compreendia
duas mangas, teve Senna no primeiro lugar da grelha de
partida e na vitória final, seguido do colombiano Roberto
Guerrero e Berger, em terceiro, exactamente com o mesmo
carro que, este fim-de-semana, volta às ruas de Macau.
A Ralt foi fundada por Ron Tauranac, em 1974, e o nome
significa ‘Ron e Austin Lewis Tauranac’ depois de ele e
o irmão terem construído alguns dos melhores carros
de corrida, na Austrália, nos anos 50. Na qualidade de
construtora, a Ralt ganhou a reputação por ter fabricado os
melhores carros ‘cliente’ da época.
O Ralt RT3 tem uma história longa e bem sucedida no
desporto motorizado, desde 1979 a 1984.
BAIXO: 2012 DALLARA
VOLKSWAGEN F312
(JAKOB EBREY MOTORSPORT
PHOTOGRAPHY)
Apesar de já não existir o Ralt RT3 da Theodore Racing
com que Senna venceu em Macau, o carro de Berger tem
o regresso triunfal marcado para este fim-de-semana no
Circuito da Guia.
Este ano fica marcado com o arranque da próxima geração
de máquinas de Fórmula 3 em Macau. Com os novos os
regulamentos da FIA para a categoria, surgiu o novo chassis
da construtora italiana Dallara para a época de 2012.
O Dallara F312 foi dado a conhecer este ano, em Janeiro,
e tem impressionado, tanto as equipas como os pilotos,
com a sua prestação durante os campeonatos europeu e
japonês de F3.
Traduzindo uma reformulação fundamental da aerodinâmica
e das principais componentes mecânicas, o aspecto do
novo carro é, também, radicalmente diferente. Entre os
atributos do Dallara F312, registam-se melhorias a vários
níveis: mais seguro e mais económico, graças à qualidade
e simplicidade dos travões, chassis e caixa de velocidades
reduzindo os custos de funcionamento. Uma nova
suspensão totalmente compacta, e mais leve, contribui para
um melhor desempenho.
A Fórmula 3 continua a ser um terreno propício para o
lançamento de jovens promissores na carreira de pilotos
profissionais, pese embora os inúmeros campeonatos
juniores e seniores existentes no mundo do desporto
motorizado, que fazem os pilotos subir e descer ao longo
das suas carreiras.
Mantendo-se fiel aos conceitos da categoria, o novo carro
foi desenhado no sentido de os pilotos poderem aperfeiçoar
as suas competências, compreender o funcionamento do
carro e comunicar com os engenheiros para encontrar a
melhor estratégia ao longo do percurso de qualquer pista,
ou seja, com todos os requisitos necessários para lançar
uma carreira nas corridas de F1.
O Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 assinala, este
fim-de-semana, a sua 30ª edição. Trevor Carlin, patrão da
bem sucedida equipa do mesmo nome, estará ao volante
do novo carro, na volta do desfile especial programado para
este fim-de-semana, que marcará o início de um nova era da
história da categoria no Circuito da Guia.
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